0 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL CAMPUS SANTA ROSA DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUDAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS EM UM PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 1. CÉSAR JACÓ HAMMES SANTA ROSA, RIO GRANDE DO SUL 2014 CÉSAR JACÓ HAMMES 1 EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS EM UM PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 1. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Educação Física. Orientador: Prof. Luiz Serafim de Mello Loi Santa Rosa, Dezembro de 2014 2 AGRADECIMENTOS “A DEUS, por iluminar e guiar meus caminhos. A minha família, meu Pai em memória, minha Mãe, meus Irmãos, que sempre apoiaram, incentivaram, orientaram minhas decisões, para que eu pudesse chegar ao final dessa etapa. A Francieli Gross, minha noiva, namorada e amiga, minha mulher, que sempre com carinho e amor esteve ao meu lado. Ao meu professor orientador, Luiz Serafim de Mello Loi, pela paciência na orientação e incentivo que tornaram possível a conclusão deste trabalho. Ao professor Leomar Tesche, pelo convívio, apoio e parceria durante esta caminhada. Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constante”. 3 Sem sonhos, a vida não tem brilho. Sem metas, os sonhos não têm alicerces. Sem prioridades, os sonhos não se tornam reais. Sonhe, trace metas, estabeleça prioridades e corra riscos para executar seus sonhos. Melhor é errar por tentar do que errar por omitir. Augusto Cury 4 RESUMO Diabetes Mellitus é uma doença crônica, resultado de defeitos na ação ou secreção do hormônio insulina, caracterizada principalmente pela hiperglicemia. Sendo assim este estudo de caso teve como objetivo de verificar quais os efeitos de um programa de exercícios resistidos em um portador de Diabetes Mellitus Tipo 1. A amostra contou com um sujeito de 34 anos, portador de Diabetes Mellitus desde os 14 anos de idade. Foram aplicados testes pré e pós intervenção. Os instrumentos de coleta de dados constituíram-se de anamnese, testes laboratoriais, medidas de dobras cutâneas, Escala de Borg para verificação de esforço subjetivo, verificação da pressão arterial. Após analise dos dados observou-se melhoras na porcentagem da Hemoglobina Glicada, melhora nos níveis de gordura corporal. Isso comprovou que exercícios resistidos configuram-se como uma forma alternativa de tratamento para controlar essa doença. Palavras chaves: Diabetes Mellitus. Hemoglobina Glicada. Exercício Físico ABSTRACT Diabetes Mellitus is a chronic disease , the result of defects in action or secretion of the hormone insulin , mainly characterized by hyperglycemia. Thus, this case study aims to check the effects of a resistance training program in a patient with diabetes mellitus type 1. The sample had a guy of 34 years old, with diabetes mellitus since 14 years old. Pre and post intervention tests were applied. The data collection instruments consisted of medical history, laboratory tests , skinfold , Borg Scale for verification of subjective effort , blood pressure check. After analysis of the data observed improvements in the percentage of glycated hemoglobin , improvement in body fat levels . This proved that resistance exercises appear as an alternative form of treatment to control the disease . Key words: Diabetes Mellitus . Glycated hemoglobin . Physical Exercise 5 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Protocolo de prescrição de exercícios para DM1 com base nos valores glicêmicos avaliados no momento prévio a atividade......................................................................................13 Quadro 2 – Efeitos agudos dos exercícios físicos no sujeito, controle da Glicose – Insulina – Pressão Arterial – Frequência Cardíaca, antes e após os exercícios de musculação......................18 Quadro 3 – Efeitos crônicos dos exercícios físicos no sujeito......................................................20 6 LISTA DE SIGLAS DM – Diabetes Mellitus DM1 - Diabetes Mellitus Tipo 1 DM2 - Diabetes Mellitus Tipo 2 GLUT-4 - Transportador de Glicose do Tipo 4 ACSM - American College of Sports Medicine ADA – American Diabetes Association CBD – Consenso Brasileiro sobre Diabetes IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. DCCT - Diabetes Control and Complications Trial. Hb A1c - Hemoglobina Glicada. NAD - Neuropatia Autonômica Diabética. RD - Retinopatia Diabética. PA - Pressão Arterial. FC - Frequência Cardíaca. 7 SUMÁRIO Introdução.........................................................................................................................................8 1 - Revisão de Literatura................................................................................................................10 1.1 – A Patologia............................................................................................................................10 1.2 - Treinamento de Força no Auxilio ao Tratamento de Diabetes Mellitus................................11 1.3 - Treinamento de Força e Complicações no Diabetes Mellitus................................................13 2 - Metodologia..............................................................................................................................16 2.1 - Tipo de pesquisa.....................................................................................................................16 