PEREGRINAÇÕES CRISTÃS, CRUZADAS E PERSEGUIÇÃO AOS JUDEUS NA IDADE MÉDIA Rebeca Souza BATISTA [email protected] UESB A Idade Média foi um período de perseguição, de intolerância, muitas vezes de combate aberto, contra os judeus. Responsabilizados pela morte de Cristo, eles foram acusados de deicídio e se tornaram objeto de desconfiança, inveja, desprezo dos cristãos. o anti-semitismo tomou uma dimensão sem precedentes. Muitas restrições lhes foram impostas. Existiram tributos específicos para eles. Eram proibidos de casar com cristãos e não podiam ter escravos ou empregados cristãos, ocupar cargos públicos, nem legar heranças ou construir sinagogas. Estavam sempre se defrontando com o dilema de escolher entre o batismo ou a morte. O clero tinha medo de que os judeus estivessem atraindo cristãos para a sua fé. Já em 538, o Concílio de Orléans aprovara decretos com o objetivo de extinguir o proselitismo judaico. Este concílio proibiu judeus e cristãos de se misturar na Semana Santa e vetou, aos cristãos, o ato de comer com os judeus. Aos cristãos que desobedecessem às leis e se misturassem com os judeus, foram impostas penalidades. Daí, certamente, a obrigação do uso de uma insígnia distintiva pelos judeus, norma editada no IV Concílio de Latrão. As políticas da Igreja (e dos Estados) difundiam a noção de que os judeus estavam condenados à servidão e a de que a inferioridade judia devia ser perceptível aos olhos de todos. Rejeitados pelos cristãos, os judeus se recusavam a manter, com aqueles, uma vida em comum. O comportamento dos judeus produzia desconfiança e medo: eles se escondiam em ritos misteriosos, conservavam um estranho idioma, permaneciam apartados e formavam um grupo fechado. Os judeus acreditavam no Antigo Testamento e renegavam o Novo, que, segundo os cristãos, era o desfecho e a explicação do Antigo. Aos olhos da cristandade, constituíam mau exemplo para todos, principalmente para os pagãos que os cristãos buscavam atrair. Qualquer mal que atingisse os cristãos era atribuído aos judeus. As mais notórias acusações eram de profanação da hóstia e de assassinatos rituais. Segundo Richards, Em 1144, depois que um menino, Guilherme de Norwich, desapareceu, um judeu convertido, Teobaldo de Cantuária, surgiu em cena para dizer que os judeus eram obrigados a crucificar cristã anualmente, na páscoa e num lugar escolhido por uma conferência anual de rabinos. Quando a criança foi achada morta, houve uma explosão de violência contra os judeus.[1] E foram odiados também porque se dedicavam à prática da usura. Certamente as condições em que o povo judeu vivia concorreram para que este se dedicasse a trabalhar com dinheiro. Enquanto os cristãos eram proibidos, pela Igreja, de receber juros porque isto era considerado pecado, os judeus estavam livres para o seu exercício. Segundo Norman Cohn, Os judeus, que não estavam obviamente sujeitos a tal proibição, eram encorajados e até obrigados pelas autoridades a emprestar o seu dinheiro contra certas garantias, e eram elogiados por praticarem esta indispensável função.[2] Muitas dívidas foram contraídas pelos cristãos, que, no intuito de se livrar delas, promoveram a expulsão ou matança de judeus. Na época das Cruzadas, o anti-semitismo tomou uma dimensão sem precedentes. As cruzadas representaram, para este povo, longos anos de terror e perseguições, mas a maior parte dos escritos sobre as Cruzadas advém de cronistas cristãos. Os judeus, mesmo que diretamente envolvidos no fenômeno, tiveram suas vozes abafadas, suas reflexões e reações suprimidas das obras historiográficas. No livro Kidush Hashem: Crônicas Hebraicas sobre as Cruzadas, Nachman Falbel reúne testemunhos de integrantes das comunidades judaicas européias que descrevem as terríveis experiências pelas quais passaram as comunidades judias na Alemanha medieval, durante o movimento das Cruzadas. As crônicas constituem um testemunho de resistência, de coragem e fé dessas comunidades: Apesar das conseqüências funestas e do grave sentimento de impotência frente à superioridade das forças inimigas, a exemplo do que ocorreu em outros tempos na história milenar do povo judeu, as crônicas são um testemunho da coragem, resistência física e espiritual das comunidades com armas na mão, defrontando-se com os seus atacantes até se esgotarem seus recursos de autodefesa.