OS MALES CAUSADOS PELA POLUIÇÃO SONORA E VISUAL MARTA MARIA ALVES DE SOUZA ORIENTADOR: PROFº CELSO SANCHES UCAM - Tijuca Rio de Janeiro – 27 de janeiro de 2007 2 OS MALES CAUSADOS PELA POLUIÇÃO SONORA E VISUAL Este trabalho tem por objetivo sensibilizar os profissionais do comércio de Nova Iguaçu para os danos causados pela poluição sonora e visual. CURSO: PLANEJAMENTO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ALUNA: MARTA MARIA ALVES DE SOUZA Chegou o momento do homem fazer do seu ambiente um aliado e não um inimigo. GARDNER 4 AGRADECIMENTO A Deus, que me dá saúde e me mostra sempre algo novo, à família pelo incentivo e apoio. 5 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho de monografia àqueles que usam o ambiente de forma sustentável pensando nas gerações futuras. 6 RESUMO A cidade de Nova Iguaçu cresceu muito e de forma desorganizada sem planejamento urbano, concentrando muita gente em área urbana e deixando a zona rural com baixa densidade populacional, o que trouxe como resultado uma grande massa de pessoas e veículos nas áreas comerciais. A poluição sonora e visual é facilmente percebida por quem passa por estas áreas de comércio principalmente pelo Calçadão. A poluição sonora e visual é um impacto ambiental muito incômodo, aparentemente não incomoda a maioria das pessoas, mas prejudica a todas. Ficar exposto a ruídos intensos e constantes causa danos ao ser humano, comprometimento do seu bem estar em geral; e visualizar um ambiente com excesso de mensagens, letreiros luminosos, símbolos e apelos também interfere no organismo das pessoas. Todos estes males fazem parte do dia-adia de muitos que inconscientemente não atribuem a eles as constantes dores de cabeça, estresse, irritabilidade e até surdez. Algumas situações cotidianas que produzem ruído acima do permitido e seus efeitos no organismo estão especificados na tabela de ruídos. As leis citadas mostram claramente que é crime degradar o ambiente seja da maneira que for, mas exigir o cumprimento de tais leis deveria fazer parte da prática social. A manifestação popular através de uma campanha educativa, tendo o público como participante ativo, apresenta resultado eficaz e informa quantos males podem ser evitados e como se deve exigir o cumprimento da legislação ambiental. O Comércio dá vida à Cidade de Nova Iguaçu, mas não pode esquecer sua responsabilidade com o desenvolvimento sustentável. 7 METODOLOGIA Para informar aos usuários do Comércio de Nova Iguaçu os males causados pelo excesso do barulho e propaganda foi realizada uma campanha publicitária dando ênfase à poluição sonora e visual, destacando a responsabilidade sócio ambiental dos comerciantes, e da população em geral que ao tomar conhecimento poderá contribuir exigindo ambiente mais silencioso, combatendo os geradores da poluição e a forma de resgatar a visão da paisagem pública saudável. Foram realizadas palestras junto à Associação Comercial para que os comerciantes fizessem sua adesão e conhecessem as etapas da campanha, trouxessem sugestão e etc. Outros procedimentos da campanha foram: escolha do mascote- símbolo; planfletagem direcionada em escolas da área comercial, clínicas, restaurantes e estabelecimentos onde as pessoas pudessem ser orientadas sobre os males da poluição sonora e visual e as possíveis soluções benéficas que a campanha traria para quem freqüenta o comércio. Como última etapa da campanha, foram distribuídos brindes e viagem aos participantes e concorrentes que diminuíram a poluição local. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9 CAPÍTULO I UMA BREVE REFLEXÃO 12 CAPÍTULO II POLUIÇÃO SONORA 13 CAPÍTULO III POLUIÇÃO VISUAL URBANA 18 CAPÍTULO IV O QUE DIZ A LEI 20 CAPÍTULO V A CIDADE DE NOVA IGUAÇU 22 CAPÍTULO VI A RESPONSABILIDADE COLETIVA 24 CONCLUSÃO 25 ANEXOS 28 ÍNDICE 31 9 INTRODUÇÃO Como moradora da cidade de Nova Iguaçu há mais de trinta anos acompanho seu crescimento populacional e seu desenvolvimento em todos os sentidos, desde a época do dos laranjais, citada na História até hoje com vias, rodovias, comércio, infra-estrutura de cidade grande que não lembra mais o tempo dos laranjais. Por outro lado percebo também que muitas de suas riquezas naturais já não existem mais devido ao desmatamento, especulação imobiliária e as conseqüências do progresso urbano da cidade de Nova Iguaçu. Uma destas conseqüências é a poluição sonora e visual, tema desta pesquisa. O problema que despertou a necessidade deste trabalho é o excesso de barulho no comércio local; há veículos e motos trafegando e dividindo espaço com pedestres, já que o município adotou o estacionamento do tipo “vaga certa” favorecendo uma constante disputa entre carros e pedestres. Encontra-se também ambulantes oferecendo mercadorias aos gritos, jovens uniformizados abordando as pessoas para adesão a cartões de crédito, linhas telefônicas e empréstimos financeiros e para isto alguns usam até megafones... As propagandas comprometem a visão do espaço físico com placas penduradas em postes e pessoas, as mercadorias das lojas e cadeiras de bares e lanchonetes são espalhadas pelas calçadas, os grandes painéis tampam as fachadas dos prédios. Estas atitudes e outras não citadas geram doenças diversas, desde dores de cabeça, estresse e até surdez. A proposta deste trabalho é informar e sensibilizar os freqüentadores do Centro comercial de Nova Iguaçu sobre os danos causados por este tipo de poluição (sonora e visual), muitas vezes ignorada e esquecida pelos órgãos fiscalizadores / públicos, pois os seus danos à saúde não são imediatamente percebidos e mudar as atitudes para se viver com mais qualidade de vida. 10 Não só a emissão de gases tóxicos e particulados, a introdução de substâncias nocivas no ar, na água e no solo; o excesso de ruídos e de propaganda visual tem gerado muitos distúrbios que levam às doenças causando danos aos seres vivos e ao ambiente. As normas estabelecidas pelos órgãos competentes não são respeitadas; prejudicando e comprometendo a qualidade de vida dos moradores e/ou freqüentadores das grandes cidades. Os efeitos sobre a saúde humana começam na alteração do humor podendo chegar até a surdez irreversível, dentre outros males. A OMS limita 65 dB (A) ao ouvido humano, acima disto o organismo sofre de estresse e aumenta o risco de outras doenças. O Rio de Janeiro e São Paulo têm índices em decibéis de 75 a 85 dB (A), níveis inaceitáveis na Europa ou nos EUA. A Educação Ambiental torna-se necessária para intervir que estes efeitos maléficos atinjam as pessoas em grau elevado. A Educação Ambiental norteará como pode ser a reação e atitude da população diante da poluição visual e sonora. O excesso de barulho e propaganda tudo junto, unido no mesmo espaço público, deixa a população exposta a muitos riscos. É tomando conhecimento que se adotam novas posturas para que este mal não cresça, é diante de atitudes conscientes que se estabelece uma nova ação. È como diz o ditado “quem não reage rasteja”. Não se pode ficar passivo, indefeso e doente diante da realidade. É responsabilidade sócio-ambiental também do Comércio como um dos importantes setores da sociedade proporcionar ambiente agradável, saudável a todos; quer sejam eles comerciantes, comerciários e clientes de modo geral; pois no ambiente saudável o lucro é bom e certo. O ambiente acolhedor aliado ao bom atendimento com certeza trará o cliente de volta 11 ao estabelecimento e será ele mesmo um propagador “de boca-a-boca” e os comerciários não precisarão recorrer a tratamentos de saúde com tanta reincidência. Poluição sonora e visual, mal indelével que assusta e ameaça as cidades. 