UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE FISIOTERAPIA GUILHERME SEYBOTH ANÁLISE DA PREVALÊNCIA E DOS PRINCIPAIS MECANISMOS DE LESÕES NAS ATLETAS DO FUTSAL FEMININO DA UNESC CRICIÚMA, JUNHO DE 2009 2 UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE FISIOTERAPIA GUILHERME SEYBOTH ANÁLISE DA PREVALÊNCIA E DOS PRINCIPAIS MECANISMOS DE LESÕES NAS ATLETAS DO FUTSAL FEMININO DA UNESC Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Bacharel no curso de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador: Prof. Esp. Adriano Borges Polizelli. CRICIÚMA, JUNHO DE 2009 3 GUILHERME SEYBOTH ANÁLISE DA PREVALÊNCIA E DOS PRINCIPAIS MECANISMOS DE LESÕES NAS ATLETAS DO FUTSAL FEMININO DA UNESC Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Bacharel no Curso de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul de Santa Catarina, UNESC, com Linha de Pesquisa em Fisioterapia Ortopédica. Criciúma, junho de 2009. BANCA EXAMINADORA Orientador Técnico: Prof. Esp. Adriano Borges Polizelli ______________________________________________ Profª. Luciana da Cunha França ______________________________________________ Prof. Dr. Gaspar Rogério da Silva Chiappa 4 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus Supremo, grande arquiteto da vida, pela permissão de realizar este trabalho e que ele possa servir como referência na prevenção e tratamento das lesões dos desportistas de futsal do Brasil e do mundo. Aos meus pais que acreditaram em mim e me deram a oportunidade de realizar este sonho e que estiveram ao meu lado em todos os momentos da minha vida, nos melhores e nos piores, me ensinando, motivando, passando confiança, amor e carinho. A minha namorada, pelo apoio, pelo carinho e por entender a importância das horas investidas neste estudo. A todos os que estiveram comigo nesta etapa e que contribuíram de uma forma ou outra, ajudando no meu amadurecimento pessoal e profissional. Ao professor orientador técnico Adriano Borges Polizelli, pela paciência, incentivo e tempo disponibilizado para me ajudar no desenvolvimento deste trabalho. A técnica da equipe de futsal feminino da UNESC, pela sua colaboração e a todas as atletas que responderam ao instrumento de pesquisa. Muito Obrigado! 5 RESUMO Atualmente, o futsal é o esporte que possui o maior número de praticantes no Brasil. No mundo, são mais de 70 países que o praticam em quatro continentes, destacando-se Rússia, Ucrânia, Paraguai, Espanha, Portugal. A participação feminina nos esportes começou da forma tímida, posteriormente a um longo período de exclusão das atividades esportivas. A maior incidência de lesões esportivas está na prática do futsal, tanto pela sobrecarga aplicada sem a devida preparação quanto pela vontade de superação do atleta. A fisioterapia no esporte vem despontando a cada dia mais, pois as equipes buscam maior desempenho dos atletas dentro de quadra. Este estudo teve como objetivo geral encontrar a prevalência e os principais mecanismos de lesões nas atletas do futsal feminino sub-17 da UNESC durante toda a sua vida esportiva. O estudo foi aplicado em 12 atletas do futsal feminino, através de um questionário, desenvolvido pelo pesquisador e validade por profissionais da área, com questões abordando os temas de idade de início da prática esportiva, alongamentos, utilização do calçado adequado, posição em quadra, tempo de afastamento da prática esportiva, prevenção de lesões, mecanismos de lesão e lesões. Após analisar e interpretar os dados pode-se notar que prevaleceram as lesões por impacto indireto nos membros inferiores, uma de tornozelo, dois no joelho e quatro de coxa, sendo que a lesão que mais apareceu foi a entorse de joelho, seguida pela entorse de tornozelo, luxação e distensão muscular. Este estudo vem contribuir com a Fisioterapia Desportiva, ajudando a comprovar a importância do trabalho de propriocepção e prevenção nos atletas do futsal feminino da Unesc. Palavras Chaves: Lesão, Mecanismos de Lesão, Fisioterapia Desportiva. 6 ABSTRACT Nowadays futsal is the sport that possesses the largest number of athletes in Brazil. Worldwide, there are more than 70 countries that practice it in four different continents, standing out Russia, Ukraine, Paraguay, Spain, and Portugal. The participation of womens in sports comes after a long period of exclusion of the sports activities. The largest incidence of sports lesions is in the practice of futsal, due to the physical overload which is applied without the appropriate preparation as well as the athlete’s desire of overcoming limits. Sports physiotherapy is improving day by day, for the reason that the teams are seeking for the best performance of their athletes when they are in action. The general objective of this study is to find the prevalence and the main mechanisms of lesions in the women’s futsal under-17 team of UNESC, during all their sporting life. The study was applied in 12 athletes of the women’s futsal team, by means of a questionnaire, developed by the researcher and validity for professionals in the area, with closed questions addressing the issues of age at the beginning of sports practice, stretching, use of appropriate footwear, a position in court, time of withdrawal from sport practice, injury prevention, mechanisms of injury and lesions. After analyzing and interpreting the data, it could be noticed that the lesions prevailed for indirect impact on the inferior members, one of knee, two of ankle, and four of thigh and the most frequent lesion was knee sprain, followed by the ankle sprain, muscle strain and dislocation. This study comes to contribute with the Sports Physiotherapy, helping to attest the importance of a proprioception and prevention sense among the athletes of the UNESC women’s futsal team. Key words: Lesion, Mechanisms of Lesions, Sports Physiotherapy. 7 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACM – Associação Cristã de Moços. CBD - Confederação Brasileira de Desportos. CBFS - Confederação Brasileira de Futsal. CETE – Centro de Traumato Ortopedia do Esporte. CND - Conselho Nacional de Desportos. FIFA - Fédération Internationale de Football Association. FIFUSA – Federação Internacional de Futebol de Salão. TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 8 LISTA DE ANEXO ANEXO A – Aceite do Projeto Pelo Comitê de Ética em Pesquisa 9 LISTA DE APÊNDICES APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE APÊNDICE B – Avaliação do Instrumento de Pesquisa 10 LISTA DE FIGURAS Figura-1: Os Túbulos Transversos; Sarcolema; reticulo sarcoplasmático; Miofibrilas; Sarcoplasma...............................................................................................................19 Figura-2: Representação de uma miofibrila. .............................................................19 Figura-3 Divisão completa da fibra muscular. ..........................................................21 Figura-4: A fotomiografia demonstra as fibras musculares de contração lenta (CL) e as de contração rápida (CR)......................................................................................22 Figura-5 Tempo de prática do futsal..........................................................................41 Figura-6 Idade atual das atletas................................................................................42 Figura-7 Idade de início da prática do futsal..............................................................43 Figura-8 Realização do alongamento........................................................................44 Figura-9 Tempo de afastamento dos jogos devido a lesão.......................................45 Figura-10 Localização anatômica das lesões............................................................46 Figura-11 Mecanismos de lesão................................................................................47 Figura-12 Tipos de lesões.........................................................................................49 Figura-13 Estudo do Índice da Massa Corporal........................................................50 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 17 2.1 Anatomia e Fisiologia Muscular ...................................................................... 18 2.2 Fisioterapia Desportiva .................................................................................... 22 2.3 Biomecânica do Esporte .................................................................................. 23 2.4 Prática Precoce do Esporte e Alterações Posturais...................................... 24 2.5 Lesões ............................................................................................................... 26 2.6 Mecanismos de lesão no futsal ....................................................................... 28 2.7 Prevenção de lesões no atleta......................................................................... 28 2.8 Qualidades Físicas Básicas de uma Atleta .................................................... 30 2.8.1 Agilidade ........................................................................................................ 30 2.8.2 Força ............................................................................................................... 31 2.8.3 Flexibilidade ................................................................................................... 33 2.8.4 Coordenação .................................................................................................. 34 2.8.5 Velocidade ...................................................................................................... 35 2.8.6 Resistência ..................................................................................................... 36 3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 38 3.1 Tipo da pesquisa .............................................................................................. 38 3.2 Local e caracterização da amostra ................................................................. 38 3.3 Instrumentos para coleta dos dados .............................................................. 39 3.4 Procedimentos para coleta de dados ............................................................. 39 3.5 Procedimentos para análises de dados ......................................................... 