CAPITULO 01 DEFINIÇÕES E PARÂMETROS DE CIRCUITOS Prof. SILVIO LOBO RODRIGUES PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 1.1 INTRODUÇÃO Destina-se o primeiro capítulo a fornecer os primeiros conceitos de “Circuitos” abordando inicialmente as unidades do sistema utilizado e as relações fundamentais de carga, corrente, voltagem, potência e energia nos circuitos resistivos. Ainda, neste capítulo serão apresentados os diversos tipos de fontes empregadas e alguns exemplos de aplicação, procurando salientar os aspectos teóricos mais importantes. 1.2 UNIDADES MECÂNICAS Ao começar o estudo de circuitos devemos primeiramente definir as grandezas importantes e adotar um conjunto padrão de unidades, símbolos e abreviações. Grande parte deste material é uma revisão da Física básica, mas merece cuidadosa atenção porque constitui a “linguagem” na qual as idéias são apresentadas, os conceitos formados e as conclusões estabelecidas. A Engenharia Elétrica emprega o Sistema de Unidades MKS racionalizado, no qual o metro é a unidade de comprimento, o quilograma é a unidade de massa, o segundo é unidade de tempo, o Kelvin é a unidade de temperatura, o ampère é unidade de corrente e a candela é unidade de intensidade luminosa. Estas são as unidades básicas das quais podem ser derivadas todas as unidades utilizadas em circuitos. As tabelas 1.1 e 1.2 fornecem as grandezas básicas e derivadas. GRANDEZA SÍMBOLO UNIDADE ABREVIAÇÃO Comprimento l metro m Massa m quilograma kg Tempo t segundo s Temperatura τ Kelvin K Corrente i ampère A Intensidade Luminosa Ф candela Cd TABELA 1.1 Grandezas Básicas Professor Silvio Lobo Rodrigues 2 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I GRANDEZA Força SÍMBOLO DEFINIÇÃO tração ou compressão f UNIDADE ABREVIATURA ALTERNATIVA newton N kg.m/s2 Energia w ou W capacidade de produzir trabalho joule J N.m Potência p ou P energia por unidade de tempo watt W J/s Carga q ou Q integral da corrente coulomb C A.s ampère A C/s Corrente i velocidade de fluxo de carga Tensão ou diferença de potencial v energia por unidade de carga volts V W/A Intensidade de campo elétrico ε força por unidade de carga volts/metro V/m N/C Densidade de fluxo magnético B força por unidade de quantidade de movimento da carga tesla T Wb/m2 Fluxo magnético Ф integral da densidade de fluxo magnético weber Wb T.m2 TABELA 1.2 Grandezas Derivadas Importantes 1.3 LEI DE COULOMB “A força F entre duas cargas puntiformes q e q’ varia diretamente com a grandeza de cada carga e inversamente com a distância que as separam”. Professor Silvio Lobo Rodrigues 3 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Cargas desiguais se atraem: + F q q' r Cargas iguais se repelem: + F + q F q' r - F - q F q' r Figura 1.1 – Atração e repulsão entre cargas. F =k⋅ q. q ′ r2 (1.1) k – constante de proporcionalidade + F k= 1 4πε 0 q para o vácuo r ε0 = + F q' F C2 10 -9 = 8,85 × 10 − 12 2 ou m 36π m N - F q - F q' r ε0 – permissividade do vácuo A equação (1.1) para o vácuo passa a ser: F= 1 q. q ′ ⋅ 2 4πε 0 r Professor Silvio Lobo Rodrigues (1.2) 4 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Para um meio diferente do vácuo: ε = ε r ε 0 ou ε = kε 0 (1.3) onde εr=k permissividade relativa. F= 1 q. q ′ ⋅ 4πε r 2 Para o ar (1.4) εr ≈ ε0 ε r = 1,0006 Para a água destilada ε r = 80 Para o álcool ε r = 25 A unidade de carga é o Coulomb cujo símbolo é a letra C. Os submúltiplos mais utilizados são: milicoulomb microcoulomb nanocoulumb picocoulomb - mC µC nC pC = 10-3C = 10-6C = 10-9C = 10-12C A