UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI AMANDA CRISTINA BEZERRA ANDRÉ VINICIUS RIGAUD JANAINA LIMA VIEIRA ANÁLISE DA NECESSIDADE DO SEGUNDO TERMINAL DE PASSAGEIROS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE VIRACOPOS FACE À REALIZAÇÃO DA COPA DE 2014 SÃO PAULO 2011 2 AMANDA CRISTINA BEZERRA ANDRÉ VINICIUS RIGAUD JANAINA LIMA VIEIRA ANÁLISE DA NECESSIDADE DO SEGUNDO TERMINAL DE PASSAGEIROS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE VIRACOPOS FACE À REALIZAÇÃO DA COPA DE 2014 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Orientador: Professor Me. Célio Daroncho SÃO PAULO 2011 3 AMANDA CRISTINA BEZERRA ANDRÉ VINICIUS RIGAUD JANAINA LIMA VIEIRA ANÁLISE DA NECESSIDADE DO SEGUNDO TERMINAL DE PASSAGEIROS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DE VIRACOPOS FACE À REALIZAÇÃO DA COPA DE 2014 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Graduação do Curso de Engenharia Civil da Universidade Anhembi Morumbi Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2011. Professor Me. Célio Daroncho _________________________________ Nome do Orientador ______________________________________________ Nome do professor da banca Comentários:_________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4 Dedicamos este trabalho de pesquisa aos nossos pais, amigos, cônjuges, ao nosso orientador e a todos os professores que sempre confiaram e motivaram nossa formação. 5 RESUMO O transporte aéreo no Brasil experimenta uma fase de grandes desafios, pois de um lado temos uma infra-estrutura aéreo portuária defasada por escassez por parte do poder público de um planejamento de longo prazo e de outro lado temos um aumento sem precedentes da demanda de passageiros devido ao incremento de renda de uma parte da população que anteriormente não tinha acesso aos serviços de aviação civil e que agora sobrecarregam os terminais de passageiros nos aeroportos das principais capitais brasileiras. Para adequar os aeroportos e suas estruturas para suportar esse crescimento e tendo em vista que se realizarão em solo nacional importantes eventos nos próximos anos que atrairão um grande número de visitantes, é de suma importância que as autoridades competentes priorizem medidas adequadas visando o conforto e a segurança desses passageiros que utilizarão o avião como meio de locomoção tanto provenientes do exterior quanto no deslocamento interno. Neste contexto adquire grande relevância o Estado de São Paulo onde se encontram os aeroportos mais movimentados do país. Assim sendo, considerando as questões de viabilidade técnica e econômica, propomos aqui uma análise a partir de dados e estatísticas dos aeroportos brasileiros e, particularmente, da situação encontrada nos terminais aeroportuários situados em solo paulista para verificar a real necessidade de ampliação do segundo Terminal de Passageiros do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, visando à realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Para a composição deste cenário também levamos em consideração os efeitos sobre a demanda de passageiros em eventos similares ocorridos em outros países. Palavras Chave: Aeroporto de Viracopos; Terminal de Passageiros; Copa do Mundo de 2014. 6 ABSTRACT The air transport in Brazil experienced a period of great challenge, because on the one hand we have an airport infrastructure lagged due to the lack of the government planning and the other hand an unprecedented increase in passenger demand because the improvement of population conditions which overcharged passenger terminals in the greatest Brazilian cities airports. To adapt the airports and their structures to support this growth and in order to be held on home soil important events in the coming years that will attract a large number of visitors is of paramount importance that the authorities prioritize appropriate measures to ensure the comfort and safety those passengers who will use the aircraft as a means of locomotion. Acquires great relevance in this context the state of São Paulo where we find the busiest airports in the country. Thus, given the issues of technical and economic feasibility, we propose an analysis based on data and statistics of Brazilian airports to check the real need to expand the second passenger terminal of the Viracopos Airport in Campinas for the realization of the World Cup 2014 in Brazil. In this scenario we also consider the effects over the passengers demand in similar events around the world. Key Words: Viracopos Airport; Passenger Terminal; 2014 World Cup. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Alberto Santos Dumont e seu 14-Bis 25 Figura 2 - Passageiros pagos por aeroporto – Estado de São Paulo 46 Figura 3 - Terminal de cargas de Viracopos 50 Figura 4 - Vista Aérea de um Terminal de Cargas 51 Figura 5 - Fluxograma da importação de cargas nos TECA’s INFRAERO 52 Figura 6 - Fluxograma da exportação de cargas nos TECA’s INFRAERO 53 Figura 7 - Lado terrestre e lado aéreo do aeroporto 55 Figura 8 - Esquema de interligações entre os componentes 58 Figura 9 - Fluxo de embarque e desembarque de passageiros de um TPS 59 Figura 10 - Esquema de Terminal de Passageiros tipo Linear 61 Figura 11 - Exemplo de Terminal tipo Linear - Aeroporto Internacional Trancredo Neves em Minas Gerais Figura 12 - Esquema de Terminal de Passageiros tipo Pier Finger 62 63 Figura 13 - Exemplo de Terminal tipo Pier Finger - Aeroporto Internacional de São Paulo / Guarulhos – Governador André Franco Montoro Figura 14 - Esquema de Terminal de Passageiros tipo Satélite 64 65 Figura 15 - Exemplo de Terminal tipo Satélite - Aeroporto Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubitschek Figura 16 - Esquema de Terminal de Passageiros tipo Transporter 65 66 Figura 17 - Exemplo de Terminal tipo Transporter - Aeroporto Internacional de Washington Dulles nos Estados Unidos Figura 18 - Esquema de Terminal de Passageiros tipo Híbrido 67 67 Figura 19 - Exemplo de Terminal tipo Híbrido - Aeroporto de Paris Roissy Charles de Gaulle 68 Figura 20 - Esquema de implantação de Terminais em pistas simples 79 Figura 21 - Esquema de implantação de Terminais em pistas paralelas (caso 1) 80 Figura 22 - Esquema de implantação de Terminais em pistas paralelas (caso 2) 80 Figura 23 - Esquema de implantação de Terminais em pistas com diferentes direções 81 Figura 24 - Mapa Político Geográfico da África do Sul 85 Figura 25 - Representação Geográfica das cidades sede da Copa da Alemanha 86 8 Figura 26 - Distribuição geográfica dos aeroportos que pertencem as cidades-sedes da copa de 2014 Figura 27 - A disposição dos 20 aeroportos mais movimentados do Brasil 88 92 Figura 28 - Vista externa TPS atual 1 100 Figura 29 - Layout preliminar da ampliação do aeroporto de Viracopos 105 Figura 30 - Layout preliminar da ampliação do aeroporto de Viracopos 105 Figura 31 - Quadro de comparações de entre o antes e depois da ampliação em Viracopos 109 Figura 32 - Panorama físico da ampliação do Aeroporto de Viracopos 109 Figura 33 - Módulo operacional em fase de instalação Fonte: Grupo Rac, 2011 112 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Os maiores aeroportos do mundo em 2009 42 Tabela 2 - Movimento Aéreo por continente - 2009 42 Tabela 3 - Movimento anual de aeronaves 43 Tabela 4 - Movimento anual de passageiros 43 Tabela 5 - Movimento anual de aeronaves – Aeroporto de Viracopos - SP 43 Tabela 6 - Movimento anual de passageiros – Aeroporto de Viracopos - SP 44 Tabela 7 - Movimento anual de aeronaves – Aeroporto de Congonhas - SP 44 Tabela 8 - Movimento anual de passageiros – Aeroporto de Congonhas - SP 44 Tabela 9 - Movimento anual de aeronaves – Aeroporto de Guarulhos - SP 45 Tabela 10 - Movimento anual de passageiros – Aeroporto de Guarulhos - SP 45 Tabela 11 - Group Transport 2000 Plus 48 Tabela 12 - Componentes Operacionais e Não Operacionais 57 Tabela 13 - Algumas vantagens e desvantagens dos conceitos de TPS 68 Tabela 14 - Tabela de referência – Saguão de Embarque 1 70 Tabela 15 - Tabela de referência – Saguão de Embarque 2 71 Tabela 16 - Tabela de referência – Sala de Pré-Embarque 1 71 Tabela 17 - Tabela de referência – Sala de Pré-Embarque 2 71 Tabela 18 - Tabela de referência – Sala de Pré-Embarque 3 72 Tabela 19 - Tabela de referência – Check-in 1 72 Tabela 20 - Tabela de referência – Check-in 2 73 Tabela 21 - Tabela de referência – Check-in 3 73 Tabela 22 - Área para Vendas e Reservas de Bilhetes 1 73 Tabela 23 - Área para Vendas e Reservas de Bilhetes 2 74 Tabela 24 - Área para Triagem e Despacho de Bagagens 74 Tabela 25 - Área de Vistoria de Segurança 74 Tabela 26 - Área de Vistoria de Passaportes 1 75 Tabela 27 - Área de Vistoria de Passaportes 2 75 Tabela 28 - Saguão de Embarque 3 76 Tabela 29 - Saguão de Embarque 4 76 Tabela 30 - Área de Restituição de Bagagens 1 76 Tabela 31 - Área de Restituição de Bagagens 2 77 10 Tabela 32 - Área de Alfândega 1 77 Tabela 33 - Área de Alfândega 2 77 Tabela 34 - Sanitários Masculinos 78 Tabela 35 - Sanitários Femininos 78 Tabela 36 - Área Total do TPS 78 Tabela 37 - Análise pré e pós Copa do Mundo em 2010 na África do Sul 87 Tabela 38 - Situação dos aeroportos das cidades-sede no ano de 2010 89 Tabela 39 - Previsão da situação dos aeroportos das cidades-sedes em 2014 90 Tabela 40 - Representativo dos aeroportos mais relevantes quanto a PAX e fluxo de cargas Tabela 41 - Evolução de demanda nos 20 aeroportos selecionados 92 93 11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS INFRAERO DAC SISDACTA CINDACTA ANAC ASA COMAER COMAR NSMA IAC FAA IATA TECA TPS OACI ICAO DECEA DIRENG SCI ICAO ACI FAA DAESP CGT CONAMA SERENG SRVP CINDACTA DECEA DIRENG EIA RIMA PDIR AIP Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária Departamento de Aviação Civil Sistema Integrado de Defesa Aérea Centro Integrado de Controle do Tráfego Aéreo Agência Nacional de Aviação Civil Área de Segurança Aeroportuária Comando da Aeronáutica do Brasil Comandos Aéreos Regionais Norma para Elaboração, Revisão, Aprovação e Tramitação de Planos Diretores Aeroportuários Instrução de Aviação Civil Federal Aviation Administration Internacional Air Trasnsport Association Terminal de Cargas Terminal de Passageiros Organização de Aviação Civil Internacional Civil Aviation Organization Departamento de Controle do Espaço Aéreo Diretoria de Engenharia Serviço contra Incêndios Organização da Aviação Civil Internacional Conselho Internacional dos Aeroportos Administração Federal da Aviação Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo Centro Gerador de Tráfego Conselho Nacional de Meio Ambiente Serviço Regional de Engenharia Serviço Regional de Proteção ao Voo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo Departamento de Controle do Espaço Aéreo Diretoria de Engenharia da Aeronáutica Estudo de Impacto Ambiental Relatório de Impacto Ambiental Plano Diretor Aereoportuário Publicações de Informações Aeronáuticas 12 LISTA DE SÍMBOLOS 13 SUMÁRIO p. 1 2 INTRODUÇÃO ............................................................................... 17 1.1 Objetivos ................................................................................................. 19 1.2 Justificativas .......................................................................................... 19 1.3 Abrangência ........................................................................................... 21 1.4 Estrutura do Trabalho ......................................................................... 22 O TRANSPORTE AÉREO ............................................................. 24 2.1 História do Transporte Aéreo ............................................................ 24 2.1.1 A construção do avião e do aeroporto ........................................... 26 2.1.2 Os tipos de aeroportos ....................................................................... 27 2.1.3 O transporte aéreo no mundo ........................................................... 28 2.1.4 O transporte aéreo no Brasil ............................................................. 29 2.1.5 O transporte aéreo em São Paulo .................................................... 30 2.2 Implantação de aeroportos ................................................................ 31 2.2.1 A escolha do local ................................................................................ 32 2.2.2 A legislação............................................................................................ 33 2.2.3 Licenças Obrigatórias ......................................................................... 35 2.2.4 Viabilidade econômica dos aeroportos.......................................... 37 2.2.5 Serviços de apoio à operação dos aeroportos ............................ 38 2.2.6 O fluxo do transporte aéreo de passageiros ................................ 41 2.2.7 Impactos ambientais advindos da implantação........................... 46 14 2.2.7.1 Principais fontes causadores dos impactos ................................ 47 2.3 Terminais ................................................................................................ 49 2.3.1 Terminais de carga .............................................................................. 49 2.3.3.1 Conceituação ......................................................................................... 49 2.3.3.2 Localização ............................................................................................ 50 2.3.3.3 Processos de cargas – INFRAERO.................................................. 51 2.3.2 Terminais de passageiros .................................................................. 55 2.3.2.1 Introdução .............................................................................................. 55 2.3.2.2 Principais Funções .............................................................................. 56 2.3.2.3 Componentes ........................................................................................ 57 2.3.2.4 Princípios de projeto ........................................................................... 59 2.3.3 Os tipos de terminais de passageiros ............................................ 60 2.3.3.1 Introdução .............................................................................................. 60 2.3.3.2 Conceito Linear ..................................................................................... 61 2.3.3.3 Conceito Pier Finger ............................................................................ 62 2.3.3.4 Conceito Satélite................................................................................... 64 2.3.3.5 Conceito Transporter .......................................................................... 66 2.3.3.6 Conceito Híbrido ................................................................................... 67 3 2.3.4 Conceitos de conforto, eficiência e segurança ............................ 69 2.3.5 As variáveis na implantação de terminais de passageiros ...... 79 MÉTODO DE TRABALHO ............................................................. 82 15 4 MATERIAIS E FERRAMENTAS .................................................... 83 5 ESTUDO DE CASO ....................................................................... 84 5.1 Localização ............................................................................................ 84 5.2 Coleta de Dados de Campo ............................................................... 84 5.3 Parâmetros de comparação para o estudo de implantação do 2º terminal de passageiros em Viracopos .............................................................. 90 5.3.1 Terminal de passageiros atual de Viracopos ............................... 90 5.3.2 Estudo do fluxo de passageiros nos terminais dos principais aeroportos brasileiros ........................................................................................................ 91 5.3.3 Investimentos em ampliações, adaptações e reformas necessárias para o atendimento na época da Copa do Mundo .............................. 94 5.4 Aeroporto Internacional de Viracopos ........................................... 95 5.4.1 Informações à respeito do Aeroporto Internacional de Viracopos 95 5.4.1.1 Histórico sobre o Aeroporto Internacional de Viracopos ......... 95 5.4.1.2 Análise setorial e de fluxo do terminal de passageiros (atual) de Viracopos 96 5.4.1.3 A decisão de construir o 2º terminal de passageiros de Viracopos 96 5.4.1.4 Exigências a serem atendidas para o evento internacional da Copa do Mundo 97 5.4.1.5 Documentações e licenças necessárias, já emitidas ou em análise 98 5.4.1.6 Impacto ambiental causado pela ampliação do aeroporto de Viracopos com a construção do 2º terminal de passageiros ................................ 100 16 5.4.1.7 Impacto econômico causado pela ampliação do aeroporto de Viracopos com a construção do 2º terminal de passageiros ................................ 102 5.4.1.8 Expectativas do projeto da construção do 2º terminal de passageiros 104 5.4.1.9 Prazo e descrição do cronograma de obra da construção do 2º terminal de passageiros .................................................................................................. 106 5.4.1.10 Suporte externo necessário para funcionalidade do 2º terminal de passageiros do aeroporto de Viracopos ............................................................... 107 5.4.1.11 Benefícios e danos causados pela construção do 2º terminal de passageiros, às regiões próximas (cidade de Campinas) ................................ 108 5.4.1.12 A Influência do aumento do fluxo do aeroporto de Viracopos, após a ampliação, nos demais aeroportos da região de São Paulo ................... 110 5.4.1.13 Remanejamentos necessários para o melhor aproveitamento do aumento de fluxo no terminal de passageiros de Viracopos no ano de 2011 111 5.4.1.14 Utilização e aproveitamento do 2º terminal de passageiros após a realização da Copa do Mundo de 2014. ......................................................... 