40 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO ..................................................................................... 41 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 52 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 54 APÊNDICES ............................................................................................................. 60 ANEXO ..................................................................................................................... 67 12 1 INTRODUÇÃO Segundo Tenroller (2004) o futsal é considerado por muitas pessoas genuinamente brasileiro uma vez que sua difusão se deu de forma muito rápida no Brasil principalmente pela ACM de São Paulo para qual alguns brasileiros que participavam da ACM do Uruguai, retornavam para trazerem as primeiras regras organizadas por Carlos Ceriani. A primeira regra publicada foi editada em 1956, criadas por Luiz Gonzaga de Oliveira Fernandes em São Paulo. Juan Carlos Ceriani e Habib Maphuz, professores da ACM; são considerados os pais do futebol de salão (FEDERAÇÃO GAÚCHA DE FUTSAL, 2006). Voser (2003) destaca que em março de 1958, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) oficializou a prática do futebol de salão no país, criando o Conselho Técnico de Futebol de Salão. E a partir da década de 80, começaram os primeiros campeonatos Pan-americanos e mundiais, onde o Brasil foi o vencedor. No ano de 1989 a FIFUSA promoveu um Congresso que contou com a participação de 19 países: 12 não aprovaram a fusão entre FIFUSA/FIFA. O Brasil votou pela fusão (SANTANA, 2004). Em 1990 a FIFA homologa a supervisão do futsal mediante extinção da Fifusa e cria sua comissão de futsal, segundo Futsal Brasil (2006), ainda há relatos de que no ano de 2003 por intermédio de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, o Futsal é incluído nos jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro. A Federação Paulista de Futsal lança um projeto em prol do Futsal: "Eu Quero Futsal Olímpico". A aprovação do futsal nas olimpíadas se dá pela evolução do mesmo na categoria feminina, segue um pouco da história do futsal feminino: No dia oito de janeiro de 1983 o conselho Nacional de Desportos (CND), liberou a prática do futsal para mulheres. A partir desta data os campeonatos começaram a surgir em vários estados, no entanto nenhum sendo oficial nem reconhecido pela Confederação Brasileira de Futsal (CBFS). Antes disso alguns estados já faziam seus campeonatos locais e metropolitanos (FUTSAL BRASIL, 2006). 13 A recente popularização do futsal feminino trouxe consigo dúvidas a respeito da Educação Física infantil brasileira enquanto prática educacional. É característica marcante a diferenciação das experiências e competências de movimento de meninos e meninas (SOUTO, 2006). Com o aumento das competições do futsal feminino e seu reconhecimento em 2005, o jogo da final da Taça Brasil Principal, foi televisionado para o Brasil todo através da REDE TV, a criação das Taças Brasil, Sub-15, Sub-17, Sub-20 e também o Campeonato Brasileiro de Seleções destas categorias destacaram o futsal feminino no Brasil e obrigaram as equipes a montarem estruturas sólidas para que as suas equipes tivessem um suporte de trabalho sério e digno com as competições que iriam enfrentar (TORRES, 2006). Quem garante, que se não houvesse toda uma história de exclusão da mulher no esporte, hoje em dia não seria o futebol um esporte leve que seria praticado melhor por mulheres já que elas não são tão violentas quanto os homens (SOUTO, 2000). De acordo com Whiting (2001), lesão é o dano causado por traumatismo físico sofrido pelos tecidos do corpo. Muitas lesões possuem uma causa mecânica. As forças e os fatores relacionados com as forças podem resultar em lesão e influenciar a gravidade das lesões. Segundo Cohen (2003) a procura cada vez mais precoce por diferentes modalidades esportivas e o alto nível de competitividade dos esportes, que antigamente eram tidos como recreacionais, tem como resultado um número cada vez maior de lesões do aparelho locomotor. Um estudo realizado pelo Centro de Traumato-Ortopedia do Esporte (CETE), do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo mostrou que entre 97 atletas avaliados, foram observadas 56 lesões pregressas, dentre elas 25 entorses, 15 fraturas, 7 estiramentos musculares, 5 contusões, 2 luxações, 1 tendinite e 1 ruptura de tendão, sendo que 40 delas ocorreram na prática do futebol e 16 em outras atividades, certificando o grande número de lesões que ocorrem nos jogos (COHEN, 2002). Baseado no texto acima elaborou-se a seguinte questão problema: Qual a prevalência e os principais mecanismos de lesões nas atletas do futsal feminino da UNESC? 14 A partir da questão problema elaboraram-se as seguintes questões a investigar e suas hipóteses: a) Quais os tipos e locais de maior incidência de lesões no futsal? Segundo Cohen (2003), quanto à localização das lesões, a maior incidência se dá nos membros inferiores, seguidas pela cabeça e coluna vertebral e por fim nos membros superiores. Segundo Eitner (1989), as contusões no joelho são as lesões mais freqüentes em atletas do futebol, enquanto a entorse de tornozelo fica em segundo lugar. Porém Gould III (1993) considera a entorse de tornozelo como a lesão mais comum no esporte e Rodrigues (1994) relata que as lesões em membros inferiores chegam a 90% do total das lesões musculares em atletas do futebol. As entorses são as lesões que mais ocorrem nas atletas de futsal, seguidas por contusões, lesões musculares, luxações e fraturas. O ligamento cruzado anterior do joelho é conhecido como o ligamento do atleta e apresenta-se como uma lesão bastante freqüente, acarretando uma diminuição importante no rendimento, principalmente nos movimentos repentinos (COHEN, 2003). Acredita-se que como resultado será encontrada uma prevalência de lesões em membros inferiores, principalmente em tornozelo e joelho. b) Quais os mecanismos de lesão e a posição de quadra em que ocorre mais lesão muscular? Os mecanismos de lesão são classificados como trauma direto, comum nos esportes de contato, trauma indireto ou por estresse muscular, onde o músculo é submetido a uma carga superior a sua capacidade de resistência (COHEN, 2003). Segundo Gould III (1993) os meio-campistas são os atletas mais exigidos em termos físicos do que os atletas de outras posições, sendo que, correm maiores distâncias em velocidade submáxima e fazem movimentos rotacionais, assim estão mais expostas as lesões traumato-ortopédicas. A inversão do pé com flexão plantar e supinação produz 85% das entorses. A diferença angular entre os dois maléolos laterais proporciona maior exposição do compartimento lateral, e ainda, as estruturas ligamentares da região medial do pé e tornozelo possuem um maior reforço (EITNER, 1989). Segundo um estudo realizado pelo Centro de Traumato-Ortopedia do Esporte (CETE), do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade 15 Federal de São Paulo, a maioria das lesões acorrem com as meio-campistas, vindo em seguida as atacantes, zagueiras, goleiras, e laterais (COHEN 2003). Acredita-se que o mecanismo de lesão mais freqüente será por trauma direto, já que o futsal é um esporte de muito contato e velocidade, e assim sendo as jogadoras mais acometidas serão as meio campistas. c) Qual a importância da fisioterapia desportiva? Segundo Cohen (2003) o atual momento do futsal necessita da participação efetiva da equipe multidisciplinar, bem como dirigentes esportivos e de preparadores dos eventos desportivos, com o objetivo de diminuir a incidência de lesões nos atletas e apresentar um melhor espetáculo para os admiradores. Nesse contexto a fisioterapia desportiva se destaca, fazendo a prevenção e o tratamento acelerado dos jogadores, evitando assim o afastamento destes por lesão. Pressupõe-se que as atletas que tenham um acompanhamento fisioterapêutico, tanto na prevenção como no tratamento, apresentarão um resultado melhor, com menos lesões e menor tempo de afastamento. Este estudo tem como objetivo geral analisar a prevalência e os principais mecanismos de lesão nas atletas do futsal da UNESC. Como objetivos específicos, avaliar o tempo de afastamento das atletas por causa de lesões; analisar qual posição é mais suscetível a lesão muscular durante os jogos de futsal; analisar quais os principais mecanismos de lesão; analisar quais os locais mais freqüentemente acometidos por lesão; analisar quais lesões são mais comuns neste esporte; orientar as atletas, em relação à prevenção das principais lesões decorrentes no futsal. O atual momento do futsal necessita da participação efetiva e integração de uma equipe multidisciplinar (fisioterapeuta, médico, preparador físico, técnico), bem como dirigentes esportivos e de preparadores dos eventos esportivos, com o objetivo de diminuir a incidência de lesões dos atletas e apresentar um melhor espetáculo para os amantes do esporte. A prevenção e o estudo das lesões ortopédicas no futsal estão diretamente ligados aos seguintes fatores: idade, lesões anteriores, instabilidades articulares, treinamento físico, não podendo esquecer a sobrecarga de exercícios, o número excessivo de jogos, equipamentos inadequados (calçados, roupas), avaliando esses fatores pode-se fazer um programa adequado de prevenção de lesões. Com a prevenção adequada evita-se o afastamento de atletas por motivo 16 de lesões, gastos com reabilitação, e se consegue diminuir a incidência destas lesões. Ao dedicar-se em prol da performance, o atleta muitas vezes eleva ou recebe um aumento em suas cargas de trabalho, favorecendo assim, o aparecimento de lesões que por vezes o afastam da condição de treinar e jogar, impossibilitando desta forma o desenvolvimento e ou aprimoramento de seu condicionamento, seja em uma temporada ou durante toda sua vida esportiva. Este afastamento pode ocorrer devido a algumas razões, talvez as principais delas sejam as lesões. São muito variados os mecanismos responsáveis por uma lesão. Estes estabelecem uma relação de causa e efeito. A categorização dos mecanismos se baseia em conceitos mecânicos, respostas teciduais ou uma combinação dos dois. A busca pelo sucesso impõe aos atletas a necessária e inevitável condição de serem submetidos a esforços físicos e psíquicos muito próximos dos seus limites fisiológicos, expondo-os conseqüentemente, a um nível de treinamento potencialmente patológico, resultando em um alto número de lesões esportivas. Desta forma a Fisioterapia tem representado grande importância nas recuperações destas lesões propiciando aos atletas uma reabilitação eficaz e um retorno precoce as atividades. É evidente a importância do estudo das lesões no esporte para o fisioterapeuta visando o desenvolvimento de medidas preventivas e de otimização do tratamento precoce e, conseqüentemente melhora na qualidade de vida e desempenho do atleta. Nos últimos anos a Fisioterapia Desportiva tem se mostrado indispensável na reabilitação dos atletas, com o objetivo de fazer a prevenção, bem como, devolver o atleta o mais rápido possível e reabilitado aos esportes. O presente estudo está dividido em 5 blocos temáticos, sendo o capítulo I a introdução, capítulo II o referencial teórico, composto por anatomia e fisiologia muscular, biomecânica do esporte, prática precoce do esporte, lesões,mecanismos de lesão, prevenção de lesões, qualidades físicas básicas de uma atleta, capítulo III os materiais e métodos, capítulo IV a análise e discussão dos dados, capítulo V as conclusões seguidos dos referenciais, apêndices e anexo. 