Julho/Agosto 2010
COOPERATIVA
TRITÍCOLA
REGIONAL SANTO
ÂNGELO LTDA
ANO 13
EDIÇÃO Nº 77
Julho/Agosto
2010
Supermercado COTRISA de Cerro
Largo está em novo endereço
Rua Sete de Setembro, nº 1091, centro da cidade, a uma quadra do Sicredi, diagonal
com o antigo mercado da Dona Amanda
pg. 03
Confira os ganhadores
do 1º e 2º sorteio da
promoção de
Vale-compras dos
Supermercados COTRISA
pg. 03
Planejando o próximo
plantio da soja em
busca de melhores
resultados pg. 06
Coletor de Polens vai
beneficiar pessoas
alérgicas e produtores rurais
pg. 06
COTRISA realizou
Assembleia Geral
Extraordinária
No dia 27 de agosto, a direção da COTRISA realizou mais uma Assembleia
Geral Extraordinária na sede AFUCOTRISA com a participação de um
grande número de associados. O objetivo foi o de buscar junto ao quadro
associal autorização para que a administração possa tomar as decisões
necessárias, para que a cooperativa volte a sua normalidade.
pg. 02
Rações da COTRISA chegam com
novas embalagens e muito mais
nutritivas
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2
Julho/Agosto 2010
CENTRO ADMINISTRATIVO
Rua Florêncio de Abreu, 1557 - CEP 98.804-560 - Cx. Postal
257 Fone: (055) 3312-0300 - Fax (055) 3313-1585
Site www.cotrisa.com.br
e-mail: [email protected] - SANTO ÂNGELO - RS
COTRISA realiza mais uma
Assembleia Geral Extraordinária
CONSELHO DE
ADMINISTRAÇÃO
PRESIDENTE
Roberto Haas
VICE-PRESIDENTE
Amando Dalla Rosa
SECRETÁRIO
Júlio César Terra Dias
EFETIVOS
Valdemar Cargnelutti
Elói Bade
Jaime Dionir Zweigle
Valdir Antônio Benetti
SUPLENTES
Elói Heidrich
Antônio Rainoldo Weber
Newton José Mumbach
João Antônio Dal Forno
Presidente Roberto Haas coordenou a assembleia
CONSELHO FISCAL
EFETIVOS
Sérgio Antônio Warpechowski
Ciro Nei Ropke
Gilson Aloísio Thomas
SUPLENTES
Ricardo Wilhem Berwangwer
Luiz Santana de Oliveira
Paulo Hatwig Spies
COORDENADORES DE ÁREAS DE NEGÓCIO E
APOIO
Grãos
Insumos
Varejo
Administrativa
Financeira
Técnica
Operacional
Roberto Haas
Zecarlos Libardoni
Norma Avrella Zalamena
Mauro Nelson Pretto
Ione Oliveira Costa
Zecarlos Libardoni
Zecarlos Libardoni
- Caibaté
- Roque Gonzales
- Guarani das Missões
- Coimbra
- Parque Industrial
- Eugênio de Castro
- São Miguel das Missões
- Rincão dos Pires
- Mato Queimado
- Restinga Seca
Conselho Editorial:
Roberto Haas e Amando Dalla Rosa
Editor:
Itamar Luiz Stadtlober
Diagramação Eletrônica e Apoio:
Nery Vier e José Rauber
Coordenação Depto. de Comunicação
Nery Vier
Periodicidade
Bimestral
Tiragem
5.000 exemplares
Distribuição
Gratuita
Gráfica do Jornal A TRIBUNA
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No dia 27 de agosto, a direção da COTRISA
realizou mais uma Assembleia Geral Extraordinária na
sede da AFUCOTRISA com o objetivo de solicitar
diversas autorizações aos associados, e desta forma
poder tomar as decisões necessárias para que a
cooperativa possa voltar a sua normalidade.
Os associados, depois de ampla discussão,
decidiram aprovar praticamente todos os assuntos da
ordem do dia, desta Assembleia Geral Extraordinária,
ficando algumas pequenas questões para serem
aprofundadas. Neste sentido, houve a decisão de deixar
a assembleia em aberto para dentro de 60 dias os
associados se reunirem novamente e avaliar as questões
que ficaram pendentes.
Os assuntos da ordem do dia foram:
1 - Autorização para a COTRISA arrendar imóveis
de sua propriedade;
2 - Autorização para venda e/ou dação em
pagamento de imóveis da COTRISA;
3 - Autorização para a COTRISA incluir em seu
Estatuto Social, no capítulo II, em seu artigo 2º § 1º,
criando o inciso VII com o seguinte teor –
Representação Comercial de Insumos Agropecuários
e inciso VIII – Firmar contratos de arrendamento e
exploração de seus bens.
4 - Autorização para a COTRISA constituir
Sociedade Anônima visando aporte financeiro de sócio
investidor, ao mesmo tempo em que possa oferecer
imóveis em garantia hipotecária para obtenção de
outros recursos do mesmo investidor.
Depois das decisões tomadas pelos associados na
assembleia do dia 27, a direção da cooperativa deu
imediatamente andamento nas negociações para
implementá-las.
Para o presidente Roberto Haas, as decisões
tomadas pelos associados foram muito importantes
para fortalecer os negócios da COTRISA e desta
forma ela poder voltar mais rapidamente a sua
normalidade.
Um bom número de associados esteve presente
Comercialização de Insumos
UNIDADES DE RECEBIMENTO DE PRODUTOS
- Catuípe
- Cerro Largo
- Comandaí
- Entre Ijuís
- São Paulo das Missões
Vitória das Missões
- Carajazinho
- São Pedro do Butiá
- Esquina Gaúcha
- Santa Cruz
COTRISA
-
A COTRISA está comercializando todos os
insumos necessários para a implantação e condução
das culturas, que o associado deseja cultivar e
especialmente neste momento para o plantio de
próxima safra de soja. Para a aquisição é só contatar
as equipes de vendas e assistência técnica das unidades
da Cooperativa.
Neste sentido, a equipe está preparada para
orientar, recomendar e programar os insumos para
atender as necessidades do associado, conforme a
situação da lavoura.
O objetivo principal da comercialização de insumos
na Cooperativa é disponibilizar o melhor insumo, para
que o associado tenha sucesso técnico e econômico
em suas atividades agropecuárias desenvolvidas em
sua propriedade.
Sintonize os programas de
rádio da cooperativa
A cooperativa a partir deste ano está fazendo o
contato com os associados e a comunidade via rádio,
com algumas modificações nos seus tradicionais
programas. Os programas diários nas rádios Sepé
Tiarajú e Santo Ângelo, de segundas a sextas-feiras,
não estão sendo mais apresentados. Permanecem os
programas de 15 minutos aos domingos, nas seguintes
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rádios: rádio Águas Claras de Catuípe às 7:40h;
rádio Santo Ângelo de Santo Ângelo às 12:30h;
rádio Cerro Azul de Cerro Largo às 12:00h;
rádio Guaramano de Guarani das Missões às
12:30h; rádio Aliança de Guarani das Missões às
8:00h e rádio Cantão das Missões de São Paulo
das Missões às 12:00h.