tabela 1.3 fornece os múltiplos e submúltiplos desde 10-18 à 1018 . PREFIXO ato fento pico nano micro mili centi deci deca hecto kilo mega giga tera peta exa FATOR 10-18 10-15 10-12 10-9 10-6 10-3 10-2 10-1 10 102 103 106 109 1012 1015 1018 SÍMBOLO a f p n µ m c d da h k M G T P E TABELA 1.3 Múltiplos e submúltiplos Professor Silvio Lobo Rodrigues 5 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I A carga de um elétron é igual à carga de um próton e seu valor é 1,602.10-19C sendo a carga do próton positiva e a do elétron negativa. 1.4 CARGA E A CORRENTE ELÉTRICA Carga é propriedade das partículas atômicas que constituem a matéria, medida em Coulombs. Um deslocamento de cargas elétricas através de uma superfície constitui uma corrente elétrica. A intensidade de corrente através de uma superfície é dada por: C = Ampères s dq dt i (t ) = (1.5) dq Æ soma das cargas que atravessam a superfície considerada. dt Æ intervalo de tempo. A linha da figura 1.2a representa um condutor, enquanto que a seta de referência indica uma direção admitida como positiva para a corrente i1(t). A corrente é definida como positiva se as cargas positivas estiverem se movendo da direção da seta, ou se cargas negativas estiverem se movendo em direção contrária. A corrente é negativa se cargas positivas estiverem se movendo em direção oposta à da seta ou se cargas negativas se moverem na sua direção. Veja a corrente i2(t) da figura 1.2a . i1(t) - + i 1 (t ) + 1 - + 1 2 3 t 3 t -1 - + + (a) - (b) - i2(t) + - i 2 (t ) 1 + - 1 2 + + - -1 + Figura 1.2 – Correntes positivas e negativas. Professor Silvio Lobo Rodrigues 6 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Uma corrente é uma função do tempo e, em geral, é positiva durante alguns períodos de tempo e negativa durante outros (figura 1.2b). Outra maneira de representarmos as correntes positivas e negativas é através das fontes de tensão ou corrente. + i Correntes positivas + i Correntes negativas Figura 1.3 – Sentido convencional das correntes A corrente através de um condutor é medida por um Amperímetro. Para se medir a corrente em um ramo de um circuito coloca-se o Amperímetro em série com o circuito. Ver figura 1.4. R1 A i1 i3 i2 VA VA R2 R3 Figura 1.4 – Medição de corrente com o Amperímetro. Professor Silvio Lobo Rodrigues 7 (Mede-se i3) PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I A unidade de corrente é o ampère (A), que corresponde ao movimento de carga à razão de 1 C/s. Usa-se seguidamente alguns submúltiplos do ampère: mili ampère micro ampère nano ampere pico ampere - mA = 10-3A µA = 10-6A nA = 10-9A pA = 10-12A t q= ∫ i.dt (1.6) t0 Temos vários tipos de correntes, entre a contínua, alternada, exponencial, senoidal amortecida, etc.. Ver figura baixo. i i i ( t ) = Im . cos( ω t + φ ) Im i ( t ) = 10 A 10 t t (a) (b) i i i( t ) = Io .e − αt . cos( ω t + φ ) Io i ( t ) = Io .e − αt t t (c) (d) Figura 1.5 – Vários tipos de correntes: (a) corrente contínua ou c.c. ; (b) corrente senoidal ou c.a. ; (c) corrente exponencial; (d) corrente senoidal amortecida. Professor Silvio Lobo Rodrigues 8 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Definimos a seguir elemento de Circuito. Dispositivos elétricos tais como fusíveis, lâmpadas, resistores, baterias, capacitores e bobinas podem ser representados por uma combinação de elementos de circuitos muito simples. Começamos por mostrar um elemento de circuito bastante geral e vamos representá-los como um objeto sem forma definida, possuindo dois terminais através dos quais conexões com outros elementos podem ser feitos. (Ver figura 1.6). A B Figura 1.6 – Elementos do circuito. Esta figura pode servir como definição de elemento de circuito. Há dois caminhos através dos quais a corrente pode entrar e sair do elemento. 