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O futebol é o jogo mais popular do mundo, com milhões de entusiastas. A copa do mundo de futebol é o evento com maior audiência global, tanto na televisão quanto nos jornais e revistas com o tema. Os Estados Unidos é o país com o maior crescimento do esporte entre as mulheres (DRINKWATER, 2004). Atualmente, o futsal é o esporte que possui o maior número de praticantes no Brasil. No mundo, são mais de 70 países que o praticam em quatro continentes, destacando-se Rússia, Ucrânia, Paraguai, Espanha, Portugal. Os campeonatos mundiais mostram que os países estão muito bem organizados, estruturados e, principalmente, evoluídos na parte técnica e tática, contando ainda com atletas com excelente condição física e psicológica que já possuíam em anos anteriores (VOSER, 2002). A recente popularização do futsal feminino trouxe consigo dúvidas a respeito da Educação Física infantil brasileira enquanto prática educacional. É característica marcante a diferenciação das experiências e competências de movimento de meninos e meninas (SOUTO, 2006). Segundo Kunz (2003), posteriormente a um longo período de exclusão das atividades esportivas, de uma forma tímida começa a participação feminina, com a participação de esposas-espectadoras em algumas modalidades, como o remo, boxe, isso se deu no início do século XIX. Após o surgimento do movimento de libertação que ocorreu na Alemanha em 1810 e o crescimento da ginástica Sueca, foram tomadas providências para que pudesse ocorrer a participação feminina. Foi assim que aconteceu um aumento das atividades desportivas femininas, tanto nesses países quanto no mundo, registrando momentos onde ocorreu um grande desenvolvimento e momentos onde houve uma recessão (KLAFS e LYON, 1981). Segundo Klafs e Lyon (1981), no ano de 1900 em Paris as mulheres puderem participar, mas tiveram algumas restrições. Apenas onze mulheres participaram dos jogos, em somente duas modalidades, o tênis e a natação. Foram diversos fatores que atrasaram o destaque e a importância feminina nos esportes, um fator que contribuiu com esta lentidão foi o preconceito da sociedade. 18 As mulheres foram sobressaindo gradualmente nos esportes, tanto individuais quanto coletivos. Atualmente as mulheres têm uma participação muito grande nos esportes como jogadora, treinadora, árbitra (KNIJNIK & SIMÕES apud SANTOS, 2003). 2.1 Anatomia e Fisiologia Muscular Todos os músculos esqueléticos são constituídos por inúmeras fibras, com diferenças de diâmetro. Cada uma dessas é formada por subunidades sucessivamente menores. Cada uma dessas fibras é inervada por apenas uma terminação nervosa, localizada no centro da mesma. A fibra muscular possui uma membrana celular chamada de Sarcolema, e esta consiste em uma verdadeira membrana celular, conhecida como membrana plasmática, que possui um revestimento externo, contendo numerosas fibrilas de colágeno. Esse revestimento superficial do sarcolema se funde com uma fibra tendinosa na extremidade da fibra muscular, e por sua vez, as fibras tendinosas se unem em feixes para formar os tendões musculares que irão se fixar ao osso (GUYTON E HALL, 2002). As miofibrilas são compostas por cerca de 1500 filamentos de miosina e cerca de 3000 filamentos de actina. Cada fibra muscular pode ser formada por centenas ou milhares de miofibrilas, em um corte transversal podem ser vistas como pequenos círculos (GUYTON, 1976). Sendo assim, cada miofibrila é formada por dois tipos de filamentos, a actina e a miosina, que são grandes moléculas protéicas polimerizadas e responsáveis pela contração muscular. Para ocorrer a contração propriamente dita é de grande importância observar as pontes cruzadas, que são projeções provenientes dos filamentos de miosina. Tais pontes cruzadas conectadas aos filamentos de actina é que são responsáveis pela contração do músculo (GUYTON, 2002). 19 Figura -1: Os Túbulos Transversos; Sarcolema; reticulo sarcoplasmático; Miofibrilas; Sarcoplasma. Fonte: Wilmore, 2001. Figura-2: Representação de uma miofibrila. Fonte: Imagem retirada do site <www.giovannichetta.it/img/sarcomero.jpg>. 20 Todos os músculos do corpo estão continuamente sendo remodelados para que possam exercer com mais eficiência a sua função. Seu comprimento, seu diâmetro e sua força e até mesmo os tipos de força são alterados. Tal processo pode ocorrer num espaço de tempo bastante curto, ocorrendo em poucas semanas. As proteínas contráteis do corpo podem ser completamente renovadas em duas semanas (GUYTON, 2002). O tecido muscular esquelético é dividido em dois tipos básicos, com características e funções diferentes. A fibra muscular do tipo I, a de contração lenta não consegue desenvolver muita força rapidamente, porém ela consegue ficar contraída por períodos mais longos de tempo sem fadigar, ou seja, é o tipo de fibra mais resistente, ideal para eventos aeróbicos, como: corrida de fundo, natação ou ciclismo. Já as fibras musculares do tipo II, conhecidas como fibras rápidas não possuem muita resistência, adaptando-se para contrações rápidas, fortes e de curta duração. Estes tipos de fibras podem produzir uma grande quantidade de força, mas elas fadigam rapidamente. Em geral elas aumentam seu tamanho de forma mais rápida. Pela sua alta capacidade de força, são recrutadas nos exercícios de força muscular explosiva, como: arremesso de peso, lançamento de dardo, lançamento de disco (BAECHLE E GROVE, 2000). 21 Figura-3: Divisão completa da fibra muscular. Fonte: Imagem retirada do site <www.ck.com.br/materias/2001_07_arquivos/0701.htm>. Entre as fibras de contração rápida ainda existem dois subtipos, as do subtipo IIA que são as oxidativas-glicolíticas e as do subtipo IIB que são as glicolíticas. Nos casos de carga de baixa intensidade as fibras que mais trabalham são as do subtipo I, a medida que a intensidade aumenta, mobilizam-se as fibras do subtipo IIA e posteriormente as IIB. Em caso de carga muito intensa, a fibra que vai prevalecer será a do subtipo IIB, que é mais adaptada a glicólise anaeróbica. Sendo assim, a proporção de fibras pode variar de indivíduo para indivíduo, determinado as capacidades funcionais musculares. Quanto maior a porcentagem de fibras rápidas, melhor a adaptação do músculo para exercícios de alta potência, e quanto maior o número de fibras lentas, maior o rendimento do músculo para esforços longos (VERKHOSHANSKI, 1995). 22 Figura-4: A fotomiografia demonstra as fibras musculares de contração lenta (CL) e as de contração rápida (CR). Fonte: Wilmore, 2001. 2.2 Fisioterapia Desportiva A Fisioterapia Desportiva é uma vertente da Medicina Esportiva. Existem diversos métodos e práticas que podem ser utilizados com o objetivo de recuperar, sanar e prevenir as lesões causadas pela prática esportiva (NEGRÃO, 2002). Na área desportiva existe a necessidade de aumentar o tempo de atuação dos atletas, assim como, existe também um grande aumento no número de indicação de atividade física como forma de terapia e o aumento no número de pessoas que querem aproveitar os seus benefícios (FONTANA, 1999). A Fisioterapia Desportiva necessita de efeitos muito rápidos e eficientes, por isso é considerada tão diferente das outras, já que o atleta necessita realizar todas as suas funções músculo esqueléticas o mais rápido possível e com a maior potência e amplitude (RODRIGUES, 1994). 23 2.3 Biomecânica do Esporte Durante o início da década de 1970, a comunidade internacional adotou o termo biomecânica para descrever a ciência dedicada ao estudo dos sistemas biológicos desde uma perspectiva mecânica. Os biomecânicos utilizam os instrumentos da mecânica, que é o ramo da física que envolve a análise das ações das forças, para estudar os aspectos anatômicos e funcionais dos organismos vivos (HALL, 1993). Segundo Zatsiorsky (2004) a avaliação do movimento a partir de uma perspectiva descritiva pertence à área da mecânica conhecida como cinemática, e ele envolve a análise de cinco variáveis descritivas principais, como o tempo, a posição ou local, o deslocamento (descrevendo o movimento que ocorreu), a velocidade e a aceleração. Ainda, segundo o autor citado anteriormente, a descrição do movimento fornece uma ferramenta útil para os treinadores e para os atletas ao analisar as necessidades de movimento dos seus respectivos esportes. A descrição por si só, entretanto, tem limitações e uma análise geral do padrão de movimento ou da habilidade também requer conhecimento das forças que produzem o movimento. A análise das características relacionadas a força pertence a área da mecânica chamada de cinética. O movimento é um fenômeno que serve de base para a atividade desportiva, determinando seu conteúdo. Por meio do movimento, poderá ser atingido o objetivo desportivo para a qual é orientado o complexo dos meios de treino no decorrer da preparação de muitos anos. O aperfeiçoamento funcional do movimento desportivo durante o treinamento de muitos anos é assegurado à custa do crescimento do potencial locomotor do desportista e de sua habilidade de aproveitar o potencial para a realização da tarefa concreta (VERKHOSHANSKI, 1995, p.17). No aspecto biomecânico, independente da modalidade esportiva, o movimento desportivo é o resultado da sincronia do homem com os objetos do ambiente. Sendo assim, para realizar o exercício desportivo e criar a velocidade ideal do corpo, o atleta deverá exercer uma força. O treinamento consiste em como organizar os movimentos necessários para aproveitar ao máximo as forças a serem criadas na realização do ato desportivo (VERKHOSHANSKI, 1995). 