UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO CAMILA FLOR ANDRÉ AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA E MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO DO MUNICÍPIO DE ORLEANS, SC. CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2008 CAMILA FLOR ANDRÉ AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA E MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO DO MUNICÍPÍO DE ORLEANS, SC. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Biólogo no Curso de Ciências Biológicas Bacharelado da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientadora: Profª. MSc. Jacira Silvano CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2008 CAMILA FLOR ANDRÉ AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA E MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO DO MUNICÍPIO DE ORLEANS, SC. Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Biólogo, no Curso de Ciências Biológicas Bacharelado da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Criciúma, 19 de novembro de 2008. BANCA EXAMINADORA Profª. Jacira Silvano - Mestre - (UNESC) – Orientador Profª. Nadja Zim Alexandre - Mestre - (UNESC) Prof.º Claus Troger Pich – Mestre - (UNESC) A meu pai e minha mãe, pela fé em mim depositada. Agradecimentos Á Deus. Aos meus pais, Jair Ângelo André e Diana Aparecida Flor André pela oportunidade de realizar essa graduação, pelo todo esforço e dedicação dado a mim, serei eternamente grata. A minha paciente e querida orientadora Jacira, pela atenção dada em todo o período de orientação. A todos os amigos e colegas que me ajudaram na realização deste trabalho, muito obrigada a todos! Autor desconhecido ! " Autor desconhecido RESUMO Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade da água do rio Novo, Orleans, SC, utilizando teste de toxicidade aguda com Dapnhia magna; a concentração de coliformes totais e termotolerantes por meio da técnica de tubos múltiplos e ainda análises físicas e químicas de pH, oxigênio dissolvido e dureza. As coletas foram realizadas nos meses de outubro e dezembro de 2007, fevereiro e abril a agosto de 2008. Foram amostrados três pontos para a coleta; ponto 1 - nascente, ponto 2 - intermediário, sob uma ponte e ponto 3 - barragem de captação de água para o município de Orleans. Os resultados obtidos foram comparados com a legislação federal que regulamenta corpos d’águas, Resolução Conama n.º357 de 2005. No teste ecotoxicológico não houve letalidade aos dafinídeos, considerando uma água de boa qualidade. Para as análises microbiológicas houve a presença de coliformes totais e termotolerantes, principalmente no ponto 2 com 3500 NMP de termotolerantes em 100mL de amostra, valor este acima do permitido pela resolução anteriormente citada, que indica o máximo de 1000 coliformes termotolerantes por 100mL de amostras. Análises de pH estiveram entre 5,2 a 7,6, salientando que pela resolução deveria estar entre 6,0 a 9,0. Para oxigênio dissolvido registrou-se valores de 3,1 mg/L a 7,3 mg/L, sendo que não deveria ser inferior em nenhuma amostra a 5mg/L, segundo a resolução. A dureza variou entre 6 a 28 mg/L CaCO3. Palavras-chaves: Ecotoxicologia. abastecimento. Daphnia. Coliformes termotolerantes. Água de LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Bacias Hidrográficas de Santa Catarina, com ênfase na Bacia Hidrográfica do rio Tubarão.........................................................................................17 FIGURA 2: Ecossistemas do Estado de Santa Catarina, com ênfase na Bacia Hidrográfica do rio Tubarão.........................................................................................20 FIGURA 3: Localização do município de Orleans no país e no estado de SC, com ênfase na bacia do rio Novo, destacando os pontos de coleta no rio: ponto 1 nascente; ponto 2 - ponte e ponto 3 - barragem. .......................................................21 FIGURA 4: Ponto 1, coleta de amostra na nascente do rio Novo, Orleans, SC.........22 FIGURA 5: Aparência da água do ponto 1, nascente do rio Novo, Orleans, SC........22 FIGURA 6: Ponto 2, córrego que passa sob a ponte do rio Novo, Orleans, SC.........23 FIGURA 7: Ponto 2, córrego do rio Novo seguindo para a barragem, Orleans, SC...23 FIGURA 8: Ponto 3, local de coleta na barragem do rio Novo, Orleans, SC..............24 FIGURA 9: Ponto 3, local de coleta de água para abastecimento do município de Orleans, SC.................................................................................................................24 FIGURA 10: Modelo do Teste de Toxicidade realizado no Laboratório de Ecotoxicologia, do Instituto de Pesquisas ambientais e Tecnológicas – IPAT............26 FIGURA 11 – Gráfico com a variação do pH nos três pontos de coleta, no rio Novo, Orleans, SC.................................................................................................................30 FIGURA 12: Gráfico com a variação do Oxigênio dissolvido nos três pontos de coleta, no rio Novo, Orleans, SC.............................................................................................32 FIGURA 13: Controle de sensibilidade de Daphnia magna com substância de referencia K2Cr207.......................................................................................................34 FIGURA 14: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Nascente (Ponto 1) do rio Novo, Orleans, SC............................................................................35 FIGURA 15: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Ponte (Ponto 2) do rio Novo, Orleans, SC. ......................................................................................36 FIGURA 16: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Barragem (Ponto 3) do rio Novo, Orleans, SC............................................................................ 37 FIGURA 17: Incidência de Coliformes Termotolerantes nos três pontos de amostras nos meses de coleta, enfatizando que o máximo permitido pela Resolução CONAMA 357/2001 nesse parâmetro é de 1000 coliformes termotolerantes /100ml ................38 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10 2 OBJETIVOS...........................................................................................................15 2.1 Objetivo geral..................................................................................................15 2.2 Objetivos específicos.....................................................................................15 