Fisiologia celular CURSO DE EXTENSÃO 2015 Revendo Fisiologia Prof Guilherme Baldo O CITOPLASMA • Citoesqueleto • Organelas celulares • Citosol – – – – – – Retículo endoplasmático rugoso (RER) Retículo endoplasmático liso (REL) Golgi Lisossomos Peroxissomos Mitocôndrias RIBOSSOMOS • Partículas pequenas compostas por 2 subunidades distintas, cada uma contendo proteínas características e RNAs ribossomais (RNAr) • Locais de Síntese Proteica A síntese de proteínas ocorre nos ribossomos livres no citosol ou associados à superfície do RER. • Liso • Rugoso RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO • Presença de ribossomos: intensa síntese proteica; • Organela abundante em células especializadas em secreção de proteínas; Corpúsculos de Nissl (RER) Neurônio RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO RUGOSO Funções: • PRINCIPAL secreção de proteínas • Segregar proteínas Secreção Lisossomais Membrana plasmática • Modificações pós-traducionais de proteínas Sulfatação Dobramento Glicosilação Inicial Retículo endoplasmático liso • Anatomicamente semelhante ao RER • Não possui ribossomos na superfície Organela abundante em células do fígado, adrenal e gônadas. -Adrenal: modificação das enzimas necessárias para a síntese de hormônios esteróides -Fígado: oxidação e metilação para neutralização de substâncias tóxicas Retículo endoplasmático liso Funções • Síntese de esteróides (gônadas e adrenais) • Responsável pela síntese de quase todos os lipídeos que compõe as membranas celulares (fosfolipídeos, glicolipídeos e colesterol) • Conversão de substâncias tóxicas (álcool e medicamentos) em substâncias inócuas ou de fácil excreção (hepatócitos) – conjugação, oxidação e metilação • Principal reservatório de Ca++ no citoplasma – retículo sarcoplasmático (célula muscular) Aparelho de Golgi •Constituído por cisternas achatadas, encurvadas e delimitadas por membranas (3 – 20 cisternas) • Periferia de cada cisterna é dilatada e associada a vesículas que estão se fundindo ou separando FUNÇÕES - Completa as modificações pós tradução - “Empacota” as proteínas em vesículas - Direciona as proteínas para determinado local (“endereçamento”) * Camilo Golgi - Glicosilação - Sulfatação - Fosforilação Lisossomos São organelas envoltas por membrana que contêm uma variedade de enzimas capazes de hidrolisar todos os tipos de polímeros biológicos "Sistema Digestivo da Célula" Enzimas de Degradação – – – – macromoléculas partículas restos celulares organelas esgotadas Funções Peroxissomos (Microcorpos) São organelas pequenas, delimitadas por membrana, que contêm enzimas envolvidas em uma grande variedade de reações metabólicas • Utilizam O2 para remover átomos de H associados a substratos orgânicos específicos (ácidos graxos, aminoácidos, purinas, ácido úrico) RH2 + O2 R + H2O2 • Catalase neutraliza H2O2 Desintoxicação -rim e fígado: etanol MITOCÔNDRIAS São organelas presentes em todas as células eucarióticas. Grande mobilidade-localização sítios > necessidade ATP Função principal produção ATP Responsáveis degradação de carboidratos e ácidos graxos, que são convertidos em ATP pelo processo de fosforilação oxidativa Membranas celulares • Delimita o espaço celular, definindo sua extensão; • Mantém a integridade celular; • Permeabilidade seletiva; • Comunicação celular; Composição química Componente lipídico Componente proteico Componente glicídico Composição química Componente lipídico (50% da massa) –fosfolipideos, colesterol e glicolipideos- anfipáticos. Cabeça – polar (aminoalcool + fosfato + glicerol) Cauda – apolar (hidrocarbonetos 14 a 24 carbonos) Composição química Organização dos fosfolipídios em bicamada UMA MICELA E UMA PORÇÃO DE BICAMADA DE LIPÍDIOS UM LIPOSSOMO Composição química • Fluidez da membrana - Influenciada pelo: - Tamanho e saturação das caudas dos fosfolipídeos; - Presença do colesterol; Composição química • Glicolipideos - Camada externa da Membrana; - Originam-se da esfingosina; - Participam da formação do glicocálice; Composição química Componente bicamada proteico Proteínas periféricas ou extrínsecas Interagem de forma fraca com a bicamada lipídica Proteínas integrais Interagem de forma bastante forte com a membrana Podem atravessar a bicamada mais de uma vez, chegando a formar canais – proteínas inseridas na Composição química Enquanto lipídeos são responsáveis pela estrutura básica da membrana, proteínas tem funções especificas: • transporte • estruturas de ligação entre a célula e a matriz extracelular • receptores desencadeando resposta intracelular (sinalização) • enzimas Composição química Componente glicídico - glicocálice Porção glicídica glicoproteínas das moléculas de glicolipídios e Modelo do Mosaico Fluido Modelo do Mosaico fluido –membranas biológicas formadas por uma bicamada de lipídios, na qual estão inseridas diversas proteínas Membrana LIPOPROTÉICA Bicamada de Lipídios Proteínas Permeabilidade da membrana • Ambiente interno e externo da membrana tem composições diferentes Permeabilidade por bicamada lipídica Transporte passivo- difusão facilitada Transporte passivo de íons pela membrana • O transporte passivo de íons pode ser mediado por canais iônicos simples ou dependente de ativador; Transporte ativo pela membrana Bomba- Na+-K+-ATPase Co-transportador Na/Glicose Conseqüências do transporte de íons: eletricidade biológica Potencial de repouso Movimento de íons através da membrana depende de: - da permeabilidade da membrana ao íon (número