UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Vandilene Barreto da Silva GESTÃO DA QUALIDADE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: O CASO DA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA LAPA Rio de Janeiro 2009 Vandilene Barreto da Silva GESTÃO DA QUALIDADE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: O CASO DA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DA LAPA Dissertação apresentada á Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Saúde da Família. Orientador Prof. Dr. Hésio de Albuquerque Cordeiro. Rio de Janeiro 2009 VANDILENE BARRETO DA SILVA Gestão da Qualidade na Atenção Primária: O Caso da Unidade de Saúde da Família da Lapa Aprovada em BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof. Dr. Hésio de Albuquerque Cordeiro Universidade Estácio de Sá ________________________________________ Prof. Dr. Paulo Henrique de Almeida Rodrigues Universidade Estácio de Sá ________________________________________ Profª. Drª. Mercedes Moreira Berenger Consórcio Brasileiro de Acreditação A busca pelo conhecimento é um desafio para aqueles que almejam a evolução. Essa busca é impulsionada pelo crescimento pessoal, profissional e emocional. AGRADECIMENTOS Ao criador do universo por permitir que conheçamos esta dimensão. Aos meus queridos pais (Severino e Maria) por terem me proporcionado a experiência terrena. À minha amada filha Jessica pelo apoio e compreensão. Ao meu querido irmão Valdeni por sempre ter acreditado e me incentivado. Ao Prof. Dr. Hésio Cordeiro, pela orientação, apoio e dedicação. Aos Professores Roberto Fuchs, Heleno Costa Júnior, Paulo Henrique de Almeida e Mercedes Berenger, pelo apoio e sugestões. À Lídia Monteiro Cardoso pela paciência com que me mostrou que eu posso ser o que eu quero ser. À Beatriz Gastaldoni pela presteza com que me auxiliou em um momento difícil. A todos aqueles que contribuíram direta ou indiretamente para que esse trabalho fosse concluído. A todos os fisioterapeutas contemporâneos que são ao seu tempo sacerdotes, Terapeutas e educadores, cuja principal tarefa é cuidar. Cuidar do ser, do corpo, do espírito, do desejo. E em especial ao Prof. Hésio Cordeiro por me guiar nesta estrada. RESUMO A partir de 1989, a Organização Mundial da Saúde (OMS), elege a Acreditação como um elemento estratégico para o desenvolvimento da qualidade na América Latina. No Brasil, o convênio realizado com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), dá início a elaboração do Manual de Padrões de Acreditação para a América Latina. Através do Manual de Acreditação Hospitalar, as atividades de acreditação iniciam no âmbito dos hospitais e, com a expansão do programa saúde da família e a meta de reorganização da atenção primária, lançada pelo Ministério da Saúde, é elaborado o Manual de Padrões de Atenção Primária, voltado para as unidades de cuidados primários. Este trabalho propõe-se a elaborar um diagnóstico para gestão da qualidade no âmbito da atenção primária, tendo como referência a Unidade de Saúde da Família da Lapa, que será a amostra total, sendo aplicado o Questionário para Avaliação da Gestão da Qualidade. Além disso, este trabalho apresenta uma revisão de literatura sobre os sistemas de gestão da qualidade utilizados nas organizações públicas e privadas. A revisão abrange livros didáticos, Manual de Padrões de Atenção Primária, Manual de Avaliação para a Melhoria da Qualidade da Estratégia Saúde da Família do Ministério da Saúde; Normas Técnicas e Manuais do CBA/ Joint Comission e NBR-ISO 9001:2008, buscando complementar o resultado da pesquisa, para evidenciar a importância de uma gestão da qualidade na atenção primária. Palavras-chaves: Saúde da Família, Manual de Acreditação Hospitalar, Manual de Padrões de Atenção Primária, Qualidade, Gestão, Cuidados Primários, Estratégia, Planejamento. ABSTRACT From 1989, the World-wide Organization of Health (OMS), chooses the Believing as a strategic element for the development of the quality in Latin America. In Brazil, the accord carried out with the Pan-American Organization of Health (OPAS), starts the elaboration of the Standards Believing Manual for Latin America. Through the Manual of Hospital Believing, the activities of believing initiate in the scope of the hospitals and, with the expansion of the program health of the family and the goal of reorganization of the basic attention, launched for the Health department, is elaborated the Standards Primary Attention Manual, come back toward the units of primary cares. This work suggests developing a diagnostic for the quality’s management in the ambit of primary cares it has as reference the Lapa’s Family Healt Unit which will be total sample being applied the Questionnaire for the Quality’s Management Test. Moreover, this work presents a literature revision about quality’s management systems used in private and publics organizations. The revision encludes didactic books, Primary’s Standards Manual, Manual Attention of Evaluation for the Improvement of the Quality of the Strategy Health of the Family of the Health department; Norms Techniques and Manuals of the CBA/Joint Comission and NBR-ISO 9001:2008, searching to complement the result of the research, to evidence the important of the implementation of systems of quality’s management in primary cares. Word-keys: Health of the Family, Manual of Hospital Believing, Standard’s Primary Attention Manual, Quality, primary Systems of Management, Cares, Strategy, Planning. LISTA DE QUADROS Quadro 1 Quadro 2 - Ficha de Inquérito Hospitalar Padrões Mínimos para Centro Cirúrgico do Hospital 31 32 LISTA DE SIGLAS PSF SUS NBR ISO PDCA CAC PPH CCAH JCAHO RECLAR OMS OPAS PACQS CBA CNQPS PBQP JCI PROESF CNS Programa Saúde da Família Sistema Único de Saúde Norma Brasileira Organização Internacional para Padronização Planejar, Fazer, Checar e Corrigir Colégio Americano de Cirurgiões Programa de Padronização Hospitalar Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organization Relatório de Classificação Hospitalar Organização Mundial de Saúde Organização Pan-americana de Saúde Projeto de Acreditação e Certificação da Qualidade em Saúde Consórcio Brasileiro de Acreditação Comissão Nacional de Qualidade e Produtividade em Saúde Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade Joint Commission International Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família Conselho Nacional de Saúde SUMÁRIO 1 1.1 1.2 1.3 1.4 2 2.1 2.1.1 2.1.2 2.2 2.3 2.4 2.5 2.5.1 2.6 2.7 2.7.1 2.7.2 2.7.3 2.7.4 2.7.5 3 3.1 3.1.1 3.1.2 3.2 3.3 3.4 3.5 4 4.1 APRESENTAÇÃO 12 INTRODUÇÃO 14 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA GESTÃO DA QUALIDADE ATENÇÃO PRIMÁRIA HISTÓRICO DA ACREDITAÇÃO CENÁRIO ATUAL OBJETIVOS, MÉTODOS E PROCEDIMENTOS OBJETIVOS Geral Específicos TIPOS DE ESTUDO CENÁRIO DA PESQUISA POPULAÇÃO ALVO COLETA DE DADOS DO PRÉ-TESTE Análise dos Dados do Pré-Teste COLETA DE DADOS DO QUESTIONÁRIO DE GESTÃO DA QUALIDADE ANÁLISE DE DADOS Análise dos Resultados da Aplicação do Questionário de Gestão Premissas do Questionário de Gestão Tratamento dos Dados Montagem da Planilha – Memória de Cálculo Tratamento dos Dados Gravados RESULTADOS GRÁFICOS Avaliação da Gestão da Qualidade - Resultado Geral Avaliação da Gestão da Qualidade por Requisito GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE NA AVALIAÇÃO GERAL PERCENTUAL DA TAXA DE CONFORMIDADE DA GESTÃO DA QUALIDADE NA AVALIAÇÃO POR REQUISITOS FATORES CRÍTICOS IDENTIFICADOS RESULTADO GERAL POR REQUISITOS DAS NÃO CONFORMIDADES IDENTIFICADAS CONSIDERAÇÕES FINAIS PROPOSIÇÃO PARA TRABALHOS FUTUROS 20 20 27 29 41 45 45 45 45 46 50 50 51 51 52 REFERÊNCIAS 78 APÊNDICES 80 ANEXOS 95 53 55 58 59 61 62 64 64 64 65 71 72 73 73 76 77 APRESENTAÇÃO Este trabalho não tem a pretensão de discutir a natureza da gestão da qualidade na saúde. Muitos autores já o fizeram, e muitos com grande notoriedade, devido às longas pesquisas e vivências na área. Trata-se de um estudo de caso, com enfoque na experiência da unidade de saúde da família da Lapa em gestão da qualidade. Esta unidade de saúde apresenta um diferencial, pois é uma unidade escola da Universidade Estácio de Sá. Sendo assim, a mesma pode ter suas equipes de saúde da família completa, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, facilitando que os processos de trabalho sejam executados com a efetividade necessária ao desenvolvimento das atividades. Para tratar o assunto o texto foi dividido em capítulos elencados abaixo e os assuntos pertinentes: Capítulo 1 descreve a fundamentação teórica sobre gestão da qualidade na atenção primária, apresenta uma revisão da literatura sobre o tema, levantando os conceitos teóricos que serviram como base para o desenvolvimento do trabalho. A revisão aborda os seguintes temas: - conceitos e desafios da gestão; - gestão da qualidade; - atenção primária; - histórico da acreditação; e - cenário atual. Capítulo 2 apresenta os objetivos, abordagens dos métodos de pesquisa, a escolha do método utilizado neste trabalho e a estrutura da pesquisa. 12 Capítulo 3 descreve os resultados, ilustrados através de gráficos e os fatores críticos da gestão da qualidade na unidade de saúde da família da Lapa. Capítulo 4 aborda as considerações finais e relaciona proposições para trabalhos futuros. 13 INTRODUÇÃO As sociedades atuais, marcadas por um imperativo tecnológico, denominada Sociedade da Informação, Sociedade do Conhecimento ou Sociedade Pós-Industrial tem como objeto a informação e o conhecimento como recursos que baseiam e alavancam o crescimento e progresso econômico. A informação e o conhecimento passaram a assumir um papel estratégico na nova ordem estabelecida, transformando-se em fontes de maior produtividade e crescimento econômico (TOFLER, 1995). O aumento da produtividade e do crescimento econômico trouxe uma diversidade grande de produtos e serviços para o mercado. O conhecimento gerou na sociedade uma expectativa em relação aos produtos e serviços que adquire e revolucionou o comportamento do mercado, incutindo neste a necessidade de produtos e serviços que cada vez mais atendam às suas necessidades e expectativas. Segundo Belohalav (1993), a evolução da indústria, e o surgimento da qualidade nas fábricas deram ensejo ao início de novas metodologias para tornar o produto ou serviço aceito e competitivo no mercado. A introdução dos conceitos de qualidade nas organizações ampliou as potencialidades da qualidade ser um atributo inerente ao produto ou serviço, tornando-se recurso estratégico nas organizações. A necessidade de serviços com qualidade foi percebida também na área da saúde, e tendo esta uma especificidade grande devido ao tipo e abrangência de serviços oferecidos, o Consórcio Brasileiro de Acreditação – CBA adotou uma nova metodologia para tratar a qualidade nos serviços oferecidos. Foi criado o manual de acreditação hospitalar e o manual de acreditação para unidades de cuidado primário, a partir da implementação destes manuais, melhorias foram introduzidas 14 nas unidades hospitalares e unidades de atenção primária, passando a ser um referencial para a implementação de conceitos de qualidade no âmbito da saúde. Segundo Nogueira (1994), algumas das especificidades relativas às organizações de saúde são as seguintes: - uma boa parte das empresas de serviços de saúde e hospitais não é movida pela busca de lucro, nem a curto nem a longo prazo; por outro lado, o mercado de serviços de saúde funciona com um nível relativamente reduzido de competitividade; - a variabilidade dos produtos ou serviços oferecidos nos hospitais e clínicas decorre de uma exigência técnica de adaptação às necessidades de cada indivíduo (“cada enfermo é um caso e não uma doença”) e não há como padronizar o conjunto das atividades clínicas, na medida em que estão afetas ao juízo do médico, o qual arbitra em condições concretas acerca das necessidades do paciente; - a produção de serviços de saúde é executada por um grupo extremamente heterogêneo de agentes, em que aparecem, de um lado, os médicos, e, de outro, uma ampla gama de trabalhadores, com níveis educacionais e de qualificação profissional muito distintos entre si, daí resultando interesses e motivações conflitantes, que impedem a construção de um espírito de equipe e o orgulho quanto à qualidade dos serviços produzido; - o usuário de saúde não é como um consumidor comum diante das mercadorias e está desprovido de conhecimentos técnicos que lhe permitam avaliar adequação do serviço às suas necessidades; ademais, não tem controle ou consciência sobre a forma como se dá o consumo desses serviços; portanto, é difícil aceitar o papel de centralidade do consumidor na definição da qualidade em saúde. Este trabalho aborda a gestão da qualidade na unidade de atenção primária, através do estudo de caso de uma unidade e aplicação de um questionário que elenca requisitos fundamentais que uma unidade de saúde necessita apresentar para ter qualidade. A proposição desta abordagem baseia-se na experiência do 15 autor em modernização de gestão, sistemas de gestão da qualidade, conhecimento das técnicas necessárias para tratar a qualidade em qualquer organização e, a formação que é em saúde. Sendo assim, a reunião das duas áreas de conhecimento, corroborada com os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos em modernização de gestão, em sistemas de gestão da qualidade de organizações públicas e privadas e os preconizados no âmbito da saúde foram os elementos essenciais que motivaram a elaboração e viabilização deste projeto. Conforme preconizado por Zulmira (2008), desde 1994, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) vem sendo implantada em todo o país pelo Ministério da Saúde, com a expectativa de imprimir uma nova dinâmica na organização dos serviços e ações de saúde com maior integração e racionalidade na utilização dos níveis de maior complexidade assistencial e impacto favorável nos indicadores de saúde da população assistida. O tema escolhido apresenta grande relevância no cenário atual da saúde que está voltada para a melhoria dos serviços prestados. Concomitante ao crescimento exponencial do número de unidades de saúde e uma necessidade cada vez maior de usuários, evidencia a importância e responsabilidade dos gestores destas unidades no que tange à qualidade dos serviços oferecidos. Neste contexto, torna-se imprescindível implantar uma cultura de evolução, comprometida paternalismo, com o aperfeiçoamento acomodação, passividade, contínuo, submissão expurgando e atitudes individualismo. de A internalização da filosofia do aperfeiçoamento contínuo é percebida quando a organização supera as expectativas dos seus clientes, ganhando a admiração e o reconhecimento destes. Starfield (1992) afirma que só haverá atenção primária à saúde de qualidade quando os seis princípios abaixo que se seguem forem obedecidos e respeitados: 16 - o primeiro contato: que é o acesso ao uso dos serviços para novo problema para o qual se procura atenção à saúde; - a longitudinalidade: é o aporte regular e consistente de cuidados pela equipe de saúde, num ambiente humanizado e de relação mútua entre equipe de saúde, indivíduos e família; - a integralidade: é o conjunto de serviços que atendam os problemas mais comuns da população adscrita, no que se refere aos problemas biológicos, psicológicos e sociais que causaram a doença; - a coordenação: capacidade de garantir a continuidade da atenção. - a focalização na família: considerar a família como sujeito da atenção e o conhecimento integral dos seus problemas de saúde; e - a orientação comunitária: é o reconhecimentos das necessidades familiares em função do contexto sócio econômico e cultural, na perspectiva da saúde coletiva No cenário atual, onde a problemática da gestão interna, a pressão exercida por usuários exigentes e a economia incerta e global, torna-se imprescindível e urgente que esforços sejam empenhados no desenvolvimento de ferramentas de gestão adaptadas à realidade do Sistema Único de Saúde (SUS), em especial da Atenção Primária, que auxiliem na administração de seus sistemas de informação e do SUS como um todo. A Atenção Primária necessita de técnicas adequadas às suas disponibilidades de recursos financeiros, de pessoal e um controle de gestão que busque o comprometimento organizacional. Sendo assim, a gestão da qualidade é essencial nas organizações atuais, pois a busca pela eficácia e eficiência é imprescindível para a manutenção do equilíbrio entre os recursos disponíveis e a prestação dos serviços. Neste contexto, a utilização dos recursos pode ser mais bem aprimorada e diversos problemas podem ser resolvidos com uma gestão que permita a aplicação de variadas técnicas para atingir o equilíbrio entre os recursos disponíveis e os serviços prestados. 17 A atenção primária à saúde como estratégia de organização do sistema de saúde “é a mais correta do ponto de vista teórico, é a mais ampla, podendo conter, dentro de sua significação estratégica, as duas outras concepções mais restritas; e é perfeitamente factível e viável no estágio de desenvolvimento do Brasil” (MENDES, 2002). Este trabalho é direcionado especialmente para a atenção primária, pois o Ministério da Saúde ao lançar o Programa Saúde da Família, lançou como uma de suas metas reorganizarem os serviços da atenção primária, transformando-os na porta de entrada do SUS e, assim realizando a triagem dos pacientes para que os hospitais recebam apenas os pacientes com indicação para atendimento na especialidade oferecida pelo mesmo. Este modelo refletirá nos outros níveis de atenção, melhorando significativamente a prestação de serviços nos mesmos. Tendo em vista a escassez de estudos (inexistência de resultados de avaliação dos padrões para a atenção primária) relacionados à qualidade na atenção primária, este trabalho torna-se relevante à medida que busca trazer contribuições para pesquisas relacionadas à gestão da qualidade a partir do estudo da bibliografia específica da área de acreditação, de uma geral relacionada à qualidade em saúde e de uma unidade de atenção primária, resultando assim em um diagnóstico para gestão da qualidade no âmbito da atenção primária. Também busca trazer contribuições para pesquisas relacionadas à gestão da qualidade na saúde e o processo de acreditação em unidades primárias de saúde, a partir do estudo de uma metodologia, baseada na bibliografia existente e na análise da necessidade de uma gestão da qualidade. Disponibiliza para a unidade em foco um diagnóstico completo para uma gestão da qualidade, propiciando elementos para melhoria dos processos de trabalho e uma política de execução das atividades baseadas na melhoria contínua. Ao fornecer informações para gestores, consultores 18 e profissionais envolvidos no processo de gestão da unidade de saúde, delimita o caráter prático da pesquisa. 