CORPUS ELECTRÓNICO DO CELGA
– PORTUGUÊS DO PERÍODO CLÁSSICO –
(CEC– PPC)
CONCORDÂNCIAS
DE
OS RELÓGIOS FALANTES
DE
D. FRANCISCO MANUEL DE MELO
CENTRO DE ESTUDOS DE LINGUÍSTICA GERAL E APLICADA (CELGA)
FACULDADE DE LETRAS
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
2007
NOTAS PRÉVIAS
▪ Estas Concordâncias foram organizadas a partir de: D. Francisco Manuel de Melo, Os
Relógios falantes. Texto digitalizado por Daniel Neto Rocha, com base na edição crítica de
Maria Judite Fernandes de Miranda. – Sobre as características dessa edição, que se
respeitam nestas Concordâncias, vejam-se as Notas prévias que acompanham o registo
electrónico deste apólogo, integrado no CEC-PPC, tendo em vista a sua utilização em
estudos de linguagem e estilo do Polígrafo seiscentista.
▪ Estas concordâncias apresentam todas as formas do apólogo ordenadas alfabeticamente e
em contexto.
▪ As formas são acompanhadas da indicação de lugar de ocorrência. Esta indicação decorre
da inscrição, no texto registado em suporte electrónico, entre parênteses rectos, do número
das páginas da edição que serviu de base ao registo; vem antecedida da sigla do título do
texto, RF.
CONCORDÂNCIAS
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R. C. - Sem embargo,
da língua dos que a não falam, é como
nisto, eis que vemos que, retirada
lá em certa alagoa de minha aldea. Veo
cabo, lastima e maltrata ao próprio que
representarem suas figuras, os adornou
o corte não é do mesmo pano que
e alguns da gentilidade bàrbaramente
Nem ela espera de vós mais que
a fazer. Cansado ofício temos: julgar
à sua hora e se à sua hora a for esperar
despois de lhes deixares fazer em ti,
com minha obrigação. Donde vi que
R. C. - Quem queres tu que tape
é certo que, para se regerem e dirigirem
bastava para que cada um de nós fosse
ao redor, ou me desandam, mas a mão,
relógios de [RF46] area me desmentiam
fugindo ao costume dos mais que,
R. A. - Chamava-o
um ministro, pintou um relógio ao revés:
de boa letra, que mostra será
moços tenho desesperado que o gagau e
não sei se é cheminé ou campanário
a desse, correi pela memória e dizei-me
sua prática vai dessimulando muito bem
Lembra-me ouvir contar no meu adro
de se lhe entregar cada vez que
por Marrocos, melhor é o campo que
vivia junto de mim, o qual aceitou logo
com a história do pano azul que com
como só entendo, ficará logo corrente
na minha igreja, que cada um é obrigado
sem dúvida é o serralheiro que nos vem
e estes não podem crer que se lhes mude
exercício, as cordas nos afrouxam com
o mesmo é dar um de nós a hora que dar
- então começava o diabo do charlatão
A. - Vedes vós? Pois, se olharmos bem
vendo-me velho e com os pés para
que amigos, sempre eram mais os que
com grande conciência o seu meio dia,
convertidos contra mim, tudo era lançar
do mundo? Se terão também disso
e o peor é que nos põem a nós
desmancham o mundo, e os relógios tem
que nesta casa em que estamos se vem
tanto merecimento, ficasse dessimulada
e do relógio. Mil galanterias tenho feito
conta do que não pode obrar, e ninguém
que disse não havia vingança como
cada vez que a chamasse, contanto que
tamanha doudice? Porque não val
a uns lhes dura muito a dita e a outros
«são horas», «a que horas», «
a agradável presença é como sobrescrito de boa
a água do Chafariz d'El-Rei que, por correr por
a águia com sua presa sobre ũa serra, não fazia
a águia e, de repente, o levantou nas mãos, não
a alimenta. Depois, digo, prossegui este papel
a ambição ou a soberba.
a amostra.
a anteciparam, por se verem livres das
a aprovação por exercício. Os fortes capitães
a aqueles de quem havemos de ser julgados
a armada, [RF66] a nau chegará em boa hora a
a bel-prazer, toda a sua vontade, toma as de
a boa vontade, desarmada da ciência e
a boca aos namorados, ou lhes acerte [RF35]
a bons fins e a termos úteis, lhes deu Deus
a buscar outra vida, como eu estou resoluto a
a cabeça e tudo se me desconcerta, cada vez
a cada hora, contudo havia ministros tão meus
a cada passo, em o que julgam de seus escritos
a campa.
a campainha para baixo e os pesos para cima.
a carta da própria mão.
a carteta; ũa vez por ronceiro, outras por
a casa da minha vivenda; e assim, sem mais
a causa de esse mistério.
a causa de sua santa vinda.
a certo velhustro que nele era muito contínuo...
a chamasse, contanto que a defenderia do tempo
a cidade.
a comissão, muito persuadido de que, por eu
a comparação do cerieiro. Porque que lhe
a confiança da oferta que vos faço, enviando
a conhecer-se.
a consertar. Sus, calemos!
a contínua miséria que os perseguia sempre.
a continuação e, no cabo, não há nenhum de nós
a contra-senha à morte ou à Fortuna para que
a converter sua eloquência contra o relógio
a cousa, nenhum deles tem grande culpa (a meu
a cova, comecei a falar verdade. Mas a nenhum
a criam que os que a duvidavam. Nem seria
a cujo som os ouvintes alimpavam os pés à
a culpa ao maldito Relógio do Paço que os
a culpa os relógios da cidade? Mas V. M
a culpa.
a culpa.
a curar os mais ilustres relógios da Corte e
a curta valia desta obra. Quanto ela algũa
a damas e a freiras, destas que celebram as
a dará boa do que não quis ou não soube fazer
a de ũa ruim fama; porque, tendo cada pessoa
a defenderia do tempo que a não envelhecesse.
a desculpa, que muitos dão, de se não poderem
a desgraça, não há quem os despeça de sua
a desoras», «fora de horas» e outros mil
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RF63
cousa, ouvistes já algum prègador que
sempre lhes ouvimos oferecer
todas as horas da vida, só querem dar
bom relógio. Faltava o tempo para louvar
delgado. Eu sou relógio cristão e louvo
entregar-lhe quanto ganhou, chegar
própria razão que a uns lhes dura muito
das horas, nossas filhas. Que importa
os votos na cor das favas, para encobrir
cá os doudos os olhos da cara. Val aqui
eram mais os que a criam que os que
léguas à corte, gasta o que tem, cansa
vos peço voto, e seja para aprovar
acertos, porque por aí hão-de começar
de seus propósitos; porque vim
meus sufragâneos se costumava
em par a imaginação, não tornei mais
a gente com a lisonja da mocidade, até
não se conformam com que lhes falte
honestas e significativas se entremeta
tenha por boa e que não tema de que o ar
tanto por sua própria vontade que
como bons parceiros. A que vindes
porque todas empeciam. Pois logo eu
quero de outrem ser lido. Escusai-me
serem idos. Era um gosto ouvir lamentar
abre a postema, e mata na hora que dá
de esses inconvenientes, quem ũa vez
a minha torre, e notava de meu vagar
de relógio, se na minha mão estivesse
este era o sinal para que lhe acudissem
velho e com os pés para a cova, comecei
grande e tão antigo cortesão, de quem
o trabalho e o descanso, a fome e
outra vida, como eu estou resoluto
suprir a obrigação dos que são obrigados
no alto da vaidade, brevemente comecei
mas não é isso senão que nos corre
lha deixam, e depois olho e vejoe
que quem lho concedeu lho pode negar e
pesos ou o juízo em seu lugar, sofro que
prudente (quanto mais cristão!) que, só
[RF44] R. C. - Porque o senhor sineiro,
O rir, o chorar, o trabalho e o descanso,
para a Índia à sua hora e se à sua hora
o cristal estala, e tudo muda não só
Foi sempre
Mil galanterias tenho feito a damas e
sabei de certo, companheiro, que
a vida e a morte para que ali se domasse
a velhice, ou se seria melhor enganar
e outros mil modos de dizer. Como se
pontualmente observado que não há entre
mudas à romaria espreitando o que diz
[RF52] andava tão ajustado, porque
estalagem que Deus pôs entre a morte e
feito um contrato com o tempo: quito-lhe
[RF66] a nau chegará em boa hora
Senhor: Já ouviríeis
e mais barato lhes serviria de relógio
R. A. - Melhor estou com
Mas nada do que digo abate
a desse, correi pela memória e dizei-me a
a Deus a hora da morte. Mas Cristo, como
a Deus a hora de sua morte. Por esta causa
a Deus e sobejava para o seu sono. A cidade
a Deus por tão grande mercê, porque, ainda que
a dispensação de Roma e morrer ele ao outro
a dita e a outros a desgraça, não há quem os
a Dona Fulana ser toda uma tabuleta de ourives
a dos corações e para dizer sim ou não, tendo
a doudice pesada a peso de ouro; e de aí nace
a duvidavam. Nem seria pequena vingança
a el-rei, mata aos ministros e, no cabo, volta
a eleição que fiz de vosso nome, por que, entre
a emendar-te, que é manha dos mestres de
a entender por experiência que, na maior parte
a entrar às sete horas; e, em sendo tempo de
a entrar naquela da qual parece haver partido
a entregar nas mãos do fim, duro, pesado e
a envelhecida prosperidade com que se criaram
a ervilhaca e joio desses anexins próprios de
a espedace e feneça para nunca mais ser
a essa mesma hora de sua morte chamou só, em
a esta casa?
a estas as socorria com horas a tempo nem a
a este troco de que me gabe ou me desculpe
a estes licenciados enfadonhos, quando tal lhe
a estocada. As faltas da impossibilidade são
a experimentou sempre a procura. Será porque
a facilidade com que o bom do meu vizinho
a faculdade de poder tomar ofício. Mas
a falar seus galantes. Logo em vendo que
a falar verdade. Mas a nenhum de nós pôde ser
a fama publica mil galantarias.
a fartura, tudo tem sua hora; donde procede
a fazer. Cansado ofício temos: julgar a aqueles
a fazer cousas bem feitas.
a fazer tais cousas que o mundo se tornou um
a ferrugem pelas rodas, como aos homens o
a ficar em aquilo que dantes era, e às vezes
a figura, porque se vêm diante de muitas
a figura que hoje se representa muito magnífica
a figura represente sua valia e sua grandeza
a fim de levar este passo um pouco mais
a fim de lhe caírem as matinas baixas pela
a fome e a fartura, tudo tem sua hora; donde
a for esperar a armada, [RF66] a nau chegará
a forma mas a sustância do que era.
a Fortuna pintora de pausagens. Assi, de longes
a freiras, destas que celebram as meias noites
a fruta das horas é melhor para dar que para
a fúria dos afectos, se deminuisse a sobejidão
a gente com a lisonja da mocidade, até a
a gente em nenhũa outra cousa que nas horas
a gente mais pesada turbulência que seu
a gente que passa, donde afirmam que lhes não
a gente se governava por tal fole de mentiras
a gentileza, brio, esforço e saúde. Se entre o
a glória que pudera dever-me pelo que bem
a Goa e em boas horas nos entrará pela barra
a graciosa indecência com que disse um de
a gula do sancristão ou a preguiça do cura.
a história do pano azul que com a comparação
a honra da memória e nome de nossas horas
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se viu que muitos sábios requestaram
sempre lhes ouvimos oferecer a Deus
as horas da vida, só querem dar a Deus
que há na vida. Pois, em estando
Choravam-se, diziam mal à sua vida,
as culpas sumárias até que, chegada
e o pobre do relógio, quebrando-lhe
ou não chegada a sua hora) dar-lhe com
lá em cima, o mesmo é dar um de nós
as socorria com horas a tempo nem
Pois, em se descuidando tamalavez, com
e nome de nossas horas, vendo que
vivo, como vós, das portas adentro com
que disse um de nossos discretos que
a princípio vos disse) de par em par
e badulaques que inventou a vaidade e
dizendo senão isso? Se a nau partir para
tão afligido, apelou da violência para
tão impaciente que desespere de saber
emendado o desconcerto, curando-se
de tal modo que à calúnia cedeu
Fazem
Fazem
que o tempo me dá passo a raiva e
a mercê fora de tempo e desorada, nem
se fizer à sua hora e a mercê à sua hora,
parecerá bem e a mercê melhor. Mas, se
isso for ao revés? Pois que direi? Se
escritos, se nos convertem de autores
R. C. - Muito me retinis
não presta mais para nada. Essa é
em querelas e conceituarem sobre
os pesos e os pesares da república e que
ou se seria melhor enganar a gente com
no céu dois planetas, eclipsa-se o sol ou
se nelas vai tanto de monte a monte
irmãos da Mesa de Santo Entrudo, fiz
sublimado à vista de seus iguais e que
pela ladeira abaixo da fidalguia, que é
Vem [RF60] então a velhice,
[RF43] R. C. - Ora não negareis
todas ao redor, ou me desandam, mas
porque, com ela, acomodava como queria
tal relógio merecia queimado e cortada
esta seja ilustre, pouco importa que
de nós outros, os relógios, estivéssemos
dizer, me perseguem. Comparo eu
e daninhos contra quem os cria. Assim é
direi? Se a justiça se fizer à sua hora e
se faz ante tempo e fora de horas e
à sua hora, a justiça parecerá bem e
a justiça escarmenta como justiça, nem
então, porque pela culpa alhea eu não sou
Por eu deixar com a palavra na boca e
outra cousa! Tão pontualmente assisti
cousa, nenhum deles tem grande culpa (
R. C. - Cada ano mo declaravam
as horas da comida, lhe dei mil azos
nos entrará pela barra dentro, dando-me
el-rei tal enfadamento? Ora deixai-me
como quem não diz nada. E, sem me dizer
R. A. - E vós
faz nem mais nem menos que tomar-me
a hora da morte, e alguns da gentilidade
a hora da morte. Mas Cristo, como sacrificou a
a hora de sua morte. Por esta causa, quando
a hora determinada lá em cima, o mesmo é dar
a hora em que naceram e o costume da Corte
a hora em que sua liberdade fez termo, eis que
a hora na boca, houve de ser o culpado na
a hora nos focinhos a um enfadonho e chafurdá
a hora que dar a contra-senha à morte ou à
a horas!... Todas as trazia em um vivo enleo e
a idade lhe chega sua hora de velhice, contra
a Igreja, não só santa mas sapiente, em muitas
a Igreja, sempre lhe fui afeiçoado e, por parte
a imaginação era curral do concelho donde, por
a imaginação, não tornei mais a entrar naquela
a incontinência. Porque a prata se marea, o
a Índia à sua hora e se à sua hora a for esperar
a indústria. Vem e que fez? Pois não faz nem
a infalibilidade da hora que o está esperando
a inocência do relógio e ficando em seu ponto a
a inocência, e o pobre do relógio, quebrando-lhe
a interlocução um Relógio da Cidade e outro da
a interlocução
a inveja sem inveja nem raiva, muito
a justiça escarmenta como justiça, nem a
a justiça parecerá bem e a mercê melhor. Mas
a justiça se faz ante tempo e fora de horas e a
a justiça se fizer à sua hora e a mercê à sua
a leitores, dizendo-nos de si o que nós
a letrado, relògiozinho de por aí além! Dizei
a lida comum que, por mais que o vaso mau
a ligeireza com que passam as horas do
a língua, significada no sino para baixo, é a que
a lisonja da mocidade, até a entregar nas mãos
a lua, e nada de tudo aquilo prejudica ao céu
a má malícia.
a maior guerra porque, descompondo e fingindo
a mais nobre das aves, o rei dos pássaros, o
a mais sensabor empreitada que tomam os
a malencolia e o quebranto, de que procede o
a malícia de saloio, de quem dizem doutores que
a mão, a cabeça e tudo se me desconcerta, cada
a mão do seu mostrador.
a mão que cuidava dele; e que, por isso, o
a matéria o não seja. Estátuas vemos de barro
a medir e compassar e estremar o tempo, por
a memória aos bugios (perdoai tão baixa
a memória vendo-se solta. Quando algũa
a mercê à sua hora, a justiça parecerá bem e a
a mercê fora de tempo e desorada, nem a
a mercê melhor. Mas, se a justiça se faz ante
a mercê obriga como mercê, parecendo a
a mesma pontualidade, em lugar dos pesos, que
a mesura no ar a um ratinho, dera quanto se vê
a meu exercício que até eu próprio me
a meu juízo) porque, por esta própria razão que
a mi e aos mais ouvintes os varões apostólicos
a mil acidentes de mal de estâmago e de ourina
a mim bem que fazer nos repiques dos meus
a mim com minha conciência, que mais vos
a mim cousa algũa, ferrolha a porta e vai-se
a mim de vilão com bem mau modo!
a mim em corpo e em alma e chimpar-me na
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relógio que governasse a terra sobre
treita ao mau olho. Se pudera escolher
em um eirado que frisava muito com
os que eu via aproveitados desde
que tomavam sobre sua conciência
e dos bens e cuidam que são firmes,
e cidades, se nelas vai tanto de monte
ũa piadosa estalagem que Deus pôs entre
a Providência a velhice entre a vida e
a outra fermosa fazia concerto com
mal de estâmago e de ourina e, tal vez,
contanto que a defenderia do tempo que
Diz que a verdade da língua dos que
meia hora, a troco de que para ele
solta. Quando algũa ponderosa obrigação
vai então só com o cabedal que lhe deu
sua hora a for esperar a armada, [RF66]
Que vos estou dizendo senão isso? Se
a cova, comecei a falar verdade. Mas
que havia de dar, só porque não lembre
proximidade não deixar perseverar
mercadores, ricas e delicadas, tive toda
e dos frios às calmas? Se entre o dia e
pela menhã, tudo era fazer dormir toda
desconcertado e o peor é que nos põem
mas porque diz lá um provérbio que
nesta afronta me vejo. Notai como anda
R. C. - Nem
esse de estar sujeito um relógio de bem
não fazer nada mal feito pudesse suprir
e a rezão é porque cada qual não conhece
R. A. - Essa foi a rezão porque
diante de muitas figuras ou adiantadas
nisto da hora de cada um. Que me dizeis
razão que a uns lhes dura muito a dita e
valor próprio, a uns chamamos figuras e
próprio engano [RF51] que elas traziam
donde, de ordinário, os glutões vem
os negócios do mundo. Por eu deixar com
relojava cousa com cousa, resolvi-me
e mudanças - e que mudasse o relógio
que sabe, fica-lhes mais perto aprovar
seja almotacel no couto de Leomil, vem
que me puderam levantar estátuas como
A. - Vilão sou; não há aí negá-lo, que é
tudo revolve, tudo acarreta, lança
olhos da cara. Val aqui a doudice pesada
em casa de jogo. Por onde toda
haveis de saber que vai de figuras
que o da outra gente. Não matou mais
tábuas, lenços, terras e azeites, de que
do relógio e ficando em seu ponto
Cristo teve sua hora, notificandocá me entrou na imaginação, por achar
me dizer a mim cousa algũa, ferrolha
perjuízo da república, querer da solidão
ferro agudo dá vida na hora que abre
a vaidade e a incontinência. Porque
de relógio a gula do sancristão ou
houvesse de ũa banda o outono e da outra
a servi-lo como pudesse. Chegada
a mercê obriga como mercê, parecendo
senhor, adonde vou que, deixando (como
a minha palavra. Eu, vendo-me donde nunca me
a minha sorte nunca morara em grimpa.
a minha torre, e notava de meu vagar a
a minha torre, quando Deus queria...
a minha verdade, afirmando que nunca tão
a modo da mulher que, por não tratar outro
a monte a má malícia.
a morte e a gentileza, brio, esforço e saúde. Se
a morte para que ali se domasse a fúria dos
a morte, prometendo de se lhe entregar cada
a muito reverendas apoplexias, donde, de
a não envelhecesse.
a não falam, é como a água do Chafariz d'El-Rei
a não haja nem para el-rei tal enfadamento
a não oprime, tudo revolve, tudo acarreta
a natureza, despindo os faustos e as tramóias
a nau chegará em boa hora a Goa e em boas
a nau partir para a Índia à sua hora e se à sua
a nenhum de nós pôde ser bom seu pensamento
a ninguém nem saibam estes rapazes (que agora
a ninguém no seu engano.
a noite em pé, como centúrios, sem que
a noite não houvera um e outro crepúsculo, que
a noite o bom relógio. Faltava o tempo para
a nós a culpa.
a nós outros os relógios todos nos crem e
a nossa Corte bem governada!
a nota irmã da firma. Mas deixemos para outra
a o não quererem crer patifes, bastava para
a obrigação dos que são obrigados a fazer
a origem dos males e dos bens e cuidam que são
a outra fermosa fazia concerto com a morte
a outras. [RF54] Mas o que me conforta é que
a outro velho, rico, encartado, andar muitos
a outros a desgraça, não há quem os despeça de
a outros cifras; donde se nota que nenhum deles
a outros e outras cachopas de S. João, às
a pagar seus excessos. Para beatas do meu
a palavra na boca e a mesura no ar a um ratinho
a parar e não se me dar de nada. Assim o fiz e
a parte onde melhor se visse e mais soasse
a parvoice alhea que descobrir a própria.
a pé sessenta léguas à corte, gasta o que tem
a Pedro de Malas Artes, Gusmán de Alfarache e
a peor das vilanias.
a perder tudo e, no cabo, lastima e maltrata ao
a peso de ouro; e de aí nace que são mil as
a pessoa polida deve fugir de que entre o grão
a pessoas. As pessoas sempre representam o
a peste grande que esses, com suas presunções
a pintura se serve, ela os realça, levanta e
a poltronaria do sineiro!
a por tal a todos os viventes, para que não haja
a porta aberta, e entrou para não sair até
a porta e vai-se. Confesso-vos que estranhei
a posse; contentai-vos com a reverência... Nem
a postema, e mata na hora que dá a estocada
a prata se marea, o ouro se denigre, as
a preguiça do cura.
a primavera, quem pudera viver, passando
a primeira hora, escumei a voz e compus o
a primeira que é efeito da paixão e não de zelo
a princípio vos disse) de par em par a
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quem ũa vez a experimentou sempre
cutelo de dois gumes. Nunca lhe dei hora
que lhe está bem! Contra os poltrões era
vazam em moldes: sempre hão-de trazer
aprovar a parvoice alhea que descobrir
Os mesmos números da aritmética, que é
e ainda muito mais necessária, interpôs
valia, quando lhe mete, entre outras,
por ele disse o Evangelista S. João; em
não está mais que apontar e dar sinal
língua, significada no sino para baixo, é
muito de seu vagar, e matam primeiro
observar as condições deste contrato
horas sucessivas», «são horas», «
se quer trajar de a seda do costume e
ainda que seja de ruim lei e feitio, é
entendimento que negou às alimárias,
as pedradas que me tem tirado gentes
cobarde que deixe de fazer sorte naquele
esta satisfação que o tempo me dá passo
castelhano, que «solo Diós acierta
R. C. - Não façais caso disso, que
donde afirmam que lhes não falece
voar por donde basta ir andando, venham
da solidão a posse; contentai-vos com
[RF58] R. C. - Enganam-se todos; e
R. A. - Essa foi
mas nunca achei quem me declarasse
maiores, antes, se se abalam, é só para
comer nunca do manjar por quem perdeu
teimas. Cada qual se quer trajar de
que é efeito da paixão e não de zelo, e
se nós os atiçássemos - o que me cheira
a sua casa própria, que vem a ser
se recolham a sua casa própria, que vem
de velhas lagrimosas, que vem
benquisto de verdadeiro, em tornando
digno daquele ofício, me determinei
dar meia noite as noites da quinta para
ao Relógio do Paço que, em subindo
que me não injurie pelo que fizer
vendo-se eles ficar tão inferiores
da morte. Mas Cristo, como sacrificou
que, governando eles como querem
a fúria dos afectos, se deminuisse
são de ordinário sãos, ágeis e robustos,
suas figuras, os adornou a ambição ou
andar muitos anos sem querer dotar
Todavia não sei que feitiços nos dá
mundo. Destrocou-nos, tornando cada um
em seus trajes naturais, se recolham
nós permitido (quer fosse ou não chegada
R. C. - Porque vendem
por seu gosto, que cada oficial deixe
mata aos ministros e, no cabo, volta-se
audiências del rei, aí era homem e aí era
deixares fazer em ti, a bel-prazer, toda
em seus ditos, vindo com as horas muito
horas, sair e recolher-se da campanha
provém de se não fazerem as cousas
hora, poderá o soldado comer e servir
parte desta gente e seus costumes, mora
estala, e tudo muda não só a forma mas
a procura. Será porque, nela, entre o
a propósito de seus propósitos; porque vim a
a própria diligência. Quatro horas antes do
a própria forma da matriz em que se
a própria.
a própria verdade do mundo, valem segundo
a Providência a velhice entre a vida e a morte
a provisão falsa em que lhe faz mercê da
a qual hora morreu tanto por sua própria
a qualquer dos executores que o céu tem na
a que deve andar por baixo de tudo sem
a que está mais gorda. A rês [RF57] mais bem
a que estou prestes.
a que horas», «a desoras», «fora de horas»
a que se costuma, ainda que seja de ruim lei e
a que val mais cara. Parecer-vos-á agora bem
a quem deu menos, porque delas não queria
a quem eu o não mereço, que às vezes me
a quem ninguém defende. Todavia não sei que
a raiva e a inveja sem inveja nem raiva, muito
a reglar con regla tuerta». Enfim, era um
a relógios do chão ninguém os escuta. Porém
a reposta de seus embustes: se hão-de casar
a resvalar e precipitar-se. Digo-vos que, se
a reverência... Nem ela espera de vós mais que
a rezão é porque cada qual não conhece a
a rezão porque a outra fermosa fazia concerto
a rezão. Se vós, porque de tudo entendeis algũa
a ruína; os que se vem em estado ínfimo
a saúde, sempre foi dele mais guloso, em se
a seda do costume e a que se costuma, ainda
a segunda, fruito do negócio e não da
a sem rezão de duas em carga. Na terra é do
a sepultura, donde cada qual vai então só com o
a ser a sepultura, donde cada qual vai então só
a ser, em suma, os quatro elementos de que se
a ser Relógio das Chagas, logo fui tido pela
a servi-lo como pudesse. Chegada a primeira
a sesta, com o que tenho esperdiçado tantas
a seu campanário, ficou tão aceito como sendo
a seu descontentamento. Tomo-vos por meu
a seu parceiro. Julgavam por grande ventura
a Seu Eterno Pai todas as horas da vida, por
a seus relógios, se governam por eles, e assim
a sobejidão do amor da vida, e o homem fosse
a sobem de um fôlego. Os velhos, fracos
a soberba.
a sobrinha, no cabo escolhê-la por mulher
a solidão que, apesar de esses inconvenientes
a sua antiga casa. Porém, é muito para notar
a sua casa própria, que vem a ser a sepultura
a sua hora) dar-lhe com a hora nos focinhos a
a sua ignorância por mistério; e, como ninguém
a sua tenda, cada morador sua casa, e se meta
a sua terra, e por dois magustos que ambos
a sua total desesperação deles, porque fazia de
a sua vontade, toma as de Vila Diogo para a tua
a suas horas. E porque o adro da minha igreja já
a suas horas. Mas que será se tudo isso for ao
a suas horas.
a suas horas, sair e recolher-se da campanha a
a superstição e hipocresia. Preguntai que mais
a sustância do que era.
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pode ter ũa de suas orações a tal que
mais virtude pode ter ũa de suas orações
não podia ter dado as nove horas (que é
logo eu a estas as socorria com horas
se regerem e dirigirem a bons fins e
ser relógio que governasse
que querem desmamar: untam-lhe
R. A. - Essa manha sempre ele
anjos, carrancas, flores e serpentes
aguardenteiros e vendedeiras, enfim,
mestiça, filha de baneane. Juro-vos que
teve sua hora, notificando-a por tal
que o triste do relógio ouvia e calava,
que não faltará aqui algum linajudo que,
que, porque me prezo de liberal,
destes na audiência e cercear meia hora,
sua vontade, toma as de Vila Diogo para
que não ouviam, ouviam então dar
centúrios, sem que acabasse de dar
vendo-me parado, encomendaram-me
que ides dizendo, o que lhe vi suceder
(já que nós podemos tanto) se lhe seria
Será matéria de restituição desaviar
hora) dar-lhe com a hora nos focinhos
com que seja própria): se os não atais
R. C. - Antes já ouvi dizer
com a palavra na boca e a mesura no ar
de aritmética tem valor próprio,
porque, por esta própria razão que
R. A. - Chagado e ferrugento vejo eu
R. A. - Conserte Deus
os estofos e badulaques que inventou
dor seu apartamento? Vem [RF60] então
aí o maior engano dos mortais; porque
mais necessária, interpôs a Providência
até então recebia. Fazei conta que
ou mercê da natureza anteceder à morte
não tem paciência para esperarem
isso tu cá vens por mentiroso... Diz que
me confundam, eu hei-de tanger sempre
Pois, amigo, encostai o pejo, e descalçai
respondeu: «ora folgo, por me não andar
interpôs a Providência a velhice entre
pequeno intervalo, larga distância entre
mas já convalecido, quando começam
do Paço, sabeis que fazia? Furtava-lhe
namorados, ou lhes acerte [RF35] com
de aqueles que lhe podem dar preço,
R. C. - Até
como todas estas rezões se derigiam
eu vos fico que nem por isso tina peor
Chegada a primeira hora, escumei
é a que val mais cara. Parecer-vosque se defendia, deu um pequeno almoço
nem cabeça, prevaleceu de tal modo que
tinha aquele escolar que consultava
por mais não fora que estar sujeito
da claridade às trévoas e das trévoas
a cujo som os ouvintes alimpavam os pés
de Leomil, vem a pé sessenta léguas
R. C. - Olhai ora cá: se o estar sempre
da taxa que Deus pôs à ventura ou
todos somos sujeitos ao mugre e
a tal hora? E velha conheci já que ensinava às
a tal que a tal hora? E velha conheci já que
a taxa de todo o cativo do matrimónio), se
a tempo nem a horas!... Todas as trazia em um
a termos úteis, lhes deu Deus entendimento que
a terra sobre a minha palavra. Eu, vendo-me
a teta com azevre, e logo que lhe toca o beiço
a teve; e muitas vezes, cá pelas minhas mossas
a tochas, que ardiam até os cotos, e lá ia tudo
a toda essa chusma dos matutinos, fui peçonha
a toda esta canalha fui falsário e que as trouxe
a todos os viventes, para que não haja algum
a troco de fazer o que devia. Pois uns felpudos
a troco de quatro réis, vos enxira na árvore
a troco de que as minhas horas nunca fossem
a troco de que para ele a não haja nem para el
a tua vila.
a ũa ou as duas horas - livre-nos Nosso Senhor
a ũa, sabendo que este era o sinal para que lhe
a um alveitar que vivia junto de mim, o qual
a um cágado com ũa águia, lá em certa alagoa
a um de nós permitido (quer fosse ou não
a um destes na audiência e cercear meia hora, a
a um enfadonho e chafurdá-lo? Porque, se tal
a um pesado cepo, em vez de entreterem com
a um pregador, na minha igreja, que cada um é
a um ratinho, dera quanto se vê do meu
a uns chamamos figuras e a outros cifras
a uns lhes dura muito a dita e a outros a
a V. M., para ser tão grande e tão antigo
a V. M., senhor Relógio.
a vaidade e a incontinência. Porque a prata se
a velhice, a malencolia e o quebranto, de que
a velhice é ũa piadosa estalagem que Deus pôs
a velhice entre a vida e a morte para que ali se
a velhice faz este próprio ofício e vede agora
a velhice, ou se seria melhor enganar a gente
a ver como as desfaz. Porque ele não é como o
a verdade da língua dos que a não falam, é como
a verdade!
a vergonha, porque haveis de saber que nesta
a vestir e despir todos os dias».
a vida e a morte para que ali se domasse a fúria
a vida e o perigo, quando racionalmente se
a vir recados do provedor das obras del Rei que
a volta e, sumindo o curso, guisava de tal sorte
a vontade com que o mesmo Amor não atina
a vós se deve e esse interesse vós o lograi
a vós, se quiserdes.
a vós sòmente, não pus aqui palavra que não
a vossa campainha - quanto mais que não
a voz e compus o movimento. Vou e desando
á agora bem um saio de arbim de espadas? Ou
à águia faminta e atreiçoada.
à calúnia cedeu a inocência, e o pobre do relógio
à candea que horas eram pelo relógio do sol.
à censura dos parvos, se não podia ser discreto.
à claridade? Da mesma maneira, e ainda muito
à conversação - alce Deus sua ira! - então
à corte, gasta o que tem, cansa a el-rei, mata
à dependura me não há-de valer para tirar o
à desgraça, à vida e à morte de cada um.
à ferrugem. Gastam-se-nos com o uso as molas
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mão: já sei que vos trouxeram aqui
veja levantada. A roda que se lhe pinta
hora que dar a contra-senha à morte ou
do cerieiro. Porque que lhe faltava
muitos anos. Tomei por devoção não dar
hora do descansar, se se pusesse ao sol
vós agora se um homem bailasse
à sombra à hora do soalheiro, se andasse
à hora de estar parado e se parasse
e comesse à hora do dormir, e dormisse
seu sagrado coronista, chamou hora sua
à hora de negociar, e negociasse
bailasse à hora de comer, e comesse
ao sol à hora da sesta e se à sombra
castigo ou mercê da natureza anteceder
pôs à ventura ou à desgraça, à vida e
um de nós a hora que dar a contra-senha
vida, e o homem fosse perdendo o receo
qual indo tomar posse lhe resvala um pé
Tomei por devoção não dar à gula nem
lhe valeu até lhe mandarem alcaides
R. C. - Não; antes entendia que ao rei e
ele boníssima pessoa e muito inclinado
do Monte às sestas - que vão mudas
falsos testemunhos, tantos que, juntos
se se pusesse ao sol à hora da sesta e se
mentirosos, valhacos e vadios, de verão
a nau partir para a Índia à sua hora e se
a justiça se fizer à sua hora e a mercê
Pois que direi? Se a justiça se fizer
senão isso? Se a nau partir para a Índia
Do mesmo modo, se o exército for pago
lhe sucedia. Choravam-se, diziam mal
estado, os quais eles temperam sempre
também ser das horas e cada um as tinge
Palatino que, em meu lugar, foi levado
indo sempre ambos correndo
sermos executores da taxa que Deus pôs
procurava de os mandar pelas ruas
que Deus pôs à ventura ou à desgraça,
tão desordenada que ninguém o julgou
tão para pouco fosse assim sublimado
Já cuidei, certo,
luzente e untado, porque isto de falar
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
pelas falcatruas que lhes fazia o Relógio.
R.
R.
R.
a Deus e sobejava para o seu sono.
R
R.
R.
R.
R.
R.
R.
à força. É mais que isto?
à Fortuna deve de ser de engenho de nora
à Fortuna para que se cheguem e façam sua
à gente que fosse de cera? De aí, má hora, vem
à gula nem à ociosidade nenhum adjutório. A uns
à hora da sesta e se à sombra à hora do
à hora de comer, e comesse à hora do dormir, e
à hora de estar parado e se parasse à hora de ir
à hora de ir caminhando, vede que tal seria sua
à hora de negociar, e negociasse à hora do
à hora de sua morte.
à hora do descansar, se se pusesse ao sol à
à hora do dormir, e dormisse à hora de
à hora do soalheiro, se andasse à hora de estar
à morte a velhice, ou se seria melhor enganar a
à morte de cada um.
à morte ou à Fortuna para que se cheguem e
à morte, pela conversação dos achaques e
à mula e dá com o valhaco no rio? Não presta?
à ociosidade nenhum adjutório. A uns
à porta. Vendo-se, pois, o triste homem tão
à República fazia grande serviço, atalhando
à rezão e, como dos passados desconsertos se
à romaria espreitando o que diz a gente que
à ruim suspeita que o povo do meu bairro
à sombra à hora do soalheiro, se andasse à hora
à sombra e de inverno ao soalheiro, sucedia que
à sua hora a for esperar a armada, [RF66] a
à sua hora, a justiça parecerá bem e a mercê
à sua hora e a mercê à sua hora, a justiça
à sua hora e se à sua hora a for esperar a
à sua hora, poderá o soldado comer e servir a
à sua vida, a hora em que naceram e o costume
à sua vontade... De maneira que, governando
à sua vontade; mas isso não lhes val.
à Torre das Chagas. Era ele boníssima pessoa e
à trocada: eu, desmentido das minhas verdades
à ventura ou à desgraça, à vida e à morte de
à vergonha que, pois este vício não tem pena
à vida e à morte de cada um.
à vida.
à vista de seus iguais e que a mais nobre das
à vista deste e de maiores exemplos, que com
à vontade de cada um é mais sadio que galinha
A. - A esses tenho inveja porque, ao menos
A. - Amigo, não vos canseis que se não pode já
A. - Ao que vós estais nela.
A. - Assim determino fazê-lo porque, segundo o
A. - Assim é; e bem avisados estamos se nos
A. - Bom é saber; e, por mais que se riam de
A. - Cal-te, que te fundirão!
A cegos rezadores, homens de almas
A. - Certo que, ainda que esta vinda me não
A. - Chagado e ferrugento vejo eu a V. M., para
A. - Chamava-o a campa.
A cidade andava revolta com sua revolução
A. - Como quem se governa pelo Relógio das
A. - Conserte Deus a V. M., senhor Relógio.
A. - Contai, mas que me deixeis congelado.
A. - Das muitas que tenho me pesa. Mas ouvi
A. - De que sorte?
A. - Deixai-me já fenecer o meu conto.
A. - Despois... que, sendo geralmente malquisto
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R.
R.
R.
R.
R.
V.
R.
R.
R.
R.
R.
[RF39] R.
R.
R.
R.
R.
R. A. de Alfarache e Pablilhos el Buscón.
R.
R.
tacanho eu hei-de ser quem as pague!
R. C. tinham péssimo bafo, como seu marido.
R.
R.
R.
R.
por quem se me azaram tantos males.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
ou sempre aquelas o são e estas nunca.
R.
R.
[RF64] R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R. C. - Que mais quereis que vos diga?
A. - Desses devia de ser um desmanchado que
A. - Desta maneira: nunca dava hora com hora
A. - Dias há que eu conheço que muitos se
A. - Direi; porque, na comédia do tempo, tais
A. - Dizia eu agora (já que nós podemos tanto
A. e D.
A. - E às vezes pelas badaladas como galantes
A. - E como era?
A. - E como sentis do outro que, desmentindo o
A. - E tu, amigo, que ganhas em desenganar o
A. - E vós a mim de vilão com bem mau modo!
A. - Essa cousa é natural: os pequenos são os
A. - Essa foi a rezão porque a outra fermosa
A. - Essa manha sempre ele a teve; e muitas
A. - Esse é o siso e tudo o mais é ser escudeiro
A. - Esse juízo não é seguro em os que como
A esses tenho inveja porque, ao menos, está
A estes confrades da vianda, irmãos da Mesa
A. - Estou satisfeito nessa parte. Porém, como
A. - Estou tanto da vossa parte nessa parte que
A fama de mentiroso ficará para sempre
A Fortuna é muito disso. Tem o costume dos
A Fortuna, melhor engenheira que Cosmander
A. - Grande caso! Agora digo que não samos os
A. - Grande. Primeiro, fazer minha vontade.
A. - Hui! Também lá chegam esses desmanchos?
A. - Isso não por mim, que decendo de mui
A isto vim, nesta afronta me vejo. Notai como
A. - Juro pelo alto sol que nos governa e assim
A. - Lembra-me agora, por isso que ides
A liberalidade, até do que não val nada, sempre
A. - Mal poderei desprezar-me dela, tendo-vos
A. - Mas, como vos ia dizendo...
A. - Melhor estou com a história do pano azul
A. - Merecia tal dia e hora engastoada em ouro!
A. - Muito me alegrastes com tão alto discurso
A. - Muito tempo há que o tempo é esse! Ũa
A. - Não entendo dos usos da Corte nem quisera
A. - Não há vilão que não saiba para seu
A. - Não; não me espanto de que se venham
A. - Não quisera eu ser aldemenos o relógio que
A. - Não se desconsole V. M., que estas são as
A. - Não se fie de aparências, senhor Relógio
A. - Não sei o que aproveitará, porque esse
A. - Não tínheis escrúpulo de ser ladrão do
A ninguém se pode com rezão pedir conta do que
A. - Nunca ouvistes de um que se vingava dos
A. - O da Matriz?!
A. - O mesmo ouvi e creo; mas nunca achei
A. - O Relógio da Sé em casa do serralheiro?
A. - Oh diabo! Se unhas foram relógios, quem se
A. - Ora de aí vem que das cousas que há no
A. - Oxalá de essas houvera todas as
A. - Par Deus! Tal hora teve bom gosto!
A. - Pecadora, e por meus pecados, lhe chamai
A. - Pelo menos, grande alívio é para nós o
A. - Pois adeus, amigo.
A. - Pois eu, vendo-me tão maltratado, fiz-me
A. - Pois, se assim é, bem disse logo o outro
A. - Por isso tu cá vens por mentiroso... Diz
A. - Por que causa?
A. - Porquê?
A primeira vez que aqui vim curar-me
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vejamos os jogos, como bons parceiros.
R.
R.
R.
R.
R.
e matam primeiro a que está mais gorda.
que algũa hora se não veja levantada.
cousas que fazê-las fora de suas horas.
R.
R.
R.
R.
R.
[RF34] R.
R.
R.
todos as ministramos de ũa cor própria.
R.
R.
gula nem à ociosidade nenhum adjutório.
R.
R.
R.
R.
R.
E porque o adro da minha igreja já de
é muito disso. Tem o costume dos
sei o que vem: erguerem-se as tripeças,
cristão velho, sem esbarrar pela ladeira
não podem ser maiores, antes, se se
Mas nada do que digo
de que não há neste mundo cousa tão
entrou na imaginação, por achar a porta
as serpentes que velam sem os olhos
e o quebranto, de que procede o
O mesmo ferro agudo dá vida na hora que
aos pesos, porque parece que ouço gente
medo de não morrer enforcado, melhor é
ũa patranha que, em quatro horas, não
a noite em pé, como centúrios, sem que
desde o princípio do mundo sem que
a não oprime, tudo revolve, tudo
como vossos antepassados; e, se
por chuvas, neves e ventos, mortos,
nós havíamos de dizer deles. Para ũa só
em subindo a seu campanário, ficou tão
alveitar que vivia junto de mim, o qual
que tape a boca aos namorados, ou lhes
te consertem os erros mas os mesmos
Ao contrário, também quando o mau se
sua gentil presença me promete grande
bons e maus segundo o lugar em que se
o receo à morte, pela conversação dos
ũa vez cá me entrou na imaginação, por
crendo que nos mais relógios se não
R. A. - Sempre os desvarios
minha freguesia. Se todos já como eu se
vossos antepassados; e, se acaso vos
havia outro remédio e que o mestre me
e, como dos passados desconsertos se
para bargantes e ali fazia das minhas.
que estava na tenda: porque os noivos o
A que vindes a esta casa?