112 6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................113 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................115 8 RECOMENDAÇÕES .....................................................................116 9 REFERÊNCIAS .............................................................................119 17 1 INTRODUÇÃO Assunto cada vez mais mencionado nos debates, principalmente pelas proximidades da realização de um evento de âmbito mundial, a Copa do Mundo de 2014, as condições operacionais dos aeroportos brasileiros são motivo de preocupação até entre os mais leigos no assunto. A deficiência do sistema de transporte aéreo nacional vem sendo visível há alguns anos, e as soluções esporádicas, realizadas de forma isolada ao problema que abrange toda a rede, não são as reais nem as mais adequadas soluções para sanar o que já praticamente acontece de forma generalizada na grande maioria dos aeroportos brasileiros. Somado aos problemas já existentes, a demanda de transporte aéreo no país no ano de 2010 apresentou o crescimento de 27% no período entre os meses de janeiro a setembro, comparado ao mesmo período de 2009. Inaugurado em 1960, o Aeroporto Internacional de Viracopos é um entre os 13 aeroportos que atenderão as cidades-sede da Copa 2014, e por isso o enfoque sobre suas melhorias e ampliações não é esquecido nas discussões sobre os problemas de deficiência do sistema aéreo. Viracopos conta com apenas um terminal de passageiros, e nele anualmente passam aproximadamente 5 milhões de passageiros, conforme divulgado pelo Correio Brasiliense (2011). Considerando dados mais precisos, no ano de 2010 o transporte de passageiros deste aeroporto cresceu 61,3%, obtendo assim a sua maior marca registrada na história: 5.428.986 passageiros (INFRAERO, 2011), quando em 2009 teve-se o registro de 3.364.300 passageiros (INFRAERO, 2011). O balanço anual foi divulgado pela Infraero no dia 19 de janeiro de 2011 e quando se confronta estes números aos dados obtidos em 2008, 1.084.059 passageiros, chega-se a marca de 210% de aumento no movimento. Levando-se em conta que a capacidade de atendimento do aeroporto de Viracopos é de 3,5 milhões de 18 passageiros, este aumento provocou a realização de obras emergenciais. Em outubro de 2010 a Infraero contratou a instalação de um módulo operacional para novos postos de check-in, pois todos os existentes já estavam ocupados. Esta manobra de urgência tem prazo de execução de 150 dias, contados a partir de 1º de dezembro de 2010, visa ampliar a capacidade de atendimento do aeroporto para 5 milhões por ano, e custo mínimo previsto de R$ 2,93 milhões (SPOTTING VIRACOPOS, 2011). Este episódio ilustra bem um exemplo de soluções esporádicas, como comentado anteriormente. Para preparar os aeroportos para a Copa do Mundo a Infraero promete investir R$ 5,15 bilhões, o maior gasto será feito em Guarulhos (R$ 1,2 bilhões). O investimento previsto para as obras de ampliação no aeroporto de Viracopos é de R$ 823,6 milhões (INTELOG, 2011). Neste investimento está previsto a 1ª Etapa de melhorias com a implantação da 2ª pista de pouso e decolagem, construção de um edifício-garagem, sistema viário de acessos, pátio de estacionamento de aeronaves, hotel com centro de convenções, ampliação do terminal de cargas e a implantação de um novo terminal de passageiros, este último tem a finalização das obras prevista para 2015. A construção do novo terminal aumentará o fluxo do aeroporto para 9 milhões de passageiros por ano e deverá ficar pronta antes dos demais itens, em novembro de 2013, para atender a demanda provocada pela Copa do Mundo. A ampliação completa com a execução de uma 2ª Etapa, onde está previsto atender uma demanda de 61 milhões de passageiros por ano e um total de 570 mil operações de pouso e decolagem (SKYSCRAPERLIFE, 2011), com a construção da terceira pista, devendo esta ser concluída apenas em 2025. Além do aumento da capacidade de fluxo de passageiros, a construção deste novo terminal engloba vários aspectos que devem ser analisados de forma não tão isolada. Deve-se visualizar como será o aproveitamento desta obra não só durante, mas, principalmente, após o evento da Copa do Mundo. Estudar de que forma o terminal contribuirá para o desafogamento dos outros aeroportos existentes na Grande São Paulo, Congonhas e Cumbica (Guarulhos), e o que deverá ocorrer nas programações e rotas dos voos de forma a validar a nova capacidade do aeroporto com a construção deste segundo terminal de 19 passageiros. Contrapondo o seu custo, as muitas ações que estão envolvidas como, por exemplo, as desapropriações que gerarão um valor total previsto de R$ 161 milhões, um considerável estudo de impacto ambiental e a remodelagem do transporte rodoviário para Viracopos. É importante verificar de que forma este novo terminal influenciará no sistema aéreo brasileiro como um todo. 1.1 Objetivos O objetivo deste trabalho é a análise das adaptações necessárias aos aeroportos brasileiros, face à deficiência apresentada no atendimento das demandas atuais e breve aumento pontual destas demandas no período de ocorrência da Copa do Mundo de 2014. Para aplicação desta análise foi escolhido como objeto de estudo o Aeroporto Internacional de Viracopos, localizado na cidade de Campinas – SP, aproximadamente 100 km da cidade de São Paulo, uma das cidades sede da Copa do Mundo de 2014. É focada a análise na viabilidade, justificativas e resultados provenientes da ampliação do Aeroporto de Viracopos, mais especificamente a construção do segundo terminal de passageiros. Para isso, são avaliadas questões como o impacto gerado no seu fluxo de passageiros atual e nos demais aeroportos próximos, custos da sua execução, influência no tráfego da região, sua contribuição no transporte aéreo brasileiro, dentre outros fatores de relevância ao assunto, contribuindo positivamente para a ampliação dos conhecimentos do leitor na área de estudo aqui explorada. 1.2 Justificativas A escolha de análise da necessidade da construção de um segundo terminal para o aeroporto Internacional de Viracopos justifica-se pela enorme demanda de 20 passageiros em todos os aeroportos do Brasil, principalmente em São Paulo, o estado mais populoso do país. Com um crescimento do déficit aéreo ainda maior previsto para os próximos anos, causado pela falta de um planejamento consistente no setor aeroportuário brasileiro nas últimas décadas. Torna-se mais evidente a importância estratégica do aumento da capacidade de absorção deste fluxo de passageiros devido ao fato do aeroporto de Viracopos localizar-se muito próximo - cerca de 100 km - aos dois aeroportos mais movimentados do país, o Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, mais conhecido como Cumbica e localizado em Guarulhos na região metropolitana de São Paulo e o Aeroporto de Congonhas na própria capital paulista. Além disso, há o fato do Brasil ser país sede de um dos maiores eventos esportivos do planeta, a Copa do Mundo de Futebol, em 2014. O aeroporto de Guarulhos encontra-se notoriamente sufocado e a cada ano enfrenta mais problemas a ponto de ostentar a lamentável marca de terceiro aeroporto com mais atrasos no mundo (WINGFIELD, 2008) com um índice de voos que partem dentro do horário previsto na ordem de 41%. A ideia é orientar parte do tráfego aéreo deste aeroporto sobrecarregado para Viracopos, como, aliás, já está acontecendo, mas com uma expectativa especial para o ano de 2014, quando acontecerá a Copa do Mundo e onde não será tolerável subestimar a necessidade de confortar um fluxo considerável de turistas internacionais e de toda parte do próprio território nacional, tratando-se de um evento extremamente importante e grandioso, com os holofotes mundiais focados no Brasil e não seria conveniente deixar de aproveitar esta oportunidade de aliviar os transtornos já existentes atualmente, ao menos na parte aeroportuária do país visto que, estão previstos investimentos particularmente direcionados para este setor. Tornar o aeroporto de Viracopos uma alternativa viável de rota aérea é possível por possuir uma localização privilegiada num importante pólo industrial, com proximidade da cidade de São Paulo e por ser cercado de muitas rodovias importantes e ainda contar com a possibilidade de uma ligação ferroviária até o Rio de Janeiro passando pela capital paulista. Tem também como atrativo o menor índice de fechamento devido às condições meteorológicas favoráveis encontradas 21 na região de Campinas, ao contrário da maioria dos outros aeroportos do centro-sul do Brasil que apresentam constantes fechamentos por conta de mau tempo, fato extremamente relevante na ocasião de um evento como a Copa do Mundo, com uma programação de diversos jogos simultâneos em diversas cidades diferentes, onde um atraso apenas poderá resultar num caos aéreo que pode se propagar por todo o país. Esta intensidade de fluxo crescente de voos deve ser medida e estudada, para manter o conforto, segurança e qualidade de atendimento a todos os passageiros no segundo terminal de passageiros do aeroporto de Viracopos, principalmente em meados de Junho de 2014 e esta será a proposta aqui abordada. 1.3 Abrangência Primeiramente de maneira geral, aplicando-se a qualquer tipo de aeroporto, é abrangido neste trabalho o estudo das necessidades de construção de um terminal de passageiros, com citação às seguintes áreas: a interface da análise da necessidade da implantação e o tipo de terminal mais indicado à demanda de passageiros prevista e à geometria do espaço disponível; os impactos sociais e ambientais causados na ampliação de um aeroporto, bem como as respectivas licenças exigidas pelos órgãos competentes para autorização do projeto; a relação de custeios pertinentes à concepção do projeto e os serviços de apoio para a construção de novos terminais. Num outro momento aborda-se especificamente a construção do segundo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Viracopos, onde serão explicitados os seguintes pontos: o estudo do tráfego aéreo em território nacional e a previsão da demanda de passageiros na ocasião do evento esportivo, bem como a parcela a ser absorvida pelo aeroporto em estudo; o custo gerado pela concessão desta obra comparado aos demais projetos de ampliação de outros aeroportos no mesmo período; a análise de dados estatísticos e qualitativos do Aeroporto Internacional de Guarulhos - Governador André Franco Montoro e do Aeroporto de Congonhas, 22 ambos em São Paulo; a análise dos projetos preliminares de construção hoje divulgados, face às necessidades requeridas pelo aeroporto em questão; os cronogramas de licitações, projetos e construção do novo terminal comparado ao prazo final para atendimento ao evento; a estimativa de impactos causados no meio ambiente a ser implantado e os resultados esperados pelo país em âmbitos político, social, cultural e econômico através deste investimento. Não faz parte do escopo deste trabalho analisar o dimensionamento do terminal proposto, aplicando-se equações já conhecidas da área para calcular espaço físico do terminal; as técnicas usuais ou modernas na construção de terminais de passageiros; a aplicação de normas técnicas na concepção do projeto; a necessidade de serviços de utilidade pública como caixas eletrônicos, bancos, lojas, restaurantes e outros; a ampliação de pistas, estacionamentos, terminais de carga, torres de controle e postos de combustíveis; a logística de operação de terminais e os aspectos de sustentabilidade, acessibilidade ou decoração de ambientes internos ao terminal. 1.4 Estrutura do Trabalho A estrutura do trabalho é composta por tópicos apresentados de maneira sequencial, onde os assuntos serão complementados ao longo desta sequência. Com isto serão abordados os seguintes itens: É relatado um breve histórico da aviação, desde a criação do avião e do aeroporto, a importância e o que representa na atualidade a questão aeroviária, os tipos de aeroportos e tipos de terminais de passageiros, os diversos modelos de aviões, desde mais antigos até os mais modernos. A história do transporte aéreo também é abrangida aqui, tanto no contexto mundial quanto no Brasil, envolvendo inclusive a história de Alberto Santos Dumont e do 14 Bis, incluindo também uma abordagem sobre os aeroportos localizados especialmente no Estado de São Paulo e todas as implicações inerentes às suas especificidades. 23 A construção de um novo aeroporto e os motivos que levam à escolha do local serão devidamente comentados, assim como a viabilidade econômica do aeroporto; as questões jurídicas e licenças que obrigatoriamente devem ser obtidas para a liberação das atividades junto às autoridades competentes; a avaliação da necessidade de ampliação do mesmo; os impactos ambientais gerados pela implantação e pela densidade populacional do fluxo de passageiros e da equipe de operação do aeroporto ocorrida nas imediações; a necessidade de interferências urbanas para possibilitar acessibilidade ao complexo aeroportuário, afetando também a dinâmica do transporte público local que altera a rotina das pessoas que vivem, trabalham ou se deslocam nas proximidade do aeroporto; o impacto nas estradas e rodovias próximas; a influência desta movimentação nas redes de abastecimento de água, de energia elétrica e nas redes de comunicação, bem como todos os demais serviços de apoio à atividade em questão serão apropriadamente aqui considerados. Outros assuntos em destaque e que estão diretamente correlacionados ao foco do trabalho é o terminal de carga e o terminal de passageiros, seus conceitos e características principais como conforto, segurança, eficiência de atendimento, as implicações para implantação no meio físico, capacidade e necessidade de ampliação especificamente referente ao terminal de passageiros e todas as variáveis que a envolvem. 24 2 O TRANSPORTE AÉREO O homem sempre teve o desejo de voar, seja nos exemplos encontrados na mitologia antiga, seja na concepção moderna. No entanto, foram tantas as tentativas de vôos mal sucedidas que se tornou comum que algumas pessoas acreditassem que tal feito seria humanamente impossível. Nos tópicos a seguir serão abordados os pontos que deram início ao transporte aéreo. 2.1 História do Transporte Aéreo Por conta do período Renascentista, quando a Europa sofria intensas modificações com o espírito científico e superava a visão estritamente religiosa da Idade Média dando efervescência para o que a mente humana buscava no século XVIII, quando o padre brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão fez voar seu balão conhecido como “Passarola” e os irmãos Joseph e Etienne Montgolfier, na França, fazem voar um balão de ar quente (ALVES, 1985). As pesquisas aeronáuticas foram intensificadas com a Revolução Industrial no século XIX e, em 1852, mais uma vez na França, por Henri Giffard foi criado o balão com uma máquina de vapor, sendo agora também comandado (ALVES, 1985). Notável também foi o francês Clément Ader, primeiro a designar a palavra “avião” e se inspirar na anatomia dos pássaros e dos morcegos para desenvolver seus projetos, percorrendo 200 metros como seu balão chamado de “Eolo” em 1890 como mencionou Alves (1985). A primeira patente de um dirigível foi obtida em 1895 por um Alemão, o conde Ferdinand Von Zeppelin. O dirigível constituído de alumínio para conter o hidrogênio, foi utilizado comercialmente após o sucesso da primeira volta ao mundo em 1929 e ganhou o nome de Graf Zeppelin em homenagem ao seu inventor, mas deixou de ser bem visto quando um modelo comercial, em 1937, ao pousar em New Jersey explodiu e incendiou-se, matando 30 pessoas (ALVES, 1985). 25 Em 1901, em Paris, o brasileiro Alberto Santos Dumont, ganha o prêmio por contornar a Torre Eiffel com um dirigível, seu projeto número 6. Porém, o projeto número 14 foi o que obteve mais sucesso, conhecido como 14-Bis, como pode ser visto na Figura 1. Em 13 de setembro de 1906, no campo de Bagatelle foi a primeira máquina a erguer-se do solo por seus próprios meios, voando uma distância 60 metros a uma altura que variou entre 2 e 3 metros do solo e, em 23 de Outubro de 1906 perante a Comissão Técnica do Aeroclube da França, voou 220 metros em 12 segundos a uma altura de 6 metros (ALVES, 1985). Figura 1 - Alberto Santos Dumont e seu 14-Bis Fonte: Dan Hagedorn (1906) Devem ser citados também nomes como o do francês Louis Blériot, que atravessou pela primeira vez o canal da Mancha em 1909 e posteriormente criou o avião “Spad” utilizado na França durante a primeira Guerra Mundial e definindo o uso do avião como principal instrumento de guerra; outro francês, Louis Mouillard e o engenheiro alemão Otto Lilienthal influenciaram o naturalizado americano Octave Chanute, conselheiro dos irmãos Wright. Os americanos irmãos Wright realizaram o primeiro vôo mecânico catapultado em 1903, mas somente em 1908 levaram suas experiências ao poder público, dois anos após o êxito de Santos Dumont, conforme citou Alves (1985). 26 Foi um longo caminho para encontrar o jeito certo e seguro de voar, e de uma forma geral, o aprimoramento veio concomitantemente ao desenvolvimento da sociedade, seja no setor econômico, técnico, industrial e sócio-político. Importante, salientar este sucesso também pela adaptação da legislação perante as constantes mudanças no mundo. Hoje seria impossível pensar no desenvolvimento econômico e financeiro das empresas, do turismo, das importações e exportações, no apoio estratégico, político e social dos países, no patamar que se encontra atualmente sem o transporte aéreo, que cada vez mais faz girar o capital dos países, trazendo o progresso, com a movimentação aeroportuária crescente e acentuada no mundo todo. 2.1.1 A construção do avião e do aeroporto Mundialmente são reconhecidos como os idealizadores do primeiro avião, os irmãos norte-americanos Orville Wright e Wilbur Wrigh com Flyer 1. Para alguns, o nome do construtor é o brasileiro Alberto Santos Dumont com o 14 Bis, no Campo de Bagatelle em Paris. O avião dos irmãos Wright é questionado por muitos, por não ter levantado vôo por meios próprios, ou seja, foi catapultado mecanicamente, por ausência de vento que o impulsionasse e também não foi um evento público, não havia presente testemunhas suficientes. Estes fatos dividem a opinião de muitos sobre a verdadeira origem do primeiro vôo. Os vôos iniciais foram modestos, porém extremamente importantes para a difusão do transporte aéreo, que se desenvolveu mesmo, a partir da segunda guerra mundial (1939-1945). A segunda guerra envolveu milhares de ações militares envolvendo o mundo todo, ao contrário da primeira guerra, que aconteceu somente na Europa (SILVA, 1991). 27 Os aviões eram desenvolvidos em enormes quantidades, e principalmente pelos Estados Unidos, por ser o maior fabricante distante da área de conflitos. Eram significativos aviões, de caças e bombardeiros, que transportavam cargas (bombas), pessoas e materiais, com o maior alcance possível. Estes aviões seriam utilizados para o transporte civil de passageiros e cargas, no pós-guerra, entre diversos países, surgindo então, a necessidade de organizar o aumento do transporte aéreo como interesse do Estado, já que possuía elevado custo para empresas e, como infraestrutura serviria como estratégia para desenvolver regiões e nações, conforme citou Silva (1991). Diante desta necessidade, em 1944, em Chicago, 56 países se juntaram e criaram a Carta da Convenção de Aviação Civil Internacional ou Convenção de Chicago, ditando normas mundiais para o desenvolvimento do transporte aéreo, referentes à aviões, aeroportos, terminais, rotas, aerovias, procedimentos operacionais, de segurança e socorro, sendo operados pela Organização de Aviação Civil Internacional/International Civil Aviation Organization (OACI/ICAO), com sede em Montreal, no Canadá (SILVA, 1991). 2.1.2 Os tipos de aeroportos Existem diversas características entre os principais tipos de terminais aeroportuários, sendo elas: aeroporto – “Todo aeródromo público dotado de instalações e facilidades de apoio às operações de aeronaves, de embarque e desembarque de pessoas e cargas“(DAC, 2003); aeródromo - Toda área destinada a pouso, decolagem e movimentação de aeronaves (DAC, 2003); aeródromo civil - Aeródromo destinado, em princípio, ao uso de aeronaves civis (DAC, 2003); aeródromo comunitário - Aeródromo público destinado a servir pequenas cidades e para ser utilizado por aeronaves leves, vedada a operação da aviação regular (DAC, 2003); 28 aeródromo privado - Aeródromo civil que só poderá ser utilizado com permissão do proprietário, sendo vedada a sua exploração comercial (DAC, 2003); aeródromo público - Aeródromo civil destinado ao tráfego de aeronaves em geral (DAC, 2003); aeródromo restrito - Aeródromo público, construído em área pública, de uso reservado do Órgão que o construiu e que o tem sob sua administração, cuja exploração comercial é vedada, só podendo ser utilizado com autorização da entidade pública (DAC, 2003);; aeródromo transitório - Aeródromo civil, para uso provisório e destinado a atender aos projetos de desenvolvimento, construção de estradas, usinas, barragens, proteção à lavoura, pesquisa mineral ou exploração de jazida e situações de emergência ou calamidade pública (DAC, 2003); 2.1.3 O transporte aéreo no mundo Tratada no início como atração em feiras e exposições na qualidade de grande maravilha tecnológica criada pelo ser humano, a aviação nos primórdios do século XX logo teria um impulso inesperado. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) foi palco do primeiro grande salto aeronáutico promovido pelo uso militar de aeronaves. Além do avanço técnico a guerra serviu também para alimentar o imaginário coletivo com os feitos heróicos dos aviadores. O período entre guerras estabeleceu as bases da aviação civil e as primeiras tentativas de regulamentação da atividade aérea como a Convenção Internacional sobre Navegação Aérea assinada em 1919 (FAJER, 2009). Com o advento da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) a indústria aérea experimentou um impacto ainda maior com o aperfeiçoamento dos aviões e o aparecimento de novas soluções tecnológicas no intuito de aumentar o alcance e eficiência dos bólidos voadores. 29 A partir de 1945 o desenvolvimento propiciado pela guerra acelerou o processo que culminou com a aviação civil moderna com os vôos transatlânticos em elevadas altitudes e toda a parafernália tecnológica em uso atualmente como as inovações aerodinâmicas, os motores com propulsão a jato, a eletrônica e os sistemas de navegação. A história do transporte aéreo no mundo é relativamente curta, porém em tão pouco tempo transformou a sociedade profundamente. 