12 Capítulo I Uma breve reflexão A expressão “saúde no ambiente” não é uma convenção literária.Tem um sentido biológico real porque a superfície da terra é na verdade um organismo vivo. Sem as numerosíssimas e variadíssimas formas de vidas que a Terra aloja, nosso planeta seria apenas mais um fragmento do universo, tão desolado quanto a Lua e uma atmosfera inóspita para o homem. Nós seres humanos existimos e gozamos a vida somente em virtude das condições criadas e mantidas à superfície da Terra pelos micróbios, plantas e animais que converteram sua matéria inanimada numa estrutura viva altamente integrada.” RENÊ DUBOS 13 FUNDAMENTAÇÃO CONCEITUAL Capítulo I I POLUIÇÃO SONORA 2.1. Intervenção na saúde humana As cidades foram crescendo de forma desorganizada, surgindo as indústrias, aumentando o comércio e as pessoas passaram a conviver com todo tipo de poluição quase de forma imperceptível. A poluição das águas, do solo, do ar deixa marcas dos seus diversos problemas na vida de uma cidade afetando diretamente a vida das pessoas, acarretando doenças físicas e sociais. A poluição sonora que é o som indesejado causado principalmente pelo barulho dos veículos, motos, construções, carros de som, caixa de som nos comércios, aglomeração de pessoas gritos de vendedores ambulantes e etc, ou seja, é o ruído nas mais diferentes formas; o barulho é considerado uma fonte de grave agressão ao homem e ao meio ambiente. Segundo a Organização Mundial de Saúde ( OMS ) o limite tolerável ao ouvido humano é de 65 dB ( A ), acima disto o nosso organismo sofre de estresse, o qual aumenta o risco de doenças. Com ruídos acima de 85 dB (A) aumenta o risco de comprometimento auditivo. Sabe-se também que quanto mais tempo exposto maior o risco da pessoa sofrer danos. Quanto a estes dois fatores são determinantes para a sua amplitude: o tempo de exposição e o nível do barulho a que se expõe a pessoa, sendo de se observar que cada caso tem suas características e seu grau de conseqüência, o que exige estudos específicos para cada um. 14 2.2. Os efeitos da Poluição Sonora A intensidade de um som pode ser medida em uma unidade chamada decibel. A tabela mostra o valor médio de decibéis produzidos em determinadas situações e atitudes humanas. 2.3. TABELA DE RUÍDO SITUAÇÃO DB aprox. EFEITO NO ORGANISMO Janela aberta p/rua de circulação 60 Possível interferência do sono Pessoas conversando animadamente 70 Limite de desconforto Rua de circulação interna 80 Alguma irritação Rua de circulação intensa no horário 90 Problemas auditivos e nervosos média de rush Britadeira, com exposição prolongada buzina, escapamento veículo aberto, com 100 ônibus Risco de surdez com exposição de 8 horas por dia acelerando Discoteca 110 Risco de surdez e problemas nervosos Avião à jato decolando a 100 m de distância 120 Início de dor, problemas variados c/ exposição frequente 15 Há, por exemplo, perda de 30% da audição nos que usam Walkman, toca-fitas ou diskman durante duas horas por dia durante dois anos em níveis próximos de 80 db ( A ) Calcula-se que 10% da população do país possua distúrbios auditivos, sendo que, desse total, a rubéola é responsável por 20% dos casos. Atualmente, cerca de 5% das insônias são causados por fatores externos, principalmente ruídos. A poluição sonora pode diminuir gradualmente a audição. A surdez progressiva é comum em pessoas submetidas a sons fortes em seu trabalho (indústria pesada, serraria etc) . Mas além destes problemas da audição ela pode gerar muitas outras doenças. Intensidades sonoras a partir de 120 decibéis são estressantes; estimulam a produção de adrenalina e, se uma pessoa for submetida durante longo tempo a tais intensidades, poderá ter distúrbios nervosos, infarto, úlcera gástrica e outras doenças de stress. Mesmo intensidades sonoras mais baixas como as de 80 decibéis quando originadas por fonte sonora que não pode ser eliminada, fazendo o indivíduo sentir–se indefeso, podem provocar alterações nervosas se houver exposição prolongada. O aparecimento ou não de problemas no organismo depende, portanto, da intensidade do som, do tempo de exposição e de fatores subjetivos: sons considerados agradáveis pelo indivíduo podem ser suportados sem prejuízos a níveis mais altos do que sons indesejáveis. A poluição sonora nas grandes cidades vem aumentando nos últimos anos. O nível médio de ruídos no Rio de Janeiro, considerada a cidade mais barulhenta do mundo, é de 85 decibéis , quando o padrão aceitável é de 55 decibéis, no máximo São Paulo está em segundo lugar. 