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Julho/Agosto 2010
COTRISA
Supermercado COTRISA de
Cerro Largo mudou de endereço
O Supermercado COTRISA depois de ter
funcionado por diversos anos junto a Unidade de
recebimento de grãos, que fica localizada na Rua São
Francisco, os associados solicitaram e a diretoria
atendeu a transferência para o centro da cidade, uma
vez que a unidade fica longe do centro e dificultava o
acesso das pessoas, tanto associados como não
associados, ao mercado. Na oportunidade o local
disponível e que atendia, em parte, as necessidades
para a instalação do mercado foi o prédio localizado
na Rua Marechal Floriano, em frente ao posto de
combustível. Já em 2008 a cooperativa adquiriu o
prédio que era da empresa Carpenedo na Rua Sete
de Setembro, nº 1091, centro da cidade, a uma quadra
do Banco Sicredi e em diagonal com o antigo mercado
da Dona Amanda, com o objetivo de instalar neste
local o supermercado.
Nos últimos meses foram feitas diversas reformas
no prédio e a mudança do Supermercado para este
local que aconteceu no final do mês de agosto. Já no
dia 31 de agosto, pela parte da manhã, começou o
atendimento ao público no novo endereço e no final
da tarde foi realizada uma cerimônia de abertura
oficial, com uma benção pela ministra da Igreja
Católica, Dona Lucia Werle. Estiveram presentes ao
ato o presidente Roberto Haas, o vice-presidente
Amando Dalla Rosa, o
Conselheiro da unidade
Newton José Mumbach,
a coordenadora dos
supermercados Norma
Avrella Zalamena, o
supervisor Gelson Martin
Scheuermann, o gerente
da unidade de Cerro
Largo Rubenval Ittner
Radiess, a gerente do
Supermercado de Cerro
Largo Dirlaine Inês
Mumbach e diversos
Muitos associados e clintes fizeram compras no 1º dia no novo endereço funcionários
que
ajudaram na instalação do mercado.
O objetivo principal desta mudança de endereço,
neste momento foi, para que a cooperativa pudesse
reduzir os seus custos, não pagando aluguel e
também atender melhor os seus associados e demais
clientes.
A gerente do Supermercado Dirlaine Mumbach
convida a todos os associados e comunidade de
Cerro Largo, para realizarem suas compras de
supermercado na cooperativa e aproveitar as ofertas
Abertura oficial teve benção do Supermercado de inauguração.
Supermercados COTRISA realizaram o primeiro e
segundo sorteios da promoção de Vale-compras
Nos dias 2 de agosto e primeiro de setembro todos
os Supermercados COTRISA, realizaram os dois
primeiros sorteios da promoção, Vale-compras”. A
promoção iniciou no dia primeiro de julho e se
estenderá até o final de setembro. Neste sentido,
como estão programados três sorteios no dia primeiro
de outubro acontecerá o último.
Para este último sorteio, programado para primeiro
de outubro vão participar todos aqueles que forem
realizar suas compras nos supermercados da
cooperativa durante este mês de setembro. Cada R$
30,00 em compras dá direito a um cupom para
concorrer aos vale-compras de R$ 150,00 que cada
um dos supermercados irá sortear.
Neste sentido, a COTRISA reforça o convite para
continuarem comprando, pois quanto mais cupons
mais chances de ganhar.
Ganhadores do 1º sorteio
Os ganhadores do primeiro sorteio realizado no
dia 2 de agosto foram: São Miguel das Missões:
Misteli Cristina Lausch e Evanir Dutra; Catuípe:
Elizete Forgiarini, Carla Dalla Rosa e Clemente Adão
Piekas; Entre-Ijuis: Ademar Heldt, Nilceu Scheffer
e José Inácio Martins de Mello; Coimbra: Georgina
Zucolotto da Silva e Janete A. Maciel; São Paulo
das Missões: Ilário Griep e Wendelino Bremm;
Roque Gonzales: Maria Mates e Juarez dos Santos
Machado; Mato Queimado: Antônio Neuberger e
Arsenio Neuberger; Guarani das Missões:
Teresinha M. Stolarski e Karem Teichmann; Vitória
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das Missões: Amauri dos Santos e Gelson Resener;
Cerro Largo: Carmem I.Godois e Marta J.Weiler;
Caibaté: Adelar Zago e Maria Candida Machado
Santos; São Pedro do Butiá: Pedro Seibert e
Patricia de Mattos; Santo Ângelo – Rua Conde
de Porto Alegre: Mateus S. Machado, Natalia B.
da Luz e Eli R. Zimermann; Eugênio de Castro:
Rosa Deonira Mattana e Rosane Heuser Schneid;
Santo Ângelo – rua Florêncio de Abreu: Alcinda
de Souza Garcia e Alfredo Antunes.
Flores e Daniel Miron; São Paulo das Missões:
Quirino Staudt Marschall e Ivo Kuhn; Roque
Gonzales: Gilberto Konzen e Enzo Schneider; Mato
Queimado: Antônio Birck e Nerice Birck; Guarani
das Missões: Iolanda Kowalski Jabelufa e Marcos
J. Kwiatkowski; Vitória das Missões: Ademar Falk
e Nelson Barrichello; Cerro Largo: Francieli Hoffmann
e Mauro Hermeto Hoff; Caibaté: Paulo Freiberger e
Larissa Batista; São Pedro do Butiá: Rita Vogel e
Romaldo Seibert; Santo Ângelo – Rua Conde de
Porto Alegre: Luis Guilherme E. Vieira, Anna Fuber e
Tarcisio Cardoso Mendes; Eugênio de Castro: Sérgio
Bruinsma e Edgar Rodrigues de Siqueira; Santo
Ângelo, rua Florêncio de Abreu: Ema Donadel, Eno
Teloeken e Vilmar Braatz.
.
Sorteios foram realizados com a presença de clientes
GANHADORES DO 2º SORTEIO
Os ganhadores do segundo sorteio realizado no
dia 1º de setembro foram: São Miguel das
Missões: Marcelo Andretta e Marcelino Diniz
Lopes; Catuípe: Orlando Rubem da Rosa, Rayana
Zimmermann e Cleonir Terezinha Dalla Rosa; EntreIjuis: Maria Isabel Reis, Lindonia de Oliveira
Matana e Marta Bonol; Coimbra: Ana Paula
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Rádio Águas Claras transmitiu o sorteio em Catuípe
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Julho/Agosto 2010
COTRISA
Coletor de Polens já está na URI
Equipamento é uma reivindicação dos alérgicos
Agricultores também serão beneficiados com a coleta
Já está na URI Santo Ângelo desde junho o
equipamento Coletor de Polens adquirido com
intermediação da URI e apoio financeiro da
Prefeitura de Santo Ângelo, COTRISA, do
Sindicato Rural, da Unimed Missões,
Associação Médica e Cartório Lago Pinto que
patrocinaram o valor de R$ 17 mil reias
correspondentes à compra do equipamento.
Esse equipamento foi adquirido graças ao
empenho da Associação Missioneira de
Alérgicos na campanha de arrecadação de
recursos.
Essa é uma reivindicação antiga dos alérgicos
e tem o apoio da Universidade, por meio do
Departamento de Ciências Biológicas onde foi
desenvolvido o projeto sobre “Avaliação da
Dispersão Polínica do Ar na Cidade de Santo
Ângelo”. O projeto é coordenado pela
professora mestre Núbia Weber Freitas e conta
com a participação dos professores Drª Nilvane
Ghellar Müller, Ms. Letícia Matter e Ms.Tiago
Bittencourt de Oliveira.
