UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO
CAMILA FLOR ANDRÉ
AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA E MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE
ABASTECIMENTO DO MUNICÍPIO DE ORLEANS, SC.
CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2008
CAMILA FLOR ANDRÉ
AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA E MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE
ABASTECIMENTO DO MUNICÍPÍO DE ORLEANS, SC.
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado
para obtenção do grau de Biólogo no Curso de
Ciências
Biológicas
Bacharelado
da
Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC.
Orientadora: Profª. MSc. Jacira Silvano
CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2008
CAMILA FLOR ANDRÉ
AVALIAÇÃO ECOTOXICOLÓGICA E MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE
ABASTECIMENTO DO MUNICÍPIO DE ORLEANS, SC.
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca
Examinadora para obtenção do Grau de Biólogo, no Curso de
Ciências Biológicas Bacharelado da Universidade do Extremo
Sul Catarinense, UNESC.
Criciúma, 19 de novembro de 2008.
BANCA EXAMINADORA
Profª. Jacira Silvano - Mestre - (UNESC) – Orientador
Profª. Nadja Zim Alexandre - Mestre - (UNESC)
Prof.º Claus Troger Pich – Mestre - (UNESC)
A meu pai e minha mãe,
pela fé em mim depositada.
Agradecimentos
Á Deus.
Aos meus pais, Jair Ângelo André e Diana
Aparecida Flor André pela oportunidade de
realizar essa graduação, pelo todo esforço e
dedicação dado a mim, serei eternamente
grata.
A minha paciente e querida orientadora Jacira,
pela atenção dada em todo o período de
orientação.
A todos os amigos e colegas que me ajudaram
na realização deste trabalho, muito obrigada a
todos!
Autor desconhecido
!
"
Autor desconhecido
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade da água do rio Novo,
Orleans, SC, utilizando teste de toxicidade aguda com Dapnhia magna; a
concentração de coliformes totais e termotolerantes por meio da técnica de tubos
múltiplos e ainda análises físicas e químicas de pH, oxigênio dissolvido e dureza. As
coletas foram realizadas nos meses de outubro e dezembro de 2007, fevereiro e abril
a agosto de 2008. Foram amostrados três pontos para a coleta; ponto 1 - nascente,
ponto 2 - intermediário, sob uma ponte e ponto 3 - barragem de captação de água
para o município de Orleans. Os resultados obtidos foram comparados com a
legislação federal que regulamenta corpos d’águas, Resolução Conama n.º357 de
2005. No teste ecotoxicológico não houve letalidade aos dafinídeos, considerando
uma água de boa qualidade. Para as análises microbiológicas houve a presença de
coliformes totais e termotolerantes, principalmente no ponto 2 com 3500 NMP de
termotolerantes em 100mL de amostra, valor este acima do permitido pela resolução
anteriormente citada, que indica o máximo de 1000 coliformes termotolerantes por
100mL de amostras. Análises de pH estiveram entre 5,2 a 7,6, salientando que pela
resolução deveria estar entre 6,0 a 9,0. Para oxigênio dissolvido registrou-se valores
de 3,1 mg/L a 7,3 mg/L, sendo que não deveria ser inferior em nenhuma amostra a
5mg/L, segundo a resolução. A dureza variou entre 6 a 28 mg/L CaCO3.
Palavras-chaves:
Ecotoxicologia.
abastecimento. Daphnia.
Coliformes
termotolerantes.
Água
de
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Bacias Hidrográficas de Santa Catarina, com ênfase na Bacia
Hidrográfica do rio Tubarão.........................................................................................17
FIGURA 2: Ecossistemas do Estado de Santa Catarina, com ênfase na Bacia
Hidrográfica do rio Tubarão.........................................................................................20
FIGURA 3: Localização do município de Orleans no país e no estado de SC, com
ênfase na bacia do rio Novo, destacando os pontos de coleta no rio: ponto 1 nascente; ponto 2 - ponte e ponto 3 - barragem. .......................................................21
FIGURA 4: Ponto 1, coleta de amostra na nascente do rio Novo, Orleans, SC.........22
FIGURA 5: Aparência da água do ponto 1, nascente do rio Novo, Orleans, SC........22
FIGURA 6: Ponto 2, córrego que passa sob a ponte do rio Novo, Orleans, SC.........23
FIGURA 7: Ponto 2, córrego do rio Novo seguindo para a barragem, Orleans, SC...23
FIGURA 8: Ponto 3, local de coleta na barragem do rio Novo, Orleans, SC..............24
FIGURA 9: Ponto 3, local de coleta de água para abastecimento do município de
Orleans, SC.................................................................................................................24
FIGURA 10: Modelo do Teste de Toxicidade realizado no Laboratório de
Ecotoxicologia, do Instituto de Pesquisas ambientais e Tecnológicas – IPAT............26
FIGURA 11 – Gráfico com a variação do pH nos três pontos de coleta, no rio Novo,
Orleans, SC.................................................................................................................30
FIGURA 12: Gráfico com a variação do Oxigênio dissolvido nos três pontos de coleta,
no rio Novo, Orleans, SC.............................................................................................32
FIGURA 13: Controle de sensibilidade de Daphnia magna com substância de
referencia K2Cr207.......................................................................................................34
FIGURA 14: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Nascente
(Ponto 1) do rio Novo, Orleans, SC............................................................................35
FIGURA 15: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Ponte (Ponto
2) do rio Novo, Orleans, SC. ......................................................................................36
FIGURA 16: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Barragem
(Ponto 3) do rio Novo, Orleans, SC............................................................................ 37
FIGURA 17: Incidência de Coliformes Termotolerantes nos três pontos de amostras
nos meses de coleta, enfatizando que o máximo permitido pela Resolução CONAMA
357/2001 nesse parâmetro é de 1000 coliformes termotolerantes /100ml ................38
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10
2 OBJETIVOS...........................................................................................................15
2.1 Objetivo geral..................................................................................................15
2.2 Objetivos específicos.....................................................................................15
3 METODOLOGIA ....................................................................................................16
3.1 Caracterização geral ......................................................................................16
3.2 Pontos de coleta.............................................................................................20
3.3 Teste Ecotoxicológico ...................................................................................25
3.4 Teste Microbiológico......................................................................................26
3.5 Caracterização física e química ....................................................................27
4 RESULTADOS E DISCUSSOES...........................................................................29
4.1 Análises físicas e químicas.............................................................................29
4.2 Testes Ecotoxicológicos.................................................................................33
4.3 Testes Microbiológicos...................................................................................35
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................39
REFERÊNCIAS.........................................................................................................41
ANEXOS.....................................................................................................................47
10
1 INTRODUÇÃO
Os recursos naturais vêm sendo degradados pela invasão humana desde
a colonização. O homem ocupou todos os lugares possíveis de sobrevivência
usando tudo que a natureza podia oferecer da forma mais grotesca e sem limites.
Com a globalização e avanços da tecnologia isso foi piorando ainda mais, pois a
exploração dos recursos aumentou excessivamente e a terra vem pedindo socorro.
Até meados do século passado nem se pensava em falar da economia de
recursos naturais, na falsa convicção de que eles seriam inesgotáveis, porém o
consumo cada vez maior de energia e matéria pela humanidade provoca uma
degradação que cresce com a população que está consumindo mais alimentos,
buscando segurança, saúde, entre outros (BRASIL; SANTOS, 2007).
