Julho/Agosto 2010 COOPERATIVA TRITÍCOLA REGIONAL SANTO ÂNGELO LTDA ANO 13 EDIÇÃO Nº 77 Julho/Agosto 2010 Supermercado COTRISA de Cerro Largo está em novo endereço Rua Sete de Setembro, nº 1091, centro da cidade, a uma quadra do Sicredi, diagonal com o antigo mercado da Dona Amanda pg. 03 Confira os ganhadores do 1º e 2º sorteio da promoção de Vale-compras dos Supermercados COTRISA pg. 03 Planejando o próximo plantio da soja em busca de melhores resultados pg. 06 Coletor de Polens vai beneficiar pessoas alérgicas e produtores rurais pg. 06 COTRISA realizou Assembleia Geral Extraordinária No dia 27 de agosto, a direção da COTRISA realizou mais uma Assembleia Geral Extraordinária na sede AFUCOTRISA com a participação de um grande número de associados. O objetivo foi o de buscar junto ao quadro associal autorização para que a administração possa tomar as decisões necessárias, para que a cooperativa volte a sua normalidade. pg. 02 Rações da COTRISA chegam com novas embalagens e muito mais nutritivas EDIÇÃO 77.p65 1 2/9/2010, 15:48 2 Julho/Agosto 2010 CENTRO ADMINISTRATIVO Rua Florêncio de Abreu, 1557 - CEP 98.804-560 - Cx. Postal 257 Fone: (055) 3312-0300 - Fax (055) 3313-1585 Site www.cotrisa.com.br e-mail: [email protected] - SANTO ÂNGELO - RS COTRISA realiza mais uma Assembleia Geral Extraordinária CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO PRESIDENTE Roberto Haas VICE-PRESIDENTE Amando Dalla Rosa SECRETÁRIO Júlio César Terra Dias EFETIVOS Valdemar Cargnelutti Elói Bade Jaime Dionir Zweigle Valdir Antônio Benetti SUPLENTES Elói Heidrich Antônio Rainoldo Weber Newton José Mumbach João Antônio Dal Forno Presidente Roberto Haas coordenou a assembleia CONSELHO FISCAL EFETIVOS Sérgio Antônio Warpechowski Ciro Nei Ropke Gilson Aloísio Thomas SUPLENTES Ricardo Wilhem Berwangwer Luiz Santana de Oliveira Paulo Hatwig Spies COORDENADORES DE ÁREAS DE NEGÓCIO E APOIO Grãos Insumos Varejo Administrativa Financeira Técnica Operacional Roberto Haas Zecarlos Libardoni Norma Avrella Zalamena Mauro Nelson Pretto Ione Oliveira Costa Zecarlos Libardoni Zecarlos Libardoni - Caibaté - Roque Gonzales - Guarani das Missões - Coimbra - Parque Industrial - Eugênio de Castro - São Miguel das Missões - Rincão dos Pires - Mato Queimado - Restinga Seca Conselho Editorial: Roberto Haas e Amando Dalla Rosa Editor: Itamar Luiz Stadtlober Diagramação Eletrônica e Apoio: Nery Vier e José Rauber Coordenação Depto. de Comunicação Nery Vier Periodicidade Bimestral Tiragem 5.000 exemplares Distribuição Gratuita Gráfica do Jornal A TRIBUNA EDIÇÃO 77.p65 2 No dia 27 de agosto, a direção da COTRISA realizou mais uma Assembleia Geral Extraordinária na sede da AFUCOTRISA com o objetivo de solicitar diversas autorizações aos associados, e desta forma poder tomar as decisões necessárias para que a cooperativa possa voltar a sua normalidade. Os associados, depois de ampla discussão, decidiram aprovar praticamente todos os assuntos da ordem do dia, desta Assembleia Geral Extraordinária, ficando algumas pequenas questões para serem aprofundadas. Neste sentido, houve a decisão de deixar a assembleia em aberto para dentro de 60 dias os associados se reunirem novamente e avaliar as questões que ficaram pendentes. Os assuntos da ordem do dia foram: 1 - Autorização para a COTRISA arrendar imóveis de sua propriedade; 2 - Autorização para venda e/ou dação em pagamento de imóveis da COTRISA; 3 - Autorização para a COTRISA incluir em seu Estatuto Social, no capítulo II, em seu artigo 2º § 1º, criando o inciso VII com o seguinte teor – Representação Comercial de Insumos Agropecuários e inciso VIII – Firmar contratos de arrendamento e exploração de seus bens. 4 - Autorização para a COTRISA constituir Sociedade Anônima visando aporte financeiro de sócio investidor, ao mesmo tempo em que possa oferecer imóveis em garantia hipotecária para obtenção de outros recursos do mesmo investidor. Depois das decisões tomadas pelos associados na assembleia do dia 27, a direção da cooperativa deu imediatamente andamento nas negociações para implementá-las. Para o presidente Roberto Haas, as decisões tomadas pelos associados foram muito importantes para fortalecer os negócios da COTRISA e desta forma ela poder voltar mais rapidamente a sua normalidade. Um bom número de associados esteve presente Comercialização de Insumos UNIDADES DE RECEBIMENTO DE PRODUTOS - Catuípe - Cerro Largo - Comandaí - Entre Ijuís - São Paulo das Missões Vitória das Missões - Carajazinho - São Pedro do Butiá - Esquina Gaúcha - Santa Cruz COTRISA - A COTRISA está comercializando todos os insumos necessários para a implantação e condução das culturas, que o associado deseja cultivar e especialmente neste momento para o plantio de próxima safra de soja. Para a aquisição é só contatar as equipes de vendas e assistência técnica das unidades da Cooperativa. Neste sentido, a equipe está preparada para orientar, recomendar e programar os insumos para atender as necessidades do associado, conforme a situação da lavoura. O objetivo principal da comercialização de insumos na Cooperativa é disponibilizar o melhor insumo, para que o associado tenha sucesso técnico e econômico em suas atividades agropecuárias desenvolvidas em sua propriedade. Sintonize os programas de rádio da cooperativa A cooperativa a partir deste ano está fazendo o contato com os associados e a comunidade via rádio, com algumas modificações nos seus tradicionais programas. Os programas diários nas rádios Sepé Tiarajú e Santo Ângelo, de segundas a sextas-feiras, não estão sendo mais apresentados. Permanecem os programas de 15 minutos aos domingos, nas seguintes 2/9/2010, 15:48 rádios: rádio Águas Claras de Catuípe às 7:40h; rádio Santo Ângelo de Santo Ângelo às 12:30h; rádio Cerro Azul de Cerro Largo às 12:00h; rádio Guaramano de Guarani das Missões às 12:30h; rádio Aliança de Guarani das Missões às 8:00h e rádio Cantão das Missões de São Paulo das Missões às 12:00h. 3 Julho/Agosto 2010 COTRISA Supermercado COTRISA de Cerro Largo mudou de endereço O Supermercado COTRISA depois de ter funcionado por diversos anos junto a Unidade de recebimento de grãos, que fica localizada na Rua São Francisco, os associados solicitaram e a diretoria atendeu a transferência para o centro da cidade, uma vez que a unidade fica longe do centro e dificultava o acesso das pessoas, tanto associados como não associados, ao mercado. Na oportunidade o local disponível e que atendia, em parte, as necessidades para a instalação do mercado foi o prédio localizado na Rua Marechal Floriano, em frente ao posto de combustível. Já em 2008 a cooperativa adquiriu o prédio que era da empresa Carpenedo na Rua Sete de Setembro, nº 1091, centro da cidade, a uma quadra do Banco Sicredi e em diagonal com o antigo mercado da Dona Amanda, com o objetivo de instalar neste local o supermercado. Nos últimos meses foram feitas diversas reformas no prédio