Anais do V Congresso de Letras da UERJ-São Gonçalo
NO TRÂNSITO DA MEMÓRIA: A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA
EM “HOTEL ATLÂNTICO”, DE JOÃO GILBERTO NOLL
NAYARA SILVA SANTANA
RESUMO:
Este artigo interpreta os sinais da cidade face à nova estrutura
social proposta pela pós-modernidade, através da representação literária presente na obra “Hotel Atlântico”, de João Gilberto Noll.
A partir de uma perspectiva que concebe o ato mnemônico
como elemento fundamental de re-elaboração crítica, sobretudo na
sociedade contemporânea, o artigo abordará conhecimentos relativos
à identidade e memória e como estas se manifestam nas configurações imagéticas relativas à cidade, estabelecendo, assim, a relação
entre ficcional e a apreensão do real na narrativa.
Para tanto, a pesquisa perpassa pelas teorias do contemporâneo, notadamente a crítica da cultura e estudos culturais.
Os acontecimentos que foram constituindo os grupos que posteriormente formaram as populações organizadas e localizadas estão
marcados historicamente por um imaginário que configura os ambientes onde se passam as ações. Estes, por sua vez, se estabelecem
como espaço de interação social.
Nesse sentido, as cidades são acima de tudo um jogo de sensações e impressões em que os indivíduos atuam efetivando as práticas
sociais e a promoção da cultura. Inicialmente, as identificações com
os centros urbanos se davam pelo espaço físico, sobretudo no período modernista com seu caráter unificador. Posteriormente, tal identificação transcendeu os limites geográficos uma vez que entrou no
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campo das impressões e identificações havendo, assim, uma interrelação entre as construções naturais e a sua construção imagética.
Como afirma Pesavento (2007):
Às cidades reais, concretas, visuais, tácteis, consumidas e usadas
no dia-a-dia, corresponderam outras tantas cidades imaginadas, a
mostrar que o urbano é bem obra máxima do homem, obra esta
que ele não cessa de construir, pelo pensamento e pela ação, criando outras tantas cidades, no pensamento e na ação, ao longo
dos séculos. (PESAVENTO, 2007, p. 11)
Nesse âmbito, a memória assume um papel relevante para a
humanidade em diversos aspectos uma vez que imortaliza acontecimentos e a própria história. Além disso, a partir de sua compreensão
pode-se perceber como o romance tornou complexa a relação entre
literatura e mundo. Torna-se relevante então, saber o que vêm a ser a
memória e sua função na sociedade. Para Le Goff (1996):
A memória como propriedade de conservar certas informações,
remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas. (LE
GOFF, 1996, p. 423.)
Sabe-se que a memória é um veículo de resgate de informações passadas, que existe através de processos de manutenção ou
reconstrução das mesmas, influenciadas oralmente ou por meio da
escrita pela presença do sujeito de maneira individual ou coletiva.
Sendo que esta é historicamente tida como instrumento de jogos de
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poder, à medida que a seleção de informações visa atender os interesses de um determinado grupo ou individuo.
Na Mesopotâmia, por exemplo, a memória voltava-se para o
registro de feitos, sobretudo vitórias que corroborassem o prestígio
dos reis. Além disso, temos outros aspectos de registro como os funerários, jurídicos e sacerdotais, no Egito antigo. Já na idade Média
verifica-se que a memória coletiva foi influenciada diretamente pela
religião, tendo em vista que esta se baseia numa tradição histórica
fundamentada por meio de “textos sagrados”, asseverando a fé, inclusive, através da “imortalização” dos Santos por meio da memória
Litúrgica.
Assim,
a memória coletiva foi posta em jogo de forma importante na luta
das forças sociais pelo poder. Tornarem-se senhores da memória
e do esquecimento é uma das grandes preocupações das classes,
dos grupos, dos indivíduos que dominaram e dominam as sociedades históricas. Os esquecimentos e os silêncios da história são
reveladores desses mecanismos de manipulação da memória coletiva. (Idibidem, p. 426.)
Desse modo, ao privilegiar e escolher os acontecimentos que
deveriam constar na história, o ato mnemônico, na maioria de suas
manifestações, atuou também, como veículo de exclusão por deixar à
margem, como inexistente, a voz da maioria que representava o povo. A este sempre foi legado o anonimato na história como peças
irrelevantes de um jogo, sobretudo o jogo das representações literárias, às quais durante muito tempo se propuseram a registrar em suas
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produções, feitos heróicos e vitórias que viabilizassem a manutenção
do status e reconhecimento de elites. É o que ocorre com personagens europeizadas como, por exemplo, a protagonista índia do livro
“Iracema”, de José de Alencar, com suas idealizações e caracterizações tipificadas e alheias à realidade social do índio do século XIX.
