Tradução da 2a Edição DERMATOLOGIA Tradução da 2a Edição DERMATOLOGIA EDITADO POR Jean L Bolognia MD Joseph L Jorizzo MD Ronald P Rapini MD Professor of Dermatology Department of Dermatology Yale Medical School New Haven, CT, USA Professor and Former (Founding) Chair Department of Dermatology Wake Forest University School of Medicine Winston-Salem, NC, USA Professor and Chair Department of Dermatology University of Texas Medical School and MD Anderson Cancer Center Houston, TX, USA EDITORA DE ARTES E ASSOCIADA Julie V Schaffer MD Assistant Professor of Dermatology and Pediatrics Director of Pediatric Dermatology Department of Dermatology New York University School of Medicine New York, NY, USA EDITORES DE SEÇÃO Jeffrey P Callen MD FACP Professor of Medicine (Dermatology) Chief, Division of Dermatology University of Louisville Louisville, KY, USA Stuart J Salasche MD Clinical Professor University of Arizona Health Sciences Center Research Scientist University of Arizona Cancer Center Tucson, AZ, USA Mary Seabury Stone MD Professor of Dermatology and Pathology Department of Dermatology University of Iowa Roy J. and Lucille A. Carver College of Medicine Iowa City, IA , USA Thomas D Horn MD MBA Anthony J Mancini MD CarisCohenDX Newton, MA, USA Consultant Dermatologist Lahey Clinic Burlington, MA, USA Associate Professor of Pediatrics and Dermatology Northwestern University Feinberg School of Medicine Head, Division of Pediatric Dermatology Children’s Memorial Hospital Chicago, IL, USA Thomas Schwarz MD Georg Stingl MD Professor and Chairman Department of Dermatology and Allergology University Hospital Schleswig-Holstein Kiel, Germany Professor and Chairman Department of Dermatology Division of Immunology, Allergy and Infectious Diseases (DIAID) University of Vienna Medical School Vienna, Austria REVISÃO CIENTÍFICA DA TRADUÇÃO Do original: Dermatology, Second Edition. 2008, 2004 (reprinted), 2003 por Elsevier Limited William Coleman III detém o copyright de suas figuras originais do Capítulo 156. Gabriele Richard detém o copyright de suas figuras originais do Capítulo 56. Os capítulos 4 e 84 são resultados de trabalhos do governo dos Estados Unidos de domínio público e não estão sujeitos a copyright. Jean L Bolognia, Joseph L Jorizzo, Ronald P Rapini, Jeffrey P Callen, Thomas D Horn, Anthony J Mancini, Stuart J Salasche, Julie V Schaffer, Thomas Schwarz, Georg Stingl e Mary Seabury Stone têm o direito de serem identificados como autores desta obra de acordo o Copyright, Designs and Patents Act 1988. Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por Mosby – um selo editorial Elsevier Inc. ISBN: 978-1-4160-2999-1 2011 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. ISBN: 978-85-352-2646-1 Capa Interface/Sergio Liuzzi Editoração Eletrônica Futura Elsevier Editora Ltda. Conhecimento sem Fronteiras Rua Sete de Setembro, nº 111 – 16º andar 20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ Rua Quintana, nº 753 – 8º andar 04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP Serviço de Atendimento ao Cliente 0800 026 53 40 [email protected] Preencha a ficha de cadastro no final deste livro e receba gratuitamente informações sobre os lançamentos e promoções da Elsevier. Consulte também nosso catálogo completo, os últimos lançamentos e os serviços exclusivos no site www.elsevier.com.br NOTA O conhecimento médico está em permanente mudança. Os cuidados normais de segurança devem ser seguidos, mas, como as novas pesquisas e a experiência clínica ampliam nosso conhecimento, alterações no tratamento e terapia à base de fármacos podem ser necessárias ou apropriadas. Os leitores são aconselhados a checar informações mais atuais dos produtos, fornecidas pelos fabricantes de cada fármaco a ser administrado, para verificar a dose recomendada, o método e a duração da administração e as contraindicações. É responsabilidade do médico, com base na experiência e contando com o conhecimento do paciente, determinar as dosagens e o melhor tratamento para cada um individualmente. Nem o editor nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventual dano ou perda a pessoas ou a propriedade originada por esta publicação. O Editor CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ D478 Dermatologia 2/E / [editores] Jean L. Bolognia, Joseph L. Jorizzo, Ronald P. Rapini ; [tradução Renata Scavone de Oliveira. et al.]. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2011. 2v. : il. Tradução de: Dermatology 2/E Inclui bibliografia ISBN 978-85-352-2646-1 1. Dermatologia. I. Bolognia, Jean L. II. Jorizzo, Joseph L. III. Rapini, Ronald P. 10-1301 CDD: 616.5 CDU: 616.5 A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) coordenou a revisão científica da obra traduzida para a língua portuguesa. A diretoria executiva da SBD – biênio 2009/2010 – agradece a funcionária Mônica Rocha pela colaboração. Supervisão da Revisão Científica Célia Luiza Petersen Vitello Kalil Dermatologista Preceptora do Serviço de Dermatologia da Santa Casa de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Dermatologista do Posto de Saúde Santa Marta de Porto Alegre, RS Revisão Científica Alcidarta dos Reis Gadelha (Caps. 147, 148 e 149) Pós-doutorado no Institut Pasteur (Prof. Ravisse) e Hôpital Saint-Louis (Prof. Civatte), Paris, França Doutor em Medicina Dermatológica pela Escola Paulista de Medicina (Serviço do Professor Raymundo M. Castro) Mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (Serviço Profs. Eduardo Rabello e Sylvio Fraga) Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) Ex-professor Titular de Dermatologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade do Amazonas Professor Doutor de Dermatologia e Coordenador da Disciplina de Dermatologia da Escola Superior de Saúde da Universidade Estadual do Amazonas (UEA) Alice de Oliveira de Avelar Alchorne (Caps. 1, 2, 3, 4, 5 e 17) Livre Docente de Dermatologia e Professora de Dermatologia do Curso de Medicina da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), SP Ana Cecília Michel da Rosa (Introdução à Dermatologia Clínica – parte) Médica Residente em Dermatologia do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, RS Ana Paula Dornelles da Silva Manzoni (Caps. 85, 86, 87 e 134) Regente da Disciplina de Dermatologia da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), RS Mestre e Doutoranda pela UFRGS André da Silva Cartell (Caps. 90, 91, 92 e 93) Médico Dermatopatologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), RS Professor Auxiliar do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina do Rio Grande do Sul André Vicente Esteves de Carvalho (Caps. 127, 128, 129 e 130) Preceptor do Serviço de Dermatologia do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, RS Coordenador do Ambulatório de Psoríase de Dermatologia do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, RS Treinamento em Cirurgia de Mohs no Serviço de Cirurgia Dermatológica e Micrográfica de Mohs na Yale University, Connecticut, EUA Mestre em Patologia pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), RS Andréia Mateus Moreira (Caps. 153 e 154) Mestre em Dermatologia pela UFRJ Coordenadora do Departamento de Cosmiatria da SBD – Biênio 2009/2010 v Antônio Carlos Martins Guedes (Caps. 116, 117 e 118) Professor Associado do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Mestre em Medicina pela UFMG Doutor em Dermatologia pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM) Antônio Macedo D’Acri (Caps. 144 e 146) Professor Adjunto de Dermatologia da Universidade Severino Sombra (USS), Vassouras, RJ Coordenador da Disciplina Enfermidades Prevalentes do Adulto II da USS Professor Assistente Doutor do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA), RJ Doutor em Medicina (Dermatologia) pela UFRJ Mestre em Medicina (Dermatologia) pela Universidade Federal Fluminense (UFF), RJ Arival Cardoso de Brito (Caps. 97, 98 e 99) Doutor e Livre Docente pela Universidade Federal do Pará (UFPA) Professor do Programa de Pós-graduação em Doenças Tropicais do Núcleo de Medicina Tropical da UFPA Professor do Programa de Pós-graduação do Instituto de Medicina Tropical da UFPA Professor do Programa de Pós-graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA Chefe do Serviço de Dermatologia da UFPA Título de Especialista em Dermatologia Artur Antonio Duarte (Caps. 41, 42, 43, 44 e 45) Professor Doutor Professor Titular de Dermatologia da Faculdade de Medicina de Santo Amaro, Universidade de Santo Amaro (Unisa), SP Bogdana Victória Kadunc (Caps. 152, 155, 156 e 157) Professora Doutora em Dermatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Médica Assistente do Serviço de Dermatologia e Cirurgia Dermatológica do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), SP Vice-presidente da SBD – Biênio 2009/2010 Célia Luiza Petersen Vitello Kalil (Caps. 158 e 159) Dermatologista Preceptora do Serviço de Dermatologia da Santa Casa de Porto Alegre da UFRGS Dermatologista do Posto de Saúde Santa Marta de Porto Alegre, RS Charles André Carvalho (Índice – parte) Médico Residente em Dermatologia do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, RS Clarisse Zaitz (Cap. 76) Professora Adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Mestre (1987) pela USP Doutora (1993) pela Unifesp vi David Rubem Azulay (Caps. 100 e 101) Chefe de Serviço do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro Professor Titular do Curso de Pós-graduação em Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) Chefe da Disciplina de Dermatologia da Fundação Técnico Educacional Souza Marques, RJ Professor Assistente de Dermatologia da UFRJ Mestre em Dermatologia pela Universidade do Rio de Janeiro Pós-graduação no Serviço de Dermatologia do Mount Sinai Hospital, Nova York, EUA, e no Serviço de Dermatologia do Hôpital Saint-Louis, Paris, França Dilhermando Augusto Calil (Caps. 77, 81, 82, 83 e 84) Professor Adjunto do Serviço de Dermatologia Professor Luiz Carlos Cucê da Unisa – Coordenador da Área de Hansenologia Mestre em Dermatologia pela FMUSP Especialista em Hansenologia pela Sociedade Brasileira de Hansenologia Emerson Vasconcelos de Andrade Lima (Caps. 9 e 10) Coordenador do Ambulatório de Psoríase da Santa Casa de Misericórdia do Recife, PE Preceptor da Especialização em Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia do Recife, PE Doutorado em Dermatologia pela USP Eugenio Raul de Almeida Pimentel (Caps. 150 e 151) Mestre e Doutor pela FMUSP Responsável pelo Serviço de Cirurgia Dermatológica da Divisão Dermatológica do Hospital das Clínicas da FMUSP (HCFMUSP) Responsável pelo Serviço Micrográfica de Mohs da Divisão Dermatologia do HCFMUSP Fabiane Andrade Mulinari Brenner (Caps. 19, 20, 21, 22 e 23) Professora Assistente de Dermatologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital de Clínicas de Curitiba, PR Mestre em Medicina Interna pela UFPR Franciani de Oliveira Basso (Índice – parte) Médica Residente em Dermatologia do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, RS Gabriel Teixeira Gontijo (Caps. 141, 142 e 143) Professor de Dermatologia da UFMG Preceptor de Cirurgia Dermatológica do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da UFMG Mestre em Dermatologia pela UFMG Pós-graduado em Cirurgia Micrográfica de Mohs na Baylor College of Medicine, Houston/Texas, EUA Gilvan Ferreira Alves (Caps. 26, 27 e 28) Sócio Efetivo da SBD Professor de Dermatologia da Universidade do Planalto Central, Brasília, DF Mestre em Dermatologia pela University of London, Reino Unido Giselle Martins Pinto (Índice – parte) Médica Residente em Dermatologia do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, RS Hiram Larangeira de Almeida Júnior (Caps. 53, 54, 55, 56, 57 e 58) Professor Associado de Dermatologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), RS Coordenador do Programa de Pós-graduação em Saúde e Comportamento da Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), RS Doutor em Medicina pela Freie Universität Berlin, Alemanha Pós-doutorado na Universität zu Köln, Alemanha Livre Docente pela USP Humberto Antônio Ponzio (Caps. 64, 65 e 66) Doutor em Dermatologia pela USP Professor Associado da Universidade do Rio Grande do Sul – aposentado Ex-presidente da SBCD Membro Efetivo do Grupo Internacional de Terapéutica Dermatológica, da SBD, da American Academy of Dermatology (AAD) e do Colegio Ibero Latinoamericano de Dermatologia (CILAD) vii Inês Alencar de Castro (Cap. 18) Membro Efetivo da SBD Preceptora do Serviço de Dermatologia do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, RS Mestre em Medicina Pós-graduado em Ciências Médicas pela UFRGS Ival Peres Rosa (Caps. 147, 148 e 149) Professor Colaborador do Departamento de Dermatologia da Unifesp Jesus Rodriguez Santamaria (Caps. 46, 47, 48 e 49) Professor Assistente da Disciplina de Dermatologia do Hospital de Clínicas da UFPR Mestre em Dermatologia pela Unifesp José Antônio Sanches Júnior (Caps. 119, 120, 121 e 122) Professor Associado do Departamento de Dermatologia da FMUSP Professor Livre Docente pela FMUSP Doutor e Mestre da Saúde, na área de Dermatologia pela FMUSP Responsável pela Unidade de Oncologia Cutânea (Doenças Linfoproliferativas da Pele) do HCFMUSP José Ramon Varela Blanco (Caps. 50, 51 e 52) Professor Assistente da Policlínica Geral do Rio de Janeiro (PGRJ) Josemir Belo dos Santos (Caps. 73, 74 e 75) Professor Adjunto do Departamento de Medicina Tropical, disciplina de Dermatologia, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Chefe do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da UFPE Chefe do Departamento de Medicina Tropical do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPE Supervisor da Pós-graduação em Dermatologia do CCS da UFPE Coordenador dos Departamentos da SBD Membro do Conselho Editorial Nacional dos Anais Brasileiros de Dermatologia da SBD Supervisor da Residência Médica em Dermatologia do Hospital das Clínicas da UFPE Júlio Cesar Empinotti (Caps. 29, 30, 31, 32 e 33) Professor Adjunto de Dermatologia do Curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) Doutor em Medicina (Dermatologia) pela UFRJ Dermatologista, Cascavel, PR Leninha Valério do Nascimento (Caps. 59, 60, 61, 62 e 63) Pós-doutorado em Dermatologia na Faculdade de Medicina Lariboiseière Saint-Louis, Paris, França Assistente Estrangeira da Université de Paris Doutora e Mestre em Dermatologia pela UFRJ Professora Titular (aposentada) de Dermatologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Coordenadora do Curso de Pós-graduação em Dermatologia do Hospital Central do Exército (HCE) e da Universidade do Grande Rio (Unigranrio), RJ Lucio Bakos (Cap. 135) Professor Titular de Dermatologia da UFRGS Doutor em Medicina (Dermatologia) pela UFRJ Membro Titular da Academia Sul-rio-grandense de Medicina viii Magda Blessmann Webber (Caps. 13, 14, 15 e 16) Professora Adjunta de Dermatologia da UFCSPA Doutora em Clínica Médica (Pediatria) pela UFRGS Maria Cecília da Mata Rivitti Machado (Caps. 34 e 35) Médica Supervisora da Divisão de Dermatologia do HCFMUSP Professora da Faculdade de Medicina da Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES), SP Maria de Lourdes Viegas (Caps. 6, 7 e 8) Secretária Geral da SBD – Biênio 2009/2010 Delegada da SBD/RJ Médica Especialista pela SBD (1972) Maria Estér Massara Café (in memoriam) (Caps. 102, 103 e 104) Preceptora da Residência Médica de Dermatologia da Santa Casa de Belo Horizonte, MG Especialista em Dermatologia pela SBD Mestre em Medicina (Dermatologia) pela UFMG Maria Fernanda Reis Gavazzoni (Caps. 36, 37, 38, 39 e 40) Professora do Curso de Pós-graduação em Dermatologia do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro Doutora e Mestre em Dermatologia pela UFRJ Mariana de Andrade Lima (Caps. 11 e 12) Especialista em Dermatologia pela SBD Mário Fernando Ribeiro de Miranda (Caps. 94, 95 e 96) Professor Adjunto 4 de Dermatologia da UFPA Mônica Manela Azulay (Caps. 123, 124, 125 e 126) Professora Adjunta de Dermatologia da UFRJ e da Fundação Técnico Educacional Souza Marques, RJ Mestre e Doutora em Dermatologia pela UFRJ International Fellow da AAD Nilton Nasser (Caps. 111, 112, 114 e 115) Professor Doutor em Dermatologia Chefe do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD Professor Titular de Dermatologia do Curso de Medicina da Universidade Regional de Blumenau, SC Omar Lupi da Rosa Santos (Caps. 78, 79 e 80) Mestre e Doutor em Dermatologia pela UFRJ Pós-doutorado em Imunodermatologia pela University of Texas (Galveston), EUA Professor Livre Docente da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Professor Adjunto de Dermatologia da UNIRIO Professor Titular de Dermatologia do Instituto de Pós-graduação Médica Carlos Chagas, RJ Chefe do Serviço de Dermatologia da PGRJ Patrícia Caspary (Índice – parte) Médica Residente em Dermatologia do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, RS ix Patrícia Damiani Biavatti (Introdução à Dermatologia Clínica – parte) Médica Residente em Dermatologia do Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, RS Paula Dadalti Granja (Cap. 145) Doutora (2004) e Mestre (1999) em Dermatologia pela UFRJ Paulo Ricardo Criado (Caps. 105 e 106) Dermatologista do HCFMUSP Doutor em Ciências (Dermatologia) pela FMUSP Mestre em Medicina pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), SP Paulo Rowilson Cunha (Cap. 131) Professor Titular da Faculdade de Medicina de Jundiaí, SP Professor Livre Docente da FMUSP Pós-doutorado pela New York University, EUA Renan Rangel Bonamigo (Caps. 107, 108, 109 e 110) Professor Regente da Disciplina e Chefe do Serviço de Dermatologia da UFCSPA Professor Permanente do Programa de Pós-graduação em Patologia da UFCSPA Supervisor do Programa de Residência Médica em Dermatologia e Coordenador do Curso de Especialização em Dermatologia da UFCSPA Mestre e Doutor em Medicina (Ciências Médicas) pela UFRGS Editor Associado dos Anais Brasileiros de Dermatologia Preceptor da Residência do Ambulatório de Dermatologia Sanitária do Rio Grande do Sul Ricardo Romiti (Caps. 67, 68, 69, 70, 71 e 72) Professor do Departamento de Dermatologia do HCUSP Coordenador dos Ambulatórios de Psoríase, Colagenoses e Tricologia do HCFMUSP Doutor em Dermatologia pela Ludwig-Maximilians-Universität, Munique, Alemanha Roberto Moreira Amorim Filho (Cap. 113) Especialista em Dermatologia pela SBD Diretor Médico do Hospital de Dermatologia Santa Teresa da Secretaria de Estado da Saúde (SES), SC Ex-presidente da SBD/SC Membro Efetivo da SBCD e do CILAD Ryssia Alvarez Florião (Caps. 88 e 89) Chefe da Clínica Dermatológica do Hospital Federal Cardoso Fontes de Jacarepaguá, RJ Doutora e Mestre em Dermatologia pela UFRJ Sarita Maria F. Martins C. Bezerra (Caps. 138, 139 e 140) Professora Adjunta (aposentada) do Departamento de Dermatologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Mestre em Medicina Tropical pela UFPE Doutora em Dermatologia pela USP Preceptora do Centro de Estudos Dermatológicos do Recife (CEDER), PE Sérgio Schalka (Caps. 132 e 133) Professor Associado do Serviço de Dermatologia da Universidade de Santo Amaro, SP Mestre em Dermatologia pela FMUSP x Sérgio Zuñeda Serafini (Caps. 24 e 25) Professor Assistente do Departamento de Clínica Médica (Dermatologia) da UFPR Especialização pela UFRJ (1975/1977) Título de Especialista conferido pela SBD (1977) Valéria Barreto Campos (Caps. 136 e 137) Secretária do Departamento de Laser da SBD – Biênio 2009/2010 Research Fellow em Dermatologia e Laser da Harvard Medical School University, Boston, EUA Mestre em Dermatologia pela USP Tradução Adriana de Carvalho Corrêa (Cap. 65) Médica Dermatologista do Hospital Moncorvo Filho da UFRJ Professora de Dermatologia no HCE, RJ Título de Especialista em Dermatologia pela SBD Doutora e Mestre em Medicina pela UFRJ Adriana Paulino do Nascimento (Caps. 128 e 129) Mestre em Morfologia pela UERJ Doutoranda em Biologia Humana e Experimental pela UERJ Alcir Costa Fernandes Filho (Caps. 57, 61 e 137) Tradutor, especialista em textos de Medicina, pela Universidade Estácio de Sá (Unesa), RJ Certificado de Proficiência em inglês pela University of Michigan, EUA Alexandre Vianna Aldighieri Soares (Caps. 41 e 114) Médico pela UFRJ Residência em Clínica Médica no Hospital Naval Marcílio Dias, RJ Residência em Endocrinologia no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE), RJ Aline Perdiz de Jesus Bilemjian (Cap. 26) Especialista em Dermatologia pela SBD Ana Julia Perrotti-Garcia (Caps. 17, 84, 87, 127, 145, 147, 151 e Introdução à Dermatologia Clínica) Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial Especialista em Tradução pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) Certificado de Proficiência em inglês pela Universidade de Cambridge, Reino Unido Professora do Curso de Pós-graduação em Tradução da Unibero − Anhanguera, SP Mestre em Linguística pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Doutoranda em Tradução pelo Departamento de Letras Modernas da FFLCH-USP Cirurgiã-dentista pela Faculdade de Odontologia da USP Tradutora Intérprete pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (UniFMU), SP Andreia Oliveira Bento Alves (Cap. 116) Pós-graduada em Fisioterapia em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e em Acupuntura Especialista em Auriculoterapia e Reeducação Postural Global (RPG) Fisioterapeuta pela UFRJ Bárbara de Alencar Leão Martins (Caps. 122 e 139) Médica Oncologista xi Bianca Tarrisse da Fontoura (Caps. 133, 138 e 140) Tradutora, RJ, especialista em textos de Medicina Bruna Duque Estrada (Caps. 64 e 68) Especialista em Dermatologia pela SBD Professora Adjunta do Ambulatório de Alopecias do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro Caroline Fernandes dos Santos (Caps. 94, 106 e 117) Doutora em Biologia Humana e Experimental pela UERJ Mestre em Morfologia pela UERJ Bióloga pela UERJ Cecília Cerqueira Café Mendes (Cap. 60) Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (UnB) Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP Doutoranda pelo Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da USP Clarice Marie Kobata (Caps. 9, 11, 13, 14, 15 e 16) Médica Assistente da Clínica de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Especialista em Dermatologia pela SBD Cristiana Ludwig Schneider Longo (Cap. 72) Médica Dermatologista Mestre em Dermatologia pela UFRJ Cristina Paula Salaro (Cap. 8) Preceptora do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro Research Fellow da Harvard University, Boston, EUA Membro Efetivo da SBD Membro da SBCD Membro da International Society of Dermoscopy Curt Mafra Treu (Caps. 107 e 108) Doutor pela UERJ Professor do Curso de Pós-graduação em Dermatologia da PGRJ – Responsável pela Disciplina de Cirurgia Dermatológica e Oncologia Cutânea Pós-graduado pela PGRJ Médico pela UFRJ Denise Costa Rodrigues (Cap. 115) Tradutora pela UnB, especialista em textos de Medicina Pós-graduada em Tradução pela Universidade de Franca (Unifran), SP Dominique Fausto de Souza de Magalhães Pessoa (Caps. 134, 136 e 152) Dermatologista pela UFRJ Membro Titular da SBD Visiting Research Fellow da McGill University, Montreal, Canadá Douglas Futuro (Caps. 82, 88, 89, 97, 99, 154 e 155) Médico Ortopedista e Tradutor, RJ Edda M. Palmeiro (Cap. 5) Médica pela UFRJ Tradutora, RJ Fellowship em Alergia e Imunologia pela Creighton University, Nebraska, EUA xii Edianez Victoria (Caps. 102, 103 e 104) Tradutora, SP, especialista em textos de Medicina Eduardo Bornhausen Demarch (Cap. 79) Médico pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) Pós-graduando em Dermatologia pelo Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro − Escola Médica da PUC-Rio Ericka Andrade de Aguiar (Cap. 108) Especialista em Dermatologia pela PGRJ Visiting Research Fellow da Ludwig-Maximilians-Universität, Munique, Alemanha Fernanda Paulla Freitas Aguirre (Cap. 153) Dermatologista Pós-graduada pelo Instituto de Dermatologia Profesor Rubem David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro Membro Efetivo da SBD Dermatologista Colaboradora do Ambulatório de Dermatologia do Hospital Universitário Júlio Muller da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Fernando Diniz Mundim (Caps. 7, 18, 24 e 95) Professor Adjunto do Instituto de Psiquiatria da UFRJ Flávia Clarissa Bortolini Bolzani (Cap. 132) Dermatologista, PR Igor Azevedo Bottura (Cap. 146) Médico pela Universidade São Francisco (USF), SP Residência Médica em Dermatologia no Hospital Geral de Bonsucesso, RJ Membro Efetivo da SBD Membro da SBCD Professor Adjunto da Disciplina de Semilogia Médica da Universidade de Cuiabá (UNIC), MT Dermatologista colaborador do Hospital Universitário Júlio Muller da UFMT Isabella Brasil Succi (Cap. 92) Dermatologista pela SBD Preceptora do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro Jeanine Salles dos Santos (Caps. 130 e 144) Doutoranda e Mestre em Biologia Humana e Experimental da UERJ José Eduardo Ferreira de Figueiredo (Caps. 49, 59, 80 e 125) Médico Chefe da Emergência Pediátrica do Hospital das Clínicas de Jacarepaguá, RJ Médico de Saúde da Família da Secretaria de Saúde do Município do Rio de Janeiro Juliana Miglio Bensabat Junger (Caps. 12, 28, 81, 98, 111, 112, 141 e 142) Especialização em Dermatologia pela UERJ Juliane Rocio Neves (Caps. 66 e 113) Especialista em Dermatologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Sócia Efetiva da SBD Dermatologista do Hospital de Força Aérea do Galeão, RJ Dermatologista do Instituto de Dermatologia e Estética do Rio de Janeiro (IDERJ) Karine Simone (Caps. 27, 42, 43, 44 e 45) Médica Especialista em Dermatologia pela Santa Casa de São Paulo Larissa Hanauer de Moura (Caps. 67 e 69) Dermatologista pela SBD Letícia Spinelli De Biase Martins (Cap. 70) Especialista em Dermatologia pela SBD xiii Luana Boeira Rocha (Caps. 158 e 159) Residência em Dermatologia na PGRJ Manuela Boleira Sieiro Guimarães (Caps. 20, 25, 58, 96, 109 e 110) Residência em Dermatologia na PGRJ Marcela Duarte Villela Benez (Caps. 71 e 126) Pós-graduação em Dermatologia pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ Residência em Clínica Médica no HCE, RJ Marcelo Neira Ave (Caps. 150, 156 e 157) Médico Especialista em Dermatologia pela SBD Pós-graduação em Dermatologia pelo Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro Médico pela UERJ Marcelo Sampaio Narciso (Caps. 6, 21, 22 e 55) Professor Adjunto do Programa de Histologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da UFRJ Doutor e Mestre em Morfologia pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Morfológicas do ICB da UFRJ Especialista em Histologia e Embriologia pela UERJ Maria Claudia Almeida Issa (Cap. 135) Professora Adjunta do Departamento de Medicina Clínica (Dermatologia) da UFF Doutora em Dermatologia pela UFRJ Mestre em Dermatologia pela UFF Mariana Martins Sasse (Cap. 10) Médica Assistente do Ambulatório de Vitiligo do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro Membro Efetivo da SBD Patrícia de Souza Nascimento (Caps. 53 e 54) Professora Contratada do Departamento de Genética do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes da UERJ Doutora e Mestre em Genética pela UFRJ Patricia Shu Kurizky (Caps. 19, 23, 48, 51, 78, 83, 100, 101, 105 e 149) Especialista em Dermatologia pela SBD Paula Periquito Cosenza (Caps. 73, 74, 75, 76 e 77) Dermatologista pela SBD Professora de Micologia do Curso de Pós-graduação em Dermatologia da PGRJ Médica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro Renata Scavone de Oliveira (Caps. 85, 86, 90, 91, 93, 118, 119, 120, 121, 123, 124, 143 e 148) Doutora em Ciências (Imunologia) pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP Médica Veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP Robertha Carvalho Nakamura (Caps. 36 e 37) Especialista em Dermatologia pela SBD Mestre em Dermatologia pela UFRJ Professora Auxiliar do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro Coordenadora do Centro de Estudos da Unha (CEU) do Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro Samantha Gontijo Guerra (Caps. 1, 2, 3 e 4) Especialista em Dermatologia pela SBD xiv Selma M. F. Hélène (Caps. 