e a mudança do Supermercado para este local que aconteceu no final do mês de agosto. Já no dia 31 de agosto, pela parte da manhã, começou o atendimento ao público no novo endereço e no final da tarde foi realizada uma cerimônia de abertura oficial, com uma benção pela ministra da Igreja Católica, Dona Lucia Werle. Estiveram presentes ao ato o presidente Roberto Haas, o vice-presidente Amando Dalla Rosa, o Conselheiro da unidade Newton José Mumbach, a coordenadora dos supermercados Norma Avrella Zalamena, o supervisor Gelson Martin Scheuermann, o gerente da unidade de Cerro Largo Rubenval Ittner Radiess, a gerente do Supermercado de Cerro Largo Dirlaine Inês Mumbach e diversos Muitos associados e clintes fizeram compras no 1º dia no novo endereço funcionários que ajudaram na instalação do mercado. O objetivo principal desta mudança de endereço, neste momento foi, para que a cooperativa pudesse reduzir os seus custos, não pagando aluguel e também atender melhor os seus associados e demais clientes. A gerente do Supermercado Dirlaine Mumbach convida a todos os associados e comunidade de Cerro Largo, para realizarem suas compras de supermercado na cooperativa e aproveitar as ofertas Abertura oficial teve benção do Supermercado de inauguração. Supermercados COTRISA realizaram o primeiro e segundo sorteios da promoção de Vale-compras Nos dias 2 de agosto e primeiro de setembro todos os Supermercados COTRISA, realizaram os dois primeiros sorteios da promoção, Vale-compras”. A promoção iniciou no dia primeiro de julho e se estenderá até o final de setembro. Neste sentido, como estão programados três sorteios no dia primeiro de outubro acontecerá o último. Para este último sorteio, programado para primeiro de outubro vão participar todos aqueles que forem realizar suas compras nos supermercados da cooperativa durante este mês de setembro. Cada R$ 30,00 em compras dá direito a um cupom para concorrer aos vale-compras de R$ 150,00 que cada um dos supermercados irá sortear. Neste sentido, a COTRISA reforça o convite para continuarem comprando, pois quanto mais cupons mais chances de ganhar. Ganhadores do 1º sorteio Os ganhadores do primeiro sorteio realizado no dia 2 de agosto foram: São Miguel das Missões: Misteli Cristina Lausch e Evanir Dutra; Catuípe: Elizete Forgiarini, Carla Dalla Rosa e Clemente Adão Piekas; Entre-Ijuis: Ademar Heldt, Nilceu Scheffer e José Inácio Martins de Mello; Coimbra: Georgina Zucolotto da Silva e Janete A. Maciel; São Paulo das Missões: Ilário Griep e Wendelino Bremm; Roque Gonzales: Maria Mates e Juarez dos Santos Machado; Mato Queimado: Antônio Neuberger e Arsenio Neuberger; Guarani das Missões: Teresinha M. Stolarski e Karem Teichmann; Vitória EDIÇÃO 77.p65 3 das Missões: Amauri dos Santos e Gelson Resener; Cerro Largo: Carmem I.Godois e Marta J.Weiler; Caibaté: Adelar Zago e Maria Candida Machado Santos; São Pedro do Butiá: Pedro Seibert e Patricia de Mattos; Santo Ângelo – Rua Conde de Porto Alegre: Mateus S. Machado, Natalia B. da Luz e Eli R. Zimermann; Eugênio de Castro: Rosa Deonira Mattana e Rosane Heuser Schneid; Santo Ângelo – rua Florêncio de Abreu: Alcinda de Souza Garcia e Alfredo Antunes. Flores e Daniel Miron; São Paulo das Missões: Quirino Staudt Marschall e Ivo Kuhn; Roque Gonzales: Gilberto Konzen e Enzo Schneider; Mato Queimado: Antônio Birck e Nerice Birck; Guarani das Missões: Iolanda Kowalski Jabelufa e Marcos J. Kwiatkowski; Vitória das Missões: Ademar Falk e Nelson Barrichello; Cerro Largo: Francieli Hoffmann e Mauro Hermeto Hoff; Caibaté: Paulo Freiberger e Larissa Batista; São Pedro do Butiá: Rita Vogel e Romaldo Seibert; Santo Ângelo – Rua Conde de Porto Alegre: Luis Guilherme E. Vieira, Anna Fuber e Tarcisio Cardoso Mendes; Eugênio de Castro: Sérgio Bruinsma e Edgar Rodrigues de Siqueira; Santo Ângelo, rua Florêncio de Abreu: Ema Donadel, Eno Teloeken e Vilmar Braatz. . Sorteios foram realizados com a presença de clientes GANHADORES DO 2º SORTEIO Os ganhadores do segundo sorteio realizado no dia 1º de setembro foram: São Miguel das Missões: Marcelo Andretta e Marcelino Diniz Lopes; Catuípe: Orlando Rubem da Rosa, Rayana Zimmermann e Cleonir Terezinha Dalla Rosa; EntreIjuis: Maria Isabel Reis, Lindonia de Oliveira Matana e Marta Bonol; Coimbra: Ana Paula 2/9/2010, 15:48 Rádio Águas Claras transmitiu o sorteio em Catuípe 4 Julho/Agosto 2010 COTRISA Coletor de Polens já está na URI Equipamento é uma reivindicação dos alérgicos Agricultores também serão beneficiados com a coleta Já está na URI Santo Ângelo desde junho o equipamento Coletor de Polens adquirido com intermediação da URI e apoio financeiro da Prefeitura de Santo Ângelo, COTRISA, do Sindicato Rural, da Unimed Missões, Associação Médica e Cartório Lago Pinto que patrocinaram o valor de R$ 17 mil reias correspondentes à compra do equipamento. Esse equipamento foi adquirido graças ao empenho da Associação Missioneira de Alérgicos na campanha de arrecadação de recursos. Essa é uma reivindicação antiga dos alérgicos e tem o apoio da Universidade, por meio do Departamento de Ciências Biológicas onde foi desenvolvido o projeto sobre “Avaliação da Dispersão Polínica do Ar na Cidade de Santo Ângelo”. O projeto é coordenado pela professora mestre Núbia Weber Freitas e conta com a participação dos professores Drª Nilvane Ghellar Müller, Ms. Letícia Matter e Ms.Tiago Bittencourt de Oliveira. O aparelho, segundo Núbia Freitas, será instalado na zona urbana de Santo Ângelo, ficando sob a responsabilidade do Departamento de Ciências Biológicas da URI e servirá para a realização da coleta dos polens e outros microorganismos presentes no ambiente. Pela análise desse material será possível constatar os tipos de polens alérgicos e os períodos de elevação do nível desses materiais no ambiente. Através da verificação polínica do ar poderá ser prevista a concentração de polens com dados para o dia seguinte, explicou Núbia. Assim, os pacientes poderão saber a quantidade de polens alergógenos e usar a prevenção ou medicação EDIÇÃO 77.p65 4 Aparelho servirá para coletar polens e outros microorcanismos antes de se tornarem sintomáticos. A professora esclarece ainda, que após um ano de estudos completará o período da formação do calendário para possível previsão de picos polínicos, enfatizando com isso que essa é uma pesquisa morosa que não trará resultados imediatos. Outros beneficiados com o Coletor serão os agricultores, pois o aparelho coleta também fungos microscópicos que podem causar doenças na lavoura, como por exemplo, as ferrugens. As linhas de atuação do referido departamento nessa pesquisa conta com uma parceria firmada com a Universidade de Caxias do Sul que já vem desenvolvendo um trabalho nessa área através da professora Sandra Vergamini A URI – campus de Santo Ângelo –, através dos cursos de Ciências Biológicas e Farmácia, está engajada na implementação da Central de 2/9/2010, 