2.1.4 O transporte aéreo no Brasil Na década de 20, após período de conflitos e portanto após o desenvolvimento aeronáutico, devido aos fins militares, o potencial aéreo com a confiabilidade aumentou a demanda, criando e intensificando diversos serviços, ligações domésticas, vôos internacionais e o surgimento de várias empresas no ramo aeronáutico com ajuda do governo. No Brasil, em 1927 foi criada a Varig, a primeira empresa de transporte aéreo e criado também o Sindicato Condor. Em 1933 foi criada a VASP (SILVA, 1991). A consolidação da aviação civil no Brasil só acontece a partir da década de 40, com a criação do Ministério da Aeronáutica, a criação de uma série de frotas de transporte aéreo, aeroclubes dedicados à formação de pilotos e diante da segunda guerra mundial foram criados aeroportos com pistas pavimentadas. Este desenvolvimento com tal produção com tecnologia, segurança e confiança foi um marco decisivo no Brasil. Em 1959, a Varig dispõe-se de duas aeronaves Caravelle, aeronave comercial francesa, produzida pela empresa SNCASE, conhecida posteriormente por Sud Aviation e foi a primeira aeronave montada com todos os motores localizados na fuselagem traseira, tornando livres todas as asas. Tudo isto e as considerações de quantidades de aeroportos, pilotos e controle de tráfego aéreo foram o suficiente para pôr o Brasil entre as 10 maiores empresas do mundo até o fim da década de 80, considerando importantes ganhos na expansão da economia nos anos 70. A frota era crescente e sempre renovada mantendo o nível acima da 30 média internacional de qualidade, enfatizada com a introdução da aeronave de maior prestígio no mercado internacional, o Brasília da EMBRAER, orgulho da fabricação brasileira. A modernização atende o mercado, introduzindo aeronaves cada vez mais econômicas de combustível, menos poluentes pelo ruído, maiores capacidades de passageiros e eficiência, conforme Silva (1991). O período de 1981 a 2004 foi de grandes prejuízos, começando com o aumento considerável da demanda junto à instalação do plano cruzado, passando pelo período inflacionário, pelo plano real, a intensificação de segurança nos aeroportos devido aos atentados terroristas nos Estados Unidos, a desvalorização do real criando a recessão e diminuindo assim, o número de viagens e o tempo que levou para a diminuição da crise. Em 2005 foi criada a ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil (Lei nº 11.182 de 27/09/05) e em 2006, a Varig, devido a enorme dívida, primeiramente é dividida e depois vendida para a VariLog controlada pela Volo do Brasil e, é novamente vendida para a Gol em 2007, quando também começam as crises nos aeroportos, com enormes filas e descontentamento geral dos usuários de transporte aéreo no Brasil, fazendo surgir a Secretária da Aviação Civil do Ministério da Defesa para coordenar os órgãos da aviação brasileira (DECEA / ANAC / INFRAERO / Indústria Aeronáutica). 2.1.5 O transporte aéreo em São Paulo O primeiro terminal aeroportuário do Estado de São Paulo, o Campo de Marte, foi criado, em 1920, na região norte da cidade de São Paulo e era administrado na época pela Força Pública de São Paulo. Teve importante atuação durante a Revolução Constitucionalista de 1932 quando serviu de base para os revolucionários paulistas tendo sofrido inclusive bombardeios pelas forças federais (ISKANDARIAN, 2007). 31 Em 1931, é criado nas dependências do Campo de Marte, o Aeroclube de São Paulo com a finalidade de oferecer formação em pilotagem. Um grupo de pilotos e empresários tiveram a iniciativa de criar em 1933 a Viação Aérea São Paulo (VASP) inicialmente operando voos de São Paulo (Campo de Marte) a São José do Rio Preto com escala em São Carlos, e São Paulo a Uberaba com escala em Ribeirão Preto. Em 1936, a empresa inaugurou a rota São Paulo – Rio de Janeiro operando a partir do recém construído Aeródromo de Congonhas. O Aeródromo de Congonhas iniciou suas operações em 12 de Abril de 1936. Localizado na então despovoada Vila Congonhas foi construído pela Companhia Paulista de Santo Amaro. Na década de 40 recebeu um terminal de passageiros e, em meados dos anos 50, chegou a ostentar a terceira posição mundial em volume de carga aérea (NERY, 2007). O entorno do aeroporto sofreu desordenada ocupação urbana durante os anos 1970 e a capacidade de absorção do tráfego aéreo estava rapidamente chegando ao colapso. Nesse meio tempo o Aeroporto de Viracopos, construído em 1960 na cidade de Campinas, já representava importante papel no contexto aeroviário paulista. Após intensa discussão e disputas políticas foi definida a construção daquele que seria o maior aeroporto do Brasil, em Cumbica, na cidade de Guarulhos. As obras foram iniciadas em 1980 e o primeiro avião comercial pousou ali em 20 de Janeiro de 1985. 2.2 Implantação de aeroportos O ponto inicial para o desenvolvimento de um projeto de aeroporto é a escolha do seu local e para esta escolha inúmeros fatores devem ser levados em consideração. Trata-se de um conjunto de condições técnicas, logísticas e funcionais, que desta forma é analisado de forma correlacionada à sua funcionalidade, ou seja, ao 32 atendimento e utilidade proporcionada para a região, que a princípio necessita de um determinado aeroporto. 2.2.1 A escolha do local Devem ser oferecidas as condições de transporte por via terrestre, visando o acesso dos usuários (cargas e passageiros), bem como o apoio operacional necessário ao seu funcionamento e, impreterivelmente, as condições adequadas de pouso e decolagem. “O Engenheiro Civil para projetar, planejar ou manter um aeródromo ou um aeroporto, precisa ter noções em navegação aérea, porque o aeroporto é a conexão terrestre do transporte aéreo, que deve atender às necessidades técnicas do piloto, bom como estar de acordo com as limitações das aeronaves”. (PEIXOTO, 2003) Para Goldner (2010) o objetivo da escolha do sítio aeroportuário é em função de determinar o tamanho e localização adequada a atender satisfatoriamente aos usuários. Desta forma, visa-se avaliar bem as alternativas com base em critérios geográficos, de engenharia ambiental e de cunho econômico. De acordo com Alves (2007) existem três pontos básicos que cumprem as atribuições da implantação do aeroporto, que são: a localização do aeroporto deve se constituir em um nó na malha viária, ou seja, um ponto de interesse; sua implantação deve se harmonizar com a comunidade a ser servida; deve possuir boa acessibilidade de todos os pontos possíveis e ao mesmo tempo ser distante o suficiente para evitar inconvenientes provenientes da sua operação. Diante dos atributos acima citados por Alves (2007), o mesmo afirma que são requisitos da implantação de um aeroporto: localização próxima ao centro gerador de demanda; 33 comunidade vizinha despovoada com o intuito de se tornar rentável; serviços de utilidade pública disponíveis para a operação do aeroporto como água, energia, telefone e outros; disponibilidade de materiais e mão-de-obra para sua construção; localização do sítio aeroportuário em condições de temperatura amena, altitude baixa e área plana; solo que ofereça drenagem adequada; condições de meteorologia e ventos de acordo com as normas; espaço aéreo livre; área disponível para possíveis e necessárias expansões. 2.2.2 A legislação A legislação brasileira apresenta suas próprias resoluções para assuntos aeroportuários. Constituída com base em decretos, leis e atos normativos, é considerada importante objeto de entendimento das operações comerciais e conjunções entre as leis nacionais e internacionais, visto que um aeroporto é o primeiro ponto de acesso (em solo) pós-fronteira entre dois países distintos. Fundamentada em um estudo sólido, é a legislação que define as premissas para a o projeto e execução do aeroporto, a concepção, forma de concorrência, análise dos preços, e também as questões técnicas e de planejamento. Cada situação é submetida à apreciação e às ações a serem tomadas seguem o que nela é previsto. Seguindo a regulamentação brasileira, de acordo com a IAC154-1001 de 18 de novembro de 2004. Em geral, podem ser identificados dois tipos de exigências: a) Aquelas relacionadas às dimensões físicas dos aeródromos, associadas com a proteção da aeronave durante as operações no solo; e b) Superfícies limitadoras de obstáculos, que visam a proteção da aeronave no ar. 34 Desta forma, vê-se que a implantação de aeroportos é totalmente submetida ao atendimento de legislações exclusivas a observações de alturas no entorno de um futuro aeroporto, seguindo as restrições estabelecidas pela Portaria 1141/GM5 do Ministério da Aeronáutica, datada de 08 de dezembro de 1987. Mas vale observar que, em função do sistema aeroviário brasileiro estar muito atrás de outros sistemas aeroviários internacionais como, por exemplo, o dos Estados Unidos, muitas normativas, principalmente especificações técnicas e procedimentos executivos, são advindas de manuais já aplicados em países mais desenvolvidos, quando o assunto é aeroportos. No Brasil, a Legislação é de competência do Ministério da Defesa, através do Comando da Aeronáutica e do Departamento de Aviação Civil (DAC), criando, revisando e aprovando as Instruções de Aviação Civil (IAC). Após a deliberação do responsável do DAC, sendo o cargo de Diretor Geral representado pela maior patente envolvida (em geral Major Brigadeiro), é autorizada a publicação para a divulgação daquela nova observância no Diário Oficial da União (DOU). Dali em diante, todo e qualquer assunto que se refere àquele quesito avaliado deve obedecer ao que foi convencionado naquela nova emenda. É com base na legislação que são feitas análises técnicas, análises de risco e descritos os aspectos relacionados ao aeroporto, conforme sua classificação, e categoria dos seus usuários: passageiros, operadores, comunidade local, operadores. Na investigação de acidentes e incidentes no ambiente aeroportuário é a legislação que reza as condições operacionais a serem observadas, além de qualificar as questões meteorológicas, de infra-estrutura, etc. No Brasil e no exterior, esta descreve a possibilidade e procedimento para acordos operacionais de forma a não ferir os regimentos das Organizações Militares comandadas pela Aeronáutica, que são responsáveis pelo controle do tráfego aéreo brasileiro. 35 2.2.3 Licenças Obrigatórias A construção de um novo aeroporto, ou mesmo a reforma e ampliação de um já existente, envolve uma série de documentações de liberações, dentre as principais estão as licenças concedidas pelos órgãos públicos, de diferentes competências. De acordo com o Instituto de Aviação Civil deve-se partir de um dos órgãos públicos ligados a aviação civil ou militar a iniciativa para a implementação e, através do Departamento de Aviação Civil (DAC), serão apontados a localização, as dimensões do sítio aeroportuário e o potencial a ser previsto. Contudo, são os órgãos COMAR/SERENG,SRPV ou CINDACTA e IAC que analisam e escolhem o mais viável aeroporto a ser implantado, repassando para o DAC a função de aprovar o desenvolvimento de projeto. Para a implantação de um sítio aeroportuário o inicio de tudo é o Plano Diretor Aeroportuário (PDIR). De competência do Comando da Aeronáutica, é este plano que cita as regras, aliando a construção do novo aeroporto ao desenvolvimento da rede de transporte aéreo atual. Cada aeroporto deve ter o seu Plano Diretor elaborado, que deve acatar a Norma para revisão, aprovação e processamento de Planos Diretores Aeroportuários (NSMA) no 58-146 e este deve estar, especialmente no momento em que o aeroporto estiver em operação, sempre atualizado. Segundo a IAC (2009), no PDIR devem ser observadas: a análise de informações básicas após sua coleta; os ante-projetos; o estudo de opções; o planejamento geral de um aeroporto. Conforme as diretrizes que regem responsabilidades sobre a implementação, a primeira legalização a ser providenciada depende da elaboração do EIA/ RIMA Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto Ambiental (CONAMA, 1986). 36 O documento acima foi criado pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, de origem da Política Ambiental Brasileira. Este estudo visa expressar preliminarmente os fatores consideráveis à locação do empreendimento, prever e divulgar os efeitos advindos da sua realização e após o início do seu funcionamento. São abordados aspectos de relevância tecnológica, ambiental e locacional, de forma a garantir o respeito à regulamentação já estabelecida. O relatório, fruto do estudo exposto acima, deve ser elaborado a fim de oferecer o máximo de entendimento não só dos órgãos que o analisarão, mas também de qualquer cidadão que a ele queira consultar, uma vez que é legalmente permitido a sua consulta de forma pública. Após a entrega deste relatório, uma audiência pública é realizada e o seu conteúdo é disponibilizado e discutido face aos impactos, junto a comunidade. Assim sendo, sob a consulta do público no local presente, são analisadas as causas e efeitos, e as permissões e observações são efetivadas, gerando as ressalvas e as obrigações que devem ser atendidas para que seja dada sequência ao processo de implementação, passando, após o seu deferimento, através da etapa de solicitação de lincença prévia. Após a obtenção da licença prévia, a movimentação é pertinente aos projetos executivos do aeroporto, paralelamente ao que foi acordado, e deve ser obrigatoriamente cumprido após a análise do EIA/RIMA. Na sequência, as licenças de Instalação e Operação devem ser solicitadas aos órgãos ambientais (CONAMA, 1997). Em relação às etapas de autorização da execução do aeroporto, cada órgão tem sua participação na aprovação. A parte de projetos referentes à obra é destinada ao julgamento da Diretoria de Engenharia (Art. 23 da IAC), a análise dos projetos operacionais, ou seja, de segurança ao voo e comunicações pertence ao Controle do Espaço Aéreo (DECEA), e a autorização da construção, ou ampliação, do aeroporto é de responsabilidade do Diretor-Geral de Aviação Civil (IAC, 1990). O encaminhamento da solicitação para a construção, propriamente dita, de aeródromos públicos é feita ao Comando Aéreo Regional, responsável por aquele território. 37 Para o início do funcionamento do sítio aeroportuário, outras regulamentações e tais normativas são criadas, buscando envolver em um só contexto toda a região onde o aeroporto foi construído, protegendo-o das implicações externas, assim como evitar influências de proporções descontroladas ao meio, que por ventura venham a ser causadas por este. Alguns exemplos de Planos de Zona de Proteção, previstos pelo art. 43 e art.44 da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, distribuída pelo DAC: Plano de Zona de Proteção de Aeródromos; Plano de Zoneamento de Ruído; Plano de Zona de Proteção de Helipontos; Planos de Zona de Proteção de Auxílios à Navegação Aérea. Findadas as obras do aeroporto, para que possa dar-se início a sua operação, é necessário que ocorra a sua homologação, permitindo, através do DAC, a abertura deste para o público. O processo de homologação passa pelo COMAR, DECEA, DIRENG (Diretoria de Engenharia), DAC. 2.2.4 Viabilidade econômica dos aeroportos Um aeroporto é formado por elementos com dimensões e propriedades que definem o tamanho da infraestrutura e o custo dos investimentos necessários. A infraestrutura aeroportuária deve estar adaptada à política e à economia nacional visando à otimização dos investimentos e assim evitar a escassez de recursos financeiros (SILVA, 1991). A Organização de Aviação Civil Internacional é a agência responsável pela avaliação, supervisão, controle e administração dos recursos financeiros utilizados considerando como critério de julgamento as condições nos países menos favorecidos ou menos desenvolvidos, diminuindo as dificuldades perante ao 38 desenvolvimento do transporte aéreo nacional e internacional e as funções do aeroporto frente ao avanço econômico e social do Estado (SILVA, 1991). São itens importantes também, para estudo da viabilidade, a previsão da demanda do tráfego aéreo diante das facilidades de acesso ao sítio aeroportuário e das condições sócio-econômicas da população atendida, a geopolítica como a extensão territorial que ditará o meio de transporte mais usual, as fontes de financiamento e o impacto ambiental que a implantação do empreendimento provocará (PEIXOTO, 2003). Portanto, analisar a viabilidade econômica tem por objetivo estabelecer o retorno do capital investido e determinar a alocação dos recursos necessários para que o empreendimento seja incorporado ao sistema atendendo às expectativas da receita inicialmente contabilizada (PEIXOTO, 2003). Deve ser considerada também, área para ampliação futura de acordo com a tendência do aumento do fluxo de passageiros que acarretará em outras necessidades como a transformação do foco do aeroporto, parando de atender voos regionais para atender voos domésticos, por exemplo, a inovação de tecnologias, desenvolvendo maiores aeronaves, e estas, por sua vez, também precisarão de novas adaptações como pistas maiores e outras infra-estruturas que atendam com conforto a nova demanda (SOUSA, 2004, apud PEIXOTO, 2002). 2.2.5 Serviços de apoio à operação dos aeroportos Os sítios aeroportuários se enquadram em diferentes classificações, seguindo características como tamanho e funcionalidade, dentre os quais está o aeroporto, que conta com instalações e requer apoio operacional adequado as aeronaves, pessoas (passageiros ou não) e cargas. De acordo com o art. 36, CBA (S/D, IAC 2328-0790, S/D), os aeródromos públicos serão construídos, mantidos e explorados: 39 diretamente pela União; por empresas especializadas da administração federal indireta ou suas subsidiárias, vinculadas ao Comando da Aeronáutica; mediante convênio com os Estados ou Municípios; por concessão ou autorização. A estrutura de apoio deve existir em diferentes setores, onde serviços especializados e diferenciados acontecem. O Terminal de Cargas funciona como um depósito de bagagens, onde há o recebimento, guarda e movimentação de cargas. Necessidade de espaço pois o sistema exige instalações para movimentação da carga. A sua localização deve facilitar o acesso aos aviões. Para IAC (S/D, apud Goldner, 2010) para dimensionar ao nível de planejamento utiliza-se a Equação (1): Onde: A: área do Terminal de Cargas em m². T: tonelagem anual prevista (em ton.) F: fator de flutuação da demanda de carga (1,1 a 1,5). Maior quanto menor for o T. t: relação do tempo de operação por média do período de armazenagem (p/média de 5dias, t=73). d: densidade média da carga (varia de 0,0875 a 0,158 ton/m³) h: altura máxima de empilhamento (depende do equipamento disponível. De 1,0 a 4,0m). f: fator que depende da configuração das áreas de armazenagem (varia de 0,4a 0,7). Ou da mesma forma pela Equação (2): 40 Onde: F: pode variar de 1,3 a 2,5 tm: tempo médio de permanência no terminal. Nos Hangares acontece o alojamento, abrigo, conservação e conserto dos aviões. Neles estão os galpões e coberturas, oficinas, ferramentas, maquinários e tudo o que significa suporte e suprimentos para a manutenção das aeronaves. No Pátio de Combustíveis, como o nome mesmo sugere, ficam armazenados os combustíveis, querosene ou gasolina. Trata-se de um setor perigoso onde a segurança deve ser redobrada. Para todos os campos é considerado um suporte de Combate à Incêndio, que por um lado atende as dependências do aeroporto e por outro o atendimento às exigências de prevenção e combate a incêndio no que diz respeito as aeronaves. O apoio de serviço de bordo pode ocorrer no interior do aeroporto, mas também pode ter sua produção externa. Da Torre de Controle, considerado um dos, senão o mais importante ítem que compõe a infraestrutura de operação de um aeroporto. Esta dependência deve estar localizada em ponto estratégico permitindo aos controladores de voo total visão das pistas e do tráfego de competência. A Torre deve estar fora da linha de trânsito e a sua altura não deve influenciar de forma alguma na operação. Na sala de tráfego o apoio aos voos é dado, sendo a interligação entre os operadores e os órgãos de proteção. Lá são estudadas as condições de voo, analise do plano de voo e são adquiridas informações meteorológicas. 