19 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1. GESTÃO DA QUALIDADE Segundo Cerqueira (2006), as organizações convivem com problemas, ou resultados indesejáveis, que geram grande variabilidade em seus processos e produtos, muitos dos quais não estão sob controle, ou seja, não são previsíveis. Por esta razão, convivem com custos e índices elevados de perdas, com reclamações e insatisfações de clientes internos e externos e de outras partes interessadas. Os gestores se vêem, cada vez mais, pressionados por desafios quanto à redução de custos, ao atendimento aos requisitos de qualidade dos produtos, à presteza no atendimento às diferentes partes interessadas no negócio, à flexibilidade para atendimento à diversidade das demandas do mercado e à sua capacidade de inovação. As organizações que não conseguem se estruturar para fazer frente a esses desafios tornam-se verdadeiras “gambiarras”. O aumento da demanda e a incorporação de inovações na tecnologia de produção impôs um novo modelo de gestão, que evolutivamente são consideradas variáveis como: - tempo sobre o qual foram marcados os passos do processo de evolução e, em função do qual, são exigidas respostas rápidas e eficazes; - nível de complexidade, apresentando, cada vez mais, novos desafios à compreensão dos processos e à definição de modelos de gestão que assegurem a perpetuação dos negócios; - as incertezas que refletem o desconhecimento sobre os aspectos relevantes do processo de negócio num mundo em constante e rápida mutação; e 20 - estilo de gestão que consiste na abordagem administrativa ou nos modelos de atuação propostos para lidar com os problemas identificados pela organização. Uma significativa contribuição para a gestão da qualidade foi a adoção do compromisso com o aprimoramento contínuo, representado pelo ciclo PDCA. Segundo Maranhão e Macieira (2004), o ciclo PDCA pode ser considerado o método mais geral para trabalharmos com qualidade, podendo ser resumido como: P Planejar o trabalho a ser realizado; D Executar o trabalho planejado; C Medir ou avaliar o que foi feito, assim identificando a diferença entre o que foi feito, em relação ao que foi planejamento; A Atuar corretivamente sobre a diferença identificada. A atuação corretiva pode ocorrer sobre o que foi feito (retrabalho, reparo, etc.) ou sobre o planejamento. Para Maranhão e Macieira (2004): Quando temos a cabeça organizada segundo o ciclo P-D-C-A, as chances de erros ficam sensivelmente reduzidas. Todavia, seria um exagero esperar que, para cada processo, fôssemos elaborar cuidadosamente um ciclo P-DC-A. O essencial, entretanto, é termos a cabeça organizada para trabalhar com previsão, planejamento e eficácia. Na execução de uma tarefa, seja ela simples ou complexa, um mínimo de organização é necessário para que todas as fases de sua consecução sejam cumpridas. De acordo com o pressuposto, Maranhão e Macieira preconizam que: Para nos disciplinarmos no uso do P-D-C-A, é interessante refletir sobre duas questões: a) Convencer-se de que é melhor trabalhar com planejamento. b) Compreender que mesmo as tarefas mais simples requerem algum tipo de planejamento, ainda que não escrito ou documentado. Se a cada tarefa decidimos dispensar o P-D-C-A por julgá-la simples, então nunca vãos utilizá-lo. Sempre teremos a desculpa de que já somos “craques” no P-D-C-A e que a tarefa é trivial e óbvia demais para ter que perder tempo com planejamento. E é aí que mora o perigo! Se não mudarmos o modo de pensar e agir, continuaremos fazendo do mesmo jeito que sempre fizemos. Nesse caso , continuares improvisando e agindo por “ensaio e erro”, de forma empírica e imprevisível, esperando que a sorte nos ajude. 21 Na gestão da qualidade, o ciclo P-D-C-A é usado continuamente, sendo realizado de forma sistemática na execução de cada processo de trabalho. O planejamento é o foco central do sucesso. A gestão da qualidade permite que seja realizado o controle do processo, reduzindo os custos, perdas e reclamações. A competitividade está relacionada a oferta de serviços ou produtos com baixo custo e que atenda às necessidades dos clientes externos ou internos. Conforme Cerqueira (2006), a gestão da qualidade pode ser vista como um processo que se desdobra em três ações básicas, constituindo o que foi chamado de Trilogia Juran: - o planejamento da qualidade; - o controle da qualidade; e - a melhoria da qualidade. No planejamento da qualidade, devem ser identificados os clientes e suas necessidades e, a partir daí, desenvolvem-se projetos dos produtos e dos processos capazes de atender a esses requisitos. Nesta fase são identificados os itens de controle necessários para assegurar a eficácia desses processos. É na fase de planejamento da qualidade que devem ser estabelecidos os padrões, os procedimentos e as rotinas para todos os processos, atividades e tarefas, desdobrando por delegação os itens de controle. O objetivo da fase de controle da qualidade é a manutenção do processo, atendendo aos padrões que foram planejados, de modo que ele permaneça continuadamente capaz de atender às necessidades e metas estabelecidas durante a fase de planejamento da qualidade. O controle da qualidade inclui a avaliação e o monitoramento do desempenho real dos processos e dos produtos em relação aos itens de controle definidos, comparando-os com os limites de especificação 22 considerados aceitáveis. Diante de não-conformidades, a gestão deve atuar tanto no produto quanto no processo, corrigindo-os e restabelecendo a estabilidade dentro das metas e dos níveis de controle preestabelecidos. O controle da qualidade visa a assegurar a eficácia planejada. A fase de melhoria ou de aprimoramento da qualidade tem como premissa que o processo esteja sendo mantido sob controle. Não se pode aprimorar aquilo que ainda não se controla. É imperativo que o processo esteja estável para que possa ser melhorado. desempenho dos O que se procura nesta fase é melhorar os níveis de processos e dos produtos, agindo corretivamente ou preventivamente para eliminar os problemas ou desperdícios crônicos naturalmente ou acidentalmente embutidos nos mesmos, sejam eles reais ou potenciais. Kurtz (2003) salienta novas sistemáticas de gestão da produção, visando à melhoria da qualidade que foram criadas, desenvolvidas e aperfeiçoadas durante os últimos anos. Inicialmente, com um enfoque restrito à produção, as metodologias implantadas não abrangiam todos os setores da empresa. Partindo pela identificação das necessidades do cliente, passando pelo projeto, produção, uso e finalmente manutenção do produto, com o envolvimento de toda a empresa no processo. Assim, a interação de aspectos relacionados aos recursos humanos, tecnologias empregadas, segurança, comunicação entre setores, bem como sistemas organizacionais empregados foram determinantes para reformulação do conceito de sistemas da qualidade. Para Maffei (2001), uma gestão da qualidade tem como fator principal a competitividade por requisitos mercadológicos e exigência de clientes. Esses sistemas permitem uma padronização dentro da empresa, possibilitando um repertório comum, em atribuições, competências e responsabilidades e um novo valor cultural é incorporado. 23 A gestão da qualidade cria um ambiente favorável para a padronização das atividades nas unidades de saúde, que a partir deste processo é possível identificar as melhorias a serem implementadas além da definição de responsabilidades, criando nas mesmas uma cultura organizacional própria, ou seja, que objetiva a busca por melhores práticas de gestão, a fim de maximizar os recursos utilizados e criando uma cultura organizacional da saúde focada na gestão da qualidade na saúde. Para Tavares Jr (2001), a gestão da qualidade em uma empresa, passa por um processo de melhoria contínua, com uma correspondência com o aprendizado, adaptação e evolução da organização, e as práticas administrativas da empresa. A gestão da qualidade permite que a Unidade esteja em permanente processo de melhoria contínua, que a partir do mesmo efetue as adequações ao mercado cada vez mais exigente e em permanente mudança que serão necessárias à busca pela excelência. Maranhão (2000) ressalta que o desenvolvimento de Programas de Garantia da Qualidade é uma necessidade em termos de eficiência e uma obrigação do ponto de vista ético e moral. Toda instituição de saúde, dada a sua missão essencial a favor do ser humano, deve preocupar-se com a melhoria permanente, de tal forma que consiga uma integração harmônica das áreas médicas, tecnológicas, administrativas, econômicas, assistenciais e, se for o caso, das áreas docentes e de pesquisa. A matéria prima básica das unidades de saúde é o doente, e cabe a eles reintegrá-lo à sociedade em condições de retomar, tanto quanto possível, as funções que desempenhava anteriormente. Assim, o conceito de “pessoa humana” encontra-se intimamente associado à existência dessas instituições, que só adquirem pleno sentido quando são concebidas em razão e a serviço das pessoas que devem ser recebidas, tratadas, compreendidas e aceitas não só como um ser 24 finito, mas também com seu destino transcendente, pois encerram uma riqueza incalculável, valores e tesouros ocultos. Conceitos de gestão e qualidade passaram a ser largamente utilizados por todos os setores, sejam de produtos ou de serviços. Com a globalização, a qualidade se tornou um diferencial competitivo para as empresas, que diariamente tem que se reinventar para permanecerem no mercado. Organizações de serviços de atenção à saúde podem ser visualizadas como complexas; a gestão das mesmas deve ser avaliada de forma global, perpassando o modelo tradicional de avaliação para alocação eficiente de recursos e cumprimento de metas físicas estabelecidas. Sendo assim, torna-se fundamental uma gestão da qualidade, que deve estar associada ao desenvolvimento gerencial, melhorando a tomada de decisão, que requer conhecimento das normas de gestão, regulamentadoras e de legislação (GEROLAMO, 2003). Neste contexto de mudanças e assimilação de novos conceitos, a gestão da qualidade está sendo cada vez mais utilizada nas organizações e o setor da saúde também tem buscado se adequar a este cenário, buscando a qualidade na prestação dos serviços de saúde. Na gestão da qualidade, o escopo de trabalho é estabelecido pelo gestor, que define os parâmetros para aplicação e a delimitação das interfaces a serem contempladas. O escopo permite a interação e inter-relação com outros elementos abaixo descritos: - recursos humanos; - recursos materiais; - infra-estrutura; - recursos informacionais; - recursos documentais; - recursos financeiros; 25 - recursos ambientais; e - métodos e procedimentos de trabalho. Estes elementos facilitam o planejamento, controle e melhoria do que se quer realizar, de acordo com os requisitos identificados ou elencados como prioritários, a partir de políticas, objetivos e metas que se quer atingir. Gitlow (1992) ressalta que melhoria e inovação são, ambas, necessárias se uma empresa pretende ser competitiva no futuro. A melhoria dos processos modifica produtos e processos existentes, para reduzir continuamente a diferença entre as necessidades do cliente e o desempenho do processo. A busca constante pela excelência pode ser alcançada através da melhoria dos processos, onde é possível identificar as nuances, permitindo o trabalho constante em direção à inovação e é através desta que a organização busca constantemente o seu aprimoramento. Nesta abordagem de melhoria e inovação, o propósito da inovação é duplo: criar uma profunda melhoria pela redução da diferença entre as necessidades do cliente e o desempenho do processo; e descobrir as necessidades futuras do cliente. As idéias para inovação relativas às necessidades futuras do cliente não podem ser obtidas a partir de perguntas diretas aos clientes; segundo Gitlow (1992), elas precisam vir do produtor. A melhoria da qualidade depende muito da habilidade da gerência em criar uma atmosfera que demonstre seu compromisso para com o entendimento da qualidade e com a aceitação da responsabilidade para melhorá-la. 26 1.2. ATENÇÃO PRIMÁRIA O Ministério da Saúde, através da Atenção Primária, lançou uma nova maneira de reorganizar o sistema de saúde, a Estratégia Saúde da Família, é um modelo de atendimento, sob a forma de trabalho em equipes, dirigidas às populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade. A Constituição trata da atenção á saúde nos Artigos 196 a 200 e contempla: a saúde como direto de todos e dever do estado, a universalização do acesso, a equidade, o atendimento integral, o controle social, os serviços de saúde estruturados em um sistema único com comando único em cada esfera de governo, a regionalização e hierarquização dos serviços, a participação do setor privado em caráter complementar. Ela também determina que a União, os estados, o Distrito Federal e os Municípios conjuntamente devam cuidar da saúde da população e organizar os seus serviços públicos de saúde. Ademais, a União, os estados e o Distrito Federal têm competência para legislar sobre saúde, enquanto que os municípios somente podem legislar de forma suplementar nos assuntos de interesse local. A atenção primária está regulamentada nas leis nº 8.080/90 e nº 8.142/90; emendas constitucionais nºs 12, 20, 26, 29, 31 e 34; decreto nº 99.438/90; normas operacionais de 1991, 1993 e 1996 e normas operacionais de assistência à saúde de 2001 e 2002; e atualmente no pacto de gestão. O conceito de atenção primária à saúde sugerida pela Organização Mundial de Saúde utilizada em vários países e adaptado para as condições brasileiras. O SUS define atenção primária à saúde, neste contexto como o “conjunto de ações, de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação” (BRASIL, 2004). 27 Para Starfield (2004) a atenção primária à saúde envolve o manejo de pacientes que, geralmente, têm múltiplos diagnósticos e queixas confusas que não podem ser encaixadas em diagnósticos conhecidos e a oferta de tratamentos que melhorem a qualidade global de vida e de seu funcionamento, relatam os problemas mais comuns na comunidade, buscando serviços de prevenção, cura e reabilitação para aumentar a saúde e o bem-estar. Integra a atenção quando há mais de um problema de saúde e lida com o contexto no qual a doença existe e influencia a resposta das pessoas e seus problemas de saúde. É a atenção que organiza e racionaliza o uso dos recursos, tanto básicos como especializados, direcionados para a promoção, manutenção e melhoria da saúde. No Brasil, a atenção primária à saúde é um conjunto de ações de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação. A atenção primária à saúde desenvolve-se por meio de processos de trabalho em equipe, interdisciplinares, democráticos e participativos, com utilização de tecnologias de alta complexidade e baixa densidade, tendo por finalidade a resolubilidade dos problemas de saúde da população mais freqüentes e relevantes (BRASIL, 2004). Os princípios constitucionais e doutrinários da atenção à saúde, os princípios organizacionais do SUS, as necessidades substanciais de saúde da população e a tradicional carência de recursos para atenção à saúde, tornam o SUS complexo, quer para o atendimento dos anseios de cada indivíduo, quer para o seu funcionamento racional. Há necessidade de a União e cada estado monitorar e avaliar a atenção primária à saúde provida nos municípios. Dados do Ministério da Saúde apresenta os seguintes resultados alcançados até março de 2009: - Equipes de saúde da família implantadas: 29.057; 28 - Municípios contemplados: 5.235. A expansão e a qualificação fazem parte das prioridades políticas apresentadas pelo Ministério da Saúde. Sob esta ótica, a atenção primária tornouse um importante componente na reorganização do atendimento e tendo em vista a meta lançada pelo Ministério da Saúde, o desenvolvimento de uma metodologia para implementação da qualidade no âmbito da atenção primária é importante para que todas as unidades implementadas no País busquem a qualidade na prestação dos serviços de saúde. 1.3. HISTÓRICO DA ACREDITAÇÃO A Avaliação da Qualidade na saúde iniciou-se no século passado, quando foi formado o Colégio Americano de Cirurgiões (CAC) que estabeleceu, em meados de 1924 o Programa de Padronização Hospitalar (PPH). Neste programa foi definido um conjunto de padrões mais apropriados para garantir a qualidade da assistência aos pacientes. Nele, três padrões relacionavam-se à organização do corpo médico, ao exercício da profissão, e ao conceito de corpo clínico; outro preconizava o preenchimento do prontuário, incluindo a história e exames do paciente, bem como as condições da alta; e o último, referia-se à existência de recursos diagnósticos e terapêuticos, além de no mínimo um laboratório clínico para análises e departamento de radiologia. Estes padrões referiam-se às condições necessárias aos procedimentos médicos e ao processo de trabalho, não levando em consideração outras necessidades e ou serviços como o dimensionamento da equipe de enfermagem ou a necessidade da assistência 24 horas, bem como a avaliação dos resultados com o paciente e poucos elementos da estrutura física do hospital. 