A. - Que lhe doía ao Relógio Matropolitano?
A. - Que mais claro se pode ver, que nas
A. - Que me dizeis?
A. - Que queria dizer nisso? Diria, por ventura
A. - Quem tal fizera crer ao senado da minha
A rês [RF57] mais bem medrada é que faz
A roda que se lhe pinta à Fortuna deve de ser de
A sangria é saudável na crecença do dia e logo
A. - Se elas forem tão sazonadas e merecidas
A. - Sempre os desvarios acharam maré de
A. - Sempre ouvi dizer que era manha de
A. - Senhor, não!
A. - Senhor Relógio da Cidade, badalemos limpo
A. - Si é, para emendar ou dissimular seus
A. - Si, senhor, ainda que indigno.
A. - Sou, com perdão, o Relógio da Vila de Belas
A superstição dos homens lhas pinta como
A. - Também nesta pouquidade nos trapaceam
A. - Tenho feito minha obrigação nomeando-me
A uns acomodados que tem como por onzeno
A. - Valha-me Deus!
A. - Vedes vós? Pois, se olharmos bem a cousa
A. - Vilão sou; não há aí negá-lo, que é a peor
A. - Vou vendo que V. M. terá maior bem que
A. - Zomba V. M., porque me vê aldeão. Pois
ab initio não é mais que ũa torreira de
abades: engordam as galinhas muito de seu
abaixarem-se as cadeiras. É esse bom governo
abaixo da fidalguia, que é a mais sensabor
abalam, é só para a ruína; os que se vem em
abate a honra da memória e nome de nossas
abatida que algũa hora se não veja levantada. A
aberta, e entrou para não sair até comunicar
abertos. Cuidam os descuidados que para eles
aborrecimento de todas essas cousas que se
abre a postema, e mata na hora que dá a
abrir essas portas.
acabar logo por ũa vez.
acabaria de aparelhar e se neste ponto o bom do
acabasse de dar a ũa, sabendo que este era o
acabem de o crer, segundo obram diversamente
acarreta, lança a perder tudo e, no cabo
acaso vos achardes filho de um ferrolho e neto
acatarroados e fora de horas, cheos de sono
acção vos peço voto, e seja para aprovar a
aceito como sendo Relógio das Chagas era
aceitou logo a comissão, muito persuadido de
acerte [RF35] com a vontade com que o mesmo
acertos, porque por aí hão-de começar a
acha em lugar bom, despede, senão benignos
achado em tão boa companhia.
acham; e o que de si é bom, posto em ruim
achaques e companhia dos acidentes próprios da
achar a porta aberta, e entrou para não sair até
achará um pequeno erro, nem um leve descuido.
acharam maré de rosas e mar bonança
acharam tão bem instruídos no que lhes convém
achardes filho de um ferrolho e neto de ũa
achava digno daquele ofício, me determinei a
achava vergonhoso, trabalhava sempre por
Achava-me gordo, nédio, luzente e untado
achavam triste para librés, e ledo os enojados
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R. A. - O mesmo ouvi e creo; mas nunca
esta farsa em que todos andam, se não
E porque eu isto creo, como o considero,
horas da comida, lhe dei mil azos a mil
dos achaques e companhia dos
disse o ditado castelhano, que «solo Diós
com os velhos e os moços por ũa ladeira
cousas graciosas e que parecem feitas
que as trouxe tão desvairadas com meus
fidalgo biscaínho, com suas misturas de
uns felpudos desalmados, destes que
à ociosidade nenhum adjutório. A uns
horas na ponta da unha porque, com ela,
penosos cuidados que há tantos anos me
R. C. - Pois
R. C. - Mas
o meio dia. Era alta noite quando apenas
porque naquela casa, não se costuma
sabendo que este era o sinal para que lhe
que não vivo, como vós, das portas
R. A. - Pois
R. C. se vêm diante de muitas figuras ou
tal vez de seu cómodo e tal de seu
cousa é que as figuras vão atrás ou
não dar à gula nem à ociosidade nenhum
de poder tomar ofício. Mas, sobretudo,
[RF31] Mas, ó senhor,
os relógios todos nos crem e nenhum nos
quis dizer que aos ministros todos os
matizes e tauxias de que neste tempo se
para representarem suas figuras, os
Lembra-me ouvir contar no meu
as horas muito a suas horas. E porque o
R. C. - E o tacanho
me conforta é que por isso são figuras.
mais que eu não sairei de aqui sòmente
não contentes de serem tintureiros de
para que ali se domasse a fúria dos
avogo esta vez por ela, sendo seguro da
adentro com a Igreja, sempre lhe fui
hora, contudo havia ministros tão meus
horas da vida. Reservam todas para si
o que diz a gente que passa, donde
sua eloquência contra o relógio,
sobre sua conciência a minha verdade,
dizer sim ou não, tendo as brancas por
R. C. - Bem afirmou, logo, o que
R. C. - Bem
Vendo-se, pois, o triste homem tão
azaram tantos males. A isto vim, nesta
os dentes com o exercício, as cordas nos
Os moços, porque são de ordinário sãos,
é a que val mais cara. Parecer-vos-á
Conforme ao que me dizeis, estou
respondia, correndo: «si senhor, isto
emendar-te, que é manha dos mestres de
e em vir passar esta vergonha que
passadas, da mesma maneira ouve
R. A. - Dizia eu
R. C. - Ainda
realça, levanta e ilustra de tal modo que
já sei como hei-de ser relógio, que até
achei quem me declarasse a rezão. Se vós
achem enganados uns nem outros. Pois se os
acho cousa indigna de homem prudente (quanto
acidentes de mal de estâmago e de ourina e, tal
acidentes próprios da velhice. Senão, dizei-me
acierta a reglar con regla tuerta». Enfim, era
acima. Os moços, porque são de ordinário sãos
acinte, nisto da hora de cada um. Que me dizeis
acintes que muitas se queriam mudar de bairro
aço de Milão, cavaleiro lombardo.
acodem às igrejas ao domingo por cumprimento
acomodados que tem como por onzeno
acomodava como queria a mão do seu
acompanham ou, por melhor dizer, me
acrecentai-lhe que morreu ministro do maior
acrecento que, do mesmo modo, é cativa
acudia com as seis ou sete.
acudir aos remédios senão depois que os danos
acudissem a falar seus galantes. Logo em vendo
adentro com a Igreja, sempre lhe fui afeiçoado
adeus, amigo.
Adeus; e ũa só cousa te peço que leves para
adiantadas a outras. [RF54] Mas o que me
adiantamento, pois é certo que, para se
adiante. Figuras
adjutório. A uns acomodados que tem como por
admirado me tem essa vossa relação. E como
adonde vou que, deixando (como a princípio vos
adora. Por isso, o pintor, agudamente pintando
adoram mas ninguém os crê.
adornam, todos somos sujeitos ao mugre e à
adornou a ambição ou a soberba.
adro a certo velhustro que nele era muito
adro da minha igreja já de ab initio não é mais
adulador que, no fim de mil tempos de servidão
Adverti que, já neste sentido de que nenhum
advertido mas consertado para sempre, pois
afectos, o querem também ser das horas e cada
afectos, se deminuisse a sobejidão do amor da
afeição que vos deve. Porém, vós, em tudo não
afeiçoado e, por parte dos metais, ainda sou
afeiçoados que tomavam sobre sua conciência a
afim de as dispenderem, vãmente, em seus
afirmam que lhes não falece a reposta de seus
afirmando que não eram as onze, e que tal
afirmando que nunca tão ajustado andara, como
afirmativa e por negativa as negras. Porém
afirmava não trazia o relógio na algibeira
afirmou, logo, o que afirmava não trazia o
afligido, apelou da violência para a indústria
afronta me vejo. Notai como anda a nossa Corte
afrouxam com a continuação e, no cabo, não há
ágeis e robustos, a sobem de um fôlego. Os
agora bem um saio de arbim de espadas? Ou um
agora crendo que nos mais relógios se não
agora é verdade, que o passado era mentira».
agora. E então, despois de lhes deixares fazer
agora está passando por nós outros. Vede como
agora estas horas e as esquece, que esqueceu e
agora (já que nós podemos tanto) se lhe seria a
agora lá estivera e fora muito por minha
agora nos parecem altos montes, agora
agora o não sabia.
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R. A. - Lembra-me
R. C. - Até um livro me dizem que saíu
ninguém nem saibam estes rapazes (que
a velhice faz este próprio ofício e vede
remediar. Porque, considerai vós
que agora nos parecem altos montes,
Mais horas tivera então um dia que
reis e as princesas? Pois isto mesmo é
R. A. - Grande caso!
R. C. - Sem embargo, a
do alto céu, do qual não há apelação nem
Desembargador dos
desenganados escondidos pelas tocas
da língua dos que a não falam, é como a
que este: «arrenego de meu pai se desta
R. C. - Fígados há aí tão danados que da
A cegos rezadores, homens de almas,
e nenhum nos adora. Por isso, o pintor,
e logo mortal pela sesta. O mesmo ferro
nisto, eis que vemos que, retirada a
lá em certa alagoa de minha aldea. Veo a
se defendia, deu um pequeno almoço à
o que lhe vi suceder a um cágado com ũa
me retinis a letrado, relògiozinho de por
Nas audiências del rei, aí era homem e
boca pequena. Nas audiências del rei,
mas os mesmos acertos, porque por
lhe faltava à gente que fosse de cera? De
nas ourelas dos tronos, que não estarão
a doudice pesada a peso de ouro; e de
R. A. - Vilão sou; não há
R. C. - Eis
R. C. - Fígados há
R. A. - Ora de
viam recolher cedo contra seu costume,
impulsos ao cutelo do carniceiro; e
felicidades humanas em meio delas, se,
do nascimento e da morte dos justos e
com pedras negras; e como
à claridade? Da mesma maneira, e
medra; porque, fiados no relógio que
já é, não cuida de ser; e tudo aquilo que
R. C. - É nobreza de coração e
R. A. - Certo que,
R. A. - Si, senhor,
a Deus por tão grande mercê, porque,
os arquitectos queriam obras para si,
a seda do costume e a que se costuma,
fui afeiçoado e, por parte dos metais,
venham curar, senão de que cuidem que
R. C. maneira: nunca dava hora com hora.
relógios da Cidade, me deram por
minha verdade, afirmando que nunca tão
por isso, o mundo [RF52] andava tão
a um cágado com ũa águia, lá em certa
Nada lhe valeu até lhe mandarem
fim de mil tempos de servidão, [RF62]
de engenho de nora, donde os homens são
alimpavam os pés à conversação da Universidade de Coimbra que da
Nesta
Quem tal fizera crer ao senado da minha
agora, por isso que ides dizendo, o que lhe vi
agora que chamam «Hora de todos», que, com
agora se costumam) donde me tem para me
agora se foi castigo ou mercê da natureza
agora se um homem bailasse à hora de comer, e
agora soberbos edifícios, tal vez rios
agora um ano!
agora um sesudo.
Agora digo que não samos os aldeãos os mais
agradável presença é como sobrescrito de boa
agravo. Certo vos digo que, se os grandes
Agravos, Juiz da
agrestes.
água do Chafariz d'El-Rei que, por correr por
água me não molho!».
água pura e clara fazem peçonha.
aguardenteiros e vendedeiras, enfim, a toda
agudamente pintando um relógio às avessas
agudo dá vida na hora que abre a postema, e
águia com sua presa sobre ũa serra, não fazia
águia e, de repente, o levantou nas mãos, não
águia faminta e atreiçoada.
águia, lá em certa alagoa de minha aldea. Veo a
aí além! Dizei vosso dito.
aí era a sua total desesperação deles, porque
aí era homem e aí era a sua total desesperação
aí hão-de começar a emendar-te, que é manha
aí, má hora, vem o ordinário descontentamento
aí menos em seu lugar do que os homens
aí nace que são mil as castas de nossas teimas
aí negá-lo, que é a peor das vilanias.
aí o maior engano dos mortais; porque a velhice
aí tão danados que da água pura e clara fazem
aí vem que das cousas que há no mundo mais
aí vos gabo eu que tinha as bênçoas certas. Tal
ainda da criança mais bem criada, dizem as
ainda depois de gozadas e depois de perdidas
ainda dos pecadores. E assim ouvimos (como eu
ainda hoje [RF63] nas confrarias se usa dados
ainda muito mais necessária, interpôs a
ainda não dera ou sim dera, os fazia recolher
ainda não é, de nenhũa outra cousa cuida. Donde
ainda proximidade não deixar perseverar a
ainda que esta vinda me não importara mais que
ainda que indigno.
ainda que não vivo, como vós, das portas
ainda que para os outros fossem de
ainda que seja de ruim lei e feitio, é a que val
ainda sou parente muito próximo dos sinos da
ainda tem cura...
Ainda agora lá estivera e fora muito por minha
Ainda os louros raios do sol não pungiam nos
aio um mentecato. Vede que gentil censor
ajustado andara, como então, o Relógio do Paço
ajustado, porque a gente se governava por tal
alagoa de minha aldea. Veo a águia e, de repente
alcaides à porta. Vendo-se, pois, o triste
alcançou o ofício por maus meos, do qual indo
alcatruzes: uns cheos, outros vazios, uns no
alce Deus sua ira! - então começava o diabo do
aldea de Belas.
aldea, em 20 de Setembro de 1654.
aldea?
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no céu (ouvi já aos astrólogos da minha
ũa águia, lá em certa alagoa de minha
um Relógio da Cidade e Outro da
um Relógio da Cidade e outro da
R. A. - Zomba V. M., porque me vê
caso! Agora digo que não samos os
R. A. - Não quisera eu ser
R. A. - Muito me
de algũa gente antiga que aos dias
ouvir-vos, eu dera por ditosos os
dará de prazo ou espera um só instante
retinis a letrado, relògiozinho de por aí
contando e descontando os próprios
R. C. - Por isso se diz que não há
a Pedro de Malas Artes, Gusmán de
as nove. Não há carreira de lebre do
o que afirmava não trazia o relógio na
-; porque, desde que teve jeito de ser
de cousa, figura e cifra de
rezão. Se vós, porque de tudo entendeis
diz nada. E, sem me dizer a mim cousa
dão os sucessos, como já foi costume de
tornava as serpentes em flores, até que,
a curta valia desta obra. Quanto ela
não há neste mundo cousa tão abatida que
fanforrice que o ditoso não queira
cada dia nos parece azul, não tem cor
é a memória vendo-se solta. Quando
da vida não só com conformidade mas,
todo o animal tinha entrada. Se isto
ter. Muito hei visto; e, se vos servem
queixam do mundo, quando lhe vem fazer
C. - Assim como me dava o faro de que
ao soalheiro, sucedia que, quando
- quanto mais que não faltará aqui
tudo entendeis algũa cousa, ouvistes já
Donde, em nossos tempos, já houve
a todos os viventes, para que não haja
Porventura, porque se não entremete
sábios requestaram a hora da morte, e
se fiar nas faltas do seu relógio. Porque
falsa em que lhe faz mercê da comenda
sujar-se. E, então, porque pela culpa
fica-lhes mais perto aprovar a parvoice
sempre, sem que se possa perder nem
sem dúvida tenho mão para bargantes e
R. C. - Antes
a velhice entre a vida e a morte para que
capuzes. Pois sucedeu que passou por
que é quando podem ser. Também
lhes deu Deus entendimento que negou às
lastima e maltrata ao próprio que a
já toma entojo ao leite que por tão suave
o seu meio dia, a cujo som os ouvintes
R. A. - Pelo menos, grande
de pérolas, boca de rubis, dentes de
pérolas desmaiam, os rubis descoram, o
que tomar-me a mim em corpo e em
horas sobre eles. Punha-se-me ũa
o Relógio. A cegos rezadores, homens de
com que se defendia, deu um pequeno
por teima de que seu vizinho não seja
cornos da lua em os de seus exércitos.
aldea) são os planetas bons e maus segundo o
aldea. Veo a águia e, de repente, o levantou nas
Aldea
Aldea
aldeão. Pois também lá dizem que cantam as
aldeãos os mais mofinos, vivendo em perene
aldemenos o relógio que tal hora lhe desse.
alegrastes com tão alto discurso. Certo que não
alegres e ditosos contavam com pedras brancas
aleives que cá me trouxeram, quanto mais que
além de aquele que lhe está assinado no livro da
além! Dizei vosso dito.
alentos que respira, sem lhe querer relevar o
alfaiate bem vestido. Nunca vereis menos
Alfarache e Pablilhos el Buscón. A estes
Alfeite tão gostosa como eram para mi as
algibeira [RF42] mas no estâmago. E tal houve
algũa coisa, o guardei para vo-lo apresentar
algũa cousa. Esta diferença haveis de saber que
algũa cousa, ouvistes já algum prègador que a
algũa, ferrolha a porta e vai-se. Confesso-vos
algũa gente antiga que aos dias alegres e
algũa hora, cansado de brincos, reduzia anjos
algũa [RF32] hora montar na estimação de
algũa hora se não veja levantada. A roda que se
algũa hora ser mofino, persuadido de que as
algũa. O ofício dos olhos é ver e chorar e
algũa ponderosa obrigação a não oprime, tudo
algũa vez, com alvoroço. Donde se viu que
algũa vez foi verdade, na imaginação dos
algũas das minhas observações ou desenganos
algũas rapazias, porque não tem paciência para
algum bacharel impertinente estava marcando
algum de aqueles poltrões ia enxarceando ũa
algum linajudo que, a troco de quatro réis, vos
algum prègador que a desse, correi pela
algum tão desapiedado que disse não havia
algum tão impaciente que desespere de saber a
algum vizinho, trabalhará bem o batifolha no
alguns da gentilidade bàrbaramente a
alguns há que não cursam com estrondo e são
alhea, el-rei lha concede e dá com ele ao pé do
alhea eu não sou a mesma pontualidade, em
alhea que descobrir a própria.
alhear. Por isso se diz, vulgarmente, que tudo
ali fazia das minhas. Achava-me gordo, nédio
ali são mais cadimos.
ali se domasse a fúria dos afectos, se
ali um rei com um tabardo da mesma cor. Não
ali vive o batifolha junto do sapateiro
alimárias, a quem deu menos, porque delas não
alimenta. Depois, digo, prossegui este papel
alimento até então recebia. Fazei conta que a
alimpavam os pés à conversação - alce Deus
alívio é para nós o sabermos sem dúvida que
aljôfar, colo de cristal? Pois, em se
aljôfar se perde, o cristal estala, e tudo muda
alma e chimpar-me na metade da torre do Paço
alma nova ouvindo-lhe trocar [RF48] os
almas, aguardenteiros e vendedeiras, enfim, a
almoço à águia faminta e atreiçoada.
almotacel no couto de Leomil, vem a pé
Alojem os sábios ministros (segundo vemos
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Oriente já eu escascava o meio dia. Era
fazer outra torre maior e mais
o não seja. Estátuas vemos de barro
sem dúvida que cada cousa, por nobre e
que se guarda na Torre do Tombo do
vasilha ou do ar corruto que me deu no
os detinha entre os lançóis, até ser
R. A. - Muito me alegrastes com tão
esbombardeeis, que, como estejais em
crido que não há cá relógio, por mais
outros vazios, uns no fundo, outros no
R. A. - Juro pelo
de tal modo que agora nos parecem
os baixos pagam os encontros dos
peor as casas dos príncipes: novidades,
que estranhei vendo-me naquelas
parado, encomendaram-me a um
senão de escárnio e jogo da gente, ou
com conformidade mas, algũa vez, com
os gatos são pardos, até de dia todos os
monção e para tudo faltos de horas, me
quiseram mais os vizinhos do lugar para
atafona, porque, às muitas voltas que os
do desprezo com que nos tratam, podiam
toca o beiço da criatura e gosta o sabor
fazer sapatos, ou o sapateiro na arte de
suas figuras, os adornou a
ser bom seu pensamento, indo sempre
a sua terra, e por dois magustos que
lhe constituem, que hoje lhe dão e
que hoje se representa muito magnífica,
R. C. - Pois,
em vossas mãos, ũa de mestre, outra de
amores com o meu merecimento. Tende,
que não sei como sou vivo. De sorte,
R. A. - E tu,
R. A. - Pois adeus,
R. A. podiam amar-nos pelos mais fiéis
desonrados ele e seu compitidor, ei-los
tendo cada pessoa mais inimigos que
tornam defeitos próprios aqueles que os
afectos, se deminuisse a sobejidão do
[RF35] com a vontade com que o mesmo
vos falo verdade, que jamais andei de
o corte não é do mesmo pano que a
dos tribunais. E suposto que as
e não se me dar de nada. Assim o fiz e
escançado que, sendo eu dos mais [RF36]
vim, nesta afronta me vejo. Notai como
me perdoasse. Parece que só para mim
vereis menos cortesia que na corte.
que cantam as moças: «Relógio que
termos sem cunhos nem cruzes, que se
descontentamento em que todos
do tempo esta farsa em que todos
será satisfeito. Não só as rodas me
ser mofino, persuadido de que as boas
que, querendo voar por donde basta ir
lhe respondeu: «ora folgo, por me não
muito má figura conheço eu que as vi já
boas andanças são morgado que haja de
me dizeis a outro velho, rico, encartado,
alta noite quando apenas acudia com as seis ou
alta - que isto é o que tem de peor as casas dos
altamente prezadas ou, ao contrário, as de ouro
altiva que seja, tem sua hora, como vamos
alto céu, do qual não há apelação nem agravo
alto da vaidade, brevemente comecei a fazer
alto dia. Desesperavam-se de que eu os
alto discurso. Certo que não havia sabido que
alto estado, eu vos fico que nem por isso tina
alto que ele viva, que, por forrar de
alto.
alto sol que nos governa e assim eu me veja
altos montes, agora soberbos edifícios, tal vez
altos, que é justiça de canhoto ou esquerda
alturas, crecenças e mudanças - e que mudasse
alturas e que, como pregador sáfaro, me
alveitar que vivia junto de mim, o qual aceitou
alvo da perseguição e o negro da zombaria; e
alvoroço. Donde se viu que muitos sábios
amadores são cegos. Mais moços tenho
amaldiçoavam pela boca pequena. Nas
amanhecer em casa do chatim e levar o pano às
amantes lhe fazem dar, o coitado endoudecera
amar-nos pelos mais fiéis amigos e servidores
amargoso, já toma entojo ao leite que por tão
amassar ouro? Por menos mal tivera deixar de
ambição ou a soberba.
ambos correndo à trocada: eu, desmentido das
ambos merendam, depois de mui bem
amenhã lho tiram. De modo que quem lho
amenhã se representa miserável. Mas então eu
amigo, encostai o pejo, e descalçai a vergonha
amigo. Não perigará em nenhũa, sendo certo que
amigo, por certo que, assim como todos os
amigo, que as mentiras e trapaças de aquele
amigo, que ganhas em desenganar o mundo, que
amigo.
Amigo, não vos canseis que se não pode já ser
amigos e servidores, dos quais vão sempre
amigos. Pois que vos [RF47] parece? Será
amigos, sempre eram mais os que a criam que
amigos uns aos outros dessimulam. Fará, pelo
amor da vida, e o homem fosse perdendo o
Amor não atina? Donde eu cuidei já que, por
amores com o meu merecimento. Tende, amigo
amostra.
ampulhetas ou relógios de [RF46] area me
amuei-me de feição que, nas vinte e quatro
anciãos relógios da Cidade, me deram por aio
anda a nossa Corte bem governada!
anda o mundo concertado!
Anda o mundo desconcertado e o peor é que nos
andais errado, que não dais as horas certas!».
andam metendo de gorra nas conversações com
andam [RF59] por se verem ser de um metal
andam, se não achem enganados uns nem outros
andam todas ao redor, ou me desandam, mas a
andanças são morgado que haja de andar em sua
andando, venham a resvalar e precipitar-se
andar a vestir e despir todos os dias».
andar atrás doutras muitas figuras,
andar em sua família para sempre, sem que se
andar muitos anos sem querer dotar a sobrinha
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RF30
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no sino para baixo, é a que deve
afirmando que nunca tão ajustado
e se à sombra à hora do soalheiro, se
e sobejava para o seu sono. A cidade
dele; e que, por isso, o mundo [RF52]
consertado porque, por falta de relógio,
crede que vos falo verdade, que jamais
de que os mais relógios da terra
se entremeta a ervilhaca e joio desses
não fazia mais que levantar o triste do
Julgavam por grande ventura que um
donde, por não ter portas, todo o
algũa hora, cansado de brincos, reduzia
que o bom do meu vizinho derretia os
ou menos cansados, chegam ao fim do
R. C. - Olhai, no cabo do
e enfim, enfim, lá sobem também. O
R. C. - Cada
horas tivera então um dia que agora um
homem casado com mulher brava e ciosa
me pareceu foi o que ouvi há muitos
dos penosos cuidados que há tantos
ouvi: penduraram-me [RF40] há trinta
R. C. - Ora sabei que os
para bodas nem mortuórios, havia mil
passado muitos dias, semanas, meses,
velho, rico, encartado, andar muitos
quiseram muitos para o jantar de muitos
a mercê melhor. Mas, se a justiça se faz
se foi castigo ou mercê da natureza
e alguns da gentilidade bàrbaramente a
vos suceda. Sede relógio, como vossos
o mestre relojoeiro tal entendesse,
era a própria diligência. Quatro horas
R. C. - Não;
o despacho se continuava até as onze,
C. - Vindes tão sabedor que me pareceis
muito crecidos não podem ser maiores,
sobressaltos e ingratidões, se não fora
R. C. de quem havemos de ser julgados!
R. C. Destrocou-nos, tornando cada um a sua
como já foi costume de algũa gente
Pois, se assim é, bem disse logo o outro,
eu a V. M., para ser tão grande e tão
R. C. - E outro mais
Ao Doutor
Jamais me untou as rodas, pelas untar
ou a lua, e nada de tudo aquilo prejudica
nada em comparação do que lhe sucedia
vemos de barro altamente prezadas ou,
de que me gabe ou me desculpe, fugindo
bem medrada é que faz maiores impulsos
destes que acodem às igrejas
por canos de enxofre, sempre faz mal
todos, mais ou menos cansados, chegam
por eles, e assim vivem sempre
ao homem só o envestem seus inimigos,
Persuado-me que, do próprio modo que
com sua revolução. Deram-lhe na trilha
gosta o sabor amargoso, já toma entojo
contra mim, tudo era lançar a culpa
andar por baixo de tudo sem aparecer?
andara, como então, o Relógio do Paço; que
andasse à hora de estar parado e se parasse à
andava revolta com sua revolução. Deram-lhe
andava tão ajustado, porque a gente se
andava todo o Paço sem conta nem peso nem
andei de amores com o meu merecimento. Tende
andem tão atilados que vós, em sua comparação
anexins próprios de regateiras.
animal e deixá-lo cair nas pedras vivas até que
animal tão para pouco fosse assim sublimado à
animal tinha entrada. Se isto algũa vez foi
anjos, carrancas, flores e serpentes a tochas
anjos e fazia deles carrancas; outras vezes
ano, ao termo e cume desta costa. E porque eu
ano, ditosos e mofinos todos ficam iguais. Para
ano é esta calçada longa e áspera de passar. Os
ano mo declaravam a mi e aos mais ouvintes os
ano!
anoitecia fora de casa na conversação escusada
anos, bem longe de aqui, e me lembrará para
anos me acompanham ou, por melhor dizer, me
anos, não sei se é cheminé ou campanário a
anos passados deu ũa desenteria ao Relógio do
anos que estava na tenda: porque os noivos o
anos, que são os bancos da escola da
anos sem querer dotar a sobrinha, no cabo
anos. Tomei por devoção não dar à gula nem à
ante tempo e fora de horas e a mercê fora de
anteceder à morte a velhice, ou se seria melhor
anteciparam, por se verem livres das
antepassados; e, se acaso vos achardes filho de
antes de ser colhido na trapaça, foi e [RF53]
antes do [RF49] dia os mandava esguichar pela
antes entendia que ao rei e à República fazia
antes que fossem bem dez já vinha com elas
antes Relógio da Universidade de Coimbra que
antes, se se abalam, é só para a ruína; os que
antes ser badalo nas choupanas do Porto de
Antes ali são mais cadimos.
Antes fora caveira de relógio, se na minha mão
Antes já ouvi dizer a um pregador, na minha
antiga casa. Porém, é muito para notar que eu
antiga que aos dias alegres e ditosos contavam
antigamente, que «na doudice só consiste o
antigo cortesão, de quem a fama publica mil
antigo que este: «arrenego de meu pai se desta
António de Sousa Tavares,
ao carro de seu proveito; jamais me limpou
ao céu. Pagam os campos, as sementeiras e tal
ao coitado do verdadeiro Relógio Palatino que
ao contrário, as de ouro valem pouco, quando
ao costume dos mais que, a cada passo, em o
ao cutelo do carniceiro; e ainda da criança mais
ao domingo por cumprimento, se em vez da
ao fígado.
ao fim do ano, ao termo e cume desta costa. E
ao gosto de seu gosto. Boa ordem! E então, que
ao homem só o assaltam seus pensamentos
ao homem só o envestem seus inimigos, ao
ao inocente mas não ao pecador que, pondo em
ao leite que por tão suave alimento até então
ao maldito Relógio do Paço que os enganara
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que sabem disso, está mais treita
R. A. - A esses tenho inveja porque,
pena pelas leis (ou se lhe não executa),
tinha as bênçoas certas. Tal havia que
tempo se adornam, todos somos sujeitos
de mandato, e sirva de maior realço
a dispensação de Roma e morrer ele
em vendo que falavam, dava de esporas
alhea, el-rei lha concede e dá com ele
Deram-lhe na trilha ao inocente mas não
R. C. - Vamos
tudo e, no cabo, lastima e maltrata
ou desaproveitadamente? Conforme
Não só as rodas me andam todas
R. C. - Não; antes entendia que
E o mau ministro que, depois de enganar
e mentira; sucedendo-lhe ao revés
que os anos passados deu ũa desenteria
R. A. - Que lhe doía
de um ministro, pintou um relógio
mesma fraude e mentira; sucedendo-lhe
horas. Mas que será se tudo isso for
R. A. - Quem tal fizera crer
vadios, de verão à sombra e de inverno
à hora do descansar, se se pusesse
menos cansados, chegam ao fim do ano,
despachado como quis e nunca mais viu
posto em ruim parte influi nocivamente.
R. A. cozida. Foi o diabo meter em cabeça
em que o vemos. Até no céu (ouvi já
me perseguem. Comparo eu a memória
já foi costume de algũa gente antiga que
e merecidas como as que fazeis
desordenada e sùbitamente das calmas
nos corre a ferrugem pelas rodas, como
de sua morte. Por esta causa, quando
R. C. - Cada ano mo declaravam a mi e
bradaram os sábios e os santos, e
gasta o que tem, cansa a el-rei, mata
um relógio às avessas, quis dizer que
R. C. - Quem queres tu que tape a boca
que assim como os ministros se fazem
lisonjeiros se façam aqueles que não são
próprios aqueles que os amigos uns
tende mão no martelo e tomai um refego
naquela casa, não se costuma acudir
ditosos contavam com pedras brancas e
com madrugadas o seu próprio ofício.
da Índia com bons ou maus propósitos ou
vereis que se contente com ficar baixa e
é a que deve andar por baixo de tudo sem
que, em quatro horas, não acabaria de
R. A. - Não se fie de
e depois de perdidas, custa tanta dor seu
velhice. Senão, dizei-me: quem poderia
não é seguro em os que como nós estão
Nosso Senhor! - não faltava mais que
se costumam) donde me tem para me
do Tombo do alto céu, do qual não há
pois, o triste homem tão afligido,
o meio dia. Era alta noite quando
ao mau olho. Se pudera escolher a minha sorte
ao menos, está em sua mão deixarem de ser
ao menos eu lhe queria dar aquela que podia. Já
ao meu consertador julgava digno de um hábito
ao mugre e à ferrugem. Gastam-se-nos com o
ao ofício e nome das horas confessar um tal
ao outro dia?
ao passeo e, em meia hora de conversação
ao pé do pelourinho? Não vale nada esta hora?
ao pecador que, pondo em pés de verdade suas
ao ponto. Como vos fizestes doudo? Ensinai-mo
ao próprio que a alimenta. Depois, digo
ao que me dizeis, estou agora crendo que nos
ao redor, ou me desandam, mas a mão, a
ao rei e à República fazia grande serviço
ao rei todo o tempo de sua valia, quando lhe
ao Relógio do Paço que, em subindo a seu
ao Relógio do Paço, tão desordenada que
ao Relógio Matropolitano?
ao revés: a campainha para baixo e os pesos
ao revés ao Relógio do Paço que, em subindo a
ao revés? Pois que direi? Se a justiça se fizer
ao senado da minha aldea?
ao soalheiro, sucedia que, quando algum de
ao sol à hora da sesta e se à sombra à hora do
ao termo e cume desta costa. E porque eu isto
ao valido nem lhe tirou o chapéu. Toparam-se
Ao contrário, também quando o mau se acha em
Ao Doutor António de Sousa Tavares,
Ao que vós estais nela.
aos arquitectos del rei que lhe pedissem
aos astrólogos da minha aldea) são os planetas
aos bugios (perdoai tão baixa comparação com
aos dias alegres e ditosos contavam com pedras
aos fidalgos da Beira, ouvi-las-ei eu de muito
aos frios e dos frios às calmas? Se entre o dia
aos homens o sangue pelas veas.
aos mais distraídos lhes morde no peito aquela
aos mais ouvintes os varões apostólicos
aos mais valeu pouco. Da mesma sorte nos
aos ministros e, no cabo, volta-se a sua terra
aos ministros todos os adoram mas ninguém os
aos namorados, ou lhes acerte [RF35] com a
aos olhos do mundo aqueles que não são, assim
aos olhos dos ministros, para que, despois
aos outros dessimulam. Fará, pelo menos, certo
aos pesos, porque parece que ouço gente abrir
aos remédios senão depois que os danos são
aos tristes e desgraciados, com pedras negras
Aos lampeiros me fazia preguiçoso e, confiados
apalavrou lá, em seu lugar, mestiça, filha de
aparada: ou se levanta ou se seca. As grandes
aparecer?
aparelhar e se neste ponto o bom do relógio
aparências, senhor Relógio, porque dessa
apartamento? Vem [RF60] então a velhice, a
apartar-se liberalmente das felicidades
apeados, por aquela regra de «mouro, o que
apedrejá-lo!
apedrejarem.
apelação nem agravo. Certo vos digo que, se os
apelou da violência para a indústria. Vem e que
apenas acudia com as seis ou sete.
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bem dez já vinha com elas. Durava
de ser colhido na trapaça, foi e [RF53]
não sei que feitiços nos dá a solidão que,
o crédito do contrário duvidoso. Isto
desmentido das minhas verdades, ele,
para o
que não fosse de vós ũa lembrança. Do
do tempo; e eu, desenganado de seus
O primeiro fim com que escrevi este
e que em nossa mão não está mais que
de ourina e, tal vez, a muito reverendas
capitães tenham (como costumam), por
a mi e aos mais ouvintes os varões
de ser algũa coisa, o guardei para vo-lo
voltou o cavalo para donde ele vinha.
Nem ela espera de vós mais que a
ũa só acção vos peço voto, e seja para
mostra que sabe, fica-lhes mais perto
deve de ser, segundo os que eu via
R. A. - Não sei o que
R. C. - Estou vendo que te não
vida, por isso mesmo recebeu do Padre
não executa), ao menos eu lhe queria dar
em os que como nós estão apeados, por
aos mais distraídos lhes morde no peito
que as da malícia, ou sempre
horas e as esquece, que esqueceu e ouviu
R. C. - Muita graça tinha
prazo ou espera um só instante além de
amigo, que as mentiras e trapaças de
do mundo; donde é para notar que
que se lhes mostravam; e assim, estes e
a fazer. Cansado ofício temos: julgar a
que nas histórias que me contastes de
quem os despeça de sua larga companhia;
soalheiro, sucedia que, quando algum de
[RF32] hora montar na estimação de
não são, assim os lisonjeiros se façam
ministros se fazem aos olhos do mundo
certo que se tornam defeitos próprios
Pois se os grandes mostram que não são
vejam também que nem os pequenos são
cá os doudos os olhos da cara. Val
- Tente mão: já sei que vos trouxeram
campainha - quanto mais que não faltará
o que ouvi há muitos anos, bem longe de
observações ou desenganos, pedi que
se derigiam a vós sòmente, não pus
logo atalharia meus desconcertos. De
quanto mais que eu não sairei de
que vos diga? A primeira vez que
dessimulam. Fará, pelo menos, certo
tendo cargo de saber e de querer obrar
eclipsa-se o sol ou a lua, e nada de tudo
aquilo que já é, não cuida de ser; e tudo
deixam, e depois olho e vejo-a ficar em
até que se estiram. Enfim, tudo
tenha por boa e que não tema de que o
com a palavra na boca e a mesura no
fosse disto ou do saibo da vasilha ou do
lhes morde no peito aquela saudável
apenas uma hora o expediente dos tribunais. E
apeou-me quando eu estava no melhor do meu
apesar de esses inconvenientes, quem ũa vez a
apeteces? Isto solicitas?
aplaudido pelas suas mentiras.
aplauso do vulgo.
aplauso vos desobrigo e até da censura; porque
aplausos, vendo-me velho e com os pés para a
apólogo foi só por divertir-me dos penosos
APÓLOGO DIALOGAL PRIMEIRO
APÓLOGO DIALOGAL PRIMEIRO
apontar e dar sinal a qualquer dos executores
apoplexias, donde, de ordinário, os glutões vem
aposento, os perigosos cornos da lua em os de
apostólicos, segundo o sentido moral, místico e
apresentar. Pouco vai em que vá errado se há
Apressou o seu o requerente, trotou... trotou o
aprovação por exercício. Os fortes capitães
aprovar a eleição que fiz de vosso nome, por
aprovar a parvoice alhea que descobrir a
aproveitados desde a minha torre, quando Deus
aproveitará, porque esse livro lêm os homens
apupariam por dar mais de seu direito.
aquela hora da morte para Si sòmente e lhe
aquela que podia. Já como eu soubesse que
aquela regra de «mouro, o que não podes haver
aquela saudável aranha da consciência, sempre
aquelas o são e estas nunca. A ninguém se pode
aquelas que passaram. Pois em verdade que
aquele escolar que consultava à candea que
aquele que lhe está assinado no livro da vida
aquele tacanho eu hei-de ser quem as pague! A
aqueles baixos materiais que em si não são
aqueles (como comediantes), cada qual em seus
aqueles de quem havemos de ser julgados
aqueles dois relógios tão principais do Cabido e
aqueles não se conformam com que lhes falte a
aqueles poltrões ia enxarceando ũa patranha
aqueles que lhe podem dar preço, a vós se deve
aqueles que não são aos olhos dos ministros
aqueles que não são, assim os lisonjeiros se
aqueles que os amigos uns aos outros
aqueles que se fingiam, vejam também que nem
aqueles que se lhes mostravam; e assim, estes
aqui a doudice pesada a peso de ouro; e de aí
aqui à força. É mais que isto?
aqui algum linajudo que, a troco de quatro réis
aqui, e me lembrará para sempre.
aqui me tendes.
aqui palavra que não fosse de vós ũa lembrança
aqui procedeu que o pobre ferrador, empregado
aqui sòmente advertido mas consertado para
aqui vim curar-me, encontrei cá o Relógio da
aquilo de que eu mais necessito; que, como
aquilo de que lhe pedem conta.
aquilo prejudica ao céu. Pagam os campos, as
aquilo que ainda não é, de nenhũa outra cousa
aquilo que dantes era, e às vezes menos, e não
aquilo que já é, não cuida de ser; e tudo aquilo
ar a espedace e feneça para nunca mais ser
ar a um ratinho, dera quanto se vê do meu
ar corruto que me deu no alto da vaidade
aranha da consciência, sempre lhes ouvimos
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Parecer-vos-á agora bem um saio de
flores e serpentes a tochas, que
que as ampulhetas ou relógios de [RF46]
ou sino de cortiça na charneca de Monte
Para que é mais? Os mesmos números da
sentido de que nenhum dos caracteres de
sua hora e se à sua hora a for esperar a
cozida. Foi o diabo meter em cabeça aos
e mais soasse. Mas o caso era que os
R. C. - Arrebeçai,
R. C. (como se lá fosse estranho!). Eu ria e
os mandava esguichar pela porta fora,
R. C. - E outro mais antigo que este: «
murmurado. Sendo assim que nós já de
com procissão de gulodices custosas e
por onde diziam já dele os Foliões da
de fazer sapatos, ou o sapateiro na
levantar estátuas como a Pedro de Malas
a troco de quatro réis, vos enxira na
os pequenos são os que crecem. Nenhũa
rios caudalosos e tal vez fresquíssimos
o expediente dos tribunais. E suposto que
seu costume, aí vos gabo eu que tinha
algũa hora ser mofino, persuadido de que
corações e para dizer sim ou não, tendo
erguerem-se as tripeças, abaixarem-se
Alfeite tão gostosa como eram para mi
mais alta - que isto é o que tem de peor
a peso de ouro; e de aí nace que são mil
nas pedras vivas até que, quebrando-lhe
para que lhe façais observar
os dentes com o exercício,
do tempo provém de se não fazerem
que muitos dão, de se não poderem fazer
Por menos mal tivera deixar de fazer
Deus com os homens como as mães com
Ele, lá por baixo da capa lhe vai fazendo
são mais desculpáveis que
R. C. - Pois donde
badalemos limpo que as paredes ouvem e
altamente prezadas ou, ao contrário,
a bel-prazer, toda a sua vontade, toma
senão pelo do Paço, com que dava com
paciência para esperarem a ver como
queixa porque, se bem as faz, melhor
às sete horas; e, em sendo tempo de que
da vida. Reservam todas para si afim de
departindo outras nove horas. Eram já
não ouviam, ouviam então dar a ũa ou
a prata se marea, o ouro se denigre,
maneira ouve agora estas horas e
vez os homens, as paixões que passam
ter dele esta queixa porque, se bem
o senhor fulano as festas como ele
que assi desfizera o senhor fulano
da minha terra, mordomo de todas
pessoas sempre representam o que são e
São os conceitos como
R. C. - Si, grande cousa é que
Tem o costume dos abades: engordam
Donde procede trocarem os homens
«ide com as horas más», «vinde com
arbim de espadas? Ou um sainho de palmilha
ardiam até os cotos, e lá ia tudo! Tende por
area me desmentiam a cada hora, contudo havia
Argil. Mas não digas que eu to disse, ouves-me?
aritmética, que é a própria verdade do mundo
aritmética tem valor próprio, a uns chamamos
armada, [RF66] a nau chegará em boa hora a
arquitectos del rei que lhe pedissem mandasse
arquitectos queriam obras para si, ainda que
arrebeçai, que vos vejo com engulhos de
Arrebeçai, arrebeçai, que vos vejo com
arrebentava de os ver e de os ouvir e cada vez
arrenegando do desenfado e do relógio. Mil
arrenego de meu pai se desta água me não
arrependidos havíamos trocado os humores e os
arriscadas. Em me cheirando às filhós, em me
Arruda que assi desfizera o senhor fulano as
arte de amassar ouro? Por menos mal tivera
Artes, Gusmán de Alfarache e Pablilhos el
árvore dos sinos de S. Pedro in Vaticano. Fazei
árvore vereis que se contente com ficar baixa
arvoredos.
as ampulhetas ou relógios de [RF46] area me
as bênçoas certas. Tal havia que ao meu
as boas andanças são morgado que haja de
as brancas por afirmativa e por negativa as
as cadeiras. É esse bom governo do mundo? Se
as carreiras que eles davam para casa
as casas dos príncipes: novidades, alturas
as castas de nossas teimas. Cada qual se quer
as conchas com que se defendia, deu um
as condições deste contrato a que estou prestes.
as cordas nos afrouxam com a continuação e
as cousas a suas horas.