41 2.2.6 O fluxo do transporte aéreo de passageiros A complexidade inerente ao estudo dos deslocamentos humanos no contexto aeroviário contemporâneo envolve a capacidade de uma análise profunda de amplos componentes sócio-econômicos relacionados às interações espaciais de pessoas, mercadorias, informação e capitais no espaço geográfico, as infra-estruturas e os meios de transporte (CORRÊA, 1997). Para que estas interações possam ocorrer é necessário que exista uma via que ligue um ponto ao outro, ou seja, uma rota que deve ser considerada em função da distância a ser percorrida e o custo deste deslocamento. Também é necessário um veículo, neste caso a aeronave e aqui há diversos tipos como o avião, o helicóptero, o planador, o balão e assim por diante. Não obstante, o acesso ao veículo deve ser provido através de terminais que terão a infra-estrutura necessária para o embarque e desembarque de passageiros e ou mercadorias. Porém, antes de tudo é preponderante que exista uma motivação para a ocorrência dessas interações, pois as condições de infra-estrutura relacionadas ao transporte aéreo são condicionadas às necessidades da sociedade em decorrência de diversos fatores culturais, econômicos e sociais. Todo este contexto define o fluxo de passageiros. Como atualmente experimenta-se no Brasil o crescimento do poder aquisitivo das classes menos favorecidas e com a relativa facilidade de crédito disponível devido à estabilidade econômica, a quantidade de pessoas que nunca puderam realizar viagens aéreas e que agora se dispõem a fazê-las aumentou significativamente. Por outro lado, o Brasil está em evidência no cenário internacional sendo um dos países emergentes com mais relevância atualmente, atraindo desta forma um contingente cada vez maior de visitantes estrangeiros, seja para negócios como para o turismo. Além disso, o país também abrigará importantes eventos como Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro que afetarão o fluxo de passageiros nos próximos anos. 42 Apesar das potencialidades e oportunidades que se abrem atualmente para o setor aeroviário, a falta de recursos e planejamento dificulta a plena utilização do espaço aéreo tornando o Brasil um país de pouca relevância no cenário mundial. A Tabela 1 apresenta a lista dos 10 maiores aeroportos do mundo no ano de 2009 em quantidade de passageiros. O maior aeroporto do Brasil, Guarulhos, não se encontra sequer na lista dos 50 maiores do mundo. Tabela 1 - Os maiores aeroportos do mundo em 2009 Item Cidade Sigla Passageiros 1 Atlanta ATL 88.032.086 2 London LHR 66.037.578 3 Beijing PEK 65.372.012 4 Chigago ORD 64.158.343 5 Tokyo HND 61.903.656 6 Paris CDG 57.906.866 7 Los Angeles LAX 56.520.843 8 Dallas DFW 56.030.457 9 Frankfurt FRA 50.932.840 10 Denver DEN Fonte: (FGV, 2010) 50.167.485 A Tabela 2 demonstra a distribuição do movimento aéreo nos continentes. Ao contrário da tendência mundial de uma leve queda de 5,1% do movimento de aeronaves e 1,8% de passageiros o Brasil apresentou aumento no mesmo período de 7,6 e 13,5 respectivamente. Tabela 2 - Movimento Aéreo por continente - 2009 Pousos e Var. decolagens % Africa 2.669.215 -5,5 150.593.057 Asia - Pacífico 11.502.934 1,8 1.218.573.255 4,9 Europa 19.388.527 -6,6 1.408.493.435 -5,4 América do Sul e Central 7.407.734 -0,5 368.732.449 1,5 Oriente Médio 1.829.955 4,4 183.486.659 7,7 Améric a do Norte 31.339.214 -7,9 1.466.589.370 -5,2 Brasil 2.290.950 7,6 128.135.616 13,5 Total 74.137.579 -5,1 Fonte: (FGV,2010) 4.796.468.225 -1,8 Continente Passageiros Var. % -0,6 43 A Tabela 3 apresenta a evolução do movimento anual de aeronaves (pousos e decolagens) dos aeroportos no Brasil desde o ano de 2006 até 2010. Tabela 3 - Movimento anual de aeronaves Ano 2006 2007 2008 2009 2010 Regular Doméstico 962.739 1.045.034 1.127.831 1.274.585 1.484.668 Não Regular Internacional 113.692 129.111 133.889 131.115 136.095 Doméstico Internacional 376.456 13.417 363.025 16.139 341.119 13.720 335.165 11.409 362.180 16.798 Fonte: Infraero (2010) Exec./Geral 452.234 484.459 512.264 538.676 648.708 Total 1.918.538 2.037.768 2.128.823 2.290.950 2.648.449 Var. % Anual 6,21 4,47 7,62 15,6 A Tabela 4 mostra a evolução do movimento anual de passageiros (embarque e desembarque) dos aeroportos no Brasil desde o ano de 2006 até 2010. Tabela 4 - Movimento anual de passageiros Ano 2006 2007 2008 2009 2010 Regular Doméstico 84.548.978 93.096.063 95.688.193 110.801.414 134.833.753 Não Regular Internacional 11.347.604 11.811.455 12.729.272 12.715.061 15.403.714 Doméstico Internacional 4.610.614 808.063 3.953.962 786.097 2.979.418 542.372 2.984.084 399.949 3.016.613 538.497 Fonte: Infraero (2010) Exec./Geral 870.117 902.048 961.166 1.235.108 1.571.387 Var. % Total 102.185.376 110.549.625 112.900.421 128.135.616 155.363.964 Anual 8,19 2,13 13,49 21,25 A Tabela 5 apresenta a evolução do movimento anual de aeronaves (pousos e decolagens) do Aeroporto de Viracopos, localizado em Campinas – SP, desde o ano de 2006 até 2010. Tabela 5 - Movimento anual de aeronaves – Aeroporto de Viracopos - SP Ano 2006 2007 2008 2009 2010 Regular Doméstico 14.536 16.058 17.193 40.767 58.411 Internacional 4.208 4.584 4.633 4.224 5.212 Não Regular Doméstico Internacional 961 1.446 1.483 1.880 2.073 2.467 2.418 1.664 2.498 2.223 Fonte: Infraero (2010) Exec./Geral 3.956 5.221 6.033 6.188 6.128 Total 25.107 29.226 32.399 55.261 74.472 Var. % Part. Na Anual 16,41 10,86 70,56 34,76 Rede % 1,31 1,43 1,52 2,41 2,81 44 A Tabela 6 mostra a evolução do movimento anual de passageiros (embarque e desembarque) do Aeroporto de Viracopos, localizado em Campinas – SP, desde o ano de 2006 até 2010. Tabela 6 - Movimento anual de passageiros – Aeroporto de Viracopos - SP Regular Doméstico Internacional 811.474 1.043 981.061 807 1.036.989 1.529 3.276.266 601 5.258.686 32.205 Ano 2006 2007 2008 2009 2010 Não Regular Doméstico Internacional 10.756 1.684 19.510 1.250 40.142 2.473 67.617 562 99.766 9.426 Fonte: Infraero (2010) Total Exec./Geral 1.289 3.431 2.745 19.358 29.983 826.246 1.006.059 1.083.878 3.364.404 5.430.066 Var. % Part. Na Anual Rede % 0,81 21,76 0,91 7,74 0,96 210,4 2,63 61,4 3,5 A Tabela 7 apresenta a evolução do movimento anual de aeronaves (pousos e decolagens) do Aeroporto de Congonhas, localizado em São Paulo – SP, desde o ano de 2006 até 2010. Tabela 7 - Movimento anual de aeronaves – Aeroporto de Congonhas - SP Regular Ano Não Regular Doméstico 171.331 156.281 151.243 150.651 153.593 2006 2007 2008 2009 2010 Internacional 0 0 0 0 0 Var. Part. Anual -11,01 -9,18 3,54 6,02 Rede % 12,04 10,09 8,77 8,44 7,74 %Total Na Doméstico Internacional 22.965 0 14.643 138 8.190 200 10.971 222 15.677 907 Fonte: Infraero (2010) Exec./Geral 36.699 34.502 27.061 31.464 34.766 230.995 205.564 186.694 193.308 204.943 A Tabela 8 mostra a evolução do movimento anual de passageiros (embarque e desembarque) do Aeroporto de Congonhas, localizado em São Paulo – SP, desde o ano de 2006 até 2010. Tabela 8 - Movimento anual de passageiros – Aeroporto de Congonhas - SP Ano Regular Não Regular Doméstico Internacional Doméstico Internacional Exec./Geral 2006 17.773.601 0 611.791 0 73.799 2007 15.025.180 0 204.822 0 2008 13.532.449 0 121.402 2009 13.467.823 0 165.775 2010 15.297.937 0 Total Var. % Part. Na Anual Rede % 18.459.191 - 18,06 35.431 15.265.433 -17,3 13,81 0 18.450 13.672.301 -10,44 12,11 0 66.059 13.699.657 0,2 10,69 75.231 15.499.462 13,14 9,98 126.294 0 Fonte: Infraero (2010) 45 A Tabela 9 apresenta a evolução do movimento anual de aeronaves (pousos e decolagens) do Aeroporto de Guarulhos, localizado em Guarulhos – SP, desde o ano de 2006 até 2010. Tabela 9 - Movimento anual de aeronaves – Aeroporto de Guarulhos - SP Ano Regular Não Regular Doméstico Internacional Doméstico Internacional Exec./Geral 2006 65.612 64.428 13.178 956 10.774 2007 85.842 71.653 16.485 998 2008 94.614 71.681 13.886 1.159 2009 110.785 70.750 15.258 1.536 2010 142.959 74.265 16.355 2.757 Fonte: Infraero (2010) Total Var. % Part. Na Anual Rede % 154.948 - 8,08 12.982 187.960 21,31 9,22 12.844 194.184 3,31 9,12 11.307 209.636 7,96 9,15 14.157 250.493 19,49 9,46 A Tabela 10 mostra a evolução do movimento anual de passageiros (embarque e desembarque) do Aeroporto de Guarulhos, localizado em Guarulhos – SP, desde o ano de 2006 até 2010. Tabela 10 - Movimento anual de passageiros – Aeroporto de Guarulhos - SP Ano 2006 2007 2008 2009 2010 Regular Doméstico 6.778.670 9.619.621 10.911.005 12.689.396 15.962.950 Internacional 8.142.771 8.388.075 8.767.217 8.362.174 10.175.601 Não Regular Doméstico Internacional Exec./Geral 758.806 62.727 16.207 720.791 58.478 8.631 643.375 78.485 222 536.575 96.687 42.817 446.119 200.432 61.083 Fonte: Infraero (2010) Total 15.759.181 18.795.596 20.400.304 21.727.649 26.846.185 Var. % Part. Na Anual 19,27 8,54 6,51 23,56 Rede % 15,42 17 18,07 16,96 17,28 A Figura 2 apresenta o total de passageiros pagos transportados nos aeroportos paulistas com mais de 100 mil passageiros e a participação das empresas aéreas no ano de 2009. 46 Figura 2 - Passageiros pagos por aeroporto – Estado de São Paulo Fonte: ANAC (2009) 2.2.7 Impactos ambientais advindos da implantação Define-se por Impactos ambientais o seguinte: "Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e V - a qualidade dos recursos ambientais" (CONAMA, 1986). As estratégias preventivas devem ser elementos importantes para preservação do meio ambiente. Para isso, foi desenvolvido um instrumento constitucional de política 47 do meio ambiente que é de elaboração obrigatória no Brasil para quaisquer atividades que possam trazer danos ao meio ambiente. O instrumento discutido se trata do EIA (Estudo de Impacto Ambiental), que é um exemplo importante a ser considerado no sentido de preservar a qualidade ambiental, expresso através do art. 9, III da Lei 6.938 de 1.981 (Fachini e Sant’Anna, S/D). Segundo Fachini e Sant’Anna (S/D) o CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), desenvolveu e vem atualizando leis pertinentes à política nacional do meio ambiente. No ano de 1986 gerou a resolução 001 que estabelece quais atividades causam potenciais impactos de caráter ambiental e que necessitam da criação EIA para aprovação de implantação de edificações. Dentre as construções relacionadas à esta resolução estão inclusas as atividades aeroportuárias. As prerrogativas que devem estar previstas no EIA da implantação aeroportuária são: Formação de uma equipe multidisciplinar para a elaboração do EIA: esta equipe apresenta uma descrição do empreendimento e suas propostas de melhoria, nas fases de planejamento, construção e operação dos aeroportos; O diagnóstico e a delimitação das áreas de influência; A identificação e a classificação de impactos; A previsão da situação futura ambiental; A criação de identificação de programas de monitoramento ambiental e de medidas para diminuição dos impactos causados. “Muitos empreendimentos hoje operantes, remotam suas datas de inauguração anteriores apromulgação da Lei 6.938/81 e/ou da Resolução CONAMA 001/86. Este é o caso damaioria dos aeroportos brasileiros que hoje estão em operação, muitos deles não possuem licença ambiental de operação e encontra-se em processo de licenciamento ambiental.” (Fachini e Sant’Anna S/D) 2.2.7.1 Principais fontes causadores dos impactos 48 Para Sousa (2004), assim como está representado na, o impacto ambiental de maior relevância atribuído à implantação de um aeroporto é o que está ligado à geração de ruídos conforme Tabela 11. Tabela 11 - Group Transport 2000 Plus Fonte: Sousa (2004) As diferentes aeronaves existentes possuem diferentes tipos de ruídos por questões aerodinâmicas e por isso é necessário fazer-se a previsão de como será a disseminação do ruído nos aeroportos nacionais. Através de dados sobre as operações do aeroporto o modelo de cálculo, o PERZ’S (Plano Específico de Zoneamento de Ruídos), calcula duas curvas que classificam três áreas de ruídos: área I, área II e área III. Na visão de Ribeiro (S/D) as contribuições de poluição do ar pelos aeroportos são identificadas por: emissões das aeronaves nos taxeamentos; emissões das fontes internas dos aeroportos, como os veículos auxiliares; estocagem, recebimento e entrega de combustíveis, através da evaporação dos gases; emissões devido à construção e manutenção de vias de acesso aos aeroportos; emissões durante os processos de decolagem e aterrissagem. Sob tais circunstâncias ocorre geração, em grande quantidade, de óxidos de nitrogênio, compostos extremamente danosos ao solo e a água e, conseqüentemente, à saúde humana. 49 2.3 Terminais Os terminais nos aeroportos podem ser destinados a processamento de bagagens ou passageiros e são itens de suma importância na existência de um aeroporto para sua perfeita funcionalidade. Serão apresentados neste tópico os aspectos mais importantes sobre os terminais de carga e de passageiros. 2.3.1 Terminais de carga O terminal de cargas (TECA) desempenha uma importante função no cenário da composição de um aeroporto. É representativo em receita e pode ser pólo gerador de grande volume de empregos por dispor de uma enorme gama de setores para processamento das cargas. 2.3.3.1 Conceituação Goldner (2010) afirma que o Terminal de Cargas (TECA) se trata de edificações e pátios de recebimento, tratamento, armazenamento e transferência de cargas. Sendo assim é necessária a disponibilidade para instalações afim de, servirem como depósitos para paletização e containerização, circulação e atendimento ao público. Para Ashford e Wrigth (1992) as operações de cargas são separadas do terminal de passageiros com o intuito de evitar ocorrências indesejáveis entre o tráfego de passageiros a e circulação de cargas do lado terrestre. A Figura 3 retrata o ambiente interno do setor de depósitos do terminal de carga de Viracopos. 50 Figura 3 - Terminal de cargas de Viracopos Fonte: INFRAERO (2010) “Em muitos aspectos, as funções desempenhadas pelo terminal de carga são muito semelhantes às que ocorrem no terminal de passageiros, embora os aspectos das duas áreas são bem diferentes. O terminal de cargas é composto por quatro funções principais: a conversão, classificação, armazenamento, facilitação e e documentação.” (ASHFORD e WRIGHT,1992) 2.3.3.2 Localização De acordo com Goldner (2010) a localização do TECA se dá em função da necessidade de atender bem o livre acesso das aeronaves, usuários e veículos como caminhões da maneira mais eficiente possível. Assim sendo, se faz necessária a localização em um meio físico livre de barreiras físicas à circulação. A Figura 4 ilustra a localização de um terminal de cargas no meio físico do aeroporto. 51 Figura 4 - Vista Aérea de um Terminal de Cargas Fonte: INFRAERO (2010) Ashford e Wrigth (1992) entendem que a maioria dos aeroportos tem suas específicas limitações quanto a entregar e receber diferentes capacidades de cargas e por isso o tamanho e a forma das instalações do terminal de carga variam substancilamente de aeroporto para aeroporto. O grau de sofisticação previsto depende dos seguintes fatores: as características de mistura e de escoamento da carga; as características dos veículos de superfície e ar; manuseio de materiais, documentação e técnicas de comunicação; grau de mecanização. 2.3.3.3 Processos de cargas – INFRAERO Segundo Goldner (2010) as cargas podem ser divididas em duas: a carga doméstica que é processada pela própria companhia aérea e a carga internacional, especialmente a importação que é tratada pela INFRAERO. A INFRAERO (2010) criou dois fluxogramas a fim de organizar todo o processo interno de um TECA, onde são abordadas todas as etapas de importação e exportação de cargas dos terminais. 52 Primeiramente a falar dos aspectos de importação de cargas a figura Figura 5 exemplifica as etapas desde a recepção pelo terminal até a liberação para demais fins. Figura 5 - Fluxograma da importação de cargas nos TECA’s INFRAERO Fonte: INFRAERO (2010) As etapas de importação de cargas aos TECA’s são: recebimento de cargas: confronto físico da carga apresentada por uma companhia aérea com dados presentes em sistema; armazenagem: após a etapa de atracação (recebimento), a carga é destinada ao armazenamento, de acordo com critérios de peso, natureza da carga, tipo de embalagem e restrições fitossanitárias; perdimento: sob a coordenação da Receita Federal do Brasil é realizado um processo de apreensão da carga abandonada, ou seja, da carga que 53 permaneceu armazenada por mais de 90 dias, sem seu registro liberatório registrado. Nesta fase a carga pode ser encaminhada para leilão, destruição, incorporação ou doação; conferência aduaneira: é uma vistoria que exige a presença da autoridade aduaneira local, a do importador ou representante legal da, da INFRAERO e do transportador aéreo. Esta vistoria é realizada com o intuito de averiguar a responsabilidade por avarias e o possível ressarcimento de danos; liberação: se dá com registro de um documento liberatório composto pelos principais documentos como o de declaração de importação, declaração simplificada de importação, declaração de trânsito aduaneiro, declaração de trânsito internacional e outros. A Figura 6 por sua vez, exemplifica as etapas de exportação, desde o recebimento de cargas até o transporte aéreo das mesmas. Figura 6 - Fluxograma da exportação de cargas nos TECA’s INFRAERO Fonte: INFRAERO (2010) As etapas de exportação de cargas dos TECA’s são: 54 recebimento: é efetuado pela INFRAERO, onde se inicia a verificação física da carga, averigua-se possíveis avarias e classifica-se a carga por seus atributos específicos identificando-a por etiquetas com estes atributos impressos; armazenagem: o processo de armazenagem é o mesmo da importação. Vide importação; conferência aduaneira – Parametrização: é o processo de destinação da carga através de canais onde a carga pode ser desembaraçada sem nenhuma conferência, ou só pode ser desembaraçada sob conferência documental ou ainda para o desembaraço da carga são necessárias as conferências físicas e documental da carga. expedição: com a apresentação de documentos pelas companhias aéreas é realizada a paletização das cargas afim de serem entregues às mesmas. “O planejamento de alto volume para fins especiais terminais de carga aérea é um procedimento complexo. Porque tais facilidades são muitas vezes possuído e operado por uma organização dentre as companhias aéreas. O procedimento de projeto mais preciso é provável que seja derivado de uma simulação baseada em um conhecimento das características da mistura e de escoamento da carga, da composição da frota de aeronaves previstas e das práticas de manejo e características de transporte de superfície. Tais estudos, mesmo com software de simulação, são caros e são susceptíveis de conduzir a conclusões incorretas significativamente quando ocorre mudanças inesperadas nos procedimentos de tecnologia ou de movimentação. Métodos menos precisos são, portanto, provável que seja suficientemente preciso para fins de projeto. Para o futuro próximo, o projeto das instalações de carga deverá proporcionar um elevado grau de flexibilidade, reconhecendo que a indústria ainda está em desenvolvimento e é, portanto, ainda sujeita a grandes mudanças tanto WRIGHT,1992). no tráfego e tecnologia” (ASHFORD e 55 2.3.2 Terminais de passageiros O Terminal de Passageiros (TPS) é um dos elementos mais importante dentro das composições operacional e física de um aeroporto. Através do TPS é possível se realizar atividades concentradas como processamento de passageiros e bagagens, abrigar check-in’s de companhias aéreas e serviços de utilidades públicas assim como será exposto e explicado neste tópico. 