Reunião do Conselho de Concertação Territorial foi "animadora", mas só isso não chega MARGARIDA GOMES (HTTP://WWW.PUBLICO.PT/AUTOR/MARGARIDA-GOMES) 28/04/2014 - 21:36 Presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses critica o facto de o Governo ainda não ter revelado qual vai ser o modelo de gestão dos fundos comunitários do quadro Portugal 2020. (http://imagens3.publico.pt/imagens.aspx/837213?tp=UH&db=IMAGENS) MIGUEL MANSO O Governo deverá apresentar dentro de “duas a três semanas” uma proposta sobre a administração de proximidade e a rede de serviços públicos desconcentrados, um tema debatido esta segundafeira na primeira reunião do Conselho de Concertação Territorial (CCT), uma plataforma criada em Março pelo Governo e que integra os vários níveis territoriais. “É importante promover a administração de proximidade, mas não à custa do encerramento dos serviços”, afirmou ao PÚBLICO o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANM), Manuel Machado, no final da reunião, que foi presidida pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. A reunião contou com a presença de vários membros do Executivo, elementos dos governos regionais e representantes das autarquias. Segundo o presidente da ANMP, que considerou esta primeira reunião de trabalho do Conselho de Concertação Territorial “animadora”, a questão da administração de proximidade foi “analisada muito na generalidade, mas o Governo manifestou abertura para a discutir com as partes presentes na reunião”. A par da administração de proximidade, outro tema que Manuel Machado, que preside à Câmara de Coimbra, está a seguir com particular atenção é o da programação dos fundos estruturais (Portugal 2020). “O Governo ainda não revelou qual vai ser o modelo de governação dos fundos, com o argumento de que o dossier estará em discussão com a Comissão Europeia”, afirmou o presidente da associação de municípios, que espera ter já nesta terça-feira mais informação sobre os fundos estruturais na reunião que está agendada com a ANMP pela presidência do Conselho de Ministros. “O dossier dos fundos comunitários está na recta final e é importante sabermos qual vai ser o modelo de gestão", salientou ainda o autarca de Coimbra. Fora da reunião ficou o Fundo de Apoio Municipal, uma medida que já deveria ter entrado em vigor no dia 1 de Janeiro deste ano, e que está a preocupar muito autarcas, particularmente aqueles que têm maiores constrangimentos financeiros. No final do encontro, em declarações aos jornalistas, o ministro-Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, disse acreditar que, até ao Verão, o processo ficará concluído. “O Governo crê ser possível que o Fundo de Apoio Municipal possa estar em funcionamento até ao Verão, embora esse tema não tenha sido objecto desta reunião”, declarou o ministro. Criado pelo Governo, o CCT integra os vários níveis territoriais: elementos das regiões autónomas da Madeira e Açores, das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias, bem como elementos do Executivo. Presidido pelo primeiro-ministro, o órgão pretende ser uma "plataforma de diálogo permanente sobre questões de território entre diferentes níveis de governo", disse o ministro-Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, na apresentação do conselho. O organismo deve reunir-se a cada quatro meses, mas o primeiro-ministro pode convocar reuniões extraordinárias sempre que tal se justifique.