GRÊMIO ESTUDANTIL MAIO DE 68 Ao senhor José Ivo Sartori, Governador do Estado do Rio Grande do sul e Ao senhor Giovani Feltes, Secretário da Fazendo do Estado do Rio Grande do Sul A Fundação Liberato é referencia no ensino médio e técnico não só na região, mas em todo o estado. Muitas oportunidades são oferecidas aos estudantes ao longo dos anos de formação que passam na escola, como as oficinas de teatro, esportes variados (que, infelizmente, podem ser ameaçados com a diminuição das horas extras do Decreto 52.230/15), além de estágios na própria Fundação e várias outras atividades. Nessa escola, rompe-se a principal crítica que se faz ao Ensino Médio (de que é uma etapa do ensino que não deixa legado) e formam-se profissionais e líderes que se tornam referência nas áreas que atuam. A Liberato tem conseguido desconstruir o paradigma de que não é possível oferecer educação pública e de qualidade e isso foi reconhecido inclusive pelo Governador José Ivo Sartori no dia 1 de setembro de 2014, quando este, em debate na cidade de Novo Hamburgo, afirmou que o funcionamento da Liberato era “exemplo para todo o estado”. O êxito da Liberato é motivo de debate: muitos o atribuem ao quadro de profissionais qualificados, aos anos de história, e o que sempre é citado, em todas as discussões do gênero, é o investimento. E, de fato, muito dos programas que são levados na escola se dão graças ao investimento financeiro nela feito. O Decreto 52.294/15 foi recebido por toda a comunidade escolar e principalmente por esse Grêmio de Estudantil com enorme insatisfação, uma vez que ele altera justamente os investimentos na Liberato, reduzindo-os e prejudicando as atividades aqui já citadas. Como sabido, o Decreto reduz os investimentos em insumos que, em nossa escola, além de custos com energia elétrica, água e telefone, financiam os materiais para laboratórios; as obras de infraestrutura e o programa de estágio dos alunos. Importante lembrar que essa limitação de verba ocorre justamente no repasse das mensalidades captadas pela própria Fundação Liberato. Quando analisamos o grupo de gastos compreendidos pelos insumos, percebemos despesas que não podem ser suspensas: a água, a telefonia, a energia elétrica (que sofreu aumento considerável devido aos ajustes autorizados pelo Governo Federal e pela bandeira tarifária vermelha); a segurança (que passou por um aumento de efetivo de guardas e de custo plenamente justificáveis, sobretudo após o homicídio ocorrido nas imediações da escola em 26/03) e a limpeza. É fácil compreender que o corte de verbas, principalmente depois do aumento de custos (que não podem ser ignorados), ocasionará a suspensão ou a redução de algum dos serviços oferecidos nessa escola. As áreas que sofrerão esse corte serão, invariavelmente (e por motivos aqui já citados), as obras de infraestrutura; a aquisição de materiais para laboratórios e o programa de estágios dos alunos. As duas últimas áreas preocupam muito ao Grêmio Estudantil Maio de 68 e necessitam de aprofundamentos: Os estágios oferecidos pela Fundação Liberato são fundamentais para os estudantes que necessitam de assistência estudantil e também aumentam a eficiência dos setores da Fundação. Importante ressaltar que em alguns setores, inclusive, os estagiários são os principais responsáveis do funcionamento pleno. Um exemplo é a biblioteca da Fundação, que contava com um estagiário para cada turno de funcionamento. À noite, o setor é muito requisitado, e um serviço rápido e eficiente só é possível com o auxilio dos estagiários, mesmo com toda a competência dos profissionais responsáveis pela biblioteca. Cortar o programa de estágios interfere diretamente no funcionamento da escola (elogiado por Sartori) e também cria imensos problemas para os alunos que dependem dessa renda para garantir permanência na Liberato. Os laboratórios são um diferencial imenso na formação dos estudantes da Fundação Liberato e mesmo assim ainda existem irregularidades: máquinas em manutenção; falta de equipamentos; exaustores com eficiência tão baixa que prejudicam a saúde e o bem estar dos estudantes dentre muitos outros fatores que exigem muito mais do que os recursos que a escola dispõe. Já existe um trabalho de gestão intenso sobre 100% dos recursos que a escola possui, esse trabalho se tornará inviável nas condições descritas, com 85%. Através desse documento, explicitamos o desgosto e o desacordo dos estudantes da Fundação Liberato, representados pelo Grêmio Estudantil Maio de 68, para com o Decreto 52.294, expedido pelo Governador do Estado do Rio Grande do Sul no dia 19 de março de 2015. Diante disso, exigimos a revogação imediata destes cortes e finalizamos dizendo que, caso não acatado o pedido aqui feito, e, caso esgotada a via de diálogo, não pouparemos esforços em lutar contra esses cortes. Grêmio Estudantil Maio de 68 e comunidade escolar.