3 METODOLOGIA ....................................................................................................16 3.1 Caracterização geral ......................................................................................16 3.2 Pontos de coleta.............................................................................................20 3.3 Teste Ecotoxicológico ...................................................................................25 3.4 Teste Microbiológico......................................................................................26 3.5 Caracterização física e química ....................................................................27 4 RESULTADOS E DISCUSSOES...........................................................................29 4.1 Análises físicas e químicas.............................................................................29 4.2 Testes Ecotoxicológicos.................................................................................33 4.3 Testes Microbiológicos...................................................................................35 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................39 REFERÊNCIAS.........................................................................................................41 ANEXOS.....................................................................................................................47 10 1 INTRODUÇÃO Os recursos naturais vêm sendo degradados pela invasão humana desde a colonização. O homem ocupou todos os lugares possíveis de sobrevivência usando tudo que a natureza podia oferecer da forma mais grotesca e sem limites. Com a globalização e avanços da tecnologia isso foi piorando ainda mais, pois a exploração dos recursos aumentou excessivamente e a terra vem pedindo socorro. Até meados do século passado nem se pensava em falar da economia de recursos naturais, na falsa convicção de que eles seriam inesgotáveis, porém o consumo cada vez maior de energia e matéria pela humanidade provoca uma degradação que cresce com a população que está consumindo mais alimentos, buscando segurança, saúde, entre outros (BRASIL; SANTOS, 2007). De acordo com a Lei nº 6.938 de 31/08/1981 entende-se por poluição a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população; criem condições adversas as atividades sócias e econômicas; afetam desfavoravelmente a biota; as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente e que lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (BRASIL, 1981). Segundo Brasil e Santos (2007), a poluição dos recursos hídricos é uma das degradações ambientais que vem ocorrendo fortemente nas últimas gerações, podendo ser por vários agentes como: o lançamento de efluentes não tratados de esgotos residências; metais pesados; fertilizantes agrícolas; compostos orgânicos sintéticos; microorganismos ou ainda o uso abusivo e descontrolado da água no qual leva ter muitas regiões com escassez de água de boa qualidade dificultando a desedentação dos seres vivos, a produção de alimentos e outros usos indispensáveis para a vida. Quando o rio é contaminado com substâncias químicas ocorrem modificações negativas no seu estado biológico, químico e físico. Além da fauna e 11 da flora dos ecossistemas, o homem é também prejudicado, pois necessita de água limpa para diversos fins (KNIE; LOPES, 2004). Rios do mundo inteiro sofrem com esse problema que limita nossa ocupação no planeta, felizmente hoje já se dá atenção para estas questões, investindo em técnicas e monitoramentos que estão despoluindo os rios. Porém muitos destes métodos são de altíssimo investimento sendo inacessível para maior parte dos países em desenvolvimento como o Brasil, sendo que uma das ações a serem tomadas é criar atitudes minimizadoras nos ambientes afetados e deter a poluição que ainda estar por vir, através de medidas controladoras. A conservação, a manutenção, a gestão e a recuperação dos recursos hídricos são temas atuais e altamente relevantes para a sociedade, indústria e o governo, porém há ainda necessidade de mais estudos abordando estes assuntos (ABESSA, 2003). Atualmente, 29 países não possuem água doce para toda a população. Em 2025 segundo a ONU, Organização das Nações Unidas, serão 48 países e em 2050 cerca de 50 países sem água em quantidade suficiente para toda a população (BIO, 1999 apud MACEDO, 2004). A água para o consumo humano equivale a menos de 3% de toda a água do mundo, sendo o restante constituído por água do mar não potável. Dos 3% da água doce, 2.5 % estão congeladas na Antártida, Ártico e geleiras, não estando disponível para uso humano. O Brasil possui 12% das reserva de água do planeta, mas ainda enfrenta problemas crônicos até hoje por não ter implantado uma política de uso racional e sustentável de seus recursos hídricos (BRASIL, 2006). O estado de Santa Catarina possui apenas 7% de reserva de água superficial do Brasil (CASAN, 2000). Sendo que o abastecimento de água varia muito no país, o sul do Brasil tem um índice de cobertura superior a outras regiões com atendimento acima de 90% de abrangência (BRASIL, 2006). De acordo com Abessa (2003), a obtenção de informações mais efetivas para o monitoramento e o controle de qualidade dos recursos hídricos deve incorporar a abordagem ecotoxicológica, em adição as abordagens já existentes. 12 Embora as análises físicas e químicas forneçam importantes dados sobre a natureza e o grau de contaminação, os dados ecotoxicológicos são necessários, pois estimam o efeito total da soma de todas as substâncias presentes sobre os organismos aquáticos. Costa e Espíndola (2000), também afirmam que a caracterização do sistema aquático deve extrapolar as análises químicas que identificam e quantificam alguns dos poluentes presentes, recomendando a avaliação de testes de toxicidade, pois representa uma forma mais efetiva para predizer ou detectar impactos diversos. Os bioensaios avaliam o efeito global destes sobre os sistemas bióticos, medindo a capacidade que os compostos químicos têm de interferir nas vias bioquímicas celulares, causando-lhes efeitos adversos. A Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005, adota a seguinte definição para ensaios ecotoxicológicos: ensaios realizados para determinar o efeito deletério de agentes físicos ou químicos a diversos organismos aquáticos. (CONAMA, 2005) O ensaio ecotoxicológico utilizando Daphnia magna, no estado de Santa Catarina é