24 2.4 Prática Precoce do Esporte e Alterações Posturais Diversos jovens brasileiros que têm o sonho de se tornarem jogadores profissionais de futebol procuram as seleções de equipes para fazer parte dos times de base. Os que conseguem se classificar recebem treinamentos de alta intensidade, e na maioria das vezes ainda não possuem condições físicas para suportar tais cargas de treino. Existem diversos estudos que mostram os prejuízos à saúde ao iniciar a prática do futebol precocemente (POWERS, 2005). Em um estudo realizado em 2005 pela Universidade Federal de Minas Gerais, concluiu-se que os atletas das categorias de base estão mais suscetíveis a sofrerem lesões de entorses de tornozelo quando comparados a jogadores profissionais. Este fato se dá pelo despreparo proprioceptivo e muscular dos atletas durante a atividade que, devido às amplitudes de movimento exigidas, ás mudanças de direções bruscas e os traumas diretos, tornam a prática esportiva altamente lesiva. Neste mesmo estudo foi relatado que os atletas profissionais estão mais propensos a lesões do tipo contusões e distensões musculares, o que sugere estar ligado a um déficit na flexibilidade e ao contato direto durante os jogos e não um despreparo proprioceptivo (FISIOTERAPIA ESPORTIVA, 2005). Um estudo realizado por Ribeiro (2003) que relacionou a incidência de lesões e as alterações posturais na prática do futsal encontrou uma maior incidência de lesões em jogadores com retificação ou aumento da lordose lombar. A maior incidência de lesões nesses jogadores foi no joelho e tornozelo, com fraturas, luxações e entorses. Nas seleções de jogadores jovens para o futebol, o foco não deve ser o desempenho em campo. Os grandes times estão utilizando avaliações multidisciplinares, com a participação de psicólogos, nutricionistas, dentistas, fisioterapeutas, médicos e educadores físicos. Os dados são utilizados para dar direcionamento a um tratamento de prevenção de possíveis lesões, como, fortalecimento, propriocepção, e dieta; necessários a cada atleta. Ou ainda, a escolha da chuteira que favoreça as habilidades de cada jogador e evite possíveis lesões (EKSTRAND, 1983). 25 O esporte faz parte do dia-dia da sociedade, o corpo humano, principalmente o sistema músculo-articular, é parte integrante da avaliação da prática esportiva. Sendo assim, os movimentos repetitivos praticados durante os jogos, durante os longos períodos de treino e o excesso de treinos, provocam alterações posturais, trazendo como resultado os desequilíbrios musculares (RAGONESE, 1987). Um objeto que causa um interesse crescente em estudos nas mais diversas áreas é a postura humana, sendo que, os desvios posturais, funcionais e estruturais levam a desequilíbrios e estes trazem compensações e por resultado aparecem alterações na biomecânica normal (OLIVEIRA et al., 1991). A postura segundo Kendall et al. (1995) é a orientação e posição espacial global dos membros e do corpo. Souchard (2003) defende que a postura é produzida e formada por músculos conhecidos como estáticos, que fornecem sustentação ao corpo e, se usados de forma inadequada durante a realização de movimentos das cadeias musculares, podem criar uma deformidade permanente e ainda alterar o equilíbrio da postura. É chamada de postura padrão aquela que envolve a menor quantidade possível de esforço e sobrecarga, porém traz a eficiência máxima do corpo (KENDALL, 1995). Qualquer desvio da postura pode levar a um aumento da sobrecarga nas estruturas periarticulares, levando a lesões crônicas do aparelho locomotor (RIBEIRO, 2003). É crescente o número de estudos relacionando os esportes e as alterações posturais e que vem apresentando informações importantes na prevenção de lesões. Ribeiro et al. (2003), estudaram a postura nos atletas do futsal e encontraram uma grande incidência de pés planos, entorses de tornozelo e lesões de joelho que podem ser relacionadas a grande incidência de joelho valgo nos atletas. Neto Jr. et al. (2004) encontraram características específicas como anteroversão pélvica, protusão de cabeça e hiperlordose como principais alterações posturais em atletas de prova de potência muscular. Razo et al. (1994) e Ribeiro et al. (2003) acharam uma grande incidência de alterações nos arcos plantares e joelhos, principalmente joelho valgo em jovens jogadores. 26 2.5 Lesões O futsal possui como característica a presença de movimentos bruscos, facilitando a ocorrência de lesões e necessitando-se de um trabalho de reabilitação e prevenção, principalmente relacionado à propriocepção. No futsal predominam as lesões sem contato, com maior freqüência em membros inferiores, seguidos por cabeça e coluna vertebral e; por fim em membros superiores. Sendo que as lesões musculares estão relacionadas como sendo as mais freqüentes, seguidos das contusões, entorses, tendinites, e finalmente as fraturas e luxações (COHEN E ABDALLA, 2003). Keller et al. (1987) afirmam que o responsável pelo maior número de lesões desportivas do mundo é o futebol. Pressupõe-se que tais lesões sejam responsáveis por cerca de 50 a 60% do total de lesões esportivas na Europa, e ainda, que cerca de 3,5 a 10% dos traumas físicos tratados em hospitais sejam causados pela prática do futebol. Segundo Bucco (2003) a lesão direta é comum no caso do futsal, sendo que é característico do esporte as colisões entre atletas. Na dinâmica do jogo as atletas estão sempre em movimento atrás da bola e dividindo espaço em quadra, proporcionando contato vigoroso entre as atletas. Porém para Waltrick (2004) a lesão direta ocorre quando existe uma colisão direta entre um objeto e um jogador ou entre jogadores, já a lesão indireta ocorre quando não existe colisão física, ainda segundo o autor, no futsal é mais comum a ocorrência de lesões indiretas. As lesões músculo esqueléticas podem ocorrer no exercício concêntrico, em uma série de exercícios intensos ou ao se trabalhar um músculo por muito tempo (HAMILL e KNUTZEN, 1999). Diversos estudos epidemiológicos definem o termo lesões esportivas de diferentes maneiras, deixando mais difícil a comparação entre esses estudos. Muitas vezes as lesões são diagnosticadas por serem tratadas pelo departamento médico e necessitarem de hospitalização (HOY, 1992), porém as lesões por “overuse” (esforço excessivo, sobrecarga) ou de baixa gravidade não são registradas, conhecido como “fenômeno ponta de iceberg” (MECHELEN, 1992). 27 Recentemente estudos definem a lesão como algo que teria como conseqüência um afastamento de treinos e jogos. Segundo Junge e Dvorak (2000), essa não é uma definição precisa, pois sua aplicação é influenciada pela freqüência de treinos e jogos. Atletas lesionados podem ter seus treinos modificados, permitindo uma participação moderada do atleta, e ainda, a participação em jogos ou treinos dependendo do tipo de tratamento e da importância do jogo. Um ponto que merece atenção, além da definição de lesão esportiva, é a definição da gravidade. A gravidade das lesões tem sido classificada em três categorias de acordo com o tempo de afastamento da prática esportiva: leve (1 a 7 dias), moderada (8 a 21 dias) e grave (mais de 21 dias de afastamento) (LÜTHJE, 1996). Para Van Mechelen et al. (1992) a gravidade da lesão deve ser descrita baseada em seis critérios: duração e tipo de lesão, tempo de afastamento do trabalho, tempo de afastamento do esporte, natureza de lesão, dano permanente e custo. Segundo Junge e Dvorak (2004) a definição de lesão não deve ser determinada apenas pelo tempo de duração do afastamento da prática esportiva, mas também pelo dano tecidual, pois muitos casos de pequenas lesões teciduais são negligenciadas e a taxa de incidência de lesões pode não ser real. Os tipos de lesões mais encontrados são o estiramento (lesão grau I) e a ruptura (lesões graus II e III). O principal objetivo é estabelecer o prognóstico e orientação no tipo de tratamento fundamental em atletas de alto nível pois o tempo de inatividade dos atletas é diretamente proporcional ao grau de lesão (COHEN E ABDALLA, 2003). Segundo Ejnisman (1997) foi realizado um estudo pelo Centro de Traumato-ortopedia do Esporte (CETE), do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo, com 184 atletas pertencentes a equipes profissionais. A maioria das atletas que apresentaram lesões jogava no meio-de-campo (56 atletas), vindo em seguida as atacantes (42 atletas), zagueiras (32 atletas), goleiras (23 atletas), laterais direitas (16 atletas) e laterais esquerdas (13 atletas). Um total de 126 atletas relatou ter sofrido algum tipo de lesão durante a sua vida competitiva. Destas 126 atletas, foram relatadas 258 lesões, sendo 87 contusões, 98 torções, 36 lesões musculares, 36 luxações ou fraturas. A região do tornozelo foi a mais afetada pelas contusões. 28 2.6 Mecanismos de lesão no futsal Os mecanismos de lesão são classificados como trauma direto, comum nos esportes de contato e trauma indireto ou por estresse muscular, onde o músculo é submetido a uma carga superior a sua capacidade de resistência (COHEN, 2003). As distensões musculares ocorrem geralmente quando o corpo tenta fazer a retificação para recuperar o equilíbrio ou mudar de direção, frear ou acelerar para aumentar a velocidade, e esses movimentos são característicos da prática do futsal (RODRIGUES apud SIEBERT, 2004). Segundo Leadbetter apud Whiting, (2001), existem sete mecanismos básicos da lesão: crescimento rápido; sobrecarga dinâmica; uso excessivo; contato ou impacto; vulnerabilidade estrutural; desequilíbrio muscular; e inflexibilidade. 