15:48 Aerobiologia em nosso município. O coletor de polens está sendo testado pela equipe de professores da URI e sua instalação definitiva deverá ocorrer em setembro, nas instalações do Hotel Maerklin, no centro da cidade. Assessoria de Comunicação e Marketing da URI Jornalista – Michele Guma 5 Julho/Agosto 2010 COTRISA Determinação laboratorial dos componentes do leite João W. Dürr, Roberto S. Fontaneli e Darlene V. Moro Centro de Pesquisas em Alimentação Faculdade de Agronomia e Veterinária Universidade de Passo Fundo A COMPOSIÇÃO DO LEITE Os componentes naturais do leite podem ser classificados como principais e secundários quanto a sua contribuição por unidade de massa. Os constituintes principais são a água, a gordura, as proteínas e a lactose, enquanto os constituintes secundários englobam basicamente minerais e vitaminas. Os principais fatores que afetam a composição natural do leite são a dieta, a constituição genética, a estação do ano, o estágio de lactação, o manejo da ordenha e a sanidade (Dürr et al., 2000). O acompanhamento da composição do leite cru é de grande importância por três motivos: (a) avaliação da dieta e do metabolismo das vacas em lactação; (b) classificação do leite pelo seu valor como matéria prima para a indústria processadora; e (c) verificação da integridade do leite quanto a adição ou retirada de componentes. O objetivo do presente artigo é discutir o impacto da amostragem e da manipulação da amostra de leite para a análise de componentes, registrar rapidamente os principais métodos de análise utilizados para cada componente e relacionar algumas determinações laboratoriais complementares que facilitam a interpretação das análises de composição do leite. O IMPACTO DAAMOSTRAGEM Em um programa de monitoramento dos componentes do leite, as técnicas de coleta, conservação e transporte de amostras podem vir a comprometer todo o esforço e investimento realizados caso não sejam administradas de forma correta. Os resultados de análise laboratorial de uma amostra de leite vão ser tão confiáveis quanto for a qualidade da amostra que chega ao laboratório, o que justifica o estudo dos fatores que afetam a amostragem do leite. A PESSOA RESPONSÁVEL PELAAMOSTRAGEM A primeira dificuldade está em definir a pessoa responsável pela amostragem do leite. Em amostragens associadas ao controle leiteiro do rebanho, onde o leite de cada vaca em lactação é amostrado para fins de manejo, geralmente o próprio responsável pela ordenha pode ser treinado e geralmente exerce bem esta atividade. As dificuldades aumentam em rebanhos grandes, com três ordenhas diárias, onde mais de uma equipe de ordenha tem que se envolver na amostragem. Nesses casos, e nos rebanhos com controle oficial das associações de raça, a única saída é trabalhar com um controlador que não faça parte da equipe de ordenha. A amostragem do leite de tanques refrigeradores, contudo, constitui-se no grande desafio para os programas de monitoramento da qualidade do leite cru. Na maioria dos países, o responsável pela amostragem é o próprio transportador, o qual assume a responsabilidade pela qualidade do leite assim que o leite é transferido para o caminhão-tanque (excetuando-se problemas que não podem ser avaliados no momento da amostragem, como resíduos de antibióticos, por exemplo). No Brasil, esta prática esbarra em uma série de problemas: devido à pequena escala de produção, um mesmo transportador tem que recolher o leite de até cem (100) rebanhos em um mesmo dia, o que dificulta em muito a aplicação de uma metodologia de amostragem adequada. O nível cultural dos transportadores em muitas regiões compromete inclusive a sua consciência quanto à importância da qualidade do leite, e conseqüentemente gera resistências à incorporação das práticas de amostragem recomendadas na rotina de coleta do leite. Os próprios caminhões-tanque fabricados no país não possuem artefatos automatizados para a amostragem nem compartimentos adequados para o transporte refrigerado das amostras. De qualquer forma, um programa de qualidade do leite deve investir no treinamento e no acompanhamento permanente dos responsáveis pela amostragem do leite, sob pena de ver comprometido todo o esforço empreendido no planejamento, na implantação e na condução do programa. A HOMOGENEIZAÇÃO DO LEITE Em função do tamanho das partículas e de suas EDIÇÃO 77.p65 5 propriedades químicas, os componentes do leite apresentamse como uma mistura heterogênea em água: as micelas de caseína, que constituem a principal proteína do leite, encontram-se em suspensão coloidal na água; a lactose, as proteínas hidrossolúveis, os sais minerais e as vitaminas encontram-se dissolvidas na água; e os glóbulos de gordura e as vitaminas lipossolúveis encontram-se em suspensão na água. Isto faz com que o leite não seja um líquido uniforme, especialmente quando armazenado a baixas temperaturas e sem um sistema de homogeneização eficiente. Por estarem suspensos na água e por apresentarem uma densidade inferior a da água, os glóbulos de gordura irão concentrar-se na camada superior da massa de leite resfriado, sendo necessário homogeneizar constantemente o leite para se evitar a formação de uma camada espessa de gordura que dificilmente será rompida manualmente. Assim sendo, fica evidente a importância da homogeneização do leite refrigerado antes de se proceder a amostragem do mesmo com a finalidade de se determinar a sua composição. Em estudo realizado por Favreto (2001), o leite de cinco vacas foi coletado e refrigerado separadamente por 24 horas, procedendo-se então a amostragem das porções inferior e superior da massa de leite antes da homogeneização, similarmente ao que ocorre na amostragem de tanques refrigeradores a granel quando a amostra é obtida pela torneira de esgotamento ou quando retirada da camada superior com o auxílio de uma concha. Os demais componentes do leite não são tão afetados pela falta de homogeneização do leite quanto a gordura, o que torna este componente o principal indicador de problemas de amostragem do leite. Recomenda-se que quaisquer resultados de análise com teores de gordura abaixo de 2% ou acima de 5% (rebanhos cuja base genética é a raça Holandesa) devam ser descartados e repetidos. VARIAÇÃO AO LONGO DA ORDENHA Outro fato bastante conhecido que afeta a amostragem do leite de vacas individuais é que o primeiro leite removido do úbere contém muito menos gordura (1 a 2%) do que o leite removido ao 24 término do processo de ordenha (7 a 9%). Os glóbulos de gordura podem agregar-se nos alvéolos, o que retarda a sua passagem para o teto, enquanto que a porção fluida passa mais prontamente. Isto implica dizer que a avaliação da composição do leite produzido por uma vaca deve ser baseada em amostras retiradas após a ordenha completa da vaca ou através de amostradores acoplados ao conjunto de ordenha que coletem alíquotas de leite das