Entretanto, na literatura contemporânea evidencia-se que o processo
mnêmico vai atuar em outra perspectiva. Nesse contexto, Seixas
(2001) constata que
Toda memória é fundamentalmente “criação do passado”: uma
reconstrução engajada do passado (muitas vezes subversiva, resgatando a periferia e os marginalizados) e que desempenha um
papel fundamental na maneira como os grupos sociais mais heterogêneos apreendem o mundo presente e reconstroem sua identidade, inserindo-se assim nas estratégias de reivindicação por um
complexo direito ao reconhecimento. (SEIXAS, 2001, p. 42.)
A memória, antes manipulada pelos que detinham o poder aquisitivo, passa a ser, então, uma voz que visa denunciar e pôr em
evidencia as classes subjugadas e excluídas socialmente. Para que
dessa maneira, possam legitimar-se e resgatar de alguma forma uma
identidade que vem se transformando continuamente pela heterogeneidade dos grupos na sociedade pós-moderna.
É importante salientar que à medida que a cidade cresce e o
processo de urbanização evolui aumenta, também, a necessidade de
“fixar” o passado. Como exemplo, podem-se mencionar as tradições,
que consistem na cristalização de hábitos, feitos, lendas, ideologias,
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que são transmitidos de geração a geração, contribuindo dessa maneira para a manutenção de uma identidade.
No romance “Levantado do Chão”, de José Saramago, por exemplo, através da representação de um discurso revolucionário que
conta com a divisão da narrativa em três gerações, é permitida uma
análise de como o ato mnemônico atua como elemento impulsionador de atitudes enérgicas por parte de algumas personagens.
Estas, utilizando-se da estratégia do “lembrar”, provocam e
propagam o sentimento de indignação e de luta, a partir de rememorações de situações passadas sendo que estas permitem o estabelecimento de uma relação intrínseca entre semelhança e contraste à miséria ora existente, que continua em evidencia, e o combate à passividade do povo face a essa realidade.
Além disso, é constatada a necessidade de retornar às origens
como elemento de um resgate identitário para a manutenção de uma
tradição familiar, social.
Nesse sentido, a “saga da família Mau-tempo”, nada mais é do
que um registro de uma memória coletiva. Uma vez que, é através do
poder exercido na e pela linguagem, que os povos subjugados, “os
povos da terra”, de Portugal do século XV, passam a ter voz e reconhecimento em pleno século XXI. O que declaradamente não acontecia nas epopéias portuguesas como no canônico “Os Lusíadas”, de
Camões, em que através de seu estilo clássico são exaltados os feitos
heróicos do reino de Portugal.
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De todo modo, constata-se a utilização da reminiscência como
uma forma de auto-afirmação e manutenção de características que
constroem o perfil dos indivíduos numa sociedade. Através dessa
prática, problemas e traços característicos de cada comunidade vão
sendo configurados ao longo da história.
Assim, o ato mnemônico concretizado na narrativa será fundamental para que identidades não se percam totalmente, sendo
transmitidas a outras pessoas cumprindo dessa maneira uma função
social.
É importante salientar, que no contexto contemporâneo a lembrança não é um elemento de saudosismo, mas acima de tudo de
discussões e reflexões em que o passado e o presente são configurados de maneira que o sujeito estabeleça parâmetros de avaliação, que
perpassam por uma análise critica dos acontecimentos e uma constante re-elaboração dos mesmos, como defende Hutcheon (1991),
Não é um retorno nostálgico; é uma reavaliação crítica, um diálogo irônico com o passado da arte e da sociedade, a ressurreição
de um vocabulário de formas arquitetônicas criticamente compartilhado. (HUTCHEON, 1991, p. 20)
Desse modo, as práticas de manutenção da memória social,
que antes se fundamentavam basicamente na oralidade, deram espaço para a escrita. E foi justamente a necessidade de representar o real
que viabilizou a formação do texto literário. Nesse parâmetro, estudar o ato mnemônico em suas diferentes manifestações é fundamental para a compreensão do individuo e da sociedade, bem como os
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mesmos são representados ao longo da história nas produções artísticas literárias.
Assim, cabe ressaltar que a cidade contemporânea com seus
“deslimites” gera uma série de conflitos que perpassam pela desigualdade social, e crise de identidade.
Nesse ínterim, o escritor contemporâneo Luiz Ruffato reinventa e denuncia as mazelas sociais do Brasil em suas obras, tendo como
palco dos acontecimentos a cidade inominada. Para tanto, utiliza os
elementos lingüísticos não apenas para descrever as personagens e as
situações, mas para caracterizá-las e representá-las enquanto reflexos
da realidade no outro, o leitor.