O aparelho, segundo Núbia Freitas, será
instalado na zona urbana de Santo Ângelo,
ficando sob a responsabilidade do Departamento
de Ciências Biológicas da URI e servirá para a
realização da coleta dos polens e outros
microorganismos presentes no ambiente. Pela
análise desse material será possível constatar os
tipos de polens alérgicos e os períodos de
elevação do nível desses materiais no ambiente.
Através da verificação polínica do ar poderá
ser prevista a concentração de polens com dados
para o dia seguinte, explicou Núbia. Assim, os
pacientes poderão saber a quantidade de polens
alergógenos e usar a prevenção ou medicação
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Aparelho servirá para coletar polens e outros microorcanismos
antes de se tornarem sintomáticos. A
professora esclarece ainda, que após um ano
de estudos completará o período da formação
do calendário para possível previsão de picos
polínicos, enfatizando com isso que essa é uma
pesquisa morosa que não trará resultados imediatos.
Outros beneficiados com o Coletor serão os agricultores, pois o
aparelho
coleta
também fungos microscópicos
que
podem causar doenças na lavoura, como
por exemplo, as
ferrugens.
As linhas de
atuação do referido
departamento nessa
pesquisa conta com
uma parceria firmada
com a Universidade
de Caxias do Sul que
já vem desenvolvendo
um trabalho nessa
área através da
professora Sandra
Vergamini
A URI – campus
de Santo Ângelo –,
através dos cursos de
Ciências Biológicas e
Farmácia, está engajada na implementação da Central de
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Aerobiologia em nosso município. O coletor de
polens está sendo testado pela equipe de
professores da URI e sua instalação definitiva
deverá ocorrer em setembro, nas instalações do
Hotel Maerklin, no centro da cidade.
Assessoria de Comunicação e Marketing da URI
Jornalista – Michele Guma
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Julho/Agosto 2010
COTRISA
Determinação laboratorial dos componentes do leite
João W. Dürr, Roberto S. Fontaneli e Darlene V. Moro
Centro de Pesquisas em Alimentação Faculdade de Agronomia e Veterinária Universidade de Passo Fundo
A COMPOSIÇÃO DO LEITE
Os componentes naturais do leite podem ser classificados
como principais e secundários quanto a sua contribuição por
unidade de massa. Os constituintes principais são a água, a
gordura, as proteínas e a lactose, enquanto os constituintes
secundários englobam basicamente minerais e vitaminas. Os
principais fatores que afetam a composição natural do leite
são a dieta, a constituição genética, a estação do ano, o estágio
de lactação, o manejo da ordenha e a sanidade (Dürr et al.,
2000).
O acompanhamento da composição do leite cru é de grande
importância por três motivos:
(a) avaliação da dieta e do metabolismo das vacas em
lactação; (b) classificação do leite pelo seu valor como matéria
prima para a indústria processadora; e (c) verificação da
integridade do leite quanto a adição ou retirada de
componentes.
O objetivo do presente artigo é discutir o impacto da
amostragem e da manipulação da amostra de leite para a análise
de componentes, registrar rapidamente os principais métodos
de análise utilizados para cada componente e relacionar
algumas determinações laboratoriais complementares que
facilitam a interpretação das análises de composição do leite.
O IMPACTO DAAMOSTRAGEM
Em um programa de monitoramento dos componentes do
leite, as técnicas de coleta, conservação e transporte de
amostras podem vir a comprometer todo o esforço e
investimento realizados caso não sejam administradas de forma
correta. Os resultados de análise laboratorial de uma amostra
de leite vão ser tão confiáveis quanto for a qualidade da amostra
que chega ao laboratório, o que justifica o estudo dos fatores
que afetam a amostragem do leite.
A PESSOA RESPONSÁVEL PELAAMOSTRAGEM
A primeira dificuldade está em definir a pessoa responsável
pela amostragem do leite. Em
amostragens associadas ao controle leiteiro do rebanho,
onde o leite de cada vaca em lactação é amostrado para fins de
manejo, geralmente o próprio responsável pela ordenha pode
ser treinado e geralmente exerce bem esta atividade.
As dificuldades aumentam em rebanhos grandes, com três
ordenhas diárias, onde mais de uma equipe de ordenha tem
que se envolver na amostragem. Nesses casos, e nos rebanhos
com controle oficial das associações de raça, a única saída é
trabalhar com um controlador que não faça parte da equipe de
ordenha.
A amostragem do leite de tanques refrigeradores, contudo,
constitui-se no grande desafio para os programas de
monitoramento da qualidade do leite cru. Na maioria dos
países, o responsável pela amostragem é o próprio
transportador, o qual assume a responsabilidade pela qualidade
do leite assim que o leite é transferido para o caminhão-tanque
(excetuando-se problemas que não podem ser avaliados no
momento da amostragem, como resíduos de antibióticos, por
exemplo). No Brasil, esta prática esbarra em uma série de
problemas: devido à pequena escala de produção, um mesmo
transportador tem que recolher o leite de até cem (100) rebanhos
em um mesmo dia, o que dificulta em muito a aplicação de uma
metodologia de amostragem adequada. O nível cultural dos
transportadores em muitas regiões compromete inclusive a
sua consciência quanto à importância da qualidade do leite, e
conseqüentemente gera resistências à incorporação das
práticas de amostragem recomendadas na rotina de coleta do
leite. Os próprios caminhões-tanque fabricados no país não
possuem artefatos automatizados para a amostragem nem
compartimentos adequados para o transporte refrigerado das
amostras.
De qualquer forma, um programa de qualidade do leite deve
investir no treinamento e no
acompanhamento permanente dos responsáveis pela
amostragem do leite, sob pena de ver comprometido todo o
esforço empreendido no planejamento, na implantação e na
condução do programa.
A HOMOGENEIZAÇÃO DO LEITE
Em função do tamanho das partículas e de suas
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5
propriedades químicas, os componentes do leite apresentamse como uma mistura heterogênea em água: as micelas de
caseína, que constituem a principal proteína do leite,
encontram-se em suspensão coloidal na água; a lactose, as
proteínas hidrossolúveis, os sais minerais e as vitaminas
encontram-se dissolvidas na água; e os glóbulos de gordura
e as vitaminas lipossolúveis encontram-se em suspensão na
água. Isto faz com que o leite não seja um líquido uniforme,
especialmente quando armazenado a baixas temperaturas e
sem um sistema de homogeneização eficiente.
Por estarem suspensos na água e por apresentarem uma
densidade inferior a da água, os glóbulos de gordura irão
concentrar-se na camada superior da massa de leite resfriado,
sendo necessário homogeneizar constantemente o leite para
se evitar a formação de uma camada espessa de gordura que
dificilmente será rompida manualmente. Assim sendo, fica
evidente a importância da homogeneização do leite
refrigerado antes de se proceder a amostragem do mesmo
com a finalidade de se determinar a sua composição. Em
estudo realizado por Favreto (2001), o leite de cinco vacas foi
coletado e refrigerado separadamente por 24 horas,
procedendo-se então a amostragem das porções inferior e
superior da massa de leite antes da homogeneização,
similarmente ao que ocorre na amostragem de tanques
refrigeradores a granel quando a amostra é obtida pela
torneira de esgotamento ou quando retirada da camada
superior com o auxílio de uma concha.
