Capital Social
Seminário Porto Alegre
Resumo
Neste artigo, pretende-se apresentar as experiências de participação
político-social que a população ijuiense empreendeu na estruturação
da Cotrijuí e do Movimento Comunitário de Base (MCB), com o apoio
ideológico e estrutural da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras
(FAFI) no final da década de 1950 e início dos anos 60. A conjuntura
político-econômica da época era de transformações, o que exigiu da
elite política de Ijuí, bem como de uma ampla parcela da população,
tomada de decisões efetivas na solução dos problemas locais.
Município de Ijuí – Localização
Colonização/fundação de Ijuí
• Antes de 1890: indígenas (guaranis) e caboclos nativos
• Depois de 1890: imigrantes (europeus) e descendentes de
imigrantes das Colônias Velhas (São Leopoldo, Santa Cruz
e Silveira Martins): italianos, alemães, poloneses,
húngaros, austríacos, suecos, letos, espanhóis, libaneses e
árabes, japoneses... (na época já se falavam dezenove
idiomas na região, o que significava uma verdadeira
“Babel” para a época) – O sermão do padre Cuber era
repetido em quatro línguas diferentes (polonês, italiano,
alemão e português)
• A fundação da colônia: Ijuhy foi criada oficialmente em
19 de outubro de 1890
A evolução da economia
1º Fase (antes de 1890): subsistência (agricultura antiga)
2º Fase (1900-1949):
tradicional)
policulturas e industrialização (lavoura
3º Fase (1950-1979): modernização (mecanização na agricultura,
binômio trigo e soja, uso de insumos modernos e de alta
produtividade (trator, automotriz), indústria voltada ao binômio
trigo e soja, agricultura capitalista, cooperativismo rural (Cotrijui),
êxodo rural e crescente população urbana) (crise do modelo a
partir da década de 80)
4º Fase (1980-2005): prestações de serviços Educação nos três níveis
(CEAP, Coração de Jesus e UNIJUÍ) e Saúde (Hospitais de Caridade,
UNIMED e Bom Pastor), Diversificação da agricultura (leite, peixe...)
O PIB DE IJUÍ
Percentual Setores/PIB
70,0
61,3
63,9
60,1
61,7
61,0
60,0
50,0
Agricultura
40,0
Indústria
30,0
20,0
22,6
21,6
12,0
10,8
10,0
20,8
19,2
8,4
10,5
8,8
11,0
Serviços
21,0
10,3
11,0
Impostos
8,0
0,0
0,0
1999
2000
2001
2002
M édia
percentual por
setor
(IBGE/2000)
Matrizes da cultura política ijuiense
1º O coronelismo: 1912-1938 – características:
- Absoluto domínio do coronel
- Uso da violência contra desafetos e adversários
- Manipulação das eleições (inscrições até a apuração)
- Interligação de informações entre os coronéis da região
- Ex. Antonio Soares de Barros (Cel. Dico) comerciante e chefe político
municipal, pertencente ao Partido Republicano Rio-Grandense (PRR até
1933 e, PRL até 1937)
2º Integralismo: 1933-1959 (camisas-verdes) movimento expressivo até a
consolidação do trabalhismo, chegando a eleger Lothar Friedrich como
prefeito, além de uma boa representação na Câmara de Vereadores
(oposição política ao coronelismo)
3º Trabalhismo (1945-até hoje) – o êxito das práticas populistas: educação,
saúde, emprego e direitos trabalhistas aliado a um salário com bom
poder aquisitivo... Beno Orlando Burmann
EXPERIÊNCIAS DE EMPODERAMENTO
COMUNITÁRIO
A COTRIJUÍ
A Cotrijuí (Cooperativa Regional Tritícola Serrana Ltda) foi fundada em
1957 por um grupo de 16 granjeiros que começavam a investir na
lavoura de larga escala, principalmente com a produção do trigo e da
soja.[1] Telmo Rudi Frantz, ao estudar a Cotrijuí, dividiu-a em cinco
períodos distintos: da fundação 1957 até 1962, o período da
afirmação (instalação e infra-estrutura); de 1962 a 1966, o período da
dificuldade financeira – crise da economia brasileira; de 1966 a 1973,
o período da expansão inicial junto com o “milagre econômico
brasileiro”; de 1973 a 1978, o período de maior expansão; e, por
último, no início dos anos 80, a profunda crise
[1] A Cotrijuí chegou a ser a maior cooperativa singular do Brasil
(CORADINI e FREDERICQ, 1981, p.85).
O Movimento Comunitário de Base (MCB)
• FAFI: criação e sustentação do MCB na região
• Curso de extensão 400 a 500 pessoas participavam das
palestras semanais (estudantes, profissionais liberais...)