várias fases da ordenha. Muitos produtores também ignoram ou esquecem o fato de que a composição do leite varia significativamente entre ordenhas realizadas no mesmo dia, principalmente em função do intervalo entre ordenhas não ser uniforme para todas as vacas, o que torna necessário compor amostras com iguais alíquotas das 2 ou 3 ordenhas realizadas ao longo de 24 horas para que se obtenha amostras representativas da composição do leite de cada vaca. É importante salientar que a amostragem do leite de animais individuais não deve alterar muito a rotina de ordenha do rebanho, o que pode provocar descargas de adrenalina nas vacas e a conseqüente inibição do estímulo da ocitocina, fenômeno conhecido por “retenção do leite”. O leite retido no úbere é justamente o mais rico em gordura, fazendo com que a análise da composição do leite obtido de uma vaca estressada seja de pouco valor para se avaliar o seu estado nutricional. TEMPERATURADE ARMAZENAMENTO DAAMOSTRA O leite é um alimento altamente perecível e a degradação microbiológica do mesmo começa a ocorrer a partir do momento em que se procede a ordenha. Todo o esforço que se faz para que o leite seja obtido com o máximo de higiene para reduzir a contaminação e conservado a baixas temperaturas a fim de inibir o crescimento dos microrganismos que degradam o leite é igualmente válido para as amostras de 2/9/2010, 15:48 leite enviadas para análise laboratorial. Como forma de se prevenir a ação dos microrganismos sobre as amostras de leite, o uso de conservantes químicos se tornou rotina, especialmente nas amostras destinadas à análise de composição e contagem de células somáticas. uos. A eficácia destes conservantes, contudo, é dependente da temperatura a que as amostras de leite são submetidas desde a coleta até a chegada ao laboratório. Muitas amostras, mesmo contendo conservante, chegam ao laboratório coaguladas, especialmente em épocas de altas temperaturas. Em função do exposto acima, recomenda-se que todas as amostras de leite (mesmo com conservante) permaneçam refrigeradas (4 C) desde a coleta até a chegada ao laboratório através do uso de caixas o térmicas apropriadas. MÉTODOS DE ANÁLESE O monitoramento da composição do leite é uma ferramenta de manejo imprescindível para rebanhos leiteiros especializados que queiram fazer uso dos avanços mais recentes em nutrição e metabolismo de ruminantes. Entre as metodologias, a determinação da composição através da tecnologia do infravermelho é a mais rápida, barata e confiável para o acompanhamento rotineiro do leite. O que parece não ser totalmente satisfatório é a determinação da proteína total, uma vez que o que é realmente determinado são os componentes nitrogenados totais, onde incluem-se a caseína, as proteínas do soro e a porção chamada de nitrogênio não protéico. A medida em que se altera a dieta e o metabolismo da vaca, as diferentes frações que compõe a proteína total são alteradas também, e o conhecimento desta dinâmica é justamente o dado que interessa ao nutricionista. Do ponto de vista do valor industrial do leite, o teor de caseína é a informação mais relevante para a estimativa do rendimento na fabricação de lácteos como o queijo. O percentual de caseína no leite, contudo, não pode ser obtido pelo método do infravermelho, o que inviabiliza sua determinação em grande escala. A porção da proteína total que conta hoje com um método rápido de determinação é a uréia, principal componente do nitrogênio não protéico do leite. O monitoramento do teor de uréia no leite vem ganhando muita atenção pela sua relação com o metabolismo do nitrogênio e suas conseqüências no desempenho reprodutivo das vacas leiteiras. ANÁLISES COMPLEMENTARES Muitas vezes a interpretação de análises da composição do leite depende de outras características do leite que podem afetar tanto o processo de secreção como a integridade do leite já ordenhado. Além da óbvia alteração da composição do leite em função da adição de água, do desnate, da adulteração com substâncias reconstituintes ou redutoras, e da degradação pela ação de microrganismos, a análise laboratorial do leite que melhor complementa a determinação dos componentes é a contagem de células somáticas no leite (CCS). A CCS é realizada rotineiramente nas mesmas amostras de leite destinadas à determinação dos componentes, e constituise basicamente de células de origem leucocitária que estão presentes no leite. Aumentos no número de células presentes no leite indicam que a glândula mamária está passando por um processo inflamatório de maior ou menor intensidade. Assim sendo, a CCS no leite é um indicador da ocorrência e da prevalência de mastite nos rebanhos leiteiros. A inflamação da glândula mamária reduz a síntese de gordura, caseína e lactose, reduz os teores médios de cálcio e potássio, aumenta a passagem do sangue para o leite das seroproteínas, das albuminas, do sódio e do cloro. De todas estas mudanças, facilmente passa despercebida a mudança qualitativa que a mastite opera nas proteínas do leite: a redução da caseína é compensada pelo aumento nas proteínas provenientes do sangue, fazendo com que a alteração no teor de proteína total seja mínimo. Em resumo, análises da composição do leite devem ser interpretadas com cuidado sempre que o leite apresentar alta CCS. 6 Julho/Agosto 2010 COTRISA Planejando o próximo plantio da soja em busca de melhores resultados Eng.º Agr.º João Vítor Buratti - DETEC - COTRISA A COTRISA sempre busca melhores resultados econômicos nas atividades desenvolvidas pelos seus associados. Neste sentido a cultura da soja merece atenção especial, pois é a cultura com maior área de cultivo em nossa região, gerando renda para o produtor rural, podendo este atender suas expectativas na propriedade. A soja necessita se desenvolver bem em todas as suas fases: germinar (nascer), desenvolverse vegetativamente (crescer), atingir a maturidade, florescer e produzir grãos. Para isso, necessita estar bem alimentada, com saúde, livre de doenças e protegida contra as pragas e invasoras, que possam atacar e diminuir a produção de grãos. Portanto, para que a soja seja cultivada de forma adequada deve ser realizado um sistema de plantio eficiente. O sistema de plantio direto deve estar consorciado à rotação de culturas (aveia/soja, trigo/soja e ervilhaca/milho), promovendo uma cobertura ideal do solo e demais benefícios tanto para o meio ambiente, quanto para os sistemas de cultivo, neste caso, a soja. CALAGEM E ADUBAÇÃO NA CULTURA DA SOJA A calagem e adubação devem ser realizadas de acordo com a recomendação da análise de solo. A calagem objetiva reduzir a acidez do solo através da aplicação de corretivos de acidez (calcário por exemplo), sendo que o pH em água adequado para a cultura fica próximo a 6,0. Em relação à adubação nitrogenada pesquisas indicam que não há necessidade de aplicação deste nutriente para a cultura, ou seja, a