2.7 Prevenção de lesões no atleta Uma grande porcentagem das lesões ocorre no início da temporada competitiva, conseqüência de um longo período longe das competições onde o atleta não se esforça o suficiente para manter-se em boas condições cardiovasculares e com músculos sadios. Fora da temporada os atletas devem ter um acompanhamento de especialistas em força e condicionamento. Estes irão desenvolver programas para atender suas necessidades físicas e esportivas, reduzindo a intensidade do treinamento fora da temporada, porém impedindo uma queda significativa do nível de condicionamento e força muscular (HILLMAN, 2002). Em diversas modalidades deve-se realizar trabalho proprioceptivo de prevenção, pois após lesões os órgãos mecanoreceptores são alterados, mas estes esportes realizados em terrenos planos não exigem solicitação tanto quanto os de terrenos irregulares. É recomendada, como meio preventivo uma avaliação prétemporada dos atletas, relizada de forma específica, colhendo dados de lesões antigas e verificando o estado atual da articulação em questão, análise de marcha entre outras coisas. Comprovadas as lesões antigas deve ser realizado um 29 programa de alongamentos, propriocepção, treinamento de marcha, uso adequado de calçados e órteses (SALGADO, 1995). Segundo Deliberato (2002) a Fisioterapia Desportiva trata das lesões relacionadas com a prática de várias modalidades esportivas, enquanto que a prevenção procura evitar tais acontecimentos. Os principais aspectos a serem analisados são: 1) o que deve ser prevenido: é necessário conhecer as lesões mais comuns da prática de determinada modalidade esportiva, 2) conhecer os mecanismos de lesão como o uso excessivo, sobrecarga cíclica (fratura da fíbula do jogador de futebol), contato direto, 3) conhecer o meio ambiente, o tipo de piso, o calçado adequado, o nível de competição da atleta. Muitas lesões osteomusculares ocorrem no início da temporada de competições, o que resulta num longo período de afastamento dos jogos para tratamento das lesões e reabilitação do atleta (HILLMAN, 2002). Um acompanhamento interdisciplinar, com exames e avaliações periódicas da saúde do atleta constituem- se em importantes fatores que ajudam a evitar lesões graves e prevenir complicações crônicas. Os profissionais necessitam ter um amplo conhecimento da prática esportiva e da preparação física para conseguir condicionar seus atletas e prevenir lesões ao mesmo tempo (HINRICHS, 1995). O excesso de treino é uma das causas mais comuns de lesões no esporte. O acometimento dos pés é muito comum pelo estresse biológico que estes sofrem. O atleta com lesão no pé pode voltar à prática esportiva com alterações da marcha e logo o trauma repetitivo vem atrapalhar o atleta. As forças extrínsecas são fatores difíceis de serem controlados na incidência de lesões. Por exemplo, o atleta pode se desequilibrar sozinho e ainda evitar uma lesão, porém se outro atleta pisar no seu pé, as lesões serão inevitáveis (HILLMAN, 2002). Com relação a possibilidade de reduzir o risco de lesão, é de grande importância a preparação do esportista não apenas para competições, mas também para suas atividades de lazer. O atleta precisa desenvolver uma boa coordenação, agilidade articular, força, rapidez e resistência, assim como, uma boa aptidão desportiva básica e habilidade específica para a prática esportiva (HINRICHS, 1995). O programa preventivo é sempre elaborado individualmente, baseando-se nos achados da avaliação que deve abordar o equilíbrio muscular entre força e 30 elasticidade, flexibilidade articular, padrões posturais, bem como a existência de lesões pregressas e patologias secundárias que possam limitar o desempenho do atleta (NEGRÃO, 1996). O treinamento supervisionado, associado ao trabalho preventivo, tem sua importância desde as categorias de base, promovendo uma melhora na qualidade de vida para o atleta, bem como um aumento na sua sobrevida útil no esporte. A prevenção é relevante, também, mesmo para aquele atleta que já obteve alta, a fim de que possa reduzir o risco de lesões consecutivas (DONATTI, 1996). 2.8 Qualidades Físicas Básicas de uma Atleta Exercícios de velocidade elevam ao máximo a rapidez e a alta freqüência. Os exercícios de longa duração ou distância aprimoram a resistência. Os movimentos complexos aperfeiçoam a coordenação, e os de amplitude máxima desenvolvem a flexibilidade do atleta (BOMPA, 2001). 2.8.1 Agilidade Agilidade é a condição necessária que permite a mudança de direção do movimento e o posicionamento do corpo num curto espaço de tempo (DANTAS, 2000). Agilidade é a capacidade de fazer mudanças de um movimento feito em velocidade com rapidez, e está diretamente relacionado com a força muscular, a flexibilidade e o equilíbrio dinâmico (CARVALHO, 2003). Harrow apud Prudêncio, (2003), subdivide a agilidade em: Mudança de Direção: é a capacidade de um atleta de mudar a direção do movimento sem cessar o movimento inicial. Partidas e Paradas: é a capacidade de um atleta em iniciar e parar um movimento com o mínimo de esforço. Rapidez: são as habilidades motoras que englobam os movimentos mais precisos. 31 Segundo Carvalho (2003), a agilidade lhe permite na maior parte das vezes, tirar vantagens das situações, lhe permite também desorientar os adversários em diversas situações, com toques de primeira e deslocamentos com velocidade. Segundo Harrow apud Lottin (1992) a agilidade é composta por mudanças rápidas de direção, início e sustentação de movimentos com velocidade, curto tempo de reposta, e precisão em atividades manipulativas. Um goleiro deve ter um curto tempo de resposta para desempenhar suas atividades durante um jogo; um violinista necessita de agilidade nas mãos para que possa tirar o máximo proveito do seu instrumento. 2.8.2 Força Força é a capacidade que um organismo possui de deslocar ou suportar uma carga, através da contração de grupos musculares (AOKI, 2002). Segundo Bompa (2002) força é definida como a capacidade neuromuscular de superar uma resistência externa e interna. Força muscular é a tensão que um grupo muscular ou um músculo consegue aplicar contra uma resistência num esforço máximo (FOOS e KETEYIAN, 2000). A força é muito importante para que um atleta de futebol consiga exercer alguns fundamentos, como: potência do chute, capacidade explosiva nos arranques e dribles, impulsão vertical, aumento da proteção articular, condições para disputas de bola e marcações corpo a corpo (AOKI, 2002). A força estática e dinâmica e suas manifestações negativas e positivas: Força Isométrica: é conhecida como sendo a tensão muscular contra uma resistência, porém sem vencer ou ser vencido por ela (FARINATTI; MONTEIRO, 1992). Força Concêntrica: é onde a força muscular aplicada é maior que a resistência, ou seja, ocorre uma superação da resistência (BARBANTI, 1997). Força Excêntrica: quando a força muscular é menor que a resistência ou peso aplicado, resultando num movimento de recuo (BARBANTI, 1997). Existem três tipos de força dinâmica na terminologia esportiva: resistência muscular, força máxima, força rápida (potência): 32 Resistência Muscular: conhecida também como endurance de força. É a capacidade de um grupo muscular de realizar determinado movimento de força durante o maior tempo possível (STUBLER apud BARBANTI, 1997). Força Máxima: é denominada como sendo a maior força muscular que um atleta pode exercer em uma repetição, é a maior força que o sistema neuromuscular pode exercer através de uma contração máxima (NETT apud BARBANTI, 1997). Força Rápida ou Potência: é a força aplicada no menor tempo possível (MEUSEL apud BARBANTI, 1997). Este tipo de força é usada em esportes com alta exigência de força (FARINATTI; MONTEIRO, 1992). Na combinação dos trabalhos de força máxima e velocidade máxima teremos como resultado a potência, melhorando a performance do atleta, e por sua vez fornecendo apoio para realizar movimentos explosivos em um curto espaço de tempo, característico do futsal (ANDRADE, 2004). Segundo Bompa (2002, p.336), existem diversos tipos de força que têm grande importância para um treinador: Força Generalizada: refere-se á força de um sistema muscular completo. Um baixo nível de força generalizada pode ser um fator limitante para todos os progressos de um atleta. Força Específica: é a força dos músculos que são particulares ao movimento do desporto (os principais movimentos). O termo sugere que esse tipo de força seja característico para cada esporte. Força Máxima: refere-se a mais alta força que o sistema neuromuscular pode executar durante uma contração voluntária máxima. Força Absoluta: refere-se á capacidade de um atleta para exercer a força máxima independentemente do peso corporal. Força Relativa: representa a razão entre a força absoluta de um atleta e seu peso corporal. É importante em desportos nos quais os atletas perdem o contato com o solo durante o desempenho ou são divididos em categorias de peso, como luta, boxe, etc. 33 2.8.3 Flexibilidade O estudo da flexibilidade é muito antigo, quem nunca viu algum atleta todo orgulhoso encostando a ponta dos dedos da mão no chão sem fazer a flexão dos joelhos (FARINATTI e MONTEIRO, 1992). A flexibilidade engloba as propriedades anatômicas e funcionais do sistema locomotor que permitirão a mobilidade dos segmentos corporais em decorrência da força e da velocidade (MATEVEIEV apud FARINATTI e MONTEIRO, 1992). A flexibilidade depende da elasticidade dos músculos e tendões e da estrutura das articulações. Pode ser denominada como uma capacidade física onde ocorre a obtenção de uma grande amplitude durante a execução de um movimento, ou ainda, como a maior amplitude na execução de uma movimento sem lesionar as articulações envolvidas (GOMES e MACHADO, 2001). Para Ghoroyeb & Barros apud Schwingel (2003), a flexibilidade se manifesta de duas formas: Flexibilidade Estática: é a amplitude máxima de um movimento. Flexibilidade Dinâmica: denomina-se a rigidez ou resistência oferecida ao movimento dentro de certa amplitude de movimento. A flexibilidade é desenvolvida mais facilmente na infância e juventude, segundo Gomes & Machado (2001). Diversos autores acreditam que os maiores ganhos de flexibilidade ocorrem entre os 10 e os 16 anos: nas mulheres aos 10 e nos homens aos 12. Osolin & Zacuoski apud Barbanti (1997), estudaram os diferentes horários de treinamento e concluíram que as horas da manhã são menos favoráveis aos treinamentos de ganho de flexibilidade que as outras horas do dia. As variações da flexibilidade são determinadas por diversas condições e fatores, como: o estado de cansaço, o grau de excitação emocional, a temperatura do corpo e do ambiente, a capacidade de relaxamento dos músculos (GOMES; MACHADO, 2001). Para Achour (1998), a flexibilidade pode sofrer influências externas, como: hora do dia e temperatura do ambiente e influências internas, como: estrutura óssea, tipo de articulação, elasticidade de tendões, músculos e ligamentos. 