Os demais componentes do leite não são tão afetados
pela falta de homogeneização do leite quanto a gordura, o
que torna este componente o principal indicador de problemas
de amostragem do leite. Recomenda-se que quaisquer
resultados de análise com teores de gordura abaixo de 2% ou
acima de 5% (rebanhos cuja base genética é a raça Holandesa)
devam ser descartados e repetidos.
VARIAÇÃO AO LONGO DA ORDENHA
Outro fato bastante conhecido que afeta a amostragem
do leite de vacas individuais é que o primeiro leite removido
do úbere contém muito menos gordura (1 a 2%) do que o leite
removido ao 24 término do processo de ordenha (7 a 9%). Os
glóbulos de gordura podem agregar-se nos alvéolos, o que
retarda a sua passagem para o teto, enquanto que a porção
fluida passa mais prontamente. Isto implica dizer que a
avaliação da composição do leite produzido por uma vaca
deve ser baseada em amostras retiradas após a ordenha
completa da vaca ou através de amostradores acoplados ao
conjunto de ordenha que coletem alíquotas de leite das várias
fases da ordenha.
Muitos produtores também ignoram ou esquecem o fato
de que a composição do leite varia significativamente entre
ordenhas realizadas no mesmo dia, principalmente em função
do intervalo entre ordenhas não ser uniforme para todas as
vacas, o que torna necessário compor amostras com iguais
alíquotas das 2 ou 3 ordenhas realizadas ao longo de 24 horas
para que se obtenha amostras representativas da composição
do leite de cada vaca.
É importante salientar que a amostragem do leite de
animais individuais não deve alterar muito a rotina de ordenha
do rebanho, o que pode provocar descargas de adrenalina
nas vacas e a conseqüente inibição do estímulo da ocitocina,
fenômeno conhecido por “retenção do leite”. O leite retido
no úbere é justamente o mais rico em gordura, fazendo com
que a análise da composição do leite obtido de uma vaca
estressada seja de pouco valor para se avaliar o seu estado
nutricional.
TEMPERATURADE
ARMAZENAMENTO DAAMOSTRA
O leite é um alimento altamente perecível e a degradação
microbiológica do mesmo começa a ocorrer a partir do
momento em que se procede a ordenha. Todo o esforço que
se faz para que o leite seja obtido com o máximo de higiene
para reduzir a contaminação e conservado a baixas
temperaturas a fim de inibir o crescimento dos microrganismos
que degradam o leite é igualmente válido para as amostras de
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leite enviadas para análise laboratorial.
Como forma de se prevenir a ação dos microrganismos
sobre as amostras de leite, o uso de conservantes químicos
se tornou rotina, especialmente nas amostras destinadas à
análise de composição e contagem de células somáticas. uos.
A eficácia destes conservantes, contudo, é dependente da
temperatura a que as amostras de leite são submetidas desde
a coleta até a chegada ao laboratório. Muitas amostras, mesmo
contendo conservante, chegam ao laboratório coaguladas,
especialmente em épocas de altas temperaturas. Em função
do exposto acima, recomenda-se que todas as amostras de
leite (mesmo com conservante) permaneçam refrigeradas (4
C) desde a coleta até a chegada ao laboratório através do uso
de caixas o térmicas apropriadas.
MÉTODOS DE ANÁLESE
O monitoramento da composição do leite é uma ferramenta
de manejo imprescindível para rebanhos leiteiros
especializados que queiram fazer uso dos avanços mais
recentes em nutrição e metabolismo de ruminantes. Entre as
metodologias, a determinação da composição através da
tecnologia do infravermelho é a mais rápida, barata e confiável
para o acompanhamento rotineiro do leite. O que parece não
ser totalmente satisfatório é a determinação da proteína total,
uma vez que o que é realmente determinado são os
componentes nitrogenados totais, onde incluem-se a caseína,
as proteínas do soro e a porção chamada de nitrogênio não
protéico. A medida em que se altera a dieta e o metabolismo
da vaca, as diferentes frações que compõe a proteína total
são alteradas também, e o conhecimento desta dinâmica é
justamente o dado que interessa ao nutricionista.
Do ponto de vista do valor industrial do leite, o teor de
caseína é a informação mais relevante para a estimativa do
rendimento na fabricação de lácteos como o queijo. O
percentual de caseína no leite, contudo, não pode ser obtido
pelo método do infravermelho, o que inviabiliza sua
determinação em grande escala.
A porção da proteína total que conta hoje com um método
rápido de determinação é a uréia, principal componente do
nitrogênio não protéico do leite. O monitoramento do teor de
uréia no leite vem ganhando muita atenção pela sua relação
com o metabolismo do nitrogênio e suas conseqüências no
desempenho reprodutivo das vacas leiteiras.
ANÁLISES COMPLEMENTARES
Muitas vezes a interpretação de análises da composição
do leite depende de outras características do leite que podem
afetar tanto o processo de secreção como a integridade do
leite já ordenhado. Além da óbvia alteração da composição
do leite em função da adição de água, do desnate, da
adulteração com substâncias reconstituintes ou redutoras, e
da degradação pela ação de microrganismos, a análise
laboratorial do leite que melhor complementa a determinação
dos componentes é a contagem de células somáticas no leite
(CCS).
A CCS é realizada rotineiramente nas mesmas amostras de
leite destinadas à determinação dos componentes, e constituise basicamente de células de origem leucocitária que estão
presentes no leite. Aumentos no número de células presentes
no leite indicam que a glândula mamária está passando por
um processo inflamatório de maior ou menor intensidade.
Assim sendo, a CCS no leite é um indicador da ocorrência e
da prevalência de mastite nos rebanhos leiteiros.
A inflamação da glândula mamária reduz a síntese de
gordura, caseína e lactose, reduz os teores médios de cálcio e
potássio, aumenta a passagem do sangue para o leite das
seroproteínas, das albuminas, do sódio e do cloro. De todas
estas mudanças, facilmente passa despercebida a mudança
qualitativa que a mastite opera nas proteínas do leite: a redução
da caseína é compensada pelo aumento nas proteínas
provenientes do sangue, fazendo com que a alteração no teor
de proteína total seja mínimo. Em resumo, análises da
composição do leite devem ser interpretadas com cuidado
sempre que o leite apresentar alta CCS.
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Julho/Agosto 2010
COTRISA
Planejando o próximo plantio da soja
em busca de melhores resultados
Eng.º Agr.º João Vítor Buratti - DETEC - COTRISA
A COTRISA sempre busca melhores resultados
econômicos nas atividades desenvolvidas pelos seus
associados. Neste sentido a cultura da soja merece
atenção especial, pois é a cultura com maior área de
cultivo em nossa região, gerando renda para o produtor
rural, podendo este atender suas expectativas na
propriedade. A soja necessita se desenvolver bem em
todas as suas fases: germinar (nascer), desenvolverse vegetativamente (crescer), atingir a maturidade,
florescer e produzir grãos. Para isso, necessita estar
bem alimentada, com saúde, livre de doenças e
protegida contra as pragas e invasoras, que possam
atacar e diminuir a produção de grãos. Portanto, para
que a soja seja cultivada de forma adequada deve ser
realizado um sistema de plantio eficiente. O sistema
de plantio direto deve estar consorciado à rotação de
culturas (aveia/soja, trigo/soja e ervilhaca/milho),
promovendo uma cobertura ideal do solo e demais
benefícios tanto para o meio ambiente, quanto para
os sistemas de cultivo, neste caso, a soja.
