>> entrevista MARCO ANTÔNIO TEIXEIRA Premiação AS FERAS DE 2012 “Del Nero é oportunista” Ex-secretário-geral da CBF, tio de Teixeira acusa atual vice de querer usurpar o poder Juarez Rodrigues/EM.D.A Press percebeu que a parceria era o melhor para ele. » JAECI CARVALHO Depois de quase um ano, o exsecretário-geral da CBF Marco Antônio Teixeira rompe o silêncio e revela os motivos de sua demissão. Homem forte da entidade por 20 anos, ele diz que o título mundial de 2002 livrou da cadeia o sobrinho Ricardo Teixeira, presidente da casa, e luta para tirar a máscara do atual vice-presidente, Marco Polo del Nero, impedindo-o de suceder José Maria Marin no comando. Você acha que, se não fosse o penta, Ricardo voltaria ao Brasil preso? A vitória em 2002 o preservou na condição de poder que ele tinha. E essa condição criou mecanismos para que pudesse se defender e efetivamente procurar solução mais confortável. Se a gente não ganha a Copa, as dificuldades seriam enormes e ele corria, sim, sérios riscos. Por que você foi demitido da CBF? Tive um período excepcional de 1992 a 2006, com dois Mundiais e um vice, quando acumulava o cargo de secretário-geral e diretor de seleções. A partir de 2006, a coisa mudou e fui posto para escanteio. Muito se atribui ao episódio da preparação da equipe em Weggis, mas na verdade eu acertei com a comissão técnica e com o prefeito daquela cidade suíça que teríamos apenas dois treinos abertos, e os demais, fechados. Foi o chefe da delegação, Marco Polo del Nero, quem abriu todos os treinos, já que eu havia sido afastado do contato direto com a Seleção pelo próprio presidente da CBF. Tentei demover Ricardo, mas ele insistiu e saí de cena. Não tenho nada com aquele fracasso. Em janeiro deste ano, Ricardo me chamou em sua sala e me demitiu, por saber que eu não concordava com o processo sucessório que ele estava armando. Que processo? Ele mudou o estatuto para que Del Nero seja eleito em 2014, antes da Copa, pondo Marin como seu sucessor, conforme determina o mesmo estatuto, por ser o vice mais velho. Foi um golpe nos presidentes de federações e nos clubes, pois um fracasso da Seleção em 2014, com certeza, mudaria o quadro e novos nomes surgiriam. Como a ideia é fazer de Del Nero o presidente antes do Mundial, eu disse que não aceitava. Aí, Ricardo me disse que eu estava fora e concordei. Você se sentiu traído? Não. Acho que ele não fez a melhor opção. Escolheu o pior caminho: entregou a CBF à raposa que é Del Nero. Ele era presidente do TJD de São Paulo e aproveitou o momento ruim do Eduardo José Farah para aconselhá-lo a renunciar à presidência da Federação Paulista. Acredito que tenha feito o mesmo com Ricardo. Vou trabalhar firme para que não assuma, pois será uma tragédia para o futebol brasileiro. Por que você é contra Del Nero? Ele não representa evolução. Depois que saí, ele desmontou toda a estrutura montada para a transparência e voltou à situação anterior. Quem quer mandar sozinho, sem controle, como ele faz, é Ele fez uma carta renúncia em 2001, mas desistiu. Por quê? Eduardo Vianna (então presidente da Federação de Futebol do Rio) chegou à case dele a tempo, rasgou a carta e lhe disse que fora do poder ele teria dificuldades imensas para se defender. Eu estava na Coreia, no sorteio do Mundial, e liguei para o Eduardo ir direto à casa de Ricardo. Ele o fez e conseguiu persuadir Ricardo a não renunciar. Doutor João Havelange e a família eram a favor de renúncia. Se EduardoVianna não rasgasse a carta, ele teria renunciado. Minha leitura é que Del Nero está sendo investigado e não tem condições de continuar no cargo. Ele é o executivo atual da CBF e Marin não decide nada” porque tem interesses escusos. Ele nunca fez parte do cenário político deRicardoesópassouafazerquando se aproximou do presidente e passou a ser ouvido. Esse cara é um oportunista e quer mesmo acabar com o futebol brasileiro. Você acha que José Maria Marin é uma espécie de rainha da Inglaterra? Minha leitura é que Del Nero está sendo investigado e não tem condições de continuar no cargo. Ele é o executivo atual da CBF e Marin não decide nada. Você tinha pretensão de assumir a