De acordo com a Lei nº 6.938 de 31/08/1981 entende-se por poluição a
degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou
indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem estar da população; criem
condições adversas as atividades sócias e econômicas; afetam desfavoravelmente a
biota; as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente e que lancem matérias
ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (BRASIL,
1981).
Segundo Brasil e Santos (2007), a poluição dos recursos hídricos é uma
das degradações ambientais que vem ocorrendo fortemente nas últimas gerações,
podendo ser por vários agentes como: o lançamento de efluentes não tratados de
esgotos residências; metais pesados; fertilizantes agrícolas; compostos orgânicos
sintéticos; microorganismos ou ainda o uso abusivo e descontrolado da água no qual
leva ter muitas regiões com escassez de água de boa qualidade dificultando a
desedentação dos seres vivos, a produção de alimentos e outros usos
indispensáveis para a vida.
Quando o rio é contaminado com substâncias químicas ocorrem
modificações negativas no seu estado biológico, químico e físico. Além da fauna e
11
da flora dos ecossistemas, o homem é também prejudicado, pois necessita de água
limpa para diversos fins (KNIE; LOPES, 2004).
Rios do mundo inteiro sofrem com esse problema que limita nossa
ocupação no planeta, felizmente hoje já se dá atenção para estas questões,
investindo em técnicas e monitoramentos que estão despoluindo os rios. Porém
muitos destes métodos são de altíssimo investimento sendo inacessível para maior
parte dos países em desenvolvimento como o Brasil, sendo que uma das ações a
serem tomadas é criar atitudes minimizadoras nos ambientes afetados e deter a
poluição que ainda estar por vir, através de medidas controladoras.
A conservação, a manutenção, a gestão e a recuperação dos recursos
hídricos são temas atuais e altamente relevantes para a sociedade, indústria e o
governo, porém há ainda necessidade de mais estudos abordando estes assuntos
(ABESSA, 2003).
Atualmente, 29 países não possuem água doce para toda a população.
Em 2025 segundo a ONU, Organização das Nações Unidas, serão 48 países e em
2050 cerca de 50 países sem água em quantidade suficiente para toda a população
(BIO, 1999 apud MACEDO, 2004).
A água para o consumo humano equivale a menos de 3% de toda a água
do mundo, sendo o restante constituído por água do mar não potável. Dos 3% da
água doce, 2.5 % estão congeladas na Antártida, Ártico e geleiras, não estando
disponível para uso humano. O Brasil possui 12% das reserva de água do planeta,
mas ainda enfrenta problemas crônicos até hoje por não ter implantado uma política
de uso racional e sustentável de seus recursos hídricos (BRASIL, 2006).
O estado de Santa Catarina possui apenas 7% de reserva de água
superficial do Brasil (CASAN, 2000). Sendo que o abastecimento de água varia
muito no país, o sul do Brasil tem um índice de cobertura superior a outras regiões
com atendimento acima de 90% de abrangência (BRASIL, 2006).
De acordo com Abessa (2003), a obtenção de informações mais efetivas
para o monitoramento e o controle de qualidade dos recursos hídricos deve
incorporar a abordagem ecotoxicológica, em adição as abordagens já existentes.
12
Embora as análises físicas e químicas forneçam importantes dados sobre a natureza
e o grau de contaminação, os dados ecotoxicológicos são necessários, pois estimam
o efeito total da soma de todas as substâncias presentes sobre os organismos
aquáticos.
Costa e Espíndola (2000), também afirmam que a caracterização do
sistema aquático deve extrapolar as análises químicas que identificam e quantificam
alguns dos poluentes presentes, recomendando a avaliação de testes de toxicidade,
pois representa uma forma mais efetiva para predizer ou detectar impactos diversos.
Os bioensaios avaliam o efeito global destes sobre os sistemas bióticos, medindo a
capacidade que os compostos químicos têm de interferir nas vias bioquímicas
celulares, causando-lhes efeitos adversos.
A Resolução CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005, adota a seguinte
definição para ensaios ecotoxicológicos: ensaios realizados para determinar o efeito
deletério de agentes físicos ou químicos a diversos organismos aquáticos.
(CONAMA, 2005)
O ensaio ecotoxicológico utilizando Daphnia magna, no estado de Santa
Catarina é legislado pela a Portaria nº 017/02 – FATMA 18/04/2002 que estabelece
os limites máximos de toxidade aguda para efluentes de diferentes origens e dá
outras providências. Determina que as substâncias existentes no efluente não
possam causar ou possuir potencial causador de efeitos tóxicos capazes de
provocar alterações no comportamento e fisiologia dos organismos aquáticos
presentes no corpo receptor (FATMA, 2002)
Atualmente usa-se cládoceros para bioensaios, sendo o grupo que melhor
representa os invertebrados aquáticos em nível trófico. Daphnia magna STRAUS é a
espécie desse grupo mais usada mundialmente em testes ecotoxicológicos (IBAMA,
1987), devido a diversos critérios descritos em Knie e Lopes (2004), tais como a
capacidade de seus descendentes serem geneticamente idênticos, assegurando
uma uniformidade dos testes.
Ainda conforme os mesmos autores, sua cultura em laboratório é fácil e
sem grandes dispêndios, o manuseio é simples por causa do tamanho grande em
13
relação a outros microcrustáceos, a espécie é sensível a diversos agentes nocivos,
com um ciclo de vida e reprodução curto. Os testes ecotoxicológicos mostram
através de ensaios com organismos vivos os efeitos agudos ou crônicos produzidos
por poluentes, além de práticos e com resultados rápidos.
Diante do exposto, utilizamos testes de toxicidade aguda para avaliar a
água do rio Novo, que tem uma grande importância por ser um dos afluentes da
microbacia do rio Tubarão e indispensável para o município de Orleans por
abastecer toda a cidade.
Para complementar o estudo realizou-se teste microbiológico, visando
avaliar a concentração de coliformes totais e termotolerantes na água do rio Novo.
Os coliformes termotolerantes a partir da definição do CONAMA nº. 357 de
2005 são bactérias gram–negativas em forma de bacilos que fermentam a lactose
nas temperaturas de 44ºC a 45ºC, com produção de ácido, gás e aldeído. Além de
estarem presentes em fezes humanas e de animais homeotérmicos, ocorrem em
solos, plantas ou outras matrizes ambientais que não tenham sido contaminados por
material fecal.
Este trabalho foi realizado no município de Orleans. Conhecida atualmente
como Cidade das Colinas, esta pequena cidade interiorana foi um dote de
casamento das Suas Altezas Imperiais, a Princesa Isabel e o Conde D’Eu,
determinado pelo Imperador Dom Pedro II e pela Imperatriz Teresa Cristina. Essas
terras tinham sua localização estabelecida por ato assinado em 1870, fixando em 98
léguas a serem escolhidas nos estados de Santa Catarina e Sergipe (LOTTIN,
1998).
Uma comissão foi formada para selecionar e demarcar uma gleba de terra
destinada para implantar uma colônia. Após vários estudos, escolheram a região do
Vale do rio Tubarão, devido a descoberta de carvão mineral nas imediações e
também pelos planos de construírem uma estrada de ferro margeando o rio
(EPAGRI, 2004; FERREIRA, 1999).