16 2.4. As soluções Por todos os distúrbios que pode causar à saúde, a poluição sonora nas grandes cidades precisa ser reduzida, o que pode ser feito se houver um planejamento adequado. O tráfego pesado e o aéreo devem ser mantidos distante dos centros residenciais e das áreas de lazer. Os aeroportos só devem ser construídos longe dos centros urbanos. A manutenção de áreas verdes também é importante neste caso, pois uma vegetação protetora, funcionando como isolante térmico elimina boa parte dos ruídos. È necessário também fazer campanhas educativas para evitar buzinas desnecessárias, freadas violentas e canos de escape aberto (proibido por lei). Finalmente o uso de técnicas de isolamento acústico em residências, equipamentos protetores para pessoas que trabalham expostas a ruídos e dispositivos que reduzem o barulho das máquinas são algumas das medidas adicionais ao combate da poluição sonora. O comércio tem grande participação na poluição sonora quando usa caixa de som enfrente ás lojas, microfones e megafones gritando seus produtos sem se importar com quem passa, com quem chega e trabalha, tudo na ânsia de vender, de expor. Os bares e similares localizados em locais abertos usam o som acima do volume permitido, na busca a novos clientes, comprometendo a saúde auditiva dos freqüentadores, não respeitam o horário de silêncio, ocupam calçadas com mesas e cadeiras, tornando o espaço público em exclusivo, comprometendo até passagem de pedestre. Não é só nas ruas que se ouve barulho em excesso, há indústrias que expõem seus funcionários à altíssimos ruídos e por longo período o que compromete a produtividade, aumenta os acidentes de trabalho, as consultas médicas, gerando distúrbios nervosos, dores de cabeça e outros males ao trabalhador. Dados da Sociedade Brasileira de Acústica comprovam o excesso de ruído industrial. 17 Há empresas que não oferecem equipamentos para proteção destes efeitos nos funcionários, equipamentos como protetor de ouvido, momentos de relaxamentos e outros; existem também funcionários que não os utilizam ignorando o mal ao qual estão expostos. Em casa a realidade não é tão diferente, a poluição sonora acontece, pois muitos eletrodomésticos estão fora das normas pré-estabelecidas de emissão de ruído especificadas. Levando os moradores ao hábito de ouvir TV, rádio e som em volume acima do necessário para compensar o barulho ambiental. Os fatos citados até aqui são parte de realidade do meio abiótico (ar, solo, água) e do ambiente coletivo (ruas, comércio e casas ) e a Educação ambiental se fará para atingir a criança, o jovem, o adulto estudante, a dona de casa , o comerciante e comerciário incluindo o ambulante, o patrão e o empregado; a população em geral. Responder pelas conseqüências dos próprios atos ou pelos de outros é obrigação de quem prejudica a outros ou a si mesmo; e para isto temos a Lei 6.938 /81 que dispõe sobre Política Nacional do Meio Ambiente, prevê expressamente em seus princípios proteção e recuperação das áreas ameaçadas de degradação, muitas das vezes ignorada pela grande massa da população daí a importância da Educação ambiental as classes já citadas. 18 POLUIÇÃO VISUAL URBANA Capítulo III 3.1. Resgate da paisagem pública São tantas formas de poluição que, por vezes, esquecemos da poluição visual que é o conjunto de mensagens utilizadas no desejo de vender, surgem em outdoor, painéis eletrônicos, letreiros luminosos, placas símbolos e outros apelos nas ruas e praças da cidades. A poluição visual é um problema visível que atualmente cresce indiscriminadamente quase ignorada constitui uma contribuição de comprometimento da paisagem urbana, considerada segundo alguns especialistas a maior do séc. XX. Uma das razões para controlar a poluição visual é o fato de que o cérebro, mesmo