CALAGEM E ADUBAÇÃO
NA CULTURA DA SOJA
A calagem e adubação devem ser realizadas
de acordo com a recomendação da análise de solo. A
calagem objetiva reduzir a acidez do solo através da
aplicação de corretivos de acidez (calcário por
exemplo), sendo que o pH em água adequado para a
cultura fica próximo a 6,0.
Em relação à adubação nitrogenada pesquisas
indicam que não há necessidade de aplicação deste
nutriente para a cultura, ou seja, a demanda de
nitrogênio (N) é suprida pelo solo e pela simbiose da
planta com o rizóbio específico já existente no solo ou
fornecido mediante a inoculação das sementes. Sendo
assim destaca-se a importância de o sojicultor realizar
a inoculação de sementes de soja e aplicação de
molibdênio, via tratamento de semente ou parte aérea,
pois o mesmo tem a participação na fixação do
nitrogênio do ar durante o seu desenvolvimento. As
quantidades de fósforo e potássio variam em função
dos teores desses nutrientes no solo, indicadas através
da análise de solo, sendo os principais sintomas de
deficiência a redução da taxa de crescimento da planta
com consequente redução de produ-tividade. Cabe
des-tacar a importância da realização da análise de
solo, sendo que hoje existe uma inovação tecnológica
por parte da fertilidade do solo, que é a agricultura de
precisão, onde a COTRISA disponi-biliza este serviço
ao seu quadro social. Esta tecnologia permite aplicar
corretivos e fertilizantes no local específico, na
quantidade e no momento correto produzindo
rendimentos satisfatórios, principalmente para a cultura
da soja com custos reduzidos de produção.
MANEJO DAS CULTIVARES DE SOJA
As cultivares de soja indicadas para o cultivo
na região de ação da Cooperativa, apresentam
características específicas, onde o produtor ao planejar
sua lavoura deve levar em conta as seguintes
características: ciclo, época de semeadura, tipo de
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crescimento, altura de
planta, acamamento,
enraizamento,
engalhamento e reação a
doenças e nematóide.
Outros fatores importantes
são os espaçamentos entre
fileiras, profundidade de
semeadura e densidade de
plantas. Lavoura com
exageradas população de
plantas, perderá em
produtividade, devido a
maior competição por
água, luz e nutriente,
favorecendo
o
acamamento e reduz a Uso de teconologia é fundamental na implantação da lavoura
eficiência no manejo se doenças e pragas. Nesta safra origem a uma nova planta deve passar por tratamento
de soja 2010/2011, está previsto deficiência hídrica com fungicidas e inseticidas eficientes, desta forma a
em alguns períodos. Para amenizar este problema é planta está protegida desde os primeiras fazes de seu
de fundamental importância utilizar bioatividades de desenvolvimento contra os principais fungos e insetos
raízes, para aumentar o enraizamento da soja. As que prejudicam a emergência e desenvolvimento da
cultivares de soja possuem potencial máximo de cultura em suas fazes iniciais. Em relação ao tratamento
rendimento quando as condições ambientais e de
químico da parte aérea para as principais doenças
manejo apresentam-se favoráveis.
fúngicas (oídio, ferrugem asiática e doenças de final
de ciclo) o mesmo deve ser realizado preventivamente
CONTROLE DE PLANTAS INVASORAS
O controle de plantas invasoras através do . Considerando que a ocorrência destas doenças,
uso contínuo de um mesmo mecanismo de ação está principalmente a ferrugem asiática é favorecida através
promovendo a resistência de deter-minadas de temperaturas entre 19 e 24 ºC, e um período de
invasoras, como é o caso de leiteira, poaia, corriola, molhamento foliar de no mínimo 6 horas. O
trapoeraba, azevém e a buva. A buva é a espécie monitoramento da cultura é fundamental, com o auxílio
que tem aumentado sua população nas áreas de da assistência técnica, sendo que deve ser mais
cultivo da soja, provocando redução significativa na freqüente a partir do florescimento.
produção de grãos da cultura. Através da resistência
ao Glifosato, tornando difícil seu manejo. Desta
ORIENTAÇÕES GERAIS
forma, devem ser realizadas medidas preventivas de
No entanto destacamos a importância do
controle desta invasora com herbicidas específicos, associado realizar o planejamento da cultura da soja,
principalmente nas culturas de inverno ou na
buscando informações através da assistência técnica
dessecação da pré-semeadura, pois a eficiência de
da COTRISA, e também adquirindo insumos de
controle torna-se prejudicada quando a cultura da
qualidade para a sua lavoura. Possibilitando assim
soja já estiver implantada. É importante ressaltar para
o associado, que o manejo deve ser realizado em maior resultado econômicos para a sua propriedade.
estágios inicias das plantas
invasoras e da soja,
mantendo assim a cultura
livre de competição.
MANEJO DE
DOENÇAS E
PRAGAS
O manejo de
doenças inicia-se com a
escolha de cultivares
resistentes e rotação de
culturas, evitando assim
determinadas doenças que
atingem principalmente o
sistema radicular da soja.
Para que a cultura seja
implantada de forma ideal,
a semente que irá dar
Planejamento do plantio da soja resulta em resultado econômico
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COTRISA
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Julho/Agosto 2010
COTRISA
Dia de Campo sobre cana-de-açúcar
foi realizado no mês de julho em Santo
Ângelo
Produtores de Santo Ângelo e região participaram
no mês de julho de um importante Dia de Campo sobre
cana-de-açúcar, onde tiveram aprendizado sobre 16
cultivares, suas qualidades, problemas e riscos. O Dia
de Campo foi organizado pela Secretaria Municipal
de Agricultura de Santo Ângelo e diversas entidades
do município e realizado no Centro de Atividades
Agrícolas e Florestais, que era da COTRISA na ERS218.
A lavoura demonstrativa foi instalada em agosto
de 2008 na oportunidade diversos produtores
estiveram presentes e já receberam informações e
orientação técnicas sobre as variedades de cana que
foram plantadas e a forma de como elas devem ser
plantas.
As variedades plantas e apresentadas no Dia de
Campo já foram também testadas em municípios da
região, como Porto Xavier e São Luiz Gonzaga.
Primeiramente, os agricultores presentes tiveram uma
apresentação geral sobre as espécies, onde o técnico
agrícola da Secretaria Municipal de Agricultura, Fábio
Gonzatto, mostrou vantagens e desvantagens de cada
variedade e sua melhor utilização para determinado
fim. Algumas variedades, por exemplo, são melhor
aproveitadas na produção de melado e derivados e
outras, para produção de etanol e cachaça.
“O objetivo é trazermos cultivares que melhor se
adaptem ao clima e solo do município”, destaca o
secretário de Agricultura Diomar Formenton, que
acompanhou o evento. Ele destacou, na oportunidade,
as maiores utilizações da cana-de-açúcar no município:
“É principalmente para o consumo, produção de
melado e alimentação do gado”.
