EXTEN Projeto de Ensino de Línguas de Taru E m Tar u m ã , c i d a d e que fica a 26 quilômetros de Assis, um projeto desenvolvido por alunos da Unesp tem aberto as portas do mundo para estudantes do Ensino Fundamental e Médio daquela cidade. O Pelt – O Projeto de E nsi no de L í ngu as d e Tar u m ã , pro g r am a d e ex tens ão c ol ab orat ivo entre a Universidade e a Prefeitura do município, oferece cursos de idiomas (inglês, alemão, italiano, espanhol, francês e japonês) a esse público e completa, em 2012, 11 anos de atuação. Duas vezes por semana, sempre no período noturno, os adolescentes se encontram em sala de aula, onde trocam experiências e aprendem sobre a gramática e a cultura dos países onde são falados os idiomas preferidos. O corpo docente do projeto, que realiza suas atividades em uma escola municipal, denominada Emeif José Ozório de Oliveira, é composto atualmente de alunos-professores, geralmente do 4º ano de Letras, coordenados pela professora Rozane Lopes Messias, do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências e Letras de Assis (FCL). Dentro das salas de aulas, carteiras são ocupadas por estudantes da cidade que estão ali por um só motivo: aprender. A aula do dia é sobre conjugação verbal e a sala 6 Nosso Câmpus abril/2012 da professora Tamara, de Inglês nível II, está num dia bem agitado. Um dos alunos entra na sala e a comoção é geral. Ele é Júlio César de Oliveira Paiva, de 16 anos. Apesar das brincadeiras sabe que o mercado profissional é coisa séria, e por isso buscou no Pelt uma chance de melhorar seu desempenho quando for ingressar na faculdade de Administração de Empresas. “Sei que o inglês hoje é obrigatório em qualquer profissão e por isso estou aqui para, quando entrar na faculdade, eu esteja preparado”, justificou. Sua colega de classe também já tem os olhos voltados para o futuro. Quando os professores do Pelt passaram pelas escolas anunciando os cursos, Tatiane Caetano Santos, de 13 anos, não pensou duas vezes. Matriculouse e está, já há dois anos, aprendendo inglês. “É um tipo de reforço que temos para o aprendizado do inglês que se ensina na escola”, avaliou. Apesar de ainda estar indecisa s obre a prof i ss ã o qu e vai seguir, ela garante que o temp o que passou no projeto será bem aproveitado, seja em que área for. “Penso em fazer contabilidade; ainda não defini isso, porém sei que qualquer currículo hoje pede o conhecimento de pelo menos uma língua estrangeira”, completou. A dedicada professora Tamara Lopez dos Santos, aluna do 4º ano de Letras na FCL, contou que começou este ano a participar do projeto, mas que já extraiu boas experiências para sua formação. “Já tinha trabalhado no Centro de Línguas da Unesp, na Unati (Universidade Aberta à Terceira Idade),mas lidar com adolescentes como estou lidando aqui é algo totalmente novo para mim. É preciso ter muita paciência e fôlego para trabalhar com jovens cheios de tanta energia”, confessou. No entanto, a tarefa se torna mais gratificante, como ela diz, quando pensa nas dificuldades que seus alunos enfrentam para estar ali. “Mesmo quando estão dispersos afinal a idade deles é uma idade complicada - sinto prazer em estar com eles porque estão aqui somente pelo interesse de aprender. O curso é à noite; eles poderiam estar fazendo qualquer outra coisa, e o fato de estarem aqui, por si só, já é motivo de orgulho para mim”, comentou. O processo didático e pedagógico no Pelt segue uma linha diferenciada, justamente para captar por mais tempo a atenção dos estudantes. Além das apostilas que são ilustradas e apresentam textos e temas familiares à idade, a parte gramatical é reforçada com atividades de música, teatro e outras manifestações culturais dos povos falantes da língua que está sendo aprendida. “Uma vez por semestre nós realizamos apresentações artísticas, que são abertas a toda comunidade. É uma grande festa”, disse a professora Tamara. Júlio César, 16 anos: “Preparação para a faculdade” Foto: Nayana Camoleze Texto: Mayara Crispim Foto: Nayana Camoleze Projeto do Departamento de Educação da FCL-As Tatiane, 13 , já está estuda há dois anos no Projeto em Tarumã