2.2 - Amostra..................................................................................................................................16 2.3 - Instrumentos de coleta de dados.............................................................................................16 2.4 - Variáveis estudadas................................................................................................................16 2.5 - Procedimento de coleta de dados...........................................................................................17 2.6 - Programa de exercício físico aplicado no sujeito da amostra................................................17 2.7 - Análise dos dados...................................................................................................................17 3 - Apresentação e discussão dos resultados..................................................................................18 Conclusão.......................................................................................................................................23 Recomendações..............................................................................................................................23 Referências.....................................................................................................................................24 Anexos............................................................................................................................................28 Anexo A - Anamnese.....................................................................................................................29 Anexo B - Escala de Borg para avaliação da percepção subjetiva de esforço...............................30 Anexo C - Exercícios realizados durante o programa....................................................................31 Anexo D - Exames laboratoriais de Dosagem de Glicose, Colesterol, Colesterol HDL, Colesterol LDL e Triglicerídeos, realizados antes do início da intervenção...................................................32 Anexo E - Exame laboratorial para porcentagem de Hemoglobina Glicosilada realizado antes do início da intervenção.......................................................................................................................33 Anexo F - Exames laboratoriais de Dosagem de Glicose, Colesterol, Colesterol HDL, Colesterol LDL e Triglicerídeos, realizados após a intervenção.....................................................................34 Anexo G - Exame laboratorial para porcentagem de Hemoglobina Glicada, realizado após a intervenção......................................................................................................................................35 ANEXO H: Termo de consentimento da participação da pessoa como sujeito.............................36 8 Introdução Estudos epidemiológicos têm evidenciado forte relação entre a falta de atividade física e presença de fatores de risco cardiovascular como hipertensão arterial, resistência à insulina, diabetes, dislipidemia e obesidade. Por sua vez, a regularidade com a prática de atividade física tem sido aconselhada para a prevenção e tratamento de doenças cardiovasculares, seus fatores de risco, e outras doenças crônicas, (RENNIE 2003; LAKKA 2003; PATE 1995; AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE ACSM 2001). Defeitos na ação ou na secreção do hormônio insulina, ou ambos, esse é o resultado do Diabetes Mellitus (DM), que não é apenas uma única doença, mas sim um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos, que tem em comum a hiperglicemia, (GUYTON e HALL 1996; CONSENSO BRASILEIRO SOBRE DIABETES CBD, 2003). O DM é uma doença crônica que deve ser controlada. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2008), cerca de 31,3% da população residente (ou 59,5 milhões de pessoas) afirmaram ter pelo menos uma doença crônica, e 5,9% declararam ter três ou mais. As regiões Sul (35,8%) e Sudeste (34,2%) tinham os maiores percentuais de pessoas com pelo menos uma doença crônica. Entre as doenças crônicas (identificadas por algum médico ou profissional de saúde) mais informadas esta o DM com 3,6%, sendo na população com 35 anos ou mais 8,1%. Para o Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, 2000), entre os benefícios gerados com o treinamento de resistência em indivíduos portadores de DM, está à melhora da força muscular, ganho de flexibilidade, melhora da sensibilidade à insulina e tolerância à glicose, desta forma atuando na melhora da composição corporal e reduzindo os fatores de risco cardiovasculares. Devido ao crescente aumento de beneficiários nas academias com DM, que vão a esses locais em busca de uma forma alternativa de tratamento para controlar sua doença, e que não seja apenas através da administração de medicamentos, faz-se importante à realização desse estudo. A pesquisa configurou-se como um estudo de caso, com um sujeito portador de DM desde os 14 anos de idade, realizou-se uma intervenção com exercícios de musculação, realizados 2 a 3 vezes por semana durante 12 semanas. Com isso, o objetivo deste estudo é verificar quais os efeitos de um programa de exercícios resistidos em um portador de Diabetes Mellitus Tipo 1. 