1.5 DIFERENÇA DE POTENCIAL v OU VOLTAGEM A diferença de potencial v entre dois pontos é medido pelo trabalho necessário à transferência da carga unitária de um ponto a outro. O VOLT é a diferença de potencial entre dois pontos quando é necessário 1 JOULE de energia para transferir uma carga unitária (1C) de um ponto a outro. 1 VOLT = 1 JOULE 1 NEWTON.metro = 1 COULOMB 1 COULOMB Podemos então definir a diferença de potencial como: v( t ) = dw volts dq (1.8) Para medir a tensão usa-se o VOLTÍMETRO colocando em paralelo com os pontos entre os quais deseja-se obter a tensão. Professor Silvio Lobo Rodrigues 9 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I R1 R2 V R3 VA Figura 1.7 – Medida de voltagem sobre R2 e R3. 1.6 POTÊNCIA A potência instantânea p(t) (medida em Watts) fornecida ou consumida por um bipolo (elemento com dois terminais) relaciona-se com a energia em jogo por: p(t ) = dw dt (1.9) Podemos então obter uma expressão para potência instantânea: p ( t ).dt = dw = v ( t ).dq = v ( t ).i ( t ).dt (1.10) p ( t ) = v ( t ).i( t ) Dimensionalmente o lado direito desta equação é o produto de Joules por Coulomb e Coulomb por segundo, o que produz a dimensão Joules por segundo, ou Watts. Precisamos agora estabelecer a diferença entre potência fornecida e potência absorvida. A convenção determina que, se a seta indicativa do sentido da corrente e o sinal de polaridade de voltagem são colocados nos terminais do elemento, de tal modo que a corrente entra no terminal marcado com sinal positivo, o elemento está absorvendo potência, ou seja, a fonte está fornecendo potência ao elemento. Se a corrente sai pelo terminal positivo o elemento está fornecendo potência e a fonte absorvendo. Professor Silvio Lobo Rodrigues 10 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 2A Potência fornecidade pela fonte = Potência absorvida pelo elemento = 10W 5V - 2A Potência fornecida pela fonte = Potência absorvida pelo elemento = - 10W 5V + Figura 1.8 – Potência fornecida e potência absorvida. Quando a corrente e a voltagem são funções periódicas no tempo é conveniente definir uma potência média. P= 1 T v(t).i(t)dt Watts T∫0 ou ainda, P= 1 T2 v(t).i(t)dt Watts T ∫ -T 2 (1.11) T = período em segundos. Professor Silvio Lobo Rodrigues 11 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I A energia consumida ou fornecida a um certo bipolo durante um tempo t, é dada por: t t 0 0 W = ∫ p(t).dt = ∫ v(t).i(t) Joules (1.12) A energia é medida normalmente em kWh (kilowatt-hora) 1kWh = 3,6x10 6 J As medidas de potência são geralmente executadas por um WATTIMETRO. 1.7 ELEMENTOS DE CIRCUITOS Os elementos mais empregados no circuitos elétricos, para os quais daremos atenção especial, são os resistores, os indutores e os capacitores. Ao se fornecer energia elétrica a estes elementos, teremos uma das seguintes respostas: - A energia é consumida – Resistor; - A energia é armazenada num campo magnético – Indutor; - A energia é armazenada num campo elétrico – Capacitores; 1.8 LEI DE OHM + i(t) v(t) R Figura 1.9 – Resistor linear. A lei de OHM estabelece a relação entre voltagem e corrente sobre um resistor linear. v(t ) = R .i (t ) (1.13) A resistência R é pois a constante de proporcionalidade entre a voltagem e a corrente sobre o