34 Segundo o autor citado anteriormente existem vários exercícios que podem ser utilizados para manter ou ganhar amplitude de movimento (alongamento), com o objetivo de prevenir câimbras, contraturas, lesões ligamentares e musculares, e principalmente ganhar amplitude de movimento. Segundo Nahas (2003), os exercícios de alongamento devem ser feitos ao menos três vezes por semana, sendo que o ideal seria diariamente durante 10 a 15 minutos. Nos atletas do futebol é necessário ter uma boa mobilidade para que possam realizar movimentos do tipo voleio, carrinho. É importante ter flexibilidade nas articulações do tornozelo, joelho e coxofemoral, que são onde incide o maior número de lesões e traumas (AOKI, 2002). 2.8.4 Coordenação Coordenação significa: ordenar junto. Na fisiologia isso quer dizer que, para acontecer o trabalho muscular, é necessário seguir uma série de regras da atividade muscular agonista e antagonista e dos seus respectivos processos do sistema nervoso (BARBANTI, 1997). A coordenação motora é uma habilidade biomotora, e está diretamente ligada com a força, a velocidade, a flexibilidade e a resistência, e é muito importante no aprimoramento das técnicas do futebol (BOMPA, 2002). A coordenação pode ser dividida em: coordenação específica e coordenação geral (GOMES; MACHADO, 2001). Coordenação Específica: são interpretados como sendo movimentos específicos nas modalidades esportivas, e elas ocupam uma posição específica (WEINECK, 2000). Coordenação Geral: esta envolve diversos segmentos do corpo (GOMES; MACHADO, 2001). A coordenação habilita um desportista a se sobressair com movimentos difíceis num curto espaço de tempo. Permite também um poder de orientação, percepção espacial, percepção de tempo, adaptação, equilíbrio, precisão, ritmo (BARBANTI, 1997). 35 O aperfeiçoamento próprio da coordenação resultará na realização de atividades com maior segurança e domínio. No futsal se faz muito importante um bom desenvolvimento da coordenação pelo desportista para realizar os movimentos do corpo ao trabalhar sozinho ou com a bola (GOMES; MACHADO, 2001). A coordenação pode ser classificada em: coordenação intramuscular e coordenação intermuscular. Coordenação intramuscular: é a cooperação neuromuscular em um conjunto de determinados movimentos em cada músculo isoladamente. Coordenação intermuscular: é a cooperação de variados músculos e grupos musculares para a realização de um único movimento (BARBANTI, 1997). 2.8.5 Velocidade Velocidade é a característica que um organismo ou parte dele têm para completar um movimento ou uma combinação de movimentos num curto espaço de tempo (AOKI, 2002). A velocidade é uma propriedade única dos músculos e das coordenações neuromusculares, possibilitando a execução de vários gestos seguidos, que constituem uma única ação, com uma duração curta ou muito curta (FAUCONNIER apud BARBANTI, 1997). Diversos fatores são determinantes para o desenvolvimento da velocidade, dentre esses estão a elasticidade muscular, tempo de reação, técnica, concentração, tempo de treino, hereditariedade (BOMPA, 2002). Segundo Bompa (2002) existem dois tipos de velocidade: Velocidade Geral: é a aptidão em desenvolver qualquer tipo de movimento em uma reação rápida. Velocidade Específica: é a aptidão em desenvolver um exercício de acordo com a velocidade, normalmente alta. Segundo Aoki (2002) a velocidade se faz presente em todas as situações durante um jogo de futebol, ou seja, no ataque, na antecipação de uma jogada, no contra-ataque, no pênalti, na defesa, no drible. 36 A velocidade dos jogadores de futebol depende de uma reação rápida, do conhecimento da jogada e das diferentes situações, da rapidez nos movimentos, da habilidade com a bola, do treinamento das jogadas (WEINECK, 1999). O aperfeiçoamento da velocidade de movimento (finta, chute, passe) e a velocidade de deslocamento (com ou sem bola) e o vínculo das duas para aumentar a eficiência na performance das competições, é o objetivo final no treinamento de velocidade para os jogadores de futebol (SHINKARENKO apud VICENZI, 2002). 2.8.6 Resistência Para que um indivíduo suporte realizar um esforço durante certo espaço de tempo é necessário que tenha resistência, sendo esta uma capacidade que o organismo possui (AOKI, 2002). A resistência é conhecida como a capacidade de tolerância ao esforço em exercícios de longa duração, bem como a capacidade de recuperação rápida. Resistência física é a capacidade do organismo como um todo, ou também de cada um de seus sistemas, resistir a fadiga (WEINECK apud VICENZI, 2002). Segundo Morehouse apud Barbanti (1997) a capacidade para suportar uma atividade por um tempo prolongado é chamada de resistência. Resistência é uma capacidade para sustentar um exercício por um longo período de tempo (BARROW apud BARBANTI, 1997). A resistência de um jogador de futebol é conhecida como a capacidade de suportar o cansaço, permanecendo assim com o mesmo nível e qualidade nas ações motoras, assim como, mantendo a velocidade nos deslocamentos durante toda a partida (FRISSELLI e MANTOVANI, 1999). Existe mais de uma forma de manifestação da resistência: Resistência: é a capacidade do esportista em resistir a fadiga (WEINECK, 1986). Resistência Geral: compreende mais de 1/6 da musculatura esquelética (BARBANTI, 1997). Resistência Local: quando necessita menos de 1/6 da massa muscular total (BARBANTI, 1997). 37 A resistência pode ser dividida em aeróbica e anaeróbica. A resistência aeróbica é a capacidade de suportar exercícios de alta intensidade, mantendo a oxigenação adequada. Resistência anaeróbica é a capacidade de realizar uma atividade sem manter a quantidade adequada de oxigenação, num período inferior a 3 minutos (GOMES e MACHADO, 2001). Ainda segundo os autores, o treinamento da resistência deve ser realizado entre os 12 e 17 anos para mulheres e entre 14 e 22 anos para homens O jogador de futebol precisa ter resistência e velocidade para conseguir um bom desempenho nas partidas, tanto na marcação dos adversários quanto na antecipação das jogadas (AOKI, 2002). 38 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Tipo da pesquisa Esta pesquisa caracteriza-se de acordo com os conceitos de Vieira e Hossne (2001) como sendo uma pesquisa básica, do tipo transversal, sendo sua população configurada como amostral. Segundo Luciano (2003), o problema possui caráter quantitativo, a pesquisa quantitativa é aquela onde o conhecimento é traduzido em números opiniões e informações com vistas as análises. Considerando seus objetivos, a mesma caracteriza-se como descritiva e exploratória. Por fim ainda é caracterizada em relação aos seus procedimentos como de levantamento de dados. Este estudo tem como objetivo avaliar a prevalência e os mecanismos de lesões nas atletas do futsal feminino da Universidade do Extremo Sul Catarinense, em Criciúma - SC. 3.2 Local e caracterização da amostra A amostra desta pesquisa é composta por todas as 12 atletas do time de futsal feminino sub-17 da UNESC, com idade entre 13 e 17 anos, independente de raça. A amostra que compõe este estudo se caracteriza como sendo probabilística, pois segundo Alvarenga (2008), a amostra probabilística é caracterizada por ser limitada, na qual se conhece a quantidade de indivíduos que a integra. 39 3.3 Instrumentos para coleta dos dados Foi elaborado um instrumento de pesquisa em forma de questionário para avaliar o perfil das atletas que compuseram a amostra, bem como os dados epidemiológicos das lesões apresentadas. O questionário foi composto por questões incluindo os dados de identificação, aspectos gerais, características da prática esportiva, história ocupacional, história da prática esportiva, utilização de materiais esportivos, histórico das lesões, mecanismos de lesões, tempo de afastamento. Este questionário foi validado por professores do curso de Fisioterapia da UNESC. Todas participantes do estudo foram submetidas ao instrumento de pesquisa, desenvolvido pelo pesquisador. 3.4 Procedimentos para coleta de dados Com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UNESC), o primeiro contato foi feito por telefone com o profissional responsável pelas atletas, inicialmente solicitando autorização para a realização da coleta de dados. Com a sua concordância foi agendado um encontro com a população a ser amostrada para esclarecimento no ginásio poliesportivo da UNESC. O pesquisador então convidou e esclareceu sobre o estudo, os objetivos do mesmo, bem como, da inexistência de riscos ou prejuízos para a saúde destes, os procedimentos que foram realizados em seguida e o sigilo de sua identificação, mediante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE. No aceite do projeto (274/2008) e após assinados os termos de consentimento, foi aplicado o instrumento de pesquisa, com o objetivo de coletar os dados referentes ao perfil de cada atleta e suas possíveis lesões. 40 3.5 Procedimentos para análises de dados Após coletados os dados, estes foram tabulados, organizados e submetidos à análise estatística, descritiva, e logo após apresentados e discutidos em forma de gráficos montados a partir do programa de computador Microsoft Excel®, sendo assim, agrupados a partir das informações contidas na coleta de dados. 41 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO O instrumento de pesquisa foi aplicado nos meses de abril e maio de 2009, onde o time sub 17 da Universidade do Extremo Sul Catarinense contava com 12 atletas, todas estavam participando dos treinos e dos jogos. No momento a equipe estava participando do Campeonato Estadual de Futsal. A equipe sub-17 de futsal da Universidade do Extremo Sul Catarinense é composta por duas (2) goleiras, uma (1) ala esquerda e nove (9) jogadoras sem posição fixa, totalizando 12 atletas, sendo que quatro (4) atletas não apresentaram lesões. Figura-5. Tempo de prática do futsal. Com base na figura 1 podemos notar que a maior parte das atletas (50%) praticam futsal faz 3 a 4 anos, seguida por 2 atletas (16,66%) que praticam há 5 anos, apenas 1 atleta (8,33%) tinha de 7 a 11 anos de prática de futsal . Das 8 atletas que praticam há quatro anos ou menos, 5 (62,5%) nunca apresentaram lesões osteomusculatres. 