Maio 2013
Ano 21
Edição 1
DÉCIO DA
SILVA
MARIA-ELISABETH
SCHAEFFLER
Prêmio Personalidade
Brasil-Alemanha 2013
Deutsch-Brasilianische
Persönlichkeitsehrung 2013
INFRAESTRUTURA
COMPETITIVIDADE
INFRASTRUKTUR
WETTBEWERBSFÄHIGKEIT
DILEMA BRASILEIRO
BRASILIENS DILEMMA
AFETA O AGRIBUSINESS
AGROBUSINESS IN DER KRISE
SEGUROS
GRANDES OPORTUNIDADES
VERSICHERUNGEN
EINMALIGE INVESTITIONSMÖGLICHKEITEN
Energia
2
Energie
BRASILALEMANHA
Maio 2013
Sumário / Inhalt
14
4
Prêmio Personalidade
Brasil-Alemanha 2013
Crise da competitividade começa
corroer o agribusiness
Dilema da infraestrutura
Ao mesmo tempo em que se tornou um
campo atraente para investimentos em
infraestrutura, o Brasil não consegue
reduzir riscos, dar segurança jurídica e
garantir regras claras e duradouras para
os interessados.
Das Dilemma mit der Infrastruktur
Brasilien ist zu einem interessanten
Standort für Infrastrukturinvestitionen
geworden, schafft es aber nicht, die
Risiken für Investoren zu mindern,
Rechtssicherheit zu gewährleisten und
klare und langfristig geltende Regeln
aufzustellen.
Relatório da Organização Mundial de
Comércio (OMC) revela que, em 2012, o
Brasil perdeu participação no comércio
global. A crise de competitividade afeta
não só a indústria manufatureira, mas
vários setores da economia.
Krise der Wettbewerbsfähigkeit
greift auf das Agrobusiness über
Maria-Elisabeth Schaeffler, sóciaproprietária do Grupo Schaeffler,
integrado pelas empresas LuK, INA e FAG
e Décio da Silva, Presidente do Conselho
de Administração da WEG S.A. são as
Personalidades Brasil-Alemanha 2013.
A cerimônia de entrega da homenagem
acontecerá em São Paulo, que sediará
o evento pela segunda vez. Em 1995,
a primeira edição do evento também
aconteceu na capital paulista.
22
Ein Bericht der Welthandelsorganisation
zeigt, dass Brasilien 2012 Anteile am
Welthandel verloren hat. Die Krise der
Wettbewerbsfähigkeit trifft nicht nur die
verarbeitende Industrie, sondern auch
andere Wirtschaftszweige.
42 Comércio Exterior / Außenhandel
Em dez anos, importações brasileiras da Alemanha triplicaram / Innerhalb von zehn
Jahren haben sich die brasilianischen Importe aus Deutschland verdreifacht
50 Equipamentos / Wirtschaftskommentar
Máquinas e equipamentos para movimentar a infraestrutura /
Maschinen und Anlagen für Infrastrukturprojekte
56 Seguros / Versicherungen
Grandes riscos, grandes oportunidades / Große Risiken, große Chancen
62 Comentário Econômico / Wirtschaftskommentar
Investimentos estrangeiros no Brasil /
Ausländische Investitionen in Brasilien
Deutsch-Brasilianische
Persönlichkeitsehrung 2013
Maria-Elisabeth Schaeffler,
Gesellschafterin der Schaeffler Gruppe, zu
der die Unternehmen LuK, INA und FAG
gehören, und Décio da Silva, Vorsitzender
des Aufsichtsrats von WEG S.A., sind die
Deutsch-Brasilianischen Persönlichkeiten
2013. Die Feierlichkeiten finden zum
zweiten Mal - nach der ersten Ausgabe der
Veranstaltung 1995 - in São Paulo statt.
Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha / Deutsch-Brasilianische Industrie- und Handelskammern:
BRASIL-ALEMANHA é uma publicação
da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha produzida e editada pelo
Departamento de Comunicação Social /
Veröffentlichung der Deutsch-Brasilianischen
Industrie- und Handelskammern, die von der
Abteilung Öffentlichkeitsarbeit erstellt und
herausgegeben wird
CONSELHO EDITORIAL / HERAUSGEBER
Thomas Timm (Vice-Presidente-Executivo Câmara São Paulo / Hauptgeschäftsführer der
AHK São Paulo), Hanno Erwes (Diretor-Executivo Câmara Rio de Janeiro / Hauptgeschäftsführer der AHK Rio de Janeiro), Valmor
Kerber (Gerente Geral AHK Porto Alegre /
Leiter der AHK Porto Alegre)
DIRETOR DE COMUNICAÇÃO
SOCIAL MERCOSUL / LEITER
ÖFFENTLICHKEITSARBEIT MERCOSUR
Eckart Michael Pohl
DIRETORA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL /
ABTEILUNG ÖFFENTLICHKEITSARBEIT
Maio 2013Cecilia Degen
EDITORA E JORNALISTA RESPONSÁVEL
Cecília Degen - MTB 27.114 (SP)
REDAÇÃO / REDAKTION
Raquel Sander e Marco Túlio Pereira Silva (reportagens e textos / Reportagen und Texte);
Luciana Riccó e Vladimir Goitia (colaboração /
Freie Mitarbeiter); Wiebke Herbig e \ (tradução
/ Übersetzungen); Regina Helena Caetano,
Thomas Tünnemann (revisão / Lektorat)
FOTO DE CAPA / TITELBILD
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BRASILALEMANHA
3
Energia Brasilien
Brasil
Energie
O governo não
Vladimir Goitia
consegue atrair
Com acesso limitado e deficiente e qualidade pra lá de duvidosa e insuficiente, o
setor de infraestrutura e logística do Brasil
enfrenta um dilema que se arrasta há décadas.
As grandes obras, nos mais diversos campos
– de estradas de ferro e de rodagem a portos,
aeroportos e hidrovias; de energia, petróleo e
gás a telecomunicações e saneamento –, exigem investimentos de quase R$ 1 trilhão até
2020 para fazer frente à crescente demanda
e à expansão econômica do País.
Mas o governo federal não tem recursos em
caixa para tocar essas obras. Pior do que estar
sem dinheiro no bolso, entretanto, é o fato de
o governo não conseguir despertar “o espírito
animal” do setor privado para convencê-lo a
investir, aponta Adilson Primo, consultor e
membro do Sênior Advisory Board da Câmara
Brasil Alemanha, em tom de decepção e, ao
mesmo tempo, de alerta.
Em outras palavras, enquanto o País se tornou um campo fecundo para investimentos,
ao mesmo tempo não consegue mitigar riscos,
dar segurança jurídica e muito menos garantir
regras claras e duradouras. É bom lembrar que
há uma correlação direta entre esses aspectos
legais e o apetite por investimentos de longo
prazo, como os que o Brasil necessita na área
de infraestrutura e logística.
Ao citar dados recentes da Associação
Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de
Base (Abdib), Primo destaca que só o setor
de transportes e logística exigirá pelo menos
R$ 172 bilhões em investimentos (ver quadro
na página 8). Cálculos do governo mostram,
entretanto, que a construção de 7,5 mil quilômetros de rodovias e de 10 mil quilômetros de
investidores,
nem daqui e
muito menos de
fora do País
Em 2012, os investimentos
em infraestrutura
representaram 4,2%
do PIB brasileiro. Para
especialistas, essa taxa
deveria ser de 6% / Im
Jahr 2012 machten die
Infrastrukturinvestitionen
in Brasilien 4,2% des BIP
aus. Fachleute sind der
Ansicht, dieser Anteil
sollte bei 6% liegen
4
BRASILALEMANHA
ferrovias convencionais e de alta velocidade,
além de portos e aeroportos, exigirá bem mais
para sair do sufoco, quase R$ 240 bilhões.
Desse total, mais de R$ 91 bilhões se referem a ferrovias e R$ 42 bilhões, a rodovias. A
esses projetos foram acrescentadas as futuras
concessões dos aeroportos de Confins (MG)
e Galeão (RJ), no valor de R$ 35 bilhões, e
as de 158 portos, por quase R$ 55 bilhões.
O pacote não inclui ainda o trem de alta
velocidade (TAV) entre Rio e São Paulo, que
também deve custar R$ 35 bilhões.
Segundo o Programa de Investimento em
Logística (PIL), anunciado pelo governo em
meados do ano passado, toda a modernização da infraestrutura nacional exigirá de
R$ 400 bilhões a R$ 500 bilhões. Especialistas avaliam, entretanto, que os investimentos
necessários até o fim desta década somam
aproximadamente R$ 1 trilhão, incluindo
petróleo e gás. Isso se o País quiser crescer
5% ao ano.
“Acho que estamos vivendo um grande nó.
Por um lado, o Brasil oferece essa quantidade
enorme de projetos e oportunidades. Mas, por
outro, a grande pergunta é por que tudo isso
aí não anda, por que tudo isso aí não sai do
papel”, indaga Primo. Ou seja, o que o executivo quer dizer é que há projetos sobrando,
mas não se consegue investidor. Nem aqui
dentro, e muito menos lá fora.
Custos e riscos
Entre os fatores que mais atrapalham esse
“apetite” do investidor, de acordo com a avaliação de Primo e de outros consultores, está a
situação estrutural do País, em que o custo da
logística, por exemplo, chega a 10% do PIB,
ante apenas 5% do PIB nos Estados Unidos.
Maio 2013
Agência Estado/Jonne Roriz
O dilema da infraestrutura
Das Dilemma mit der Infrastruktur
Der Regierung gelingt es nicht, Investoren aus Brasilien oder
aus dem Ausland zu gewinnen
Vladimir Goitia
Die Mängel und Unzulänglichkeiten sowie die mehr
als zweifelhafte Qualität von Infrastruktur und Logistik
stellen Brasilien schon seit Jahrzehnten vor enorme Probleme. Große Bauprojekte in den verschiedensten Bereichen
- von Eisenbahnlinien und Autobahnen bis hin zu Häfen,
Flughäfen und Wasserwegen; von Energie, Öl und Gas
bis hin zu Telekommunikation und Siedlungswasserbau erfordern bis 2020 Investitionen von fast R$ 1 Billion, um
der steigenden Nachfrage und dem Wirtschaftswachstum
gerecht zu werden.
Aber die brasilianische Bundesregierung verfügt nicht
über die nötigen Mittel, um diese Bauprojekte anzugehen.
Und schlimmer noch: Es gelingt der Regierung nicht, den
„Jagdinstinkt“ der Privatwirtschaft zu wecken und die
Unternehmen zu Investitionen zu bewegen, wie Adilson
Primo, Unternehmensberater und Mitglied des Senior Advisory Board der AHK São Paulo, gleichermaßen enttäuscht
wie besorgt erklärt.
Das Land bietet jede Menge Investitionsmöglichkeiten,
schafft es aber nicht, Risiken einzuschränken, für Rechtssicherheit zu sorgen oder gar klare und langfristig geltende
Regeln zu gewährleisten. Zwischen diesen rechtlichen
Fragen und der Bereitschaft zu langfristigen Investitionen
Agência Estado/Epitácio Pessoa
- also z.B. den Investitionen in Infrastruktur und Logistik,
die Brasilien so dringend braucht - besteht ein direkter
Zusammenhang.
Mit Blick auf kürzlich vom Verband für Infrastruktur
und Grundstoffindustrie (ABDIB) veröffentlichte Daten
betont Primo, dass in Verkehr und Logistik bis 2020 mindestens R$ 172 Mrd. investiert werden müssten (s. Tabelle).
Nach Berechnungen der Regierung hingegen erfordert der
Bau von 7.500 Kilometern Straße und 10.000 Kilometern
Schiene (für herkömmliche Züge und Hochgeschwindigkeitszüge) sowie von Häfen und Flughäfen weit höhere
Investitionen: fast R$ 240 Mrd.
Davon müssten über R$ 91 Mrd. in den Eisenbahnbau,
R$ 42 Mrd. in den Straßenbau gehen. Hinzu kommt die
geplante Konzessionierung der Flughäfen Confins (im
Bundesstaat Minas Gerais) und Galeão (Rio de Janeiro)
im Wert von R$ 35 Mrd. und von 158 Häfen für fast R$
55 Mrd. Noch nicht einberechnet ist der Hochgeschwindigkeitszug zwischen Rio de Janeiro und São Paulo, der
auf R$ 35 Mrd. veranschlagt wird.
O Programa de Investimento em Logística (PIL) prevê que a
modernização da infraestrutura nacional exigirá de R$400
a R$500 bilhões / Das Programm für Investitionen in die
Logistik (PIL) veranschlagt die notwendigen Investitionen in die
Modernisierung der Infrastruktur auf R$ 400 bis R$ 500 Mrd.
Aterro Sanitário Bandeirantes em São Paulo
– tecnologia sofisticada faz com que o gás da
decompostagem gere energia elétrica /
Die Mülldeponie Bandeirantes in São Paulo - dank
moderner Technologien können die Zersetzunggase
zur Energieerzeugung verwendet werden
Maio 2013
BRASILALEMANHA
5
Energia Brasilien
Brasil
Energie
po entre a tomada de decisão e o início
dos investimentos. Mas as dificuldades
parecem não parar de crescer.
Godoy avalia que outro desafio a ser
superado é o trâmite do investimento,
que precisa ser melhorado para dar
maior previsibilidade aos prazos e aos
custos das obras. De acordo com ele,
um dos aspectos que podem contribuir
para isso, além do planejamento, é o
aperfeiçoamento do seguro-garantia
na infraestrutura.
“Se tivermos um bom seguro-garantia, com regras claras e uma apólice que seja realmente cobrável, o
próprio mercado selecionará aqueles
[investidores] que merecem crédito
para que tenham condições de cumprir as obrigações contratuais. Com
o seguro-garantia, é possível ter boas
empresas disputando as concessões
de infraestrutura em um processo
competitivo, justo e equilibrado, sem
a necessidade de pensar em qualquer
tipo de restrição à participação das
empresas nos leilões.”
Diante desse revés, uma nova modelagem de venda foi apresentada em
fevereiro com a extensão do prazo de
concessão de 25 anos para 30 anos e
uma taxa de retorno entre 10% e 15%,
dados os riscos e custos apontados
pelo setor privado. Tudo indica que
os projetos de concessão de ferrovias
e portos também precisarão passar por
revisões semelhantes para despertar a
tentação do investidor.
“Em suma, não adianta o governo
chamar o setor privado para conversar,
mostrar uma infinidade de projetos e
tentar convencê-lo a investir se não
melhora o ambiente de negócios”,
alerta Primo.
Paulo Godoy, presidente da Abdib e
um dos empresários com maior trânsito em Brasília, tem a mesma percepção.
“O essencial é criar um bom ambiente
interno para negócios e investimentos,
regulação clara e estável, projetos com
sinal econômico adequado, regras
claras de competição e boas condições
internas de financiamento”, afirma.
A essa lista Godoy acrescenta a necessidade de dar especial atenção ao
cumprimento das etapas preparatórias
aos investimentos, como licenciamento ambiental e desapropriações, editais
de licitação e audiências públicas, de
forma que seja possível reduzir o temAgência Estado/Girleno Alencar
Além dos fatores negativos de competitividade, Primo cita o forte viés
intervencionista do Estado na economia, quando a sua função deveria ser
apenas de regular e fiscalizar. Outros
aspectos que têm afastado os investidores são a falta de regras claras e o
desrespeito aos contratos.
Pior é que todos esses aspectos negativos se somam agora à quebra dos
principais pilares da economia brasileira, como o superávit fiscal, as metas de
inflação e o câmbio flutuante, além, claro, dos efeitos maléficos da maquiagem
contábil do governo Dilma Rousseff,
que, na avaliação de economistas, está
jogando por terra o mais antigo e importante fundamento que atrai o setor
privado: a credibilidade. “O investidor
vê isso de forma muito negativa. Todas
essas manobras prejudicam significativamente o País”, avalia Primo.
Outro tema crucial é a taxa interna
de retorno (TIR). Recente levantamento mostra que, no governo FHC,
essa taxa chegou a 15%. Em leilões
feitos durante o governo Lula, em
2007, já havia caído para 8,75%. Mas
despencou para 5,5% a 6,5% na atual
gestão. Daí o fracasso de alguns leilões
de rodovias, por exemplo, o que levou
o governo a rever as regras das concessões para esse setor.
Planejamento
Olhando de todos os ângulos possíveis, o quadro é tão nefasto que não é
difícil entender a defasagem brutal que
existe na relação entre o investimento
público e o PIB no Brasil. Segundo
estudos do BNDES, o País investiu
apenas 2,1% do PIB em infraestrutura
entre 2006 e 2009, bem abaixo dos 5%
a 7% observados nos países asiáticos,
e até no Chile e na Colômbia, onde
o investimento público é três vezes
superior ao brasileiro.
No ano passado, melhorou um pouco e passou para 4,2% do PIB, mas, na
opinião de Primo, é necessário chegar a
um patamar pelo menos parecido com
o de outros países emergentes ou até
com o de seus principais concorrentes.
“Para atingir pelo menos 6% do PIB,
o Brasil precisará investir quase R$ 1
trilhão”, afirma Primo.
A falta de experiência com planejamentos
de longo prazo é um fator que dificulta
o desenvolvimento dos projetos de
infraestrutura no Brasil / Die mangelnde
Erfahrung mit langfristiger Planung ist
ein Hindernis bei der Entwicklung von
Infrastrukturprojekten in Brasilien
6
BRASILALEMANHA
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
7
Energia Brasilien
Brasil
Energie
Necessidades de investimentos no Brasil até 2020
Notwendige Investitionen in Brasilien bis 2020
Petróleo e gás / Erdöl und Gas
R$
424,5 bilhões / Mrd
Transporte e logística / Transport und Logistik
R$
172 bilhões / Mrd.
Energia elétrica / Elektroenergie
R$
142 bilhões / Mrd.
Telecomunicações / Telekommunikation
98,5 bilhões / Mrd.
Fotos: Shutterstock
R$
Saneamento básico / Siedlungswasserbau
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BRASILALEMANHA
R$
85 bilhões / Mrd.
Maio 2013
Agência Estado/Hélvio Romero
Infraestrutura
e logística são
fatores indutores do
desenvolvimento
/ Infrastruktur
und Logistik sind
Entwicklungsmotoren
Laut dem Programm für Investitionen in die Logistik
(PIL), das die Regierung Mitte letzten Jahres angekündigt
hat, müssen in die Modernisierung der brasilianischen
Infrastruktur R$ 400 Mrd. bis R$ 500 Mrd. fließen. Fachleute hingegen gehen davon aus, dass sich die notwendigen
Investitionen bis 2020 auf ca. R$ 1 Billion summieren,
wobei hier auch der Öl- und Gassektor eingerechnet wird.
Ziel ist ein Wirtschaftswachstum von 5% im Jahr.
„Wir stecken fest. Brasilien bietet enorm viele Projekte
und Möglichkeiten. Die große Frage lautet, warum nichts
passiert, warum nichts davon in die Tat umgesetzt wird“,
so Primo. Projekte gibt es seiner Ansicht nach im Überfluss,
aber es lassen sich keine Investoren dafür finden - nicht im
Inland und erst recht nicht im Ausland.
Kosten und Risiken
Was die Investitionsbereitschaft besonders hemmt, sind
nach Ansicht von Primo und von anderen Unternehmensberatern die Strukturen in Brasilien, wo beispielsweise die
Logistikkosten bei 10% des BIP liegen. Zum Vergleich: In
den USA liegt dieser Anteil bei nur 5%.
Neben negativen Wettbewerbsfähigkeitsfaktoren nennt
Primo auch die starken interventionistischen Tendenzen
des Staates, der sich eigentlich auf seine Aufsichts- und
Kontrollfunktionen beschränken sollte. Was Investoren
außerdem abschreckt, ist das Fehlen von klaren Regeln
und die Nichteinhaltung von Verträgen.
Das Schlimmste ist, dass jetzt außerdem die wichtigsten
Säulen einbrechen, auf denen die brasilianische Wirtschaft
ruht, wie z.B. der Haushaltsüberschuss, die Inflationsziele
und der flexible Wechselkurs. Hinzu kommt die kreative
Buchführung der Regierung Dilma Rousseff, die damit
nach Ansicht von Wirtschaftswissenschaftlern das verspielt, was für die Privatwirtschaft stets der wichtigste
Faktor war: die Glaubwürdigkeit. „Das kommt bei den
Investoren gar nicht gut an. All diese Winkelzüge fügen
dem Land erheblichen Schaden zu“, so Primo.
Ein entscheidendes Thema ist außerdem der interne
Zinsfuß (IRR - Internal Rate of Return). Nach einer kürzlich durchgeführten Erhebung lag diese interne Verzinsung
Maio 2013
unter der Regierung Fernando Henrique Cardoso bei
15%. Bei den Konzessionen, die unter der Regierung Lula
2007 versteigert wurden, waren es nur noch 8,75%. Und
jetzt sind es gerade einmal 5,5% bis 6,5%. Daran sind
beispielsweise einige Versteigerungen von Autobahnkonzessionen gescheitert, was die Regierung veranlasste, die
entsprechenden Regeln zu verändern.
Im Februar wurde eine neues Modell vorgelegt: Die
Konzessionsfrist wurde von 25 auf 30 Jahre verlängert, und
angesichts der von der Privatwirtschaft angeführten Kosten
und Risiken liegt die interne Verzinsung jetzt bei 10% bis
15%. Es spricht alles dafür, dass bei der Konzessionierung
von Eisenbahnstrecken und Häfen ähnliche Änderungen
vorzunehmen sind, um Investoren zu überzeugen.
„Kurz, es bringt nichts, wenn die Regierung den Privatunternehmen eine Unzahl von Projekten vorlegt, in die sie
investieren sollen, solange das Geschäftsklima nicht besser
wird“, warnt Primo.
Paulo Godoy, Präsident der ABDIB und einer der Unternehmer mit den besten Kontakten zur Regierung, ist
derselben Auffassung: „Das Wichtigste ist, dass im Land
ein gutes Geschäfts- und Investitionsklima geschaffen
wird. Wir brauchen klare und stabile Regeln, wirtschaftlich
vielversprechende Projekte, eindeutige Wettbewerbsregeln
und gute interne Finanzierungsbedingungen.“
Besonders müsse außerdem auf die Verfahren im Vorfeld
von Investitionen geachtet werden, wie z.B. Umweltgenehmigungsverfahren, Enteignungen, Ausschreibungen und
öffentliche Anhörungen, um den Zeitraum zwischen der
Entscheidungsfindung und dem Beginn der Investitionen
zu verkürzen. Aber die Probleme scheinen immer mehr
zu werden.