No que se refere ao livro “Eles eram muitos cavalos”, primeiro
romance de autor publicado em 2001, evidencia-se que meio ao corre-corre da cidade imaginária de São Paulo, as personagens vivem
cercadas pelo desemprego, discriminação, falta de moradia e revelam
sentimentos nostálgicos através da memória, como se estivessem
vivenciando o presente e o passado simultaneamente.
É importante salientar que a presença marcante da memória é
instituída de diferentes maneiras posto que a mesma é evocada não
apenas através de rememorações, mas também na figura de personagens idosas que se encontram no processo de adaptação à nova realidade social a qual estão sendo expostas.
Além disso, pode-se perceber que o contraste entre períodos
distintos se dá, entre outros fatores, pelo acompanhamento de situa-
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ções às quais personagens mudam o comportamento mediante influencia do meio conturbado e efêmero do pós-Modernismo.
Dessa maneira, o cotidiano nos centros urbanos reinventados
revela, por meio da memória, a face obscura da realidade das classes
menos favorecidas na contemporaneidade, como se pode verificar no
fragmento de um texto do livro supracitado, intitulado “Ratos”.
Pensam, é fácil, mas forças não tem mais, embora seus trinta e
cinco anos, boca desbanguelada, os ossos estufados os olhos,
apele ruça. Arquipélago de pequenas úlceras a cabeça zoirenta. E
lêndeas explodem nos pixains encipoados das crianças e ratazanas procriam no estômago do barraco e percevejos e pulgas
entrelaçam-se aos fiapos dos cobertores e baratas guerreiam nas
gretas. Já pediu-implorou para a de treze ajudar, mas rueira some,
dias e noites. Viu ela certa vez carro em carro filando trocado
num farol da Avenida Francisco Morato. (RUFFATO, 2001, p.
22)
A descrição de uma mãe nesse trecho demonstra sua condição
de exclusão e de total desprezo em que a sua representação alude à
condição de inúmeras famílias que vivem deslocadas no ambiente
urbano.
Motivo pelo qual não é feita nenhuma referencia a nomes durante a narrativa, pois na figura das personagens existe a identificação e o reconhecimento de tantos indivíduos que vivem numa sociedade não apenas a brasileira, mas “sociedades” sem fronteiras físicas.
Remetendo, assim, à contradição existente nos grandes centros em
que uns vivem em miséria, passando a depender da “esmola” de outros.
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Tal realidade vivenciada na sociedade contemporânea vai de
encontro ao imaginário inicial em que as metrópoles seriam a promessa de realização profissional e financeira.
Em outro texto “Era um garoto”, do Livro em questão, é contada a história de uma criança, cujo nome não é citado na narrativa,
em que são relatadas de inicio suas qualidades e habilidades na escola. Esse perfil inicialmente denota certa estabilidade familiar que é
interrompida pelo questionamento da mãe acerca das conseqüências
provenientes da ausência do pai na criação do filho, finalizando com
a nostalgia da mesma em relação ao tempo que o mesmo era criança.
A análise do livro de Ruffato, então, perpassa pela reflexão
acerca da condição do homem na sociedade atual enquanto um ser
fragmentado, e as conseqüências desse processo nas instituições
sociais, no caso a familiar. Verificando como esta é ficcionalizada
estabelecendo parâmetros de análise entre o contexto social em que a
produção esta situada e sua relação com obras de outros períodos
históricos.
Verificando, inclusive, como a linguagem é utilizada e deslocada de um lugar “padronizado”, sendo constituída por uma miscelânea de sinais e/ou ausência destes, como se pode perceber no fragmento a seguir:
E até perdoava aquele que a abandonara uma criança por criar
preciso de um tempo e o Jesuscristinho encorpando a ausência da
figura paterna será que isso vai causar algum problema na cabeça
dele as apreensões receios não quero me meter meu filho mas esse rapaz esse rapaz não é uma boa companhia pra você meu filho
ah a vulcânica adolescência (Idibidem, p. 19)
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No que concerne ao romance “Hotel Atlântico”, de Gilberto
Noll, evidencia-se que o mesmo constrói um quadro panorâmico em
relação à identidade e memória em que as características pósmodernas estão pontuadas de várias maneiras na narrativa. A cada
passo percorrido o leitor se depara com incertezas que perpassam
pelas temáticas abordadas, e pela maneira pela qual são conduzidas.
O protagonista convive com o sentimento de ausência em uma
busca incessante pelo esquecimento. Nesse sentido, a personagem
em questão assume várias identidades a cada movimento.
Tais identidades são pontuadas por meio de questões sociais,
ideológicas, étnicas e por vezes de gênero como se pode perceber no
seguinte fragmento:
Adormeci.Tive um sonho estranho, no qual mais uma vez fui mulher. Só que agora, para acompanhar a minha vida, era uma mulher sem perna. Eu, essa mulher, numa estação de trem do interior, em volta apenas mato, esperava alguém que eu não tinha certeza que viesse. Aí o trem chega, enche de fumaça em volta, não
dá para ver mais nada..., e eu acordei. (NOLL, 2004, p. 101)
Constata-se que em tal trecho são marcadas vozes de representações outras em que há uma fuga de um discurso marcado pela discriminação.