42 A média encontrada entre as atletas quanto ao tempo de prática sistemática do futsal no estudo feito por Santana e Reis (2003) foi de 6,95 anos (+ 3,18), 37%, isto é, 16 atletas, tinham entre 2 e 5 anos de prática sistemática; 53,3%, 23 atletas, tinham entre 6 e 10 anos e 9,2%, 4 atletas, tinham entre 11 e 14 anos. Figura-6. Idade atual das atletas. Com base no gráfico acima pode-se notar que das 12 atletas, a idade que prevalece entre elas são os 16 anos de idade, com 6 (50%) das atletas, seguido por 14 e 15 anos com 2 (16,66%) atletas cada. A média ponderada de idade do time é de 15,33 anos. Segundo a LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, a faixa etária considerada como adolescência fica entre os 12 e os 18 anos de idade. No estudo de Santana e Reis (2003) a média de idade encontrada foi a de 20,55 anos (+ 4,77). 37%, isto é, 16 atletas, adolescentes entre 15 e 18 anos e a maior parte, 63%, 27 atletas, composta de atletas adultas, entre 19 e 34 anos, notaram ainda que apesar de o campeonato ser da categoria principal, ou seja, jogado por mulheres adultas, foram encontrados 16 atletas com idade inferior a 19 anos. 43 Figura-7. Idade de início da prática do futsal. Com base no gráfico acima, observou-se que as atletas na sua maioria iniciaram a prática sistemática do futsal, isto é, o período no qual foram orientadas por um professor, exigiu-se freqüência semanal e competiu-se com outras equipes do mesmo gênero, entre seus 10 e 15 anos, com 6 (50%) atletas, seguido por 5 (41,66%) atletas que praticam fazem entre 5 e 10 anos; apenas 1 atleta começou antes dos 5 anos de idade. Santana e Reis (2003) encontraram em seu estudo que a média de idade em que as atletas iniciaram a prática sistemática do futsal foi de 13,69 (+ 3,18). A maior parte, 27 atletas, 62,8% do total, iniciou na adolescência, entre 12 e 18 anos de idade; 27,9%, isto é, 12 atletas, na infância, entre 9 e 11 anos de idade e 9,2%, 4 atletas, na maturidade, entre 19 e 20 anos de idade. 44 Figura-8. Realização do alongamento. De acordo com a figura 8 foi encontrado que 3 (25%) atletas realizam o alongamento somente antes dos treinos e 9 (75%) atletas realizam antes e após os treinos, dessas, 4 (44,4%) não apresentaram nenhuma lesão durante os anos de prática esportiva, enquanto no grupo que faz alongamento somente antes dos jogos apenas 33,3% não apresentaram lesão. Podemos encontrar na literatura que Achour (1998) recomenda que no pré jogo seja realizada uma atividade de flexionamento para diminuir o risco de lesões e para um melhor condicionamento nas atividades de alto impacto. Neste estudo 25% das atletas realizam o alongamento apenas no período anterior ao jogo. Canavan (2001) afirma que, alongamentos leves, sem atingir a amplitude máxima forçada associados a exercícios de baixo impacto, que são os responsáveis por fazer a eliminação de grande parte dos resíduos produzidos pela contração muscular, são as melhores medidas a serem tomadas no pós-atividade de alto impacto. Aqui observou que 75% das atletas fazem o alongamento no pós jogo, porém não fazem nenhum exercício de baixo impacto, fazem apenas um repouso imediato e alongamento. Segundo Dantas (1995), esta atitude não ajuda na eliminação dos resíduos provenientes da atividade muscular, que acabam por provocar dores musculares e manter o músculo tensionado e com comprimento reduzido, facilitando o aparecimento de processos lesivos. 45 Para se prevenir lesões existe uma outra medida preventiva muito eficiente, a crioterapia. A crioterapia diminui a chance da criação de processos inflamatórios nas articulações e diminui o metabolismo local, sendo assim, previne e evita recidivas de lesões (RODRIGUES, 2005). Figura-9. Tempo de afastamento dos jogos devido a lesão. Com base na figura acima, podemos perceber que as atletas, na sua maioria, ficaram afastadas por pelo menos 2 semanas; 3 (33,33%) atletas ficaram afastadas das atividades esportivas por 3 semanas; 1 atleta chegou a ficar afastada das atividades por 1 mês; apenas 2 atletas (22,22%) não perderam nenhum dia de treino ou jogo. Em um estudo realizado por Rosa (2008) foi encontrado que, um atleta afastou-se por um dia; dois atletas por dois dias; um atleta por cinco dias; um por oito dias e outro por 10 dias. Fabiano (2003) encontrou em seu estudo que a média de afastamento dos jogos por lesão foi de 36 dias, ficando fora de 6 jogos. Segundo Malone, Mcpoil e Nitz (2000), as lesões com tratamento conservador devem ser tratadas com o auxílio de curativos compressivos, elevação, imobilização e aplicações de gelo no local. Após 48 horas deve-se começar com os alongamentos passivos do grupo muscular afetado, depois inicia-se um programa de reabilitação com corridas 46 progressivas e controladas e fortalecimento da musculatura, levando em média de quatro a seis semanas para a volta da prática esportiva. Conforme a questão onde foi questionado o uso de calçado apropriado, todas as atletas referem fazer o uso adequado de calçados. Através de achados cinemáticos, foram encontrados desajustes na pisada do pé de apoio quando utilizado tênis de solado baixo, provocando uma pronação do pé no exato momento em que deveria haver uma leve supinação, facilitando uma lesão por torção de tornozelo (APOLO, 2003). Apolo (2003) diz ainda que, através de um estudo utilizando dinamômetro, pode-se concluir que no ato de caminhar um indivíduo tem 1.5 vezes o seu peso corporal, numa corrida (trote, ou com bola no futebol) chega a aplicar 2.5 vezes do seu peso corporal, numa corrida com velocidade apresenta 4 vezes o seu peso corporal. Figura-10. Localização anatômica das lesões. Pode-se notar que as lesões na sua maioria afetaram membros, apenas uma foi na coluna lombar. A maioria 7 (77,77%) das lesões afetaram os membros inferiores, uma no tornozelo, 2 (22,22%) no joelho e 4 (44,44%) afetaram a coxa. No futsal são muito comuns as entorses de joelho e tornozelo. Na prática esportiva, o joelho é destinado a realização de movimentos rápidos e complexos, ao 47 mesmo tempo, comumente tem suas tarefas dificultadas pelo peso do corpo (BUCCO, 2003). Normalmente as lesões de pé e tornozelo ocorrem por culpa de treinamentos excessivos, freqüentemente a articulação é lesada em decorrência de uma corrida durante a qual o pé recebe uma carga súbita, repentinamente (HAMILL, 1999). Diversos estudos registram que as articulações predominantemente afetadas são as do joelho e tornozelo e os músculos normalmente afetados são os da coxa e da perna. Essa prevalência de lesões nos membros inferiores pode ser explicada pela maior exigência da extremidade inferior do corpo neste esporte (INKLAAR, 1996). Figura-11. Tipos de lesões. De acordo com o gráfico 11, podemos ver que o tipo de lesão que prevaleceu na amostra foi a entorse de joelho com 2 (40%) acometimentos, seguido pela entorse de tornozelo, luxação e distensão muscular com 1 acometimento por cada tipo. No futsal as lesões de joelho incluem contusões, distensões, fraturas, luxações, entorses. Porém sabe-se que corridas em linha reta dificilmente causarão uma lesão grave. Entretanto, quando a corrida está associada a uma mudança 48 brusca de direção, aceleração ou desaceleração, que são movimentos comuns no esporte, a possibilidade de uma lesão maior aumenta significativamente (WEBB, 2001). Rodrigues (1994) encontrou em seu estudo que, das lesões musculares em atletas de futebol, 90% estão localizadas nos membros inferiores. Eitner (1989) realizou uma pesquisa onde enfatizou que as contusões no joelho aparecem com mais freqüência deixando a entorse de tornozelo em segundo lugar. Segundo Araújo (2007), a entorse é o tipo de lesão causada por movimentos excessivos ou anormais, que podem acabar trazendo algum tipo de deformidade, dependendo da tensão aplicada aos tecidos ligamentares. As entorses são provocadas por forças que distendem as fibras do ligamento além do seu limite. Os sinais clínicos das entorses são dor localizada, edema, instabilidade articular ou dilaceração completa do ligamento (MALONE; MCPOIL; NITTZ, 2000). As estruturas ligamentares têm um maior reforço na região medial do pé e tornozelo, assim como, a diferença angular entre os dois maléolos proporcionam maior exposição do compartimento lateral. Sendo assim, a inversão do pé com flexão plantar e supinação é responsável por 85% (oitenta e cinco por cento) das entorses no esporte (EITNER, 1989). Luxação é a perda da propriedade articular, ocasionada por traumas diretos ou ação muscular rigorosa. Alongamentos bruscos podem ser responsáveis por originar as luxações, embora isso não ocorra com freqüência (WEBB, 2001). A distensão é qualificada pelo rompimento de fibras musculares que pode acontecer em conseqüência a uma solicitação excessiva do músculo (MOREIRA, 2002). 