Auch der Investitionsverlauf selbst, so Godoy, müsse
verbessert werden, damit Fristen und Kosten besser vorhersehbar sind. Neben einer besseren Planung sei dabei
eine bessere Ausgestaltung der Erfüllungsgarantien bei
Infrastrukturprojekten hilfreich.
„Wenn eine Erfüllungsgarantie gut ausgearbeitet ist, mit
klaren Regeln und realistischen Versicherungsprämien,
filtert der Markt automatisch diejenigen [Investoren] aus,
BRASILALEMANHA
9
Para Fabiano Pompermayer, técnico
de Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais de
Inovação, Regulação e Infraestrutura
do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), a relação investimento/PIB pode ser melhorada à medida
que os novos modelos regulatórios
sejam assimilados e a capacidade de
planejamento seja recuperada.
“Por incrível que pareça, o problema
atual não é falta de recursos financeiros. Após mais de 20 anos sem grandes
investimentos em infraestrutura, a
capacidade de planejar e de executar
grandes projetos foi perdida”, lamenta
Pompermayer. Pior, acrescenta ele, é
que aquela que sobreviveu sofre com
as novas exigências ambientais e sociais, o que atrasa significativamente
a retomada dos investimentos em
infraestrutura, mesmo com recursos
financeiros disponíveis.
De fato, outro grande problema do
Brasil não é a falta de dinheiro ou
de projetos, mas a falta de planejamento, função que, infelizmente, o
Estado não pode delegar. “Historicamente, não temos tido excelência
em planejamento de longo prazo. O
problema da urgência sempre superou a necessidade, o fundamental. E
é isso, por exemplo, que leva políticos
Agência Estado/Jonne Roriz
a priorizarem um [projeto] em detrimento do outro. Assim, deixou-se de
planejar”, observa Jorge Wilheim,
arquiteto e urbanista.
Paulo M. A. Sobreira, diretor executivo da Área de Infraestrutura da Promon Engenharia, faz coro a Wilheim.
Para ele, os gargalos logísticos do País
estão relacionados à falta de planejamento. “O crucial é que há necessidade
de uma biblioteca de projetos, que
considero ter sido abandonada. A [obra
inacabada da] transposição do Rio São
Francisco é um retrato desse abandono, desse descaso com o dinheiro
público”, lamenta o empresário.
E não é difícil reparar em centenas
de obras paradas que se espalham
por todo o território nacional. De pequenas obras públicas a grandes empreendimentos, cada uma delas por
razões próprias. Mas, no final, todas
se resumem à falta de planejamento,
independentemente do porte, setor
ou região. Embora não existam cálculos precisos sobre quanto o Brasil
perde por ano com obras atrasadas ou
paralisadas, os especialistas afirmam
que esses números deixam de ser relevantes diante do tamanho do estrangulamento da infraestrutura no País.
Só no transporte público em grandes
centros urbanos, o Brasil perde pelo
Agência Estado/Nilton Fukuda
Energia Brasilien
Brasil
Energie
menos R$ 4 bilhões por ano, segundo
estimativas da Fundação Dom Cabral.
Esse valor é o equivalente a um trecho
do Rodoanel em São Paulo.
“É necessário que se comece a pensar que a infraestrutura e a logística são
indutores do desenvolvimento [de um
país]. E não o contrário, como parece
ser a percepção do governo. Não podemos esperar que esses dois aspectos
sejam decorrência do desenvolvimento. Isso é perverso”, afirma Sobreira.
Manoel Reis, especialista em infraestrutura da FGV Projetos, acrescenta que o componente “corrupção”
também dificulta a correta aplicação
dos recursos. Para ele, a falta de uma
visão integrada de planejamento e o
forte componente político nas decisões
estratégicas, visando beneficiar essa
ou aquela parte, dificultam, e muito,
o processo. “As decisões nem sempre
são alocadas a pessoas/órgãos capacitados para tanto. Esse é tipicamente o
caso dos aeroportos que, comparados
àqueles de outros países do porte e da
importância do Brasil, são vergonhosamente inferiores”, diz.
A modernização dos 7,5 mil quilômetros
de estradas brasileiras vai necessitar
R$ 42 bilhões / Die Modernisierung
von 7.5000 Straßenkilometern erfordert
Investitionen von R$ 42 Mrd.
10
BRASILALEMANHA
Maio 2013
die nicht über die Voraussetzungen verfügen, ihre vertraglichen Verpflichtungen einzuhalten. Mit einer Erfüllungsgarantie können sich gute Unternehmen in einem fairen
und ausgeglichenen Verfahren an den Ausschreibungen von
Infrastrukturprojekten beteiligen, ohne dass Teilnahmebeschränkungen aufgestellt werden müssen.“
Os testes para a primeira linha de monotrilhos na cidade de
São Paulo deverão ser iniciados no final deste ano / Die erste
Einschienenbahn in der Stadt São Paulo soll Ende des laufenden
Jahres in die Testphase gehen
Maio 2013
Planung
Egal, aus welchem Winkel man es betrachtet: Die Voraussetzungen sind denkbar schlecht, und so kann das krasse
Missverhältnis zwischen den öffentlichen Investitionen und
dem BIP nicht überraschen. Nach Daten der Entwicklungsbank BNDES investierte Brasilien in den Jahren 2006 bis
2009 nur 2,1% des BIP in die Infrastruktur. Das liegt weit
unter den 5% bis 7%, die in asiatischen Ländern üblich sind;
und sogar in Chile und Kolumbien sind die öffentlichen
Investitionen dreimal so hoch.
Im vergangenen Jahr war eine leichte Verbesserung auf
4,2% zu verzeichnen. Aber nach Ansicht von Primo müssen
die öffentlichen Investitionen mindestens auf das Niveau in
anderen Schwellenländern steigen oder sogar auf das Niveau
der Länder, die Brasiliens wichtigste Wettbewerber sind.
„Wenn mindestens 6% des BIP erreicht werden sollen, muss
Brasilien fast R$ 1 Billion investieren“, so Primo.
BRASILALEMANHA
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Agência Estado/Wilson Pedrosa
Energia Brasilien
Brasil
Energie
Fabiano Pompermayer, der in der
Abteilung für Branchenstudien und
Innovations-, Regulierungs- und
Infrastrukturmaßnahmen in der
Branchenpolitik am Institut für angewandte Wirtschaftsforschung (IPEA)
im Bereich Planung und Forschung
arbeitet, erklärt, das Verhältnis
Investitionen/BIP könne verbessert
werden, wenn die neuen aufsichtsrechtlichen Modelle angepasst würden und die Planungskompetenz
wiederhergestellt würde.
„So unglaublich das auch klingt,
das Problem im Moment ist nicht der
Mangel an finanziellen Mitteln. Nach
20 Jahren ohne große Investitionen
in die Infrastruktur wissen wir nicht
mehr, wie große Projekte geplant und
durchgeführt werden“, beklagt Pompermayer. Noch schlimmer sei die
Tatsache, dass das wenige Know-how,
das noch da sei, unter den neuen ökologischen und sozialen Anforderungen leide. Dadurch verzögerten sich
die Investitionen in die Infrastruktur
auch dann, wenn die notwendigen
Mittel zur Verfügung stünden.
Tatsächlich ist ein weiteres großes
Problem in Brasilien nicht der Mangel an Geld oder Projekten, sondern
der Mangel an Planung, und diese
Funktion kann der Staat leider nicht
delegieren. „Langfristige Planung
war noch nie unsere Stärke. Alles ist
12
BRASILALEMANHA
immer so eilig, dass das Wichtigste,
die Planung, auf der Strecke bleibt.
Unter anderem deshalb entscheiden
sich Politiker für ein Projekt und gegen
ein anderes. Geplant wird nicht mehr“,
erklärt der Architekt und Stadtplaner
Jorge Wilheim.
Paulo M. A. Sobreira, Infrastrukturvorstand des Unternehmens Promon
Engenharia, stimmt Wilheim zu. Auch
er führt die logistischen Engpässe auf
mangelnde Planung zurück. „Entscheidend ist, dass ein Verzeichnis
aller Projekte erstellt wird. Das scheint
mir im Moment nicht mehr der Fall zu
sein. Die gestoppten Bauarbeiten zur
Umleitung des Rio São Francisco sind
ein gutes Beispiel für die Nachlässigkeit
und den laxen Umgang mit öffentlichen
Geldern“, beklagt der Unternehmer.
Im ganzen Land finden sich hunderte
von kleinen und großen Bauprojekten,
die aus verschiedenen Gründen aufgegeben wurden. Aber letzten Endes
scheitern sie alle an der mangelnden
Planung, unabhängig von der Größe
des Projekts, der Branche und der
Region. Es liegen keine präzisen Berechnungen darüber vor, wie viel Brasilien jedes Jahr durch verspätete oder
stillstehende Bauprojekte verliert, und
Fachleute sind der Meinung, genaue
Zahlen verlören angesichts der enormen Infrastrukturschwäche ohnehin
an Relevanz. Allein im öffentlichen
Nahverkehr in den Großstädten gehen Brasilien nach Schätzungen der
Dom-Cabral-Stiftung jedes mindestens Jahr R$ 4 Mrd. verloren. Dieser
Wert entspricht einem Abschnitt der
Autobahnumgehung von São Paulo.
„Es muss ein Umdenken stattfinden: Infrastruktur und Logistik sind
Entwicklungsmotoren. Die Regierung
scheint das Gegenteil zu denken.
Wir dürfen nicht erwarten, dass sich
Infrastruktur und Logistik infolge der
Entwicklung automatisch verbessern.
Es ist genau umgekehrt“, so Sobreira
von Promon Engenharia.
Manoel Reis, Fachmann für Infrastruktur bei FGV Projetos, einem
Institut der Getúlio-Vargas-Stiftung,
fügt hinzu, dass die Korruption eine
gute Mittelallokation erschwere. Seiner Ansicht nach fehle es einerseits
an einer ganzheitlichen Planung; andererseits seien die strategischen Entscheidungen stark politisch gefärbt
und würden als Mittel genutzt, um
dieser oder jener Gruppe Vorteile zu
verschaffen. Beides führe zu großen
Problemen. „Entscheidungen werden
nicht immer von Personen oder Gremien getroffen, die dafür qualifiziert
sind. Ein typisches Beispiel sind die
Flughäfen. Im Vergleich zu anderen
ähnlich großen und ähnlich wichtigen Ländern hat Brasilien peinlich
schlechte Flughäfen.“
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
13
Energia Energie Wettbewerbsfähigkeit
Competitividade
Vladimir Goitia
No início de abril, a Organização Mundial do
Comércio (OMC) soltou seu relatório anual no
qual ficou confirmado o que a indústria nacional
mais temia: o Brasil perdeu espaço no comércio
global em 2012 e tudo indica que este ano poderá ser pior, devido, também, à desaceleração
do intercâmbio comercial no mundo. Dados
daquele que é considerado xerife do comércio
mundial mostram que a participação do País nas
exportações globais recuou de 1,4%, em 2011,
para 1,3% no ano passado. Essa fatia é inferior
à da Espanha, que, apesar de estar no centro da
crise europeia, tem 1,6%, e à do México, dono
de 2%. A participação brasileira nas importações
globais é de 1,3%, também inferior à da Espanha
(1,8%) e à do México (2%).
“O Brasil está vivendo um momento agudo de
crise de competitividade. Essa corrosão é efeito
da combinação de vários fatores”, lamenta o embaixador Rubens Ricupero, ex-secretário-geral
da Unctad (Conferência das Nações Unidas
sobre Comércio e Desenvolvimento) e diretor
da Faculdade de Economia da Faap. Para ele,
a perda de competitividade brasileira, como
mostram os dados da OMC, é mais visível hoje
na indústria manufatureira, exceto em alguns
poucos casos, como no setor de siderurgia e de
agribusiness. “Mas o mais grave nesse quadro
todo é que, agora, a crise de competitividade
que o Brasil vive não está afetando só a indústria
manufatureira, mas também outros setores da
economia”, alerta o embaixador.
Ricupero avalia que a produção agropecuária,
considerada uma das mais competitivas do planeta, vem sendo corroída pela falta de planejamento. “É preciso levar em conta que, na economia
moderna, todos os setores estão interligados.
Todos dependem da mesma infraestrutura. Todos são encarecidos pela falta de infraestrutura ou
pela ineficiência desta”, diz. E o resultado dessa
ineficiência logística tem se refletido diretamente
na competitividade da agricultura do País, onde
os custos de transporte, da lavoura até o porto,
aumentaram mais de 200% nos últimos dez anos,
saindo da média de US$ 28 para US$ 85 a tonelada. Enquanto isso, os principais competidores,
como Estados Unidos e Argentina, têm um custo
de apenas US$ 22.
Agência Estado/Epitácio Pessoa
Crise de competitividade começa
a corroer o agribusiness
Em 2000, a safra brasileira de grãos foi de 100
milhões de toneladas e, agora, é de 180 milhões
de toneladas. No período, a infraestrutura
do País não foi alterada / Im Jahr 2000 lag die
Getreideernte bei 100 Mio. Tonnen; heute sind
es 180 Mio. Tonnen. An der Infrastruktur wurde
in dieser Zeit nichts geändert
14
BRASILALEMANHA
Maio 2013
Shutterstock
Krise der Wettbewerbsfähigkeit
greift auf das Agrobusiness über
Vladimir Goitia
Anfang April gab die Welthandelsorganisation (WTO) ihren Jahresbericht heraus, der bestätigte, was die
brasilianische Industrie am meisten
fürchtet: Brasilien hat 2012 Anteile am
Weltmarkt verloren, und es deutet alles
darauf hin, dass es 2013 schlimmer
wird, nicht zuletzt wegen des langsameren Anstiegs des Welthandels. Nach
Daten der WTO ist der Anteil Brasiliens an den globalen Exporten von 1,4%
im Jahr 2011 auf 1,3% im Jahr 2012
zurückgegangen. Damit bleibt Brasilien
noch hinter Spanien zurück, das selbst
im Epizentrum der europäischen Krise
einen Anteil von 1,6% an den Exporten
hält, und auch hinter Mexiko mit 2%.
Auch bei den globalen Importen steht
Brasilien mit 1,3% hinter Spanien
(1,8%) und Mexiko (2%).
„Brasiliens Wettbewerbsfähigkeit
steckt in einer akuten Krise, und dafür
gibt es eine Reihe von Gründen“, beklagt
Botschafter Rubens Ricupero, ehema-
Maio 2013
liger Generalsekretär der UNCTAD
(Konferenz der Vereinten Nationen
für Handel und Entwicklung) und
Rektor der Wirtschaftsfakultät an der
Armando-Alvares-Penteado-Stiftung
(FAAP). Die Wettbewerbsfähigkeit sei,
wie es auch die Daten der WTO zeigen,
besonders in der verarbeitenden Industrie zurückgegangen, mit wenigen Ausnahmen wie der Stahlindustrie und der
Agrarindustrie. „Aber das Schlimmste
ist, dass sich das Problem jetzt auch auf
andere Wirtschaftszweige überträgt“,
warnt Ricupero.
Auch in der Agrarproduktion, wo
Brasilien im internationalen Vergleich
zu den wettbewerbsfähigsten Ländern
gehört, ginge die Wettbewerbsfähigkeit allmählich zurück: „In einer
modernen Volkswirtschaft sind alle
Wirtschaftszweige miteinander verknüpft. Sie alle hängen von derselben
Infrastruktur ab. Und alle zahlen den
Preis für eine fehlende oder ineffiziente
Infrastruktur.“ Die Folge der ineffizienten Logistik spiegelt sich direkt in der
Wettbewerbsfähigkeit der brasilianischen Landwirtschaft wieder, wo sich
die Kosten für den Transport von den
Feldern bis zum Hafen in den letzten
zehn Jahren von US$ 28 auf US$ 85 pro
Tonne mehr als verdreifacht haben. Bei
den wichtigsten Wettbewerbern wie
den USA und Argentinien liegen diese
Kosten bei nur US$ 22.
Nach kürzlich vom Verkehrsministerium erhobenen Daten ist Brasilien
der BRIC -Staat, der am wenigsten in
die Infrastruktur investiert, nämlich
nur 0,42% des Bruttoinlandsprodukts
(BIP). China investierte im letzten
Jahr 10,6% des BIP, Indien 8% und
Russland 7%. So hat es seinen guten
Grund, dass Brasilien im Ranking des
Weltwirtschaftsforums auf Platz 104
steht, wenn es um die Qualität der Infrastruktur geht; beim Straßennetz steht
Brasilien auf Platz 118, bei den Häfen
auf Platz 130. „Wir zahlen den Preis
für 40 Jahre ohne Investitionen in die
Infrastruktur. Und dieses Problem lässt
sich nur langfristig lösen“, so Ricupero.
BRASILALEMANHA
15
Energia Energie Wettbewerbsfähigkeit
Competitividade
O Custo Brasil e a valorização do
real tornam os produtos nacionais,
em média, 34,2% mais caros que
os similares estrangeiros / Der
„Custo Brasil“ und die Aufwertung
des Real machen die brasilianischen
Produkte um durchschnittlich
34,2% teurer als ähnliche
Importprodukte
Agência Estado/Alberto Cesar Araújo
de grãos, em 2000, para 180 milhões
nesta safra. Vale ressaltar também
que naquele mês da “escuridão nos
portos” brasileiros a exportação foi
afetada, carregamentos foram cancelados e, mais que tudo, o País perdeu
competitividade no fornecimento de
alimentos e credibilidade junto aos
seus importadores.
“Quando se discute competitividade, é preciso ressaltar que as empresas
brasileiras enfrentam vários obstáculos
relacionados ao ambiente de negócios,
e a infraestrutura é um dos principais”,
reforça nas críticas José Ricardo Roriz
Coelho, diretor do Departamento de
Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp). O
executivo lembra que um estudo conduzido por seu departamento mostra
Agência Estado/Michel Euler
Segundo dados recentes do Ministério dos Transportes, o Brasil é, diferentemente de outros países exportadores
do grupo dos Brics, o que menos investe
em infraestrutura. Apenas 0,42% do
seu Produto Interno Bruto (PIB). No
ano passado, a China investiu 10,6%;
a Índia, 8%; e a Rússia, 7%. Não é para
menos que o Fórum Econômico Mundial de Davos classificou o Brasil como
104º colocado no ranking de qualidade
de infraestrutura, além de estar em 118º
lugar em rodovias e em 130º em portos.
“Estamos pagando o preço de 40 anos
sem investimentos em infraestrutura.
E esse problema só é possível resolver
a longo prazo”, diz Ricupero.
O apagão logístico ocorrido ao final
de março, quando uma fila gigantesca
de caminhões em direção a Santos (SP)
atingiu o recorde de 25 quilômetros e
navios passaram dias esperando ao
largo para o embarque da soja, não foi
mero acaso. Pior é que o caos portuário tem se agravado a cada ano. Não
custa lembrar que o Brasil saiu de uma
produção de 100 milhões de toneladas
que um bem manufaturado nacional
é, em média (variando de setor para
setor), 34,2% mais caro que o similar
importado dos principais parceiros
comerciais, já incluídas as alíquotas
de importação. Isso, segundo ele, em
função do custo Brasil e da valorização
do real sobre o dólar. Na área agrícola,
o estudo do Decomtec constatou que
as perdas somam US$ 4 bilhões por
ano e, na indústria, US$ 17 bilhões.
Ao todo, o Brasil tem tido prejuízo de
US$ 23 bilhões anuais em virtude de
portos e estradas ruins.
“E não venham com essa ideia de
que o agribusiness vai continuar a
sustentar a economia do País. Não vai
não. Não vai mais”, alerta Ricupero.
Outras vozes fazem coro às críticas
do embaixador. Em meados de abril,
por exemplo, a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine
Lagarde, alertou para esse fato. Disse
que, no Brasil, há muito a ser feito
sobre os gargalos em portos, aeroportos e rodovias. “O fornecimento
e o escoamento de mercadorias são
limitados por gargalos em quase todo
o território. Aprimorar a infraestrutura
poderia melhorar muito a situação do
País, e é isso que sugerimos que seja
priorizado”, declarou Lagarde.
Christine Lagarde, chefe do Fundo
Monetário Internacional (FMI),
alertou o Brasil sobre os gargalos
em portos, aeroportos e rodovias /
Christine Lagarde, Direktorin des
Internationalen Währungsfonds
(IWF), hält die Engpässe an
den brasilianischen Häfen und
Flughäfen und im Straßenverkehr
für alarmierend
16
BRASILALEMANHA
Maio 2013
Zum „logistischen Totalausfall“
kam es - nicht unerwartet - Ende
März, als die Lkw-Schlange Richtung
Santos (im Bundesstaat São Paulo)
eine Rekordlänge von 25 Kilometern
erreichte und die Schiffe tagelang vor
dem Hafen lagen und auf die Sojaladungen warteten. Und das Chaos
an den Häfen wird von Jahr zu Jahr
schlimmer. Die Getreideproduktion in
Brasilien hat sich von 100 Mio. Tonnen
im Jahr 2000 auf 180 Mio. Tonnen in
diesem Erntejahr erhöht. Der März
war ein schwarzer Monat für die brasilianischen Häfen und hat sich ausgesprochen ungünstig auf die Exporte
ausgewirkt: Ganze Schiffsladungen
konnten nicht versandt werden, und
das Land hat bezüglich der Lieferung
von Lebensmitteln an Wettbewerbsfähigkeit und bei den Importeuren an
Glaubwürdigkeit verloren.
„Bei der Debatte über Wettbewerbsfähigkeit darf man nicht vergessen,
dass die brasilianischen Unternehmen
in einer schwierigen Geschäftsum-
Maio 2013
gebung agieren, und zu den größten
Problemen zählt die Infrastruktur“,
betont José Ricardo Roriz Coelho,
Leiter der Abteilung Wettbewerbsfähigkeit und Technologie (Decomtec)
im Industrieverband des Bundesstaats
São Paulo (FIESP). Eine Studie seiner
Abteilung hat ergeben, dass ein in Brasilien hergestelltes Produkt im Durchschnitt (die genauen Werte sind in jeder
Branche anders) 34,2% teurer ist als ein
ähnliches Produkt, das von den wichtigsten Handelspartnern gekauft und
nach Brasilien importiert wird, und
zwar einschließlich der Einfuhrzölle.