Ao fazer referência ao sexo feminino e à deficiência física deste, o autor lida com preconceitos sociais que perpassam, por exemplo, pelo homossexualismo e machismo. Cabe ressaltar que a personagem não apenas sonha ser mulher assume-se enquanto mulher ao
narrar a história, o que acontece durante toda a obra.
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Além disso, é construído um imaginário geográfico, uma vez
que o “estar no interior” denota uma negação ao perfil das metrópoles, bem como dos avanços tecnológicos e comerciais tão evidentes
nelas.
Por outro lado, cada viagem é tida como forma de esquecer
acontecimentos relativos ao seu suposto lugar de origem. Daí que
sonhos, novos descobrimentos, experiências vindo à tona, demonstram que a busca fremente por uma anulação/descobrimento de si,
independe do espaço geográfico, pois todos os lugares comungam de
características afins que não anulam o processo de rememoração.
Nesse sentido, Pellegrine aponta que,
O que cresce é a ficção centrada na vida dos grandes centros urbanos, que incham e se deterioram, daí a ênfase na solidão e angústia relacionadas a todos os problemas sociais e existenciais
que se colocam desde então (PELLEGRINE, p. 11)
Outro ponto marcante na narrativa é a efemeridade das relações interpessoais visto que não existem vínculos de sentimentos
afetivos entre as personagens.
O sexo é visto como algo instintivo, animal, e qualquer manifestação contrária é tida como algo ridicularizado, totalmente alheio
às histórias de amor ora imaginadas, asseverando que a uma “ausência de afeto quase obscena”, apontada por Pellegrine (p. 123).
Isso pode ser observado quando o protagonista ao entrar num
Hotel vê a atendente e de imediato a convida para ir ao seu quarto
onde ocorre o ato sexual, sem nenhum tipo de compromisso anterior
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ou posterior o que acaba por aprofundar o sentimento de anulação do
sujeito.
Característica presente no fragmento a seguir:
Peguei o telefone. A mulher da portaria já tinha chegado [...] Não
passou muito, ali estava ela desabotoando a blusa, me oferecendo
os seios fartos que eu ia abocanhando, mordendo saboreando. [...]
Quando a mulher da portaria saiu do meu quarto me sentei na
cama. Senti como se ela tivesse me levado alguma coisa.
(NOLL, p. 14-5)
Além disso, evidencia-se que o movimento urbano em seus
diversos espaços tais quais ruas, ônibus, aviões, rodoviárias, cujas
descrições demonstram ambientes universalizados. Motivo pelo qual
a maioria das personagens é apenas identificada pelos papeis sociais
que desempenham.
Desta forma, após estudos direcionados à construção do imaginário citadino, memória e identidade, constata-se que o escritor
contemporâneo ousa em escrever de maneira subversiva. Atendendo,
assim, às tendências sociais no que se refere à temática e à estética de
obras pós-modernas visto que transita por diversos níveis e perfis tais
quais econômicos, lingüísticos, bem como de localização espacial.
Sendo claramente explorada a noção de sujeito pós-moderno sugerida por Hall (2002), em que há uma constante relação de construção
entre o individuo e a conjuntura social, numa perspectiva histórica.
Sendo a memória o instrumento fundamental em tal processo
tanto no que se refere ao resgate de informações quanto de reelaboração da mesma numa perspectiva critica.
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Referências Bibliográficas
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Tomaz Tadeu da Silva & Guacira Lopes Louro. 7. ed., Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
HUTCHEON, Linda. Poética do Pós-modernismo: história, teoria,
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LE GOFF, Jacques. História e Memória. 4. ed., Campinas, SP: UNICAMP, 1996.
NOLL, Gilberto. Hotel Atlântico. São Paulo: Francis, 2004.
PELLEGRINE, Tânia. Ficção brasileira contemporânea: assimilação ou resistência? Disponível em: http://www.cesargiusti.ddfnet.
com.br/ufpe/litbr5/text/tania.pdf. Acesso em: 20/10/08.
PESAVENTO, Sandra. Cidades visíveis, Cidades sensíveis, Cidades
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RESENDE, Beatriz. Apontamentos de crítica cultural. Rio de Janeiro, Aeroplano, 2002.
RUFFATO, Luiz. Eles eram muitos cavalos. 1. ed., São Paulo. Bomtempo Editorial, 2001.
SEIXAS, Jacy. Percursos de memória em terras de história: problemáticas atuais. In: BRESCIANI, Stella; NAXARA, Márcia
(Org.). Memória e (res)sentimento – Indagações sobre uma questão
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