demanda de nitrogênio (N) é suprida pelo solo e pela simbiose da planta com o rizóbio específico já existente no solo ou fornecido mediante a inoculação das sementes. Sendo assim destaca-se a importância de o sojicultor realizar a inoculação de sementes de soja e aplicação de molibdênio, via tratamento de semente ou parte aérea, pois o mesmo tem a participação na fixação do nitrogênio do ar durante o seu desenvolvimento. As quantidades de fósforo e potássio variam em função dos teores desses nutrientes no solo, indicadas através da análise de solo, sendo os principais sintomas de deficiência a redução da taxa de crescimento da planta com consequente redução de produ-tividade. Cabe des-tacar a importância da realização da análise de solo, sendo que hoje existe uma inovação tecnológica por parte da fertilidade do solo, que é a agricultura de precisão, onde a COTRISA disponi-biliza este serviço ao seu quadro social. Esta tecnologia permite aplicar corretivos e fertilizantes no local específico, na quantidade e no momento correto produzindo rendimentos satisfatórios, principalmente para a cultura da soja com custos reduzidos de produção. MANEJO DAS CULTIVARES DE SOJA As cultivares de soja indicadas para o cultivo na região de ação da Cooperativa, apresentam características específicas, onde o produtor ao planejar sua lavoura deve levar em conta as seguintes características: ciclo, época de semeadura, tipo de EDIÇÃO 77.p65 6 crescimento, altura de planta, acamamento, enraizamento, engalhamento e reação a doenças e nematóide. Outros fatores importantes são os espaçamentos entre fileiras, profundidade de semeadura e densidade de plantas. Lavoura com exageradas população de plantas, perderá em produtividade, devido a maior competição por água, luz e nutriente, favorecendo o acamamento e reduz a Uso de teconologia é fundamental na implantação da lavoura eficiência no manejo se doenças e pragas. Nesta safra origem a uma nova planta deve passar por tratamento de soja 2010/2011, está previsto deficiência hídrica com fungicidas e inseticidas eficientes, desta forma a em alguns períodos. Para amenizar este problema é planta está protegida desde os primeiras fazes de seu de fundamental importância utilizar bioatividades de desenvolvimento contra os principais fungos e insetos raízes, para aumentar o enraizamento da soja. As que prejudicam a emergência e desenvolvimento da cultivares de soja possuem potencial máximo de cultura em suas fazes iniciais. Em relação ao tratamento rendimento quando as condições ambientais e de químico da parte aérea para as principais doenças manejo apresentam-se favoráveis. fúngicas (oídio, ferrugem asiática e doenças de final de ciclo) o mesmo deve ser realizado preventivamente CONTROLE DE PLANTAS INVASORAS O controle de plantas invasoras através do . Considerando que a ocorrência destas doenças, uso contínuo de um mesmo mecanismo de ação está principalmente a ferrugem asiática é favorecida através promovendo a resistência de deter-minadas de temperaturas entre 19 e 24 ºC, e um período de invasoras, como é o caso de leiteira, poaia, corriola, molhamento foliar de no mínimo 6 horas. O trapoeraba, azevém e a buva. A buva é a espécie monitoramento da cultura é fundamental, com o auxílio que tem aumentado sua população nas áreas de da assistência técnica, sendo que deve ser mais cultivo da soja, provocando redução significativa na freqüente a partir do florescimento. produção de grãos da cultura. Através da resistência ao Glifosato, tornando difícil seu manejo. Desta ORIENTAÇÕES GERAIS forma, devem ser realizadas medidas preventivas de No entanto destacamos a importância do controle desta invasora com herbicidas específicos, associado realizar o planejamento da cultura da soja, principalmente nas culturas de inverno ou na buscando informações através da assistência técnica dessecação da pré-semeadura, pois a eficiência de da COTRISA, e também adquirindo insumos de controle torna-se prejudicada quando a cultura da qualidade para a sua lavoura. Possibilitando assim soja já estiver implantada. É importante ressaltar para o associado, que o manejo deve ser realizado em maior resultado econômicos para a sua propriedade. estágios inicias das plantas invasoras e da soja, mantendo assim a cultura livre de competição. MANEJO DE DOENÇAS E PRAGAS O manejo de doenças inicia-se com a escolha de cultivares resistentes e rotação de culturas, evitando assim determinadas doenças que atingem principalmente o sistema radicular da soja. Para que a cultura seja implantada de forma ideal, a semente que irá dar Planejamento do plantio da soja resulta em resultado econômico 2/9/2010, 15:48 7 EDIÇÃO 77.p65 Julho/Agosto 2010 7 2/9/2010, 15:48 COTRISA 8 Julho/Agosto 2010 COTRISA Dia de Campo sobre cana-de-açúcar foi realizado no mês de julho em Santo Ângelo Produtores de Santo Ângelo e região participaram no mês de julho de um importante Dia de Campo sobre cana-de-açúcar, onde tiveram aprendizado sobre 16 cultivares, suas qualidades, problemas e riscos. O Dia de Campo foi organizado pela Secretaria Municipal de Agricultura de Santo Ângelo e diversas entidades do município e realizado no Centro de Atividades Agrícolas e Florestais, que era da COTRISA na ERS218. A lavoura demonstrativa foi instalada em agosto de 2008 na oportunidade diversos produtores estiveram presentes e já receberam informações e orientação técnicas sobre as variedades de cana que foram plantadas e a forma de como elas devem ser plantas. As variedades plantas e apresentadas no Dia de Campo já foram também testadas em municípios da região, como Porto Xavier e São Luiz Gonzaga. Primeiramente, os agricultores presentes tiveram uma apresentação geral sobre as espécies, onde o técnico agrícola da Secretaria Municipal de Agricultura, Fábio Gonzatto, mostrou vantagens e desvantagens de cada variedade e sua melhor utilização para determinado fim. Algumas variedades, por exemplo, são melhor aproveitadas na produção de melado e derivados e outras, para produção de etanol e cachaça. “O objetivo é trazermos cultivares que melhor se adaptem ao clima e solo do município”, destaca o secretário de Agricultura Diomar Formenton, que acompanhou o evento. Ele destacou, na oportunidade, as maiores utilizações da cana-de-açúcar no município: “É principalmente para o consumo, produção de melado e alimentação do gado”. Fábio Gonzatto, da Semagri, explicou que a toneladas/ha, como a Tucumã 69/2, a Pingo de Mel, IAC 87 3396, IAC 82 2045 e RB 72 454”, destaca. PRODUÇÃO DE MELADO Participaram do encontro, principalmente agricultores que já produzem cana-de-açúcar, com diferentes finalidades. Um desses agricultores é Dionísio Julio Kotelewski, morador da Linha Independência e integrante da Associação Independência Viva. Ele conta que produz quatro variedades de cana há dez anos, desde o início da associação, em um total de cinco Lavoura demonstrativa