Das, so Coelho, liegt am sogenannten
„Custo Brasil“, den Standortnachteilen
Brasiliens, und an der Aufwertung des
Real gegenüber dem Dollar. In der
Landwirtschaft summieren sich die
Verluste nach der Decomtec-Studie auf
US$ 4 Mrd., in der Industrie auf US$ 17
Mrd. pro Jahr. Insgesamt muss Brasilien aufgrund der schlechten Häfen und
Straßen jedes Jahr einen Verlust von
US$ 23 Mrd. verzeichnen.
„Und mir kann keiner erzählen, dass
das Agrobusiness die brasilianische
Wirtschaft auch weiterhin am Laufen
hält. Das wird nicht funktionieren. Die
Zeiten sind vorbei“, warnt Ricupero.
Der Botschafter steht mit seiner Meinung nicht allein. Mitte April sprach
beispielsweise die Direktorin des Internationalen Währungsfonds (IWF),
Christine Lagarde, eine ähnliche Warnung aus. Sie sagte, in Brasilien müsse
viel passieren, um die Engpässe an
Häfen und Flughäfen und im Straßennetz in den Griff zu bekommen. „Der
Warentransport steht im ganzen Land
vor Engpässen. Verbesserungen in der
Infrastruktur könnten die Situation in
Brasilien insgesamt sehr verbessern,
deshalb empfehlen wir, dem Thema
Priorität einzuräumen“, so Lagarde.
Wechselkurse, Steuern und andere
Hindernisse- Ricupero macht für den
Verlust der Wettbewerbsfähigkeit noch
einen anderen Faktor verantwortlich,
den er für entscheidend hält: die aufgewertete Währung. Das ist seiner
BRASILALEMANHA
17
Energia Energie Wettbewerbsfähigkeit
Competitividade
“Essas medidas no campo tributário
são importantes, mas ainda insuficientes para recuperar a competitividade da
indústria de transformação. Considerando a principal dessas medidas, que
foi a desoneração da folha de pagamentos e entrou em vigor para algumas atividades da indústria de transformação
em 2012, seu efeito foi reduzir a participação da carga tributária no preço
industrial em meio ponto percentual”,
explica Roriz. Logo, acrescenta o executivo da Fiesp, não é adequado falar em
“ajuda” ao setor, quando o que ocorreu
foi apenas uma ligeira redução no ônus
tributário, que é muito desproporcional
e desfavorável à indústria. “Isso deixa
claro que há ainda muito a fazer no
campo tributário no Brasil.”
Plöger concorda com Roriz e reforça
que essas medidas ainda são insuficientes, principalmente pela carga tributária
que pesa sobre os investimentos. “As
medidas lançadas são muito bem-vindas. Mas não custa lembrar que a
maior parte da carga está no ICMS. Por
isso, urge que o governo negocie com os
Estados, já que esta parte pega muito a
indústria”, afirma. Em relação ao peso
da folha salarial, Plöger lembra que a
taxa de desocupação no País (5,6% em
fevereiro, ainda o menor nível para o
mês desde o início da série em março
de 2002), considerada praticamente de
pleno emprego, tem tido um efeito colateral complicado: pressão nos custos
salariais por causa da cobiça dos cargos.
“Certamente, isso aumenta o consumo,
mas encarece a mão de obra e os custos
de produção”, afirma.
Para preparar e
pagar tributos no
Brasil, as empresas
gastam anualmente
2.600 horas, ante as
227 horas dos seus
principais parceiros
comerciais
A burocracia é mais um agravante na
competitividade brasileira. Estudo recente do Banco Mundial sobre “Doing
Business” mostra o Brasil na 130ª colocação entre 185 economias. Piorou
em relação a 2012. Perde até para a
Turquia e a Coreia do Sul, países com
os quais a indústria nacional precisa
competir para colocar seus produtos
no mercado internacional. “O Brasil se
destaca pela complexa estrutura regulatória dos impostos e contribuições,
agravando o problema representado
pela alta carga tributária em relação ao
PIB. O tempo que se gasta anualmente
nas empresas para preparar, registrar
e pagar tributos é de 2.600 horas no
Brasil, ante 227 horas nos principais
parceiros comerciais do país. O efeito
dessa burocracia na competitividade é
grave”, lamenta Roriz.
Agência Estado/Felipe Rau
Taxas de câmbio, tributos e outros
agravantes – Ricupero atribui também
à perda de competitividade outro fator
considerado por ele crucial: a taxa
de câmbio valorizada. Pior é que, de
acordo com ele, o Brasil está, neste
momento, em uma situação que não
lhe permite mais desvalorizar o real.
“O movimento se inverteu, agora não
dá mais. Depois de ter deixado o dólar
chegar a R$ 2, não é mais possível corrigir a taxa.” Para ele, a inflação está se
agravando e, se o governo optar pela
desvalorização, a inflação vai piorar.
“A questão cambial é a mais grave”,
emenda Ingo Plöger, coordenador do
Comitê de Relações Governamentais
e Institucionais da Câmara Brasil-Alemanha. “Para sermos mais competitivos, a taxa deveria estar em torno
de 2,4 ou 2,5 reais por dólar, embora
outros digam em 2,2 ou 2,3 reais. Mas
o fato é que, com uma inflação de mais
de 6,5% ao ano, que já furou o teto, não
é mais possível corrigir essa taxa, caso
contrário entraríamos num quadro
inflacionário complicado”, acrescenta.
Outro fator elencado por Plöger,
Roriz e pelo embaixador Ricupero é
a questão estrutural do País (carga
tributária, burocracia e peso da folha
salarial). Na área tributária, de acordo
com o diretor da Fiesp, a indústria de
transformação é o setor mais onerado
da economia do País. Segundo ele, em
2010 respondeu por 33,9% da arrecadação total de tributos, quase o dobro
de sua participação no PIB, então em
16,2%. Para aliviar a pressão sobre o
setor produtivo, o governo tem feito
desonerações setoriais, como redução
da taxa de juros e custo da energia, que
deverão representar para os cofres públicos uma renúncia de R$ 88 bilhões
em 2014, após ter chegado a R$ 70
bilhões este ano.
Portos e estradas ruins
colaboram para aumentar as
perdas do setor agrícola /
Schlechte Häfen und Straßen
sind mitverantwortlich für die
Verluste im Agrobusiness
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BRASILALEMANHA
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
19
Energia Energie Wettbewerbsfähigkeit
Competitividade
Meinung nach umso problematischer, als Brasilien im Moment den Real nicht abwerten kann. „Die Situation hat sich
umgekehrt, eine Abwertung ist jetzt nicht mehr möglich.
Man hat den Dollar bei R$ 2 ankommen lassen, und jetzt
ist es zu spät für eine Korrektur.“ Die Inflation sei bereits
steigend, und falls sich die Regierung für eine Abwertung
entscheide, würde die Inflation weiter angeheizt.
Der Wechselkurs ist das größte Problem“, sagt auch Ingo
Plöger, Koordinator des Ausschusses für Regierungsbeziehungen und institutionelle Zusammenarbeit der AHK São
Pualo. „Wenn wir wettbewerbsfähiger werden wollen, müsste der Kurs bei 2,4 oder 2,5 Reais pro Dollar liegen; einige
gehen von 2,2 oder 2,3 Reais aus. Tatsache ist jedenfalls,
dass der Wechselkurs bei einer Inflationsrate, die mit über
6,5% im Jahr bereits durch die Decke gegangen ist, nicht
mehr korrigiert werden kann, sonst wird es mit der Inflation
richtig kompliziert“, so Plöger weiter.
Ein weiterer Faktor, den Plöger, Coelho und Ricupero
nennen, ist struktureller Natur (Steuerlast, Bürokratie
und Lohnkosten). Unter der Steuerlast leidet nach Ansicht
von Coelho von der FIESP besonders die verarbeitende
Industrie. Im Jahr 2010 seien 33,9% der Steuereinnahmen
von der verarbeitenden Industrie erhoben worden; dieser
Anteil war mehr als doppelt so hoch wie der Anteil am
BIP (16,2%). Um den produktiven Sektor zu entlasten,
hat die Regierung u.a. die Zinssätze und die Energiepreise
gesenkt, was voraussichtlich zu Einnahmeausfällen von R$
70 Mrd. im laufenden Jahr und von R$ 88 Mrd. im Jahr
2014 führen wird.
„Diese Maßnahmen sind wichtig, aber nicht ausreichend,
um die Wettbewerbsfähigkeit der verarbeitenden Industrie
wiederherzustellen. So hat die wichtigste Maßnahme, die
Senkung der Lohnnebenkosten in einigen Industriezweigen
im Jahr 2012, den Anteil der Steuern am Preis der Produkte
um nur einen halben Prozentpunkt gesenkt“, erklärt Coelho. Es sei auch irreführend, von einer „Unterstützung“ der
20
BRASILALEMANHA
Industrie zu reden, da lediglich die Steuerlast - die für die
Industrie unverhältnismäßig hoch und ungünstig ist - ein
wenig gesenkt wurde. Dieses Beispiel zeige eindeutig, dass
Brasilien im Bereich der Steuerpolitik noch viel zu tun habe.
Auch Plöger hält die bisher unternommen Schritte für
unzureichend, insbesondere was die Besteuerung von
Investitionen angeht. „Die getroffenen Maßnahmen sind
sehr willkommen. Aber was den Großteil der Steuerlast
ausmacht, ist die [von den Bundesstaaten erhobene ] Mehrwertsteuer ICMS. Deshalb muss die Bundesregierung dringend mit den Bundesstaaten verhandeln, denn die ICMS ist
eine große Belastung für die Industrie. Zu den Lohnkosten
erklärt Plöger, die Arbeitslosenquote sei sehr niedrig (die
5,6% im Februar sind der niedrigste Wert für diesen Monat
seit Beginn der Aufzeichnungen im März 2002 und gelten
fast als Vollbeschäftigung), was zu einem Problem führe: Es
entstehe Druck auf die Lohnkosten, weil die Arbeitsplätze
dringend besetzt werden müssen. „Damit steigt natürlich
der Konsum, aber gleichzeitig werden Arbeitskräfte teurer,
und die Produktionskosten steigen.“
Auch die Bürokratie schadet der brasilianischen Wettbewerbsfähigkeit. Im letzten „Doing Business“-Bericht der
Weltbank schnitt Brasilien schlechter ab als im Jahr 2012
und rangierte unter 185 Volkswirtschaften auf Platz 130.
Damit steht Brasilien sogar noch hinter der Türkei und
Südkorea - mit diesen Ländern konkurriert die brasilianische
Industrie auf dem Weltmarkt. „Auffallend sind in Brasilien
die komplizierten aufsichtsrechtlichen Strukturen bei Steuern und Abgaben, was das Problem der im Verhältnis zum
BIP hohen Steuerlast nur noch schlimmer macht. Jedes Jahr
brauchen die brasilianischen Unternehmen 2.600 Stunden,
um die Steuererklärung vorzubereiten und einzureichen und
die Steuern zu bezahlen. In den Ländern, die die wichtigsten
Handelspartner Brasiliens sind, sind es gerade einmal 227
Stunden. Diese Bürokratie wirkt sich verheerend auf die
Wettbewerbsfähigkeit aus“, so Coelho.
Maio 2013
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BRASILALEMANHA
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Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Divulgação/Volkswagen do Brasil
Divulgação/AHK
Energia
Prêmio Personalidade
Energie
Brasil-Alemanha
Pela segunda
vez, desde
que foi
criada, a
homenagem
será entregue
em São Paulo
22
BRASILALEMANHA
Prêmio Personalidade
Brasil-Alemanha
Dezoito anos depois de ter sediado, em
1995, a primeira edição da entrega do Prêmio
Personalidade Brasil-Alemanha, mais uma vez,
a cerimônia será realizada na capital paulista.
Os homenageados deste ano serão, pelo
lado alemão, Maria-Elisabeth Schaeffler,
sócia-proprietária do Grupo Schaeffler, e, pelo
lado brasileiro, Décio da Silva, presidente dos
Conselhos de Administração da WPA Participações e Serviços S.A. e da WEG S.A. Ambos
concederam entrevistas exclusivas à Revista
BRASILALEMANHA, publicadas nas páginas
26 e 34 desta edição.
Já, em 1995, os homenageados foram dois
ícones do mundo empresarial. Pelo lado brasileiro, a distinção foi entregue a Eliezer Batista,
notabilizado e respeitado como presidente da
Companhia Vale do Rio Doce, uma figura que
exerceu grande influência sobre os rumos do
desenvolvimento brasileiro. Hans Merkle recebeu o prêmio pelo lado alemão. Infelizmente, já
falecido, era, então, presidente de honra do con-
Wiesbaden, 2012
2013
selho de supervisão mundial da Robert Bosch.
A dimensão e a autoridade das duas primeiras Personalidades Brasil-Alemanha já
indicavam o perfil e a relevância daqueles que
seriam homenageados nos anos subsequentes.
Atualmente, esse grupo é integrado por
36 pessoas, entre as quais estão ministros de
Estado, embaixadores, empresários e pessoas
ligadas à área de responsabilidade social. O
trabalho por elas realizado testemunha a importância e a diversidade das relações entre as
duas nações.
Criado, em 1995, pela Confederação das Câmaras Alemãs de Comércio e Indústria (DIHK
na sigla em alemão) em conjunto com a Câmara
Brasil-Alemanha, o Prêmio Personalidade
homenageia, anualmente, dois representantes
– um de cada país, em reconhecimento às ações
e iniciativas tomadas e que contribuíram para
fortalecer as relações bilaterais. (CD)
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BRASILALEMANHA
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Energia
Prêmio Personalidade
Energie
Brasil-Alemanha
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Divulgação/Volkswagen do Brasil
Em 2011, o Prêmio
Personalidade BrasilAlemanha foi entregue ao
Dr. Martin Winterkorn,
Chairman do Conselho
de Administração da
Volkswagen AG (ao centro),
e ao Governador Sérgio
Cabral (à sua esq.) / Die
Deutsch-Brasilianischen
Persönlichkeiten
2011 waren Dr.
Martin Winterkorn,
Vorstandsvorsitzender der
Volkswagen AG (Mitte)
und Gouverneur Sérgio
Cabral (links)
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Die Verleihung findet zum zweiten Mal in São Paulo statt
1995 wurde die Deutsch-Brasilianischen Persönlichkeitsehrung zum
ersten Mal ausgesprochen. Damals
fanden die Feierlichkeiten in São Paulo
statt, und nach 18 Jahren ist die Stadt
ein zweites Mal Gastgeber.
Die diesjährigen Geehrten sind
auf deutscher Seite Maria-Elisabeth
Schaeffler, Gesellschafterin und Inhaberin der Schaeffler-Gruppe, und auf
brasilianischer Seite Décio da Silva,
Vorsitzender des Verwaltungsrats von
WPA Participações e Serviços S.A.
und von WEG S.A. Beide haben der
BRASILALEMANHA ein Exklusivinterview gegeben (s. Seite 26 und 34).
Schon 1995 wurden zwei Vorzeigeunternehmer geehrt: Auf brasilianischer Seite ging die Ehrung an
Eliezer Batista, der als Präsident der
Companhia Vale do Rio Doce große
Anerkennung genoss und großen Einfluss auf die brasilianische Entwicklung hatte. Auf deutscher Seite wurde
Hans Merkle geehrt. Der mittlerweile
verstorbene Unternehmer war damals
Ehrenvorsitzender des Aufsichtsrats
von Robert Bosch.
Durch die Wahl dieser zwei einflussreichen Persönlichkeiten war die
Messlatte für die Ehrung von Anfang
an hoch gehängt.
Bisher wurden 36 Personen zur
Deutsch-Brasilianischen Persönlichkeit
gewählt, darunter Ministerpräsidenten und Gouverneure, Botschafter,
Unternehmer und sozial engagierte
Menschen. Ihre Arbeit ist Beleg für die
Bedeutung und die Vielfalt der bilateralen Beziehungen.
Die Ehrung wurde 1995 vom Deutschen Industrie- und Handelskam-
2013
mertag (DIHK) gemeinsam mit der
Deutsch-Brasilianischen Industrieund Handelskammer ins Leben gerufen. Jedes Jahr werden damit zwei
Persönlichkeiten - eine aus jedem
Land - gewürdigt, deren Arbeit und
Initiativen zur Stärkung der bilateralen Beziehungen beitragen. (CD)
Divulgação/AHK
Divulgação/AHK
Colônia/Köln, 2008
Vitória, 2009
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BRASILALEMANHA
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Energia
Prêmio Personalidade
Energie
Brasil-Alemanha
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Décio da Silva
Presidente do Conselho de
Administração da WPA Participações e
Serviços S.A. e da WEG S.A.
Divulgação
Nascido em setembro de 1956, em Jaraguá do Sul, cidade localizada em meio à
região de mais forte influência germânica no Estado de Santa Catarina, Décio
da Silva começou cedo a se envolver
com as atividades da WEG. Fundada
em 1961, por seu pai, o administrador
Eggon João da Silva, junto com dois
amigos – Geraldo Werninghaus, mecânico, e Werner Voigt, eletricista –, a
WEG é uma empresa marcada, desde o
início de suas atividades, pela cultura
alemã. Disciplina, organização e formação de mão de obra especializada
sempre foram valores tomados como
bases para o modelo de gestão da
empresa, que hoje é considerada uma
das multinacionais brasileiras mais
admiradas e com maior sucesso.
Décio da Silva começou a trabalhar na
WEG em 1979, depois de ter se formado
em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Antes disso, bem jovem ainda, já havia
passado pelo primeiro curso oferecido
pela escola técnica da empresa. Na sua
trajetória profissional, ocupou diversos
cargos na área industrial e comercial da
WEG, chegando à presidência em 1989.
Durante os 18 anos da gestão de Décio
da Silva como diretor presidente, o Grupo WEG aumentou o seu faturamento
de R$ 116 milhões para R$ 4,4 bilhões
e o quadro de pessoal passou de 7.698
para 18.522 colaboradores.
Ao ser distinguido com o Prêmio
Personalidade Brasil-Alemanha 2013,
Décio da Silva concedeu esta entrevista
exclusiva à revista BRASILALEMANHA.
Divulgação/WEG
Décio da Silva
Vorsitzender des
Aufsichtsrats von WPA
Participações e Serviços
S.A. und von WEG S.A.
Décio da Silva wurde im September 1956
in Jaraguá do Sul geboren, im Bundesstaat
Santa Catarina und in einer Region, in der
der deutsche Einfluss besonders stark zu
spüren ist. Seine Laufbahn bei WEG begann
schon früh. Das Unternehmen war 1961 von
seinem Vater, dem Betriebswirt Eggon João
da Silva, gemeinsam mit zwei Freunden dem Mechaniker Geraldo Werninghaus und
dem Elektriker Werner Voigt - gegründet
worden und war von Anfang an von der deutschen Kultur geprägt. Disziplin, Organisation
und die Ausbildung spezialisierter Arbeitskräfte waren die Werte, die die Grundlage
für das Unternehmensmodell bildeten.
Heute gilt WEG als eins der renommiertesten
und erfolgreichsten multinationalen Unternehmen Brasiliens.
Décio da Silva fing 1979 bei WEG an, nachdem er an der Bundesuniversität in Santa
Catarina ein Maschinenbaustudium abgeschlossen hatte. Zuvor hatte er bereits einen
Kurs absolviert, der an der Technikerschule
Unternehmenseigenen angeboten wurde. Er
arbeitete in verschiedenen Positionen in der
Fertigung und in der Verwaltung von WEG,
bis er 1989 den Vorstandsvorsitz übernahm.
In den 18 Jahren, in denen Décio da Silva
Vorstandsvorsitzender war, erhöhte das
Unternehmen seinen Umsatz von R$ 116 Mio.
auf R$ 4,4 Mrd., und die Belegschaft wuchs
von 7.698 auf 18.522 Mitarbeiter.
Anlässlich seiner Wahl zur Deutsch-Brasilianischen Persönlichkeit 2013 gab Décio da
Silva der BRASILALEMANHA ein Exklusivinterview.
O jovem Décio da Silva em reunião com
colaboradores nos primeiros anos de
atividades na WEG / Der junge Décio da
Silva in seinen ersten Jahren bei WEG auf
einer Versammlung mit Kollegen
26
BRASILALEMANHA
Maio 2013
Divulgação/WEG
Maio 2013
BRASILALEMANHA
27
BRASILALEMANHA: Levando-se em conta a sua formação inicial como técnico
mecânico, poderia comentar o problema
da falta de mão de obra qualificada no
mercado hoje? Que influências seu início
de carreira teve em seu desenvolvimento
profissional?
Décio da Silva: Educação e mão de obra
especializada sempre foram um grande
desafio para a competitividade dos países e
suas empresas. A WEG nasceu numa região
agrícola, com forte colonização alemã. A
falta de mão de obra especializada naquela
época e a familiaridade com a cultura germânica motivaram os três fundadores a buscar
um modelo de escola capaz de capacitar sua
própria mão de obra. Isso aconteceu logo nas
primeiras viagens dos fundadores à Alemanha, em 1968. De lá veio a ideia da criação do
Centroweg, um centro de treinamento que
há 45 anos oferece à comunidade cursos de
aprendizagem industrial.
Já passaram pelo Centroweg mais de 2.900
alunos. Eu mesmo fiz parte da segunda
turma da “Escolinha”. Foi lá que dei meus
primeiros passos e me motivei a fazer o
curso de engenharia. Quando voltei para a
WEG, além da técnica, eu já tinha adquirido
a cultura organizacional da empresa. O
Centroweg é muito mais que uma escola
técnica, é um projeto que ensina questões
comportamentais extremamente importantes, como a disciplina, as noções de limpeza,
de organização e de atitude.
Atualmente, o Centroweg conta com 247
aprendizes em formação, com faixa etária
entre 16 e 18 anos, distribuídos em sete cursos
de aprendizagem que englobam as áreas de
mecânica, eletricidade, eletrônica e química.
Dos 2.900 alunos que já passaram pelo Centroweg, 53% permanecem na empresa.
Acredito que as companhias mais competitivas são aquelas que têm capacidade de
formar e desenvolver pessoas.
Divulgação/WEG
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Divulgação/WEG
Energia
Prêmio Personalidade
Energie
Brasil-Alemanha
Fábrica da WEG
no México
inaugurada em
2000 / Die
Fabrik von WEG
in Mexiko wurde
im Jahr 2000
eröffnet
BRASILALEMANHA: A sua empresa foi
fundada e se desenvolveu em uma região
de forte influência germânica no Brasil
e, por coincidência, o nome – WEG – significa caminho em alemão. Qual o seu
relacionamento com a Alemanha? Poderia
comentá-lo?