Após a conclusão da Estrada de Ferro, de acordo com Lottin (2004), a Sua
Alteza o Conde D’Eu veio visitar as terras e decidiu pela escolha dos engenheiros da
14
empresa, apontando o local abaixo da Ponte Férrea sobre o rio Tubarão. Ao visitar o
local, canteiro de obras da estrada de ferro, declarou então o Conde d’Eu: “Aqui
nascerá uma cidade com o nome de Orleans”. O nome foi uma homenagem a sua
própria família da nobreza de França.
A população da cidade era de portugueses e seus descendentes vindos
da região de Laguna, nos primeiros cinqüenta anos de existência. No decorrer dos
anos a cidade acolheu migrações de descendentes de italianos, alemães e letos. O
município emancipou-se de Tubarão em agosto de 1913, sendo composto por
Distritos da Sede, Lauro Muller, Grão Pará e Palmeiras com 1124 km2, porém
atualmente esse número diminuiu devido a divisões territoriais ocasionadas com o
tempo (LOTTIN, 2004; EPAGRI, 2004).
Atualmente Orleans é caracterizada por possuir muitas comunidades
rurais, sendo localizado na comunidade do Rio Novo o rio em estudo. A microbacia
do rio Novo tem aproximadamente 1895 ha e a calha principal apresenta extensão
aproximada de 12 km (LIMA, 1986 apud CITADINI-ZANETTE, 1995).
A água do rio é captada através de duas adutoras com 4.200 metros de
extensão, cada uma transportando 120.000 litros por hora. O tratamento é realizado
no bairro Barro Vermelho, no Morro da Santinha, em uma Estação de Tratamento de
Água (ETA) tipo convencional, com floculação, decantação e filtração, recebendo
como tratamento: cal para correção do pH, cloro para desinfecção e flúor para
prevenção de cárie dentária. Aproximadamente 4.338 famílias são atendidas por
este tipo de abastecimento. Em localidades do interior do município a água utilizada
é proveniente de poços, nascentes e riachos, porém com o mesmo tratamento
citado anteriormente, obtendo em média 479 famílias atendidas por esse meio de
saneamento (SAMAE, 2008).
De acordo ainda com o SAMAE, a microbracia do rio Novo está
aproximadamente a 6 Km da cidade de Orleans. Esse rio já é usado como fonte de
abastecimento desde 1972, sendo monitorado pelo SAMAE os parâmetros físicos e
químicos e as análises bacteriológicas. Cabe salientar que nenhum estudo sobre a
qualidade dessas águas usando o bioindicador Daphnia magna foi realizado até o
presentemomento.
15
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Avaliar a toxicidade e a qualidade microbiológica em três pontos do rio
Novo, utilizado para abastecimento do município de Orleans, por meio de testes
ecotoxicológicos e microbiológicos.
2.2 Objetivos específicos
• Avaliar a toxicidade da água do rio Novo, através de testes
ecotoxicológicos, utilizando como bioindicador a Daphnia magna;
• Avaliar a concentração de coliformes fecais em amostras de água do
rio em estudo;
• Monitorar a qualidade de amostras de água do rio, analisando variáveis
ambientais, tais como: potencial Hidrogeniônico (pH), oxigênio dissolvido e dureza.
16
3 METODOLOGIA
3.1 Caracterização geral
O presente estudo foi realizado no município de Orleans, localizado no Sul
do estado de Santa Catarina, na mesorregião da Associação dos Municípios da
Região Carbonífera (AMREC), tendo como limites territoriais ao norte os municípios
de Grão Pará e Urubici; ao sul, Lauro Muller, Pedras Grandes e Urussanga; a leste
as cidades de Braço do Norte, São Ludgero e Tubarão e a oeste o município de
Bom Jardim da Serra (FERREIRA, 1999; FECAM, 2005).
A sede do município situa-se aproximadamente nas coordenadas
geográficas `28º 21’ 32” S e 49º 17’ 29 W, a uma altitude de 132 m acima do nível do
mar (sede), com uma superfície de 550 km2. A população total é de 20.859
habitantes (SANTA CATARINA,1990; LOTTIN, 1998; FECAM, 2005). No sistema
viário o município é cortado pelas rodovias SC 446, 438 e 440, que ligam Orleans as
principais Rodovias Federais (EPAGRI, 2008a).
•
Hidrografia
Os rios que drenam o território catarinense estão divididos em três
grandes regiões hidrográficas, de acordo com a Lei n.º10.949, de 9 de novembro de
1998, assim adotadas pela Agência Nacional de Águas (ANA), em Região
Hidrográfica do Paraná, Uruguai e Atlântico Sul. A bacia do rio Tubarão, a qual
pertence o rio Novo, faz parte dessa última região hidrográfica, que consiste em um
conjunto de várias bacias autônomas que vertem diretamente para o litoral (SANTA
CATARINA, 2007a)
Para efeito de gerenciamento dos recursos hídricos, o Estado de Santa
Catarina foi dividido em dez regiões hidrográficas, pertencendo o rio Novo a Região
17
Hidrográfica da Vertente Atlântica, Região 9, Sul Catarinense, composta por duas
bacias: o rio Tubarão (FIGURA 1) com 4.792 Km2 e o rio D’una com menor área de
941 Km2, (SANTA CATARINA, 2007a).
FIGURA 1 - Bacias Hidrográficas de Santa Catarina, com ênfase na Bacia Hidrográfica do rio Tubarão
Fonte: SANTA CATARINA, 2007a. CR-ROM. adaptado.
O município de Orleans é cortado pelo rio Tubarão, tendo como seus
principais afluentes, o rio Laranjeiras e o rio Pinheiros, os quais não apresentam
resíduos de mineração de carvão, em contrapartida apresentam índices expressivos
de contaminação por agrotóxicos e dejetos de animais (EPAGRI, 2008a).
O rio Tubarão nasce nas encostas da serra geral, tendo como os
principais formadores o rio Rocinha e rio Bonito. O rio Novo é um dos afluentes de
menor proporção na margem esquerda do rio Tubarão, com sua nascente e foz
dentro do município de Orleans. Após o rio Tubarão percorrer 120 Km, desembocará
na Lagoa de Santo Antônio dos Anjos, no município de Laguna (LOTTIN, 2004;
SANTA CATARINA, 2007a).
18
• Clima
O Estado de Santa Catarina apresenta dois tipos de climas segundo
Koeppen (1948); nas faixas oeste e leste catarinense, o clima é classificado como
“mesotérmico úmido com verão quente (Cfa), enquanto na região do Planalto, o
clima é denominado “mesotérmico úmido com verão fresco (Cfb)”. O clima da região
de Orleans segundo a classificação enquadra-se no tipo Cfa, ou seja, clima
subtropical constantemente úmido, sem estação seca e com verão quente (EPAGRI;
CIRAM, 2001; SANTA CATARINA, 2007a).
Apresenta temperaturas médias de 18,7°C, mínima de 3,0°C e máxima de
41,5°C, podendo ocorrer geadas nos meses de junho a julho (EPAGRI, 2008a). A
precipitação pluviométrica total normal pode variar entre 1.220 a 1.660 mm, com o
total anual de dias de chuva entre 102 e 150 dias; enquanto que a umidade relativa
do ar pode variar de 81,4% a 82,2% (EPAGRI; CIRAM, 2001).