29 Na primeira avaliação de hospitais nos Estados Unidos, de 692 hospitais com 100 leitos avaliados, apenas 89 cumpriram os padrões preconizados pelo PPH. Em contrapartida em 1950, o número de hospitais aprovados pela avaliação do PPH chegou a 3290. Em 1949, o Manual de Padronização mais desenvolvido, apresentava 118 páginas, mas o CAC passou a ter dificuldade em mantê-lo devido à elevação dos custos, à sofisticação crescente da assistência médica, ao aumento do número de instituições, a complexidade e a grande procura de especialidades não cirúrgicas após a 2ª Guerra Mundial. A partir daí o CAC iniciou parcerias com Associação Médica Americana, Associação Médica Canadense, Colégio Americano de Clínicos e Associação Americana de Hospitais para apoio e participação com outras organizações inteiramente dedicadas à melhoria e promoção da acreditação voluntária. Com a união destes grupos nos Estados Unidos, em 1951, foi criada a Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais (CCAH) que logo, em dezembro de 1952, delegou oficialmente o programa de Acreditação a Joint Commission on Accreditation of Hospitals. Esta era uma empresa de natureza privada, que na ocasião procurou introduzir e enfatizar na cultura médico-hospitalar a qualidade em nível nacional. Esta "cultura da qualidade" divulgou-se nos espaços acadêmicos e institucionais o que forçou a aprovação de leis mais complexas na área da saúde, bem como passaram a ser enfatizados os aspectos de avaliação, educação e consultoria hospitalar. Na década de 60, como a maior parte dos hospitais americanos já havia atingido os padrões mínimos preconizados inicialmente, a Joint buscou então modificar o grau de exigência. Com isso, em 1970, publicou o Accreditation Manual for Hospital contendo padrões ótimos de qualidade, considerando também processos e resultados da assistência. 30 Nos últimos anos, a Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organization (JCAHO) passou a direcionar sua atuação no sentido de privilegiar a ênfase na assistência clínica através do monitoramento de indicadores de desempenho ajustados à gravidade, ao desempenho institucional e, finalmente assumiu recentemente o papel de educação com monitoramento, vistos na atividade de consultoria e na publicação de uma série de documentos como normas, padrões e recomendações. A mensuração de resultados passou a ser expresso em 4 níveis: acreditação com distinção, acreditação sem recomendação, acreditação com recomendação e acreditação condicional. Como a saúde foi uma das últimas organizações sociais a adotar os modelos de qualidade, sua utilização iniciou-se timidamente na área administrativa. Um dos fatores que vem contribuindo para superar esta situação é a disputa de mercado entre as instituições hospitalares, pouco evidenciadas em nosso meio, mas muito forte e acirrada em outros países. A partir do ano 2000, alterando o paradigma anterior, observa-se nos hospitais da região central de São Paulo mudança no padrão de atendimento e na prestação de serviços. Hoje se enfatiza a qualidade na assistência a saúde dentro de um mercado competitivo. O termo Qualidade ou Melhoria Contínua da Qualidade nos conceitos mais modernos é um fenômeno continuado de aprimoramento, que estabelece progressivamente os padrões, resultado dos estudos de séries históricas na mesma organização ou de comparação com outras organizações semelhantes, em busca do defeito zero - situação que, embora não atingível na prática, orienta e filtra toda ação e gestão da qualidade. É também um processo essencialmente cultural e desta forma envolve motivação, compromisso e educação dos participantes da entidade, que são assim estimulados a uma participação de longo prazo no desenvolvimento progressivo dos processos, padrões e dos produtos da entidade. 31 No Brasil, talvez o primeiro estudo no sentido de melhorar a qualidade na organização dos hospitais tenha sido de Odair Pedroso em 1935, ao conceber uma Ficha de Inquérito Hospitalar (Quadro1) para a Comissão de Assistência Hospitalar do Ministério da Saúde, substituída posteriormente pelo Serviço de Medicina Social, hoje extinto. No sistema de saúde brasileiro, as iniciativas de classificação e categorização de hospitais e outros serviços de saúde sempre pertenceram ao poder público. Os esforços nesse sentido datam da década de 30, com o Censo Hospitalar do Estado de São Paulo, no qual se formulou uma primeira proposta de regionalização e hierarquização de serviços, que não chegou a ser implementada, mas serviu de inspiração para outras classificações criadas posteriormente. Em 1951, com o 1º Congresso Nacional do Capítulo Brasileiro do Colégio Internacional de Cirurgiões realizado em São Paulo foram estabelecidos os primeiros padrões mínimos para Centro Cirúrgico e estudados tanto os aspectos de planta física como a organização desta unidade hospitalar, descritos no Quadro 2. 32 Neste Congresso, foram ainda estabelecidos os componentes do prontuário médico, bem como algumas normas gerais para a organização do hospital, indispensáveis ao bom funcionamento do setor. No âmbito federal, o Decreto nº 25465 de 1956 propõe Padrões Gerais, segundo as quais os distintos estabelecimentos de saúde podem ser classificados. Em 1960, o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Previdenciários já possuía padrões para credenciamento dos serviços hospitalares. Tais critérios abrangiam: planta física (23 itens - 300 pontos), equipamento (10 itens - 220 pontos) e organização (10 itens - 480 pontos), especificando itens para a área "estrutura" como é classificada ainda hoje. O Instituto estabeleceu também o Relatório de Classificação Hospitalar (RECLAR), que possuía três áreas: planta física, equipamento e organização, num total de 333 itens. Este relatório, porém, sofreu crítica devido à excessiva ênfase aos aspectos físicos e a pouca importância aos recursos humanos, e quase nenhuma menção à produção e produtividade (processo), sem falar em resultados. Atualmente estes critérios continuam válidos e foram apenas acrescidos outros descritos em manuais e livros, complementando o processo inicial. Acreditação é uma palavra originária do inglês, utilizada pelo Manual Brasileiro de Acreditação e pelo Manual das Organizações Prestadoras de Serviços Hospitalares. É o procedimento de avaliação dos recursos institucionais, voluntário, 33 periódico, reservado e sigiloso, que tende a garantir a qualidade da assistência através de padrões previamente aceitos. Os padrões podem ser mínimos (definindo o piso ou base) ou mais elaborados e exigentes, definindo diferentes níveis de satisfação e qualificação, aferidos pelo nível de excelência. Na tentativa de identificar os primórdios da idéia de acreditação, buscou-se o estudo recente que resgata a evolução histórica da acreditação hospitalar. Nele, é citado que, originalmente os sistemas de acreditação foram desenhados para proteger e organizar a profissão médica, aprimorando o ambiente e a prática clínica. Com o passar do tempo o trabalho estendeu-se para outras áreas de assistência à saúde com outras finalidades como educação, consultoria, participação e profissionalismo. Desde 1970, o Ministério da Saúde desenvolve o tema Qualidade e Avaliação Hospitalar, partindo de início da publicação de Normas e Portarias a fim de regulamentar esta atividade e atualmente trabalha na implantação de um sistema eficaz e capaz de controlar a assistência à saúde no Brasil. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) a partir de 1989, a Acreditação passou a ser elemento estratégico para o desenvolvimento da qualidade na América Latina. Em 1990 foi realizado um convênio com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), a Federação Latina Americana de Hospitais e o Ministério da Saúde para elaborar o Manual de Padrões de Acreditação para América Latina. Quatro grupos de trabalho formaram-se em São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro, pois a intenção do Ministério da Saúde em associar-se a diferentes grupos foi consolidar diferentes experiências em uma metodologia única e de consenso para começar a implementar o Programa em nível nacional. No Rio Grande do Sul, em 1995, o Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde, em associação com a Secretaria Estadual da Saúde e do Meio 34 Ambiente e o SEBRAE/RS, desenvolveu um projeto de pesquisa com o propósito de determinar padrões de qualidade hospitalar. Também em 1995, a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, baseada na experiência com o Programa de Controle de Infecção Hospitalar, estendeu a preocupação com a qualidade das organizações, utilizando para tanto o processo de acreditação. No Rio de Janeiro, em agosto/setembro de 1997, o Projeto de Acreditação e Certificação da Qualidade em Saúde (PACQS) transformou-se no Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), com a Fundação Cesgranrio, criada pelas Universidades Estaduais do Rio de Janeiro para avaliação do processo educacional. A Fundação implantou a avaliação também na área da saúde, trazendo para o cenário da acreditação outra faceta da avaliação: a de ramo de negócios. Em dezembro de 1997, o CBA realizou um seminário com a assessoria da Joint Commission para elaborar um programa nacional de acreditação de hospitais. Nesta ocasião, com esta associação junto a Joint Commission, o Brasil foi integrado ao contexto internacional de avaliação de serviços de saúde. Retomando o desenvolvimento da Acreditação na América Latina, em abril de 1992, a OPAS promoveu em Brasília, o primeiro Seminário Nacional sobre Acreditação, no qual foi apresentado o Manual de Acreditação da OPAS. Neste seminário surgiram algumas conclusões sobre como controlar a qualidade dos serviços de saúde, destacando-se que a acreditação seria um mecanismo válido para controlar a qualidade. O Manual de Acreditação proposto seria um instrumento básico importante para iniciar o processo e os participantes levariam a discussão para suas entidades. Em 1994, o Ministério da Saúde lançou o Programa de Qualidade com o objetivo de promover esta cultura. Estabeleceu ainda a Comissão Nacional de Qualidade e Produtividade em Saúde (CNQPS) que desempenhou importante papel 35 na elaboração das diretrizes do programa e na sua disseminação, inclusive em outras esferas do governo. Ainda em março de 1994, o Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a Academia Nacional de Medicina e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões organizaram o Simpósio "Acreditação de Hospitais e Melhoria de Qualidade em Saúde" do qual participaram, entre outros os representantes da Joint Commission e do Canadian Council on Health Services Accreditation e entidades nacionais. O Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP) estabeleceu a Avaliação e Certificação de Serviços de Saúde como sendo um projeto estratégico prioritário do Ministério da Saúde, para o biênio 97/98. Em julho de 1997, o Ministério da Saúde anunciou medidas para desenvolver a Acreditação na tentativa de unificar os esforços nacionais. Com isto iniciou o projeto junto ao REFORSUS com o Programa de Apoio Financeiro para o Fortalecimento do SUS, e o financiamento pelo Banco Mundial, chamado Acreditação Hospitalar. O Programa Brasileiro de Acreditação foi oficialmente lançado em novembro de 1998, no Congresso Internacional de Qualidade na Assistência a Saúde em Budapeste, bem como o instrumento nacional desenvolvido e conduzido por Humberto de Moraes Novaes. Posteriormente, foram elaboradas propostas para o Sistema Nacional de Acreditação, ou seja, as normas básicas do processo de acreditação: credenciamento de instituições acreditadoras, qualificação e capacitação de avaliadores, código de ética e programa brasileiro de acreditação hospitalar. A organização prestadora de serviços de saúde que aderir ao processo de acreditação estará revelando a sua responsabilidade e o seu comprometimento com segurança, com a ética profissional, com procedimentos que realiza e com a garantia da qualidade do atendimento à população. 36 O objetivo dos padrões da Acreditação é ficar à frente dos últimos progressos técnicos nas organizações hospitalares. Se permitirmos que os padrões sejam mínimos, não teremos progressos técnicos. O processo avaliatório da Acreditação dá-se a partir de padrões previamente estabelecidos, isto é, compara-se o que é encontrado nos serviços com o padrão considerado como referência. Assim sendo, verifica-se se o serviço atinge ou não os critérios preconizados como desejáveis. O relatório é elaborado pelos avaliadores para o Hospital e para a gerência da Instituição Acreditadora com um parecer final dos avaliadores (de consenso) sobre a indicação para a acreditação e em que nível. O Certificado é emitido pela Instituição Acreditadora e tem a validade de dois anos, para "Acreditado" e "Acreditado Pleno". Já o "Acreditado com Excelência" tem prazo de validade de três anos. Terminados estes prazos, a instituição deve submeter-se a um novo processo de avaliação. Considerando as avaliações externas como meio de implementar a equidade na elaboração de critérios, existem cinco iniciativas atualmente no Brasil: ISO, Prêmio Nacional de Qualidade, Acreditação, Auditoria Médica e Análise de Riscos Profissionais Legais. Na área da saúde, foi com a implementação do Manual de Acreditação Hospitalar que melhorias foram introduzidas nas unidades de saúde. Este manual passa a ser um referencial para a implementação de conceitos de qualidade nestas unidades. A utilização de programas de Acreditação, como enfoque inicial para implementar e garantir a qualidade nas unidades de saúde, contribui para que, dentro dos recursos disponíveis, ocorra uma progressiva mudança planejada de hábitos, de maneira a provocar nos profissionais de todos os níveis e serviços um novo estímulo para avaliar as debilidades e forças da instituição, com o 37 estabelecimento de metas claras e mobilização constante do pessoal, voltados para a garantia da qualidade da atenção médica prestada aos pacientes. Para implementar um programa de garantia da qualidade, a unidade de saúde deve estar permanentemente sob a análise gerencial, redistribuindo recursos segundo as prioridades contingenciais dos serviços e mantendo um equilíbrio constante entre os objetivos a curto e em longo prazo. Os novos programas desenvolvidos dão ênfase aos aspectos da qualidade e contribuem para a renovação das idéias, substituindo antigos conceitos ou hábitos. Os verdadeiros líderes que souberem aproveitar este estímulo introduzirão novos conceitos sobre a missão social da organização, qual seja oferecer serviços de excelente qualidade, em que a responsabilidade não é individual, mas de todos os funcionários da Unidade de Saúde. O estabelecimento de precisos objetivos mensuráveis, a curto e em longo prazo, e a sua freqüente monitorização, orientarão os planos para a ação, a estratégia da organização e a implementação de programas. Durante a percepção futura e estratégica da missão da unidade de saúde surgirão, naturalmente, as necessidades de interpretar todos os aspectos da sociologia da atenção médica, com análise do ambiente externo ao hospital, da acessibilidade do paciente à instituição e adequação às demandas comunitárias. O processo de Acreditação Internacional tem expandido suas fronteiras ao alcançar novos segmentos de serviços de saúde, além daqueles historicamente ligados aos programas de melhoria da qualidade. Os segmentos de serviços hospitalares e de especialidades são, de longe, a grande maioria de instituições participantes nesses processos, por diferentes fatores determinantes, entre os quais, a delimitação de um universo próprio de serviços e usuários, assim como a natureza de especificidade de seus serviços, também em sua maioria privados. 38 Nessa expansão e também porque os padrões da acreditação tratam da relação da instituição com sua rede de saúde, seja pública ou privada, outros segmentos de saúde têm se engajado nesse processo, incluindo os serviços de atenção primária, para a qual, a busca de excelência e melhoria da qualidade se torna um desafio com paralelos absolutamente distintos. Diferentemente dos segmentos, que na maioria participam de programas de acreditação, sendo os hospitalares e de especialidades, os serviços de atenção primária, se caracterizam pela prevalência de instituições públicas, vinculadas a sistemas de saúde complexos, como o exemplo histórico no Brasil. Dessa forma, a inserção desses serviços em programas de qualidade, até o momento, tem se restringido a instituições que já tem algum tipo de vínculo com outra instituição que já esteja participando do processo. A acreditação de uma instituição de saúde é um processo que envolve tempo, mobilização de recursos e esforços institucionais significativos. Sabe-se que há um percurso a ser transcorrido do momento em que a instituição decide buscar a acreditação até o momento em que ela é acreditada. A experiência adquirida no desenvolvimento deste processo tem demonstrado que este método de avaliação da qualidade apresenta um imenso potencial, no sentido de introduzir nas instituições, uma prática de reflexão contínua sobre os processos diretamente ligados ao cuidado aos pacientes e ainda daqueles relativos aos processos gerenciais. Tem revelado também um ótimo potencial de mobilização dos profissionais na revisão de processos, métodos e prioridades, através de uma ação organizada e multiprofissional. A partir dos resultados da avaliação, esse método possibilita também inovar no processo de planejamento, ao permitir uma abordagem seletiva para a definição de prioridades e estratégias de implementação das correções necessárias. Por se tratar de uma abordagem com forte conteúdo educativo, onde todo o processo parte 39 de uma reflexão sobre a prática profissional referida a padrões de excelência, tem permitido uma nova maneira de perceber e atuar sobre velhos problemas. porque os instrumentos utilizados como Isto base da avaliação, os padrões internacionais de acreditação, não são indicadores complexos distantes da realidade do cotidiano vivenciado pelos profissionais e das instituições e estão relacionados aquelas práticas direta e indiretamente ligadas ao cuidado aos pacientes. Para cada segmento de serviço de saúde é definido um conjunto de padrões específicos, agrupados em um manual, que estão diretamente relacionados com as práticas assistenciais e administrativas de seu conjunto de serviços. No caso da metodologia internacional, aplicada pela Joint Commission International (JCI), subsidiária da maior e mais antiga agência acreditadora do mundo, a The Joint Commission (EUA), esses manuais são construídos por um Comitê Internacional de Padrões, constituído por representantes de diferentes países dos cinco continentes. No caso do Brasil a JCI é representada pelo CBA, uma associação civil, entidade privada, sem fins lucrativos. Esse comitê elaborou então o Manual Internacional de Padrões para Unidades de Cuidados Primários (Atenção Básica). Nesse contexto, entende-se que a metodologia de avaliação baseada nos padrões de acreditação internacional se apresenta como um instrumento efetivo para o estudo avaliativo desenvolvido para a implantação do Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família (PROESF). O objetivo desse projeto foi a realização de estudos de linha de base em municípios selecionados, dos Estados do Maranhão, Tocantins, Pará e Amapá, com vistas à institucionalização do monitoramento e avaliação das transformações decorrentes da conversão do modelo de atenção, baseado no Programa de Saúde da Família, implantado pelo Ministério da Saúde. Para a aplicação desta etapa do estudo, foi utilizado o Manual Internacional de Padrões para Unidades de Cuidados Primários, elaborado pela JCI. Esta etapa de avaliação, como parte do presente estudo, serviu ainda para o teste 40 de campo do manual, como parte do processo de validação dos padrões internacionais, pelo Comitê Internacional da JCI, que também realiza esse processo em outros países, segundo indicação deste Comitê. Desta forma, o manual utilizado foi a edição do conjunto de padrões para Unidades de Cuidados Primários em sua versão final para Teste de Campo, editada em 16 de Dezembro de 2005. A partir deste estudo, foi elaborado os Padrões Internacionais para Unidades de Cuidado Primário (Atenção Básica), pois a atenção primária se distingue dos outros níveis de atenção pela ênfase que é dada na promoção da saúde e prevenção de doenças, também pela integração na comunidade, busca da acessibilidade, abrangência, coordenação, continuidade e responsabilidade em nível individual ao paciente e a comunidade. Além dos aspectos citados acima, foi destacado pelo governo como o nível que permite a reorganização do SUS, sendo uma estratégia governamental. Esta abordagem não leva em conta outras instituições acreditadoras do mercado, pois o foco do trabalho é a atenção primária, e atualmente o CBA é a única instituição acreditadora que trata especificamente deste tema. Este capítulo, parte integrante de um artigo de revisão, fornece uma revisão bibliográfica dos procedimentos de controle da qualidade assistencial. Foram utilizadas fontes bibliográficas virtuais com as palavras chaves de acreditação, histórico da qualidade e qualidade na saúde. 