legislado pela a Portaria nº 017/02 – FATMA 18/04/2002 que estabelece os limites máximos de toxidade aguda para efluentes de diferentes origens e dá outras providências. Determina que as substâncias existentes no efluente não possam causar ou possuir potencial causador de efeitos tóxicos capazes de provocar alterações no comportamento e fisiologia dos organismos aquáticos presentes no corpo receptor (FATMA, 2002) Atualmente usa-se cládoceros para bioensaios, sendo o grupo que melhor representa os invertebrados aquáticos em nível trófico. Daphnia magna STRAUS é a espécie desse grupo mais usada mundialmente em testes ecotoxicológicos (IBAMA, 1987), devido a diversos critérios descritos em Knie e Lopes (2004), tais como a capacidade de seus descendentes serem geneticamente idênticos, assegurando uma uniformidade dos testes. Ainda conforme os mesmos autores, sua cultura em laboratório é fácil e sem grandes dispêndios, o manuseio é simples por causa do tamanho grande em 13 relação a outros microcrustáceos, a espécie é sensível a diversos agentes nocivos, com um ciclo de vida e reprodução curto. Os testes ecotoxicológicos mostram através de ensaios com organismos vivos os efeitos agudos ou crônicos produzidos por poluentes, além de práticos e com resultados rápidos. Diante do exposto, utilizamos testes de toxicidade aguda para avaliar a água do rio Novo, que tem uma grande importância por ser um dos afluentes da microbacia do rio Tubarão e indispensável para o município de Orleans por abastecer toda a cidade. Para complementar o estudo realizou-se teste microbiológico, visando avaliar a concentração de coliformes totais e termotolerantes na água do rio Novo. Os coliformes termotolerantes a partir da definição do CONAMA nº. 357 de 2005 são bactérias gram–negativas em forma de bacilos que fermentam a lactose nas temperaturas de 44ºC a 45ºC, com produção de ácido, gás e aldeído. Além de estarem presentes em fezes humanas e de animais homeotérmicos, ocorrem em solos, plantas ou outras matrizes ambientais que não tenham sido contaminados por material fecal. Este trabalho foi realizado no município de Orleans. Conhecida atualmente como Cidade das Colinas, esta pequena cidade interiorana foi um dote de casamento das Suas Altezas Imperiais, a Princesa Isabel e o Conde D’Eu, determinado pelo Imperador Dom Pedro II e pela Imperatriz Teresa Cristina. Essas terras tinham sua localização estabelecida por ato assinado em 1870, fixando em 98 léguas a serem escolhidas nos estados de Santa Catarina e Sergipe (LOTTIN, 1998). Uma comissão foi formada para selecionar e demarcar uma gleba de terra destinada para implantar uma colônia. Após vários estudos, escolheram a região do Vale do rio Tubarão, devido a descoberta de carvão mineral nas imediações e também pelos planos de construírem uma estrada de ferro margeando o rio (EPAGRI, 2004; FERREIRA, 1999). Após a conclusão da Estrada de Ferro, de acordo com Lottin (2004), a Sua Alteza o Conde D’Eu veio visitar as terras e decidiu pela escolha dos engenheiros da 14 empresa, apontando o local abaixo da Ponte Férrea sobre o rio Tubarão. Ao visitar o local, canteiro de obras da estrada de ferro, declarou então o Conde d’Eu: “Aqui nascerá uma cidade com o nome de Orleans”. O nome foi uma homenagem a sua própria família da nobreza de França. A população da cidade era de portugueses e seus descendentes vindos da região de Laguna, nos primeiros cinqüenta anos de existência. No decorrer dos anos a cidade acolheu migrações de descendentes de italianos, alemães e letos. O município emancipou-se de Tubarão em agosto de 1913, sendo composto por Distritos da Sede, Lauro Muller, Grão Pará e Palmeiras com 1124 km2, porém atualmente esse número diminuiu devido a divisões territoriais ocasionadas com o tempo (LOTTIN, 2004; EPAGRI, 2004). Atualmente Orleans é caracterizada por possuir muitas comunidades rurais, sendo localizado na comunidade do Rio Novo o rio em estudo. A microbacia do rio Novo tem aproximadamente 1895 ha e a calha principal apresenta extensão aproximada de 12 km (LIMA, 1986 apud CITADINI-ZANETTE, 1995). A água do rio é captada através de duas adutoras com 4.200 metros de extensão, cada uma transportando 120.000 litros por hora. O tratamento é realizado no bairro Barro Vermelho, no Morro da Santinha, em uma Estação de Tratamento de Água (ETA) tipo convencional, com floculação, decantação e filtração, recebendo como tratamento: cal para correção do pH, cloro para desinfecção e flúor para prevenção de cárie dentária. Aproximadamente 4.338 famílias são atendidas por este tipo de abastecimento. Em localidades do interior do município a água utilizada é proveniente de poços, nascentes e riachos, porém com o mesmo tratamento citado anteriormente, obtendo em média 479 famílias atendidas por esse meio de saneamento (SAMAE, 2008). De acordo ainda com o SAMAE, a microbracia do rio Novo está aproximadamente a 6 Km da cidade de Orleans. Esse rio já é usado como fonte de abastecimento desde 1972, sendo monitorado pelo SAMAE os parâmetros físicos e químicos e as análises bacteriológicas. Cabe salientar que nenhum estudo sobre a qualidade dessas águas usando o bioindicador Daphnia magna foi realizado até o presentemomento. 15 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Avaliar a toxicidade e a qualidade microbiológica em três pontos do rio Novo, utilizado para abastecimento do município de Orleans, por meio de testes ecotoxicológicos e microbiológicos. 2.2 Objetivos específicos • Avaliar a toxicidade da água do rio Novo, através de testes ecotoxicológicos, utilizando como bioindicador a Daphnia magna; • Avaliar a concentração de coliformes fecais em amostras de água do rio em estudo; • Monitorar a qualidade de amostras de água do rio, analisando variáveis ambientais, tais como: potencial Hidrogeniônico (pH), oxigênio dissolvido e dureza. 16 3 METODOLOGIA 3.1 Caracterização geral O presente estudo foi realizado no município de Orleans, localizado no Sul do estado de Santa Catarina, na mesorregião da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC), tendo como limites territoriais ao norte os municípios de Grão Pará e Urubici; ao sul, Lauro Muller, Pedras Grandes e Urussanga; a leste as cidades de Braço do Norte, São Ludgero e Tubarão e a oeste o município de Bom Jardim da Serra (FERREIRA, 1999; FECAM, 2005). A sede do município situa-se aproximadamente nas coordenadas geográficas `28º 21’ 32” S e 49º 17’ 29 W, a uma altitude de 132 m acima do nível do mar (sede), com uma superfície de 550 km2. A população total é de 20.859 habitantes (SANTA CATARINA,1990; LOTTIN, 1998; FECAM, 2005). No sistema viário o município é cortado pelas rodovias SC 446, 438 e 440, que ligam Orleans as principais Rodovias Federais (EPAGRI, 2008a). • Hidrografia Os rios que drenam o território catarinense estão divididos em três grandes regiões hidrográficas, de acordo com a Lei n.