[3] A expressão Kidush Hashem, título do livro de Falbel, é o nome dado, no judaísmo, ao auto-sacrifício, ato no qual as pessoas cometem suicídio e matam seus entes queridos para manter-se dentro de sua fé. Em tradução literal, Kidush Hashem significa Santificação do Nome divino: A decisão de praticarem o Kidush Hashem pode ser vista, sob esse aspecto, como a última saída para não caírem nas mãos do inimigo, além do seu significado religioso mais profundo, como ato de coragem e fidelidade ao Deus de Israel.[4] No cenário onde se desenvolvem as histórias narradas pelos cronistas hebreus, o conceito de “Guerra Justa” justifica a ação dos guerreiros cristãos e o estímulo às peregrinações estimula a movimentação de multidões de cristãos em direção à “Cidade Santa”. A partir do final do século XI, atendendo ao chamado da Igreja e alegando cumprir a vontade divina, grupos de peregrinos e soldados assolaram o norte da Europa, a caminho do Oriente, obrigando comunidades inteiras de judeus a escolher entre a morte e a conversão. Assassinatos em massa, em Worms, Neuss, Trier e outras localidades, respondiam às acusações de que judeus, inimigos da fé, matavam crianças. Milhões de judeus foram vítimas da ação dos cruzados. Na primeira cruzada, sofreram perseguições e foram submetidos a batismos forçados. Os relatos do cronista hebreu, R’ Salomão Bar Sansão destacam os sucessivos morticínios ocorridos, sobretudo por parte de franceses e alemães “que se haviam disposto a ir até a Cidade Santa para ali procurar o túmulo de seu deus e expulsar os ismaelitas e seus habitantes e conquistar o território”. Segundo o relato do cronista, Colocaram seus símbolos e a cruz sobre suas vestes (Sl: 74:4), homens e mulheres que tinham a intenção de peregrinar até o túmulo de seu salvador se multiplicaram como gafanhotos sobre a terra, homens e mulheres e crianças [...] E ao passarem pelos lugares onde viviam os judeus, disseram uns aos outros: eis que vamos a um lugar longínquo procurar defender os nossos lugares santos e vingar-nos dos ismaelitas enquanto os judeus estão aqui entre nós, e seus antepassados mataram e crucificaram Cristo em vão. Vinguemo-nos antes e os destruamos como povo para que o nome de Israel não seja mais lembrado (Sl. 83:5) ou para que reconheçam e aceitem a nossa fé.[5] O cronista relata como o exército comandado por Godofredo de Bouillon, decidiu vingar dos judeus primeiro para, depois, seguir caminho para a “Cidade Santa”: Naquele tempo, levantou-se um duque, [...], que seus ossos sejam triturados, que em sua crueldade, atraído a acompanhar os cruzados em direção aos seus lugares santos por seu espírito corrupto (Os. 4:12), no seu ódio jurou cometer perversidade antes de se pôr a caminho, e vingar o sangue de Israel, não deixando qualquer resto ou sobrevivente daqueles que portavam um nome judaico.[6] Após a passagem de Godofredo de Bouillon e seu exército na comunidade de Mogúncia, foi a vez do exército liderado por Emico que, segundo o cronista, causou tristeza, lamento, destruição e calamidade à comunidade judaica: E no início do mês de Sivan [25 de maio] veio o nobre Emico, inimigo odioso de todos os judeus - que seus ossos se tornem pó com pedras de moer de ferro.[...]. Ele era o cabeça de todos os nossos inimigos e não poupou velhos, nem donzelas, nem crianças ou recém-nascidos, nem dos enfermos teve piedade. E dispôs-se a exterminar o povo de Deus, matando seus jovens com a espada e abrindo o ventre de suas esposas grávidas.