DIÁRIO DO AÇO
ESPECIAL
EDUCAÇÃO
A primeira comunidade a ser formada em Ipatinga, no bairro Taúbas, teve
como professora a dona Luzia, que dava aula particular para a criançada. Posteriormente, veio dona Cici,
de Santana do Paraíso, que
continuou lecionando em
uma salinha construída pelos pais dos alunos. Após a saída de dona
Cici, a comunidade ficou
bastante tempo sem nenhuma professora e também
sem a salinha. Posteriormente, ainda passaram pelo
Taúbas os professores Anselmo e dona Cleusa Fernandes.
Cada criança tinha uma
espécie de lousa, de mais
ou menos 20 cm de comprimento por 15 cm de largura.
Essa pedra era ladeada por
uma moldura de madeira,
onde as crianças faziam os
exercícios que, após corrigidos pela professora, tinham
que ser memorizados para
imediatamente serem apagados, pois no lugar seriam escritos novos exercícios.
Muitas crianças, naquela
época, estudavam debaixo
das árvores. O quadro era
pendurado em um galho
qualquer e, com o caderno
no colo, elas assistiam às aulas. José Sabino de Brito contou que, para fazer as tarefas escolares, quando ainda
não existiam cadernos e canetas, espremia uma fruta
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Domingo, 5 de janeiro de 2014
PERSONAGEM DA HISTÓRIA
Capítulo I
A atual Estação Memória Zeza Souto também serviu de escola para as crianças da Vila Ipatinga
conhecida como “pacova”
(fruta do mato) para fazer a
tinta e utilizava penas de galinha como canetas.
Em 1969, os pais começaram a se organizar para cobrar da administração municipal uma escola para o
bairro. Manoel Madalena
foi quem participou de todas as reuniões com a Secretaria de Educação para a
criação da escola do bairro.
A lei que instituiu a escola foi aprovada em 1969.
Em 1970, deu-se início à
construção do prédio e, em
1971, a escola foi inaugurada.
Terezinha de Lourdes
Araújo nasceu em Santana do Paraíso no dia 11
de fevereiro de 1931 e veio
para Ipatinga com os pais,
no ano de 1935. “Fui es-
tudar em Itabira, mas não
cheguei a formar. De Itabira, fui para a Fazenda Rosário, em Contagem, onde se
fazia uma preparação para
lecionar em escolas rurais.
Saí de Contagem e vim direto para a Fazenda Barra
Grande, onde meu pai havia construído uma escola. Minha irmã Áurea era
a professora dessa escola;
quando ela foi lecionar em
Santana do Paraíso, assumi seu lugar. Lecionei nessa escola até 1950, quando
meu pai vendeu a fazenda.
Trabalhei na fazendinha do
Manoel Izídio e, posteriormente, a Bizuca me convidou para trabalhar no novo
prédio da Escola Manoel
Izídio. De 1971 a 1994, trabalhei no Colégio Municipal de Ipatinga. Trabalhei
no Canaã, no João XXIII e
no Horto (Instituto Butantã). Quando a Escola Presidente Vargas ficou pronta,
fui transferida para lá”, relembrou Terezinha de Lourdes Araújo.
Caderno escolar, uma espécie
de lousa, utilizado pelas
crianças do Taúbas há cem anos
JOAQUIM DIAS DE OLIVEIRA
Joaquim Cambista, como
era chamado por todos, nasceu em Santana do Paraíso.
Trabalhou, a partir de 1952,
como apontador na Construtora Consórcio Alambra,
empreiteira da Cemig que
construía a estrada ligando
Mesquita a Ipatinga. A obra
era necessária para o escoamento dos materiais desembarcados na Estação Ferroviária de Ipatinga para a
construção da Usina Hidrelétrica de Salto Grande.
Em 1956, passou a trabalhar na Construtora Christiani-Nielsen, no posto de recebimento de materiais da
Cemig, em Ipatinga.
Em 1957, fixou residência,
em definitivo, na então Vila
Ipatinga, residindo em um
barracão na Rua do Comércio. Desligou-se da Cemig e
começou a trabalhar por conta própria, vendendo bilhetes
das loterias Mineira e Federal. Abriu um bar, que funcionou até 1980. Proprietário
de um sítio em Belo Oriente,
continuou vendendo loterias.