2.3.2.1 Introdução Segundo os autores Wells e Young (2004), pode-se afirmar que o terminal de cargas e o de passageiros são elementos vitais para o sistema aéreo portuário. O objetivo principal do aeroporto está em prestar aos passageiros o acesso ao transporte aéreo e transporte de cargas, realizando assim a ligação vital entre o lado ar do aeroporto e o lado terra do mesmo. Para esta interface entre os lados, ou seja, para a ponte dada entre o transporte aéreo e o meio físico terrestre dá-se o nome de Terminal de Passageiros. Para melhor se entender a ligação entre lado ar e lado terra de um aeroporto, através do TPS, segue a Figura 7 exemplificando a transição que se dá entre os lados e mostrando onde o TPS participa neste processo. Figura 7 - Lado terrestre e lado aéreo do aeroporto Fonte: Goldner (2010) 56 Para Neufville e Odoni (1992; 2002, apud BANDEIRA, 2008) a definição mais precisa sobre terminais de passageiros é o local de processamento de atividades, onde passageiros ou outros usuários atendidos esperam ou gastam tempo enquanto mantém-se dentro do terminal, sendo que há pontos de relacionamento para estes processos, que são: serviços de utilidade pública como: comércios em geral, local de informações, balcões de check-in, local para checagem de segurança e checagem de passaportes, balcões de imigração, etc. saguões de espera; áreas de circulação de pessoas como escadas rolantes, elevadores, esteiras, corredores, etc. 2.3.2.2 Principais Funções Ashford (1988,apud BANDEIRA, 2008) diz que o Terminal de Passageiros (TPS) representa a parte física do aeroporto e pode ser classificado em três funções principais: o ato de se processar atividades ligadas à passageiros e bagagens; transferência de passageiros e bagagens entre aeronave, o que poderia ser chamado de conexão entre vôos; meio que facilita a mudança entre meios de transportes, de aéreo para terrestre e vice-versa. Já para Alves (2007) o TPS tem como função principal acolher as atividades processadas por todos os usuários e satisfazer aos mesmos, sendo assim é preciso beneficiar primeiramente os passageiros, os funcionários, os visitantes, as companhias aéreas e finalmente o país. Alves (2007) afirma que as instalações do terminal operam normalmente num período útil de cinqüenta anos considerando que, as mesmas ficam susceptíveis a alterações e ampliações no layout, permitindo adaptações necessárias ao uso no espaço do terminal. 57 2.3.2.3 Componentes Segundo Horonjeff (1994 apud FEITOSA, 2007) os TPS são divididos em centralizados e não centralizados, sendo que os terminais centralizados são aqueles em que todos os processos são efetuados em um único edifício. Em contrapartida os terminais não centralizados são aqueles em que os processamentos são realizados em vários edifícios ou em várias divisões alocadas em um edifício apenas. Nisto pode ser observado que os centralizados são mais vantajosos que os não centralizados tendo como justificativa que, um mesmo serviço é possível de ser utilizado por vários vôos. Para todos os terminais de passageiros é relevante a divisão de componentes entre operacionais e não operacionais de acordo com a definição a seguir: “Dentro do TPS, os componentes podem ser subdivididos em dois grandes grupos. Parte deles realiza tarefas essenciais ao processo de transferência intermodal, sendo por isso denominados componentes operacionais. Já os componentes não operacionais são aqueles que realizam atividades acessórias ao processo de transferência.” (FEITOSA, 2007) Estes componentes explanados acima podem ser separados entre fluxos de embarque e desembarque, conforme Tabela 12 e Figura 8. Tabela 12 - Componentes Operacionais e Não Operacionais Fonte: Feitosa (2007) 58 Figura 8 - Esquema de interligações entre os componentes Fonte: Alves (2007) Para Bandeira (2008) resumindo-se mais a questão do fluxo de embarque e desembarque de passageiros considera-se que, o sentido do fluxo de embarque inicia-se com o acesso ao aeroporto através das áreas de estacionamento ou meiofio. Posteriormente dá-se o acesso ao terminal através do saguão, possibilitando a realização do check-in nos balcões de atendimento, sendo possível ao usuário usufruir antes ou depois do check-in das áreas de circulação do terminal. Na sequência dos processos é obrigatória a checagem de segurança antes do usuário se dirigir à área de espera, onde será concluído o embarque pelos passageiros através dos portões, pontes ou transportes dependendo do tipo de terminal no local. Já o fluxo de desembarque de passageiros considera desde a saída da aeronave através dos portões de desembarque, passando pela declaração alfandegária/imigração. Logo em seguida ocorre o acesso às áreas de circulação do 59 terminal possibilitando a restituição de bagagens e por fim a passagem pelo saguão e acesso aos estacionamentos ou meio-fio. Para melhor explicar estes processos será apresentado um esquema resumido de fluxo de passageiros através da figura Figura 9. Figura 9 - Fluxo de embarque e desembarque de passageiros de um TPS Fonte: TBR (1987) adaptado por Bandeira (2007) 2.3.2.4 Princípios de projeto Para Ashford e Wrigth (1992) apesar dos terminais serem projetados especialmente para os passageiros, o projeto também deve atender às demais necessidades das companhias aéreas, do aeroporto e do pessoal de apoio que trabalha na área do terminal. Comumente estes serviços extendidos às demais necessidades dos terminais em função das compahias aéreas são: escritórios para as companhias aéreas, providos de espaços para tratamento de bagagens de passageiros, para telecomunicações, para documentação de viagem, para adiministração de pessoal, descanso da tripulação, instalações sanitárias, etc; local para armazenamento de carrinhos de mão ou cadeiras de rodas; 60 escritórios para pessoal de segurança; escritório governamental e áreas de apoio para o pessoal que trabalha na alfândega, saúde, imigração, controle de tráfego aéreo, prognostico de armazenamento e instalações de detenção pessoal; sistema de sonorização, sinais, indicadores e informações de vôo; manutenção de escritórios e áreas de apoio pessoal e armazenamento de equipamentos de manutenção. Pode-se concluir de primeiro momento segundo Wells e Young (2004) que o termo terminal é na verdade uma espécie de equívoco, pois a palavra terminal implica final. Embora itinerários e aeronaves começam e terminam em uma área do terminal do aeroporto, os itinerários de passageiros e bagagens não. É extremamente importante entender que o terminal do aeroporto não é um ponto final, mas uma área de transferência ao longo do caminho, assim sendo é imprescindível uma boa gestão para garantir a transferência eficiente de passageiros e cargas através do sistema do aeroporto e da aviação. 2.3.3 Os tipos de terminais de passageiros Para cada tipo de aeroporto e de acordo com as necessidades de cada um são adotados terminais de passageiros de maneira a atender os requisitos para a boa operação e se enquadrar nas restrições apresentadas como espaço físico, demanda de passageiros e espécie de vôos como nacional ou internacional. Para isto, neste tópico serão apresentados os tipos de terminais de passageiros existentes. 2.3.3.1 Introdução Para Ashford e Wrigth (1992) a concepção do projeto de um terminal de passageiros está intimamante ligada à natureza do tráfego aéreo que deve ser tratada em um aeroporto. A escolha do design é em função de uma série de fatores, que inclui o tamanho e natureza da demanda de tráfego, o número de companhias aéreas 61 participantes, a divisão de tráfego entre vôos internacionais, domésticos, regulares e de fretamento, o local físico disponível, o acesso principal de modos e do tipo de financiamento. 2.3.3.2 Conceito Linear O primeiro e possivelmente um dos mais comuns tipos de terminais é o conceito de terminal linear, que conforme a Figura 10 apresenta-se de maneira resumida, dispondo seus componentes de forma paralela e sequência linear do processamento de passageiros. Figura 10 - Esquema de Terminal de Passageiros tipo Linear Fonte: Goldner (2010) adaptado por Bezerra Segundo Alves (2007) o terminal linear é aquele se constitui de um ou mais edifícios com saídas diretas para o pátio das aeronaves, sendo assim ele apresenta pequenas distâncias a serem percorridas pelos passageiros a contar do acesso ao meio fio até o portão de embarque das aeronaves. Pode-se dizer que o conceito de terminal linear é um dos mais utilizados na maioria dos aeroportos brasileiros, pois apresenta um menor custo de construção e é mais indicado para locais de menores movimentos. 62 A Figura 11 é uma foto aérea de um TPS e representa o tipo de terminal Linear. Figura 11 - Exemplo de Terminal tipo Linear - Aeroporto Internacional Trancredo Neves em Minas Gerais Fonte: News Comex (2011) 2.3.3.3 Conceito Pier Finger O conceito de Pier finger é uma conseqüência do terminal tipo Linear, pois o que diferencia os dois tipos é o acréscimo de locais para estacionamento de aeronaves através da criação dos piers provenientes do corpo do edifício principal do terminal, conforme demonstrado na Figura 12. Neste tópico será explanado este tipo de terminal, bem como serão apresentados benefícios e restrições que o mesmo pode oferecer em decorrência da sua implantação. Wells e Young (2004) afirmam que o conceito de terminal Pier Finger evoluiu na década de 1950 com o intuito de maximizar o número de estacionamentos de aeronaves utilizando-se os dois lados do Pier que se desenvolve desde a estrutura original da unidade do terminal. 63 Figura 12 - Esquema de Terminal de Passageiros tipo Pier Finger Fonte: Goldner (2010) adaptado por Bezerra Para Alves (2007) a definição do conceito Pier Finger se dá pela interface entre o terminal e as aeronaves através de corredores originados em um edifício central. Ao longo desses corredores as aeronaves são posicionadas paralelamente ou nose-in. Nos corredores são possíveis de serem alojadas as facilidades como lanchonetes, lojas em geral, salas de pré-embarque, salas de vistoria anti-seqüestro e sala de vistoria de passaportes para vôos internacionais. Para minimizar as distâncias percorridas neste tipo terminal em grandes aeroportos são instaladas esteiras para passageiros, compensando-se assim o desgaste físico ao vencer grandes distâncias. De acordo com Ashford e Wrigth (1992) o terminal do tipo Pier Finger é considerado eficiente para um volume de passageiros anuais de até aproximadamente 35 milhões para operações nacionais e de até 25 milhões para operações internacionais. Para volumes superiores, o tamanho físico do terminal pode proporcionar problemas quanto à circulação e percorrimento de grandes distâncias. A Figura 13 é uma foto aérea de um TPS e representa o tipo de terminal Pier Finger. 64 Figura 13 - Exemplo de Terminal tipo Pier Finger - Aeroporto Internacional de São Paulo / Guarulhos – Governador André Franco Montoro Fonte: O Globo (2011) 2.3.3.4 Conceito Satélite De Alves (2007) o conceito terminal Satélite foi desenvolvido a partir do pier simples, onde as aeronaves são estacionadas ao redor de um prédio isolado da edificação principal do aeroporto. Normalmente este prédio é no formato circular conforme Figura 14. Como os demais tipos de terminais, este pode abrigar facilidades para os passageiros como as citadas já nos outros tipos de terminais. Para o acesso entre o terminal satélite e o edifício principal e vice-versa pode ser necessário o uso de meios de transportes que podem ser: um píer, um elemento conector de superfície ou subterrâneo ou ainda os transportes terrestres como micro ônibus, etc. A Figura 14 representa o esquema de um terminal tipo Satélite, onde podem ser observados todos os elementos necessários a este tipo de terminal. 65 Figura 14 - Esquema de Terminal de Passageiros tipo Satélite Fonte: Goldner (2010) adaptado por Bezerra A Figura 15 é uma foto aérea de um TPS e representa o tipo de terminal Satélite. Figura 15 - Exemplo de Terminal tipo Satélite - Aeroporto Internacional de Brasília - Presidente Juscelino Kubitschek Fonte: Arcoweb (2011) 66 2.3.3.5 Conceito Transporter O conceito Transporter conforme Figura 16 pode oferecer ao aeroporto maior capacidade de estacionamento para aeronaves, porém tem seus pontos negativos quanto a custo com operações de transportes internos. Figura 16 - Esquema de Terminal de Passageiros tipo Transporter Fonte: Goldner (2010) adaptado por Bezerra Para Wells e Young (2004) o serviço de estacionamento remoto por ônibus é comum, tanto nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, Kennedy, Milão Linate. O conceito do transportador é de possibilitar maior flexibilidade do lado do ar para alterações nas características de tamanho e de manobra das aeronaves. Já na definição de Alves (2007) o conceito de transporter consiste em estacionamentos das aeronaves em locais distantes do terminal de passageiros sendo que, o deslocamento de passageiros até as aeronaves é realizado através de ônibus normalmente e até mesmo por salas móveis de embarque. Os objetivos são de proporcionar mobilidade maior às aeronaves e diminuir a poluição sonora próximo ao prédio principal e ainda pode substituir a sala de pré-embarque, já que o meio de transporte utilizado faz este papel. 67 A Figura 17 é uma foto aérea de um TPS e representa o tipo de terminal Transporter. Figura 17 - Exemplo de Terminal tipo Transporter - Aeroporto Internacional de Washington Dulles nos Estados Unidos Fonte: Google (2011) 2.3.3.6 Conceito Híbrido “O conceito híbrido é a composição de dois ou mais conceitos ponderando para isso as vantagens e as desvantagens de cada um em função das mudanças do perfil operacional do aeroporto” (Alves, 2007). O conceito Híbrido é representado através da Figura 18, onde são unidos dois tipos de terminais em um aeroporto qualquer, que são o tipo Satélite e o Transporter. Figura 18 - Esquema de Terminal de Passageiros tipo Híbrido Fonte: Goldner (2010) adaptado por Bezerra 68 A Figura 19 é uma foto aérea de um TPS e representa o tipo de terminal Híbrido. Figura 19 - Exemplo de Terminal tipo Híbrido - Aeroporto de Paris Roissy Charles de Gaulle Fonte: Planet Pictures (2004) De acordo com o que foi apresentado aqui neste tópico sobre os tipos de terminais, pode-se fazer uma análise das diferenças entre eles. Portanto afim de, auxiliar na escolha do tipo são relacionadas vantagens e desvantagens na escolha e utilização de cada um, conforme Tabela 13. Tabela 13 - Algumas vantagens e desvantagens dos conceitos de TPS Fonte: Alves (2007) 69 2.3.4 Conceitos de conforto, eficiência e segurança Na sociedade atual que convive com as crescentes inevitáveis da tecnologia se torna imprescindível a oferta de serviços com qualidade, o que se traduz nos serviços prestados dentro de um terminal de passageiros como conceitos de conforto, eficiência e segurança. Em vista disto, segundo Reis (2010) o terminal de passageiros se tornou um dos principais objetos de investimentos e pesquisas, sendo assim é fundamental que projetistas e consultores tenham o conhecimento de novas tendências para oferecerem soluções mais coerentes e contemporâneas e desta maneira contribuir com a crescente valorização do setor aeroportuário no Brasil. De Bandeira (2008) a eficiência do terminal de passageiros está intimamente atrelada à capacidade de processamento e movimentação rápida de um grande volume de passageiros provenientes de vários vôos simultâneos e várias aeronaves de portões variados. Por isso, o conforto dos passageiros está ligado às facilidades no acesso aos serviços do terminal, desde a chegada às instalações até o embarque nas aeronaves. Portanto, se faz necessário que as operações sejam processadas com praticidade e simplicidade com uso de tecnologias, como por exemplo, a realização de check-in em terminais eletrônicos a fim de evitar filas grandes para os balcões tradicionais de atendimento. Para Alves (2007) o nível de qualidade de um terminal é medido pelo espaço disponível por pessoa, tempo médio de atendimento, quantificação do nível de serviço prestado. Para a avaliação no caso de aeroportos, na visão do passageiro, é relevante a preocupação com a disponibilidade de assentos, com o conforto do ambiente, com a facilidade de acesso às demais áreas de interesse e com a disponibilidade de concessões comerciais entre outros. 70 Já para os componentes de circulação o nível de serviço pode ser contabilizado através da distância percorrida, da informação visual disponível, do espaço disponível, das possíveis mudanças de nível (circulação vertical), etc. Para Medeiros (2004, apud ALVES, 2007) o espaço disponível é o fator de maior relevância na medição de satisfação entre passageiros. Assim sendo, serão apresentadas a seguir tabelas de referência, para aeroportos brasileiros, onde se encontram listados os índices de análise de dimensionamento segundo três níveis de serviço diferentes: A - Muito bom, B - Bom e; C - Regular Estes atributos serão divididos também em três tipos de aeroportos: Internacional; Doméstico e; Regional. A Tabela 14 apresenta a análise de nível de serviço para saguão de embarque através do espaço disponível por metro quadrado para cada usuário. Tabela 14 - Tabela de referência – Saguão de Embarque 1 NÍVEL DE SERVIÇO A - ALTO B - BOM C - REGULAR SAGUÃO DE EMBARQUE ÍNDICES DE DIMENSIONAMENTO (M²/USUÁRIO) TIPO DE AEROPORTO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL 2,5 2,2 1,8 2 1,8 1,5 1,6 1,4 1,2 Fonte: Alves (2007) 71 A Tabela 15 apresenta a análise de nível de serviço para saguão de embarque através da quantidade de assentos para uma porcentagem de número de usuários. Tabela 15 - Tabela de referência – Saguão de Embarque 2 NÍVEL DE SERVIÇO A - ALTO B - BOM C - REGULAR SAGUÃO DE EMBARQUE QUANT. DE ASSENTOS (% DO Nº DE USUÁRIOS) SE TIVER SALA DE PRÉSE NÃO TIVER SALA DE EMBARQUE PRÉ-EMBARQUE 25 70 15 60 10 50 Fonte: Alves (2007) A Tabela 16 apresenta a análise de nível de serviço para sala de pré-embarque através do espaço disponível para cada passageiro. Tabela 16 - Tabela de referência – Sala de Pré-Embarque 1 NÍVEL DE SERVIÇO A - ALTO B - BOM C - REGULAR SALA DE PRÉ-EMBARQUE ÍNDICES DE DIMENSIONAMENTO (M²/PAX) TIPO DE AEROPORTO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL 1,6 1,4 1,2 1,4 1,2 1 1,1 1 0,8 Fonte: Alves (2007) A Tabela 17 apresenta a análise de nível de serviço para sala de pré-embarque através da largura do corredor de acesso ao portão de embarque. Tabela 17 - Tabela de referência – Sala de Pré-Embarque 2 SALA DE PRÉ-EMBARQUE LARGURA DO CORREDOR DE ACESSO AO PORTÃO DE EMBARQUE (M) NÍVEL DE SERVIÇO TIPO DE AEROPORTO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL A - ALTO 3 2,5 2 B - BOM 2,5 2 1,5 C - REGULAR 2 1,5 1 Fonte: Alves (2007) 72 A Tabela 18 apresenta a análise de nível de serviço para saguão de embarque através da quantidade de assentos para uma porcentagem de número de usuários. Tabela 18 - Tabela de referência – Sala de Pré-Embarque 3 SALA DE PRÉ-EMBARQUE NÍVEL DE SERVIÇO QUANTIDADE DE ASSENTOS (% DO Nº DE PASSAGEIROS) A - ALTO B - BOM C - REGULAR 80 70 60 Fonte: Alves (2007) A Tabela 19 apresenta a análise de nível de serviço para área de check-in em aeroportos internacionais, através de dados como largura e profundidade do balcão de atendimento, fila de espera, número máximo de passageiros na fila, tempo de atendimento para voos internacionais e domésticos, comprimento da circulação e área do check-in. Tabela 19 - Tabela de referência – Check-in 1 CHECK -IN AEROPORTO INTERNACIONAL TEMP. DE Nº MÁX ATENDIMENTO/PAX. LARG. DO DE PAX (MIN) PROF. FILA ÁREA NÍVEL DE SERVIÇO BALCÃO NA CIRC (M) (M) (M/PAX) (M²/BALCÃO) (M/POSIÇÃO) FILA/ VÔO VÔO BALCÃO INT. DOM. A - ALTO B - BOM C - REGULAR 2,5 2 1,5 4 3,5 3 1 0,9 0,8 8 10 12 2-3 2-3 2-3 1-2 1-2 1-2 6 5 4 45 35 24,9 Fonte: Alves (2007) A Tabela 20 apresenta a análise de nível de serviço para área de check-in em aeroportos domésticos, através de dados como largura e profundidade do balcão de atendimento, fila de espera, número máximo de passageiros na fila, tempo de atendimento, comprimento da circulação e área do check-in. 73 Tabela 20 - Tabela de referência – Check-in 2 NÍVEL DE SERVIÇO A - ALTO B - BOM C - REGULAR LARG. DO PROF. BALCÃO (M) (M/POSIÇÃO) 2 1,8 1,4 3,5 3 2,8 CHECK -IN AEROPORTO DOMÉSTICO Nº MÁX DE PAX TEMP. DE FILA ÁREA NA ATENDIMENTO/PAX. CIRC (M) (M/PAS) (M²/BALCÃO) FILA/ (MIN) BALCÃO 0,9 8 1-2 5 31,4 0,8 10 1-2 4 27 0,7 12 1-2 3 19,88 Fonte: Alves (2007) A Tabela 21 apresenta a análise de nível de serviço para área de check-in em aeroportos regionais, através de dados como largura e profundidade do balcão de atendimento, fila de espera, número máximo de passageiros na fila, tempo de atendimento, comprimento da circulação e área do check-in. Tabela 21 - Tabela de referência – Check-in 3 Nº MÁX LARG. DO DE PAX TEMP. DE PROF. FILA ÁREA NÍVEL DE SERVIÇO BALCÃO NA ATENDIMENTO/PAX. CIRC (M) (M) (M/PAX) (M²/BALCÃO) (M/POSIÇÃO) FILA/ (MIN) BALCÃO A - ALTO 1,8 3 0,8 8 