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 38, 39 e 40) Assistente Voluntária do Setor de Dermatologia Pediátrica da Clínica de Dermatologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo Mestre em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Sergio Jesus Garcia (Caps. 50, 62, 63 e 131) Médico pela Santa Casa de São Paulo Especialista em Otorrinolaringologia Medical Writer, Autor e Tradutor Sylvia de Araujo Borges (Caps. 46, 47, 52 e 56) Médica pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, RJ Pós-graduanda em Dermatologia pela PGRJ Tatiana Ferreira Robaina (Índice) Odontóloga pela UFPel, RS Doutoranda em Ciências/Microbiologia pela UFRJ Mestre em Patologia pela UFF Professora Substituta de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da UFRJ xv Colaboradores MA Abdallah MD Professor of Dermatology and Sexually Transmitted Diseases Faculty of Medicine Ayn Shams University Cairo, Egypt Anna Asplund PhD Doctor of Pathology Department of Genetics and Pathology Uppsala University Hospital Uppsala, Sweden Sandra Albert MBBS MD DNB Visiting Fellow St John’s Institute of Dermatology St Thomas’ Hospital London, United Kingdom Chalid Assaf MD Associate Professor of Dermatology Department of Dermatology and Allergy Berlin-Charité – Universitätsmedizin Berlin Berlin, Germany Macrene R Alexiades-Armenakas MD PhD PC Director Dermatology and Laser Surgery New York, NY, USA Carl M Allen MD Associate Professor of Pathology SEÇÃO of Oral and Maxillofacial Surgery and Pathology College of Dentistry The Ohio State University Columbus, OH, USA David M Allen MD Assistant Clinical Professor Department of Dermatology University of Utah Ogden, UT, USA Masayuki Amagai MD PhD Professor and Chair Department of Dermatology Keio University School of Medicine Tokyo, Japan R Rox Anderson MD Professor of Dermatology Harvard Medical School Wellman Center for Photomedicine Massachusetts General Hospital Boston, MA, USA Richard Antaya MD Director, Pediatric Dermatology Department of Dermatology Yale University School of Medicine New Haven, CT, USA Zsolt B Argenyi MD Director of Dermatopathology Professor of Dermatology and Pathology Department of Pathology University of Washington Medical Center Seattle, WA, USA Alison Sharpe Avram MD Clinical Instructor Harvard Medical School Department of Dermatology Massachusetts General Hospital Boston, MA, USA Mathew Avram MD JD Director Massachusetts General Hospital Dermatology Laser and Cosmetic Center Department of Dermatology Massachusetts General Hospital Boston, MA, USA Christopher Baker MBBS FACD Clinical Associate Professor of Dermatology Department of Dermatology University of Melbourne St Vincent’s Hospital Melbourne Fitzroy, VIC, Australia Raymond L Barnhill MD Clinical Professor of Dermatology and Pathology University of Miami Coral Gables, FL, USA Terry L Barrett MD Clinical Professor of Pathology and Dermatology University of Texas Southwestern Medical Center Dallas, TX, USA Jeffrey D Bernhard MD Professor of Medicine University of Massachusetts Medical School Worcester, MA, USA Sachin S Bhardwaj MD University of Minnesota Minneapolis, MN, USA Anne Kobza Black MD FRCP The St John’s Dermatology Center St Thomas’ Hospital London, United Kingdom Martin M Black MD FRCP FRCPath Emeritus Professor of Dermatological Immunopathology and Honorary Consultant Dermatologist St John’s Institute of Dermatology St Thomas Hospital London, United Kingdom Jean L Bolognia MD Professor of Dermatology Department of Dermatology Yale Medical School New Haven, CT, USA Luca Borradori MD Associate Professor Head of the Outpatient Unit Dermatology Clinic University Hospital Geneva, Switzerland Julie Brantley MD Resident Department of Dermatology University of Texas Medical Branch Galveston, TX, USA David G Brodland MD Private Practice Assistant Clinical Professor Departments of Dermatology and Otolaryngology University of Pittsburgh Clairton, PA, USA Susan J Bayliss MD Professor of Internal Medicine (Dermatology) and Pediatrics St Louis Children’s Hospital St Louis, MO, USA Leena Bruckner-Tuderman MD Professor of Dermatology Department of Dermatology University Medical Center University of Freiburg Freiburg, Germany Meral J Arin MD Assistant Professor Department of Dermatology University of Cologne Cologne, Germany Paul R Bergstresser MD Professor and Chair Department of Dermatology UT Southwestern Medical Center at Dallas Dallas, TX, USA Craig G Burkhart MD MPH Clinical Professor University of Toledo College of Medicine Toledo, OH, USA Kenneth A Arndt MD Clinical Professor of Dermatology Yale University School of Medicine SkinCare Physicians of Chestnut Hill Chestnut Hill, MA, USA Philippe Bernard MD Professor Department of Dermatology Hospital Robert Debre Reims, France Craig N Burkhart MD MSBS Pediatric Dermatologist Department of Dermatology Northwestern University Chicago, IL, USA Barbara K Burton MD Professor of Pediatrics Northwestern University Medical School Division of Genetics Children’s Memorial Hospital Chicago, IL, USA Claude S Burton MD Associate Professor of Medicine Duke University Medical Center Durham, NC, USA Jeffrey P Callen MD FACP Professor of Medicine (Dermatology) Chief, Division of Dermatology University of Louisville School of Medicine Louisville, KY, USA Francisco M Camacho-Martínez MD PhD Head Professor of Dermatology Department of Dermatology School of Medicine University of Seville Seville, Spain Charles Camisa MD Affiliate Associate Professor Department of Dermatology and Cutaneous Surgery University of South Florida, Tampa Senior Staff Dermatologist Department of Dermatology Cleveland Clinic Foundation Naples, FL, USA Daniel Carrasco MD Postdoctoral Fellow Departments of Dermatology, Microbiology, Immunology and Internal Medicine University of Texas Medical Branch at Galveston Galveston, TX, USA Christie L Carroll MD Department of Dermatology Wake Forest University Winston-Salem, NC, USA Alastair Carruthers FRCPC Clinical Professor Department of Dermatology and Skin Science University of British Columbia Vancouver, BC, Canada Jean Carruthers MD FRCSC FRC(Ophth) FASOPRS Clinical Professor Department of Ophthalmology and Visual Sciences University of British Columbia Vancouver, BC, Canada xvii Colaboradores John Carucci MD Assistant Professor and Chief Mohs Micrographic and Dermatologic Surgery Weill Medical College of Cornell University New York, NY, USA Lorenzo Cerroni MD Associate Professor of Dermatology Department of Dermatology Medical University of Graz Graz, Austria Mary Wu Chang MD Associate Clinical Professor Dermatology and Pediatrics University of Connecticut School of Medicine Farmington, CT, USA Mark A Chastain MD Clinical Assistant Professor Department of Dermatology Emory University Clinical Assistant Professor Department of Dermatology Tulane University School of Medicine Atlanta, GA, USA Suephy Chen MD Assistant Professor Department of Dermatology Emory University Department of HRS+D Division of Dermatology Atlanta, GA, USA T Minsue Chen MD Mohs Research in Advanced Dermatologic Surgery Education Fellow Department of Dermatology University of Texas – MD Anderson Cancer Center Houston, TX, USA Angela M Christiano PhD Associate Professor Departments of Dermatology/ Genetics & Development Columbia University College of Physicians & Surgeons New York, NY, USA David H Chu MD PhD Visiting Fellow The Rockefeller University New York, NY, USA Lorinda S Chung MD Department of Medicine – Immunology and Rheumatology and Center for Clinical Immunology Stanford School of Medicine Stanford, CA, USA xviii Anna S Clayton MD Assistant Professor Division of Dermatology and Cutaneous Surgery University of Texas Health Science Center at San Antonio San Antonio, TX, USA Clay J Cockerell MD Clinical Professor Department of Dermatology and Pathology University of Texas Southwestern Medical Center Cockerell and Associates Dallas, TX, USA Bernard A Cohen MD Department of Pediatric Dermatology Johns Hopkins University School of Medicine Baltimore, MD, USA David E Cohen MD Assistant Professor of Dermatology New York University Hewlett, NY, USA William P Coleman III MD Clinical Professor of Dermatology Adjunct Professor of Surgery (Plastic Surgery) Tulane University Health Sciences Center New Orleans, LA, USA M Kari Connolly MD Professor of Dermatology and Medicine Department of Dermatology University of California San Francisco San Francisco, CA, USA Susan M Cooper MD MRCP Consultant Dermatologist Department of Dermatology Churchill Hospital Oxford, United Kingdom Kevin D Cooper MD Professor and Chair Department of Dermatology Director Skin Diseases Research Center University Hospitals of Cleveland and Case Western Reserve University Cleveland, OH, USA Melissa I Costner MD Assistant Professor Dermatology University of Texas Southwestern Medical Center at Dallas Dallas, TX, USA Mark DP Davis MD Professor of Dermatology Department of Dermatology Mayo Clinic Rochester, MN, USA Dirk M Elston MD Chairman Department of Dermatology Geisinger Medical Center Danville, PA, USA Aerlyn G Dawn MD Research Fellow Department of Dermatology Wake Forest University School of Medicine Winston-Salem, NC, USA Odile Enjolras MD Director Multidisciplinary Clinics for Pediatric Vascular Anomalies Department of Maxillo-facial and Plastic Surgery Armand-Trousseau Children’s Hospital Paris, France Vincent A Deleo MD Chairman Department of Dermatology St Luke’s Roosevelt Hospital Center and Beth Israel Medical Center New York, NY, USA Michael Detmar MD Professor of Pharmacogenomics Institute of Pharmaceutical Sciences Zurich, Switzerland Thomas L Diepgen MD Professor Department of Social Medicine, Occupational and Environmental Dermatology University of Heidelberg Heidelberg, Germany A Cigdem Atahan Dogramaci MD Assistant Professor Department of Dermatology Mustafa Kemal University Faculty of Medicine Hatay, Turkey Jeffrey S Dover MD FRCPC Associate Professor of Clinical Dermatology Yale University School of Medicine Adjunct Professor of Medicine (Dermatology) Dartmouth Medical School SkinCare Physicians of Chestnut Hill Chestnut Hill, MA, USA Zoe Diana Draelos MD Dermatology Consulting Services High Point, NC, USA Raymond G Dufresne Jr MD Associate Professor of Dermatology University Dermatology, Inc Rhode Island Hospital Providence, RI, USA Vaishali Escaravage MD Clinical Research Fellow Wound Management Institute Duke University Medical Center Durham, NC, USA Augustin España MD Professor of Dermatology Department of Dermatology University Clinic of Navarra School of Medicine Pamplona, Spain Janet A Fairley MD Professor and Head of Dermatology Department of Dermatology University of Iowa Hospitals and Clinics Iowa City, IA, USA Kenneth R Feingold MD Department of Dermatology and Medicine University of California San Francisco Dermatology and Medical (Metabolism) Services Veterans Affairs Medical Center San Francisco, CA, USA Jo-David Fine MD MPH FRCP Professor of Medicine (Dermatology) and Pediatrics Vanderbilt University School of Medicine Head, National Epidermolysis Bullosa Registry Nashville, TN, USA David F Fiorentino MD PhD Professor of Dermatology Assistant Professor of Medicine (Rheumatology) Department of Dermatology Stanford University School of Medicine Palo Alto, CA, USA Thomas N Darling MD PhD Associate Professor of Dermatology Department of Dermatology Uniformed Services University of the Health Sciences Bethesda, MD, USA Boni E Elewski MD Professor of Dermatology Department of Dermatology University of Alabama at Birmingham Birmingham, AL, USA Marc Darst MD Resident Division of Dermatology Wright State University School of Medicine Dayton, OH, USA George Elgart MD Dermatologist Department of Dermatology University of Miami School of Medicine Miami, FL, USA Alan B Fleischer Jr MD Professor, Chair Director of the General Dermatology Clinic Wake Forest University School of Medicine Winston-Salem, NC, USA Daniel Davis MD Assistant Professor of Dermatology and Pathology Department of Dermatology University of Arkansas for the Medical Sciences Little Rock, AR, USA Peter M Elias MD Senate Emeritus S/M Dermatology Service University of California San Francisco Veteran Affairs Medical Center San Francisco, CA, USA Franklin P Flowers MD Professor of Dermatology Division of Dermatology & Cutaneous Surgery University of Florida College of Medicine Gainesville, FL, USA Jorge Frank MD Professor of Dermatology Department of Dermatology Academic Hospital Maastricht Maastricht, The Netherlands Ingolf Franke MD Department of Dermatology and Venerology Otto-von-Guericke University Magdeburg, Germany Thomas J Franz MD Executive Medical Director PRACS Institute, Ltd Portland, OR, USA Lars E French MD Professor of Dermatology, Chairman Department of Dermatology Zurich University Hospital Zurich, Switzerland Ilona J Frieden MD Professor of Clinical Dermatology and Pediatrics Department of Dermatology University of California San Francisco San Francisco, CA, USA Peter S Friedmann MD Professor of Dermatology University of Southampton Dermatopharmacology Unit Southampton General Hospital Southampton, United Kingdom Peter O Fritsch MD Chairman, Professor of Dermatology Department of Dermatology Innsbruck Medical University Innsbruck, Austria Richard G Glogau MD Clinical Professor Department of Dermatology University of California, San Francisco San Francisco, CA, USA Glenn Goldman MD Associate Professor of Medicine and Dermatology Director of Dermatologic Surgery Division of Dermatology The University of Vermont Fletcher Allen Health Care Burlington, VT, USA Mitchel P Goldman MD Volunteer Clinical Professor of Dermatology/Medicine University of California, San Diego Medical Director La Jolla Spa MD La Jolla, CA, USA Harald Gollnick MD Department of Dermatology and Venerology Otto-von-Guericke University Magdeburg, Germany Warren T Goodman MD HealthPartners Medical Group Departments of Dermatology and Pathology Assistant Professor of Laboratory Medicine and Pathology University of Minnesota St Paul, MN, USA Clive E H Grattan MA MD FRCP Consultant Dermatologist Dermatology Centre Norfolk and Norwich University Hospital Norwich, United Kingdom Malcolm W Greaves MD PhD FRCP Emeritus Professor of Dermatology St Johns Institute of Dermatology St Thomas’ Hospital London Allergy Centre London, United Kingdom Maria C Garzon MD Associate Professor of Clinical Dermatology and Clinical Pediatrics Department of Dermatology Columbia University New York, NY, USA Daniela Guzman Sanchez MD Research Fellow Department of Dermatology Wake Forest University Baptist Medical Center Winston Salem, NC, USA Amy Geng MD University Dermatology, Inc Rhode Island Hospital Providence, RI, USA Allan C Halpern MD MS Chief, Dermatology Service Member, Department of Medicine Memorial Sloan-Kettering Cancer Center New York, NY, USA Kamran Ghoreschi MD Senior Fellow Department of Dermatology Eberhard Karls University of Tübingen Tübingen, Germany Amy E Gilliam MD Assistant Professor of Dermatology and Pediatrics Department of Dermatology University of California at San Francisco San Francisco, CA, USA Warren R Heymann MD Clinical Associate Professor UPenn School of Medicine Professor of Medicine Head, Division of Dermatology University of Medicine and Dentistry of New Jersey Marlton, NJ, USA Satoshi Hirakawa MD PhD Assistant Professor of Dermatology Department of Dermatology Ehime University Graduate School of Medicine Toon-shi, Ehime, Japan Ranella J Hirsch MD FAAD Director Skincare Doctors Cambridge, MA, USA Herbert Hönigsmann MD Professor of Dermatology Division of Special & Environmental Dermatology University of Vienna Medical School Vienna, Austria Daniel Hohl MD Professor of Medicine CHUV Department of Dermatology Beaumont Hospital Lausanne, Switzerland Walter M Holleran MD Department of Dermatology and Medicine University of California San Francisco Dermatology and Medical (Metabolism) Services Veterans Affairs Medical Center San Francisco, CA, USA Thomas D Horn MD MBA CarisCohenDX Newton, MA, USA Amy Howard MD Assistant Professor of Dermatology and Pathology Emory University School of Medicine Atlanta, GA, USA George J Hruza MD Clinical Associate Professor of Dermatology and Otolaryngology St Louis University Director, Laser and Dermatologic Surgery Center St Louis, MO, USA Analisa Vincent Halpern MD Assistant Professor of Medicine Division of Dermatology Cooper University Hospital UMDNJ Robert Wood Johnson Cooper Hospital Camden, NJ, USA Christopher M Hull MD Assistant Professor of Dermatology Department of Dermatology University of Utah Health Sciences Center Salt Lake City, UT, USA John LM Hawk BSc MD FRCP Head of Medicine and Pediatrics Division of Dermatology UMDNJ-Robert Wood Johnson Marlton, NJ, USA Harry J Hurley Jr MD Clinical Professor of Dermatology University of Pennsylvania School of Medicine Upper Darby, PA, USA Heidi T Jacobe MD Chief Resident Department of Dermatology The University of Texas Southwestern Medical Center Dallas, TX, USA Joseph L Jorizzo MD Professor and Former (Founding) Chair Department of Dermatology Wake Forest University School of Medicine Winston-Salem, NC, USA Colaboradores Timothy Corcoran Flynn MD Clinical Professor Department of Dermatology Cary Skin Center Cary, NC, USA Jacqueline M Junkins-Hopkins MD Associate Professor of Dermatology Department of Dermatology University of Pennsylvania Philadelphia, PA, USA Hideko Kamino MD Director of Dermatopathology Dermatopathology SEÇÃO New York University School of Medicine New York, NY, USA Kefei Kang MD Associate Professor Department of Dermatology University Hospitals of Cleveland Case Western Reserve University Cleveland, OH, USA Yoko Kano MD Associate Professor Department of Dermatology Kyorin University School of Medicine Tokyo, Japan Bory Kea BS BA Medical Student School of Medicine Stanford University Stanford, CA, USA Paul Kelly MD Professor and Chief Division of Dermatology King/Drew Medical Center Los Angeles, CA, USA Robert Kelly MBBS FACD Consultant Dermatologist St Vincent’s Hospital Melbourne, VIC, Australia Jay Kincannon MD Department of Dermatology University of Arkansas for Medical Sciences, Child Study Center Little Rock, AR, USA Reinhard Kirnbauer MD Professor of Dermatology Division of Immunology, Allergy and Infectious Disease (DIAID) Department of Dermatology Medical University of Vienna Vienna, Austria Robert S Kirsner MD Associate Professor Department of Dermatology and Cutaneous Surgery Department of Epidemiology and Public Health University of Miami School of Medicine Miami, FL, USA xix Colaboradores Sandra R Knowles BScPhm Lecturer, Faculty of Pharmacy Sunnybrook Health Sciences Centre University of Toronto Toronto, ON, Canada Peter J Koch PhD Associate Professor of Dermatology Department of Dermatology University of Colorado at Denver and Health Sciences Center Aurora, CO, USA Sabine Kohler MD Professor of Pathology and Dermatology Director of Dermatopathology Department of Pathology Stanford University School of Medicine Stanford, CA, USA John Koo MD Professor and Vice Chairman Department of Dermatology Director, UCSF Psoriasis Treatment Center University of California San Francisco Medical Center San Francisco, CA, USA Tamara Koss MD Instructor in Clinical Dermatology Columbia University New York, NY, USA Maranke I Koster PhD Assistant Professor of Dermatology Department of Dermatology University of Colorado at Denver and Health Sciences Center Aurora, CO, USA Alfons L Krol MD FRCPC Professor of Dermatology & Pediatrics Oregon Health and Sciences University Portland, OR, USA Stéphane Kuenzli MD Consultant Dermatologist Department of Dermatology Geneva University Hospital Fribourg, Switzerland Emanuel G Kuflik MD Clinical Professor of Dermatology UMDNJ – New Jersey Medical School Newark, NJ, USA Fiona Larsen MD FRACP Dermatopathology Fellow Department of Dermatology University of Texas Southwestern Medical Center Dallas, TX, USA xx Mark Lebwohl MD Professor and Chairman Department of Dermatology The Mount Sinai School of Medicine New York, NY, USA Lela A Lee MD Professor of Dermatology and Medicine University of Colorado School of Medicine Chief of Dermatology Denver Health Medical Center Denver, CO, USA Chai Sue Lee MD MS Assistant Professor of Dermatology Department of Dermatology University of California Davis School of Medicine Sacramento, CA, USA Kristin M Leiferman MD Professor of Dermatology Department of Dermatology University of Utah School of Medicine Salt Lake City, UT, USA Petra Lenz MD Clinical Fellow Laboratory of Pathology NIH National Cancer Institute Bethesda, MD, USA Jack Lesher MD Professor and Chief Division of Dermatology Medical College of Georgia Augusta, GA, USA Henry W Lim MD Chairman and C.S. Livingood Chair Department of Dermatology Henry Ford Medical Center Detroit, MI, USA Cynthia A Loomis MD PhD Assistant Professor of Dermatology and Cell Biology New York University School of Medicine Department of Pathology New York, NY, USA Joakim Lundeberg PhD Professor of Molecular Biology Royal Institute of Technology Department of Gene Technology AlbaNova University Center Stockholm, Sweden Omar Lupi MD Msc PhD Adjunct Professor of Dermatology Federal University of Rio de Janeiro Professor of Dermatology Postgraduate Course of Dermatology Institute of Dermatology Prof Azulay/SCMRJ, PGRJ and UFRJ Rio de Janeiro, Brazil Catherine Maari MD Fellow Department of Dermatology Children’s Hospital and Health Center San Diego, CA, USA Vandana Madkan MD Clinical Research Fellow Center for Clinical Studies, Texas Houston, TX, USA Anthony J Mancini MD Associate Professor of Pediatrics & Dermatology Head, Division of Pediatric Dermatology Northwestern University Feinberg School of Medicine Children’s Memorial Hospital Chicago, IL, USA Shane Meehan MD Associate Director of Dermatopathology Assistant Professor of Dermatology & Pathology Dermatopathology SEÇÃO New York University School of Medicine New York, NY, USA James G Marks Jr MD Professor of Medicine Department of Dermatology Milton S Hershey Medical Center Hershey, PA, USA Stephanie Mehlis MD Director, Clinical Research Evanston Northwestern Healthcare Division of Dermatology Skokie, IL, USA Amalia Martínez-Mir PhD Research Scientist Department of Medical Biochemistry and Molecular Biology Faculty of Medicine University of Seville Seville, Spain Terri L Meinking PhD President Global Health Associates of Miami Miami, FL, USA José M Mascaró Jr MD MS Associate Professor Department of Dermatology Hospital Clinic and Barcelona University Medical School Barcelona, Spain W Trent Massengale MD Assistant Clinical Professor Department of Dermatology Louisiana State University Baton Rouge, LA, USA Seth L Matarasso MD Clinical Professor of Dermatology University College School of Medicine San Francisco, CA, USA Theodora Mauro MD Associate Professor of Dermatology University of California San Francisco Chief, Dermatology Service San Francisco Veterans’ Hospital San Francisco, CA, USA Timothy H McCalmont MD Professor of Clinical Pathology Co-Director UCSF Dermatopathology Service Departments of Pathology and Dermatology Mount Zion Medical Center University of California at San Francisco San Francisco, CA, USA Thomas W McGovern MD Private Practice of Dermatology and Mohs Surgery Fort Wayne Dermatology Fort Wayne, IN, USA Amy McMichael MD Associate Professor of Dermatology Department of Dermatology Wake Forest University School of Medicine Winston-Salem, NC, USA Gregg M Menaker MD Assistant Professor of Dermatology Northwestern University Feinberg School of Medicine Director, Dermatologic Surgery Evanston Northwestern Healthcare Skokie, IL, USA Natalia Mendoza MD Msc Assistant Professor Department of Dermatology El Bosque University Bogotá, Columbia Center for Clinical Studies Houston, TX, USA Gopinathan K Menon PhD Senior Research Fellow Head, Skin Biology Research Global Research & Development Department Avon Products, Inc Suffern, NY, USA Jami L Miller MD Assistant Professor Division of Dermatology Vanderbilt University Medical Center Nashville, TN, USA Gary D Monheit MD Associate Professor Department of Dermatology University of Alabama at Birmingham Medical Center Birmingham, AL, USA Samuel L Moschella MD Clinical Professor Harvard Medical School Senior Consultant Lahey Clinic Foundation Burlington, MA, USA Celia Moss DM FRCP MRCPCH Consultant Dermatologist Department of Dermatology Birmingham Children’s Hospital Birmingham, United Kingdom Christen M Mowad MD Associate Professor Department of Dermatology Geisinger Medical Center Danville, PA, USA Lee T Nesbitt Jr MD Henry Jolly Professor and Head of Dermatology Department of Dermatology Louisiana State University Health Sciences Center New Orleans, LA, USA Frank O Nestle MD Mary Dunhill Chair of Cutaneous Medicine and Immunotherapy St John’s Institute of Dermatology Division of Genetics and Molecular Medicine King’s College London School of Medicine at Guy’s King’s College & St Thomas’ Hospitals London, United Kingdom Paula E North MD PhD Professor and Chief of Pediatric Pathology Department of Dermatology Medical College of Wisconsin Milwaukee, WI, USA Carlos H Nousari MD Director Institute for Immunofluorescence Dermpath Diagnostics Weston, FL, USA Julia R Nunley MD Professor Department of Dermatology Virginia Commonwealth University Richmond, VA, USA Martin M Okun MD PhD Associate Medical Director Abbott Immunology Dean Medical Center Abbott Park, IL, USA Suzanne Olbricht MD Associate Professor of Dermatology Harvard Medical School Chair, Department of Dermatology Lahey Clinic Burlington, MA, USA Seth J Orlow MD PhD Professor of Dermatology, Cell Biology and Pediatrics Department of Dermatology New York University Medical Center New York, NY, USA Clark C Otley MD Associate Professor of Dermatology Mayo Clinic and Mayo Medical School Chair, Division of Dermatologic Surgery Mayo Clinic Rochester, MN, USA Amy S Paller MD Professor and Chair Department of Dermatology Children’s Memorial Hospital Chicago, IL, USA James W Patterson MD Professor and Director of Dermatopathology University of Virginia Medical Center Charlottesville, VA, USA Michèle Pauporté MD Dermatologist University of California San Francisco San Francisco, CA, USA Ralf Paus MD Department of Dermatology University Hospital SchleswigHolstein Campus Lübeck University of Lübeck Lübeck, Germany Stefan Peker MD Department of Dermatology University Hospital SchleswigHolstein Campus Lübeck University of Lübeck Lübeck, Germany Donna Pellowski MD Assistant Professor of Dermatology and Internal Medicine Department of Dermatology University of Arkansas for the Medical Sciences Little Rock, AR, USA David Pharis MD Private Practice Georgia Dermatology Surgery Center Atlanta, GA, USA Tania Phillips MD FRCPC Professor of Dermatology Dermatology Department Boston University School of Medicine Boston, MA, USA Luz Orozco-Covarrubias MD Associate Professor of Pediatric Dermatology Department of Dermatology National Institute of Pediatrics Mexico City, Mexico Warren Piette MD Department of Dermatology John H Stroger Hospital of Cook County Chicago, IL, USA Jean-Paul Ortonne MD Professor and Chairman Department of Dermatology Hôpital l’Archet Nice, France Bianca Maria Piraccini MD PhD PhD in Dermatology Department of Dermatology University of Bologna Bologna, Italy Gerd Plewig MD Chairman and Professor of Dermatology Clinic and Policlinic for Dermatology and Allergology Munich, Germany Pamela Poblete-Gutiérrez MD Dermatologist Madrid, Spain Sheldon V Pollack MD Associate Professor of Medicine (Dermatology) Faculty of Medicine University of Toronto Toronto, ON, Canada Amy M Polster MD Associate Staff Department of Dermatology Cleveland Clinic Cleveland, OH, USA Fredrik Pontén MD Associate Professor of Pathology Department of Genetics and Pathology Uppsala University Hospital Uppsala, Sweden Julie Powell MD FRCPC ABD Clinical Associate Professor of Pediatrics / Dermatology Department of Dermatology Sainte-Justine Hospital Montreal, QC, Canada Christa Prins MD Department of Dermatology Geneva University Hospital Geneva, Switzerland John Pui MD Dermatopathology New York University Medical Center New York, NY, USA Harold Rabinovitz MD Plantation, FL, USA Ben G Raimer MD Professor of Pediatrics University of Texas Medical Branch Galveston, TX, USA Sharon S Raimer MD Professor and Chair of Dermatology Department of Dermatology University of Texas Medical Branch Galveston, TX, USA Marcia Ramos-e-Silva MD PhD Associate Professor and Head of Dermatology Clemente Fraga Filho University Hospital Federal University of Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Brazil Ronald P Rapini MD Professor and Chair Department of Dermatology University of Texas Medical School and MD Anderson Cancer Center Houston, TX, USA Désirée Ratner MD George Henry Fox Associate Clinical Professor of Dermatology Director of Dermatologic Surgery Department of Dermatology Columbia University Medical Center New York, NY, USA Alfredo Rebora MD Professor and Chairman Dermatology Clinic University of Genoa Genoa, Italy Colaboradores Susan T Nedorost MD Assistant Professor of Dermatology Lakeside Department of Dermatology Case Western Reserve University Cleveland, OH, USA Norbert Reider MD Professor of Dermatology Department of Dermatology University of Innsbruck Innsbruck, Austria George T Reizner MD Professor of Dermatology Department of Dermatology University of Wisconsin Madison, WI, USA Adrienne Rencic MD PhD Division of Immunodermatology Johns Hopkins Medical Institutions Baltimore, MD, USA Jean Revuz MD Professor of Dermatology Chairman, Department of Dermatology Hospital Henri Mondor University of Paris XII Creteil, France Maria Cristina Ribeiro de Castro MD MS Dermatologist Sector of Dermatology and Post Graduation Course Federal University of Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Brazil Phoebe Rich MD Associate Professor of Dermatology University of Oregon Portland, OR, USA Gabriele Richard MD Associate Clinical Director GeneDx Adjunct Associate Professor of Dermatology Thomas Jefferson University Philadelphia Gaithersburg, MD, USA Shawn Richards MD Consultant Dermatologist Skin and Cancer Foundation Westmead, NSW, Australia Darrell S Rigel MD Clinical Professor of Dermatology New York University Medical Center Rigel Dermatology New York, NY, USA Armin Rieger MD University Clinic for Dermatology Medical University Vienna Vienna, Austria xxi Colaboradores Franziska Ringpfeil MD Assistant Professor of Dermatology Department of Dermatology Jefferson Medical College Jefferson University Philadelphia, PA, USA Martin Röcken MD Professor and Chairman Department of Dermatology Eberhard Karls University of Tübingen Tübingen, Germany Randall K Roenigk MD Professor and Chair Department of Dermatology Mayo Clinic Rochester, MN, USA Franco Rongioletti MD Associate Professor of Dermatology Dermatology Clinic University of Genoa Genoa, Italy Dennis R Roop PhD Professor of Dermatology Department of Dermatology Director of Degenerative Medicine and Stem Cell Biology University of Colorado Denver and Health Sciences Center Aurora, CO, USA Martin Schaller MD PhD Professor of Dermatology Assistant Medical Director of Dermatology Department of Dermatology University of Tübingen Tübingen, Germany Thomas Schwarz MD Professor and Chairman Department of Dermatology and Allergology University Hospital Schleswig Holstein Kiel, Germany David Julian Seager MD MBBS ABHRS Director Seager Hair Transplant Center The Court at Centenary Hospital Toronto, ON, Canada Ayelet Shani-Adir MD Pediatric Dermatologist Department of Dermatology Haemek Medical Center Afula, Israel Ramón Ruiz-Maldonado MD Professor of Dermatology and Pediatric Dermatology Department of Dermatology National Institute of Pediatrics Mexico City, Mexico Lori E Shapiro MD FRCPC Assistant Professor of Dermatology Sunnybrook Dermatology University of Toronto Toronto, ON, Canada Thomas M Rünger MD PhD Professor of Dermatology, Pathology and Laboratory Medicine Department of Dermatology Boston University School of Medicine Boston, MA, USA Neil H Shear MD FRCP FACP Professor and Chief of Dermatology Sunnybrook Dermatology University of Toronto Toronto, ON, Canada Neil S Sadick MD FACP FAACS Clinical Professor of Dermatology Cornell University Medical College New York, NY, USA Miguel Sanchez MD Associate Professor of Clinical Dermatology Department of Dermatology New York University Medical Center New York, NY, USA Omar P Sangueza MD Professor of Dermatology and Pathology Department of Pathology Wake Forest University School of Medicine Winston-Salem, NC, USA Jean-Hilaire Saurat MD Professor of Medicine, Dermatology University Hospitals of Geneva Geneva, Switzerland xxii Joost Schalkwijk MD Professor of Experimental Dermatology Nijmegen, The Netherlands Julie V Schaffer MD Associate Professor of Dermatology Department of Dermatology New York University New York, NY, USA Tetsuo Shiohara MD PhD Professor and Chairman Department of Dermatology Kyorin University School of Medicine Tokyo, Japan Jeff K Shornick MD MHA Private Practice Groton, CT, USA Michael L Smith MD Division of Dermatology Vanderbilt Medical Center Nashville, TN, USA Bruce R Smoller MD Professor and Chair Department of Pathology University of Arkansas Medical Sciences Little Rock, AR, USA Jenny O Sobera MD Department of Dermatology University of Alabama at Birmingham Eye Foundation Hospital Birmingham, AL, USA Richard D Sontheimer MD Professor & Vice-Chairman Department of Dermatology Richard and Adeline Fleischaker Chair in Research University of Oklahoma Health Sciences Center Oklahoma City, OK, USA Leonard C Sperling MD Professor of Dermatology and Pathology Department of Dermatology Uniformed Services University Bethesda, MD, USA Karan Sra MD Dermatology Resident Department of Dermatology University of Texas, Medical Branch Galveston, TX, USA Angelika Stary MD PhD University Professor Medical Director Outpatients’ Centre for Venerodermatological Infectious Diseases Vienna, Austria Thomas Stasko MD Associate Professor of Medicine Division of Dermatology Vanderbilt University Medical Center Nashville, TN, USA Wolfram Sterry MD Professor of Dermatology Department of Dermatology and Allergy Charité-Universitätsmedizin Berlin Berlin, Germany Cloyce L Stetson MD Associate Professor and Chairman Department of Dermatology Texas Tech University Lubbock, TX, USA Seth R Stevens MD Medical Director Inflammation Amgen Thousand Oaks, CA, USA Georg Stingl MD Professor and Chairman Division of Immunology, Allergy and Infectious Diseases (DIAID) Department of Dermatology University of Vienna Medical School Vienna, Austria Mary Seabury Stone MD Professor of Dermatology and Pathology Department of Dermatology University of Iowa Carver College of Medicine Iowa City, IA, USA Dow B Stough MD Clinical Assistant Professor of Dermatology The Stough Clinic Hot Springs, AR, USA John P Sundberg MD The Jackson Laboratory Bar Harbor, ME, USA Virginia P Sybert MD Staff Dermatologist Group Health Cooperative Clinical Professor Division of Medical Genetics University of Washington School of Medicine Seattle, WA, USA Michael D Tharp MD The Clark W Finnerud MD Professor and Chair Department of Dermatology Rush University Medical Center Chicago, IL, USA Diane M Thiboutot MD Associate Professor of Dermatology Department of Dermatology The Pennsylvania State University College of Medicine Milton S Hershey Medical Center Hershey, PA, USA Whitney D Tope MPhil MD Dermatologist and Dermatologic Surgeon Advancements in Dermatology Edina, MN, USA Antonella Tosti MD Professor of Dermatology Department of Dermatology University of Bologna Bologna, Italy Jui-Chen Tsai PhD Department of Clinical Pharmacy College of Medicine National Cheng Kung University Tainan, Taiwan Hensin Tsao MD PhD Associate Professor Harvard Medical School Department of Dermatology Massachusetts General Hospital Boston, MA, USA Stephen K Tyring MD PhD MBA Professor Department of Dermatology Microbiology/Molecular Genetics and Internal Medicine University of Texas Health Science Center Houston, TX, USA Jouni Uitto MD PhD Professor and Chair Department of Dermatology and Cutaneous Biology Jefferson Medical College Jefferson University Philadelphia, PA, USA Edward Upjohn MD Dermatology Registrar St John’s Institute of Dermatology St Thomas’ Hospital London, United Kingdom Annemarie Uliasz MD Department of Dermatology Mount Sinai School of Medicine New York, NY, USA Peter CM van de Kerkhof MD Professor and Chairman Department of Dermatology University Medical Center Nijmegen Nijmegen, The Netherlands Michael Veness MBBS MMed FRANZCR Senior Radiation Oncologist Clinical Senior Lecturer Department of Radiation Oncology Westmead Hospital Sydney University Westmead, NSW, Australia Jonathan Vogel MD Senior Investigator National Institutes of Health Dermatology Branch Bethesda, MD, USA David H Walker MD Professor and Chairman Department of Pathology University of Texas Medical Branch Director, WHO Collaborating