Sensibilização socioambiental nas comunidades da ilha de Itamaracá - PE Graziele Maria da Silva1, Cleuma Christir da Silva Almeida 2, Andréa Cristina Mendes Costa 3, Daniela Maria de Santana4, Marília Maria Pereira da Silva 5, Renata Carvalho da Silva6, Alexandro Cardoso Tenório7 Introdução Este artigo visa apresentar os resultados do projeto “Educação Ambiental e Qualidade de Vida: multiplicando saberes na Ilha de Itamaracá”, promovido pelo Programa Conexões de Saberes da UFRPE, com o apoio da Secretaria de Educação de Itamaracá/PE. O projeto realizou inicialmente formações continuadas e acompanhamento de Coordenadores, Professores Comunitários e oficineiros responsáveis pelas atividades no Programa Escola Aberta (PEA), com o objetivo de formar educadores para a sensibilização da comunidade sobre a Educação Ambiental na ilha de Itamaracá. A proposta do projeto de Educação Ambiental segue as prerrogativas do Programa Conexões de Saberes [1] que busca estimular maior articulação entre a instituição universitária e a comunidade popular, com pautado na troca de saberes, populares e acadêmicos. A inserção do projeto nas comunidades populares de Itamaracá, contou com o apoio do Programa Escola Aberta (PEA). Segundo [2], o PEA foi criado em 2004 a partir de um acordo de cooperação técnica entre o Ministério da Educação e a UNESCO, com o propósito de favorecer a interação entre a escola e a comunidade com o uso do espaço escolar para atividades nos finais de semana. É justamente nessa interação da comunidade, que se dá, através da escola, que o projeto em Educação Ambiental se configurou. Este trabalho busca apresentar as principais demandas sócio-ambientais identificadas que exigem por projetos em Educação Ambiental para a comunidade da ilha de Itamaracá. A ênfase aqui apresentada será aqueles voltados para os atores do PEA, como Coordenadores, Professores Comunitários, Oficineiros e Interlocutor, de modo a promover o suporte para que as ações do PEA tenham intencionalidade educativa, com vistas a fortalecer o 1 processo de formação em educação ambiental dos alunos da educação básica, em uma perspectiva cidadã. Material e métodos Área de Estudo A ilha de Itamaracá, que corresponde ao município de mesmo nome se localiza ao norte de Recife, capital do estado de Pernambuco, pertencendo à Zona do litoral Pernambucano. Situada cerca de 50 km da cidade do Recife, a ilha de Itamaracá é ligada ao continente através da ponte Getúlio Vargas (375m). O acesso da capital do Estado de Pernambuco à ilha fazse, por terra, através da PE-15, da BR-101, que no município de Igarassu é completamentada pela PE-35, levando até a ilha onde se liga a PE-1 que dá acesso ao seu litoral sul. A extensão atual é de 65,4 km, representando 0,07% do território pernambucano [3]. Métodos de Pesquisa Este projeto teve inicio em junho de 2009 e ainda encontra-se em andamento, buscou atingir as 12 escolas municipais que contêm O Programa Escola Aberta. Objetivos gerais do Projeto: Sensibilizar as comunidades sobre a importância da conservação do meio ambiente. Objetivos especificos: 1- Promover formações continuadas para os oficineiros, coordenadores e professores comunitários da Escola Aberta. 2- Acompanhar as atividades nos finais de semana para integrar os freqüentadores da Escola Aberta no projeto. Oportunizar passeatas nos bairros onde se localizam as escolas, etc. Nas formações oferecidas aos atores do Escola Aberta foram utilizados data show, exibição de vídeos, realização de dinâmicas de grupo, debates, oficinas de Graziele Maria da Silva é graduanda do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas do Departamento de Ciência Biológica da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n Dois Irmão, Recife. CEP: 52171-900. email.: [email protected] 2 Cleuma Christir da Silva Almeida é graduanda do curso de Engenharia Florestal do Departamento de Ciência Florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmão, Recife. CEP: 52171-900. E-mail: [email protected] 3 Andréa Cristina Mendes Costa é graduanda do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmão, Recife. CEP: 52171-900. E-mail: [email protected] 4 Daniela Maria de Santana é graduanda do curso de Economia Doméstica do Departamento de Ciência Doméstica da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmão, Recife. CEP: 52171-900. E-mail: [email protected] 5 Marília Maria Pereira da Silva é graduanda do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmão, Recife. CEP: 52171-900. E-mail: [email protected] 6 Renata Carvalho da Silva é graduanda do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmão, Recife. CEP: 52171-900. E-mail: [email protected] 7 Alexandro Cardoso Tenório é professor do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmão, Recife. CEP: 52171-900. E-mail: [email protected] reciclagem de papel, bijuteria com garrafa PET, leitura e meio ambiente, jogos ecológicos, etc. Resultados Através das formações oferecidas e das visitas às