1-2 4 24,12 B - BOM 1,5 2,8 0,7 10 1-2 3 19,2 C - REGULAR 1,3 2,5 0,6 12 1-2 2 15,51 Fonte: Alves (2007) A Tabela 22 apresenta a análise de nível de serviço para áreas de vendas e reservas de bilhetes em aeroportos internacionais, domésticos e regionais, através do espaço disponível por balcão de atendimento. Tabela 22 - Área para Vendas e Reservas de Bilhetes 1 ÁREA PARA VENDAS E RESERVAS DE BILHETES ÍNDICES DE DIMENSIONAMENTO (M²/BALCÃO) NÍVEL DE SERVIÇO TIPO DE AEROPORTO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL A - ALTO 14,04 9,9 6,48 B - BOM 12,3 8,16 5,7 C - REGULAR 9,84 6,9 5,04 Fonte: Alves (2007) 74 A Tabela 23 apresenta a análise de nível de serviço para áreas de vendas e reservas de bilhetes em aeroportos internacionais, domésticos e regionais, através da porcentagem de números de balcões para check-in. Tabela 23 - Área para Vendas e Reservas de Bilhetes 2 BALCÕES PARA VENDAS E RESERVAS DE BILHETES PORCENTAGEM DE NÚMERO DE BALCÕES PARA CHECK-IN TIPO DE AEROPORTO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL 35 25 15 Fonte: Alves (2007) A Tabela 24 apresenta a análise de nível de serviço para áreas de triagem e despacho de bagagens em aeroportos internacionais, domésticos e regionais, através da metragem quadrada por voo. Tabela 24 - Área para Triagem e Despacho de Bagagens ÁREA PARA TRIAGEM E DESPACHO DE BAGAGENS ÍNDICES DE DIMENSIONAMENTO (M²/VÔO) TIPO DE AEROPORTO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL 40 40 20 Fonte: Alves (2007) A Tabela 25 apresenta a análise de nível de serviço para áreas de vistoria de segurança em aeroportos internacionais, domésticos e regionais, através da metragem quadrada por módulo, tempo de atendimento e processamento de passageiros por hora. Tabela 25 - Área de Vistoria de Segurança ÁREA DE VISTORIA DE SEGURANÇA TIPO DE AEROPORTO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL 20,00 M²/MÓDULO 16,00M²/MÓDULO 13,50M²/MÓDULO PROCESSAMENTO TEMPO DE ATENDIMENTO (PAX/H) 20 180 Fonte: Alves (2007) 75 A Tabela 26 apresenta a análise de nível de serviço para áreas de vistoria de passaportes em aeroportos internacionais através do espaço disponível por passageiro. Tabela 26 - Área de Vistoria de Passaportes 1 ÁREA DE VISORIA DE PASSAPORTES AEROPORTO INTERNACIONAL NÍVEL DE SERVIÇO ÍNDICE DE DIMENSIONAMENTO (M²/PAX) A - ALTO 1,2 B - BOM 1 C - REGULAR 0,8 Fonte: Alves (2007) A Tabela 27 apresenta a análise de nível de serviço para áreas de vistoria de passaportes em aeroportos internacionais através do número de agentes, área, tempo médio de atendimento e processamento de passageiros por hora. Tabela 27 - Área de Vistoria de Passaportes 2 ÁREA PARA VISTORIA DE PASSAPORTES AEROPORTO INTERNACIONAL BALCÕES PARA ATENDIMENTO DE PASSAGEIROS Nº DE AGENTES (UNID) ÁREA (M²) TEMPO MÉDIO DE ATENDIMENTO (SEG) PROCESSAMENTO (PAX/H) 2 4 8-14,7 15-27,3 30 30 240 480 Fonte: Alves (2007) A Tabela 28 apresenta a análise de nível de serviço para saguão de embarque em aeroportos internacionais, domésticos e regionais, através do espaço disponível por usuário. 76 Tabela 28 - Saguão de Embarque 3 SAGUÃO DE EMBARQUE ÍNDICES DE DIMENSIONAMENTO (M²/USUÁRIO) NÍVEL DE SERVIÇO TIPO DE AEROPORTO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL A - ALTO 2 1,8 1,5 B - BOM 1,8 1,6 1,2 C - REGULAR 1,5 1,2 1 Fonte: Alves (2007) A Tabela 29 apresenta a análise de nível de serviço para saguão de embarque através da quantidade de assentos por porcentagem de número de usuários. Tabela 29 - Saguão de Embarque 4 SAGUÃO DE EMBARQUE NÍVEL DE SERVIÇO QUANTIDADE DE ASSENTOS (% DO Nº SE USUÁRIOS) A - ALTO B - BOM C - REGULAR 15 10 5 Fonte: Alves (2007) A Tabela 30 apresenta a análise de nível de serviço para área de restituição de bagagens em aeroportos internacionais, domésticos e regionais, através do espaço disponível por usuário. Tabela 30 - Área de Restituição de Bagagens 1 ÁREA DE RESTITUIÇÃO DE BAGAGENS ÍNDICES DE DIMENSIONAMENTO (M²/PAS) NÍVEL DE SERVIÇO TIPO DE AEROPORTO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL A - ALTO 2 1,6 1,3 B - BOM 1,6 1,4 1,1 C - REGULAR 1,3 1,1 0,8 Fonte: Alves (2007) A Tabela 31 apresenta a análise de nível de serviço para área de restituição de bagagens em aeroportos internacionais, domésticos e regionais, através da 77 quantidade de bagagens por passageiro e porcentagem de carrinhos por passageiro. Tabela 31 - Área de Restituição de Bagagens 2 TIPO DE VÔO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL ÁREA DE RESTITUIÇÃO DE BAGAGENS QUANT. DE BAGAGENS/PAS % DE CARRINHOS/PAS 1,2 80 0,9 70 0,5 60 Fonte: Alves (2007) A Tabela 32 apresenta a análise de nível de serviço para áreas de vistoria de passaportes em aeroportos internacionais através do espaço disponível por passageiro. Tabela 32 - Área de Alfândega 1 ÁREA DE ALFÂNDEGA AEROPORTO INTERNACIONAL NÍVEL DE SERVIÇO ÍNDICES DE DIMENSIONAMENTO (M²/PAS) A - ALTO B - BOM C - REGULAR 1,5 1,2 0,9 Fonte: Alves (2007) A Tabela 33 apresenta a análise de nível de serviço para área de alfândega em aeroportos internacionais através do número de agentes, área, tempo médio de atendimento e processamento de passageiros por hora. Tabela 33 - Área de Alfândega 2 ÁREA DE ALFÂNDEGA AEROPORTO INTERNACIONAL BALCÕES PARA ATENDIMENTO DE PASSAGEIROS Nº DE AGENTES (UNID) ÁREA (M²) TEMPO MÉDIO DE ATENDIMENTO (MIN) PROCESSAMENTO (PAS/H) 2 17,48-29,16 2 Fonte: Alves (2007) 60 78 A Tabela 34 apresenta a análise de nível de serviço para sanitários masculinos através da área mínima para lavatórios, bacias sanitárias, mictórios e circulação. Tabela 34 - Sanitários Masculinos SANITÁRIOS MASCULINOS ÍNDICES DE DIMESNIONAMENTO (M²) NÍVEL DE SERVIÇO LAVATÓRIO B.SANITÁRIA MICTÓRIO CIRCULAÇÃO 1,4 A - ALTO 2 1,1 2,38 B - BOM 1,2 1,8 0,9 2,11 C - REGULAR 1 1,5 0,7 1,55 Fonte: Alves (2007) A Tabela 35 apresenta a análise de nível de serviço para sanitários femininos através da área mínima para lavatórios, bacias sanitárias e circulação. Tabela 35 - Sanitários Femininos SANITÁRIOS FEMININOS ÍNDICES DE DIMESNIONAMENTO (M²) NÍVEL DE SERVIÇO LAVATÓRIO B.SANITÁRIA CIRCULAÇÃO 1,4 A - ALTO 2 1,85 B - BOM 1,2 1,8 1,68 C - REGULAR 1 1,5 1,2 Fonte: Alves (2007) A Tabela 36 apresenta a análise de nível de serviço para área total do TPS em aeroportos internacionais, domésticos e regionais através do espaço disponível por passageiro. Tabela 36 - Área Total do TPS ÁREA TOTAL DO TPS ÍNDICES DE DIMENSIONAMENTO (M²/PAS) NÍVEL DE SERVIÇO TIPO DE AEROPORTO INTERNACIONAL DOMÉSTICO REGIONAL A - ALTO 25 18 15 B - BOM 22 15 12 C - REGULAR 18 12 10 Fonte: Alves (2007) 79 2.3.5 As variáveis na implantação de terminais de passageiros Segundo Goldner, Santos e Junior (2010) o planejamento da implantação de terminais de passageiros consiste em minimizar as distâncias de taxiamento do pátio para as pistas de pouso, além de evitar locais de implantação que estejam na projeção das trajetórias de aproximação e decolagem das aeronaves. Para Goldner (2010) os fatores que influenciam a localização da Área Terminal são basicamente: distâncias de táxiamento; acesso viário ao aeroporto; potencial de expansão; proximidade com outras instalações. Baseando-se nos itens de influência de localização de terminais acima, pode-se locar as instalações de terminais segundo as orientações: Em pistas simples, conforme Figura 20: as instalações devem estar eqüidistantes das cabeceiras, ou seja, mais alinhadas com o centro do conjunto, porém ainda pode-se aproximá-las de uma das cabeceiras quando esta predomina a operação das aeronaves. Figura 20 - Esquema de implantação de Terminais em pistas simples Fonte: Goldner (2010) 80 Em pistas paralelas, conforme Figura 21 e Figura 22: preferencialmente as instalações devem ser locadas entre as pistas, ainda sendo permitido que se situem mais próximas de uma das cabeceiras desde que estejam a favor da que predominar na operação das aeronaves. Figura 21 - Esquema de implantação de Terminais em pistas paralelas (caso 1) Fonte: Goldner (2010) Figura 22 - Esquema de implantação de Terminais em pistas paralelas (caso 2) Fonte: Goldner (2010) Em pistas com diferentes direções, conforme Figura 23: as instalações devem eqüidistantes das cabeceiras. 81 Figura 23 - Esquema de implantação de Terminais em pistas com diferentes direções Fonte: Goldner (2010) De acordo com Alves (2007) as instalações do aeroporto são definidas de acordo com o volume de tráfego, ou seja, as instalações como os terminais são baseadas nas demandas de cada aeroporto, disto nasce a escolha do tipo ter terminal a ser implantado e sua localização no meio físico. Com isso é possível se criar o plano diretor do aeroporto, que é obtido através dos seguintes dados: balanço estatístico de passageiros como fluxos de horários de chegada, partida de vôos domésticos e internacionais; balanço estatístico de cargas, com a mesma classificação para balanço de passageiros acima; relação de aeronaves com dados como pico de movimento e; balanço estatísticos de visitantes no aeroporto. 82 3 MÉTODO DE TRABALHO Para o trabalho aqui desenvolvido, foram realizados diversos tipos de pesquisas bibliográficas com distintos materiais técnicos relativos ao tema em questão. A metodologia desenvolvida tomou como base artigos publicados, livros técnicos, apostilas técnicas, reportagens, leis e estatísticas existentes, sites de internet com publicações, diretrizes e organizações de órgãos competentes à área de transporte aéreo. Para tanto ainda, foi realizado um estudo sobre o crescimento do número de voos e passageiros de alguns aeroportos ao longo dos últimos anos para obter as estimativas necessárias às demandas futuras, respondendo a muitas questões importantes aqui levantadas. Analisamos também informações sobre as Copas do Mundo já realizadas para a compreensão e obtenção dos dados necessários ao estudo proposto. Após etapa de pesquisa foi analisado o proposto, ou seja, a necessidade do segundo terminal de passageiros no aeroporto de Viracopos, em Campinas, no estado de São Paulo, face à realização da Copa do Mundo de 2014. 83 4 MATERIAIS E FERRAMENTAS Para realização do trabalho visitamos bibliotecas públicas para consulta do acervo referente ao transporte aéreo e utilizamos dados estatísticos de sites governamentais. A ferramenta utilizada foi a internet. De suma importância e significado fundamental às pesquisas atuais, quando utilizada de forma adequada, ou seja, com a devida referência bibliográfica. O arquivo técnico e o segmento da metodologia científica consultado e aplicado à pesquisa também serviram de ferramentas utilizadas para efetivação e confirmação das informações expostas neste trabalho. 84 5 ESTUDO DE CASO O estudo de caso que será explanado tem como foco principal a apresentação da atual situação e a análise da necessidade da implantação do 2º terminal de passageiros no Aeroporto de Viracopos. Assim sendo, a expectativa deste tópico se resume em oferecer conhecimento no caso apresentado de maneira técnica, com base em dados estatísticos fundamentados em estudos já realizados por órgãos responsáveis e veículos de informação confiáveis. 5.1 Localização O Aeroporto Internacional de Viracopos tem localização geográfica privilegiada a 14 km do Centro de Campinas, em uma importante área tecnológica do país, com grandes empresas e universidades, e distante apenas 100 km de São Paulo. Devido ao fácil acesso às rodovias Santos Dumont, Bandeirantes e Anhanguera e pelos investimentos com ampliações e inovações tecnológicas nos processos de movimentação de cargas junto à Receita Federal tem grande destaque na América Latina no segmento de Carga Aérea Internacional (INFRAERO, 2011). 5.2 Coleta de Dados de Campo Na Copa do Mundo realizada na África em 2010, os aeroportos do país receberam 310 mil visitantes, um terço abaixo do esperado para a época do evento. Segundo relatório do Governo Sul Africano, o gastos estimado destes visitantes foi de 3,64 bilhões de rands, que é o equivalente a R$ 905 milhões, diante os R$ 4,2 bilhões gastos para as reformas e construções necessárias para receber o torneio (South African Tourism, 2010). Na Figura 24 pode-se verificar o mapa da África do Sul e seus estados onde ocorreu a Copa do Mundo em 2010. 85 Figura 24 - Mapa Político Geográfico da África do Sul Fonte: Google Maps, 2011 Este número bateu o recorde mínimo de visitantes para uma Copa do Mundo, que antes pertencia aos Estados Unidos, atribuição ganha em 1994 (há 16 anos), quando foi o país sede da Copa do Mundo (Portal, 2014). Segundo o Portal 2014, os números referentes a África do Sul contrastam com os números da Copa anterior a de 2010, realizada na Alemanha em 2006, que em virtude de sua localização geográfica recebeu para o evento 2 milhões de visitantes, conforme pode ser visto na Figura 25. 86 Figura 25 - Representação Geográfica das cidades sede da Copa da Alemanha Fonte: Wikipedia, 2011 Conforme pode ser visto na Tabela 37 a capacidade nos aeroportos depois da Copa em 2010 decaiu nas cidades sedes da África do Sul. 87 Tabela 37 - Análise pré e pós Copa do Mundo em 2010 na África do Sul Demanda durante e posterior a Copa (2009/2010) Cidade Sede Nome do Aeroporto Demanda anterior a Copa (2008/2009) Johannesburg OR Tambo International ou ORTIA 17.884.859 17.596.203 Cidade do Cabo Cape Town International ou CTIA 7.813.170 7.810.069 Durban Durban International ou DIA 4.293.226 4.403.340 Pretória OR Tambo International ou ORTIA 17.884.859 17.596.203 Port Elizabeth Port Elizabeth Airport ou PEA 1.408.375 1.349.673 Bloemfontein Bloemfontein Airport 408.546 397.228 Rustenburg Aeroporto Internacional OR Tambo ou ORTIA 17.884.859 17.596.203 Nelspruit Aeroporto Internacional de Kruger Mpumalanga Polokwane Polokwane International Airport 400 400 pessoas passageiros por por hora hora - - Fonte: Portal 2014, 2011 No Brasil, o Ministério do Turismo espera 600 mil visitantes para a Copa de 2014, e o governo está, através das inúmeras obras em andamento no país, se estruturando para atender ao conforto e segurança exigidos pelo órgão gestor do evento, a FIFA. A Figura 26 ilustra a disposição geográfica dos aeroportos que estão localizados nas cidades-sede da copa de 2014. 88 Figura 26 - Distribuição geográfica dos aeroportos que pertencem as cidades-sedes da copa de 2014 89 A Tabela 38 ilustra a situação, em 2010, dos aeroportos das cidades-sede da realização da Copa do Mundo de 2014. Tabela 38 - Situação dos aeroportos das cidades-sede no ano de 2010 Cidade-Sede Aeroporto Demanda/ano Capacidade/ano Ocupação % Aeroporto de Congonhas 15,4 12 129% Aeroporto Internacional Guarulhos 26,7 20,5 130% 5 3,5 143% Aeroporto Internacional de Confins 7,2 5 145% Aeroporto Internacional de Brasília 14,1 10 141% Cuiabá Aeroporto Internacional Mal. Rondon 2,1 1,6 133% Curitiba Aeroporto Internacional Afonso Pena 5,7 6 96% Manaus Aeroporto Int.Eduardo Gomes 2,7 2,5 108% Fortaleza Aeroporto Internacional Pinto Martins 5 3 169% Natal Aeroporto Int. Augusto Severo 2,4 1,9 127% Porto Alegre Aeroporto Internacional Salgado Filho 6,6 4 167% Recife Aeroporto Internacional do Recife 5,9 8 74% Aeroporto Int. do Rio de Janeiro/Galeão 12,2 18 68% Aeroporto Santos Dumont 7,8 8,5 92% Aeroporto Int. Luis Eduardo Magalhães 7,5 10 72% São Paulo Aeroporto Internacional de Viracopos Belo Horizonte Brasília Rio de Janeiro Salvador Fonte: Viaje Mais, 2011 Na Tabela 39 pode ser visualizada a situação dos aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 no ano de realização da mesma diante a capacidade prevista. 90 Tabela 39 - Previsão da situação dos aeroportos das cidades-sedes em 2014 Cidade-Sede Aeroporto Demanda/ano Capacidade/ano Aeroporto de Congonhas (SP) São Paulo 39,2 Aeroporto Internacional de Viracopos 35 Ocupação % 112% 7,4 11 67% Belo Horizonte Aeroporto Internacional de Confins 10,6 8,5 125% Brasília Aeroporto Internacional de Brasília Aeroporto Internacional Marechal Rondon Aeroporto Internacional Afonso Pena Aeroporto Internacional Eduardo Gomes Aeroporto Internacional Pinto Martins Aeroporto Internacional Augusto Severo Aeroporto Internacional Salgado Filho 20,7 18 115% 3,1 3,8 111% 8,4 8 105% 4 5 79% 7,4 6 124% 3,5 1,9 186% 9,8 8 122% Aeroporto Internacional do Recife Aeroporto Internacional do Rio de Rio de Janeiro Janeiro/Galeão Aeroporto Internacional Luis Eduardo Salvador Magalhães 8,7 8 108% 17,9 26 69% 11 10,5 105% Cuiabá Curitiba Manaus Fortaleza Natal Porto Alegre Recife Fonte: ViajeMais, 2011 5.3 Parâmetros de comparação para o estudo de implantação do 2º terminal de passageiros em Viracopos Com o intuito de ambientar no meio aéreo brasileiro a situação atual do terminal de passageiros em Viracopos, neste tópico serão apresentadas as condições do mesmo, as quais serão comparadas às demais nos terminais dos principais aeroportos do Brasil. Isto, afim de, analisar e opinar pela real necessidade de ampliação ou não do terminal de passageiros em estudo. 5.3.1 Terminal de passageiros atual de Viracopos Comparado a outros lugares do mundo o Brasil ainda opera pouco em seus terminais, no entanto dentre os principais do país está o de Viracopos, foco do estudo em questão e é o que ocupa o 11º lugar. 91 O Aeroporto Internacional de Viracopos possui um terminal de passageiros com 30.000 m², 32 balcões de check-in, 4 elevadores, praça de alimentação, 47 lojas, 7 portões de embarque, 4 esteiras de bagagens, 2 salas de embarque, 2 salas de desembarque, 3 postos de alfândega, além de 2 canais de inspeção internacionais e 3 domésticos (Câmara Municipal de Campinas, 2011). O movimento de passageiros no período de janeiro a julho de 2011 foi de mais de 4 milhões (INFRAERO, 2011). 5.3.2 Estudo do fluxo de passageiros nos terminais dos principais aeroportos brasileiros Segundo o BNDES (2011) foram selecionados 20 principais aeroportos do país, dos quais 19 possuem o maior movimento de passageiros, e o da Pampulha, aeroporto secundário da região metropolitana de Belo Horizonte, que é uma importante metrópole do país. Juntos, os 20 aeroportos representam 90% do movimento total de passageiros no país e sendo assim se torna uma amostra representativa da realidade da infra-estrutura aeroportuária brasileira, conforme pode se visto na Figura 27. 92 Figura 27 - A disposição dos 20 aeroportos mais movimentados do Brasil Fonte: INFRAERO, 2009, adaptado por Bezerra Na Tabela 40 são apresentados os principais aeroportos em termos de quantidade de passageiros pagos e fluxo de cargas, sendo representados de forma numérica em relação ao total de aeroportos da INFRAERO. Tabela 40 - Representativo dos aeroportos mais relevantes quanto a PAX e fluxo de cargas ESTADO Total REPRESENTAÇÃO GRÁFICA AEROPORTOS RELEVANTES PAX CARGA 732 100% 100% São Paulo 3 31% 54% Rio de Janeiro 2 13% 7% Belo Horizonte 2 5% 2% Demais selecionados 13 41% 33% Demais INFRAERO 47 7% 3% Demais aeroportos 665 3% 1% Fonte: INFRAERO, 2009, adaptado por Bezerra 93 Atualmente o Brasil possui quatro aeroportos com expressivo movimento de passageiros. São eles, em ordem decrescente: Guarulhos e Congonhas, localizados na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), Brasília, no Distrito Federal, e Galeão, no Rio de Janeiro, conforme pode ser visto na Tabela 41 (BNDES, 2011). Tabela 41 - Evolução de demanda nos 20 aeroportos selecionados DEMAIS BH RJ SP PASSAGEIROS (milhões) AEROPORTO 2009 2008 2007 GUARULHOS 21,6 20,4 18,8 CONGONHAS 13,7 13,7 15,3 VIRACOPOS 3,4 GALEÃO 11,8 10,8 10,3 SANTOS DUMONT 3,6 3,6 3,2 CONFINS 5,7 5,2 4,3 PAMPULHA 0,6 0,6 0,1 BRASÍLIA 12,2 10,4 11,0 SALVADOR 7,0 6,0 5,9 PORTO ALEGRE 5,6 4,9 4,4 RECIFE 5,2 4,7 4,2 CURITIBA 4,8 4,3 3,9 FORTALEZA 4,2 3,5 6,3 MANAUS 2,3 2,0 2,0 VITÓRIA 2,3 2,0 1,9 BELÉM 2,1 2,1 2,1 FLORIANÓPOLIS 2,1 2,1 1,9 NATAL 1,8 1,6 1,6 GOIÂNIA 1,7 1,6 1,5 CUIABÁ 1,6 1,4 1,2 1,1 1,0 Fonte: INFRAERO, 2009 Houve crescimento significativo no movimento de passageiros nesses 20 aeroportos principais – cerca de 10% ao ano desde 2003, com especial destaque para Guarulhos, Viracopos, Galeão, Santos Dumont e Brasília. Nos últimos anos, Congonhas apresentou queda em seu movimento de passageiros, devido às restrições adotadas nesse aeroporto com o objetivo de aumentar sua segurança. (BNDES, 2011) 94 5.3.3 Investimentos em ampliações, adaptações e reformas necessárias para o atendimento na época da Copa do Mundo Para o período da Copa do Mundo de 2014 espera-se receber no Brasil aproximadamente 225,7 milhões de passageiros (FOLHA, 2011). Baseado nestes números, tendo São Paulo como uma das principais cidades sede, é esperado que os aeroportos que atendem a região (Congonhas, Cumbica e Viracopos), juntos contarão com uma demanda de aproximadamente 40 milhões de passageiros neste período ( VIAJE MAIS, 2011). Por isso, para dar conta destes números, o Aeroporto Internacional de Viracopos deverá passar por uma ampla reforma de suas dependências. De acordo com a INFRAERO, o valor total de investimento previsto, (Previsão da Matriz de Responsabilidade) para a realização do 2º TPS é de 47,4 milhões de reais sendo o valor de 2 milhões destinados ao projeto básico e os demais 45,7 milhões para a obra do mesmo. (INFRAERO, 2011). Toda a responsabilidade pelos custos é do Governo Federal, porém nenhuma quantia até o mês de agosto de 2011 foi dispendida com contratos ou execução de obra. Foi anunciado no dia 23/08/2011 o modelo de concessão que o Governo Federal, através do Ministério da Fazenda, está regulamentando para os aeroportos de Guarulhos, Brasília e Viracopos. Segundo a Presidente da República, Dilma Rousseff, entre as intenções deste modelo está a destinação a reformas necessárias para atender a demanda que ocorrerá devido a Copa do Mundo de 2014. O modelo de concessão refere-se a uma parceria entre a Infraero (estatal responsável atualmente pela administração dos aeroportos brasileiros) e empresa(s) do setor privado, através da formação de Sociedades de Propósito Específico (SPE), onde a primeira (Infraero) ficará com 49% e os investidores privados com os 51% restantes(FOLHA, 2011). Consequentemente enxerga-se que as despesas relativas às obras do 2º TPS, para atendimento a Copa do Mundo de 2014 e demanda crescente, seguirão distribuídas no mesmo percentual. 