resistor. Professor Silvio Lobo Rodrigues 12 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Ao se traçar um gráfico de v x i temos uma reta que passa pela origem e R representa a inclinação ou coeficiente angular da reta. A unidade de resistência é o OHM e o símbolo utilizado é a letra ômega Ω. O inverso de resistência é denominado condutância e é dado por: G= 1 R ou S (siemens) A relação entre corrente e voltagem para condutância é dada por: i ( t ) = G . v( t ) (1.14) A potência consumida em um resistor pode ser determinada por: p(t ) = v.i(t ) = R .i(t ).i(t ) logo, p(t ) = R .i(t ) 2 = v( t ) 2 = G . v( t ) 2 R (1.15) 1.9 FONTES Além dos resistores, indutores e capacitores, os circuitos elétricos apresentam as fontes que geralmente são responsáveis pelo fornecimento da energia que ativa os mesmos. Existem vários tipos de fontes e recebem várias denominações que definiremos a seguir. 1.9.1 Fontes independentes São aquelas em que a voltagem é completamente independente da corrente ou a corrente independente da voltagem. Os símbolos utilizados podem ser observados na fig. 1.10. V I VA Figura 1.10 – Fontes de tensão e corrente independentes. Professor Silvio Lobo Rodrigues 13 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 1.9.2 Fontes dependentes ou controladas. São as fontes onde a voltagem ou a corrente são funções da voltagem ou da corrente em algum outro ponto do circuito. A simbologia utilizada para estas fontes pode ser observada na figura 1.11. αvx αix βvx βix (a) (b) (c) (d) Figura 1.11 – Fontes controladas. Como se observa as fontes controladas podem ser de voltagem ou corrente. As fontes de voltagem podem ser controladas por voltagem (fig. 1.11a) ou por corrente (fig. 1.11b). Da mesma forma as fontes de corrente podem ser controladas por voltagem (fig. 1.11c) ou por corrente (fig. 1.11d). 1.9.3 Fonte de voltagem ideal. É uma fonte que mantém a voltagem de saída constante qualquer que seja a corrente dela solicitada. Teoricamente, pode fornecer uma quantidade de energia infinita. Possui resistência interna nula. Vs rs=0 Figura 1.12 – Fonte de voltagem ideal. Professor Silvio Lobo Rodrigues 14 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 1.9.4 Fonte de voltagem real. Possui resistência interna não nula (rs≠0) e fornece um nível de voltagem constante nos seus terminais para determinados limites de corrente. Logo, a quantidade de energia fornecida é limitada. + rs i rs + rs≠0 vs Figura 1.13 – Fonte de voltagem real. 1.9.5. Fonte de corrente ideal É uma fonte que mantém a corrente de saída em seus terminais independente da voltagem a ela aplicada. Teoricamente, pode fornecer uma quantidade de energia infinita. A sua resistência interna é infinita. rs=∞ is Figura 1.14 – Fonte de corrente ideal Professor Silvio Lobo Rodrigues 15 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 1.9.6. Fonte de corrente real É uma fonte com resistência interna não infinita (rs≠∞) que fornece uma corrente de saída constante para determinados níveis de tensão. Logo, fornece uma quantidade de energia limitada. rs r s is Figura 1.15 – Fonte de corrente real. 1.10 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1) Uma bateria de 12V é carregada fornecendo-se uma corrente que entra em seu terminal positivo e que, por 2 horas, é constante e igual a 3A, decrescendo, então, linearmente até zero, em 1hora. Admitindo que a voltagem da bateria seja constante: a) b) c) d) Qual a carga total fornecida à bateria? Após quanto tempo a potência fornecida é de 24W? Durante