º10.949, de 9 de novembro de 1998, assim adotadas pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Região Hidrográfica do Paraná, Uruguai e Atlântico Sul. A bacia do rio Tubarão, a qual pertence o rio Novo, faz parte dessa última região hidrográfica, que consiste em um conjunto de várias bacias autônomas que vertem diretamente para o litoral (SANTA CATARINA, 2007a) Para efeito de gerenciamento dos recursos hídricos, o Estado de Santa Catarina foi dividido em dez regiões hidrográficas, pertencendo o rio Novo a Região 17 Hidrográfica da Vertente Atlântica, Região 9, Sul Catarinense, composta por duas bacias: o rio Tubarão (FIGURA 1) com 4.792 Km2 e o rio D’una com menor área de 941 Km2, (SANTA CATARINA, 2007a). FIGURA 1 - Bacias Hidrográficas de Santa Catarina, com ênfase na Bacia Hidrográfica do rio Tubarão Fonte: SANTA CATARINA, 2007a. CR-ROM. adaptado. O município de Orleans é cortado pelo rio Tubarão, tendo como seus principais afluentes, o rio Laranjeiras e o rio Pinheiros, os quais não apresentam resíduos de mineração de carvão, em contrapartida apresentam índices expressivos de contaminação por agrotóxicos e dejetos de animais (EPAGRI, 2008a). O rio Tubarão nasce nas encostas da serra geral, tendo como os principais formadores o rio Rocinha e rio Bonito. O rio Novo é um dos afluentes de menor proporção na margem esquerda do rio Tubarão, com sua nascente e foz dentro do município de Orleans. Após o rio Tubarão percorrer 120 Km, desembocará na Lagoa de Santo Antônio dos Anjos, no município de Laguna (LOTTIN, 2004; SANTA CATARINA, 2007a). 18 • Clima O Estado de Santa Catarina apresenta dois tipos de climas segundo Koeppen (1948); nas faixas oeste e leste catarinense, o clima é classificado como “mesotérmico úmido com verão quente (Cfa), enquanto na região do Planalto, o clima é denominado “mesotérmico úmido com verão fresco (Cfb)”. O clima da região de Orleans segundo a classificação enquadra-se no tipo Cfa, ou seja, clima subtropical constantemente úmido, sem estação seca e com verão quente (EPAGRI; CIRAM, 2001; SANTA CATARINA, 2007a). Apresenta temperaturas médias de 18,7°C, mínima de 3,0°C e máxima de 41,5°C, podendo ocorrer geadas nos meses de junho a julho (EPAGRI, 2008a). A precipitação pluviométrica total normal pode variar entre 1.220 a 1.660 mm, com o total anual de dias de chuva entre 102 e 150 dias; enquanto que a umidade relativa do ar pode variar de 81,4% a 82,2% (EPAGRI; CIRAM, 2001). • Geologia A Geologia da cidade de Orleans se constitui por sedimentos do grupo Itararé, da formação do Rio do Sul. Pacotes de arenito apresentando estruturas sigmoidais com marca de ondas no topo das camadas. (BRASIL, 2002) • Geomorfologia A geomorfologia da área encontra-se na unidade da Depressão da Zona Carbonífera Catarinense, o relevo apresenta-se colinoso, com vales encaixados, as vertentes são íngremes, com espesso manto de intemperismo que favorece a 19 ocorrência de processos de solifluxão e ocasionalmente movimentos de massa rápido (EPAGRI; CIRAM 2001). De acordo com Bastos Netos (comunicação pessoal apud CITADINIZANETTE, 1995) a microbacia do rio Novo tem suas partes superior e média localizada na depressão da bacia carbonífera, que pertence ao domínio de bacias e coberturas sedimentares. O ponto de captação de água para abastecimento de Orleans, localiza-se sobre o contato entre a depressão carbonífera e o domínio da faixa de dobramentos e embasamento em estilos complexos, constituídos por mar de morros arredondados. • Solo Dentro da área do município de Orleans ha vários tipos de solos. Ocupando 55% da área, Argissolos e Alissolos são os principais tipos de solos presente. Com 24% de ocorrência o tipo Neossolos Litólicos é encontrado na área do município e com 20% o tipo Cambissolo também está presente no município (EPAGRI, CIRAM 2001). Na microbacia do rio Novo, há o predomínio de Argissolos e Alissolos,com solo do tipo PVa10 (EPAGRI; CIRAM 2001), Podzólico Vermelho- Amarelo Álico e o Cambissolo Álico ( SEPLAN 1994 apud CITADINI-ZANETTE, 1995). • Vegetação O Estado de Santa Catarina detêm grande diversidade de ecossistemas, destacando-se quatro principais regiões ecológicas: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Savanas (Campos do Planalto), Floresta Estacional Decidual, alem da Vegetação Litorânea (KLEIN, 1978 apud SANTA CATARINA, 2007a). A vegetação do município de Orleans originalmente era coberta pela Floresta Ombrófila Densa submontana estando a uma altura de 132 m acima do 20 nível do mar, restando atualmente áreas fragmentárias ou residuais desta formação. Estes remanescentes estão descaracterizados devido á extração seletiva de madeira e ao abate de palmiteiros, apresentando-se em diferentes estágios de regeneração (CITADINI ZANETTE, 1995). De acordo com a Figura 2, podemos ver a predominância da vegetação de Floresta Ombrófila Densa na Bacia Hidrográfica do rio Tubarão. FIGURA 2 -Ecossistemas do Estado de Santa Catarina, com ênfase na Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão. Fonte: SANTA CATARINA. 2007a. CD ROM. Adaptado. 3.2 Pontos de coleta Para realização deste trabalho, foram estabelecidos três pontos amostrais ao longo do rio Novo, como mostra a Figura 3. 21 FIGURA 3 - Localização do município de Orleans no país e no estado de SC, com ênfase na bacia do rio Novo, destacando os pontos de coleta no rio: ponto 1 - nascente; ponto 2 - ponte e ponto 3 -barragem. Fonte: PMO, 2007. adaptado. De acordo com a letra c, art.° 18, do Plano Diretor Participativo do Município de Orleans de 2007, o rio Novo pertence ao nível três (3), indicando uma área de uso controlado e restrito em toda a bacia do rio, como também os rios Belo e Laranjeiras. Assim o controle sobre a ocupação do solo rural no município deve seguir essa classificação. 22 O ponto 1 encontra-se nas coordenadas geográficas: 28º 18’.90” S e 49º 19’ 30” W. É uma das nascentes do rio Novo, com o predomínio em sua borda de gramíneas e com pouca influência antrópica. Vale ressaltar que esse ponto foi escolhido em função do menor impacto antropogênico. (FIGURA 4 e 5). FIGURA 4: Ponto 1, coleta de amostra na nascente do rio Novo, Orleans,SC. Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008. FIGURA 5: Aparência da água no ponto 1, nascente do rio Novo, Orleans,SC. Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008 O ponto 2 tem como coordenadas geográficas 28º 19’ 73” S e 49º 19’ 09” W. Trata-se de um córrego localizado entre o ponto 1 e o ponto 3, apresentando um 23 volume de água maior que o anterior, ocorrendo também predomínio de gramíneas. Este rio atravessa a estrada por baixo de uma ponte de madeira, onde seguirá para a barragem. Esse ponto foi amostrado por ser a montante de algumas casas ribeirinhas, que lançam aparentemente seus efluentes domésticos a céu aberto no rio. (FIGURA 6 e 7) FIGURA 6: Ponto 2 córrego que passa sob a ponte do rio Novo, Orleans,SC. Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008. FIGURA 7: Ponto 2, córrego do rio Novo seguindo para a barragem, Orleans, SC. Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008. 24 O ponto 3 está entre as coordenadas 28º 19; 98” S e 49º 19’ 02” W. A barragem do rio Novo é utilizada para o abastecimento do município, tendo grande volume de água, com uma mata ciliar aproximadamente 2 a 3 m de largura de borda, com predomínio de musgos, árvores e arbustos.(FIGURA 8 e 9) FIGURA 8: Ponto 3, local de coleta na barragem do rio Novo, Orleans, SC. Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008 FIGURA 9: Ponto 3, local de coleta de água para abastecimento do município de Orleans, SC. Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008 25 As amostras de água foram coletadas em frascos de polietileno e transportadas refrigeradas em caixa de isopor, até o laboratório de Ecotoxicologia do Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas (IPAT) da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). As coletas foram bimestrais nos meses de outubro e dezembro de 2007; fevereiro e abril de 2008. A partir de maio do corrente ano as coletas foram mensais até agosto de 2008. As coordenadas geográficas dos pontos de amostra foram realizadas com GPS Garmim eTrex Vista. 3.3 Teste Ecotoxicológico Para realização dos testes ecotoxicológicos, foi utilizado o microcrustáceo Daphnia magna STRAUS, 1820. O organismo teste, de acordo com Ruppert e Barnes (1996) é classificado taxonomicamente no filo Arthropoda, subfilo Crustácea, classe Brachiópoda, ordem Diplostraca e subordem Cládocera. Este microcrustáceo planctônico é de água doce, com tamanho médio entre 5 a 6 mm. Atua na cadeia alimentar aquática como consumidor primário entre os metazoários, alimentando-se por filtração de material orgânico particulado, principalmente de algas unicelulares. Reproduz-se assexuadamente por partenogênese, originando somente fêmeas. É comumente chamada de pulgas d’água (KNIE; LOPES, 2004). Os ensaios ecotoxicológicos foram realizados de acordo com a norma da ABNT NBR 12713 (2004). (FIGURA 10). Daphnia magna é cultivado no laboratório citado anteriormente, onde são mantidas em estufa incubadora a temperatura controlada de 20oC e fotoperíodo de 16 horas/dia controlado por timer eletrônico. São alimentadas diariamente com algas verdes da espécie Scenedesmus subspicatus, também cultivadas no mesmo laboratório. Os indivíduos utilizados para o teste são jovens que têm entre 2 h a 24 h de vida. No experimento foram 26 preparadas soluções teste, nas quais 10 indivíduos foram expostos em béqueres de 25 mL (em duplicata para cada diluição), totalizando 20 indivíduos e também um controle, no qual a exposição de daphnias é somente em água de diluição. Após 48 horas de exposição em incubadora com temperatura controlada, foi observado o número de organismos que não apresentaram mobilidade. Experimento: 48h Soluções -teste Diluição da amostra (0,1, 2) 10 ind. Incubadora controlada béqueres de 25ml Duplicata Controle Nº. de org. que não apresentaram mobilidade 20 ind. FIGURA 10: Modelo do Texte de Toxicidade realizado no Laboratório de Ecotoxicologia, do Instituto de Pesquisas ambientais e Tecnologicas – IPAT. 3.4 Teste Microbiológico Um dos métodos utilizados para a detecção ou contagem de coliformes em água é a técnica dos tubos múltiplos. Essa metodologia permite determinar o número mais provável (NMP) do microrganismo alvo na amostra em 100mL (SILVA et al, 2000). A avaliação microbiológica seguiu a metodologia adotada por Clesceri et al. (2001), a qual consiste em inocular a amostra em cinco séries de cinco tubos, 27 cada qual contendo 10 mL de caldo fluorocult. Na primeira série é inoculado 10 mL da amostra, na segunda 1 mL da amostra e nas três séries subseqüentes fez-se diluições sucessivas de 0,1; 0,01 e 0,001 e destas foi retirado 1 mL para as três séries restantes. Feita inoculação a amostra foi incubada em estufa a 36ºC por 24 horas. Após este período fez-se a leitura em lâmpada ultravioleta. Tubos com fluorescência são considerados positivos, ou seja indicam a presença de coliformes totais e fecais. Tubos com a presença de cor verde indicam somente a presença de coliformes totais, sendo necessário a confirmação dos mesmos que é feita em tubos contendo caldo EC e tubos de Durhan invertido. Foi repicado 0,1 mL da amostra dos tubos positivos de fluorocult para tubos contendo 3 ml de caldo EC, estes tubos foram incubados em banho-maria a 45ºC por 24 horas. Após este período fez-se a leitura, onde os tubos que apresentaram bolhas ou turvação do meio foram considerados positivos ou seja indicam a presença de coliformes fecais. Para interpretar os dados, relacionou-se os resultados com a Tabela 1 (em anexo), que apresenta o índice de número mais provável e o limite de confiança a 95% para as combinações possíveis quando utilizados 5 tubos por diluição, sendo que a primeira série de 5 tubos contêm 10mL de amostra, a segunda 1 mL de amostra e a terceira 0,1 mL de amostra, segundo Clesceri et al. (2001). 3.5 Caracterização física e química Os parâmetros pH (Potencial hidrogeniônico), dureza e oxigênio dissolvido foram mensurados no Laboratório de Ecotoxicologia do IPAT da UNESC, sendo transportadas refrigeradas sem adição de conservantes até o local. • pH (Potencial hidrogeniônico) O pH trata-se de uma característica física da água, sendo considerado de pouca importância sanitária e relativamente fácil de determinar (RICHTER; AZEVEDO, 1991). 