95 5.4 Aeroporto Internacional de Viracopos A seguir será discutido e analisado, sob o ponto de vista estatístico e qualitativo, o aeroporto de Viracopos, com foco voltado a realização das adaptações ligadas á Copa do Mundo de 2014 e dando ênfase maior nas propostas de construção do 2º terminal de passageiros. 5.4.1 Informações à respeito do Aeroporto Internacional de Viracopos Serão explanadas as informações a respeito primeiramente do Aeroporto Internacional de Viracopos, através de dados históricos, dados atuais e das análises de ampliações para recebimento do futuro evento. 5.4.1.1 Histórico sobre o Aeroporto Internacional de Viracopos O Aeroporto Internacional de Viracopos desde a Revolução de 32 teve a área utilizada como campo de operações aéreas, em 1946 a pista foi ampliada, em 1948 teve o primeiro hangar, em 1950 surgiu a primeira estação de passageiros e em 1957 começaram a construção e instalação de todos equipamentos necessários para um aeroporto internacional, tendo sua inauguração oficial só em 1960 (INFRAERO, 2011). A origem do nome de Viracopos tem duas versões, a primeira vem do início do século com o desentendimento entre os habitantes em uma quermesse da igreja, quando o padre se referiu ao ocorrido como “viracopos” e a outra versão seria sobre o bar onde as pessoas se encontravam para “virar copos” na área onde está hoje o sítio aeroportuário (INFRAERO, 2011). 96 O aeroporto desde sua inauguração cresceu acompanhando a tecnologia aeroportuária, tendo o seu Terminal Cargas administrado pela Infraero em 1978 e a partir de 1980 a administração geral passou a ser da DAESP (INFRAERO, 2011). 5.4.1.2 Análise setorial e de fluxo do terminal de passageiros (atual) de Viracopos Segundo pesquisas, no ano de 2010, Viracopos obteve um crescimento de 57,8% em número de passageiros em relação a 2009. Aproximadamente 5,6 milhões de passageiros passaram pelo TPS. Atualmente o terminal de Viracopos está na 212º colocação com maior movimento no mundo. (Revista Exame, 2011) No cenário internacional o terminal de passageiros em Viracopos só perdeu em ritmo de crescimento para o de Istambul, na Turquia, o qual cresceu 74,7%. Em terceiro lugar está o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, que obteve um crescimento de 53,5% no número de passageiros. (Revista Exame, 2011) A saturação no terminal de Viracopos é evidente, pois de acordo com o estudo realizado em 2009 foram 3,4 milhões de pessoas, contrariando a Infraero que divulgou apenas 2,9 milhões para uma capacidade de 3,5 milhões. Com a ampliação prevista no terminal de Viracopos a capacidade sobe para 11 milhões em 2014 superando a demanda esperada de 7,5 milhões de passageiros. Esta nova estrutura do terminal possibilitará ao mesmo processar até 2 milhões de passageiros por ano, quase triplicando a capacidade anterior de 700 mil passageiros ao ano. (Portal 2014, 2011) 5.4.1.3 A decisão de construir o 2º terminal de passageiros de Viracopos O aeroporto de Viracopos tem tido crescimentos recordes nos últimos anos, superando o crescimento de passageiros de inúmeros aeroportos. Só nos sete primeiros meses deste ano de 2011, já atendeu 4,2 milhões de passageiros, se 97 superando em 47% em relação ao mesmo período do ano de 2010. Índices que chamam atenção em relação aos outros aeroportos do país (INFRAERO, 2011). Viracopos se transformou na principal opção de centro aeroportuário do país para o governo devido à dificuldade de viabilizar as alternativas e à crescente demanda do interior (FOLHA, 2011). Antes, a principal alternativa era o Projeto de construção de um terceiro aeroporto na região metropolitana de São Paulo, mas teve como barreiras a escassez de terrenos para um projeto próprio, o que também levaria muito tempo, a não ser que entregasse à iniciativa privada, gerando outros problemas políticos como a criação de concorrência e desvalorização ao aeroporto de Guarulhos (FOLHA, 2011). O ideal para São Paulo seria ampliar a capacidade do Aeroporto Internacional de Guarulhos, que até 2014 terá seu terceiro Terminal de Passageiros com capacidade de passageiros limitada a 35 milhões e com obstrução da construção de uma terceira pista por problemas de invasão na área que possibilitava a expansão necessária, cerca de 5.500 famílias instalaram-se no local (FOLHA, 2011). Com tudo isso, a opção de Projeto de um terceiro aeroporto na região metropolitana de São Paulo fica descartada. Esta situação ficou bem clara com o anúncio de concessão privada da Presidente da República (FOLHA, 2011). 5.4.1.4 Exigências a serem atendidas para o evento internacional da Copa do Mundo As exigências feitas a um determinado sistema aeroportuário para um evento isolado, tal como é a Copa do Mundo que acontecerá no Brasil em 2014, não fogem do padrão das exigências convencionais para as condições do tráfego aéreo. A distinção acontece mais pelo fato da demanda elevada e acentuada no curto período do evento. 98 Algumas exigências são provenientes da FIFA (Fédération Internationale de Football Association), organizadora do mundial, e responsável pela aprovação para uso dos equipamentos durante a Copa. Para o Aeroporto de Viracopos, assim como para os demais, a FIFA persiste no que diz respeito a acessibilidade, passagens e saídas de emergências convenientes ao volume de passageiros esperado, de forma a atender a determinação de garantir a evacuação do terminal em oito minutos caso haja situação de emergência (Panrotas, 2009). A construção do 2º TPS para atendimento a Copa do Mundo também pode ser apontado como um reflexo da caracterização, e escolha, do Aeroporto de Viracopos como aeroporto de apoio a cidade-sede, que também trata-se de uma exigência da FIFA. Viracopos corresponde aos requisitos de estar a uma distância máxima de 200 quilômetros da cidade-sede (no caso, São Paulo) e contar com acesso por via asfaltada e duplicada (Turismont, 2011). 5.4.1.5 Documentações e licenças necessárias, já emitidas ou em análise Sabe-se que para a intervenção construtiva de um aeroporto, vários aspectos no sentido de disciplinar as modificações são exigidas através de processos de análise e aprovação por diversos órgãos, e inclusive da população através de audiência pública. Com relação às obras necessárias a criação do 2º Terminal de Passageiros, podese considerar que grande parte da documentação que lhe é peculiar está inclusa no processo que foi apresentado para as reformas e ampliação como um todo, ou seja, em apenas uma análise, as principais alterações (ampliações e reformas) objetivadas para o aeroporto serão vistas. Até o mês de agosto de 2011 não foi dada entrada com o projeto construtivo em nenhum órgão responsável (Portal da Transparência, 2011). O fato se sustenta nos seguintes motivos: 99 o primeiro deles é o fato de que até o início do ano de 2011 não se havia obtido licença ambiental para a obra, pois o EIA/ RIMA ainda estava em procedimento de análise podendo, inclusive, sofrer reprovação. Nestas condições, sem a licença ambiental expedida, qualquer ação no intuito de dar entrada com projetos de engenharia caracterizaria atropelamento das etapas de protocolamentos, e consequente ação de forte efeito por parte do Ministério Público, passível inclusive de impugnar a realização da construção do 2º TPS, ou, em na menor densidade, causar atrasos burocráticos produzindo grandes retrabalhos e decorrentes prejuízos; o segundo motivo ocorre em função da prorrogação em 11 meses para o início das obras, feito pela INFRAERO, o que consequentemente esfriou o processo de concorrência. O fato influencia na geração de possibilidade de se ter que revisar os projetos caso sejam encaminhados no primeiro momento, por expirar o período de vigência da aprovação quando concedida, por implicar em readequações de preços já contratados, ou ainda por passar a contar com o uso de tecnologias construtivas permitidas com a adição da prorrogação do prazo. Com relação a etapa que confere à construção do 2º TPS do aeroporto de Viracopos, a INFRAERO obteve do Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA, em 27/01/2011, a licença prévia. O documento foi concedido após parecer técnico da companhia ambiental de São Paulo (Cetesb). Para a obtenção da licença de operação e instalação a INFRAERO contará com diversas reivindicações tais como compensações ambientais, desapropriações e consequente reassentamento dos ocupantes em outros locais. Todas estas ressalvas estão expressas no EIA-RIMA do processo, que teve sua primeira solicitação de licença protocolada no ano de 2004. (Globo.com, 2011) Paralelo ao processo de licenças para construção e licitação para a realização dos projetos de engenharia, foi aprovada no dia 26 de agosto a iniciativa por meio de concessão de exploração do aeroporto internacional de Viracopos, o que confirma a sua inclusão no Programa Nacional de Desestatização – PDN (DOU, 2011). 100 5.4.1.6 Impacto ambiental causado pela ampliação do aeroporto de Viracopos com a construção do 2º terminal de passageiros Destinado a analise de obra de um Aeroporto, cuja área envolvida é de aproximadamente 25.215 m², o EIA/RIMA apresentado para este processo é o documento que rege as obrigações que o executor do projeto deve atender antes do início das obras, durante a sua execução, e também por todo o período de operação do equipamento. No intuito de minimizar, senão anular, os impactos que virão a ser provocados pelas obras, ações preventivas, controladoras e compensatórias devem ser adotadas pela Infraero. A Figura 28 apresenta a vista externa do Terminal de Passageiros do Aeroporto de Viracopos. Figura 28 - Vista externa TPS atual 1 Fonte: INFRAERO, 2011. No dia 27 de janeiro de 2011 o projeto para a ampliação do Aeroporto de Viracopos recebeu a licença ambiental referente e 1ª etapa. Junto com esta liberação estão as 101 obrigações de compensação ambiental, desapropriação e reassentamento, e outras observações feitas a partir do parecer técnico gerado pelo EIA/RIMA. Para consideração das exigências foram levados em questão comentários da Prefeitura de Campinas, civis e participantes da audiência pública realizada em obediência ao processo de análise e aprovação relativo aos impactos ambientais do empreendimento (Globo.com, 2011). A licença ambiental, datada com solicitação desde 2004, é o ponto de partida, de caráter do estado, para que se possa dar andamento a todos os demais itens até a inicialização da obra. Para seguir com o interesse de construção do 2º TPS, a INFRAERO terá que consolidar na cidade, uma unidade de conservação ambiental de 222,8 hectares, de forma a compensar a derrubada de um trecho do cerrado presente no local do futuro terminal (Monitor Mercantil, 2011). Outra exigência do Consema – Conselho Estadual do Meio Ambiente, é de que o equipamento passe a contar com um sistema para o monitoramento da emissão de gases de efeito estufa, providenciando medidas compensatórias, se for verificada a necessidade (EPTV.com, 2011). Com base no EIA/RIMA foi estabelecido ainda uma compensação ambiental na ordem de 0,5% sobre o custo total declarado do empreendimento (R$ 6.486.218.355,00) representando assim uma quantia de R$ 32.431.091,00 a serem direcionados para unidades de conservação da região de campinas, obedecendo assim a lei federal 9.985/00 (CAPPA, 2009). Este valor pode e será questionado pelo interesse publico primário ainda em audiência publica, inclusive para que seja demonstrada para a população a forma de calculo que chegou ao valor apresentado. O valor poderá ser revisto também no decorrer da operação do 2º TPS, podendo ser ampliada caso seja constatado que a ampliação decorrente deste terminal proporcionou, através das atividades aeroportuárias, rentabilidade econômica muito superior se comparado ao percentual de compensação baseado inicialmente no custo da obra. Este montante deve suprir os principais interesses de combate a impactos ambientais através do monitoramento das aeronaves, fluxo de veículos e 102 passageiros, internalização de tecnologias limpas aeroportuárias, e a maior parte deve ser destinada para as áreas próximas ao aeroporto, buscando evitar invasões indevidas, constituição de lixões e concentração de pássaros. 5.4.1.7 Impacto econômico causado pela ampliação do aeroporto de Viracopos com a construção do 2º terminal de passageiros Uma das grandes preocupações no desenvolvimento de obras de infraestrutura é a necessidade de desocupação, ou seja, a chamada desapropriação. E para a construção do 2º TPS não é diferente. No caminho da execução das obras definidas para o Aeroporto de Viracopos para o atendimento da Copa do Mundo, está um vultoso montante de desapropriações. Através da AGU – Advocacia Geral da União, as desapropriações vêm sendo promovidas após as áreas envolvidas serem reveladas como de utilidade pública para a ampliação do Aeroporto, neste caso para a construção do 2º TPS, e declaradas como incorporadas ao patrimônio da União mediante pagamento de indenização cujo montante é depositado em juízo associados aos processos e destinados aos detentores do imóvel. Em setembro de 2010 a Justiça Federal de São Paulo chegou, com o auxílio de um relatório, ao valor médio de R$ 159,00 por metro quadrado das áreas a serem desapropriadas no entorno do Aeroporto Internacional de Viracopos, para a sua ampliação. Trata-se de 12,36quilômetros quadrados de desapropriação, dos quais 5,5 quilômetros quadrados já foram desocupados com ações ajuizadas desde 2008. Na visão das imobiliárias da região de Campinas, isto representa uma valorização das áreas em questão, cujo preço do metro quadrado se limita entre R$ 90 e R$ 100. (JORNAL TODO DIA, 17/05/2010). Porém, no desenrolar da etapa de desapropriação, muitos problemas são originados. Como por exemplo, os moradores do bairro Parque Central de Viracopos, que assim que foram informados quanto à desapropriação da gleba em função da construção do 2º TPS, passam por uma situação de precariedade na 103 assistência de benfeitorias públicas. Estes residentes da região de pequenas propriedades rurais localizadas no Sul de Campinas, próximo ao aeroporto de Viracopos, têm presenciado problemas consequentes da falta de segurança no local. Segundo eles, após as desapropriações o que correu foi que, ficaram enormes trechos desabitados, além de ruas esburacadas e falta de iluminação, favorecendo assim a prática de crimes. Ainda que cientes da ampliação do aeroporto, elevando o interesse público na região, aproximadamente 200 famílias pedem a atenção da administração pública até que se finalize os andamentos para as indenizações, que atualmente não tem prazo estabelecido. Esta indefinição tem ocasionado o êxodo rural forçado, pois muitos não estão aguentando esperar pelas indenizações vivendo em condições de insegurança. Por sua vez, as casas deixadas são imediatamente ocupadas por moradores de rua, e as pequenas plantações aos poucos estão virando pilhas de entulhos, e materiais derivados do trabalho de catador que muitos dos novos moradores exercem (Correio Popular, 2011). Atualmente, o aeroporto de Viracopos é o responsável por 10 mil empregos diretos, número de grande representatividade para a cidade de Campinas. É previsto a geração para a obra do 2º TPS, e demais obras contidas na 1ª etapa, 8,2 postos de trabalho para a mão de obra da reforma. A partir do começo do funcionamento da nova parte construída, mais 10 mil empregos, passando, o aeroporto de Viracopos, a agregar 20 mil empregos diretos (Viracopos, 2011). O impacto urbano causado pela instalação, ou ampliação, de um novo equipamento, é acompanhado com o auxílio de ferramentas tais como o Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV, que trata-se de um instrumento ditado pelo Estatuto da Cidade, que por sua vez, é utilizado em conjunto com o instrumento de EIA e destacam a implantação do novo projeto junto a sociedade, fazendo com que a opinião pública local se manifeste sobre detalhes que possivelmente influenciarão no seu dia-a-dia, não só durante a obra mas também no funcionamento do 2º TPS. (Cappa, Josmar) 104 5.4.1.8 Expectativas do projeto da construção do 2º terminal de passageiros Está em fase de licitação o processo de ampliação do Aeroporto de Viracopos e em sua 1ª fase tem como um dos seus principais itens um novo terminal de passageiros (EP Campinas, 2011). Segundo a CGU – Controladoria Geral da União, apud INFAERO, 2011 a ampliação no terminal de passageiros de Viracopos está prevista em 25.215 m² sendo que, o valor de contratação para a elaboração dos projetos de engenharia é de R$ 2.665.355,14 e o prazo de contratação está entre julho de 2011 e março de 2012. A expectativa para a construção do 2º terminal de passageiros em Viracopos é de que será importante para a descentralização do tráfego aéreo internacional e nacional, que hoje está concentrado nos aeroportos de Guarulhos e Congonhas, na cidade de São Paulo. Pode-se justificar esta afirmação devido ao fato de que de janeiro a agosto de 2005, os dois aeroportos afogados processaram juntos 251 mil aeronaves e 21 milhões de passageiros. (Aviação Comercial Brasileira, 2011) A expectativa da Infraero (estatal que administra aeroportos) é de que o terminal se torne o mais movimentado do país, com capacidade para 61 milhões de passageiros por ano, o equivalente a 4,6 vezes o total de passageiros em Congonhas no ano passado (Uol, 2009). A ampliação deverá ser custeada com verbas da própria estatal e do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal, mesmo com a possibilidade de concessão do aeroporto à iniciativa privada, anunciada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, no ano passado. (Uol, 2009) Como pode ser visto na Figura 29 o projeto de ampliação total está previsto em 27.400.000 m² (Uol, 2009). 105 Figura 29 - Layout preliminar da ampliação do aeroporto de Viracopos Fonte: site da Uol, 2009. Segundo a Figura 30 com a ampliação no aeroporto como um todo e com a construção do 2º terminal de passageiros, Viracopos superará em mais de 20 milhões a capacidade de movimentação de passageiros de Cumbica e em 47 milhões a mais que Congonhas, até 2025. (Uol, 2009) Figura 30 - Layout preliminar da ampliação do aeroporto de Viracopos Fonte: site da Uol, 2009. 