Fábio Gonzatto, da Semagri, explicou que a
toneladas/ha, como a Tucumã 69/2, a Pingo de Mel,
IAC 87 3396, IAC 82 2045 e RB 72 454”, destaca.
PRODUÇÃO DE MELADO
Participaram do encontro, principalmente
agricultores que já produzem cana-de-açúcar, com
diferentes finalidades. Um desses agricultores é Dionísio
Julio Kotelewski, morador da Linha Independência e
integrante da Associação Independência Viva. Ele conta
que produz quatro variedades de cana há dez anos,
desde o início da associação, em um total de cinco
Lavoura demonstrativa foi implantada em 2008
estimativa é de que em Santo Ângelo sejam plantados
400 hectares de cana-de-açúcar, divididos em
pequenas propriedades. “Queremos incrementar essa
área, trazer cultivares com melhor qualidade genética”,
destacou o técnico, ao afirmar que a produtividade
média por hectare é de 50 toneladas de cana-deaçúcar. “Porém, há cultivares que ultrapassam as 100
Dezesseis variedades foram implantadas
hectares. “Essa cana vai para os animais, para a
produção de açúcar mascavo, melado, rapadura e até
schmier”, disse o agricultor, que entrega a produção
ao Programa de Aquisição de Alimentos, mercados
da cidade e venda para os vizinhos. Ele vê como bom
o encontro, por apresentar novas variedades de cana,
mas diz que está satisfeito com as que planta. “A
produção da cana dá parte do sustento de cinco
Participantes observaram as variedades que defamílias”, destaca.
monstram melhores resultados
Buva e ervas daninhas resistentes ao glifosato
tiram o sono de produtores e empresas
Há algum tempo, uma erva daninha tira o sono dos produtores de soja
do Brasil e, sobretudo, as empresas de defensivos agrícolas. A buva é
hoje, a principal preocupação que acomete a lavoura de soja, seja pelos
danos provocados à semente ou pela sua resistência aos herbicidas.
A erva rouba luz, água, nutrientes e ainda impede o desenvolvimento
da soja. Segundo especialistas, um único pé de buva produz até 60 mil
sementes. E ela é 2.000 mil vezes mais leve que a semente de soja, uma
espécie de pluma, facilmente espalhada pelo vento.
O grande problema é que há cerca de quatro anos, a buva era facilmente
eliminada pelo glifosato. Porém, o gene do vegetal sofreu mutações e
agora resiste ao produto. O assunto foi notícia recente nos jornais “The
New York Times” e “The Wall Street Journal”, que falou sobre o aumento
de ervas daninhas super-resistentes nos EUA, entre elas a buva. É
necessário combinar dois ou até três herbicidas para contê-las.
Entre as formas de combatê-la o produtor usa uma combinação de
várias metodologias como no inverno o cultivo de aveia, trigo ou azevém
para fazer com que as sementes não possam nascer e desta forma formar
uma camada de palha sobre o solo para abafar a buva.
As empresas de defensivos agrícolas estão empenhadas em descobrir
meios de combater a buva, mas ainda não conseguiram desenvolver um
produto que resolva em definitivo o problema. Segundo técnicos, existem
herbicidas mais fortes para combatê-la, mas eles têm restrições de uso. A
biotecnologia é outra área de estudos para achar uma saída no controle
Um único pé de buva produz até 60 mil sementes
da buva.
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COTRISA
Plantio Direto na Palha e passivo ambiental
A expansão de 1,1 milhão de hectares por ano e a
correta aplicação dos princípios da técnica de Plantio
Direto na Palha (PDP) podem fazer com que em um
prazo máximo de 50 anos o Brasil consiga recuperar o
passivo ambiental acumulado nos últimos duzentos anos
de exploração do solo para a agricultura e pecuária em
larga escala.
A possibilidade foi anunciada durante o primeiro dia
do 12.º Encontro Nacional de Plantio Direto, que
aconteceu em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado.
O que inicialmente já sinalizava
como perspectiva otimista está
ganhando um novo fôlego. Pesquisas
anteriores apontavam que a
quantidade de gás carbônico (CO²)
sequestrado poderia chegar a 12,65
milhões de toneladas em dez anos.
Análises mais atuais elevam a
previsão para mais de 46 milhões de
toneladas de CO² sequestrado no
mesmo período. O saldo maior está
sendo alcançado nas plantações do
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
São Paulo, seguidas do Paraná,
influenciado principalmente pelo
clima. Desempenho melhor se
observa quando a rotação de
culturas é efetiva e pior quando
predomina o cultivo exclusivo de
soja.
Os resultados são baseados em
pesquisas realizadas nas últimas
duas décadas em diferentes regiões,
principalmente nos estados do Sul e
Centro-Oeste do país. Com cerca
de 25 milhões de hectares de terras
cultivadas pelo sistema de PDP, o
Brasil tem perfeitas condições de
atingir suas metas de redução na
emissão de carbono sem que
interfira nos processos industriais e
econômicos, aponta o professor do
Departa-mento de Ciência do Solo
e Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Ponta Grossa João
Carlos de Moraes Sá.
“Se
levarmos
esse
conhecimento para o campo, com
o propósito de simplesmente
convencer os agricultores de que é
uma técnica interessante e
ambientalmente viável, a adesão
provavelmente será mínima. Mas,
se mostrarmos que as vantagens
podem ser muito maiores também
em relação à produtividade e à
economia com insumos agrícolas,
podemos ter um novo panorama em
um curto espaço de tempo”,
compara Sá. Quanto aos índices de
sequestro de carbono, os
resultados, assegura, seriam
semelhantes aos obtidos em regiões
de florestas.
Diferente dos sistemas
convencionais, que somam elevadas
perdas de matéria orgânica, o PDP
– com a intervenção mínima do solo
e a cobertura da palhada – ajuda a
manter as qualidades do terreno.
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Segundo o pesquisador do Centro de Energia Nuclear
na Agricultura da Universidade de São Paulo (USP)
Carlos Clemente Cerri, quando o solo é revolvido, os
microorganismos presentes são ativados em contato com
o oxigênio e resultam em gases de efeito estufa. “No
plantio direto, o fenômeno é contrário, além de aumentar
o estoque de carbono no solo, sequestrando uma parcela
importante do que seria lançado na atmosfera.”
Mas, para que os bons resultados sejam alcançados
no prazo de 50 anos, os pesquisadores lembram que
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Fonte: Gazeta do Povo
além da expansão da técnica a áreas que ainda não
adotam o sistema, o respeito aos princípios básicos –
como o mínimo revolvimento do solo, a manutenção
permanente, quantidade e qualidade da palhada e a
rotação de culturas – são essenciais. “Quando isso tudo
não é levado em conta ou certas adequações não são
acompanhadas devidamente, fica impossível garantir as
vantagens do plantio direto, seja em termos econômicos
ou ambientais”, reforçou o pioneiro da técnica no Brasil
e no Paraná, Nonô Pereira.
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COTRISA
Terapia da vaca seca combate mastite
Doença é a que mais onera a produção leiteira
A mastite é a inflamação da glândula mamária que
se caracteriza por apresentar alterações patológicas
no tecido glandular e uma série de modificações físicoquímicas no leite. As transformações mais observadas
são: alteração de coloração, aparecimento de coágulos
e presença de grande número de leucócitos.