que inconscientemente registra toda essa poluição e dessa forma o organismo desenvolve distúrbios emocionais como irritabilidade, alterações do sono, pressão arterial e outros malefícios. Fora estes males, a grande quantidade de ordens ao cérebro (compre! Pague! Use! Beba! Coma!) alterando, inconscientemente repito, a escolha individual; aumentando o consumismo que é o fenômeno em que as pessoas compram mais do que necessitam, mas compram porque as propagandas massificam e quase sempre trazem a mensagem de que “quem usa aquele produto tem mais sucesso físico, espiritual e social.” A complexa estrutura de publicidade, que por meio de apelos induz a pessoa a consumir a poluição sonora junto com a poluição visual agride a sensibilidade humana, influencia a mente afeta tanto psicológica e fisicamente. Muitos anúncios são abordagens inconvenientes, contrários ao bem estar da população, fazendo com que as pessoas sejam obrigadas a reparar neles e não tenham outra 19 opção; ou seja, invadem o espaço público, banalizam o ambiente, desvalorizam a paisagem urbana e tiram atenção dos motoristas nas ruas. Infelizmente este tipo de poluição é menos divulgado, tratado de forma banal, porque as suas conseqüências não aparecem em curto tempo e por não serem tão visíveis. Com a poluição visual a paisagem fica tão sujeita ao seu poluidor que perde-se os referenciais de estética arquitetônica ,como a frente dos prédios, abertura para entrada do sol e ventilação, segurança etc. A população como sempre é a mais prejudicada ficando a mercê de firmas de publicidade com seu constante suceder de placas, painéis, cartazes, faixas, banners, infláveis etc, etc. Outro prejuízo para a população é a desvalorização imobiliária porque quando se compra um imóvel “compra-se” também a paisagem natural e esta poluição descaracteriza o espaço seja ele habitacional, comercial ou histórico. Resgatar a visão da paisagem urbana saudável é o compromisso da Educação ambiental, que mostra como o espaço público é diminuído para favorecer o publicitário, como a saúde física e emocional alterá-se ante a poluição visual e como os órgãos fiscalizadores se omitem na exigência do cumprimento das leis. A população precisa readquirir o que lhe é devido em relação ao espaço e qualidade de vida, e a Educação ambiental proporcionará instrumentos para esta reconquista. 20 O QUE DIZ A LEI Capítulo IV Por se tratar de problema social, a poluição sonora bem como a visual deve ser enfrentada pelo poder público e pela sociedade, com ações judiciais de cada prejudicado, ou coletivamente, através da ação civil pública (Lei 7.347/85), para garantia do direito ao sossego público, o qual está resguardado pelo artigo 225 da Constituição Federal. A Constituição Federal confere à União a competência legislativa para editar normas gerais sobre o meio ambiente, pode-se entender como normas gerais as políticas nacionais, conceitos e padrões a serem observados em todo território nacional. 4.1. Lei 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente Na legislação ambiental, Lei 6.938/81 no art. 3, III, poluição é definida como a degradação da qualidade ambiental que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, segurança e o bem estar da população, criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; afetem de forma desfavorável a biota; as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; lancem matérias, particulados ou energia em desacordo aos padrões ambientais estabelecidos. A Lei 6.938/81 que dispõe sobre Política Nacional do Meio Ambiente, prevê em seus princípios a proteção e recuperação das áreas ameaçadas de degradação; prevê pena administrativa aos causadores da degradação independente da responsabilização civil e penal de seus agentes.Trata do licenciamento prévio das atividades efetivas ou potencialmente poluidoras e reverencia o princípio do poluidor pagador e sua responsabilidade objetiva em seu art. 14 § 1º. Diante de atitude poluidora é preciso fazer valer a Lei e evitar a degradação urbana e o comprometimento da saúde da população que como sabemos e já foi dito “... não há legislação no mundo que possa compensar a falta de vontade política”. 