Revista RG Móvel - Edição 24 www.rgmovel.com.br CHÃO DE FÁBRICA A PRODUÇÃO COMPETITIVA CONFIRA UMA BREVE DESCRIÇÃO DAS VANTAGENS COMPETITIVAS OBTIDAS A PARTIR DE CADA META COMPETITIVA VANTAGEM DA QUALIDADE Foco principal das empresas que competem com superioridade de seus produtos no atendimento das necessidades do cliente. A manufatura deve fabricar produtos melhores que os concorrentes, obtendo vantagem em Qualidade. A Qualidade talvez seja o fator de desempenho que mais importe entre todos os demais, pois, atualmente, é requisito mais que básico. Isso porque independentemente se sua indústria produz móveis de grande qualidade, ou os móveis ditos populares, nenhum cliente, isso mesmo: nenhum cliente, aceita mais receber algo inferior ao que ele comprou! Portanto, aqui entra um novo conceito: O que é Qualidade? Nesse contexto, podemos dizer que fazer com qualidade significa fazer certo e na primeira vez. Significa ser eficiente, fazer em conformidade com o projeto, com os procedimentos, para acertar na primeira vez. Mas, hoje, o conceito de fazer certo vem incorporando novas necessidades. Não adianta nada fazermos certo, na primeira vez, mas agredir a natureza que nos fornece boa parte de nossa matéria-prima. A educação ambiental já faz parte de nossas vidas, e de nossos clientes também. Por isso, podemos afirmar que os benefícios da qualidade afetam todas as outras medidas de desempenho da fábrica. E se a empresa possui um baixo desempenho de qualidade, certamente ela terá: Custos elevados de inspeção – checando para ver se ocorreram falhas. Custos gerados por assistência técnica externa – que são as piores, pois é quando as falhas são detectadas pelo cliente. E isso acarreta em: Custo da própria assistência técnica; Custos em imagem, pois a empresa terá que compensar isso de alguma maneira, através de verbas de propaganda, descontos numa próxima negociação ou mostruários. Custos de logística, para repor a mercadoria. Revista RG Móvel - Edição 24 www.rgmovel.com.br Custos gerados por assistência técnica interna – trabalhar com as falhas enquanto elas ainda estão dentro da fábrica, como: Custo dos materiais refugados. Custo dos retrabalhos. Custo dos processos interrompidos (manutenção corretiva, inspeção de qualidade de produto). Para que a empresa possa ter um mínimo de controle sobre as metas competitivas visando qualidade, são necessárias algumas ferramentas, como: Padrões de Qualidade PPCP – Planejamento, Programação e Controle da Produção CEP – Controle Estatístico de Processo TPM – Manutenção Produtiva Total Gestão para a Qualidade VANTAGEM DA VELOCIDADE Na visão do cliente, velocidade é medida da seguinte maneira: data de entrega data do pedido. Isto porque o cliente não quer saber se o fornecedor tem o produto em estoque, se tem de fabricar, ou mesmo até comprar a matéria-prima para produzir o produto. O cliente que preza velocidade, deseja uma entrega rápida. Sendo assim, a empresa que queira ter a velocidade como vantagem competitiva, tem que entregar mais rápido que a concorrência. Já na ótica da fábrica, a velocidade é medida desde o recebimento do pedido até a entrega no depósito ou loja do cliente. Porém, para a fábrica, entre o recebimento do pedido e a entrega, podem existir inúmeras etapas a serem completadas. Vamos dar uma breve estudada: Nesse contexto, a primeira impressão que fica é a de que temos que ter estoque de produtos acabados. O que não deixa de ser uma opção! Inclusive, isto é muito utilizado por aquelas indústrias que fabricam para estoque, produzindo lotes de 1 ou 2 produtos, diariamente, para atender a demanda. A empresa também pode optar pela estratégia de produtos semi-acabados, também chamados de estoque no osso. Outra opção é capacitar o setor fabril adquirindo máquinas com grande flexibilidade de regulagens, porém com grande capacidade de produção. Mas temos que salientar alguns requisitos básicos para se conseguir a velocidade, como: Layout dimensionado e propício. Agilidade na liberação de pedidos. Fornecedores rápidos e confiáveis. Engenharia de produto implantada. Engenharia de processos básica. Revista RG Móvel - Edição 24 www.rgmovel.com.br VANTAGEM DA FLEXIBILIDADE Esta é a meta de competitividade mais focada ultimamente. As indústrias têm buscado oferecer uma maior flexibilidade aos lojistas, através de novos modelos e cores/padrões. Isso é resultado da necessidade competitiva, mas também para fugir de comparações. É muito mais fácil a empresa “empurrar” uma alta de preços num produto novo. Essa é uma estratégia muito utilizada por quem fornece às grandes redes. Tecnicamente, a flexibilidade deve ser entendida como a capacidade da fábrica de mudar de um processo para outro, ou mesmo sua configuração, quando o mercado ou mesmo uma mudança na engenharia de