Segundo pesquisas, a perda econômica causada
pela mastite subclínica em propriedades leiteiras
produtoras de leite tipo B e C, com produção média
de 28.000 litros por mês por propriedade, foi de 4.800
litros por mês por propriedade (17% da produção),
ou seja 300 milhões de litros por ano, considerando
uma produção do Estado de São Paulo da ordem de
1,9 bilhão de litros por ano.
Essa doença pode ser de origem tóxica, traumática,
alérgica, metabólica e principalmente infecciosa por
bactérias, fungos, algas e vírus. No período seco, o
agente mais comum é o Streptococcus sp, pois nessa
fase a exposição aos patógenos ambientais é maior
devido à descontinuidade da ordenha. Alojamentos
inadequados, altas temperaturas e umidade, além do
acúmulo de lama e esterco são fatores que
predispõem os animais a essa enfermidade.
A terapia da vaca seca tem como objetivo tratar
as infecções subclínicas adquiridas durante a lactação
Kim Danshi Higuti – assistente técnico de produtos da Ourofino
Colaboração: Daniela Miyasaka – gerente técnica da Ourofino
e evitar novas infecções durante o período seco no
qual ocorre uma redução na capacidade de resposta
imunológica do animal devido à proximidade do
parto, segundo pesquisador Mendonça (2009).
A terapia da vaca seca consiste primeiramente em
fazer a secagem correta do animal (45 a 60 dias préparto).Após a última ordenha deve-se fazer o
tratamento intramamário em todos os quartos do
animal, em dose única. O Mastifin Vaca Seca é um
antibiótico de alta concentração, com ótima dispersão
na glândula mamária e lenta absorção, permaneça na
glândula por um período aproximado de 28 dias, o
que acarreta uma maior taxa de cura e melhor infecções intramamárias são estabelecidas durante as
proteção contra os agentes infecciosos. A higiene no duas primeiras semanas do período seco, 16% dos
momento do tratamento é fundamental.
quartos mamários se tornam infectados nessa fase. O
De acordo com os estudos de Santo e Fonseca tratamento da vaca seca pode resultar em taxa de cura
(2007), dentre as principais vantagens do tratamento de infecções subclínicas de cerca de 70 a 98%,
da vaca seca destacam-se: maior taxa de cura do podendo ocorrer variação em função do
que na lactação; possibilidade de usar maiores microorganismo causador.
concentrações de antibióticos; redução de novas
Portanto, devido ao sucesso da terapia da vaca seca
infecções no período (50 a 75% de redução); e a relação custo-benefício favorável, essa prática deve
possibilidade de regeneração do tecido lesado antes ser adotada para um eficiente controle da mastite
do parto; redução da mastite clínica nas primeiras bovina.
semanas após o parto e menor risco de resíduos de
Fonte: Notícias Ourofino – Ano II – Março/
antibióticos no leite. Cerca de 40% das novas Abril de 2010 – nº 6
Corrida para alimentar o mundo
Terceiro maior exportador de alimentos, o Brasil
desponta como celeiro do mundo. É apontado pela
Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO) como maior protagonista na
corrida para alimentar a crescente população mundial.
Possui custos competitivos e pelo menos 40
milhões de hectares de pastagens “desocupadas”, que
podem ser rapidamente transformadas em lavouras.
Mas, para vencer o desafio, terá que enfrentar um
concorrente de peso, os Estados Unidos. Além de
produzir e exportar mais, o país norte-americano tem
conseguido avanço maior, proporcionalmente, do que
o Brasil no mercado internacional.
É o que mostram os dados do primeiro semestre
de 2010. Na comparação com os primeiros seis
meses de 2009, as exportações agrícolas cresceram
10% no Brasil e 13% nos EUA.
O agronegócio brasileiro faturou US$ 35 bilhões
entre janeiro e junho. No mesmo período, a receita
norte-americana foi de US$ 53,3 bilhões, quantia
semelhante à que o Brasil exportou em todo o ano
passado.
Em 2009, ano de crise, os embarques do
agronegócio brasileiro somaram US$ 64,8 bilhões,
10% menos do que no ano anterior.
Em 2010, mantido o mesmo ritmo no segundo
semestre, o setor irá recuperar o terreno perdido e se
aproximar do recorde de 2008, quando as
exportações agropecuárias somaram US$ 71,8
bilhões.
Desempenho similar é esperado nos EUA. Abalado
pela crise, o agronegócio norte-americano exportou
16% menos no ano passado (US$ 96,6 bilhões).
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Agora, se recupera e quer repetir a façanha de
2008, fechando 2010 com faturamento de três dígitos.
A previsão do USDA, o departamento de
agricultura do país, é que os embarques do setor
rendam US$ 104,5 bilhões neste ano, US$ 8 bilhões
(7,7%) a mais que no ano passado.
Confirmada, será a segunda melhor marca da
história, atrás apenas dos US$ 115,3 bilhões de dois
anos atrás. Em cinco anos, a meta é se aproximar
dos US$ 200 bilhões.
As ações fazem parte da Iniciativa Nacional de
Exportação, plano anunciado em janeiro para tirar a
economia norte-americana da recessão.
Ambicioso, o projeto do presidente Barack
Obama promete dobrar as exportações e criar dois
bilhões de empregos nos EUA até 2014.
No mês passado, durante a apresentação do
primeiro relatório sobre o progresso da meta
anunciada em janeiro, Obama disse que o país está
no caminho certo para dobrar suas exportações nos
próximos cinco anos e destacou a importância do
agronegócio.
Apesar de ter fatia pequena das exportações totais
do país, o agronegócio é considerado uma peça
importante na ofensiva porque é um dos poucos
segmentos da economia norte-americana que têm
balanço comercial superavitário.
Segundo Obama, o aumento de 17% registrado
nas exportações (considerando apenas os primeiros
quatro meses do ano) foi puxado pelo agronegócio,
que ampliou seus embarques em 19% no período.
“Parte desse resultado, claro, é devido à
recuperação da economia após a crise”, ponderou o
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presidente. “Mas nós estamos trabalhando para
melhorar nossas exportações, eliminando barreiras
comerciais e pondo em prática normas comerciais.”
Para Ron Kirk, representante comercial norteamericano, o país “cumprirá facilmente a meta”.
O secretário da Agricultura dos EUA, Tom
Vilsack, informou que, para garantir o cumprimento
da meta, o USDA “está revisando sua estratégia de
exportação em um esforço de vender mais grãos,
carnes, lácteos e outros produtos agrícolas para os
mercados externos”.
A ideia é aumentar o foco em países específicos
ao invés de regiões maiores e traçar estratégias
individuais para ampliar as exportações para cada
mercado.
“Aumentar o comércio não só criará
oportunidades de renda para os produtores, mas
também empregos indiretos, que são críticos para
revitalizar a América rural”, declarou Vilsack.
Conforme levantamento do USDA, cada US$ 1
bilhão que o campo exporta sustenta entre 8 e 9 mil
empregos.
A cada dólar movimentado, o agronegócio injeta
na economia do país US$ 1,40 através de atividades
de apoio ao processo, como transporte, embalagem
e distribuição.
Se conseguir ampliar em US$ 8 bilhões as
exportações neste ano, como prevê o governo, ao
final de 2010 o agronegócio terá criado 72 mil novos
postos de trabalho e injetado US$ 11,2 trilhões na
economia norte-americana.