28 De acordo ainda com o mesmo autor, o termo pH é usado universalmente para expressar a intensidade de uma condição ácida ou alcalina de uma solução. Mede a concentração do íon hidrogênio. Este ensaio foi realizado em peagâmetro Analion, e consiste em introduzir o eletrodo, pré-calibrado, em um béquer contendo a amostra. O resultado é obtido pela leitura do mostrador. • Dureza A dureza total é a característica química da água conferida pela presença de alguns íons metálicos, principalmente os de cálcio (Ca++) e magnésio (Mg++) e, em menor grau, os íons ferrosos (Fe++) e do estrôncio (S++) (RICHTER; AZEVEDO, 1991). Para mensuração da dureza foi feita titulação da amostra e posteriormente, o cálculo matemático. • Oxigênio dissolvido (OD) O oxigênio dissolvido (OD) é de essencial importância para os organismos aeróbicos aquáticos, sendo considerado como a principal variável para a caracterização dos efeitos da poluição das águas por elementos orgânicos (BARBOSA, 2000 apud GUIMARÃES et al, 2004). O conteúdo de oxigênio nas águas superficiais depende da quantidade e tipo de matéria orgânica instáveis que a água contenha. A quantidade de oxigênio que a água pode conter é pequena, devido a sua baixa solubilidade (9,1 mg/L a 20ºC). Águas superficiais, relativamente límpidas, apresentam-se saturadas de oxigênio dissolvido, porém podem ser rapidamente consumidos pelo lançamento de esgotos domésticos (RICHTER; AZEVEDO, 1991). Este parâmetro foi obtido com oxímetro Lutron DO 5510, consistindo em introduzir o eletrodo, pré-calibrado, em um béquer contendo a amostra. O resultado é obtido pela leitura do mostrador. 29 4 RESULTADOS E DISCUSSOES Os resultados das análises da água foram confrontados com os valores determinados pela Resolução do CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005. Esta resolução estabelece a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para seu enquadramento, bem como as condições e padrões de lançamentos de efluentes e da outras providências (CONAMA, 2005). A Resolução CERH nº. 003/2007 do estado de Santa Catarina (SANTA CATARINA, 2007b) classificou os rios de classe especial. O rio Novo não foi enquadrado naquela resolução e de acordo com o art. 42 do CONAMA 357/05, enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos as águas doces serão consideradas classe 2. As águas desta classe são destinadas para abastecimento de consumo humano após tratamento convencional, proteção das comunidades aquáticas, recreação de contato primário, irrigação de hortaliças, aqüicultura e pesca. 4.1 Análises físicas e químicas As análises físicas e químicas de pH, oxigênio dissolvido e dureza, podem ser observados na Tabela 1. TABELA 1: Condições físicas e químicas das amostras de água do rio Novo, Orleans, SC nos pontos 1–Nascente; 2–Ponte e 3–Barragem. Coletas P1 - Nascente P2 - Ponte P3 - Barragem OD Dureza pH OD Dureza pH OD Dureza (mg/L) (mg/L (mg/L) (mg/L mg/L (mg/L em em em CaCO3) CaCO3) CaCO3) OUT/07 6.25 6.1 18 6.51 5.7 22 6.25 4.7 18 DEZ/07 6.96 6.0 16 6.49 5.8 24 6.58 4.4 16 FEV/08 5.20 6.2 14 5.65 4.6 18 5.99 4.2 18 ABR/08 7.56 5.9 18 6.89 5.2 26 6.65 4.6 6 MAI/08 6.75 4.6 14 6.70 4.3 16 5.62 4.1 18 JUN/08 7.33 7.3 16 6.73 5.7 28 6.70 4.9 6 JUL/08 6.71 4.5 14 6.61 4.2 18 5.77 4.1 16 3.9 16 5.65 4.1 16 6.46 3.1 18 AGO/08 7.55 Médias 5.56 15.7 4.95 21 4.26 14.5 Desvio 0,7854 1,1236 1,669 0,4823 0,7309 4,6598 0,4158 0,5527 5,3184 Padrão pH 30 Potencial hidrogeniônico (pH) Conforme a tabela 1, os valores de pH variaram entre 5,2 e 7,6 com uma leve diminuição entre os pontos, provavelmente pelo aumento da vazão. (FIGURA 1n) Entretanto não houve uma variação significativa entre os valores. Porém observa-se o pH de levemente ácido a neutro no ponto 1 e levemente ácido no ponto 2 e 3. pH 6,9 6,8 6,7 6,6 pH 6,5 6,4 6,3 6,2 6,1 6 5,9 . Nascente Ponte Barragem FIGURA 11 – Gráfico com a variação do pH nos três pontos de coleta, no rio Novo, Orleans, SC. O valor mais baixo foi no mês de fevereiro no ponto 1, nascente (5,2), salientando que os dias anteriores à coleta foram chuvosos, confirmado pelos dados pluviométricos mensais da Epagri (2008b) com aproximadamente 151 mm no mês. Tal fato pode ter contribuído para o aumento da vazão e diluição dos íons de hidrogênio. O maior valor também foi obtido nesse mesmo ponto no mês de abril (7,56), período mais seco, (com aproximadamente 100 mm mensal, de acordo com a Epagri 2008b), e com menor precipitação em relação aos meses anteriores. Em período mais seco e com menor vazão de água, a tendência é a elevação do pH. Resultados semelhantes a este foram obtidos em trabalho realizado no Ribeirão Salgadinho, Nova Xavantina, MT (ZILMER et al, 2006), onde o autor também sugere que o aumento da vazão traz como conseqüências uma maior diluição dos íons presentes na água provocando uma diminuição dos valores de pH. 31 Silva et al. (2007) relacionou a precipitação com o pH no rio Purus na Amazônia, área com período de chuvas regulado anualmente. Os autores descrevem que o aumento nos acumulados mensais parece diminuir o pH, porém encontraram correlação significativa nessas duas variáveis somente para um ponto. Aparentemente trata-se do mesmo caso para o rio Novo em alguns pontos. Nos resultados de Rodriguez et al. (2000) realizado nas bacias do Arroio do Conde, Ratos e Porteira, no Rio Grande do Sul, as médias de pH em sua maioria ficou próxima de 6.0, exceto duas estações que obtiveram ambas médias anuais de 3,9 com valores extremos de até 2,6. Este comportamento apresentado é devido a influência do processo de mineração sobre o sistema hídrico da região. Tal fato também pode ser encontrado em rios da região da bacia do rio Tubarão que são afetados pelo carvão, como Hipólito (ALEXANDRE, 1999) e o rio Sangão da bacia do rio Araranguá (SCHNACK, 2007). Salientando que o rio Novo não sofre tal influência, corroborando para obter um pH de levemente ácido a neutro. O pH do local em estudo variando de 5.20 a 7.56 está próximo ao estabelecido pela Resolução CONAMA n°357 de 2005 para a Classe II com valores entre 6,0 a 9,0. • Oxigênio dissolvido (OD) De acordo com os resultados da tabela 1, podemos observar que o OD diminuiu durante as coletas em cada ponto e uma diminuição também pode ser observada entre os pontos. Foram obtidos valores mais baixos na última coleta no mês de agosto no ponto 3 (3,1 mg/L) e o maior valor (7,3 mg/L) no mês de junho no ponto 1. Com uma média de 4,9 mg/L, os valores foram significativamente baixos, principalmente para a barragem. 