1.4. CENÁRIO ATUAL O crescimento exponencial do número unidades de saúde e uma necessidade cada vez maior de usuários evidenciam a importância e responsabilidade dos gestores destas unidades no que tange à qualidade dos serviços oferecidos. 41 Vivemos numa época de mudanças onde as reais necessidades dos pacientes se alteram com a evolução tecnológica ou a renovação de costumes, alimentadas por uma concorrência cada vez mais acirrada. A crescente conscientização da sociedade civil modifica leis e regulamentos para garantir a qualidade dos produtos/serviços adquiridos. Neste contexto, torna-se imprescindível implantar uma cultura de evolução, comprometida paternalismo, com o aperfeiçoamento acomodação, passividade, contínuo, submissão expurgando e atitudes individualismo. de A internalização da filosofia do aperfeiçoamento contínuo é percebida quando a empresa supera as expectativas dos seus clientes, ganhando a admiração e o reconhecimento destes. O sentido de mudança deve estar presente no questionamento permanente de todas as ações, a busca da inovação dos produtos, serviços e processos, na criatividade e na flexibilidade de atuação, na análise de desempenho, na preocupação com a capacitação e qualificação dos recursos humanos, na ousadia de propor e assumir novos desafios e a capacidade de incorporar novas tecnologias. O caminho para a excelência naquilo que se faz deve ser incentivado pela alta administração através de sua postura e atitudes voltadas para a evolução. Não se pode melhorar o que não se pode medir e, portanto, é imprescindível criar-se um conjunto de indicadores de qualidade e produtividade que retratem a situação existente. Na Gestão da Qualidade quando o foco e a ênfase dos planos das empresas são deslocados da produção para a satisfação das necessidades do cliente, também um importante passo precisa ser dado na direção da valorização de seus próprios funcionários. Tendo o cliente como centro das preocupações, as empresas percebem que para atendê-los precisam revisar seus métodos internos e melhorar tanto como unidade econômica quanto como grupamento humano. 42 Na qualidade em saúde, a premissa é de que bons processos de trabalho podem levar a bons resultados. Esses processos incluem análise da relevância, suficiência ou redundância de procedimentos e rotinas relacionados à anamnese, ao exame físico, à investigação laboratorial, ao diagnóstico e ao tratamento, bem como reuniões de grupo, vacinações, curativos, exames preventivos, visitas domiciliares para a detecção de fatores de risco ou aconselhamento. A qualidade na atenção primária à saúde abrange aspectos que difere dos demais níveis do sistema de saúde, como o ambulatorial e hospitalar. Há uma preocupação maior com a identificação das necessidades de saúde dos pacientes independente da busca ao serviço, com o cuidado continuado aos pacientes crônicos ou a detecção precoce de doenças que podem ser prevenidas em estágios pré-sintomáticos ou sintomáticos, e com a satisfação dos usuários em termos de continuidade, vínculo, adesão e relação com os profissionais de saúde. Definidos e demarcados os princípios norteadores da gestão da qualidade, é necessário buscar metodologias para avaliar os subsistemas, serviços e equipes envolvidos na atenção primária à saúde. Segundo Donabedian (1994), a abordagem é normativa e focada nos conceitos. A gestão da qualidade que busca estruturar ações que se organizam em um programa interno de qualidade que prevêem o estabelecimento de objetivos bem definidos, visando implementar medidas para a garantia e melhoria da qualidade. São conceitos que envolvem um processo dinâmico e participativo de identificação de problemas e deficiências, definição e implementação de propostas concretas de ação. A melhoria da qualidade é um processo contínuo, no qual a avaliação leva ao diagnóstico das deficiências em comparação com parâmetros pré-estabelecidos, definição de objetivos e metas, implementação de ações e retorno à avaliação após um prazo determinado. Esse trabalho de equipe deve ser adequado para ser desenvolvido como parte integrante da rotina de trabalho. 43 No que se refere à especificidade dos estudos de qualidade aplicados à atenção primária à saúde, verifica-se que os modelos desenvolvidos para a avaliação da qualidade em saúde foram baseados na produção de cuidados hospitalares voltada para o tratamento de doenças. Diversos aspectos relacionados às peculiaridades encontradas na atenção primária merecem ser problematizadas. A qualidade prestada por esse nível de assistência presta um papel primordial para que se alcance a qualidade global de todo o sistema. Características próprias deste subsistema de atenção estão relacionadas às funções, tais como o primeiro contato com os problemas do indivíduo e a acessibilidade, a alta incidência de problemas de difícil delimitação, a integração e a coordenação do cuidado com relação aos demais níveis do sistema. Em relação ao trabalho em saúde, há a promoção e prevenção, na detecção e tratamentos precoces, na atenção de problemas agudos, no controle de processos crônicos e nos componentes psicossociais da atenção. Essas características são próprias dessa área de atuação e requerem a busca por modelos e ferramentas de avaliação que possam dar conta de buscar a melhoria da qualidade e sua continuidade. As especificidades dessa área levaram ao desenvolvimento de uma metodologia própria para atingir os níveis de qualidade requeridos pelas instituições acreditadoras. A metodologia é diferenciada para que as particularidades destes ambientes sejam respeitadas e as novas responsabilidades assumidas pelo sistema local de saúde exigem o desenvolvimento de competências que podem ser subsidiadas pelo relevo da realidade que a metodologia pode fornecer ao sistema, serviços ou programas/ projetos de saúde. 44 2. OBJETIVOS, MÉTODOS E PROCEDIMENTOS Este trabalho visa contribuir para a melhoria da gestão da qualidade no âmbito da Atenção Primária, a partir do estudo de caso da Unidade de Saúde da Família da Lapa, com aplicação do Questionário para Avaliação da Gestão da Qualidade na Unidade de Saúde da Família da Lapa (Apêndice B). A metodologia utilizada foi por meio de estudos bibliográficos sobre gestão da qualidade e acreditação que pudessem trazer os principais conceitos, benefícios e aplicabilidade da qualidade para a atenção primária. A construção teórica metodológica surgiu da compreensão do objeto de estudo, simultaneamente a base teórica encontrada na literatura e nas regulamentações durante a revisão bibliográfica, com vistas ao aprofundamento da temática. 2.1. OBJETIVOS 2.1.1. Geral Identificar fatores críticos para a gestão da qualidade na Unidade de Saúde da Família da Lapa. 2.1.2. Específicos analisar o processo de gestão adotado na Unidade de Saúde da Família da Lapa; identificar e apresentar elementos para a melhoria da qualidade na Unidade de Saúde da Família da Lapa. 45 2.2. TIPO DE ESTUDO É uma pesquisa qualitativa, com observação não participativa e estudo de caso. De acordo com Minayo (1993), a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares, pois se preocupa com uma realidade que não pode ser quantificada. Esse percurso será detalhado para demonstrar os procedimentos que contribuíram na compreensão do objeto de estudo, do contexto e das estratégias de coleta e análise de dados. Segundo Tull (1976, p 323) "um estudo de caso refere-se a uma análise intensiva de uma situação particular" e Bonama (1985, p. 203) coloca que “o estudo de caso tem sido visto mais como um recurso pedagógico ou como uma maneira para se gerar 'insights' exploratório, também é uma descrição de uma situação gerencial”. O diagnóstico a ser elaborado prevê o estudo específico de uma unidade de saúde, permitindo a melhoria da gestão da qualidade. Para o estudo de caso foi aplicado o Questionário para Avaliação da Gestão da Qualidade na Unidade de Saúde da Família da Lapa. O questionário criado serve para analisar cada unidade de saúde isoladamente e comparar onde ela está mais adiantada, em termos de gestão, e onde precisa melhorar. Também permite comparar uma unidade de saúde com outra. A elaboração do Questionário para Avaliação da Gestão da Qualidade teve como referência à bibliografia citada e o instrumento para aferição de conformidade com os padrões de atenção primária que está organizado em 4 grupos de padrões chamados de seções. Cada seção está subdividida em grupos relacionados de padrões, chamados de áreas de desempenho. 46 As seções e áreas de desempenho são as seguintes Seção I – Integração e Envolvimento da Comunidade: - Definindo a comunidade e a população atendida e participação da comunidade na Unidade; - Cooperação e comunicação entre a unidade e sua comunidade; Seção II – Serviços Voltados para o Paciente: - Delineando a abrangência da prática de cuidado e gerenciamento do processo de cuidado; - Direitos do pacientes e familiares e promoção e prevenção de doenças; - Avaliação do paciente; - Cuidado ao paciente; - Educação de pacientes e familiares. Seção III – Organização e Prestação de Serviços: - Estrutura de administração e liderança e coordenação e continuidade do cuidado; - Gerenciamento da informação; - Gerenciamento do ambiente e segurança; - Educação e qualificação de profissionais; - Vigilância, prevenção e controle de infecções. Seção IV – Melhoria em Qualidade e Segurança. O Questionário para Avaliação da Gestão da Qualidade é um instrumento fechado, sendo utilizada a escala de Likert para o tratamento dos dados, com três posições: - conforme; - parcial conforme, - não - conforme, 47 Os valores de escala não são apresentados no questionário, e os itens geralmente dispostos em ordem aleatória e não por ordem de seus valores de escala. A média dos valores de escala dos elementos de controle individual é interpretada como uma indicação de sua posição em uma escala de atitude favorável-desfavorável para o objeto. Os números, na posição da tabela não aparecem no questionário aplicado aos entrevistados. Eles são mostrados aqui para indicar o sistema de pontuação. Segundo Selltiz, Jahoda, Deutsch e Cook: O procedimento para a construção de uma escala tipo Likert é a seguinte: (1) A montagem de um grande número de itens considerados relevantes para a atitude a ser investigada e quer claramente favorável ou desfavorável. (2) Existem itens que são administrados a um grupo de pessoas representativas das pessoas com as quais o questionário é para ser usado. Os temas indicam a sua resposta a cada item, verificando uma das categorias de acordo-desacordo. (3) As respostas aos vários itens são marcadas de forma a que responde um indicativo da atitude mais favorável é dado à maior pontuação. Não faz diferença se 5 é um alto e 1 é baixa, ou vice-versa. O importante é que as respostas serão marcadas de forma consistente em termos de direção de atitudes que eles indicam. Se "aprovar" ou "reprovar" é a resposta favorável a um item depende, naturalmente, sobre o conteúdo e redação do item. (4) Cada pontuação total do indivíduo é calculada somando suas pontuações item. (5) As respostas são analisadas para determinar quais os itens mais discriminar claramente entre as pontuações mais altas e as pontuações baixas na escala total. Por exemplo, as respostas dos indivíduos cujas pontuações totais estão no quarto superior e as respostas das pessoas em um quarto do fundo podem ser analisadas, a fim de determinar, para cada item na medida em que as respostas destes critérios diferentes (ver Capítulo 5, páginas 184-185 para uma ilustração do processo). Itens que não mostram uma correlação significativa com a pontuação total ou que não obtém respostas diferentes daquelas que alta pontuação e aqueles que baixa pontuação no teste total é eliminada para garantir que o questionário seja "coerência interna" - que é que cada item está relacionado com a mesma atitude em geral. Os procedimentos metodológicos envolveram inicialmente uma revisão bibliográfica com uma análise exploratória e descritiva das fontes disponíveis sobre gestão da qualidade e acreditação. Foi escolhida para a presente pesquisa a análise qualitativa de cunho exploratório – por permitir obtenção de experiência do investigador acerca do objeto de estudo – e descritivo, pois pretende escrever os fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). 48 O modelo de estudo está composto de 7 etapas, conforme descritas abaixo: Na primeira etapa é realizada uma revisão bibliográfica dos seguintes documentos: Manual de Padrões de Atenção Primária, Manual de Avaliação para a Melhoria da Qualidade da Estratégia Saúde da Família do Ministério da Saúde; Normas Técnicas e Manuais do CBA/ Joint Comission. A segunda etapa consta da elaboração do Questionário para Avaliação da Gestão da Qualidade na Unidade de Saúde da Família da Lapa e, a partir do mesmo organizar os requisitos e itens que irão fazer parte do questionário para aplicação do pré-teste (Apêndice A). Na terceira etapa é realizada a aplicação do pré-teste na unidade de saúde da família da Lapa. A quarta etapa inicia-se com o tratamento das informações coletadas no préteste, identificando a pertinência do questionário para avaliação da gestão da qualidade na unidade de saúde da família da Lapa. A quinta etapa consiste na aplicação do questionário para avaliação da gestão da qualidade na unidade de saúde da família da Lapa. Na sexta etapa é realizada a análise dos dados coletados através do questionário para avaliação da gestão da qualidade na unidade de saúde da família da Lapa. A sétima etapa consta da apresentação da metodologia utilizada e dos resultados levantados para a equipe da unidade de saúde participante da pesquisa. 49 2.3. CENÁRIO DA PESQUISA Este estudo foi desenvolvido na unidade de saúde da família da Lapa, localizada na Rua do Riachuelo, nº 43, Centro, Rio de Janeiro - RJ – Telefone (21) 3231-6031. O funcionamento da unidade é de 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. A unidade de saúde da família da Lapa, pertence à área programática (AP) 1.0, localizada no Bairro da Lapa na cidade do Rio de janeiro. Apresenta características peculiares devido a boemia do bairro onde está localizada e o mesmo apresentar uma diversidade de situações sociais, entre elas: alto índice de prostituição, homossexualismo, abandono, famílias vivendo em condições subumanas em casarões antigos e destruídos, grande concentração de pobreza e carência de infra-estrutura urbana. O programa de saúde da família da Lapa atende uma média de 4300 famílias, num total de 8600 pessoas. Está dividida em sete micros áreas, e se diferencia das demais unidades por ser uma unidade escola que atende alunos dos cursos de Medicina, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Fonoaudiologia e Enfermagem. 2.4. POPULAÇÃO ALVO Este estudo foi desenvolvido na unidade de saúde da família da Lapa e adota como material de referência uma entrevista coletiva com aplicação de questionário para avaliação da gestão da qualidade aos funcionários disponibilizados pelo coordenador da unidade de saúde para participar da entrevista. 50 2.5. COLETA DE DADOS DO PRÉ-TESTE Em 13/10/2009 às 14hs, foi realizado o pré-teste com o coordenador da unidade de saúde, a fim de verificar a adequação e pertinência do questionário para avaliação da gestão da qualidade, bem como a veracidade das questões avaliadas. 