Fonte: Gazeta do Povo
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Julho/Agosto 2010
COTRISA
Código Florestal: a avaliação da OCB
(Organização das Cooperativas Brasileiras)
Está à disposição o documento elaborado pela
consultoria da Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB), que traz os principais pontos do
parecer aprovado na Comissão Especial que analisou
alterações no Código Florestal Brasileiro.
O documento foi elaborado pelo consultor
ambiental Leonardo Papp que acompanhou as
discussões no Congresso Nacional junto com a
Assessoria Parlamentar da OCB.
COMISSÃO ESPECIAL – RELATÓRIO
APROVADO (06/07/10)
PONTOS DESTACADOS
Definições:
a. Área rural consolidada: ocupação antrópica
consolidada até 22 de julho de 2008, com edificações,
benfeitorias e atividades agrossilvipastoris, admitidas
neste último caso a adoção do regime de pousio
b. Pequenas propriedades: imóvel rural com até
quatro módulos fiscais
Áreas de Preservação Permanente
a. As APP’s ao longo de cursos d’água passam a
ser definidas a partir do leito menor, assim entendido
o canal por onde correm regularmente as águas durante
o ano
b. Nos cursos d’água de até 5 metros, as APP’s
ficam reduzidas para 15 metros.
c. Topos de morro e áreas com altitudes superiores
a 1800 metros deixam não mais integram a lista dos
locais considerados APP’s
d. Reservatório de água com área de até 1 hectare
ficam dispensados da manutenção de APP
e. Fica esclarecido que as várzeas não são
consideradas APP’s fora dos limites previstos (15m,
30m, etc.), mas as atividades desenvolvidas nesses
locais devem às recomendações técnicas dos órgãos
oficiais
f. Estabelece a permissão ao acesso de pessoas e
animais em áreas de preservação permanente para
obtenção de água e realização de atividades de baixo
impacto ambiental
Reserva legal
a. As pequenas propriedades rurais ficam isentas
das obrigações relativas à Reserva Legal. Deverão ser
mantidos os remanescentes de vegetação existentes
nesses imóveis, se forem inferiores aos percentuais
exigidos (20%, 35% ou 80%) para Reserva Legal
b. Nas demais propriedades, os percentuais de
Reserva Legal somente são aplicados sobre a área
que exceder a 4 módulos fiscais nos imóveis
c. Para fins de recomposição da Reserva Legal,
devem ser aplicados os percentuais da legislação que
estava em vigor na época em que foi realizada a
supressão de vegetação, ainda que atualmente os
percentuais sejam maiores
d. É permitido computar as áreas de preservação
permanente para o cálculo da Reserva Legal
f. Pela primeira vez, é feita referência à possibilidade
de se instituírem Reservas Legais Coletivas
g. É admitida a exploração econômica das Reservas
Legais, mediante plano de manejo florestal sustentável
h. A recomposição da Reserva Legal terá prazo de
até 25 anos, sendo permitida o plantio de espécies
exóticas em até 50% da área
i. Ampliam-se as alternativas de compensação de
Reserva Legal fora da propriedade, admitindo-se a
utilização de áreas fora da bacia hidrográfica ou mesmo
do Estado (desde que seja o mesmo bioma), além de
permitir que os Estados criem fundos de regularização
fundiária de unidades de conservação como forma de
compensar obrigações relativas à Reserva Legal
j. Possibilita promover a retificação da averbação
da área de Reserva Legal
Programas de Regularização Ambiental
a. Programas que podem ser criados pelos
Estados no prazo de até 5 anos, para estabelecer
medidas de regularização ambiental
b. Até a promulgação do Programa de
Regularização será assegurado a manutenção das
atividades agropecuárias e florestais em áreas rurais
consolidadas, localizadas em áreas de preservação
permanente e reserva legal, sendo vedada sua
expansão
c. As multas referentes à supressão irregular de
vegetação em APP’s e RL’s ficam suspensas se o
proprietário inscrever a propriedade no cadastro
ambiental e não serão cobradas se forem cumpridas
as medidas indicadas no Plano de Regularização
d. O Programa de Regularização deverá prever a
recuperação de áreas de preservação permanente
considerando aspectos técnicos, sociais e
econômicos, podendo regularizar atividades em área
rural consolidada nas áreas de preservação
permanente
Instrumentos Econômicos para a Conservação
O poder público instituirá medidas indutoras e
linhas de financiamento para preservação e
recuperação ambiental.
O poder público manterá programas de pagamento
por serviços ambientais
Moratória no desmatamento
Pelo período de 5 anos, contados da data da
vigência da Lei, não será permitida a supressão de
florestas nativas para o estabelecimento de atividades
agropastoris, assegurada a manutenção das atividades
agropecuárias existentes em áreas convertidas antes
de 22 de julho de 2008.
Especialistas preveem
alta nos preços dos grãos
Apesar das previsões de safras recordes, os produtos
agrícolas devem ajudar a alimentar o rali das
commodities no médio e longo prazos, além de metais
básicos, como cobre, alumínio, e o petróleo, avaliam
especialistas no assunto.
Estados Unidos, Brasil e Argentina se deparam com
o desafio de ampliar a produção no ciclo 2010/11,
alcançando volumes ainda maiores que os recordes
da última safra. Essa produção, no entanto, parece
não ser suficiente para acumular estoques significativos.
“Vejo boas perspectivas para a soja e milho. Já o
petróleo está barato, mas deve manter sua tendência
de alta”, afirmou o diretor Jonathan Barratt, da
Commodity Broking Services (CBS). Para os
próximos 12 meses, Barratt estima que o trigo chegará
a ser negociado a US$ 9 por bushel (27,2 kg), o milho
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a US$ 5,50 por bushel (25,4 kg), a soja em US$
14,50 por bushel (27,2 kg), o açúcar a 22 cents por
libra peso.
O estrategista sênior da Lind-Waldock, Phillip Streible,
acredita que os preços de alimentos devem continuar
a subir no curto prazo por causa dos problemas de
oferta na Rússia, clima incerto nos EUA, além de
demanda forte por commodities agrícolas na Ásia.
“Vemos milho, soja e trigo subindo por esses fatores.”
Ele avalia que as commodities agrícolas não devem
ser afetadas pela desaceleração econômica esperada
para os próximos meses e estima que o açúcar, hoje
ao redor de 19 cents por libra peso, deve manter
cotação abaixo de 21 cents e acima de 17 cents nos
próximos meses.
Para o trigo, a expectativa é de acomodação de preços
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até o final deste ano. “O trigo deve ficar firme ao redor
de US$ 6 por bushel, mas na ponta mais alta poderia
chegar a US$ 8”, afirmou.
O reflexo da alta das cotações das commodities
agrícolas em dólar no mercado brasileiro tem sido
reduzido por causa do real valorizado e por questões
internas, como o alto estoque de milho. O país tenta
elevar as exportações para equilibrar oferta e demanda.
No caso do trigo, além da oferta tradicionalmente
concentrada no Sul, o produto da última colheita é
considerado de baixa qualidade pelos moinhos e boa
parte segue armazenada. O país vive a contradição de
estocar, mas continuar dependendo de importações da
Argentina e de países do Hemisfério Norte.
Fonte: Gazeta do Povo - Agrolink
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