32 Oxigênio Dissolvido 6 OD (mg/L) 5 4 3 2 1 0 Nascente Ponte Barragem FIGURA 12: Gráfico com a variação do Oxigênio dissolvido nos três pontos de coleta, no rio Novo, Orleans, SC. Esse baixo valor no ponto 3 pode ser devido a um provável consumo do oxigênio, devido ao metabolismo microbiano utilizado na degradação da matéria orgânica, oriunda de alguns despejos urbanos no rio. Valores baixos também foram obtidos no rio Ribeirão dos Porcos em Espírito Santo do Pinhal (SP), (ALMEIDA, 2004), obtendo amostras com até 1,94 mg/L, conforme o autor este fato deve-se ao despejo de efluentes domésticos e industriais. O ocorrido nesse parâmetro também é encontrado em Pelaez-Rodriguez et al. (2000), em duas Sub-bacias da Bacia Hidrográfica do rio Jacaré-Açu, em São Carlos (SP), os quais enfatizam que as baixas concentrações de oxigênio após a área de descarga de efluentes domésticos, não tratados, revelam problemas de desoxigenação da água em virtude do excesso da matéria orgânica. O baixo valor do OD no ponto 3 pode ser também devido a uma característica mais lêntica da água. Vale ressaltar que para obter resultados mais precisos a análise de oxigênio dissolvido devem ser realizada no momento da coleta, mas devido a falta de viabilidade, o teste foi realizado em laboratório. De acordo com o CONAMA n.º 357 de 2005 o oxigênio dissolvido não deve ser inferior em qualquer amostra a 5 mg/L O2, porém na maioria das análises foi 33 encontrado valores bem abaixo do ideal. Estes valores relativamente baixos são preocupantes, uma vez que esta variável influencia diretamente na biota aquática. • Dureza Ainda de acordo com a Tabela 1, a dureza variou entre 6 a 28 mg/L de CaCO3, sendo o menor valor na barragem e o maior na nascente. Richter e Azevedo (1991), classificam as águas em função dos níveis de dureza: em moles dureza inferior a 50 mg/L de CaCO3; dureza moderada entre 50 a 150 mg/L de CaCO3; duras entre 150 a 300 mg/L de CaCO3 e muito duras: superior a 300 mg/L de CaCO3. Enquadrando-se assim, o resultado obtido em águas moles. 4.2 Testes Ecotoxicológicos Todos os procedimentos relativos a cultura das daphnias se refletem na sua sensibilidade, cuja estabilidade é essencial para a confiabilidade dos resultados de teste. Por isso deve ser feito periodicamente um ensaio com uma substância de referência (KNIE; LOPES, 2004). No Laboratório de Ecotoxicologia do IPAT, o teste de sensibilidade é realizado mensalmente com a substância de referência: dicromato de potássio, sendo os resultados explanados na Figura 10. O teste de sensibilidade indica que os indivíduos utilizados estão dentro da faixa de sensibilidade indicado pela ISO 6341 de 0,6 mg/L a 1,7 mg/L de CE50 em 24 horas (ALVES; SILVANO, 2006). Os resultados de sensibilidade variaram de 0,8 mg/L a 1,25 mg/L mostrando que está dentro da faixa sensível a sobrevivência dos dafinidios, garantindo a eficiência do teste. 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 7 8 Fe v. /0 8 M ar ./0 8 Ab r./ 08 M ai ./0 8 Ju n. /0 8 Ju l./ 08 Ag o. /0 8 Ja n. /0 De z. /0 No v. /0 O 7 0,2 0 ut ./0 7 CE 50 24h(mg/L) 34 FIGURA 13: Controle de sensibilidade de Daphnia magna com substância de referencia K2Cr207. Nos testes ecotoxicológicos, não foram observadas toxicidade durante o período de estudo, podemos então inferir que as águas do rio Novo apresentam uma boa qualidade, por não causar morte aos dafinidios. Rietzler et al. (2003), no reservatório urbano Lagoa da Pampulha (MG) e Coelho et al. (2008), em reservatório do Lobo (Itirapina, SP) e na Lagoa Dourada (Brotas, SP) também não encontraram toxicidade nos testes realizados com daphnia. No trabalho realizado por Terra et al. (2008), no rio dos Sinos em RS, o teste de toxicidade aguda para Daphnia magna não apresentou toxicidade, porém foi acompanhado muitas vezes por resposta positiva para teste de toxicidade crônica. Enfatizando que o teste crônico pode apresentar valores por abranger um período maior do ciclo de vida das daphnias. Assim ressaltando a importância para a realização destes testes futuramente, uma vez que segundo a resolução CONAMA nº 357/ 2005, para rios de Classe II não poderá haver efeito tóxico crônico aos organismos, de acordo com os critérios estabelecidos pelo órgão ambiental competente, comprovado pela realização de ensaios ecotoxicológicos padronizado ou outro método cientificamente reconhecido. 35 4.3 Testes Microbiológicos Com o intuito de aprimorar o estudo sobre o rio Novo, optou-se em complementar com testes microbiológicos, que foram realizados nos meses de abril, maio e junho de 2008. Os valores de coliformes totais e termotolerantes encontrados nas amostras da nascente estão representados na Figura 11. 3500 Nascente Nº de bactérias/ NMP 3500 3000 2400 2500 2400 2000 Coliformes totais 1500 1000 170 500 0 Abril/2008 230 Maio/2008 350 Coliformes termotolerantes Junho/2008 FIGURA 14: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Nascente (Ponto 1) do rio Novo, Orleans, SC. Analisando o gráfico, percebe-se uma menor quantidade de coliformes termotolerantes em relação aos coliformes totais, uma vez que estes são encontrados na água, ar, solo e plantas, por isso apresentam-se em maior quantidade. O ponto 1 por ser uma área menos antropizada e com baixa vazão, não apresentou valores altos. Almeida (2004), na nascente do córrego Ribeirão dos Porcos, Espírito Santo do Pinhal (SP), indaga que provavelmente um dos fatores para a contaminação fecal detectada nesse ponto, seja proveniente de fezes de animais que habitam naturalmente a região, o que pode ocorrer na nascente do rio Novo. 36 O segundo ponto de coleta foi sob uma ponte por onde o rio Novo passa e segue para a barragem. Os resultados encontrados estão representados na Figura Nº de bactérias/ NMP 12. 