as cousas grandes logo em suas horas, e que
as cousas que fazê-las fora de suas horas. A
as crianças que querem desmamar: untam-lhe a
as culpas sumárias até que, chegada a hora em
as da malícia, ou sempre aquelas o são e estas
as dão as tomam, como dizem; e cada qual se
as de campanários nunca foram de segredo.
as de ouro valem pouco, quando informes.
as de Vila Diogo para a tua vila.
as demandas por esses trigos.
as desfaz. Porque ele não é como o escudeiro da
as desfaz.
as desse, eu dissimulava com o negócio até às
as dispenderem, vãmente, em seus
as doze quando eu despedia as nove. Não há
as duas horas - livre-nos Nosso Senhor! - não
as esmeraldas embaçam, as pérolas desmaiam
as esquece, que esqueceu e ouviu aquelas que
as estrelas no seu firmamento e os planetas em
as faz, melhor as desfaz.
as fazia! Este nosso mundo não tem, certo, essa
as festas como ele as fazia! Este nosso mundo
as festas, que nunca pagava; por onde diziam já
as figuras, como não são nada, nunca têm outro
as figuras que se vazam em moldes: sempre
as figuras vão atrás ou adiante. Figuras
as galinhas muito de seu vagar, e matam
as horas às cousas e, desta troca, todos os
as horas boas», «ũa hora muito fermosa»
RF34
RF49
RF42
RF64
RF64
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RF62
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RF44
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RF34
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RF59
RF63
RF62
RF55
RF49
RF39
RF51
RF68
«Relógio que andais errado, que não dais
porque, descompondo e fingindo sempre
foram relógios, quem se entendera com
como sacrificou a Seu Eterno Pai todas
tomam e gastam por sua conta todas
sobre a ligeireza com que passam
que para eles não corre o tempo nem
boa hora», «em má hora», «ide com
pontualíssimo em seus ditos, vindo com
E tal houve que disse tinha sempre
bacharel impertinente estava marcando
de Deus», «logo nessas horas», «
cousas que há no mundo mais faladas são
que às vezes me recolho e não dou
horas», «as horas peremptórias», «
- Não se desconsole V. M., que estas são
crepúsculo, que vista se averiguara com
que se houve Deus com os homens como
nem se defende, passa por ele e o deixa,
o senhor sineiro, a fim de lhe caírem
damas e a freiras, destas que celebram
sei como sou vivo. De sorte, amigo, que
me prezo de liberal, a troco de que
negativa as negras. Porém, nós, todos
aldeão. Pois também lá dizem que cantam
e à ferrugem. Gastam-se-nos com o uso
o azeite com que se temperassem. Pois
R. A. - Oxalá de essas houvera todas
as brancas por afirmativa e por negativa
sendo prontíssimo em dar meia noite
que o Relógio do Paço não podia ter dado
Eram já as doze quando eu despedia
esperança de interesse - bordão de todas
que o despacho se continuava até
o relógio, afirmando que não eram
já mais perto da hora de cada qual que
de aquele tacanho eu hei-de ser quem
as sementeiras e tal vez os homens,
Relógio da Cidade, badalemos limpo que
e o negro da zombaria; e tantas são
quem más manhas há tarde ou nunca
se denigre, as esmeraldas embaçam,
conheci já que ensinava às moças que
de palmilha, como já vestiram os reis e
forem tão sazonadas e merecidas como
e nas casas dos grandes senhores que
e o falsário será satisfeito. Não só
de meus descuidos. Jamais me untou
Era alta noite quando apenas acudia com
prejudica ao céu. Pagam os campos,
deles carrancas; outras vezes, tornava
que não cursam com estrondo e são como
grande sumissão, escassamente dava
Assim, vemos nela cada dia celebradas
todas empeciam. Pois logo eu a estas
vista se averiguara com as luzes ou com
querem também ser das horas e cada um
R. C. - Pois donde as dão
lhe deu a natureza, despindo os faustos e
com horas a tempo nem a horas!... Todas
R. C. - Já sei o que vem: erguerem-se
que a toda esta canalha fui falsário e que
R. C. - Vai-te embora, ora, com
as horas certas!».
as horas da comida, lhe dei mil azos a mil
as horas da nossa terra? Mais horas tivera
as horas da vida, por isso mesmo recebeu do
as horas da vida, só querem dar a Deus a hora
as horas do contentamento, vendendo-lhes eu
as horas fazem seu ofício, só porque não ouvem
as horas más», «vinde com as horas boas»
as horas muito a suas horas. E porque o adro da
as horas na ponta da unha porque, com ela
as horas para dar assalto em casa do regedor
as horas peremptórias», «as horas
as horas. Porque não há cousa na boca dos
as horas que havia de dar, só porque não
as horas sucessivas», «são horas», «a que
as justiças do mundo, donde há dias (como V. M
as luzes ou com as sombras, passando
as mães com as crianças que querem desmamar
as mais vezes, são e salvo.
as matinas baixas pela menhã, tudo era fazer
as meias noites com procissão de gulodices
as mentiras e trapaças de aquele tacanho eu hei
as minhas horas nunca fossem horas minguadas
as ministramos de ũa cor própria. A
as moças: «Relógio que andais errado, que não
as molas, quebram-se-nos os dentes com o
as mulheres e os criados destes, que os viam
as necessárias!
as negras. Porém, nós, todos as ministramos
as noites da quinta para a sesta, com o que
as nove horas (que é a taxa de todo o cativo do
as nove. Não há carreira de lebre do Alfeite tão
as obras -; porque, desde que teve jeito de ser
as onze, antes que fossem bem dez já vinha
as onze, e que tal relógio merecia queimado e
as outras passadas, da mesma maneira ouve
as pague! A fama de mentiroso ficará para
as paixões que passam as estrelas no seu
as paredes ouvem e as de campanários nunca
as pedradas que me tem tirado gentes a quem
as perde, ou fosse disto ou do saibo da vasilha
as pérolas desmaiam, os rubis descoram, o
as pragas rogadas das onze para o meo dia
as princesas? Pois isto mesmo é agora um
as que fazeis aos fidalgos da Beira, ouvi-las-ei
as quiseram muitos para o jantar de muitos
as rodas me andam todas ao redor, ou me
as rodas, pelas untar ao carro de seu proveito
as seis ou sete.
as sementeiras e tal vez os homens, as paixões
as serpentes em flores, até que, algũa hora
as serpentes que velam sem os olhos abertos
as sete. E, como também tinha entendido que o
as sete horas canónicas; assi, vemos fazer
as socorria com horas a tempo nem a horas
as sombras, passando intempestivamente da
as tinge à sua vontade; mas isso não lhes val.
as tomam, como dizem; e cada qual se
as tramóias com que, para representarem suas
as trazia em um vivo enleo e com o próprio
as tripeças, abaixarem-se as cadeiras. É esse
as trouxe tão desvairadas com meus acintes
as tuas horas. E leva crido que não há cá relógio
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ainda da criança mais bem criada, dizem
de muito má figura conheço eu que
lhes deu Deus entendimento que negou
o pintor, agudamente pintando um relógio
das calmas aos frios e dos frios
procede trocarem os homens as horas
custosas e arriscadas. Em me cheirando
felpudos desalmados, destes que acodem
tal hora? E velha conheci já que ensinava
cobertos, como mula de atafona, porque,
desse, eu dissimulava com o negócio até
tem como por onzeno mandamento jantar
deles, porque fazia de modo que, das dez
em casa do chatim e levar o pano
a outros e outras cachopas de S. João,
às quartas feiras, e da Virgem do Monte
meus sufragâneos se costumava a entrar
intempestivamente da claridade
gentes a quem eu o não mereço, que
vejo-a ficar em aquilo que dantes era, e
R. A. - E
R. C. e mata na hora que dá a estocada.
e aparada: ou se levanta ou se seca.
de saber que vai de figuras a pessoas.
também. O ano é esta calçada longa e
envestem seus inimigos, ao homem só o
estava marcando as horas para dar
em breves dias, porque diziam eles que
(como costumam ser) vão devagar,
partido! Consenti-me tornar atrás; e,
diziam já dele os Foliões da Arruda que
dia celebradas as sete horas canónicas;
sempre a Fortuna pintora de pausagens.
das Chagas, que com ninguém se mete!
eu gato por lebre, cada noite. Porque,
os homens estes enganos, ordenando que
Tende, amigo, por certo que,
R. A. - Pois, se
são aqueles que se lhes mostravam; e
A. - Juro pelo alto sol que nos governa e
Fazei de vos prezar de vossa sorte, que
e inverno, frio e calma e, assim ou
aos olhos do mundo aqueles que não são,
houve verão e inverno, frio e calma e,
dos justos e ainda dos pecadores. E
fazia grande serviço, atalhando
das Chagas era murmurado. Sendo
campanário a casa da minha vivenda; e
que um animal tão para pouco fosse
em vós, mas não o que há em mim que,
a seus relógios, se governam por eles, e
R. C. R. A. R. C. proluxos e daninhos contra quem os cria.
R. A. para os outros fossem de misericórdia.
a parar e não se me dar de nada.
horas, de sua significação e de seu nome.
só instante além de aquele que lhe está
soei como outra cousa! Tão pontualmente
R. C. - Muitas vezes me
as velhas, que sabem disso, está mais treita ao
as vi já andar atrás doutras muitas figuras,
às alimárias, a quem deu menos, porque delas
às avessas, quis dizer que aos ministros todos
às calmas? Se entre o dia e a noite não houvera
às cousas e, desta troca, todos os desconsertos
às filhós, em me dando o vento da empada ou
às igrejas ao domingo por cumprimento, se em
às moças que as pragas rogadas das onze para o
às muitas voltas que os amantes lhe fazem dar
às nove e, então, com grande sumissão
às onze horas, hei feito tais trapaças e de tão
às onze, não punha meia hora.
às punhadas, depois de mui bem roído da traça
às quartas feiras, e da Virgem do Monte às
às sestas - que vão mudas à romaria
às sete horas; e, em sendo tempo de que as
às trévoas e das trévoas à claridade? Da
às vezes me recolho e não dou as horas que
às vezes menos, e não é nada. Com esta
às vezes pelas badaladas como galantes; mas
As cores das horas lhes dão os sucessos, como
As faltas da impossibilidade são mais
As grandes param e, se fazem mudança, é para
As pessoas sempre representam o que são e as
áspera de passar. Os poderosos são os
assaltam seus pensamentos, entre os quais não
assalto em casa do regedor ou do presidente do
assaz melhor e mais barato lhes serviria de
assentam-se em ũa parte, descansam [RF56]
assentando que vivo só e que como só discurso
assi desfizera o senhor fulano as festas como
assi, vemos fazer lembrança da hora do
Assi, de longes e de pertos, de vistas
Assi vai tudo direito!
assim como de noite todos os gatos são pardos
assim como os ministros se fazem aos olhos do
assim como todos os homens são de barro, os
assim é, bem disse logo o outro, antigamente
assim, estes e aqueles (como comediantes
assim eu me veja livre da lima e do martelo
assim fazem os honrados.
assim, jantar e cea. Os prósperos e os
assim os lisonjeiros se façam aqueles que não
assim ou assim, jantar e cea. Os prósperos e os
assim ouvimos (como eu muitas vezes dou fé
assim prosas de soldados faladores, queixas de
assim que nós já de arrependidos havíamos
assim, sem mais nem mais, mandaram-me ser
assim sublimado à vista de seus iguais e que a
assim tão mestre como me reputais e tão
assim vivem sempre ao gosto de seu gosto. Boa
Assim como me dava o faro de que algum
Assim determino fazê-lo porque, segundo o que
Assim deve de ser, segundo os que eu via
Assim é a memória vendo-se solta. Quando
Assim é; e bem avisados estamos se nos
Assim foi feito; e, como o mestre relojoeiro tal
Assim o fiz e amuei-me de feição que, nas vinte
Assim, vemos nela cada dia celebradas as sete
assinado no livro da vida, que se guarda na
assisti a meu exercício que até eu próprio me
assombro só em cuidar que está o princepe
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em que o vemos. Até no céu (ouvi já aos
C. - Tendes rezão; e por isso um pintor
com os olhos cobertos, como mula de
com que seja própria): se os não
rei e à República fazia grande serviço,
ferro e ele tratar em ferraduras, logo
a gente com a lisonja da mocidade,
já sei como hei-de ser relógio, que
entendido que o despacho se continuava
as desse, eu dissimulava com o negócio
a porta aberta, e entrou para não sair
lembrança. Do aplauso vos desobrigo e
como de noite todos os gatos são pardos,
A liberalidade,
ao leite que por tão suave alimento
Porém, é muito para notar que eu, que
pontualmente assisti a meu exercício que
danos são irremediaves. Nada lhe valeu
não descansaram meus inimigos
nos está enganando todo o mundo; e
flores e serpentes a tochas, que ardiam
diz que chamam horas planetárias,
planetárias, até os físicos críticas, e
vezes, tornava as serpentes em flores,
capa lhe vai fazendo as culpas sumárias
animal e deixá-lo cair nas pedras vivas
avantejar-se, e tanto se esforçam
palavra, os detinha entre os lançóis,
R. C. que é, senão pelo lugar em que o vemos.
que nas horas empregasse o sentido.
[RF65] R. C. ser desgraciados cada vez que o diabo os
em suas esferas, como se nós os
que os mais relógios da terra andem tão
a vontade com que o mesmo Amor não
pedaços e cursava todo o dia e noite sem
as carreiras que eles davam para casa,
se vires um quatro com três figuras
má figura conheço eu que as vi já andar
haver partido! Consenti-me tornar
- Si, grande cousa é que as figuras vão
deu um pequeno almoço à águia faminta e
de restituição desaviar a um destes na
me amaldiçoavam pela boca pequena. Nas
pregador sáfaro, me espantava o grande
todos», que, com galantaria digna de seu
de seus escritos, se nos convertem de
R. C. - Vou
que se vem em estado ínfimo procuram
que seja, tem sua hora, como vamos
um e outro crepúsculo, que vista se
de seus iguais e que a mais nobre das
agudamente pintando um relógio às
não sabia, deu comigo e deu consigo de
R. A. - Assim é; e bem
dos quais vão sempre recebendo o
Ora eu não
do malvado sancristão, por quem se me
mereciam ser de ouro, e bálsamo o
que é certa selada de gentio com seu
outra cousa que tábuas, lenços, terras e
querem desmamar: untam-lhe a teta com
astrólogos da minha aldea) são os planetas bons
astuto, mandando-se-lhe pintar o símbolo de um
atafona, porque, às muitas voltas que os
atais a um pesado cepo, em vez de entreterem
atalhando assim prosas de soldados faladores
atalharia meus desconcertos. De aqui procedeu
até a entregar nas mãos do fim, duro, pesado e
até agora o não sabia.
até as onze, antes que fossem bem dez já vinha
até às nove e, então, com grande sumissão
até comunicar-vo-lo.
até da censura; porque vós nada lereis sem
até de dia todos os amadores são cegos. Mais
até do que não val nada, sempre valeu muito
até então recebia. Fazei conta que a velhice faz
até então sendo Relógio do Paço me via tão
até eu próprio me desconhecia; pois, como lá
até lhe mandarem alcaides à porta. Vendo-se
até não darem comigo em casa deste maldito
até o mesmo céu, que cada dia nos parece azul
até os cotos, e lá ia tudo! Tende por certo que
até os físicos críticas, e até os poetas lhe
até os poetas lhe chamaram vermelhas, e
até que, algũa hora, cansado de brincos
até que, chegada a hora em que sua liberdade
até que, quebrando-lhe as conchas com que se
até que se estiram. Enfim, tudo aquilo que já é
até ser alto dia. Desesperavam-se de que eu os
Até a vós, se quiserdes.
Até no céu (ouvi já aos astrólogos da minha
Até os matemáticos diz que chamam horas
Até um livro me dizem que saíu agora que
atenta com serem verdadeiros.
atiçássemos - o que me cheira a sem rezão de
atilados que vós, em sua comparação, monteis
atina? Donde eu cuidei já que, por isso, o
atinar jamais com minha obrigação. Donde vi
atordoados do medo e dos sinos da meia noite
atrás de si, valerá quatro mil, e se detrás de
atrás doutras muitas figuras,
atrás; e, assentando que vivo só e que como só
atrás ou adiante. Figuras
atreiçoada.
audiência e cercear meia hora, a troco de que
audiências del rei, aí era homem e aí era a sua
auditório. Mas, finalmente, esforçado e fazendo
autor, se esmera muito em provar, com
autores a leitores, dizendo-nos de si o que nós
avante. O meu pedagogo era torto e mandavam
avantejar-se, e tanto se esforçam até que se
averiguando; e que corre por conta de nosso
averiguara com as luzes ou com as sombras
aves, o rei dos pássaros, o levasse no colo tão
avessas, quis dizer que aos ministros todos os
avesso. Porque os viandantes, vendo-o já
avisados estamos se nos ouviram!
aviso mais importante que há na vida. Pois, em
avogo esta vez por ela, sendo seguro da afeição
azaram tantos males. A isto vim, nesta afronta
azeite com que se temperassem. Pois as
azeite e vinagre de Mafoma.
azeites, de que a pintura se serve, ela os
azevre, e logo que lhe toca o beiço da criatura e
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sempre as horas da comida, lhe dei mil
o mesmo céu, que cada dia nos parece
A. - Melhor estou com a história do pano
sei donde, era ũa vez ũa peça de pano
Assim como me dava o faro de que algum
R. A. - E às vezes pelas
R. A. - Senhor Relógio da Cidade,
e ingratidões, se não fora antes ser
há nenhum de nós que não dê seu par de
quem não valem todos os estofos e
entendia que todos tinham péssimo
considerai vós agora se um homem
fazer o que fazia um cerieiro do meu
seus excessos. Para beatas do meu
acintes que muitas se queriam mudar de
juntos à ruim suspeita que o povo do meu
eu a memória aos bugios (perdoai tão
árvore vereis que se contente com ficar
sineiro, a fim de lhe caírem as matinas
o relógio da vizinhança. Ele, lá por
sino para baixo, é a que deve andar por
um relógio ao revés: a campainha para
e que a língua, significada no sino para
mundo; donde é para notar que aqueles
de ferro, hei notado que de contínuo os
minhas rodas mereciam ser de ouro, e
dias, semanas, meses, anos, que são os
o inverno e verão não houvesse de ũa
lá, em seu lugar, mestiça, filha de
tomado mil suores de fornalha, dois mil
diziam eles que assaz melhor e mais
a hora da morte, e alguns da gentilidade
porque sem dúvida tenho mão para
a Goa e em boas horas nos entrará pela
R. C. - Esse era como o nosso
a matéria o não seja. Estátuas vemos de
que, assim como todos os homens são de
só, em sua vida, hora sua. Mas isto
excessos que, querendo voar por donde
desarmada da ciência e experiência, não
seu fortum, donde é conhecido por
de bem a o não quererem crer patifes,
é quando podem ser. Também ali vive o
algum vizinho, trabalhará bem o
glutões vem a pagar seus excessos. Para
a teta com azevre, e logo que lhe toca o
os louros raios do sol não pungiam nos
como as que fazeis aos fidalgos da
despois de lhes deixares fazer em ti, a
da cidade? Mas V. M., senhor Relógio de
R. C. - Senhor Relógio de
R. C. - Tá, tá, tá! V. M. é o Relógio de
cá, finalmente, que V. M. é Relógio de
- Sou, com perdão, o Relógio da Vila de
Universidade de Coimbra que da aldea de
que V. M. é Relógio de Belas mas não é
toda sua prática vai dessimulando muito
R. A. - Vedes vós? Pois, se olharmos
que esse de estar sujeito um relógio de
verdade ter dele esta queixa porque, se
R. A. - Assim é; e
no mundo que lhe faz mal o que lhe está
do carniceiro; e ainda da criança mais
azos a mil acidentes de mal de estâmago e de
azul, não tem cor algũa. O ofício dos olhos é ver
azul que com a comparação do cerieiro. Porque
azul que, por não servir para bodas nem
bacharel impertinente estava marcando as
badaladas como galantes; mas não é isso senão
badalemos limpo que as paredes ouvem e as de
badalo nas choupanas do Porto de Mugem ou
badeladas.
badulaques que inventou a vaidade e a
bafo, como seu marido. A Fortuna, melhor
bailasse à hora de comer, e comesse à hora do
bairro, destes que fabricam tarjas de cera para
bairro era um cutelo de dois gumes. Nunca lhe
bairro, pelas falcatruas que lhes fazia o Relógio
bairro sempre teve de minha verdade, não
baixa comparação com que seja própria): se os
baixa e aparada: ou se levanta ou se seca. As
baixas pela menhã, tudo era fazer dormir toda
baixo da capa lhe vai fazendo as culpas
baixo de tudo sem aparecer?
baixo e os pesos para cima.
baixo, é a que deve andar por baixo de tudo sem
baixos materiais que em si não são outra cousa
baixos pagam os encontros dos altos, que é
bálsamo o azeite com que se temperassem. Pois
bancos da escola da experiência.
banda o outono e da outra a primavera, quem
baneane. Juro-vos que a toda esta canalha fui
banhos de forja e quatro mil esfregações de
barato lhes serviria de relógio a gula do
bàrbaramente a anteciparam, por se verem
bargantes e ali fazia das minhas. Achava-me
barra dentro, dando-me a mim bem que fazer
Barraça, que queria matar o sol porque lhe não
barro altamente prezadas ou, ao contrário, as
barro, os relógios são de ferro e que, sem
basta de mandato, e sirva de maior realço ao
basta ir andando, venham a resvalar e
basta para fazer homens peritos, como cá
bastardo. Contentai-vos com ser cristão velho
bastava para que cada um de nós fosse a buscar
batifolha junto do sapateiro. Porventura
batifolha no ofício de fazer sapatos, ou o
beatas do meu bairro era um cutelo de dois
beiço da criatura e gosta o sabor amargoso, já
beiços do Oriente já eu escascava o meio dia
Beira, ouvi-las-ei eu de muito boa vontade.
bel-prazer, toda a sua vontade, toma as de Vila
Belas, com toda sua prática vai dessimulando
Belas, crede que vos falo verdade, que jamais
Belas? Grandes cousas tenho ouvido de seu bom
Belas mas não é belo relógio...
Belas; ou sem perdão (para melhor dizer
Belas.
belo relógio...
bem a causa de sua santa vinda.
bem a cousa, nenhum deles tem grande culpa (a
bem a o não quererem crer patifes, bastava
bem as faz, melhor as desfaz.
bem avisados estamos se nos ouviram!
bem! Contra os poltrões era a própria diligência
bem criada, dizem as velhas, que sabem disso
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que ambos merendam, depois de mui
até as onze, antes que fossem
R. A. - Pois, se assim é,
e a mercê à sua hora, a justiça parecerá
por nós outros. Vede como seria
dos que são obrigados a fazer cousas
me vejo. Notai como anda a nossa Corte
havia na vizinhança tão presumido de
Se todos já como eu se acharam tão
pareceu foi o que ouvi há muitos anos,
R. A. - E vós a mim de vilão com
que está mais gorda. A rês [RF57] mais
não entremete algum vizinho, trabalhará
a glória que pudera dever-me pelo que
Com os requerentes me não ia tão
R. A. - Vou vendo que V. M. terá maior
pela barra dentro, dando-me a mim
cá um valido muito discreto (como era
levar o pano às punhadas, depois de mui
que val mais cara. Parecer-vos-á agora
R. C. - Por isso se diz que não há alfaiate
R. C. - Seja V. M. muito
E, quanto é por essa, eu fico que nenhum
R. C. R. C. seu costume, aí vos gabo eu que tinha as
se acha em lugar bom, despede, senão
Entendia eu que o silêncio me podia fazer
então sendo Relógio do Paço me via tão
haverdes ouvido toda esta pregação dos
não conhece a origem dos males e dos
de forja e quatro mil esfregações de
que decendo de mui nobre ferro, fidalgo
me promete grande achado em tão
do que não pode obrar, e ninguém a dará
nenhũa destas que se não tenha por
a armada, [RF66] a nau chegará em
mão! se de essa laia é o vosso pano, em
dos homens tão frequente como «em
presença é como sobrescrito de
com minha obrigação. Donde vi que a
da Beira, ouvi-las-ei eu de muito
vivem sempre ao gosto de seu gosto.
hora ser mofino, persuadido de que as
de que entre o grão limpo das palavra
a nau chegará em boa hora a Goa e em
as horas más», «vinde com as horas
R. C. - Quem queres tu que tape a
olhos de esmeraldas, faces de pérolas,
são as horas. Porque não há cousa na
mundo. Por eu deixar com a palavra na
do relógio, quebrando-lhe a hora na
faltos de horas, me amaldiçoavam pela
nas vinte e quatro horas do dia, minha
R. C. - Bem pareceis
campainhas e então lhes direi por cem
de pano azul que, por não servir para
o mata. Se, cosendo-se com o chão, não
também quando o mau se acha em lugar
de meu vagar a facilidade com que o
acabaria de aparelhar e se neste ponto o
Grandes cousas tenho ouvido de seu
R. A. - Par Deus! Tal hora teve
bem desonrados ele e seu compitidor, ei-los
bem dez já vinha com elas. Durava apenas uma
bem disse logo o outro, antigamente, que «na
bem e a mercê melhor. Mas, se a justiça se faz
bem emendado o desconcerto, curando-se a
bem feitas.
bem governada!
bem informado nas cousas curiais que, ouvindo
bem instruídos no que lhes convém, nenhum
bem longe de aqui, e me lembrará para sempre.
bem mau modo!
bem medrada é que faz maiores impulsos ao
bem o batifolha no ofício de fazer sapatos, ou o
bem obrasse, com condição que me não injurie
bem porque os mais, vendo-se desacomodados
bem que bom ofício; mas se sabes como se paga?
bem que fazer nos repiques dos meus sinos
bem que todos o fossem). Recebia este notaves
bem roído da traça, por muito mais do que
bem um saio de arbim de espadas? Ou um sainho
bem vestido. Nunca vereis menos cortesia que
bem vindo. Quem diremos?
bem vos suceda. Sede relógio, como vossos
Bem afirmou, logo, o que afirmava não trazia o
Bem pareceis boçal! Pois, se eu vos contara
bênçoas certas. Tal havia que ao meu
benignos, moderados os influxos. Para que é
benquisto, como se o não fazer nada mal feito
benquisto de verdadeiro, em tornando a ser
bens da velhice, sabei de certo, companheiro
bens e cuidam que são firmes, a modo da
bigorna, que não sei como sou vivo. De sorte
biscaínho, com suas misturas de aço de Milão
boa companhia.
boa do que não quis ou não soube fazer, tendo
boa e que não tema de que o ar a espedace e
boa hora a Goa e em boas horas nos entrará
boa hora cá viestes.
boa hora», «em má hora», «ide com as horas
boa letra, que mostra será a carta da própria
boa vontade, desarmada da ciência e
boa vontade.
Boa ordem! E então, que só seja conhecido por
boas andanças são morgado que haja de andar
boas, honestas e significativas se entremeta a
boas horas nos entrará pela barra dentro
boas», «ũa hora muito fermosa», «nas horas
boca aos namorados, ou lhes acerte [RF35] com
boca de rubis, dentes de aljôfar, colo de cristal
boca dos homens tão frequente como «em boa
boca e a mesura no ar a um ratinho, dera
boca, houve de ser o culpado na madorra do
boca pequena. Nas audiências del rei, aí era
boca se não despregava. Entendia eu que o
boçal! Pois, se eu vos contara outro segredo
bocas o que não querem ouvir de ũa. Par Deus
bodas nem mortuórios, havia mil anos que
bole nem se defende, passa por ele e o deixa, as
bom, despede, senão benignos, moderados os
bom do meu vizinho derretia os anjos e fazia
bom do relógio dava com grande conciência o
bom gosto! Dizem por cá, finalmente, que V. M
bom gosto!
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abaixarem-se as cadeiras. É esse
horas, hei feito tais trapaças e de tão
R. C. - Ó saloio, por
que leves para casa: sofre como [RF68]
Vou vendo que V. M. terá maior bem que
o lugar em que se acham; e o que de si é
pois todos somos de campanário, será
tudo era fazer dormir toda a noite o
verdade. Mas a nenhum de nós pôde ser
R. A. desvarios acharam maré de rosas e mar
foi levado à Torre das Chagas. Era ele
da minha aldea) são os planetas
certo que, para se regerem e dirigirem a
fulano, e se sicrano vem da Índia com
bom que nos vejamos os jogos, como
papel com nova esperança de interesse R. C. - Contra esse descuido
alegres e ditosos contavam com pedras
e para dizer sim ou não, tendo as
repousando nos seus colchões de
soubesse que homem casado com mulher
do que Deus me fizera. O tempo é touro
corruto que me deu no alto da vaidade,
meus vezinhos, me tiraram o ofício em
flores, até que, algũa hora, cansado de
Deus pôs entre a morte e a gentileza,
perseguem. Comparo eu a memória aos
vida e o perigo, quando racionalmente se
bastava para que cada um de nós fosse a
Gusmán de Alfarache e Pablilhos el
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
[RF65] R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
[RF58] R.
R.
bom governo do mundo? Se terão também disso
bom humor que me puderam levantar estátuas
bom modo me desonrais de mentiroso!
bom não só que te consertem os erros mas os
bom ofício; mas se sabes como se paga?
bom, posto em ruim parte influi nocivamente
bom que nos vejamos os jogos, como bons
bom relógio. Faltava o tempo para louvar a
bom seu pensamento, indo sempre ambos
Bom é saber; e, por mais que se riam de vós
bonança
boníssima pessoa e muito inclinado à rezão e
bons e maus segundo o lugar em que se acham
bons fins e a termos úteis, lhes deu Deus
bons ou maus propósitos ou apalavrou lá, em
bons parceiros. A que vindes a esta casa?
bordão de todas as obras -; porque, desde que
bradaram os sábios e os santos, e aos mais
Bragança.
brancas e aos tristes e desgraciados, com
brancas por afirmativa e por negativa as
brandíssima pena, guardado dos seus
brava e ciosa anoitecia fora de casa na
bravo e em tomando nos cornos um pecador, se
brevemente comecei a fazer tais cousas que o
breves dias, porque diziam eles que assaz
brincos, reduzia anjos, carrancas, flores e
brio, esforço e saúde. Se entre o inverno e
bugios (perdoai tão baixa comparação com que
busca e sàbiamente se dispende...
buscar outra vida, como eu estou resoluto a
Buscón. A estes confrades da vianda, irmãos da
C. - A Fortuna é muito disso. Tem o costume
C. - Adeus; e ũa só cousa te peço que leves
C. - Ainda agora lá estivera e fora muito por
C. - Antes ali são mais cadimos.
C. - Antes já ouvi dizer a um pregador, na
C. - Arrebeçai, arrebeçai, que vos vejo com
C. - As cores das horas lhes dão os sucessos
C. - Assim como me dava o faro de que algum
C. - Assim deve de ser, segundo os que eu via
C. - Até a vós, se quiserdes.
C. - Até um livro me dizem que saíu agora que
C. - Bem afirmou, logo, o que afirmava não
C. - Bem pareceis boçal! Pois, se eu vos
C. - Cada ano mo declaravam a mi e aos mais
C. - Com palavrinhas doces me ides desonrando
C. - Como?
C. - Contra esse descuido bradaram os sábios e
C. - Contudo, V. M. me diga como se chama, que
C. - Dir-vo-lo-ei: sou tão mal escançado que
C. - Dir-vos-ei: todos somos relógios e
C. - Disto vos espantais?
C. - Dizeis o que há em vós, mas não o que há
C. - E donde, se se pode dizer?
C. - E o mau ministro que, depois de enganar ao
C. - E o tacanho adulador que, no fim de mil
C. - E outro mais antigo que este: «arrenego de
C. - É nobreza de coração e ainda proximidade
C. - Eis aí o maior engano dos mortais; porque a
C. - Em vão se cansam e se defendem que isso
C. - Enganam-se todos; e a rezão é porque cada
C. - Esse era como o nosso Barraça, que queria
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R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
R.
basta para fazer homens peritos, como
ouvido de seu bom gosto! Dizem por
este humilde conceito que ũa vez
C. - Esse mesmo.
C. - Estou vendo que te não apupariam por dar
C. - Fígados há aí tão danados que da água pura
C. - Isto são termos sem cunhos nem cruzes
C. - Já sei o que vem: erguerem-se as tripeças
C. - Já vos disse que o fim das cousas era
C. - Jurais vós de manter silêncio?
C. - Logo, relógio é também V. M.?
C. - Mas acrecento que, do mesmo modo, é
C. - Menos roncas, se lhe praz, que fidalguias
C. - Mofino homem! Quantos eu conheço que por
C. - Muita graça tinha aquele escolar que
C. - Muitas vezes me assombro só em cuidar
C. - Muito me retinis a letrado, relògiozinho de
C. - Não; antes entendia que ao rei e à República
C. - Não façais caso disso, que a relógios do
C. - Não, por certo; mas porque diz lá um
C. - Nem a nota irmã da firma. Mas deixemos
C. - No tempo dos últimos reis de Portugal
C. - O próprio.
C. - Ó saloio, por bom modo me desonrais de
C. - Olhai, no cabo do ano, ditosos e mofinos
C. - Olhai ora cá: se o estar sempre à
C. - Olhai: os homens, segundo temos
C. - Ora não negareis a malícia de saloio, de
C. - Ora, pois todos somos de campanário, será
C. - Ora sabei que os anos passados deu ũa
C. - Ouvi-me: eis o Relógio do Paço que entrava
C. - Padecia ũa modorra mortal.
C. - Parece que se houve Deus com os homens
C. - Pois acrecentai-lhe que morreu ministro do
C. - Pois, amigo, encostai o pejo, e descalçai a
C. - Pois donde as dão as tomam, como dizem; e
C. - Pois que importa? Farão de mim
C. - Por isso se diz que não há alfaiate bem
C. - Por mim, não, mas por outros melhores
C. - Porque nos custam cá os doudos os olhos da
C. - Porque o senhor sineiro, a fim de lhe
C. - Porque vendem a sua ignorância por
C. - ...que lá não sei donde, era ũa vez ũa peça
C. - Que mais quereis que vos diga? A primeira
C. - Quem gostareis vós que eu vos saia? Sou
C. - Quem queres tu que tape a boca aos
C. - Sanha de vilão. E depois?
C. - Seja V. M. muito bem vindo. Quem diremos?
C. - Sem embargo, a agradável presença é
C. - Senhor Relógio de Belas, crede que vos falo
C. - Si, grande cousa é que as figuras vão atrás
C. - Tá, tá, tá! V. M. é o Relógio de Belas
C. - Tende mão! se de essa laia é o vosso pano
C. - Tende ora, tende mão no martelo e tomai
C. - Tendes rezão; e por isso um pintor astuto
C. - Tente mão: já sei que vos trouxeram aqui à
C. - Tristes de nós, que logo nos conhecem
C. - Vai-te embora, ora, com as tuas horas. E
C. - Valha-me Deus! Sendo relógio que tantas
C. - Valha-me, ora, Deus! Que vos estou
C. - Vamos ao ponto. Como vos fizestes doudo
C. - Vindes tão sabedor que me pareceis antes
C. - Vou avante. O meu pedagogo era torto e
cá cuidamos. Depois que, com ruim satisfação
cá, finalmente, que V. M. é Relógio de Belas
cá me entrou na imaginação, por achar a porta
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eu dera por ditosos os aleives que
que sou, de nenhũa outra cousa sirvo
vez que aqui vim curar-me, encontrei
R. C. - Porque nos custam
sempre ele a teve; e muitas vezes,
as tuas horas. E leva crido que não há
R. C. - Olhai ora
dos últimos reis de Portugal houve
R. A. - Por isso tu
de essa laia é o vosso pano, em boa hora
que galinha cozida. Foi o diabo meter em
ao redor, ou me desandam, mas a mão, a
de verdade suas mentiras sem pés nem
donde cada qual vai então só com o
uma tabuleta de ourives: testa de prata,
de aqueles dois relógios tão principais do
R. C. - Olhai, no
anos sem querer dotar a sobrinha, no
tudo acarreta, lança a perder tudo e, no
nos afrouxam com a continuação e, no
cansa a el-rei, mata aos ministros e, no
do medo e dos sinos da meia noite.
que elas traziam a outros e outras
é para nós o sabermos sem dúvida que
e de seu nome. Assim, vemos nela
que, entre os homens, o mesmo sucede
todo o mundo; e até o mesmo céu, que
de [RF46] area me desmentiam a
gosto, que cada oficial deixe a sua tenda,
vendendo-lhes eu gato por lebre,
que um rei manda, por seu gosto, que
fugindo ao costume dos mais que, a
como a de ũa ruim fama; porque, tendo
estes e aqueles (como comediantes),
- Enganam-se todos; e a rezão é porque
e sendo estas já mais perto da hora de
donde as dão as tomam, como dizem; e
que vem a ser a sepultura, donde
do meu mundo. Destrocou-nos, tornando
o querem também ser das horas e
quererem crer patifes, bastava para que
untado, porque isto de falar à vontade de
a um pregador, na minha igreja, que
parecem feitas acinte, nisto da hora de
ou à desgraça, à vida e à morte de
o sentido moral, místico e devoto que
e arrebentava de os ver e de os ouvir e
a morte, prometendo de se lhe entregar
mão, a cabeça e tudo se me desconcerta,
sua mão deixarem de ser desgraciados
R. C. que são mil as castas de nossas teimas.
as tripeças, abaixarem-se as
R. C. - Antes ali são mais
palavrinhas doces me ides desonrando de
é para deminuírem; murcham-se e
Nunca ouvistes de um que se vingava dos
ides dizendo, o que lhe vi suceder a um
com pequena inveja das rãs e de outros
levantar o triste do animal e deixá-lo
- Porque o senhor sineiro, a fim de lhe
R. A. filho de um ferrolho e neto de ũa enxada,
cá me trouxeram, quanto mais que eu não sairei
cá na cidade senão de escárnio e jogo da gente
cá o Relógio da Sé, muito em segredo, que se
cá os doudos os olhos da cara. Val aqui a
cá pelas minhas mossas de ferro, hei notado
cá relógio, por mais alto que ele viva, que, por
cá: se o estar sempre à dependura me não há
cá um valido muito discreto (como era bem que
cá vens por mentiroso... Diz que a verdade da
cá viestes.
cabeça aos arquitectos del rei que lhe pedissem
cabeça e tudo se me desconcerta, cada vez que
cabeça, prevaleceu de tal modo que à calúnia
cabedal que lhe deu a natureza, despindo os
cabelos de ouro, olhos de esmeraldas, faces de
Cabido e del-Rei?
cabo do ano, ditosos e mofinos todos ficam
cabo escolhê-la por mulher, entregar-lhe
cabo, lastima e maltrata ao próprio que a
cabo, não há nenhum de nós que não dê seu par
cabo, volta-se a sua terra, e por dois magustos
Caçadores, tenho enterrado muitos mais com
cachopas de S. João, às quartas feiras, e da
cada cousa, por nobre e altiva que seja, tem
cada dia celebradas as sete horas canónicas
cada dia. Não se enforque o desprezado nem o
cada dia nos parece azul, não tem cor algũa. O
cada hora, contudo havia ministros tão meus
cada morador sua casa, e se meta, mande e
cada noite. Porque, assim como de noite todos
cada oficial deixe a sua tenda, cada morador
cada passo, em o que julgam de seus escritos
cada pessoa mais inimigos que amigos, sempre
cada qual em seus trajes naturais, se recolham
cada qual não conhece a origem dos males e dos
cada qual que as outras passadas, da mesma
cada qual se desengane sem se fiar nas faltas
cada qual vai então só com o cabedal que lhe deu
cada um a sua antiga casa. Porém, é muito para
cada um as tinge à sua vontade; mas isso não
cada um de nós fosse a buscar outra vida, como
cada um é mais sadio que galinha cozida. Foi o
cada um é obrigado a conhecer-se.
cada um. Que me dizeis a outro velho, rico
cada um.
cada um seguia. Mas o que melhor me pareceu
cada vez lhas fazia peor. Já namorados! Isso foi
cada vez que a chamasse, contanto que a
cada vez que cuido no engano dos tolos dos
cada vez que o diabo os atenta com serem
Cada ano mo declaravam a mi e aos mais
Cada qual se quer trajar de a seda do costume e
cadeiras. É esse bom governo do mundo? Se
cadimos.
caduco. Pois, sobre me haverdes ouvido toda
caem. Em os homens passa da mesma maneira
cães que lhe ladravam levantando-lhe que eram
cágado com ũa águia, lá em certa alagoa de
cágados que o viam ir subindo, vendo-se eles
cair nas pedras vivas até que, quebrando-lhe as
caírem as matinas baixas pela menhã, tudo era
Cal-te, que te fundirão!
calai-vos e não esbombardeeis, que, como
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opróbios, que o triste do relógio ouvia e
enfim, lá sobem também. O ano é esta
não darem comigo em casa deste maldito
que nos vem a consertar. Sus,
Para todos houve verão e inverno, frio e
passando desordenada e sùbitamente das
das calmas aos frios e dos frios às
cabeça, prevaleceu de tal modo que à
de estar parado e se parasse à hora de ir
R. A. - Chamava-o a
ministro, pintou um relógio ao revés: a
fico que nem por isso tina peor a vossa
R. C. - Pois que importa? Farão de mim
há trinta anos, não sei se é cheminé ou
ao Relógio do Paço que, em subindo a seu
a um ratinho, dera quanto se vê do meu
e o relógio fica muito seguro no seu
R. C. - Ora, pois todos somos de
limpo que as paredes ouvem e as de
a suas horas, sair e recolher-se da
Marrocos por Marrocos, melhor é o
tudo aquilo prejudica ao céu. Pagam os
de baneane. Juro-vos que a toda esta
tinha aquele escolar que consultava à
os encontros dos altos, que é justiça de
nela cada dia celebradas as sete horas
do Chafariz d'El-Rei que, por correr por
léguas à corte, gasta o que tem,
em flores, até que, algũa hora,
gostareis vós que eu vos saia? Sou esse
vida, como eu estou resoluto a fazer.
são os velhos. Mas todos, mais ou menos
R. C. - Em vão se
R. A. - Amigo, não vos
me vê aldeão. Pois também lá dizem que
da vizinhança. Ele, lá por baixo da
Certo que não havia sabido que éramos
que a aprovação por exercício. Os fortes
para librés, e ledo os enojados para
seja de ruim lei e feitio, é a que val mais
nos custam cá os doudos os olhos da
que, já neste sentido de que nenhum dos
então era o meu repouso; dormia como
o que me cheira a sem rezão de duas em
do que não quis ou não soube fazer, tendo
é que faz maiores impulsos ao cutelo do
hora, cansado de brincos, reduzia anjos,
vizinho derretia os anjos e fazia deles
doze quando eu despedia as nove. Não há
tão gostosa como eram para mi as
me untou as rodas, pelas untar ao
de boa letra, que mostra será a
o ler por sentença, e vamo-nos hoje por
moços tenho desesperado que o gagau e a
mi as carreiras que eles davam para
não sei se é cheminé ou campanário a
com pés de lã, como sevandilhas em
meus inimigos até não darem comigo em
os vizinhos do lugar para amanhecer em
Paço que entrava muito em secreto por
marcando as horas para dar assalto em
R. A. - O Relógio da Sé em
deixe a sua tenda, cada morador sua
calava, a troco de fazer o que devia. Pois uns
calçada longa e áspera de passar. Os poderosos
caldeireiro donde nos vemos e donde dizem que
calemos!
calma e, assim ou assim, jantar e cea. Os
calmas aos frios e dos frios às calmas? Se
calmas? Se entre o dia e a noite não houvera
calúnia cedeu a inocência, e o pobre do relógio
caminhando, vede que tal seria sua vida, sua
campa.