de canais); - de forças externas que impulsionem o movimento - Gradiente de concentração (força química) - Potencial elétrico (força elétrica). Potencial de repouso em uma célula permeável apenas ao K+ Potencial de repouso em uma célula permeável ao K+ e Na+ Manutenção do Potencial de Repouso Bomba Na+-K+-ATPase O potencial de repouso Potencial de ação • Rápidas alterações no potencial de membrana utilizados para transmissão de sinais nervosos. Abertura de canais de sódio com portão Potencial de ação Intervenções farmacológicas sobre a geração do potencial de ação Anestésicos locais (lidocaina, procaina) Lidocaina Interferem com a abertura dos canais de Na+ Procaina Impedem alastramento do potencial de ação Fases do potencial de ação Propagação do potencial de ação • Tipo de condução: contínua Propagação do potencial de ação em neurônios mielinizados • Tipo de condução: saltatória- permite uma propagação mais rápida dos sinais. • Doenças desmielinizantes - X-ALD - Esclerose múltipla TRANSPORTE DE MACROMOLÉCULAS E PARTÍCULAS Exocitose e Endocitose Fagocitose e Endocitose FAGOCITOSE IMUNOGLOBULINA - AC Região FC PINOCITOSE Endocitose Vírus envelopados Virus Influenza Formas de sinalização e comunicação celular Tópicos a serem abordados • Características e mecanismos moleculares da comunicação celular • Tipos de transdutores de sinais e sua ação Tópicos a serem abordados 1) Receptores acoplados a proteínas G 2) Canais iônicos 3) Receptores enzimáticos • Regulação das vias de sinalização celular. Princípios de sinalização celular Proteínas, peptídeos, gases, lipídeos... Intra ou extracelulares Segundomensageiros, fosforilação de proteínas, alteração na expressão gênica. Comunicação celular 1. Transferência direta de sinais elétricos e químicos através de junções comunicantes entre células adjacentes; 2. Comunicação local por substâncias químicas que se difundem no meio extracelular 3. Comunicação à longa distância pela combinação de sinais elétricos transportados por células nervosas e sinais químicos transportados no sangue Tipos de comunicação Comunicação por sinapses - Permite comunicação rápida a longas distâncias; - Pode ser realizada entre 2 neurônios ou neurônio -célula efetora Como as células reconhecem os estímulos Especificidade dos receptores Receptores intracelulares Moléculas com receptor intracelular - Vitamina D - Hormônios esteróides - Oxido nítrico - Hormônios da tireóide Resposta primária e secundária Ativação de genes de resposta primária Síntese de novas proteínas Ativação de genes de resposta secundária Receptores de superfície celular Funcionam por transdução de sinal (converte um tipo de sinal -estimulo- em outro- mensageiros) Receptores ligados a proteína G -Maior família de superfície celular receptores de -Todos possuem uma estrutura similar: cadeia única de peptídeo que atravessa a membrana sete vezes. - Componentes essenciais: receptor na membrana, proteína G para transmitir o sinal e uma enzima intracelular que gera um segundo mensageiro Ativação dos receptores ligados a proteína G 1. Ligante liga-se ao receptor 2. O receptor muda de conformação e troca GDP por GTP na subunidade alfa da proteína G 3. Subunidade alfa ativa adenilil ciclase 4. Adenilil ciclase catalisa formação de AMPc, o segundo mensageiro. Proteínas G produzem AMPc como segundo mensageiro Proteínas G produzem DAG e IP3 como segundos mensageiros Receptores associados a enzimas • Proteínas transmembrana; • Domínio de interação com o ligante na parte extracelular e com domínio interno associado a enzimas, ou com atividade enzimática intrínseca; • 6 classes - Tirosina cinases - Associados a tirosina-cinase - Serinatreonina-cinases - Associados a histidina-cinase - Guanilil-ciclase - Tirosina fosfatases Receptores tirosina-cinases • Interação com o ligante induz a dimerização do receptor; • Isso aproxima os domínios cinase de 2 receptores, que se transfosforilam • Proteínas sinalizadoras intracelulares se ligam nestes sítios e se ativam; Exemplo: Ras-MAP-cinases Proteínas sinalizadoras que atuam via receptores tirosina-cinases Proteina-sinal Receptores Respostas Insulina Receptor de insulina Estimula uso de carboidratos e síntese protéica Fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) Receptor de VEGF Angiogênese Fator de crescimento epidérmico (EGF) Receptores EGF Sobrevivência, crescimento, diferenciação Fatores de crescimento de fibroblasto (FGFs) Receptores de FGF Proliferação de vários tipos celulares, inibem diferenciação. Receptores associados a canais iônicos • Envolvidos na sináptica rápida; sinalização • Alteram por um período curto a permeabilidade da membrana aos ions • Maioria são transmembrana de passagens proteínas múltiplas Regulação das vias de sinalização - Retirada do estimulo; - Regulação no número de receptores - Saturação de enzimas e receptores; - Degradação do 2o mensageiro; Referências e leitura sugerida • Alberts. Biologia Molecular da Célula, 5 edição, Artmed 2010. • Cell signal biology, disponível em http://www.biochemj.org/csb/ Sugestões de leitura Guyton e Hall. Tratado de fisiologia médica 12a edição, 2011. - Cap 2- A célula e suas funções - Cap 4- O transporte de substancias através das membranas celulares - Cap 5- Potenciais de membrana e potencial de ação Alberts. Biologia Molecular da célula. 5a edição, 2010. - Cap 10- Estrutura da membrana - Cap 11- Transporte de membrana de pequenas moléculas e propriedades elétricas das membranas