• Proposta de criação de alguma entidade no
município:,Um verdadeiro exemplo de empoderamento
comunitário, Ijuí viu florescer, no início dos anos 60, o
(MCB), nascido da realidade da população local, a partir
de ação de extensão extensionista da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras de Ijuí (FAFI).
• Contexto histórico: década de 50 empobrecimento –
declínio da agricultura tradicional, êxodo rural; novos
valores, novas idéias
Definição de MCB
• Lastreado na Encíclica Mater et Magister que prevê
reformas moderadas na sociedade
• Podemos definir o MCB como um modelo de trabalho
comunitário construído com base na experiência religiosa
dos capuchinhos e centrado na idéia da dignidade e valor
da pessoa humana e na pedagogia do pequeno grupo e
da participação. Nos grupos e associações - e nos demais
momentos da vida -, as pessoas são estimuladas a
reconhecerem-se, encontrarem-se e confrontarem-se
como iguais.
Níveis de interesse pelo MCB
80
70
69,2
60
50
47
Conjunto da elite
44
40
30
Conjunto da
população urbana
23,4
20
6,2 7,5
10
0
Muito
Pouco
Nada
Figura elaborado pelo autor
a partir da pesquisa de
TRINDADE, 1970.
Intensidade de participação no MCB
70
58,9
60
50
44,6
36,1
40
Conjunto da população
urbana
30
20
18,8
Conjunto da elite
19,117,2
10
0
Regularmente
Raramente
Nunca
Figura elaborado pelo autor
a partir da pesquisa de
TRINDADE, 1970.
Percepção da direção da influência do MCB
80
68
70
60
51
58
58
60
49
50
45
Grande
42
37
40
30
30
32
30
Pequena
35
Nenhuma
NS
30
24
17
20
14
11
10
6
12
8
6
4
3
4
15 15
11
6
2
4 4
0
Proprietários Trabalhadores
rurais
rurais
Operários
Pobres
Padres
Estudantes
Classe M édia
Classes
produtoras
Figura elaborado pelo autor
a partir da pesquisa de
TRINDADE, 1970.
Percepção do efeito da participação no MCB
35,0
32,7
30,0
32,8
27,8
26,7
25,0
21,8
20,0
Conjunto da elite
18,6
14,8
15,0
11,8
Conjunto da população
urbana
10,0
6,2
6,3
5,0
M elhor
M elhor
Ajuda na solução
compreensão dos compreensão dos dos problemas
problemas
problemas locais
locais
pessoais
Influência no
governo
Não sabe
Figura elaborado pelo autor
a partir da pesquisa de
TRINDADE, 1970.
Finalidade do MCB
Educação popular, conscient ização e
promoção do homem
60
52
Sindicalização
50
38
40
30
Part icipação popular na solução dos
problemas locais, bem-est ar da
população em geral
26
23
19
20
10
Solidarismo ent re classes sociais
15
4
4
2
4
6
4
1
1
M udança radical de est rut uras
Out ras respost as
Conjunto da elite
Conjunto da
população urbana
Não sabe
Figura elaborado pelo autor
a partir da pesquisa de
TRINDADE, 1970.
Avaliação da natureza do MCB
70
64
60
Cultural
50
Político-partidário
40
Ideológico
40
28
30
21
Religioso
20
10
2
Sindical
2
6
9 9
2 2
2
11
Subversivo
Não sabe
-
Conjunto da elite
Conjunto da
população urbana
Figura elaborado pelo autor
a partir da pesquisa de
TRINDADE, 1970.
Meios para a solução dos problemas locais
Meios para solução de problemas locais
40
Partidos Políticos
34,5
35
31,6
Movimento Comunitário
30
23,8 24,2
25
18,6
20
14,1
15
11,7
16,3
15,7
2,2
5,1
2,9 2,9
Sindicato ou Associações
Voto
13,1
12,6 12,5
Outra
8,8
10
5
Prefeitura
23,4
Não sabe
5,9
3
3,2
3,1
3,1 3,2
Não se aplica
0
participação
no MCB
população em
geral
não conhece
Figura elaborado pelo autor
a partir da pesquisa de
TRINDADE, 1970.
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ATENÇÃO
Parte deste material foi coletado na internet e não foi possível identificar a autoria.
Este material se destina para fins de estudo e não se encontra completamente
atualizado.
FIM
• _________________Obrigado pela atenção!!
•
Acimarney C. S. Freitas – Advogado – OAB-BA Nº 30.553
•
Professor de Direito do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA – campus de Vitória da
Conquista
•
Diretor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA – campus de Brumado.
•
Bacharel em Teologia
•
Especialista em Direito Educacional - FTC
•
Especialista em Educação Profissional e de Jovens e Adultos - IFBA
•
Mestrando em Filosofia - UFSC
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