Décio da Silva: Jaraguá do Sul, região norte
de Santa Catarina, teve uma forte colonização alemã. Essa familiaridade com a cultura
germânica motivou os três fundadores, que
também dominavam o idioma, a buscar lá
na Alemanha aspectos que foram essenciais
para o crescimento da companhia:
Negócios: Aquisição de máquinas modernas.
Tecnologia: Com a aquisição de máquinas
modernas, vinha também o conteúdo tecnológico embutido nos processos. Enviávamos
profissionais da WEG para estagiar nessas
empresas que nos forneciam equipamentos
e buscávamos parcerias com instituições e
centros de pesquisa. Depois comprávamos
tecnologias de algumas empresas alemãs.
Um exemplo foi a empresa de relés e contatores AEG Telefunken, da qual participei
nas negociações – foi o meu primeiro desafio
profissional fora do Brasil.
Modelo de Gestão: A cultura alemã nos
inspirou em vários aspectos: disciplina,
organização e formação de mão de obra
especializada. O Centroweg foi inspirado no
modelo alemão de capacitação de pessoas.
BRASILALEMANHA: Qual é a receita para
uma empresa brasileira da área de tecnologia conseguir se tornar global?
Décio da Silva: A WEG é uma empresa que
desde a sua fundação, há 51 anos, aposta no
tripé: mercado, tecnologia e pessoas. A integração entre esses três itens é gigante e foi
responsável pelo crescimento da companhia.
Iniciamos as exportações em 1970 para os
países vizinhos – primeiro América do Sul
e depois EUA e Europa (começando pela
Alemanha).
Décio da Silva na Feira de Hannover:
todos os anos, um ponto de parada
obrigatório / Décio da Silva auf der
Hannover-Messe: Die Messe gehört
jedes Jahr zum Pflichtprogramm
28
BRASILALEMANHA
Maio 2013
BRASILALEMANHA: Sie haben selbst zunächst eine Ausbildung
zum Mechaniker gemacht. Wie sehen Sie das Problem mit dem
Fachkräftemangel, mit dem der Markt heute zu kämpfen hat?
Welchen Einfluss hatte der Beginn Ihrer Laufbahn auf Ihre
berufliche Entwicklung?
Décio da Silva: Die Ausbildung und Verfügbarkeit von Fachkräften
war schon immer eine große Herausforderung für die Wettbewerbsfähigkeit von Ländern und Unternehmen. WEG wurde in
einer ländlichen Region gegründet, die stark von der deutschen
Einwanderung geprägt war. Der Mangel an spezialisierten Arbeitskräften und die Nähe zur deutschen Kultur haben die drei
Unternehmensgründer damals bewogen, ein Schulungsmodell zu
suchen, um die eigenen Arbeitskräfte heranzubilden. Das geschah
gleich auf ihren ersten Reisen nach Deutschland im Jahr 1968. So
entstand CENTROWEG, ein Schulungszentrum, das seit 45 Jahren
Kurse in der industriellen Berufsbildung anbietet.
Bereits mehr als 2.900 Schüler wurden am CENTROWEG ausgebildet. Ich selbst gehörte zum zweiten Jahrgang. Dort bekam ich
einen ersten Einblick, und ich entschloss mich zu einem Maschinenbaustudium. Als ich zu WEG zurückkam, war mir neben meinen
Fachkenntnissen auch die Unternehmenskultur bereits vertraut.
CENTROWEG ist viel mehr als eine Technikerschule. Hier werden
auch sehr wichtige Werte vermittelt, z.B. Disziplin, Sauberkeit,
Organisation und eine bestimmte Haltung im Allgemeinen.
Derzeit besuchen 247 Schüler zwischen 16 und 18 Jahren CENTROWEG. Das Schulungszentrum bietet sieben Kurse in den Bereichen
Maschinenbau, Elektrotechnik, Elektronik und Chemie. Von den
Maio 2013
2.900 Absolventen von CENTROWEG sind 53% bis heute beim
Unternehmen beschäftigt.
Meiner Ansicht nach sind die Unternehmen am wettbewerbsfähigsten, denen es gelingt, ihre Mitarbeiter auszubilden und zu fördern.
BRASILALEMANHA: Ihr Unternehmen wurde in einer Region
Brasiliens gegründet, in der die deutsche Einwanderung stark
zu spüren ist. Der Unternehmensname - gebildet aus den Initialen der Vornamen der Gründer - ist zufällig auch ein deutsches
Wort: der Weg. Wie ist Ihre Beziehung zu Deutschland?
Décio da Silva: Jaraguá do Sul im Norden des Bundesstaats Santa
Catarina ist stark von deutschen Einwanderern geprägt. Diese Nähe
zur deutschen Kultur veranlasste die drei Unternehmensgründer, die
auch Deutsch sprachen, sich in Deutschland inspirieren zu lassen,
was für das Wachstum des Unternehmens grundlegende Bedeutung
bekommen sollte:
Geschäfte: Kauf von modernen Maschinen.
Technologie: Mit den modernen Maschinen erhöhte sich auch
der Technologieanteil der Fertigungsverfahren. Wir schickten
Fachkräfte von WEG nach Deutschland, um ein Praktikum in den
Unternehmen zu machen, die uns mit Maschinen und Anlagen
belieferten, und wir bemühten uns um Partnerschaften mit Forschungsinstitutionen und -zentren. Danach kauften wir Technologien von einigen deutschen Unternehmen. Ein Beispiel war AEG
Telefunken, Hersteller von Schaltern und Schützen. Ich war damals
an den Verhandlungen beteiligt, das war meine erste berufliche
Herausforderung im Ausland.
BRASILALEMANHA
29
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Divulgação/WEG
Energia
Prêmio Personalidade
Energie
Brasil-Alemanha
Presença na China:
desde 2004, a WEG
conta com uma fábrica
em território chinês /
WEG in China: Seit
2004 hat WEG einen
Produktionsstandort
in China
A partir de 1980, passamos a investir de
forma mais significativa na abertura de distribuidores e no crescimento em mercados
extremamente exigentes na época.
De 1990 a 2000, começamos a marcar presença no mercado internacional, com filiais
próprias. A empresa começou então a investir para se diferenciar através de sua força
de vendas, dos serviços na pré e pós-venda
e em melhores prazos de entrega, tanto para
produtos standards como customizados.
A partir de 2000, começamos a investir em
filiais produtivas no exterior. Hoje, temos
fábricas na Argentina, México, Estados Unidos, Portugal, Áustria, África do Sul, China e
Índia, além de 25 instalações de distribuição
e comercialização espalhadas em todos os
continentes. O fato de termos começado a
expatriar engenheiros também trouxe uma
cultura global para a WEG. Atualmente, temos
70 engenheiros brasileiros trabalhando nas
nossas unidades fabris do exterior.
Todo esse crescimento foi suportado pelo
forte investimento em P&D. Investimos
cerca de 2,5% da nossa receita em pesquisa
e desenvolvimento de produtos. Atraímos
profissionais do exterior, consultores de
grandes corporações, bem como instituições
de pesquisa de fora do Brasil.
BRASILALEMANHA: E quais são os desafios para manter essa posição?
Décio da Silva: Nosso foco tem sido, e
continuará sendo, a busca por tecnologia
e desenvolvimento para melhorar os produtos atuais e aumentar o nosso portfólio,
trazendo mais soluções na área de geração
de energia e automação industrial.
Queremos buscar novos mercados e novos
negócios. Nosso objetivo é fornecer o que o
cliente precisa, em qualquer parte do mundo.
Nosso grande desafio, agora, é crescer na
região asiática, onde ainda temos uma
presença pequena.
BRASILALEMANHA: De que forma a WEG
agrega a seus produtos e serviços os
últimos avanços tecnológicos? São investimentos em P&D da própria empresa ou
a WEG adota a política de adquirir novas
Divulgação/WEG
A inauguração
da fábrica na
China seguiu a
tradição local /
Die Eröffnung
der Fabrik folgte
der chinesischen
Tradition
30
BRASILALEMANHA
tecnologias no mercado?
Décio da Silva: A WEG opera em um ramo de
mercado em que a capacidade de inovar se
reflete diretamente nos produtos desenvolvidos pela empresa e que busca, a cada dia,
além de produtos de qualidade, a adoção de
medidas sustentáveis, desde a fabricação
até a utilização dos produtos.
Nosso sistema de inovação é descentralizado, ou seja, cada unidade de negócio possui
sua estrutura de pesquisa e inovação, mas
todo o planejamento da pesquisa e desenvolvimento e a sua condução são feitos no
Brasil. Os grupos de pesquisa possuem laboratórios para desenvolvimento e realização
de ensaios, com equipamentos e pessoal
capacitado para projeto de novas linhas de
produtos. Em torno de 500 engenheiros,
químicos, metalurgistas etc. (nem todos
em tempo integral) atuam em atividades
de P&D e Inovação. Além dos laboratórios
específicos, os pesquisadores da WEG contam com o suporte da área fabril e de uma
ferramentaria própria para a confecção e
testes em protótipos.
Mantemos também parcerias com universidades e institutos de pesquisa e fazemos
parte de um Comitê Científico e Tecnológico
formado por professores brasileiros e estrangeiros, que tratam das tendências na
nossa área de atuação e se reúnem duas
vezes por ano.
Maio 2013
Geschäftsführungsmodell: Die deutsche Kultur hat uns in vielerlei
Hinsicht inspiriert: Disziplin, Organisation und die Ausbildung von
Fachkräften. Auch CENTROWEG folgt dem deutschen Modell der
Berufsbildung.
BRASILALEMANHA: Wie schafft es ein Technologieunternehmen
aus Brasilien, auf dem Weltmarkt erfolgreich zu sein?
Décio da Silva: WEG hat seit der Unternehmensgründung vor 51
Jahren auf drei Säulen gesetzt: auf den Markt, auf die Technologie
und auf die Mitarbeiter. Der engen Verknüpfung dieser drei Aspekte
ist das Wachstum des Unternehmens zu verdanken.
1970 haben wir begonnen, in die südamerikanischen Nachbarländer
zu exportieren. Es folgten die ersten Exporte in die USA und nach
Europa - angefangen bei Deutschland.
1980 haben wir damit angefangen, mehr in die Vertriebskanäle zu
investieren und in das Wachstum auf damals äußerst anspruchsvollen
Märkten.
In den Jahren 1990 bis 2000 haben wir uns mit eigenen Niederlassungen eine Präsenz auf dem Weltmarkt aufgebaut. Dann begann
das Unternehmen mit Investitionen in den Verkauf, in die Beratung
vor und den Kundendienst nach dem Verkauf sowie in die Verkürzung
der Lieferzeiten bei Standardprodukten und Maßanfertigungen, um
sich von der Konkurrenz abzuheben.
Seit dem Jahr 2000 investieren wir außerdem in Produktionsstandorte im Ausland. Heute haben wir Fabriken in Argentinien, Mexiko,
den USA, Portugal, Österreich, Südafrika, China und Indien sowie
25 Vertriebszentren auf allen fünf Kontinenten. Dass wir Ingenieure
ins Ausland schicken, macht auch die Unternehmenskultur von
WEG internationaler. Heute arbeiten 70 brasilianische Ingenieure
an unseren ausländischen Produktionsstandorten.
Das Wachstum von WEG wurde gestützt von den hohen Investitionen
in F&E. Wir investieren ca. 2,5% unserer Einnahmen in die Forschung
und in die Entwicklung von Produkten. Wir arbeiten mit ausländischen Fachkräften zusammen, mit Beratern von großen Konzernen
und mit Forschungseinrichtungen im Ausland.
Maio 2013
BRASILALEMANHA: Welche Herausforderungen muss das Unternehmen meistern, um seine Position zu sichern?
Décio da Silva: Wir haben uns stets bemüht, durch Technologie und
Entwicklung unsere Produkte zu verbessern und unser Portfolio zu
erweitern. Das steht für uns auch weiterhin im Mittelpunkt. Wir
wollen neue Lösungen entwickeln in der Energieerzeugung und in
der Industrieautomation.
Und wir wollen neue Märkte und neue Geschäftsfelder erschließen.
Unser Ziel ist es, unseren Kunden das zu liefern, was sie brauchen,
und zwar überall auf der Welt.
Im Moment stehen wir vor der Herausforderung, in Asien zu wachsen, wo wir bisher nur wenig präsent sind.
BRASILALEMANHA: Wie arbeitet WEG die neuesten technologischen Errungenschaften in die Produkte und Dienstleistungen mit ein? Haben die Investitionen in F&E im eigenen
Unternehmen Priorität, oder kauft WEG neue Technologien
auf dem Markt?
Décio da Silva: WEG arbeitet in einer Branche, in der sich die Innovationskraft direkt in den Produkten des Unternehmens widerspiegelt. Zudem geht es in dieser Branche nicht nur um hochwertige
Produkte, sondern auch um Nachhaltigkeit in der Herstellung und
in der Verwendung dieser Produkte.
Unser Innovationssystem ist dezentralisiert, das heißt, jede
Niederlassung verfügt über eine eigene Forschungs- und Innovationsstruktur. Aber die Planung und Durchführung von Forschung
und Entwicklung passiert hier in Brasilien. Die Forschungsgruppen
haben Laboratorien für die Entwicklung und für die Durchführung von Testläufen, und sie sind mit geeigneten Anlagen und
Fachkräften ausgestattet, um neue Produktlinien zu entwerfen.
Etwa 500 Ingenieure, Chemiker, Metallurgen etc. arbeiten - nicht
immer ganztags - in F&E und Innovation. Neben den spezifischen
Laboratorien erhalten die Forscher von WEG Unterstützung in den
Fabriken sowie die nötige Ausrüstung, um Prototypen zu bauen
und zu testen.
BRASILALEMANHA
31
Energia
Prêmio Personalidade
Energie
Brasil-Alemanha
BRASILALEMANHA: A liderança de
uma empresa também reflete a motivação de seus funcionários. Como a
WEG atua nesse âmbito?
Décio da Silva: A valorização e o desenvolvimento das pessoas sempre foram
um ponto que mereceu a atenção dos
três fundadores da WEG. E uma frase de
Eggon João da Silva, um dos fundadores
da empresa e meu pai, retrata bem essa
filosofia:
“Se faltam máquinas, você pode comprá-las; se não há dinheiro, você toma
emprestado; mas homens você não
pode comprar nem pedir emprestado,
e homens motivados por uma ideia são
a base do êxito”.
Acreditamos que capacitar nossos colaboradores é dar a eles a oportunidade
de crescimento e isso é, sem dúvida, a
principal motivação para um profissional. Nosso forte crescimento tem gerado
uma série de oportunidades tanto no
Brasil quanto no exterior.
BRASILALEMANHA: O Prêmio Personalidade Brasil-Alemanha 2013, do
lado alemão, será entregue à Sra.
Maria-Elisabeth Schaeffler, empresária de grande destaque na Alemanha.
Nesse contexto, gostaria de saber
qual é a participação das mulheres entre os funcionários da WEG.
Quantas ocupam cargos de direção?
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Existem programas específicos para
incentivá-las no seu desenvolvimento
profissional?
Décio da Silva: Hoje, nas unidades
WEG no Brasil temos 5.048 mulheres
trabalhando, cerca de 23% do total
de colaboradores no Brasil. Destas, 27
ocupam cargos de gestão. Reconhecemos que esse número ainda é pequeno,
mas temos espaço para que aumente.
A WEG respeita a diversidade, apoia o
desenvolvimento profissional e incentiva todos os seus colaboradores de forma
igualitária.
A WEG possui um modelo de gestão
participativa e atua ativamente na
orientação de líderes e talentos através das comissões, um sistema que é
parte integrante da estrutura formal de
liderança da organização. As comissões
dão suporte à direção no processo de
tomada de decisão e ajudam na formação de líderes.
BRASILALEMANHA: Como se sentiu
ao saber que receberia o Prêmio
Personalidade Brasil-Alemanha 2013?
Décio da Silva: Receber essa distinção
é sem dúvida uma honra. É o reconhecimento de todo esse legado deixado
pelo Sr. Werner, pelo Sr. Geraldo e pelo
Sr. Eggon. Estou muito lisonjeado por
ter sido escolhido para representar toda
essa história. (CD+RS)
Divulgação/WEG
Reunião com a equipe: procurando aprimorar constantemente os trabalhos e
beneficiar os clientes / Teambesprechung: kontinuierliche Optimierung der
Arbeitsabläufe und der Leistungen für die Kunden
32
BRASILALEMANHA
Außerdem unterhalten wir Partnerschaften mit
Hochschulen und Forschungsinstituten und gehören
zu einem Wissenschafts- und Forschungsausschuss,
der sich aus brasilianischen und ausländischen
Dozenten zusammensetzt und sich zweimal jährlich
trifft, um sich über die Trends in unserer Branche
auszutauschen.
BRASILALEMANHA: Für die Mitarbeiter ist es motivierend, in einem marktführenden Unternehmen
zu arbeiten. Was tut WEG darüber hinaus für die
Mitarbeitermotivation?
Décio da Silva: Die Wertschätzung und die Förderung
der Mitarbeiter waren schon für die drei Gründer von
WEG ein wichtiges Element. Mein Vater, Eggon João
da Silva, einer der Gründer, fasste das schön in einem
Satz zusammen:
„Wenn du keine Maschinen hast, kannst du welche
kaufen; wenn du kein Geld hast, kannst du dir
welches leihen; aber Menschen kannst du dir nicht
kaufen und auch nicht leihen, und Mitarbeiter, die
sich für eine Idee begeistern können, sind die Grundlage des Erfolgs.“
Wir sind überzeugt, dass wir unseren Mitarbeitern
durch ihre Weiterbildung die Chance geben, beruflich
zu wachsen. Und das ist zweifelsohne die wichtigste
Motivation. Unser starkes Wachstum hat eine Reihe
von Möglichkeiten sowohl in Brasilien als auch im
Ausland geschaffen.
BRASILALEMANHA: Auf deutscher Seite geht die
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung 2013
an Maria-Elisabeth Schaeffler, eine renommierte
Unternehmerin in Deutschland. Wie viele Frauen
sind bei WEG beschäftigt? Und wie viele Frauen
bekleiden Posten in der Geschäftsführung? Gibt
es spezifische Programme zur Frauenförderung?
Décio da Silva: Heute sind bei WEG in Brasilien 5.048
Frauen beschäftigt, die etwa 23% der Belegschaft
ausmachen. 27 dieser Frauen arbeiten im Management. Uns ist bewusst, dass das nicht viel ist, aber wir
haben Spielraum für Verbesserungen. WEG legt Wert
auf Diversität, unterstützt die berufliche Entwicklung
und fördert alle Mitarbeiter gleichermaßen.
Das Managementmodell von WEG ist partizipativ,
und wir fördern Führungskräfte und Talente über
spezielle Gremien. Dieses System ist integraler
Bestandteil der Führungsstruktur im Unternehmen.
Die Gremien unterstützen die Geschäftsführung in
der Entscheidungsfindung und helfen bei der Heranbildung neuer Führungskräfte.
BRASILALEMANHA: Was ist es für ein Gefühl,
zur Deutsch-Brasilianischen Persönlichkeit 2013
gewählt zu werden?
Décio da Silva: Das ist zweifellos eine große Ehre.
Damit erfährt das Erbe der drei Unternehmensgründer - da Silva, Werninghaus und Voigt - eine große
Würdigung. Es ist eine große Ehre für mich, unser
Unternehmen mit seiner langen Geschichte repräsentieren zu dürfen.
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
33
Energia
Prêmio Personalidade
Energie
Brasil-Alemanha
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Maria-Elisabeth Schaeffler MariaSócia-Proprietária do Grupo Schaeffler
Uma das mais conhecidas empresárias
alemãs da atualidade, Maria-Elisabeth
Schaeffler nasceu, em 1941, em Praga,
transferindo-se aos 4 anos com a família
para Viena. Lá, passou a infância, completou o curso secundário e, em 1960,
ingressou na Faculdade de Medicina.
Em 1963, o casamento com Dr. Georg
Schaeffler (1917-1996) levou-a para
Herzogenaurach, pequena cidade na
região da Francônia (Baviera) e sede do
Grupo Schaeffler. A empresa, fundada
em 1946, pelos irmãos Dr. Wilhelm e Dr.
Georg Schaeffler, logo distinguiu-se pela
produção de rolamentos e mancais.
Em 1996, com a morte do marido,
Maria-Elisabeth assume, junto com o
filho Georg F.W. Schaeffler, o controle
acionário da empresa familiar. Nesse
momento, foram de grande valia os
quase 30 anos de participação ativa,
ao lado do marido, na sua gestão. Com
o apoio de uma competente equipe
administrativa, iniciou uma fase de
grande expansão do grupo. Em 1999,
adquire 100% das ações da LuK, fabricante de embreagens, e também
compra, em 2001, a FAG Kugelfischer em
Divulgação/Schaeffler Gruppe
Schweinfurt. Com as marcas INA, LuK e
FAG, o Grupo Schaeffler tornou-se um
dos líderes mundiais na fabricação de
rolamentos e reconhecido fornecedor
de produtos de alta precisão para a
indústria automotiva, aeroespacial,
entre outros.
Atualmente, o Grupo Schaeffler conta
com 76 mil funcionários e está presente
em mais de 50 países. A filial brasileira,
fundada em 1958, está localizada em
Sorocaba (SP). Os constantes investimentos definidos pela matriz são resultado
do interesse em atender a demanda do
mercado local com produtos inovadores e de alta qualidade. Além disso, a
Schaeffler destaca-se na região pela
grande preocupação social, seja com os
seus funcionários e famílias, seja com
a comunidade em seu entorno. Esse
posicionamento se reflete nos inúmeros
programas que desenvolve para atender
esses públicos.
Ao ser homenageada com o Prêmio
Personalidade Brasil-Alemanha 2013,
Maria-Elisabeth Schaeffler concedeu
esta entrevista exclusiva à revista BRASILALEMANHA.
Elisabeth
Schaeffler
Gesellschafterin der
Schaeffler Gruppe
Maria-Elisabeth Schaeffler, eine der bekanntesten deutschen Unternehmerinnen
der Gegenwart, wurde 1941 in Prag geboren.