campainha para baixo e os pesos para cima.
campainha - quanto mais que não faltará aqui
campainhas e então lhes direi por cem bocas o
campanário a casa da minha vivenda; e assim
campanário, ficou tão aceito como sendo
campanário. Porque tal há destes que, por
campanário.
campanário, será bom que nos vejamos os
campanários nunca foram de segredo.
campanha a suas horas. Mas que será se tudo
campo que a cidade.
campos, as sementeiras e tal vez os homens
canalha fui falsário e que as trouxe tão
candea que horas eram pelo relógio do sol.
canhoto ou esquerda justiça. Opõem-se lá no
canónicas; assi, vemos fazer lembrança da
canos de enxofre, sempre faz mal ao fígado.
cansa a el-rei, mata aos ministros e, no cabo
cansado de brincos, reduzia anjos, carrancas
cansado, esse negro, esse maldito Relógio das
Cansado ofício temos: julgar a aqueles de quem
cansados, chegam ao fim do ano, ao termo e
cansam e se defendem que isso, depois de Deus
canseis que se não pode já ser relógio; e, posto
cantam as moças: «Relógio que andais errado
capa lhe vai fazendo as culpas sumárias até que
capazes de fiar tão delgado. Eu sou relógio
capitães tenham (como costumam), por
capuzes. Pois sucedeu que passou por ali um rei
cara. Parecer-vos-á agora bem um saio de
cara. Val aqui a doudice pesada a peso de ouro
caracteres de aritmética tem valor próprio, a
carapeta. Eles, confiados em que o Relógio do
carga. Na terra é do mesmo modo; os homens
cargo de saber e de querer obrar aquilo de que
carniceiro; e ainda da criança mais bem criada
carrancas, flores e serpentes a tochas, que
carrancas; outras vezes, tornava as serpentes
carreira de lebre do Alfeite tão gostosa como
carreiras que eles davam para casa
carro de seu proveito; jamais me limpou
carta da própria mão.
carta de nomes. Como é o nome de V. M.?
carteta; ũa vez por ronceiro, outras por
casa, atordoados do medo e dos sinos da meia
casa da minha vivenda; e assim, sem mais nem
casa de jogo. Por onde toda a pessoa polida
casa deste maldito caldeireiro donde nos vemos
casa do chatim e levar o pano às punhadas
casa do mestre, donde eu também jazia por
casa do regedor ou do presidente do Paço
casa do serralheiro?
casa, e se meta, mande e obre na de seu vizinho
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porque haveis de saber que nesta
mulher brava e ciosa anoitecia fora de
muito que consertar, porque naquela
tornando cada um a sua antiga
seus trajes naturais, se recolham a sua
bons parceiros. A que vindes a esta
e ũa só cousa te peço que leves para
podia. Já como eu soubesse que homem
a reposta de seus embustes: se hão-de
esperdiçado tantas ceas no paço e nas
alta - que isto é o que tem de peor as
parte nessa parte que se me há posto nos
R. A. - Grande
R. C. - Não façais
melhor se visse e mais soasse. Mas o
peso de ouro; e de aí nace que são mil as
impossível, por quem já disse o ditado
alto dia. Desesperavam-se de que eu os
eis que vem sùbitamente sobre ele o
este próprio ofício e vede agora se foi
- Mas acrecento que, do mesmo modo, é
as nove horas (que é a taxa de todo o
agora soberbos edifícios, tal vez rios
desse, correi pela memória e dizei-me a
prática vai dessimulando muito bem a
dar a Deus a hora de sua morte. Por esta
R. A. - Por que
com suas misturas de aço de Milão,
(ou despachado) viu o valido, voltou o
havemos de ser julgados! Antes fora
frio e calma e, assim ou assim, jantar e
com o que tenho esperdiçado tantas
prevaleceu de tal modo que à calúnia
os criados destes, que os viam recolher
pardos, até de dia todos os amadores são
falcatruas que lhes fazia o Relógio. A
de seu nome. Assim, vemos nela cada dia
feito a damas e a freiras, destas que
de mim campainhas e então lhes direi por
por aio um mentecato. Vede que gentil
por mais não fora que estar sujeito à
Do aplauso vos desobrigo e até da
delicadas, tive toda a noite em pé, como
própria): se os não atais a um pesado
que lhe faltava à gente que fosse de
bairro, destes que fabricam tarjas de
desaviar a um destes na audiência e
costuma fazer o que fazia um
do pano azul que com a comparação do
suceder a um cágado com ũa águia, lá em
de saloio, de quem dizem doutores que é
que andais errado, que não dais as horas
aí vos gabo eu que tinha as bênçoas
Já cuidei,
outros dessimulam. Fará, pelo menos,
pregação dos bens da velhice, sabei de
ele as fazia! Este nosso mundo não tem,
R. C. - Não, por
o meu merecimento. Tende, amigo, por
até os cotos, e lá ia tudo! Tende por
cómodo e tal de seu adiantamento, pois é
de amigo. Não perigará em nenhũa, sendo
de malhadeiros gloriosos, que tem por
casa em que estamos se vem a curar os mais
casa na conversação escusada ou ilícita, então
casa, não se costuma acudir aos remédios
casa. Porém, é muito para notar que eu, que até
casa própria, que vem a ser a sepultura, donde
casa?
casa: sofre como [RF68] bom não só que te
casado com mulher brava e ciosa anoitecia fora
casar ou não com fulano, e se sicrano vem da
casas dos grandes senhores que as quiseram
casas dos príncipes: novidades, alturas
cascos que os maiores desmanchos do tempo
caso! Agora digo que não samos os aldeãos os
caso disso, que a relógios do chão ninguém os
caso era que os arquitectos queriam obras para
castas de nossas teimas. Cada qual se quer
castelhano, que «solo Diós acierta a reglar con
castigasse com o regalo - que há gente tão
castigo. Leva-o o pecado e o relógio fica muito
castigo ou mercê da natureza anteceder à
cativa desconfiança cuidar o miserável que já
cativo do matrimónio), se deixavam estar
caudalosos e tal vez fresquíssimos arvoredos.
causa de esse mistério.
causa de sua santa vinda.
causa, quando aos mais distraídos lhes morde
causa?
cavaleiro lombardo.
cavalo para donde ele vinha. Apressou o seu o
caveira de relógio, se na minha mão estivesse a
cea. Os prósperos e os desgraciados comparo
ceas no paço e nas casas dos grandes senhores
cedeu a inocência, e o pobre do relógio
cedo contra seu costume, aí vos gabo eu que
cegos. Mais moços tenho desesperado que o
cegos rezadores, homens de almas
celebradas as sete horas canónicas; assi
celebram as meias noites com procissão de
cem bocas o que não querem ouvir de ũa. Par
censor podiam ter os meus desvarios!
censura dos parvos, se não podia ser discreto.
censura; porque vós nada lereis sem conserto e
centúrios, sem que acabasse de dar a ũa
cepo, em vez de entreterem com seus jogos
cera? De aí, má hora, vem o ordinário
cera para igrejas. Estava-o vendo trabalhar em
cercear meia hora, a troco de que para ele a
cerieiro do meu bairro, destes que fabricam
cerieiro. Porque que lhe faltava à gente que
certa alagoa de minha aldea. Veo a águia e, de
certa selada de gentio com seu azeite e vinagre
certas!».
certas. Tal havia que ao meu consertador
certo, à vista deste e de maiores exemplos
certo aquilo de que eu mais necessito; que
certo, companheiro, que a fruta das horas é
certo, essa ruim manha, nem nós podemos com
certo; mas porque diz lá um provérbio que a
certo que, assim como todos os homens são de
certo que, entre os homens, o mesmo sucede
certo que, para se regerem e dirigirem a bons
certo que se tornam defeitos próprios aqueles
certo que tudo o seu é melhor que o da outra
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Lembra-me ouvir contar no meu adro a
R. A. me alegrastes com tão alto discurso.
céu, do qual não há apelação nem agravo.
que se guarda na Torre do Tombo do alto
ou esquerda justiça. Opõem-se lá no
porque, nela, entre o entendimento e o
senão pelo lugar em que o vemos. Até no
a lua, e nada de tudo aquilo prejudica ao
enganando todo o mundo; e até o mesmo
sinal a qualquer dos executores que o
dos que a não falam, é como a água do
a hora nos focinhos a um enfadonho e
R. A. esse negro, esse maldito Relógio das
ficou tão aceito como sendo Relógio das
em meu lugar, foi levado à Torre das
Porque o Relógio do Paço, vendo que nas
em tornando a ser Relógio das
por fabuloso o pobre Relógio das
- Como quem se governa pelo Relógio das
R. C. - Contudo, V. M. me diga como se
A. - Pecadora, e por meus pecados, lhe
um livro me dizem que saíu agora que
o sentido. Até os matemáticos diz que
vermelhas, e mulheres há que lhe
de aritmética tem valor próprio, a uns
meus pecados, lhe chamai vós, se não
os físicos críticas, e até os poetas lhe
de se lhe entregar cada vez que a
R. A. Senhor, e por ele seu sagrado coronista,
hora da morte para Si sòmente e lhe
que a essa mesma hora de sua morte
Coroa e
touro o mata. Se, cosendo-se com o
Não façais caso disso, que a relógios do
nunca mais viu ao valido nem lhe tirou o
sua ira! - então começava o diabo do
do Porto de Mugem ou sino de cortiça na
do lugar para amanhecer em casa do
descuidando tamalavez, com a idade lhe
vai fazendo as culpas sumárias até que,
a um de nós permitido (quer fosse ou não
me determinei a servi-lo como pudesse.
Mas todos, mais ou menos cansados,
R. A. - Hui! Também lá
por mulher, entregar-lhe quanto ganhou,
a for esperar a armada, [RF66] a nau
guisava de tal sorte o movimento que
à morte ou à Fortuna para que se
como se nós os atiçássemos - o que me
gulodices custosas e arriscadas. Em me
[RF40] há trinta anos, não sei se é
mortos, acatarroados e fora de horas,
donde os homens são alcatruzes: uns
tomar-me a mim em corpo e em alma e
tem cor algũa. O ofício dos olhos é ver e
não tenha sua hora no mundo. O rir, o
enfadonhos, quando tal lhe sucedia.
se não fora antes ser badalo nas
passeo e, em meia hora de conversação,
por tal fole de mentiras. Finalmente,
certo velhustro que nele era muito contínuo...
Certo que, ainda que esta vinda me não
Certo que não havia sabido que éramos capazes
Certo vos digo que, se os grandes [RF61] e os
céu, do qual não há apelação nem agravo. Certo
céu dois planetas, eclipsa-se o sol ou a lua, e
céu há pequeno intervalo, larga distância entre
céu (ouvi já aos astrólogos da minha aldea) são
céu. Pagam os campos, as sementeiras e tal
céu, que cada dia nos parece azul, não tem cor
céu tem na terra, para que façam sua vontade
Chafariz d'El-Rei que, por correr por canos de
chafurdá-lo? Porque, se tal fosse, era melhor
Chagado e ferrugento vejo eu a V. M., para ser
Chagas, de Lisboa.
Chagas era murmurado. Sendo assim que nós já
Chagas. Era ele boníssima pessoa e muito
Chagas lhe não valiam suas verdades, deu em
Chagas, logo fui tido pela mesma fraude e
Chagas, que com ninguém se mete! Assi vai
Chagas...
chama, que sua gentil presença me promete
chamai vós, se não chamar-lho-ei eu.
chamam «Hora de todos», que, com galantaria
chamam horas planetárias, até os físicos
chamam negras.
chamamos figuras e a outros cifras; donde se
chamar-lho-ei eu.
chamaram vermelhas, e mulheres há que lhe
chamasse, contanto que a defenderia do tempo
Chamava-o a campa.
chamou hora sua à hora de sua morte.
chamou hora sua, como por ele disse o
chamou só, em sua vida, hora sua. Mas isto
Chancerel do Estado de
chão, não bole nem se defende, passa por ele e
chão ninguém os escuta. Porém, sem dúvida é o
chapéu. Toparam-se um dia na Rua Nova da
charlatão a converter sua eloquência contra o
charneca de Monte Argil. Mas não digas que eu
chatim e levar o pano às punhadas, depois de
chega sua hora de velhice, contra quem não
chegada a hora em que sua liberdade fez termo
chegada a sua hora) dar-lhe com a hora nos
Chegada a primeira hora, escumei a voz e
chegam ao fim do ano, ao termo e cume desta
chegam esses desmanchos?
chegar a dispensação de Roma e morrer ele ao
chegará em boa hora a Goa e em boas horas nos
chegava ele duas horas depois do regedor e
cheguem e façam sua execução.
cheira a sem rezão de duas em carga. Na terra
cheirando às filhós, em me dando o vento da
cheminé ou campanário a casa da minha vivenda
cheos de sono, vazios de dinheiro. Enfim
cheos, outros vazios, uns no fundo, outros no
chimpar-me na metade da torre do Paço, como
chorar e enganar.
chorar, o trabalho e o descanso, a fome e a
Choravam-se, diziam mal à sua vida, a hora em
choupanas do Porto de Mugem ou sino de cortiça
choviam horas sobre eles. Punha-se-me ũa
choviam os opróbios, que o triste do relógio
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e vendedeiras, enfim, a toda essa
dera ou sim dera, os fazia recolher por
a Deus e sobejava para o seu sono. A
também disso a culpa os relógios da
vos tire que sois relógio velho da
por Marrocos, melhor é o campo que a
sou, de nenhũa outra cousa sirvo cá na
R. A. - Senhor Relógio da
Fazem a interlocução um Relógio da
um Relógio da
eu dos mais [RF36] anciãos relógios da
vivendo em perene desterro das cortes e
vi que a boa vontade, desarmada da
senão representação de cousa, figura e
a uns chamamos figuras e a outros
fim das cousas era cousa das telhas para
em estando a hora determinada lá em
a campainha para baixo e os pesos para
que homem casado com mulher brava e
há aí tão danados que da água pura e
passando intempestivamente da
da claridade às trévoas e das trévoas à
R. A. - Que mais
entre os quais não há nenhum tão
que, por isso, o pintaram com os olhos
antes Relógio da Universidade de
porque, desde que teve jeito de ser algũa
em comparação do que lhe sucedia ao
voltas que os amantes lhe fazem dar, o
que está o princepe repousando nos seus
relojoeiro tal entendesse, antes de ser
boca de rubis, dentes de aljôfar,
aves, o rei dos pássaros, o levasse no
estou com a história do pano azul que
o exercício, as cordas nos afrouxam
R. A. - Melhor estou
fosse ou não chegada a sua hora) dar-lhe
Pois, em se descuidando tamalavez,
não vivo, como vós, das portas adentro
ou se seria melhor enganar a gente
em um eirado que frisava muito
porque a outra fermosa fazia concerto
ou os negócios do mundo. Por eu deixar
querer da solidão a posse; contentai-vos
aos namorados, ou lhes acerte [RF35]
só com conformidade mas, algũa vez,
Deus com os homens como as mães
reger senão pelo do Paço, com que dava
«ide com as horas más», «vinde
unhas foram relógios, quem se entendera
«em boa hora», «em má hora», «ide
e ser pontualíssimo em seus ditos, vindo
crepúsculo, que vista se averiguara
dia. Era alta noite quando apenas acudia
que vista se averiguara com as luzes ou
R. C. - Vai-te embora, ora,
que querem desmamar: untam-lhe a teta
R. A. - E vós a mim de vilão
com fulano, e se sicrano vem da Índia
pudera dever-me pelo que bem obrasse,
os homens se despeçam da vida não só
dos passageiros, não relojava cousa
seu autor, se esmera muito em provar,
chusma dos matutinos, fui peçonha. E
chuvas, neves e ventos, mortos, acatarroados
cidade andava revolta com sua revolução
cidade? Mas V. M., senhor Relógio de Belas
cidade por quem, havendo passado muitas horas
cidade.
cidade senão de escárnio e jogo da gente, ou
Cidade, badalemos limpo que as paredes ouvem
Cidade e outro da Aldea
Cidade e Outro da Aldea
Cidade, me deram por aio um mentecato. Vede
cidades, se nelas vai tanto de monte a monte a
ciência e experiência, não basta para fazer
cifra de algũa cousa. Esta diferença haveis de
cifras; donde se nota que nenhum deles é cousa
cima, e que em nossa mão não está mais que
cima, o mesmo é dar um de nós a hora que dar a
cima.
ciosa anoitecia fora de casa na conversação
clara fazem peçonha.
claridade às trévoas e das trévoas à claridade
claridade? Da mesma maneira, e ainda muito
claro se pode ver, que nas histórias que me
cobarde que deixe de fazer sorte naquele a
cobertos, como mula de atafona, porque, às
Coimbra que da aldea de Belas.
coisa, o guardei para vo-lo apresentar. Pouco
coitado do verdadeiro Relógio Palatino que, em
coitado endoudecera, se vira.
colchões de brandíssima pena, guardado dos
colhido na trapaça, foi e [RF53] apeou-me
colo de cristal? Pois, em se descuidando
colo tão honradamente. Seguimo-lo com os
com a comparação do cerieiro. Porque que lhe
com a continuação e, no cabo, não há nenhum de
com a história do pano azul que com a
com a hora nos focinhos a um enfadonho e
com a idade lhe chega sua hora de velhice
com a Igreja, sempre lhe fui afeiçoado e, por
com a lisonja da mocidade, até a entregar nas
com a minha torre, e notava de meu vagar a
com a morte, prometendo de se lhe entregar
com a palavra na boca e a mesura no ar a um
com a reverência... Nem ela espera de vós mais
com a vontade com que o mesmo Amor não
com alvoroço. Donde se viu que muitos sábios
com as crianças que querem desmamar: untam
com as demandas por esses trigos.
com as horas boas», «ũa hora muito fermosa»
com as horas da nossa terra? Mais horas
com as horas más», «vinde com as horas
com as horas muito a suas horas. E porque o
com as luzes ou com as sombras, passando
com as seis ou sete.
com as sombras, passando intempestivamente
com as tuas horas. E leva crido que não há cá
com azevre, e logo que lhe toca o beiço da
com bem mau modo!
com bons ou maus propósitos ou apalavrou lá
com condição que me não injurie pelo que fizer
com conformidade mas, algũa vez, com
com cousa, resolvi-me a parar e não se me dar
com discursos e exemplos, esta verdade.
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as horas na ponta da unha porque,
onze, antes que fossem bem dez já vinha
comenda alhea, el-rei lha concede e dá
C. - Arrebeçai, arrebeçai, que vos vejo
relógio. Porque alguns há que não cursam
Nenhũa árvore vereis que se contente
seus embustes: se hão-de casar ou não
que chamam «Hora de todos», que,
e se neste ponto o bom do relógio dava
vista deste e de maiores exemplos, que
com o negócio até às nove e, então,
R. A. - Desta maneira: nunca dava hora
Pois logo eu a estas as socorria
com raivas que lhes hei feito do que tem
falsário e que as trouxe tão desvairadas
tal enfadamento? Ora deixai-me a mim
todo o dia e noite sem atinar jamais
Já como eu soubesse que homem casado
fabuloso o pobre Relógio das Chagas, que
Depois, digo, prossegui este papel
a sepultura, donde cada qual vai então só
o mesmo touro o mata. Se, cosendo-se
uso as molas, quebram-se-nos os dentes
verdade, que jamais andei de amores
tempo de que as desse, eu dissimulava
Todas as trazia em um vivo enleo e
noite as noites da quinta para a sesta,
de que eu os castigasse
como eu tenho há dias feito um contrato
ao mugre e à ferrugem. Gastam-se-nos
posse lhe resvala um pé à mula e dá
R. C. - Parece que se houve Deus
gente, se metem também em reste
eu cuidei já que, por isso, o pintaram
no colo tão honradamente. Seguimo-lo
de seus aplausos, vendo-me velho e
prósperos e os desgraciados comparo eu
que aos dias alegres e ditosos contavam
brancas e aos tristes e desgraciados,
e, de repente, o levantou nas mãos, não
R. A. - Sou,
metendo de gorra nas conversações
destas que celebram as meias noites
não se queria reger senão pelo do Paço,
Já ouviríeis a graciosa indecência
O primeiro fim
companhia; aqueles não se conformam
como convém, que, em vez do desprezo
e notava de meu vagar a facilidade
ou lhes acerte [RF35] com a vontade
despindo os faustos e as tramóias
e conceituarem sobre a ligeireza
que lhes falte a envelhecida prosperidade
vivas até que, quebrando-lhe as conchas
ser de ouro, e bálsamo o azeite
bugios (perdoai tão baixa comparação
Caçadores, tenho enterrado muitos mais
o são e estas nunca. A ninguém se pode
peritos, como cá cuidamos. Depois que,
é conhecido por bastardo. Contentai-vos
cada vez que o diabo os atenta
doutores que é certa selada de gentio
a um pesado cepo, em vez de entreterem
com ela, acomodava como queria a mão do seu
com elas. Durava apenas uma hora o expediente
com ele ao pé do pelourinho? Não vale nada esta
com engulhos de desgraciado. Salvo se sois de
com estrondo e são como as serpentes que
com ficar baixa e aparada: ou se levanta ou se
com fulano, e se sicrano vem da Índia com bons
com galantaria digna de seu autor, se esmera
com grande conciência o seu meio dia, a cujo
com grande providência permite Deus haja
com grande sumissão, escassamente dava as
com hora. Ainda os louros raios do sol não
com horas a tempo nem a horas!... Todas as
com madrugadas o seu próprio ofício. Aos
com meus acintes que muitas se queriam mudar
com minha conciência, que mais vos contarei
com minha obrigação. Donde vi que a boa
com mulher brava e ciosa anoitecia fora de
com ninguém se mete! Assi vai tudo direito!
com nova esperança de interesse - bordão de
com o cabedal que lhe deu a natureza, despindo
com o chão, não bole nem se defende, passa por
com o exercício, as cordas nos afrouxam com a
com o meu merecimento. Tende, amigo, por
com o negócio até às nove e, então, com grande
com o próprio engano [RF51] que elas traziam a
com o que tenho esperdiçado tantas ceas no
com o regalo - que há gente tão extravagante
com o tempo: quito-lhe a glória que pudera
com o uso as molas, quebram-se-nos os dentes
com o valhaco no rio? Não presta?
com os homens como as mães com as crianças
com os mofinos.
com os olhos cobertos, como mula de atafona
com os olhos, todos por emulação, eu só por
com os pés para a cova, comecei a falar
com os velhos e os moços por ũa ladeira acima
com pedras brancas e aos tristes e
com pedras negras; e como ainda hoje [RF63]
com pequena inveja das rãs e de outros cágados
com perdão, o Relógio da Vila de Belas; ou sem
com pés de lã, como sevandilhas em casa de
com procissão de gulodices custosas e
com que dava com as demandas por esses
com que disse um de nossos discretos que a
com que escrevi este apólogo foi só por
com que lhes falte a envelhecida prosperidade
com que nos tratam, podiam amar-nos pelos
com que o bom do meu vizinho derretia os anjos
com que o mesmo Amor não atina? Donde eu
com que, para representarem suas figuras, os
com que passam as horas do contentamento
com que se criaram, e estes não podem crer
com que se defendia, deu um pequeno almoço à
com que se temperassem. Pois as mulheres e os
com que seja própria): se os não atais a um
com raivas que lhes hei feito do que tem com
com rezão pedir conta do que não pode obrar, e
com ruim satisfação dos moradores e peor
com ser cristão velho, sem esbarrar pela
com serem verdadeiros.
com seu azeite e vinagre de Mafoma.
com seus jogos, são proluxos e daninhos contra
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eis que vemos que, retirada a águia
para o seu sono. A cidade andava revolta
de mui nobre ferro, fidalgo biscaínho,
matou mais a peste grande que esses,
R. A. - Muito me alegrastes
Mas V. M., senhor Relógio de Belas,
o lugar. Porque, se vires um quatro
o que lhe vi suceder a um cágado
dos seus paramentos de finíssima grã,
Pois sucedeu que passou por ali um rei
essa ruim manha, nem nós podemos
era, e às vezes menos, e não é nada.
julgava digno de um hábito de Cristo.
R. C. travessuras, mas já convalecido, quando
mesmos acertos, porque por aí hão-de
conversação - alce Deus sua ira! - então
velho e com os pés para a cova,
me deu no alto da vaidade, brevemente
R. A. - Direi; porque, na
e assim, estes e aqueles (como
a provisão falsa em que lhe faz mercê da
agora se um homem bailasse à hora de
for pago à sua hora, poderá o soldado
Doente que fez propósito de não
um homem bailasse à hora de comer, e
e fingindo sempre as horas da
empregado em o que não sabia, deu
A fama de mentiroso ficará para sempre
meus inimigos até não darem
de seus passatempos. Tafuis não tinham
vivia junto de mim, o qual aceitou logo a
verdade da língua dos que a não falam, é
desapiedado que disse não havia vingança
que me puderam levantar estátuas
ó senhor, adonde vou que, deixando (
e desgraciados, com pedras negras; e
A isto vim, nesta afronta me vejo. Notai
que nos corre a ferrugem pelas rodas,
não tem paciência para esperarem a ver
São os conceitos
que se houve Deus com os homens
Se elas forem tão sazonadas e merecidas
há que não cursam com estrondo e são
cousa te peço que leves para casa: sofre
será bom que nos vejamos os jogos,
não basta para fazer homens peritos,
ilícita, então era o meu repouso; dormia
e delicadas, tive toda a noite em pé,
mostravam; e assim, estes e aqueles (
[RF61] e os pequenos isto considerarem
exercício. Os fortes capitães tenham (
Os velhos, fracos, pesados e doentes (
nós, que logo nos conhecem pelas mãos
por lebre, cada noite. Porque, assim
Sobretudo vos guarde Nosso Senhor
e valiam então tão pouco
saber; e, por mais que se riam de vós (
R. C. - Pois donde as dão as tomam,
pessoa e muito inclinado à rezão e,
assi desfizera o senhor fulano as festas
cousa na boca dos homens tão frequente
que nunca tão ajustado andara,
com sua presa sobre ũa serra, não fazia mais
com sua revolução. Deram-lhe na trilha ao
com suas misturas de aço de Milão, cavaleiro
com suas presunções e profias, tem morto de
com tão alto discurso. Certo que não havia
com toda sua prática vai dessimulando muito
com três figuras atrás de si, valerá quatro mil
com ũa águia, lá em certa alagoa de minha aldea
com um sono tão quieto como se o relógio da
com um tabardo da mesma cor. Não quiseram
com verdade ter dele esta queixa porque, se
Com esta satisfação que o tempo me dá passo a
Com os requerentes me não ia tão bem porque
Com palavrinhas doces me ides desonrando de
começam a vir recados do provedor das obras
começar a emendar-te, que é manha dos
começava o diabo do charlatão a converter sua
comecei a falar verdade. Mas a nenhum de nós
comecei a fazer tais cousas que o mundo se
comédia do tempo, tais são já nossos tempos e
comediantes), cada qual em seus trajes
comenda alhea, el-rei lha concede e dá com ele
comer, e comesse à hora do dormir, e dormisse
comer e servir a suas horas, sair e recolher
comer nunca do manjar por quem perdeu a
comesse à hora do dormir, e dormisse à hora
comida, lhe dei mil azos a mil acidentes de mal
comigo e deu consigo de avesso. Porque os
comigo, e o falsário será satisfeito. Não só as
comigo em casa deste maldito caldeireiro donde
comigo medra; porque, fiados no relógio que
comissão, muito persuadido de que, por eu ser
como a água do Chafariz d'El-Rei que, por
como a de ũa ruim fama; porque, tendo cada
como a Pedro de Malas Artes, Gusmán de
como a princípio vos disse) de par em par a
como ainda hoje [RF63] nas confrarias se usa
como anda a nossa Corte bem governada!
como aos homens o sangue pelas veas.
como as desfaz. Porque ele não é como o
como as figuras que se vazam em moldes
como as mães com as crianças que querem
como as que fazeis aos fidalgos da Beira, ouvi
como as serpentes que velam sem os olhos
como [RF68] bom não só que te consertem os
como bons parceiros. A que vindes a esta casa?
como cá cuidamos. Depois que, com ruim
como carapeta. Eles, confiados em que o Relógio
como centúrios, sem que acabasse de dar a ũa
como comediantes), cada qual em seus trajes
como convém, que, em vez do desprezo com
como costumam), por aposento, os perigosos
como costumam ser) vão devagar, assentam-se
como damas!
como de noite todos os gatos são pardos, até de
como desejo, etc...
como dizeis. E hoje, mudaram o valor, o estado
como dizeis), ninguém vos tire que sois relógio
como dizem; e cada qual se desengane sem se
como dos passados desconsertos se achava
como ele as fazia! Este nosso mundo não tem
como «em boa hora», «em má hora», «ide
como então, o Relógio do Paço; que minhas
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mestre como me reputais e tão prático
houve cá um valido muito discreto (
R. A. - E
carreira de lebre do Alfeite tão gostosa
calai-vos e não esbombardeeis, que,
um de nós fosse a buscar outra vida,
e ainda dos pecadores. E assim ouvimos (
dos sinos da minha freguesia. Se todos já
eu lhe queria dar aquela que podia. Já
pois de vós há procedido, sabendo-se
R. A. - E às vezes pelas badaladas
sempre, pois, de hoje por diante, já sei
da hora que o está esperando,
cores das horas lhes dão os sucessos,
de espadas? Ou um sainho de palmilha,
e desorada, nem a justiça escarmenta
que até eu próprio me desconhecia; pois,
R. C. - Assim
o que há em mim que, assim tão mestre
como justiça, nem a mercê obriga
isso, o pintaram com os olhos cobertos,
vendo-me donde nunca me havia visto,
representam o que são e as figuras,
vendem a sua ignorância por mistério; e,
R. A. - Esse juízo não é seguro em os que
cume desta costa. E porque eu isto creo,
a ver como as desfaz. Porque ele não é
de misericórdia. Assim foi feito; e,
R. C. - Esse era
essas cousas que se prezaram, e faz
estes enganos, ordenando que assim
Vou e desando. Par Deus, que soei
para Si sòmente e lhe chamou hora sua,
adjutório. A uns acomodados que tem
vendo-me naquelas alturas e que,
daquele ofício, me determinei a servi-lo
Mas,
chimpar-me na metade da torre do Paço,
A superstição dos homens lhas pinta
- Estou satisfeito nessa parte. Porém,
De maneira que, governando eles
da unha porque, com ela, acomodava
de outro tal pretendente. Foi despachado
e fazerem que os mais dessem horas
das horas confessar um tal coronista
a Deus a hora da morte. Mas Cristo,
admirado me tem essa vossa relação. E
R. C. - Contudo, V. M. me diga
Relógio do Paço que os enganara (
e os planetas em suas esferas,
que o silêncio me podia fazer benquisto,
de finíssima grã, com um sono tão quieto
maior bem que bom ofício; mas se sabes
a seu campanário, ficou tão aceito
R. A. - E
está passando por nós outros. Vede
entendia que todos tinham péssimo bafo,
gorra nas conversações com pés de lã,
atrás; e, assentando que vivo só e que
que vivo só e que como só discurso e que
- Sem embargo, a agradável presença é
Digo-vos que, se fora homem
mil esfregações de bigorna, que não sei
como entendeis que sou, de nenhũa outra cousa
como era bem que todos o fossem). Recebia
como era?
como eram para mi as carreiras que eles
como estejais em alto estado, eu vos fico que
como eu estou resoluto a fazer. Cansado ofício
como eu muitas vezes dou fé que ouvi na minha
como eu se acharam tão bem instruídos no que
como eu soubesse que homem casado com
como eu tenho há dias feito um contrato com o
como galantes; mas não é isso senão que nos
como hei-de ser relógio, que até agora o não
como hora sua.
como já foi costume de algũa gente antiga que
como já vestiram os reis e as princesas? Pois
como justiça, nem a mercê obriga como mercê
como lá dizem, se quereis conhecer o homem
como me dava o faro de que algum bacharel
como me reputais e tão prático como entendeis
como mercê, parecendo a primeira que é efeito
como mula de atafona, porque, às muitas voltas
como não fora outra vez gente, fazia-me
como não são nada, nunca têm outro valor salvo
como ninguém quer mostrar que ignora o que
como nós estão apeados, por aquela regra de
como o considero, acho cousa indigna de homem
como o escudeiro da minha terra, mordomo de
como o mestre relojoeiro tal entendesse, antes
como o nosso Barraça, que queria matar o sol
como os homens se despeçam da vida não só
como os ministros se fazem aos olhos do mundo
como outra cousa! Tão pontualmente assisti a
como por ele disse o Evangelista S. João; em a
como por onzeno mandamento jantar às onze
como pregador sáfaro, me espantava o grande
como pudesse. Chegada a primeira hora
como quem más manhas há tarde ou nunca as
como quem não diz nada. E, sem me dizer a mim
como quere porque, não contentes de serem
como quereis que entenda isto que dizem horas
como querem a seus relógios, se governam por
como queria a mão do seu mostrador.
como quis e nunca mais viu ao valido nem lhe
como relógio.
como S. João que também Cristo teve sua hora
como sacrificou a Seu Eterno Pai todas as horas
como saístes da demanda?
como se chama, que sua gentil presença me
como se lá fosse estranho!). Eu ria e
como se nós os atiçássemos - o que me cheira a
como se o não fazer nada mal feito pudesse
como se o relógio da sua sala lhe não estivesse
como se paga?
como sendo Relógio das Chagas era murmurado
como sentis do outro que, desmentindo o sol o
como seria bem emendado o desconcerto
como seu marido. A Fortuna, melhor engenheira
como sevandilhas em casa de jogo. Por onde
como só discurso e que como só entendo, ficará
como só entendo, ficará logo corrente a
como sobrescrito de boa letra, que mostra será
como sou relógio, que no tempo de hoje mais
como sou vivo. De sorte, amigo, que as
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sumissão, escassamente dava as sete. E,
aquilo de que eu mais necessito; que,
Tende, amigo, por certo que, assim
praz, que fidalguias de mar em fora são
são as justiças do mundo, donde há dias (
nobre e altiva que seja, tem sua hora,
R. A. - Mas,
mercê, porque, ainda que não vivo,
nenhum bem vos suceda. Sede relógio,
e vamo-nos hoje por carta de nomes.
R A. R. C. de horas» e outros mil modos de dizer.
R. C. - Vamos ao ponto.
que os homens tratem tal vez de seu
dos bens da velhice, sabei de certo,
desprezar-me dela, tendo-vos nela por
não há quem os despeça de sua larga
morte, pela conversação dos achaques e
me promete grande achado em tão boa
a memória aos bugios (perdoai tão baixa
com a história do pano azul que com a
Porém, tudo isto não era nada em
andem tão atilados que vós, em sua
e cea. Os prósperos e os desgraciados
ou, por melhor dizer, me perseguem.
os relógios, estivéssemos a medir e
por curiosidade porque seu voo me não
depois de mui bem desonrados ele e seu
em suma, os quatro elementos de que se
pertos, de vistas primeiras e segundas,
a primeira hora, escumei a voz e
não presta mais para nada. Essa é a lida
porta aberta, e entrou para não sair até
que «solo Diós acierta a reglar
faz mercê da comenda alhea, el-rei lha
amenhã lho tiram. De modo que quem lho
que vos faço, enviando-vos este humilde
São os
[RF48] os requebros em querelas e
discretos que a imaginação era curral do
Parece que só para mim anda o mundo
foi a rezão porque a outra fermosa fazia
pedras vivas até que, quebrando-lhe as
meus afeiçoados que tomavam sobre sua
ponto o bom do relógio dava com grande
Ora deixai-me a mim com minha
dever-me pelo que bem obrasse, com
para que lhe façais observar as
se tal fosse, era melhor ser relógio que
maior realço ao ofício e nome das horas
cousa algũa, ferrolha a porta e vai-se.
Aos lampeiros me fazia preguiçoso e,
repouso; dormia como carapeta. Eles,
como só entendo, ficará logo corrente a
de sua larga companhia; aqueles não se
estão. Quero dizer que tem o valor
deslustrosa, ou desaproveitadamente?
homens se despeçam da vida não só com
a outras. [RF54] Mas o que me
Alfarache e Pablilhos el Buscón. A estes
negras; e como ainda hoje [RF63] nas
Deus! mas que me fundam, mas que me
como também tinha entendido que o despacho se
como todas estas rezões se derigiam a vós
como todos os homens são de barro, os relógios
como trigo do mar: sempre vale menos que o
como V. M. melhor sabe) que ninguém val pelo
como vamos averiguando; e que corre por conta
como vos ia dizendo...
como vós, das portas adentro com a Igreja
como vossos antepassados; e, se acaso vos
Como é o nome de V. M.?
Como quem se governa pelo Relógio das Chagas...
Como?
Como se a gente em nenhũa outra cousa que nas
Como vos fizestes doudo? Ensinai-mo pelo que
cómodo e tal de seu adiantamento, pois é certo
companheiro, que a fruta das horas é melhor
companheiro.
companhia; aqueles não se conformam com que
companhia dos acidentes próprios da velhice
companhia.
comparação com que seja própria): se os não
comparação do cerieiro. Porque que lhe faltava
comparação do que lhe sucedia ao coitado do
comparação, monteis deslustrosa, ou
comparo eu com os velhos e os moços por ũa
Comparo eu a memória aos bugios (perdoai tão
compassar e estremar o tempo, por ver se
competia. Quando nisto, eis que vemos que
compitidor, ei-los amigos. Pois que vos [RF47]
compõe e descompõe o mundo dos negócios ou
compõe esta fermosa perspectiva do mundo
compus o movimento. Vou e desando. Par Deus
comum que, por mais que o vaso mau nunca
comunicar-vo-lo.
con regla tuerta». Enfim, era um tesoureiro
concede e dá com ele ao pé do pelourinho? Não
concedeu lho pode negar e a figura que hoje se
conceito que ũa vez cá me entrou na imaginação
conceitos como as figuras que se vazam em
conceituarem sobre a ligeireza com que passam
concelho donde, por não ter portas, todo o
concertado!
concerto com a morte, prometendo de se lhe
conchas com que se defendia, deu um pequeno
conciência a minha verdade, afirmando que
conciência o seu meio dia, a cujo som os
conciência, que mais vos contarei de
condição que me não injurie pelo que fizer a seu
condições deste contrato a que estou prestes.
cónego de S. Tomé.
confessar um tal coronista como S. João que
Confesso-vos que estranhei vendo-me naquelas
confiados em minha palavra, os detinha entre
confiados em que o Relógio do Paço não podia
confiança da oferta que vos faço, enviando-vos
conformam com que lhes falte a envelhecida
conforme o lugar. Porque, se vires um quatro
Conforme ao que me dizeis, estou agora crendo
conformidade mas, algũa vez, com alvoroço
conforta é que por isso são figuras. Adverti que
confrades da vianda, irmãos da Mesa de Santo
confrarias se usa dados os votos na cor das
confundam, eu hei-de tanger sempre a verdade!
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de seu vizinho. Dizei-me: haveria maior
R. A. - Contai, mas que me deixeis
todos; e a rezão é porque cada qual não
R. C. - Tristes de nós, que logo nos
pois, como lá dizem, se quereis
minha igreja, que cada um é obrigado a
orações a tal que a tal hora? E velha
lá tem de ordinário seu fortum, donde é
gosto. Boa ordem! E então, que só seja
de muito má figura
R. A. - Dias há que eu
R. C. - Mofino homem! Quantos eu
no peito aquela saudável aranha da
sempre valeu muito. Mas que proveito
naquela da qual parece haver partido!
sairei de aqui sòmente advertido mas
das obras del Rei que logo [RF45] fosse
as bênçoas certas. Tal havia que ao meu
serralheiro dizia que tinha muito que
dúvida é o serralheiro que nos vem a
R. A. sofre como [RF68] bom não só que te
da censura; porque vós nada lereis sem
Tomo-vos por meu juiz
não está podermos remediar. Porque,
se os grandes [RF61] e os pequenos isto
costa. E porque eu isto creo, como o
em o que não sabia, deu comigo e deu
que nos governam trazem seus relógios
outro, antigamente, que «na doudice só
outro valor salvo o que os homens lhe
C. - Muita graça tinha aquele escolar que
vamos averiguando; e que corre por
A ninguém se pode com rezão pedir
falta de relógio, andava todo o Paço sem
suave alimento até então recebia. Fazei
do negócio e não da manificência. Fazei
de querer obrar aquilo de que lhe pedem
E, porque tomam e gastam por sua
R. A. se o relógio da sua sala lhe não estivesse
lhe entregar cada vez que a chamasse,
virá seu S. Martinho. Lembra-me ouvir
C. - Bem pareceis boçal! Pois, se eu vos
mim com minha conciência, que mais vos
se pode ver, que nas histórias que me
antiga que aos dias alegres e ditosos
da república, querer da solidão a posse;
fortum, donde é conhecido por bastardo.
a ligeireza com que passam as horas do
crecem. Nenhũa árvore vereis que se
lhas pinta como quere porque, não
estes não podem crer que se lhes mude a
as cordas nos afrouxam com a
tinha entendido que o despacho se
mossas de ferro, hei notado que de
a certo velhustro que nele era muito
de travessuras que tenho feito. É um
R. A. - Deixai-me já fenecer o meu
que era necessário. Despois, convertidos
do charlatão a converter sua eloquência
a idade lhe chega sua hora de velhice,
com seus jogos, são proluxos e daninhos
confusão em ũa república, por mais que os
congelado.
conhece a origem dos males e dos bens e cuidam
conhecem pelas mãos como damas!
conhecer o homem, dai-lhe mando.
conhecer-se.
conheci já que ensinava às moças que as pragas
conhecido por bastardo. Contentai-vos com ser
conhecido por fabuloso o pobre Relógio das
conheço eu que as vi já andar atrás doutras
conheço que muitos se queixam do mundo
conheço que por isso mesmo medram: uns por
consciência, sempre lhes ouvimos oferecer a
conseguistes dessa insânia?
Consenti-me tornar atrás; e, assentando que
consertado para sempre, pois, de hoje por
consertado porque, por falta de relógio, andava
consertador julgava digno de um hábito de
consertar, porque naquela casa, não se costuma
consertar. Sus, calemos!