• Geologia
A Geologia da cidade de Orleans se constitui por sedimentos do grupo
Itararé, da formação do Rio do Sul. Pacotes de arenito apresentando estruturas
sigmoidais com marca de ondas no topo das camadas. (BRASIL, 2002)
•
Geomorfologia
A geomorfologia da área encontra-se na unidade da Depressão da Zona
Carbonífera Catarinense, o relevo apresenta-se colinoso, com vales encaixados, as
vertentes são íngremes, com espesso manto de intemperismo que favorece a
19
ocorrência de processos de solifluxão e ocasionalmente movimentos de massa
rápido (EPAGRI; CIRAM 2001).
De acordo com Bastos Netos (comunicação pessoal apud CITADINIZANETTE, 1995) a microbacia do rio Novo tem suas partes superior e média
localizada na depressão da bacia carbonífera, que pertence ao domínio de bacias e
coberturas sedimentares. O ponto de captação de água para abastecimento de
Orleans, localiza-se sobre o contato entre a depressão carbonífera e o domínio da
faixa de dobramentos e embasamento em estilos complexos, constituídos por mar
de morros arredondados.
•
Solo
Dentro da área do município de Orleans ha vários tipos de solos.
Ocupando 55% da área, Argissolos e Alissolos são os principais tipos de solos
presente. Com 24% de ocorrência o tipo Neossolos Litólicos é encontrado na área
do município e com 20% o tipo Cambissolo também está presente no município
(EPAGRI, CIRAM 2001).
Na microbacia do rio Novo, há o predomínio de Argissolos e Alissolos,com
solo do tipo PVa10 (EPAGRI; CIRAM 2001), Podzólico Vermelho- Amarelo Álico e o
Cambissolo Álico ( SEPLAN 1994 apud CITADINI-ZANETTE, 1995).
•
Vegetação
O Estado de Santa Catarina detêm grande diversidade de ecossistemas,
destacando-se quatro principais regiões ecológicas: Floresta Ombrófila Densa,
Floresta Ombrófila Mista, Savanas (Campos do Planalto), Floresta Estacional
Decidual, alem da Vegetação Litorânea (KLEIN, 1978 apud SANTA CATARINA,
2007a). A vegetação do município de Orleans originalmente era coberta pela
Floresta Ombrófila Densa submontana estando a uma altura de 132 m acima do
20
nível do mar, restando atualmente áreas fragmentárias ou residuais desta formação.
Estes remanescentes estão descaracterizados devido á extração seletiva de
madeira e ao abate de palmiteiros, apresentando-se em diferentes estágios de
regeneração (CITADINI ZANETTE, 1995).
De acordo com a Figura 2, podemos ver a predominância da vegetação de
Floresta Ombrófila Densa na Bacia Hidrográfica do rio Tubarão.
FIGURA 2 -Ecossistemas do Estado de Santa Catarina, com ênfase na Bacia Hidrográfica do Rio Tubarão.
Fonte: SANTA CATARINA. 2007a. CD ROM. Adaptado.
3.2 Pontos de coleta
Para realização deste trabalho, foram estabelecidos três pontos amostrais
ao longo do rio Novo, como mostra a Figura 3.
21
FIGURA 3 - Localização do município de Orleans no país e no estado de SC, com ênfase na bacia do rio Novo,
destacando os pontos de coleta no rio: ponto 1 - nascente; ponto 2 - ponte e ponto 3 -barragem.
Fonte: PMO, 2007. adaptado.
De acordo com a letra c, art.° 18, do Plano Diretor Participativo do
Município de Orleans de 2007, o rio Novo pertence ao nível três (3), indicando uma
área de uso controlado e restrito em toda a bacia do rio, como também os rios Belo
e Laranjeiras. Assim o controle sobre a ocupação do solo rural no município deve
seguir essa classificação.
22
O ponto 1 encontra-se nas coordenadas geográficas: 28º 18’.90” S e 49º
19’ 30” W. É uma das nascentes do rio Novo, com o predomínio em sua borda de
gramíneas e com pouca influência antrópica. Vale ressaltar que esse ponto foi
escolhido em função do menor impacto antropogênico. (FIGURA 4 e 5).
FIGURA 4: Ponto 1, coleta de amostra na nascente do rio Novo, Orleans,SC.
Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008.
FIGURA 5: Aparência da água no ponto 1, nascente do rio Novo, Orleans,SC.
Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008
O ponto 2 tem como coordenadas geográficas 28º 19’ 73” S e 49º 19’ 09”
W. Trata-se de um córrego localizado entre o ponto 1 e o ponto 3, apresentando um
23
volume de água maior que o anterior, ocorrendo também predomínio de gramíneas.
Este rio atravessa a estrada por baixo de uma ponte de madeira, onde seguirá para
a barragem. Esse ponto foi amostrado por ser a montante de algumas casas
ribeirinhas, que lançam aparentemente seus efluentes domésticos a céu aberto no
rio. (FIGURA 6 e 7)
FIGURA 6: Ponto 2 córrego que passa sob a ponte do rio Novo, Orleans,SC.
Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008.
FIGURA 7: Ponto 2, córrego do rio Novo seguindo para a barragem, Orleans, SC.
Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008.
24
O ponto 3 está entre as coordenadas 28º 19; 98” S e 49º 19’ 02” W. A
barragem do rio Novo é utilizada para o abastecimento do município, tendo grande
volume de água, com uma mata ciliar aproximadamente 2 a 3 m de largura de
borda, com predomínio de musgos, árvores e arbustos.(FIGURA 8 e 9)
FIGURA 8: Ponto 3, local de coleta na barragem do rio Novo, Orleans, SC.
Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008
FIGURA 9: Ponto 3, local de coleta de água para abastecimento do município de Orleans, SC.
Fonte: ANDRÉ, C.F. 2008
25
As amostras de água foram coletadas em frascos de polietileno e
transportadas refrigeradas em caixa de isopor, até o laboratório de Ecotoxicologia do
Instituto de Pesquisas Ambientais e Tecnológicas (IPAT) da Universidade do
Extremo Sul Catarinense (UNESC).
As coletas foram bimestrais nos meses de outubro e dezembro de 2007;
fevereiro e abril de 2008. A partir de maio do corrente ano as coletas foram mensais
até agosto de 2008.
As coordenadas geográficas dos pontos de amostra foram realizadas com
GPS Garmim eTrex Vista.
3.3 Teste Ecotoxicológico
Para realização dos testes ecotoxicológicos, foi utilizado o microcrustáceo
Daphnia magna STRAUS, 1820. O organismo teste, de acordo com Ruppert e
Barnes (1996) é classificado taxonomicamente no filo Arthropoda, subfilo Crustácea,
classe Brachiópoda, ordem Diplostraca e subordem Cládocera.
Este microcrustáceo planctônico é de água doce, com tamanho médio
entre 5 a 6 mm. Atua na cadeia alimentar aquática como consumidor primário entre
os metazoários, alimentando-se por filtração de material orgânico particulado,
principalmente
de
algas
unicelulares.