[7] Diante do numeroso exército, os judeus vestiram suas armaduras e lutaram contra os cruzados que estavam dispostos a eliminá-los. R’Salomão Bar Sansão descreve: No meio do dia, Emico, o cruel, inimigo dos judeus, veio com todo o seu exército até as portas da cidade, e os citadinos abriram-nas para eles. E os inimigos de Deus disseram uns aos outros: “Vejam que nos abriram as portas, agora nos vinguemos dos que derramaram o sangue do crucificado”. E os tementes a Deus, filhos da Santa Aliança, ao verem aquela enorme multidão e grande exército como a areia do mar, voltaram-se ao seu Criador. Então vestiram suas armaduras e pegaram em suas armas de guerra, dos mais velhos aos mais jovens.[8] Às comunidades judias, eram dadas duas opções: a conversão ou a morte. Muitos judeus, sem saída, optaram pelo sacrifício de toda a família. R’Salomão Bar Sansão relata: Os filhos da Santa Aliança, ao verem que seu destino estava selado, e que haviam sido derrotados pelos seus inimigos, entraram pátio adentro e todos juntos, velhos e moços, donzelas e crianças, servos e servas, clamaram ao seu Deus que está nos céus, e choraram Por eles e por suas vidas, e aceitaram o juízo divino [...] E disseram com convicção e boa vontade: “É o fim de tudo, e não temos de meditar sobre os atos do Santo, bendito seja, e bendito seja o Seu Nome, que nos deu sua Tora e ordenou-nos morrermos e sacrificarmos-nos em seu Santo Nome [...] Apressemo-nos e sacrifiquemo-nos como holocausto a Deus, o Eterno, e depois degole-se a si mesmo, pela sua própria garganta, ou enterre a faca em seu próprio abdome”. E logo que entraram no pátio, os inimigos encontraram alguns dos piedosos decididos, juntamente com o nosso mestre Isaac bar Moshe, de arguta sabedoria, que estendeu seu pescoço e cortou-o de início. Envolveram-se em fazer a vontade de seu Criador. E não quiseram fugir, pois tinham receio de querer viver naquele momento, já que por amor haviam recebido o veredicto dos céus.[9] Para o cronista, o Kidush Hashem praticado pelos judeus representa um ato de coragem do judeu em defesa de sua fé: E os inimigos atiraram sobre eles pedras e flechas, mas eles não temeram e não fugiram. Então atacaram com a espada todos os que encontraram e os sangraram até o fim (Est. 9:5). E ali as mulheres, tomadas de coragem, degolaram seus filhos e filhas e também a si mesmas. E muitas pessoas tomaram coragem e sacrificaram suas esposas e seus filhos [...] E todos, homens e mulheres, sacrificaram uns aos outros, e as donzelas, noivas e noivos olharam através das janelas e gritaram em alvoroço: “Olhai e vede”, nosso Deus, o que estamos fazendo para santificar o Seu Grande Nome, sem que nos convertamos ao crucificado e rejeitado em seu tempo [...] E as mulheres justas e piedosas estenderam seus pescoços umas às outras para sacrificarem-se em seu Santo Nome, assim como o fizeram cada um com seu filho, irmão, com irmã, mulher com seu filho e filha, vizinho com seu vizinho e amigo, noivo com noiva, compromissado com compromissada, um sendo o sacrificador e o outro o sacrificado, até que um sangue tocou outro.[10] O mesmo cronista descreve os episódios que atingiram os judeus da região de Colônia: No terceiro dia [1º de junho], pela manhã, com gritos, levantaram-se os inimigos sobre eles, e destruíram as casas, roubaram e espoliaram, puseram abaixo a sinagoga, de onde tiraram os livros da Tora, profanando-os e pisoteando-os nas ruas, no dia em que ela [a Tora] fora dada quando a terra tremeu e seus fundamentos estremeceram (Jô 9:6).[11] Muitos morreram pelas mãos dos cristãos; outros, morreram santificando o nome de Deus: E naquele dia [27 de junho] vieram os inimigos, inimigos de Adonai, a uma aldeia. E ao anoitecer, os que se encontravam ali santificaram o Nome, muitos, noivos e lindas noivas, velhos e idosas, rapazes e moças, estenderam o pescoço e sacrificaram uns aos outros entregando suas almas para santificação do Nome nos lagos que ficavam ao redor da aldeia. E quando os inimigos chegaram em frente à aldeia, alguns piedosos subiram em uma torre e atiraram-se no rio Reno - que corre ao redor da aldeia – e afogaram-se no rio, morrendo todos.