Sie war vier Jahre alt, als ihre Familie nach
Wien zog. Dort verbrachte sie ihre Kindheit,
schloss die Schule ab und schrieb sich 1960
an der medizinischen Fakultät ein. 1963 heiratete sie Dr. Georg Schaeffler (1917-1996)
und zog nach Herzogenaurach, eine kleine
Stadt in Franken und Sitz der Schaeffler
Gruppe. Das Unternehmen war 1946 von den
Brüdern Dr. Wilhelm und Dr. Georg Schaeffler
gegründet worden. Wichtige Produkte waren
Wälz- und Gleitlager.
Als ihr Ehemann 1996 starb, übernahm
Maria-Elisabeth Schaeffler gemeinsam mit
ihrem Sohn Georg F.W. Schaeffler das Familienunternehmen. Dabei waren die 30 Jahre,
in denen sie an der Seite ihres Mannes tiefe
Einblicke in das Unternehmen gewonnen
hatte, von großem Wert. Mit Unterstützung
eines kompetenten Teams im Management
leitete sie eine starke Expansion ein. 1999
übernahm Schaeffler 100% der Aktien von
LuK, einem Kupplungshersteller, und 2001
von FAG Kugelfischer in Schweinfurt. Mit
den Marken INA, LuK und FAG wurde die
A bandeira brasileira como símbolo de união.
Por ocasião dos 50 anos da Schaeffler no
Brasil foi aberta a Rua Georg Schaeffler em
Sorocaba. Reunidos para comemor (esq./dir.) /
Die Staatsflagge als Symbol der Verbundenheit.
Anlässlich des 50-jährigen Bestehens von Schaeffler
Brasilien wurde 2008 eine Straße nach Dr. Georg
Schaeffler benannt. Es freuten sich (l/r) João
Donizeti (Vereador/Staatsrat), Romeu Massoneto
(Presidente/Präsident LuK América do Sul), Vitor
Lippi (Prefeito/Bürgermeister de Sorocaba); MariaElisabeth Schaeffler e/und Georg F. W. Schaeffler,
Dr. Jürgen Geißinger e/und Ricardo Reimer
(Presidente/Präsident Schaeffler América do Sul).
34
BRASILALEMANHA
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
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Divulgação/Schaeffler Gruppe
Energia
Prêmio Personalidade
Energie
Brasil-Alemanha
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
BRASILALEMANHA: O Grupo Schaeffler
está no Brasil já faz 50 anos. Além das
relações empresariais, existem outros
laços que a ligam ao país?
Maria-Elisabeth Schaeffler: Com certeza
há laços que me ligam ao Brasil, além das
relações econômicas. Sou austríaca, sou
uma pessoa muito interessada em história e
li muito sobre a vida da primeira imperatriz
do Brasil, a Imperatriz Leopoldina da Casa
de Habsburgo. Ela teve um importante papel
na independência do Brasil. Além disso, ela
promoveu as ciências com muita eficácia
e incentivou a imigração de profissionais
qualificados dos países de língua alemã.
Em 1958, e isso não foi motivado por
nenhuma “política de casamentos” (tão
comum entre os integrantes da família dos
Habsburgo), os irmãos Schaeffler foram para
o Brasil a convite de um importante cliente,
a Volkswagen do Brasil. Assim, aconteceu a
fundação da Rolamentos Schaeffler do Brasil,
em São Paulo. Passados mais de 55 anos, hoje
a sede da empresa fica em Sorocaba, onde
temos 4.300 funcionários que trabalham com
as nossas três marcas, INA, LuK e FAG.
BRASILALEMANHA: Como a senhora vê o
desenvolvimento do Grupo Schaeffler nas
próximas décadas? Poderia nos descrever
os objetivos do Grupo? A Schaeffler está
considerando a expansão de negócios, o
ingresso em novas áreas de atuação, a
aquisição de novas unidades e o lançamento de novos produtos?
Maria-Elisabeth Schaeffler: Nosso objetivo
sempre foi – e continua sendo – ser um dos
principais fornecedores no mundo. Para
tanto, vamos reforçar ainda mais o nosso
posicionamento internacional, aperfeiçoar
permanentemente a nossa excelência
operacional e ampliar o nosso portfólio de
36
BRASILALEMANHA
produtos, que já oferece uma variedade
única. Nos próximos anos, vamos continuar
a investir em mercados crescentes e reforçar
o principal pilar do nosso sucesso – a capacidade inovadora.
BRASILALEMANHA: Que conselho daria
a uma jovem com boa formação universitária que está no início de sua carreira
profissional e quer chegar ao “topo”?
Maria-Elisabeth Schaeffler: Daria o mesmo
conselho que daria a um homem na mesma
situação: assumir as tarefas com muita
paixão e responsabilidade e estar sempre
preparado a aprender coisas novas.
BRASILALEMANHA: Na Alemanha, a
senhora é uma das poucas empresárias
cujo trabalho é reconhecido e respeitado
não só no próprio país, mas também
internacionalmente. Em sua opinião, por
que tão poucas mulheres conseguem subir
aos mais altos postos hierárquicos das
empresas alemãs?
Maria-Elisabeth Schaeffler: Eu acho que o
problema não deriva apenas das mulheres,
mas que também é um legado do modelo
tradicional do papel da mulher – um modelo
que está mudando substancialmente. A
geração de hoje, as mulheres de hoje têm
todas as possibilidades de fazer uma carreira
bem-sucedida, apesar de que a conciliação
entre família e carreira continua sendo um
grande desafio.
BRASILALEMANHA: Quais são as vantagens naturais que as mulheres têm
em relação aos homens no mundo dos
negócios?
Maria-Elisabeth Schaeffler: Vantagens naturais? Nenhuma.
BRASILALEMANHA: O Grupo Schaeffler
conta com 76 mil colaboradores. Desse
total, quantos são mulheres?
Maria-Elisabeth Schaeffler: Como somos
uma empresa de tecnologia, mulheres só
têm uma participação de aproximadamente
20% globalmente. Tenho certeza, porém,
que isso vai mudar, pois várias estatísticas
mostram que o interesse das mulheres em
cursos universitários e em profissões de
natureza técnica tem aumentado.
BRASILALEMANHA: Receber o Prêmio
Personalidade Brasil-Alemanha tem algum significado especial para a senhora?
Maria-Elisabeth Schaeffler: Esse prêmio
significa muito para mim, pelos laços emocionais que me ligam ao Brasil, um país em
cuja história econômica a nossa empresa
também teve um papel. Vejo essa homenagem como confirmação e reconhecimento
das grandes realizações da Schaeffler no
Brasil nos últimos 55 anos. Agradeço pelo
prêmio, que será um incentivo para mim e
para todos os funcionários da Schaeffler para
que continuemos com a nossa estratégia de
inovação e crescimento.
Divulgação/Schaeffler Gruppe
Divulgação/Schaeffler Gruppe
Maria-Elisabeth Schaeffler e seu filho
Georg F.W. Schaeffler receberam mais de
1.200 aprendizes de todo o mundo em
Herzogenaurach em maio de 2012./ Rund
1.200 Azubis aus der ganzen Welt waren nach
Herzogenaurach gekommen und wurden von
Maria-Elisabeth Schaeffler und ihrem Sohn
Georg F.W. Schaeffler willkommen geheißen.
Maria-Elisabeth
Schaeffler ao receber,
em 2011, uma
condecoração da
austríaca./MariaElisabeth Schaeffler
wurde in 2011
mit dem Großen
Tiroler Adler Orden
ausgezeichnet
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
37
Schaeffler Gruppe zu einem Weltmarktführer in der Produktion von Wälzlagern und
ein renommierter Lieferant von Präzisionsprodukten u.a. für die Automobilindustrie
und die Luft- und Raumfahrt.
Heute ist Schaeffler mit rund 76.000 Mitarbeitern in über 50 Ländern präsent. Die
brasilianische Niederlassung wurde 1958
gegründet und hat ihren Sitz in Sorocaba
(im Bundesstaat São Paulo). Die kontinuierlichen Investitionen, die im Stammhaus beschlossen werden, zeigen, dass der Konzern
die Nachfrage in Brasilien mit innovativen
und hochwertigen Produkten bedienen will.
Außerdem zeichnet sich Schaeffler in der Region durch ein großes soziales Engagement
aus, und zwar sowohl für die Mitarbeiter und
ihre Familien als auch für die umliegenden
Gemeinden. Das zeigt sich an den unzähligen Programmen, die das Unternehmen im
sozialen Bereich entwickelt.
Anlässlich ihrer Wahl zur DeutschBrasilianischen Persönlichkeit 2013 gab
Maria-Elisabeth Schaeffler der BRASILALEMANHA ein Exklusivinterview.
BRASILALEMANHA: Die Schaeffler-Gruppe
ist bereits seit mehr als 50 Jahren in
Brasilien vertreten. Gibt es neben den
geschäftlichen Beziehungen noch mehr,
was Sie mit dem Land verbindet?
Sicher gibt es für mich außer wirtschaftlichen
Beziehungen zu Brasilien noch mehr, was mich
mit dem Land verbindet. Ich bin gebürtige
Österreicherin, bin geschichtlich sehr interessiert und habe mich mit dem Leben der
ersten brasilianischen Kaiserin Leopoldine aus
dem Hause Habsburg immer sehr beschäftigt.
Kaiserin Leopoldine spielte eine wichtige Rolle
bei der Unabhängigkeit Brasiliens. Darüber
hinaus förderte sie die Wissenschaften mit
nachhaltiger Wirkung und setzte sich für
eine Einwanderung von Fachkräften aus den
deutschsprachigen Ländern ein.
Der Ruf, nach Brasilien zu gehen, war 1958
für die Brüder Schaeffler keine „Heiratspolitik“, sondern kam von unserem bedeutenden
Kunden Volkswagen do Brasil und daraus
ergab sich die Gründung von Rolamentos
Schaeffler do Brasil in São Paulo. Heute –
nach 55 Jahren – ist der Standort unseres
38
BRASILALEMANHA
Divulgação/Schaeffler Gruppe
Energia
Prêmio Personalidade
Energie
Brasil-Alemanha
Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung
Maria-Elisabeth Schaeffler, sócia-proprietária do Grupo Schaeffler, em visita
às instalações da Continental, em Guarulhos (SP), em março de 2010 /
Die Gesellschafterin Maria-Elisabeth Schaeffler besuchte 2010 während ihrer
Brasilien-Reise den Continental-Standort in Guarulhos
Unternehmens Sorocaba, wo wir mit unseren drei Produktmarken INA, LuK und FAG
4300 Mitarbeiter beschäftigen.
Wie sehen Sie die Entwicklung der
Schaeffler-Gruppe in den nächsten
Jahrzehnten? Könnten Sie uns die Ziele
der Gruppe beschreiben? Sollen die
Geschäfte ausgebaut, neue Geschäftsfelder oder Produktionsstätten übernommen und neue Produkte auf den
Markt gebracht werden?
Unser Ziel war und ist es, auch künftig zu
den Top-Zuliefer-Unternehmen weltweit zu
gehören. Für dieses Ziel werden wir unsere
globale Aufstellung weiter ausbauen, unsere operative Exzellenz ständig optimieren
und die in dieser Form einmalige Bandbreite
unseres Produktportfolios erweitern. Wir
werden in den kommenden Jahren weiter
in den Wachstumsmärkten investieren und
die wichtigste Säule des Erfolges - nämlich
die Innovationskraft stärken.
Was würden Sie einer jungen Frau mit einer
guten Hochschulausbildung raten, die am
Anfang ihrer beruflichen Laufbahn steht
und es „nach ganz oben“ schaffen will?
Ich würde ihr das gleiche raten wie ihren
männlichen Kollegen, nämlich mit Leidenschaft und Verantwortungsbewußstein die
jeweiligen Aufgabenbereiche zu übernehmen und stets bereit zu sein, dazu zu lernen.
In Deutschland sind Sie eine der wenigen
Unternehmerinnen, die nicht nur im Inland
anerkannt und respektiert wird, sondern
auch im Ausland. Woran liegt es Ihrer
Meinung nach, dass es so wenigen Frauen
gelingt, in die oberste Führungsebene
deutscher Unternehmen aufzusteigen?
Ich glaube, dass dieses Problem nicht alleine
bei den Frauen selbst liegt, sondern eine
Nachwirkung eines tradierten Rollenbildes
ist, das sich grundlegend wandelt. Der
heutigen Generation junger Frauen stehen
für eine erfolgreiche Karriere alle Möglichkeiten offen, wobei die Vereinbarkeit
von Familie und Karriere nach wie vor eine
große Herausforderung ist.
Welche natürlichen Vorteile haben
Frauen gegenüber Männern in der
Geschäftswelt?
Natürliche Vorteile – Keine.
Die Schaeffler-Gruppe beschäftigt
76.000 Mitarbeiter. Wie viele dieser
Mitarbeiter sind Frauen?
Da wir ein Technologieunternehmen sind,
liegt der Frauenanteil weltweit bei nur
rund 20 Prozent. Ich bin aber überzeugt,
dass sich dies ändern wird, da – wie
verschiedene statistische Auswertungen
belegen – das Interesse von Frauen an
technischen Studiengängen und Berufen
zugenommen hat und weiter zunimmt.
Hat die Deutsch-Brasilianische Persönlichkeitsehrung eine besondere
Bedeutung für Sie?
Diese Auszeichnung bedeutet für mich
sehr viel, auch wegen meiner emotionalen
Verbindung zu diesem Land, zu dessen
Wirtschaftsgeschichte unser Unternehmen
auch einen Teil beigetragen hat. Ich sehe
in dieser Ehrung gleichzeitig eine Bestätigung und Anerkennung für die großen
Leistungen unseres Unternehmens in
Brasilien in den letzten 55 Jahren. Ich bedanke mich für diese Ehrung, die für mich
und unsere Mitarbeiter Ansporn sein wird,
unsere Innovations- und Wachstumsstrategie fortzusetzen.
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
39
Energia
40
Energie
BRASILALEMANHA
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
41
Außenhandel
Agência Estado/Daniel Teixeira
Energia Exterior
Comércio
Energie
Em dez anos, exportações
brasileiras para a Alemanha
quase triplicaram
Valor
comercializado
com o mercado
alemão passou de
US$ 2,5 bilhões,
em 2002, para
US$ 7,3 bilhões.
em 2012
42
BRASILALEMANHA
Luciana Riccó
Ainda que o Brasil acumule um
déficit comercial de 20 anos com a
Alemanha, a principal economia da
Europa é o quarto maior parceiro
comercial do Brasil e um dos principais investidores. Nos últimos dez
anos, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que o
saldo negativo da balança comercial
bilateral passou de US$ 1,9 bilhão,
em 2002, para US$ 6,9 bilhões em
2012, um aumento de 363%. No
primeiro trimestre de 2013, a balança entre as duas nações também
esteve no vermelho, com um volume
de US$ 2,07 bilhões ante o US$ 1,69
bilhão registrado no mesmo período
do ano anterior. Um incremento de
122,17% no saldo negativo.
“O fato de a pauta ser deficitária para o
Brasil não pode ser considerado como fator
prejudicial ao relacionamento bilateral.
O Brasil exportou para a Alemanha, sobretudo, produtos básicos, como minério
de ferro, cobre, café e soja. Muitos desses
itens são beneficiados pela Alemanha e
reexportados como bens manufaturados”,
destaca o Embaixador Tovar da Silva Nunes, porta-voz do Ministério das Relações
Exteriores do Brasil (Itamaraty).
Na prática, isso representa um aumento
no volume de negócios entre os dois países,
mas com uma subida maior das importações do que das exportações. Segundo
dados do MDIC, entre 2002 e 2012 as
exportações para a Alemanha passaram
de US$ 2,54 bilhões para US$ 7,2 bilhões,
com crescimento acumulado de 292%.
No entanto, as importações brasileiras
da Alemanha subiram ainda mais, foram de US$ 4,4 bilhões, em 2002, para
US$ 14,2 bilhões em 2012, alta de 322,72%
no período. Uma explicação é a natureza
do fluxo comercial.
Maio 2013
Brasilianische Exporte nach Deutschland haben
sich in zehn Jahren mehr als verdreifacht
Der Wert der Exporte nach Deutschland
ist von US$ 2,5 Mrd. im Jahr 2002 auf
US$ 7,3 Mrd. im Jahr 2012 gestiegen
Luciana Riccó
Auch wenn Brasiliens Handelsbilanz mit Deutschland
seit 20 Jahren defizitär ist, ist Deutschland, die wichtigste
Volkswirtschaft in Europa, der viertgrößte Handelspartner
Brasiliens und einer der größten Investoren. In den letzten
zehn Jahren ist das Handelsbilanzdefizit nach Daten des
Ministeriums für Entwicklung, Industrie und Außenhandel
(MDIC) von US$ 1,9 Mrd. (2002) auf US$ 6,9 Mrd. (2012)
gestiegen - ein Anstieg von 363%. Im ersten Quartal 2013
lag das Defizit bei US$ 2,07 Mrd. und damit 122,17% höher
als im ersten Quartal 2012 mit US$ 1,69 Mrd.
„Dieses Defizit darf aber nicht so ausgelegt werden, als wären
die bilateralen Beziehungen für Brasilien von Nachteil. Brasilien exportiert nach Deutschland vorwiegend Grundprodukte
wie Eisenerz, Kupfer, Kaffee und Soja. Viele dieser Produkte
werden in Deutschland verarbeitet und als Industrieerzeugnis
wieder exportiert“, betont Botschafter Tovar da Silva Nunes,
Sprecher des brasilianischen Außenministeriums.
In der Praxis bedeutet das, dass das Handelsvolumen zwischen den beiden Ländern steigt, wobei aber aus brasilianischer Sicht die Importe stärker anwachsen als die Exporte.
Nach Daten des MDIC sind die brasilianischen Exporte
nach Deutschland von US$ 2,54 Mrd. im Jahr 2002 auf
US$ 7,2 Mrd. im Jahr 2012 gestiegen; das entspricht einem
Wachstum von 292%. Aber die brasilianischen Importe
aus Deutschland sind noch stärker gestiegen, und zwar
um 322,72% von US$ 4,4 Mrd. (2002) auf US$ 14,2 Mrd.
(2012). Das erklärt sich u.a. aus der Zusammensetzung der
Handelsströme.
Zusammensetzung der Handelsströme
Deutschland importiert auch weiterhin einen Großteil der
Grundprodukte aus Brasilien und exportiert Industrieprodukte mit einer höheren Wertschöpfung. Brasilien hingegen
importiert aus Deutschland Güter mit höherer Wertschöpfung wie z.B. mechanische und elektrische Anlagen, Kraftfahrzeuge, Pharmaprodukte und Chemieprodukte. „Da die
Fertigwaren eine höhere Wertschöpfung haben, fällt die
Handelsbilanz im Allgemeinen zugunsten Deutschlands
aus. Dabei darf aber nicht vergessen werden, dass Brasilien
viele Maschinen und Anlagen aus Deutschland importiert,
um die brasilianische Industrie zu modernisieren und zu
verbessern. Das ist langfristig positiv für Brasilien“, betont
Nunes da Silva vom Außenministerium.
Maio 2013
O Brasil exporta para a Alemanha,
sobretudo, produtos básicos como
minério de ferro, cobre, café e soja.
Muitos desses itens são beneficiados
na Alemanha e reexportados
BRASILALEMANHA
43
Energia Exterior
Comércio
Energie
Außenhandel
Fluxo comercial
A Alemanha continua importando
grande parte de produtos básicos do
Brasil e exportando industrializados.
O Brasil importa da Alemanha bens de
alto valor agregado, como máquinas
mecânicas e elétricas, automóveis,
produtos farmacêuticos e químicos.
“Como os produtos manufaturados
têm maior valor agregado que os básicos, a balança tende a ser favorável
à Alemanha. Deve-se ter em mente,
porém, que muitas dessas máquinas
e desses equipamentos que o Brasil
importa da Alemanha são utilizados
para atualização e aprimoramento do
parque industrial brasileiro, o que, no
longo prazo, é benéfico para o País”,
destaca o Embaixador Nunes, porta-voz do Itamaraty.
Para o Embaixador, o Brasil gostaria
de poder fazer o mesmo na Alemanha,
só que os exportadores brasileiros
enfrentam custos mais elevados. “É
a chamada escalada tarifária. Os
produtos de base têm entrada livre
de impostos de importação ou são
taxados muito pouco, mas, quando
esses produtos são processados ou
semiprocessados, a tarifa cobrada é
alta e dificulta a entrada do produto
brasileiro”, explica.
Também é preciso considerar as credenciais exportadoras da Alemanha.
No ranking da Organização Mundial
do Comércio (OMC), a Alemanha está
na terceira colocação, atrás da China
e dos Estados Unidos, com uma participação de 7,7% nas vendas globais,
enquanto o Brasil ocupa a 22a posição
entre os maiores países exportadores,
com US$ 257 bilhões em vendas. O
Brasil vem, segundo a OMC, perdendo espaço no comércio mundial em
razão da crise europeia e da queda nos
preços das commodities. As vendas
brasileiras globais para o exterior, e
não especificamente para a Alemanha,
caíram 5,3% em 2012, enquanto a
média mundial aumentou em 0,2%
no mesmo período. É o que aponta um
levantamento recente da Conferência
das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento (Unctad). Isso deu
ao Brasil a desconfortável posição de
quarto pior resultado no comércio
exterior entre os integrantes do G-20
(20 maiores economias do mundo).
Já para Luiz Felipe Brandão Osório,
doutorando em economia internacional e professor de direito internacional
na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além da natureza do fluxo comercial entre Brasil e Alemanha,
é preciso considerar o efeito Roterdã.
Esse é um dos pontos que defendeu em
sua dissertação de mestrado “O sentido estratégico das relações bilaterais
Brasil-Alemanha”. Ocorre que parte
do que é exportado pelo Brasil para
a Alemanha é internalizada na União
Europeia pelo porto de Roterdã e não
entra nas estatísticas brasileiras como
vendas para a Alemanha, mas sim
para a Holanda. Daí a diferença com
os números do Destatis, que leva isso
em consideração em sua metodologia.