escolas no final de semana, foi observada a necessidade de implantar projetos de Educação Ambiental, não só alcançando as escolas, mas de forma que envolva a comunidade. Para que o desenvolvimento dos projetos possa ser alcançado, foram encontradas algumas dificuldades que discutimos seguir: 1- Poucos recursos financeiros para a implantação em maior e melhor prazo do projeto; 2- Falta de uma maior valorização quanto a prática da conscientização ambiental na parte de alguns formadores do Escola Aberta; 3- As comunidades de algumas escolas encontraram dificuldades de trabalhar a sensibilização ambiental, devido ao forte índice de desemprego e a difícil locomoção até a escola; 4- O grau de conhecimento quanto às questões ambientais, tanto do alunado quanto dos formadores, é de grande escassez. Apesar das dificuldades da sensibilização da comunidade quanto à prática da educação ambiental, notou-se um grande interesse da maioria dos formadores e do alunado. Das 12 escolas municipais avaliadas, das quais foram realizadas as formações, apenas 3 escolas apresentaram formadores com falta de estimulo ou desinteresse, sendo as outras 9 escolas, com os seguintes resultados positivos: 1- A maioria das escolas executou as seguintes oficinas: leituração, recreação e jogos de trilha, auxiliado pelas conexistas, como instrumento para discutir sobre o lixo, desmatamento, entre outros; 2- Foi realizada por algumas escolas visitas técnica a antiga Salina, onde atualmente, encontra-se um enorme criadouro de camarão; 3- Realizaram-se, através das conexistas oficinas de reciclagem de papel e reutilização de garrafa pet para criação de bijuterias e outros objetos, sujas temáticas envolviam as questões ambientais; 4- Foram realizadas em todas as comunidades onde as escolas estão inseridas visitas de avaliação envolvendo questões socioambientais e culturais, onde buscou conhecer as principais problemáticas que estão além das quatro paredes das escolas. 5- Algumas escolas encontram-se necessitadas de projetos específicos que envolvam a comunidade no que diz respeito à sensibilização ambiental e qualidade de vida. Diante disso nota-se a necessidade de implantações de outros projetos como: horta comunitária, capacitações de maior prazo aos Educadores, não só do Programa escola Aberta, mas também do ensino regular, tendo apoio de grandes instituições como as Universidades Federais, Prefeituras, Secretarias, etc. Discussão Educação Ambiental deve ser um processo continuo de construção da cidadania, possibilitando aos indivíduos e à coletividade conscientes atuar na busca de solução para problemas que afetam a todos. Os objetivos da educação ambiental devem estar voltados para o desenvolvimento de ações que garantam a sustentabilidade [4]. A escola é um dos principais espaços de educação, tendo O Programa Escola Aberta como um importante meio de promover a Sensibilidade das comunidades sobre a importância da conservação do meio ambiente através dos saberes acadêmicos relacionados à educação ambiental. É de suma importância executar projetos de Educação Ambiental na Ilha de Itamaracá, uma vez que servirá de base para futuros trabalhos e projetos relacionados a inclusão da Educação Ambiental nas escolas, pois os estudos ambientais realizados se resumem a área de manguezal, etc. Nota-se, portanto, a necessidade de implantar mais projetos de educação ambiental, sabendo-se que os resultados não são imediatos, ressaltando ainda mais a importância de continuar a execução de trabalhos que envolvam o ensino, pesquisa e extensão, de forma a estimular futuros estudos na localidade sobre a temática abordada, expandindo assim, a idéia de trabalhar projetos desenvolvidos e executados por estudantes de graduação, com o foco na Educação Ambiental, limitando-se não apenas as escolas da ilha de Itamaracá, mas também em outros municípios do estado, de forma que a comunidade também seja envolvida. Agradecimentos Ao Programa Conexões de Saberes na UFRPE, a Pró-Reitoria de Extensão, e à Secretaria de Educação de Itamaracá/PE. Referências [1] MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conexões de Saberes. 2009.Disponível em: <http: //portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=art icle&id=12360&Itemid=714>. Acessado em: 11.09.2009. [2] TETTAMANZY, A. L. L.; BERGAMASCHI, M. A.; SANTOS, N. I. S.; ARENHALDT, R. CARDOSO, S. 2008. Por uma Política de Ações Afirmativas: problematizações do Programa Conexões de Saberes/ UFRGS. Porto Alegre: UFRGS.. PORTO ALEGRE: UFRGS. PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO/ EDITORA DA UFRGS. P. 24,25. [3] [4] LIMA, G. M.; CANDEIAS, A. L. B. Turismo na Ilha de Itamaracá: uma abordagem cartográfica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA, 21. 2003, Belo Horizonte. Anais. Belo Horizonte, 2003. Disponível em: <http://www.cartografia.org.br/xxi_cbc.htm>. Acesso em: 11.09.2009. PELICIONI, M. C. F; PHILIPPI, A. J. Educação Ambiental e Sustentabilidade. Barueri, SP: Manole, 2005. p.753.