Reproduz-se
assexuadamente
por
partenogênese, originando somente fêmeas. É comumente chamada de pulgas
d’água (KNIE; LOPES, 2004).
Os ensaios ecotoxicológicos foram realizados de acordo com a norma da
ABNT NBR 12713 (2004). (FIGURA 10). Daphnia magna é cultivado no laboratório
citado anteriormente, onde são mantidas em estufa incubadora a temperatura
controlada de 20oC e fotoperíodo de 16 horas/dia controlado por timer eletrônico.
São alimentadas diariamente com algas verdes da espécie Scenedesmus
subspicatus, também cultivadas no mesmo laboratório. Os indivíduos utilizados para
o teste são jovens que têm entre 2 h a 24 h de vida. No experimento foram
26
preparadas soluções teste, nas quais 10 indivíduos foram expostos em béqueres de
25 mL (em duplicata para cada diluição), totalizando 20 indivíduos e também um
controle, no qual a exposição de daphnias é somente em água de diluição. Após 48
horas de exposição em incubadora com temperatura controlada, foi observado o
número de organismos que não apresentaram mobilidade.
Experimento:
48h
Soluções -teste
Diluição da
amostra (0,1, 2)
10 ind.
Incubadora
controlada
béqueres de 25ml
Duplicata
Controle
Nº. de org. que
não apresentaram
mobilidade
20 ind.
FIGURA 10: Modelo do Texte de Toxicidade realizado no Laboratório de Ecotoxicologia, do Instituto
de Pesquisas ambientais e Tecnologicas – IPAT.
3.4 Teste Microbiológico
Um dos métodos utilizados para a detecção ou contagem de coliformes
em água é a técnica dos tubos múltiplos. Essa metodologia permite determinar o
número mais provável (NMP) do microrganismo alvo na amostra em 100mL (SILVA
et al, 2000).
A avaliação microbiológica seguiu a metodologia adotada por Clesceri et
al. (2001), a qual consiste em inocular a amostra em cinco séries de cinco tubos,
27
cada qual contendo 10 mL de caldo fluorocult. Na primeira série é inoculado 10 mL
da amostra, na segunda 1 mL da amostra e nas três séries subseqüentes fez-se
diluições sucessivas de 0,1; 0,01 e 0,001 e destas foi retirado 1 mL para as três
séries restantes. Feita inoculação a amostra foi incubada em estufa a 36ºC por 24
horas. Após este período fez-se a leitura em lâmpada ultravioleta. Tubos com
fluorescência são considerados positivos, ou seja indicam a presença de coliformes
totais e fecais. Tubos com a presença de cor verde indicam somente a presença de
coliformes totais, sendo necessário a confirmação dos mesmos que é feita em tubos
contendo caldo EC e tubos de Durhan invertido. Foi repicado 0,1 mL da amostra dos
tubos positivos de fluorocult para tubos contendo 3 ml de caldo EC, estes tubos
foram incubados em banho-maria a 45ºC por 24 horas. Após este período fez-se a
leitura, onde os tubos que apresentaram bolhas ou turvação do meio foram
considerados positivos ou seja indicam a presença de coliformes fecais.
Para interpretar os dados, relacionou-se os resultados com a Tabela 1 (em
anexo), que apresenta o índice de número mais provável e o limite de confiança a
95% para as combinações possíveis quando utilizados 5 tubos por diluição, sendo
que a primeira série de 5 tubos contêm 10mL de amostra, a segunda 1 mL de
amostra e a terceira 0,1 mL de amostra, segundo Clesceri et al. (2001).
3.5 Caracterização física e química
Os parâmetros pH (Potencial hidrogeniônico), dureza e oxigênio dissolvido
foram mensurados no Laboratório de Ecotoxicologia do IPAT da UNESC, sendo
transportadas refrigeradas sem adição de conservantes até o local.
•
pH (Potencial hidrogeniônico)
O pH trata-se de uma característica física da água, sendo considerado de
pouca importância sanitária e relativamente fácil de determinar (RICHTER;
AZEVEDO, 1991).
28
De acordo ainda com o mesmo autor, o termo pH é usado universalmente
para expressar a intensidade de uma condição ácida ou alcalina de uma solução.
Mede a concentração do íon hidrogênio. Este ensaio foi realizado em peagâmetro
Analion, e consiste em introduzir o eletrodo, pré-calibrado, em um béquer contendo
a amostra. O resultado é obtido pela leitura do mostrador.
•
Dureza
A dureza total é a característica química da água conferida pela presença
de alguns íons metálicos, principalmente os de cálcio (Ca++) e magnésio (Mg++) e,
em menor grau, os íons ferrosos (Fe++) e do estrôncio (S++) (RICHTER; AZEVEDO,
1991). Para mensuração da dureza foi feita titulação da amostra e posteriormente, o
cálculo matemático.
•
Oxigênio dissolvido (OD)
O oxigênio dissolvido (OD) é de essencial importância para os organismos
aeróbicos aquáticos, sendo considerado como a principal variável para a
caracterização dos efeitos da poluição das águas por elementos orgânicos
(BARBOSA, 2000 apud GUIMARÃES et al, 2004).
O conteúdo de oxigênio nas águas superficiais depende da quantidade e
tipo de matéria orgânica instáveis que a água contenha. A quantidade de oxigênio
que a água pode conter é pequena, devido a sua baixa solubilidade (9,1 mg/L a
20ºC). Águas superficiais, relativamente límpidas, apresentam-se saturadas de
oxigênio dissolvido, porém podem ser rapidamente consumidos pelo lançamento de
esgotos domésticos (RICHTER; AZEVEDO, 1991). Este parâmetro foi obtido com
oxímetro Lutron DO 5510, consistindo em introduzir o eletrodo, pré-calibrado, em um
béquer contendo a amostra. O resultado é obtido pela leitura do mostrador.
29
4 RESULTADOS E DISCUSSOES
Os resultados das análises da água foram confrontados com os valores
determinados pela Resolução do CONAMA nº 357 de 17 de março de 2005. Esta
resolução estabelece a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais
para seu enquadramento, bem como as condições e padrões de lançamentos de
efluentes e da outras providências (CONAMA, 2005).
A Resolução CERH nº. 003/2007 do estado de Santa Catarina (SANTA
CATARINA, 2007b) classificou os rios de classe especial. O rio Novo não foi
enquadrado naquela resolução e de acordo com o art. 42 do CONAMA 357/05,
enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos as águas doces serão
consideradas classe 2. As águas desta classe são destinadas para abastecimento
de consumo humano após tratamento convencional, proteção das comunidades
aquáticas, recreação de contato primário, irrigação de hortaliças, aqüicultura e
pesca.
4.1 Análises físicas e químicas
As análises físicas e químicas de pH, oxigênio dissolvido e dureza, podem
ser observados na Tabela 1.
TABELA 1: Condições físicas e químicas das amostras de água do rio Novo, Orleans, SC nos pontos
1–Nascente; 2–Ponte e 3–Barragem.