Center for Tropical Diseases Galveston, TX, USA Tomi L Wall MD Clinical Instructor Department of Dermatology Harvard Medical School Massachusetts General Hospital Boston, MA, USA Guy F Webster MD PhD Professor Department of Dermatology Thomas Jefferson University Medical College Philadelphia, PA, USA Rein Willemze MD Professor and Chairman Department of Dermatology Leiden University Medical Centre Leiden, The Netherlands Robert A Weiss MD Associate Professor of Dermatology Johns Hopkins University School of Medicine Maryland Laser, Skin & Vein Institute Hunt Valley, MD, USA Fenella Wojnarowska FRCP DM Professor of Dermatology Department of Dermatology Churchill Hospital Oxford, United Kingdom Elke Weisshaar MD Consultant Dermatologist Department of Social Medicine, Occupational and Environmental Dermatology University Hospital of Heidelberg Heidelberg, Germany James Wharton MD Springdale Dermatology Clinic Springdale, AR, USA Clifton R White Jr MD Professor of Dermatology and Pathology Department of Dermatology Oregon Health and Science University Portland, OR, USA Stephen Wolverton MD Professor of Clinical Dermatology Vice Chair of Clinical Affairs Department of Dermatology Indiana University School of Medicine Indianapolis, IN, USA Gary S Wood MD Johnson Professor and Chairman Department of Dermatology University of Wisconsin Madison, WI, USA Carol McConnell Woody MD Private Practice Dermatologist Greensboro, NC, USA Jeffrey M Whitworth MD FAAD Assistant Clinical Professor Department of Dermatology The New Jersey Medical School Newark, NJ, USA Kim B Yancey MD Professor and Chair Department of Dermatology University of Texas Southwestern Medical Center Dallas, TX, USA Mark Wilkinson MD FRCP Consultant Dermatologist Department of Dermatology Leeds Teaching Hospitals NHS Trust The General Infirmary Leeds, United Kingdom Carole L Yee BS Research Biologist National Institutes of Health Dermatology Branch Bethesda, MD, USA Gil Yosipovitch MD Associate Professor Department of Dermatology & Neuroscience Wake Forest University School of Medicine Winston-Salem, NC, USA Andrea L Zaenglein MD Associate Professor of Dermatology and Pediatrics Department of Dermatology Penn State Milton S Hershey Medical Center Hershey, PA, USA Colaboradores Laurence Valeyrie-Allanore MD Assistant Department of Dermatology Hospital Henri Mondor University of Paris XII Creteil, France Jennifer C Zampogna MD Department of Otolaryngology University of Florida College of Medicine Gainesville, FL, USA Jonathan Zonana MD Professor Department of Molecular and Medical Genetics Oregon Health Science University Portland, OR, USA John J Zone MD Professor and Chair Department of Dermatology University of Utah Salt Lake City, UT, USA xxiii Dedicatória Este livro é dedicado a nossos familiares – em particular a Dennis Cooper, MD, que apoiou nosso trabalho neste projeto e que foi, inconscientemente, parte da equipe – e aos demais componentes da equipe da Elsevier que permitiram que tudo se concretizasse, especialmente Sven Pinczewski. xxv Agradecimentos Somos gratos aos autores por compartilharem suas experiências e por reunirem seus esforços para trazer material educacional atualizado para os leitores. Além disso, gostaríamos de agradecer a equipe de Londres, liderada por Karen Bowler, e a de Edinburgo, liderada por Glenys Norquay. Também gostaríamos de agradecer estas pessoas, por sua ajuda durante este projeto: Donna Carroll; Russell Gabbedy; Misty Godwin; Kenneth Greer, MD; Robert Hartman, MD; Amor Khachemoune, MD; Julie Karen, MD; José Mascaró, MD; Annette Myers; e Kalman Watsky, MD. As seguintes figuras foram obtidas da Yale Residents’ Slide Collection: I.13, I.19, 2.9, 9.1, 9.4, 9.6A, 9.7, 9.8, 9.9, 9.10, 9.11, 9.13, 9.15, 9.16, 9.17, 9.18, 10.3A,B, 10.5, 10.7A, 10.8, 10.13, 10.14, 10.15, 11.1, 12.6, 12.7, 12.8, 12.9B, 12.9C, 12.10, 12.12, 12.13, 12.15, 12.16, 12.18A, 12.19, 12.23, 12.24A, 12.27A, 13.3, 13.4, 13.5, 13.6, 13.8, 13.9, 13.14, 13.15, 14.2B, 14.4, 15.4B, 15.6, 15.7, 15.9, 15.15D, 15.19, 18.12D, 19.1A,B, 19.2, 19.12, 20.1, 20.2, 20.6, 21.1B,C,E, 21.2, 21.6B, 21.7, 21.8A, 21.10, 21.12B, 22.1, 22.2, 22.3, 22.4, 22.6B, 22.6D, 22.7, 22.10A, 22.10B, 22.11, 22.15A, 22.18, 23.1C, 23.5A, 24.9, 25.1C, 25.1D, 25.1E, 25.4A,B, 25.5B, 25.6, 25.10, 25.12B, 25.12C, 26.4, 27.2, 27.8B, 27.9, 27.10, 28.3, 28.4, 28.7, 31.2, 31.5C, 31.13, 31.15, 31.18, 32.2A, 32.3, 32.11, 33.2, 33.3, 33.7, 33.8, 35.2A, 35.3, 35.5, 35.6, 35.7, 35.10, 35.11, 35.12, 35.13, 35.14, 37.5, 37.6, 37.7, 37.8A, 37.11, 38.3B, 38.4, 38.5, 38.6, 38.8, 38.10, 38.12B, 38.13A, 39.1, 39.2, 39.3, 39.4, 39.5, 39.14, 39.15, 40.7, 40.8, 40.14A, 40.15, 42.3A,B,E,F,G, 42.7B, 42.10, 42.11, 42.12, 42.13, 42.15, 44.2, 44.4, 44.5A, 44.6, 46.2, 46.11, 46.13A, 46.13B, 47.7, 47.8B, 47.9, 48.1, 49.3A, 49.5, 49.7, 50.7, 51.8, 51.9B, 51.10, 51.11, 52.21, 52.22, 56.4A, 56.7, 56.16, 57.3, 57.6B, 57.9, 57.11, 57.13, 57.14, 57.15, 58.2B, 58.11, 59.4B, 60.2, 60.6, 60.7, 60.14, 60.15, 60.16, 60.17, 60.18, 60.19, 60.20, 60.21, 61.5A,B, 61.6, 61.7, 61.10, 61.11, 61.13, 62.2, 62.12A,B, 62.14C, 62.15C, 62.17, 63.4, 63.14C, 63.16, 63.19, 65.15, 65.16, 65.18A,D,E,F, 65.19, 65.20, 65.21, 65.22, 65.26, 65.28, 66.3, 66.18B, 68.7A,D, 68.16H,I, 68.18B, 69.5, 70.9, 70.11, 70.13, 72.13A, 72.15A, 73.1B, 73.3, 73.6, 73.12, 73.15, 73.18, 73.24, 73.25, 74.16B, 74.17, 74.18, 74.19, 74.21, 74.23, 75.5, 75.6, 76.3B, 76.4, 76.5, 76.6, 76.10, 76.13C, 76.18, 76.22A, 76.29B,C, 77.4, 77.5, 77.7A, 77.9, 77.10, 77.13A,B,C, 78.7A, 79.9, 79.13C, 79.15, 79.16, 79.17, 79.21, 80.4, 80.5, 80.7, 80.10B, 80.13B, 80.14A, 81.5C, 81.7, 81.8, 81.9A,C, 81.13, 81.21, 82.4B, 82.10, 83.4A,D, 83.5, 83.10, 84.1, 84.2, 84.12, 86.22A,C,D, 87.3A, 87.9B, 89.7, 89.9, 90.1A,C, 91.2, 91.11, 91.12, 92.2A, 92.6, 92.7, 92.14, 93.1, 93.4B, 95.4, 95.6, 96.5, 96.8, 96.13B, 97.2D, 97.4A,B,D, 97.8B, 98.2, 98.3, 98.4, 98.5, 98.6, 98.8B, 98.11, 100.13, 103.4, 103.6, 103.7C, 103.8, 104.3A, 104.10, 104.14, 104.15, 104.17, 105.7, 105.8A, 105.9, 105.10, 105.11, 105.14, 105.15, 106.10, 108.5D, 108.6, 108.7, 108.8, 108.9, 108.11A,B,C, 108.16B, 108.17A, 108.20, 109.10D, 110.2, 110.22, 111.1, 111.3, 111.4, 111.10, 111.13, 111.19, 111.22A, 111.24, 111.28, 111.32, 111.34, 111.35, 111.38, 112.1, 112.6, 112.8, 112.9, 112.10 (inset), 112.14A, 112.27B, 113.6, 113.7A, 113.10B, 113.11A, 113.14, 114.6, 114.13, 116.22, 116.26, 117.2, 117.9, 118.7, 118.8, 121.1, 121.4A, 121.7, 122.2, 122.3, 122.5, 122.6, 125.7, 125.9, 130.1, 130.3, 134.6, 139.7E As seguintes figuras foram obtidas da NYU Slide Collection: 10.2B, 10.7B, 11.5, 11.6, 11.7, 12.9A, 12.13, 12.18B, 17.6, 19.13, 23.6, 25.1B, 25.5A, 26.6, 30.7B,C, 31.6A, 39.8, 48.4, 63.15A, 66.1A,B, 66.2, 68.10B, 68.17, 69.11, 71.4, 72.6B, 72.18B, 73.1A, 73.10B,C, 73.13, 73.19, 75.7, 77.7B, 80.9A, 80.10A, 81.11, 86.2, 86.3B, 92.12, 96.4, 96.9A, 98.10, 101.13B, 130.4, 133.3 As seguintes figuras foram obtidas da USC Residents’ Slide Collection: 7.6, 12.24B, 15.4A, 46.8, 58.18, 60.19, 61.4B, 61.5A,C, 66.10, 66.11, 68.16C, 73.23, 74.13, 76.20A,B, 76.21, 76.23A,B, 76.25A,B, 81.9B, 83.4B,C, 87.9B, 96.15, 99.5A, 101.6, 104.9, 111.27A, 114.4, 116.33, 121.9 As seguintes figuras foram obtidas da SUNY Stony Brook Residents’ Slide Collection: 65.18C, 96.12B xxvi Prefácio A prática da dermatologia tem por base o contato visual com a doença clínica e o desenvolvimento da compreensão por intermédio de padrões e imagens recorrentes. O espectro total da nossa disciplina, desde a geração de diagnósticos diferenciais clinicopatológicos até a orientação de retalhos de rotação, repousa na comparação de imagens. Como resultado, a visualização também exerce um papel crítico na forma como integramos novas informações a conceitos preexistentes que servem como alicerces da nossa memória médica. Nesta obra, Dermatologia, há uma grande ênfase na aprendizagem visual. Esse compromisso se reflete pelo uso de diagramas esquemáticos para expressar princípios tanto da biologia cutânea como da cirurgia dermatológica e pela inclusão de algoritmos que propiciam uma visão lógica e, também, a prática de problemas clínicos comumente encontrados. A maioria dos conceitos em ciência básica se encontra integrada ao longo do livro e aparece como capítulos introdutórios de várias seções. Todas as ilustrações e gráficos principais são em cores, e as fotografias de microscopia demonstrando os principais aspectos histológicos são encontradas entremeadas nos capítulos clínicos. Esses capítulos também contêm tabelas que visam fornecer diagnósticos diferenciais relevantes e uma abordagem escalonada das intervenções terapêuticas. Por fim, seções codificadas por cores permitem o acesso rápido e fácil às informações desejadas. O derradeiro objetivo desta obra é que ela jamais permaneça na prateleira de livros, uma vez que é para ser usada semanal ou mesmo diariamente. Desejamos que este livro sirva como um colega, embora destituído de voz, que seja de fácil contato e que possua a experiência necessária para fornecer informações sucintas e atualizadas, que sejam tanto precisas quanto práticas. A concretização deste objetivo demandou tempo e energia de nossos colaboradores, que, sem egoísmo, compartilharam seus conhecimentos e experiências com, literalmente, milhares de pacientes de todas as partes do mundo, aos quais agradecemos. JB, JJ e RR 2008 xxvii Guia do Usuário VOLUMES, SEÇÕES E CODIFICAÇÃO POR CORES A obra Dermatologia é dividida em dois volumes e tem 22 seções, que são codificadas por cores como a seguir, para referência: CAPÍTULOS DE CIÊNCIA BÁSICA Os capítulos de ciência básica são destacados no canto superior de cada página com o seguinte símbolo de biologia cutânea: VOLUME UM – Visão geral da ciência básica SEÇÃO 2 – Prurido SEÇÃO 3 – Dermatoses papuloescamosas e eczematosas SEÇÃO 4 – Urticárias, eritemas e púrpuras SEÇÃO 5 – Doenças vesicobolhosas SEÇÃO 6 – Doenças anexiais SEÇÃO 7 – Doenças reumatológicas SEÇÃO 8 ETAPAS TERAPÊUTICAS – Doenças metabólicas e sistêmicas SEÇÃO 9 – Genodermatoses As etapas terapêuticas foram padronizadas para medição dos níveis de evidência. SEÇÃO 10 – Desordens pigmentares SEÇÃO 11 – Pelos, unhas e membranas mucosas SEÇÃO 12 – Infecções, infestações e picadas VOLUME DOIS xxviii SEÇÃO 13 – Desordens causadas por agentes físicos SEÇÃO 14 – Desordens das células de Langerhans e dos macrófagos SEÇÃO 15 – Atrofias e desordens dos tecidos conjuntivos dérmicos SEÇÃO 16 – Desordens do tecido adiposo subcutâneo SEÇÃO 17 – Desordens vasculares SEÇÃO 18 – Neoplasias cutâneas SEÇÃO 19 – Terapia clínica SEÇÃO 20 – Modalidades de tratamento físico SEÇÃO 21 – Cirurgia SEÇÃO 22 – Cirurgia cosmética GENODERMA SEÇÃO 1 REFERÊNCIAS PARA SUPORTE BASEADO EM EVIDÊNCIA (1) Ensaios prospectivos controlados. (2) Estudos retrospectivos ou grandes séries de casos. (3) Pequenas séries de caso ou relatos de casos individuais. Sumário Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ix Colaboradores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . x Guia do Usuário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xvii Dedicatória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xviii Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xix VOLUME 1 Diagnóstico Diferencial Clínico e Patológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Ronald P Rapini SEÇÃO UM: VISÃO GERAL DA CIÊNCIA BÁSICA 1 2 3 4 5 Introdução à Ciência Básica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Georg Stingl Anatomia e Fisiologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Paul R Bergstresser e Melissa I Costner Embriologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Cynthia A Loomis, Tamara Koss e David Chu Biologia Molecular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Jonathan Vogel, Carole Yee e Thomas Darling Imunologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Thomas Schwarz SEÇÃO QUATRO: URTICÁRIAS, ERITEMAS E PÚRPURAS 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Urticária e Angioedema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .261 Clive EH Grattan e Anne Kobza Black Eritemas Figurados ……… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .277 Agustin España Eritema Multiforme, Síndrome de Stevens-Johnson e Necrólise Epidérmica Tóxica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .287 Lars E French e Christa Prins Reações a Medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .301 Jean Revuz e Laurence Valeyrie-Allanore Púrpura: Mecanismos e Diagnósticos Diferenciais . . . . . . . . . . . .321 Warren Piette Manifestações Cutâneas de Síndromes de Oclusão Microvascular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .331 Warren Piette Vasculites Cutâneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 347 Lorinda Chung, Bory Kea e David F Fiorentino Dermatoses Eosinofílicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .369 Cloyce L Stetson e Kristin M Leiferman Dermatoses Neutrofílicas …………… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 379 Samuel L Moschella e Mark DP Davis Dermatoses da Gravidez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 395 Jeff K Shornick SEÇÃO DOIS: PRURIDO 6 7 8 Neurofisiologia Cutânea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 Gil Yosipovitch, Aerlyn G Dawn e Malcolm Greaves Prurido e Disestesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 Elke Weisshaar, Alan B Fleischer e Jeffrey D Bernhard Doenças Psicocutâneas ………. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105 John Koo e Chai Sue Lee SEÇÃO CINCO: DOENÇAS VESICOBOLHOSAS 29 30 31 SEÇÃO TRÊS: DERMATOSES PAPULOESCAMOSAS E ECZEMATOSAS 9 Psoríase . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 Peter CM van de Kerkhof e Joost Schalkwijk 10 Outras Patologias Papuloescamosas … . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 Gary S Wood e George Reizner 11 Eritrodermia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149 Wolfram Sterry e Chalid Assaf 12 Líquen Plano e Dermatoses Liquenoides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 159 Tetsuo Shiohara e Yoko Kano 13 Dermatite Atópica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .181 Kefei Kang, Amy M Polster, Susan T Nedorost, Seth R Stevens e Kevin D Cooper 14 Outras Erupções Eczematosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197 Peter O Fritsch e Norbert Reider 15 Dermatite de Contato Alérgica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .209 Christen M Mowad e James G Marks Jr 16 Dermatite de Contato Irritativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .223 David E Cohen 17 Dermatoses Ocupacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231 Peter S Friedmann e Mark Wilkinson 18 Dermatoses Causadas por Plantas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243 Thomas W McGovern 32 33 34 35 Biologia da Zona da Membrana Basal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .403 Kim B Yancey e David M Allen Pênfigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .417 Masayuki Amagai Grupo Penfigoide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .431 Luca Borradori e Philippe Bernard Dermatite Herpetiforme e Dermatose Bolhosa por IgA Linear. . . 447 Christopher M Hull e John J Zone Epidermólise Bolhosa ………………………………………… 457 Jo-David Fine Outras Doenças Vesicobolhosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 467 José M Mascaró Jr Doenças Vesicobolhosas e Erosivas no Recém-Nascido . . . . . 475 Amy E Gilliam, Michèle Pauporté e Ilona J Frieden SEÇÃO SEIS: DOENÇAS ANEXIAIS 36 37 38 39 40 Estrutura e Função das Glândulas Écrinas, Apócrinas, Apoécrinas e Sebáceas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 489 Martin Schaller e Gerd Plewig Acne Vulgar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .495 Andrea L Zaenglein e Diane M Thiboutot Rosácea e Alterações Relacionadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .509 Guy F Webster Foliculite e a Tétrade da Oclusão Folicular . . . . . . . . . . . . . . . . . . 517 Amy McMichael, Daniela Guzman Sanchez e Paul Kelly Doenças das Glândulas Sudoríparas Écrinas e Apócrinas . . . . .531 Jami L Miller e Harry J Hurley xxix Sumário SEÇÃO SETE: DOENÇA REUMATOLÓGICA SEÇÃO DEZ: DESORDENS PIGMENTARES 41 64 42 43 44 45 Autoanticorpos Encontrados em Pacientes com Doenças Autoimunes do Tecido Conjuntivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .549 Heidi T Jacobe e Richard D Sontheimer Lúpus Eritematoso…. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 561 Lela A Lee Dermatomiosite …………… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .575 Joseph L Jorizzo, Christie L Carroll e Omar P Sangueza Esclerose Sistêmica (Esclerodermia) e Distúrbios Relacionados . 585 M Kari Connolly Outras Doenças Reumatológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 597 Adrienne Rencic e Carlos H Nousari 65 66 SEÇÃO ONZE: PELOS, UNHAS E MEMBRANAS MUCOSAS 67 68 SEÇÃO OITO: DOENÇAS METABÓLICAS E SISTÊMICAS 46 47 48 49 50 51 52 Mucinoses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 611 Franco Rongioletti e Alfredo Rebora Amiloidose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .623 Martin M Black, Edward Upjohn e Sandra Albert Doenças de Depósito ……………633 Ingolf Franke e Harald Gollnick Porfiria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .641 Jorge Frank e Pamela Poblete-Gutiérrez Transtornos Calcificantes e Ossificantes da Pele . . . . . . . . . . . . . 653 Janet A Fairley Doenças Nutricionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 661 Ramón Ruiz-Maldonado e Luz Orozco-Covarrubias Manifestações Dermatológicas em Pacientes com Doenças Sistêmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .675 Jeffrey P Callen 69 70 71 72 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 xxx Princípios Básicos de Genética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 693 Amalia Martínez-Mir e Angela M Christiano Base Genética das Doenças Cutâneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 707 Julie V Schaffer Biologia dos Queratinócitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 731 Meral J Arin, Dennis R Roop, Peter J Koch e Maranke I Koster Ictioses, Eritroqueratodermias e Desordens Relacionadas . . . 743 Gabriele Richard e Franziska Ringpfeil Queratodermias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 777 Alfons L Krol Doença de Darier e Doença de Hailey-Hailey . . . . . . . . . . . . . . . .791 Daniel Hohl e Theodora Mauro Imunodeficiências Primárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .801 Julie V Schaffer e Amy S Paller Neurofibromatose e Esclerose Tuberosa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .825 Hensin Tsao Mosaicismo e Lesões Lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .841 Celia Moss Outras Genodermatoses − Tumorigênese . . . . . . . . . . . . . . . . . . 857 Susan J Bayliss e A Cigdem Atahan Dogramaci Doenças Causadas por Deficiências Enzimáticas . . . . . . . . . . . . .863 Barbara K Burton Síndromes de Envelhecimento Prematuro e Poiquilodermias . . .868 Bernard A Cohen Displasias Ectodérmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .874 Virginia P Sybert e Jonathan Zonana Anomalias do Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .883 Richard Antaya e Julie V Schaffer Biologia dos Pelos e das Unhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 965 Ralf Paus, Stefan Peker e John P Sundberg Alopecias …………… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 987 Leonard C Sperling Hipertricose e Hirsutismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1007 Francisco M Camacho-Martínez Doenças das Unhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1019 Antonella Tosti e Bianca Maria Piraccini Doença Oral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1037 Carl M Allen e Charles Camisa Doença Anogenital (Não Venérea) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1059 Susan M Cooper e Fenella Wojnarowska SEÇÃO DOZE: INFECÇÕES, INFESTAÇÕES E PICADAS 73 74 75 SEÇÃO NOVE: GENODERMATOSES Biologia do Melanócito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 901 Jean L Bolognia e Seth J Orlow Vitiligo e Outras Desordens de Hipopigmentação . . . . . . . . . . . 913 Jean-Paul Ortonne Desordens de Hiperpigmentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 939 Mary Wu Chang 76 77 78 79 80 81 82 83 84 Doenças Bacterianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1075 Analisa Vincent Halpern e Warren R Heymann Infecções por Micobactérias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1107 Marcia Ramos-e-Silva e Maria Cristina Ribeiro de Castro Rickettsioses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1127 David Walker Doenças Fúngicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1135 Jenny O Sobera e Boni E Elewski Manifestações Cutâneas do HIV Infecções e Desordens Relacionadas ao HIV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1165 Armin Rieger, T Minsue Chen e Clay J Cockrell Papilomavírus Humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1183 Reinhard Kirnbauer, Petra Lenz e Martin M Okun Herpesvírus Humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1199 Vandana Madkan, Karan Sra, Julie Brantley, Daniel Carrasco, Natalia Mendoza e Stephen K Tyring Outras Moléstias Virais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1219 Anthony J Mancini e Ayelet Shani-Adir Infecções Sexualmente Transmissíveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1239 Angelika Stary Protozoários e Vermes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1263 Omar Lupi Infestações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1291 Terri L Meinking, Craig N Burkhart, Craig G Burkhart e George Elgart Picadas e Ferroadas …………………. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1303 Dirk M Elston VOLUME DOIS SEÇÃO TREZE: DESORDENS CAUSADAS POR AGENTES FÍSICOS 85 Radiação Ultravioleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1321 Thomas M Rünger 87 88 89 Fotodermatoses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Henry W Lim e John LM Hawk Doenças Cutâneas Ambientais e Relacionadas ao Esporte . Michael L Smith Sinais de Abuso de Drogas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Miguel Sanchez Sinais Cutâneos de Abuso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sharon S Raimer e Ben G Raimer 1333 1353 1377 1387 SEÇÃO QUATORZE: DESORDENS DAS CÉLULAS DE LANGERHANS E DOS MACRÓFAGOS 90 91 92 93 Histiocitoses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Warren T Goodman e Terry L Barrett Xantomas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . W Trent Massengale e Lee T Nesbitt Jr Granulomas Não Infecciosos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Amy Howard e Clifton R White Jr Reações a Corpo Estranho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . MA Abdallah 1395 1411 1421 1437 SEÇÃO QUINZE: ATROFIAS E DESORDENS DOS TECIDOS CONJUNTIVOS DÉRMICOS 94 95 96 97 98 99 Biologia da Matriz Extracelular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Leena Bruckner-Tuderman Doenças Perfurantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ronald P Rapini Morfeia e Líquen Escleroso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Martin Röcken e Kamran Ghoreschi Desordens Hereditárias do Tecido Conjuntivo. . . . . . . . . . . . . . Franziska Ringpfeil e Jouni Uitto Hipertrofias Dérmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Claude S Burton e Vaishali Escaravage Atrofias do Tecido Conjuntivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Catherine Maari e Julie Powell 1447 1461 1469 1485 1497 1505 SEÇÃO DEZENOVE: TERAPIA CLÍNICA SEÇÃO DEZESSEIS: DESORDENS DO TECIDO ADIPOSO SUBCUTÂNEO 100 Paniculites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1515 James W Patterson 101 Lipodistrofias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1537 Jacqueline M Junkins-Hopkins, Alison Sharpe Avram e Mathew Avram SEÇÃO DEZESSETE: DESORDENS VASCULARES 102 Biologia Vascular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Michael Detmar e Satoshi Hirakawa 103 Hemangiomas Infantis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Maria C Garzon 104 Malformações Vasculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Odile Enjolras 105 Úlceras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tania Philips 106 Outras Desordens Vasculares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Christopher Baker e Robert Kelly 108 Queratose Actínica, Carcinoma Basocelular e Carcinoma Espinocelular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1641 Darrell S Rigel, Clay J Cockerell, John Carucci e James Wharton 109 Proliferações e Tumores Epidérmicos Benignos . . . . . . . . . . . . 1661 Clay J Cockerell e Fiona Larsen 110 Cistos ……………………………… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1681 Mary Seabury Stone 111 Neoplasias Anexiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1693 Timothy H McCalmont 112 Neoplasias Melanocíticas Benignas …………………… . . . . 1713 Raymond L Barnhill e Harold Rabinovitz 113 Melanoma ………………………… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1745 Frank O Nestle e Allan C Halpern 114 Neoplasias Vasculares e Proliferações de Tipo Neoplásico . . 1771 Paula E North e Jay Kincannon 115 Neoplasias Neurais e Neuroendócrinas (Exceto Neurofibromatose) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1795 Zsolt B Argenyi 116 Proliferações Fibrosas e Fibro-histiocíticas da Pele e dos Tendões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1813 Hideko Kamino, Shane A Meehan e John Pui 117 Neoplasias do Músculo, Tecido Adiposo e Cartilagem . . . . . . 1831 Sabine Kohler 118 Mastocitose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1845 Michael D Tharp 119 Linfomas Cutâneos de Células B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1855 Lorenzo Cerroni 120 Linfomas Cutâneos de Células T . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1867 Rein Willemze 121 Outras Doenças Linfoproliferativas e Mieloproliferativas . . . 1887 Bruce R Smoller 122 Metástases Cutâneas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1897 Daniel Davis e Donna Pellowski Sumário 86 1553 1565 1581 1597 1615 SEÇÃO DEZOITO: NEOPLASIAS CUTÂNEAS 107 Princípios da Biologia Tumoral e Patogênese dos CBC e CEC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1627 Fredrik Pontén, Joakim Lundeberg e Anna Asplund 123 Saúde Pública em Dermatologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1903 Thomas L Diepgen e Suephy Chen 124 Barreira Cutânea e Drogas de Absorção Percutânea . . . . . . . . 1913 Peter M Elias, Thomas J Franz, Jui-Chen Tsai, Gopinathan K Menon, Walter M Holleran e Kenneth R Feingold 125 Glicocorticoides. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1923 Lee T Nesbitt Jr 126 Retinoides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1935 Stéphane Kuenzli e Jean-Hilaire Saurat 127 Drogas Antimicrobianas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1949 Jack Lesher e Carol McConnell Woody 128 Imunomoduladores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1973 Jeffrey P Callen 129 Outras Medicações Tópicas ……………… . . . . . . . . . . . . . . . . . 1991 Annemarie Uliasz e Mark Lebwohl 130 Drogas Sistêmicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2005 Julia R Nunley, Stephen Wolverton e Marc Darst 131 Interações Medicamentosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2021 Lori E Shapiro, Sandra R Knowles e Neil H Shear 132 Fotoprotetores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2035 Vincent A DeLeo 133 Medicina Complementar e Alternativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2043 Amy Geng e Raymond G Dufresne Jr xxxi Sumário SEÇÃO VINTE: MODALIDADES DE TRATAMENTO FÍSICO 134 Terapia Ultravioleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Herbert Hönigsmann e Thomas Schwarz 135 Terapia Fotodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Whitney D Tope e Sachin S Bhardwaj 136 Princípios do Laser – Interações com a Pele . . . . . . . . . . . . . . . . Ranella J Hirsch, Tomi L Wall, Mathew M Avram e R Rox Anderson 137 Laserterapia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Macrene R Alexiades-Armenakas, Jeffrey S Dover e Kenneth A Arndt 138 Criocirurgia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Emanuel G Kuflik 139 Radioterapia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Michael Veness e Shawn Richards 140 Eletrocirurgia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sheldon V Pollack 2053 2071 2089 2099 2121 2127 2139 SEÇÃO VINTE E UM: CIRURGIA 141 Cicatrização de Feridas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Robert S Kirsner 142 Anatomia Cirúrgica de Cabeça e Pescoço . . . . . . . . . . . . . . . . . Franklin P Flowers e Jennifer C Zampogna 143 Anestesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . George J Hruza 144 Instrumentos e Materiais para o Fechamento de Feridas Cirúrgicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Glenn Goldman 145 Curativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Gregg Menaker e Stephanie Mehlis 146 Técnicas de Biópsia e Excisões Básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Suzanne Olbricht xxxii 2147 2159 2173 2183 2195 2209 147 Retalhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . David G Brodland e David Pharis 148 Enxertos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Désirée Ratner 149 Cirurgia da Unha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Phoebe Rich 150 Cirurgia de Mohs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Clark C Otley e Randall K Roenigk 151 Complicações Cirúrgicas e Otimização dos Resultados . . . . . Anna S Clayton e Thomas Stasko 2227 2245 2259 2269 2281 SEÇÃO VINTE E DOIS: CIRURGIA COSMÉTICA 152 Avaliação Sistemática da Face Envelhecida . . . . . . . . . . . . . . . . Richard G Glogau 153 Cosméticos e Cosmecêuticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Zoe Diana Draelos 154 Resurfacing Químico e Mecânico da Pele . . . . . . . . . . . . . . . . . . Gary D Monheit e Mark A Chastain 155 Escleroterapia e Flebectomia Ambulatorial . . . . . . . . . . . . . . . . Mitchel P Goldman, Robert A Weiss e Neil S Sadick 156 156 Lipoaspiração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . William P Coleman III e Timothy Corcoran Flynn 157 Restauração Capilar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Dow B Stough, Jeffrey M Whitworth e David Julian Seager 158 Preenchimento Cutâneo ……………… . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Seth L Matarasso e Neil S Sadick 159 Toxina Botulínica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Alastair Carruthers e Jean Carruthers 2295 2301 2313 2329 2345 2355 2369 2381 Índice dos volumes um e dois . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . I-1 INTRODUÇÃO À DERMATOLOGIA CLÍNICA Ronald P Rapini Esta seção introdutória abrange os processos de realização do processo diagnóstico, dando ao leitor um guia para iniciar neste livro a busca por informações detalhadas em relação a um dilema diagnóstico. Os iniciantes em dermatologia podem apreciar alguns dos livros de dermatologia básica que são indicados como referência.1–6 Ajuda adicional pode ser encontrada em outros livros7–12 e atlas13–18 de dermatologia. Ao ser confrontado com um problema clínico, o médico deve assimilar a história, os achados físicos e os resultados dos exames laboratoriais para chegar a um diagnóstico. Em muitos casos, em vez de um único diagnóstico óbvio evidente, existe uma lista de possibilidades que variam em relação às probabilidades relativas. As doenças comuns são comuns e merecem uma pontuação superior em relação à probabilidade. Quando o médico “escuta batidas de cascos”, elas são mais provavelmente devidas a “um cavalo do que a uma zebra”. As doenças raras, do tipo “zebra”, também devem ser levadas em consideração, principalmente quando o distúrbio raro é mais grave ou exige um tratamento completamente diferente. O médico deve decidir se os gastos com “a caçada de uma zebra” são obrigatórios ou não na atual era de contenção de custos. Quando um paciente não responde ao tratamento, um médico sensato sempre considera a possibilidade de que o diagnóstico esteja errado, em vez de simplesmente tentar outras terapias direcionadas para o diagnóstico inicial (Tabela I.1). Os critérios que foram usados para formular as hipóteses diagnósticas originais devem ser reconsiderados. O paciente colaborou com a terapia prescrita? Os pacientes que afirmam que o tratamento ”não funcionou” frequentemente demandam uma nova terapia, mas talvez eles tenham tentado o tratamento apenas por dois dias! Talvez aspectos da história estejam incorretos ou os achados físicos tenham sido mal interpretados. E pode ter havido um erro do laboratório? Uma vez feito o diagnóstico correto, uma variedade de opções terapêuticas descritas pode ser reunida a partir de uma pesquisa na literatura. Deve-se tentar criar degraus terapêuticos baseados em evidências para evitar a escolha da terapia por tentativa e erro. As listas e as tabelas a seguir ajudarão na formulação de um diagnóstico diferencial e conduzirão a outras seções apropriadas deste livro. Evite dar muita ênfase a qualquer achado individual. Por exemplo, embora uma erupção cutânea específica ocorra mais comumente nas mãos, um determinado paciente pode apresentar o mesmo problema em um local incomum, e a morfologia da lesão e os achados da biópsia podem ainda assim levar ao diagnóstico correto. Todos os achados laboratoriais devem ser considerados com a devida correlação clínica. ABORDAGEM PARA O PACIENTE PROBLEMA FATORES A SEREM LEVADOS EM CONSIDERAÇÃO QUANDO SE FORMULA UM DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Sintomas (p. ex., febre, dor, prurido) • Duração e padrão temporal (p. ex., agudo, subagudo, O diagnóstico está correto? • A história que foi registrada previamente está correta? • Obtenha informações adicionais sobre a condição • • • • • • • • • • cutânea (p. ex., padrão temporal, sintomas, fatores agravantes/atenuantes e características associadas) Alguma prescrição, remédio de venda livre ou, drogas ilícitas ou fitoterápicos? (erupções medicamentosas) Pesquise novamente a história clínica geral, histórico de viagens, ocupação, hobbies e história familiar Algum outro contato próximo tem o mesmo problema? (agentes infecciosos) Repita as perguntas sobre outros sintomas em sistemas orgânicos (revisão dos sistemas) Obtenha registros dos médicos que atenderam o paciente previamente Reavalie os achados físicos Discuta os achados histológicos com seu dermatopatogista e revise você mesmo as lâminas da biópsia Se não tiver sido analisada por um dermatopatologista, considere a possibilidade de um dermatopatologista com experiência na condição revisar as lâminas da biópsia Considere a possibilidade de realizar outras biópsias Repita os exames laboratoriais e radiográficos (conforme indicado) ou considere a possibilidade de realizar outros exames Existem problemas com o tratamento? • • • • O paciente recebeu a terapia prescrita? O paciente está colaborando com a terapia? A dose é insuficiente ou a absorção está abaixo da ideal? Existem interações medicamentosas que interferem na eficácia? (Cap. 131) • O paciente está com irritações ou é alérgico à terapia prescrita? (dermatite de contato) • Reavalie o plano de tratamento e considere a possibilidade de adicionar ou substituir as medicações atuais Existem fatores que perpetuam a condição? • O paciente está sendo reinfectado ou reinfestado? (infecções sexualmente transmitidas, escabiose etc.) • A exposição a um antígeno conhecido implicado está continuam? (dermatite de contato, erupções medicamentosas) • A condição é exacerbada pela exposição à luz UV, alérgenos ou agentes irritantes, uma infecção, um problema de saúde subjacente, fatores nutricionais ou manipulação do paciente? Tabela I.1 Abordagem para o paciente problema. As categorias de diagnóstico diferencial são discutidas na Tabela I.2. SINTOMAS Febre com erupção cutânea ● ● Doenças infecciosas (bactérias, fungos, vírus, Caps. 73–81) Doenças reumatológicas (Caps. 42, 43, 45) crônico, intermitente) • Morfologia básica (“lesões primárias”): (máculas, • • • • • manchas, pápulas, placas, nódulos, vesículas, bolhas, pústulas) Morfologia secundária (p. ex., escamas, crostas, erosões, úlceras, cicatrizes) e disposição (p. ex., anular, linear, solitária, generalizada) Localização topográfica (p. ex., braços, pés, cabeça) Cor (p. ex., preto, azul, marrom, vermelho, amarelo) Achados laboratoriais Achados histopatológicos Tabela I.2 Fatores a serem levados em consideração quando se formula um diagnóstico diferencial. ● ● Erupções por drogas (Cap. 22) Leucemia, linfoma (Caps. 119–121) ● Psoríase pustulosa (Cap. 9) ● Síndrome de Sweet (Cap. 27) ● Síndrome de Löfgren (Cap. 92) ● Doença de Weber–Christian (afecção questionável, Cap. 99) Dor ou parestesia sem lesões primárias evidentes INTRODUÇÃO À DERMATOLOGIA CLÍNICA Diagnóstico Diferencial Clínico e Patológico Diagnóstico Diferencial Clínico e Patológico (Cap. 7 e 8) ● ● ● ● ● ● ● ● Delírio de parasitose e outras condições psicogênicas Infecções por herpes vírus Infecção (celulite) Neurodermite Neuropatia ou acidente vascular Notalgia parestésica Policitemia vera Porfiria Nódulos dolorosos Alguns deles frequentemente são recordados usando-se regras mnemônicas como ENGLAND, GLENDA, ANGEL, BENGAL ou LEND-AN-EGG. ● Espiradenoma écrino ● Neurilemoma ● Tumor glômico ● Leiomioma ● Angiolipoma ● Doença de Dercum (adipose dolorosa) ● Neuroma e neurofibroma (algumas vezes) ● Dermatofibroma (algumas vezes) ● Mordidas ou picadas de artrópodes ● Blue Rubber Bleb Nevus ● Condrodermatite nodular da hélice ● Endometriose cutânea ● Eritema nodoso e outras formas de paniculite 1 ● ● ● INTRODUÇÃO À DERMATOLOGIA CLÍNICA ● ● Eritema nodoso hansênico Nódulos de Osler Paniculite Síndrome de Sweet Vasculite Prurido (Caps. 6–8) DURAÇÃO Apresentamos generalizações, com o aviso de que quaisquer listas baseadas na duração das erupções estão destinadas a não se aplicarem a todos os casos. Erupções agudas Tendem a surgir subitamente, curando-se frequentemente após uma curta duração. Os pacientes que se apresentam pela primeira vez frequentemente costumam ter história de aparecimento de lesões em um período muito curto de tempo. ● Dermatite de contato, alérgica (Cap. 15) ● Urticária (forma aguda, Cap. 19) ● Eritema multiforme (Cap. 21) ● Necrólise epidérmica tóxica (Cap. 21) ● Erupções por drogas (Cap. 22) ● Vasculite (Cap. 25) ● Dermatoses neutrofílicas (Cap. 27) ● Eritema nodoso (Cap. 99) ● Eflúvio telógeno (Cap. 68) ● Maioria das infecções (Caps. 73–84) ● Mordidas e picadas (Cap. 84) Erupções intermitentes Tendem à cura momentânea, somente recorrendo posteriormente. ● Urticária (forma crônica, Cap. 19) ● Eritema multiforme (Cap. 21) ● Dermatite autoimune por progesterona (Cap. 28) ● Alguns transtornos reumatológicos (Caps. 42 e 45) ● Policondrite recidivante (Cap. 45) ● Febre recidivante (Borrelia, Cap. 73) ● Herpes simples (Cap. 79) ● Quinta doença (parvovirose) (Cap. 80) ● Fotodermatoses (após exposição à luz solar, Cap. 86) Fig. I.1 Mácula. Mácula hipopigmentada congênita de nevo acrômico na coxa. MORFOLOGIAS BÁSICAS A maioria das lesões cutâneas pode ser descrita usando-se alguns destes oito termos básicos. Para o diagnóstico diferencial da maioria delas, consulte a cor ou a localização topográfica da lesão. Mácula (Fig. I.1) Uma lesão pequena, plana e não palpável. Alguns médicos restringem esse termo a lesões com menos de 10 mm de diâmetro (5 mm, de acordo com outros). Algumas vezes usa-se o termo “mácula” para lesões planas de qualquer tamanho. A palavra mácula indica uma lesão apenas com uma alteração sutil na textura ou na cor, sem elevação acima da superfície cutânea. Erupções subagudas Tendem a aparecer gradualmente, mas situandose entre agudas e crônicas, muito embora a maioria frequentemente tenda a não persistir após o tratamento, podem tornar-se crônicas. ● Maioria das erupções bolhosas (Caps. 30–32) ● Escabiose (Cap. 83) ● Algumas infecções (Caps. 73–84) ● Maioria das formas de acne (Caps. 37 e 38) Erupções crônicas 2 Geralmente têm um aparecimento gradual e tendem a persistir por períodos mais prolongados de tempo, apesar do tratamento. Os pacientes que se apresentam pela primeira vez muitas vezes têm uma história de lesões com um longo tempo de evolução. ● Eczema (Cap. 14) ● Psoríase (Cap. 9) ● Dermatite de contato, por irritantes (Cap. 16) ● Eritemas (alguns deles são crônicos, Cap. 20) ● Eritrodermia (Cap. 11) ● Epidermólise bolhosa (Cap. 33) ● Alguns tipos de acne e foliculite (Caps. 38 e 39) ● Maioria das doenças de depósito (Caps. 46–50) ● Maioria das genodermatoses (Caps. 56–63) ● Maioria dos transtornos da pigmentação (Caps. 64-66) ● Maioria dos transtornos dos cabelos e unhas (Caps. 68–72) ● Maioria dos transtornos reumatológicos e autoimunes (Caps. 42–44, 95–99) ● Maioria das paniculites e lipodistrofias (Caps. 100 e 101) ● Maioria das neoplasias não tratadas (Seção 18) Mancha Uma lesão plana não palpável com 10 mm de diâmetro ou mais (uma mácula grande). Algumas autoridades científicas usam a designação para lesões de 5 mm, mas este autor prefere 10 mm. Alguns médicos consideram uma leve quantidade de descamação ainda como aceitável em uma mancha, como nas lesões precoces de micose fungoide (caso contrário, a maioria das manchas grandes deve ser classificada como placa). Pápula Fig. I.2 Pápulas no tronco de um paciente com líquen nítido. (Fig. I.2) Uma lesão palpável, circunscrita, superficial, pequena e elevada acima da superfície cutânea, com menos de 10 mm de diâmetro. Algumas referências usam 5 mm, que o autor não prefere. Placa (Fig. I.3) Uma lesão palpável, elevada, acima da superfície cutânea, com 10 mm ou mais de diâmetro. Nódulo (Fig. I.4) Uma lesão firme (endurada), que é mais espessa ou mais profunda do que uma pápula média ou placa. O termo vem do latim nodulus, que significa “nó”. Um nódulo que seja subcutâneo pode não elevar a superfície da pele. Vesícula Fig. I.3 Placas com escamas prateadas na psoríase grave. (Fig. I.5) Uma lesão elevada que contém líquido claro; uma pequena bolha com menos de 10 mm de diâmetro (Caps. 30–35). Bolha Uma lesão elevada que contém líquido claro, com 10 mm ou mais de diâmetro (Caps. 30–35). Pústula (Fig. I.6) Uma lesão superficial elevada que contém líquido amarelo (pus) no interior ou abaixo da ● ● ● Nevo comedônico Tricofoliculoma Tricostase espinulosa Fig. I.7 Placas anulares no pescoço de um paciente com sarcoidose. Fig. I.4 Nódulos na região frontal de uma mulher com linfoma. ● ● ● Livedo reticular Púrpura anular telangiectásica Hemangioma hemossiderótico targetoide Pápulas anulares ou placas sem descamação ● ● ● ● ● ● Fig. I.5 Vesículas e bolhas em uma criança com varicela grave. Carcinoma basocelular Granuloma anular Hiperplasia sebácea Tricoepitelioma desmoplásico Sarcoidose Sífilis (principalmente na face de indivíduos com pele escura) Placas anulares com alguma descamação ou crostas Carcinoma basocelular Eczema, principalmente numular ● Líquen plano ● Lúpus eritematoso (principalmente a forma subaguda Ro-positiva) Pitiríase rósea Psoríase Doença de Reiter (balanite circinada) Dermatite seborreica Tinea Verrugas, principalmente as recorrentes após crioterapia ● ● ● ● ● ● ● ● Fig. I.6 Pústulas em um paciente com acne inflamatória. Cromomicose (apresentação rara) Elastose perfurante serpiginosa ● Eritema anular centrífugo ● Eritema gyratum repens Eritroqueratodermia variável Mal de Hansen Ictiose linear circunflexa Lúpus vulgar Micose fungoide Poroqueratose Eritema necrolítico migratório ● ● epiderme, geralmente rico em proteínas e contendo neutrófilos (para o diagnóstico diferencial, ver neutrófilos mais adiante neste capítulo e no Cap. 35). ● ● ● ● DISPOSIÇÕES E MORFOLOGIAS SECUNDÁRIAS ● Lesões anulares (Fig. I.7) Vesículas anulares ou pústulas Lesões anulares formam anéis com uma região clara central. Máculas anulares ou placas minimamente elevadas ● ● ● ● ● Cútis marmorata Eritema multiforme Eritema ab igne Eritema migratório da doença de Lyme Eritema marginado da febre reumática ● ● ● ● ● Dermatose bolhosa por IgA linear Pênfigo Dermatose pustular subcórnea Comedões Unidades foliculares obstruídas por rolhas córneas associadas a glândulas sebáceas atróficas (ver também doença folicular mais adiante). ● Variantes da acne (Caps. 37 e 39) ● Poro dilatado de Winer ● Comedões disqueratóticos familiares ● Síndrome de Favre–Racouchot e dano actínico “Eczematoso” é um termo descritivo para as doenças caracterizadas clinicamente por descamação, geralmente com eritema, e espongiose e paraqueratose do ponto de vista histológico, espongiose e paraqueratose. O termo “eczema” tem sido criticado por ser impossível defini-lo com precisão. A descamação implica patologia epidérmica. As doenças dérmicas, que poupam a epiderme, em contrapartida, tendem a ser não descamativas. As doenças eczematosas parcialmente tratadas podem não ter descamação, confundindo assim o clínico. A espongiose pode estar ausente em alguns estágios das doenças eczematosas. Nas fases agudas, a espongiose pode ser suficientemente extrema para produzir vesículas intraepidérmicas, provocando a denominada dermatite aguda, em oposição à dermatite crônica, que não tem espongiose. As lesões entre essas duas formas foram chamadas de dermatites subagudas, um termo menos usado na atualidade. Essa terminologia confusa usa a dermatite como um sinônimo de eczema, de modo que a dermatite atópica seria a mesma coisa que o eczema atópico. O termo dermatite, infelizmente, também é usado e menos especificamente para referir-se a qualquer doença cutânea inflamatória. As doenças papuloescamosas são em geral agrupadas com as doenças eczematosas, mas os “divisores” consideram as lesões papuloescamosas como mais hiperqueratóticas, mais espessas, mais elevadas e mais nitidamente demarcadas do que as lesões eczematosas. Uma discussão mais aprofundada encontra-se nos Capítulos 9–18. Diagnóstico Diferencial Clínico e Patológico Lesões císticas (Cap. 110) Doenças eczematosas e papuloescamosas Escoriações As escoriações são lesões escavadas na pele por arranhadura. Geralmente remetem a prurido ou a causas psicogênicas (Caps. 6–8). Lesões foliculares ou acneiformes Neste grupo de transtornos, pápulas, fístulas ou comedões concentram-se ou parecem estar localizados nas unidades pilossebáceas. Existe uma semelhança clínica com a acne, embora alguns destes transtornos claramente não sejam foliculares ou acneiformes do ponto de vista histológico. ● Variantes da acne (Caps. 37 e 38) ● Variantes das foliculites (Cap. 39) ● Doenças das glândulas sudoríparas, como miliária (Cap. 40) ● Doença de Grover ● Candidíase ● Picadas de artrópodes ● Varicela ● Algumas formas de “eczema folicular” (Caps. 13 e 14) ● Líquen espinuloso ● Queratose pilar ● Tinea folicular (granuloma de Majocchi) ● Algumas erupções medicamentosas (principalmente nos indivíduos de pele escura) ● Líquen simples crônico 3 Doença de Darier (queratose folicular) ● Mucinose folicular ● Doença de Fox–Fordyce Doença enxerto versus hospedeiro (tipo folicular) Ictiose vulgar Dermatoses perfurantes (Cap. 95) Líquen planopilar Lúpus eritematoso (principalmente no couro cabeludo) Micose fungoide, variante folicular Pitiríase rubra pilar Escorbuto e frinoderma Tricostase espinulosa ● INTRODUÇÃO À DERMATOLOGIA CLÍNICA ● ● ● ● ● ● ● ● ● Fácies leonina (Fig. I.8) Estas doenças algumas vezes infiltram a face, causando aparência “similar a um leão”, pelo espessamento e formação de sulcos. ● Dermatite actínica crônica ● Cutis verticis gyrata ● Leishmaniose ● Hanseníase ● Linfoma, leucemia ● Micose fungoide ● Retículo-histiocitose multicêntrica ● Síndrome dos queratoacantomas múltiplos (tipo Grzybowski) ● Histiocitoma nodular progressivo ● Sarcoidose ● Escleromixedema Lesões lineares (Fig. I.9) Estas lesões tendem a aparecer em uma configuração retilínea ou ao longo das linhas de Blaschko (Cap. 61). Lesões escoriadas, induzidas por traumatismo, verruga plana e dermatite de contato podem ser lineares. O fenômeno de Koebner, no qual o traumatismo da pele induz a novas lesões, frequentemente ocorre no líquen plano e na psoríase. Erupções morbiliformes (eczematosas, maculopapulares) Essas doenças se apresentam como máculas e/ ou pápulas eritematosas generalizadas, pequenas, de 2–5 mm, principalmente no tronco, em geral com pouca ou nenhuma descamação, exceto nos estágios descamativos tardios. O termo escarlatiniforme implica que as pápulas são tão rugosas quanto uma lixa. O termo maculopapular é frequentemente utilizado de maneira incorreta e inespecífica para qualquer erupção, de forma que muitos clínicos preferem não empregá-lo. ● Exantemas virais (a maioria deles, Caps. 77, 79, 80) ● Erupções por drogas (Cap. 23) ● Algumas infecções bacterianas (principalmente sífilis) ● Infecções por Rickettsias (algumas vezes não purpúricas, Cap. 75) ● Eritemas reacionais (Cap. 20) ● Doença de Still e artrite reumatoide juvenil ● Reação à transfusão e doença do soro Lesões pedunculadas Essas lesões protruem de um pedúnculo estreito. ● Mamilo acessório ● Tragus acessório ● Fibroqueratoma digital adquirido ● Acrocórdon ● Condiloma acuminado ● Apêndices cutâneos cervicais ("congenital wattle") ● Corno cutâneo ● Fibroma bucal ● Nevo melanocítico (alguns) ● Neurofibroma ● Nevo lipomatoso ● Ducto onfalomesentérico remanescente ● Melanoma pedunculado (raro) ● Granuloma piogênico ● Rinosporidiose ● Queratose seborreica (algumas) ● Dedos supranumerários ● Framboesia Fotodermatite Erupções que são agravadas pela exposição à luz solar, abordadas no Capítulo 86. Fig. I.8 Fácies leonina em um paciente com micose fungoide. Poiquilodermia (Fig. I.10) A poiquilodermia é a combinação de atrofia epidérmica, telangiectasia, hiperpigmentação e hipopigmentação, dando à pele uma aparência mosqueada. Poiquilodermias mais comuns principalmente em adultos Uso excessivo de corticosteroides tópicos ● Dermatomiosite ● Lúpus eritematoso Micose fungoide (principalmente a variante poiquilodermia vascular atrófica) Pele fotolesada (dermato-heliose) Radiodermatite ● ● 4 Fig. I.9 Pápulas lineares representando o fenômeno de Koebner no líquen plano. ● ● Fig. I.10 Poiquilodermia em um paciente com micose fungoide. Poiquilodermias incomuns principalmente em adultos Toxicidade por arsênico (mais discromia do que telangiectasia e atrofia comparada com as outras) ● Doença enxerto versus hospedeiro Poiquilodermia esclerosante hereditária Poiquilodermia de Civatte ● ● ● Síndromes com poiquilodermia com início principalmente na infância ● ● ● ● ● ● ● ● Síndrome de Bloom (principalmente telangiectasia) Síndrome de Cockayne Disqueratose congênita Síndrome de Goltz Síndrome de Kindler (poiquilodermia congênita e epidermólise bolhosa) Poiquilodermia congênita Síndrome de Weary (poiquilodermia acroqueratótica hereditária) Xeroderma pigmentoso Púrpura As púrpuras são lesões purpúreas que não esmaecem à digitopressão, decorrentes de extravasamento de eritrócitos. Geralmente são máculas ou pápulas. Algumas vezes, a púrpura pode se apresentar como nódulos, placas, vesículas ou pústulas. As púrpuras puntiformes que surgem de vasos sanguíneos pequenos são chamadas petéquias. As púrpuras maiores (geralmente mais de 1 cm de diâmetro) são chamadas equimoses. Ver Capítulos 23–25. Lesões reticuladas (Fig. I.11) As lesões reticuladas têm um padrão semelhante a uma rede (ver ilustração no Cap. 106). São, de certo modo, como lesões anulares (ver anular) e podem parecer purpúricas, lineares ou serpiginosas. Se a atrofia e as alterações pigmentares estiverem presentes, as lesões são descritas como poiquilodérmicas. ● Êmbolos de colesterol ● Papilomatose confluente e reticulada ● Cútis marmorata ● Doença de Dowling–Degos (anomalia reticulada das flexuras) ● Disqueratose congênita ● Eritema ab igne ● Eritema infeccioso (quinta doença) ● Líquen plano (oral) ● Livedo reticular Nódulos subcutâneos ● ● Cistos (Cap. 110) Lipoma (Cap. 117) ● ● Nevo sebáceo Queratose seborreica Acroqueratose verruciforme Angioqueratoma circunscrito ● Infecções fúngicas profundas (principalmente cromomicose, coccidioidomicose e blastomicose norte-americana) Papilomatose confluente e reticulada Doença de Darier Nevo epidérmico Halogenodermia Líquen plano hipertrófico Lúpus eritematoso hipertrófico Ictiose Incontinência pigmentar (segundo estágio) Doença de Kyrle Líquen amiloide Lipoidoproteinose Linfangioma circunscrito Poroqueratose Escabiose, crostosa (norueguesa) Adenoma sebáceo Siringocistadenoma papilífero Tuberculose verrucosa cutânea Carcinoma verrucoso Disqueratoma verrucoso ● Neoplasias Neoplasias de anexos: pilomatricoma, hidradenoma, espiradenoma, siringoma condroide Neoplasias vasculares: hiperplasia endotelial papilar intravascular, hiperplasia angiolinfoide com eosinofilia Neoplasias neurais: neurofibroma, neurilemoma Fibroproliferações: histiocitoma fibroso benigno, tumor de células gigantes, fasciíte nodular Neoplasias metastáticas Angioleiomioma ● ● Fig. I.11 Eritema reticulado nas extremidades de um paciente com eritema infeccioso (quinta doença). ● ● ● ● ● ● Vasculopatia livedoide Lúpus eritematoso Micose fungoide Mucinose eritematosa reticular ● ● Granulomas e inflamações ● ● Esclerose Doenças com espessamento (enduração) da pele são frequentemente ditas como tendo esclerose. O patologista usa o termo esclerose para referir-se ao aumento no conteúdo de colágeno, com redução no número de fibroblastos, e o termo fibrose para referir-se ao aumento no conteúdo de colágeno, com aumento no número de fibroblastos. Os termos fibroplasia e desmoplasia, intimamente relacionados, são geralmente usados para descrever as alterações estromais das neoplasias, e são primariamente usados por patologistas. As doenças com esclerose clínica são discutidas nos Capítulos 44, 96 e 98. ● ● ● ● Granuloma anular subcutâneo Nódulo reumatoide Sarcoidose Granuloma de corpo estranho Cisto feo-hifomicótico Paniculite Depósitos ● ● ● Calcinose cutânea Osteoma cútis Tofo gotoso Telangiectasias As telangectasias são pequenos vasos sanguíneos permanentemente dilatados. O diagnóstico diferencial é abordado no Capítulo 106. ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● TOPOGRAFIA Máculas Pápulas, nódulos ou placas isoladas ● ● ● ● ● ● Lesões serpiginosas Essas lesões têm um padrão sinuoso, similar a uma cobra, na pele. ● Ferroadas de cnidários (água-viva etc.) ● Larva migrans cutânea ● Nevo epidérmico ● Eritema gyratum repens ● Eritroqueratodermia variabilis ● Hipomelanose de Ito ● Ictiose hystrix ● Incontinência pigmentar ● Lúpus eritematoso (cutâneo subagudo) Pápulas ou nódulos da cor da pele O termo “cor da pele” refere-se à cor da pele normal do paciente e é preferido à “cor de pele”, pois a pele das etnias mais escuras tecnicamente não é da cor da pele dos indivíduos caucasianos. ● Acrocórdon ● Nevo do tecido conjuntivo ● Nevo melanocítico intradérmico ● Neurofibroma ● Nódulos subcutâneos ● Siringoma ● Tricoepitelioma ● Verruga plana Diagnóstico Diferencial Clínico e Patológico ● Úlceras ● As úlceras são escavações da pele que alcançam pelo menos a profundidade da derme. Defeitos mais superficiais são chamados erosões. As úlceras, principalmente em relação às doenças vasculares das pernas, são estudadas em mais detalhes no Capítulo 105. As categorias etiológicas gerais das úlceras aparecem a seguir: ● Aplasia cutânea congênita ● Aftas ● Picadas (principalmente de aranhas) ● Infecções ● Neoplasias ● Neuropatias ● Paniculite ● Doença pós-bolhosa ● Radiodermatite ● Traumas, queimaduras (inclusive as causadas por frio) ou factícias ● Vasculopatias ● ● ● ● ● Hiperplasia angiolinfoide com eosinofilia Angiossarcoma Cilindroma Nevo melanocítico Meningioma Neoplasia metastática Nevo sebáceo Cisto pilar Cisto triquilemal proliferante Prurigo nodular Queratose seborreica Siringocistadenoma papilífero Erupções descamativas ● ● ● ● ● Dermatite de contato Lúpus eritematoso Psoríase Dermatite seborreica Tinea capitis Erupções vesiculares, pustulares e ulcerativas ● ● ● ● Aplasia cutânea congênita Penfigoide cicatricial Foliculite Tinea capitis Alopecia (Cap. 68) Lesões verrucosas Essas condições têm uma superfície ondulada com reentrâncias e frequentemente têm como achado patológico a papilomatose. ● Acantose nigricans ● Infecções por papilomavírus humano (verrugas) ● Líquen simples crônico e prurigo nodular Lesões nas sobrancelhas Outras exceto alopecia ● ● ● ● Cisto dermoide Porfiria (algumas formas): hipertricose Dermatite seborreica Uleritema ofriogenes (queratose pilar atrofiante) 5 SEÇÃO 8 DOENÇAS METABÓLICAS E SISTÊMICAS Ramón Ruiz-Maldonado e Luz Orozco-Covarrubias Sinônimos: ■ Desnutrição: deficiência nutricional ■ Marasmo: desnutrição proteico-calórica ■ Kwashiorkor: desnutrição proteica Características principais ■ As desordens por deficiências nutricionais podem afetar qualquer tecido, inclusive a pele, o que pode nos dar indícios do diagnóstico ■ As duas síndromes clássicas de desnutrição são o kwashiorkor e o marasmo ■ Kwashiorkor: edema por hipoproteinemia, com aspectos dermatológicos característicos ■ Marasmo: menos de 60% do peso corporal esperado, emagrecimento associado à pele fina, flácida e enrugada ■ Deficiências de vitaminas, oligoelementos e doenças metabólicas podem causar lesões cutâneas similares às encontradas na desnutrição, assim como características sugestivas de uma deficiência específica ■ Anorexia nervosa e bulimia podem levar à desnutrição ■ Obesidade é uma forma de desnutrição (i.e., excesso) geralmente associada a lesões cutâneas A desnutrição engloba deficiências quantitativas e qualitativas na ingestão ou no metabolismo de nutrientes e/ou elementos que influenciam a nutrição, resultando em peso corporal inadequado e/ou alterações fisiológicas e de desenvolvimento. A desnutrição pode ser primária (exógena) ou secundária (endógena), a primeira depende da ingestão, enquanto a última é decorrente da absorção inadequada ou falha e/ou de metabolismo anormal (Fig. 51.1). A forma mais comum de deficiência nutricional nos países subdesenvolvidos é a desnutrição exógena proteico-calórica por ingestão inadequada ou diminuída de alimentos. Nos países desenvolvidos, as formas mais comuns de deficiência nutricional são a obesidade, por consumo excessivo de alimentos, e a desnutrição primária ou secundária a condições clínicas e psicológicas. Em nível de população mundial, o número de indivíduos que sofre de quantidades deficientes de nutrientes é equivalente ao número de indivíduos que consome excessivas quantidades de alimentos. HISTÓRICO Embora o marasmo (derivado da palavra grega para desnutrição, marasmos) seja conhecido desde a antiguidade, o kwashiorkor foi reconhecido pela primeira vez na Europa Central, no início do século passado.2 O nome “kwashiorkor” foi adotado do dialeto ganês por C. Williams.3 DOENÇAS METABÓLICAS E SISTÊMICAS Doenças Nutricionais 51 Doenças Nutricionais EPIDEMIOLOGIA INTRODUÇÃO A pele humana está sujeita a influências tanto internas quanto externas, e a ciência nutricional moderna enfatiza a relação entre a dieta consumida e a saúde. As deficiências nutricionais podem levar a alterações na homeostase cutânea (p. ex., disfunção imune), assim como a alterações sistêmicas.1 A desnutrição proteico-energética por ingestão deficiente é endêmica nos países em desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, isso ocorre predominantemente em pacientes crônicos e hospitalizados.4 Nas regiões influenciadas pela “civilização ocidental”, a desnutrição proteico-calórica está diretamente relacionada ao produto interno bruto per capita; a priori, a desnutrição endêmica deve ser suspeitada nos países com renda per capita inferior a 300 dólares por ano. DESNUTRIÇÃO – CLASSIFICAÇÃO E CAUSAS Nutrição deficiente em proteína-energia Nutrição proteicoenergética excessiva Desnutrição proteico-energética Obesidade Exógena ou primária Endógena ou secundária Exógena ou primária Endógena ou secundária Ingestão alimentar insuficiente e/ou inadequada Absorção alimentar e/ou metabolismo inadequados Necessidade nutricional aumentada Ingestão alimentar excessiva e/ou dieta hipercalórica Alterações metabólicas • Depressão • Ansiedade • Iatrogênica • Fatores genéticos • Pobreza • Idoso • Alcoolismo • Desordens psiquiátricas, por exemplo, anorexia nervosa, bulimia • Dieta • Negligência infantil • Má-absorção intestinal • Gastroenterite • Outras doenças gastroentestinais • Doenças metabólicas • Outras doenças sistêmicas crônicas, por exemplo, malignidades • AIDS 661 Fig. 51.1 Desnutrição. Classificação e causas. 8 DOENÇAS METABÓLICAS E SISTÊMICAS A deficiência nutricional por ingestão excessiva ou inadequada, que resulta em obesidade, é característica de sociedades afluentes aos países industrializados, em particular os Estados Unidos. Anorexia nervosa e bulimia também são encontradas com mais frequência nos países ricos. Nos países menos desenvolvidos, nos quais geralmente a desnutrição decorre da falta de alimentos, a população mais acometida é a infantil (lactentes e crianças com menos de 5 anos). Nos países desenvolvidos, a desnutrição por dietas excessivas ou inadequadas afeta tanto crianças quanto adultos. Os casos de desnutrição por ingestão inadequada ou ausente são mais encontrados em mulheres jovens com anorexia nervosa ou bulimia, alcoólatras e em indivíduos com dietas não habituais ou doenças clínicas de base. Em crianças de países em desenvolvimento, alterações dermatológicas (pele, mucosas, cabelos e unhas), observadas em associação com a desnutrição, ocorrem com mais frequência no quadro de desnutrição proteicocalórica primária, enquanto nos países desenvolvidos, elas ocorrem no quadro de desnutrição secundária principalmente por alterações metabólicas (Fig. 51.1). Fig. 51.2 Marasmo. Criança emagrecida, apresentando tanto hipercromia quanto descamação da pele. PATOGÊNESE As crianças com marasmo receberam dieta balanceada, porém em quantidade insuficiente, enquanto aquelas com kwashiorkor receberam uma dieta rica em calorias, mas pobre em proteínas de origem animal. Consequentemente, há poucos aminoácidos para a síntese de proteínas viscerais e isso é reforçado pela hiperinsulinemia causada por excesso de carboidratos.5 As alterações cutâneas (p. ex., edema, emagrecimento e atrofia) na desnutrição proteico-energética são muito semelhantes às da deficiência de zinco. Entretanto, tanto no marasmo quanto no kwashiorkor, fatores individuais, além da dieta, também têm papel importante. Por exemplo, lactentes com amamentação artificial apresentam risco maior de gastroenterite, que leva ao emagrecimento e às vezes ao óbito. As alterações psiquiátricas (incapacidade mental, anorexia nervosa, bulimia), restrições alimentares monomaníacas para o tratamento de “doenças alérgicas”, alcoolismo e negligência infantil são algumas razões para as dietas inadequadas ou não compatíveis (Fig. 51.1). Além da dieta em quantidade e/ou qualidade inadequada, há circunstâncias em que as necessidades nutricionais aumentam ou afetam o transporte ou utilização dos nutrientes. Por exemplo, as alterações metabólicas podem ser o resultado de má-absorção intestinal, malformações congênitas que interferem na ingestão alimentar ou digestão, doenças sistêmicas crônicas, AIDS e neoplasias. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS As manifestações das doenças nutricionais geralmente refletem deficiências associadas, e a pele é um dos órgãos que mostra aspectos clínicos característicos de excesso ou deficiência nutricional. Existem várias revisões das manifestações cutâneas decorrentes das doenças nutricionais.6-16 As características do marasmo, kwashiorkor e deficiência dos ácidos graxos essenciais17-21 estão listadas na Tabela 51.1. Desnutrição Proteico-energética Em todo o mundo, a desnutrição proteico-energética é a doença nutricional mais prevalente, podendo ser dividida em duas grandes formas: marasmo e kwashiorkor. O marasmo pode afetar lactentes, crianças ou adultos, e os pacientes apresentam menos de 60% do peso corporal esperado. Isso resulta da deficiência prolongada de proteínas e calorias, e a forma predominante ocorre na situação de privação alimentar associada a infecções recorrentes (Figs. 51.2 e 51.3). O kwashiorkor, também conhecido como desnutrição “úmida”, afeta crianças após o desmame materno, que passam a apresentar edema e 60% a 80% do peso corporal esperado (Figs. 51.4 e 51.5). Mais raramente, o kwashiorkor é observado em crianças com mais de 5 anos e em adultos. Tanto o marasmo quanto o kwashiorkor podem estar associados a doenças de base (Fig. 51.1 e Tabela 51.1). Deficiência de Ácidos Graxos Essenciais 662 Os ácidos graxos essenciais (AGE) são ácidos graxos insaturados que o organismo não consegue sintetizar, e, portanto, devem ser obtidos da dieta. Os ácidos linoleico, linolênico e araquidônico são os principais AGE, embora o ácido araquidônico possa ser metabolizado a partir do ácido linoleico. Os AGE têm múltiplas funções, tanto estruturais quanto Fig. 51.3 Marasmo. Múltiplas lesões purpúricas são observadas. Fig. 51.4 Kwashiorkor. Edema duro e descamação nas nádegas e pernas desta criança, assim como áreas de eritema com descamação. CARACTERÍSTICAS DE DESNUTRIÇÃO PROTEICO-ENERGÉTICA E DEFICIÊNCIA DOS ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS Deficiência Características cutâneas Kwashiorkor • Ingestão proteico-calórica insuficiente por • Ingestão proteica insuficiente; pode resultar de dietas cuja fonte pobreza • Outras causas primárias: alcoolismo, desordens psiquiátricas (anorexia nervosa, bulimia), dietas para tratamento de doenças ou “desordens alérgicas”, negligência ou abuso infantil • Causas secundárias: má-absorção intestinal, diarreia crônica, neoplasias, doenças sistêmicas crônicas (p. ex., insuficiência hepática), AIDS*, desordens metabólicas principal é o arroz e bebidas derivadas de arroz (p. ex., “leite de arroz”) na suspeita de intolerância láctea • Outras causas: enteropatias espoliadoras de proteínas, cirurgias gastrointestinais extensas, doença pelo HIV* • Pele seca, fina, pálida, flácida e enrugada • Ocasionalmente descamação leve e • Discromia é um achado comum • Palidez por distensão da pele e perda do pigmento • Hipopigmentação após abrasões, feridas, ulcerações e • • • • • • hiperpigmentação (Fig. 51.2) Hiperqueratose folicular e foliculite no adulto Ulcerações Hipertricose semelhante a lanugo Cabelos finos que crescem lentamente e com queda rápida Crescimento lento e fissura das unhas Púrpura (Fig. 51.3) • Alerta • Perda de gordura subcutânea e músculos (Fig. 51.2) • Interrupção do crescimento • “Fácies de macaco” ou aparência envelhecida (perda da gordura de Bichat) Características histológicas e laboratoriais • Baixos níveis de zinco • Acantose ou atrofia da epiderme (dependendo do estágio), hiperqueratose • A maior parte dos bulbos pilosos estão na fase telógena • Numerosos pelos quebrados • Desnutrição proteico-energética • Desordens gastrointestinais/cirurgias desencadeadoras de má-absorção de gorduras • Nutrição parenteral prolongada sem suplemento lipídico • Dietas extremamente pobres em gorduras • Síndrome nefrótica • A pele é seca, descamativa e coriácea com • • • • eritema subjacente Erosões intertriginosas Alopecia e coloração mais clara dos cabelos Aumento da perda hídrica transepidérmica Petéquias • • • • Edema (Fig 51.4; pode apresentar-se como anasarca) Fácies em lua cheia Anorexia, irritabilidade, apatia Desenvolvimento anormal (retardo de crescimento e do desenvolvimento mental) • Infecções bacterianas e fúngicas (p. ex., candidíase) sobrepostas • Parotidite bilateral, hepatomegalia, diarreia, perda da massa muscular • • • • • • • Dificuldade em se desenvolver Cicatrização deficiente Dificuldade de reprodução Testes de função hepática e renal alterados Fragilidade capilar Maior suscetibilidade à infecções Dano neurológico • • • • Hipoalbuminemia (menos de 2,5 g/100 mL) Diminuição da α, β e (eventualmente) γ-globulinas Deficiência da imunidade celular Nas “lesões pelagroides”, observa-se estrato córneo espessado, pigmentado, com estrato lúcido subjacente • Diminuição do número de folículos pilosos anágenos e aumento dos telógenos • Alterações estruturais dos folículos anágenos – atrofia grave, constrição das hastes pilosas e depleção do pigmento • Alterações gordurosas do fígado • Baixos níveis plasmáticos de ácidos linoleico, hiperpigmentação em áreas sujeitas a trauma • Descamação superficial nos casos leves (“pelagroides”), porém • • • • Características sistêmicas Ácidos graxos essenciais nos casos graves áreas de erosões grandes (“flocos pintados”) (Figs. 51.4 e 51.5) Outros sinais cutâneos são eritema, pele fina, petéquias, equimoses e púrpura Os cabelos são esparsos, secos, sem brilho e avermelhados, com faixas de coloração mais escura e mais clara (“sinal da bandeira”), refletindo os períodos intermitentes de desnutrição As unhas são finas e amolecidas Lesões mucosas: queilite, xeroftalmia e vulvovaginite linolênico e araquidônico • Presença de ácido 5, 8, 11-icosatrienoico • Níveis elevados de ácidos palmitoleico e oleico • Anemia, trombocitopenia • Hiperqueratose ortoceratótica, acantose com hipergranulose, atrofia das glândulas sebáceas e vasodilatação na derme papilar com infiltrado de células mistas (em modelos murinos) • Alterações gordurosas do fígado Diagnóstico • Achados clínicos e laboratoriais • Achados clínicos e laboratoriais • Histórico alimentar pode levar à hipótese de deficiência proteica • Achados clínicos e laboratoriais Diagnóstico diferencial • Primeiramente se há doença de base • Como normalmente os pacientes apresentam múltiplas • Outras deficiências nutricionais; deve ser Tratamento • Ingestão proteico-calórica adequada • Suplementação com ácido linoleico e zinco • Tratamento de doenças de base, quando possível • A fase aguda deve ser tratada cuidadosamente, medidas • O prognóstico melhorou nos últimos anos • 10% de mortalidade, geralmente secundária a • Casos leves apresentam bom prognóstico com tratamento dietético • Casos graves, recidivantes, e aqueles relacionados ao HIV Prognóstico deficiências nutricionais, o kwashiorkor pode ser confundido com acrodermatite enteropática ou pelagra • Síndrome nefrótica também se apresenta com edema e hipoalbuminemia (e a doença crônica pode levar à desnutrição proteica) pneumonia ou diarreia adequadas devem ser tomadas para correção das desordens eletrolíticas e tratamento de infecções • Dieta completa e balanceada com ingestão proteico-calórica adequada; pode ser necessária suplementação com minerais e vitaminas • Emolientes pomadas tópicos apresentam alto índice de mortalidade • Hipoglicemia com hipotermia, coma e doenças bacterianas ou parasitárias podem ser complicações fatais • As lesões cutâneas regridem com a terapêutica Doenças Nutricionais Causas Desnutrição proteico-energética Marasmo 51 considerada a hipótese da coexistência de múltiplas deficiências ou doença de base específica • Reposição de ácidos graxos essenciais, dependendo da gravidade: – tópicos – orais – intravenosos • O prognóstico depende da gravidade e da coexistência de outras deficiências nutricionais • Depende de se estar atento a esse quadro *Infecção por HIV está mais associada ao marasmo que ao kwashiokor (e a síndrome de debilitação do HIV representa um fator definidor da AIDS). Tabela 51.1 Características da desnutrição proteico-energética e deficiência de ácidos graxos essenciais 663 8 DOENÇAS METABÓLICAS E SISTÊMICAS cimento” e naqueles que as ingerem por seus supostos benefícios à saúde – “se um pouco é bom, muito é melhor!”. É importante ressaltar que a atividade antioxidante da vitamina pode se tornar pró-oxidante, dependendo do potencial de oxidação e dos meios intra- e extracelulares.1,22 Vitaminas lipossolúveis Vitamina A Fig. 51.5 Kwashiorkor. Antebraço de criança mostrando edema e necrose epidérmica superficial com aspecto de “pintura envernizada”. sintéticas, como precursores de prostaglandinas, na diminuição da permeabilidade das membranas plasmáticas, reserva de energia e formação de grânulos lamelares próprios. Eles constituem entre 13% e 30% dos ácidos graxos da pele. As deficiências isoladas de AGE são incomuns, mas podem ser encontradas nos pacientes em nutrição parenteral sem suplementação lipídica e nas dietas excessivamente agressivas com baixo teor de gordura. Na maior parte dos casos, a deficiência de AGE está associada a outras deficiências nutricionais (Tabela 51.1). A verificação dos níveis dos ácidos linoleico, araquidônico e eicosatrienoico estabelece o diagnóstico (Fig. 51.10); normalmente, o último é indetectável. Deficiência de Vitaminas Vitaminas são compostos orgânicos biologicamente ativos e indispensáveis às funções fisiológicas normais. Elas não têm um papel direto como fonte de energia, mas agem como coenzimas nos processos metabólicos celulares essenciais para funcionamento e crescimento adequado dos tecidos. Como nutrientes essenciais, elas são fornecidas por via exógena. Nos países desenvolvidos, a deficiência de vitaminas resulta de desordens metabólicas ou orgânicas, enquanto o excesso (hipervitaminose) geralmente é autoinduzido. Nos países em desenvolvimento, a deficiência de vitaminas está relacionada principalmente à desnutrição. Tanto o excesso quanto a deficiência de vitaminas podem causar doenças dermatológicas. O excesso de vitaminas lipossolúveis (A e D) é, como esperado, mais prevalente que o excesso de vitaminas hidrossolúveis. A ingestão excessiva ocorre em indivíduos que procuram as suas propriedades “antienvelhe- A vitamina A é lipossolúvel, encontrada em gorduras animais, fígado, leite e, em menor quantidade, nos vegetais folhosos verdes. Ela tem um papel bem definido na função normal dos olhos, gônadas e pele, além de controlar a expressão de várias proteínas. A pesquisa sobre os retinoides (análogos da vitamina A usados terapeuticamente) ampliou a nossa compreensão sobre a fisiologia da vitamina A (Cap. 126). Na pele, o papel mais importante da vitamina A é a normalização das funções epidérmicas.8 A deficiência da vitamina A por ingestão insuficiente é mais comum nas crianças de países em desenvolvimento, enquanto nos países desenvolvidos geralmente resulta de complicação da má-absorção de gordura animal, anorexia nervosa, ou dieta para emagrecimento. As alterações cutâneas incluem hiperqueratose folicular, ou frinoderma, caracterizada por pápulas foliculares com um ponto queratótico central. Essas lesões acometem principalmente as faces extensoras das extremidades, dando à pele um aspecto de aspereza. Pode-se observar também xerose generalizada, assim como cabelos finos e frágeis. As anormalidades oculares associadas à deficiência leve de vitamina A são cegueira noturna e dificuldade de visão sob luz forte. A deficiência grave da vitamina A resulta em xeroftalmia, manchas de Bitot (máculas branco-acinzentadas na conjuntiva) e queratomalácia, que pode levar à amaurose, sendo mais comum em crianças.23 A deficiência de vitamina A também pode resultar em retardos do crescimento e mental, assim como em apatia. Além disso, está associada a morbidade e mortalidade maiores por infecções, particularmente por sarampo. Como a deficiência de vitamina A geralmente está associada a outras deficiências nutricionais, estas também podem ter um papel nos óbitos relacionados a infecções. No exame histológico, há hiperqueratose lamelar adjacente aos folículos pilosos, além de tampões queratinosos (nos folículos) e atrofia das glândulas sebáceas. A metaplasia queratinizante atinge a superfície epitelial por todo o corpo.8 O histórico dietético e os testes oftalmológicos de adaptação ao escuro auxiliam no estabelecimento do diagnóstico. A detecção de baixo nível plasmático de retinol confirma o diagnóstico (Tabela 51.2). O diagnóstico diferencial inclui outras deficiências nutricionais (p. ex., biotina, vitamina C) além de acne vulgar, queratose pilar e pitiríase rubra pilar.7 A querato- VALORES LABORATORIAIS NORMAIS DE VITAMINAS E MINERAIS 664 Substância Material Intervalo de referência (unidades convencionais) Intervalo de referência (unidades internacionais) Vitamina A (retinol) Soro 30–80 μg/dL 1,05–2,8 μmol/L Vitamina B1 (tiamina) Soro, plasma (heparina ou EDTA), sangue total 0,2–2 μg/dL 1,8–4,8 μg/dL 7,5–75 nmol/L 70–180 nmol/L Vitamina B2 (riboflavina) Soro, plasma (heparina) 4–24 μg/dL 106–638 nmol/L Vitamina B6* Plasma (EDTA) 5–30 ng/mL 20–121 nmol/L Vitamina B12 Soro 200–835 pg/mL 148–616 pmol/L Vitamina C Plasma (oxalato, heparina ou EDTA) 0,5–1,5 mg/dL 28–85 mmol/L Vitamina D3, 1,25–di–hidroxi Soro 25–45 pg/mL 60–108 pmol/L Vitamina D3, 1,25–di–hidroxi† Plasma (heparina) Verão: 15–80 ng/mL Inverno: 14–42 ng/mL 37,4–200 nmol/L 34,9–105 nmol/L Vitamina K Plasma (heparina) 80–1.160 pg/mL Folato Eritrócitos (EDTA) 140–628 ng/mL células agrupadas 317–1.422 nmol/L células agrupadas Cobre Soro M: 70–140 μg/dL F: 80–155 μg/dL 10,99–21,98 μmol/L 12,56–24,34 μmol/L Zinco Soro 70–150 μg/dL 10,7–22,9 μmol/L *Piridoxal fosfato. † Preferido quando medidas as reservas de vitamina D corporal pela maior meia–vida. Tabela 51.2 Valores laboratoriais normais para vitaminas e minerais. Baseados nos indicadores de homeostase do cálcio (p. ex., níveis do hormônio paratireoideo), alguns autores sugerem que o menor limite de referência da 1,25hidroxivitamina D3 seja alterado para 32 ng/mL (80 nmol/L). Modificado de Elin RJ. Reference intervals and laboratory values. In: Goldman L, Ausiello D, et al. Cecil Textbook of Medicine. 22nd ed. Philadelphia: Saunders, 2004. Fig. 51.6 Deficiência de vitamina A. Amaurose por deficiência de vitamina A e cicatriz córnea. Cortesia de Peter Ehrnstrom MD. sa (palmas e plantas); como resultado, observa-se coloração amarelo-alaranjada a dourada mais intensa que no restante da pele. Os carotenoides séricos totais (variação normal: 0,4–1,5 mg/L) diferenciam a carotenemia de outros quadros, como icterícia, na qual as membranas mucosas adquirem pigmentação amarelada (mais aparente na esclera) e a tonalidade da pele é bronzeada, amarelada ou esverdeada.7 A carotenemia de origem dietética é inofensiva, desaparecendo de forma gradual, quando os hábitos dietéticos são alterados. Vitamina D A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel presente na manteiga, ovos, fígado, óleo de fígado de bacalhau. Ela regula o metabolismo do cálcio e do fósforo, influenciando os níveis de fosfatase alcalina sérica. É sintetizada na pele (Fig. 51.7) e tem um papel na fisiologia dos queratinócitos. Além disso, a vitamina D inibe a maturação e diferenciação das células dendríticas, assim como a proliferação das células T. Sua deficiência resulta em raquitismo em crianças e osteomalácia em adultos. A principal causa de deficiência de vitamina D é a sua ingestão inadequada na dieta. Nos idosos, a síntese de vitamina D endógena pode estar diminuída, enquanto nos indivíduos imobilizados, a completa ausência de exposição solar também pode contribuir para a sua deficiência. O uso contínuo e compulsivo de filtro solar pode causar a redução dos níveis séricos de vitamina D, porém não foi identificado como causa de deficiência, uma vez que a quantidade de radiação UVB necessária para a manutenção dos níveis de vitamina D é mínima. Além disso, a suplementação dietética é facilmente conseguida nos países onde os filtros solares são comumente utilizados.25 Por fim, as desordens de queratinização generalizadas podem predispor crianças ao raquitismo por deficiência de vitamina D. As explicações possíveis são: defeito na síntese de vitamina D pela pele acometida, afastamento do sol e perda excessiva de cálcio pela pele.26 Recomenda-se geralmente a suplementação com 200–400 UI/dia de vitamina D. O excesso de vitamina D (ingestão prolongada e contínua) causa anorexia, cefaleia, vômitos, diarreia, hipercalcemia e hipercalciúria. A compreensão dos efeitos da vitamina D na pele levou ao tratamento de dermatoses com análogos dessa vitamina27 (Cap. 129). 51 Doenças Nutricionais se pilar é uma dermatose comum, caracterizada por tampões queratinosos foliculares, principalmente nas bochechas, face externa dos braços e coxa (Cap.13). Ela não tem relação com a deficiência de vitamina A. O tratamento consiste na reposição de vitamina A. A dosagem varia (p. ex., 10.000 a 50.000 UI/dia por 3 meses ou 100.000 [lactentes] a 200.000 [crianças e adultos] UI no primeiro, segundo e 14o dias), dependendo da gravidade do acometimento oftalmológico. As desordens visuais se resolvem em alguns dias, mas não nos casos com cicatrizes corneanas (Fig. 51.6), pois estas são permanentes. As alterações cutâneas se resolvem em algumas semanas a meses. Nos países em desenvolvimento, onde a deficiência de vitamina A é prevalente, a suplementação profilática deve ser considerada para todos os lactentes e crianças pequenas (100.000 a 200.000 UI a cada 4–6 meses dos 6 meses aos 5 anos) e para as mulheres no pós-parto (200.000 UI em seis semanas após o parto). O excesso de vitamina A (hipervitaminose A) pode ser observado em crianças e adultos com hiperdosagem persistente de preparações com vitamina A. A pele torna-se seca, áspera, pruriginosa e descamativa e os lábios podem mostrar ressecamento (achados familiares aos dermatologistas que prescrevem retinoides sistêmicos). São evidentes os edemas dolorosos dos membros, por alterações ósseas, em crianças pequenas, podendo ser observada a elevação das enzimas hepáticas em crianças e adultos. Os pacientes com hipervitaminose A, que apresentam letargia, anorexia, perda de peso e alopecia difusa, podem ter o diagnóstico confundido com tumores cerebrais, doença psiquiátrica ou efeitos colaterais de medicamentos. O diagnóstico correto é baseado no histórico “dietético” e nos níveis elevados de vitamina A no soro (Tabela 51.2) e ésteres retinil (> 200 µg/L). Podem ser observadas alterações ósseas radiográficas (p. ex., hiperostose esquelética, calcificação de ligamentos e do tendão extraespinhal) em crianças pequenas e alguns adultos. É obrigatória7 a suspensão imediata da suplementação de vitamina A.7,9 O betacaroteno é uma pró-vitamina natural da vitamina A. Nos países em desenvolvimento, carotenoides de vegetais e frutas são as principais fontes de vitamina A, por exemplo 6 µg de caroteno equivalem a 1 µg de retinol. Uma elevada ingestão de alimentos ricos em carotenoides, como cenouras, pode levar à carotenemia com pigmentação laranja-amarelada da pele (carotenodermia). Outras frutas ou vegetais, como tomates e mamão, podem produzir quadro semelhante, denominado licopenemia (por excesso de licopeno). O termo carotenemia também é usado para designar a incapacidade de conversão do betacaroteno ingerido em vitamina A (que ocorre em pacientes com diabetes melito ou hipotireoidismo). Isso também já foi relatado em pacientes com anorexia nervosa.24 Observa-se carotenodermia, clinicamente aparente, quando os níveis de caroteno estão três a quatro vezes mais elevados que o normal. As crianças desenvolvem carotenodermia mais rapidamente que os adultos, em geral por consumo de “alimentos para bebês” ricos em vegetais alaranjados. O caroteno deposita-se nas áreas ricas em glândulas sebáceas (sulcos nasolabiais, fronte) e nas áreas em que a camada córnea é mais espes- Vitamina E A vitamina E (tocoferol) está presente em óleos vegetais, sementes e nozes. Seus efeitos nos seres humanos ainda é assunto de debate. É amplamente usada como antioxidante e ressalta-se que possui um papel na cicatrização. Vitamina K A vitamina K é uma vitamina lipossolúvel necessária à síntese dos fatores de coagulação II, VII, IX e X, bem como das proteínas C e S. Está presente nos vegetais folhosos verdes e carnes. A dieta provê cerca de 50% da vitamina K necessária, enquanto o restante é sintetizado pela flora gastrointestinal. A deficiência de vitamina K produz alterações na cascata de coagulação. No recém-nascido, a doença hemorrágica é encontrada com frequência como resultado de reservas hepáticas baixas e ingestão inadequada de vitamina K, bem como de intestino grosso não colonizado (i.e., pela flora bacteriana), com produção reduzida de vitamina K. Pode-se observar produção ou absorção reduzida de vitamina K nos pacientes em uso de antibioticoterapia de largo espectro (flora intestinal reduzida) e de colestiramina, colestipol, óleo mineral ou orlistate (absorção reduzida). É importante notar que vitaminas lipossolúveis são rotineiramente adicionadas ao olestra, o substituto de gordura no alimento, como forma de precaução. A varfarina, algumas cefalosporinas (com cadeias N-metiltiotetrazol ou metiltiadiazol) e altas doses de salicilatos inibem a vitamina K epóxido redutase podendo levar à deficiência de vitamina K. Níveis baixos de vitamina K também são observados na presença de síndromes de má-absorção, fibrose cística, doenças hepáticas e atresia biliar. A deficiência de vitamina K se apresenta como púrpura, equimose e/ ou hemorragia intensa secundária à hipoprotrombinemia. Podem ocorrer sangramentos em qualquer local do corpo. O diagnóstico de deficiência de vitamina K é geralmente feito com base em critérios clínicos e confirmado pela detecção de um tempo de protrombina prolongado. Os níveis plasmáticos de vitamina K podem ser mensurados, se isso for indicado (Tabela 51.2). Níveis de vitamina K plasmáticos excessivos podem ser observados em prematuros decorrentes da administração de altas doses de vitamina K para prevenção de doença hemorrágica. Embora as altas doses de um análogo da vitamina K sintético hidrossolúvel (K3; menadiona), usado no 665 8 Fig. 51.7 Produção cutânea de vitamina D e seu metabolismo. PRODUÇÃO CUTÂNEA DE VITAMINA D E SEU METABOLISMO DOENÇAS METABÓLICAS E SISTÊMICAS UVB Pele Pró-vitamina D3 (7-de-hidrocolesterol) Calor Pré-vitamina D3 Vitamina D3 Circulação D2, D3 (Dieta) Fígado Vitamina D3 Vitamina D-25-hidroxilase 25-hidroxivitamina D3 [25(OH)D3] Circulação 25(OH)D1α-hidroxilase Rins 25(OH)D3 1,25(OH)2D3 ↑ da atividade da enzima pelo PTH, baixo PO4= Circulação ↑ absorção de Ca++, PO4= Mobiliza os estoques de Ca++ Manutenção sérica [Ca++] e [PO4=] passado, estejam associadas à hemólise (principalmente em recém-nascidos com deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase), essa complicação não é observada com a vitamina K na forma lipossolúvel atualmente usada (K1, fitonadiona). O tratamento da deficiência da vitamina K consiste na administração de vitamina K subcutânea, intramuscular (recém-nascidos), intravenosa (emergências; risco de anafilaxia) ou oral (pacientes assintomáticos; absorção variável) nas doses de 5–10 mg em adultos, 2 mg em crianças e 0,5–1 mg em recém-nascidos (que geralmente recebem uma injeção intramuscular ao nascimento). Nos casos agudos (especialmente em pacientes com hepatopatias), pode ser necessário plasma fresco congelado.8 Os pacientes podem desenvolver placas eritematosas, geralmente anulares, nos locais das injeções subcutâneas (Cap. 22). Vitaminas Hidrossolúveis Vitamina C 666 A vitamina C, ou ácido ascórbico, é uma vitamina hidrossolúvel encontrada em vegetais e frutas frescas. Ela tem papel importante na formação do colágeno e da matriz extracelular, síntese de epinefrina e carnitina, função leucocitária, absorção de ferro, metabolismo do ácido fólico e outros processos enzimáticos.28 A deficiência da vitamina C leva ao escorbuto, uma síndrome caracterizada por alterações nos ossos, membranas mucosas e pele. O escorbuto ocorre com mais frequência em crianças de 6 a 24 meses e em adultos em dietas de emagrecimento, incapacidade mental, alcoolismo ou desnutrição geral. Ele aparece 1 a 3 meses após o início da ingestão insuficiente de vitamina C. Os achados cutâneos são característicos e incluem a hiperqueratose folicular, localizada principalmente nos antebraços, abdome e pernas, assim como os pelos torcidos com hemorragia perifolicular (Fig. 51.8A). As hemorragias associadas à deficiência de vitamina C variam de petéquias a equimoses, podendo ser subungueais, submucosas (Fig. 51.8B) ou subcutâneas. A hemorragia subperiosteal provoca alterações radiográficas e desenvolvimento de pseudoparalisia clínica, especialmente em crianças. A hipertrofia, com erosões, e os sangramentos gengivais também são encontrados. Quando os dentes estão presentes, tornam-se amolecidos com predisposição a infecções gengivais. Outros achados clínicos são: fraqueza, cansaço, fadiga, perda de peso, depressão, artralgias, diarreia e anemia. A deficiência prolongada de vitamina C associa-se a edema generalizado, hipotensão, problemas neurológicos (p. ex., convulsões e neuropatia femoral em decorrência de hemorragias cerebral e da bainha femoral, respectivamente) e infecção, eventualmente levando ao óbito. 51 Doenças Nutricionais A B Fig. 51.8 Escorbuto. A Pelos torcidos e hemorragia perifolicular nas extremidades inferiores. B Hemorragia sob a mucosa bucal. O diagnóstico baseia-se em achados clínicos, determinação dos níveis plasmáticos de ácido ascórbico (Tabela 51.2) e ausência de vitamina C na urina. Geralmente o teste de fragilidade capilar de Rumpel-Leede (no qual o manguito do aparelho de pressão é inflado até um ponto entre a pressão sistólica e a diastólica por 5 minutos, sendo positivo o teste em que se encontram > 3,1 petéquias/cm2) é positivo. A biópsia cutânea pode auxiliar na exclusão de vasculite cutânea de pequenos vasos.4,6-9 A administração oral de vitamina C (800 mg/dia para adultos; 150 mg/dia para crianças) oferece uma resposta excelente. Como medida preventiva, deve ser garantida a ingestão diária de vitamina C a partir de frutas frescas ou suplementos. A necessidade diária é de 60–100 mg. A ingestão excessiva pode resultar em excesso de vitamina C. As manifestações clínicas geralmente se limitam ao trato gastrointestinal, com diarreia leve, pelos efeitos osmóticos das porções não absorvidas de vitamina C. O escorbuto foi relatado nos casos de suspensão abrupta da ingestão de vitamina C.7 Vitaminas do complexo B O complexo B1 engloba oito vitaminas essenciais para o funcionamento normal do organismo. Sua deficiência ocorre inicialmente em combinação com outras deficiências, em geral decorrente de desnutrição proteicoenergética associada à falta de nutrientes, como ácidos graxos essenciais e/ou zinco. A deficiência das vitaminas do complexo B pode se apresentar com diferentes manifestações clínicas, dependendo da vitamina deficiente predominante. Vitamina B1 (tiamina) é encontrada em levedura, cereais, fígado, carne, ovos e vegetais. A necessidade diária é de 0,5–1,5 mg. Ela tem um papel bem definido no metabolismo dos carboidratos e em outras vias metabólicas produtoras de energia. A deficiência de vitamina B1 é conhecida como beribéri. Ela é encontrada em associação com ingestão inadequada (dietas à base de arroz polido), alcoolismo crônico, gestação (particularmente hiperêmese gravídica), lactação, diabetes melito e doenças gastrointestinais. As alterações mucocutâneas incluem edema e glossite com glossidinia. Os sintomas neurológicos predominantes são neuropatia periférica, perda de memória, confabulação (síndrome de Korsakoff) e encefalopatia de Wernicke (oftalmoplegia, ataxia, confusão). Outros achados clínicos incluem anorexia, fraqueza, constipação e insuficiência cardíaca congestiva. O diagnóstico é baseado no histórico clínico e nos níveis baixos de tiamina nos eritrócitos e no sangue total, obtidos por cromatografia líquida de alta performance (CLAP). O tratamento consiste na reposição de tiamina: 2–3 mg, por via oral, três vezes ao dia, nos casos leves, e 20 mg intravenosos, duas vezes ao dia, nos casos graves. Recomenda-se o suporte nutricional associado.6,7 Vitamina B2 (riboflavina/lactoflavina) está presente no leite e em nutrientes que contenham vitamina B1 (vide anteriormente). A necessidade básica diária é de 1–2 mg. A riboflavina está relacionada a reações de oxidação intracelulares. Sua deficiência conduz a conhecida síndrome oro-óculo-genital. As causas da deficiência de riboflavina podem ser as desordens gastrointestinais crônicas (p. ex., acloridria, má-absorção), podendo estar associada a alcoolismo, hipotireoidismo, fototerapia neonatal, uso de clorpromazina e outras deficiências (p. ex., niacina, zinco). As manifestações cutâneas incluem pápulas descamativas indolores, úlceras, fissuras indolentes e alterações periorificiais semelhantes à dermatite seborreica, isto é, ao redor da boca, nariz, olhos, orelhas e área genital. Os achados mucosos incluem glossite com perda de papilas e conjuntivite com fotofobia. São outros achados anemia, retardo mental e alterações eletroencefalográficas. Os sinais clínicos sugerem o diagnóstico, mas o diagnóstico diferencial inclui outras deficiências nutricionais (Fig. 51.10). A elevação do coeficiente de ativação da glutationa redutase eritrocitária (pelo dinucleotídeo flavina-adenina) confirma o diagnóstico. O tratamento dos casos leves é feito com 3–10 mg/dia de riboflavina oral. Nos casos refratários, são necessários 2 mg três vezes ao dia (parenteral).8,9 Vitamina B3 (niacina/ácido nicotínico) é encontrada no fígado, na carne magra de porco, salmão, aves e carne vermelha. A necessidade diária é de 8–20 mg. A niacina está relacionada a reações vitais de oxidação-redução. Na epiderme, ela está envolvida na biossíntese de lipídeos, como as ceramidas cujo papel é importante na função de barreira (Cap.124).29 Pelagra é a forma clássica da deficiência de vitamina B3. Ingestão inadequada de niacina e triptofano (dieta rica em cereais), alcoolismo, alterações gastrointestinais, drogas (p. ex., isoniazida), síndrome carcinoide e desordens psiquiátricas estão associados à deficiência de niacina. O aminoácido essencial triptofano é convertido em niacina no fígado, e na síndrome carcinoide, o triptofano é redirecionado para a síntese de serotonina.30 A tríade clássica é dermatite, diarreia e demência. A dermatite se inicia como eritema simétrico nas áreas fotoexpostas, que posteriormente adquire aspecto violáceo ou hipercrômico com descamação e crostas (Fig. 51.9A). Um aspecto semelhante ao verniz é característico (Fig. 51.9B). Fissuras dolorosas podem ser observadas nas palmas e plantas. A erupção fotossensível forma uma faixa larga ao redor do pescoço, conhecida como “colar de Casal”. A pelagra também pode se apresentar com inflamação e erosões perianais. Os achados nas membranas mucosas incluem edema, queilite e glossite eritematosa atrófica. As mucosas vaginal e oral são suscetíveis a ulcerações e infecções secundárias. Além da diarreia, podem estar presentes dor abdominal e acloridria. A demência se desenvolve na presença de deficiência prolongada de niacina; os pacientes tornam-se deprimidos, apáticos, irritadiços, ansiosos e, nos casos graves, mostram franca desorientação. O diagnóstico da deficiência de vitamina B3 deve ser considerado na presença de glossite, sintomas gastrointestinais e dermatite de áreas fotoexpostas. Pacientes com doença de Hartnup apresentam achados cutâneos similares (Cap. 62). A resposta clínica à niacina é um importante parâmetro diagnóstico. A administração de 50–300 mg/dia de niacina oral resulta em regressão rápida da pelagra. Nos casos graves ou em que há absorção deficiente, 100 mg/dia, por via intravenosa, podem ser necessários.7-10 Principalmente em situações de pesquisas clínicas, podem ser obtidas amostras de sangue para se determinar a quantidade de niacina (NAD/NADP × 100), em que os controles têm quantidades > 130.30 Vitamina B6 (piridoxina) é de ampla distribuição na natureza. Ela se apresenta em três formas (piridoxina, piridoxamina e piridoxal), que desempenham um papel no metabolismo de vários aminoácidos e ácidos graxos essenciais.31 A necessidade diária é de 0,5–2,0 mg. A deficiência da vitamina B6 ocorre geralmente em associação com outras deficiências. Drogas, como 667 Fig. 51.9 Pelagra. A Hiperpigmentação com descamação no dorso das mãos e antebraços. B Descamação hiperpigmentada da extremidade distal inferior. Observar o aspecto brilhante semelhante ao verniz no maléolo lateral. 