Casado com Maria da
Conceição Viana, é pai de
dez filhos: José Anísio; Márcio José; José Antônio; Maria da Penha; Maria do Socorro; Maria das Dores; Geraldo
Magela; Maria Aparecida;
João Francisco; e Rômulo.
“Devido à construção da
Usiminas, cheguei a vender
cerca de cento e cinquenta bilhetes inteiros das loterias Mineira e Federal por semana.
Com o passar dos anos, essa
cifra foi diminuindo, chegan-
do a somente trinta bilhetes
inteiros por semana. Sempre
fui revendedor autorizado da
Casa Lotérica Estrela do Vale,
de Governador Valadares”,
contou.
A convite de Manoel Valadares, trabalhou na Prefeitura de Ipatinga, de agosto de
1970 a outubro de 1973. Na
prefeitura, exerceu funções de
fiscal de rendas e cadastros,
trabalhou no setor de almoxarifado e transportes. Segundo
ele, desligou-se da prefeitura
por motivos políticos.
No dia 7 de outubro de
1963, foi convidado por um
alfaiate, cujo nome não recordou, para comparecer à
porta do escritório central da
Usiminas, onde ocorria o tiroteio. Não aceitou o convite, preferindo ir para casa, fechando seu comércio. Esse
alfaiate, segundo ele, estava
montado em uma bicicleta e,
perto da Estação Ferroviária,
tombou morto com um tiro.
Joaquim Cambista nasceu em
Santana do Paraíso e fixou
residência em Ipatinga em 1957
CAUSOS E CURIOSIDADES
COOPERATIVA
DOS SERVIDORES
No dia 30 de setembro de 1962, o jornal “A Verdade
Impressa” (foto) dava destaque à seguinte matéria:
“Fundada a Cooperativa dos Servidores da Usiminas”. A matéria relatava que, no dia 19 de agosto de
1962, os sócios da cooperativa elegeram a primeira
diretoria, que ficou assim constituída:
Diretor-Presidente: José Carlos de A. Cunha; Diretor Comercial: Álvaro Marques; Diretor Secretário:
Sílvio Cordeiro Filho; Conselheiros: Cláudio de Castro; Romeu Pascucci; Ederson Bustamante; Jouve
Camisassa; Inimá de Castro Corrêa; Celso Souza
Lima; José Wilson da Fonseca; Paulo Pinto; Acrimar
da Silva Reis; Jairo de Franco; Maurício de Barros;
Shishiro Watanabe. Conselho Fiscal Efetivo: José
Reinaldo de Aguiar; Geraldo Rodrigues dos Santos; José Carlos da Silva. Conselho Fiscal Suplente: Milton Vilela; Marcelo Lemos M. Santo; Shiguetoshi Nakagawa.
PRIMEIRA OLIMPÍADA
DE IPATINGA
Jornal “A Verdade Impressa”,
de 30 de setembro de 1962
O Usiminas-Jornal de 5 de abril de 1966 dava destaque à seguinte matéria: “Equipes dos diversos departamentos da usina e da Associação dos Empregados da Usiminas, da sede, participarão, de 1 a 12
de maio, da 1ª Olimpíada de Ipatinga (foto). Os jogos serão disputados no Estádio Amaro Lanari Júnior, no Ginásio Makoto Inoue e nas quadras da
Sede Campestre da Usipa, constando de partidas
de futebol, futebol de salão, voleibol, basquetebol,
atletismo e judô. As solenidades de abertura dos jogos olímpicos deverão contar com a presença dos
diretores da Usiminas, de altas autoridades do desporto nacional, entre elas o general Elói Menezes,
presidente do Conselho Nacional de Desportos, o
major Pedro Richard Neto e Hélio Babo, respectivamente, presidente e secretário do Conselho de Assessores de Atletismo da Confederação Brasileira
Panfleto anunciando os Jogos Olímpicos ipatinguenses
de Desportos”.
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EDUCAÇÃO Capítulo I