o intervalo de 3 horas, qual a potência média fornecida à bateria? Qual a energia total fornecida à bateria? Solução: i(t) 3 Professor Silvio Lobo Rodrigues 3600 7200 1 2 10800 (s) 3 t(horas) 16 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I a) Nas primeiras duas horas: q′ = i.t = 3x2x3600 = 21600C Após a 2ª hora: q′′ = ∫ 10800 7200 i.dt = ∫ 10800 7200 3 t + 9 .dt − 3600 10800 3t 2 q′′ = − + 9t 7200 7200 q′′ = − 3 3 × 108002 + 9 × 10800 + × 72002 − 9 × 7200 7200 7200 q′′ = −4,5 × 10800 + 9 × 10800 + 3 × 7200 − 9 × 7200 q′′ = 5400C Logo, q = q′ + q′′ = 27000C b) Nas primeiras 2h → Pf = 12 × 3 = 36W Para chegar a 24W a queda é de 12W 36W 36 12 = 3600 t 24W t = 1200s = 20min t = 1200 + 7200 = 8400s t > após 2h e 20 min 7200 Professor Silvio Lobo Rodrigues t 10800 17 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I c) 1 i.v.dt T∫ P= 3 1 2 P = ∫ (12 × 3)dt + ∫ 12(− 3t + 9)dt 2 3 0 P= { [( 1 72 + − 18t 2 + 108t 3 )] }= 13 [72 + 18] = 30W 3 2 Pméd = 30W d) Em 3 horas : Pméd = 90Wh 1kWh − − − − − − − 3,6 × 106 J 90Wh − − − − − − − W W= 324 kJ 2) Determine a potência absorvida em cada um dos elementos abaixo: + -0,4A + 1,2A 60V - -8V + 12V 0,1A (a) (b) 100V 24V 0,3A + (d) Professor Silvio Lobo Rodrigues (c) -8e-10t A 0,12A - - + 12V (e) + (f) 18 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I Solução: a)Pa = −12 × 0,4 = −4,8W b)Pa = 8 × 1,2 = 9,6W c)Pa = −60 × 0,1 = −6W d)Pa = 24 × 0,3 = 7,2W e)Pa = 100 × 0,12 = 12W ( ) f )Pa = −12 × − 8e −10t = 96e −10t W 3) Qual a potência média P em uma resistência pura de 10Ω onde circula uma corrente i(t)=14,14cos(ωt) A? Solução: p(t ) = v(t ).i(t ) = R.i 2 = 10 × 200cos2 (ωt ) = 2000cos2 (ωt ) O período de p(t) é T=π P= 1 π 2000cos2 (ωt )dt = 1000W ∫ 0 π 4) A carga total que passou para a direita de um ponto A, de um certo condutor entre t=0 e t é identificada como: q A (t ) = 100e −200t cos(500t )mC a) Qual a quantidade de carga que flui pelo ponto A entre t=1ms e t=2ms? b) Qual a corrente para a direita de A em t=1ms? c) Agora suponha que a corrente dirigida à direita de A seja i(t) = 2 ( e−5000t − e−8000t ) A e determine a carga fluindo para a direita entre t=10µs e t=8µs. Solução: −3 a) q (1ms) = 100e −200×10 cos(0,5)mC = 71,85mC A q A (2ms) = 100e −200×2×10 cos(1)mC = 36,21mC −3 q A (2ms) − q a (1ms) = 36,21mC − 71,85mC = −35,64mC b) [ ] dq = 100 − e −200t × 500sen(500t ) − 200e − 200t × cos(500t ) mA dt i(1ms) = 100 − e −0, 2 × 500sen(0,5) − 200e −0, 2 × cos(0,5) mA i(1ms) = 100[− 196,26 − 143,7]mA = −34mA i(t ) = [ Professor Silvio Lobo Rodrigues ] 19 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I c) i A (t) = 2 (e−5000t − e−8000t ) A t q(t) = ∫ i(t)dt = ∫ t0 8×10−5 10−5 2 (e−5000t − e−8000t ) dt 8×10−5 1 −5000t 1 −8000t q = 2 − e e + −5 8000 5000 10 0,67 0,527 0, 951 0, 923 q = 2 − + + − 5000 8000 5000 8000 q = 2 [56, 2 − 49,5] µC ≅ 13,4 µC 5) Sendo i(t ) = 4e −50t A determine : e v(t ) = 20 − 30e −50t V para o elemento de circuito abaixo, a) Qual a potência absorvida pelo elemento em t=10ms? b) Qual a energia liberada ao elemento no intervalo 0 ≤ t ≤ ∞? + v(t) i(t) Solução: a) p(t ) = v(t ).i(t ) p(0,01) = 20 − 30e −50×0,01 × 4e −50×0, 01 p(0,01) = 48,52 − 44,14 = 4,38W ( b) E = ) ∞ ∫ p(t)dt E = ∫ (80e 0 ∞ 0 −50t ) − 120e−100t dt ∞ 120 −100t 80 E = − e−50t + e = 1,6 − 1, 2 = 0, 4J 100 50 0 Professor Silvio Lobo Rodrigues 20 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 6) Determine quais das cinco fontes na figura abaixo estão sendo carregadas (absorvendo potência) e mostre que a soma