49 Figura-12. Mecanismos de lesão. Como podemos perceber na figura 12, quanto aos mecanismos de lesão, das sete lesões que as atletas da amostra apresentaram; o impacto indireto foi o que provocou a maioria das lesões, aparecendo 5 (71,42%) vezes. O trauma direto foi o mecanismo responsável por 2 (28,57%) lesões. A lesão direta ocorre quando acontece uma colisão física entre um jogador e um objeto ou entre jogadores, porém a lesão indireta acontece sem nenhuma colisão física (WALTRICK, 2004). Num estudo realizado por Waltrick (2004) com atletas do futsal, foi encontrado que as lesões indiretas são as mais comuns. Esse resultado pode ser explicado pelo número excessivo de jogos, ou pelo tipo de treinamento que é praticado com as atletas, que podem sobrecarregar a jogadora e ser motivo de lesões e problemas físicos. O futsal é um esporte com caráter dinâmico, que exige divididas de bola e de espaço, sendo assim, é comum e taticamente necessário o contato físico direto entre atletas. Isso torna a lesão direta típica e comum de aparecer nos jogos de futsal (BUCCO, 2003). Existem diversos estudos constatando o mesmo resultado que o presente estudo. Em estudo realizado por Rosa (2008) foi encontrado na amostra que das seis lesões totais, cinco foram por trauma indireto, enquanto apenas uma foi por 50 trauma direto. Outro estudo descrito por Araújo (2007) encontrou também a maior prevalência de traumas indiretos. Figura-13. Estudo do Índice da Massa Corporal. Atleta Altura Peso IMC Idade 1 1,56 56 23 16 2 1,65 51 18,7 16 3 1,64 61 22,7 16 4 1,65 55 20,2 17 5 1,69 58 20,3 16 6 1,68 50 17,7 15 7 1,61 45 17,4 14 8 1,71 82 28 14 9 1,58 49 19,6 13 10 1,73 61 20,4 16 11 1,6 50 19,5 16 12 1,64 52 19,3 15 Desvio/p. 0,051786 9,599558 2,882024 1,154701 Média 1,645 55,83333 20,56667 15,33333 A tabela 1 apresenta os resultados obtidos a partir da coleta de informações sobre idade, peso e altura dos sujeitos da amostra, com o desvio padrão e a média das referentes variáveis. A variável que apresentou o menor desvio padrão foi a altura. Na sua maioria o Índice de Massa Corporal da amostra apresenta valores normais, porém podemos ver que as atletas 6 e 7 estão com o IMC baixo e a atleta 8 está com o IMC elevado, pelo padrão da Organização Mundial de Saúde. Barbanti (1994) afirma que o crescimento humano se define por volta dos 20 anos de idade, pode-se notar que a amostra estudada apresenta a possibilidade de crescimento, sendo a variável altura sujeita a variações em função dessa condição. O Índice de Massa Corporal (IMC) é estimado como o mais popular índice de estatura e peso. É utilizado para se avaliar níveis de aptidão física e graus de obesidade (FERNANDES, 2003). Segundo Massa et. al. (2003), as variáveis antropométricas e de aptidão física podem influenciar diretamente na execução das técnicas e táticas nos 51 esportes, sendo assim, torna-se de extrema importância o estudo delas para se montar um perfil físico de uma equipe e assim direcionar o treinamento de cada atleta e do grupo como um todo. 52 5 CONCLUSÃO Com base nos questionários aplicados, observou-se na pesquisa que, diferentemente de outros estudos realizados com atletas do futsal, não foi grande o acometimento de lesões nas atletas da amostra, talvez pelo treinamento adequado, respeitando os limites de cada jogadora ou pelo curto tempo de atuação no esporte. Com base na análise do instrumento de pesquisa aplicado ao time sub-17 feminino da UNESC foram encontradas lesões na coluna lombar, punho/mão, coxa, joelho, tornozelo, onde prevaleceram as lesões em membros inferiores. A lesão que mais apareceu foi a lesão de coxa, com quatro atletas acometidas, seguida por duas atletas com lesão de joelho. Os mecanismos de lesão que apareceram nesta pesquisa foram as lesões por impacto direto, e as lesões denominadas lesões por impacto indireto, como, luxação de punho e mão, a entorse de tornozelo, o estiramento muscular, a entorse de joelho, onde prevaleceram as lesões por impacto indireto acometendo 5 (cinco) das 12 (doze) atletas. Toda atividade física gera uma sobrecarga em algum ponto do aparelho locomotor. Se esta sobrecarga fica circunscrita à capacidade fisiológica do organismo de se recuperar, não há a instalação de um processo patológico (PEDRINELLI, 2002). Podemos notar que conforme demonstrado em outros estudos, as lesões na sua maioria afetaram membros, apenas uma foi na coluna lombar. A maioria das lesões 7 (77,77%) afetaram os membros inferiores, 1 (uma) o tornozelo, 2 (duas) o joelho e 4 (quatro) (44,44%) afetaram a coxa. Podemos ver que o tipo de lesão que prevaleceu na amostra foi a entorse de joelho com 2 (dois) acometimentos, seguido pela entorse de tornozelo, luxação e distensão muscular com 1 (um) acometimento por cada tipo. Segundo Pera e Brinner (1996), verificar e avaliar a freqüência de lesões é o primeiro passo num objetivo de reduzir as lesões nos atletas. E segundo Brinner e Benjamin (1999), a familiarização com as lesões mais comuns no esporte podem facilitar o diagnóstico, tratamento e reabilitação, além de promover a prevenção. Como podemos perceber, quanto aos mecanismos de lesão, das sete lesões que as atletas da amostra apresentaram o impacto indireto foi o que provocou 53 a maioria das lesões, aparecendo 5 (71,42%) vezes. O trauma direto foi o mecanismo responsável por 2 (28,57%) lesões. Como a maioria das jogadoras está iniciando no esporte, elas ainda não têm uma posição fixa em quadra, elas treinam para saber jogar nas diversas posições do futsal, sendo assim não podemos avaliar qual a posição em quadra mais afetada por lesões. Esportistas das mais diversas áreas sabem a importância do acompanhamento fisioterapêutico para manter o equilíbrio e o rendimento de suas atividades. A Fisioterapia Desportiva é muito importante nos esporte, pois pode intervir prevenindo lesões, e habilitando o atleta a voltar logo para a atividade esportiva. Na área da desportiva há uma grande necessidade de aumentar o tempo de atuação dos atletas, assim como, reabilitar muito rapidamente o jogador, já que o atleta necessita realizar todas as suas funções músculo-esqueléticas o mais rápido possível e com a maior potência e amplitude. Podemos concluir que existe uma precariedade no desenvolvimento de estudos científicos na área da Fisioterapia Desportiva, principalmente nesse esporte tão conhecido e praticado no nosso país, o futsal. Tais estudos podem contribuir com a preparação de treinos mais específicos, com a prevenção de possíveis lesões esportivas e, sendo assim, uma melhora na qualidade de vida das atletas e na sua permanência por maior tempo em atividade, bem como diminuir a gravidade das lesões e tempo de recuperação das mesmas, quando estas forem inevitáveis. 54 REFERÊNCIAS ACHOUR JÚNIOR, Abdallah. Bases para exercícios de alongamento relacionado com a saúde e no desempenho atlético. Londrina: Midiograf, 1998. ALVARENGA, Estelbina Miranda. Metodologia de La Invstigación Cuantitativa y Cualitativa: normas técnicas de presentación de trabajos científicos. 2ª ed. Asunción: A4Diseños. 2008. ARAÚJO, J. S. Análise das lesões ocorridas na temporada 2007 da liga nacional de futsal na equipe Unisul Esporte Clube. 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Disponível 03/5/2009. em: <www.giovannichetta.it/img/sarcomero.jpg> Acessado em: 60 APÊNDICES 61 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE 62 Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário (a) em uma pesquisa. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra do pesquisador responsável. Caso não aceite, você não será penalizado (a) de forma alguma e, da mesma forma, se decidir retirar seu consentimento durante o desenvolvimento da pesquisa. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA Título: Análise da Prevalência e dos Principais Mecanismos de Lesões nas Atletas do Futsal Feminino da UNESC Acadêmico responsável: Guilherme Seyboth Orientador Técnico: Prof. Esp. Adriano Borges Polizelli. Telefones para contato: (48)99781131 / (48)34334148 Os avanços na área da saúde ocorrem através de estudos como este, por isso a sua participação é importante. O objetivo deste estudo é encontrar a prevalência e o mecanismo das principais lesões na equipe de futsal sub-17 feminino da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC por meio de um questionário para avaliar o perfil das atletas, bem como os dados epidemiológicos das lesões apresentadas. O questionário será composto pelos dados de identificação, aspectos gerais, características da prática esportiva, história ocupacional, história da prática esportiva, materiais esportivos e histórico das lesões. Os resultados obtidos serão analisados, e o pesquisador orientará as atletas sobre a prevenção das lesões. Espera-se, com esta pesquisa sejam identificadas as principais lesões decorrentes da prática esportiva do futsal e assim intervir orientando a prevenção, evitando lesões futuras. Esta pesquisa não implica em risco algum aos participantes. Sua identidade não será revelada e as demais informações obtidas serão confidenciais e somente utilizadas nesse trabalho. Por sua participação na pesquisa, não lhe será cobrado nada, como também não receberá qualquer tipo de remuneração. 63 Consentimento da participação da pessoa como sujeito Eu____________________________________,RG/CPFnº________________abaix o assinado (a), concordo em participar do estudo “Analise da Prevalência e dos Principais Mecanismos de Lesões nas Atletas do Futsal Feminino da UNESC ”como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo acadêmico Guilherme Seyboth, sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como riscos e benefícios decorrentes da participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isso leve a qualquer penalidade. Criciúma, ___/___/_____ Nome e assinatura: ________________________________________________ 64 APÊNDICE B – AVALIAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA 65 Universidade do Extremo Sul Catarinense- UNESC Departamento do Curso de Fisioterapia Disciplina de Seminário II VALIDAÇÃO DO I STRUME TO DE PESQUISA Eu Guilherme Seyboth, acadêmico da 10ª fase do curso de Fisioterapia da UNESC, aluno da disciplina de seminário III, venho através deste, solicitar a vossa colaboração para análise deste instrumento com vistas à validação do mesmo. O tema do trabalho é: “Análise da prevalência e dos principais mecanismos de lesões nas atletas do futsal feminino da U ESC”. Este instrumento será aplicado com as atletas do futsal feminino da UNESC. Este estudo tem como objetivos: Analisar a prevalência e os principais mecanismos de lesão nas atletas do futsal da UNESC; Avaliar o tempo de afastamento das atletas por causa de lesões; Analisar qual posição sofre maior suscetibilidade a lesão muscular durante os jogos de futsal; Analisar quais lesões são mais comuns neste esporte; Analisar quais os principais mecanismos de lesão; Orientar as atletas, em relação a prevenção das principais lesões decorrentes no futsal. Como instrumento de pesquisa será aplicado este questionário para avaliar o perfil dos atletas que irão compor a amostra, bem como os dados epidemiológicos das lesões apresentadas. O questionário será composto por questões incluindo os dados de identificação, aspectos gerais, características da prática esportiva, história ocupacional, história da prática esportiva, materiais esportivos, histórico das lesões. 66 Agradeço antecipadamente. Acadêmico: Guilherme Seyboth Professor Orientador: Adriano Borges Polizelli Telefone: (048) 34334148/ 99781131 E-mail: [email protected] 67 ANEXO 68 ANEXO A – ACEITE DO PROJETO PELO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA 69