9 O presente estudo esta dividido em etapas, sendo a primeira uma busca na literatura sobre os benefícios gerados com o treinamento de musculação para pessoas com DM e as possíveis complicações que poderão advir com o treinamento, à segunda é a metodologia utilizada e a terceira etapa apresentação e discussão dos resultados encontrados assim como a conclusão. 10 1 – Revisão de literatura 1.1 A patologia O DM é uma doença crônica que deve ser controlada, conforme dados do IBGE (2008), cerca de 31,3% da população residente (ou 59,5 milhões de pessoas) afirmaram ter pelo menos uma doença crônica, e 5,9% declararam ter três ou mais. As regiões Sul (35,8%) e Sudeste (34,2%) tinham os maiores percentuais de pessoas com pelo menos uma doença crônica. Entre as doenças crônicas (identificadas por algum médico ou profissional de saúde) mais informadas esta o DM com 3,6%, sendo na população com 35 anos ou mais 8,1%. Defeitos na ação ou na secreção do hormônio insulina, ou ambos, esse é o resultado do DM, que não é apenas uma única doença, mas sim um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos, que tem em comum a hiperglicemia. O DM está relacionado a um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia crônica, atribuída a falhas na secreção de insulina ou em sua ação, ocasionando modificações importantes no metabolismo da glicose, proteínas e gorduras podendo gerar complicações e até falência de estruturas orgânicas conforme colocação de Guyton e Hall (1996). Para o Consenso Brasileiro sobre Diabetes (CBD, 2003), o DM é considerado uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente suas funções e efeitos. Sendo os tipos mais conhecidos de Diabetes Mellitus a do Tipo 1 (DM1) e Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2). O DM2 pode ser dividido em 2 grupos: o primeiro formado por indivíduos com dificuldade na secreção de insulina devido a alguma patologia nas células beta do pâncreas, e o segundo, com menor resposta periférica à insulina disponível circulante, ambos podem ou não ser dependentes de insulina exógena para sua real compensação clínica (ROBERGS E ROBERTS, 2002). Todavia o foco do estudo é o DM1, que deve-se à deficiência de insulina causada pela destruição autoimune das células beta das ilhotas de Langerhans, o que leva os diabéticos a necessitar de insulina exógena para a manutenção da glicemia dentro dos limites da normalidade, enquanto as células alfa, responsáveis pela produção do hormônio glucagon no pâncreas, permanecem intactas, hormônio esse que é responsável pela quebra do glicogênio hepático em glicose, (GANONG E COSENDEY, 2000). 11 A consideração da dosagem de A1C como parâmetro na avaliação do controle do DM, se deu após a publicação dos resultados de dois amplos estudos, Diabetes Control and Complications Trial (DCCT, 1993), e United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS, 1998), referentes ao DM1 e DM2, respectivamente. A American Diabetes Association (ADA, 2014) aconselha a Hemoglobina Glicada, Hb A1c, como melhor teste para saber se a glicemia no sangue de um individuo esta sob controle, possibilitando uma análise do índice glicêmico. O teste de Hb A1c mede a glicemia média dos últimos 2 a 3 meses. Ainda segundo a ADA (2014), Diabetes é diagnosticada em Hb A1c de maior ou igual a 6,5%, resultado Hb A1c Normal a menos de 5,7%, Pré-diabetes de 5,7% para 6,4%. 1.2 - Treinamentos de força no auxilio ao tratamento de Diabetes Mellitus. Para Andrade e Colaboradores (2004), o aumento da gordura corporal é motivo de preocupação para os portadores de DM, em especial nas mulheres, sendo relacionado com um pior controle clinico-metabólico. Correa e Colaboradores (2005) colocam que o resultado do aumento da gordura, principalmente na região abdominal, serão alterações fisiopatológicas como o aumento da produção hepática de glicose, diminuição da atração de glicose pelos tecidos musculares e menor extração de insulina pelo fígado. Não obstante Ciolc e Guimarães (2004) colocam ainda que a situação supracitada poderá resultar além de um pior controle glicêmico a elevadas concentrações de Hb A1c. Contudo os benefícios do exercício físico sobre a sensibilidade à insulina são demonstrados tanto no exercício aeróbio como no exercício físico resistido. O mecanismo pelos quais essas modalidades de exercícios melhoram a sensibilidade à insulina parece ser diferente, fazendo crer que a combinação das duas modalidades de exercício pode ser benéfica na manutenção da saúde, (CIOLAC E GUIMARÃES, 2004). No caso dos exercícios resistidos Andrade e colaboradores (2004) colocam que estes além de promoverem a melhora na estimulação do metabolismo das gorduras, causa ainda o aumento da taxa metabólica basal, o gasto calórico em repouso após o exercício, proporcionando através do aumento da massa muscular o aumento do consumo de glicose contribuindo desta forma para um melhor controle glicêmico. 