21 4.2. Lei 9605/98 – Lei dos Crimes Contra o Meio Anbiente A chamada Lei dos Crimes Contra o Meio Ambiente, Lei 9.605/98 na seção II – art.54, diz que “ causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora”. As penas são de reclusão e detenção. No seu art. 65 diz “pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano”. As penas são de detenção e multa; mas na maioria das vezes isto não acontece. 4.3. Resolução do CONAMA e DECLARAÇÃO DE ESTOLCOMO A Resolução 008 /93 do CONAMA estabelece limites máximos de ruídos para vários tipos de veículos e que por lei conduzir veículo com escapamento aberto é proibido, mas quantas vezes somos surpreendido com ruído ensurdecedor pela rua provocado por este tipo de atitude. Concorda com esta resolução o chamado Princípio do Limite, da Declaração de Estolcomo e reafirmado na Declaração do Rio que voltado para a administração pública determina que esta deve fixar parâmetros mínimos a serem observados em casos como emissões de partículas, ruídos, sons, destinação final de resíduos sólidos, hospitalares e líquidos, dentre outros, visando sempre promover o desenvolvimento sustentável. Podemos citar também o Princípio da Responsabilidade que diz que o poluidor, pessoa física ou jurídica, responde por suas ações ou omissões em prejuízos do meio ambiente, ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas. Logo, a responsabilidade por danos ambientais é objetiva, conforme prevê o § 3º do Art. 225 CF/ 88. 22 A CIDADE DE NOVA IGUAÇU Capítulo V 5.1. Sua localização Localizada na Baixada Fluminense, a cidade de Nova Iguaçu destaca-se como uma das mais populosas do Estado do Rio de Janeiro. Abrangendo uma área de 520,5 km e uma população de 750.487 habitantes (estatística do ano 2000), a densidade bruta entre a população estimada e a área terrestre é de 1.441,9 habitantes/km. É uma cidade que concentra grande massa de pessoas residentes ou não, muitas atraídas pelo comércio para trabalho ou compras. Apresenta alguns bairros distantes da área comercial como é o caso Tinguá, Jaceruba, Rio d’Ouro e outros onde a densidade populacional é baixa ficando na faixa de 100 e 300 habitantes / km. Como era de se esperar os bairros mais próximos ao Centro Comercial apresentam maior concentração populacional chegando até a 10.000 habitantes/km,como exemplo temos os bairros de Moquetá, Chacrinha, Jardim Iguaçu e outros. Nova Iguaçu é uma cidade cheia de contrastes, encontramos comunidades com qualidade de vida e estrutura próxima aos dos grandes centros urbanos, e tem também comunidades muito pobres. Os cidadãos também são diferentes, de origens e culturas mais diversas. 5.2. Suas rodovias O Sistema Viário de Nova Iguaçu é enriquecido pela Rodovia Presidente Dutra e pela Via Ligth, rodovias que promovem a expansão e possibilitam a circulação de tudo que alimenta e mantém a cidade em constante movimento, principalmente o comércio. 23 5.3. As conseqüências do desenvolvimento O grande desenvolvimento estrutural da cidade traz também suas conseqüências uma delas é a poluição sonora e visual, objetos de estudo deste trabalho, como sabemos o fluxo de pessoas e veículos promove muito ruído no ambiente, e o excesso de propaganda, painéis, placas e etc feita de forma indiscriminada polui visualmente. Ambas prejudicam a saúde das pessoas. 