Revista RG Móvel - Edição 24
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CHÃO DE FÁBRICA
A PRODUÇÃO COMPETITIVA
CONFIRA UMA BREVE DESCRIÇÃO DAS VANTAGENS COMPETITIVAS OBTIDAS A
PARTIR DE CADA META COMPETITIVA
VANTAGEM DA QUALIDADE
Foco principal das empresas que competem com superioridade de seus produtos no
atendimento das necessidades do cliente. A manufatura deve fabricar produtos
melhores que os concorrentes, obtendo vantagem em Qualidade.
A Qualidade talvez seja o fator de desempenho que mais importe entre todos os
demais, pois, atualmente, é requisito mais que básico. Isso porque
independentemente se sua indústria produz móveis de grande qualidade, ou os móveis
ditos populares, nenhum cliente, isso mesmo: nenhum cliente, aceita mais receber
algo inferior ao que ele comprou! Portanto, aqui entra um novo conceito: O que é
Qualidade?
Nesse contexto, podemos dizer que fazer com qualidade significa fazer certo e na
primeira vez. Significa ser eficiente, fazer em conformidade com o projeto, com os
procedimentos, para acertar na primeira vez.
Mas, hoje, o conceito de fazer certo vem incorporando novas necessidades. Não
adianta nada fazermos certo, na primeira vez, mas agredir a natureza que nos fornece
boa parte de nossa matéria-prima. A educação ambiental já faz parte de nossas
vidas, e de nossos clientes também. Por isso, podemos afirmar que os benefícios da
qualidade afetam todas as outras medidas de desempenho da fábrica.
E se a empresa possui um baixo desempenho de qualidade, certamente ela terá:
Custos elevados de inspeção – checando para ver se ocorreram falhas.
Custos gerados por assistência técnica externa – que são as piores, pois é quando
as falhas são detectadas pelo cliente. E isso acarreta em:
Custo da própria assistência técnica;
Custos em imagem, pois a empresa terá que compensar isso de alguma
maneira, através de verbas de propaganda, descontos numa próxima
negociação ou mostruários.
Custos de logística, para repor a mercadoria.
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Custos gerados por assistência técnica interna – trabalhar com as falhas enquanto
elas ainda estão dentro da fábrica, como:
Custo dos materiais refugados.
Custo dos retrabalhos.
Custo dos processos interrompidos (manutenção corretiva, inspeção de
qualidade de produto).
Para que a empresa possa ter um mínimo de controle sobre as metas competitivas
visando qualidade, são necessárias algumas ferramentas, como:
Padrões de Qualidade
PPCP – Planejamento, Programação e Controle da Produção
CEP – Controle Estatístico de Processo
TPM – Manutenção Produtiva Total
Gestão para a Qualidade
VANTAGEM DA VELOCIDADE
Na visão do cliente, velocidade é medida da seguinte maneira: data de entrega data do pedido.
Isto porque o cliente não quer saber se o fornecedor tem o produto em estoque, se
tem de fabricar, ou mesmo até comprar a matéria-prima para produzir o produto. O
cliente que preza velocidade, deseja uma entrega rápida. Sendo assim, a empresa
que queira ter a velocidade como vantagem competitiva, tem que entregar mais
rápido que a concorrência.
Já na ótica da fábrica, a velocidade é medida desde o recebimento do pedido até a
entrega no depósito ou loja do cliente. Porém, para a fábrica, entre o recebimento
do pedido e a entrega, podem existir inúmeras etapas a serem completadas. Vamos
dar uma breve estudada:
Nesse contexto, a primeira impressão que fica é a de que temos que ter estoque de
produtos acabados. O que não deixa de ser uma opção! Inclusive, isto é muito
utilizado por aquelas indústrias que fabricam para estoque, produzindo lotes de 1 ou 2
produtos, diariamente, para atender a demanda.
A empresa também pode optar pela estratégia de produtos semi-acabados, também
chamados de estoque no osso. Outra opção é capacitar o setor fabril adquirindo
máquinas com grande flexibilidade de regulagens, porém com grande capacidade de
produção.
Mas temos que salientar alguns requisitos básicos para se conseguir a velocidade,
como:
Layout dimensionado e propício.
Agilidade na liberação de pedidos.
Fornecedores rápidos e confiáveis.
Engenharia de produto implantada.
Engenharia de processos básica.
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VANTAGEM DA FLEXIBILIDADE
Esta é a meta de competitividade mais focada ultimamente. As indústrias têm
buscado oferecer uma maior flexibilidade aos lojistas, através de novos modelos e
cores/padrões.
Isso é resultado da necessidade competitiva, mas também para fugir de comparações.
É muito mais fácil a empresa “empurrar” uma alta de preços num produto novo. Essa
é uma estratégia muito utilizada por quem fornece às grandes redes.