Conserte Deus a V. M., senhor Relógio.
consertem os erros mas os mesmos acertos
conserto e eu não quero de outrem ser lido
conservador, para que lhe façais observar as
considerai vós agora se um homem bailasse à
considerarem como convém, que, em vez do
considero, acho cousa indigna de homem
consigo de avesso. Porque os viandantes, vendo
consigo, por ser insígnia do homem de estado
consiste o siso».
constituem, que hoje lhe dão e amenhã lho tiram
consultava à candea que horas eram pelo
conta de nosso ofício e dentro da nossa
conta do que não pode obrar, e ninguém a dará
conta nem peso nem medida. O pobre
conta que a velhice faz este próprio ofício e
conta que um rei manda, por seu gosto, que
conta.
conta todas as horas da vida, só querem dar a
Contai, mas que me deixeis congelado.
contando e descontando os próprios alentos que
contanto que a defenderia do tempo que a não
contar no meu adro a certo velhustro que nele
contara outro segredo, ficáreis frio!
contarei de travessuras que tenho feito. É um
contastes de aqueles dois relógios tão
contavam com pedras brancas e aos tristes e
contentai-vos com a reverência... Nem ela
Contentai-vos com ser cristão velho, sem
contentamento, vendendo-lhes eu gato por lebre
contente com ficar baixa e aparada: ou se
contentes de serem tintureiros de afectos, o
contínua miséria que os perseguia sempre.
continuação e, no cabo, não há nenhum de nós
continuava até as onze, antes que fossem bem
contínuo os baixos pagam os encontros dos
contínuo...
conto largo!
conto.
contra mim, tudo era lançar a culpa ao maldito
contra o relógio, afirmando que não eram as
contra quem não valem todos os estofos e
contra quem os cria. Assim é a memória vendo
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mesmo é dar um de nós a hora que dar a
destes, que os viam recolher cedo
R. C. que lhe faz mal o que lhe está bem!
de barro altamente prezadas ou, ao
deixar (pelo menos) o crédito do
em ruim parte influi nocivamente. Ao
lhe façais observar as condições deste
como eu tenho há dias feito um
[RF46] area me desmentiam a cada hora,
delas não queria receber tanto. Mas
R. C. também jazia por travessuras, mas já
acharam tão bem instruídos no que lhes
e os pequenos isto considerarem como
cujo som os ouvintes alimpavam os pés à
de esporas ao passeo e, em meia hora de
fosse perdendo o receo à morte, pela
brava e ciosa anoitecia fora de casa na
que se andam metendo de gorra nas
em o que julgam de seus escritos, se nos
- então começava o diabo do charlatão a
para o que era necessário. Despois,
que cada dia nos parece azul, não tem
nas confrarias se usa dados os votos na
por ali um rei com um tabardo da mesma
Porém, nós, todos as ministramos de ũa
R. C. - É nobreza de
esforçado e fazendo das tripas
na cor das favas, para encobrir a dos
os dentes com o exercício, as
R. C. - As
costumam), por aposento, os perigosos
O tempo é touro bravo e em tomando nos
Nosso Senhor, e por ele seu sagrado
ofício e nome das horas confessar um tal
nem menos que tomar-me a mim em
galantes; mas não é isso senão que nos
Cuidam os descuidados que para eles não
hora, como vamos averiguando; e que
ouvistes já algum prègador que a desse,
bom seu pensamento, indo sempre ambos
sem parar, lhe [RF55] respondia,
haver...» Romaria que se prometeu
e que como só entendo, ficará logo
a água do Chafariz d'El-Rei que, por
nomeando-me; fazei vossa cortesia
trotou... trotou o valido também; ele
trotou o valido também; ele correu,
disto ou do saibo da vasilha ou do ar
e que tal relógio merecia queimado e
Nunca vereis menos cortesia que na
de Leomil, vem a pé sessenta léguas à
os grandes: porque de ordinário, o
me vejo. Notai como anda a nossa
a hora em que naceram e o costume da
vem a curar os mais ilustres relógios da
R. A. - Não entendo dos usos da
vivendo em perene desterro das
a V. M., para ser tão grande e tão antigo
obrigação nomeando-me; fazei vossa
bem vestido. Nunca vereis menos
contra-senha à morte ou à Fortuna para que se
contra seu costume, aí vos gabo eu que tinha as
Contra esse descuido bradaram os sábios e os
Contra os poltrões era a própria diligência
contrário, as de ouro valem pouco, quando
contrário duvidoso. Isto apeteces? Isto
contrário, também quando o mau se acha em
contrato a que estou prestes.
contrato com o tempo: quito-lhe a glória que
contudo havia ministros tão meus afeiçoados
contudo já se sabe que é demasiada fanforrice
Contudo, V. M. me diga como se chama, que sua
convalecido, quando começam a vir recados do
convém, nenhum duvidara, ou se esquecera da
convém, que, em vez do desprezo com que nos
conversação - alce Deus sua ira! - então
conversação, choviam horas sobre eles. Punha
conversação dos achaques e companhia dos
conversação escusada ou ilícita, então era o
conversações com pés de lã, como sevandilhas
convertem de autores a leitores, dizendo-nos
converter sua eloquência contra o relógio
convertidos contra mim, tudo era lançar a
cor algũa. O ofício dos olhos é ver e chorar e
cor das favas, para encobrir a dos corações e
cor. Não quiseram mais os vizinhos do lugar
cor própria. A superstição dos homens lhas
coração e ainda proximidade não deixar
coração, sabendo que não havia outro remédio e
corações e para dizer sim ou não, tendo as
cordas nos afrouxam com a continuação e, no
cores das horas lhes dão os sucessos, como já
cornos da lua em os de seus exércitos. Alojem
cornos um pecador, se ele por si mesmo se não
Coroa e Chancerel do Estado de
coronista, chamou hora sua à hora de sua morte.
coronista como S. João que também Cristo teve
corpo e em alma e chimpar-me na metade da
corre a ferrugem pelas rodas, como aos
corre o tempo nem as horas fazem seu ofício
corre por conta de nosso ofício e dentro da
correi pela memória e dizei-me a causa de esse
correndo à trocada: eu, desmentido das minhas
correndo: «si senhor, isto agora é verdade
correndo tromenta jamais foi cumprida. Doente
corrente a confiança da oferta que vos faço
correr por canos de enxofre, sempre faz mal
correspondendo-me. Quem quereis ser? Por
correu, correu o valido, do mesmo modo, e
correu o valido, do mesmo modo, e dizia
corruto que me deu no alto da vaidade
cortada a mão que cuidava dele; e que, por isso
corte. Anda o mundo desconcertado e o peor é
corte, gasta o que tem, cansa a el-rei, mata
corte não é do mesmo pano que a amostra.
Corte bem governada!
Corte donde sempre faltava o tempo para o que
Corte e reino.
Corte nem quisera saber desse. Mas dizei-me
cortes e cidades, se nelas vai tanto de monte a
cortesão, de quem a fama publica mil
cortesia correspondendo-me. Quem quereis ser
cortesia que na corte. Anda o mundo
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todos o fossem). Recebia este notaves
choupanas do Porto de Mugem ou sino de
faz morto, o mesmo touro o mata. Se,
A Fortuna, melhor engenheira que
ao fim do ano, ao termo e cume desta
consertar, porque naquela casa, não se
trajar de a seda do costume e a que se
melhor engenheira que Cosmander,
nem saibam estes rapazes (que agora se
Os fortes capitães tenham (como
velhos, fracos, pesados e doentes (como
que nos tribunais meus sufragâneos se
que os viam recolher cedo contra seu
à sua vida, a hora em que naceram e o
horas lhes dão os sucessos, como já foi
R. C. - A Fortuna é muito disso. Tem o
que me gabe ou me desculpe, fugindo ao
Cada qual se quer trajar de a seda do
que, na maior parte desta gente e seus
e serpentes a tochas, que ardiam até os
não diz nada. E, sem me dizer a mim
grado dos passageiros, não relojava
aquilo que ainda não é, de nenhũa outra
- Já vos disse que o fim das cousas era
[RF39] R. A. - Essa
R. C. - Si, grande
de cousa, figura e cifra de algũa
deles é cousa senão representação de
fazia peor. Já namorados! Isso foi ũa só
torto e mandavam que me endireitasse;
eu isto creo, como o considero, acho
mais faladas são as horas. Porque não há
A. - Vedes vós? Pois, se olharmos bem a
Se vós, porque de tudo entendeis algũa
nós o sabermos sem dúvida que cada
somos relógios e sabemos que não há
dizer. Como se a gente em nenhũa outra
baixos materiais que em si não são outra
dos passageiros, não relojava cousa com
cifras; donde se nota que nenhum deles é
como entendeis que sou, de nenhũa outra
Estai seguro de que não há neste mundo
desando. Par Deus, que soei como outra
R. C. - Adeus; e ũa só
- Muito tempo há que o tempo é esse! Ũa
do tempo provém de se não fazerem as
obrigação dos que são obrigados a fazer
tão presumido de bem informado nas
procede trocarem os homens as horas às
R. C. - Já vos disse que o fim das
vontade. Mas não há dúvida que sucedem
muitos dão, de se não poderem fazer as
Por menos mal tivera deixar de fazer as
R. A. - Ora de aí vem que das
brevemente comecei a fazer tais
procede o aborrecimento de todas essas
tá! V. M. é o Relógio de Belas? Grandes
de que seu vizinho não seja almotacel no
vendo-me velho e com os pés para a
de cada um é mais sadio que galinha
todos os adoram mas ninguém os
cousa é natural: os pequenos são os que
de suas horas. A sangria é saudável na
cortesias de outro tal pretendente. Foi
cortiça na charneca de Monte Argil. Mas não
cosendo-se com o chão, não bole nem se
Cosmander, costuma fazer o que fazia um
costa. E porque eu isto creo, como o considero
costuma acudir aos remédios senão depois que
costuma, ainda que seja de ruim lei e feitio, é a
costuma fazer o que fazia um cerieiro do meu
costumam) donde me tem para me apedrejarem.
costumam), por aposento, os perigosos cornos
costumam ser) vão devagar, assentam-se em
costumava a entrar às sete horas; e, em sendo
costume, aí vos gabo eu que tinha as bênçoas
costume da Corte donde sempre faltava o tempo
costume de algũa gente antiga que aos dias
costume dos abades: engordam as galinhas
costume dos mais que, a cada passo, em o que
costume e a que se costuma, ainda que seja de
costumes, mora a superstição e hipocresia
cotos, e lá ia tudo! Tende por certo que, entre
cousa algũa, ferrolha a porta e vai-se
cousa com cousa, resolvi-me a parar e não se
cousa cuida. Donde vem...
cousa das telhas para cima, e que em nossa mão
cousa é natural: os pequenos são os que
cousa é que as figuras vão atrás ou adiante
cousa. Esta diferença haveis de saber que vai
cousa, figura e cifra de algũa cousa. Esta
cousa! Fiz deles gato sapato. Filhas de ourives e
cousa impossível, por quem já disse o ditado
cousa indigna de homem prudente (quanto mais
cousa na boca dos homens tão frequente como
cousa, nenhum deles tem grande culpa (a meu
cousa, ouvistes já algum prègador que a desse
cousa, por nobre e altiva que seja, tem sua
cousa que não tenha sua hora no mundo. O rir, o
cousa que nas horas empregasse o sentido. Até
cousa que tábuas, lenços, terras e azeites, de
cousa, resolvi-me a parar e não se me dar de
cousa senão representação de cousa, figura e
cousa sirvo cá na cidade senão de escárnio e
cousa tão abatida que algũa hora se não veja
cousa! Tão pontualmente assisti a meu
cousa te peço que leves para casa: sofre como
cousa vos digo:
cousas a suas horas.
cousas bem feitas.
cousas curiais que, ouvindo de sua pousada
cousas e, desta troca, todos os desconsertos do
cousas era cousa das telhas para cima, e que
cousas graciosas e que parecem feitas acinte
cousas grandes logo em suas horas, e que por
cousas que fazê-las fora de suas horas. A
cousas que há no mundo mais faladas são as
cousas que o mundo se tornou um novelo. Sabia
cousas que se prezaram, e faz como os homens
cousas tenho ouvido de seu bom gosto! Dizem
couto de Leomil, vem a pé sessenta léguas à
cova, comecei a falar verdade. Mas a nenhum
cozida. Foi o diabo meter em cabeça aos
crê.
crecem. Nenhũa árvore vereis que se contente
crecença do dia e logo mortal pela sesta. O
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casas dos príncipes: novidades, alturas,
da mesma maneira: os que são muito
R. C. - Senhor Relógio de Belas,
pequena vingança deixar (pelo menos) o
do que se podia esperar de seu
que a nós outros os relógios todos nos
Conforme ao que me dizeis, estou agora
e cume desta costa. E porque eu isto
[RF64] R. A. - O mesmo ouvi e
o dia e a noite não houvera um e outro
R. A. - Quem tal fizera
um relógio de bem a o não quererem
com que se criaram, e estes não podem
princípio do mundo sem que acabem de o
são proluxos e daninhos contra quem os
carniceiro; e ainda da criança mais bem
se temperassem. Pois as mulheres e os
que amigos, sempre eram mais os que a
ao cutelo do carniceiro; e ainda da
com os homens como as mães com as
a envelhecida prosperidade com que se
azevre, e logo que lhe toca o beiço da
embora, ora, com as tuas horas. E leva
os rubis descoram, o aljôfar se perde, o
boca de rubis, dentes de aljôfar, colo de
de fiar tão delgado. Eu sou relógio
indigna de homem prudente (quanto mais
por bastardo. Contentai-vos com ser
julgava digno de um hábito de
oferecer a Deus a hora da morte. Mas
dou fé que ouvi na minha igreja) que
tal coronista como S. João que também
chamam horas planetárias, até os físicos
R. C. - Isto são termos sem cunhos nem
estiram. Enfim, tudo aquilo que já é, não
que ainda não é, de nenhũa outra cousa
entesourava quanto lhe davam, por ter
foi só por divertir-me dos penosos
conhece a origem dos males e dos bens e
que velam sem os olhos abertos.
para fazer homens peritos, como cá
do mesmo modo, é cativa desconfiança
R. C. - Muitas vezes me assombro só em
merecia queimado e cortada a mão que
Já
que o mesmo Amor não atina? Donde eu
de que se venham curar, senão de que
e tudo se me desconcerta, cada vez que
da lima e do martelo deste vilão, sub
com grande conciência o seu meio dia, a
bem a cousa, nenhum deles tem grande
temendo sujar-se. E, então, porque pela
contra mim, tudo era lançar a
do mundo? Se terão também disso a
e o peor é que nos põem a nós a
o mundo, e os relógios tem a
a hora na boca, houve de ser o
lá por baixo da capa lhe vai fazendo as
chegam ao fim do ano, ao termo e
prometeu correndo tromenta jamais foi
que acodem às igrejas ao domingo por
R. C. - Isto são termos sem
a gula do sancristão ou a preguiça do
crecenças e mudanças - e que mudasse o
crecidos não podem ser maiores, antes, se se
crede que vos falo verdade, que jamais andei
crédito do contrário duvidoso. Isto apeteces
crédito e de sua doutrina.
crem e nenhum nos adora. Por isso, o pintor
crendo que nos mais relógios se não achará um
creo, como o considero, acho cousa indigna de
creo; mas nunca achei quem me declarasse a
crepúsculo, que vista se averiguara com as
crer ao senado da minha aldea?
crer patifes, bastava para que cada um de nós
crer que se lhes mude a contínua miséria que os
crer, segundo obram diversamente do que se
cria. Assim é a memória vendo-se solta
criada, dizem as velhas, que sabem disso, está
criados destes, que os viam recolher cedo
criam que os que a duvidavam. Nem seria
criança mais bem criada, dizem as velhas, que
crianças que querem desmamar: untam-lhe a
criaram, e estes não podem crer que se lhes
criatura e gosta o sabor amargoso, já toma
crido que não há cá relógio, por mais alto que
cristal estala, e tudo muda não só a forma mas
cristal? Pois, em se descuidando tamalavez
cristão e louvo a Deus por tão grande mercê
cristão!) que, só a fim de levar este passo um
cristão velho, sem esbarrar pela ladeira abaixo
Cristo. Com os requerentes me não ia tão bem
Cristo, como sacrificou a Seu Eterno Pai todas
Cristo Nosso Senhor, e por ele seu sagrado
Cristo teve sua hora, notificando-a por tal a
críticas, e até os poetas lhe chamaram
cruzes, que se andam metendo de gorra nas
cuida de ser; e tudo aquilo que ainda não é, de
cuida. Donde vem...
cuidado de meus descuidos. Jamais me untou as
cuidados que há tantos anos me acompanham ou
cuidam que são firmes, a modo da mulher que
Cuidam os descuidados que para eles não corre
cuidamos. Depois que, com ruim satisfação dos
cuidar o miserável que já nunca mais pode
cuidar que está o princepe repousando nos seus
cuidava dele; e que, por isso, o mundo [RF52]
cuidei, certo, à vista deste e de maiores
cuidei já que, por isso, o pintaram com os olhos
cuidem que ainda tem cura...
cuido no engano dos tolos dos meus fregueses e
cujo poder nos vemos.
cujo som os ouvintes alimpavam os pés à
culpa (a meu juízo) porque, por esta própria
culpa alhea eu não sou a mesma pontualidade
culpa ao maldito Relógio do Paço que os
culpa os relógios da cidade? Mas V. M., senhor
culpa.
culpa.
culpado na madorra do valhaco e em vir passar
culpas sumárias até que, chegada a hora em que
cume desta costa. E porque eu isto creo, como o
cumprida. Doente que fez propósito de não
cumprimento, se em vez da missa, que não
cunhos nem cruzes, que se andam metendo de
cura.
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senão de que cuidem que ainda tem
seria bem emendado o desconcerto,
vos diga? A primeira vez que aqui vim
que nesta casa em que estamos se vem a
- Não; não me espanto de que se venham
presumido de bem informado nas cousas
os olhos, todos por emulação, eu só por
de nossos discretos que a imaginação era
do seu relógio. Porque alguns há que não
outra vez gente, fazia-me pedaços e
potente nem o mandar prender o
fazia? Furtava-lhe a volta e, sumindo o
merecimento, ficasse dessimulada a
depois de gozadas e depois de perdidas,
R. C. - Porque nos
meias noites com procissão de gulodices
Para beatas do meu bairro era um
medrada é que faz maiores impulsos ao
V.A. e
não avogo esta vez por ela, sendo seguro
R. C. - Fígados há aí tão danados que
Relógio da Universidade de Coimbra que
um Relógio da Cidade e Outro
um Relógio da Cidade e outro
Para que é mais? Os mesmos números
por onde diziam já dele os Foliões
como as que fazeis aos fidalgos
servir a suas horas, sair e recolher-se
o relógio da vizinhança. Ele, lá por baixo
Porque nos custam cá os doudos os olhos
Do aplauso vos desobrigo e até
terão também disso a culpa os relógios
ninguém vos tire que sois relógio velho
R. A. - Senhor Relógio
Fazem a interlocução um Relógio
um Relógio
eu dos mais [RF36] anciãos relógios
Donde vi que a boa vontade, desarmada
sombras, passando intempestivamente
a provisão falsa em que lhe faz mercê
descompondo e fingindo sempre as horas
morde no peito aquela saudável aranha
Desembargador dos Agravos, Juiz
a hora em que naceram e o costume
se vem a curar os mais ilustres relógios
R. A. - Não entendo dos usos
impulsos ao cutelo do carniceiro; e ainda
com azevre, e logo que lhe toca o beiço
tem essa vossa relação. E como saístes
cheirando às filhós, em me dando o vento
meses, anos, que são os bancos
anos, que são os bancos da escola
velho, sem esbarrar pela ladeira abaixo
R. C. - Nem a nota irmã
cá na cidade senão de escárnio e jogo
requestaram a hora da morte, e alguns
mais horas; e sendo estas já mais perto
e que parecem feitas acinte, nisto
Pois em verdade que este estatuto
canónicas; assi, vemos fazer lembrança
que desespere de saber a infalibilidade
nenhum duvidara, ou se esquecera
cura...
curando-se a inocência do relógio e ficando em
curar-me, encontrei cá o Relógio da Sé, muito
curar os mais ilustres relógios da Corte e reino.
curar, senão de que cuidem que ainda tem cura...
curiais que, ouvindo de sua pousada vinte
curiosidade porque seu voo me não competia
curral do concelho donde, por não ter portas
cursam com estrondo e são como as serpentes
cursava todo o dia e noite sem atinar jamais
curso do relógio, porque, se o relógio pára, o
curso, guisava de tal sorte o movimento que
curta valia desta obra. Quanto ela algũa [RF32]
custa tanta dor seu apartamento? Vem [RF60]
custam cá os doudos os olhos da cara. Val aqui a
custosas e arriscadas. Em me cheirando às
cutelo de dois gumes. Nunca lhe dei hora a
cutelo do carniceiro; e ainda da criança mais
D.
D. F. M.
da afeição que vos deve. Porém, vós, em tudo
da água pura e clara fazem peçonha.
da aldea de Belas.
da Aldea
da Aldea
da aritmética, que é a própria verdade do
da Arruda que assi desfizera o senhor fulano as
da Beira, ouvi-las-ei eu de muito boa vontade.
da campanha a suas horas. Mas que será se tudo
da capa lhe vai fazendo as culpas sumárias até
da cara. Val aqui a doudice pesada a peso de
da censura; porque vós nada lereis sem
da cidade? Mas V. M., senhor Relógio de Belas
da cidade por quem, havendo passado muitas
da Cidade, badalemos limpo que as paredes
da Cidade e outro da Aldea
da Cidade e Outro da Aldea
da Cidade, me deram por aio um mentecato
da ciência e experiência, não basta para fazer
da claridade às trévoas e das trévoas à
da comenda alhea, el-rei lha concede e dá com
da comida, lhe dei mil azos a mil acidentes de
da consciência, sempre lhes ouvimos oferecer a
da
da Corte donde sempre faltava o tempo para o
da Corte e reino.
da Corte nem quisera saber desse. Mas dizei
da criança mais bem criada, dizem as velhas
da criatura e gosta o sabor amargoso, já toma
da demanda?
da empada ou em vendo reluzir o prato de ovos
da escola da experiência.
da experiência.
da fidalguia, que é a mais sensabor empreitada
da firma. Mas deixemos para outra hora o ler
da gente, ou alvo da perseguição e o negro da
da gentilidade bàrbaramente a anteciparam, por
da hora de cada qual que as outras passadas, da
da hora de cada um. Que me dizeis a outro velho
da hora de todos e de tudo deve ser tão
da hora do nascimento e da morte dos justos e
da hora que o está esperando, como hora sua.
da hora que para qualquer está guardada.
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na hora que dá a estocada. As faltas
ou não com fulano, e se sicrano vem
deve. Porém, vós, em tudo não só varão
deu em mentiroso por se vestir
nos governa e assim eu me veja livre
vens por mentiroso... Diz que a verdade
por aposento, os perigosos cornos
são mais desculpáveis que as
zelo, e a segunda, fruito do negócio e não
sempre hão-de trazer a própria forma
R. A. - O
casa, atordoados do medo e dos sinos
Mas nada do que digo abate a honra
A estes confrades da vianda, irmãos
passou por ali um rei com um tabardo
e caem. Em os homens passa
de cada qual que as outras passadas,
R. A. - Quem tal fizera crer ao senado
Até no céu (ouvi já aos astrólogos
sou parente muito próximo dos sinos
muito a suas horas. E porque o adro
Porque ele não é como o escudeiro
sei se é cheminé ou campanário a casa
ao domingo por cumprimento, se em vez
melhor enganar a gente com a lisonja
fazer lembrança da hora do nascimento e
que muitos sábios requestaram a hora
lhes ouvimos oferecer a Deus a hora
mesmo recebeu do Padre aquela hora
bens e cuidam que são firmes, a modo
e vede agora se foi castigo ou mercê
corre por conta de nosso ofício e dentro
quem se entendera com as horas
entendo, ficará logo corrente a confiança
não houvesse de ũa banda o outono e
por certo que tudo o seu é melhor que o
parecendo a primeira que é efeito
chapéu. Toparam-se um dia na Rua Nova
de escárnio e jogo da gente, ou alvo
de boa letra, que mostra será a carta
não tornei mais a entrar naquela
prontíssimo em dar meia noite as noites
de ministros fazerem-se eles os relógios
sempre sobre si os pesos e os pesares
varão justo, não podíeis, sem perjuízo
se não quer desenganar? O sumo grau
R. A. - O Relógio
vim curar-me, encontrei cá o Relógio
descansar, se se pusesse ao sol à hora
sem perjuízo da república, querer
um sono tão quieto como se o relógio
da nossa jurisdição o sermos executores
por ventura, de que os mais relógios
do mar: sempre vale menos que o peor
e em alma e chimpar-me na metade
às punhadas, depois de mui bem roído
que disse tinha sempre as horas na ponta
sabedor que me pareceis antes Relógio
ou do ar corruto que me deu no alto
as perde, ou fosse disto ou do saibo
ouvido toda esta pregação dos bens
e companhia dos acidentes próprios
e Pablilhos el Buscón. A estes confrades
da impossibilidade são mais desculpáveis que as
da Índia com bons ou maus propósitos ou
da Justiça, mas varão justo, não podíeis, sem
da libré do tempo; e eu, desenganado de seus
da lima e do martelo deste vilão, sub cujo poder
da língua dos que a não falam, é como a água do
da lua em os de seus exércitos. Alojem os
da malícia, ou sempre aquelas o são e estas
da manificência. Fazei conta que um rei manda
da matriz em que se engendraram. E, quando
da Matriz?!
da meia noite. Caçadores, tenho enterrado
da memória e nome de nossas horas, vendo que
da Mesa de Santo Entrudo, fiz a maior guerra
da mesma cor. Não quiseram mais os vizinhos
da mesma maneira: os que são muito crecidos
da mesma maneira ouve agora estas horas e as
da minha aldea?
da minha aldea) são os planetas bons e maus
da minha freguesia. Se todos já como eu se
da minha igreja já de ab initio não é mais que ũa
da minha terra, mordomo de todas as festas
da minha vivenda; e assim, sem mais nem mais
da missa, que não ouviam, ouviam então dar a
da mocidade, até a entregar nas mãos do fim
da morte dos justos e ainda dos pecadores. E
da morte, e alguns da gentilidade bàrbaramente
da morte. Mas Cristo, como sacrificou a Seu
da morte para Si sòmente e lhe chamou hora
da mulher que, por não tratar outro homem
da natureza anteceder à morte a velhice, ou se
da nossa jurisdição o sermos executores da
da nossa terra? Mais horas tivera então um dia
da oferta que vos faço, enviando-vos este
da outra a primavera, quem pudera viver
da outra gente. Não matou mais a peste grande
da paixão e não de zelo, e a segunda, fruito do
da Palma, que é longa, estreita e sem travessa
da perseguição e o negro da zombaria; e tantas
da própria mão.
da qual parece haver partido! Consenti-me
da quinta para a sesta, com o que tenho
da república, e fazerem que os mais dessem
da república e que a língua, significada no sino
da república, querer da solidão a posse
da sandice é perder-se um pelo ganho do outro.
da Sé em casa do serralheiro?
da Sé, muito em segredo, que se vinha
da sesta e se à sombra à hora do soalheiro, se
da solidão a posse; contentai-vos com a
da sua sala lhe não estivesse contando e
da taxa que Deus pôs à ventura ou à desgraça, à
da terra andem tão atilados que vós, em sua
da terra, e lá tem de ordinário seu fortum
da torre do Paço, como quem não diz nada. E
da traça, por muito mais do que valera em novo.
da unha porque, com ela, acomodava como
da Universidade de Coimbra que da aldea de
da vaidade, brevemente comecei a fazer tais
da vasilha ou do ar corruto que me deu no alto
da velhice, sabei de certo, companheiro, que a
da velhice. Senão, dizei-me: quem poderia
da vianda, irmãos da Mesa de Santo Entrudo
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se deminuisse a sobejidão do amor
e faz como os homens se despeçam
a Seu Eterno Pai todas as horas
de aquele que lhe está assinado no livro
por se verem livres das penalidades
discorrido, são sôfregos das horas
e gastam por sua conta todas as horas
R. A. - Sou, com perdão, o Relógio
pois, o triste homem tão afligido, apelou
de S. João, às quartas feiras, e
ofício, só porque não ouvem o relógio
R. A. - Estou tanto
gente, ou alvo da perseguição e o negro
que abre a postema, e mata na hora que
defende. Todavia não sei que feitiços nos
da comenda alhea, el-rei lha concede e
tomar posse lhe resvala um pé à mula e
Com esta satisfação que o tempo me
mortal pela sesta. O mesmo ferro agudo
às trévoas e das trévoas à claridade?
e os santos, e aos mais valeu pouco.
e tudo o mais é ser escudeiro de Fernão
em que o Relógio do Paço não podia ter
ainda hoje [RF63] nas confrarias se usa
lá dizem, se quereis conhecer o homem,
«Relógio que andais errado, que não
Deus! Sendo relógio que tantas horas
e do relógio. Mil galanterias tenho feito a
que logo nos conhecem pelas mãos como
porque, desde que somos relógios,
lhe ladravam levantando-lhe que eram
R. C. - Fígados há aí tão
horas nos entrará pela barra dentro,
Em me cheirando às filhós, em me
com seus jogos, são proluxos e
acudir aos remédios senão depois que os
depois olho e vejo-a ficar em aquilo que
R. C. - Pois donde as
Porque não val a desculpa, que muitos
os homens lhe constituem, que hoje lhe
R. C. - As cores das horas lhes
remédio e que o mestre me achava digno
o mesmo é dar um de nós a hora que
conta todas as horas da vida, só querem
da missa, que não ouviam, ouviam então
pé, como centúrios, sem que acabasse de
de muitos anos. Tomei por devoção não
lhe não executa), ao menos eu lhe queria
estava marcando as horas para
cousa, resolvi-me a parar e não se me
(quer fosse ou não chegada a sua hora)
- Estou vendo que te não apupariam por
esta demora sendo prontíssimo em
muitas voltas que os amantes lhe fazem
na estimação de aqueles que lhe podem
que a fruta das horas é melhor para
nossa mão não está mais que apontar e
recolho e não dou as horas que havia de
vezes me sucedeu que, em lugar de
hora determinada lá em cima, o mesmo é
conta do que não pode obrar, e ninguém a
não descansa; e, finalmente, se lhe não
não descansaram meus inimigos até não
da vida, e o homem fosse perdendo o receo à
da vida não só com conformidade mas, algũa
da vida, por isso mesmo recebeu do Padre
da vida, que se guarda na Torre do Tombo do
da vida.
da vida. Reservam todas para si afim de as
da vida, só querem dar a Deus a hora de sua
da Vila de Belas; ou sem perdão (para melhor
da violência para a indústria. Vem e que fez
da Virgem do Monte às sestas - que vão mudas
da vizinhança. Ele, lá por baixo da capa lhe vai
da vossa parte nessa parte que se me há posto
da zombaria; e tantas são as pedradas que me
dá a estocada. As faltas da impossibilidade são
dá a solidão que, apesar de esses
dá com ele ao pé do pelourinho? Não vale nada
dá com o valhaco no rio? Não presta?
dá passo a raiva e a inveja sem inveja nem
dá vida na hora que abre a postema, e mata na
Da mesma maneira, e ainda muito mais
Da mesma sorte nos sucede, porque, desde que
d'Acha.
dado as nove horas (que é a taxa de todo o
dados os votos na cor das favas, para encobrir
dai-lhe mando.
dais as horas certas!».
dais para os outros, só para vós falta ũa hora!
damas e a freiras, destas que celebram as
damas!
damos horas e mais horas; e sendo estas já
danados? Pois o próprio sucede entre os
danados que da água pura e clara fazem peçonha.
dando-me a mim bem que fazer nos repiques
dando o vento da empada ou em vendo reluzir o
daninhos contra quem os cria. Assim é a
danos são irremediaves. Nada lhe valeu até lhe
dantes era, e às vezes menos, e não é nada
dão as tomam, como dizem; e cada qual se
dão, de se não poderem fazer as cousas grandes
dão e amenhã lho tiram. De modo que quem lho
dão os sucessos, como já foi costume de algũa
daquele ofício, me determinei a servi-lo como
dar a contra-senha à morte ou à Fortuna para
dar a Deus a hora de sua morte. Por esta causa
dar a ũa ou as duas horas - livre-nos Nosso
dar a ũa, sabendo que este era o sinal para que
dar à gula nem à ociosidade nenhum adjutório. A
dar aquela que podia. Já como eu soubesse que
dar assalto em casa do regedor ou do
dar de nada. Assim o fiz e amuei-me de feição
dar-lhe com a hora nos focinhos a um enfadonho
dar mais de seu direito.
dar meia noite as noites da quinta para a sesta
dar, o coitado endoudecera, se vira.
dar preço, a vós se deve e esse interesse vós o
dar que para ter. Muito hei visto; e, se vos
dar sinal a qualquer dos executores que o céu
dar, só porque não lembre a ninguém nem
dar ũa e duas, dava vinte e trinta.
dar um de nós a hora que dar a contra-senha à
dará boa do que não quis ou não soube fazer
dará de prazo ou espera um só instante além de
darem comigo em casa deste maldito
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à vista de seus iguais e que a mais nobre
passando desordenada e sùbitamente
esse negro, esse maldito Relógio
ficou tão aceito como sendo Relógio
que, em meu lugar, foi levado à Torre
verdadeiro, em tornando a ser Relógio
conhecido por fabuloso o pobre Relógio
A. - Como quem se governa pelo Relógio
mofinos, vivendo em perene desterro
R. C. - Já vos disse que o fim
R. A. - Ora de aí vem que
deles, porque fazia de modo que,
confrarias se usa dados os votos na cor
quem poderia apartar-se liberalmente
e sirva de maior realço ao ofício e nome
segundo temos discorrido, são sôfregos
em muitas partes faz grande estimação
de afectos, o querem também ser
sabei de certo, companheiro, que a fruta
R. C. - As cores
de Deus, está nas nossas mãos ou nas
tenho mão para bargantes e ali fazia
Muito hei visto; e, se vos servem algũas
correndo à trocada: eu, desmentido
começam a vir recados do provedor
às moças que as pragas rogadas
deve fugir de que entre o grão limpo
a anteciparam, por se verem livres
porque, ainda que não vivo, como vós,
nas mãos, não com pequena inveja
vos disse que o fim das cousas era cousa
da claridade às trévoas e
Mas, finalmente, esforçado e fazendo
Vilão sou; não há aí negá-lo, que é a peor
R. A. com grande sumissão, escassamente
reger senão pelo do Paço, com que
e se neste ponto o bom do relógio
galantes. Logo em vendo que falavam,
outras por estugado, sempre lhes
R. A. - Desta maneira: nunca
R. C. - Assim como me
sucedeu que, em lugar de dar ũa e duas,
como eram para mi as carreiras que eles
tesoureiro que entesourava quanto lhe
nossas teimas. Cada qual se quer trajar
horas. E porque o adro da minha igreja já
fidalgo biscaínho, com suas misturas
não contentes de serem tintureiros
a emendar-te, que é manha dos mestres
aqui a doudice pesada a peso de ouro; e
R. A. - Ora
como a Pedro de Malas Artes, Gusmán
representação de cousa, figura e cifra
dão os sucessos, como já foi costume
faces de pérolas, boca de rubis, dentes
o Relógio. A cegos rezadores, homens
de fazer sapatos, ou o sapateiro na arte
em vossas mãos, ũa de mestre, outra
que vos falo verdade, que jamais andei
as boas andanças são morgado que haja
que, em quatro horas, não acabaria
R. A. - Não se fie
das aves, o rei dos pássaros, o levasse no colo
das calmas aos frios e dos frios às calmas? Se
das Chagas, de Lisboa.
das Chagas era murmurado. Sendo assim que
das Chagas. Era ele boníssima pessoa e muito
das Chagas, logo fui tido pela mesma fraude e
das Chagas, que com ninguém se mete! Assi vai
das Chagas...
das cortes e cidades, se nelas vai tanto de
das cousas era cousa das telhas para cima, e
das cousas que há no mundo mais faladas são as
das dez às onze, não punha meia hora.
das favas, para encobrir a dos corações e para
das felicidades humanas em meio delas, se
das horas confessar um tal coronista como S
das horas da vida. Reservam todas para si afim
das horas, de sua significação e de seu nome
das horas e cada um as tinge à sua vontade
das horas é melhor para dar que para ter. Muito
das horas lhes dão os sucessos, como já foi
das horas, nossas filhas. Que importa a Dona
das minhas. Achava-me gordo, nédio, luzente e
das minhas observações ou desenganos, pedi
das minhas verdades, ele, aplaudido pelas suas
das obras del Rei que logo [RF45] fosse
das onze para o meo dia eram de vez, porque
das palavra boas, honestas e significativas se
das penalidades da vida.
das portas adentro com a Igreja, sempre lhe fui
das rãs e de outros cágados que o viam ir
das telhas para cima, e que em nossa mão não
das trévoas à claridade? Da mesma maneira, e
das tripas coração, sabendo que não havia outro
das vilanias.
Das muitas que tenho me pesa. Mas ouvi
dava as sete. E, como também tinha entendido
dava com as demandas por esses trigos.
dava com grande conciência o seu meio dia, a
dava de esporas ao passeo e, em meia hora de
dava desgosto nas horas de seus passatempos
dava hora com hora. Ainda os louros raios do
dava o faro de que algum bacharel impertinente
dava vinte e trinta.
davam para casa, atordoados do medo e dos
davam, por ter cuidado de meus descuidos
de a seda do costume e a que se costuma, ainda
de ab initio não é mais que ũa torreira de
de aço de Milão, cavaleiro lombardo.
de afectos, o querem também ser das horas e
de agora. E então, despois de lhes deixares
de aí nace que são mil as castas de nossas
de aí vem que das cousas que há no mundo mais
de Alfarache e Pablilhos el Buscón. A estes
de algũa cousa. Esta diferença haveis de saber
de algũa gente antiga que aos dias alegres e
de aljôfar, colo de cristal? Pois, em se
de almas, aguardenteiros e vendedeiras, enfim
de amassar ouro? Por menos mal tivera deixar
de amigo. Não perigará em nenhũa, sendo certo
de amores com o meu merecimento. Tende
de andar em sua família para sempre, sem que
de aparelhar e se neste ponto o bom do relógio
de aparências, senhor Relógio, porque dessa
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de prazo ou espera um só instante além
amigo, que as mentiras e trapaças
ver, que nas histórias que me contastes
ao soalheiro, sucedia que, quando algum
algũa [RF32] hora montar na estimação
foi o que ouvi há muitos anos, bem longe
quanto mais que eu não sairei
cara. Parecer-vos-á agora bem um saio
E suposto que as ampulhetas ou relógios
sentido de que nenhum dos caracteres
era murmurado. Sendo assim que nós já
da vida. Reservam todas para si afim
com os olhos cobertos, como mula
de seus escritos, se nos convertem
que não sabia, deu comigo e deu consigo
não há nenhum de nós que não dê seu par
acintes que muitas se queriam mudar
lá, em seu lugar, mestiça, filha
a matéria o não seja. Estátuas vemos
que, assim como todos os homens são
da cidade? Mas V. M., senhor Relógio
R. C. - Senhor Relógio
R. C. - Tá, tá, tá! V. M. é o Relógio
por cá, finalmente, que V. M. é Relógio
A. - Sou, com perdão, o Relógio da Vila
da Universidade de Coimbra que da aldea
que esse de estar sujeito um relógio
havia na vizinhança tão presumido
banhos de forja e quatro mil esfregações
a agradável presença é como sobrescrito
Coroa e Chancerel do Estado
o princepe repousando nos seus colchões
em flores, até que, algũa hora, cansado
e sendo estas já mais perto da hora
e untado, porque isto de falar à vontade
que parecem feitas acinte, nisto da hora
ventura ou à desgraça, à vida e à morte
palavrinhas doces me ides desonrando
R. C. - Ora, pois todos somos
limpo que as paredes ouvem e as
os encontros dos altos, que é justiça
com mulher brava e ciosa anoitecia fora
a reposta de seus embustes: se hãoPorque que lhe faltava à gente que fosse
meu bairro, destes que fabricam tarjas
esta pregação dos bens da velhice, sabei
pareceis antes Relógio da Universidade
os mesmos acertos, porque por aí hãovós agora se um homem bailasse à hora
minhas mossas de ferro, hei notado que
de esporas ao passeo e, em meia hora
R. C. - É nobreza
choupanas do Porto de Mugem ou sino
deles é cousa senão representação
boca de rubis, dentes de aljôfar, colo
consertador julgava digno de um hábito
pé, como centúrios, sem que acabasse
me recolho e não dou as horas que havia
muitas vezes me sucedeu que, em lugar
Salvo se sois de uns hipócritas
arrebeçai, que vos vejo com engulhos
cansam e se defendem que isso, depois
«ũa hora muito fermosa», «nas horas
de aquele que lhe está assinado no livro da vida
de aquele tacanho eu hei-de ser quem as pague
de aqueles dois relógios tão principais do Cabido
de aqueles poltrões ia enxarceando ũa patranha
de aqueles que lhe podem dar preço, a vós se
de aqui, e me lembrará para sempre.
de aqui sòmente advertido mas consertado para
de arbim de espadas? Ou um sainho de palmilha
de [RF46] area me desmentiam a cada hora
de aritmética tem valor próprio, a uns
de arrependidos havíamos trocado os humores e
de as dispenderem, vãmente, em seus
de atafona, porque, às muitas voltas que os
de autores a leitores, dizendo-nos de si o que
de avesso. Porque os viandantes, vendo-o já
de badeladas.
de bairro, pelas falcatruas que lhes fazia o
de baneane. Juro-vos que a toda esta canalha
de barro altamente prezadas ou, ao contrário
de barro, os relógios são de ferro e que, sem
de Belas, com toda sua prática vai
de Belas, crede que vos falo verdade, que
de Belas? Grandes cousas tenho ouvido de seu
de Belas mas não é belo relógio...
de Belas; ou sem perdão (para melhor dizer
de Belas.
de bem a o não quererem crer patifes, bastava
de bem informado nas cousas curiais que
de bigorna, que não sei como sou vivo. De sorte
de boa letra, que mostra será a carta da
de
de brandíssima pena, guardado dos seus
de brincos, reduzia anjos, carrancas, flores e
de cada qual que as outras passadas, da mesma
de cada um é mais sadio que galinha cozida. Foi
de cada um. Que me dizeis a outro velho, rico
de cada um.
de caduco. Pois, sobre me haverdes ouvido toda
de campanário, será bom que nos vejamos os
de campanários nunca foram de segredo.
de canhoto ou esquerda justiça. Opõem-se lá no
de casa na conversação escusada ou ilícita
de casar ou não com fulano, e se sicrano vem
de cera? De aí, má hora, vem o ordinário
de cera para igrejas. Estava-o vendo trabalhar
de certo, companheiro, que a fruta das horas é
de Coimbra que da aldea de Belas.
de começar a emendar-te, que é manha dos
de comer, e comesse à hora do dormir, e
de contínuo os baixos pagam os encontros dos
de conversação, choviam horas sobre eles
de coração e ainda proximidade não deixar
de cortiça na charneca de Monte Argil. Mas não
de cousa, figura e cifra de algũa cousa. Esta
de cristal? Pois, em se descuidando tamalavez
de Cristo. Com os requerentes me não ia tão
de dar a ũa, sabendo que este era o sinal para
de dar, só porque não lembre a ninguém nem
de dar ũa e duas, dava vinte e trinta.