Coletas
P1 - Nascente
P2 - Ponte
P3 - Barragem
OD
Dureza
pH
OD
Dureza
pH
OD
Dureza
(mg/L)
(mg/L
(mg/L)
(mg/L
mg/L
(mg/L
em
em
em
CaCO3)
CaCO3)
CaCO3)
OUT/07
6.25
6.1
18
6.51
5.7
22
6.25
4.7
18
DEZ/07
6.96
6.0
16
6.49
5.8
24
6.58
4.4
16
FEV/08
5.20
6.2
14
5.65
4.6
18
5.99
4.2
18
ABR/08
7.56
5.9
18
6.89
5.2
26
6.65
4.6
6
MAI/08
6.75
4.6
14
6.70
4.3
16
5.62
4.1
18
JUN/08
7.33
7.3
16
6.73
5.7
28
6.70
4.9
6
JUL/08
6.71
4.5
14
6.61
4.2
18
5.77
4.1
16
3.9
16
5.65
4.1
16
6.46
3.1
18
AGO/08 7.55
Médias
5.56
15.7
4.95
21
4.26
14.5
Desvio 0,7854 1,1236 1,669 0,4823 0,7309 4,6598 0,4158 0,5527 5,3184
Padrão
pH
30
Potencial hidrogeniônico (pH)
Conforme a tabela 1, os valores de pH variaram entre 5,2 e 7,6 com uma
leve diminuição entre os pontos, provavelmente pelo aumento da vazão. (FIGURA
1n) Entretanto não houve uma variação significativa entre os valores. Porém
observa-se o pH de levemente ácido a neutro no ponto 1 e levemente ácido no
ponto 2 e 3.
pH
6,9
6,8
6,7
6,6
pH
6,5
6,4
6,3
6,2
6,1
6
5,9
.
Nascente
Ponte
Barragem
FIGURA 11 – Gráfico com a variação do pH nos três pontos de coleta, no rio Novo, Orleans, SC.
O valor mais baixo foi no mês de fevereiro no ponto 1, nascente (5,2),
salientando que os dias anteriores à coleta foram chuvosos, confirmado pelos dados
pluviométricos mensais da Epagri (2008b) com aproximadamente 151 mm no mês.
Tal fato pode ter contribuído para o aumento da vazão e diluição dos íons de
hidrogênio. O maior valor também foi obtido nesse mesmo ponto no mês de abril
(7,56), período mais seco, (com aproximadamente 100 mm mensal, de acordo com a
Epagri 2008b), e com menor precipitação em relação aos meses anteriores. Em
período mais seco e com menor vazão de água, a tendência é a elevação do pH.
Resultados semelhantes a este foram obtidos em trabalho realizado no Ribeirão
Salgadinho, Nova Xavantina, MT (ZILMER et al, 2006), onde o autor também sugere
que o aumento da vazão traz como conseqüências uma maior diluição dos íons
presentes na água provocando uma diminuição dos valores de pH.
31
Silva et al. (2007) relacionou a precipitação com o pH no rio Purus na
Amazônia, área com período de chuvas regulado anualmente. Os autores
descrevem que o aumento nos acumulados mensais parece diminuir o pH, porém
encontraram correlação significativa nessas duas variáveis somente para um ponto.
Aparentemente trata-se do mesmo caso para o rio Novo em alguns pontos.
Nos resultados de Rodriguez et al. (2000) realizado nas bacias do Arroio do
Conde, Ratos e Porteira, no Rio Grande do Sul, as médias de pH em sua maioria
ficou próxima de 6.0, exceto duas estações que obtiveram ambas médias anuais de
3,9 com valores extremos de até 2,6. Este comportamento apresentado é devido a
influência do processo de mineração sobre o sistema hídrico da região. Tal fato
também pode ser encontrado em rios da região da bacia do rio Tubarão que são
afetados pelo carvão, como Hipólito (ALEXANDRE, 1999) e o rio Sangão da bacia
do rio Araranguá (SCHNACK, 2007). Salientando que o rio Novo não sofre tal
influência, corroborando para obter um pH de levemente ácido a neutro.
O pH do local em estudo variando de 5.20 a 7.56 está próximo ao
estabelecido pela Resolução CONAMA n°357 de 2005 para a Classe II com valores
entre 6,0 a 9,0.
•
Oxigênio dissolvido (OD)
De acordo com os resultados da tabela 1, podemos observar que o OD
diminuiu durante as coletas em cada ponto e uma diminuição também pode ser
observada entre os pontos. Foram obtidos valores mais baixos na última coleta no
mês de agosto no ponto 3 (3,1 mg/L) e o maior valor (7,3 mg/L) no mês de junho no
ponto 1. Com uma média de 4,9 mg/L, os valores foram significativamente baixos,
principalmente para a barragem.
32
Oxigênio Dissolvido
6
OD (mg/L)
5
4
3
2
1
0
Nascente
Ponte
Barragem
FIGURA 12: Gráfico com a variação do Oxigênio dissolvido nos três pontos de coleta, no rio Novo,
Orleans, SC.
Esse baixo valor no ponto 3 pode ser devido a um provável consumo do
oxigênio, devido ao metabolismo microbiano utilizado na degradação da matéria
orgânica, oriunda de alguns despejos urbanos no rio. Valores baixos também foram
obtidos no rio Ribeirão dos Porcos em Espírito Santo do Pinhal (SP), (ALMEIDA,
2004), obtendo amostras com até 1,94 mg/L, conforme o autor este fato deve-se ao
despejo de efluentes domésticos e industriais.
O ocorrido nesse parâmetro também é encontrado em Pelaez-Rodriguez et
al. (2000), em duas Sub-bacias da Bacia Hidrográfica do rio Jacaré-Açu, em São
Carlos (SP), os quais enfatizam que as baixas concentrações de oxigênio após a
área de descarga de efluentes domésticos, não tratados, revelam problemas de
desoxigenação da água em virtude do excesso da matéria orgânica.
O baixo valor do OD no ponto 3 pode ser também devido a uma característica
mais lêntica da água.
Vale ressaltar que para obter resultados mais precisos a análise de oxigênio
dissolvido devem ser realizada no momento da coleta, mas devido a falta de
viabilidade, o teste foi realizado em laboratório.
De acordo com o CONAMA n.º 357 de 2005 o oxigênio dissolvido não deve
ser inferior em qualquer amostra a 5 mg/L O2, porém na maioria das análises foi
33
encontrado valores bem abaixo do ideal. Estes valores relativamente baixos são
preocupantes, uma vez que esta variável influencia diretamente na biota aquática.
•
Dureza
Ainda de acordo com a Tabela 1, a dureza variou entre 6 a 28 mg/L de
CaCO3, sendo o menor valor na barragem e o maior na nascente.
Richter e Azevedo (1991), classificam as águas em função dos níveis de
dureza: em moles dureza inferior a 50 mg/L de CaCO3; dureza moderada entre 50 a
150 mg/L de CaCO3; duras entre 150 a 300 mg/L de CaCO3 e muito duras: superior
a 300 mg/L de CaCO3. Enquadrando-se assim, o resultado obtido em águas moles.
4.2 Testes Ecotoxicológicos
Todos os procedimentos relativos a cultura das daphnias se refletem na sua
sensibilidade, cuja estabilidade é essencial para a confiabilidade dos resultados de
teste. Por isso deve ser feito periodicamente um ensaio com uma substância de
referência (KNIE; LOPES, 2004).
