de aprendizagem
NÚMERO 10
Saber perguntar
Núcleo de Apoio Didático-Pedagógico
NADP
Saber fazer perguntas na sala de aula é a maneira mais comum de promover-se a interação professor-aluno,
aluno-professor e aluno-aluno.
Trata-se de uma forma de aprofundar conhecimentos a respeito de certo conteúdo e, por meio deste recurso o
professor pode avaliar o andamento da construção do conhecimento do estudante à medida em o facilita, ou seja, vai
conduzindo, mediante informações (matéria dada) essa construção.
Fazer perguntas é uma habilidade técnica de condução de aulas que o professor dever desenvolver em favor da
facilitação do processo de aprendizagem de seus estudantes.
O princípio pedagógico da pergunta é o da repetição e trata-se de um importante instrumento de ensino e de
aprendizagem.
ABORDAGENS
Márcio Ferrari (Escola, janeiro/fevereiro-2003, pág. 52), ensina que, em primeiro lugar é importante definir quais
são os objetivos da pergunta e, que ao serem questionados, os alunos se vêem frente a frente com o próprio
conhecimento, o que deve levá-los a querer aprender mais ou experimentar novas abordagens do tema. Perguntas
podem ajudar o estudante a saltar da informação factual para a análise, a organizar o pensamento e a observar como o
professor constrói conhecimento.
Justamente por isso ela deve permitir que o jovem use suas próprias palavras para expressar uma visão
particular do assunto em foco. Só assim é possível efetivamente compreender o objeto de estudo ao invés de ficar-se
simplesmente repetindo o que o professor recitou.
TIPOS DE PERGUNTAS
Pode-se definir, basicamente, dois tipos de perguntas: as fechadas, que são perguntas de nível mais baixo por
exigirem não mais que meras repetições e as abertas, de nível mais elevado, que obrigam os estudantes ao raciocínio
mais profundo – saber conceituar a partir de exemplos e exemplificar a partir de conceitos -.
O primeiro tipo – perguntas fechadas – presta-se mais às revisões e/ou recapitulações de conteúdos ministrados,
permitindo, rapidamente, proceder-se a uma avaliação do domínio que o aluno tem do conteúdo tratado. Este tipo de
pergunta permite, tão somente, uma resposta correta.
As questões abertas – nível mais elevado – permitem avaliar-se o grau de vinculação teoria-prática a que o aluno
é capaz de aplicar seu conhecimento construído. Por permitirem mais de um tipo ou mais de uma resposta, a
capacidade analítica do aluno poderá ser mais bem avaliada.
POR QUE PERGUNTAR?
Perguntas em sala de aula não devem ser direcionadas, a não ser que tenham objetivos específicos de consultar
algum estudante que, sabidamente, desenvolve pesquisa sobre o assunto em tela.
Faz-se a pergunta para a classe em geral. Não havendo manifestação espontânea para responde-las, com
cuidado, particulariza-se.
Perguntas mal dirigidas, com reforços aplicados de forma não adequada pelo professor podem causar traumas em
estudante que, a partir daí, poderão não se dispor mais a responder.
A chave do sucesso da perguntar é criar-se uma atmosfera adequada para que todos, dentro da sala de aula, se
disponham a fazê-las.
Perguntas podem ser feitas com objetivo de obterem-se respostas individualizadas ou de grupos permitindo-se,
neste caso, tempo para discussão prévia antes da colocação da resposta.
Entende-se que, para perguntas específicas em sala de aula, nunca se deve considerar uma resposta como
errada. Corrigem-se rumos da colocação do estudante com a finalidade de conduzi-lo à fala correta, seja de
conceituação, exemplificação ou repetição.
O professor, responsável pela correta aplicação das habilidades didáticas para condução de uma aula, deve
preocupar-se com o reforço psicológico necessário ao final de cada questionamento respondido, com as expressões
usuais de “muito bem”, “fale mais”, “boa resposta”, etc., fornecendo, assim, o feedback necessário para que o
estudante esteja sempre motivado e disposto a, cada vez mais, perguntar para satisfazer sua curiosidade, pilar básico
da ciência, e, o professor, para poder avaliar seu fazer pedagógico de orientador do processo de construção do
conhecimento.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
OLIVEIRA, Sérgio Wagner de. Técnicas e recursos didáticos para a sala de aula. Lavras: UFLA, 2001.
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