de desaventuras que, por se fazerem gente, se
de desgraciado. Salvo se sois de uns hipócritas
de Deus, está nas nossas mãos ou nas das horas
de Deus», «logo nessas horas», «as horas
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de noite todos os gatos são pardos, até
e fora de horas, cheos de sono, vazios
nunca mais pode haver para ele ũa hora
«fora de horas» e outros mil modos
dizendo-nos de si o que nós havíamos
Para beatas do meu bairro era um cutelo
- o que me cheira a sem rezão
R. C. - E o mau ministro que, depois
que se lhe pinta à Fortuna deve de ser
os não atais a um pesado cepo, em vez
d'El-Rei que, por correr por canos
outra cousa sirvo cá na cidade senão
testa de prata, cabelos de ouro, olhos
agora bem um saio de arbim
Logo em vendo que falavam, dava
[RF41] R. C. - Tende mão! se
R. A. - Oxalá
correi pela memória e dizei-me a causa
que feitiços nos dá a solidão que, apesar
consigo, por ser insígnia do homem
lhe dei mil azos a mil acidentes de mal
à hora do soalheiro, se andasse à hora
inconveniente não houvera que esse
nédio, luzente e untado, porque isto
ouro? Por menos mal tivera deixar
triste do relógio ouvia e calava, a troco
que no tempo de hoje mais houvera
trabalhará bem o batifolha no ofício
não há nenhum tão cobarde que deixe
me dar de nada. Assim o fiz e amuei-me
é o siso e tudo o mais é ser escudeiro
muito persuadido de que, por eu ser
os homens são de barro, os relógios são
e muitas vezes, cá pelas minhas mossas
que não havia sabido que éramos capazes
Esta diferença haveis de saber que vai
pena, guardado dos seus paramentos
miserável. Mas então eu, que estou
mil suores de fornalha, dois mil banhos
de haver em vão tomado mil suores
queixas de letrados presumidos, orações
quem dizem doutores que é certa selada
nem cruzes, que se andam metendo
humanas em meio delas, se, ainda depois
celebram as meias noites com procissão
sairei senão para o ferro velho, depois
homem como sou relógio, que no tempo
mas consertado para sempre, pois,
como o considero, acho cousa indigna
e ventos, mortos, acatarroados e fora
se a justiça se faz ante tempo e fora
«a que horas», «a desoras», «fora
de monção e para tudo faltos
prossegui este papel com nova esperança
valhacos e vadios, de verão à sombra e
hora de estar parado e se parasse à hora
com pés de lã, como sevandilhas em casa
de gorra nas conversações com pés
eu despedia as nove. Não há carreira
seu vizinho não seja almotacel no couto
prosas de soldados faladores, queixas
(quanto mais cristão!) que, só a fim
R. C. - Porque o senhor sineiro, a fim
de dia todos os amadores são cegos. Mais
de dinheiro. Enfim, procurava de os mandar
de ditoso.
de dizer. Como se a gente em nenhũa outra
de dizer deles. Para ũa só acção vos peço voto
de dois gumes. Nunca lhe dei hora a propósito de
de duas em carga. Na terra é do mesmo modo
de enganar ao rei todo o tempo de sua valia
de engenho de nora, donde os homens são
de entreterem com seus jogos, são proluxos e
de enxofre, sempre faz mal ao fígado.
de escárnio e jogo da gente, ou alvo da
de esmeraldas, faces de pérolas, boca de rubis
de espadas? Ou um sainho de palmilha, como já
de esporas ao passeo e, em meia hora de
de essa laia é o vosso pano, em boa hora cá
de essas houvera todas as necessárias!
de esse mistério.
de esses inconvenientes, quem ũa vez a
de estado, os quais eles temperam sempre à
de estâmago e de ourina e, tal vez, a muito
de estar parado e se parasse à hora de ir
de estar sujeito um relógio de bem a o não
de falar à vontade de cada um é mais sadio que
de fazer as cousas que fazê-las fora de suas
de fazer o que devia. Pois uns felpudos
de fazer por ser menos do que por ser mais do
de fazer sapatos, ou o sapateiro na arte de
de fazer sorte naquele a quem ninguém defende
de feição que, nas vinte e quatro horas do dia
de Fernão d'Acha.
de ferro e ele tratar em ferraduras, logo
de ferro e que, sem embargo dos matizes e
de ferro, hei notado que de contínuo os baixos
de fiar tão delgado. Eu sou relógio cristão e
de figuras a pessoas. As pessoas sempre
de finíssima grã, com um sono tão quieto como
de fora, se tenho os pesos ou o juízo em seu
de forja e quatro mil esfregações de bigorna
de fornalha, dois mil banhos de forja e quatro
de frades descontentes, impertinências de
de gentio com seu azeite e vinagre de Mafoma.
de gorra nas conversações com pés de lã, como
de gozadas e depois de perdidas, custa tanta
de gulodices custosas e arriscadas. Em me
de haver em vão tomado mil suores de fornalha
de hoje mais houvera de fazer por ser menos do
de hoje por diante, já sei como hei-de ser
de homem prudente (quanto mais cristão!) que
de horas, cheos de sono, vazios de dinheiro
de horas e a mercê fora de tempo e desorada
de horas» e outros mil modos de dizer. Como
de horas, me amaldiçoavam pela boca pequena
de interesse - bordão de todas as obras
de inverno ao soalheiro, sucedia que, quando
de ir caminhando, vede que tal seria sua vida
de jogo. Por onde toda a pessoa polida deve
de lã, como sevandilhas em casa de jogo. Por
de lebre do Alfeite tão gostosa como eram para
de Leomil, vem a pé sessenta léguas à corte
de letrados presumidos, orações de frades
de levar este passo um pouco mais descansado
de lhe caírem as matinas baixas pela menhã
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dos mestres de agora. E então, despois
tão escrupuloso que, porque me prezo
negro, esse maldito Relógio das Chagas,
a Fortuna pintora de pausagens. Assi,
de gentio com seu azeite e vinagre
sua. Mas isto basta de mandato, e sirva
Já cuidei, certo, à vista deste e
que se vinha emprastar e remedear
comida, lhe dei mil azos a mil acidentes
puderam levantar estátuas como a Pedro
o seu mantéu enrocado. Esta é ũa relé
em sua vida, hora sua. Mas isto basta
R. C. - Jurais vós
roncas, se lhe praz, que fidalguias
porque a gente se governava por tal fole
eu hei-de ser quem as pague! A fama
- Ó saloio, por bom modo me desonrais
já de ab initio não é mais que ũa torreira
se há de parar em vossas mãos, ũa
E outro mais antigo que este: «arrenego
muito com a minha torre, e notava
quanto lhe davam, por ter cuidado
que, sendo geralmente malquisto
se vinha emprastar e remedear de mais
R. C. - E o tacanho adulador que, no fim
biscaínho, com suas misturas de aço
[RF38] R. C. - Pois que importa? Farão
a um alveitar que vivia junto
cágado com ũa águia, lá em certa alagoa
que o povo do meu bairro sempre teve
R. A. - Sempre ouvi dizer que era manha
si, ainda que para os outros fossem
total desesperação deles, porque fazia
os mais, vendo-se desacomodados
das cortes e cidades, se nelas vai tanto
de Mugem ou sino de cortiça na charneca
nós estão apeados, por aquela regra
antes ser badalo nas choupanas do Porto
magustos que ambos merendam, depois
e levar o pano às punhadas, depois
R. A. - Isso não por mim, que decendo
e a figura, porque se vêm diante
aos fidalgos da Beira, ouvi-las-ei eu
que as quiseram muitos para o jantar
resolvi-me a parar e não se me dar
foi cumprida. Doente que fez propósito
me não há-de valer para tirar o medo
à hora do dormir, e dormisse à hora
de ser; e tudo aquilo que ainda não é,
e tão prático como entendeis que sou,
lebre, cada noite. Porque, assim como
por sentença, e vamo-nos hoje por carta
pinta à Fortuna deve de ser de engenho
lá em cima, o mesmo é dar um
crer patifes, bastava para que cada um
em ũa república, por mais que os tristes
que nós podemos tanto) se lhe seria a um
comecei a falar verdade. Mas a nenhum
R. C. - Tristes
a continuação e, no cabo, não há nenhum
digo abate a honra da memória e nome
ouro; e de aí nace que são mil as castas
de lhes deixares fazer em ti, a bel-prazer, toda
de liberal, a troco de que as minhas horas nunca
de Lisboa.
de longes e de pertos, de vistas primeiras e
de Mafoma.
de maior realço ao ofício e nome das horas
de maiores exemplos, que com grande
de mais de mil enfermidades.
de mal de estâmago e de ourina e, tal vez, a
de Malas Artes, Gusmán de Alfarache e
de malhadeiros gloriosos, que tem por certo
de mandato, e sirva de maior realço ao ofício e
de manter silêncio?
de mar em fora são como trigo do mar: sempre
de mentiras. Finalmente, choviam os opróbios
de mentiroso ficará para sempre comigo, e o
de mentiroso!
de mentirosos, valhacos e vadios, de verão à
de mestre, outra de amigo. Não perigará em
de meu pai se desta água me não molho!».
de meu vagar a facilidade com que o bom do
de meus descuidos. Jamais me untou as rodas
de meus vezinhos, me tiraram o ofício em
de mil enfermidades.
de mil tempos de servidão, [RF62] alcançou o
de Milão, cavaleiro lombardo.
de mim campainhas e então lhes direi por cem
de mim, o qual aceitou logo a comissão, muito
de minha aldea. Veo a águia e, de repente, o
de minha verdade, não descansaram meus
de ministros fazerem-se eles os relógios da
de misericórdia. Assim foi feito; e, como o
de modo que, das dez às onze, não punha meia
de monção e para tudo faltos de horas, me
de monte a monte a má malícia.
de Monte Argil. Mas não digas que eu to disse
de «mouro, o que não podes haver...» Romaria
de Mugem ou sino de cortiça na charneca de
de mui bem desonrados ele e seu compitidor, ei
de mui bem roído da traça, por muito mais do
de mui nobre ferro, fidalgo biscaínho, com suas
de muitas figuras ou adiantadas a outras
de muito boa vontade.
de muito má figura conheço eu que as vi já
de muitos anos. Tomei por devoção não dar à
de nada. Assim o fiz e amuei-me de feição que
de não comer nunca do manjar por quem perdeu
de não morrer enforcado, melhor é acabar logo
de negociar, e negociasse à hora do descansar
de nenhũa outra cousa cuida. Donde vem...
de nenhũa outra cousa sirvo cá na cidade senão
de noite todos os gatos são pardos, até de dia
de nomes. Como é o nome de V. M.?
de nora, donde os homens são alcatruzes: uns
de nós a hora que dar a contra-senha à morte
de nós fosse a buscar outra vida, como eu estou
de nós outros, os relógios, estivéssemos a
de nós permitido (quer fosse ou não chegada a
de nós pôde ser bom seu pensamento, indo
de nós, que logo nos conhecem pelas mãos como
de nós que não dê seu par de badeladas.
de nossas horas, vendo que a Igreja, não só
de nossas teimas. Cada qual se quer trajar de a
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averiguando; e que corre por conta
a graciosa indecência com que disse um
o princípio do mundo sem que acabem
nos trapaceam os grandes: porque
a muito reverendas apoplexias, donde,
ũa ladeira acima. Os moços, porque são
vale menos que o peor da terra, e lá tem
vazios de dinheiro. Enfim, procurava
Eu ria e arrebentava de os ver e
lá fosse estranho!). Eu ria e arrebentava
a mil acidentes de mal de estâmago e
ũa só cousa! Fiz deles gato sapato. Filhas
a Dona Fulana ser toda uma tabuleta
Paço; que minhas rodas mereciam ser
da cara. Val aqui a doudice pesada a peso
de ourives: testa de prata, cabelos
altamente prezadas ou, ao contrário, as
nada lereis sem conserto e eu não quero
fossem). Recebia este notaves cortesias
mãos, não com pequena inveja das rãs e
da empada ou em vendo reluzir o prato
saio de arbim de espadas? Ou um sainho
lá não sei donde, era ũa vez ũa peça
deixando (como a princípio vos disse)
Pouco vai em que vá errado se há
O ano é esta calçada longa e áspera
Foi sempre a Fortuna pintora
maior e mais alta - que isto é o que tem
se, ainda depois de gozadas e depois
de ouro, olhos de esmeraldas, faces
pintora de pausagens. Assi, de longes e
suas presunções e profias, tem morto
se na minha mão estivesse a faculdade
Muito me retinis a letrado, relògiozinho
R. C. - No tempo dos últimos reis
ser toda uma tabuleta de ourives: testa
descansa; e, finalmente, se lhe não dará
faltará aqui algum linajudo que, a troco
que tábuas, lenços, terras e azeites,
R. C. - Assim como me dava o faro
algũa hora ser mofino, persuadido
entrar às sete horas; e, em sendo tempo
que, porque me prezo de liberal, a troco
espanto de que se venham curar, senão
Por onde toda a pessoa polida deve fugir
Fará, pelo menos, certo aquilo
até ser alto dia. Desesperavam-se
cargo de saber e de querer obrar aquilo
outrem ser lido. Escusai-me a este troco
lhe querer relevar o menor intervalo
Estai seguro
figuras. Adverti que, já neste sentido
que, sem embargo dos matizes e tauxias
que se não tenha por boa e que não tema
Mas dizei-me: virá isso, por ventura,
audiência e cercear meia hora, a troco
logo a comissão, muito persuadido
a velhice, a malencolia e o quebranto,
a ser, em suma, os quatro elementos
R. A. - Não; não me espanto
Porque tal há destes que, por teima
ser tão grande e tão antigo cortesão,
C. - Ora não negareis a malícia de saloio,
de nosso ofício e dentro da nossa jurisdição o
de nossos discretos que a imaginação era curral
de o crer, segundo obram diversamente do que
de ordinário, o corte não é do mesmo pano que a
de ordinário, os glutões vem a pagar seus
de ordinário sãos, ágeis e robustos, a sobem de
de ordinário seu fortum, donde é conhecido por
de os mandar pelas ruas à vergonha que, pois
de os ouvir e cada vez lhas fazia peor. Já
de os ver e de os ouvir e cada vez lhas fazia
de ourina e, tal vez, a muito reverendas
de ourives e mercadores, ricas e delicadas
de ourives: testa de prata, cabelos de ouro
de ouro, e bálsamo o azeite com que se
de ouro; e de aí nace que são mil as castas de
de ouro, olhos de esmeraldas, faces de pérolas
de ouro valem pouco, quando informes.
de outrem ser lido. Escusai-me a este troco de
de outro tal pretendente. Foi despachado como
de outros cágados que o viam ir subindo, vendo
de ovos, não havia doze horas na minha tabuada
de palmilha, como já vestiram os reis e as
de pano azul que, por não servir para bodas
de par em par a imaginação, não tornei mais a
de parar em vossas mãos, ũa de mestre, outra
de passar. Os poderosos são os mancebos, os
de pausagens. Assi, de longes e de pertos, de
de peor as casas dos príncipes: novidades
de perdidas, custa tanta dor seu apartamento
de pérolas, boca de rubis, dentes de aljôfar
de pertos, de vistas primeiras e segundas
de pessoas.
de poder tomar ofício. Mas, sobretudo
de por aí além! Dizei vosso dito.
de Portugal houve cá um valido muito discreto
de prata, cabelos de ouro, olhos de esmeraldas
de prazo ou espera um só instante além de
de quatro réis, vos enxira na árvore dos sinos
de que a pintura se serve, ela os realça
de que algum bacharel impertinente estava
de que as boas andanças são morgado que haja
de que as desse, eu dissimulava com o negócio
de que as minhas horas nunca fossem horas
de que cuidem que ainda tem cura...
de que entre o grão limpo das palavra boas
de que eu mais necessito; que, como todas
de que eu os castigasse com o regalo - que há
de que lhe pedem conta.
de que me gabe ou me desculpe, fugindo ao
de que na vida lhe não faça desconto; e que lhe
de que não há neste mundo cousa tão abatida que
de que nenhum dos caracteres de aritmética
de que neste tempo se adornam, todos somos
de que o ar a espedace e feneça para nunca mais
de que os mais relógios da terra andem tão
de que para ele a não haja nem para el-rei tal
de que, por eu ser de ferro e ele tratar em
de que procede o aborrecimento de todas essas
de que se compõe e descompõe o mundo dos
de que se venham curar, senão de que cuidem
de que seu vizinho não seja almotacel no couto
de quem a fama publica mil galantarias.
de quem dizem doutores que é certa selada de
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Cansado ofício temos: julgar a aqueles
não soube fazer, tendo cargo de saber e
ervilhaca e joio desses anexins próprios
assaz melhor e mais barato lhes serviria
fosse consertado porque, por falta
de ser julgados! Antes fora caveira
os viandantes, vendo-o já mestre
alagoa de minha aldea. Veo a águia e,
que vos [RF47] parece? Será matéria
sua hora; donde procede que não é fora
quanto ganhou, chegar a dispensação
A. - Sempre os desvarios acharam maré
de esmeraldas, faces de pérolas, boca
e a que se costuma, ainda que seja
elas traziam a outros e outras cachopas
réis, vos enxira na árvore dos sinos
fosse, era melhor ser relógio que cónego
haja algum tão impaciente que desespere
não quis ou não soube fazer, tendo cargo
e descalçai a vergonha, porque haveis
de algũa cousa. Esta diferença haveis
[RF43] R. C. - Ora não negareis a malícia
confrades da vianda, irmãos da Mesa
fazia concerto com a morte, prometendo
maiores desmanchos do tempo provém
não val a desculpa, que muitos dão,
ouvem e as de campanários nunca foram
as obras -; porque, desde que teve jeito
mestre relojoeiro tal entendesse, antes
A roda que se lhe pinta à Fortuna deve
ao menos, está em sua mão deixarem
Enfim, tudo aquilo que já é, não cuida
julgar a aqueles de quem havemos
R. A. - Não tínheis escrúpulo
quebrando-lhe a hora na boca, houve
e trapaças de aquele tacanho eu heipois, de hoje por diante, já sei como heiR. C. - Assim deve
R. A. - Desses devia
pinta como quere porque, não contentes
adulador que, no fim de mil tempos
Nesta aldea, em 20
tratem tal vez de seu cómodo e tal
de todos», que, com galantaria digna
de Belas? Grandes cousas tenho ouvido
de rezão que os homens tratem tal vez
diversamente do que se podia esperar
vendo que te não apupariam por dar mais
por eles, e assim vivem sempre ao gosto
das horas, de sua significação e
me untou as rodas, pelas untar ao carro
dos abades: engordam as galinhas muito
sua casa, e se meta, mande e obre na
da libré do tempo; e eu, desenganado
afirmam que lhes não falece a reposta
mais que, a cada passo, em o que julgam
os perigosos cornos da lua em os
pouco fosse assim sublimado à vista
sempre lhes dava desgosto nas horas
gumes. Nunca lhe dei hora a propósito
o lugar em que se acham; e o que
de autores a leitores, dizendo-nos
vires um quatro com três figuras atrás
de quem havemos de ser julgados! Antes fora
de querer obrar aquilo de que lhe pedem conta.
de regateiras.
de relógio a gula do sancristão ou a preguiça do
de relógio, andava todo o Paço sem conta nem
de relógio, se na minha mão estivesse a
de relógios, não ferravam na sua tenda; e os
de repente, o levantou nas mãos, não com
de restituição desaviar a um destes na
de rezão que os homens tratem tal vez de seu
de Roma e morrer ele ao outro dia?
de rosas e mar bonança
de rubis, dentes de aljôfar, colo de cristal
de ruim lei e feitio, é a que val mais cara
de S. João, às quartas feiras, e da Virgem do
de S. Pedro in Vaticano. Fazei de vos prezar de
de S. Tomé.
de saber a infalibilidade da hora que o está
de saber e de querer obrar aquilo de que lhe
de saber que nesta casa em que estamos se vem
de saber que vai de figuras a pessoas. As
de saloio, de quem dizem doutores que é certa
de Santo Entrudo, fiz a maior guerra porque
de se lhe entregar cada vez que a chamasse
de se não fazerem as cousas a suas horas.
de se não poderem fazer as cousas grandes logo
de segredo.
de ser algũa coisa, o guardei para vo-lo
de ser colhido na trapaça, foi e [RF53] apeou
de ser de engenho de nora, donde os homens são
de ser desgraciados cada vez que o diabo os
de ser; e tudo aquilo que ainda não é, de nenhũa
de ser julgados! Antes fora caveira de relógio
de ser ladrão do tempo?
de ser o culpado na madorra do valhaco e em
de ser quem as pague! A fama de mentiroso
de ser relógio, que até agora o não sabia.
de ser, segundo os que eu via aproveitados
de ser um desmanchado que, dizendo-lhe os
de serem tintureiros de afectos, o querem
de servidão, [RF62] alcançou o ofício por maus
de Setembro de 1654.
de seu adiantamento, pois é certo que, para se
de seu autor, se esmera muito em provar, com
de seu bom gosto! Dizem por cá, finalmente
de seu cómodo e tal de seu adiantamento, pois é
de seu crédito e de sua doutrina.
de seu direito.
de seu gosto. Boa ordem! E então, que só seja
de seu nome. Assim, vemos nela cada dia
de seu proveito; jamais me limpou, temendo
de seu vagar, e matam primeiro a que está
de seu vizinho. Dizei-me: haveria maior
de seus aplausos, vendo-me velho e com os pés
de seus embustes: se hão-de casar ou não com
de seus escritos, se nos convertem de autores
de seus exércitos. Alojem os sábios ministros
de seus iguais e que a mais nobre das aves, o
de seus passatempos. Tafuis não tinham comigo
de seus propósitos; porque vim a entender por
de si é bom, posto em ruim parte influi
de si o que nós havíamos de dizer deles. Para ũa
de si, valerá quatro mil, e se detrás de todas
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mais alto que ele viva, que, por forrar
grande serviço, atalhando assim prosas
acatarroados e fora de horas, cheos
Ao Doutor António
do que se podia esperar de seu crédito e
a desgraça, não há quem os despeça
própria vontade que a essa mesma hora
da vida, só querem dar a Deus a hora
coronista, chamou hora sua à hora
nas cousas curiais que, ouvindo
vai dessimulando muito bem a causa
partes faz grande estimação das horas,
depois de enganar ao rei todo o tempo
de fazer as cousas que fazê-las fora
Preguntai que mais virtude pode ter ũa
sem pés nem cabeça, prevaleceu
se serve, ela os realça, levanta e ilustra
a volta e, sumindo o curso, guisava
fundam, mas que me confundam, eu heiàs onze horas, hei feito tais trapaças e
tempo e fora de horas e a mercê fora
o escudeiro da minha terra, mordomo
nova esperança de interesse - bordão
de que procede o aborrecimento
de si, valerá quatro mil, e se detrás
ter dado as nove horas (que é a taxa
em verdade que este estatuto da hora
dizem que saíu agora que chamam «Hora
minha conciência, que mais vos contarei
que se vazam em moldes: sempre hãoeclipsa-se o sol ou a lua, e nada
que este estatuto da hora de todos e
me declarasse a rezão. Se vós, porque
para baixo, é a que deve andar por baixo
Se entre o inverno e verão não houvesse
Porém, nós, todos as ministramos
vos achardes filho de um ferrolho e neto
por cem bocas o que não querem ouvir
que disse não havia vingança como a
e, se acaso vos achardes filho
sãos, ágeis e robustos, a sobem
que ao meu consertador julgava digno
todos andam [RF59] por se verem ser
mandando-se-lhe pintar o símbolo
R. A. - Nunca ouvistes
engulhos de desgraciado. Salvo se sois
Nesta aldea, em 20 de Setembro
hoje por carta de nomes. Como é o nome
o estar sempre à dependura me não háde frades descontentes, impertinências
com a idade lhe chega sua hora
de mentirosos, valhacos e vadios,
mas não ao pecador que, pondo em pés
Relógio do Paço me via tão benquisto
rogadas das onze para o meo dia eram
bel-prazer, toda a sua vontade, toma as
R. A. - E vós a mim
R. C. - Sanha
pausagens. Assi, de longes e de pertos,
dos sinos de S. Pedro in Vaticano. Fazei
- Bom é saber; e, por mais que se riam
deve e esse interesse vós o lograi, pois
com a reverência... Nem ela espera
de sobressaltos e ingratidões, se não fora antes
de soldados faladores, queixas de letrados
de sono, vazios de dinheiro. Enfim, procurava
de Sousa Tavares,
de sua doutrina.
de sua larga companhia; aqueles não se
de sua morte chamou só, em sua vida, hora sua
de sua morte. Por esta causa, quando aos mais
de sua morte.
de sua pousada vinte relógios, não se queria
de sua santa vinda.
de sua significação e de seu nome. Assim
de sua valia, quando lhe mete, entre outras, a
de suas horas. A sangria é saudável na
de suas orações a tal que a tal hora? E velha
de tal modo que à calúnia cedeu a inocência, e o
de tal modo que agora nos parecem altos
de tal sorte o movimento que chegava ele duas
de tanger sempre a verdade!
de tão bom humor que me puderam levantar
de tempo e desorada, nem a justiça escarmenta
de todas as festas, que nunca pagava; por onde
de todas as obras -; porque, desde que teve
de todas essas cousas que se prezaram, e faz
de todas essas figuras, valerá quatro réis.
de todo o cativo do matrimónio), se deixavam
de todos e de tudo deve ser tão pontualmente
de todos», que, com galantaria digna de seu
de travessuras que tenho feito. É um conto
de trazer a própria forma da matriz em que se
de tudo aquilo prejudica ao céu. Pagam os
de tudo deve ser tão pontualmente observado
de tudo entendeis algũa cousa, ouvistes já
de tudo sem aparecer?
de ũa banda o outono e da outra a primavera
de ũa cor própria. A superstição dos homens
de ũa enxada, calai-vos e não esbombardeeis
de ũa. Par Deus! mas que me fundam, mas que
de ũa ruim fama; porque, tendo cada pessoa
de um ferrolho e neto de ũa enxada, calai-vos e
de um fôlego. Os velhos, fracos, pesados e
de um hábito de Cristo. Com os requerentes me
de um metal que, quebrado e desfeito, não
de um ministro, pintou um relógio ao revés: a
de um que se vingava dos cães que lhe ladravam
de uns hipócritas de desaventuras que, por se
de 1654.
de V. M.?
de valer para tirar o medo de não morrer
de velhas lagrimosas, que vem a ser, em suma
de velhice, contra quem não valem todos os
de verão à sombra e de inverno ao soalheiro
de verdade suas mentiras sem pés nem cabeça
de verdadeiro, em tornando a ser Relógio das
de vez, porque todas empeciam. Pois logo eu a
de Vila Diogo para a tua vila.
de vilão com bem mau modo!
de vilão. E depois?
de vistas primeiras e segundas, compõe esta
de vos prezar de vossa sorte, que assim fazem
de vós (como dizeis), ninguém vos tire que sois
de vós há procedido, sabendo-se como eu tenho
de vós mais que a aprovação por exercício. Os
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não pus aqui palavra que não fosse
S. Pedro in Vaticano. Fazei de vos prezar
e seja para aprovar a eleição que fiz
a primeira que é efeito da paixão e não
e, no cabo, não há nenhum de nós que não
lhe faltava à gente que fosse de cera?
logo atalharia meus desconcertos.
eles temperam sempre à sua vontade...
que hoje lhe dão e amenhã lho tiram.
R. A. de bigorna, que não sei como sou vivo.
R. A. - Isso não por mim, que
ouvi e creo; mas nunca achei quem me
R. C. - Cada ano mo
- Si é, para emendar ou dissimular seus
em nenhũa, sendo certo que se tornam
cosendo-se com o chão, não bole nem se
de fazer sorte naquele a quem ninguém
R. C. - Em vão se cansam e se
cada vez que a chamasse, contanto que a
quebrando-lhe as conchas com que se
era um cutelo de dois gumes. Nunca lhe
fingindo sempre as horas da comida, lhe
bole nem se defende, passa por ele e o
mais que levantar o triste do animal e
nem para el-rei tal enfadamento? Ora
R. A. sua valia e sua grandeza, enquanto lha
[RF31] Mas, ó senhor, adonde vou que,
negócios ou os negócios do mundo. Por eu
de amassar ouro? Por menos mal tivera
duvidavam. Nem seria pequena vingança
de coração e ainda proximidade não
porque, ao menos, está em sua mão
de agora. E então, despois de lhes
taxa de todo o cativo do matrimónio), se
manda, por seu gosto, que cada oficial
os quais não há nenhum tão cobarde que
R. A. - Contai, mas que me
R. C. - Nem a nota irmã da firma. Mas
pela boca pequena. Nas audiências
o diabo meter em cabeça aos arquitectos
a vir recados do provedor das obras
dois relógios tão principais do Cabido e
a não falam, é como a água do Chafariz
R. A. - Mal poderei desprezar-me
às alimárias, a quem deu menos, porque
das felicidades humanas em meio
queimado e cortada a mão que cuidava
nem nós podemos com verdade ter
por quem perdeu a saúde, sempre foi
que nunca pagava; por onde diziam já
do meu vizinho derretia os anjos e fazia
outros cifras; donde se nota que nenhum
Já namorados! Isso foi ũa só cousa! Fiz
de si o que nós havíamos de dizer
homem e aí era a sua total desesperação
seus defeitos; não para se prezar
Pois, se olharmos bem a cousa, nenhum
sabido que éramos capazes de fiar tão
Filhas de ourives e mercadores, ricas e
essa vossa relação. E como saístes da
senão pelo do Paço, com que dava com as
de vós ũa lembrança. Do aplauso vos desobrigo
de vossa sorte, que assim fazem os honrados.
de vosso nome, por que, entre tanto
de zelo, e a segunda, fruito do negócio e não da
dê seu par de badeladas.
De aí, má hora, vem o ordinário
De aqui procedeu que o pobre ferrador
De maneira que, governando eles como querem
De modo que quem lho concedeu lho pode negar e
De que sorte?
De sorte, amigo, que as mentiras e trapaças de
decendo de mui nobre ferro, fidalgo biscaínho
declarasse a rezão. Se vós, porque de tudo
declaravam a mi e aos mais ouvintes os varões
defeitos; não para se prezar deles.
defeitos próprios aqueles que os amigos uns aos
defende, passa por ele e o deixa, as mais vezes
defende. Todavia não sei que feitiços nos dá a
defendem que isso, depois de Deus, está nas
defenderia do tempo que a não envelhecesse.
defendia, deu um pequeno almoço à águia
dei hora a propósito de seus propósitos; porque
dei mil azos a mil acidentes de mal de estâmago
deixa, as mais vezes, são e salvo.
deixá-lo cair nas pedras vivas até que
deixai-me a mim com minha conciência, que
Deixai-me já fenecer o meu conto.
deixam, e depois olho e vejo-a ficar em aquilo
deixando (como a princípio vos disse) de par em
deixar com a palavra na boca e a mesura no ar
deixar de fazer as cousas que fazê-las fora de
deixar (pelo menos) o crédito do contrário
deixar perseverar a ninguém no seu engano.
deixarem de ser desgraciados cada vez que o
deixares fazer em ti, a bel-prazer, toda a sua
deixavam estar departindo outras nove horas
deixe a sua tenda, cada morador sua casa, e se
deixe de fazer sorte naquele a quem ninguém
deixeis congelado.
deixemos para outra hora o ler por sentença, e
del rei, aí era homem e aí era a sua total
del rei que lhe pedissem mandasse fazer outra
del Rei que logo [RF45] fosse consertado porque
del-Rei?
d'El-Rei que, por correr por canos de enxofre
dela, tendo-vos nela por companheiro.
delas não queria receber tanto. Mas contudo já
delas, se, ainda depois de gozadas e depois de
dele; e que, por isso, o mundo [RF52] andava
dele esta queixa porque, se bem as faz, melhor
dele mais guloso, em se vendo são.
dele os Foliões da Arruda que assi desfizera o
deles carrancas; outras vezes, tornava as
deles é cousa senão representação de cousa
deles gato sapato. Filhas de ourives e
deles. Para ũa só acção vos peço voto, e seja
deles, porque fazia de modo que, das dez às
deles.
deles tem grande culpa (a meu juízo) porque
delgado. Eu sou relógio cristão e louvo a Deus
delicadas, tive toda a noite em pé, como
demanda?
demandas por esses trigos.
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tanto. Mas contudo já se sabe que é
param e, se fazem mudança, é para
ali se domasse a fúria dos afectos, se
para o domingo; mas pagava-lhes esta
Porque a prata se marea, o ouro se
com o uso as molas, quebram-se-nos os
faces de pérolas, boca de rubis,
e que corre por conta de nosso ofício e
e em boas horas nos entrará pela barra
do matrimónio), se deixavam estar
R. C. - Olhai ora cá: se o estar sempre à
vão se cansam e se defendem que isso,
R. C. - E o mau ministro que,
humanas em meio delas, se, ainda
já não sairei senão para o ferro velho,
por dois magustos que ambos merendam,
do chatim e levar o pano às punhadas,
meio delas, se, ainda depois de gozadas e
o movimento que chegava ele duas horas
e sua grandeza, enquanto lha deixam, e
se costuma acudir aos remédios senão
R. C. - Sanha de vilão. E
e maltrata ao próprio que a alimenta.
homens peritos, como cá cuidamos.
no relógio que ainda não dera ou sim
porque, fiados no relógio que ainda não
mais que [RF67] ouvir-vos, eu
na boca e a mesura no ar a um ratinho,
[RF36] anciãos relógios da Cidade, me
andava revolta com sua revolução.
que, como todas estas rezões se
facilidade com que o bom do meu vizinho
não ia tão bem porque os mais, vendo-se
de fazer o que devia. Pois uns felpudos
rodas me andam todas ao redor, ou me
a voz e compus o movimento. Vou e
em nossos tempos, já houve algum tão
comparação, monteis deslustrosa, ou
obrigação. Donde vi que a boa vontade,
Salvo se sois de uns hipócritas de
parece? Será matéria de restituição
R. C. - Pois, amigo, encostai o pejo, e
porque, se o relógio pára, o tempo não
a fim de levar este passo um pouco mais
vão devagar, assentam-se em ũa parte,
hora de negociar, e negociasse à hora do
sempre teve de minha verdade, não
no mundo. O rir, o chorar, o trabalho e o
mais perto aprovar a parvoice alhea que
os quatro elementos de que se compõe e
Entrudo, fiz a maior guerra porque,
mas a mão, a cabeça e tudo se me
cortesia que na corte. Anda o mundo
outros. Vede como seria bem emendado o
em ferraduras, logo atalharia meus
acrecento que, do mesmo modo, é cativa
a meu exercício que até eu próprio me
horas às cousas e, desta troca, todos os
inclinado à rezão e, como dos passados
R. A. - Não se
da sua sala lhe não estivesse contando e
cera? De aí, má hora, vem o ordinário
que me não injurie pelo que fizer a seu
demasiada fanforrice que o ditoso não queira
deminuírem; murcham-se e caem. Em os
deminuisse a sobejidão do amor da vida, e o
demora sendo prontíssimo em dar meia noite as
denigre, as esmeraldas embaçam, as pérolas
dentes com o exercício, as cordas nos
dentes de aljôfar, colo de cristal? Pois, em se
dentro da nossa jurisdição o sermos executores
dentro, dando-me a mim bem que fazer nos
departindo outras nove horas. Eram já as doze
dependura me não há-de valer para tirar o
depois de Deus, está nas nossas mãos ou nas
depois de enganar ao rei todo o tempo de sua
depois de gozadas e depois de perdidas, custa
depois de haver em vão tomado mil suores de
depois de mui bem desonrados ele e seu
depois de mui bem roído da traça, por muito
depois de perdidas, custa tanta dor seu
depois do regedor e presidente serem idos. Era
depois olho e vejo-a ficar em aquilo que dantes
depois que os danos são irremediaves. Nada lhe
depois?
Depois, digo, prossegui este papel com nova
Depois que, com ruim satisfação dos moradores
dera, os fazia recolher por chuvas, neves e
dera ou sim dera, os fazia recolher por chuvas
dera por ditosos os aleives que cá me
dera quanto se vê do meu campanário. Porque
deram por aio um mentecato. Vede que gentil
Deram-lhe na trilha ao inocente mas não ao
derigiam a vós sòmente, não pus aqui palavra
derretia os anjos e fazia deles carrancas
desacomodados de monção e para tudo faltos de
desalmados, destes que acodem às igrejas ao
desandam, mas a mão, a cabeça e tudo se me
desando. Par Deus, que soei como outra cousa
desapiedado que disse não havia vingança como
desaproveitadamente? Conforme ao que me
desarmada da ciência e experiência, não basta
desaventuras que, por se fazerem gente, se
desaviar a um destes na audiência e cercear
descalçai a vergonha, porque haveis de saber
descansa; e, finalmente, se lhe não dará de
descansado e ligeiro, façam os mortais tantos
descansam [RF56] em outra e enfim, enfim, lá
descansar, se se pusesse ao sol à hora da sesta
descansaram meus inimigos até não darem
descanso, a fome e a fartura, tudo tem sua
descobrir a própria.
descompõe o mundo dos negócios ou os negócios
descompondo e fingindo sempre as horas da
desconcerta, cada vez que cuido no engano dos
desconcertado e o peor é que nos põem a nós a
desconcerto, curando-se a inocência do relógio
desconcertos. De aqui procedeu que o pobre
desconfiança cuidar o miserável que já nunca
desconhecia; pois, como lá dizem, se quereis
desconsertos do mundo que em nossa mão não
desconsertos se achava vergonhoso, trabalhava
desconsole V. M., que estas são as justiças do
descontando os próprios alentos que respira
descontentamento em que todos andam [RF59]
descontentamento. Tomo-vos por meu juiz
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letrados presumidos, orações de frades
intervalo de que na vida lhe não faça
embaçam, as pérolas desmaiam, os rubis
velam sem os olhos abertos. Cuidam os
de aljôfar, colo de cristal? Pois, em se
R. C. - Contra esse
achará um pequeno erro, nem um leve
lhe davam, por ter cuidado de meus
tamanha doudice? Porque não val a
As faltas da impossibilidade são mais
a este troco de que me gabe ou me
ser, segundo os que eu via aproveitados
porque esse livro lêm os homens
Da mesma sorte nos sucede, porque,
- bordão de todas as obras -; porque,
vos guarde Nosso Senhor como
pela porta fora, arrenegando do
por se vestir da libré do tempo; e eu,
aí menos em seu lugar do que os homens
R. A. - E tu, amigo, que ganhas em
em desenganar o mundo, que se não quer
as tomam, como dizem; e cada qual se
algũas das minhas observações ou
- Ora sabei que os anos passados deu ũa
del rei, aí era homem e aí era a sua total
amadores são cegos. Mais moços tenho
detinha entre os lançóis, até ser alto dia.
que não haja algum tão impaciente que
paciência para esperarem a ver como as
queixa porque, se bem as faz, melhor as
olhos dos ministros, para que, despois,
verem ser de um metal que, quebrado e
já dele os Foliões da Arruda que assi
outras por estugado, sempre lhes dava
da taxa que Deus pôs à ventura ou à
a uns lhes dura muito a dita e a outros a
arrebeçai, que vos vejo com engulhos de
está em sua mão deixarem de ser
com pedras brancas e aos tristes e
assim, jantar e cea. Os prósperos e os
que vós, em sua comparação, monteis
as esmeraldas embaçam, as pérolas
as mães com as crianças que querem
R. A. - Desses devia de ser um
Na terra é do mesmo modo; os homens
me há posto nos cascos que os maiores
R. A. - Hui! Também lá chegam esses
ou relógios de [RF46] area me
sempre ambos correndo à trocada: eu,
R. A. - E como sentis do outro que,
de vós ũa lembrança. Do aplauso vos
que ambos merendam, depois de mui bem
R. C. - Ó saloio, por bom modo me
R. C. - Com palavrinhas doces me ides
fora de horas e a mercê fora de tempo e
«são horas», «a que horas», «a
quem pudera viver, passando
deu ũa desenteria ao Relógio do Paço, tão
cortesias de outro tal pretendente. Foi
o outro ia. Tanto que o requerente (ou
E, como também tinha entendido que o
e a outros a desgraça, não há quem os
descontentes, impertinências de velhas
desconto; e que lhe não valha o ser rei sábio e
descoram, o aljôfar se perde, o cristal estala
descuidados que para eles não corre o tempo
descuidando tamalavez, com a idade lhe chega
descuido bradaram os sábios e os santos, e aos
descuido.
descuidos. Jamais me untou as rodas, pelas
desculpa, que muitos dão, de se não poderem
desculpáveis que as da malícia, ou sempre
desculpe, fugindo ao costume dos mais que, a
desde a minha torre, quando Deus queria...
desde o princípio do mundo sem que acabem de o
desde que somos relógios, damos horas e mais
desde que teve jeito de ser algũa coisa, o
desejo, etc...
Desembargador dos Agravos, Juiz da
desenfado e do relógio. Mil galanterias tenho
desenganado de seus aplausos, vendo-me velho
desenganados escondidos pelas tocas agrestes.
desenganar o mundo, que se não quer
desenganar? O sumo grau da sandice é perder
desengane sem se fiar nas faltas do seu relógio
desenganos, pedi que aqui me tendes.
desenteria ao Relógio do Paço, tão desordenada
desesperação deles, porque fazia de modo que
desesperado que o gagau e a carteta; ũa vez
Desesperavam-se de que eu os castigasse com
desespere de saber a infalibilidade da hora que
desfaz. Porque ele não é como o escudeiro da
desfaz.
desfeita no vestuário do tempo esta farsa em
desfeito, não presta mais para nada. Essa é a
desfizera o senhor fulano as festas como ele as
desgosto nas horas de seus passatempos. Tafuis
desgraça, à vida e à morte de cada um.
desgraça, não há quem os despeça de sua larga
desgraciado. Salvo se sois de uns hipócritas de
desgraciados cada vez que o diabo os atenta
desgraciados, com pedras negras; e como ainda
desgraciados comparo eu com os velhos e os
deslustrosa, ou desaproveitadamente
desmaiam, os rubis descoram, o aljôfar se
desmamar: untam-lhe a teta com azevre, e logo
desmanchado que, dizendo-lhe os médicos que
desmancham o mundo, e os relógios tem a
desmanchos do tempo provém de se não
desmanchos?
desmentiam a cada hora, contudo havia
desmentido das minhas verdades, ele, aplaudido
desmentindo o sol o seu relógio, jurava e
desobrigo e até da censura; porque vós nada
desonrados ele e seu compitidor, ei-los amigos
desonrais de mentiroso!
desonrando de caduco. Pois, sobre me haverdes
desorada, nem a justiça escarmenta como
desoras», «fora de horas» e outros mil modos
desordenada e sùbitamente das calmas aos frios
desordenada que ninguém o julgou à vida.
despachado como quis e nunca mais viu ao
despachado) viu o valido, voltou o cavalo para
despacho se continuava até as onze, antes que
despeça de sua larga companhia; aqueles não se
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se prezaram, e faz como os homens se
quando o mau se acha em lugar bom,
nove horas. Eram já as doze quando eu
só com o cabedal que lhe deu a natureza,
«ora folgo, por me não andar a vestir e
é manha dos mestres de agora. E então,
são aos olhos dos ministros, para que,
o tempo para o que era necessário.
R. A. e quatro horas do dia, minha boca se não
sucede cada dia. Não se enforque o
R. A. - Mal poderei
como convém, que, em vez do
muito. Mas que proveito conseguistes
de aparências, senhor Relógio, porque
cousa, ouvistes já algum prègador que a
sete horas; e, em sendo tempo de que as
dos usos da Corte nem quisera saber
ser aldemenos o relógio que tal hora lhe
da república, e fazerem que os mais
se entremeta a ervilhaca e joio
R. A. que, entre tanto merecimento, ficasse
aqueles que os amigos uns aos outros
de Belas, com toda sua prática vai
que este: «arrenego de meu pai se
chegam ao fim do ano, ao termo e cume
por experiência que, na maior parte
ficasse dessimulada a curta valia
os homens as horas às cousas e,
R. A. tenho feito a damas e a freiras,
mau nunca quebra, não há vasilha nenhũa
que lhe façais observar as condições
Já cuidei, certo, à vista
inimigos até não darem comigo em casa
eu me veja livre da lima e do martelo
os mais mofinos, vivendo em perene
matéria de restituição desaviar a um
que devia. Pois uns felpudos desalmados,
o que fazia um cerieiro do meu bairro,
Pois as mulheres e os criados
se vê do meu campanário. Porque tal há
eu estava no melhor do meu mundo.
canalha fui falsário e que as trouxe tão
R. A. - Sempre os
que gentil censor podiam ter os meus
que há na vida. Pois, em estando a hora
me achava digno daquele ofício, me
R. A. - Assim
e, confiados em minha palavra, os
atrás de si, valerá quatro mil, e se
qual vai então só com o cabedal que lhe
ferrador, empregado em o que não sabia,
em o que não sabia, deu comigo e
a bons fins e a termos úteis, lhes
Chagas lhe não valiam suas verdades,
que negou às alimárias, a quem
saibo da vasilha ou do ar corruto que me
R. C. - Ora sabei que os anos passados
as conchas com que se defendia,
sempre lhes ouvimos oferecer a
todas as horas da vida, só querem dar a
despeçam da vida não só com conformidade mas
despede, senão benignos, moderados os influxos
despedia as nove. Não há carreira de lebre do
despindo os faustos e as tramóias com que
despir todos os dias».
despois de lhes deixares fazer em ti, a bel
despois, desfeita no vestuário do tempo esta
Despois, convertidos contra mim, tudo era
Despois... que, sendo geralmente malquisto de
despregava. Entendia eu que o silêncio me podia
desprezado nem o prezado se engrampone, que
desprezar-me dela, tendo-vos nela por
desprezo com que nos tratam, podiam amar-nos
dessa insânia?
dessa maneira nos está enganando todo o mundo
desse, correi pela memória e dizei-me a causa
desse, eu dissimulava com o negócio até às
desse. Mas dizei-me: virá isso, por ventura, de
desse.
dessem horas como relógio.
desses anexins próprios de regateiras.