12 Para o ACSM (2000), entre os benefícios gerados com o treinamento de resistência em indivíduos portadores de DM, está à melhora da força muscular, ganho de flexibilidade, melhora da sensibilidade à insulina e tolerância à glicose, desta forma atuando na melhora da composição corporal e reduzindo os fatores de risco cardiovasculares. Ao praticar exercícios, nossas medidas fisiológicas tais como, redução de triglicérides e do colesterol LDL, aumento do colesterol HDL, diminuição da frequência cardíaca de repouso e em atividade, redução da pressão arterial, entre outras ficam melhores. Contudo para portadores de DM essas melhoras são ainda mais importantes, pois o risco de mortalidade por doenças coronarianas é 4 a 5 vezes maior nesses indivíduos quando confrontados com outros indivíduos que não apresentam Diabetes, (CARDOSO E COLABORADORES, 2007). Davi e Green (2007) afirmam que o exercício resistido contribui decisivamente na melhora do quadro de sensibilidade insulínica no diabético tipo 2, por meio principalmente do resgate da massa magra, admitindo que a sarcopenia associada ao envelhecimento são fatores importantes para o aparecimento de distúrbios metabólicos relacionados ao DM2. O efeito do exercício físico sobre a sensibilidade à insulina tem sido demonstrado entre 12 e 48 horas após a sessão de exercícios físicos, porém volta a concentrações de pré-atividade em três a cinco dias após a última sessão de exercícios, o que reforça a necessidade de praticar exercícios físicos com frequência e regularidade (GUIMARÃES E CIOLAC, 2004). Landt et al. (1985) consideram o exercício físico válido no tratamento do DM desde que uma dieta balanceada e a administração de insulina exógena esteja acompanhando o processo do controle metabólico. Para tanto é necessário estar atento aos níveis de glicose sanguínea antes de prescrever qualquer tipo de exercícios físicos, para tornar mais segura e eficaz a pratica de exercícios físicos. Sendo assim o Laboratório do Movimento da Universidade Federal de Minas Gerais propôs um protocolo de prescrição de exercícios para DM1 com base nos valores glicêmicos avaliados antes dos exercícios, reduzindo desta forma os riscos de hiperglicemia e hipoglicemia durante a atividade física proposta. 13 QUADRO 1 - Protocolo de prescrição de exercícios para DM1 com base nos valores glicêmicos avaliados no momento prévio a atividade. Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D Glicemia inferior a 135 mg/dl Glicemia entre 135 e 170 mg/dl Glicemia acima de 170 mg/dl Glicemia superior a 250 mg/dl com cetonemia acima de 0,5 mg/dl Desejável Aeróbico + Aeróbico NÃO realizar atividade física Anaeróbico Anaeróbico (musculação) (Musculação) *encaminhar para um hospital ou centro especializado Fonte: Fernando Santos Neri. 1.3 - Treinamentos de força e complicações no Diabetes Mellitus Os portadores de DM estão propensos a uma séria de complicações, ou fatores de riscos relacionados à doença, entre esses o mais corriqueiro dos fatores está à hiperglicemia, que é o excesso de glicose presente na corrente sanguínea, CASTANEDA E COLABORADORES (2002). Esse excesso pode estar relacionado a dois fatores, primeiro seria relacionado à incapacidade do pâncreas em secretar insulina, deixando uma maior quantidade de insulina circulante na corrente sanguínea, segundo seria relacionada a não ação dos receptores dessa insulina nas células, uma vez que o pâncreas estaria produzindo insulina eficientemente. Para Frontera e colaboradores (1999) a hiperglicemia prolongada poderá trazer complicações tanto micro vasculares como a nefropatia, neuropatia, neuropatia autonômica e retinopatia, como macro vascular como as doenças cardiovasculares. Segundo o Posicionamento Oficial Conjunto entre ACSM e a ADA, publicado pela Revista Brasileira de Medicina do Esporte (2000) não existe indicações em termos de exercícios específicos para pacientes com início de nefropatia (microalbuminúria < 20mg×min-1 de excreção de albumina) ou franca (> 200mg×min-1). Pacientes com nefropatia franca com frequência possuem uma capacidade funcional diminuída que leva a uma autolimitação do grau de atividade, embora não haja uma razão clara para limitar atividade física de intensidade leve à moderada, exercícios com maior intensidade devem provavelmente ser desestimulados para essas pessoas. Para Gordon (1996), a Nefropatia Diabética é originada por vários agravos aos pequenos vasos sanguíneos dos rins, sinais de inchaço dos pés e tornozelos, proteína na urina, e pressão 14 sanguínea elevada podem ser visíveis e o acompanhamento médico é fundamental para que não ocorra colapso renal. A Neuropatia Autonômica Diabética (NAD) é uma das manifestações menos reconhecida e pouco estudada do DM, aparecendo quer como neuropatia isolada, quer como parte de um comprometimento mais difuso, podendo comprometer significativamente a qualidade de vida e mesmo a sobrevida do paciente, (Zochodne, 2007); (Said, 2007). Gordon (1996) coloca que esta doença afeta os nervos autônomos, aqueles que conscientemente não dominamos e que agem sobre órgãos chaves, como o coração. A Retinopatia Diabética (RD) segundo Klein (2000), além de ser umas das principais complicações relacionadas ao DM é a principal causa de cegueira em indivíduos com idade entre 20 e 74 anos. Esta doença segundo Gordon (1996) é progressiva e danifica a retina, porção posterior do olho, que é responsável por gravar imagens que na sequencia são enviadas ao cérebro, esta doença divide-se em estágios, os dois primeiros são a retinopatia de fundo e retinopatia pré-proliferativa, onde os vasos sanguíneos lentamente se tornam não funcionais e sem tratamento progride para o estágio proliferativo, no qual novos vasos sanguíneos se formam para manter o suprimento sanguíneo a retina, esses vasos por serem muito frágeis rompem-se causando limitação visual e até cegueira. Outro fator importante a ser observado entre as complicações decorrentes do exercício físico