No Laboratório de Ecotoxicologia do IPAT, o teste de sensibilidade é
realizado mensalmente com a substância de referência: dicromato de potássio,
sendo os resultados explanados na Figura 10.
O teste de sensibilidade indica que os indivíduos utilizados estão dentro da
faixa de sensibilidade indicado pela ISO 6341 de 0,6 mg/L a 1,7 mg/L de CE50 em
24 horas (ALVES; SILVANO, 2006). Os resultados de sensibilidade variaram de 0,8
mg/L a 1,25 mg/L mostrando que está dentro da faixa sensível a sobrevivência dos
dafinidios, garantindo a eficiência do teste.
1,4
1,2
1
0,8
0,6
0,4
7
8
Fe
v.
/0
8
M
ar
./0
8
Ab
r./
08
M
ai
./0
8
Ju
n.
/0
8
Ju
l./
08
Ag
o.
/0
8
Ja
n.
/0
De
z.
/0
No
v.
/0
O
7
0,2
0
ut
./0
7
CE 50 24h(mg/L)
34
FIGURA 13: Controle de sensibilidade de Daphnia magna com substância de referencia K2Cr207.
Nos testes ecotoxicológicos, não foram observadas toxicidade durante o
período de estudo, podemos então inferir que as águas do rio Novo apresentam uma
boa qualidade, por não causar morte aos dafinidios.
Rietzler et al. (2003), no reservatório urbano Lagoa da Pampulha (MG) e
Coelho et al. (2008), em reservatório do Lobo (Itirapina, SP) e na Lagoa Dourada
(Brotas, SP) também não encontraram toxicidade nos testes realizados com
daphnia.
No trabalho realizado por Terra et al. (2008), no rio dos Sinos em RS, o teste
de toxicidade aguda para Daphnia magna não apresentou toxicidade, porém foi
acompanhado muitas vezes por resposta positiva para teste de toxicidade crônica.
Enfatizando que o teste crônico pode apresentar valores por abranger um período
maior do ciclo de vida das daphnias. Assim ressaltando a importância para a
realização destes testes futuramente, uma vez que segundo a resolução CONAMA
nº 357/ 2005, para rios de Classe II não poderá haver efeito tóxico crônico aos
organismos, de acordo com os critérios estabelecidos pelo órgão ambiental
competente, comprovado pela realização de ensaios ecotoxicológicos padronizado
ou outro método cientificamente reconhecido.
35
4.3 Testes Microbiológicos
Com o intuito de aprimorar o estudo sobre o rio Novo, optou-se em
complementar com testes microbiológicos, que foram realizados nos meses de abril,
maio e junho de 2008.
Os valores de coliformes totais e termotolerantes encontrados nas amostras
da nascente estão representados na Figura 11.
3500
Nascente
Nº de bactérias/ NMP
3500
3000
2400
2500
2400
2000
Coliformes
totais
1500
1000
170
500
0
Abril/2008
230
Maio/2008
350
Coliformes
termotolerantes
Junho/2008
FIGURA 14: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Nascente (Ponto 1) do rio
Novo, Orleans, SC.
Analisando o gráfico, percebe-se uma menor quantidade de coliformes
termotolerantes em relação aos coliformes totais, uma vez que estes são
encontrados na água, ar, solo e plantas, por isso apresentam-se em maior
quantidade.
O ponto 1 por ser uma área menos antropizada e com baixa vazão, não
apresentou valores altos.
Almeida (2004), na nascente do córrego Ribeirão dos Porcos, Espírito Santo
do Pinhal (SP), indaga que provavelmente um dos fatores para a contaminação fecal
detectada nesse ponto, seja proveniente de fezes de animais que habitam
naturalmente a região, o que pode ocorrer na nascente do rio Novo.
36
O segundo ponto de coleta foi sob uma ponte por onde o rio Novo passa e
segue para a barragem. Os resultados encontrados estão representados na Figura
Nº de bactérias/ NMP
12.
160000
160000
Ponte
140000
120000
100000
Coliformes totais
80000
Coliformes
termotolerantes
60000
40000
3500
20000
0
Abril/2008
4900
Maio/2008
700
2200 540
Junho/2008
FIGURA 15: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Ponte (Ponto 2) do rio Novo,
Orleans, SC.
Observando a Figura 12, há uma grande quantidade de coliformes
termotolerantes no mês de abril no ponto 2. Este fato pode ocorrer devido a menor
quantidade de água, em função do tempo mais seco que antecedeu a coleta (mês
de abril com 100,3 mm de precipitação de acordo com EPAGRI, 2008b). Outro fato
que também pode ter contribuído é o despejo de efluentes domésticos de alguns
domicílios diretamente no rio antes desse ponto.
O ponto 3 obteve os seguintes resultados:
Nº de bactérias/ NMP
37
17000
18000
16000
Barragem
14000
12000
9200
10000
Coliformes totais
8000
Coliformes
termotolerantes
6000
4000
2000
0
790
Abril/2008
330
110
Maio/2008
350
Junho/2008
FIGURA 16: Valores obtidos para coliformes totais e termotolerantes na Barragem (Ponto 3) do rio
Novo, Orleans, SC.
Os baixos valores de coliformes termotolerantes nesse ponto pode ser
influenciado pelo grande volume de água da barragem ou ainda pela diluição natural
durante o percurso do rio.
Em Ayres (2007), no Reservatório Tanque Grande, em Guarulhos, a
maioria das amostras de coliformes termotolerantes estiveram abaixo de 200 NMP,
no entanto muitas das amostras apresentaram até 3 vezes mais. Essas elevações
podem ser causadas pelo crescimento demográfico que ocorreu em volta do
reservatório nos últimos anos e em alguns trechos do rio Novo.
A Figura 14 mostra os resultados para coliforme termotolerantes em todos
os três pontos de coleta.
Nº de bactérias/ NMP
38
3500
3500
Coliformes
Termotolerantes
3000
2500
2000
Nascente
1500
Ponte
700
1000
500
0
170
330
Abril/2008
540
110
230
Maio/2008
350
350
Barragem
Junho/2008
FIGURA 17: Incidência de Coliformes Termotolerantes nos três pontos de amostras nos meses de
coleta, enfatizando que o máximo permitido pela Resolução CONAMA 357/2001 nesse parâmetro é
de 1000 coliformes termotolerantes /100ml.
Como podemos analisar na Figura 14, o ponto 2 (ponte) ultrapassou o
máximo permitido pela resolução CONAMA 357/2005 que estabelece 1000 NMP,
diferentemente dos demais pontos.
No rio São Lourenço do Sul, em São Lourenço (RS), (VASCONCELLOS et
al., 2006), também encontraram valores altos para o local de captação de água para
o município, chegando a 2,4 x 10
5
no verão, embora também ele se enquadre na
classe 2 e após tratamento adequado poderá ser utilizado para o consumo humano
e abastecimento da cidade.
39
5 CONCLUSÃO
O presente trabalho realizado no rio Novo, Orleans – SC, não detectou
toxicidade aguda nos testes ecotoxicológicos com Daphnia magna, indicando ser
uma água de boa qualidade. Segundo a Resolução CONAMA nº357, as águas de
classe II não devem apresentar toxicidade crônica, por isso recomenda-se a
continuidade deste trabalho e a implementação do referido teste.