Desses devia de ser um desmanchado que
dessimulada a curta valia desta obra. Quanto
dessimulam. Fará, pelo menos, certo aquilo de
dessimulando muito bem a causa de sua santa
desta água me não molho!».
desta costa. E porque eu isto creo, como o
desta gente e seus costumes, mora a
desta obra. Quanto ela algũa [RF32] hora
desta troca, todos os desconsertos do mundo
Desta maneira: nunca dava hora com hora
destas que celebram as meias noites com
destas que se não tenha por boa e que não tema
deste contrato a que estou prestes.
deste e de maiores exemplos, que com grande
deste maldito caldeireiro donde nos vemos e
deste vilão, sub cujo poder nos vemos.
desterro das cortes e cidades, se nelas vai
destes na audiência e cercear meia hora, a
destes que acodem às igrejas ao domingo por
destes que fabricam tarjas de cera para igrejas
destes, que os viam recolher cedo contra seu
destes que, por teima de que seu vizinho não
Destrocou-nos, tornando cada um a sua antiga
desvairadas com meus acintes que muitas se
desvarios acharam maré de rosas e mar
desvarios!
determinada lá em cima, o mesmo é dar um de
determinei a servi-lo como pudesse. Chegada a
determino fazê-lo porque, segundo o que ouço e
detinha entre os lançóis, até ser alto dia
detrás de todas essas figuras, valerá quatro
deu a natureza, despindo os faustos e as
deu comigo e deu consigo de avesso. Porque os
deu consigo de avesso. Porque os viandantes
deu Deus entendimento que negou às alimárias
deu em mentiroso por se vestir da libré do
deu menos, porque delas não queria receber
deu no alto da vaidade, brevemente comecei a
deu ũa desenteria ao Relógio do Paço, tão
deu um pequeno almoço à águia faminta e
Deus a hora da morte. Mas Cristo, como
Deus a hora de sua morte. Por esta causa
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R. A. - Conserte
R. C. - Parece que se houve
relógio. Faltava o tempo para louvar a
a bons fins e a termos úteis, lhes deu
e se defendem que isso, depois de
que com grande providência permite
hora muito fermosa», «nas horas de
bocas o que não querem ouvir de ũa. Par
ser menos do que por ser mais do que
delgado. Eu sou relógio cristão e louvo a
o sermos executores da taxa que
a velhice é ũa piadosa estalagem que
compus o movimento. Vou e desando. Par
R. C. - Valha-me, ora,
desde a minha torre, quando
R. A. - Valha-me
R. C. - Valha-me
alimpavam os pés à conversação - alce
R. A. - Par
e doentes (como costumam ser) vão
significada no sino para baixo, é a que
A roda que se lhe pinta à Fortuna
R. C. - Assim
que lhe podem dar preço, a vós se
de jogo. Por onde toda a pessoa polida
por ela, sendo seguro da afeição que vos
este estatuto da hora de todos e de tudo
o tempo: quito-lhe a glória que pudera
R. A. - Desses
ouvia e calava, a troco de fazer o que
para o jantar de muitos anos. Tomei por
segundo o sentido moral, místico e
deles, porque fazia de modo que, das
até as onze, antes que fossem bem
dava com grande conciência o seu meio
e de seu nome. Assim, vemos nela cada
os detinha entre os lançóis, até ser alto
fazer nos repiques dos meus sinos, esse
frios e dos frios às calmas? Se entre o
R. A. - Merecia tal
A sangria é saudável na crecença do
fazia-me pedaços e cursava todo o
beiços do Oriente já eu escascava o meio
as pragas rogadas das onze para o meo
feição que, nas vinte e quatro horas do
nem lhe tirou o chapéu. Toparam-se um
entre os homens, o mesmo sucede cada
o mundo; e até o mesmo céu, que cada
diligência. Quatro horas antes do [RF49]
nossa terra? Mais horas tivera então um
de Roma e morrer ele ao outro
noite todos os gatos são pardos, até de
- alce Deus sua ira! - então começava o
um é mais sadio que galinha cozida. Foi o
de ser desgraciados cada vez que o
R. A. - Oh
APÓLOGO
APÓLOGO
e a figura, porque se vêm
para sempre, pois, de hoje por
foi costume de algũa gente antiga que aos
estas são as justiças do mundo, donde há
procedido, sabendo-se como eu tenho há
Deus a V. M., senhor Relógio.
Deus com os homens como as mães com as
Deus e sobejava para o seu sono. A cidade
Deus entendimento que negou às alimárias, a
Deus, está nas nossas mãos ou nas das horas
Deus haja entre os homens estes enganos
Deus», «logo nessas horas», «as horas
Deus! mas que me fundam, mas que me
Deus me fizera. O tempo é touro bravo e em
Deus por tão grande mercê, porque, ainda que
Deus pôs à ventura ou à desgraça, à vida e à
Deus pôs entre a morte e a gentileza, brio
Deus, que soei como outra cousa! Tão
Deus! Que vos estou dizendo senão isso? Se a
Deus queria...
Deus!
Deus! Sendo relógio que tantas horas dais para
Deus sua ira! - então começava o diabo do
Deus! Tal hora teve bom gosto!
devagar, assentam-se em ũa parte, descansam
deve andar por baixo de tudo sem aparecer?
deve de ser de engenho de nora, donde os
deve de ser, segundo os que eu via
deve e esse interesse vós o lograi, pois de vós
deve fugir de que entre o grão limpo das
deve. Porém, vós, em tudo não só varão da
deve ser tão pontualmente observado que não
dever-me pelo que bem obrasse, com condição
devia de ser um desmanchado que, dizendo-lhe
devia. Pois uns felpudos desalmados, destes que
devoção não dar à gula nem à ociosidade nenhum
devoto que cada um seguia. Mas o que melhor
dez às onze, não punha meia hora.
dez já vinha com elas. Durava apenas uma hora
dia, a cujo som os ouvintes alimpavam os pés à
dia celebradas as sete horas canónicas; assi
dia. Desesperavam-se de que eu os castigasse
dia. Do mesmo modo, se o exército for pago à
dia e a noite não houvera um e outro crepúsculo
dia e hora engastoada em ouro!
dia e logo mortal pela sesta. O mesmo ferro
dia e noite sem atinar jamais com minha
dia. Era alta noite quando apenas acudia com as
dia eram de vez, porque todas empeciam. Pois
dia, minha boca se não despregava. Entendia eu
dia na Rua Nova da Palma, que é longa, estreita
dia. Não se enforque o desprezado nem o
dia nos parece azul, não tem cor algũa. O ofício
dia os mandava esguichar pela porta fora
dia que agora um ano!
dia?
dia todos os amadores são cegos. Mais moços
diabo do charlatão a converter sua eloquência
diabo meter em cabeça aos arquitectos del rei
diabo os atenta com serem verdadeiros.
diabo! Se unhas foram relógios, quem se
DIALOGAL PRIMEIRO
DIALOGAL PRIMEIRO
diante de muitas figuras ou adiantadas a outras
diante, já sei como hei-de ser relógio, que até
dias alegres e ditosos contavam com pedras
dias (como V. M. melhor sabe) que ninguém val
dias feito um contrato com o tempo: quito-lhe a
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vezinhos, me tiraram o ofício em breves
me não andar a vestir e despir todos os
horas, é força que hajam passado muitos
R. A. cousa, figura e cifra de algũa cousa. Esta
R. C. - Que mais quereis que vos
R. C. - Contudo, V. M. me
na charneca de Monte Argil. Mas não
«Hora de todos», que, com galantaria
outro remédio e que o mestre me achava
havia que ao meu consertador julgava
Mas nada do que
ao próprio que a alimenta. Depois,
R. A. - Grande caso! Agora
há que o tempo é esse! Ũa cousa vos
não há apelação nem agravo. Certo vos
venham a resvalar e precipitar-se.
bem! Contra os poltrões era a própria
fora de horas, cheos de sono, vazios de
toda a sua vontade, toma as de Vila
já disse o ditado castelhano, que «solo
R. C. R. C. Farão de mim campainhas e então lhes
será se tudo isso for ao revés? Pois que
R. A. te não apupariam por dar mais de seu
que com ninguém se mete! Assi vai tudo
R. C. - Seja V. M. muito bem vindo. Quem
R. A. - Que queria dizer nisso?
pois é certo que, para se regerem e
R. C. - Olhai: os homens, segundo temos
de Portugal houve cá um valido muito
à censura dos parvos, se não podia ser
indecência com que disse um de nossos
R. A. - Muito me alegrastes com tão alto
e, assentando que vivo só e que como só
autor, se esmera muito em provar, com
racionalmente se busca e sàbiamente se
vida. Reservam todas para si afim de as
entregar-lhe quanto ganhou, chegar a
vou que, deixando (como a princípio vos
R. A. - Pois, se assim é, bem
já houve algum tão desapiedado que
cousa impossível, por quem já
e lhe chamou hora sua, como por ele
de Monte Argil. Mas não digas que eu to
R. C. - Já vos
mas no estâmago. E tal houve que
ouviríeis a graciosa indecência com que
[RF34] R. A. - Si é, para emendar ou
e, em sendo tempo de que as desse, eu
governo do mundo? Se terão também
bem criada, dizem as velhas, que sabem
R. C. - Não façais caso
R. C. - A Fortuna é muito
e o céu há pequeno intervalo, larga
há tarde ou nunca as perde, ou fosse
R. C. morte. Por esta causa, quando aos mais
razão que a uns lhes dura muito a
cousa impossível, por quem já disse o
relògiozinho de por aí além! Dizei vosso
dias, porque diziam eles que assaz melhor e
dias».
dias, semanas, meses, anos, que são os bancos
Dias há que eu conheço que muitos se queixam
diferença haveis de saber que vai de figuras a
diga? A primeira vez que aqui vim curar-me
diga como se chama, que sua gentil presença me
digas que eu to disse, ouves-me?
digna de seu autor, se esmera muito em provar
digno daquele ofício, me determinei a servi-lo
digno de um hábito de Cristo. Com os
digo abate a honra da memória e nome de
digo, prossegui este papel com nova esperança
digo que não samos os aldeãos os mais mofinos
digo:
digo que, se os grandes [RF61] e os pequenos
Digo-vos que, se fora homem como sou relógio
diligência. Quatro horas antes do [RF49] dia os
dinheiro. Enfim, procurava de os mandar pelas
Diogo para a tua vila.
Diós acierta a reglar con regla tuerta». Enfim
Dir-vo-lo-ei: sou tão mal escançado que, sendo
Dir-vos-ei: todos somos relógios e sabemos
direi por cem bocas o que não querem ouvir de
direi? Se a justiça se fizer à sua hora e a
Direi; porque, na comédia do tempo, tais são já
direito.
direito!
diremos?
Diria, por ventura, que os ministros trazem
dirigirem a bons fins e a termos úteis, lhes deu
discorrido, são sôfregos das horas da vida
discreto (como era bem que todos o fossem
discreto.
discretos que a imaginação era curral do
discurso. Certo que não havia sabido que
discurso e que como só entendo, ficará logo
discursos e exemplos, esta verdade.
dispende...
dispenderem, vãmente, em seus passatempos. E
dispensação de Roma e morrer ele ao outro dia?
disse) de par em par a imaginação, não tornei
disse logo o outro, antigamente, que «na
disse não havia vingança como a de ũa ruim
disse o ditado castelhano, que «solo Diós
disse o Evangelista S. João; em a qual hora
disse, ouves-me?
disse que o fim das cousas era cousa das telhas
disse tinha sempre as horas na ponta da unha
disse um de nossos discretos que a imaginação
dissimular seus defeitos; não para se prezar
dissimulava com o negócio até às nove e, então
disso a culpa os relógios da cidade? Mas V. M
disso, está mais treita ao mau olho. Se pudera
disso, que a relógios do chão ninguém os escuta
disso. Tem o costume dos abades: engordam as
distância entre a vida e o perigo, quando
disto ou do saibo da vasilha ou do ar corruto
Disto vos espantais?
distraídos lhes morde no peito aquela saudável
dita e a outros a desgraça, não há quem os
ditado castelhano, que «solo Diós acierta a
dito.
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e feitos, que todos podemos dizer nossos
verdade e ser pontualíssimo em seus
se sabe que é demasiada fanforrice que o
mais pode haver para ele ũa hora de
algũa gente antiga que aos dias alegres e
R. C. - Olhai, no cabo do ano,
mais que [RF67] ouvir-vos, eu dera por
que acabem de o crer, segundo obram
com que escrevi este apólogo foi só por
vão mudas à romaria espreitando o que
R. C. - Não, por certo; mas porque
metade da torre do Paço, como quem não
o sentido. Até os matemáticos
R. C. - Por isso se
se possa perder nem alhear. Por isso se
A. - Por isso tu cá vens por mentiroso...
que a desse, correi pela memória e
acidentes próprios da velhice. Senão,
e dizia gritando: «parai senhor fulano, e
da Corte nem quisera saber desse. Mas
se meta, mande e obre na de seu vizinho.
a letrado, relògiozinho de por aí além!
acinte, nisto da hora de cada um. Que me
e valiam então tão pouco como
...proveitadamente? Conforme ao que me
e, por mais que se riam de vós (como
R. A. - Que me
R. C. e ainda da criança mais bem criada,
não negareis a malícia de saloio, de quem
C. - Pois donde as dão as tomam, como
como quereis que entenda isto que
M., porque me vê aldeão. Pois também lá
caldeireiro donde nos vemos e donde
[RF65] R. C. - Até um livro me
eu próprio me desconhecia; pois, como lá
cousas tenho ouvido de seu bom gosto!
devia de ser um desmanchado que,
se nos convertem de autores a leitores,
A. - Lembra-me agora, por isso que ides
R. A. - Mas, como vos ia
C. - Valha-me, ora, Deus! Que vos estou
como quem não diz nada. E, sem me
R. C. - Antes já ouvi
«fora de horas» e outros mil modos de
dizendo-nos de si o que nós havíamos de
anos me acompanham ou, por melhor
R. A. - Que queria
tempos e feitos, que todos podemos
de Belas; ou sem perdão (para melhor
pintando um relógio às avessas, quis
R. A. - Sempre ouvi
do mundo, valem segundo estão. Quero
R. C. - E donde, se se pode
para encobrir a dos corações e para
correu o valido, do mesmo modo, e
peso nem medida. O pobre serralheiro
R. A. tiraram o ofício em breves dias, porque
as festas, que nunca pagava; por onde
quando tal lhe sucedia. Choravam-se,
as nove. Não há carreira de lebre
vida, que se guarda na Torre do Tombo
ditos.
ditos, vindo com as horas muito a suas horas. E
ditoso não queira algũa hora ser mofino
ditoso.
ditosos contavam com pedras brancas e aos
ditosos e mofinos todos ficam iguais. Para
ditosos os aleives que cá me trouxeram, quanto
diversamente do que se podia esperar de seu
divertir-me dos penosos cuidados que há tantos
diz a gente que passa, donde afirmam que lhes
diz lá um provérbio que a nós outros os relógios
diz nada. E, sem me dizer a mim cousa algũa
diz que chamam horas planetárias, até os
diz que não há alfaiate bem vestido. Nunca
diz, vulgarmente, que tudo tem sua hora.
Diz que a verdade da língua dos que a não falam
dizei-me a causa de esse mistério.
dizei-me: quem poderia apartar-se
dizei-me se isto é verdade». O requerente
dizei-me: virá isso, por ventura, de que os
Dizei-me: haveria maior confusão em ũa
Dizei vosso dito.
dizeis a outro velho, rico, encartado, andar
dizeis. E hoje, mudaram o valor, o estado
dizeis, estou agora crendo que nos mais
dizeis), ninguém vos tire que sois relógio velho
dizeis?
Dizeis o que há em vós, mas não o que há em
dizem as velhas, que sabem disso, está mais
dizem doutores que é certa selada de gentio
dizem; e cada qual se desengane sem se fiar nas
dizem horas minguadas? Porque já me teve
dizem que cantam as moças: «Relógio que
dizem que já não sairei senão para o ferro
dizem que saíu agora que chamam «Hora de
dizem, se quereis conhecer o homem, dai-lhe
Dizem por cá, finalmente, que V. M. é Relógio
dizendo-lhe os médicos que morria, lhe
dizendo-nos de si o que nós havíamos de dizer
dizendo, o que lhe vi suceder a um cágado com
dizendo...
dizendo senão isso? Se a nau partir para a Índia
dizer a mim cousa algũa, ferrolha a porta e vai
dizer a um pregador, na minha igreja, que cada
dizer. Como se a gente em nenhũa outra cousa
dizer deles. Para ũa só acção vos peço voto, e
dizer, me perseguem. Comparo eu a memória
dizer nisso? Diria, por ventura, que os
dizer nossos ditos.
dizer), porque nunca fiz erro que se me
dizer que aos ministros todos os adoram mas
dizer que era manha de ministros fazerem-se
dizer que tem o valor conforme o lugar. Porque
dizer?
dizer sim ou não, tendo as brancas por
dizia gritando: «parai senhor fulano, e dizei
dizia que tinha muito que consertar, porque
Dizia eu agora (já que nós podemos tanto) se lhe
diziam eles que assaz melhor e mais barato lhes
diziam já dele os Foliões da Arruda que assi
diziam mal à sua vida, a hora em que naceram e
do Alfeite tão gostosa como eram para mi as
do alto céu, do qual não há apelação nem agravo
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dos afectos, se deminuisse a sobejidão
não fazia mais que levantar o triste
mais ou menos cansados, chegam ao fim
R. C. - Olhai, no cabo
ou fosse disto ou do saibo da vasilha ou
de aqueles dois relógios tão principais
é que faz maiores impulsos ao cutelo
do pano azul que com a comparação
dos que a não falam, é como a água
C. - Não façais caso disso, que a relógios
Deus sua ira! - então começava o diabo
do lugar para amanhecer em casa
discretos que a imaginação era curral
a ligeireza com que passam as horas
vingança deixar (pelo menos) o crédito
Cada qual se quer trajar de a seda
a gula do sancristão ou a preguiça
à hora de negociar, e negociasse à hora
esguichar pela porta fora, arrenegando
como convém, que, em vez
horas. A sangria é saudável na crecença
de feição que, nas vinte e quatro horas
a própria diligência. Quatro horas antes
à hora de comer, e comesse à hora
Coroa e Chancerel
da mocidade, até a entregar nas mãos
seus relógios consigo, por ser insígnia
cor. Não quiseram mais os vizinhos
Pois acrecentai-lhe que morreu ministro
tolos dos meus fregueses e na malícia
que fez propósito de não comer nunca
de mar em fora são como trigo
e assim eu me veja livre da lima e
nove horas (que é a taxa de todo o cativo
que eles davam para casa, atordoados
também; ele correu, correu o valido,
R. C. - Mas acrecento que,
sem rezão de duas em carga. Na terra é
porque de ordinário, o corte não é
que entrava muito em secreto por casa
costuma fazer o que fazia um cerieiro
vem a pagar seus excessos. Para beatas
que, juntos à ruim suspeita que o povo
no ar a um ratinho, dera quanto se vê
apeou-me quando eu estava no melhor
de meu vagar a facilidade com que o bom
S. João, às quartas feiras, e da Virgem
como os ministros se fazem aos olhos
compõe esta fermosa perspectiva
V. M., que estas são as justiças
o mundo dos negócios ou os negócios
há que eu conheço que muitos se queixam
e, desta troca, todos os desconsertos
as cadeiras. É esse bom governo
livro lêm os homens desde o princípio
da aritmética, que é a própria verdade
assi, vemos fazer lembrança da hora
paixão e não de zelo, e a segunda, fruito
raios do sol não pungiam nos beiços
R. A. - E como sentis
da sandice é perder-se um pelo ganho
relógios, não se queria reger senão pelo
alma e chimpar-me na metade da torre
do amor da vida, e o homem fosse perdendo o
do animal e deixá-lo cair nas pedras vivas até
do ano, ao termo e cume desta costa. E porque
do ano, ditosos e mofinos todos ficam iguais
do ar corruto que me deu no alto da vaidade
do Cabido e del-Rei?
do carniceiro; e ainda da criança mais bem
do cerieiro. Porque que lhe faltava à gente que
do Chafariz d'El-Rei que, por correr por canos
do chão ninguém os escuta. Porém, sem dúvida
do charlatão a converter sua eloquência contra
do chatim e levar o pano às punhadas, depois de
do concelho donde, por não ter portas, todo o
do contentamento, vendendo-lhes eu gato por
do contrário duvidoso. Isto apeteces? Isto
do costume e a que se costuma, ainda que seja
do cura.
do descansar, se se pusesse ao sol à hora da
do desenfado e do relógio. Mil galanterias tenho
do desprezo com que nos tratam, podiam amar
do dia e logo mortal pela sesta. O mesmo ferro
do dia, minha boca se não despregava. Entendia
do [RF49] dia os mandava esguichar pela porta
do dormir, e dormisse à hora de negociar, e
do Estado de
do fim, duro, pesado e incerto.
do homem de estado, os quais eles temperam
do lugar para amanhecer em casa do chatim e
do maior tribunal do seu tempo.
do malvado sancristão, por quem se me azaram
do manjar por quem perdeu a saúde, sempre foi
do mar: sempre vale menos que o peor da terra
do martelo deste vilão, sub cujo poder nos
do matrimónio), se deixavam estar departindo
do medo e dos sinos da meia noite. Caçadores
do mesmo modo, e dizia gritando: «parai
do mesmo modo, é cativa desconfiança cuidar o
do mesmo modo; os homens desmancham o
do mesmo pano que a amostra.
do mestre, donde eu também jazia por
do meu bairro, destes que fabricam tarjas de
do meu bairro era um cutelo de dois gumes
do meu bairro sempre teve de minha verdade
do meu campanário. Porque tal há destes que
do meu mundo. Destrocou-nos, tornando cada
do meu vizinho derretia os anjos e fazia deles
do Monte às sestas - que vão mudas à romaria
do mundo aqueles que não são, assim os
do mundo; donde é para notar que aqueles
do mundo, donde há dias (como V. M. melhor
do mundo. Por eu deixar com a palavra na boca
do mundo, quando lhe vem fazer algũas rapazias
do mundo que em nossa mão não está podermos
do mundo? Se terão também disso a culpa os
do mundo sem que acabem de o crer, segundo
do mundo, valem segundo estão. Quero dizer
do nascimento e da morte dos justos e ainda dos
do negócio e não da manificência. Fazei conta
do Oriente já eu escascava o meio dia. Era alta
do outro que, desmentindo o sol o seu relógio
do outro.
do Paço, com que dava com as demandas por
do Paço, como quem não diz nada. E, sem me
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notar que eu, que até então sendo Relógio
Eles, confiados em que o Relógio
sucedendo-lhe ao revés ao Relógio
R. C. - Ouvi-me: eis o Relógio
ajustado andara, como então, o Relógio
era lançar a culpa ao maldito Relógio
em casa do regedor ou do presidente
passados deu ũa desenteria ao Relógio
e os propósitos. Porque o Relógio
horas da vida, por isso mesmo recebeu
R. A. - Melhor estou com a história
el-rei lha concede e dá com ele ao pé
não fora antes ser badalo nas choupanas
para dar assalto em casa do regedor ou
solitários se verefica. Persuado-me que,
quando começam a vir recados
[RF62] alcançou o ofício por maus meos,
guarda na Torre do Tombo do alto céu,
fazer por ser menos do que por ser mais
Mas nada
muda não só a forma mas a sustância
tudo isto não era nada em comparação
A ninguém se pode com rezão pedir conta
que não pode obrar, e ninguém a dará boa
A liberalidade, até
que não estarão aí menos em seu lugar
mais houvera de fazer por ser menos
de o crer, segundo obram diversamente
mais com raivas que lhes hei feito
mui bem roído da traça, por muito mais
que chegava ele duas horas depois
as horas para dar assalto em casa
de aparelhar e se neste ponto o bom
o desconcerto, curando-se a inocência
porta fora, arrenegando do desenfado e
choviam os opróbios, que o triste
potente nem o mandar prender o curso
à calúnia cedeu a inocência, e o pobre
não havia doze horas na minha tabuada
ou nunca as perde, ou fosse disto ou
barato lhes serviria de relógio a gula
ser. Também ali vive o batifolha junto
R. A. - O Relógio da Sé em casa
com ela, acomodava como queria a mão
qual se desengane sem se fiar nas faltas
que morreu ministro do maior tribunal
e ficando em seu ponto a poltronaria
sol à hora da sesta e se à sombra à hora
hora com hora. Ainda os louros raios
à candea que horas eram pelo relógio
deu em mentiroso por se vestir da libré
para que, despois, desfeita no vestuário
nos cascos que os maiores desmanchos
a chamasse, contanto que a defenderia
A. - Não tínheis escrúpulo de ser ladrão
R. A. - Direi; porque, na comédia
no livro da vida, que se guarda na Torre
boca, houve de ser o culpado na madorra
comparação do que lhe sucedia ao coitado
para o aplauso
que não fosse de vós ũa lembrança.
nos repiques dos meus sinos, esse dia.
R. C. - Com palavrinhas
do Paço me via tão benquisto de verdadeiro, em
do Paço não podia ter dado as nove horas (que é
do Paço que, em subindo a seu campanário
do Paço que entrava muito em secreto por casa
do Paço; que minhas rodas mereciam ser de
do Paço que os enganara (como se lá fosse
do Paço, sabeis que fazia? Furtava-lhe a volta
do Paço, tão desordenada que ninguém o julgou
do Paço, vendo que nas Chagas lhe não valiam
do Padre aquela hora da morte para Si sòmente
do pano azul que com a comparação do cerieiro
do pelourinho? Não vale nada esta hora?
do Porto de Mugem ou sino de cortiça na
do presidente do Paço, sabeis que fazia
do próprio modo que ao homem só o envestem
do provedor das obras del Rei que logo [RF45]
do qual indo tomar posse lhe resvala um pé à
do qual não há apelação nem agravo. Certo vos
do que Deus me fizera. O tempo é touro bravo e
do que digo abate a honra da memória e nome de
do que era.
do que lhe sucedia ao coitado do verdadeiro
do que não pode obrar, e ninguém a dará boa do
do que não quis ou não soube fazer, tendo cargo
do que não val nada, sempre valeu muito. Mas
do que os homens desenganados escondidos
do que por ser mais do que Deus me fizera. O
do que se podia esperar de seu crédito e de sua
do que tem com madrugadas o seu próprio ofício
do que valera em novo.
do regedor e presidente serem idos. Era um
do regedor ou do presidente do Paço, sabeis que
do relógio dava com grande conciência o seu
do relógio e ficando em seu ponto a poltronaria
do relógio. Mil galanterias tenho feito a damas e
do relógio ouvia e calava, a troco de fazer o
do relógio, porque, se o relógio pára, o tempo
do relógio, quebrando-lhe a hora na boca, houve
do sábado para o domingo; mas pagava-lhes
do saibo da vasilha ou do ar corruto que me deu
do sancristão ou a preguiça do cura.
do sapateiro. Porventura, porque se não
do serralheiro?
do seu mostrador.
do seu relógio. Porque alguns há que não cursam
do seu tempo.
do sineiro!
do soalheiro, se andasse à hora de estar parado
do sol não pungiam nos beiços do Oriente já eu
do sol.
do tempo; e eu, desenganado de seus aplausos
do tempo esta farsa em que todos andam, se
do tempo provém de se não fazerem as cousas
do tempo que a não envelhecesse.
do tempo?
do tempo, tais são já nossos tempos e feitos
do Tombo do alto céu, do qual não há apelação
do valhaco e em vir passar esta vergonha que
do verdadeiro Relógio Palatino que, em meu
do vulgo.
Do aplauso vos desobrigo e até da censura
Do mesmo modo, se o exército for pago à sua
doces me ides desonrando de caduco. Pois
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RF43
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RF61
RF59
RF49
RF63
RF62
RF63
RF35
correndo tromenta jamais foi cumprida.
um fôlego. Os velhos, fracos, pesados e
R. A. - Que lhe
beatas do meu bairro era um cutelo de
e, no cabo, volta-se a sua terra, e por
em vão tomado mil suores de fornalha,
ou esquerda justiça. Opõem-se lá no céu
histórias que me contastes de aqueles
Por
entre a vida e a morte para que ali se
horas na minha tabuada do sábado para o
destes que acodem às igrejas ao
das horas, nossas filhas. Que importa a
espreitando o que diz a gente que passa,
R. C. - Pois
tantos excessos que, querendo voar por
casa própria, que vem a ser a sepultura,
tal vez, a muito reverendas apoplexias,
maldito caldeireiro donde nos vemos e
terra, e lá tem de ordinário seu fortum,
esta fermosa perspectiva do mundo;
viu o valido, voltou o cavalo para
R. C. - ...que lá não sei
muito em secreto por casa do mestre,
M., que estas são as justiças do mundo,
estes rapazes (que agora se costumam)
em casa deste maldito caldeireiro
sobre a minha palavra. Eu, vendo-me
Fortuna deve de ser de engenho de nora,
que a imaginação era curral do concelho
a fome e a fartura, tudo tem sua hora;
uns chamamos figuras e a outros cifras;
R. C. - E
em que naceram e o costume da Corte
Pois o próprio sucede entre os homens.
com que o mesmo Amor não atina?
turbulência que seu esquecimento.
mas, algũa vez, com alvoroço.
ainda não é, de nenhũa outra cousa cuida.
sem atinar jamais com minha obrigação.
e depois de perdidas, custa tanta
ou ilícita, então era o meu repouso;
à hora de comer, e comesse à hora do
baixas pela menhã, tudo era fazer
de comer, e comesse à hora do dormir, e
A Fortuna é muito disso. Tem o costume
o receo à morte, pela conversação
conversação dos achaques e companhia
a morte para que ali se domasse a fúria
Desembargador
contínuo os baixos pagam os encontros
me haverdes ouvido toda esta pregação
qual não conhece a origem dos males e
- Nunca ouvistes de um que se vingava
que, já neste sentido de que nenhum
votos na cor das favas, para encobrir a
mais que apontar e dar sinal a qualquer
e sùbitamente das calmas aos frios e
tantas ceas no paço e nas casas
de ũa cor própria. A superstição
as horas. Porque não há cousa na boca
da hora do nascimento e da morte
sou tão mal escançado que, sendo eu
Doente que fez propósito de não comer nunca do
doentes (como costumam ser) vão devagar
doía ao Relógio Matropolitano?
dois gumes. Nunca lhe dei hora a propósito de
dois magustos que ambos merendam, depois de
dois mil banhos de forja e quatro mil
dois planetas, eclipsa-se o sol ou a lua, e nada
dois relógios tão principais do Cabido e del-Rei?
DOM FRANCISCO MANUEL
domasse a fúria dos afectos, se deminuisse a
domingo; mas pagava-lhes esta demora sendo
domingo por cumprimento, se em vez da missa
Dona Fulana ser toda uma tabuleta de ourives
donde afirmam que lhes não falece a reposta de
donde as dão as tomam, como dizem; e cada
donde basta ir andando, venham a resvalar e
donde cada qual vai então só com o cabedal que
donde, de ordinário, os glutões vem a pagar
donde dizem que já não sairei senão para o
donde é conhecido por bastardo. Contentai-vos
donde é para notar que aqueles baixos materiais
donde ele vinha. Apressou o seu o requerente
donde, era ũa vez ũa peça de pano azul que, por
donde eu também jazia por travessuras, mas já
donde há dias (como V. M. melhor sabe) que
donde me tem para me apedrejarem.
donde nos vemos e donde dizem que já não
donde nunca me havia visto, como não fora
donde os homens são alcatruzes: uns cheos
donde, por não ter portas, todo o animal tinha
donde procede que não é fora de rezão que os
donde se nota que nenhum deles é cousa senão
donde, se se pode dizer?
donde sempre faltava o tempo para o que era
Donde, em nossos tempos, já houve algum tão
Donde eu cuidei já que, por isso, o pintaram
Donde procede trocarem os homens as horas às
Donde se viu que muitos sábios requestaram a
Donde vem...
Donde vi que a boa vontade, desarmada da
dor seu apartamento? Vem [RF60] então a
dormia como carapeta. Eles, confiados em que o
dormir, e dormisse à hora de negociar, e
dormir toda a noite o bom relógio. Faltava o
dormisse à hora de negociar, e negociasse à
dos abades: engordam as galinhas muito de seu
dos achaques e companhia dos acidentes
dos acidentes próprios da velhice. Senão, dizei
dos afectos, se deminuisse a sobejidão do amor
dos Agravos, Juiz da
dos altos, que é justiça de canhoto ou esquerda
dos bens da velhice, sabei de certo
dos bens e cuidam que são firmes, a modo da
dos cães que lhe ladravam levantando-lhe que
dos caracteres de aritmética tem valor próprio
dos corações e para dizer sim ou não, tendo as
dos executores que o céu tem na terra, para
dos frios às calmas? Se entre o dia e a noite
dos grandes senhores que as quiseram muitos
dos homens lhas pinta como quere porque, não
dos homens tão frequente como «em boa hora»
dos justos e ainda dos pecadores. E assim
dos mais [RF36] anciãos relógios da Cidade, me
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gabe ou me desculpe, fugindo ao costume
é porque cada qual não conhece a origem
são de ferro e que, sem embargo
vendedeiras, enfim, a toda essa chusma
começar a emendar-te, que é manha
sempre lhe fui afeiçoado e, por parte
cada vez que cuido no engano dos tolos
a mim bem que fazer nos repiques
se façam aqueles que não são aos olhos
Depois que, com ruim satisfação
R. C. - Eis aí o maior engano
de que se compõe e descompõe o mundo
parece azul, não tem cor algũa. O ofício
não fora que estar sujeito à censura
pessoa e muito inclinado à rezão e, como
satisfação dos moradores e peor grado
iguais e que a mais nobre das aves, o rei
nascimento e da morte dos justos e ainda
este apólogo foi só por divertir-me
não sou a mesma pontualidade, em lugar
- que isto é o que tem de peor as casas
pelos mais fiéis amigos e servidores,
mentiroso... Diz que a verdade da língua
mal feito pudesse suprir a obrigação
colchões de brandíssima pena, guardado
davam para casa, atordoados do medo e
metais, ainda sou parente muito próximo
de quatro réis, vos enxira na árvore
algũa vez foi verdade, na imaginação
cada vez que cuido no engano
Durava apenas uma hora o expediente
ministros (segundo vemos) nas ourelas
R. C. - No tempo
R. A. - Não entendo
andar muitos anos sem querer
mereço, que às vezes me recolho e não
E assim ouvimos (como eu muitas vezes
cá os doudos os olhos da cara. Val aqui a
se podíamos reger ou encobrir tamanha
disse logo o outro, antigamente, que «na
C. - Vamos ao ponto. Como vos fizestes
R. C. - Porque nos custam cá os
Ao
a malícia de saloio, de quem dizem
conheço eu que as vi já andar atrás
se podia esperar de seu crédito e de sua
vendo reluzir o prato de ovos, não havia
outras nove horas. Eram já as
me sucedeu que, em lugar de dar ũa e
- o que me cheira a sem rezão de
tal sorte o movimento que chegava ele
não ouviam, ouviam então dar a ũa ou as
por esta própria razão que a uns lhes
que fossem bem dez já vinha com elas.
até a entregar nas mãos do fim,
do chão ninguém os escuta. Porém, sem
grande alívio é para nós o sabermos sem
para que façam sua vontade. Mas não há
muito por minha vontade, porque sem
instruídos no que lhes convém, nenhum
eram mais os que a criam que os que a
(pelo menos) o crédito do contrário
moços tenho desesperado que o gagau
dos mais que, a cada passo, em o que julgam de
dos males e dos bens e cuidam que são firmes
dos matizes e tauxias de que neste tempo se
dos matutinos, fui peçonha. E solicitador havia
dos mestres de agora. E então, despois de lhes
dos metais, ainda sou parente muito próximo
dos meus fregueses e na malícia do malvado
dos meus sinos, esse dia. Do mesmo modo, se o
dos ministros, para que, despois, desfeita no
dos moradores e peor grado dos passageiros
dos mortais; porque a velhice é ũa piadosa
dos negócios ou os negócios do mundo. Por eu
dos olhos é ver e chorar e enganar.
dos parvos, se não podia ser discreto.
dos passados desconsertos se achava
dos passageiros, não relojava cousa com cousa
dos pássaros, o levasse no colo tão
dos pecadores. E assim ouvimos (como eu
dos penosos cuidados que há tantos anos me
dos pesos, que me não levantava, me levantou
dos príncipes: novidades, alturas, crecenças e
dos quais vão sempre recebendo o aviso mais
dos que a não falam, é como a água do Chafariz
dos que são obrigados a fazer cousas bem feitas.
dos seus paramentos de finíssima grã, com um
dos sinos da meia noite. Caçadores, tenho
dos sinos da minha freguesia. Se todos já como
dos sinos de S. Pedro in Vaticano. Fazei de vos
dos solitários se verefica. Persuado-me que, do
dos tolos dos meus fregueses e na malícia do
dos tribunais. E suposto que as ampulhetas ou
dos tronos, que não estarão aí menos em seu
dos últimos reis de Portugal houve cá um valido
dos usos da Corte nem quisera saber desse
dotar a sobrinha, no cabo escolhê-la por
dou as horas que havia de dar, só porque não
dou fé que ouvi na minha igreja) que Cristo
doudice pesada a peso de ouro; e de aí nace que
doudice? Porque não val a desculpa, que muitos
doudice só consiste o siso».
doudo? Ensinai-mo pelo que pode ser...
doudos os olhos da cara. Val aqui a doudice
Doutor António de Sousa Tavares,
doutores que é certa selada de gentio com seu
doutras muitas figuras,
doutrina.
doze horas na minha tabuada do sábado para o
doze quando eu despedia as nove. Não há
duas, dava vinte e trinta.
duas em carga. Na terra é do mesmo modo; os
duas horas depois do regedor e presidente
duas horas - livre-nos Nosso Senhor! - não
dura muito a dita e a outros a desgraça, não há
Durava apenas uma hora o expediente dos
duro, pesado e incerto.
dúvida é o serralheiro que nos vem a consertar
dúvida que cada cousa, por nobre e altiva que
dúvida que sucedem cousas graciosas e que
dúvida tenho mão para bargantes e ali fazia das
duvidara, ou se esquecera da hora que para
duvidavam. Nem seria pequena vingança deixar
duvidoso. Isto apeteces? Isto solicitas?
e a carteta; ũa vez por ronceiro, outras por
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chorar, o trabalho e o descanso, a fome
que quem lho concedeu lho pode negar
Mil galanterias tenho feito a damas
estalagem que Deus pôs entre a morte
e badulaques que inventou a vaidade
que o tempo me dá passo a raiva
direi? Se a justiça se fizer à sua hora
justiça se faz ante tempo e fora de horas
à sua hora, a justiça parecerá bem
Por eu deixar com a palavra na boca
a Providência a velhice entre a vida
e dos frios às calmas? Se entre o dia
razão que a uns lhes dura muito a dita
valor próprio, a uns chamamos figuras
qual se quer trajar de a seda do costume
[RF58] R. C. - Enganam-se todos;
que é efeito da paixão e não de zelo,
para se regerem e dirigirem a bons fins
adornam, todos somos sujeitos ao mugre
Deus pôs à ventura ou à desgraça, à vida
R. C. - Não; antes entendia que ao rei
Nas audiências del rei, aí era homem
impulsos ao cutelo do carniceiro;
do nascimento e da morte dos justos
trévoas à claridade? Da mesma maneira,
R. C. - É nobreza de coração
sábios requestaram a hora da morte,
sem dúvida tenho mão para bargantes
sem dúvida que cada cousa, por nobre
homens lhe constituem, que hoje lhe dão
e não se me dar de nada. Assim o fiz
R. C. - Cada ano mo declaravam a mi
bradaram os sábios e os santos,
e ditosos contavam com pedras brancas
vereis que se contente com ficar baixa
antes de ser colhido na trapaça, foi
que se lhes mostravam; e assim, estes
(como se lá fosse estranho!). Eu ria
com procissão de gulodices custosas
badalemos limpo que as paredes ouvem
mesma maneira ouve agora estas horas
pessoas sempre representam o que são
de palmilha, como já vestiram os reis
lhe deu a natureza, despindo os faustos
e vejo-a ficar em aquilo que dantes era,
também. O ano é esta calçada longa
partido! Consenti-me tornar atrás;
são aqueles que se lhes mostravam;
A. - Juro pelo alto sol que nos governa
houve verão e inverno, frio e calma
ou campanário a casa da minha vivenda;
a seus relógios, se governam por eles,
ũa lembrança. Do aplauso vos desobrigo
nos está enganando todo o mundo;
planetárias, até os físicos críticas,
deu um pequeno almoço à águia faminta
outra cousa que tábuas, lenços, terras
contra quem não valem todos os estofos
minhas rodas mereciam ser de ouro,
R. A. - Assim é;
donde as dão as tomam, como dizem;
afectos, o querem também ser das horas
e a fartura, tudo tem sua hora; donde procede
e a figura, porque se vêm diante de muitas
e a figura que hoje se representa muito
e a freiras, destas que celebram as meias
e a gentileza, brio, esforço e saúde. Se entre o
e a incontinência. Porque a prata se marea, o
e a inveja sem inveja nem raiva, muito
e a mercê à sua hora, a justiça parecerá bem e
e a mercê fora de tempo e desorada, nem a
e a mercê melhor. Mas, se a justiça se faz ante
e a mesura no ar a um ratinho, dera quanto se
e a morte para que ali se domasse a fúria dos
e a noite não houvera um e outro crepúsculo
e a outros a desgraça, não há quem os despeça
e a outros cifras; donde se nota que nenhum
e a que se costuma, ainda que seja de ruim lei e
e a rezão é porque cada qual não conhece a
e a segunda, fruito do negócio e não da
e a termos úteis, lhes deu Deus entendimento
e à ferrugem. Gastam-se-nos com o uso as
e à morte de cada um.