[12] Aqueles que não foram mortos e que não morreram “santificando o nome de Deus”, foram convertidos à força. Mas sobre eles permanecia, sempre, a suspeita de que a conversão não era verdadeira. Uma outra crônica sobre a perseguição aos judeus na primeira cruzada, atribuída ao Rabi Eliezer Bar Nathan, narra a destruição, os saques, roubos e mortes e destaca o interesse dos cruzados nos bens materiais dos judeus, o que os levou ao roubo, ao assassinato de famílias inteiras e a destruição de suas casas: os inimigos e opressores atacaram os judeus que se encontravam em suas casas, roubaram e mataram homens, mulheres e crianças, jovens e velhos. E destruíram as casas e derrubaram as escadas, e dilapidaram-nas e saquearam-nas. E tomaram a Santa Tora e pisaram-na como o barro nas ruas, e rasgaram-na e profanaram-na, escarnecendo e dela mofando levianamente.[13] O cronista relata o momento em que um grande número de cruzados se levantou contra uma pequena quantidade de judeus na cidade de Mors. Em nome da fé, os judeus desta comunidade, para não se render aos cruzados, foram levados a sacrificar seus entes queridos: E no dia sete de Tamuz [30 de junho] levantaram-se os inimigos contra um povo pobre e oprimido na cidade de Mors. Cercou a cidade uma multidão enorme como areia à beira-mar [...]. E lá se encontravam duas piedosas, a senhora Gentel e a senhora Rebeca. Uma foi atacada pelas dores do parto, e nasceu-lhe um filho homem, e a outra foi atacada de grande pavor e ficou febril, e ambas encontravam-se enfermas naquele lugar. E também se encontrava com eles uma menina muito linda. E quando viram que os inimigos voltavam-se contra elas, sacrificaram a bela menina, que tinha dez anos, e também pegaram um menino pequeno, que havia nascido há apenas uma semana, embrulharam-no em seu berço, pois condoeram-se dele, e atiraram-no da torre onde se encontravam.[14] Perseguições e atrocidades foram praticadas, da mesma forma, em outras comunidades: E aquilo que os inimigos fizeram nessas comunidades, assim também o fizeram em outras, nas cidades de Trier e Metz, e também em Regensburg e Praga, onde o Nome santo foi santificado com amor e dedicação até o anoitecer.[15] A Segunda Cruzada derrotada pela desorganização e os desentendimentos entre os chefes cruzados, não conseguiu chegar a Jerusalém, mas levou terror e extermínio às comunidades judias. R’ Efraim Bem Jacob De Bonn, relata as atrocidades cometidas pelos cruzados e menciona a atitude de um bispo, que prestou refúgio aos judeus em troca de suas riquezas. Grande parte da comunidade de Colônia deu ao bispo daquela região muito de suas riquezas para que lhe cedesse a fortaleza de Wolkenburg, que não se encontra monumento comparável em toda a Alemanha. [...]. Eles deixaram ao bispo, como hipoteca, além de suas vidas, suas casas e suas riquezas na cidade de Colônia[16] Segundo o cronista, a fim de aumentar ainda mais a fúria pelos judeus, os cruzados inventaram mentiras e acusações. A perseguição foi encorajada de todas as formas. Aqueles que não foram mortos ou batizados à força perderam seu dinheiro. E o perdão das dívidas contraídas junto aos judeus foi um forte motivo para a movimentação dos cruzados: nas demais comunidades da França, não ouvimos dizer que alguém tenha sido morto ou batizado à força, porém, muitos foram espoliados de seus bens, pois o rei da França [Luis VII] declarou: “Todo aquele que se dispuser a ir até Jerusalém, ser-lhe-ão perdoadas todas as dívidas contraídas junto aos judeus”. E a maioria dos empréstimos dos judeus na França era feitos sob confiança e, portanto, perderam seu dinheiro.