8 DOENÇAS METABÓLICAS E SISTÊMICAS 668 A B isoniazida, penicilamina, hidralazina, anticoncepcionais orais, fenelzina e ciclosserina, assim como condições, como uremia e cirrose, podem estar associadas à deficiência de vitamina B6. São achados clínicos da deficiência de vitamina B6 a erupção descamativa periorificial (dermatite semelhante à seborreica), conjuntivite, estomatite e glossite. Anorexia, náusea e vômito ocorrem com frequência, além de alterações hematológicas, como anemia sideroblástica, linfopenia e eosinofilia. Também são observadas desordens neurológicas (p. ex., neuropatia periférica, fraqueza, confusão e convulsões).10 A suspeita diagnóstica de deficiência de vitamina B6 é confirmada pelos baixos níveis plasmáticos de fosfato de piridoxal (Tabela 51.2). O tratamento consiste na reposição de 20–100 mg/dia, por via oral, ou 100 mg/dia, por via intravenosa, nos pacientes com convulsões. Vitamina B12 (cianocobalamina/hidroxocobalamina) está presente em produtos de origem animal. A necessidade diária é de 1–5 µg. Ela está envolvida na síntese do DNA. A deficiência de cianocobalamina pode ser o resultado de ingestão inadequada, como ocorre com os vegetarianos rígidos, apesar da maior parte dos casos estar relacionada à má-absorção secundária a uma das seguintes condições: diminuição do fator intrínseco gástrico (anemia perniciosa), gastrectomia, ressecção cirúrgica do íleo terminal, hiperproliferação da flora intestinal. As reservas corporais de vitamina B12 são grandes, de modo que, períodos de 3 a 6 anos, são necessários para o desenvolvimento de quadros de deficiência. Os achados cutâneos são raros, mas é encontrada hiperpigmentação generalizada, com acentuação das áreas flexurais, palmas, plantas, unhas e cavidade oral. A língua é vermelha, lisa e dolorosa. Poliose, vitiligo e alopecia areata ocorrem com mais frequência nos pacientes com anemia perniciosa.32 Outra manifestação clínica da deficiência de vitamina B12 é a anemia megaloblástica relacionada ao metabolismo alterado de ácido fólico. O diagnóstico de deficiência de vitamina B12 pode ser suspeitado pela presença de anemia megaloblástica no esfregaço de sangue periférico e confirmado pelo nível plasmático baixo de vitamina B12 (Tabela 51.2). Quando se presume que a etiologia de base seja a anemia perniciosa, deve ser realizado o teste de Schilling. O tratamento de escolha é a administração intramuscular de 1 mg de vitamina B12 uma vez por mês. Pode-se proceder à terapia oral nos casos em que a ingestão inadequada é a causa. A deficiência de vitamina B12 não tratada pode levar à doença neurológica degenerativa (p. ex., parestesias, ataxia).7,8 Ácido fólico (vitamina B9) está presente no fígado, carne, leite e folhas verdes. A necessidade diária é de cerca de 0,4 mg. Assim como a vitamina B12, o ácido fólico está envolvido na síntese do DNA. Sua forma ativa é o ácido folínico e a conversão requer vitamina C. As alterações mucocutâneas, quando presentes, sobrepõem-se às da deficiência de vitamina B12 – queilite, glossite, erosões de mucosa e hiperpigmentação castanho-acinzentada das áreas fotoexpostas.32 O achado característico na deficiência de ácido fólico é a anemia megaloblástica, que pode resultar em fraqueza e sintomas cardíacos; também podem ocorrer sintomas neuropsiquiátricos por deficiência na síntese de mielina. O diagnóstico de deficiência de ácido fólico pode ser feito pelos níveis séricos e eritrocitários de folato (Tabela 51.2). O tratamento requer reposição de folato, mas a possibilidade de coexistência de deficiência de vitamina B12 deve ser excluída. O folato pode reverter a anemia megaloblástica decorrente da deficiência de vitamina B12, mas não a sua degeneração neurológica.7-9 Ácido pantotênico (vitamina B5) é sintetizado pela flora bacteriana intestinal. Ele é um componente da coenzima A, cujo papel é essencial no metabolismo. Sua deficiência está associada à desnutrição proteico-energética. Não há alterações mucocutâneas na deficiência do ácido pantotênico. Sinais e sintomas de fadiga, cefaleia e vômitos podem ser observados.7,10 Biotina (vitamina H) é uma vitamina hidrossolúvel encontrada em vários alimentos. O fígado é sua melhor fonte, porém outras carnes, gema de ovos, leveduras e tomates também são boas fontes. Acredita-se que é sintetizada no intestino pela flora bacteriana. A necessidade estimada diária é de 30 µg para adultos. Ela é um cofator essencial de várias carboxilases, desse modo sua deficiência resulta na deficiência múltipla de carboxilases. A deficiência de biotina pode ser genética ou adquirida. As causas da forma adquirida estão listadas na Figura 51.10. A deficiência clínica de biotina caracteriza-se por conjuntivite, alopecia, eczemas, hiper e/ou parestesias, depressão e mialgia. A deficiência hereditária múltipla de carboxilase responsiva à biotina tem duas principais etiologias: deficiência de holocarboxilase sintetase e deficiência de biotinidase (Cap. 62). Embora tradicionalmente sejam referidas como formas neonatal (início precoce) e juvenil (início tardio), respectivamente, há sobreposição das idades à apresentação clínica. Além disso, a síndrome da deficiência múltipla de carboxilase deve-se a defeito hereditário no transporte da biotina (com aparecimento no início da infância), sendo descrita recentemente. Ambas são desordens autossômicas recessivas. A deficiência de holocarboxilase sintetase caracteristicamente determina acidose metabólica e acidúria orgânica nas primeiras semanas de vida. Pode ocorrer eritrodermia com alopecia. Se não for feito o diagnóstico e a terapia com biotina instituída prontamente, é uma doença fatal. As manifestações clínicas da deficiência de biotinidase, que recicla a biotina endógena, geralmente aparecem após os 3 meses de idade. Os achados incluem alopecia difusa ou total e erupção cutânea semelhante à da acrodermatite enteropática (Fig. 51.10). Os sintomas neurológicos incluem mioclonias, hipotonia, ataxia, surdez e retardo de desenvolvimento. Essa forma pode ser fatal quando não tratada. A presença de excreção aumentada de ácido orgânico (p. ex., ácido 3-hidroxi-isovalérico) na urina é característica da deficiência de biotina. À suspeita da forma hereditária, deve ser realizada análise genética, assim como a determinação da atividade da biotinidase sérica ou da holocarboxilase nos linfócitos do sangue periférico ou fibroblastos dérmicos. Nas formas adquiridas, a resolução do quadro ocorre após 3 semanas de tratamento com doses baixas diárias de até 60 µg de biotina,33 embora doses 51 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS “DERMATITES NUTRICIONAIS” Doenças Nutricionais Avaliação do lactente/criança* com erosões e eritema acral e periorificial Deficiência de zinco Deficiência de ácido graxo essencial Deficiência de biotina Acidúrias orgânicas** Fibrose cística Acrodermatite enteropática (forma genética): • Início em dias a semanas após o nascimento, se alimentada por mamadeira, ou após desmame de aleitamento materno. Formas adquiridas: • Baixo nível de zinco no leite materno • Nutrição parenteral sem suplementação de zinco • Desordens gastrointestinais/ cirurgias ou dietas ricas em fibras (alto teor de fitato) levando z a baixa absorção • Infecção por HIV • Nutrição parenteral sem suplementação lipídica • Desordens gastrointestinais/ cirurgias, causando má-absorção grave de gorduras • Síndrome nefrótica Deficiência de biotinidase: início aos 3 meses a 2 anos (forma juvenil). Deficiência de holocarboxilase sintetase: início em dias a meses após nascimento (forma neonatal). Formas adquiridas: • Nutrição parenteral sem suplementação de biotina • Desordens gastrointestinais/ cirurgias, causando má-absorção grave • Ingestão excessiva de claras de ovos crus, terapia anticonvulsivante crônica (p. ex., fenitoína, carbamazepina, ácido valproico) Acidemia propiônica: (deficiência de propionil-CoA carboxilase). Acidemia metilmalônica: (deficiência de metilmalonil-CoA mutase ou ausência de atividade da vitamina B12) Doença da urina em xarope de bordo: (deficiência de α-cetoácido desidrogenase de cadeia ramificada) Citrulinemia: (deficiência de ácido argininossuccínico sintetase) Início tipicamente aos 3–5 meses (precede os sintomas respiratórios) Sinais: • Estomatite, glossite • Alopecia • Infecções secundárias (p. ex., candidíase) • Fotofobia • Diarreia • Irritabilidade • Dificuldade em se desenvolver Sinais: • Pele com xerose difusa • Alopecia e pigmentação clara dos cabelos; • Dificuldade em se desenvolver • Trombocitopenia Sinais: • Alopecia • Blefarite, conjuntivite • Infecções secundárias (p. ex., candidíase) • Vômitos • Acidose metabólica • Hipotonia, letargia, convulsões, retardo de desenvolvimento • Atrofia óptica, perda auditiva, ataxia (com deficiência de biotinidase) Sinais: • Alopecia • Infecções secundárias (p. ex., candidíase) • Vômitos • Acidose metabólica • Hipotonia, letargia, retardo de desenvolvimento • Dificuldade em se desenvolver • Pancitopenia Sinais: • Erupção que geralmente acomete o tronco • +/– Alopecia • Sem acometimento da membrana mucosa • Diarreia • Edema • Irritabilidade • Dificuldade em se desenvolver Laboratório: • Níveis de zinco plasmático • Níveis de fosfatase alcalina sérica • +/– Nível de zinco do leite materno • Análise genética Laboratório: • Níveis plasmáticos de ácido eicosatrienoico, linoleico e araquidônico (proporção eicosatrienoico: araquidônico > 0,4) Laboratório: • Níveis de amônia e lactato plasmáticos • Análise de ácidos orgânicos urinários • Atividade da biotinidase no soro • Atividade da holocarboxilase sintetase nos fibroblastos da pele ou linfócitos do sangue periférico; • Análise genética Laboratório: • Níveis plasmáticos de amônia e glicina • Análise de ácidos orgânicos na urina • Nível de isoleucina plasmática (se dieta for pobre em aminoácidos de cadeia curta) Laboratório: • Nível de albumina sérica • Nível de zinco plasmático • Teste do suor • Análise genética * Em pacientes idosos, o diagnóstico diferencial inclui eritema necrolítico migratório (como se observa na síndrome do glucagonoma); eritema periorificial (oral e perineal) e erosões podem ser encontradas nas deficiências de niacina (pelagra) e riboflavina, com a característica erupção nas áreas fotoexpostas da anterior; dermatite seborreica infantil grave tipicamente acomete outros locais intertriginosos, como pescoço, área de fraldas, couro cabeludo e face ** Erupções cutâneas podem estar associadas à adesão à terapêutica com dieta pobre em aminoácidos de cadeia curta (p. ex., deficiência de isoleucina) Fig. 51.10 Diagnóstico diferencial das “dermatites nutricionais” (além da desnutrição proteico-energética exógena). Cortesia de Julie V. Schaffer MD. Microfotografia por cortesia de Earl Glusac, MD. mais altas (p. ex., 5–10 mg/dia) levem à melhora mais rápida. As manifestações cutâneas das formas hereditárias respondem a doses orais diárias de biotina de 10–40 mg.4,8-10 Há relatos de que a suplementação de biotina (2,5 mg/dia oral) melhora os quadros de unhas finas e quebradiças, porém são necessários grandes estudos controlados. 669 8 Deficiências de Minerais DOENÇAS METABÓLICAS E SISTÊMICAS Os minerais são elementos inorgânicos que constituem cerca de 3% do peso corporal ao nascimento e 4% do peso dos adultos. Eles se localizam principalmente nos ossos e músculos. Alguns minerais são oligoelementos indispensáveis à nutrição humana. Esses oligoelementos são encontrados nos fluidos biológicos e tecidos em níveis de 1×10-6 a menos de 1×10−12 g/g de peso tecidual.34 Alumínio, antimônio, arsênio, bário, boro, bromo, cádmio, cromo, cobalto, cobre, gálio, chumbo, lítio, manganês, molibdênio, níquel, rubídio, selênio, titânio, vanádio e zinco são oligoelementos muito importantes. Ingestão insuficiente pode resultar em estado deficitário significativo, reversível apenas com a reposição desse mineral em particular. Apenas os oligoelementos com importância dermatológica serão discutidos neste capítulo. Zinco É um dos oligoelementos mais importantes para o homem, com papel crucial em mais de 200 metaloenzimas dependentes de zinco que regulam a síntese e a degradação de lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos. A ingestão de zinco depende diretamente do conteúdo proteico da dieta. Está presente em nozes, grãos, vegetais folhosos verdes e crustáceos. A necessidade diária varia de 3 a 25 mg, dependendo da idade. Há algumas evidências de suas ações na cicatrização, imunidade, nas funções reprodutoras e neuropsiquiátricas, assim como na diminuição do risco de doenças cardiovasculares.35 Por suas funções antioxidantes, ele parece proteger contra os danos induzidos pelos raios ultravioleta36 e diminuir o risco de câncer, mas ainda faltam os estudos baseados em evidências. A deficiência de zinco pode ser genética ou adquirida. A forma genética, referida como acrodermatite enteropática, é uma rara desordem autossômica recessiva, causada por defeito específico na absorção intestinal de zinco. As mutações no gene que codifica o transportador do zinco SCL39A4 resultam nessa desordem.37 As manifestações clínicas aparecem geralmente em 1 a 2 semanas após o desmame, ou 4 a 10 semanas de vida nos recém-nascidos alimentados com mamadeira. As crianças acometidas mostram apatia e irritabilidade com fotofobia. Dermatite, diarreia e alopecia caracterizam a apresentação clássica da acrodermatite enteropática. A intensidade da diarreia varia consideravelmente, podendo ser intermitente; além disso, ela pode aparecer antes ou depois das manifestações cutâneas. A dermatite tem predileção pelas áreas periorificiais e acrais (Fig. 51.11A, B), com placas e pápulas eritematosas que evoluem com descamação, crostas e erosões, até vesículas e bolhas. Quando crônica, são observadas placas psoriasiformes liquenificadas. Os casos graves podem apresentar alterações semelhantes a queimaduras térmicas ou evidência de necrose. São comuns as infecções sobrepostas a Candida sp e estafilococos. O cabelo geralmente é fino e esparso, e finalmente seu crescimento cessa, levando a períodos de alopecia total. Entre as alterações ungueais está a paroníquia pustulosa com subsequente distrofia ungueal. Outros achados mucocutâneos são blefarite, conjuntivite, queilite e estomatite. Nos casos em que o tratamento não é instituído, podem ocorrer dificuldade no desenvolvimento e até óbito. A deficiência adquirida de zinco pode decorrer da ingestão inadequada (inclusive leite materno com baixos níveis de zinco), dieta rica em fibras (associada a altos níveis de fitato ligante de minerais) que interfere na absorção do zinco, ou síndromes da má-absorção (inclusive fibrose cístiFig. 51.11 Deficiência de zinco. Formas genética (A, B) e adquirida (C, D). Ambas mostram eritema com erosão (A, C) assim como crostas e descamação. 670 A B C D Cobre O cobre é um oligoelemento necessário a vários processos enzimáticos. O corpo adulto médio contém cerca de 80 mg de cobre. No plasma, 90% do cobre está associado à ceruloplasmina, enquanto o resto está ligado a outras proteínas plasmáticas, principalmente albumina (a principal proteína transportadora). A deficiência adquirida de cobre é rara. Há relatos em lactentes que recebem leite de vaca pobre em zinco, na desnutrição proteico-energética e em consequência da ingestão excessiva de zinco. Seus sintomas são anemia, neutropenia e desenvolvimento anormal, mas os achados cutâneos são limitados a raros relatos de clareamento da pigmentação da pele e cabelos. A doença de Menkes, também conhecida como doença dos cabelos torcidos, representa uma forma genética da deficiência de cobre. É uma condição recessiva ligada ao X, cuja característica clínica é a absorção deficiente de cobre com baixos níveis deste elemento no sangue, fígado e cabelos. Os lactentes acometidos podem se apresentar sem alterações e ter desenvolvimento normal até 2 a 3 meses de idade, quando gradualmente passam a manifestar dificuldade em se desenvolver, letargia, hipotermia, hipotonia, convulsões, retardo mental e alterações ósseas (semelhantes às do escorbuto); a anemia também é comum. Bochechas proeminentes, arqueamento do lábio superior e supercílios horizontais38 compõem a fácies típica. A arteriografia mostra tortuosidade e alongamento das artérias, alterações decorrentes de elastina imatura (conforme detectado por estudos ultraestruturais).39 A diminuição das atividades de várias enzimas, inclusive citocromo C oxidase (no cérebro), lisil oxidase (no tecido conjuntivo e vasos sanguíneos) e ácido ascórbico oxidase (nos ossos) pode ser responsável por esses achados. O sinal dermatológico mais importante da doença de Menkes é a alteração estrutural dos cabelos. Ocorre torção de 180º nos pelos e cabelos (i.e., pili torti), estreitamentos da haste capilar (i.e., monilethrix) e nodosidades na cutícula da haste pilosa (i.e., tricorrexe nodosa).40 Os pelos mostram colorações mais claras, diminuição do volume (Fig. 51.12), fragilidade e torções. Os pacientes podem também apresentar hipocromia difusa por atividade diminuída da tirosinase, uma enzima dependente de cobre. Além disso, portadoras femininas obrigatórias podem apresentar placas hipopigmentadas ou pili torti ao longo das linhas de Blaschko, em decorrência da inativação do cromossomo X. Os achados clínicos, baixos níveis de cobre e ceruloplasmina, assim como os achados microscópicos na haste pilosa estabelecem o diagnóstico. Lactentes com doença de Menkes apresentam mau prognóstico, com expectativa de vida de 3 a 5 anos e degeneração progressiva até o óbito. O tratamento com histidina de cobre geralmente é ineficaz. A doença de Menkes, assim como a síndrome do corno occipital, são causadas por 51 Doenças Nutricionais ca). Também há associação com alcoolismo, infecção pelo HIV, insuficiência renal crônica, neoplasias, gestação, e drogas (p. ex., penicilamina). A deficiência adquirida de zinco pode estar associada à desnutrição proteicoenergética e, em alguns países do Oriente Médio, relaciona-se às dietas locais.8,9 As características clínicas da deficiência de zinco são similares às encontradas nos pacientes com a forma genética (Fig. 51.11C, D), especialmente se a causa de base precipitar um início agudo. Com mais frequência, na situação de deficiência crônica de zinco, a tríade clássica de dermatite, diarreia e alopecia é acompanhada de pele seca e áspera, erupção semelhante à dermatite seborreica, afetando inicialmente a face (perioral) e área anogenital, má cicatrização de feridas, maior suscetibilidade a infecções, anorexia, hipogeusia, ataxia, desordens mentais, anormalidades imunológicas e, na forma endêmica, hipogonadismo e atraso da puberdade.7 A deficiência de zinco deve ser considerada quando houver dermatite seborreica ou anogenital resistente a tratamento. A suspeita quanto ao diagnóstico é decorrente das características clínicas e ao achado histológico de necrose epidérmica (vide a seguir). Ele é confirmado pelos baixos níveis plasmáticos (Tabela 51.2) e capilares de zinco, e pelos baixos níveis séricos de fosfatase alcalina (para a qual o zinco é um oligoelemento essencial). A erupção, com predominância periorificial, pode ser semelhante às observadas em outras deficiências nutricionais primárias ou secundárias (Fig. 51.10). As manifestações cutâneas e sistêmicas respondem dramaticamente ao sulfato de zinco ou gluconato de zinco orais (1–2 mg/kg/dia na forma adquirida por dieta deficiente e 3 mg/kg/dia na acrodermatite enteropática). Os pacientes com acrodermatite enteropática requerem suplementação de zinco por toda a vida, com exames repetidos de controle do nível sérico.4,6,10 Os pacientes com síndromes de má-absorção também necessitam de suplementação de zinco. Fig. 51.12 Doença de Menkes. Criança com a pele caracteristicamente pálida e cabelos ralos e torcidos. mutações na ATP7A, que codifica uma ATPase transportadora de cobre. Essas mutações permitem o diagnóstico pré-natal. A toxicidade por cobre pode ser hereditária ou adquirida. A forma adquirida resulta de ingestão de quantidades excessivas de cobre (p. ex., leite fervido em panelas de cobre corroídas) e leva a sintomas gastrointestinais e, ocasionalmente (em indivíduos predispostos) à cirrose. A forma hereditária é a doença de Wilson, uma desordem autossômica recessiva, caracterizada por acúmulo de cobre nos órgãos internos (particularmente fígado, córnea e cérebro). Além disso, os indivíduos apresentam drenagem intra-hepática e excreção biliar de cobre diminuídos.41 Os pacientes acometidos têm mutações no gene que codifica a ATPase tipo P transportadora de cobre (ATP7B). Como a ingestão diária de cobre excede as necessidades do organismo, é essencial uma via eficaz de excreção. Isso é obtido pela ATP7B, mediadora da secreção do cobre para o plasma (acoplada à síntese de ceruloplasmina) e de sua excreção na bile. A presença de excesso de cobre nos tecidos (por disfunção de ATP7B) induz reações de radicais livres e peroxidação lipídica. O dano hepático resultante leva a esteatose, inflamação, cirrose e finalmente insuficiência hepática.42 O diagnóstico da doença de Wilson é estabelecido pela detecção de níveis baixos de ceruloplasmina sérica, aumentos da excreção de cobre urinário, de conteúdo hepático de cobre e/ou análise genética. Os achados clássicos da doença de Wilson são hepatopatia, anéis corneanos de KayserFleischer e sintomas neurológicos (disartria, dispraxia, ataxia e sinais extrapiramidais do tipo parkinsonianos). Agentes quelantes (p. ex., penicilamina) são usados no tratamento da doença de Wilson. Nos pacientes assintomáticos ou como terapia de manutenção, pode ser prescrito o zinco oral. Selênio O selênio é um componente essencial da enzima glutationa peroxidase, importante protetora contra danos oxidativos. Ele é encontrado no solo. A necessidade diária é desconhecida. Sua deficiência foi descrita em pacientes que recebem nutrição parenteral e nos habitantes de áreas cujo solo é pobre em selênio.4 As principais manifestações clínicas são cardiomiopatia, dor muscular e fraqueza. Foram descritas hipopigmentação da pele e cabelos, assim como leuconíquia, que respondem à suplementação de selênio.43 Também são observados níveis elevados de creatinoquinase e transaminases séricas. O diagnóstico da deficiência de selênio baseia-se na demonstração de níveis plasmáticos baixos de selênio e de atividade da glutationa peroxidase. Doses baixas de selênio (2 mg/kg/dia) são suficientes para o tratamento da deficiência desse mineral. O papel protetor do selênio foi presumido contra várias doenças humanas, entre as quais psoríase, desordens reumatológicas, câncer (p. ex., melanoma) e doença cardiovascular, porém ainda são necessárias evidências confirmatórias. Assim, até o momento, o conhecimento a respeito da quantidade diária da suplementação correta recomendada de selênio ainda é insuficiente.9 671 8 O xampu de sulfeto de selênio é usado no tratamento de dermatite seborreica e pitiríase versicolor; seu uso em extensas áreas de erosão ou em ulcerações pode levar à absorção excessiva, com perda de apetite e tremor. DOENÇAS METABÓLICAS E SISTÊMICAS Anorexia Nervosa/Bulimia A anorexia nervosa e a bulimia são desordens nutricionais que podem levar a deficiências nutricionais. As pessoas acometidas evidenciam desordens físicas e psiquiátricas. Podem ser acometidos indivíduos de ambos os sexos e de qualquer idade, porém mulheres adolescentes são as vítimas clássicas. As desordens cutâneas tendem a ser comuns em pacientes com anorexia nervosa ou bulimia, e as mulheres afetadas referem uma insatisfação significativamente maior em relação ao aspecto da pele muito maior que os controles da comunidade.44 As queixas mais frequentes são “bolsas” ou “escurecimento” da pálpebra inferior, xerose, “sardas”, rítides finas, placas hipercrômicas e pele áspera. Entretanto, nas mulheres com menos de 30 anos, apenas a xerose e a aspereza cutânea podem ser atribuídas a desordens nutricionais. Os sinais dermatológicos descritos de anorexia nervosa incluem pele seca, eflúvio telógeno, pelos semelhantes a lanugo, unhas quebradiças, carotenodermia, queilite e tilose nos dedos.45 O aumento das glândulas salivares e a erosão do esmalte dentário são sinais adicionais de bulimia. Nos casos graves, podem se desenvolver manifestações de desnutrição (vide anteriormente). Obesidade A obesidade é definida como índice de massa corporal acima de 30. Em termos simples, é o resultado de gordura corporal excessiva. Os níveis plasmáticos altos da proteína leptina correlacionam-se ao índice de massa corporal de roedores e humanos.46 Desordens genéticas, como as síndromes de Prader-Willi, Bardet-Biedl, Alström e Wilson-Turner47 foram associadas à obesidade infantil. As doenças endócrinas, como doença de Cushing, síndrome de Cushing e resistência à insulina, incluem a obesidade entre suas manifestações clínicas. A obesidade adquirida encontra-se em proporções epidêmicas nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, tanto em adultos quanto em crianças. Há referências de que a obesidade em crianças é maior quando a obesidade em adultos é comum. O impacto sistêmico da obesidade reflete-se pelo aumento na frequência de hipertensão, diabetes, doença cardiovascular aterosclerótica e morte prematura. As dermatoses em adultos e crianças obesos são geralmente inespecíficas. Entretanto, algumas dermatoses são observadas com mais frequência em indivíduos obesos (Tabela 51.3). Em um estudo mostrou-se que a hiperqueratose plantar, provavelmente relacionada à pressão por peso excessivo, é a anormalidade cutânea mais comum (35%) em indivíduos obesos.48 Doenças, como intertrigo, com crescimento secundário de bactérias e Candida sp. ocorrem em quadro de semioclusão permanente das pregas cutâneas, com aumento da umidade e da temperatura local. Observa-se hiperpigmentação friccional na superfície interna das coxas e sob as alças de sutiãs. A resistência à insulina é uma explicação sugerida para a acantose nigricante de pacientes obesos sem diabetes melito. Ela também pode estar relacionada a uma relativa deficiência de zinco referida em pacientes obesos (foi sugerido que o zinco seja capaz de estimular a ação da insulina em relação à absorção de glicose nos tecidos periféricos.49 A obesidade favorece o sedentarismo, hipertensão venosa e úlceras DERMATOSES OBSERVADAS EM INDIVÍDUOS OBESOS • • • • • • • • • • Hiperqueratose plantar Acantose nigricante (resistência à insulina) Acrocórdons Estrias atróficas Intertrigo (Candida sp e bactérias) Hiperpigmentação (friccional) Hiperidrose Dermatite de estase Úlceras nas pernas, principalmente venosas Lipodermatoesclerose, extremidades inferiores e panturrilhas Tabela 51.3 Dermatoses observadas nos indivíduos obesos. de pernas associadas. Não há evidência de que seborreia, hipertrofia de glândulas sebáceas e dermatite seborreica sejam mais prevalentes nos indivíduos obesos. PATOLOGIA As deficiências nutricionais geralmente ocorrem combinadas, e as alterações patológicas são variadas. Apesar de terem sido mais estudadas bioquimicamente que estruturalmente, existem várias pistas diagnósticas histológicas, como a necrose do terço superior da epiderme. Um padrão característico foi descrito na pelagra, acrodermatite enteropática, deficiência adquirida de zinco e síndromes de glucagonoma e pseudoglucagonoma. Nos estágios iniciais, observa-se degeneração vacuolar da metade superior da epiderme. Este estágio é seguido pelo desenvolvimento de acantose, com hiperqueratose e maior pigmentação na epiderme. O estágio tardio é caracterizado por atrofia da epiderme (com achatamento das papilas dérmicas) e fibrose dérmica.50 A desnutrição proteico-energética mostra características inespecíficas como atrofia epidérmica e hiperqueratose. O cabelo é um modelo exemplar de crescimento e diferenciação. O estudo histológico da matriz capilar e da haste pilosa é útil na detecção de graus moderados a graves de desnutrição proteico-energética.16 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL As doenças nutricionais raramente resultam da deficiência de um único nutriente, elemento ou vitamina. Dessa forma, as manifestações clínicas são, na maior parte dos casos, inespecíficas e, nas deficiências leves a moderadas, um tanto sutis. Poucas deficiências específicas mostram aspectos mucocutâneos e sistêmicos característicos facilmente reconhecidos pelo médico experiente. A maior parte das deficiências são prontamente diagnosticadas pela análise laboratorial (Tabela 51.2) e respondem rapidamente à reposição do nutriente, elemento ou vitamina deficiente. TRATAMENTO O tratamento das doenças nutricionais deve ser individualizado, levandose em consideração a frequente sobreposição entre as deficiências de nutrientes. O tratamento de cada doença nutricional específica foi abordado na seção correspondente deste capítulo. O manejo do paciente com doença nutricional geralmente requer uma abordagem multidisciplinar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 672 1. Boelsma E, Hendriks HFJ, Roza L. Nutritional skin care: health effects of micronutrients and fatty acids. Am J Clin Nutr. 2001;73:853–64. 2. Czerny A, Keller A. Des Kindesernährung, Ernährungsstörungen und Ernährungstherapie. Vienna: Deuticke, 1906. 3. Williams CD. A nutritional disease of childhood associated with a maize diet. Arch Dis Child. 1933;8:423– 33. 4. Prendiville JS, Manfredi LN. Skin signs of nutritional disorders. Semin Dermatol. 1992;11:88–97. 5. Leitner ZA. Postoperative malabsorption: secondary protein malnutrition syndrome. Lancet. 1958; 2:504–7. 6. Ruiz-Maldonado R, Becerril-Chihu G. Skin manifestations of malnutrition. In: Harper J, Oranje A, Prose N (eds). Textbook of Pediatric Dermatology, Vol. 1, 1st edn. London: Blackwell, 2000:499–506. 7. Nieves DS, Goldsmith LA. Cutaneous changes in nutritional disease. 