Tecnicamente, a flexibilidade deve ser entendida como a capacidade da fábrica de
mudar de um processo para outro, ou mesmo sua configuração, quando o mercado
ou mesmo uma mudança na engenharia de processos exigirem.
Com o fácil acesso a novas tecnologias, mercados turbulentos e instáveis, e com os
concorrentes cada vez mais ágeis, a flexibilidade tornou-se uma virtude em moda. E
como já citamos, não faltam motivos pelos quais os fabricantes desejam ser flexíveis.
Adaptar produtos a requisitos específicos dos clientes.
Lidar com falhas dos fornecedores.
Lidar com quebras no equipamento.
Permitir que a fábrica sinta menos as oscilações do mercado.
A fábrica precisa ser flexível para administrar as condições de variedade e
incertezas comerciais de curto e longo prazo. O nível certo de flexibilidade é que
permite que a fábrica continue a operar de forma competitiva, mesmo com essas
variações.
Diferentemente das outras metas de competitividade, a flexibilidade não é uma
finalidade, e sim um meio para se obter os outros objetivos (confiabilidade,
velocidade, qualidade e custo).
Conseguimos flexibilidade com equipamentos, ferramentas e programas de trabalho
que permitam isso. E, atualmente, existem várias táticas para se conseguir isso em
indústrias de móveis, como:
Furadeiras flexíveis (ponto a ponto).
Mais rolos de cores diferentes nas linhas de pintura.
Embalagens com volumes universais (que servem para vários produtos, como, por
exemplo, o corpo do móvel em um volume e as portas em outro).
Programas de trabalho de setup externo, visando à redução desse tempo.
Fornecedores que entreguem rápido, no prazo.
Treinamento de operadores.
PPCP – Planejamento, Programação e Controle de Produção.
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VANTAGEM DA CONFIABILIDADE
Confiabilidade = data de entrega prometida - data de entrega real
Confiabilidade de entrega para o cliente é a diferença entre a data de entrega
prometida e a data de entrega real. Os lojistas já avaliam o fornecedor por esta
medida de desempenho há algum tempo. Hoje, um fornecedor não pode mais se dar
ao luxo de atrasar a entrega, sob pena de perda do cliente. Assim, temos que
aprender a monitorar o nosso desempenho sob a ótica da confiabilidade.
Como está o nosso desempenho de entregas? (dias entre o pedido e a entrega
efetiva, não a data de faturamento ou expedição).
Como está o desempenho do nosso concorrente?
Será que o concorrente transmite mais confiabilidade que nós?
Confiabilidade significa cumprir as promessas de entrega, é a outra parte do
desempenho de entregas, juntamente com a velocidade de entrega. Muitas empresas
acabam complicando o desempenho de confiabilidade por falha no desempenho de
velocidade.
Mas como calcular a data certa de entrega? A área comercial tem dados confiáveis
para prometer uma data de entrega?
Para obter uma vantagem competitiva na confiabilidade é preciso que a empresa
tenha alguns requisitos, como:
Monitoramento do processo total, desde o recebimento do pedido até a entrega.
PPCP – Planejamento, Programação e Controle de Produção.
CEP – Controle Estatístico de Processos.
Nunca sobrecarregar sua capacidade fabril (PPCP).
Fornecedores confiáveis.
Logística de distribuição confiável.
Processos fabris eficientes e eficazes (redução de refugos e retrabalhos, alám de
produzir com velocidade).
VANTAGEM DO CUSTO
Significa fazer barato, principalmente quando comparado com a concorrência. Como?
Durante o texto, à medida que os objetivos de desempenho foram sendo colocados,
evidenciamos que uma empresa que trabalha com qualidade, com fluxo de produção
rápido, com entregas confiáveis e, além de tudo, com uma produção flexível, passa a
reunir condições para operar com redução de custos. Todos os objetivos e metas
estão intrinsecamente ligados.
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Resumindo as quatro metas competitivas anteriores, temos:
Velocidade reduz custos: a fábrica que processa mais rapidamente os materiais,
gasta menos tempo para produzir, o que tem efeito direto no custo.
Confiabilidade reduz custos: se a fábrica confia nos seus processos internos e
externos, também não precisa de estoques para suprir qualquer erro de
programação de produção e entrega.
Maior qualidade reduz custos: trabalhar em conformidade com o que foi
projetado, garante que a fábrica está realizando o custo esperado, sem surpresas
desagradáveis. Também minimiza o custo de retrabalhos, refugos e,
principalmente, o desperdício.
Maior flexibilidade reduz custos: a melhoria da flexibilidade de fabricação, como
na troca de ferramentas, por exemplo, pode reduzir o tempo de fluxo, que
resultará num menor custo.
Resumindo...
Podemos garantir que o preço de venda ou mesmo o custo de produção, é uma
conseqüência. Portanto, não adianta o empresário moveleiro ficar se preocupando
se está comprando e vendendo bem, se os processos de sua empresa não são
eficientes, e por conseqüência, eficazes.
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