2.5.1. Análise dos Dados do Pré-Teste O questionário consolidado de avaliação da gestão da qualidade na atenção primária foi respondido pelo responsável da unidade. Segue o resultado do questionário aplicado, com o gráfico com os percentuais levantados e o grau de implementação: Gráficos: PRÉ-TESTE - SOMATÓRIO GERAL 11% 41% 48% C PC NC PRÉ-TESTE - PERCENTUAL GERAL 100% 100,0% 80,0% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% 64,8% Grau de Grau Máximo Implementação Grau de Implementação Grau Máximo 51 Com base no resultado apresentado e na pertinência das questões levantadas, o questionário de avaliação da gestão da qualidade é um instrumento adequado e pertinente para ser aplicado na unidade de saúde da família da lapa. 2.6. COLETA DE DADOS DO QUESTIONÁRIO DE GESTÃO DA QUALIDADE Após a realização do pré-teste, foi realizada a coleta de dados por meio de entrevista coletiva com preenchimento pelos profissionais que atuam na unidade do questionário para avaliação da gestão da qualidade. O universo da pesquisa (população) é composto pela unidade de saúde da família da Lapa, com atuação na atenção primária. As etapas abaixo foram realizadas a fim de propiciar a coleta de dados: - agendamento do horário para as entrevistas; - solicitação de local tranqüilo para as entrevistas; - preparação de cópia do questionário para cada um dos entrevistados e uma cópia para o entrevistador para seu roteiro; - preparação do termo de livre consentimento para cada um dos entrevistados assinarem; - separação do material a ser utilizado (caneta, lápis, borracha, questionários, termo de livre consentimento); - preparação do cronograma para as entrevistas, observando a agenda e disponibilidade do local. Tendo em vista o universo de a pesquisa ser composto de todos os funcionários da unidade, o questionário foi respondido em dois encontros. O agendamento das datas, horários e equipe para realização da entrevista foi determinado pelo coordenador da unidade, a fim de manter a eficácia do 52 atendimento e para que não haja prejuízos nas atividades desenvolvidas na unidade. Equipe participante da entrevista: Daniele dos Reis Ferreira, Edna Maria da Silva, Jefferson Wigond da Silva, Márcia Augusta P. dos Santos, Maria Catarina B. de Lima, Maria Rosalina da Silva Fontes, Rafael Ferreira da Silveira, Roberto José A. P. Fuchs, Carolina de Souza Furtado, Claudia Martins Rebello, Elizete Gomes do Nascimento, Isis Araújo da Silva, Márcia Maria Guimarães, Márcia Levy, Simônica Duarte Viana e Vera Lúcia Santos de Jesus. O questionário é composto de 12 categorias de requisitos, sendo dividido para melhor coleta de dados e para que não haja interrupção das atividades na unidade. No primeiro encontro que ocorreu no dia 26/10/09, no horário de 14hs às 16hs foi respondida as categorias de requisitos de 1 a 5 e no segundo, ocorrido em 28/10/09, no horário de 14hs às 16hs foi respondida as categorias de requisitos de 6 a 12. Foi utilizado aparelho de MP3 para registrar os eventos e o questionário para avaliação da gestão da qualidade a ser preenchido durante a entrevista pelo pesquisador. Todos os entrevistados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo A), aprovado anteriormente pelo Comitê de Ética da Universidade Estácio de Sá/ Rio de Janeiro - RJ e de acordo com a Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos)/(BRASIL, 1996). 2.7. ANÁLISE DE DADOS A aplicação do questionário para avaliação da gestão da qualidade permite cruzar os dados de cada requisito de gestão descrita, a fim de obter maiores 53 informações dos impactos percebidos sobre o perfil da unidade de saúde, podendo ter atuação em unidades de saúde das demais regiões do país. A análise de dados foi realizada a partir do término da coleta de dados, a fim de permitir a organização das informações levantadas para posterior elaboração do diagnóstico para gestão da qualidade na atenção primária. A análise das respostas foi segundo o critério de quantidade de respostas conforme, parcial conforme, não – conforme. Os critérios foram aplicados conforme descrito abaixo: - tendo como referência todo o questionário para avaliação da gestão da qualidade, permitindo identificar globalmente e em percentual os resultados coletados e visualizando o nível em que a gestão da qualidade da unidade de saúde em estudo encontra-se; - por requisitos de gestão, que permite identificar os resultados por requisitos, obtendo a situação de cada ítem, levando a considerações acerca do nível de gestão da qualidade. As gravações foram lidas e analisadas as falas, a fim de permitir a realização de um “Relatório de Sugestões de Melhorias” identificadas na entrevista. Esta análise permite identificar as fragilidades de gestão da qualidade na Unidade de Saúde e a proposição de ações para a superação das mesmas. De acordo com os dados coletados no questionário para avaliação da gestão da qualidade foram elaborados gráficos utilizando o Excel e análises de cada resultado utilizando o Word, a fim de verificar a situação da unidade de saúde globalmente e em relação aos requisitos de gestão avaliados. Com base na especificidade do guia metodológico proposto, a análise de dados resulta em um “Diagnóstico para Gestão da Qualidade”, a ser utilizado como referência para elaboração de planos de ação para os itens levantados e na “Relação de Fatores Críticos”. 54 2.7.1. Análise dos Resultados da Aplicação do Questionário de Gestão O questionário para avaliação da gestão da qualidade na atenção primária na unidade de saúde da família da Lapa é um instrumento desenvolvido com base no estudo bibliográfico, tendo como referência o instrumento para aferição de conformidade com os padrões de atenção primária do CBA. Esta atividade tem como finalidade analisar os principais requisitos definidos como imprescindíveis para que uma unidade de saúde realize, com eficiência e eficácia, o seu processo de gestão. Vale ressaltar, que a avaliação se destina tão-somente aos requisitos estabelecidos e referenciados na metodologia, não sendo realizada a análise da qualidade dos serviços prestados, sejam eles sob o ponto de vista interno, da percepção dos usuários ou da Administração Superior da unidade de saúde da Lapa. Outro aspecto importante é que o processo de avaliação é feito pela equipe da unidade, que informa, de acordo com as suas percepções, para cada requisito analisado se é conforme, parcial conforme ou não - conforme. Os requisitos estabelecidos para a elaboração do questionário para avaliação da gestão da qualidade na atenção primária e as suas respectivas finalidades são os seguintes: Gestão estratégica - avaliar o nível de conhecimento, de implementação e de envolvimento da equipe com a missão, visão, valores e política da qualidade da unidade de saúde da família da Lapa, sob o aspecto mais estratégico e geral da estratégia; Processos de trabalho - avaliar em que medida a unidade objeto da análise: 55 - conhece os serviços que realiza; - conhece os requisitos exigidos pelos seus usuários; - executa os seus processos de trabalho; - avalia se os resultados dos indicadores e se as manifestações dos usuários são usados para melhorar os processos de trabalho; - avalia os serviços prestados pelas unidades de apoio diretamente relacionadas aos seus processos de trabalho; Indicadores - verificar em que medida a unidade estabeleceu indicadores para os seus processos de trabalho e se os mesmos estão sendo medidos, analisados e tratados; Documentação - confirmar se a equipe conhece o manual da qualidade da unidade de saúde e se as rotinas administrativas gerais e operacionais foram elaboradas; Registros - verificar se a unidade gerencia adequadamente o seu arquivo corrente, bem como se os seus registros estão adequadamente controlados; Segurança da informação – avaliar as condições de confidencialidade do banco de dados da unidade de saúde e de outros bancos com quem compartilha informações; Ambiente de trabalho - avaliar as condições físicas e o clima de trabalho no que se refere a condições psicossociais e de satisfação do trabalhador da unidade; Recursos humanos - verificar se a matriz de competência (documento que consolida todas as informações profissionais do indivíduo), as evidências de competência (documento que relaciona todas as competências do indivíduo) e os planos de desenvolvimento (documento que define quais as necessidades em 56 termos de cursos, capacitação, treinamento para o profissional) de pessoal foram implementados; Medicamentos – verificar o acondicionamento, dispensação, reposição, prazo de validade e rotinas de descarte de medicamentos; Controle de infecções e riscos – verificar se a unidade utiliza meios para reduzir os riscos de infecções endêmicas e epidêmicas adquiridas no âmbito da unidade de saúde; Pesquisa de opinião e de satisfação - verificar se a unidade aplica pesquisas para avaliação do grau de percepção dos usuários em relação aos serviços prestados; Reuniões e relatórios - verificar se a equipe planeja e realiza, de forma sistemática, reuniões que possibilitem a avaliação sistêmica do sistema de gestão, e se elabora, sistematicamente, o relatório gerencial. A aplicação do questionário para avaliação da gestão da qualidade na unidade de saúde da família da Lapa foi dividido em duas partes. Os requisitos de 1 a 5 foram respondidos no primeiro encontro e os requisitos de 6 a 12 foram respondidos no segundo encontro, com os membros da equipe que também foram divididos, de acordo com a disponibilidade da unidade. A avaliação da gestão da qualidade na unidade de saúde da família da Lapa é realizada em duas ocasiões, nas quais a equipe da unidade responde se é conforme, parcial conforme ou não - conforme para cada requisito estabelecido: Para a Primeira Avaliação foram elaborados relatórios que informam se os requisitos avaliados estão conforme, parcial conforme ou não - conforme na unidade na respectiva avaliação, bem como as recomendações de melhoria decorrentes dos resultados observados. 57 A partir dos resultados observados, o pesquisador promoveu os eventos, pertinentes à sua área de atuação, com fins de elencar as melhorias a serem realizadas na unidade de saúde. O registro da avaliação é anotado no questionário para avaliação da gestão da qualidade na unidade de saúde, que detalha as perguntas pertinentes a cada requisito de avaliação. Para cada pergunta é realizada a marcação se é conforme, parcial conforme ou não - conforme. Cada requisito foi somado às marcações correspondentes e sendo analisada a quantidade de respostas conforme, parcial conforme e não conforme, fazendo a avaliação para aquele que tiver maior pontuação. 2.7.2. Premissas do Questionário de Gestão Para cada requisito de gestão foi utilizado um grupo de perguntas (itens) que melhor representa a aplicação do referido requisito na unidade de saúde. No questionário foram utilizadas três categorias de respostas para cada item, onde: - “Conforme” quer dizer que o item está plenamente implementado; - “Parcialmente Conforme” quer dizer que o requisito está parcialmente implementado, e; - “Não - Conforme” quer dizer que o requisito não está implementado na unidade de saúde. Requisito é cada elemento indispensável à gestão de uma unidade de saúde, neste trabalho representado por um grupo de perguntas. Ítem é cada pergunta do questionário. 58 2.7.3. Tratamento dos Dados Primeira fase: Realizada através da quantidade de itens que estão “conforme”, “parcialmente conforme” e “não - conforme” por requisito de gestão, a saber: - Gestão estratégica (total de 6 itens); - Processos de trabalho (total de 28 itens); - Indicadores (total de 2 itens); - Documentação (total de 2 itens); - Registros (total de 11 itens); - Segurança da informação (total de 4 itens); - Ambiente de trabalho (total de 12 itens); - Recursos humanos (total de 3 itens); - Medicamentos (total de 15 itens); - Controle de infecções e riscos (total de 5 itens); - Pesquisa de opinião e de satisfação (total de 4 itens); - Reuniões e relatórios (total de 3 itens). Exemplo: Para o requisito “Gestão Estratégica”: 1 item conforme, 3 parcialmente conforme e 2 não - conforme. Segunda fase: Verificado quantos itens estão “conforme”, quantos estão “parcialmente conforme” e quantos estão “não - conforme” somando os resultados de todos os requisitos: 59 Terceira e quarta fase: Consiste em mensurar a “Taxa de Conformidade” da gestão da qualidade na unidade de saúde. Esta medida permite comparar uma unidade com outra e facilitar a avaliação do quanto já foi feito e do quanto ainda há por fazer. Para isso é necessário atribuir pontos a cada categoria de resposta: - Não-conforme, que quer dizer não implementado leva 0 ponto; - Parcialmente conforme leva 1 ponto; e - Conforme, que quer dizer totalmente implementado, leva 2 pontos. Para cada requisito temos um total máximo de pontos possíveis e um total obtido de pontos. Exemplo: no requisito Gestão Estratégica o total máximo seria de 12 pontos (seis itens x 2 pontos por item). Se a unidade tivesse as seguintes respostas: 1 item conforme (2 pontos), 3 itens parcialmente conforme (3 x 1 ponto) e 2 não - conforme (2 x 0 pontos) teria obtido 5 pontos num total possível de 12 pontos. Este item estaria com 41,7% de implementação. Desta forma foi possível calcular o total de pontos para a taxa de conformidade de cada requisito e do resultado geral. Na terceira fase será medido o grau de cada requisito e na quarta fase a taxa de conformidade geral. Chegamos a seguinte resposta: uma unidade que obteve “não - conforme” para todas as respostas teria a taxa de conformidade de 0% e aquela que obteve “conforme” para todas as respostas teria grau de 100%. Medir desta forma torna o trabalho aplicável a qualquer unidade e possibilita uma análise de dados comparativa entre os requisitos mais fortes e fracos de cada unidade e uma análise comparativa entre diferentes unidades de saúde. 60 2.7.4. Montagem da Planilha – Memória de Cálculo (Apêndice D) A planilha que é a memória para calcular o resultado foi elaborada conforme descrito abaixo: montagem de 3 colunas de respostas: “C” para conforme, “PC” para parcialmente conforme e “NC” para não - conforme. - quando a resposta for Conforme, lançar 2 pontos na coluna “C”; - quando a resposta for parcialmente conforme lançar 1 ponto na coluna “PC”; - quando a resposta for não - conforme lançar 0 (zero) na coluna “NC”. elaboração dos somatórios parciais para “puxar” os gráficos de implementação por requisito (ao final de cada coluna); lançamento de uma linha para o total de pontos obtidos (somar os “somatórios parciais” de cada coluna para obter o total de pontos obtidos naquele requisito – lembrar: 2 pontos para cada conforme, 1 ponto para cada parcialmente conforme e 0 pontos para cada não - conforme); na próxima linha colocar o máximo de pontos que pode ser obtido em cada requisito: total de perguntas multiplicado por 2 (que é o máximo em cada resposta); a próxima linha é o percentual de implementação de cada requisito: total obtido dividido pelo máximo possível; depois de repetir os cálculos para todos os requisitos separadamente, foi calculado o grau de implementação geral da unidade: - somatório de todos os pontos obtidos, - somatório do máximo de pontos possíveis; - divisão de um pelo outro. 61 2.7.5. Tratamento dos dados gravados A gravação foi lida e analisada, sendo realizadas as anotações mais relevantes acerca do que foi coletado. Durante as entrevistas foram observados os seguintes itens para melhoria dos requisitos de gestão e do instrumento utilizado para avaliar a unidade: Os funcionários da unidade têm conhecimento da missão, visão, valores e política da qualidade, portanto a gestão estratégica está em processo de construção; Os objetivos estratégicos não foram documentados, mas estão sendo trabalhados. Há necessidade de documentar e separar os de curto, médio e longo prazo, além de definir as metas e os planos de ação para cada objetivo elencado; O cumprimento das atividades para alcançar uma gestão de qualidade está diretamente ligada ao comprometimento da administração superior da Unidade, portanto, é necessário que a mesma seja identificada e esteja comprometida com o processo; Para que a gestão da qualidade seja um processo transparente e tenha efetividade, a comunicação é um item de grande importância para o sucesso do processo; O sistema de informação da atenção básica (SIAB) é uma base de dados de grande capacidade de agregação de valor, pois concentra informações acerca das famílias, área adscrita, enfim, dados cruciais para o planejamento, elaboração de planos de ação e construção de indicadores que são vitais para a implantação de uma gestão de qualidade. Sendo assim, há necessidade de aprimoramento do mesmo e elaboração de relatórios que supram as necessidades da unidade de saúde; Os pacientes que necessitam ser referenciados em sua grande maioria voltam sem o adequado atendimento, portanto, a referência e contra-referência é um 62 processo que necessita de sistematização para suprir as necessidades das unidades e dos pacientes que necessitam utilizar essa modalidade; Na construção da gestão estratégica, existem os níveis de atuação que são o estratégico, tático e operacional, seguindo este raciocínio, observamos que a unidade de saúde tem elaborado os indicadores estratégicos e táticos, necessitando elaborar os indicadores operacionais para medir os processos de trabalho internos, completando os níveis de integração; A política de documentação é ditada pela Secretaria de Saúde, ficando evidente a necessidade de padronização dos documentos e arquivos da unidade; A unidade de saúde apresenta os requisitos essenciais para uma gestão de qualidade, necessitando a sistematização das informações e documentação dos processos de trabalho; O instrumento utilizado foi considerado pertinente pela equipe entrevistada, necessitando de ajustes na nomenclatura que está voltada para hospitais. 63 3. RESULTADOS 3.1. GRÁFICOS Os quadros apresentam os resultados obtidos na avaliação da unidade de saúde da família da Lapa geral e por requisitos de gestão. 3.1.1. Avaliação da gestão da qualidade - resultado geral Com base no resultado geral, podemos verificar que a unidade de saúde da família da Lapa apresenta um percentual de 65% de conformidades. Concluímos que é um percentual bom, apresentando mais de 50% de conformidades com os requisitos apresentados. É importante que os itens de parcial conforme e os não-conformes sejam identificados e tratados para permitir à unidade de saúde uma melhora no percentual e, seja considerada uma unidade que trabalha de acordo com o que preconiza uma Gestão de Qualidade. 