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De acordo com este modelo, a permeabilidade transepidérmica é unicamente dependente das propriedades físico-químicas deste tecido supostamente homogêneo;1 as propriedades de barreira podem ser facilmente determinadas in vitro, em lâminas epidérmicas desvitalizadas ou frescas. As variações no número de camadas celulares do estrato córneo são relacionadas à sua localização anatômica, que governa a espessura da via de difusão e podem também ser integradas à cinética predita pelo modelo de filme plástico. O primeiro avanço que pôs em dúvida o modelo do filme plástico e suas suposições foi a descoberta da heterogeneidade estrutural única do estrato córneo, ou seja, sua organização em “tijolos e argamassa” (Fig. 124.1).2 Ao invés de ser uniformemente disperso, os lipídeos altamente hidrofóbicos do estrato córneo normal são sequestrados nos espaços extracelulares, onde sua matriz rica em lipídeos está organizada em membranas lamelares, circundando os corneócitos.2,3 Assim, ao invés da espessura do estrato córneo, as variações no número de membranas lamelares (ou seja, na porcentagem de peso lipídico), a estrutura da membrana e/ou sua composição lipídica fornecem as bases estruturais e bioquímicas para as diferentes permeabilidades observadas nos vários sítios anatômicos.4 Desta forma, a matriz extracelular do estrato córneo, rica em lipídeos, é composta não 3. Organização em dois compartimentos: “tijolos e argamassa” 4. Micro-heterogenidade nos espaços extracelulares: “Há mais para a argamassa do que lipídeos” 5. Atividade metabólica persistente: alterações dinâmicas no citosol, envelope cornificado e interstícios do interior para o exterior do estrato córneo 6. Ligações homeostáticas às camadas de células nucleadas: a função de barreira regula a síntese epidérmica de DNA e lipídeos 7. Ligações fisiopatológicas às camadas cutâneas profundas: a abolição da barreira ou a lesão epidérmica leva à hiperplasia e à inflamação da epiderme 8. O estrato córneo como biossensor: alterações na umidade externa, isoladamente, regulam a proteólise da filagrina, a síntese epidérmica de DNA e lipídeos e o início da inflamação Tabela 124.1 Evolução dos conceitos referentes ao estrato córneo. apenas pela estrutura que limita a absorção transdérmica de drogas hidrofílicas, mas também pelo assim denominado “reservatório”5 do estrato córneo, onde cada droga lipossolúvel, como os corticosteroides de uso tópico, pode se acumular e ser lentamente liberada. O estrato córneo humano é tipicamente composto por cerca de 20 camadas de corneócitos, que apresentam diferentes espessuras, depósitos de filamentos de queratina, quantidade de filagrina e número de desmossomos, dependendo de seu sítio anatômico. Os corneócitos são circunda- SISTEMA DE DOIS COMPARTIMENTOS (“TIJOLOS E ARGAMASSA”) E VIA DO ‘PORO’ “Tijolos e argamassa” Via do “poro” no estrato córneo Lipídeos hidrofóbicos no espaço extracelular = argamassa TERAPIA CLÍNICA Barreira Cutânea e Drogas de Absorção Percutânea 124 Barreira Cutânea e Drogas de Absorção Percutânea 124 Sistema lacunar descontínuo, impermeável: condições basais Corneócito = tijolo Fig. 124.1 Sistema de dois compartimentos (“tijolos e argamassa”) e via do “poro”. A O estrato córneo é um sistema com dois compartimentos, similar a uma parede de tijolos. Enquanto os lipídeios são sequestrados na porção extracelular do estrato córneo, o corneócito não os possui, mas é rico em proteínas. B A degradação dos corneodesmossomos resulta em domínios lacunares descontínuos, que representam uma via semelhante a “poros” aquosos. Estas lacunas podem crescer e se estender, formando uma rede contínua, mas passível de colapso em certas condições, como a oclusão, a hidratação prolongada e a sonoforese. Estrato córneo Permeabilização Espaço extracelular hidrofílico Membranas hidrofóbicas Sistema lacunar contínuo e permeável 1913 19 TERAPIA CLÍNICA dos pelo envelope cornificado, uma lâmina resistente que contém muitas ligações cruzadas; já o interior da célula é repleto de filamentos de queratina, embebidos em uma matriz composta principalmente por filagrina e produtos de seu metabolismo (= “um fator hidratante natural”). Como discutido, os corneócitos, por sua vez, são circundados individualmente por uma matriz extracelular rica em lipídeos, organizada, em grande parte, em membranas lamelares, derivadas dos lipídeos provenientes dos corpos lamelares secretados (Fig. 124.2). Após a secreção, o conteúdo do corpo lamelar se funde de uma extremidade a outra, formando lâminas membranosas cada vez maiores,3 o que requer a ação de diversas enzimas lipolíticas “processadoras” (veja a seguir). Ainda, apesar da clara importância dos corneócitos como espaçadores e componentes estruturais da matriz extracelular, o desenvolvimento de drogas transdérmicas foi focado, principalmente, nas manipulações do microambiente lipídico extracelular.6,7 A existência de poros aquosos no interior da matriz extracelular8 não somente confere maior complexidade à via extracelular (Fig. 124.1), mas também fornece outras oportunidades para o desenvolvimento de novas estratégias de transferência. A permeabilidade excepcionalmente baixa do estrato córneo normal às drogas hidrossolúveis é derivada de diversas características da matriz extracelular rica em lipídeos (Tabela 124.2), incluindo sua organização em uma via extracelular altamente convoluta e tortuosa, imposta pelos corneócitos “espaçadores”, dispostos de forma geométrica.9 Além disso, não apenas o arranjo pareado e de dupla camada dos lipídeos extracelulares, como também sua extrema hidrofobicidade e a composição e distribuição das três espécies lipídicas fundamentais (ceramidas, colesterol e ácidos graxos livres) em uma relação molar crítica (1:1:1) são outras características responsáveis pela função de barreira. As ceramidas são responsáveis por cerca de 50% da massa lipídica total do estrato córneo10,11 e são cruciais para a organização lamelar da COMO OS LIPÍDEOS DO ESTRATO CÓRNEO SERVEM DE MEDIADORES NA FUNÇÃO DA BARREIRA • • • • • Localização extracelular: apenas os lipídeos intracelulares são atuantes Quantidade de lipídeo (peso % dos lipídeos) Via alongada e tortuosa: aumenta a extensão da difusão Organização em estruturas membranosas lamelares Composição hidrofóbica: ausência de lipídeos polares e presença de ácidos graxos saturados de cadeia muito longa • Relação molar corrigida: aproximadamente 1:1:1 dos três lipídeos principais: ceramidas, colesterol e ácidos graxos livres • Estruturas moleculares únicas (p. ex., acilceramidas) Tabela 124.2 Como os lipídeos do estrato córneo servem de mediadores na função da barreira. barreira.12 Das nove classes de ceramidas, as acilceramidas, ou ceramidas 1, 4 e 7 (que contêm ácidos graxos essenciais de ligação ω-hidroxila, acoplados a ésteres) são compostos únicos da epiderme, de reconhecida importância na barreira.13 O colesterol, o segundo lipídeo mais abundante em peso do estrato córneo, promove a interligação das diferentes espécies lipídicas e regula seu comportamento de “fase”.14 Os ácidos graxos livres, responsáveis por 10% a 15% dos lipídeos do estrato córneo, são compostos, predominantemente, por espécies saturadas, de cadeias muito longas, com 18 ou mais átomos de carbono.10 Uma diminuição na concentração de qualquer uma destas espécies lipídicas críticas prejudica a integridade da barreira, alterando a relação molar nas membranas que medeiam sua função normal. O “modelo do domínio mosaico” descreve uma via convoluta e polar (porosa) de transporte de água pelas fronteiras lamelares no interior do mosaico lipídico,15 adicionando maior complexidade à já tortuosa via extracelular. Um modelo alternativo descreve a presença de domínios lacunares embebido nas bicamadas lipídicas (Fig. 124.1). Estas lacunas correspondem aos sítios de degradação subjacente de corneodesmossomos (Fig. 124.2) e, presumivelmente, contêm os produtos da degradação hidrofóbica destas estruturas.16 Enquanto estas lacunas são dispersas e descontínuas em condições basais, após certos tipos de permeabilização (p. ex., a oclusão, a hidratação prolongada, a sonoforese e a iontoforese), estas estruturas se expandem até se interconectarem, formando uma via porosa contínua (Fig. 124.1). Esta via porosa volta ao seu estado original, descontínuo, após o desaparecimento do estímulo de permeabilização. Tal sistema lacunar, então, não corresponde aos limites do “modelo do domínio mosaico” mas, ao invés disso, forma um “macrodomínio mosaico ampliado” dentro dos interstícios do estrato córneo.17 Metabolismo Lipídico Epidérmico e a Barreira Cutânea Atividades biossintéticas A diferenciação epidérmica é um processo vetorial acompanhado por alterações dramáticas na composição lipídica, incluindo a perda de fosfolipídeos, com o aparecimento das ceramidas, do colesterol e dos ácidos graxos livres no estrato córneo11,13 (Fig. 124.2). Embora a síntese epidérmica de lipídeos seja altamente ativa e bastante autônoma em relação às influências sistêmicas, pode ser regulada por influências externas, ou seja, alterações no estado de permeabilidade da barreira.18 Distúrbios agudos na permeabilidade da barreira estimulam uma sequência de recuperação característica, que leva à restauração da função normal em cerca de 72 horas na pele jovem (o teste de estresse cutâneo). Esta sequência inclui um aumento na síntese de colesterol, ácidos graxos livres e ceramidas, que é restrito à epiderme subjacente e atribuível a uma elevação prévia na concentração de mRNA e na atividade/massa enzimática de cada uma Fig. 124.2 A secreção de corpos lamelares distribui não apenas precursores lipídicos, mas também diversas enzimas hidrolíticas. A SECREÇÃO DE CORPOS LAMELARES LEVA PRECURSORES LIPÍDICOS E ENZIMAS HIDROLÍTICAS AOS DOMÍNIOS EXTRACELULARES Precursores lipídicos Glucosilceramidas, colesterol, glicerofosfolipídeos, esfingomielina Conversão a produtos lipídicos apolares (lipases, glucosidases) Glucosilceramidas Ceramidas 1–9 Esfingomielina Ceramidas 2,5 Fosfolipídeos AGL Colesterol Coesão Hidratação Função de barreira Defesa antimicrobiana Defesa química Corpo lamelar Enzimas catabólicas Proteases, lipases, fosfatase ácida, glicosidases 1914 1. Degradação dos corneodesmossomos (proteases) 2. Degradação das demais espécies extracelulares não lipídicas (fosfatase ácida, glicosidases, proteases) AGL Ácidos graxos livres Bicamadas lamelares dentro do corpo lamelar Bicamadas lamelares dentro do espaço extracelular Envelope cornificado Filamentos de queratina dentro dos corneócitos Envelope cornificado Formação de “poros” aquosos Descamação Filamentos de queratina VIAS SINTÉTICAS DOS TRÊS PRINCIPAIS LIPÍDEOS DO ESTRATO CÓRNEO Acetato HMGCoA redutase HMGCoA Esqualeno sintase FPPS Mevalonato Farnesol ACC Acetato Serina + Palmitato SPT AGS MalonilCoA CerSintase ACC acetil CoA carboxilase CerSintase ceramida sintase AGS ácido graxo sintase FPPS farnesol pirofosfato sintase GCS GlcCer’ase SPT Colesterol Ácido graxo GCS Ceramida Esfinganina Esqualeno GlcCer'ase Glucosilceramida Ceramida glucosilceramida β-glucocerebrosidase serina palmitol transferase das enzimas sintéticas fundamentais (Fig. 124.3). Além disso, a síntese de cada um dos três lipídeos principais é necessária para a manutenção da homeostase normal da barreira, já que a aplicação tópica de inibidores das enzimas fundamentais em cada via altera sua permeabilidade.18 Estes experimentos trouxeram as informações seminais, bem como o modelo (“teste de estresse”), que levaram ao desenvolvimento de uma estratégia bioquímica destinada a aumentar a transferência de drogas (veja a seguir). Secreção de corpos lamelares A organização bicompartimentada única do estrato córneo é atribuível à secreção de lipídeos derivados de corpos lamelares e hidrolases localizados na interface entre o estrato córneo e o estrato granuloso.3 Em condições normais, a secreção do corpo lamelar é lenta, mas suficiente para assegurar a integridade da barreira. Após a ruptura aguda da barreira, a epiderme externa perde cálcio e grande parte do conjunto pré-formado de corpos lamelares das células mais exteriores do estrato granuloso é rapidamente secretado.19-21 O cálcio é um importante regulador da secreção dos corpos lamelares; com as altas concentrações de Ca2+ no estrato granuloso restringindo a secreção de corpos lamelares a níveis baixos, de manutenção.22 Por fim, a homeostase da barreira e a secreção dos corpos lamelares são reguladas não somente por alterações na concentração de Ca2+, mas também por agentes que bloqueiam a organelogênese e a secreção, como a monensina e a brefeldina A (veja a seguir). Processamento extracelular A extrusão do conteúdo lipídico polar dos corpos lamelares na interface entre o estrato granuloso e o estrato córneo é seguida pelo processamento destes lipídeos em espécies mais hidrofóbicas, formando membranas lamelares maduras8 (Fig. 124.4). O processamento extracelular de glucosilceramidas, fosfolipídeos e sulfato de colesterol com acúmulo de ceramidas, ácidos graxos livres e colesterol no estrato córneo é atribuível à cosecreção de um grupo de enzimas hidrolíticas3 (Fig. 124.2). O processamento extracelular de glucosilceramidas desempenha um papel fundamental na homeostase da barreira (veja a legenda da Fig. 124.3). Além disso, a hidrólise dos fosfolipídeos, catalisada por uma ou mais das fosfolipases secretórias (sFLA2) de 14 kDa, ainda não caracterizadas, gera uma família de ácidos graxos livres não essenciais, necessária para a manutenção da homeostase da barreira.23-25 Uma vez que aplicações de bronfenacilbrometo ou MJ33 (inibidores quimicamente não relacionados às sFLA2) modulam a função da barreira na pele intacta, as sFLA 2 parecem desempenhar um papel crítico na homeostase desta estrutura.23-35 Além disso, a aplicação de qualquer um destes inibidores sobre sítios cutâneos lesionados retarda a recuperação da barreira. A hidrólise da esfingomielina pela esfingomielinase ácida gera duas das nove ceramidas necessárias à manutenção da homeostase normal da barreira (Fig. 124.2). Além disso, os pacientes que apresentam mutações no gene codificador da esfingomielinase ácida (doença de Niemann-Pick do tipo A), que levam à redução da atividade da enzima, apresentam uma dermatose ictiosiforme; camundongos transgênicos que não possuem esta enzima também apresentam anomalias na barreira. Por fim, a aplicação de inibidores inespecíficos da esfingomielinase ácida em sítios cutâneos lesionados leva à um retardamento na recuperação da barreira.26 Assim como as glucosilceramidas e a esfingomielina, o volume de sulfato de colesterol aumenta durante a diferenciação epidérmica e então diminui progressivamente até que este seja dessulfatado durante sua passagem do estrato córneo interno para o externo.27 Tanto o sulfato de colesterol quanto sua enzima processadora, a esteroide sulfatase, concentram-se nos domínios membrânicos do estrato córneo. Por sua vez, o conteúdo de sulfato de colesterol nestes sítios é aproximadamente dez vezes maior na ictiose ligada ao X (Cap. 56). A ictiose recessiva ligada ao X é caracterizada por um defeito na barreira;28 da mesma forma, a aplicação repetida de sulfato de colesterol na pele intacta também leva a anormalidades na barreira.29 Em ambos os casos, as alterações na barreira são atribuíveis à separação de fase induzida pelo sulfato de colesterol nos domínios membrânicos lamelares.28 Contudo, o defeito da barreira também pode ser atribuível, em parte, à redução do conteúdo de colesterol, uma vez que o sulfato de colesterol é um potente inibidor da HMGCoA redutase (Fig. 124.3). Fig. 124.4 O pH regula as etapas enzimáticas sequenciais que levam à formação das membranas lamelares do estrato córneo maduro. O processo se inicia na interface entre o estrato granuloso e o estrato córneo. O pH REGULA AS ETAPAS ENZIMÁTICAS SEQUENCIAIS QUE LEVAM À FORMAÇÃO DAS MEMBRANAS LAMELARES DO ESTRATO CÓRNEO MADURO Estrato granuloso/estrato córneo Liberação do conteúdo lipídico polar do corpo lamelar 7,3 Estrato córneo inferior Fosfolipase A2 secretória Esteroide sulfatase pH 124 Barreira Cutânea e Drogas de Absorção Percutânea HMGCoA sintase Fig. 124.3 As principais vias sintéticas que levam à geração dos três principais lipídeos da barreira do estrato córneo. As enzimas limitadas pela velocidade em cada via são mostradas. Cada enzima representa um objetivo potencial para a intervenção metabólica a fim de aumentar a transferência da droga (Fig. 124.8). A aplicação de inibidores de tipo conduritol específicos de β-glucocerebrosidase na pele intacta leva à anormalidade progressiva na função da barreira. Em ambos os modelos murinos transgênicos da doença de Gaucher (produzida pela quebra direcionada do gene β-glucocerebrosidase) e na forma neuropática tipo 2 grave da doença de Gaucher, os bebês apresentam anormalidade da barreira. Isto foi atribuído ao acúmulo de glucosilceramidas, depleção de ceramidas e persistência de corpos lamelares imaturos dentro de interstícios do estrato córneo. Estrato córneo médio β-glucocerebrosidase Esfingomielinase ácida ~5,0 1915 Acidificação TERAPIA CLÍNICA O fato de que o estrato córneo apresenta um pH externo ácido (“manto ácido”) é bem documentado, mas sua origem ainda não é completamente compreendida. Os mecanismos extraepidérmicos (incluindo os depósitos na superfície de produtos derivados de glândulas sudoríparas e sebáceas, assim como os derivados do metabolismo microbiano), os processos catabólicos endógenos (p. ex., hidrólise de fosfolipídeos a ácidos graxos livres, deaminação de histidina a ácido urocânico) e a produção local de prótons dentro do estrato córneo inferior (pelos anticarreadores de prótons de sódio [NHE1] inseridos na membrana plasmática30,31) poderiam, de forma ativa, acidificar o espaço extracelular. Estes mecanismos explicariam não apenas o gradiente de pH pelos interstícios do estrato córneo (Fig. 124.4), mas também a acidificação seletiva dos microdomínios membrânicos dentro da porção inferior do estrato córneo. O conceito de que a acidificação é necessária para a permeabilidade da barreira de homeostase baseia-se na observação de que a recuperação desta estrutura é retardada quando sítios cutâneos agudamente lesionados são imersos em tampões de pH neutro32 ou quando o trocador/anticarreador de prótons de sódio ou o catabolismo de fosfolipídeos a ácidos graxos livres, mediado por sFLA2, é bloqueado.30 A acidificação parece atuar na homeostase da barreira por meio da regulação de enzimas envolvidas no processamento extracelular, como a β-glucocerebrosidase e a esfingomielinase ácida, cujo pH ótimo é ácido (Fig. 124.4). Estratégias para Aumentar a Transferência Transdérmica de Drogas 1916 Devido a suas vantagens teóricas (Tabela 124.3; Fig. 124.5), grandes esforços foram despendidos no desenvolvimento de novas abordagens para aumentar a transferência/distribuição transdérmica de drogas. Ainda assim, apesar de tais esforços, a lista atual de drogas distribuídas por via transdérmica para aplicações sistêmicas é em grande parte limitada a compostos lipofílicos de baixo peso molecular e baixa dose total absorvida (p. ex., nitroglicerina, clonidina, esteroides sexuais, escopolamina e ácido nicotínico) (Tabela 124.4). As estratégias que foram utilizadas para aumentar a transferência transdérmica de drogas podem ser classificadas como abordagens físicas, químicas, mecânicas ou bioquímicas. Combinações destas estratégias também podem ser empregadas para aumentar a eficácia das drogas33-35 ou estender o tempo disponível para a transferência transdérmica (veja a seguir). As técnicas físicas variam das abordagens simples, como a oclusão ou o tape stripping, aos métodos altamente sofisticados de instrumentação e miniaturização (p. ex., a iontoforese e a eletroporação). O método físico mais simples é a oclusão prolongada, que altera as propriedades da barreira do estrato córneo.36,37 Após 24 a 48 horas de oclusão, com a resultante hidratação, os corneócitos incham, os espaços intercelulares se distendem e a rede lacunar é dilatada. A distensão das lacunas finalmente resulta em conexões em um sistema outrora descontínuo, criando “poros” nos interstícios do estrato córneo, pelos quais substâncias polares e apolares podem penetrar com maior facilidade (Fig. 124.1). O stripping (arrancar) é outro método físico simples destinado a abolir a barreira. O stripping sequencial, com fitas adesivas ou cola de cianoacrilato, aumenta a perda transepidérmica de água, um indicador de defeito na barreira correlacionado à maior distribuição transdérmica de drogas.34,38 O tape stripping remove corneócitos e lipídeos extracelulares, assim reduzindo a extensão da via que as drogas necessitam atravessar; além disso, este método rompe, mecanicamente, as bicamadas lamelares, mesmo nas porções conservadas do estrato córneo inferior. A ruptura da barreira da pele humana requer múltiplos strippings, o que pode causar inflamação. Mais strippings são necessários para romper esta barreira em indivíduos de fototipos V e VI (de pigmentação escura) do que de fototipos I e II (de pigmentação mais clara).39 A iontoforese e a eletroporação representam abordagens físicas eletricamente assistidas destinadas a aumentar a transferência de drogas/macromoléculas pelo estrato córneo.40 A iontoforese utiliza correntes baixas, provenientes de um eletrodo de localização externa e que apresenta a mesma carga que a polaridade líquida da droga, para difundir tais moléculas pelo estrato córneo. Enquanto a via predominante do transporte iontoforético é anexial (folículos pilosos, glândulas sebáceas), as vias extracelulares através do estrato córneo também são transversais.41 A distribuição iontoforética pelos interstícios do estrato córneo se dá por meio de poros aquosos (Fig. 124.1); assim, esta técnica opera em macro (anexial) e micro (extracelular, lacunar). Como a distribuição da droga é proporcional à quantidade aplicada de corrente, a iontoforese oferece uma oportunidade de programar a distribuição da droga,42 principalmente com o recente TRANSFERÊNCIA/DISTRIBUIÇÃO TRANSDÉRMICA DE DROGAS: VANTAGENS TEÓRICAS • • • • • • • • Maior adesão do paciente Maior eficácia, ou seja, liberação contínua Menor toxicidade; (a), ausência de “picos” e (b) menor dose total absorvida Desvio do metabolismo de primeira passagem hepático Evita a ocorrência de efeitos colaterais GI e o metabolismo da droga neste sistema Diminui a frequência de administração Evita injeções dolorosas Diminui os custos do paciente, devido à redução de: (a) dose total e (b) frequência de administração (maior eficiência) Tabela 124.3 Transferência/Distribuição transdérmica de drogas: vantagens teóricas. VANTAGENS TEÓRICAS DA TRANSFERÊNCIA TRANSDÉRMICA INCLUEM MENOR TOXICIDADE E A MAIOR EFICÁCIA Concentração sanguínea da droga 19 Pico e vale Nível tóxico Dose transdérmica ideal Nível eficaz mínimo Terapia em bolus Tempo Fig. 124.5 Vantagens teóricas da transferência transdérmica incluem menor toxicidade e a maior eficácia. Isto se deve à redução dos “picos” e “vales” associados à terapia em bolus. TRANSFERÊNCIA/DISTRIBUIÇÃO TRANSDÉRMICA DE DROGAS: PROBLEMAS COM ABORDAGENS ATUAIS • Dependente de dispositivos ou patches • Dependência em modelos in vitro: relevância limitada • Limitações: • Dose (< 10 mg/dia) • Polaridade (1o lipofílico) • Classe de drogas (exclusão de peptídeos) Por este motivo, poucos exemplos bem-sucedidos: nitroglicerina, escopolamina, clonidina, estrógeno, progestinas, testosterona, ácido nicotínico, fentanil, lidocaína, oxibutinina, selegilina, rotigotina, metilfenidato Tabela 124.4 Transferência/Distribuição transdérmica de drogas: problemas com as abordagens atuais. desenvolvimento de sistemas miniaturizados de microprocessadores e de pads descartáveis de hidrogel. A eletroporação (eletropermeabilização) é um método elétrico, relativamente novo, não térmico que emprega pulsos ultracurtos de altas voltagens transmembrânicas (quase 100 V) para induzir o rearranjo estrutural e alterações na condutância das membranas, novamente levando à formação de poros.40 Embora mais eficaz em bicamadas únicas, como as membranas celulares, a eletroporação pode também permeabilizar o estrato córneo humano.43 Apesar de a formação de poros, novamente, parece ser o mecanismo subcelular, o caminho através do estrato córneo ainda não foi estabelecido. O ultrassom (sonoforese), extensivamente aplicado em diagnósticos médicos e na fisioterapia, é considerado seguro, não possuindo efeitos colaterais conhecidos a curto e longo prazo. Ao atingir o estrato córneo, as ondas de ultrassom geram defeitos em sua estrutura,44 levando à permeabilização. Embora frequências entre 1 e 3 MHz sejam minimamente eficazes, as frequências mais altas (entre 10 e 20 MHz) aumentam a distribuição de drogas de forma significativa.45 Durante a sonoforese, os marcadores densos de elétrons, como o lantânio e as dextranas conjugadas ao FITC, penetram pelo estrato córneo em direção à epiderme e à derme em cinco minutos, sem causar dano aparente aos queratinócitos.46 Como mencionado, embora diversos métodos tenham sido implantados para aumentar a distribuição transdérmica de drogas, estes foram minimamente eficazes (Tabela 124.4). As avaliações in vitro de eficácia são limitadas pela ausência de resposta metabólica normal, enquanto as respostas in vivo de reparação inevitavelmente restringem a eficácia de qualquer um destes métodos de reforço. Assim, uma alternativa, uma abordagem de base metabólica, visa aumentar a eficácia dos potenciadores padrão atuais, pela inibição da resposta de reparação (metabólica) in vivo34 (Fig. 124.7). Além disso, esta abordagem metabólica pode ser usada em associação a métodos físicos (veja anteriormente) para aumentar ainda mais sua eficácia.35 O conceito de uma abordagem bioquímica para aumentar a transferência transdérmica de drogas é oriundo de estudos farmacológicos que visam inibir as sequências metabólicas fundamentais para restaurar e manter a função da barreira, ou seja, a síntese epidérmica de lipídeos (Fig. 124.3), a secreção de corpos lamelares, o processamento extracelular (Fig. 124.4) e a manutenção das bicamadas lamelares (Fig. 124.8). Todos estes métodos alteram a relação molar crítica dos três principais lipídeos do estrato córneo ou induzem descontinuidades no sistema de bicamadas lamelares. Estudos farmacológicos de ‘knock-out’ apoiam o conceito de que a interferência com a biossíntese de qualquer um dos três lipídeos principais do estrato córneo pode aumentar, temporariamente, a perda transdérmica de água, com implicações óbvias na distribuição de drogas por esta via. Além dos inibidores da síntese de lipídeos (Fig. 124.8), os agentes que interferem com a montagem, a secreção ou o processamento extracelular dos corpos lamelares retardam a recuperação da barreira após a ocorrência de perturbações agudas e, em alguns casos, criam defeitos na pele intacta. Exemplos incluem: (1) a brefeldina A, que bloqueia a montagem dos corpos lamelares por desorganizar as estruturas de Golgi pré-formadas; (2) a monensina e a cloroquina, que inibem a translocação Fig. 124.6 Os agentes lipofílicos (p. ex., o n-butanol) penetram o estrato córneo (EC) através dos espaços intercelulares. Note a grande expansão volumétrica dos domínios extracelulares nesta fotomicrografia eletrônica, representando o suposto reservatório do EC. Método: precipitação do n-butanol in situ com vapores de ósmio. AS INTERVENÇÕES METABÓLICAS PODEM RETARDAR A RECUPERAÇÃO DA BARREIRA 100 Recuperação (%) Abordagens Metabólicas para Aumentar a Distribuição/Transferência Transdérmica de Drogas 124 Barreira Cutânea e Drogas de Absorção Percutânea Além disso, o marcador trafega, novamente, pelas lacunas, que se tornam dilatadas e transitoriamente contínuas; seguidos por um colapso na via de poros (no percurso de poros) com a interrupção da energia aplicada8,45 (Fig. 124.1). Uma técnica recentemente desenvolvida utiliza pulsos de laser para gerar ondas fotomecânicas (estresse) que interagem, diretamente, com o estrato córneo de formas diferentes da do ultrassom. Estas ondas são geradas pela ablação de um material alvo (o poliestireno) que recobre a solução contendo a droga a ser transferida. O alvo primeiro absorve a radiação do laser e, então, a solução atua como um meio de junção das ondas de estresse, para sua propagação pelo estrato córneo. Como na sonoforese e na iontoforese, acredita-se que a via de permeação é extracelular, embora estudos morfológicos ainda não tenham sido realizados. Em modelos murinos, tanto a dextrana quanto as partículas de látex foram distribuídas pelo estrato córneo por uma única onda fotomecânica, gerada pelo uso de um laser Q-switched de rubi. Como na sonoforese e na iontoforese, as ondas únicas de compressão fotomecânica modulam a permeabilidade do estrato córneo humano de forma somente transitória; e a função da barreira é recuperada quase que imediatamente. Recentemente, este método foi usado na distribuição de pequenas moléculas (p. ex., de ácido 5-aminolevulênico) na pele humana, sem desconforto ou efeitos adversos sobre a estrutura cutânea ou a viabilidade.46 Os solventes, como o etanol, o metanol, o clorofórmio e a acetona, assim como os detergentes, podem extrair os lipídeos da barreira e permeabilizar o estrato córneo. As alterações morfológicas no estrato córneo humano, após a exposição aos solventes,17 incluem a separação de fase e a ruptura de bicamadas lamelares, além da criação de defeitos nas membranas dos corneócitos (com detergentes). Além disso, os surfactantes, como o dodecil (lauril) sulfato de sódio, e os veículos (p. ex., o propilenoglicol), extraem lipídeos e expandem consideravelmente os domínios lacunares pré-existentes. Ademais, os potenciadores da penetração baseados em solventes, como o azone, os sulfóxidos, a ureia e os ácidos graxos livres, não apenas extraem os lipídeos extracelulares, mas também alteram a organização lipídica do estrato córneo (comportamento de fase), aumentando a distribuição transdérmica e expandindo os domínios intercelulares5 (Fig. 124.6). Por fim, os lipossomos representam, ainda, outro meio “químico”, frequentemente empregado, para aumentar a distribuição de drogas. Os lipossomos, porém, parecem aumentar a transferência transdérmica apenas pela via apendicial,47,48 ou seja, ainda não existem evidências convincentes de que penetram o estrato córneo intacto.49,50 Maior “janela” 50 Normal Retardada 0 Tempo Fig. 124.7 Após as perturbações iniciais na barreira, as intervenções metabólicas podem retardar a recuperação desta estrutura. Isto cria um maior potencial, ou seja, uma “janela”, para a transferência transdérmica da droga. apical e a secreção de corpos lamelares; (3) a exposição a altos níveis de Ca2+/K+, que inibe a secreção dos corpos lamelares; (4) os inibidores da β-glucocerebrosidase, da esfingomielinase ácida e das sFPLA2, necessárias ao processamento extracelular normal; e (5) os tampões de pH neutro, que impedem a recuperação da barreira após a ocorrência de perturbações agudas provavelmente por inativar as enzimas do processamento extracelular, que são dependentes do pH. Outra categoria de promotores bioquímicos utiliza abordagens que alteram a organização supramolecular das bicamadas lamelares pré-formadas. Estas incluem: (1) análogos sintéticos do colesterol, ceramidas e ácidos graxos livres, como o ácido trans-vacênico e o epicolesterol, que induzem anormalidades na organização da membrana lamelar; (2) precursores complexos de colesterol, ceramidas e ácidos graxos livres, como os ésteres de esterol, que não são eficientemente metabolizados a seus respectivos 1917 19 POSSÍVEIS INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS PARA AUMENTAR A TRANSFERÊNCIA TRANSDÉRMICA DE DROGAS TERAPIA CLÍNICA Camada cornificada A MAIORIA DAS INTERVENÇÕES METABÓLICAS CRIA SEPARAÇÕES DE FASES 5. Introdução de precursores lipídicos não metabólicos 6. Introdução de quantidades excessivas de precursores lipídicos 7. Degradação enzimática de ceramidas e acilceramidas 8. Substituição dos análogos lipídeos “estranhos” Separação de fase Espaços intercelulares do EC; pré-tratamento Espaços intercelulares do EC; pós-tratamento Fig. 124.9 A maioria das intervenções metabólicas cria separações de fases. A formação de domínios não lamelares aumenta as possíveis vias de distribuição transdérmica de drogas. EC, estrato córneo. 3. Bloqueio da ativação de enzimas conversoras de precursores lipídicos em lipídeos fundamentais 4. Bloqueio da hidrólise de precursores lipídicos em lipídeos fundamentais Camada de interface granular cornificada 2. Bloqueio da secreção do conteúdo dos corpos lamelares Camada granular - Colesterol - Glucosilceramida - Fosfolipídeos Camadas basal/ espinhosa/granular HO H3C C O 1. Bloqueio da síntese de precursores da barreira lipídica (p. ex., inibidores tópicos da HMGCoA redutase [lovastatina], da ACC ou da SPT) O - Moléculas precursoras Fig. 124.8 Possíveis intervenções terapêuticas para aumentar a absorção transdérmica de drogas. ACC, acetil CoA carboxilase; SPT, serina palmitol transferase. 1918 produtos no estrato córneo, o que leva à separação de fase não lamelar; (3) concentrações suprafisiológicas de lipídeos fisiológicos, como o sulfato de colesterol, que também pode induzir a separação de fase nas bicamadas membrânicas pré-formadas; e (4) enzimas hidrolíticas, como a ceramidase ácida, que degrada uma ou mais das três espécies fundamentais do estrato córneo. Por fim, é importante notar que qualquer componente único ou mistura de dois componentes dos três lipídeos fundamentais, ou qualquer combinação destas três moléculas, incluindo um excesso maior do que o triplo de um deles, retarda a reparação da barreira após a ocorrência de perturbações agudas. Juntas, essas estratégias induzem a formação de domínios lamelares e não lamelares separados no interior dos interstícios do estrato córneo (Fig. 124.9). Na maior parte dos casos, a base para tal separação de domínios está relacionada a alterações na relação molar crítica, ou seja, com a diminuição da concentração, deleção ou excesso de qualquer um dos três lipídeos fundamentais, uma parcela da espécie em excesso não mais pode permanecer em uma fase lamelar bem organizada. Uma redução de 50% na concentração de colesterol, por exemplo, leva a um excesso de ceramidas e ácidos graxos livres; com uma parte deste excesso formando uma fase não lamelar. O resultado da separação de fase é a maior permeabilidade do interstício do estrato córneo, devida não apenas à diminuição de um lipídeo hidrofóbico fundamental, mas também à criação de outras vias de penetração, distintas da rota lamelar membrânica primária (Fig. 124.9). Em teoria, então, as estratégias que interferem na síntese, montagem, na secreção, na ativação, no processamento ou na montagem/desmontagem das membranas extracelulares lamelares podem aumentar a transferência da droga, por interferir na permeabilidade da barreira de homeostase. Estas abordagens bioquímicas/metabólicas podem também ser vistas de forma vetorial, ou seja, como operantes nas diferentes camadas da epiderme (Fig. 124.8). A maior síntese lipídica, por exemplo, ocorre na camada basal, enquanto a formação de corpos lamelares e sua acidificação e secreção ocorrem nas camadas de células nucleadas suprabasais. Por fim, o processamento extracelular e a montagem da membrana ocorrem ainda mais distalmente, ou seja, no interior dos interstícios do estrato córneo. Enfim as estratégias podem ser implantadas de forma que sejam dirigidas não apenas a mecanismos bioquímicos específicos, mas também que se beneficiem da localização e da importância relativa das etapas que levam à geração e manutenção das lamelas extracelulares funcionais dentro do estrato córneo. PRINCÍPIOS DA DISTRIBUIÇÃO PERCUTÂNEA DE DROGAS Thomas J Franz Parâmetros que Controlam a Absorção A distribuição percutânea de drogas é um processo passivo governado pela lei de Fick, ou seja, a taxa de absorção ou fluxo (J) de qualquer substância por uma barreira é proporcional a seu gradiente de concentração através dela. Nas drogas de aplicação tópica, a diferença de concentração é simplesmente a concentração de droga no veículo, Cv, e a constante de proporcionalidade que relaciona o fluxo à concentração é o coeficiente de permeabilidade, Kp (equação 1). O Kp é composto por fatores que relacionam a droga e a barreira, bem como a interação entre estas. Estes fatores são Km, o coeficiente de partição; D, o coeficiente de difusão; e L, o comprimento da via de difusão (equação 2). Assim, quatro fatores controlam a cinética da absorção percutânea de drogas (equação 2); porém, é de grande importância prática o fato de que dois destes quatro fatores (Cv e Km) são altamente dependentes de um fator adicional, o veículo.51 J = KpCv J= 冢 (1) 冣 DKm Cv L (2) Papel do Veículo O veículo é a ligação entre a potência da droga e sua eficácia terapêutica, já que boa parte da pesquisa farmacêutica mostrou que a composição do veículo pode influenciar profundamente a taxa e a extensão da absorção (bio- 124 ABSORÇÃO DO VALERATO DE BETAMETASONA PELA PELE HUMANA, IN VITRO 14 Espuma Loção Valerato de betametasona 12 Fluxo (ng/cm2/h) 10 8 6 4 2 0 0 Concentração do Fármaco A força motriz para a absorção percutânea é a concentração de droga solúvel no veículo. Muitos dos produtos tópicos mais antigos eram comercializados com a expectativa de que concentrações mais elevadas seriam mais potentes. Embora este fenômeno ocorra em alguns produtos, como os géis e cremes de tretinoína (0,01%–0,1%), nos quais a droga é completamente solubilizada em todas as concentrações, não é observado em outros. Formulações de hidrocortisona em creme, nas concentrações de 1% e 2,5%, demonstraram a mesma potência que os cremes de triancinolona acetonida a 0,025%, 0,1% e 0,5%.52 Um dos maiores avanços na formulação de glicocorticoides, como foi demonstrado pela primeira vez com a fluocinonida, veio da descoberta de que a adição de propilenoglicol ao veículo poderia solubilizar completamente a droga. Isto levou ao desenvolvimento de produtos à base de glicocorticoides de maior potência, como 10 15 20 25 Tempo (horas) Classe de potência 1 1 2 2 3 5 Propionato de clobetasol • • • • • • Temovate pomada a 0,05% Temovate creme a 0,05% Temovate gel a 0,05% Temovate E creme a 0,05% Olux espuma a 0,05% Temovate Scalp Application 0,05% 40 250 10% Lidocaína em DMSO 1% Lidocaína em DMSO 2,5% Lidocaína em EMLA 1 1 1 1 1 2 200 Fluxo (mg/cm2/h) Diprolene pomada a 0,05% Diprolene gel a 0,05% Diprolene creme AF a 0,05% Diprosone pomada a 0,05% Diprosone creme a 0,05% Diprosone loção a 0,05% 35 ABSORÇÃO DA LIDOCAÍNA PELA PELE HUMANA, IN VITRO Dipropionato de betametasona • • • • • • 30 Fig. 124.10 Absorção do valerato de betametasona pela pele humana, in vitro. Os dois mesmos produtos (espuma e loção) também foram avaliados clinicamente. Um aumento de seis vezes na absorção do produto em forma de espuma, comparado à loção (como aqui mostrado) elevou em 50% a eficácia do tratamento da psoríase do couro cabeludo. Reproduzido de Franz TJ, et al. Betamethasone valerate foam 0.12%: a novel vehicle with enhanced delivery and efficacy. Int J Dermatol. 