160000 160000 Ponte 140000 120000 100000 Coliformes totais 80000 Coliformes termotolerantes 60000 40000 3500 20000 0 Abril/2008 4900 Maio/2008 700 2200 540 Junho/2008 FIGURA 15: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Ponte (Ponto 2) do rio Novo, Orleans, SC. Observando a Figura 12, há uma grande quantidade de coliformes termotolerantes no mês de abril no ponto 2. Este fato pode ocorrer devido a menor quantidade de água, em função do tempo mais seco que antecedeu a coleta (mês de abril com 100,3 mm de precipitação de acordo com EPAGRI, 2008b). Outro fato que também pode ter contribuído é o despejo de efluentes domésticos de alguns domicílios diretamente no rio antes desse ponto. O ponto 3 obteve os seguintes resultados: Nº de bactérias/ NMP 37 17000 18000 16000 Barragem 14000 12000 9200 10000 Coliformes totais 8000 Coliformes termotolerantes 6000 4000 2000 0 790 Abril/2008 330 110 Maio/2008 350 Junho/2008 FIGURA 16: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Barragem (Ponto 3) do rio Novo, Orleans, SC. Os baixos valores de coliformes termotolerantes nesse ponto pode ser influenciado pelo grande volume de água da barragem ou ainda pela diluição natural durante o percurso do rio. Em Ayres (2007), no Reservatório Tanque Grande, em Guarulhos, a maioria das amostras de coliformes termotolerantes estiveram abaixo de 200 NMP, no entanto muitas das amostras apresentaram até 3 vezes mais. Essas elevações podem ser causadas pelo crescimento demográfico que ocorreu em volta do reservatório nos últimos anos e em alguns trechos do rio Novo. A Figura 14 mostra os resultados para coliforme termotolerantes em todos os três pontos de coleta. Nº de bactérias/ NMP 38 3500 3500 Coliformes Termotolerantes 3000 2500 2000 Nascente 1500 Ponte 700 1000 500 0 170 330 Abril/2008 540 110 230 Maio/2008 350 350 Barragem Junho/2008 FIGURA 17: Incidência de Coliformes Termotolerantes nos três pontos de amostras nos meses de coleta, enfatizando que o máximo permitido pela Resolução CONAMA 357/2001 nesse parâmetro é de 1000 coliformes termotolerantes /100ml. Como podemos analisar na Figura 14, o ponto 2 (ponte) ultrapassou o máximo permitido pela resolução CONAMA 357/2005 que estabelece 1000 NMP, diferentemente dos demais pontos. No rio São Lourenço do Sul, em São Lourenço (RS), (VASCONCELLOS et al., 2006), também encontraram valores altos para o local de captação de água para o município, chegando a 2,4 x 10 5 no verão, embora também ele se enquadre na classe 2 e após tratamento adequado poderá ser utilizado para o consumo humano e abastecimento da cidade. 39 5 CONCLUSÃO O presente trabalho realizado no rio Novo, Orleans – SC, não detectou toxicidade aguda nos testes ecotoxicológicos com Daphnia magna, indicando ser uma água de boa qualidade. Segundo a Resolução CONAMA nº357, as águas de classe II não devem apresentar toxicidade crônica, por isso recomenda-se a continuidade deste trabalho e a implementação do referido teste. Os resultados das análises de coliformes termotolerantes, pH e oxigênio dissolvido apresentaram-se fora do estipulado pela Resolução CONAMA nº 357 de 2005, salientando que o último parâmetro foi o mais distante do recomendando. Enfatizando que esses resultados não influenciaram nos testes ecotoxicológicos, no entanto, para uma melhor qualidade da biota, devem ser realizado métodos para melhorar esses valores. O grande número de coliformes termotolerantes no ponto 2 e consequentemente a baixa concentração de OD pela degradação da matéria orgânica realizada pelas bactérias devido ao lançamento de esgotos antes do ponto 2, devem ser destacados, pois exigem algumas ações para sua melhoria. A implantação das redes de esgoto nas áreas mais criticas do rio Novo devem ser realizado, juntamente com trabalhos voltados a educação ambiental principalmente às famílias riberinhas. Outras ações podem ser realizadas para melhorar a qualidade de água do rio Novo, como a implantação do Sistema de Tratamento de Efluentes Domésticos, projeto intitulado de Microbacias, realizado pela EPAGRI de Orleans, em parceria com a Prefeitura Municipal através da Secretaria de Agricultura. Trata-se de um projeto muito realizado nas comunidades rurais e tem por objetivo armazenar e tratar através de filtração com pedaços de bambu e carvão a água do efluente domiciliar, que é seguido ate um ciclo de bananeiras para ocorrer à absorção. Aproveitando-se esse trabalho, deve ser dada atenção também a mata ciliar do rio Novo, principalmente em suas nascentes e na barragem. Segundo a Resolução CONAMA nº 303, de 20 de marco de 2002, que dispõe sobre parâmetros, 40 definições e limites de Áreas de Preservação Permanente, é exigido para as nascentes uma raio mínimo de 50 metros de mata ciliar (APP) e para o rio com largura de ate 10m, um mata ciliar de 30 metros de largura no mínimo.Sendo assim, há uma grande importância em preservar esse rio que é fundamental para o município, protegendo todo seu percurso, Como sugestões para trabalhos futuros, recomendam-se mais pontos amostrados ao longo do rio com intuito de localizar outras possíveis causas de poluição, um maior tempo de estudo, mais variáveis físicas e químicas a serem analisados, implementação do teste de toxicidade crônica com Dapnhia magna e/ou a utilização de outros bioindicadores da cadeia trófica. 41 REFERÊNCIAS ABESSA, D. M. de S. Avaliaçäo ecotoxicológica da água do Rio Pirajussara (SP, Brasil). O Mundo da Saúde. São Paulo, v.27, n.4, p.543-550, out./dez./2003. ABNT. 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Tubos positivos 10 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 1 0 0 1 1 2 2 3 0 0 0 1 1 1 2 2 3 3 4 0 0 0 1 1 1 2 2 2 3 3 4 0 0 0 1 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 5 0 0 0 0,1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 2 0 1 2 0 1 0 1 0 0 1 2 0 1 2 0 1 2 0 1 0 0 1 2 0 1 2 0 1 2 0 1 2 0 1 0 0 1 2 NMP/100 mL < 1,8 1,8 1,8 3,6 3,7 5,5 5,6 2,0 4,0 6,0 4,0 6,1 8,1 6,1 8,2 8,3 10 11 4,5 6,8 9,1 6,8 9,2 12 9,3 12 14 12 14 15 7,8 11 13 11 14 17 14 17 20 17 21 24 21 24 25 13 17 21 Limites de confiança de 95 % Superior Inferior 0,09 0,09 0,7 0,7 1,8 1,8 0,1 0,7 1,8 0,71 1,8 3,4 1,8 3,4 3,4 3,5 3,5 0,79 1,8 3,4 1,8 3,4 4,1 3,4 4,1 5,9 4,1 5,9 5,9 2,1 3,5 5,6 3,5 5,6 6,0 5,7 6,8 6,8 6,8 6,8 9,8 6,8 9,8 9,8 4,1 5,9 6,8 Fonte: Clesceri et al, 2001. 6,8 6,9 10 10 15 15 10 10 15 12 15 22 15 22 22 22 22 15 15 22 17 22 26 22 26 36 26 36 36 22 23 35 26 36 36 36 40 40 40 40 70 40 70 70 35 36 40 Tubos positivos 10 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 1 0 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 4 4 4 5 5 0 0 0 0 1 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 0,1 3 0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 0 1 2 0 1 0 1 2 3 0 1 2 3 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 NMP/100 mL 25 17 21 26 31 22 26 32 38 27 33 39 34 40 47 41 48 23 31 43 58 33 46 63 84 49 70 94 120 150 79 110 140 170 210 130 170 220 280 350 430 240 350 540 920 1600 > 1600 Limites de confiança de 95 % Superior Inferior 6,0 6,8 9,8 10 6,8 9,8 10 14 9,9 10 14 14 14 15 14 15 6,8 10 14 22 10 14 22 34 15 22 34 36 58 22 34 52 70 70 36 58 70 100 100 150 70 100 150 220 400 700 40 42 70 70 50 70 70 100 70 70 100 100 100 120 100 120 70 70 100 150 100 120 150 220 150 170 230 250 400 220 250 400 400 400 400 400 440 710 710 1100 710 1100 1700 2600 4600 -