Multidisciplinar Mesa Redonda: Impasses na Supervisão do Estagiário em Psicologia Hospitalar Integração Ensino e Assistência Karine Rodrigues Sepúlveda Hospital da Bahia O ensino universitário é fundado sob a premissa de que o saber uma vez adquirido pode ser transmitido. Nos moldes da modernidade científica aquilo que se sabe emana da consciência, do pensamento e pode-se claramente ser enunciado. A experiência psicanalítica, a partir da hipótese do inconsciente e suas formações (chistes, atos falhos), traz inovações que se contrapõem à concepção cartesiana, quando anuncia que existe um saber inconsciente, que não se sabe prontamente. Esta proposição salienta que não há saber desarticulado do sujeito que a enuncia e, portanto não há saber puramente objetivo. Destes marcadores nascem às vicissitudes da integração do ensino e assistência no programa de estágio específico de psicologia no hospital. De que modo viabilizar que o saber psicológico não se restrinja a uma mera aplicação de um discurso instituído? O saber acumulado na graduação autoriza o estagiário para atuar no hospital? Qual o ideal instaurado? Baseado na observação das dificuldades da inserção do estagiário de psicologia no hospital geral buscou-se a formulação de um modelo integrado de ensino e assistência. A construção deste modelo foi analisada a partir das considerações sobre os dispositivos de assistência à saúde e sob o viés da ética da psicanálise. De que modo podemos diminuir as lacunas entre a universidade (campo teórico) e o hospital (campo de prática) e as suas irregularidades discursivas? A experiência de ensino está diretamente atrelada à experiência clínica de cada supervisor. Deste modo, cabe-nos atuar a partir do reconhecimento da complexidade que se faz presente. No hospital, as cenas de dor, doença, sofrimento e morte não ficam restritas ao paciente e família. Exige de todos os envolvidos intensa mobilização de afetos e de conteúdos conscientes e inconscientes que interferem, positiva e negativamente, no processo de ensino-aprendizagem. Palavras-Chave: Universidade; Hospital; Irregularidades Discursivas; Formação do Psicólogo.