algébrica das cinco potências absorvidas é zero. -8A + 20V 15V - 3A + 4A + 15V - -5V 9A - Solução: Pa 20V = 20 × 3 = 60W Pa15V = 15 × 9 = 135W Pa 3 A = −3 × 5 = −15W Pa 4 A = −4 × 15 = −60W Pa 8 A = −15 × 8 = −120W ∑ Pa = 60 + 135 − 15 − 60 − 120 = 0 7) A corrente i(t) mostrada abaixo entra pelo terminal + do elemento de circuito conforme indicado a seguir. Onde v(t) sobre o elemento é v(t ) = 20 sen(400πt )V . a) Qual a máxima potência fornecida ao elemento para 0 < t ≤ 2s e quando isto ocorre? b) Qual a máxima potência fornecida pelo elemento para 0 ≤ t ≤ 2s e quando isto ocorre? c) Quanta energia é fornecida ao elemento no intervalo 0 < t < 5ms? d) Qual a potência média absorvida pelo elemento no mesmo intervalo? Professor Silvio Lobo Rodrigues 21 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I i(t) A + 10 i(t) v 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 t(ms) - -6 Solução: a) p máxf = 20 × 10 = 200W (t máx ) → sen(400πt ) = 1 ou 400πt = 1 π → t máx = = 1,25ms 2 800 Logo a pmáx fornecida pelo elemento ocorrerá em 1,25ms; 6,25ms; 11,25ms; etc.. 0≤t≤2 b) pmáxf ′ = 20 × 6 = 120W sen ( 400πt ) = 3π 3 → t máx = = 3, 75ms 2 800 Logo a pmáx fornecida pelo elemento ocorrerá em 3,75ms; 8,75ms; 13,75ms; etc.. c) E=∫ 5×10−3 0 p ( t ) dt = ∫ 2×10−3 10 × 20sen ( 400πt ) dt − ∫ 5×10−3 2×10−3 0 2×10−3 200 E=− cos ( 400πt ) 400π 0 6 × 20sen ( 400πt ) dt 5×10−3 120 cos ( 400πt ) + 400π 2×10−3 1 3 cos ( 0,8π ) − 1 + cos ( 2π ) − cos ( 0,8π ) 2π 10π 1 + 0, 6 1 0, 6 1 − cos ( 0, 8π ) 1 − cos ( 0,8π ) + 1 − cos ( 0, 8π ) = E= 2π 2π 2π 0,8 1 − cos ( 0, 8π ) = 0,46J E= π E=− d) P= E 0,46J 460 = = 92W = −3 t 5 × 10 5 Professor Silvio Lobo Rodrigues 22 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 8) As formas de onda v(t) e i(t) sobre um determinado elemento são mostradas abaixo. a) Represente o gráfico da potência fornecida ao elemento para 0 ≤ t ≤ 1s. b) Qual a energia total fornecida ao elemento neste intervalo. i(t)A v(t)V v 10 5 i 0,5 1 t(s) Solução: 20t × 10t = 200t 2 W a) p(t ) = v(t )× i(t ) = 10 × (− 10t + 10) = (− 100t + 100)W 0 < t < 0,5 0,5 < t < 1 p(t)W 50 0,5 b) 0,5 1 0 0,5 E = ∫ p (t ) dt = ∫ 200t 2dt + ∫ 1 ( −100t + 100) dt 0,5 1 200 3 E= t + −50t 2 + 100t 0,5 3 0 E = 8, 333 − 50 + 100 + 12, 5 − 50 = 20, 833J Professor Silvio Lobo Rodrigues 23 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I 9) O motor de arranque de um moderno automóvel solicita uma corrente inicial de 200A. a) Calcular a potência inicial fornecida ao motor de arranque. b) Se a corrente cai uniformemente a zero em 2s, calcular a energia fornecida ao motor de arranque desde a partida até a corrente chegar a zero. Solução: Considerando bateria de 12V. a) p(t ) = v(t )× i(t ) = 12 × 200 = 2400W b) Considerando a corrente em função do tempo: 200 i(t)A i(t ) = 200 − 100t para 0 < t ≤ 2s 1 2 t(s) 2 1200 2 W = ∫ v.i.dt = ∫ 12(200 − 100t )dt = 2400t − t 0 0 2 0 t 2 W = 2400J 10) O consumo de energia de uma determinada residência por dia é mostrada na figura abaixo. Determine: a) A energia total consumida em kWh. b) A potência média por hora. Professor Silvio Lobo Rodrigues 24 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA - FENG DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DEE CIRCUITOS I p(t) 1200W 1000W 400W 400W 200W 12 2 4 6 8 10 12 2 4 6 8 10 12 ↑ meio dia a) ε = p(t ).t ε = 400 × 6 + 1000 × 2 + 200 × 10 + 1200 × 2 + 400 × 4 ε = 2400 + 2000 + 2000 + 2400 + 1600 = 10400J b) P(t ) = ε = 10400 = 433,33 Watt = 0,433 kW t 24 h h Professor Silvio Lobo Rodrigues 25