1999;38:628-32. EFEITO DO VEÍCULO SOBRE A POTÊNCIA Glicocorticoide* 5 Barreira Cutânea e Drogas de Absorção Percutânea disponibilidade). A potência inata é expressa apenas quando uma droga alcança seu sítio de ação na pele em uma dose eficaz. Como ilustrado na escala de classificação da potência dos glicocorticoides,52 a mesma droga apresenta diferentes classes de potência quando formulada em diferentes veículos (Tabela 124.5). Era evidente que as pomadas eram mais potentes do que os cremes. Embora isto fosse verdadeiro para os primeiros produtos à base de glicocorticoides, tal fenômeno não mais é de aplicação geral. O maior entendimento sobre a ciência das formulações tópicas permitiu que os cremes, os géis e as soluções fossem especificamente formulados com a mesma potência das pomadas (Tabela 124.5). O profundo efeito que a cuidadosa concepção dos veículos pode exercer sobre o aumento da distribuição de drogas e, subsequentemente, em sua eficácia, é claramente observado com o mais recente modelo de veiculo, a espuma de baixo resíduo (Fig. 124.10).54 No delineamento racional dos veículos dermatológicos que maximizam a biodisponibilidade, dois fatores são de importância crítica: (1) a solubilização da droga no veículo (Cv); e (2) o maximizando o movimento (particionamento) máximo da droga do veículo para o estrato córneo (Km). O coeficiente de partição descreve a habilidade da droga de escapar do veículo e mover-se em direção à camada mais externa do estrato córneo. É definido como a solubilidade de equilíbrio do fármaco no estrato córneo em relação a sua solubilidade no veículo (Km = Csc/Cv). 150 100 50 Fluocinonida • • • • • Lidex pomada a 0,05% Lidex creme a 0,05% Lidex gel a 0,05% Lidex solução a 0,05% Lidex E creme a 0,05% 2 2 2 2 3 Acetonido de triancinolona • • • • Aristocort A pomada a 0,1% Kenalog creme a 0,1% Kenalog loção a 0,1% Aristocort creme a 0,1% 3 4 5 6 Tabela 124.5 Efeito do veículo sobre a potência52,53. *Denominação genérica no cabeçalho e, a seguir, os nomes comerciais da droga. 0 0 2 4 6 8 10 Tempo (horas) 12 14 16 18 Fig. 124.11 Absorção da lidocaína pela pele humana, in vitro. A incorporação de DMSO como cosolvente, juntamente com o etanol, aumentou a solubilidade (Cv) e o particionamento (Km) da droga. Em uma concentração de 10% do fármaco, o fluxo máximo é 10 vezes maior do que o alcançado em uma formulação em emulsão (mistura eutética de lidocaína 2,5% e prilocaína 2,5% [EMLA]). Na concentração do fármaco de 1% em DMSO, o fluxo máximo é duas vezes maior do que o de 2,5% droga em EMLA. Reproduzido de Mallory SB, et al. Topical lidocaine for anesthesia in patients undergoing pulsed dye laser treatment for vascular malformations. Pediatr Dermatol. 1993;10:370-5. 1919 19 demonstrado em ensaios vasoconstritores. Novos produtos estão sendo testados durante o processo de desenvolvimento para garantir que a maior concentração de droga resulte em uma biodisponibilidade aumentada. TERAPIA CLÍNICA Coeficiente de Partição As medicações de aplicação tópica são, de modo geral, pouco absorvidas, já que apenas uma pequena parte delas se difunde pelo estrato córneo. A maior parte permanece na superfície da pele, sujeita a ser perdida em decorrência à perda por meio meio de múltiplos fatores (esfoliação, sudorese, lavagem, fricção, adsorção pela roupa e degradação química ou fotoquímica). Mesmo 10 a 12 horas após a aplicação, um fármaco que não tenha sido perdido pela esfoliação ou fricção permanece, de forma ampla, na superfície da pele, podendo ser facilmente removido pela simples lavagem com água e sabão.55,56 Um dos diversos efeitos positivos sobre a transferência de medicamento obtida com a oclusão com polietileno ou o uso de patches transdérmicos é a proteção contra a perda causada por fatores externos. Diversos fatores físicos e químicos podem beneficiar o particionamento. A hidratação da pele por meio da oclusão, que ocorre normalmente nos sítios intertriginosos, expande o volume disponível de drogas para o interior do estrato córneo e pode aumentar a absorção em até cinco a 10 vezes. Os excipientes comuns, como o etanol e o propilenoglicol, também podem alterar a estrutura da barreira, aumentando o particionamento. Além disso, estas moléculas apresentam boas propriedades como solventes e, portanto, afetam positivamente tanto o Cv quanto o Km. O uso de altas concentrações de propilenoglicol para maximizar a biodisponibilidade tornou-se muito difundido entre os produtos à base de glicocorticoides de potência alta ou super, mas a um preço. Os eventos adversos, como queimação e ardência, são comuns após a aplicação sobre a pele fissurada ou erosada, podendo ocorrer dermatite de contato. Muitos outros compostos foram identificados como promotores. O dimetilsulfóxido (DMSO), o promotor arquetípico, exemplifica os efeitos que podem ser alcançados (Fig. 124.11). Como com o etanol e o propilenoglicol, tanto o Cv quanto o Km são influenciados. Este é um excelente solvente e, assim, concentrações mais elevadas da medicação podem ser alcançadas em comparação aos outros solventes; porém, isto também expande a barreira, para permitir a maior captação da droga e, possivelmente, aumentar a taxa de difusão (D) através da barreira. A expansão do estrato córneo pelo DMSO, pela água e por outros solventes, para aumentar a captação de droga é frequentemente denominada estabelecimento de um “reservatório” cutâneo (Fig. 124.6). Variação Regional Os sítios corpóreos não são igualmente permeáveis.57 Variações na espessura do estrato córneo, número de glândulas sebáceas e o estado de hidratação podem afetar a absorção. Os dados atuais e a experiência clínica sugerem que, grosso modo, a permeabilidade regional pode ser classificada da seguinte forma: unha << palmas das mãos/plantas dos pés < tronco/ membros < face/couro cabeludo << escroto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1920 1. Scheuplein RJ, Blank IH. Permeability of the skin. Physiol Rev. 1971;51:702–47. 2. Elias PM. Epidermal lipids, barrier function, and desquamation. J Invest Dermatol. 1983:80(suppl.):44S– 49S. 3. Elias PM, Menon GK. Structural and lipid biochemical correlates of the epidermal permeability barrier. Adv Lipid Res. 1991;24:1–26. 4. 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Int J Dermatol. 1983;22:499–505. 1921 SEÇÃO 22 CIRURGIA COSMÉTICA 152 Richard G Glogau Com o avançar dos anos, a aparência envelhecida torna-se uma queixa frequente. Existe uma discordância cognitiva quando se olha no espelho, um sentimento de infelicidade com a própria aparência que pode ser o reflexo de: ● pressões competitivas no trabalho ● divórcio e volta ao namoro ● intensa propaganda na mídia ● maior disponibilidade de serviços cosméticos ● rendimento excedente maior ● menor estigma social envolvendo procedimentos estéticos de rejuvenescimento ● explosão de tecnologias médicas e cirúrgicas. No livro de Nancy Etcoff, Survival of the Prettiest: The Science of Beauty, a autora expressa que as pessoas tendem a responder positivamente a pessoas com boa aparência, sem expectativa de recompensa, e, além disso, pessoas de boa aparência tendem a escapar impunes de tudo, desde furto em lojas até trapacear em exames.1 É a tese de Etcoff, que existem respostas ‘conectadas’ nos seres humanos que fazem com que eles respondam de forma previsível à beleza na face e na forma física humana. Quais são as características da beleza na face humana? AS DIFERENÇAS QUANTO AO GÊNERO Ainda que existam exceções a toda regra, a face feminina idealizada tende a exibir inúmeras características, que persistem de cultura para cultura e através das idades. Em contraste, a face masculina atraente tende a ter vários grupos de características diferentes. Esses traços faciais foram resumidos na Tabela 152.1. À medida que a face humana envelhece, é possível perceber as mudanças em todos os compartimentos anatômicos da face, começando externamente com a pele, continuando pela parte interna até a gordura subcutânea, a musculatura subjacente, e finalmente até as estruturas ósseas. Todas contribuem para uma aparência envelhecida de uma maneira ou de outra. Utilizando uma abordagem sistemática, uma análise do envelhecimento da face pode ser feita de forma a ajudar na seleção racional das terapêuticas, assim como esclarecer os pontos que necessitam ser comunicados aos pacientes que estão buscando um aperfeiçoamento estético. DIFERENÇAS LIGADAS AO GÊNERO NAS CARACTERÍSTICAS DE FACES HUMANAS ATRAENTES Traços faciais femininos idealizados Traços faciais masculinos idealizados Testa larga e lisa, com nariz pequeno Sobrancelha ressaltada, horizontal, com arco mínimo Sobrancelhas arqueadas Olhos fixos mais profundos, com um olhar fechado Olhos mais afastados, criando um olhar maior Nariz um pouco mais largo Ossos das bochechas proeminentes Uma boca maior Formato de coração mais estreito da porção inferior da face, com uma relação menor da face inferior-superior Face inferior quadrada com uma relação igual da face inferior-superior Lábios cheios Barba ou uma textura mais áspera da pele da face inferior Tabela 152.1 Diferenças ligadas ao gênero nas características de faces humanas atraentes. Essas características persistem interculturalmente. FUNDAMENTOS ANATÔMICOS PARA A APARÊNCIA ENVELHECIDA Muito frequentemente, os pacientes deparam-se com médicos que desenvolvem preferência por uma determinada técnica e a empregam indiscriminadamente em todos os pacientes. Uma falha na indicação de uma determinada técnica terapêutica para a base anatômica implícita ao problema cosmético gera um resultado no máximo medíocre e, na pior situação, desastroso. Sabendo da relação risco–benefício para um dado procedimento, e sendo essa informação comunicada ao paciente, o médico poderá completar a consulta cosmética com sucesso. Entre os profissionais médicos, ainda há uma grande confusão, o que, frequentemente, faz com que pacientes com um determinado defeito anatômico sejam indicados para o procedimento terapêutico errado. Exemplos incluem: ● pacientes com fotoenvelhecimento severo, crônico recebendo ritidectomias em vez de resurfacing ● pacientes com acúmulo de gordura submandibular e hipertrofia das bandas do platisma sofrendo lipoaspiração sem plicatura do sistema musculoaponeurótico superficial (SMAS) e ressecção da pele ● pacientes com lipoatrofia do envelhecimento sendo submetidos ao resurfacing a laser e à ritidectomia, sem abordagem da perda de volume subcutâneo, produzindo uma aparência esqueletonizada ● pacientes com sulcos glabelares profundos sendo tratados com preenchedores injetáveis, mas sem toxina botulínica para paralisar os músculos intrínsecos que estão produzindo a ruga. Em alguns casos, com a evolução dos conhecimentos médicos, terapias que já foram padrão não são mais utilizadas. Por exemplo, no passado, na blefaroplastia da pálpebra inferior era incluída rotineiramente a remoção de gordura infraorbitária. Hoje em dia, a gordura é mais comumente reposicionada medialmente para preencher o sulco lacrimal, e não é de forma rotineira removida, especialmente em pacientes jovens. Considerados um a um, cada compartimento anatômico presta-se à alguma terapia, individual ou combinada com outras, para proporcionar o efeito estético desejado. CIRURGIA COSMÉTICA Avaliação Sistemática da Face Envelhecida Avaliação Sistemática da Face Envelhecida 152 FOTOENVELHECIMENTO A exposição cumulativa ao sol continua sendo o principal fator no envelhecimento da pele, sendo responsável por grande parte das alterações estéticas indesejáveis. Sinais clínicos do envelhecimento cutâneo incluem: rítides, lentigos, queratoses, telangiectasias, perda da transparência e elasticidade e coloração amarelada.2,3 Uma classificação sistemática simples dos tipos de paciente com fotoenvelhecimento (tipos I a IV) foi desenvolvida pelo autor (Tabela 152.2 e Fig. 152.1).4 Generalizações descritas na Tabela 152.2, e explicadas a seguir, aplicam-se a diferentes idades e a diferentes graus de pigmentação cutânea, parcialmente dependentes do grau de exposição ao sol. Pacientes mais jovens, usualmente na 3a ou 4a décadas, possuem somente os sinais mais iniciais de fotoenvelhecimento, primariamente uma alteração na homogeneidade da cor. No geral, esses indivíduos não possuem nenhuma rítide, mesmo quando a face é animada com a fala ou expressões, e são categorizados como tipo I, ‘sem rugas’. À medida que o paciente envelhece, o dano cumulativo do UV às fibras elásticas dérmicas torna-se mais marcado, e a capacidade inerente de ‘retorno à posição normal’ da pele torna-se deficiente. As rugas começam a aparecer, primeiro somente quando a face está em movimento, como linhas paralelas ao sulco nasolabial, nos cantos da boca, nas áreas orbiculares e sobre o arco zigomático e eminências malares. Esses pacientes estão comumente entre seus 30 e 40 anos, possuindo uma aparência sem rugas quando a face está em repouso. Porém, assim que começam a falar, as linhas aparecem. Eles são classificados como tipo II, ‘rugas em movi- 2295 22 CIRURGIA COSMÉTICA A B C D À medida que o processo de fotoenvelhecimento avança, o dano às fibras elásticas torna-se mais severo. Eventualmente, as rugas produzidas pelo movimento dinâmico da face persistem, mesmo quando a face está em repouso. Geralmente, por volta da 6a década ou mais de vida, existem linhas paralelas visíveis nas laterais dos olhos (‘pés de galinha’), nos cantos da boca e irrradiadas das pálpebras inferiores até as regiões malares, assim como transversalmente ao lábio superior e lábio inferior. Esses pacientes possuem uma aparência marcada, sendo classificados como tipo III, ‘rugas no repouso’. O efeito repetitivo da expressão na musculatura subjacente está, agora, permanentemente vincado na pele. As linhas são prontamente visíveis, mesmo sem contração ativa da musculatura. Com a progressão do fotoenvelhecimento, as rugas gradualmente espalham-se para cobrir a maioria da pele da face, enquanto a derme torna-se totalmente preenchida com acúmulos de substâncias pobremente coloridas, dando um aspecto espesso e áspero à pele. Usualmente, isso acontece na 7a década de vida ou mais cedo em indivíduos severamente afetados. Muitos desses pacientes já tiveram um ou mais cânceres de pele. Eles realmente não possuem nenhuma parte da pele da face sem linhas, e são classificados como tipo IV, ‘somente rugas’. SISTEMA PIGMENTAR Fig. 152.1 A escala de rugas de Glogau. A Tipo I (‘sem rugas’): a cor da pele é uniforme. Há uma ausência de linhas mesmo nos cantos dos olhos e boca. B Tipo II (‘rugas em movimento’): quando a face está em repouso, o paciente parece semelhante ao tipo I. Mas quando a face é animada por expressão, aparecem várias linhas paralelas, primeiro nos cantos da boca, depois paralelas aos sulcos nasolabiais, depois nos cantos dos olhos, e finalmente sobre a região malar. C Tipo III (‘rugas no repouso’): esse paciente claramente mostra linhas paralelas observadas com animação no tipo II, a não ser pelo fato que elas estão presentes com a face completamente em repouso. D Tipo IV (‘somente rugas’): a pele perioral, em particular, é própria para demonstrar a total substituição da pele normal por rítides pequenas, romboides e geométricas, claramente encontradas nesses pacientes. A totalidade da face apresenta rítides semelhantes na inspeção de perto. CLASSIFICAÇÃO DE FOTOENVELHECIMENTO DE GLOGAU – ESCALA DE RUGAS Tipo I – ‘sem rugas’ • Fotoenvelhecimento inicial – Alterações pigmentares leves – Ausência de queratoses – Rugas mínimas • Idade do paciente (anos) – 20’ ou 30’ • Pouca ou nenhuma maquiagem Tipo II – ‘rugas em movimento’ • Fotoenvelhecimento inicial a moderado – Lentigos senis visíveis iniciais – Queratoses palpáveis, mas não visíveis – Linhas paralelas ao sorriso começando a aparecer • Idade do paciente (anos) – final dos 30’ ou 40’ • Frequentemente utilizam alguma base Tipo III – ‘rugas no repouso’ • Fotoenvelhecimento avançado – Discromia óbvia, telangiectasia – Queratoses visíveis – Rugas mesmo quando não estão movimentando os músculos faciais • Idade do paciente (anos) – 50’ ou mais • Utilizam bases pesadas Tipo IV – ‘somente rugas’ • Fotoenvelhecimento severo – Cor da pele amarelo-acinzentada – Malignidades cutâneas prévias – Totalmente enrugada, sem pele normal • Idade do paciente (anos) – 60’ aos 70’ • Não podem utilizar maquiagem – ‘aglutina e racha’ Tabela 152.2 Classificação de fotoenvelhecimento de Glogau – escala de rugas. 2296 mento’. Eles demonstram a influência que a musculatura subjacente exerce sobre a pele, uma consideração crítica quando se indica a toxina botulínica (Cap. 159). Os pacientes também devem ser classificados de acordo com sua Reatividade do Fototipo de Pele de Fitzpatrick.5 Esse esquema de classificação (Tabela 134.3) é baseado na resposta da pele em produzir eritema com luz UV. Pacientes diferem com relação à reatividade à luz do sol, e o tipo de pele serve como um indicador muito bom do potencial de desenvolver discromias seguidas a injúrias à epiderme/derme papilar. A escala também reflete a probabilidade de desenvolver hiperpigmentação pós-inflamatória durante o período pós-operatório e o potencial de leucodermia permanente resultante da destruição dos melanócitos. Como parte da avaliação de cada paciente, o grau de fotodano presente e a resposta pigmentar ao UV podem ser avaliados e depois expressos de uma forma abreviada. Um paciente que é Fitzpatrick III, Glogau III é um candidato ao resurfacing muito diferente de uma pessoa com Fitzpatrick I, Glogau II. A relação risco–benefício é totalmente diferente nesses dois pacientes, e a presença das linhas e rugas isoladas não é uma indicação necessariamente suficiente para o resurfacing. Como regra geral, pacientes com pele I–III de Fitzpatrick irão tolerar o resurfacing sem risco significativo de alteração da cor. Ainda que o resurfacing possa ser realizado em peles tipo IV–VI de Fitzpatrick, o risco de alterações pigmentares é certamente alto o suficiente para que o paciente deva ser prevenido de que existe a possibilidade de alteração da cor da pele tratada. A PERDA DE GORDURA SUBCUTÂNEA Um grande componente de desarmonia estética na face envelhecida é a perda ou redistribuição da gordura subcutânea. Enquanto em algumas áreas (p. ex., na região submentoniana), a gordura subcutânea indesejada pode ser removida por lipoaspiração, existe uma avaliação moderna de que a remoção de gordura deva ser feita com precaução por causa do achatamento ou encovamento dos contornos que possa vir a ocorrer. O envelhecimento produz uma profunda perda de gordura subcutânea na testa, na fossa temporal, na área pré-malar, no queixo e na área perioral (Fig. 152.2). A face envelhecida possui uma característica achatada do osso zigomático, uma aparência afundada dos lábios, as bolsas de gordura na parte inferior dos olhos tornam-se protuberantes, e, no geral, há uma perda do preenchimento e do aspecto arredondado da juventude. Isso foi reconhecido por cirurgiões plásticos experientes, os quais estão mudando da remoção excessiva de gordura para o reposicionamento ou preenchimento de gordura. O Dr Steven Hoefflin escreveu que, “no envelhecimento da face, não é a firmeza do SMAS (aponeurose do platisma) ou da pele que faz a diferença, mas a quantidade e posição da gordura subcutânea”.6 Como exemplo, a remoção rotineira da gordura infraorbitária como parte da blefaroplastia, a qual frequentemente acentuava os sulcos profundos entre a pálpebra inferior e a bochecha, tornou-se ultrapassada. Agora, os cirurgiões preferem utilizar a liberação do arcus marginalis e mobilizar a gordura medialmente e anteriormente para preencher o sulco, devolvendo uma aparência mais jovem às pálpebras inferiores por meio da restauração da convexidade de pálpebra inferior. Da mesma forma, o reposicionamento da gordura pré-malar tornou-se uma parte importante na rotina do facelifting, revertendo a aparência envelhecida que aparece pelo achatamento dos contornos do osso zigomático. ALTERAÇÕES NA MUSCULATURA FACIAL Fig. 152.2 Alterações da gordura e cartilagem na face envelhecida. Aqui, observa-se a destruição do tempo expressa pela perda de quase toda a gordura subcutânea, especialmente das sobrancelhas, têmporas, bochechas, queixo e área perioral. Existe um aumento nítido das estruturas cartilaginosas do nariz conduzindo à queda da ponta, e também uma perda óssea (por reabsorção óssea) originando uma aparência de queixo de ‘bruxa’. Flacidez geral de todo o sistema musculoaponeurótico superficial (SMAS) gera uma completa impressão de queda, de pele solta. De Tan SR, Glogau RG. Filler Esthetics. In: Carruthers J, Carruthers A (eds): Soft Tissue Augmentation. Philadelphia: Elsevier Saunders, 2005, p. 15. O reconhecimento mais moderno da importância do volume subcutâneo da face vem do trabalho de cirurgiões como Fournier, Coleman, Amar e outros, que desenvolveram técnicas de transferência de gordura e restauração dos contornos de volume da face envelhecida. Microlipoinjeções com pequenos e grandes volumes, colocadas no subcutâneo e entre os Possivelmente, nada ressaltou mais o impacto da musculatura facial no envelhecimento da face como a introdução da toxina botulínica para a denervação química seletiva dos músculos da face. A paralisia ou enfraquecimento parcial do complexo glabelar corrugador/prócero, do músculo frontal e da região lateral do músculo orbicular revolucionou o manejo do terço superior da face envelhecida. Linhas glabelares profundas, as quais, no passado, podiam somente melhorar brevemente com os preenchedores injetáveis, agora desaparecem com a utilização de toxina botulínica no complexo corrugador/prócero (Fig. 152.4). Os pés de galinha, que rotineiramente reapareciam após o resurfacing profundo, agora desaparecem em poucos dias. Mesmo as preocupantes linhas horizontais e as rugas da pálpebra inferior, que persistiam após a blefaroplastia e/ou resurfacing, podem, agora, ser tratadas com toxina botulínica. A toxina é segura e temporária e, atualmente, tornou-se uma terapia padrão em cirurgia cosmética.8 A posição das sobrancelhas causa um impacto psicossocial e requer um exame minucioso da sua posição (Tabela 152.3). A posição das sobrancelhas está intimamente associada aos estados emocionais, e as porções média e lateral para essa consideração funcionam independentemente. Os cirurgiões devem estar conscientes do grande impacto que o formato e a posição das sobrancelhas podem exercer na aparência e até nos relacionamentos pessoais, como descrito pelo Dr Etcoff. Portanto, as pessoas têm tendência a tratá-lo(a) melhor se você não tiver a expressão glabelar de 152 Avaliação Sistemática da Face Envelhecida músculos, têm sido usadas com muito sucesso para devolver a forma à face envelhecida. Enquanto algumas dificuldades permanecem na previsibilidade e longevidade das transferências de gordura, os efeitos estéticos são frequentemente impressionantes pela resultante aparência natural. A restauração dos volumes perdidos explica o apelo aos preenchedores injetáveis, como o colágeno, o gel de ácido hialurônico, o ácido poliláctico e microgotas de silicone (Cap. 158).7 No campo da medicina estética, hoje, o aumento dos lábios por meio de substâncias injetáveis continua a ser um dos procedimentos cosméticos mais frequentemente requeridos. O mercado está literalmente inundado com novos agentes injetáveis e implantes aloplásticos. A análise da face envelhecida deve incluir uma avaliação da qualidade e posição da gordura subcutânea. Os lábios são finos? Eles perderam o seu formato? As bochechas estão achatadas? Houve uma destruição na fossa temporal, acima das sobrancelhas, ou do corpo adiposo bucal? O resurfacing e/ou facelifting não irão abordar esse problema e podem, na verdade, exacerbar esses efeitos (Fig. 152.3). Fig. 152.3 Resurfacing a laser. Essa paciente submeteu-se ao resurfacing a laser em toda a face. Ela está com uma aparência ‘melhor’, mas não ‘mais jovem’ porque nenhuma atenção foi dada às alterações de volume. A B 2297 22 CIRURGIA COSMÉTICA Fig. 152.4 Musculatura facial: linhas de franzimento glabelar. Essa paciente demonstra o franzimento máximo do complexo muscular glabelar antes (A) e depois (B) do tratamento com toxina botulínica A. A No terço inferior da face, um facelift é frequentemente essencial para o sucesso do resultado estético. Ressecção, reposicionamento e remoção prudente da pele e tecido mole que perdeu a elasticidade podem levar à restauração de uma aparência mais jovem, a qual não pode ser alcançada com resurfacing, preenchedores, transferência de gordura ou toxina botulínica. Enquanto, na verdade, várias dessas outras técnicas, quando aplicadas corretamente, tornaram possível para os pacientes retardar e financiar o processo de envelhecimento, virtualmente ninguém escapa dos efeitos da gravidade e da perda da elasticidade intrínseca. O procedimento de facelift não corre perigo de extinção, mas, agora, requer uma aplicação mais seletiva e uma atenção para os componentes do envelhecimento discutidos anteriormente. ALTERAÇÕES NA CARTILAGEM E OSSO SUBJACENTES B RELAÇÃO ENTRE O ESTADO EMOCIONAL E A POSIÇÃO DAS SOBRANCELHAS Sobrancelha medial elevada Sobrancelha medial baixa Sobrancelha lateral elevada Sobrancelha lateral baixa Expectante Cansado Surpreso Desaprovação Envergonhado Severo Exultante Triste Curioso Raivoso Feliz Fatigado Favorável Infeliz Aprovação Ansioso Amigável Perplexo Excitado Desapontado Sereno Estarrecido Alerta Desconsolado Sábio Preocupado Desdenhoso Tabela 152.3 Relação entre o estado emocional e a posição das sobrancelhas. Devido às alterações na cartilagem subjacente, o nariz aumenta com a idade, e a ponta cai. O envelhecimento da boca é influenciado pelo remodelamento ósseo da maxila, enquanto o queixo fica pontudo e se sobressai. As orelhas tornam-se alongadas à medida que os lóbulos caem. A placa tarsal amolece e não mais sustenta a margem da pálpebra inferior na sua posição correta ou curvatura. Vários procedimentos cirúrgicos abordam esses problemas: rinoplastia da ponta, fortalecimento da porção tarsal da pálpebra, cantoplastia etc. Novos procedimentos de implantes dentários e cirurgias maxilofaciais podem abordar alterações intrínsecas que afetam a porção inferior da face. O olho diagnóstico do cirurgião cosmético não deve negligenciar a contribuição das estruturas cartilaginosas e ósseas da face, particularmente quando estiver abordando a presença (ou, mais comumente, a ausência) de simetria facial. Os pacientes frequentemente apresentam solicitações de tratamentos para problemas faciais sem avaliar a contribuição das estruturas subjacentes para sua assimetria facial. Embora sutil, a assimetria não é devida aos tecidos moles. Como exemplo prático, nenhuma quantidade de colágeno irá corrigir uma diferença subjacente na estrutura óssea das bochechas. Esses aspectos preexistentes da assimetria facial necessitam ser identificados para que possam ser mostrados para o paciente e discutidos. Muitos pacientes ficam insatisfeitos com os resultados dos seus facelifts e, então, criticam os cirurgiões quando, na verdade, a causa da assimetria facial está na sua estrutura óssea facial. Reconhecer a assimetria facial preexistente por causa de diferenças estruturais ósseas e cartilaginosas subjacentes é um componente importante para criar expectativas realistas nos pacientes. Um exercício é examinar cautelosamente os lóbulos das orelhas dos pacientes para demonstrar a realidade da assimetria précirúrgica. TERAPIAS COMBINADAS raiva, se as suas sobrancelhas arqueiam normalmente (se for do sexo feminino) e se a relação entre a sobrancelha lateral e média for favorável. O exemplo mais impressionante da importância que a posição das sobrancelhas pode ter na aparência é o desenvolvimento de ptose das sobrancelhas com a idade. O problema mais comum na autoanálise do paciente com relação ao envelhecimento de sua face é a incapacidade de relacionar o excesso de pele da pálpebra superior à posição ruim das sobrancelhas e da testa. Quantos pacientes solicitam (e realizam) uma blefaroplastia da pálpebra superior quando, na verdade, a fonte do problema é a ptose da pálpebra superior e da testa? O uso excessivo de toxina botulínica no terço superior da face rotineiramente produz ptose das sobrancelhas, uma sensação de ‘peso’ e uma leve aparência de Neandertal, já que a testa do idoso não possui elasticidade inerente para manter a posição das sobrancelhas sem o suporte do músculo frontal subjacente. Por outro lado, o cirurgião que inapropriadamente eleva a sobrancelha para uma posição imprópria para o sexo ou idade do paciente, também não faz nenhum favor para o paciente. A característica da elasticidade da pele e tecidos moles deve ser levada em consideração antes de tentar abordar a posição da sobrancelha, tanto cirurgicamente quanto com a toxina botulínica. PERDA INERENTE DA ELASTICIDADE 2298 À medida que os tecidos moles da pele envelhecem, tanto a pele como as estruturas de suporte subjacentes perdem a firmeza sob a ação da gravidade, e também a resiliência ou a capacidade de resistir ao estiramento. A melhora mais eficiente na aparência pode frequentemente ser obtida pela combinação de procedimentos. Em um extremo do espectro terapêutico, agentes tópicos, como a tretinoína, α-hidroxi-ácidos, hidroquinona e 5-fluorouracil podem inibir ou reverter as alterações na pele envelhecida associadas à irradiação UV. Em outro extremo do espectro terapêutico, ritidectomia, blefaroplastia, elevação das sobrancelhas e lipoaspiração frequentemente propiciam resultados dramáticos no rejuvenescimento facial. A escolha de terapias específicas baseia-se na habilidade do cirurgião de olhar para a face, analisar os componentes anatômicos da face envelhecida, e então priorizá-los cruzando as relações risco–benefício dos vários procedimentos com cada elemento. O problema principal é o dano solar, a flacidez ou a perda de volume? Com frequência, existem limitações prioritárias, tais como o período de recuperação, risco cirúrgico, custo e probabilidade do beneficio, que pesam na seleção da terapia apropriada. Porém, implícita em todas essas escolhas, deve haver uma análise dos vários elementos que englobam o envelhecimento da face. O NOVO PARADIGMA O novo paradigma para o rejuvenescimento facial são os quatro R’s: relaxar, revolumizar (preencher), ressecar e retexturizar. Usando uma abordagem anatômica e sistemática do envelhecimento da face, o cirurgião pode, rapidamente e de forma astuta, cruzar o ‘R’ individual com o problema subjacente. Quanto mais específica for a terapia escolhida na abordagem do defeito anatômico, melhor será o resultado e mais feliz ficará o paciente.