para os Diabeticos é a hipoglicemia. O ACSM (2003) diz que logo após finalizar a atividade física, o músculo esquelético continua a captar glicose, com eficiência, com o objetivo de recompor o glicogênio muscular e hepático, bem como devolver o equilíbrio do organismo, podendo ocorrer hipoglicemias até 48 horas após a finalização do exercício. Segundo Vivolo (1996), em indivíduos diabéticos do tipo 1, além das anormalidades da secreção de insulina, apresentam com freqüência, distúrbios da secreção de hormônios contrarreguladores. Nestes pacientes, a insulinemia não diminui durante o exercício e, em certas circunstâncias, pode até aumentar. Isso determina o aumento na captação de glicose pela musculatura em exercício e inibe a produção hepática de glicose e da lipólise no tecido adiposo, resultando em um rápido decréscimo na concentração plasmática de glicose. Entretanto, no exercício prolongado, esse excesso de insulina resultará em hipoglicemia. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2013/2014), o tempo de intervalo entre as refeições e os exercícios, a quantidade menor de alimentos ingeridos, mudanças na 15 intensidade e tempo de realização dos exercícios, local e horário de aplicação da insulina, adição de efeitos hipoglicemiantes ou insulina com o exercício, uso em excesso de bebidas alcóolicas e distúrbios gastrointestinais estão entre os principais causadores de hipoglicemia relacionados com a prática de exercício físicos. Os portador de DM segundo Müller et al. (1993), ainda mostram-se propenso a outras complicações agudas como a cetoacidose diabética e coma hiperosmolar. Desta forma encerra-se a revisão de literatura, sendo que para o próximo capitulo, será abordada a metodologia. 16 2 – METODOLOGIA 2.1 – Tipo de pesquisa A pesquisa configurou-se como um estudo de caso, que segundo Gil (2002), é uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais, pois consiste em um estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, permitindo seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados. 2.2. – Amostra O estudo de caso teve como amostra um indivíduo portador de Diabetes Mellitus Tipo 1, escolhido intencionalmente, do sexo Masculino, 33 anos, e desde os 14 anos é diagnosticado com DM 1. 2.3 – Instrumentos de coleta dos dados Utilizou-se para a coleta de dados os seguintes instrumentos: a – Anamnese para verificar possíveis complicações advindas da doença, (ANEXO A). b – Exames laboratoriais para verificar a porcentagem de Hemoglobina Glicada, níveis de glicemia sanguínea, triglicerídeos, colesterol HDL, LDL e TOTAL. c – Medidas de dobras cutâneas através do protocolo de Pollock e Wilmore (1993), para avaliação do percentual de gordura corporal (% G). d – Pressão arterial para verificação para controle pré e pós exercício. E – Escala de Borg para avaliação da percepção subjetiva de esforço e frequencímetro para controle da frequência cardíaca. 2.4 – Variáveis estudadas - Hemoglobina Glicada. - Glicemia. - Necessidade de aplicação das doses de insulina de ação lenta. - adiposidade corporal. - Perfil lipídico. - Comportamento da pressão arterial durante o exercício. - Frequência cardíaca. 17 2.5 – Procedimentos de coleta de dados Inicialmente fez-se contato com o sujeito portador de DM1, verificando-se a possibilidade de participar do estudo. Após o aceite foi solicitado ao sujeito realizar exames de laboratório, aplicou-se anamnese e combinou-se a data para o início do programa de exercícios físicos. 2.6 – Programa de exercício físico aplicado no sujeito da amostra O programa aplicado à amostra consistiu de exercícios resistido realizados de 2 a 3 vezes na semana, em torno de 60 minutos de duração cada sessão, intensidade de 60% como limite inferior e 75% como limite superior da frequência cardíaca (conforme recomendação do ACSM e ADA (2000) que os exercícios físicos para portadores de DM1 são de intensidade moderada). O esforço foi monitorado também pela Escala de Percepção Subjetiva de Borg. 2.7 - Análise dos dados A análise dos dados deu-se de forma quantitativa e qualitativa, uma vez que um faz uso da quantificação, tanto na coleta quanto no tratamento das informações, objetivando resultados, e o outro por sua vez, descreve a complexidade de determinado problema, sendo necessário compreender e classificar, (DIEHL, 2004). 18 3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Neste subtítulo serão apresentados e discutidos os resultados obtidos durante a realização do programa de exercício físicos. QUADRO 2 – Efeitos agudos dos exercícios físicos no sujeito, controle da Glicose – Insulina – Pressão Arterial – Frequencia Cardíaca, antes e após os exercícios de musculação. Glicose Insulina Pressão Arterial Frequencia Cardíaca Antes dos Depois dos Ação Rápida Ação Lenta Antes Depois Antes dos Máxima Exercícios Exercícios Exercícios 90 150 Consumui 1 bala 42 Unidades S 11/7 D S 11/7 D 78 133 292 154 4 Unidades de Insulina 42 Unidades S 13/9 D S 11/7 D 88 136 205 184 4 Unidades de Insulina 34 Unidades S 11/8 D S 11/7 D 80 131 47 209 Consumiu 1 copo de leite, 1 fatia de 34 Unidades S 11/8 D S 11/7 D pão, 2 balas 84 141 200 204 4 Unidades de Insulina 34 Unidades S 11/8 D S 11/8 D 84 134 237 192 5 Unidades de Insulina 34 Unidades S 12/7 D S 12/7 D 86 130 214 130 4 Unidades de Insulina 34 Unidades S 12/8 D S 12/8 D 80 142 112 229 Consumiu 1 copo de iogurte 34 Unidades S 13/8 D