processos exigirem. Com o fácil acesso a novas tecnologias, mercados turbulentos e instáveis, e com os concorrentes cada vez mais ágeis, a flexibilidade tornou-se uma virtude em moda. E como já citamos, não faltam motivos pelos quais os fabricantes desejam ser flexíveis. Adaptar produtos a requisitos específicos dos clientes. Lidar com falhas dos fornecedores. Lidar com quebras no equipamento. Permitir que a fábrica sinta menos as oscilações do mercado. A fábrica precisa ser flexível para administrar as condições de variedade e incertezas comerciais de curto e longo prazo. O nível certo de flexibilidade é que permite que a fábrica continue a operar de forma competitiva, mesmo com essas variações. Diferentemente das outras metas de competitividade, a flexibilidade não é uma finalidade, e sim um meio para se obter os outros objetivos (confiabilidade, velocidade, qualidade e custo). Conseguimos flexibilidade com equipamentos, ferramentas e programas de trabalho que permitam isso. E, atualmente, existem várias táticas para se conseguir isso em indústrias de móveis, como: Furadeiras flexíveis (ponto a ponto). Mais rolos de cores diferentes nas linhas de pintura. Embalagens com volumes universais (que servem para vários produtos, como, por exemplo, o corpo do móvel em um volume e as portas em outro). Programas de trabalho de setup externo, visando à redução desse tempo. Fornecedores que entreguem rápido, no prazo. Treinamento de operadores. PPCP – Planejamento, Programação e Controle de Produção. Revista RG Móvel - Edição 24 www.rgmovel.com.br VANTAGEM DA CONFIABILIDADE Confiabilidade = data de entrega prometida - data de entrega real Confiabilidade de entrega para o cliente é a diferença entre a data de entrega prometida e a data de entrega real. Os lojistas já avaliam o fornecedor por esta medida de desempenho há algum tempo. Hoje, um fornecedor não pode mais se dar ao luxo de atrasar a entrega, sob pena de perda do cliente. Assim, temos que aprender a monitorar o nosso desempenho sob a ótica da confiabilidade. Como está o nosso desempenho de entregas? (dias entre o pedido e a entrega efetiva, não a data de faturamento ou expedição). Como está o desempenho do nosso concorrente? Será que o concorrente transmite mais confiabilidade que nós? Confiabilidade significa cumprir as promessas de entrega, é a outra parte do desempenho de entregas, juntamente com a velocidade de entrega. Muitas empresas acabam complicando o desempenho de confiabilidade por falha no desempenho de velocidade. Mas como calcular a data certa de entrega? A área comercial tem dados confiáveis para prometer uma data de entrega? Para obter uma vantagem competitiva na confiabilidade é preciso que a empresa tenha alguns requisitos, como: Monitoramento do processo total, desde o recebimento do pedido até a entrega. PPCP – Planejamento, Programação e Controle de Produção. CEP – Controle Estatístico de Processos. Nunca sobrecarregar sua capacidade fabril (PPCP). Fornecedores confiáveis. Logística de distribuição confiável. Processos fabris eficientes e eficazes (redução de refugos e retrabalhos, alám de produzir com velocidade). VANTAGEM DO CUSTO Significa fazer barato, principalmente quando comparado com a concorrência. Como? Durante o texto, à medida que os objetivos de desempenho foram sendo colocados, evidenciamos que uma empresa que trabalha com qualidade, com fluxo de produção rápido, com entregas confiáveis e, além de tudo, com uma produção flexível, passa a reunir condições para operar com redução de custos. Todos os objetivos e metas estão intrinsecamente ligados. Revista RG Móvel - Edição 24 www.rgmovel.com.br Resumindo as quatro metas competitivas anteriores, temos: Velocidade reduz custos: a fábrica que processa mais rapidamente os materiais, gasta menos tempo para produzir, o que tem efeito direto no custo. Confiabilidade reduz custos: se a fábrica confia nos seus processos internos e externos, também não precisa de estoques para suprir qualquer erro de programação de produção e entrega. Maior qualidade reduz custos: trabalhar em conformidade com o que foi projetado, garante que a fábrica está realizando o custo esperado, sem surpresas desagradáveis. Também minimiza o custo de retrabalhos, refugos e, principalmente, o desperdício. Maior flexibilidade reduz custos: a melhoria da flexibilidade de fabricação, como na troca de ferramentas, por exemplo, pode reduzir o tempo de fluxo, que resultará num menor custo. Resumindo... Podemos garantir que o preço de venda ou mesmo o custo de produção, é uma conseqüência. Portanto, não adianta o empresário moveleiro ficar se preocupando se está comprando e vendendo bem, se os processos de sua empresa não são eficientes, e por conseqüência, eficazes. Revista RG Móvel - Edição 24 www.rgmovel.com.br