24 A RESPONSABILIDADE COLETIVA NA RECUPERAÇÃO DO ESPAÇO URBANO SAUDÁVEL Capítulo VI A proposta de uma campanha com a atuação direta da população permite buscar nesta um comprometimento com o espaço público que é de todos; a Associação Comercial de Nova Iguaçu consciente de sua interferência no meio ambiente busca apoio na população informando que : * poluir o ambiente é crime previsto por lei * que pode exigir um local menos barulhento: * que escolha comprar em ambiente mais tranqüilo: * que procure o responsável pelo estabelecimento e registre sua insatisfação: * que faça valer o seu direito de cidadão. A Associação buscou uma parceria na própria população tornando-a sua aliada, informando lhe os seus direitos, ampliando sua maneira de observar o espaço público. A poluição sonora restrita a uma determinada área é um problema de pequena proporção, mas quando atinge grande parte da cidade como é o caso de Nova Iguaçu com trânsito intenso e barulhento próximo ás lojas e moradias, com carros de propaganda circulando por locais restritos ao pedestre, megafones e bandas musicais na porta das lojas, isto passa a ser um problema de saúde pública. 25 CONCLUSÃO O sucesso de uma cidade não é medido por sua extensão quilométrica ou por sua explosão demográfica é avaliado por abrigar como morador e/ou trabalhador cidadãos felizes. E só encontramos pessoas assim quando desfrutam de ambiente saudável e acolhedor que favoreça sua saúde e bem estar. A poluição sonora e visual é um problema de muitas capitais brasileiras e cidades incluindo a cidade de Nova Iguaçu, local deste estudo. A Legislação Ambiental existe em âmbito federal, estadual e em alguns casos até municipal e procura minimizar e impedir os agravos à saúde humana, mas a pesquisa mostra que muitas vezes não se cumpre a lei o poluidor pagador leva vantagem da responsabilização e penalização dos seus atos. Hoje apesar de constar como crime, com todas as letras, vemos a cidade inundada por estes atos de desrespeito às leis e o comprometimento da saúde pública. Qualquer setor deve garantir a proteção ambiental, permitindo a qualidade de vida no meio ambiente. Esta preocupação não deve existir somente por força da lei, mas na sustentabilidade da vida no planeta. Despertar na população, que usa o comércio de Nova Iguaçu, a consciência crítica de que existe uma maneira melhor e harmoniosa de conviver com o espaço público sem prejudicar tanto a saúde. A população precisa dar o “GRITO” de socorro e não se omitir. O cuidado com a saúde deve ser objetivo de todos, mas a maioria não percebeu ainda os males causados por este tipo de poluição. O Comércio pode e deve oferecer empregos e produtos, realizar negócios, vender, anunciar e tudo que permeia este setor da sociedade, mas fazê-lo com responsabilidade social. O comerciante precisa perceber que se colocar a disposição da 26 população um ambiente agradável e acolhedor, preço justo aliado a um bom atendimento, valoriza o comércio local. 27 BIBLIOGRAFIA VASCONCELOS, José Luís. GEWANDSZNAYDER, Fernando. Programa de Saúde. SP: Ed Àtica S. A, 1986. PCNI. Atlas Escolar da Cidade de Nova Iguaçu. Nova Iguaçu: 1º edição. 2004 CHEIDA, Luiz Eduardo. Coleção Biologia Integrada. São Paulo: Ed. FTD- 2002 OLIVEIRA, Valdemar de. Higiene e Puericultura. SP: Editora do Brasil - 1975 SILVA, Paulo Moreira. A Poluição. São Paulo: Difel / Difusão Editorial S.A. - 1975 www.aultimaarcadenoe.com, ícone poluicãotipos, Rio de Janeiro – 2006, acesso em 07/08/06 www.ambientebrasil.com.br, ícone urbanopoluicao- Rio de Janeiro- 2006, acesso em 07/08/06 www. Conama.gov.br, ícone poluicaosonora- Rio de Janeiro – 2006, acesso em 04/12/06 www.canalea.net – Rio de Janeiro – 2006, acesso em 04/12/06 28 ANEXOS 29 30 31 Índice Introdução 9 CAPÍTULO I 12 1.1 – Uma breve reflexão 12 CAPÍTULO II 13 POLUIÇÃO SONORA 13 2.1 – Intervenção na saúde humana 13 2.2 – Os efeitos da poluição sonora 14 2.3 – Tabela de ruídos 14 2.4 – As soluções 16 CAPÍTULO III 18 POLUIÇÃO VISUAL URBANA 18 3.1 – Resgate da paisagem pública 18 CAPÍTULO IV 20 O QUE DIZ A LEI 20 4.1- 20 A Lei 6938/81 - Política Nacional do Meio Ambiente 4. 2- A Lei 9605/98 – Crimes contra o Meio Ambiente 21 4.3 – Resolução do CONAMA 21 CAPÍTULO V 22 A CIDADE DE NOVA IGUAÇU 22 5.1 - Sua localização 22 5.2 - Suas rodovias 22 5.3 - As conseqüências do desenvolvimento 23 32 CAPÍTULO VI 24 A RESPONSABILIDADE COLETIVA... 24 CONCLUSÃO 25 BIBLIOGRAFIA 27 ANEXOS 28 ÍNDICE 31