S 12/8 D 88 140 220 152 3 Unidades de Insulina 34 Unidades S 10/7 D S 10/8 D 80 140 187 174 3 Unidades de Insulina 34 Unidades S 12/7 D S 12/7 D 73 137 107 148 42 Unidades S 12/8 D S 11/8 D 77 155 67 195 Consumiu 2 copo de iogurte 42 Unidades S 11/7 D S 11/7 D 86 147 220 150 2 Unidades de Insulina 42 Unidades S 11/7 D S 12/8 D 77 140 121 178 42 Unidades S 12/8 D S 12/8 D 86 136 91 138 42 Unidades S 11/8 D S 12/8 D 80 140 236 185 4 Unidades de Insulina 40 Unidades S 11/8 D S 12/7 D 85 143 119 137 40 Unidades S 12/8 D S 12/7 D 71 152 160 101 40 Unidades S 11/7 D S 11/7 D 82 142 48 156 Consumiu 1 copo de iogurte 40 Unidades S 11/7 D S 11/7 D 77 141 97 163 40 Unidades S 11/8 D S 10/7 D 80 154 119 162 40 Unidades S 11/7 D S 11/7 D 75 157 77 264 Consumiu 1 pedaço de bolo 40 Unidades S 11/7 D S 11/7 D 76 152 298 169 40 Unidades S 12/8 D S 12/7 D 85 145 178 164 40 Unidades S 11/7 D S 12/7 D 80 150 177 101 2 Unidades de Insulina 40 Unidades S 11/7 D S 11/7 D 74 153 189 182 40 Unidades S 11/7 D S 11/7 D 76 157 220 86 5 Unidades de Insulina 40 Unidades S 11/7 D S 11/8 D 82 152 “A aplicação das doses diárias de insulina de ação lenta foram realizadas após a realização dos exercícios”. Para o objetivo de verificar os efeitos da intervenção na glicemia o quadro 2 demonstra a resposta do sujeito aos efeitos agudos causados durante as sessões de exercícios resistidos. Observa-se que picos baixos e altos de glicemia ocorreram antes e após o término dos exercícios, porém em nenhum momento foi contrario ao que o ACSM, e a ADA em um posicionamento oficial e conjunto, observam como orientações úteis para uma melhor regulação da resposta glicêmica ao exercício, que seria de evitar o exercício caso a glicemia em jejum estiver acima de 250 mg/dl com presença confirmada de cetose, ou acima de 300 mg/dl mesmo sem a presença de 19 cetose, e a ingestão de carboidrato adicional caso a glicemia estiver abaixo de 100 mg/dl. Antes das atividades em nenhum momento houve presença de cetose, e nos momentos de baixa glicêmica, conforme o quadro 1 houve a ingestão de carboidrato adicional. Nos casos em que a glicemia pré-exercício estava com valores normais e após a realização dos exercícios encontravase com valores elevados podem ser explicados pela ingestão do café da manhã e ou doses insuficientes de insulina de ação rápida. Nos dias em que a glicemia encontrava-se com valores elevados houve a administração de insulina de ação rápida, tendo em vista que de acordo com Powers e Howley (2005) a administração adequada de insulina faz com que o diabético possua insulina suficiente de maneira que a glicose possa ser captada pelos músculos durante os exercícios, neutralizando a liberação hepática de glicose que é aumentada quando da falta de insulina, o que também ocasiona uma menor captação de glicose pelos músculos, ocasionando o aumento na glicemia. Todavia, desde que o portador de DM esteja clinicamente bem, com diurese normal e com cetonas plasmáticas negativas não é necessário adiar o exercício baseado apenas na hiperglicemia, (ADA, 2007). Para o objetivo de verificar os efeitos da intervenção na necessidade de aplicação das doses de insulina de ação lenta, um efeito agudo foi à redução nas doses de insulina de ação lenta, segundo recomendações da endocrinologista do sujeito da amostra, uma quantia considerável de insulina de ação lenta deveria ser diminuída (de 42 unidades para 34 unidades ao dia), conforme quadro acima, porem ao longo dos dias foram relatados situações de hiperglicemia, para minimizar esses efeitos os valores normais de aplicação de insulina do inicio do estudo foram retomados (de 34 retornou-se para 42 unidades ao dia) para um melhor controle glicêmico, sendo novamente diminuída aplicação de insulina, porem em valores menores (de 42 para 40 unidades de insulina ao dia) para que não houvesse um impacto tão grande, alcançando assim um bom controle glicêmico com uma dose menor de aplicação de insulina de ação lenta, que segundo Ramalho (2008), em exercícios planejados, a redução na dose de insulina é o método mais adequado para a redução da hipoglicemia. Para o objetivo de verificar o comportamento da PA durante as sessões de exercícios, o quadro 2 mostra que a mesma se manteve em níveis estáveis mesmo nos momentos em que houve aumento da intensidade dos exercícios realizados durante a intervenção. 20 Com relação à FC observou-se no quadro 2, variação dentro dos padrões determinados para os exercícios programados. A FC, em muitos momentos ultrapassou o limite superior estipulado (140 bpm). Contudo esse aumento da FC ocorreu em momentos isolados durante a realização dos exercícios, o que não veio a prejudicar o andamento das sessões de exercícios. Sendo essa uma das recomendações do ACSM e ADA (2000), que sujeitos com DM devem ser desestimulados a praticarem exercícios com altas intensidades. QUADRO 3 – Efeitos crônicos dos exercícios físicos no sujeito. Variáveis estudadas Início dos exercícios Hemoglobina Glicada (Hb A1c) 8,7 Glicose média estimada (GME) 203 Glicose 269 Colesterol Total 157 mg/dl Colesterol HDL 50 mg/dl Colesterol LDL 91 mg/dl Triglicerídeos 88 mg/dl Peso 66,7 Kg Altura 1,74 IMC 22,03 % Gordura Corporal 23,55 % Massa Magra 50,99 Kg Massa Gorda 15,71 Kg Final dos exercícios 8,1 186 95 160 mg/dl 47 mg/dl 85 mg/dl 70 mg/dl 66,4 Kg 1,74 21,93 21,16 % 52,35 Kg 14, 05 Kg Para o objetivo de verificar os efeitos