foi implantada em 2008 estimativa é de que em Santo Ângelo sejam plantados 400 hectares de cana-de-açúcar, divididos em pequenas propriedades. “Queremos incrementar essa área, trazer cultivares com melhor qualidade genética”, destacou o técnico, ao afirmar que a produtividade média por hectare é de 50 toneladas de cana-deaçúcar. “Porém, há cultivares que ultrapassam as 100 Dezesseis variedades foram implantadas hectares. “Essa cana vai para os animais, para a produção de açúcar mascavo, melado, rapadura e até schmier”, disse o agricultor, que entrega a produção ao Programa de Aquisição de Alimentos, mercados da cidade e venda para os vizinhos. Ele vê como bom o encontro, por apresentar novas variedades de cana, mas diz que está satisfeito com as que planta. “A produção da cana dá parte do sustento de cinco Participantes observaram as variedades que defamílias”, destaca. monstram melhores resultados Buva e ervas daninhas resistentes ao glifosato tiram o sono de produtores e empresas Há algum tempo, uma erva daninha tira o sono dos produtores de soja do Brasil e, sobretudo, as empresas de defensivos agrícolas. A buva é hoje, a principal preocupação que acomete a lavoura de soja, seja pelos danos provocados à semente ou pela sua resistência aos herbicidas. A erva rouba luz, água, nutrientes e ainda impede o desenvolvimento da soja. Segundo especialistas, um único pé de buva produz até 60 mil sementes. E ela é 2.000 mil vezes mais leve que a semente de soja, uma espécie de pluma, facilmente espalhada pelo vento. O grande problema é que há cerca de quatro anos, a buva era facilmente eliminada pelo glifosato. Porém, o gene do vegetal sofreu mutações e agora resiste ao produto. O assunto foi notícia recente nos jornais “The New York Times” e “The Wall Street Journal”, que falou sobre o aumento de ervas daninhas super-resistentes nos EUA, entre elas a buva. É necessário combinar dois ou até três herbicidas para contê-las. Entre as formas de combatê-la o produtor usa uma combinação de várias metodologias como no inverno o cultivo de aveia, trigo ou azevém para fazer com que as sementes não possam nascer e desta forma formar uma camada de palha sobre o solo para abafar a buva. As empresas de defensivos agrícolas estão empenhadas em descobrir meios de combater a buva, mas ainda não conseguiram desenvolver um produto que resolva em definitivo o problema. Segundo técnicos, existem herbicidas mais fortes para combatê-la, mas eles têm restrições de uso. A biotecnologia é outra área de estudos para achar uma saída no controle Um único pé de buva produz até 60 mil sementes da buva. EDIÇÃO 77.p65 8 2/9/2010, 15:48 9 Julho/Agosto 2010 COTRISA Plantio Direto na Palha e passivo ambiental A expansão de 1,1 milhão de hectares por ano e a correta aplicação dos princípios da técnica de Plantio Direto na Palha (PDP) podem fazer com que em um prazo máximo de 50 anos o Brasil consiga recuperar o passivo ambiental acumulado nos últimos duzentos anos de exploração do solo para a agricultura e pecuária em larga escala. A possibilidade foi anunciada durante o primeiro dia do 12.º Encontro Nacional de Plantio Direto, que aconteceu em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado. O que inicialmente já sinalizava como perspectiva otimista está ganhando um novo fôlego. Pesquisas anteriores apontavam que a quantidade de gás carbônico (CO²) sequestrado poderia chegar a 12,65 milhões de toneladas em dez anos. Análises mais atuais elevam a previsão para mais de 46 milhões de toneladas de CO² sequestrado no mesmo período. O saldo maior está sendo alcançado nas plantações do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, seguidas do Paraná, influenciado principalmente pelo clima. Desempenho melhor se observa quando a rotação de culturas é efetiva e pior quando predomina o cultivo exclusivo de soja. Os resultados são baseados em pesquisas realizadas nas últimas duas décadas em diferentes regiões, principalmente nos estados do Sul e Centro-Oeste do país. Com cerca de 25 milhões de hectares de terras cultivadas pelo sistema de PDP, o Brasil tem perfeitas condições de atingir suas metas de redução na emissão de carbono sem que interfira nos processos industriais e econômicos, aponta o professor do Departa-mento de Ciência do Solo e Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Ponta Grossa João Carlos de Moraes Sá. “Se levarmos esse conhecimento para o campo, com o propósito de simplesmente convencer os agricultores de que é uma técnica interessante e ambientalmente viável, a adesão provavelmente será mínima. Mas, se mostrarmos que as vantagens podem ser muito maiores também em relação à produtividade e à economia com insumos agrícolas, podemos ter um novo panorama em um curto espaço de tempo”, compara Sá. Quanto aos índices de sequestro de carbono, os resultados, assegura, seriam semelhantes aos obtidos em regiões de florestas. Diferente dos sistemas convencionais, que somam elevadas perdas de matéria orgânica, o PDP – com a intervenção mínima do solo e a cobertura da palhada – ajuda a manter as qualidades do terreno. EDIÇÃO 77.p65 9 Segundo o pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (USP) Carlos Clemente Cerri, quando o solo é revolvido, os microorganismos presentes são ativados em contato com o oxigênio e resultam em gases de efeito estufa. “No plantio direto, o fenômeno é contrário, além de aumentar o estoque de carbono no solo, sequestrando uma parcela importante do que seria lançado na atmosfera.” Mas, para que os bons resultados sejam alcançados no prazo de 50 anos, os pesquisadores lembram que 2/9/2010, 15:48 Fonte: Gazeta do Povo além da expansão da técnica a áreas que ainda não adotam o sistema, o respeito aos princípios básicos – como o mínimo revolvimento do solo, a manutenção permanente, quantidade e qualidade da palhada e a rotação de culturas – são essenciais. “Quando isso tudo não é levado em conta ou certas adequações não são acompanhadas devidamente, fica impossível garantir as vantagens do plantio direto, seja em termos econômicos ou ambientais”, reforçou o pioneiro da técnica no Brasil e no Paraná, Nonô Pereira. 