64 3.1.2. Avaliação da gestão da qualidade por requisito Requisito 1: Gestão Estratégica Os percentuais apresentados no requisito de gestão estratégica apresenta apenas 17% de conformidades, sendo necessário a observância dos requisitos de parcial conformes de 60% e o não - conforme de 33%. Estes valores indicam que este requisito necessita ser trabalhado na sua totalidade, pois o mesmo permeia toda a gestão da qualidade. É o primeiro requisito a ser trabalhado quando se quer implementar uma gestão de qualidade. Requisito 2: Processos de Trabalho 65 Os percentuais apresentados indicam que os processos de trabalho da unidade estão sendo trabalhados. Quanto aos requisitos de parcial conforme e nãoconforme necessitam ser trabalhados. Para uma gestão de qualidade eficiente, os processos de trabalho da unidade precisam ser identificados e trabalhados, a fim de permitir as melhorias necessárias. Requisito 3: Indicadores Os percentuais apresentados indicam que os indicadores operacionais precisam ser trabalhados. Uma eficiente gestão de indicadores é imprescindível para uma gestão de qualidade. É necessário identificar os itens que apresentam o parcial conforme, a fim de identificar o que é necessário trabalhar para traçar indicadores e trabalhar com base em metas. 66 Requisito 4: Documentação A documentação é sempre uma questão mal resolvida nas organizações e, este requisito também apresenta essa deficiência, necessitando ser trabalhada, principalmente os itens que foram parciais conformes. Requisito 5: Registros Os registros requerem a identificação, tratamento e acesso. Com base nos percentuais apresentados, este requisito está com 82% de conformidade, donde se conclui que a gestão da qualidade está sendo realizada. 67 Requisito 6: Segurança da Informação A segurança da informação é um requisito que apresenta 50% de conformidades e 50% de parcial conforme. O tratamento do parcial conforme irá elevar o percentual, indicando que a gestão da qualidade da segurança da informação está sendo eficaz e eficiente. Requisito 7: Ambiente de Trabalho O ambiente de trabalho apresenta um percentual de 59% de conformidades, é necessário tratar a parcial conformidade e as não-conformidades, a fim de que o requisito apresente um desempenho compatível para uma gestão de qualidade. 68 Requisito 8: Recursos Humanos Este requisito apresenta 100% de conformidade. Demonstra que está de acordo com os requisitos estabelecidos. Faz-se necessário o seu acompanhamento para que mantenha o percentual. Requisito 9: Medicamentos Os medicamentos seguem as normas preconizadas na legislação e o percentual de 86% de conformidade indica que a unidade está caminhando em direção a 100% de conformidade. 69 Requisito 10: Controle de Infecções e Riscos O resultado de 80% de conformidades no requisito de controle de infecções e riscos indica que a unidade está tratando este tema. É necessário realizar o tratamento das parciais conformes, a fim de que o mesmo esteja de acordo com os requisitos de uma gestão de qualidade. Requisito 11: Pesquisa de Opinião e de Satisfação Os 75% de não – conformidades indica que o requisito necessita de tratamento, a fim de que possa estar de acordo com o preconizado neste item. 70 A pesquisa de opinião e de satisfação permite que a unidade identifique o que seu cliente quer, como está sendo visto por ele e, também o feedback. Requisito 12: Reuniões e Relatórios O requisito apresenta 67% de conformidades, necessitando de tratamento para as não-conformidades. 3.2. GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE NA AVALIAÇÃO GERAL 100,0% 80,0% 100% 76,3% 60,0% 40,0% 20,0% 0,0% G rau de implementaç ão G rau máximo 71 De acordo com o gráfico abaixo, o grau de implementação de gestão da qualidade na unidade de saúde da família da Lapa na avaliação geral ficou em 76,3%, podemos concluir que a unidade apresenta um grau bastante satisfatório em relação aos requisitos avaliados. O detalhamento dos requisitos a serem melhorados está elencado no quadro de Diagnóstico para Gestão da Qualidade e Sugestões para Melhorias. 3.3. PERCENTUAL DA TAXA DE CONFORMIDADE DA GESTÃO DA QUALIDADE NA AVALIAÇÃO POR REQUISITOS Requisitos de 1 a 5 Requisitos de 6 a 12 72 De acordo com os gráficos, podemos observar que apenas os requisitos Gestão Estratégica, Indicadores, Documentação e Pesquisa de Opinião e de Satisfação apresentam uma taxa de conformidade abaixo de 50%. São requisitos que necessitam um tratamento efetivo para que possam melhorar o grau, e assim o processo de gestão da qualidade ser implementado na sua totalidade. O detalhamento dos requisitos a serem tratados para a melhoria da gestão da qualidade na unidade está elencado no quadro de Diagnóstico para Gestão da Qualidade e Sugestões para Melhorias 3.4. FATORES CRÍTICOS IDENTIFICADOS Segundo o autor, os fatores críticos para a gestão da qualidade na unidade de saúde da família da Lapa são relacionados aos requisitos que obtiveram taxa de conformidade igual ou menor que 50%. Os requisitos que apresentam 50% ou menos, devem ser elencados a fim de que possam ser tratados. Relação de Fatores Críticos: planejamento estratégico estruturado e documentado; indicadores operacionais sistematizados, documentados e acompanhados; política de documentação; comprometimento da administração superior; metodologias para realização de pesquisas; rotina de referência e contra-referência. 73 3.5. RESULTADO GERAL POR REQUISITOS DAS NÃO CONFORMIDADES IDENFITICADAS O quadro a seguir resume a situação dos requisitos avaliados e a sugestão para a sua implementação. Diagnóstico para Gestão da Qualidade e Sugestões para Melhorias REQUISITO NÃO CONFORMIDADE PARCIAL 1. Gestão Estratégica Direcionadores estratégicos, política da qualidade e objetivos estratégicos incompletos; planos de ação incompletos. 2. Processos de Trabalho 3. Indicadores TOTAL SUGESTÃO DE ACOES PARA ATINGIR A CONFORMIDADE Não há objetivos estratégicos e planejamento de ações. Definir direcionadores, política da qualidade, objetivos estratégicos e planos de ação através de reuniões com a equipe. Processos de trabalho parcialmente elaborados; ausência de comunicação através de email; ausência de acompanhamento dos programas comunitários e educativos e de processo de avaliação; serviços de laboratório e radiologia incompletos. Ausência de missão e visão. Documentar processos de trabalho; definir email para comunicação; elaborar rotina para os serviços de laboratório, radiologia e programas comunitários de saúde. Indicadores definidos parcialmente. Ausência de medição e análise. Elaborar, medir e analisar indicadores através de levantamento a ser realizado na Unidade. Ausência de manual da qualidade. Elaborar manual da qualidade e documentar processos de trabalho através de levantamento a ser realizado na Unidade. Ausência de revisão dos prontuários. Completar lista de diagnósticos através de levantamento a ser realizado na Unidade e definir cronograma para revisão dos prontuários. 4. Documentaç ão Processos de trabalho parcialmente documentados. 5. Registros Lista incompleta dos diagnósticos significativos, alergias a medicamentos e medicamentos em uso. 6. Segurança da Informação Utiliza parcialmente dados do sistema de informação e dados de referência externos para comparação dos dados. Elaborar rotina para utilização de dados do sistema de informação e de referências externas para comparação; capacitar profissionais na rotina. 74 NÃO CONFORMIDADE REQUISITO PARCIAL TOTAL SUGESTÃO DE ACOES PARA ATINGIR A CONFORMIDADE 7. Ambiente de Trabalho Inadequação das instalações com leis, regulamentos vigentes e com as exigências de inspeções do ambiente; computadores, sistemas e materiais de consumo inadequados. Ausência de um plano para limitar o fumo de profissionais e pacientes a áreas indicadas de não cuidado a pacientes no ambiente. Adequar instalações e ambiente físico; elaborar plano para fumantes. 8. Recursos Humanos --- --- --- 9. Medicament os Inadequação de seleção de medicamentos para prescrição ou solicitação inadequada. Ausência de obtenção de medicamentos não-armazenados ou normalmente disponíveis. Solicitar consultoria de profissional especializado da Secretaria Municipal de Saúde e elaborar rotina para medicamentos. Solicitar consultoria de profissional especializado da Secretaria Municipal de Saúde e elaborar rotina para utilização dos sistemas de gerenciamento para controle de infecção. 10. Controle de Infecções e Riscos Utiliza parcialmente os sistemas de gerenciamento para controle de infecção. 11. Pesquisa de Opinião e de Satisfação Realizada uma pesquisa há muito tempo. Ausência de pesquisas no período. Elaborar e aplicar pesquisas de satisfação e de opinião. 12. Reuniões e Relatórios --- Ausência de relatório gerencial. Elaborar relatório gerencial. 75 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A proposta desta dissertação permitiu identificar os fatores críticos para a gestão da qualidade, analisar o processo de gestão e identificar e apresentar elementos para a melhoria da qualidade na unidade de saúde da família da Lapa. Para tal, foi realizado um estudo de caso na unidade de saúde da família da Lapa, para abordagem do processo de gestão da qualidade na atenção primária, utilizando um instrumento de análise. A aplicação do instrumento revela o estágio em que a unidade se encontra em cada requisito abordado e de uma forma geral. Podemos concluir que a gestão da qualidade já está sendo trabalhada na unidade, embora não apresente todos os requisitos plenamente implementados; os funcionários conhecem o que fazem e entendem por que fazem, necessitando sistematizar o processo de gestão. A unidade apresenta como característica de gestão da qualidade os aspectos ligados ao cuidado do paciente, o registro e acondicionamento dos prontuários, a utilização de sistema de informação, o gerenciamento do ambiente de trabalho, o gerenciamento dos recursos humanos, dos medicamentos e o controle de infecções e riscos. Este trabalho permitiu desenvolver um instrumento para avaliar a gestão da qualidade em uma unidade de saúde, sendo sua análise de dados realizada com foco na avaliação dos requisitos para uma gestão de qualidade. A partir destes resultados, foi possível desenvolver um Relatório com sugestões de melhorias para implementação pela unidade de saúde. Esta sistemática apresenta relevância, pois pode ser aplicada em qualquer unidade de saúde que queira implementar ou melhorar seu processo de gestão da qualidade interno. 76 4.1. PROPOSIÇÃO PARA TRABALHOS FUTUROS aplicar o instrumento proposto em mais unidades de saúde da atenção primária, a fim de identificar possíveis lacunas e/ou oportunidades de aprimoramento; estudar capacitações necessárias para a equipe da unidade de saúde; analisar o sistema de informação da atenção básica a fim de identificar os tipos de relatórios necessários para melhorar a gestão da qualidade na unidade de saúde; elaborar e acompanhar os planos de ação para as sugestões de ações elencadas no diagnóstico para gestão da qualidade e sugestões para melhorias; definir, juntamente com a Secretaria de Saúde a viabilização de implementar um sistema de gestão da qualidade na unidade de saúde. 77 REFERÊNCIAS BELOHLAV, J. A. (1993) - Quality, strategy and competitiveness. Management Review, spring, p. 55-67. Califórnia BRASIL, Ministério da Saúde. Atenção Básica e a Saúde da Família. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br>. Acesso em: 16 fevereiro 2009. CARVALH L. (1973) – Padrões mínimos de organização de hospitais. Ver. Paul Hosp; 21 (3): 107. CERQUEIRA, Jorge P. – Sistemas de Gestão Integrados. Qualitymark, 2006. Rio de Janeiro, Consórcio Brasileiro de Acreditação de Sistemas e Serviços de Saúde (2002) Manual Internacional de Padrões de Acreditação para Cuidados Continuados – Rio de Janeiro: CBA, UERJ, CEPESC. CORDEIRO, Hesio. O PSF como estratégia de mudança do modelo Assistencial do SUS. In: Cadernos Saúde da Família, ano 1, v. 1, n. 1. Brasília: MS, 1996. CUNHA, Isabel Cristina K. Olm; FELDMAN, Liliane Bauer e GATTO, Maria Alice Fortes. História da Evolução da Qualidade Hospitalar: dos padrões a Acreditação. (2004). Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ape/v18n2/ a15v18n2.pdf>. Acesso em: 15 abril 2009. DONABEDIAN, A., tradução de Roberto Passos Nogueira. R. P. Nogueira. A Gestão da Qualidade Total na Perspectiva dos Serviços de Saúde, Rio de Janeiro, Qualitymark, 1994. FAYOL, Henri (1989) - Administração Industrial e Geral. São Paulo: Editora Atlas. CESGRANRIO Fundação (1993) - Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação – Rio de Janeiro: A. Fundação. GEROLAMO, M. C. (2003). Proposta de sistematização para o processo de gestão de melhorias e mudanças de desempenho. Dissertação (Mestrado) Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos. GITLOW, Howard S. Planejando a qualidade, competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992. a produtividade e a HARTZ, Zulmira Maria de A.; FELISBERTO, Eronildo e SILVA, Ligia Maria V. MetaAvaliação da Atenção Básica à Saúde – teoria e prática. Rio de Janeiro: Fiocruz. 2008. 78 KURTZ, Carlos Everton (2003) - A qualidade a partir dos conceitos de Garvin na percepção do empreendedor e do cliente na habitação de interesse social. Dissertação de Mestrado da UFSC, Florianópolis. MAFFEI, José Carlos (2001) - Estudo de Potencialidades da Integração de Sistemas de Gestão da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional. Dissertação de Mestrado da UFSC, Florianópolis. MARANHÃO, Mauriti. ISO Série 9000 – Manual de Implementação. Versão 2000. Qualitymark. 6ª Edição. MARANHÃO, Mauriti; BASTOS MACIEIRA, Maria Elisa. O Processo Nosso de Cada Dia – Modelagem de Processos de Trabalho. Qualitymark. 1ª Edição. MINAYO MCS 1993. O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. Hucitec-Abrasco, Rio de Janeiro. MINISTÉRIO DA SAÚDE (2005) - Avaliação para Melhoria da Qualidade da Estratégia Saúde da Família. Documento Técnico. NBR ISO 9001:2000 – Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário. NOGUEIRA P., Roberto. Perspectivas da Qualidade em Saúde. Qualitymark. 1ª Edição, 1994. SELLTIZ, C., JAHODA, M., DEUTSCH, M. and COOK, S. W. Research Methods in Social Relations.Toronto, Holt, Rinehart and Winston. p343-384,1959. STARFIELD B. Atenção Primária. Equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. 2ª ed. Brasília: Unesco, Ministério da Saúde; 2004. TANAKA, Y. Oswaldo e MELO, Cristina. Inovação e Gestão – A Organização Social no Setor Saúde. São Paulo: Annanlume, 1ª. Edição, 2002. TAVARES Jr, João Medeiros (2001) - Metodologia para avaliação do sistema integrado de gestão: ambiental, da qualidade e da saúde e segurança. Tese de Doutorado da UFSC, Florianópolis. TAYLOR, Frederick W. (1980) - Princípios de Administração Científica. São Paulo: Editora Atlas. TOFFLER, Alvin (1995) - A Terceira Onda. Trad. João Távora. 20: Record, São Paulo. TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. TULL, D. S. & HAWKINS, D. I. - Marketing Research, Meaning, Measurement and Method. Macmillan Publishing Co., Inc., London, 1976. 79 APÊNDICES APÊNDICE A PRÉ-TESTE DATA: ____/____/____ NOME DA INSTITUIÇÃO: __________________________________________________________ NOME E FUNÇÃO DO RESPONSÁVEL PELA UNIDADE AVALIADA: _____________________________ _____________________________________________________________________________ LEGENDA: C PC NC - CONFORME - PARCIAL CONFORME - NÃO CONFORME REQUISITOS A SEREM AVALIADOS 1. GESTÃO ESTRATÉGICA (DIRECIONADORES ESTRATÉGICOS, POLÍTICA DA QUALIDADE E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS) SITUAÇÃO ÍTENS C PC NC 1.1. A Unidade de Saúde definiu os direcionadores estratégicos (missão, visão e valores)? 1.2. A Unidade de Saúde definiu a política da qualidade e os objetivos estratégicos? 2. PROCESSOS DE TRABALHO ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 2.1. Os processos de trabalho da Unidade de Saúde estão sendo elaborados e documentados? 2.2. Os funcionários da Unidade de Saúde conhecem seus processos de trabalho? 2.3. Os serviços básicos e essenciais, como requeridos pela população da unidade de saúde, são identificados e prestados? 2.4. A unidade de saúde informa aos pacientes e familiares sobre seus cuidados e serviços e como ter acesso a esses serviços? 3. INDICADORES SITUAÇÃO ÍTENS C PC NC 3.1. Os indicadores dos processos de trabalho da unidade de saúde foram definidos e implementados? 4. DOCUMENTAÇÃO SITUAÇÃO ÍTENS C PC NC 4.1. O Manual da Qualidade da unidade de saúde foi elaborado? 80 5. REGISTROS ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 5.1. Os documentos da unidade de saúde estão organizados, identificados e relacionados? 5.2. Os registros necessários estão previstos nos procedimentos? 5.3. Os registros da unidade de saúde são rapidamente recuperáveis? 5.4. As informações e os prontuários são protegidos contra perda, destruição, adulterações e acesso ou uso não autorizado? 6. SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 6.1. A unidade de saúde utiliza dados do Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB para dar suporte ao cuidado do paciente, a administração da unidade e ao programa de qualidade e segurança? 7. AMBIENTE DE TRABALHO ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 7.1. As instalações da unidade de saúde são desenhadas para prover cuidado clínico acessível, eficiente e seguro num ambiente seguro e está em conformidade com leis, regulamentos vigentes e com as exigências de inspeções do ambiente? 7.2. A unidade de saúde planeja e implementa um programa para gerenciar o ambiente físico? 8. RECURSOS HUMANOS ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 8.1. Um plano de recursos humanos identifica o número e as qualificações dos profissionais necessárias para atender a missão da unidade de saúde? 8.2. Cada membro do corpo profissional tem suas responsabilidades definidas em uma descrição de cargo atualizada (matriz de competência)? 8.3. Educação continuada e outros serviços de educação e treinamento mantêm e aprimoram a competência do corpo profissional? 8.4. A competência para cumprir as responsabilidades do cargo é continuamente avaliada, demonstrada, mantida e melhorada? 9. MEDICAMENTOS ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 9.1. O uso de medicamentos na unidade de saúde está organizado para atender às necessidades do paciente? 