da intervenção na porcentagem de Hb A1c o quadro 3 demonstra os efeitos crônicos acarretados pela programa aplicado ao sujeito, sendo que a redução observada nos índices de Hb A1c foi de 0,6%. Com isso o resultado apresentado no quadro3, com relação à glicose média estimada (GME), vem ao encontro do que coloca o estudo do DCCT (1993), que existe correlação entre os níveis de Hb A1c e os níveis médios de glicose plasmática. A elevação ou diminuição de 1% na Hb A1c corresponde a, aproximadamente, um aumento ou declínio médio de 25 a 35 mg/dl na glicemia, (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, EUROPEAN ASSOCIATION FOR THE STUDY OF DIABETES, INTERNATIONAL FEDERATION OF CLINICAL CHEMISTRY AND LABORATORY MEDICINE AND THE INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION, 2007). Segundo Andriolo e Sumita (2008) a meta a ser atingida para a porcentagem de Hb A1c para adultos é de 7 %. O resultado encontrado neste estudo é semelhante à pesquisa de Tsuzuku et al. (2007), onde após 12 semanas de exercícios resistidos, apresentou redução nas taxas de hemoglobina glicada. Resultados positivos também foram relatados por Mosher et al. (1998) que após 12 semanas de 21 exercícios aeróbio associado ao exercício resistido demonstraram efeitos benéficos na Hb A1c de 11 pacientes com DM1. Para o objetivo de verificar o efeito da intervenção na adiposidade corporal, o quadro 3 mostra diminuição do percentual de gordura corporal, aumento de massa magra e diminuição de massa gorda. O resultado desse estudo corrobora com o de Taveira et al. (2008), que em um estudo com treinamento de força de 13 semanas, conseguiram reduzir em 0,4 Kg de gordura corporal e aumentar em 2,4Kg de massa magra de um sujeito portador de DM1. Polito (2010) concluiu que após 12 semanas de um treinamento de 10 exercícios com pesos, realizados três vezes na semana, executados em duas séries de 10 e 20 repetições incidiram diferenças significativas no somatório das dobras cutâneas e na força muscular. Esses achados se correlacionam com os resultados positivos de controle da Hb A1c, Ciolac e Guimarães (2004) colocam que a redução nas taxas de gordura corporal e aumento nas taxas de massa magra estariam relacionados a um melhor controle glicêmico e da Hb A1c. Para o objetivo de verificar o efeito da intervenção no perfil lipídico, o quadro 3 mostra que tanto para o colesterol total como para o colesterol HDL houve pouca alteração, por sua vez o colesterol LDL e triglicerideos tiveram uma redução mais acentuada. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2003), o perfil lipídico alvo para a população diabética adulta é composto de colesterol TOTAL < 200 mg/dl, colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) < 100 mg/dl, colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDL-C) > 45 mg/dl e triglicerídeos (TG) < 150 mg/dl. Segundo recomendações da ADA (2013), os níveis de HDL-C devem ser superiores a 40 mg/dl em homens e 50 mg/dl em mulheres, a ordem de prioridades para o tratamento da dislipidemia diabética é: Redução do LDL-C, Elevação do HDL-C, Diminuição dos triglicerídeos, Controle de hiperlipidemia combinada. Para a SBD (2013-2014) pessoas com DM2 apresentam maior risco para problemas cardiovasculares, e pessoas com DM1 diagnosticadas a mais tempo, e com presença de complicações também possuem risco aumentada para problemas cardiovasculares, sendo assim é de suma importância que pessoas com DM estejam com seu perfil lipídico sob controle, reduzindo o risco de complicações cardiovasculares e trazendo benefícios para sua a saúde. Achados semelhantes na redução dos níveis de colesterol LDL foram relatados por Mosher et al. (1998) que demonstraram redução nos níveis de colesterol LDL, após 12 semanas de um programa de exercícios aeróbios e resistidos. Ramalho et al. 22 (2006) encontraram resultados diferentes, em estudo de 12 semanas de exercícios aeróbios e resistidos, não observaram alteração no perfil lipídico. 23 CONCLUSÃO Após a analise dos dados concluiu-se que o programa de exercícios físicos foi eficaz para: a - reduzir a porcentagem de Hemoglobina Glicada; b - ajudou no controle da glicemia; c – reduzir a taxa de gordura corporal; d – aumentar a taxa de massa muscular; e – reduzir a necessidade de aplicação diária de insulina de ação lenta; f – reduzir os níveis de triglicerídeos; g – reduzir os níveis de colesterol LDL; Concluiu-se que o programa de exercícios propostos não foi eficaz para: a – melhorar os níveis de colesterol TOTAL; b – melhorar os níveis de colesterol HDL; RECOMENDAÇÕES Após analise dos dados e conclusão, podem-se fazer algumas recomendações. O programa de exercícios deve ser seguido corretamente, e o paciente deve ser supervisionado por um profissional qualificado da área da Educação Física. A realização de novas pesquisas, tanto com exercícios resistidos, como com exercícios aeróbios em forma de circuito, uma vez que um atua de forma mais eficaz no aumento e manutenção da massa muscular, e o outro atua de forma mais eficaz no controle da glicemia. 24 Referências AMERICAM COLLEGE SPORTS MEDICINE. Manual de Pesquisa: Diretrizes do ACMS para os Testes de Esforço e sua Prescrição. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan. 2003. p. 277284. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. ACSM stand position on the appropriate intervention strategies for weight loss and prevention of weight regain for adults. Med Sci Sports Exerc 2001;33:2145-56. American College of Sport Medicine. Exercise end Type 2 Diabetes. ACMS Position Stand. Vol. 32. Num. 7. 2000. p. 1345-1360. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE E AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Diabetes mellitus e exercício. Posicionamento Oficial Conjunto. Rev Bras Med Esporte vol.6 no.1 Niterói Jan./Feb. 2000. 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Diabetes tipo 1 2 crises de hipoglicemia, sendo a última a 2 anos – 3 cirurgias no olho, sendo as 3 cirurgias no olho direito Cirurgias ou Internações:( x )sim - ( )não – 3 cirurgias no olho, sendo as 3 cirurgias no olho direito Medicações Contínuas:( x )sim - ( )não : insulina glargina ação lenta 42 unidades pela manha Insulina lispro de ação rápida para quando a glicose estiver alterada e antes das refeições, varia de acordo com a necessidade Em Emergências Avisar: Josiane Luiza Ames Sehn Médico: Carolina Praisler Convênio: Unimed Hospital e ou Clínica: Clinica Santa Rosa ANAMNESE NUTRICIONAL: Nutricionista:( x )sim - ( )não Fone: Refeições/Dia:( )1 - ( )2 - ( )3 - ( x )4 - ( )5 - ( )6 - ( )7 - ( )8 - ( )9 - ( )10 Almoço e Janta:( )lanche rápido - ( )lanche reforçado - ( x )refeição Incompatibilidade Alimentar:( x )não - ( )sim, com o quê? Bebidas Alcoólicas:( x )não - ( )sim, com que frequência? Agua e ou Líquidos: Agua copos dia: 1litro dia Suplementos Alimentares: Não ANAMNESE DE ATIVIDADE FÍSICA: Pratica Alguma Atividade Física:( x )não - ( )sim, qual? Dias Preferidos da semana para treino: (x)2º - ( )3º - (x)4º - ( )5º - (x)6º - ( )sábado - ( )domingo Dobras cutâneas antes da intervenção: Peito (16) Abdomem (41) Coxa direita (22) Dobras cutâneas após a intervenção: Peito (14) Abdomem (32) Coxa direita (24) Percentual de Gordura Corporal antes da intervenção; 23,55% Percentual de Gordura Corporal após a intrvenção; 21,16% Hemoglobina Glicosilada antes da intervenção: 8,7% Hemoglobina Glicosilada após a intervenção: 8,1% 30 ANEXO B: Escala de Borg para avaliação da percepção subjetiva de esforço. Escala Original Escala Modificada 6 0 Nenhum esforço 7 Muito, muito leve 0,5 Muito, muito fraco 8 1 Muito fraco 9 Muito leve 2 Fraco 10 3 Moderado 11 Leve 4 Moderado a forte 12 5 Forte 13 Moderado 6 14 7 Muito forte 15 Intenso, vigoroso 8 16 9 17 Muito intenso 10 Muito, muito forte 18 = Máximo 19 Muito, muito intenso 20 ACSM’s Resource Manual – Guidelines fo exercise testing and prescription, 1998 (Terceira edição) apud Nahas (2006) 31 ANEXO C: Exercícios realizados durante o programa, nome dos exercícios executados conforme nomenclatura local, número de séries e repetições executadas sendo 10 repetições nas primeiras 4 semanas, 12 repetições da quinta até a oitava semana e 15 repetições da nona até a décima segunda semana, carga nos exercícios no início do projeto e ao final do projeto, sendo esta definida conforme esforço subjetivo na escala de Borg. Exercícios realizados durante o programa Remada baixa Extensor de perna Supino máquina Flexor deitado de perna Puxada alta Panturrilha em pé Bíceps banco Scott Glúteo Tríceps Abdominal supra Séries Repetições 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 10 – 12 - 15 10 - 12 - 15 10 - 12 - 15 10 - 12 - 15 10 - 12 - 15 10 - 12 - 15 10 - 12 - 15 10 - 12 - 15 10 - 12 - 15 10 - 12 - 15 Carga no inicio do treinamento 20 20 20 10 20 40 12 30 20 - Carga ao final do treinamento 30 30 30 20 25 70 14 35 25 2 32 ANEXO D: Exames laboratoriais de Dosagem de Glicose, Colesterol, Colesterol HDL, Colesterol LDL e Triglicerídeos, realizados antes do início da intervenção. 33 ANEXO E: Exame laboratorial para porcentagem de Hemoglobina Glicosilada antes do início da intervenção. 34 ANEXO F: Exames laboratoriais de Dosagem de Glicose, Colesterol, Colesterol HDL, Colesterol LDL e Triglicerídeos, realizados após a intervenção. 35 ANEXO G: Exame laboratorial para porcentagem de Hemoglobina Glicada após a intervenção. 36 ANEXO H: TERMO DE CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO Eu,_____________________________________, RG_________________, abaixo assinado, concordo em participar do estudo _ EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS EM UM PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 1_, como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador _____________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, sem receber qualquer incentivo financeiro e com a finalidade exclusiva de colaborar para o sucesso da pesquisa. Fui informado (a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo, que, em linhas gerais é _VERIFICAR OS EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS RESISTIDOS EM UM PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 1_. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento. O(a) pesquisador(a) principal do estudo / pesquisa / programa me ofertou uma cópia assinada deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Local e data ____________________________________________________________ Nome e Assinatura do sujeito ou responsável: _________________________________ ______________________________________________________________________ Nome e Assinatura do pesquisador __________________________________________ ______________________________________________________________________ Observações complementares