106 5.4.1.9 Prazo e descrição do cronograma de obra da construção do 2º terminal de passageiros Em 09/02/2011 foi publicado o edital da licitação dos projetos de engenharia, para as etapas de serviços e estudos preliminares, projetos básicos e executivos destinados ao 2º TPS de Viracopos, acontecendo na sequencia a entrega das propostas, inclusive prorrogada para 18 de abril de 2011, motivada por correções e esclarecimentos necessários aos concorrentes, conforme procedimento padrão para concorrências públicas. (Portal da Transparência, 2011) Em 11 de maio de 2011 os membros responsáveis da Comissão de Licitação criada pelo Ato Administrativo 111/SRSP (ADSP-4)/2011, organizaram uma seção na Coordenação de Licitações buscando concluir a análise documentacional das empresas concorrentes assim como finalizar a analise do parecer emitido pelas partes técnicas, cumprindo o Despacho n° 128/EGSP-1/2011. Porém, até o mês de agosto de 2011 a situação do processo encontra-se em andamento, não havendo divulgação a respeito do vencedor da etapa. Com referência ao período de obras, com as alterações feitas pela Infraero em julho de 2010 no cronograma das obras dos aeroportos que vão servir a Copa do Mundo de 2014, as datas de início e etapas intermediárias foram adiadas para que assim se possam eliminar atrasos, e os prazos de conclusão foram ampliados, objetivando que tudo fique pronto até 2013, se a programação for seguida à risca. (Viracopos, 2011). Desta forma, a construção do 2º TPS de Viracopos teve seu prazo de início ampliando em 11 meses, e o término estendido em um mês, ou seja, vai começar quase um ano mais tarde, em junho de 2012 e contará com mais 30 dias de período disponível para as obras, devendo ser concluídas em dezembro de 2013 (Copa 2014). O argumento da Infraero para a elaboração destas alterações, é o de que os empreendimentos para a Copa sofreram diversos casos de replanejamento, onde há a busca em adaptar o escopo dos projetos face a expressiva elevação da demanda de 2010 obrigando que seja feito recálculo para as previsões futuras (FOLHA, 2011). 107 5.4.1.10 Suporte externo necessário para funcionalidade do 2º terminal de passageiros do aeroporto de Viracopos As deficiências existentes em Viracopos são basicamente as mesmas existentes nos outros aeroportos do Brasil: a precariedade dos transportes públicos que dão acesso ao aeroporto; a falta de vagas nos estacionamentos locados dentro dos aeroportos; pequenas, desconfortáveis e insuficientes áreas de check-in e embarque; insuficiência de fingers; pequenos pátios para estacionar as aeronaves e a ausência de pistas de taxiamento e saída rápida dos aviões (FOLHA, 2011). Algumas alternativas para corrigir estas deficiências podem ser encontradas em exemplos nos melhores aeroportos do mundo, claro que devem ser considerados vários itens, como a cultura e o poder aquisitivo de cada nação analisada, além da verificação da funcionalidade para a aplicação. Os aeroportos mais modernos do mundo têm construído terminais com capacidades bem maiores que a expectativa de crescimento do setor, chegando a 30 milhões de passageiros a mais que o previsto em estudo, como acontece em Dubai e Pequim (FOLHA, 2011). O planejamento para longo prazo leva em consideração principalmente conforto e eficiência. Muitos possuem os Terminais integrados com metrô, permitindo acessos de massa cada vez mais rápidos. São exemplos os aeroportos de Changi, em Cingapura, Hong Kong, Madri e Seul (FOLHA, 2011). A idéia dos aeroportos mais modernos do mundo é transformar o aeroporto no centro da cidade, sendo cercado por empresas, moradias, com áreas verdes intercaladas, parques industriais, serviços e opções de lazer como academias com piscina, massagens, cinemas, jardins com trilha ecológicas, tudo relacionado ao aeroporto, dentro de um raio de até 30 Km, não permitindo que o aeroporto fique isolado na periferia. Este recurso maximiza o consumo, viabilizando economicamente os empreendimentos que se encontram em torno do aeroporto e ocupa o tempo dos passageiros, aliviando o estresse da rígida segurança pós 11 de 108 setembro. Este modelo foi batizado de aerotrópolis e já existem exemplos como Amsterdã Schiphol, Washington Dulles e o Aeroporto de Dubai (FOLHA, 2011). As cidades criadas no entorno dos aeroportos formam uma espécie de internet física que movimentam pessoas e produtos, permitindo então conectividade e a formação de redes de negócios globais com maior velocidade. Estes investimentos aeroportuários permitem competição global com outros países emergentes por atrair empresas com cadeia de suprimentos globais, com componentes produzidos em meia dúzia de países e montados num sétimo país (Kasarda, 2011). 5.4.1.11 Benefícios e danos causados pela construção do 2º terminal de passageiros, às regiões próximas (cidade de Campinas) Há controvérsias quanto à ampliação do aeroporto de Viracopos, em especial, a construção do 2º terminal de passageiros, pois para a ampliação do espaço há de se ocupar novas áreas ao redor e se interferir diretamente no tráfego rodoviário e no dia-a-dia das pessoas que na região circulam. Segundo a urbanista Maria Adélia o impacto ambiental será “de enorme gravidade”, atrairá um fluxo migratório intenso e através dele causará a concentração de mão de obra pouco qualificada. (Câmara Municipal de Campinas, 2011) A Figura 31 representa um ligeiro panorama de como cresceram as operações no aeroporto devido à ampliação. 109 Figura 31 - Quadro de comparações de entre o antes e depois da ampliação em Viracopos Fonte: Discuta Viracopos, 2011 A Figura 32 mostra como será a ocupação pela ampliação do entorno do aeroporto, que segundo estudos realizados na França ocupará um raio de 50 km. A linha verde representa a antiga área de desapropriação que permanece no atual projeto de ampliação aeroportuária. A linha que está em laranja indica a área de desapropriação atual. (Discuta Viracopos, 2011) Figura 32 - Panorama físico da ampliação do Aeroporto de Viracopos Fonte: Discuta Viracopos, 2011 110 5.4.1.12 A Influência do aumento do fluxo do aeroporto de Viracopos, após a ampliação, nos demais aeroportos da região de São Paulo Em 2010, Congonhas e Guarulhos receberam juntos, mais de 42 milhões de passageiros e só o aeroporto de Viracopos apresentou cerca de 13% deste valor, ou seja, 5,5 milhões de passageiros. A expectativa de demanda é quatro vezes maior até 2030, segundo Bain & CO (2011). Infelizmente um estudo do consultor André Castellini da Bain & Co (2011), prevê que este fato levará a um forte aumento no preço das passagens, como já ocorre com quem prefere desembarcar em Congonhas ao invés de Guarulhos. Para o consultor Douglas Targa (2011), ex-diretor da infraestrutura aeroportuária do Ministério da Defesa, o passageiro que viaja a negócios (70% do total) não vai se deslocar para Viracopos. “Campinas vai atender, no máximo, a demanda de lazer” (Targa, 2011). Além de tudo já mencionado, ainda existem outros problemas, como o deslocamento de Campinas até São Paulo, com implicações econômicas e ambientais. Uma hipótese levantada foi da construção de um trem de alta velocidade, mas devido ao alto custo, cerca de R$ 40 bilhões ou mais, esta hipótese já foi praticamente descartada (FOLHA, 2011). Outro fato relevante, é que com ou sem trem haverá um grande impacto nas rodovias. Um estudo considerou que se 20% da demanda projetada para o aeroporto até 2030 (entre 50 e 70 milhões de pessoas), fizer o deslocamento entre as duas cidades por meio rodoviário, teremos cerca de 1 milhão a mais de pessoas por ano na Rodavia dos Bandeirantes (FOLHA, 2011). 111 5.4.1.13 Remanejamentos necessários para o melhor aproveitamento do aumento de fluxo no terminal de passageiros de Viracopos no ano de 2011 A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) iniciou no dia 23/08/2011 a operação do módulo operacional, a qual irá propiciar 22 novas estações de atendimento no Aeroporto Internacional de Viracopos (Grupo Rac, 2011). Está previsto um investimento de R$ 5 milhões e a extensão provisória do saguão de check-in irá aumentar a capacidade do aeroporto em mais de 2,5 milhões de passageiros por ano (GrupoRac,2011). Com previsão de área construída de 1,2 mil m², a estrutura oferecerá toda funcionalidade e conforto existentes nos terminais tradicionais, com sistema eletrônico de som, pontos comerciais, instalações técnicas, ar-condicionado, sanitários e sistema informativo de voos. Dos 22 novos postos onze balcões de check-in serão adaptados para facilitar o atendimento às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. (Grupo Rac, 2011) Além de ser uma das obras previstas pela Infraero em Viracopos para atender a demanda para a Copa de 2014 de futebol, a ampliação provisória foi a alternativa encontrada para atender o crescente movimento de passageiros em Campinas, que a cada mês que passa bate recordes de movimento. (Grupo Rac, 2011) Conforme Figura 33 instalação do módulo iniciou-se em janeiro de 2011. As obras foram concluídas em julho, quando foi iniciada a fase de instalação dos equipamentos. (Grupo Rac, 2011) 112 Figura 33 - Módulo operacional em fase de instalação Fonte: Grupo Rac, 2011 5.4.1.14 Utilização e aproveitamento do 2º terminal de passageiros após a realização da Copa do Mundo de 2014. As ampliações previstas pelo Plano Diretor realizado pela Infraero em 2007, projetam para 2010 o volume de 1,4 milhões de usuários para o terminal de passageiros, e na sequencia uma elevação prevista para 2015, contabilizando 9,1 milhões de passageiros. Porém, a previsão não se confirmou, pois só em 2009, ano base para o cálculo realizado, o tráfego de passageiros foi quase duas vezes e meia maior que o estimado, registrando 3,36 milhões passageiros no TPS de Viracopos. (PUC, 2010). Uma prerrogativa que ilustra a capacidade de desenvolvimento da região influenciada pela construção do 2º TPS é o crescente salto que acontece na média 113 de decolagens por dia no aeroporto de Viracopos, passando de 23 a 28 pousos e decolagens em 2004 para 220 em 2010 (Infraero, 2011). As explicações são muitas. Desde o aumento do uso do transporte aéreo no Brasil, implicando em um maior investimento em novos voos a partir do aeroporto de Viracopos, a presença de novas companhias aéreas, não só nacionais como internacionais (TAP, Pluna), ligando Campinas a muitos destinos na América do Sul (Viracopos, 2011). Este aumento no movimento de transporte aéreo ocasionou a redução dos preços das passagens aéreas, e uma consequência disso por ser presenciada pelo fato do movimento de passageiros no aeroporto de Viracopos ultrapassar o movimento de passageiros do terminal rodoviário de Campinas (EPTV.com, 2011). O mesmo Plano Diretor, elaborado pela Infraero em 2007, visa transformar Viracopos no maior complexo aeroportuário da América do Sul, prevendo, em longo prazo, o atendimento a movimentação de 61 milhões de passageiros e mais de 3 milhões de toneladas de mercadoria por ano. Este Plano também aponta o aeroporto de Viracopos como alternativa viável para diluição do crescente aumento de tráfego dos Aeroportos de Guarulhos e Congonhas (PUC, 2010). 6 ANÁLISE DOS RESULTADOS Com os levantamentos feitos neste trabalho que analisaram as condições de atendimento dos terminais de passageiros dos aeroportos brasileiros, vê-se que, o Aeroporto Internacional de Viracopos está entre os terminais aeroviários cuja operação ocorre em condições inaceitáveis quanto ao atendimento à segurança e ao conforto de seus usuários. Estas condições estão relacionadas diretamente ao fluxo com que se está trabalhando diante à sua real capacidade atual. É verificado um sub-aproveitamento deste sítio aeroportuário uma vez que, as suas características geográficas são fatores positivos no auxílio à demanda de passageiros que acontece atualmente. É considerada de suma importância a contribuição que a construção do 2º TPS do aeroporto de Viracopos dará aos dois aeroportos que operam no topo de sua capacidade, Congonhas e Cumbica. 114 A tendência das beneficies deste segundo terminal em Viracopos são direcionadas a redistribuição da malha aeroviária entre os três aeroportos principais em São Paulo, o de Guarulhos, de Congonhas e de Viracopos. Esta redistribuição buscará o equilíbrio nas respectivas demandas, que por consequência elevará a qualidade dos serviços prestados por eles. Com isso, a construção do novo TPS resultará no atendimento devido, dentro dos padrões ideais que se resumem em conforto, eficiência e segurança aos passageiros. Atualmente cita-se que a estrutura do terminal de passageiros de Viracopos está em condições de “improviso”. Correlacionando-se as necessidades atuais com as necessidades no período da Copa do Mundo de 2014, observa-se no evento apenas um elemento propulsor da ampliação prevista. Por isso, deve-se analisar a Copa do Mundo em relação a construção do 2º TPS, levando-se em conta algumas questões como a do fluxo de passageiros que ano a ano cresce cada vez mais. Considerando que o evento da Copa do Mundo ocorre no período de apenas um mês não é correto atribuir à necessidade de construção do 2º TPS do Aeroporto de Viracopos de forma única e exclusiva ao número de passageiros que se apresentará no período da Copa do Mundo de 2014. Visto que, o fluxo de passageiros no ano de 2010 em Viracopos foi de 5.428.986 passageiros e sua capacidade anual para o mesmo ano foi de 3,5 milhões, torna-se evidente a necessidade imediata de devidas providências antes mesmo do evento ocorrer. Com base nisto, pode-se ir mais além, e dizer ainda que este 2º TPS deveria estar construído desde janeiro de 2009, momento a partir do qual é apontada a superação da capacidade de operação de passageiros. Ponderando a devida construção deste 2º TPS, enxerga-se para a região da cidade de Campinas, um ganho no desenvolvimento econômico. Pelo que, o aeroporto Internacional de Viracopos transporta por ano 218.097.056 t de carga. Com a construção do 2º TPS, esta capacidade deve ainda aumentar. Assim, novamente explicado por sua localização, o setor de transportes relacionado ao Aeroporto de Viracopos será favorecido. 115 Pelo fato do Aeroporto de Viracopos estar a 100 km de São Paulo, a construção do 2º TPS facilitará o deslocamento dos residentes do estado, principalmente a noroeste da capital que, nas condições de disponibilidade atual de voos, tem que seguir via terrestre para São Paulo, para só então utilizar-se de um voo internacional ou, em sua grande maioria, para outras cidades do próprio país. Se por um lado enxerga-se muitos benefícios com a construção do 2º TPS, por outro se deve salientar as questões sociais que estão associadas a sua construção. Destaca-se como um dos principais entraves a questão da desapropriação e o impacto ambiental. A desocupação de um número grande de logradouros residenciais deve ocorrer da forma mais pacífica e respeitável possível. Não adianta resolver a questão de segurança e conforto relacionada ao fluxo de passageiros de um aeroporto, já em operação, se no caminho para esta solução pessoas forem lesadas, através da falta de condição habitacional. Para justificar a construção do 2º TPS é apropriado que as famílias cuja desapropriação for decorrência da ampliação, estejam devidamente reassentadas. As condições relacionadas a preservação ambiental também são fatores que requerem atenção redobrada. Da mesma forma que a desapropriação sem um devido reassentamento causa um impacto social de larga escala, o desmatamento propriamente dito, sem as devidas ações de compensação, com replantio e seguindo as diretrizes ditadas no EIA/RIMA podem ilustrar uma inconveniência na construção do 2º TPS. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da observação da situação atual do parque aeroportuário brasileiro, das projeções de demanda para os próximos anos e considerando as necessidades criadas para suprir o aumento de passageiros decorrente da realização da Copa do Mundo de 2014 em comparação com os cenários experimentados em eventos similares anteriores em outros países, especialmente as Copas da África do Sul e 116 Alemanha, verificamos que a construção do segundo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas é de importância vital para que o transporte aéreo brasileiro não venha a entrar em colapso nos próximos anos. A construção do segundo terminal de Viracopos se mostrou uma alternativa viável se comparada com a construção de um novo aeroporto na Região Metropolitana de São Paulo, ao mesmo tempo que se nenhuma ampliação for realizada será impossível que o sistema aeroviário brasileiro suporte a demanda de um evento do porte de uma Copa do Mundo. Além disso, analisadas as projeções de crescimento do número de viagens realizadas por meio aéreo no Brasil, mesmo que não houvesse a Copa do Mundo, um novo terminal é de fundamental relevância, como consta no relatório da Airports Council International (ACI), onde o aeroporto de Viracopos ficou com segundo maior crescimento do mundo, em 2010, perdendo apenas para o aeroporto de Sabiha em Istambul, em um estudo envolvendo mais de 1300 aeroportos num total de 157 países. A importância deste Segundo Terminal de Passageiros é no sentido de não permitir que o tráfego aéreo brasileiro seja uma barreira para o sucesso da Copa do mundo de 2014 e um obstáculo para o crescimento do país. 8 RECOMENDAÇÕES Sabendo-se que a construção do 2º TPS atrairá para o Aeroporto de Viracopos um fluxo de 9 milhões de passageiros ao ano, alguns cuidados são necessários em todo o contexto para garantir o sucesso esperado. Entre estes podemos citar: condições de acessibilidade via terrestre, com a reforma, se necessário, da Rodovia Santos Dumont (SP-075), Rodovia Anhanguera (SP-330), Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) e Rodovia Dom Pedro I (SP-065), que fazem parte dos acessos principais ao aeroporto; 117 melhoria no transporte terrestre, tornando-o não unicamente rodoviário a partir da construção do Trem de Alta Velocidade (TAV). A associação deste meio de transporte transformará o aeroporto de Viracopos em um componente do sistema de transporte misto e contribuirá para otimização do seu uso, além de somar nas questões de segurança e conforto para os passageiros; revisão da malha aeroviária brasileira, principalmente no que diz respeito aos aeroportos de Congonhas, Cumbica e do próprio Viracopos, buscando avaliar e remanejar voos propiciando melhoria, otimização e equilíbrio no atendimento aeroviário; ampliação dos voos ofertados de origens e destinos do Aeroporto de Viracopos considerando-se que, com a Construção do 2º TPS este terá sua capacidade de atendimento de 9 milhões de passageiros por ano, podendo inclusive, a partir de estudo prévio, optar pelos voos de maior atratividade financeira para o terminal. Dentro deste quesito pode-se considerar a intenção de atrair novas empresas aéreas, criação de novos trechos, inclusive com rotas internacionais; reavaliação da malha ferroviária, de forma a verificar intervenções para gerar um maior apoio deste tipo de transporte no deslocamento e distribuição de cargas recebidas e enviadas através do aeroporto de Viracopos. Verifica-se um aumento desta capacidade, do setor de cargas, após a construção do 2º terminal. Mesmo sendo este destinado a passageiros, o impacto da sua construção beneficiará o tramite e capacidade do setor de cargas do aeroporto; implantação de políticas ambientais, de caráter rotineiro, buscando assim suprir, ou minimizar dentro dos padrões desejados e autorizados, o impacto ambiental gerado pela construção do 2º TPS. Nestas ações deve-se focar e envolver de forma direta e participativa a população do local, principal elemento afetado pela construção do 2º TPS; 118 empregabilidade da população local, visando aumentar as condições econômicas e sociais da região através da geração de empregos, que refletirá diretamente em outros quesitos como diminuição de criminalidade, alcoolismo, violência doméstica, índices de baixa escolaridade, entre outras situações originadas por inferior condição de vida. Desta forma, busca-se minimizar ou anular, se possível, o lado negativo do impacto econômico social causado na população local com a construção do 2º TPS. 119 9 REFERÊNCIAS Aeroportos do Mundo. Disponível em: <http://www.aeroportosdomundo.com/europa/alemanha/aeroportos>, Acesso em 04 set. 2011. ALVES, L. Infraestrutura Aeroportuária. Rio de Janeiro: Spala, Odebrecht, 1985. 192 p. ALVES, P. J. C. Módulo 7: Terminal de Passageiros. [S.L : s.n], 2007. 18 p. ASHFORD, N; WRIGHT, P. W. Airport Engineering. 3. ed. 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