Perspectivas
A situação deficitária do Brasil no
comércio com a Alemanha poderá
ser modificada nos próximos anos. “É
possível dinamizar nosso relacionamento econômico bilateral mediante
o estabelecimento de novas formas de
parceria, especialmente entre as pequenas e médias empresas, com forte
componente de inovação”, afirma o
Embaixador Nunes. Esse passo já está
sendo dado. No ano de 2012, o Senai
e a Sociedade Fraunhofer assinaram
acordo que permitiu a criação, no Brasil, dos Institutos Senai de Inovação
(ISI), que funcionarão à semelhança
de seus congêneres alemães, provendo soluções tecnológicas e de gestão
a empresas interessadas em agregar
conhecimento e valor à sua linha de
produção e prestação de serviços. “À
medida que se agrega valor à produção brasileira, a composição da pauta
bilateral tende a alterar-se”, salienta
o representante do Itamaray, que
também já representou o Brasil na
Embaixada da Alemanha.
Hafen Hamburg/H.D.Cotterell
Produtos básicos
têm entrada livre
de impostos de
importação ou têm
taxas muito baixas
na Alemanha,
ao contrário dos
produtos processados
ou semiprocessados
que tem tarifas
muito altas / Auf
Grundprodukte
werden in
Deutschland keine
oder nur sehr niedrige
Einfuhrsteuern
erhoben, aber die
Zölle auf verarbeitete
oder halbverarbeitete
Produkte sind hoch
44
BRASILALEMANHA
Maio 2013
Agência Estado/Niels Andreas
O Brasil importa da
Alemanha bens
de alto valor agregado,
como máquinas,
automóveis, produtos
farmacêuticos e
químicos / Brasilien
importiert aus
Deutschland Güter mit
höherer Wertschöpfung
wie z.B. Maschinen,
Kraftfahrzeuge,
Pharmaprodukte und
Chemieprodukte
Seiner Ansicht nach würde Brasilien
ebenfalls lieber Güter mit höherer
Wertschöpfung nach Deutschland
exportieren; die Kosten seien für die
brasilianischen Exporteure jedoch
höher. „Das ist die sogenannte Zolleskalation. Auf die Grundprodukte
werden keine oder nur sehr niedrige
Einfuhrsteuern erhoben, aber die Zölle
auf verarbeitete oder halbverarbeitete
Produkte sind hoch. Das macht es für
die brasilianischen Exporteure schwierig“, erklärt Nunes da Silva.
Außerdem sei Deutschland eins der
erfolgreichsten Exportländer. Im Ranking der Welthandelsorganisation
(WTO) steht Deutschland mit einem
Anteil von 7,7% an den weltweiten
Exporten auf Platz 3 nach China und
den USA. Brasilien steht mit Exportumsätzen in Höhe von US$ 257 Mrd. auf
Rang 22. Nach Daten der WTO verliert
Brasilien wegen der europäischen Krise
und der fallenden Commodity-Preise
Anteile am Weltmarkt. Die brasilianischen Exporte insgesamt (also nicht nur
nach Deutschland) sind im Jahr 2012
um 5,3% zurückgegangen, während die
weltweiten Exporte im Durchschnitt
um 0,2% gestiegen sind. Das hat eine
kürzlich durchgeführte Erhebung der
Maio 2013
Entwicklungskonferenz der Vereinten
Nationen (UNCTAD) ergeben. Damit
steht Brasilien innerhalb der G-20 (der
Gruppe der 20 größten Volkswirtschaften der Welt) auf dem viertletzten Platz.
Luiz Felipe Brandão Osório, der in
internationalen Wirtschaftswissenschaften promoviert und an der Bundesuniversität in Rio de Janeiro (UFRJ)
internationales Recht unterrichtet,
erklärt, neben der Art der Güter, die
zwischen Brasilien und Deutschland gehandelt werden, sei auch der
Rotterdam-Effekt zu bedenken. Das
war einer der Punkte, über die er
seine Masterarbeit „Die strategische
Bedeutung der deutsch-brasilianischen
Beziehungen“ geschrieben hat. Ein
Teil der brasilianischen Exporte nach
Deutschland wird am Hafen von
Rotterdam in die EU eingeführt und
taucht in der brasilianischen Statistik
bei den Exporten in die Niederlande
auf. Das deutsche Statistische Bundesamt hingegen berücksichtigt diese
Tatsache in seiner Methodik und hat
daher andere Zahlen zu den Exporten
aus Brasilien nach Deutschland.
Ausblick
Die für Brasilien defizitäre Handelsbilanz mit Deutschland könnte sich in
den nächsten Jahren verändern. „Wir
können die bilateralen Wirtschaftsbeziehungen dynamisieren, indem
wir neue Formen von Partnerschaften
suchen, insbesondere Partnerschaften
zwischen kleinen und mittelständischen Unternehmen mit hoher Innovationskraft“, so Botschafter Nunes.
Ein erster Schritt wurde bereits getan:
2012 unterzeichneten das Berufsbildungswerk der Industrie (SENAI)
und die Fraunhofer- Gesellschaft
ein Abkommen zur Einrichtung der
SENAI-Innovationsinstitute (ISI), die
ähnlich arbeiten wie vergleichbare Institutionen in Deutschland und Technologie- und Managementlösungen für
Unternehmen anbieten, die mit mehr
Know-how die Wertschöpfung ihrer
Produkte und Dienstleistungen erhöhen wollen. „In dem Maße, in dem die
Wertschöpfung in der brasilianischen
Produktion steigt, ändert sich auch
die Zusammensetzung des bilateralen
Handels“, betont der Vertreter des Außenministeriums, der auch schon als
Gesandter an der brasilianischen Botschaft in Deutschland gearbeitet hat.
BRASILALEMANHA
45
Energia Exterior
Comércio
Energie
Außenhandel
BRASIL IMPORTA MAIS DA UE
Acordo de livre comércio entre UE e EUA pode impactar
também na balança comercial entre Brasil e UE
Na lista dos maiores importadores da OMC, o Brasil perdeu uma
posição e caiu da 21ª para a 22ª colocação. Isso se refletiu também no
comércio com a União Europeia. O
Brasil passou a importar mais desse
bloco econômico e reverteu um quadro superavitário. Dados do MDIC
apontam que o déficit comercial com
a UE aumentou em 930% no primeiro trimestre de 2013 ante o mesmo
período do ano passado, saltando
de menos US$ 197,8 milhões para
menos US$ 1,8 bilhão.
O câmbio é um dos fatores em
consideração na diminuição de
competitividade da indústria brasileira e no consequente aumento das
importações brasileiras de diferentes
países e blocos econômicos, dizem
muitos especialistas. Para Wagner de
Medeiros, coordenador de câmbio,
financiamento e seguro de crédito da
Associação de Comércio Exterior do
Brasil (AEB), muito embora o câmbio
tenha sua parcela de responsabilidade, apenas a taxa de câmbio “mais
real” não tem o condão de superar
gargalos estruturais que permita ao
Brasil crescimento sustentável de sua
economia e, por conseguinte, de suas
exportações.
Acordo UE-EUA
Outro ponto de atenção é o acordo
de livre comércio que começa a se
costurar entre os Estados Unidos e
a UE. Como um acordo comercial
entre a UE e o Mercosul ainda não
se concretizou, uma possível aliança
comercial entre duas das principais
regiões econômicas do planeta pode,
segundo especialistas, impactar nas
relações econômicas e comerciais do
Brasil com a UE e até no comércio
com a Alemanha.
Do lado brasileiro, porém, há uma
certa cautela do governo em tratar
desse assunto. Para o Embaixador
Nunes, porta-voz do Itamaraty, é
preciso avaliar um eventual acordo
de livre comércio entre a União Europeia e os Estados Unidos e USA sob
uma perspectiva mais ampla. “No
momento em que os Estados Unidos
e o bloco europeu demonstram-se
dispostos a abrir seus mercados bilateralmente, isso pode sinalizar propensão para abertura ainda maior,
por meio da Organização Mundial
do Comércio, o que beneficiaria não
só 28 países (Estados Unidos e países
membros da UE), mas todos os 159
membros da OMC”, analisa.
O Itamaraty trabalha com a hipótese de um acordo multilateral
que discipline o comércio agrícola
com os Estados Unidos e a União
Europeia, o que traria ref lexos
diretos para o Brasil. “Removendo
distorções inaceitáveis”, destaca o
Embaixador Nunes. Segundo ele,
o Brasil acredita que as negociações
comerciais multilaterais constituem
a via mais eficiente para gerar benefícios a todos os membros da OMC.
Hafen Hamburg/Hasenpusch
46
BRASILALEMANHA
Maio 2013
HÖHERE IMPORTE AUS DER EU
Ein Freihandelsabkommen zwischen der EU und
den USA könnte sich auch auf den Handel zwischen
Brasilien und der EU auswirken
Im WTO-Ranking der größten
Exportländer ist Brasilien von Platz
21 auf Platz 22 zurückgefallen. Das
zeigt sich auch im Handel mit der
Europäischen Union. Brasilien
importiert heute mehr aus der EU,
und aus dem Handelsbilanzüberschuss wurde ein Defizit. Nach
Daten des MDIC lag das Handelsbilanzdefizit mit der EU im ersten
Quartal 2013 mit US$ 1,8 Mrd.
930% höher als im ersten Quartal
2012 mit US$ 197,8 Mio.
Viele Fachleute vertreten die Ansicht, dass auch der Wechselkurs
der brasilianischen Wettbewerbsfähigkeit schadet und sich deshalb
die brasilianischen Importe aus
verschiedenen Ländern und Wirtschaftsblöcken erhöhen. Wagner
de Medeiros, der beim brasilianischen Außenhandelsverband
(AEB) für Wechselkursfragen,
Finanzierungen und Kreditversicherungen zuständig ist, ist
hingegen der Meinung, dass der
Wechselkurs zwar durchaus eine
Rolle spiele; ein „realistischerer“
Wechselkurs allein sei aber nicht
ausreichend, um strukturelle Engpässe zu überwinden, die ein nachhaltiges Wirtschaftswachstum
und damit auch einen Anstieg der
Exporte verhindern.
Freihandelsabkommen
zwischen EU und USA
Ein weiterer wichtiger Punkt ist
das Freihandelsabkommen, das
zwischen den USA und der EU
Maio 2013
geschlossen werden soll. Da ein
Handelsabkommen zwischen der
EU und dem Mercosur bisher keine
konkreten Formen angenommen
hat, könnte sich ein eventuelles Bündnis zwischen den zwei
größten Wirtschaftsräumen der
Welt Fachleuten zufolge auf die
Handelsbeziehungen zwischen
Brasilien und der EU und auch
zwischen Brasilien und Deutschland auswirken.
Die brasilianische Regierung
hingegen geht das Thema vorsichtig
an. Botschafter Nunes, Sprecher
des Außenministeriums, sieht ein
eventuelles Freihandelsabkommen
zwischen der EU und den USA aus
einer weiteren Perspektive: „Sobald
sich die USA und der europäische
Wirtschaftsblock bereit zeigen,
ihre Märkte auf bilateraler Ebene zu
öffnen, kann das über die Welthandelsorganisation zu einer weiteren
Öffnung führen, von der nicht nur
die USA und die 27 EU-Mitgliedsstaaten profitieren, sondern alle 159
WTO-Mitglieder.“
Das brasilianische Außenministerium würde ein multilaterales
Abkommen bevorzugen, das den
Agrarhandel mit den USA und der
EU regelt. Das hätte direkte Auswirkungen auf Brasilien. „Dadurch
ließen sich untragbare Verzerrungen
beseitigen“, betont Nunes. Brasilien,
so Nunes, hält die multilateralen
Verhandlungen für den effizientesten Weg, um Vorteile für alle WTOMitglieder zu erzielen.
BRASILALEMANHA
47
Energia Exterior
Comércio
Energie
Außenhandel
Balança Comercial Brasil-Alemanha 2002 – 2012 US$ Bi – Fob
Handelsbilanz Brasilien-Deutschland 2002 – 2012 US$ Mrd. – Fob
Exportações para a Alemanha US$ (1)
Exporte nach Deutschland US$ bi – FOB
2002
2003
2004
2005
2006
2,5
3,1
4,0
2004
5,1
5,0
2005
6,1
5,7
2006
6,5
7,2
2007
8,7
8,9
2008
12,0
6,2
2009
9,9
7,9
2011
2012
2003
4,2
2008
2010
2002
4,4
2007
2009
Importações da Alemanha US$ (2)
Importe aus Deutschland US$ Mrd. – FOB
2010
12,1
9,0
2011
15,2
7,3
2012
14,2
Saldo US$ (1) - (2) / Bilanz US$ Mrd. (1) - (2)
2002
2003
2004
2005
-1,1
-1,1
-1,1
-1,9
2006
-0,8
2007
2008
2010
2011
2012
-1,5
-3,1
Fonte / Quelle: Secex – Mdic
2009
-3,7
-4,2
-6,1
-6,9
48
BRASILALEMANHA
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
49
Estado/Tasso Marcello
Energia eEnergie
Máquinas
Equipamentos
Maschinen und Anlagen
Máquinas e equipamentos para
movimentar a infraestrutura
Grandes
obras devem
impulsionar
o setor, mas
oportunidades
rivalizam com
deficiências
do mercado
50
BRASILALEMANHA
Marco Túlio Pereira
O mercado de máquinas e equipamentos destinados às obras de infraestrutura no Brasil
atravessa uma fase de oportunidades e desafios. Na conjunção de fatores que favorecem
o setor estão as obras relacionadas à Copa do
Mundo de 2014, aos Jogos Olímpicos de 2016,
e também aquelas incluídas no Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC). Nesse conjunto também entra o setor de petróleo e gás,
especialmente a exploração no pré-sal. Outros
aspectos, no entanto, se tornam entraves para
a indústria nacional.
Segundo estudo da Sobratema (Associação
Brasileira de Tecnologia para Construção e
Mineração), o mercado nacional de equipamentos para construção, base para o setor de
infraestrutura, deve seguir em ritmo de crescimento entre 2013 e 2017. Após retração de
19%, em 2012, nas vendas de máquinas para
esse tipo de atividade, incluindo, por exemplo,
gruas, guindastes, compressores, plataformas
e caminhões rodoviários, a tendência é de recuperação a partir deste ano. O estudo estima
que 2013 deva ter aumento de 12% nas vendas
em relação ao ano passado. Os especialistas da
Sobratema apontam projeções de crescimento
médio anual pouco acima de 10% até 2017 no
segmento.
A linha Amarela
Um dos segmentos desse mercado é a chamada
“Linha Amarela”. Ela é integrada por tratores,
retroescavadeiras, motoniveladoras, entre outros que são os dispositivos de movimentação
de terra, fundamentais à maioria dos projetos
de infraestrutura. Apesar da diminuição do
volume de vendas desse tipo de produto, passando de 30,5 mil unidades comercializadas
Maio 2013
Maschinen und Anlagen für
Infrastrukturprojekte
Große Bauprojekte sollten den Markt ankurbeln, aber
neben den Chancen gibt es auch große Defizite
Marco Túlio Pereira
Der Markt für Maschinen und Anlagen
für die Infrastrukturbauarbeiten in
Brasilien ist gegenwärtig voller Möglichkeiten und Herausforderungen.
Zu den positiven Faktoren zählen
die Bauprojekte im Zusammenhang
mit der Fußball-WM 2014 und den
Olympischen Spielen 2016 sowie mit
dem Wachstumsbeschleunigungsprogramm (PAC). Dazu gehören auch
Projekte im Öl- und Gassektor, insbesondere die Förderung aus der PréSal-Schicht. Andere Faktoren hingegen
stellen die Industrie vor Probleme.
Nach einer Studie von Sobratema
(brasilianischer Technologieverband
für Bau und Bergbau) kann der brasilianische Markt für Baumaschinen, die
Grundlage für den Infrastruktursektor,
voraussichtlich für die Jahre 2013 bis
2017 mit steigenden Umsätzen rechnen. Der Verkauf von Baumaschinen,
also z.B. von Kränen, Kompressoren,
Plattformen und Muldenkippern, ging
2012 um 19% zurück; aber im laufenden Jahr zeichnet sich eine Erholung
ab. Die Studie geht für 2013 von einem
Umsatzanstieg um 12% im Vergleich
zum Vorjahr aus. Die Fachleute von
Sobratema prognostizieren für diesen
Markt bis 2017 ein Wachstum von
durchschnittlich 10% im Jahr.
Erdbaumaschinen
Bauma/Alex Schelbert
Ein Segment dieses Marktes sind die
Maschinen, die in Brasilien als „gelbe
Ware“ bezeichnet werden. Dazu gehö-
ren Traktoren, Baggerlader, Planierer
und andere Erdbaumaschinen, die für
die meisten Infrastrukturprojekte unverzichtbar sind. Obwohl der Verkauf
solcher Maschinen von 30.500 im Jahr
2011 um 3% auf 29.700 im Jahr 2012
zurückgegangen ist und auch bei den
Importen ein Rückgang von 14% zur
verzeichnen war, sind die Aussichten
für 2013 günstig. Sobratema erwartet
für das laufende Jahr einen Verkaufsanstieg von 5% bis 20% auf dem Binnenmarkt.
Die Sobratema-Studie zeigt Brasilien
außerdem als traditionellen Hersteller
von gelber Ware, von Muldenkippern
und von den meisten Baumaschinen im
Allgemeinen. „Brasilien ist in diesem
Bereich nach verkauften Einheiten weiterhin Nettoexporteur“, erklärt Brian
Nicholson, Berater von Sobratema.
Die Importe „waren schon immer
eher die sehr teuren Maschinen oder
Maschinen, nach denen eine geringe
Nachfrage besteht“, so Nicholson.
Das sind beispielsweise Hydraulikkrane oder Tunnelbohrmaschinen (in
Brasilien auch bekannt als „tatuzões“,
„große Gürteltiere“). Tunnelbohrmaschinen werden in Brasilien schon seit
Jahrzehnten im U-Bahn-Bau in São
Paulo eingesetzt; außerdem werden
sie für Onshore-Erdölbohrungen in
Bahia genutzt.
Maio 2013
BRASILALEMANHA
51
Maschinen und Anlagen
Bauma/Darren Jacklin
Energia eEnergie
Máquinas
Equipamentos
em 2011 para 29,7 mil em 2012 (queda
de 3%), e também do recuo de 14% nas
importações, as perspectivas para 2013
são favoráveis. A Sobratema estima que
em 2013 as vendas aumentem para um
patamar entre 5% e 20% no mercado
doméstico.
O estudo da Sobratema aponta ainda
que o Brasil é tradicional produtor de
máquinas da Linha Amarela, de caminhões de estrada (basculantes pesados)
e da maioria dos equipamentos do
setor de construção em geral. “O País
continua sendo exportador líquido
nessa área, considerando unidades
vendidas”, explica Brian Nicholson,
consultor da entidade.
As importações são “tradicionalmente dos itens cujo valor unitário é muito
grande ou a demanda é reduzida”,
explica Nicholson. Exemplos são os
guindastes hidráulicos e os famosos
“tatuzões”, utilizados em obras de
escavação. Esses últimos, chamados
originalmente de “Schield”, são utilizados no Brasil há décadas na construção
das linhas do metrô de São Paulo e,
mais recentemente, na perfuração de
poços de petróleto onshore (em terra
firme) na Bahia.
Presença alemã - A Alemanha é um país
com presença no setor de máquinas e
equipamentos para infraestrutura. Uma
das empresas de origem germânica com
52
BRASILALEMANHA
Tratores em operação. O Brasil é
exportador de equipamentos da
chamada “linha amarela” / Traktoren
im Einsatz. Brasilien exportiert
Baumaschinen
atuação no Brasil é a Liebherr, cujo mix
de produtos conta com grande portfólio
de máquinas da Linha Amarela e para
obras em geral. Nove das doze obras
de estádios de futebol para a Copa do
Mundo de 2014 têm em seus canteiros
equipamentos da companhia com diferentes modelos de guindastes móveis e
guindastes sobre esteiras.
A Herrrenknecht, líder de tecnologia
e de mercado em tuneladoras, também
está presente no País. Sua gama de
produtos inclui máquinas feitas por
encomenda para túneis de tráfego e
transporte, assim como para túneis de
abastecimento e drenagem. Entre eles
está o “Shield”, que perfura o túnel e,
ao mesmo tempo, coloca os anéis de
concreto que darão sustentação à obra.
Atualmente, as obras do metrô de São
Paulo contam com pelo menos três
dessas máquinas em operação. Notícias
publicadas pela imprensa nacional informam que a Herrenknecht pretende
instalar uma fábrica no Brasil em 2013,
prevendo um investimento inicial de €
15 milhões.
Deutsche Präsenz - Auch deutsche
Unternehmen bauen in Brasilien
Maschinen und Anlagen für den
Infrastrukturbau. Das Unternehmen
Liebherr z.B. bietet in Brasilien die
verschiedensten Baumaschinen an.
In neun der zwölf Fußballstadien
für die WM 2014 werden bei den
Bauarbeiten Liebherr-Maschinen wie
Fahrzeugkrane und Raupenkrane
eingesetzt.
Auch Herrenknecht, der weltweit
führende Hersteller von Tunnelvortriebsmaschinen, ist in Brasilien
präsent. Das Unternehmen bietet
u.a. maßgeschneiderte Maschinen
für den Bau von Verkehrstunneln,
Versorgungstunneln und Entwässerungsstollen. Dazu gehören auch
Schildmaschinen, die den Tunnel bohren und gleichzeitig die
Tunnelauskleidung (Betonringe)
einbauen. Derzeit werden in den
Bauarbeiten für die U-Bahn von São
Paulo mindestens drei dieser Maschinen eingesetzt. Nach Informationen
aus der brasilianischen Presse will
Herrenknecht im Jahr 2013 einen
Produktionsstandort in Brasilien
einrichten und rechnet mit Anfangsinvestitionen in Höhe von € 15 Mio.
Ein weiteres Unternehmen der Branche ist CIRIEX ABUS in Rio Grande do Sul, das Hebesysteme und
Hallenkrane anbietet. Damit ist das
Unternehmen zwar nicht direkt auf
dem Markt für Baumaschinen tätig,
liefert aber Maschinen, die für den
Maschinen- und Anlagenbau sehr
wichtig sind. „Die Infrastrukturprojekte werden von uns nicht direkt
beliefert; aber die Anbieter von Gütern und Dienstleistungen für den
Infrastrukturbau bestellen unsere Anlagen, um ihre eigene Produktion zu
verbessern“, erklärt Sergio Luiz Eidt,
Geschäftsführer von CIRIEX ABUS.
Vermietung und Engpässe
Auch die Vermietung von Maschinen
und Anlagen spielt eine wichtige Rolle
auf dem Markt. Die ca. 6.000 Unternehmen der Branche erwirtschaften
einen jährlichen Umsatz von R$ 3,5
Mrd. „Wir beobachten eine Konsolidierung der Branche in Brasilien.
