Isso não Não me perguntem por soluções, não as tenho nunca tive nem as posso ter sozinho se bem que me ocorrem umas tantas em diversas áreas por diversos compartimentos do meu complicometro mas não passa por aí. As soluções dependem de todos não do apanágio de uma só consciência. Sendo que as mesmas implicariam um sentido inverso ao qual elas são construídas. Construímos a condição humana ao contrário de tudo. Ninguém começa uma casa pelo telhado esperando que se aguente no vazio. Não é com certeza de cima que vem as soluções, como se de um jogo se tratasse em que as peças se movimentam com a menor colateralidade possível sempre presas a uma única visão. Os problemas são parte da solução (mas isso já todos o sabemos empiricamente) e só sobre eles se pode construir algo verdadeiro e consistente. Sei que vamos discutir e muitas vezes toldados por uma razão que não é. Também discutiremos por teorias já experimentadas e por frases já feitas. E no fim quando deixarmos a consciência alargada dar de si o seu melhor teremos um despertar da mente. Não é fácil, mas também nunca nada é fácil e no entanto milénios se perderam e se continuam a perder com a mesma maneira de construir as soluções. Bem sei que uma meia dúzia de anos nos fazem esquecer tudo (a mente humana é seletiva) e tudo isso nos afasta do verdadeiro propósito como se tudo tivesse uma maneira de ser resolvido sem a nossa intervenção. Entramos num período crucial da espécie humana, uma sociedade baseada no aumento constante do consumo encerra em si uma impossibilidade o facto de não termos dois planetas para consumir. A questão que se põe é: queremos acabar pela nossa estupidez e preguiça agarrados a conceitos individuais ou queremos ser perpetuados pela nossa inteligência emocional? Eu entendo a preguiça afinal é-nos familiar como um parente querido, mas a dor também e não deve ser esquecida para que cada vez que nos falem em teorias já usadas possamos acordar do nosso tepor e gritar: Isso não!! "Dentro de nós há uma coisa que não tem nome. E essa coisa é o que somos." (José Saramago)