presidência? Tem algum candidato? Não, minha pretensão era continuar com Ricardo até 2014, para termos uma Copa no Brasil, projeto que ele ajudou a concretizar, embora eu tivesse capacidade e experiência para isso. Tenho um candidato e não vou revelar. Há excelentes candidatos, melhores do que Del Nero. A CBF foi acusada de corrupção e alvo de CPI em 2001, com todos vocês no mesmo barco. Depois, virou parceira da Globo... Ninguém nunca viu meu nome envolvido em esquema ou corrupção. Comigo, as coisas sempre foram transparentes, inclusive nos amistosos da Seleção, que colocamos a cargo da Kentaro, com cota fixa de US$ 1,25 milhão. Quanto à aproximação com a Globo, foi uma decisão do presidente, por entender que o momento era oportuno. Ficou chateado com a emissora porque a CPI foi fruto daquela reportagem, mas Por que não saiu da CBF antes, já que discordava das atitudes ilegais? A CBF nunca sofreu denúncias, e sim a pessoa do Ricardo. Tudo era focado nele. O tema ISL está em cima dele, não da CBF. O jogo entre Brasil e Portugal é focado em Ricardo e Sandro Rossel. A entidade sempre foi transparente e acredito nela, desde que voltem as melhores práticas de gestão corporativa e a transparência. E o contrato com a TAM, firmado quando você estava lá? Estava, mas não participei de nada. Há um conjunto de contratos da CBF de que nem eu nem a diretoria tomamos conhecimento. O presidente adotou essa prática depois de certo tempo, com cláusula de sigilo. Fiquei sabendo desse contrato pelos jornais. A reação da TAM foi estranha. Logo depois da notícia, ela cortou a parceria de forma unilateral. Alguma coisa escusa deve haver. Cabe a Marin e Del Nero esclarecer. Eles não podem dizer que esse contrato foi assinado pelo Ricardo, pois são hoje os responsáveis por tudo lá, são os fiéis depositários de todos os contratos. Qual o motivo da renúncia de Ricardo? E sua relação atual com ele? Tive notícias de que a filha dele estava sofrendo bullying na escola, o que pesou muito para que ele deixasse o país e a CBF. Minha relação com ele é zero, pois nos vimos pela última vez quando fui demitido, em 29 de janeiro. É cada um no seu caminho. A 14ª edição do Prêmio Brasil Olímpico, a principal premiação do esporte nacional, será realizada hoje, às 19h30, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. No ano passado, os contemplados foram Fabiana Murer (atletismo) e Cesar Cielo (natação) e, para 2012, concorrem, entre as mulheres, Sheilla Castro (vôlei), Sarah Menezes (judô) e Yane Marques (pentatlo moderno). Entre os homens, os candiddatos são Arthur Zanetti (ginástica artística), Esquiva Falcão (boxe) e Thiago Pereira (natação). A votação está aberta no site do Comitê Olímpico Brasileiro (www.cob.org.br) e pode ser feita até momentos antes do anúncio dos vencedores. Vôlei LIGAMUNDIAL2013 Disputada com 16 equipes desde 2006, a Liga Mundial ganhará mais duas seleções a partir de sua próxima edição, em 2013. A decisão foi tomada pelo Comitê Executivo da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), após reunião realizada no Rio de Janeiro. Com a confirmação da ampliação no número de participantes, Japão e Egito disputarão a Liga. A primeira fase começa em 31 de maio e o Brasil está no Grupo A, ao lado de Polônia, Estados Unidos, Bulgária, Argentina e França. Judô SARAH, A Nº 1 A Federação Internacional de Judô (IJF) divulgou ontem o ranking final da temporada 2012. Medalha de ouro na categoria até 48kg nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, a piauiense Sarah Menezes é a única representante do Brasil a liderar a lista. Entre as mulheres, também se destacam a brasiliense Erika Miranda, vice-líder na categoria até 52kg, e Mayra Aguiar, segunda melhor no peso até 78kg. Maria Portela é a terceira colocada na categoria até 70kg. Entre os homens, o único destaque é Rafael Silva, vice-líder dos lutadores até 100kg. Fórmula 1 LOTUSEGROSJEAN O leque de opções para que o brasileiro Bruno Senna permaneça na Fórmula 1 em 2013 está cada vez mais fechado. A Lotus renovou com o francês Romain Grosjean até o fim de 2013. Assim, restam apenas três vagas, uma na Caterham e duas na Force India.