10 Julho/Agosto 2010 COTRISA Terapia da vaca seca combate mastite Doença é a que mais onera a produção leiteira A mastite é a inflamação da glândula mamária que se caracteriza por apresentar alterações patológicas no tecido glandular e uma série de modificações físicoquímicas no leite. As transformações mais observadas são: alteração de coloração, aparecimento de coágulos e presença de grande número de leucócitos. Segundo pesquisas, a perda econômica causada pela mastite subclínica em propriedades leiteiras produtoras de leite tipo B e C, com produção média de 28.000 litros por mês por propriedade, foi de 4.800 litros por mês por propriedade (17% da produção), ou seja 300 milhões de litros por ano, considerando uma produção do Estado de São Paulo da ordem de 1,9 bilhão de litros por ano. Essa doença pode ser de origem tóxica, traumática, alérgica, metabólica e principalmente infecciosa por bactérias, fungos, algas e vírus. No período seco, o agente mais comum é o Streptococcus sp, pois nessa fase a exposição aos patógenos ambientais é maior devido à descontinuidade da ordenha. Alojamentos inadequados, altas temperaturas e umidade, além do acúmulo de lama e esterco são fatores que predispõem os animais a essa enfermidade. A terapia da vaca seca tem como objetivo tratar as infecções subclínicas adquiridas durante a lactação Kim Danshi Higuti – assistente técnico de produtos da Ourofino Colaboração: Daniela Miyasaka – gerente técnica da Ourofino e evitar novas infecções durante o período seco no qual ocorre uma redução na capacidade de resposta imunológica do animal devido à proximidade do parto, segundo pesquisador Mendonça (2009). A terapia da vaca seca consiste primeiramente em fazer a secagem correta do animal (45 a 60 dias préparto).Após a última ordenha deve-se fazer o tratamento intramamário em todos os quartos do animal, em dose única. O Mastifin Vaca Seca é um antibiótico de alta concentração, com ótima dispersão na glândula mamária e lenta absorção, permaneça na glândula por um período aproximado de 28 dias, o que acarreta uma maior taxa de cura e melhor infecções intramamárias são estabelecidas durante as proteção contra os agentes infecciosos. A higiene no duas primeiras semanas do período seco, 16% dos momento do tratamento é fundamental. quartos mamários se tornam infectados nessa fase. O De acordo com os estudos de Santo e Fonseca tratamento da vaca seca pode resultar em taxa de cura (2007), dentre as principais vantagens do tratamento de infecções subclínicas de cerca de 70 a 98%, da vaca seca destacam-se: maior taxa de cura do podendo ocorrer variação em função do que na lactação; possibilidade de usar maiores microorganismo causador. concentrações de antibióticos; redução de novas Portanto, devido ao sucesso da terapia da vaca seca infecções no período (50 a 75% de redução); e a relação custo-benefício favorável, essa prática deve possibilidade de regeneração do tecido lesado antes ser adotada para um eficiente controle da mastite do parto; redução da mastite clínica nas primeiras bovina. semanas após o parto e menor risco de resíduos de Fonte: Notícias Ourofino – Ano II – Março/ antibióticos no leite. Cerca de 40% das novas Abril de 2010 – nº 6 Corrida para alimentar o mundo Terceiro maior exportador de alimentos, o Brasil desponta como celeiro do mundo. É apontado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) como maior protagonista na corrida para alimentar a crescente população mundial. Possui custos competitivos e pelo menos 40 milhões de hectares de pastagens “desocupadas”, que podem ser rapidamente transformadas em lavouras. Mas, para vencer o desafio, terá que enfrentar um concorrente de peso, os Estados Unidos. Além de produzir e exportar mais, o país norte-americano tem conseguido avanço maior, proporcionalmente, do que o Brasil no mercado internacional. É o que mostram os dados do primeiro semestre de 2010. Na comparação com os primeiros seis meses de 2009, as exportações agrícolas cresceram 10% no Brasil e 13% nos EUA. O agronegócio brasileiro faturou US$ 35 bilhões entre janeiro e junho. No mesmo período, a receita norte-americana foi de US$ 53,3 bilhões, quantia semelhante à que o Brasil exportou em todo o ano passado. Em 2009, ano de crise, os embarques do agronegócio brasileiro somaram US$ 64,8 bilhões, 10% menos do que no ano anterior. Em 2010, mantido o mesmo ritmo no segundo semestre, o setor irá recuperar o terreno perdido e se aproximar do recorde de 2008, quando as exportações agropecuárias somaram US$ 71,8 bilhões. Desempenho similar é esperado nos EUA. Abalado pela crise, o agronegócio norte-americano exportou 16% menos no ano passado (US$ 96,6 bilhões). EDIÇÃO 77.p65 10 Agora, se recupera e quer repetir a façanha de 2008, fechando 2010 com faturamento de três dígitos. A previsão do USDA, o departamento de agricultura do país, é que os embarques do setor rendam US$ 104,5 bilhões neste ano, US$ 8 bilhões (7,7%) a mais que no ano passado. Confirmada, será a segunda melhor marca da história, atrás apenas dos US$ 115,3 bilhões de dois anos atrás. Em cinco anos, a meta é se aproximar dos US$ 200 bilhões. As ações fazem parte da Iniciativa Nacional de Exportação, plano anunciado em janeiro para tirar a economia norte-americana da recessão. Ambicioso, o projeto do presidente Barack Obama promete dobrar as exportações e criar dois bilhões de empregos nos EUA até 2014. No mês passado, durante a apresentação do primeiro relatório sobre o progresso da meta anunciada em janeiro, Obama disse que o país está no caminho certo para dobrar suas exportações nos próximos cinco anos e destacou a importância do agronegócio. Apesar de ter fatia pequena das exportações totais do país, o agronegócio é considerado uma peça importante na ofensiva porque é um dos poucos segmentos da economia norte-americana que têm balanço comercial superavitário. Segundo Obama, o aumento de 17% registrado nas exportações (considerando apenas os primeiros quatro meses do ano) foi puxado pelo agronegócio, que ampliou seus embarques em 19% no período. “Parte desse resultado, claro, é devido à recuperação da economia após a crise”, ponderou o 2/9/2010, 15:48 presidente. “Mas nós estamos trabalhando para melhorar nossas exportações, eliminando barreiras comerciais e pondo em prática normas comerciais.” Para Ron Kirk, representante comercial norteamericano, o país “cumprirá facilmente a meta”. O secretário da Agricultura dos EUA, Tom Vilsack, informou que, para garantir o cumprimento da meta, o USDA “está revisando sua estratégia de exportação em um esforço de vender mais grãos, carnes, lácteos e outros produtos agrícolas para os mercados externos”. A ideia é aumentar o foco em países específicos ao invés de regiões maiores e traçar estratégias individuais para ampliar as exportações para cada mercado. “Aumentar o comércio não só criará oportunidades de renda para os produtores, mas também empregos indiretos, que são críticos para revitalizar a América rural”, declarou Vilsack. Conforme levantamento do USDA, cada US$ 1 bilhão que o campo exporta sustenta entre 8 e 9 mil empregos. A cada dólar movimentado, o agronegócio injeta na economia do país US$ 1,40 através de atividades de apoio ao processo, como transporte, embalagem e distribuição. Se conseguir ampliar em US$ 8 bilhões as exportações neste ano, como prevê o governo, ao final de 2010 o agronegócio terá criado 72 mil novos postos de trabalho e injetado US$ 11,2 trilhões na economia norte-americana. Fonte: Gazeta do Povo 11 Julho/Agosto 2010 COTRISA Código Florestal: a avaliação da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) Está à disposição o documento