9.2. A farmácia ou serviço farmacêutico e o uso de medicamentos na unidade de saúde estão de acordo com leis e regulamentos aplicáveis? 9.3. Uma seleção apropriada de medicamentos para prescrição ou solicitação é mantida ou está imediatamente disponível? 9.4. Existe método de supervisão da lista e do uso de medicamentos na US? 81 10. CONTROLE DE INFECÇÕES E RISCOS ITENS SITUAÇÃO C PC NC 10.1. A unidade de saúde utiliza um processo coordenado para reduzir os riscos de infecções endêmicas e epidêmicas nos pacientes e profissionais de saúde? 10.2. Os achados de casos e a identificação de infecções demograficamente importantes fornecem dados para a vigilância? 11. PESQUISA DE OPINIÃO E DE SATISFAÇÃO ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 11.1. Está sendo realizada pesquisa de opinião e de satisfação periodicamente? 12. REUNIÕES E RELATÓRIOS ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 12.1. Há reuniões de gestão periódicas e sistemáticas? 12.2. O Relatório gerencial abrange todos os setores da unidade de saúde e está sendo elaborado periodicamente? 82 APÊNDICE B QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE DATA: ____/____/____ NOME DA INSTITUIÇÃO: __________________________________________________________ NOME E FUNÇÃO DO RESPONSÁVEL PELA UNIDADE AVALIADA: _____________________________ _____________________________________________________________________________ LEGENDA: C PC NC - CONFORME - PARCIAL CONFORME - NÃO CONFORME REQUISITOS A SEREM AVALIADOS 1. GESTÃO ESTRATÉGICA (DIRECIONADORES ESTRATÉGICOS, POLÍTICA DA QUALIDADE E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS) ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 1.1. A Unidade de Saúde definiu os direcionadores estratégicos (missão, visão e valores)? 1.2. A Unidade de Saúde definiu a política da qualidade e os objetivos estratégicos? 1.3. Foram estabelecidos planos de ação para os objetivos estratégicos? 1.4. Os objetivos estratégicos estão sendo medidos e analisados periodicamente? 1.5. Os funcionários da Unidade de Saúde sabem qual a sua contribuição específica para o atingimento dos Objetivos Estratégicos? 1.6. O planejamento das ações no período foi realizado em consonância com a Administração Superior (Policlínica e CAP)? 2. PROCESSOS DE TRABALHO ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 2.1. Os processos de trabalho da Unidade de Saúde estão sendo elaborados e documentados? 2.2. Os funcionários da Unidade de Saúde conhecem seus processos de trabalho? 2.3. A Unidade de Saúde se comunica eficazmente com seus usuários (quadro de avisos, atendimento de balcão, correio eletrônico, etc.)? 2.4. Um coordenador é responsável pela operação da unidade de saúde e pelo cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis? 2.5. Os pacientes têm acesso ao tipo apropriado de cuidado, na unidade? 2.6. A continuidade e a coordenação do cuidado são oferecidas desde a avaliação inicial através de diagnóstico, cuidado e acompanhamento? 2.7. Existe um procedimento estabelecido que governe as consultas e referências ou transferências do paciente para outro nível de cuidado, outro profissional de saúde ou outra unidade de saúde? 2.8. Equipes multidisciplinares são organizadas para oferecer serviços de cuidado primário? 83 2.9. Os serviços básicos e essenciais, como requeridos pela população da unidade de saúde, são identificados e prestados? 2.10. A unidade de saúde informa aos pacientes e familiares sobre seus cuidados e serviços e como ter acesso a esses serviços? 2.11. O cuidado é atencioso e respeitoso com os valores pessoais e as crenças do paciente? 2.12. O cuidado respeita a necessidade de privacidade do paciente durante exames e tratamentos? 2.13. Pacientes são protegidos contra agressão física? 2.14. A unidade de saúde informa aos pacientes e familiares sobre os seus direitos e responsabilidades relacionadas com a recusa ou descontinuidade do tratamento? 2.15. O corpo profissional é educado sobre seu papel na identificação dos valores e crenças dos pacientes e na proteção dos seus direitos? 2.16. Todos pacientes são informados de modo compreensível sobre seus direitos? 2.17. O paciente e, como for apropriado, familiares recebem informação adequada sobre a doença, o tratamento proposto e os prestadores de cuidado, para que eles possam tomar decisões sobre o cuidado? 2.18. O comprometimento da unidade de saúde na promoção da saúde e prevenção de doenças está evidente na declaração de sua missão, declaração de seus valores e nos acordos de colaboração com agências locais e regionais e outras políticas relevantes e na participação da comunidade? 2.19. A unidade de saúde e a comunidade avaliam e mensuram os resultados e a efetividade dos programas comunitários educativos de saúde? 2.20. Todos os pacientes atendidos pela unidade de saúde têm suas necessidades de cuidado de saúde identificadas através de um processo de avaliação estabelecido? 2.21. As avaliações são concluídas e documentadas no prazo estabelecido pela unidade de saúde? 2.22. A avaliação inicial inclui o exame físico e o histórico de saúde pertinente com o problema ou doença? 2.23. A avaliação inicial de enfermagem é documentada no prontuário do paciente no prazo estabelecido pela unidade de saúde? 2.24. Todos os pacientes são reavaliados em intervalos apropriados para determinar sua resposta ao tratamento, para identificar complicações e planejar a continuidade do cuidado e determinar que o tratamento esteja completo? 2.25. Os pacientes são acolhidos quanto ao estado funcional e nutricional, sendo referidos para avaliações e tratamentos adicionais quando necessário? 2.26. Os serviços de laboratório estão disponíveis na unidade de saúde ou estão prontamente disponíveis, através de recursos externos, para atender às necessidades do paciente e todos esses serviços cumprem as leis e regulamentos locais e nacionais vigentes? 2.27. Os serviços de radiologia estão disponíveis na unidade de saúde ou estão prontamente disponíveis, através de recursos externos, para atender às necessidades do paciente e todos esses serviços cumprem as leis e regulamentos locais e nacionais vigentes? 2.28. Políticas e procedimentos orientam a uniformização do cuidado a todos os pacientes, de acordo com leis e regulamentos vigentes? 84 3. INDICADORES ITENS SITUAÇÃO C PC NC 3.1. Os indicadores dos processos de trabalho da unidade de saúde foram definidos e implementados? 3.2. Os indicadores estão sendo medidos, analisados e tratados periodicamente? 4. DOCUMENTAÇÃO ITENS SITUAÇÃO C PC NC 4.1. O Manual da Qualidade da unidade de saúde foi elaborado? 4.2. Os processos de trabalho da unidade de saúde estão documentados e publicados? 5. REGISTROS ITENS SITUAÇÃO C PC NC 5.1. Existe uma política de gestão de documentos e arquivos na unidade de saúde? 5.2. Os documentos da unidade de saúde estão organizados, identificados e relacionados? 5.3. Os registros da unidade de saúde são rapidamente recuperáveis? 5.4. As informações e os prontuários são protegidos contra perda, destruição, adulterações e acesso ou uso não autorizado? 5.5. Apenas indivíduos autorizados fazem registros no prontuário do paciente? 5.6. Os prontuários dos pacientes contêm informação suficiente para identificar o paciente, orientar o diagnóstico, justificar o tratamento e documentar a evolução e os resultados? 5.7. Quando for fornecido cuidado imediato ou urgente, a hora e a forma de chegada também são anotadas no prontuário do paciente? 5.8. Está indicado no prontuário, se um paciente, sob cuidado imediato ou urgente, deixou a unidade antes de completar o tratamento requerido? 5.9. O prontuário do paciente sob cuidado imediato ou urgente possui anotações sobre as conclusões ao final do tratamento, inclusive a disposição final, as condições e instruções para o prosseguimento do cuidado? 5.10. Para pacientes que recebem serviços de cuidado continuado, o prontuário contém uma lista resumida de todos os diagnósticos significativos, alergias a medicamentos e medicamentos em uso? 5.11. Todos os prontuários dos pacientes são periodicamente revisados quanto a completitude, precisão, legibilidade e conclusão de toda informação e ações necessárias para sua melhoria são efetuadas? 6. SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 6.1. A unidade de saúde utiliza dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) para dar suporte ao cuidado do paciente, a administração da unidade e ao programa de qualidade e segurança? 85 6.2. A unidade de saúde utiliza bancos de dados de referência externos para fins comparativos? 6.3. A segurança e a confidencialidade dos dados e informações são mantidas quando a unidade de saúde contribui ou utiliza bancos de dados externos? 6.4. A confidencialidade, segurança e integridade dos dados e informações são mantidos? 7. AMBIENTE DE TRABALHO ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 7.1. As instalações da unidade de saúde são desenhadas para prover cuidado clínico acessível, eficiente e seguro num ambiente seguro e está em conformidade com leis, regulamentos vigentes e com as exigências de inspeções do ambiente? 7.2. A unidade de saúde planeja e implementa um programa para gerenciar o ambiente físico? 7.3. A unidade de saúde inspeciona os prédios de cuidado ao paciente para manter a segurança contra incêndio e define um plano para reduzir riscos evidentes e proporciona um ambiente seguro para o paciente, familiares, profissionais e visitantes? 7.4. A unidade de saúde elabora e implementa um plano para limitar o fumo de profissionais e pacientes a áreas indicadas de não cuidado a pacientes no ambiente? 7.5. A unidade de saúde tem um plano para estocar, manipular, armazenar e utilizar materiais perigosos e controlar e descartar o lixo e esses materiais? 7.6. A unidade de saúde planeja e implementa um programa para inspecionar, testar e manter equipamentos médicos e documenta os resultados? 7.7. A unidade de saúde educa e treina todos os profissionais sobre sua função de proporcionar um ambiente de cuidado ao paciente seguro e eficaz? 7.8. A unidade de saúde promove ações de integração/ confraternização da equipe? 7.9. Há computadores/ equipamentos suficientes para todos os funcionários? 7.10. Os sistemas informatizados atendem às necessidades da unidade de saúde? 7.11. Os materiais de consumo são suficientes ao serviço e adequados ao uso? 7.12. As instalações proporcionam o conforto adequado em relação a leiaute, mobiliário, banheiros, copa, ar-condicionado, outros? 8. RECURSOS HUMANOS ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 8.1. Um plano de recursos humanos identifica o número e as qualificações dos profissionais necessárias para atender a missão da unidade de saúde? 8.2. Educação continuada e outros serviços de educação e treinamento mantêm e aprimoram a competência do corpo profissional? 8.3. A competência para cumprir as responsabilidades do cargo é continuamente avaliada, demonstrada, mantida e melhorada? 86 9. MEDICAMENTOS ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 9.1. O uso de medicamentos na unidade de saúde está organizado para atender às necessidades do paciente? 9.2. A farmácia ou serviço farmacêutico e o uso de medicamentos na unidade de saúde estão de acordo com leis e regulamentos aplicáveis? 9.3. Uma seleção apropriada de medicamentos para prescrição ou solicitação é mantida ou está imediatamente disponível? 9.4. Existe um método de supervisão da lista e do uso de medicamentos na unidade de saúde? 9.5. A unidade de saúde pode obter prontamente medicamentos não-armazenados ou normalmente disponíveis? 9.6. A unidade de saúde identifica os indivíduos qualificados e autorizados a prescrever ou solicitar medicamentos e aqueles autorizados a administrar medicamentos? 9.7. Os medicamentos são armazenados, preparados e dispensados em um ambiente seguro e limpo? 9.8. Um farmacêutico, técnico ou outro profissional licenciado e treinado, supervisiona o armazenamento, preparação e dispensação de medicamentos? 9.9. A unidade de saúde possui um sistema de recolhimento de medicamento? 9.10. A administração e o monitoramento de medicamentos são padronizados? 9.11. Existe supervisão dos medicamentos de cada paciente, inclusive uma lista atualizada dos medicamentos? 9.12. Para a efetividade clínica, os efeitos dos medicamentos nos pacientes são monitorados? 9.13. Os medicamentos prescritos e administrados e a hora da administração estão registrados no prontuário do paciente? 9.14. Os efeitos adversos dos medicamentos são anotados no prontuário do paciente? 9.15. Os erros de medicação são notificados através de um processo e um prazo definido pela unidade? 10. CONTROLE DE INFECÇÕES E RISCOS ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 10.1. A unidade de saúde utiliza um processo coordenado para reduzir os riscos de infecções endêmicas e epidêmicas nos pacientes e profissionais de saúde? 10.2. Os achados de casos e a identificação de infecções demograficamente importantes fornecem dados para a vigilância? 10.3. Infecções são reportadas, quando apropriado, dentro da unidade e para agências de saúde pública como requerido por leis e regulamentos? 10.4. A unidade de saúde toma ações para prevenir ou reduzir o risco de infecções em pacientes, profissionais e visitantes? 10.5. Sistemas de gerenciamento dão suporte ao processo de controle de infecção para assegurar a análise, interpretação e apresentação adequadas dos dados? 87 11. PESQUISA DE OPINIÃO E DE SATISFAÇÃO ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 11.1. Está sendo realizada pesquisa de opinião e de satisfação periodicamente? 11.2. As pesquisas de opinião e de satisfação do período foram realizadas, e seus resultados consolidados? 11.3. Os resultados das pesquisas foram analisados pela Coordenação e pela equipe responsável? 11.4. Os resultados das pesquisas foram comunicados aos servidores e aos usuários? 12. REUNIÕES E RELATÓRIOS ÍTENS SITUAÇÃO C PC NC 12.1. Há reuniões de gestão periódicas e sistemáticas? 12.2. Os resultados da reunião foram adequadamente comunicados aos funcionários? 12.3. O Relatório gerencial abrange todos os setores da unidade de saúde e está sendo elaborado periodicamente? 88 APÊNDICE C – PRÉ-TESTE - PLANILHA DE MEMÓRIA DE CÁLCULO PRÉ-TESTE - QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE Unidade: PSF-Lapa Participantes: Responsável pela Unidade de Saúde Data: 13/10/2009 REQUISITO 1: GESTÃO ESTRATÉGICA ITEM 1.1 1.2 C A Unidade de Saúde definiu os direcionadores estratégicos (missão, visão e valores)? A Unidade de Saúde definiu a política da qualidade e os objetivos estratégicos? 0 PC 1 1 2 Total máximo de pontos para o requisito Percentual da taxa de conformidade do requisito REQUISITO 2: PROCESSOS DE TRABALHO ITEM 2.1 2.2 2.3 2.4 C Os processos de trabalho da Unidade de Saúde estão sendo elaborados e documentados? Os funcionários da Unidade de Saúde conhecem seus processos de trabalho? Os serviços básicos e essenciais, como requeridos pela população da unidade de saúde, são identificados e prestados? A unidade de saúde informa aos pacientes e familiares sobre seus cuidados e serviços e como ter acesso a esses serviços? Somatórios Parciais PC NC 0 2 4 50,0% NC 1 2 2 2 3 1 Total de pontos obtidos no requisito Total máximo de pontos para o requisito Percentual da taxa de conformidade do requisito 0 7 8 87,5% REQUISITO 3: INDICADORES ITEM 3.1 C PC NC Os indicadores dos processos de trabalho da unidade de saúde foram definidos e implementados? Somatórios Parciais 1 0 1 Total de pontos obtidos no requisito Total máximo de pontos para o requisito Percentual da taxa de conformidade do requisito 0 1 2 50,0% REQUISITO 4: DOCUMENTAÇÃO ITEM 4.1 C PC O Manual da Qualidade da unidade de saúde foi elaborado? Somatórios Parciais 0 0 Total de pontos obtidos no requisito Total máximo de pontos para o requisito Percentual da taxa de conformidade do requisito NC 0 1 0 2 0,0% REQUISITO 5: REGISTROS ITEM 5.1 5.2 5.3 5.4 Os documentos da unidade de saúde estão organizados, identificados e relacionados? Os registros necessários estão previstos nos procedimentos? Os registros da unidade de saúde são rapidamente recuperáveis? As informações e os prontuários são protegidos contra perda, destruição, adulterações e acesso ou uso não autorizado? Somatórios Parciais PC NC 1 2 2 3 1 Total de pontos obtidos no requisito Total máximo de pontos para o requisito Percentual da taxa de conformidade do requisito REQUISITO 6: SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ITEM 6.1 C 2 C PC 0 7 8 87,5% NC A unidade de saúde utiliza dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) para dar suporte ao cuidado do paciente, a administração da unidade e ao programa de qualidade e segurança? Somatórios Parciais 1 0 1 Total de pontos obtidos no requisito Total máximo de pontos para o requisito Percentual da taxa de conformidade do requisito 0 1 2 50,0% REQUISITO 7: AMBIENTE DE TRABALHO ITEM C 7.1 As instalações da unidade de saúde são desenhadas para prover cuidado clínico acessível, eficiente e seguro num ambiente seguro e está em conformidade com leis, regulamentos vigentes e com as exigências de inspeções do ambiente? 7.2 A unidade de saúde planeja e implementa um programa para gerenciar o ambiente físico? Somatórios Parciais PC NC 1 1 0 2 Total de pontos obtidos no requisito Total máximo de pontos para o requisito Percentual da taxa de conformidade do requisito 0 2 4 50,0% 89 REQUISITO 8: RECURSOS HUMANOS ITEM C 8.2 Cada membro do corpo profissional tem suas responsabilidades definidas em uma descrição de cargo atualizada (matriz de competência)? Educação continuada e outros serviços de educação e treinamento mantêm e aprimoram a competência do corpo profissional? 8.3 A competência para cumprir as responsabilidades do cargo é continuamente avaliada, demonstrada, mantida e melhorada? 