Os resultados das análises de coliformes termotolerantes, pH e oxigênio
dissolvido apresentaram-se fora do estipulado pela Resolução CONAMA nº 357 de
2005, salientando que o último parâmetro foi o mais distante do recomendando.
Enfatizando que esses resultados não influenciaram nos testes ecotoxicológicos, no
entanto, para uma melhor qualidade da biota, devem ser realizado métodos para
melhorar esses valores.
O grande número de coliformes termotolerantes no ponto 2 e
consequentemente a baixa concentração de OD pela degradação da matéria
orgânica realizada pelas bactérias devido ao lançamento de esgotos antes do ponto
2, devem ser destacados, pois exigem algumas ações para sua melhoria. A
implantação das redes de esgoto nas áreas mais criticas do rio Novo devem ser
realizado, juntamente com trabalhos voltados a educação ambiental principalmente
às famílias riberinhas.
Outras ações podem ser realizadas para melhorar a qualidade de água do
rio Novo, como a implantação do Sistema de Tratamento de Efluentes Domésticos,
projeto intitulado de Microbacias, realizado pela EPAGRI de Orleans, em parceria
com a Prefeitura Municipal através da Secretaria de Agricultura. Trata-se de um
projeto muito realizado nas comunidades rurais e tem por objetivo armazenar e tratar
através de filtração com pedaços de bambu e carvão a água do efluente domiciliar,
que é seguido ate um ciclo de bananeiras para ocorrer à absorção.
Aproveitando-se esse trabalho, deve ser dada atenção também a mata
ciliar do rio Novo, principalmente em suas nascentes e na barragem. Segundo a
Resolução CONAMA nº 303, de 20 de marco de 2002, que dispõe sobre parâmetros,
40
definições e limites de Áreas de Preservação Permanente, é exigido para as
nascentes uma raio mínimo de 50 metros de mata ciliar (APP) e para o rio com
largura de ate 10m, um mata ciliar de 30 metros de largura no mínimo.Sendo assim,
há uma grande importância em preservar esse rio que é fundamental para o
município, protegendo todo seu percurso,
Como sugestões para trabalhos futuros, recomendam-se mais pontos
amostrados ao longo do rio com intuito de localizar outras possíveis causas de
poluição, um maior tempo de estudo, mais variáveis físicas e químicas a serem
analisados, implementação do teste de toxicidade crônica com Dapnhia magna e/ou
a utilização de outros bioindicadores da cadeia trófica.
41
REFERÊNCIAS
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toxicidade aguda - método de ensaio com Daphnia spp (Cladocera, Crustacea). NBR
12713: Rio de Janeiro, 2004. 25p.
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degradação dos recursos naturais. Revista de Tecnologia e Ambiente, Criciúma,
SC, v. 5, n. 2, p.35-50, jul./dez. 1999.
ALMEIDA, R. M.; HUSSAR, G.J.; PERES, M.R.; JUNIOR, A. L. F. Qualidade
microbiológica do córrego “Ribeirão dos porcos” no município de Espírito Santo do
Pinhal – SP. Revista Eng.ambiental.Espírito Santo do Pinhal,v.1 n.1, p.051-056,
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dicromato de potássio. Revista do Instituto Adolfo Lutz, 65(1), 2006. p. 54-58.
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Grande, município de Guarulhos, Estado de São Paulo, no período
compreendido entre 1990 e 2005. 2007.143p. Dissertação (Mestrado em Análise
Geoambiental) Universidade Guarulhos, Guarulhos, SP.
BRASIL. Lei n° 6.938 de 31 de agosto de 1981. Institui a Política Nacional do Meio
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mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da
União. Brasília, DF, agosto de 1981.
42
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Minerais. Coluna White: Excursão virtual pela Serra do Rio do Rastro.
Superintendência Regional de Porto Alegre. 2002. 61 p.
BRASIL. Agência Nacional de Águas. Água, fatos e tendências. Brasília: ANA;
CEBDS, 2006. 31 p.
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10
ANEXOS
11
ANEXO 1 - Tabela do Índice de número mais provável (NMP/100 mL de amostra) e o limite de
confiança de 95 % para varias combinações possíveis de resultados positivos quando são utilizados 5
tubos por diluição, sendo a primeira diluição 10 mL, a segunda 1 mL e a terceira 0,1 mL.
Tubos positivos
10
0
0
0
0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
3
4
4
4
1
0
0
1
1
2
2
3
0
0
0
1
1
1
2
2
3
3
4
0
0
0
1
1
1
2
2
2
3
3
4
0
0
0
1
1
1
2
2
2
3
3
3
4
4
5
0
0
0
0,1
0
1
0
1
0
1
0
0
1
2
0
1
2
0
1
0
1
0
0
1
2
0
1
2
0
1
2
0
1
0
0
1
2
0
1
2
0
1
2
0
1
2
0
1
0
0
1
2
NMP/100 mL
< 1,8
1,8
1,8
3,6
3,7
5,5
5,6
2,0
4,0
6,0
4,0
6,1
8,1
6,1
8,2
8,3
10
11
4,5
6,8
9,1
6,8
9,2
12
9,3
12
14
12
14
15
7,8
11
13
11
14
17
14
17
20
17
21
24
21
24
25
13
17
21
Limites de confiança de 95 %
Superior
Inferior
0,09
0,09
0,7
0,7
1,8
1,8
0,1
0,7
1,8
0,71
1,8
3,4
1,8
3,4
3,4
3,5
3,5
0,79
1,8
3,4
1,8
3,4
4,1
3,4
4,1
5,9
4,1
5,9
5,9
2,1
3,5
5,6
3,5
5,6
6,0
5,7
6,8
6,8
6,8
6,8
9,8
6,8
9,8
9,8
4,1
5,9
6,8
Fonte: Clesceri et al, 2001.
6,8
6,9
10
10
15
15
10
10
15
12
15
22
15
22
22
22
22
15
15
22
17
22
26
22
26
36
26
36
36
22
23
35
26
36
36
36
40
40
40
40
70
40
70
70
35
36
40
Tubos positivos
10
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
1
0
1
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
4
4
4
5
5
0
0
0
0
1
1
1
1
2
2
2
2
2
3
3
3
3
3
4
4
4
4
4
4
5
5
5
5
5
5
0,1
3
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
0
1
2
0
1
0
1
2
3
0
1
2
3
0
1
2
3
4
0
1
2
3
4
0
1
2
3
4
5
0
1
2
3
4
5
NMP/100 mL
25
17
21
26
31
22
26
32
38
27
33
39
34
40
47
41
48
23
31
43
58
33
46
63
84
49
70
94
120
150
79
110
140
170
210
130
170
220
280
350
430
240
350
540
920
1600
> 1600
Limites de confiança de 95 %
Superior
Inferior
6,0
6,8
9,8
10
6,8
9,8
10
14
9,9
10
14
14
14
15
14
15
6,8
10
14
22
10
14
22
34
15
22
34
36
58
22
34
52
70
70
36
58
70
100
100
150
70
100
150
220
400
700
40
42
70
70
50
70
70
100
70
70
100
100
100
120
100
120
70
70
100
150
100
120
150
220
150
170
230
250
400
220
250
400
400
400
400
400
440
710
710
1100
710
1100
1700
2600
4600
-
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