Die Branche ist den wirtschaftlichen
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
53
Máquinas eEnergie
Energia
Equipamentos
Maschinen und Anlagen
Outra empresa de origem alemã com
presença nesse mercado é a gaúcha CIRIEX ABUS, produtora de equipamentos para elevação e transporte interno de
cargas. Apesar de não estar diretamente
envolvida em obras de infraestrutura,
é fornecedora de máquinas vitais ao
parque de produção de empresas de
bens de capital mecânico. “As obras de
infraestrutura não afetam os produtos
da CIRIEX ABUS por encomendas diretas, mas sim de forma indireta, com a
necessidade de as empresas fornecedoras de bens e serviços melhorarem suas
unidades de produção”, explica Sergio
Luiz Eidt, seu diretor.
Locação e entraves
Bauma/Alex Schelbert
O aluguel de máquinas e equipamentos
também desempenha papel importante
nesse mercado. O setor é formado por
cerca de 6 mil empresas e movimenta
R$ 3,5 bilhões por ano. “Temos observado o processo de consolidação na
indústria de locação de máquinas no
Brasil. Essa consolidação está sujeita
aos ventos da economia brasileira e
também internacional, mas aguardamos uma boa retomada no segmento de
locação para 2013”, afirma Marco Aurélio Cunha, presidente da Associação
dos Locadores de Equipamentos para
a Construção Civil (ALEC).
Schwankungen in Brasilien und auf
dem Weltmarkt ausgesetzt, aber wir
gehen davon aus, dass 2013 wieder
mehr Baumaschinen vermietet werden“, erklärt Marco Aurélio Cunha,
Präsident des Verbands der Vermieter
von Baumaschinen (ALEC).
Bei allen Bau- und Infrastrukturprojekten muss geprüft werden, ob es vorteil-
54
BRASILALEMANHA
Bauma/Alex Schelbert
Melhor qualificação técnica para operadores de
máquinas e equipamentos de infraestrutura é
necessidade urgente no Brasil / Brasilien braucht
dringend besser ausgebildete Fachkräfte für den Betrieb
der Maschinen und Anlagen im Infrastrukturbau
Em toda obra de construção e infraestrutura, o responsável deve avaliar
as vantagens da locação, já que em
muitos casos ela pode ser uma alternativa mais barata e prática. Segundo
Marco Aurélio, a principal delas é pagar
somente pelo período de utilização do
equipamento, o que representa um investimento muito menor do que aquele
da compra de uma máquina nova.
Um importante gargalo para o mercado de máquinas e equipamentos para
infraestrutura é a falta de mão de obra
especializada. Os aparelhos utilizados
em grandes obras demandam de seus
operadores formação técnica específica. “[A mão de obra brasileira] está
muito aquém do que a gente precisa. É
um ponto completamente deficitário
no Brasil”, analisa Luiz Aubert Neto,
presidente da ABIMAQ (Associação
Brasileira da Indústria de Máquinas
e Equipamentos). Além disso, Aubert
aponta as intervenções do governo
como entraves ao avanço do setor de
bens de capital mecânicos e infraestrutura. “O mundo todo tem liquidez. Tem
dinheiro lá fora para fazer investimento
em infraestrutura no Brasil. Obras de
saneamento básico e infraestrutura de
portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, por exemplo, mexem com toda
a economia. Mas o governo quer fazer
isso tudo sozinho, a coisa não anda, só
atrapalha”, afirma. A solução, conclui
Aubert, é “abrir o mercado, privatizar
e fazer parcerias público-privadas para
trazer o dinheiro para cá”.
haft ist, die notwendigen Maschinen
zu mieten - oft ist dies günstiger und
praktischer als der Kauf von Maschinen. Nach Ansicht von Cunha liegt der
Hauptvorteil darin, dass nur für die
Nutzungsdauer gezahlt werden muss;
diese Investitionen sind viel niedriger
als beim Kauf einer neuen Maschine.
Ein großes Problem auf dem Markt
für Maschinen und Anlagen für den
Infrastrukturbau ist der Mangel an
Fachkräften. Der Betrieb solcher Maschinen erfordert Arbeitskräfte mit einer speziellen technischen Ausbildung.
„Der Fachkräftemangel in Brasilien ist
enorm. Das ist ein großes Defizit“, so
Luiz Aubert Neto, Präsident des Maschinenbauverbands ABIMAQ. Außer-
dem seien die Eingriffe der Regierung
in den Markt ein großes Problem für
den Maschinen- und Anlagenbau und
für den Infrastruktursektor. „Die ganze Welt ist liquide. Da draußen gibt es
Geld, das in die brasilianische Infrastruktur investiert werden kann. Der
Siedlungswasserbau und Infrastrukturprojekte für Häfen, Flughäfen,
Straßen und Schienenwege wirken
sich auf die gesamte Wirtschaft aus.
Aber die Regierung will das alles alleine machen. Das funktioniert aber
nicht, sie hält nur alles auf“, erklärt
Neto. Die Lösung läge darin, den
Markt zu öffnen und zu privatisieren
und über Public-Private Partnerships
Kapital zu beschaffen.
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
55
Agência Estado/Heuler Andrey
Energia
Seguros
Energie
Versicherungen
Grandes riscos, grandes
oportunidades
Seguros de obras
Raquel Sander
de infraestrutura
Copa do Mundo de Futebol, Olimpíadas, Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC), Trem de Alta Velocidade (TAV), concessão de portos,
aeroportos, rodovias e ferrovias. Esses
são apenas alguns exemplos de eventos, projetos e programas anunciados
nos últimos anos que movimentarão
bilhões de reais em recursos públicos e
privados no País. Conforme o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, declarou
em um evento promovido por um veículo de imprensa no início do ano, os
investimentos em diversos setores no
Brasil entre 2011 e 2015 devem chegar
a cerca de R$ 1 trilhão.
Para além do mercado de máquinas
e equipamentos e das empreiteiras,
esse volume de obras e investimentos
movimenta o setor de seguros, mais
especificamente o segmento de seguros de obras de infraestrutura ou
seguros de grandes riscos. Tendo como
carros-chefes os seguros de garantia
(de maneira genérica, são aqueles que
garantem que as obrigações constantes
em um contrato sejam cumpridas), de
encontram terreno
fértil com previsão
de grandes projetos
no Brasil
56
BRASILALEMANHA
riscos de engenharia (cobrem os prejuízos causados por acidentes diversos
– como danos da natureza durante a
execução das obras) e de responsabilidade civil-obras (cobrem os danos
causados a terceiros pela execução das
obras), as apólices do segmento são
fundamentais, hoje, para a realização
de todo projeto de infraestrutura.
Segundo dados da Susep, Superintendência de Seguros Privados, 28
seguradoras operavam com seguros de
garantia no País em 2012 (12 de capital
majoritariamente brasileiro e 16 de
estrangeiro), e o volume de prêmios da
modalidade chegou a pouco mais de
R$ 758 milhões, um crescimento de 4%
sobre 2011. Já o volume de prêmios dos
seguros de riscos de engenharia – que
englobam as principais coberturas dos
seguros de responsabilidade civil-obras
– ficou em cerca de R$ 600 milhões,
uma redução de 34% em relação
aos R$ 912 milhões do ano anterior.
Trinta e uma empresas operavam com
esses seguros em 2012 (dez de capital
majoritariamente brasileiro e 21 de
estrangeiro).
Maio 2013
Falta de mão de
obra qualificada
é fator crítico
para obras de
infraestrutura / Der
Fachkräftemangel
ist ein kritischer
Faktor im
Infrastrukturbau
Agência Estado/ Epitácio Pessoa
Große Risiken, große Chancen
Die geplanten Infrastruktur-Großprojekte in Brasilien sorgen für eine hohe
Nachfrage nach Versicherungen
Raquel Sander
Die Fußball-WM, die Olympischen Spiele, das Wachstumsbeschleunigungsprogramm (PAC), der Hochgeschwindigkeitszug (TAV), die Konzessionierung von
Häfen, Flughäfen, Straßen und Schienenwegen - das sind
nur einige Beispiele für die Veranstaltungen, Projekte und
Programme, die in den letzten Jahren angekündigt wurden
und in die öffentliche und private Mittel in Milliardenhöhe
fließen werden. Finanzminister Guido Mantega erklärte
auf einer Presseveranstaltung Anfang des Jahres, dass sich
die Investitionen in Brasilien in verschiedenen Branchen
in den Jahren 2011 bis 2015 voraussichtlich auf etwa R$
1 Billion summieren werden.
Neben dem Markt für Maschinen und Anlagen sowie
dem Baugewerbe fließen auch viele Mittel in die Versicherungswirtschaft, insbesondere in die Versicherung von
Infrastrukturprojekten bzw. die Versicherung von Großrisiken. Die wichtigsten Segmente sind die Erfüllungsgarantien (die für die Erfüllung vertraglicher Ansprüche
einstehen), die Technikversicherungen (bei Schäden, die
aus verschiedenen Gründen - z.B. durch Naturereignisse - während der Bauarbeiten an der Baustelle und der
Ausrüstung entstehen) und die Haftpflichtversicherungen
(die Schäden abdecken, die Dritten durch die Bauarbeiten
entstehen). Heute sind solche Versicherungen unverzichtbar, wenn es im Infrastrukturprojekte geht.
Nach Daten der Versicherungsaufsicht SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) haben im Jahr 2012 in Brasilien 28 Versicherungsunternehmen (zwölf brasilianische
und 16 ausländische Unternehmen) Erfüllungsgarantien
angeboten, und die Prämien summierten sich auf knapp
Maio 2013
über R$ 758 Mio., 4% mehr als im Jahr 2011. Bei den
Technikversicherungen - zu denen auch die wichtigsten
Haftpflichtversicherungen im Baubereich gehören - beliefen sich die Prämien auf ca. R$ 600 Mio., 34% weniger
als die R$ 912 Mio. aus dem Vorjahr. In diesem Segment
waren 2012 insgesamt 31 Unternehmen (zehn brasilianische und 21 ausländische) tätig.
Der Rückgang der Prämien lässt sich wahrscheinlich auf
die Tatsache zurückführen, dass viele für 2012 geplante
Projekte dann doch nicht umgesetzt, sondern ins Jahr
2013 verschoben wurden, so dass für das laufende Jahr mit
einem Anstieg der Versicherungsabschlüsse zur Deckung
von Großrisiken zu rechnen ist.
Boomender Markt
Edson Toguchi, der bei der Allianz für die Versicherung von
Großrisiken zuständig ist, erwartet für 2013 ein Wachstum
von über 20% bei den Technikversicherungen, den Erfüllungsgarantien und den Haftpflichtversicherungen.
„Eine Frage wird immer wieder gestellt: Bieten sich in
Brasilien tatsächlich Geschäftsmöglichkeiten, oder ist
das jetzt nur eine kurze Phase, die ungefähr 2014 schon
wieder vorbei ist? Herrscht auf dem Markt nur gerade
Hochkonjunktur, oder werden sich auch nachhaltige
Geschäftsmöglichkeiten entwickeln? Auf dem Versicherungsmarkt erwarten wir durchaus Nachhaltigkeit. Neben
den großen Sportveranstaltungen gibt es die Projekte im
Rahmen des PAC, Energieprojekte und vieles mehr, und
auch unabhängig von den Sportveranstaltungen müssen
wir die Entwicklung in Brasilien weiter voranbringen.
Wir sind fast das einzige Land in ganz Lateinamerika, das
solche Möglichkeiten bietet“, so Toguchi.
BRASILALEMANHA
57
Energia
Seguros
Energie
Versicherungen
Uma causa provável para a queda no
volume de prêmios do grupo riscos de
engenharia é que muitas obras previstas para 2012 acabaram não saindo
do papel, mas ficaram para 2013, o
que deve alavancar o crescimento dos
seguros de grandes riscos neste ano.
Mercado aquecido
A aposta de Edson Toguchi, diretor de
Grandes Riscos da Allianz Seguros, é
de um crescimento de mais de 20%
nos seguros de riscos de engenharia,
de garantia e de responsabilidade civil
em 2013.
“Uma pergunta muito frequente é:
será que realmente o Brasil oferece
oportunidades ou é uma marolinha,
que vai acabar próximo a 2014? Estamos vivendo um mercado momen-
taneamente aquecido ou realmente
vai haver uma sustentabilidade em
termos de oportunidades? Do ponto
de vista de seguros, nós acreditamos
que há, sim, oportunidades. Além dos
grandes eventos esportivos, nós temos
os projetos do PAC, projetos de energia
e tantos outros e, independentemente
dos eventos esportivos, nós temos de
seguir adiante com o desenvolvimento
do Brasil. Se você pegar a América
Latina, somos praticamente o único
país que tem essas oportunidades”,
afirma Toguchi.
Isso é corroborado, segundo o
executivo, pela chegada de empresas
estrangeiras ao Brasil nos últimos
anos. “Você pode verificar uma série
de companhias estrangeiras entre seguradoras e resseguradoras vindo ao
No Brasil, o volume de
prêmios dos seguros de
garantia movimentou, em
2012, pouco mais de R$ 758
milhões / Im Segment der
Erfüllungsgarantien belief
sich das Prämienvolumen
in Brasilien 2012 auf knapp
über R$ 758 Mio.
Brasil para investir pesado em seguro
e resseguro, principalmente em infraestrutura, porque elas verificam que
é uma oportunidade que só existe no
Brasil, de conseguir ter o seu retorno
com relação a seguros.”
De acordo com Sergio Hilgert, sócio-diretor da corretora Euroamerica,
o movimento maior de entrada de
novos players, no entanto, já passou,
e o mercado segurador brasileiro está
preparado para atender a demanda
dos projetos de infraestrutura, “tanto do ponto de vista do know-how,
podendo oferecer seguros de padrão
internacional de qualidade, quanto
de capacidade [volume de capital que
pode disponibilizar para um projeto]”.
O diretor de Infraestrutura da
seguradora Aon, Clemens Freitag,
concorda com o bom preparo do mercado brasileiro, mas acredita que há
um descompasso quando se fala nos
grandes investimentos. “Existe muita
publicidade a respeito de investimento,
só que, a meu ver, a expectativa é maior
que a realidade. Existe crescimento,
sem sombra de dúvida, mas, de tanto
que nós falamos em investimentos em
infraestrutura, a expectativa de todos
acaba sendo maior que os fatos, porque
há os entraves na hora de você realizar
essas grandes obras. Um exemplo é o
Trem de Alta Velocidade, do qual estamos falando há mais de cinco anos,
mas que ainda não saiu do papel.”
Agência Estado/Marcos de Paula
Mercado aquecido atraiu
empresas estrangeiras para
atuar com seguros de grandes
riscos no Brasil. Esta é uma
oportunidade que só existe aqui
58
BRASILALEMANHA
Der boomende Markt hat
ausländische Unternehmen ins
Land geholt, die Großrisiken
versichern. Hier bietet Brasilien
einzigartige Möglichkeiten
Maio 2013
Das zeige sich auch daran, dass sich in den letzten
Jahren einige ausländische Unternehmen in Brasilien
niedergelassen haben: „Eine ganze Reihe ausländischer
Versicherer und Rückversicherer sind nach Brasilien
gekommen, um hohe Investitionen zu tätigen, und zwar
v.a. im Infrastrukturbereich. Sie haben erkannt, dass sich
in Brasilien einzigartige Gewinnmöglichkeiten bieten.“
Sergio Hilgert, teilhabender Geschäftsführer beim
Versicherungsmakler Euroamerica, geht davon aus, dass
sich jetzt nicht mehr so viele Versicherungsunternehmen
neu in Brasilien niederlassen und dass der brasilianische
Versicherungsmarkt auf die Nachfrage im Bereich der Infrastrukturprojekte vorbereitet ist. Der Markt verfüge „sowohl
über das nötige Know-how, kann also Versicherungen
anbieten, die internationalen Standards entsprechen, als
auch über die nötigen Kapazitäten [Kapital, das für die
Projekte zur Verfügung steht]“.
Der Geschäftsführer Infrastruktur beim Versicherungsunternehmen Aon, Clemens Freitag, teilt diese Ansicht, sieht
aber Diskrepanzen bei den Infrastrukturprojekten: „Es wird
viel Werbung gemacht, was diese Investitionen angeht, aber
ich halte die Erwartungen für überzogen. Das Wachstum
ist da, daran besteht nicht der geringste Zweifel, aber wir
sprechen so viel über die Investitionen in die Infrastruktur,
dass damit Erwartungen geschaffen werden, die nicht der
Maio 2013
Realität entsprechen. Denn wenn es an die Umsetzung dieser
Großprojekte geht, tauchen jedes Mal Hindernisse auf. Vom
Hochgeschwindigkeitszug z.B. sprechen wir schon seit über
fünf Jahren, aber bislang gibt es den Zug nur auf dem Papier.“
Wichtigste Segmente
Kerngeschäft von Aon ist die Versicherung von Großrisiken,
die, wie Freitag erklärt, 15% bis 20% des Unternehmensportfolios ausmachen. Das Prämienvolumen beläuft sich in
Brasilien auf R$ 250 Mio. Großrisiken versichert Aon besonders in den Bereichen Logistik, U-Bahnen, Häfen, Straßen
und Flughäfen, Elektroenergie, Windkraft, Wasserkraft und
Wärmekraft. Ebenfalls wichtig, wenn auch in geringerem
Umfang, ist die Versicherung großer Industrieanlagen. Freitag erwartet in diesem Segment ein Unternehmenswachstum
von 20% in den nächsten zwei Jahren.
Auch bei Euroamerica macht die Versicherung von Großrisiken 50% des Portfolios aus. Sergio Hilgert erwartet in
diesem Segment für das Jahr 2013 einen Umsatzanstieg
von 25% bis 40% und eine Verdoppelung des Prämienvolumens. Euroamerica verfügt über Know-how im Verkehrswesen (Straßen, U-Bahnen) und bei Wasserkraftwerken
und setzt außerdem auf den Schiffbau und auf den Öl- und
Gassektor. Für den Öl- und Gassektor richtet das Unternehmen gerade eine eigene Abteilung ein.
BRASILALEMANHA
59
Energia
Seguros
Energie
Versicherungen
Milho pode substituir fontes
fósseis nos plásticos / Mais kann
die fossilen Rohstoffe in der
Kunststoffherstellung ersetzen
Agência Estado/ Edmar Mello
Trinta e uma empresas
operam no Brasil com
seguros de riscos de
engenharia. O volume de
prêmios desse mercado
foi de R$ 600 milhões, em
2012. / 31 Unternehmen
bieten in Brasilien
Technikversicherungen
an. Die Prämien in diesem
Segment beliefen sich im
Jahr 2012 auf R$ 600 Mio.
Focos de atuação
Os seguros de grandes riscos, segundo
Freitag, são o corebusiness da Aon,
representando entre 15% e 20% do
portfólio da empresa e um volume de
prêmios de R$ 250 milhões no País.
Entre as principais áreas em que a seguradora atua em grandes riscos estão
logística – metrô, portos, rodovias e aeroportos – e energia elétrica – energia
eólica, hidrelétrica e termoelétrica –,
além de, num patamar menor, grandes
complexos industriais. O executivo estima um crescimento anual da empresa
de 20% no segmento nos próximos
dois anos.
Também a Euroamerica atua principalmente com grandes riscos, que
somam 50% do portfólio da corretora.
De acordo com Sergio Hilgert, a expectativa da companhia no segmento é
crescer de 25% a 40% em faturamento
e dobrar em volume de prêmios em
2013. Além de mobilidade (rodovias,
metrô) e hidrelétricas, em que tem
expertise, a Euroamerica aposta nos
setores naval e de petróleo e gás – neste
último, vem estruturando uma área de
atendimento especializada.
Na Allianz, grandes riscos são 16%
do portfólio, e a seguradora alemã
estima crescer 5% acima do mercado
no segmento neste ano. Energia limpa
(principalmente eólica, de biomassa e
solar) e transporte/mobilidade urbana
são os focos de atuação da companhia
60
BRASILALEMANHA
em grandes ricos. “O movimento nos
estádios de futebol [em termos de
seguros] já foi lá atrás. Podemos citar
nominalmente o Mineirão, no qual nos
envolvemos na primeira fase, desde
seguro de garantia, de responsabilidade civil-obras e de engenharia. Temos
algum envolvimento (seja garantia,
responsabilidade civil ou engenharia)
em seis dos doze estádios do evento
esportivo de 2014”, afirma (a companhia não pode citar os outros cinco por
questões contratuais).
Riscos
E quais seriam os maiores riscos aos
quais as obras de infraestrutura estão
expostas no Brasil?
Para Clemens Freitag, os maiores
são aqueles não seguráveis. “Primeiro,
a interferência do governo – existe
uma grande interferência do governo
em relação aos investimentos, e isso
atrapalha a tranquilidade do investidor.
O investidor quer estabilidade e tende
a fugir de apostar o seu dinheiro onde
encontra muita interferência governamental. Outra dificuldade é a relativa
às licenças, como as ambientais, que
demoram muito a ser obtidas e atrasam
os investimentos, e também a parte regulatória, das agências, de regras que às
vezes não são muito bem elaboradas e
deixam dúvidas nos investidores, o que
faz, igualmente, com que eles procurem
outros mercados.”
Roberto Sarkis, gerente da área de
engenharia da Euroamerica, aponta
a mão de obra como fator crítico. “A
gente vê, por exemplo, obras gigantescas de hidrelétricas no norte do
País que demandam 10 mil, 15 mil
funcionários. Você não tem toda essa
mão de obra facilmente disponível na
região, então você tem de prepará-la e com rapidez. E, muitas vezes,
é um desafio muito grande para as
empreiteiras conseguir isso, ter uma
qualidade de mão de obra. Além
disso, hoje, no Brasil, está faltando
engenheiros, não está se formando
engenheiros com a rapidez que essas
demandas todas de investimentos
estão solicitando.”
“Prazo. Esse é o maior risco. Em
mu itos projetos que recebemos
aqui, questionamos [ao tomador]
se o prazo pré-estipulado realmente
será cumprido. Obras que a gente vê
aí que o normal seria construir em
três ou quatro anos, o prazo está no
projeto como dois anos, então tem
alguma coisa que pode estar errada.
Aí é que mora o risco – como é que
você vai fazer isso? Vai fazer na correria? Isso é complicado para a gente,
então a gente procura, antes mesmo
de ofertar uma cobertura securitária,
saber o que estão fazendo para chegar
nesse prazo de dois anos”, finaliza
Edson Toguchi.