8.1 Somatórios Parciais PC NC 1 1 2 1 2 0 Total de pontos obtidos no requisito 4 Total máximo de pontos para o requisito 6 Percentual da taxa de conformidade do requisito 66,7% REQUISITO 9: MEDICAMENTOS ITEM 9.1 9.2 9.3 9.4 C O uso de medicamentos na unidade de saúde está organizado para atender às necessidades do paciente? A farmácia ou serviço farmacêutico e o uso de medicamentos na unidade de saúde estão de acordo com leis e regulamentos aplicáveis? Uma seleção apropriada de medicamentos para prescrição ou solicitação é mantida ou está imediatamente disponível? Existe um método de supervisão da lista e do uso de medicamentos na unidade de saúde? Somatórios Parciais 2 1 2 C A unidade de saúde utiliza um processo coordenado para reduzir os riscos de infecções endêmicas 10.1 e epidêmicas nos pacientes e profissionais de saúde? Os achados de casos e a identificação de infecções demograficamente importantes fornecem 10.2 dados para a vigilância? PC NC 1 2 1 1 0 Total de pontos obtidos no requisito 3 Total máximo de pontos para o requisito 4 Percentual da taxa de conformidade do requisito 75,0% REQUISITO 11: PESQUISA DE OPINIÃO E DE SATISFAÇÃO ITEM 11.1 Está sendo realizada pesquisa de opinião e de satisfação periodicamente? Somatórios Parciais C PC 0 0 Total de pontos obtidos no requisito Total máximo de pontos para o requisito Percentual da taxa de conformidade do requisito REQUISITO 12: REUNIÕES E RELATÓRIOS ITEM 12.1 Há reuniões de gestão periódicas e sistemáticas? O Relatório gerencial abrange todos os setores da unidade de saúde e está sendo 12.2 elaborado periodicamente? Somatórios Parciais NC 1 2 2 0 Total de pontos obtidos no requisito 6 Total máximo de pontos para o requisito 8 Percentual da taxa de conformidade do requisito 75,0% REQUISITO 10: CONTROLE DE INFECÇÕES E RISCOS ITEM Somatórios Parciais PC C 2 PC NC 0 1 0 2 0,0% NC 0 1 0 1 Total de pontos obtidos no requisito 2 Total máximo de pontos para o requisito 4 Percentual da taxa de conformidade do requisito 50,0% RESULTADO GERAL ITEM Somatório Geral C PC NC 11 13 3 Total de pontos obtidos na avaliação geral 35 Total máximo de pontos para a avaliação geral 54 PERCENTUAL DA TAXA DE CONFORMIDADE NA AVALIAÇÃO GERAL 64,8% 90 APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO - PLANILHA DE MEMÓRIA DE CÁLCULO QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE Unidade: PSF-Lapa Participantes: Equipe da Unidade de Saúde Data: 26 e 28/10/09 REQUISITO 1: GESTÃO ESTRATÉGICA ITEM 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 C A Unidade de Saúde definiu os direcionadores estratégicos (missão, visão e valores)? A Unidade de Saúde definiu a política da qualidade e os objetivos estratégicos? Foram estabelecidos planos de ação para os objetivos estratégicos? Os objetivos estratégicos estão sendo medidos e analisados periodicamente? Os funcionários da Unidade de Saúde sabem qual a sua contribuição específica para o atingimento dos Objetivos Estratégicos? O planejamento das ações no período foi realizado em consonância com a Administração Superior (Policlínica e CAP)? Somatórios Parciais 2 1 3 Total de pontos obtidos no requisito Total máximo de pontos para o requisito Percentual da taxa de conformidade do requisito C 2.1 2.2 2 2.4 2.5 2.6 2.7 A Unidade de Saúde se comunica eficazmente com seus usuários (quadro de avisos, atendimento de balcão, correio eletrônico, etc.)? Um coordenador é responsável pela operação da unidade de saúde e pelo cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis? Os pacientes têm acesso ao tipo apropriado de cuidado, na unidade? A continuidade e a coordenação do cuidado são oferecidas desde a avaliação inicial através de diagnóstico, cuidado e acompanhamento? Existe um procedimento estabelecido que governe as consultas e referências ou transferências do paciente para outro nível de cuidado, outro profissional de saúde ou outra unidade de saúde? Equipes multidisciplinares são organizadas para oferecer serviços de cuidado primário? Os serviços básicos e essenciais, como requeridos pela população da unidade de saúde, são identificados e prestados? A unidade de saúde informa aos pacientes e familiares sobre seus cuidados e serviços e 2.10 como ter acesso a esses serviços? 2 2 2 2 2.12 2.13 2.14 2.15 2.16 2.17 2.18 2.19 2.20 2.21 2.22 2.23 2.24 2.25 Os serviços de laboratório estão disponíveis na unidade de saúde ou estão prontamente disponíveis, através de recursos externos, para atender às necessidades do paciente e 2.26 todos esses serviços cumprem as leis e regulamentos locais e nacionais vigentes? NC 2 2 2.9 2.11 41,7% 1 2.8 O cuidado é atencioso e respeitoso com os valores pessoais e as crenças do paciente? O cuidado respeita a necessidade de privacidade do paciente durante exames e tratamentos? Pacientes são protegidos contra agressão física? A unidade de saúde informa aos pacientes e familiares sobre os seus direitos e responsabilidades relacionadas com a recusa ou descontinuidade do tratamento? O corpo profissional é educado sobre seu papel na identificação dos valores e crenças dos pacientes e na proteção dos seus direitos? Todos os pacientes são informados de modo compreensível sobre seus direitos? O paciente e, como for apropriado, familiares recebem informação adequada sobre a doença, o tratamento proposto e os prestadores de cuidado, para que eles possam tomar decisões sobre o cuidado? O comprometimento da unidade de saúde na promoção da saúde e prevenção de doenças está evidente na declaração de sua missão, declaração de seus valores e nos acordos de colaboração com agências locais e regionais e outras políticas relevantes e na participação da comunidade? A unidade de saúde e a comunidade avaliam e mensuram os resultados e a efetividade dos programas comunitários educativos de saúde? Todos os pacientes atendidos pela unidade de saúde têm suas necessidades de cuidado de saúde identificadas através de um processo de avaliação estabelecido? As avaliações são concluídas e documentadas no prazo estabelecido pela unidade de saúde? A avaliação inicial inclui o exame físico e o histórico de saúde pertinente com o problema ou doença? A avaliação inicial de enfermagem é documentada no prontuário do paciente no prazo estabelecido pela unidade de saúde? Todos os pacientes são reavaliados em intervalos apropriados para determinar sua resposta ao tratamento, para identificar complicações e planejar a continuidade do cuidado e determinar que o tratamento esteja completo? Os pacientes são acolhidos quanto ao estado funcional e nutricional, sendo referidos para avaliações e tratamentos adicionais quando necessário? PC 0 2 5 12 1 Os processos de trabalho da Unidade de Saúde estão sendo elaborados e documentados? Os funcionários da Unidade de Saúde conhecem seus processos de trabalho? NC 0 REQUISITO 2: PROCESSOS DE TRABALHO ITEM 2.3 PC 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 0 1 1 2 2 2 2 2 1 Os serviços de radiologia estão disponíveis na unidade de saúde ou estão prontamente disponíveis, através de recursos externos, para atender às necessidades do paciente e 2.27 todos esses serviços cumprem as leis e regulamentos locais e nacionais vigentes? 1 Políticas e procedimentos orientam a uniformização do cuidado a todos os pacientes, de 2.28 acordo com leis e regulamentos vigentes? 2 Somatórios Parciais 21 6 Total de pontos obtidos no requisito Total máximo de pontos para o requisito Percentual da taxa de conformidade do requisito 1 48 56 85,7% 91 REQUISITO 3: INDICADORES C ITEM 3.1 3.2 Os indicadores dos processos de trabalho da unidade de saúde foram definidos e implementados? Os indicadores estão sendo medidos, analisados e tratados periodicamente? Somatórios Parciais PC 1 NC 0 0 1 1 Total de pontos obtidos no requisito 1 Total máximo de pontos para o requisito 4 Percentual da taxa de conformidade do requisito 25,0% REQUISITO 4: DOCUMENTAÇÃO C ITEM 4.1 4.2 PC O Manual da Qualidade da unidade de saúde foi elaborado? NC 0 1 0 1 1 Total de pontos obtidos no requisito 1 Total máximo de pontos para o requisito 4 Percentual da taxa de conformidade do requisito 25,0% Os processos de trabalho da unidade de saúde estão documentados e publicados? Somatórios Parciais REQUISITO 5: REGISTROS ITEM 5.1 5.2 5.3 Existe uma política de gestão de documentos e arquivos na unidade de saúde? Os documentos da unidade de saúde estão organizados, identificados e relacionados? C 2 2 2 PC C PC NC Os registros da unidade de saúde são rapidamente recuperáveis? As informações e os prontuários são protegidos contra perda, destruição, adulterações e acesso ou 5.4 uso não autorizado? 2 5.5 Apenas indivíduos autorizados fazem registros no prontuário do paciente? 2 Os prontuários dos pacientes contêm informação suficiente para identificar o paciente, orientar o 5.6 diagnóstico, justificar o tratamento e documentar a evolução e os resultados? 2 Quando for fornecido cuidado imediato ou urgente, a hora e a forma de chegada também são 5.7 anotadas no prontuário do paciente? 2 Está indicado no prontuário, se um paciente, sob cuidado imediato ou urgente, deixou a unidade 5.8 antes de completar o tratamento requerido? 2 O prontuário do paciente sob cuidado imediato ou urgente possui anotações sobre as conclusões ao final do tratamento, inclusive a disposição final, as condições e instruções para o prosseguimento do 5.9 cuidado? 2 Para pacientes que recebem serviços de cuidado continuado, o prontuário contém uma lista 5.10 resumida de todos os diagnósticos significativos, alergias a medicamentos e medicamentos em uso? 1 Todos os prontuários dos pacientes são periodicamente revisados quanto a completitude, precisão, 5.11 legibilidade e conclusão de toda informação e ações necessárias para sua melhoria são efetuadas? 0 Somatórios Parciais 9 1 1 Total de pontos obtidos no requisito 19 Total máximo de pontos para o requisito 22 Percentual da taxa de conformidade do requisito 86,4% REQUISITO 6: SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ITEM 6.1 6.2 6.3 6.4 A unidade de saúde utiliza dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) para dar suporte ao cuidado do paciente, a administração da unidade e ao programa de qualidade e segurança? A unidade de saúde utiliza bancos de dados de referência externos para fins comparativos? NC 1 1 A segurança e a confidencialidade dos dados e informações são mantidas quando a unidade de saúde contribui ou utiliza bancos de dados externos? 2 A confidencialidade, segurança e integridade dos dados e informações são mantidos? 2 Somatórios Parciais 2 2 0 Total de pontos obtidos no requisito 6 Total máximo de pontos para o requisito 8 Percentual da taxa de conformidade do requisito 75,0% 92 REQUISITO 7: AMBIENTE DE TRABALHO ITEM 7.1 7.2 C As instalações da unidade de saúde são desenhadas para prover cuidado clínico acessível, eficiente e seguro num ambiente seguro e está em conformidade com leis, regulamentos vigentes e com as exigências de inspeções do ambiente? A unidade de saúde planeja e implementa um programa para gerenciar o ambiente físico? PC NC 1 2 A unidade de saúde inspeciona os prédios de cuidado ao paciente para manter a segurança contra incêndio e define um plano para reduzir riscos evidentes e proporciona um ambiente seguro para o 7.3 paciente, familiares, profissionais e visitantes? 2 A unidade de saúde elabora e implementa um plano para limitar o fumo de profissionais e pacientes 7.4 a áreas indicadas de não cuidado a pacientes no ambiente? 0 A unidade de saúde tem um plano para estocar, manipular, armazenar e utilizar materiais perigosos 7.5 e controlar e descartar o lixo e esses materiais? 2 A unidade de saúde planeja e implementa um programa para inspecionar, testar e manter 7.6 equipamentos médicos e documenta os resultados? 2 A unidade de saúde educa e treina todos os profissionais sobre sua função de proporcionar um 7.7 ambiente de cuidado ao paciente seguro e eficaz? 2 7.8 A unidade de saúde promove ações de integração/ confraternização da equipe? 2 7.9 Há computadores/ equipamentos suficientes para todos os funcionários? 1 7.10 Os sistemas informatizados atendem às necessidades da unidade de saúde? 1 7.11 Os materiais de consumo são suficientes ao serviço e adequados ao uso? 1 As instalações proporcionam o conforto adequado em relação a leiaute, mobiliário, banheiros, copa, 7.12 ar-condicionado, outros? 2 Somatórios Parciais 7 4 1 Total de pontos obtidos no requisito 18 Total máximo de pontos para o requisito 24 Percentual da taxa de conformidade do requisito 75,0% REQUISITO 8: RECURSOS HUMANOS ITEM 8.1 8.2 8.3 Um plano de recursos humanos identifica o número e as qualificações dos profissionais necessárias para atender a missão da unidade de saúde? Educação continuada e outros serviços de educação e treinamento mantêm e aprimoram a competência do corpo profissional? C PC NC 2 2 A competência para cumprir as responsabilidades do cargo é continuamente avaliada, demonstrada, mantida e melhorada? 2 Somatórios Parciais 3 0 0 Total de pontos obtidos no requisito 6 Total máximo de pontos para o requisito 6 Percentual da taxa de conformidade do requisito 100,0% REQUISITO 9: MEDICAMENTOS ITEM 9.1 9.2 9.3 9.4 9.5 9.6 9.7 9.8 9.9 9.10 9.11 9.12 9.13 9.14 9.15 O uso de medicamentos na unidade de saúde está organizado para atender às necessidades do paciente? A farmácia ou serviço farmacêutico e o uso de medicamentos na unidade de saúde estão de acordo com l eis e regulamentos aplicáveis? C PC NC 2 2 Uma seleção apropriada de medicamentos para prescrição ou solicitação é mantida ou está imediatamente disponível? 1 Existe um método de supervisão da lista e do uso de medicamentos na unidade de saúde? 2 A unidade de saúde pode obter prontamente medicamentos não armazenados ou normalmente disponíveis? 0 A unidade de saúde identifica os indivíduos qualificados e autorizados a prescrever ou solicitar medicamentos e aqueles autorizados a administrar medicamentos? 2 Os medicamentos são armazenados, preparados e dispensados em um ambiente seguro e limpo? 2 Um farmacêutico, técnico ou outro profissional licenciado e treinado, supervisiona o armazenamento, preparação e dispensação de medicamentos? 2 A unidade de saúde possui um sistema de recolhimento de medicamento? 2 A administração e o monitoramento de medicamentos são padronizados? 2 Existe supervisão dos medicamentos de cada paciente, inclusive uma lista atualizada dos medicamentos? 2 Para a efetividade clínica, os efeitos dos medicamentos nos pacientes são monitorados? 2 Os medicamentos prescritos e administrados e a hora da administração estão registrados no prontuário do paciente? 2 Os efeitos adversos dos medicamentos são anotados no prontuário do paciente? 2 Os erros de medicação são notificados através de um processo e um prazo definido pela unidade? 2 Somatórios Parciais 13 1 1 Total de pontos obtidos no requisito 27 Total máximo de pontos para o requisito 30 Percentual da taxa de conformidade do requisito 90,0% 93 REQUISITO 10: CONTROLE DE INFECÇÕES E RISCOS ITEM 10.1 10.2 A unidade de saúde utiliza um processo coordenado para reduzir os riscos de infecções endêmicas e epidêmicas nos pacientes e profissionais de saúde? Os achados de casos e a identificação de infecções demograficamente importantes fornecem dados para a vigilância? C PC NC 2 2 Infecções são reportadas, quando apropriado, dentro da unidade e para agências de saúde pública 10.3 como requerido por leis e regulamentos? 2 A unidade de saúde toma ações para prevenir ou reduzir o risco de infecções em pacientes, 10.4 profissionais e visitantes? 2 Sistemas de gerenciamento dão suporte ao processo de controle de infecção para assegurar a 10.5 análise, interpretação e apresentação adequadas dos dados? 1 Somatórios Parciais 4 1 0 Total de pontos obtidos no requisito 9 Total máximo de pontos para o requisito 10 Percentual da taxa de conformidade do requisito 90,0% REQUISITO 11: PESQUISA DE OPINIÃO E DE SATISFAÇÃO ITEM 11.1 Está sendo realizada pesquisa de opinião e de satisfação periodicamente? C PC 1 NC 11.2 As pesquisas de opinião e de satisfação do período foram realizadas, e seus resultados consolidados? 0 11.3 Os resultados das pesquisas foram analisados pela Coordenação e pela equipe responsável? 0 11.4 Os resultados das pesquisas foram comunicados aos servidores e aos usuários? 0 Somatórios Parciais 0 1 3 Total de pontos obtidos no requisito 1 Total máximo de pontos para o requisito 8 Percentual da taxa de conformidade do requisito 12,5% REQUISITO 12: REUNIÕES E RELATÓRIOS C PC NC ITEM 12.1 Há reuniões de gestão periódicas e sistemáticas? 2 12.2 Os resultados da reunião foram adequadamente comunicados aos funcionários? 2 O Relatório gerencial abrange todos os setores da unidade de saúde e está sendo elaborado 12.3 periodicamente? 0 Somatórios Parciais 2 0 1 Total de pontos obtidos no requisito 4 Total máximo de pontos para o requisito 6 Percentual da taxa de conformidade do requisito 66,7% R E S UL T AD O G E R A L C PC 62 21 Total de pontos obtidos na avaliação geral Total máximo de pontos para a avaliação geral PERCENTUAL DA TAXA DE CONFORMIDADE NA AVALIAÇÃO GERAL ITEM Somatório Geral NC 12 145 190 76,3% 94 ANEXOS ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Nome do entrevistado:_____________________________________Idade: _______ Responsável legal: _____________________________________ RG: ___________ Projeto: Gestão da Qualidade na Atenção Primária – O Caso da Unidade de Saúde do PSF-Lapa. Responsável: Vandilene Barreto da Silva. Eu,__________________________________________________________, abaixo assinado, declaro ter pleno conhecimento do que se segue: 1. Objetivo da Pesquisa: identificar as características de gestão da qualidade para a Atenção Primária, tendo como referência a Unidade de Saúde PSF-Lapa. 2. Benefícios que possam ser obtidos: relatório das fragilidades de gestão da Unidade de Saúde, disponibilização de instrumentos de gestão a serem utilizados na Unidade de Saúde, sensibilização da equipe da Unidade de Saúde para as boas práticas de gestão, melhoria do instrumento para avaliar a gestão da qualidade na atenção primária. 3. Receberei resposta ou esclarecimento a qualquer dúvida acerca de assuntos relacionados com o objeto da pesquisa. 4. Tenho a liberdade de retirar o meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo. 5. Obterei informações atualizadas durante o estudo, ainda que isto possa afetar minha vontade de continuar dele participando. 6. A pesquisa manterá o caracter oficial das informações relacionando-as com a minha privacidade. 7. Em caso de dúvidas, poderei esclarecê-las através de contato telefônico com o (a) pesquisador(a) pelos telefones 8114-9234/ 3396-2979. Rio de Janeiro, _____de ___________________de 20 ____ __________________________________ Assinatura do Participante ou Responsável ___________________________ Assinatura do(a) Pesquisador(a) 95