elaborado pela consultoria da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), que traz os principais pontos do parecer aprovado na Comissão Especial que analisou alterações no Código Florestal Brasileiro. O documento foi elaborado pelo consultor ambiental Leonardo Papp que acompanhou as discussões no Congresso Nacional junto com a Assessoria Parlamentar da OCB. COMISSÃO ESPECIAL – RELATÓRIO APROVADO (06/07/10) PONTOS DESTACADOS Definições: a. Área rural consolidada: ocupação antrópica consolidada até 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias e atividades agrossilvipastoris, admitidas neste último caso a adoção do regime de pousio b. Pequenas propriedades: imóvel rural com até quatro módulos fiscais Áreas de Preservação Permanente a. As APP’s ao longo de cursos d’água passam a ser definidas a partir do leito menor, assim entendido o canal por onde correm regularmente as águas durante o ano b. Nos cursos d’água de até 5 metros, as APP’s ficam reduzidas para 15 metros. c. Topos de morro e áreas com altitudes superiores a 1800 metros deixam não mais integram a lista dos locais considerados APP’s d. Reservatório de água com área de até 1 hectare ficam dispensados da manutenção de APP e. Fica esclarecido que as várzeas não são consideradas APP’s fora dos limites previstos (15m, 30m, etc.), mas as atividades desenvolvidas nesses locais devem às recomendações técnicas dos órgãos oficiais f. Estabelece a permissão ao acesso de pessoas e animais em áreas de preservação permanente para obtenção de água e realização de atividades de baixo impacto ambiental Reserva legal a. As pequenas propriedades rurais ficam isentas das obrigações relativas à Reserva Legal. Deverão ser mantidos os remanescentes de vegetação existentes nesses imóveis, se forem inferiores aos percentuais exigidos (20%, 35% ou 80%) para Reserva Legal b. Nas demais propriedades, os percentuais de Reserva Legal somente são aplicados sobre a área que exceder a 4 módulos fiscais nos imóveis c. Para fins de recomposição da Reserva Legal, devem ser aplicados os percentuais da legislação que estava em vigor na época em que foi realizada a supressão de vegetação, ainda que atualmente os percentuais sejam maiores d. É permitido computar as áreas de preservação permanente para o cálculo da Reserva Legal f. Pela primeira vez, é feita referência à possibilidade de se instituírem Reservas Legais Coletivas g. É admitida a exploração econômica das Reservas Legais, mediante plano de manejo florestal sustentável h. A recomposição da Reserva Legal terá prazo de até 25 anos, sendo permitida o plantio de espécies exóticas em até 50% da área i. Ampliam-se as alternativas de compensação de Reserva Legal fora da propriedade, admitindo-se a utilização de áreas fora da bacia hidrográfica ou mesmo do Estado (desde que seja o mesmo bioma), além de permitir que os Estados criem fundos de regularização fundiária de unidades de conservação como forma de compensar obrigações relativas à Reserva Legal j. Possibilita promover a retificação da averbação da área de Reserva Legal Programas de Regularização Ambiental a. Programas que podem ser criados pelos Estados no prazo de até 5 anos, para estabelecer medidas de regularização ambiental b. Até a promulgação do Programa de Regularização será assegurado a manutenção das atividades agropecuárias e florestais em áreas rurais consolidadas, localizadas em áreas de preservação permanente e reserva legal, sendo vedada sua expansão c. As multas referentes à supressão irregular de vegetação em APP’s e RL’s ficam suspensas se o proprietário inscrever a propriedade no cadastro ambiental e não serão cobradas se forem cumpridas as medidas indicadas no Plano de Regularização d. O Programa de Regularização deverá prever a recuperação de áreas de preservação permanente considerando aspectos técnicos, sociais e econômicos, podendo regularizar atividades em área rural consolidada nas áreas de preservação permanente Instrumentos Econômicos para a Conservação O poder público instituirá medidas indutoras e linhas de financiamento para preservação e recuperação ambiental. O poder público manterá programas de pagamento por serviços ambientais Moratória no desmatamento Pelo período de 5 anos, contados da data da vigência da Lei, não será permitida a supressão de florestas nativas para o estabelecimento de atividades agropastoris, assegurada a manutenção das atividades agropecuárias existentes em áreas convertidas antes de 22 de julho de 2008. Especialistas preveem alta nos preços dos grãos Apesar das previsões de safras recordes, os produtos agrícolas devem ajudar a alimentar o rali das commodities no médio e longo prazos, além de metais básicos, como cobre, alumínio, e o petróleo, avaliam especialistas no assunto. Estados Unidos, Brasil e Argentina se deparam com o desafio de ampliar a produção no ciclo 2010/11, alcançando volumes ainda maiores que os recordes da última safra. Essa produção, no entanto, parece não ser suficiente para acumular estoques significativos. “Vejo boas perspectivas para a soja e milho. Já o petróleo está barato, mas deve manter sua tendência de alta”, afirmou o diretor Jonathan Barratt, da Commodity Broking Services (CBS). Para os próximos 12 meses, Barratt estima que o trigo chegará a ser negociado a US$ 9 por bushel (27,2 kg), o milho EDIÇÃO 77.p65 11 a US$ 5,50 por bushel (25,4 kg), a soja em US$ 14,50 por bushel (27,2 kg), o açúcar a 22 cents por libra peso. O estrategista sênior da Lind-Waldock, Phillip Streible, acredita que os preços de alimentos devem continuar a subir no curto prazo por causa dos problemas de oferta na Rússia, clima incerto nos EUA, além de demanda forte por commodities agrícolas na Ásia. “Vemos milho, soja e trigo subindo por esses fatores.” Ele avalia que as commodities agrícolas não devem ser afetadas pela desaceleração econômica esperada para os próximos meses e estima que o açúcar, hoje ao redor de 19 cents por libra peso, deve manter cotação abaixo de 21 cents e acima de 17 cents nos próximos meses. Para o trigo, a expectativa é de acomodação de preços 2/9/2010, 15:48 até o final deste ano. “O trigo deve ficar firme ao redor de US$ 6 por bushel, mas na ponta mais alta poderia chegar a US$ 8”, afirmou. O reflexo da alta das cotações das commodities agrícolas em dólar no mercado brasileiro tem sido reduzido por causa do real valorizado e por questões internas, como o alto estoque de milho. O país tenta elevar as exportações para equilibrar oferta e demanda. No caso do trigo, além da oferta tradicionalmente concentrada no Sul, o produto da última colheita é considerado de baixa qualidade pelos moinhos e boa parte segue armazenada. O país vive a contradição de estocar, mas continuar dependendo de importações da Argentina e de países do Hemisfério Norte. Fonte: Gazeta do Povo - Agrolink 12 EDIÇÃO 77.p65 Julho/Agosto 2010 12 2/9/2010, 15:48 COTRISA