Maio 2013
Bei der Allianz machen Großrisiken 16% des Portfolios
aus, und das deutsche Unternehmen erwartet für das
laufende Jahr in diesem Segment ein Wachstum von 5%
über dem Marktdurchschnitt. Großrisiken versichert die
Allianz vornehmlich in den Bereichen saubere Energie (v.a.
Windkraft, Biomasse und Solarenergie) sowie Transport
und Mobilität in den Städten. „Die Versicherungen von
Fußballstadien wurden bereits abgeschlossen. Wir können
das Minerão-Stadion nennen, an dem wir in der ersten
Phase beteiligt waren, mit einer Erfüllungsgarantie, einer
Haftpflichtversicherung und einer Technikversicherung.
Mit einer der drei Versicherungsarten sind wir an sechs der
zwölf Stadien beteiligt, in denen 2014 WM-Spiele stattfinden
sollen“, erklärt Toguchi. (Die anderen fünf Stadien darf das
Unternehmen aus vertraglichen Gründen nicht nennen.)
Risiken
Was sind die größten Risiken bei Infrastrukturbauarbeiten
in Brasilien?
Für Clemens Freitag sind die größten Risiken gar nicht
versicherbar: „Da sind zunächst einmal die staatlichen
Eingriffe. Die Regierung mischt sich stark ein, wenn es
um diese Investitionen geht, und das beunruhigt die Investoren. Investoren wollen Stabilität und vermeiden es
im Allgemeinen, ihr Geld dort anzulegen, wo staatliche
Eingriffe zu befürchten sind. Ein weiteres Problem sind die
Genehmigungen wie beispielsweise die Umweltlizenzen.
Maio 2013
Es dauert lange, bis solche Genehmigungen ausgestellt
werden, was die Investitionen verzögert. Und auch die
Vorgaben der Aufsichtsbehörden sind oft nicht gut ausgearbeitet und lassen Fragen offen - auch das führt dazu, dass
Investoren sich lieber andere Standorte suchen.“
Roberto Sarkis, Geschäftsführer Technikversicherungen
bei Euroamerica, nennt außerdem die Verfügbarkeit von
Arbeitskräften als kritischen Faktor: „An den riesigen
Baustellen der Wasserkraftwerke im Norden Brasiliens
beispielsweise werden 10.000 bis 15.000 Arbeitskräfte
benötigt. So viele Arbeitskräfte stehen in dieser Region
aber nicht so ohne weiteres zur Verfügung, also muss man
sie beschaffen, und zwar schnell. Für die Bauunternehmer
ist es oft sehr schwierig, gute Arbeitskräfte zu finden.
Außerdem fehlt es in Brasilien an Ingenieuren. Und für
all die anstehenden Investitionen werden mehr Ingenieure
benötigt, als in so kurzer Zeit ausgebildet werden können.“
„Das größte Problem sind die Fristen. Wir haben hier viele
Projekte, bei denen wir [den Auftragnehmer] fragen, ob er die
geforderte Frist wirklich einhalten kann. Für Bauarbeiten, die
normalerweise drei bis vier Jahre dauern, wird eine Frist von
zwei Jahren gesetzt. Da läuft doch etwas verkehrt. Und da
steckt das Risiko - wie soll das denn funktionieren? Sollen die
Bauarbeiten im Schnelldurchgang über die Bühne gehen? Das
wirft bei uns Fragen auf. Bevor wir also eine Versicherung anbieten, versuchen wir herauszufinden, wie der Auftragnehmer
diese enge Frist einhalten will“, so Edson Toguchi abschließen.
BRASILALEMANHA
61
Energia Econômica
Energie
Opinião
Wirtschaftskommentar
Antônio Corrêa de Lacerda
Investimentos estrangeiros no Brasil
A
62
economia brasileira tem uma longa tradição de atratividade para os investimentos
estrangeiros. Há um conjunto de expressivas empresas globais com operações de
longa data no Brasil, muitas há mais de um
século. Os investimentos forâneos têm as
mais diversificadas origens, assim como
atuam em diferentes setores e segmentos
na economia local. Mais recentemente,
apesar da crise nos países avançados, os
influxos têm sido crescentes.
Nos dois últimos anos, os ingressos
de investimentos diretos estrangeiros
(IDE) atingiram a média anual de US$ 66
bilhões. No ranking dos maiores países
receptores, o Brasil evoluiu da sétima
colocação, em 2010, para a quarta em
2013 (ver gráfico anexo). Os IDEs representam a parcela mais nobre dos capitais,
relacionados a projetos de infraestrutura
e aumento da capacidade empresarial
produtiva ou de serviços, incluindo fusões
e aquisições. Esse movimento contradiz
uma tendência observada em parte da
mídia internacional que atribui ao Brasil
uma certa perda de atratividade, basicamente provocada por mudanças recentes
na política econômica.
No entanto, em uma visão mais abrangente e holística, a reação das políticas
econômicas brasileiras frente às grandes
transformações em curso na economia
mundial no período de crise pós 2008
tem vários méritos. A adoção de medidas
anticíclicas evitou um maior contágio dos
efeitos deletérios da queda de atividade,
primeiro na economia norte-americana
e, mais recentemente, na economia
europeia, assim como das políticas e
ações que têm sido implementadas por
esses países.
Desde então o governo brasileiro
tomou iniciativas expressivas: introduziu medidas macroprudenciais para
BRASILALEMANHA
melhor aparelhar a política monetária,
adotou normas de controle de fluxos de
capitais internacionais (IOF), reduziu
juros, desvalorizou o câmbio e adotou
a desoneração de tributos e encargos,
sobre produtos finais, insumos, como
energia elétrica, e folha de pagamentos.
No entanto, apesar do inegável acerto
na direção tomada, o País ainda carece
de condições de competitividade sistêmica mais compatíveis com a realidade
em curso na economia internacional. Há
questões estruturais envolvidas desde
a intensificação da globalização nas
ultimas décadas, agora agravadas com
o excedente de produção em muitos
países, as guerras comercial e cambial
em curso.
O quadro descrito intensifica a necessidade de adaptações e ajustes.
Apesar da queda nos juros básicos por
exemplo, que foram reduzidos de 12,5%
ao ano,vigentes no início do segundo
semestre de 2011, para os atuais 7,5%,
os níveis praticados no Brasil continuam
tornando o custo do capital, seja para
financiamento ou crédito, muito elevado
quando comparado a padrões internacionais. Na questão cambial, embora
tenha havido uma desvalorização do
“Com as mudanças em curso
no Brasil e a capacidade de
atrair e manter investidores,
o País tem potencial para
implementar uma estratégia
mais articulada para a sua
inserção no mercado global”
real, outros países também promoveram
a desvalorização da sua moeda.
Daí a importância da noção de timing
dos processos. Muitas das medidas adotadas somente apresentarão resultados
de médio prazo. É muito importante que
a frustração com a ausência de resultados
imediatos não leve a uma reversão da rota
em curso. Em muitos casos será preciso
persistência, especialmente em face de
um cenário internacional tão complexo
como o que estamos vivenciando.
O crescimento econômico de curto
prazo tem deixado muito a desejar. O
PIB avançou 2,7% em 2011 e apenas
0,9% em 2012. No entanto, o desempenho da economia tem sido afetado
pelas mudanças dos macropreços.
Depois de um longo período de câmbio
persistentemente valorizado e juros excessivamente elevados, toda a estrutura
da economia estava adaptada àquelas
circunstâncias. O quadro para 2013 se
apresenta melhor.
A correção de rota em curso no Brasil
traz seus custos, inclusive em prejuízo de
um maior crescimento no curto prazo,
muitas vezes combinado com pressões
inflacionárias localizadas. Mas, a partir
da nova base, o resultado posterior será
de melhor qualidade. Trata-se de um
processo dinâmico e contínuo, que não
se exaure por si. É preciso tomar todas
as medidas necessárias para proteger
e fortalecer nossas defesas, além de
implantar estratégias ativas de inserção,
considerando as novas circunstâncias.
Com as mudanças e apesar de muito
bem-sucedido na tarefa de atrair e manter investidores estrangeiros em grande
parte das atividades, o Brasil tem potencial para implementar uma estratégia
mais articulada para uma inserção mais
qualitativa no mercado global:
Maio 2013
O Brasil evoluiu da sétima (2010) para a quarta (2012) colocação no
ranking dos maiores receptores de IDE
2010
Estados Unidos 198,0
2011
2012
Estados Unidos 227,0
China 115,0
China 124,0
Bélgica 86,0
Bélgica 103,0
Estados Unidos 147,0
China 120,0
Hong Kong 73,0
Hong Kong 83,0
Hong Kong 96,0
Brasil 65,0
Reino Unido 51,0
Brasil 67,0
Reino Unido 63,0
Cingapura 49,0
Austrália 66,0
França 59,0
Brasil 49,0
Cingapura 64,0
Cingapura 54,0
Alemanha 47,0
Rússia
53,0
Austrália 49,0
Rússia
43,0
Reino Unido
51,0
Canadá 47,0
Irlanda
43,0
Canadá
41,0
Rússia 44,0
Espanha
41,0
França
41,0
Irlanda 40,0
Austrália
35,0
Alemanha
35,0
Índia
27,0
Suíça
33,0
Itália
34,0
Chile
26,0
França
31,0
Índia
21,0
Luxemburgo
23,0
Arábia Saudita
29,0
Espanha
30,0
Bélgica
19,0
Fonte: Unctad, MF/ Elaboração: ACLacerda
• é preciso evitar que o sucesso na pro-
•
Maio 2013
dução e comercialização de commodities represente um constrangimento
para o desenvolvimento da indústria.
São conhecidos na literatura econômica os efeitos da “doença holandesa”,
decorrente da apreciação da moeda
em face da renda gerada pelo ingresso
de recursos estrangeiros, inviabilizando a produção industrial local e
provocando a deterioração do padrão
de comércio internacional do País;
é muito importante, apesar da complexidade em fazê-lo, influenciar as
decisões estratégicas das empresas
transnacionais com operações no Brasil. É necessário conhecer e interpretar
suas estratégias e agir visando garantir uma maior localização das suas
atividades, assim como a incorporação
dos fornecedores locais e a ampliação
• é partir da abertura de um maior
•
das exportações a partir daqui. As
políticas de compras governamentais,
de conteúdo local e de fomento à inovação que vêm sendo adotadas vão
neste sentido, mas, mais do que isso,
há um potencial pouco explorado de
maior interação e articulação com os
corpos dirigentes das filiais e matrizes
dos grandes grupos empresariais com
interesse no mercado brasileiro;
o ideal é que as atividades de inteligência voltadas para o estudo e interação
com os grupos transnacionais fossem
centralizadas em um único órgão,
aproveitando parte de várias iniciativas
dispersas no âmbito governamental.
Isso daria maior profundidade e peso
para a elaboração dos diagnósticos e
das estratégias a serem implementadas
pelo mais alto nível da hierarquia da
administração pública;
•
diálogo e interação com as empresas
que se poderá influenciar nas suas
decisões, assim como conhecer as
especificidades das condições demandadas por elas nos vários países onde
mantêm atividades;
é também importante destacar que as
iniciativas destacadas anteriormente
não substituem as ações de âmbito
mais macro, também decisivas: a
melhora do ambiente sistêmico para
os investimentos; a negociação de
acordos comerciais nas várias frentes;
um posicionamento incisivo e claro
sobre a guerra cambial em curso na
economia mundial.
Por último, vale ressaltar que a crise
internacional representa não apenas
um desafio, mas também uma oportunidade para o Brasil. Ao contrário de
outras economias em recessão, como
na Europa, ou com excesso de investimentos, como na China, no Brasil há
uma demanda expressiva de projetos
em infraestrutura e logística, por exemplo, além da necessidade de ampliar a
capacidade produtiva. Isso, aliado ao
potencial de crescimento do mercado,
consolida a economia brasileira como
um dos principais polos de atração de
investimentos.
Antônio Corrêa de Lacerda
Antônio Corrêa de Lacerda é economista, doutor em
economia, consultor na área e professor-doutor da PUC-SP. É autor de vários livros e Coordenador do Comitê de
Economia da AHK-SP.
E-mail: [email protected]
BRASILALEMANHA
63
Energia Econômica
Energie
Opinião
Wirtschaftskommentar
Antônio Corrêa de Lacerda
Ausländische Investitionen in Brasilien
D
64
ie brasilianische Wirtschaft war für
ausländische Investoren schon immer
interessant. Große globale Unternehmen
sind schon sehr lange in Brasilien tätig,
viele seit über einem Jahrhundert. Die
ausländischen Investitionen kommen
aus den verschiedensten Ländern und
werden in unterschiedlichen Branchen
getätigt. In letzter Zeit sind die Investitionen trotz der Krise in den Industrieländern gestiegen.
In den letzten zwei Jahren flossen
jährlich durchschnittlich US$ 66 Mrd.
an ausländischen Direktinvestitionen
(ADI) ins Land. Im Ranking der Empfängerländer ist Brasilien von Platz sieben
im Jahr 2010 auf Platz vier im Jahr 2012
vorgerückt (s. Grafik). Die ADI sind die
beste Investitionsform: Sie fließen in Infrastrukturprojekte und in die Erhöhung
der Produktions- und Dienstleistungskapazitäten; dazu gehören auch Fusionen
und Übernahmen. Die Erhöhung der
ADI widerlegt die Behauptung einiger
internationaler Medien, Brasilien hätte - insbesondere nach den kürzlichen
Änderungen in der Wirtschaftspolitik - an
Attraktivität verloren.
Im Großen und Ganzen aber hat die Reaktion der brasilianischen Wirtschaftspolitik auf die starken Veränderungen in
der Weltwirtschaft, die mit der Krise nach
dem Jahr 2008 zu verzeichnen waren,
durchaus ihre Verdienste. Die antizyklischen Maßnahmen konnten verhindern,
BRASILALEMANHA
dass sich der Konjunkturrückgang, der
zunächst in den USA und später auch
in Europa zu beobachten war, und die
Gegenmaßnahmen der betroffenen
Länder stärker auf Brasilien auswirkten.
Mittlerweile hat die brasilianische
Regierung weitere wichtige Maßnahmen
getroffen: auf Makroebene wurden
präventive Regelungen eingeführt,
um die Währungspolitik mit besseren
Instrumenten auszustatten; die internationalen Kapitalströme können jetzt
besser kontrolliert werden (Finanztransaktionssteuer IOF); die Zinsen wurden
gesenkt; der Real wurde abgewertet;
und Endprodukte, Vorleistungen wie
z.B. Energie sowie Arbeitskosten wurden
steuerlich entlastet.
Aber obwohl das zweifellos Schritte
in die richtige Richtung sind, fehlt es
dem Land noch an Voraussetzungen zur
systemischen Wettbewerbsfähigkeit, die
mit der Weltwirtschaft in Einklang stehen. Dabei geht es auch um strukturelle
Fragen, von der zunehmenden Globalisierung in den letzten Jahrzehnten und
dem Produktionsüberschuss in vielen
Ländern bis hin zu den derzeit tobenden
Handels- und Währungskriegen.
So werden Anpassungen und Veränderungen immer wichtiger. Der
Leitzinssatz beispielsweise wurde zwar
von 12,5% p.a. im zweiten Halbjahr
2011 auf die derzeitigen 7,5% gesenkt,
ist aber immer noch hoch und macht
Angesichts der
Veränderungen und der
Attraktivität für Investoren
könnte Brasilien eine klarere
Strategie verfolgen, um eine
bessere Stellung auf dem
Weltmarkt zu erreichen
Finanzierungs- und Kreditkapital im internationalen Vergleich sehr teuer. Und
der Real wurde zwar abgewertet; aber
andere Länder haben ihre Währungen
ebenfalls abgewertet.
Deshalb ist das Timing so wichtig.
Viele laufende Maßnahmen werden
erst mittelfristig Wirkung zeigen. Dass
keine unmittelbaren Ergebnisse zu sehen
sind, darf nicht aus Frustration zu einem
Kurswechsel führen. In vielen Fällen gilt
es, beharrlich zu bleiben, insbesondere
angesichts der Lage auf dem Weltmarkt,
die im Moment sehr komplex ist.
Das kurzfristige Wirtschaftswachstum
lässt derzeit viel zu wünschen übrig.
2011 wuchs das BIP um 2,7%, 2012 nur
um 0,9%. Aber die Wirtschaftsleistung
leidet unter den Veränderungen der
makroökonomischen Preise, die im
Moment zu beobachten sind. Lange
waren der aufgewertete Wechselkurs
und die übertrieben hohen Zinsen für
Maio 2013
Maio 2013
BRASILALEMANHA
65
Energia Econômica
Energie
Opinião
Wirtschaftskommentar
die Wirtschaftsstruktur bestimmend. Die
Aussichten für 2013 sind besser.
Die Kurskorrektur in Brasilien hat ihren
Preis. Sie geht z.B. auf Kosten eines kurzfristig höheren Wirtschaftswachstums,
das oft mit punktuellem Inflationsdruck
einhergeht. Aber indem eine neue
Grundlage geschaffen wird, lässt sich
später ein besseres Ergebnis erzielen.
Dieser dynamische und kontinuierliche
Prozess ist kein Selbstläufer. Es müssen
alle notwendigen Maßnahmen getroffen
werden, um Brasiliens Schutzmechanismen zu stärken; außerdem muss strategisch daran gearbeitet werden, das Land
auch unter den neuen Vorzeichen in den
Weltmarkt zu integrieren.
Angesichts der Veränderungen und
obwohl die Bemühungen, ausländische
Investoren im Land zu halten oder neu ins
Land zu holen, bei den meisten Branchen
sehr erfolgreich sind, könnte Brasilien
eine klarere Strategie verfolgen, um eine
bessere Stellung auf dem Weltmarkt zu
erreichen.
• Der Erfolg in Produktion und Handel
von Commodities darf der Entwicklung
der Industrie nicht im Weg stehen.
Die Auswirkungen der „holländischen Krankheit“ sind hinreichend
bekannt: Durch den Devisenzufluss
wird die Währung aufgewertet, was
die einheimische Industrieproduktion
unmöglich macht und die Position des
Landes im Welthandel verschlechtert.
Es ist zwar schwierig, aber dennoch
enorm wichtig, Einfluss auf die
strategischen Entscheidungen der
transnationalen Unternehmen in
Brasilien zu nehmen. Die Strategien
dieser Unternehmen müssen analysiert werden, und die Unternehmen
müssen dazu gebracht werden, den
Anteil ihrer inländischen Wertschöpfung zu erhöhen, lokale Zulieferer
mit einzubeziehen und ihre Exporte
von Brasilien aus zu erhöhen. Die Beschaffungspolitik der Regierung, die
Politik zur Erhöhung der inländischen
•
66
BRASILALEMANHA
Ranking der ADI-Empfängerländer:
Brasilien rückt von Platz 7 (2010) auf Platz 4 (2012) vor
2010
USA 198,0
2011
2012
USA 227,0
China 115,0
China 124,0
Belgien 86,0
Belgien 103,0
USA 147,0
China 120,0
Hongkong 73,0
Hongkong 83,0
Hongkong 96,0
Brasilien 65,0
Ver. Königreich 51,0
Brasilien 67,0
Ver. Königreich 63,0
Singapur 49,0
Australien 66,0
Frankreich 59,0
Brasilien 49,0
Singapur 64,0
Deutschland 47,0
Russland
Singapur 54,0
53,0
Russland
43,0
Ver. Königreich
Irland
43,0
Kanada
41,0
Australien 49,0
51,0
Kanada 47,0
Russland 44,0
Spanien
41,0
Frankreich
41,0
Irland 40,0
Australien
35,0
Deutschland
35,0
Indien
27,0
Schweiz
33,0
Italien
34,0
Chile
26,0
Frankreich
31,0
Indien
21,0
Luxemburg
23,0
Saudi-Arabien
29,0
Spanien
30,0
Belgien
19,0
Quelle: UNCTAD, brasilianisches Finanzministerium / Ausarbeitung: ACLacerda
Wertschöpfung und die Politik zur Innovationsförderung werden durchaus
in diesem Sinne gestaltet. Aber es gibt
auch noch die Möglichkeit, mit dem
Management der brasilianischen Niederlassungen und der Stammhäuser
großer Unternehmen, die Interesse
am brasilianischen Markt zeigen, verstärkt zu interagieren. Dieses Potential
wird bisher kaum genutzt.
Es wäre ideal, die Analysen und die
Interaktion mit den transnationalen
Konzernen bei einer einzigen Behörde
zu zentralisieren; einige der laufenden
Initiativen einzelner Regierungsstellen
könnten hier weitergeführt werden.
Damit würden die Diagnosen und die
Strategien, die von der obersten Verwaltungsebene umzusetzen wären, an
Genauigkeit und Gewicht gewinnen.
Durch einen verstärkten Dialog und
eine bessere Interaktion mit den
Unternehmen können diese in ihren
Entscheidungen beeinflusst werden.
Außerdem lässt sich so feststellen,
welche Bedingungen die Unternehmen in den Ländern erwarten, in denen
sie tätig sind.
Außerdem ist es wichtig, dass die
genannten Initiativen die ebenfalls
•
•
•
entscheidenden Maßnahmen auf
der Makroebene nicht ersetzen: die
Verbesserung des systemischen Investitionsumfelds; die Aushandlung von
Handelsabkommen mit verschiedenen
Ländern und Regionen; eine klare
Positionierung zum Währungskrieg
in der Weltwirtschaft.
Und schließlich ist zu betonen, dass
die internationale Krise für Brasilien
nicht nur eine Herausforderung, sondern
auch eine Chance darstellt. Anders als
in anderen Volkswirtschaften in Rezession wie z.B. Europa oder mit einem
Investitionsüberschuss wie z.B. China
besteht in Brasilien eine große Nachfrage
beispielsweise nach Projekten in Infrastruktur und Logistik sowie nach dem
Ausbau der Produktionskapazitäten.
Zusammen mit dem Wachstumspotential
des Marktes macht das die brasilianische
Wirtschaft zu einem der interessantesten
Investitionsstandorte.
Antônio Corrêa de Lacerda
Antônio Corrêa de Lacerda, promovierter Volkswirt, Unternehmensberater und Dozent an der PUC-Universität in
São Paulo, hat eine Reihe von Büchern veröffentlicht und
koordiniert den Wirschaftsausschuss der AHK São Paulo.
E-mail: [email protected]
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