[17] R’ Efraim Bem Jacob De Bonn, nas suas crônicas sobre a perseguição na Terceira e Quarta Cruzadas, ressalta que o interesse pelo dinheiro dos judeus foi um elemento instigador para a perseguição. O cronista descreve os fatos ocorridos no ano de 1187, quando a comunidade judia de Mogúncia foi totalmente destruída pelos cruzados e o seu bairro incendiado: Na véspera de sábado, eis que um cristão se dirigiu ao cemitério e disse que um judeu queria matá-lo. E o bispo difundiu esse rumor, até que a comunidade lhe deu mais de cem moedas de ouro. No segundo dia de Rosh Hashaná [Ano novo], quando foram levados até a casa do bispo, [os judeus] juraram nada lhe terem feito, afirmando que não costumavam matar nenhum cristão na véspera de Pesach. E distribuíram muito dinheiro. E, em meio ao desenrolar de todo esse problema, observou-se um fenômeno no sol [...] na véspera de Rosh hashaná [4 de setembro de 1187], no dia do eclipse do sol, os ismaelitas mataram da nação dos germanos mais de quatro mil guerreiros. E tomaram a cruz na qual fora pregado Jesus de Nazaré, que seus ossos sejam pulverizados, e levaram-na com eles para o seu território. Tomaram o Santo Sepulcro, após Chanuká, e mataram todos que se encontravam em Jerusalém. E tiraram a lápide com o nome amaldiçoado do pendurado e reviraram todo o pó do sepulcro. E logo depois disseminou-se a notícia em todos os lugares da Alemanha, e disseram os cristãos aos judeus: “Eis que chegou o dia que esperávamos para matar todos os judeus”.[18] Segundo o autor, alguns judeus foram salvos devido à ajuda que obtiveram de algumas pessoas, e em troca de dinheiro, “de muito dinheiro”, os bispos decretaram a paz aos judeus na região. O fanatismo religioso, a perspectiva de espoliação dos judeus, a ambição de tirar seus bens e saquear suas riquezas foram fortes motivações que levaram os cruzados a atacar as comunidades judias. Protagonizaram as ações contra os judeus, homens comuns, desejosos de obter riquezas, mas, também, membros do clero, reis e imperadores. As Cruzadas representam um momento ímpar, no qual os conflitos entre cristãos e judeus ultrapassam a condição de ressentimento mútuo e assumem feição verdadeiramente catastrófica. O genocídio aos judeus foi explicado não só pelo fanatismo religioso - que levou os cruzados a forçar os judeus à conversão, quando não os matavam – mas também pelo desejo dos cruzados de apossar-se das riquezas dos judeus. A dor e o sofrimento dos judeus, bem como seus atos de resistência física e espiritual frente à ação dos cruzados, estão em destaque nas crônicas hebraicas que, elevando-os à condição de protagonista trazem uma contribuição decisiva para a elucidação do fenômeno histórico das cruzadas. NOTAS: [1] RICHARDS, J. Sexo, Desvio e Danação: as Minorias na Idade Média.Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. p. 111. [2] COHN, N. Na Senda do Milênio. Milenaristas Revolucionários e Anarquistas Místicos da Idade Média. Lisboa: Presença, 1970. p. 66. [3] FALBEL, N. Kidush Hashem: Crônicas Hebraicas sobre as Cruzadas. São Paulo: Edusp; Imprensa Oficial do Estado, 2001. p. 23. [4] FALBEL, N. Op. cit. p. 23. [5] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 74 [6] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 77 [7] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 81 [8] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 82-83 [9] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 84. [10] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 84-85. [11] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 102. [12] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 103. [13] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 127. [14] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 133-135. [15] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 138. [16] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 179. [17] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 185. [18] Apud FALBEL, N. Op. cit. p. 218-219.