e à República fazia grande serviço, atalhando
e aí era a sua total desesperação deles, porque
e ainda da criança mais bem criada, dizem as
e ainda dos pecadores. E assim ouvimos (como
e ainda muito mais necessária, interpôs a
e ainda proximidade não deixar perseverar a
e alguns da gentilidade bàrbaramente a
e ali fazia das minhas. Achava-me gordo, nédio
e altiva que seja, tem sua hora, como vamos
e amenhã lho tiram. De modo que quem lho
e amuei-me de feição que, nas vinte e quatro
e aos mais ouvintes os varões apostólicos
e aos mais valeu pouco. Da mesma sorte nos
e aos tristes e desgraciados, com pedras
e aparada: ou se levanta ou se seca. As grandes
e [RF53] apeou-me quando eu estava no melhor
e aqueles (como comediantes), cada qual em
e arrebentava de os ver e de os ouvir e cada
e arriscadas. Em me cheirando às filhós, em me
e as de campanários nunca foram de segredo.
e as esquece, que esqueceu e ouviu aquelas que
e as figuras, como não são nada, nunca têm
e as princesas? Pois isto mesmo é agora um
e as tramóias com que, para representarem
e às vezes menos, e não é nada. Com esta
e áspera de passar. Os poderosos são os
e, assentando que vivo só e que como só
e assim, estes e aqueles (como comediantes
e assim eu me veja livre da lima e do martelo
e, assim ou assim, jantar e cea. Os prósperos e
e assim, sem mais nem mais, mandaram-me
e assim vivem sempre ao gosto de seu gosto
e até da censura; porque vós nada lereis sem
e até o mesmo céu, que cada dia nos parece azul
e até os poetas lhe chamaram vermelhas, e
e atreiçoada.
e azeites, de que a pintura se serve, ela os
e badulaques que inventou a vaidade e a
e bálsamo o azeite com que se temperassem
e bem avisados estamos se nos ouviram!
e cada qual se desengane sem se fiar nas faltas
e cada um as tinge à sua vontade; mas isso não
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e arrebentava de os ver e de os ouvir
é para deminuírem; murcham-se
os opróbios, que o triste do relógio ouvia
Para todos houve verão e inverno, frio
frio e calma e, assim ou assim, jantar
desaviar a um destes na audiência
com a hora nos focinhos a um enfadonho
Coroa
tomar-me a mim em corpo e em alma
tem cor algũa. O ofício dos olhos é ver
vivendo em perene desterro das cortes
senão representação de cousa, figura
que homem casado com mulher brava
há aí tão danados que da água pura
Todas as trazia em um vivo enleo
de seus aplausos, vendo-me velho
se um homem bailasse à hora de comer,
e desgraciados, com pedras negras;
pessoa e muito inclinado à rezão
vendem a sua ignorância por mistério;
fossem de misericórdia. Assim foi feito;
à morte, pela conversação dos achaques
os relógios, estivéssemos a medir
Chegada a primeira hora, escumei a voz
trocar [RF48] os requebros em querelas
Aos lampeiros me fazia preguiçoso
e que tal relógio merecia queimado
[RF64] R. A. - O mesmo ouvi
conhece a origem dos males e dos bens
chegam ao fim do ano, ao termo
fora outra vez gente, fazia-me pedaços
V.A.
fazer lembrança da hora do nascimento
verão não houvesse de ũa banda o outono
cachopas de S. João, às quartas feiras,
da comenda alhea, el-rei lha concede
tomar posse lhe resvala um pé à mula
com seus jogos, são proluxos
em nossa mão não está mais que apontar
da claridade às trévoas
Val aqui a doudice pesada a peso de ouro;
valhacos e vadios, de verão à sombra
Já cuidei, certo, à vista deste
Eu ria e arrebentava de os ver
azos a mil acidentes de mal de estâmago
mãos, não com pequena inveja das rãs
pintora de pausagens. Assi, de longes
ou não soube fazer, tendo cargo de saber
certa alagoa de minha aldea. Veo a águia
estimação das horas, de sua significação
do que se podia esperar de seu crédito
às onze horas, hei feito tais trapaças
que este estatuto da hora de todos
mais que levantar o triste do animal
dois relógios tão principais do Cabido
Filhas de ourives e mercadores, ricas
e que corre por conta de nosso ofício
meio delas, se, ainda depois de gozadas
e sua grandeza, enquanto lha deixam,
a voz e compus o movimento. Vou
R. C. - Pois, amigo, encostai o pejo,
os quatro elementos de que se compõe
da sua sala lhe não estivesse contando
e cada vez lhas fazia peor. Já namorados! Isso
e caem. Em os homens passa da mesma maneira
e calava, a troco de fazer o que devia. Pois uns
e calma e, assim ou assim, jantar e cea. Os
e cea. Os prósperos e os desgraciados comparo
e cercear meia hora, a troco de que para ele a
e chafurdá-lo? Porque, se tal fosse, era melhor
e Chancerel do Estado de
e chimpar-me na metade da torre do Paço
e chorar e enganar.
e cidades, se nelas vai tanto de monte a monte
e cifra de algũa cousa. Esta diferença haveis de
e ciosa anoitecia fora de casa na conversação
e clara fazem peçonha.
e com o próprio engano [RF51] que elas traziam
e com os pés para a cova, comecei a falar
e comesse à hora do dormir, e dormisse à hora
e como ainda hoje [RF63] nas confrarias se usa
e, como dos passados desconsertos se achava
e, como ninguém quer mostrar que ignora o que
e, como o mestre relojoeiro tal entendesse
e companhia dos acidentes próprios da velhice
e compassar e estremar o tempo, por ver se
e compus o movimento. Vou e desando. Par Deus
e conceituarem sobre a ligeireza com que
e, confiados em minha palavra, os detinha entre
e cortada a mão que cuidava dele; e que, por
e creo; mas nunca achei quem me declarasse a
e cuidam que são firmes, a modo da mulher que
e cume desta costa. E porque eu isto creo, como
e cursava todo o dia e noite sem atinar jamais
e D.
e da morte dos justos e ainda dos pecadores. E
e da outra a primavera, quem pudera viver
e da Virgem do Monte às sestas - que vão
e dá com ele ao pé do pelourinho? Não vale nada
e dá com o valhaco no rio? Não presta?
e daninhos contra quem os cria. Assim é a
e dar sinal a qualquer dos executores que o céu
e das trévoas à claridade? Da mesma maneira
e de aí nace que são mil as castas de nossas
e de inverno ao soalheiro, sucedia que, quando
e de maiores exemplos, que com grande
e de os ouvir e cada vez lhas fazia peor. Já
e de ourina e, tal vez, a muito reverendas
e de outros cágados que o viam ir subindo
e de pertos, de vistas primeiras e segundas
e de querer obrar aquilo de que lhe pedem conta.
e, de repente, o levantou nas mãos, não com
e de seu nome. Assim, vemos nela cada dia
e de sua doutrina.
e de tão bom humor que me puderam levantar
e de tudo deve ser tão pontualmente observado
e deixá-lo cair nas pedras vivas até que
e del-Rei?
e delicadas, tive toda a noite em pé, como
e dentro da nossa jurisdição o sermos
e depois de perdidas, custa tanta dor seu
e depois olho e vejo-a ficar em aquilo que
e desando. Par Deus, que soei como outra cousa
e descalçai a vergonha, porque haveis de saber
e descompõe o mundo dos negócios ou os
e descontando os próprios alentos que respira
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se verem ser de um metal que, quebrado
com pedras brancas e aos tristes
e fora de horas e a mercê fora de tempo
«ora folgo, por me não andar a vestir
trocarem os homens as horas às cousas
em o que não sabia, deu comigo
segundo o sentido moral, místico
pois é certo que, para se regerem
algũa gente antiga que aos dias alegres
que a desse, correi pela memória
e dizia gritando: «parai senhor fulano,
correu o valido, do mesmo modo,
e assim eu me veja livre da lima
porta fora, arrenegando do desenfado
de um fôlego. Os velhos, fracos, pesados
maldito caldeireiro donde nos vemos
de comer, e comesse à hora do dormir,
qual não conhece a origem dos males
e sùbitamente das calmas aos frios
davam para casa, atordoados do medo
me sucedeu que, em lugar de dar ũa
persuadido de que, por eu ser de ferro
menos que tomar-me a mim em corpo
[RF66] a nau chegará em boa hora a Goa
que falavam, dava de esporas ao passeo
se costumava a entrar às sete horas;
Deus me fizera. O tempo é touro bravo
de ser o culpado na madorra do valhaco
ũa parte, descansam [RF56] em outra
algũa. O ofício dos olhos é ver e chorar
dissimulava com o negócio até às nove
que importa? Farão de mim campainhas
na imaginação, por achar a porta aberta,
que lhe podem dar preço, a vós se deve
as da malícia, ou sempre aquelas o são
prosperidade com que se criaram,
estivéssemos a medir e compassar
por se vestir da libré do tempo;
porque vós nada lereis sem conserto
esmera muito em provar, com discursos
que a boa vontade, desarmada da ciência
morte ou à Fortuna para que se cheguem
de todas essas cousas que se prezaram,
auditório. Mas, finalmente, esforçado
eles os relógios da república,
o bom do meu vizinho derretia os anjos
se costuma, ainda que seja de ruim lei
do tempo, tais são já nossos tempos
e que não tema de que o ar a espedace
R. A. - Chagado
curando-se a inocência do relógio
se o relógio pára, o tempo não descansa;
fiz a maior guerra porque, descompondo
neves e ventos, mortos, acatarroados
Mas, se a justiça se faz ante tempo
R. C. - Ainda agora lá estivera
em seus passatempos. E, porque tomam
e logo que lhe toca o beiço da criatura
e seus costumes, mora a superstição
R. A. - Merecia tal dia
pintura se serve, ela os realça, levanta
e que lhe não valha o ser rei sábio
entregar nas mãos do fim, duro, pesado
e desfeito, não presta mais para nada. Essa é a
e desgraciados, com pedras negras; e como
e desorada, nem a justiça escarmenta como
e despir todos os dias».
e, desta troca, todos os desconsertos do mundo
e deu consigo de avesso. Porque os viandantes
e devoto que cada um seguia. Mas o que melhor
e dirigirem a bons fins e a termos úteis, lhes
e ditosos contavam com pedras brancas e aos
e dizei-me a causa de esse mistério.
e dizei-me se isto é verdade». O requerente
e dizia gritando: «parai senhor fulano, e dizei
e do martelo deste vilão, sub cujo poder nos
e do relógio. Mil galanterias tenho feito a damas
e doentes (como costumam ser) vão devagar
e donde dizem que já não sairei senão para o
e dormisse à hora de negociar, e negociasse à
e dos bens e cuidam que são firmes, a modo da
e dos frios às calmas? Se entre o dia e a noite
e dos sinos da meia noite. Caçadores, tenho
e duas, dava vinte e trinta.
e ele tratar em ferraduras, logo atalharia meus
e em alma e chimpar-me na metade da torre do
e em boas horas nos entrará pela barra dentro
e, em meia hora de conversação, choviam
e, em sendo tempo de que as desse, eu
e em tomando nos cornos um pecador, se ele
e em vir passar esta vergonha que agora está
e enfim, enfim, lá sobem também. O ano é esta
e enganar.
e, então, com grande sumissão, escassamente
e então lhes direi por cem bocas o que não
e entrou para não sair até comunicar-vo-lo.
e esse interesse vós o lograi, pois de vós há
e estas nunca. A ninguém se pode com rezão
e estes não podem crer que se lhes mude a
e estremar o tempo, por ver se podíamos reger
e eu, desenganado de seus aplausos, vendo-me
e eu não quero de outrem ser lido. Escusai-me a
e exemplos, esta verdade.
e experiência, não basta para fazer homens
e façam sua execução.
e faz como os homens se despeçam da vida não
e fazendo das tripas coração, sabendo que não
e fazerem que os mais dessem horas como
e fazia deles carrancas; outras vezes, tornava
e feitio, é a que val mais cara. Parecer-vos-á
e feitos, que todos podemos dizer nossos ditos.
e feneça para nunca mais ser soldada.
e ferrugento vejo eu a V. M., para ser tão
e ficando em seu ponto a poltronaria do sineiro!
e, finalmente, se lhe não dará de prazo ou
e fingindo sempre as horas da comida, lhe dei
e fora de horas, cheos de sono, vazios de
e fora de horas e a mercê fora de tempo e
e fora muito por minha vontade, porque sem
e gastam por sua conta todas as horas da vida
e gosta o sabor amargoso, já toma entojo ao
e hipocresia. Preguntai que mais virtude pode
e hora engastoada em ouro!
e ilustra de tal modo que agora nos parecem
e imperador potente nem o mandar prender o
e incerto.
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viva, que, por forrar de sobressaltos
ficam iguais. Para todos houve verão
sirvo cá na cidade senão de escárnio
e significativas se entremeta a ervilhaca
a tochas, que ardiam até os cotos,
sempre vale menos que o peor da terra,
os noivos o achavam triste para librés,
lugar para amanhecer em casa do chatim
aquela hora da morte para Si sòmente
este passo um pouco mais descansado
A sangria é saudável na crecença do dia
untam-lhe a teta com azevre,
fiar tão delgado. Eu sou relógio cristão
mandasse fazer outra torre maior
porque diziam eles que assaz melhor
desde que somos relógios, damos horas
o relógio a parte onde melhor se visse
lança a perder tudo e, no cabo, lastima
- Vou avante. O meu pedagogo era torto
os desvarios acharam maré de rosas
dá vida na hora que abre a postema,
as galinhas muito de seu vagar,
da minha aldea) são os planetas bons
ouvi há muitos anos, bem longe de aqui,
Chagas, logo fui tido pela mesma fraude
Fiz deles gato sapato. Filhas de ourives
R. A. - Se elas forem tão sazonadas
R. C. - Olhai, no cabo do ano, ditosos
ganhou, chegar a dispensação de Roma
príncipes: novidades, alturas, crecenças
R. A. - Essa manha sempre ele a teve;
das Chagas. Era ele boníssima pessoa
até os poetas lhe chamaram vermelhas,
no engano dos tolos dos meus fregueses
dois planetas, eclipsa-se o sol ou a lua,
de zelo, e a segunda, fruito do negócio
a primeira que é efeito da paixão
o não mereço, que às vezes me recolho
aquilo que dantes era, e às vezes menos,
ferrolho e neto de ũa enxada, calai-vos
cousa com cousa, resolvi-me a parar
tenho esperdiçado tantas ceas no paço
dormir, e dormisse à hora de negociar,
a nós outros os relógios todos nos crem
acaso vos achardes filho de um ferrolho
rezão pedir conta do que não pode obrar,
tudo acarreta, lança a perder tudo
cordas nos afrouxam com a continuação
tem, cansa a el-rei, mata aos ministros
fazia-me pedaços e cursava todo o dia
e sirva de maior realço ao ofício
do que digo abate a honra da memória
que frisava muito com a minha torre,
pretendente. Foi despachado como quis
Será porque, nela, entre o entendimento
mal à sua vida, a hora em que naceram
não bole nem se defende, passa por ele
no mundo. O rir, o chorar, o trabalho
mentiroso ficará para sempre comigo,
deminuisse a sobejidão do amor da vida,
e jogo da gente, ou alvo da perseguição
na corte. Anda o mundo desconcertado
intervalo, larga distância entre a vida
e ingratidões, se não fora antes ser badalo nas
e inverno, frio e calma e, assim ou assim
e jogo da gente, ou alvo da perseguição e o
e joio desses anexins próprios de regateiras.
e lá ia tudo! Tende por certo que, entre os
e lá tem de ordinário seu fortum, donde é
e ledo os enojados para capuzes. Pois sucedeu
e levar o pano às punhadas, depois de mui bem
e lhe chamou hora sua, como por ele disse o
e ligeiro, façam os mortais tantos excessos que
e logo mortal pela sesta. O mesmo ferro agudo
e logo que lhe toca o beiço da criatura e gosta o
e louvo a Deus por tão grande mercê, porque
e mais alta - que isto é o que tem de peor as
e mais barato lhes serviria de relógio a gula do
e mais horas; e sendo estas já mais perto da
e mais soasse. Mas o caso era que os
e maltrata ao próprio que a alimenta. Depois
e mandavam que me endireitasse; cousa
e mar bonança
e mata na hora que dá a estocada. As faltas da
e matam primeiro a que está mais gorda. A rês
e maus segundo o lugar em que se acham; e o
e me lembrará para sempre.
e mentira; sucedendo-lhe ao revés ao Relógio
e mercadores, ricas e delicadas, tive toda a
e merecidas como as que fazeis aos fidalgos da
e mofinos todos ficam iguais. Para todos houve
e morrer ele ao outro dia?
e mudanças - e que mudasse o relógio a parte
e muitas vezes, cá pelas minhas mossas de
e muito inclinado à rezão e, como dos passados
e mulheres há que lhe chamam negras.
e na malícia do malvado sancristão, por quem
e nada de tudo aquilo prejudica ao céu. Pagam
e não da manificência. Fazei conta que um rei
e não de zelo, e a segunda, fruito do negócio e
e não dou as horas que havia de dar, só porque
e não é nada. Com esta satisfação que o tempo
e não esbombardeeis, que, como estejais em
e não se me dar de nada. Assim o fiz e amuei
e nas casas dos grandes senhores que as
e negociasse à hora do descansar, se se
e nenhum nos adora. Por isso, o pintor
e neto de ũa enxada, calai-vos e não
e ninguém a dará boa do que não quis ou não
e, no cabo, lastima e maltrata ao próprio que a
e, no cabo, não há nenhum de nós que não dê seu
e, no cabo, volta-se a sua terra, e por dois
e noite sem atinar jamais com minha obrigação
e nome das horas confessar um tal coronista
e nome de nossas horas, vendo que a Igreja
e notava de meu vagar a facilidade com que o
e nunca mais viu ao valido nem lhe tirou o
e o céu há pequeno intervalo, larga distância
e o costume da Corte donde sempre faltava o
e o deixa, as mais vezes, são e salvo.
e o descanso, a fome e a fartura, tudo tem sua
e o falsário será satisfeito. Não só as rodas me
e o homem fosse perdendo o receo à morte
e o negro da zombaria; e tantas são as pedradas
e o peor é que nos põem a nós a culpa.
e o perigo, quando racionalmente se busca e
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tal modo que à calúnia cedeu a inocência,
maus segundo o lugar em que se acham;
[RF60] então a velhice, a malencolia
sobre ele o castigo. Leva-o o pecado
morador sua casa, e se meta, mande
que se temperassem. Pois as mulheres
ou assim, jantar e cea. Os prósperos
desgraciados comparo eu com os velhos
de relógios, não ferravam na sua tenda;
vos digo que, se os grandes [RF61]
trazem sempre sobre si os pesos
relógio ao revés: a campainha para baixo
passam as estrelas no seu firmamento
havíamos trocado os humores
modo; os homens desmancham o mundo,
Contra esse descuido bradaram os sábios
engano [RF51] que elas traziam a outros
Se entre o dia e a noite não houvera um
a interlocução um Relógio da Cidade
um Relógio da Cidade
horas», «a desoras», «fora de horas»
estas horas e as esquece, que esqueceu
de Malas Artes, Gusmán de Alfarache
das favas, para encobrir a dos corações
vendo-se desacomodados de monção
que, com ruim satisfação dos moradores
e, no cabo, volta-se a sua terra,
minha igreja) que Cristo Nosso Senhor,
R. C. - Tendes rezão;
R. A. - Bom é saber;
R. A. - Pecadora,
ou não, tendo as brancas por afirmativa
com a Igreja, sempre lhe fui afeiçoado
canseis que se não pode já ser relógio;
basta ir andando, venham a resvalar
ele duas horas depois do regedor
grande que esses, com suas presunções
o fiz e amuei-me de feição que, nas vinte
de fornalha, dois mil banhos de forja
si os pesos e os pesares da república
assim sublimado à vista de seus iguais
que a toda esta canalha fui falsário
que estranhei vendo-me naquelas alturas
tornar atrás; e, assentando que vivo só
que vivo só e que como só discurso
tem sua hora, como vamos averiguando;
cousas era cousa das telhas para cima,
da violência para a indústria. Vem
de que na vida lhe não faça desconto;
alturas, crecenças e mudanças nenhũa destas que se não tenha por boa
sabendo que não havia outro remédio
há dúvida que sucedem cousas graciosas
e cortada a mão que cuidava dele;
as cousas grandes logo em suas horas,
são de barro, os relógios são de ferro
afirmando que não eram as onze,
comer e servir a suas horas, sair
curar os mais ilustres relógios da Corte
em segredo, que se vinha emprastar
porque são de ordinário sãos, ágeis
R. C. - Dir-vos-ei: todos somos relógios
o perigo, quando racionalmente se busca
e o pobre do relógio, quebrando-lhe a hora na
e o que de si é bom, posto em ruim parte influi
e o quebranto, de que procede o aborrecimento
e o relógio fica muito seguro no seu campanário.
e obre na de seu vizinho. Dizei-me: haveria
e os criados destes, que os viam recolher cedo
e os desgraciados comparo eu com os velhos e
e os moços por ũa ladeira acima. Os moços
e os moradores, sabendo quão mal relojoeiro
e os pequenos isto considerarem como convém
e os pesares da república e que a língua
e os pesos para cima.
e os planetas em suas esferas, como se nós os
e os propósitos. Porque o Relógio do Paço
e os relógios tem a culpa.
e os santos, e aos mais valeu pouco. Da mesma
e outras cachopas de S. João, às quartas feiras
e outro crepúsculo, que vista se averiguara
e outro da Aldea
e Outro da Aldea
e outros mil modos de dizer. Como se a gente
e ouviu aquelas que passaram. Pois em verdade
e Pablilhos el Buscón. A estes confrades da
e para dizer sim ou não, tendo as brancas por
e para tudo faltos de horas, me amaldiçoavam
e peor grado dos passageiros, não relojava
e por dois magustos que ambos merendam
e por ele seu sagrado coronista, chamou hora
e por isso um pintor astuto, mandando-se-lhe
e, por mais que se riam de vós (como dizeis
e por meus pecados, lhe chamai vós, se não
e por negativa as negras. Porém, nós, todos as
e, por parte dos metais, ainda sou parente
e, posto que outro inconveniente não houvera
e precipitar-se. Digo-vos que, se fora homem
e presidente serem idos. Era um gosto ouvir
e profias, tem morto de pessoas.
e quatro horas do dia, minha boca se não
e quatro mil esfregações de bigorna, que não
e que a língua, significada no sino para baixo, é
e que a mais nobre das aves, o rei dos pássaros
e que as trouxe tão desvairadas com meus
e que, como pregador sáfaro, me espantava o
e que como só discurso e que como só entendo
e que como só entendo, ficará logo corrente a
e que corre por conta de nosso ofício e dentro
e que em nossa mão não está mais que apontar e
e que fez? Pois não faz nem mais nem menos
e que lhe não valha o ser rei sábio e imperador
e que mudasse o relógio a parte onde melhor se
e que não tema de que o ar a espedace e feneça
e que o mestre me achava digno daquele ofício
e que parecem feitas acinte, nisto da hora de
e que, por isso, o mundo [RF52] andava tão
e que por isso se fazem nas horas próximas
e que, sem embargo dos matizes e tauxias de
e que tal relógio merecia queimado e cortada a
e recolher-se da campanha a suas horas. Mas
e reino.
e remedear de mais de mil enfermidades.
e robustos, a sobem de um fôlego. Os velhos
e sabemos que não há cousa que não tenha sua
e sàbiamente se dispende...
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por ele e o deixa, as mais vezes, são
alguns há que não cursam com estrondo
a morte e a gentileza, brio, esforço
se se pusesse ao sol à hora da sesta
Se a nau partir para a Índia à sua hora
relógio, como vossos antepassados;
R. C. - Em vão se cansam
figuras atrás de si, valerá quatro mil,
se levanta ou se seca. As grandes param
a sua tenda, cada morador sua casa,
quatro horas, não acabaria de aparelhar
se andasse à hora de estar parado
se hão-de casar ou não com fulano,
para dar que para ter. Muito hei visto;
longes e de pertos, de vistas primeiras
deles. Para ũa só acção vos peço voto,
Nova da Palma, que é longa, estreita
relógios, damos horas e mais horas;
trabalhava sempre por falar verdade
reduzia anjos, carrancas, flores
podiam amar-nos pelos mais fiéis amigos
pago à sua hora, poderá o soldado comer
depois de mui bem desonrados ele
que, na maior parte desta gente
vede que tal seria sua vida, sua saúde
o grão limpo das palavra boas, honestas
hora sua. Mas isto basta de mandato,
Faltava o tempo para louvar a Deus
sofro que a figura represente sua valia
pudera viver, passando desordenada
sabeis que fazia? Furtava-lhe a volta
os homens tratem tal vez de seu cómodo
acidentes de mal de estâmago e de ourina
edifícios, tal vez rios caudalosos
céu. Pagam os campos, as sementeiras
da perseguição e o negro da zombaria;
estado ínfimo procuram avantejar-se,
vejo eu a V. M., para ser tão grande
que, assim tão mestre como me reputais
ferro e que, sem embargo dos matizes
fazê-lo porque, segundo o que ouço
R. C. - Tende ora, tende mão no martelo
vivo. De sorte, amigo, que as mentiras
desmentindo o sol o seu relógio, jurava
em lugar de dar ũa e duas, dava vinte
tudo aquilo que já é, não cuida de ser;
o aljôfar se perde, o cristal estala,
R. A. - Esse é o siso
ou me desandam, mas a mão, a cabeça
R. C. - Adeus;
Achava-me gordo, nédio, luzente
que ũa torreira de mentirosos, valhacos
a mim cousa algũa, ferrolha a porta
para outra hora o ler por sentença,
que a velhice faz este próprio ofício
enquanto lha deixam, e depois olho
homens de almas, aguardenteiros
os fazia recolher por chuvas, neves
brio, esforço e saúde. Se entre o inverno
é certa selada de gentio com seu azeite
não presta mais para nada. Essa
pela ladeira abaixo da fidalguia, que
e salvo.
e são como as serpentes que velam sem os
e saúde. Se entre o inverno e verão não
e se à sombra à hora do soalheiro, se andasse à
e se à sua hora a for esperar a armada, [RF66]
e, se acaso vos achardes filho de um ferrolho e
e se defendem que isso, depois de Deus, está
e se detrás de todas essas figuras, valerá
e, se fazem mudança, é para deminuírem
e se meta, mande e obre na de seu vizinho
e se neste ponto o bom do relógio dava com
e se parasse à hora de ir caminhando, vede que
e se sicrano vem da Índia com bons ou maus
e, se vos servem algũas das minhas
e segundas, compõe esta fermosa perspectiva
e seja para aprovar a eleição que fiz de vosso
e sem travessa. Um vinha, o outro ia. Tanto que
e sendo estas já mais perto da hora de cada
e ser pontualíssimo em seus ditos, vindo com
e serpentes a tochas, que ardiam até os cotos
e servidores, dos quais vão sempre recebendo
e servir a suas horas, sair e recolher-se da
e seu compitidor, ei-los amigos. Pois que vos
e seus costumes, mora a superstição e
e seus negócios!
e significativas se entremeta a ervilhaca e joio
e sirva de maior realço ao ofício e nome das
e sobejava para o seu sono. A cidade andava
e sua grandeza, enquanto lha deixam, e depois
e sùbitamente das calmas aos frios e dos frios
e, sumindo o curso, guisava de tal sorte o
e tal de seu adiantamento, pois é certo que
e, tal vez, a muito reverendas apoplexias
e tal vez fresquíssimos arvoredos.
e tal vez os homens, as paixões que passam as
e tantas são as pedradas que me tem tirado
e tanto se esforçam até que se estiram. Enfim
e tão antigo cortesão, de quem a fama publica
e tão prático como entendeis que sou, de nenhũa
e tauxias de que neste tempo se adornam, todos
e tenho experimentado nesta primeira jornada
e tomai um refego aos pesos, porque parece que
e trapaças de aquele tacanho eu hei-de ser
e trejurava que o sol era errado?
e trinta.
e tudo aquilo que ainda não é, de nenhũa outra
e tudo muda não só a forma mas a sustância do
e tudo o mais é ser escudeiro de Fernão d'Acha.
e tudo se me desconcerta, cada vez que cuido
e ũa só cousa te peço que leves para casa
e untado, porque isto de falar à vontade de cada
e vadios, de verão à sombra e de inverno ao
e vai-se. Confesso-vos que estranhei vendo-me
e valiam então tão pouco como dizeis. E hoje
e vamo-nos hoje por carta de nomes. Como é o
e vede agora se foi castigo ou mercê da
e vejo-a ficar em aquilo que dantes era, e às
e vendedeiras, enfim, a toda essa chusma dos
e ventos, mortos, acatarroados e fora de horas
e verão não houvesse de ũa banda o outono e da
e vinagre de Mafoma.
é a lida comum que, por mais que o vaso mau
é a mais sensabor empreitada que tomam os
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e daninhos contra quem os cria. Assim
R. A. - Vilão sou; não há aí negá-lo, que
Os mesmos números da aritmética, que
a língua, significada no sino para baixo,
ainda que seja de ruim lei e feitio,
não podia ter dado as nove horas (que
o medo de não morrer enforcado, melhor
os reis e as princesas? Pois isto mesmo
que V. M. é Relógio de Belas mas não
R. A. - Pois, se assim
o lugar em que se acham; e o que de si
C. - Mas acrecento que, do mesmo modo,
de saloio, de quem dizem doutores que
cómodo e tal de seu adiantamento, pois
[RF40] há trinta anos, não sei se
a verdade da língua dos que a não falam,
a ver como as desfaz. Porque ele não
C. - Sem embargo, a agradável presença
e lá tem de ordinário seu fortum, donde
cifras; donde se nota que nenhum deles
a hora determinada lá em cima, o mesmo
cuida de ser; e tudo aquilo que ainda não
tanto. Mas contudo já se sabe que
a sem rezão de duas em carga. Na terra
porque de ordinário, o corte não
R. A. - Assim
como mercê, parecendo a primeira que
R. A. - Muito tempo há que o tempo
e enfim, enfim, lá sobem também. O ano
tem sua hora; donde procede que não
quem, havendo passado muitas horas,
pelas badaladas como galantes; mas não
pagam os encontros dos altos, que
um dia na Rua Nova da Palma, que
moderados os influxos. Para que
o adro da minha igreja já de ab initio não
isto de falar à vontade de cada um
aí hão-de começar a emendar-te, que
companheiro, que a fruta das horas
que tem por certo que tudo o seu
R. C. - A Fortuna
cada um a sua antiga casa. Porém,
que dantes era, e às vezes menos, e não
que se estiram. Enfim, tudo aquilo que já
[RF39] R. A. - Essa cousa
Marrocos por Marrocos, melhor
hoje por carta de nomes. Como
outra torre maior e mais alta - que isto
R. C. - Tá, tá, tá! V. M.
ninguém os escuta. Porém, sem dúvida
R. A. - Esse
R. C. - Tende mão! se de essa laia
pregador, na minha igreja, que cada um
As grandes param e, se fazem mudança,
[RF34] R. A. - Si
R. A. - Pelo menos, grande alívio
fermosa perspectiva do mundo; donde
desenganar? O sumo grau da sandice
que tomam os madraços. E, quanto
R. C. - Enganam-se todos; e a rezão
isso se fazem nas horas próximas, que
R. C. - Si, grande cousa
gorda. A rês [RF57] mais bem medrada
é a memória vendo-se solta. Quando algũa
é a peor das vilanias.
é a própria verdade do mundo, valem segundo
é a que deve andar por baixo de tudo sem
é a que val mais cara. Parecer-vos-á agora
é a taxa de todo o cativo do matrimónio), se
é acabar logo por ũa vez.
é agora um sesudo.
é belo relógio...
é, bem disse logo o outro, antigamente, que
é bom, posto em ruim parte influi nocivamente
é cativa desconfiança cuidar o miserável que já
é certa selada de gentio com seu azeite e
é certo que, para se regerem e dirigirem a bons
é cheminé ou campanário a casa da minha
é como a água do Chafariz d'El-Rei que, por
é como o escudeiro da minha terra, mordomo de
é como sobrescrito de boa letra, que mostra
é conhecido por bastardo. Contentai-vos com
é cousa senão representação de cousa, figura e
é dar um de nós a hora que dar a contra-senha à
é, de nenhũa outra cousa cuida. Donde vem...
é demasiada fanforrice que o ditoso não queira
é do mesmo modo; os homens desmancham o
é do mesmo pano que a amostra.
é; e bem avisados estamos se nos ouviram!
é efeito da paixão e não de zelo, e a segunda
é esse! Ũa cousa vos digo:
é esta calçada longa e áspera de passar. Os
é fora de rezão que os homens tratem tal vez
é força que hajam passado muitos dias
é isso senão que nos corre a ferrugem pelas
é justiça de canhoto ou esquerda justiça. Opõem
é longa, estreita e sem travessa. Um vinha, o
é mais? Os mesmos números da aritmética, que
é mais que ũa torreira de mentirosos, valhacos
é mais sadio que galinha cozida. Foi o diabo
é manha dos mestres de agora. E então, despois
é melhor para dar que para ter. Muito hei visto
é melhor que o da outra gente. Não matou mais
é muito disso. Tem o costume dos abades
é muito para notar que eu, que até então sendo
é nada. Com esta satisfação que o tempo me dá
é, não cuida de ser; e tudo aquilo que ainda não
é natural: os pequenos são os que crecem
é o campo que a cidade.
é o nome de V. M.?
é o que tem de peor as casas dos príncipes
é o Relógio de Belas? Grandes cousas tenho
é o serralheiro que nos vem a consertar. Sus
é o siso e tudo o mais é ser escudeiro de Fernão
é o vosso pano, em boa hora cá viestes.
é obrigado a conhecer-se.
é para deminuírem; murcham-se e caem. Em os
é, para emendar ou dissimular seus defeitos
é para nós o sabermos sem dúvida que cada
é para notar que aqueles baixos materiais que
é perder-se um pelo ganho do outro.
é por essa, eu fico que nenhum bem vos suceda
é porque cada qual não conhece a origem dos
é quando podem ser. Também ali vive o
é que as figuras vão atrás ou adiante. Figuras
é que faz maiores impulsos ao cutelo do
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Anda o mundo desconcertado e o peor
a outras. [RF54] Mas o que me conforta
Dizem por cá, finalmente, que V. M.
R. A. - Bom
fazê-las fora de suas horas. A sangria
R. A. - Esse juízo não
melhor sabe) que ninguém val pelo que
R. A. - Esse é o siso e tudo o mais
podem ser maiores, antes, se se abalam,
R. C. - Logo, relógio
ser mais do que Deus me fizera. O tempo
engano dos mortais; porque a velhice
enxugara o seu mantéu enrocado. Esta
não tem cor algũa. O ofício dos olhos
«parai senhor fulano, e dizei-me se isto
correndo: «si senhor, isto agora
R. A. morte dos justos e ainda dos pecadores.
R. A. admirado me tem essa vossa relação.
R. A. sumissão, escassamente dava as sete.
R. C. - Sanha de vilão.
R. C. que é manha dos mestres de agora.
jamais me limpou, temendo sujar-se.
ao gosto de seu gosto. Boa ordem!
e valiam então tão pouco como dizeis.
Vai-te embora, ora, com as tuas horas.
R. C. R. C. R. C. fim do ano, ao termo e cume desta costa.
vindo com as horas muito a suas horas.
vãmente, em seus passatempos.
forma da matriz em que se engendraram.
empreitada que tomam os madraços.
torre do Paço, como quem não diz nada.
essa chusma dos matutinos, fui peçonha.
uma hora o expediente dos tribunais.
na algibeira [RF42] mas no estâmago.
R. A. ũa de suas orações a tal que a tal hora?
R. A. as tripeças, abaixarem-se as cadeiras.
já sei que vos trouxeram aqui à força.
R. C. contarei de travessuras que tenho feito.
Opõem-se lá no céu dois planetas,
parecem altos montes, agora soberbos
como mercê, parecendo a primeira que é
fazeis aos fidalgos da Beira, ouvi-laslhe chamai vós, se não chamar-lhobem desonrados ele e seu compitidor,
R. C. - Dir-vo-loR. C. - Dir-vosigrejas. Estava-o vendo trabalhar em um
R. C. - Ouvi-me:
a hora em que sua liberdade fez termo,
seu voo me não competia. Quando nisto,
R. C. Artes, Gusmán de Alfarache e Pablilhos
em que lhe faz mercê da comenda alhea,
é que nos põem a nós a culpa.
é que por isso são figuras. Adverti que, já
é Relógio de Belas mas não é belo relógio...
é saber; e, por mais que se riam de vós (como
é saudável na crecença do dia e logo mortal
é seguro em os que como nós estão apeados
é, senão pelo lugar em que o vemos. Até no céu
é ser escudeiro de Fernão d'Acha.
é só para a ruína; os que se vem em estado
é também V. M.?
é touro bravo e em tomando nos cornos um
é ũa piadosa estalagem que Deus pôs entre a
é ũa relé de malhadeiros gloriosos, que tem por
é ver e chorar e enganar.
é verdade». O requerente, sem parar, lhe
é verdade, que o passado era mentira».
E às vezes pelas badaladas como galantes; mas
E assim ouvimos (como eu muitas vezes dou fé
E como era?
E como saístes da demanda?
E como sentis do outro que, desmentindo o sol o
E, como também tinha entendido que o despacho
E depois?
E donde, se se pode dizer?
E então, despois de lhes deixares fazer em ti, a
E, então, porque pela culpa alhea eu não sou a
E então, que só seja conhecido por fabuloso o
E hoje, mudaram o valor, o estado
E leva crido que não há cá relógio, por mais alto
E o mau ministro que, depois de enganar ao rei
E o tacanho adulador que, no fim de mil tempos
E outro mais antigo que este: «arrenego de meu
E porque eu isto creo, como o considero, acho
E porque o adro da minha igreja já de ab initio
E, porque tomam e gastam por sua conta todas
E, quando esta seja ilustre, pouco importa que a
E, quanto é por essa, eu fico que nenhum bem
E, sem me dizer a mim cousa algũa, ferrolha a
E solicitador havia na vizinhança tão presumido
E suposto que as ampulhetas ou relógios de
E tal houve que disse tinha sempre as horas na
E tu, amigo, que ganhas em desenganar o mundo
E velha conheci já que ensinava às moças que as
E vós a mim de vilão com bem mau modo!
É esse bom governo do mundo? Se terão
É mais que isto?
É nobreza de coração e ainda proximidade não
É um conto largo!
eclipsa-se o sol ou a lua, e nada de tudo aquilo
edifícios, tal vez rios caudalosos e tal vez
efeito da paixão e não de zelo, e a segunda
ei eu de muito boa vontade.
ei eu.
ei-los amigos. Pois que vos [RF47] parece
ei: sou tão mal escançado que, sendo eu dos
ei: todos somos relógios e sabemos que não há
eirado que frisava muito com a minha torre, e
eis o Relógio do Paço que entrava muito em
eis que vem sùbitamente sobre ele o castigo
eis que vemos que, retirada a águia com sua
Eis aí o maior engano dos mortais; porque a
el Buscón. A estes confrades da vianda, irmãos
el-rei lha concede e dá com ele ao pé do
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léguas à corte, gasta o que tem, cansa a
de que para ele a não haja nem para
as horas na ponta da unha porque, com
a curta valia desta obra. Quanto
contentai-vos com a reverência... Nem
e azeites, de que a pintura se serve,
Ora eu não avogo esta vez por
antes que fossem bem dez já vinha com
R. A. - Se
enleo e com o próprio engano [RF51] que
e cercear meia hora, a troco de que para
R. A. - Essa manha sempre
chegar a dispensação de Roma e morrer
alhea, el-rei lha concede e dá com
eu, desmentido das minhas verdades,
desfizera o senhor fulano as festas como
lugar, foi levado à Torre das Chagas. Era
trotou... trotou o valido também;
e lhe chamou hora sua, como por
de tal sorte o movimento que chegava
chão, não bole nem se defende, passa por
depois de mui bem desonrados
esperarem a ver como as desfaz. Porque
termo, eis que vem sùbitamente sobre
e em tomando nos cornos um pecador, se
igreja) que Cristo Nosso Senhor, e por
persuadido de que, por eu ser de ferro e
que já nunca mais pode haver para
viu o valido, voltou o cavalo para donde
que não há cá relógio, por mais alto que
não ouvem o relógio da vizinhança.
vos peço voto, e seja para aprovar a
que vem a ser, em suma, os quatro
vontade... De maneira que, governando
como eram para mi as carreiras que
a seus relógios, se governam por
cágados que o viam ir subindo, vendo-se
abertos. Cuidam os descuidados que para
que era manha de ministros fazerem-se
de conversação, choviam horas sobre
o ofício em breves dias, porque diziam
insígnia do homem de estado, os quais
o meu repouso; dormia como carapeta.
o diabo do charlatão a converter sua
por ele disse o Evangelista S. João;
menos que tomar-me a mim em corpo e
e não esbombardeeis, que, como estejais
lha deixam, e depois olho e vejo-a ficar
esperar a armada, [RF66] a nau chegará
mão! se de essa laia é o vosso pano,
boca dos homens tão frequente como «
a nau chegará em boa hora a Goa e
de meus vezinhos, me tiraram o ofício
que galinha cozida. Foi o diabo meter
- o que me cheira a sem rezão de duas
com pés de lã, como sevandilhas
meus inimigos até não darem comigo
os vizinhos do lugar para amanhecer
marcando as horas para dar assalto
R. A. - O Relógio da Sé
vi suceder a um cágado com ũa águia, lá
Pois, em estando a hora determinada lá
Porém, tudo isto não era nada
el-rei, mata aos ministros e, no cabo, volta-se
el-rei tal enfadamento? Ora deixai-me a mim
ela, acomodava como queria a mão do seu
ela algũa [RF32] hora montar na estimação de
ela espera de vós mais que a aprovação por
ela os realça, levanta e ilustra de tal modo que
ela, sendo seguro da afeição que vos deve
elas. Durava apenas uma hora o expediente dos
elas forem tão sazonadas e merecidas como as
elas traziam a outros e outras cachopas de S
ele a não haja nem para el-rei tal enfadamento
ele a teve; e muitas vezes, cá pelas minhas
ele ao outro dia?
ele ao pé do pelourinho? Não vale nada esta
ele, aplaudido pelas suas mentiras.
ele as fazia! Este nosso mundo não tem, certo
ele boníssima pessoa e muito inclinado à rezão e
ele correu, correu o valido, do mesmo modo, e
ele disse o Evangelista S. João; em a qual hora
ele duas horas depois do regedor e presidente
ele e o deixa, as mais vezes, são e salvo.
ele e seu compitidor, ei-los amigos. Pois que
ele não é como o escudeiro da minha terra
ele o castigo. Leva-o o pecado e o relógio fica
ele por si mesmo se não faz morto, o mesmo
ele seu sagrado coronista, chamou hora sua à
ele tratar em ferraduras, logo atalharia meus
ele ũa hora de ditoso.
ele vinha. Apressou o seu o requerente, trotou
ele viva, que, por forrar de sobressaltos e
Ele, lá por baixo da capa lhe vai fazendo as
eleição que fiz de vosso nome, por que, entre
elementos de que se compõe e descompõe o
eles como querem a seus relógios, se governam
eles davam para casa, atordoados do medo e
eles, e assim vivem sempre ao gosto de seu
eles ficar tão inferiores a seu parceiro
eles não corre o tempo nem as horas fazem seu
eles os relógios da república, e fazerem que os
eles. Punha-se-me ũa alma nova ouvindo-lhe
eles que assaz melhor e mais barato lhes
eles temperam sempre à sua vontade... De
Eles, confiados em que o Relógio do Paço não
eloquência contra o relógio, afirmando que não
em a qual hora morreu tanto por sua própria
em alma e chimpar-me na metade da torre do
em alto estado, eu vos fico que nem por isso
em aquilo que dantes era, e às vezes menos, e
em boa hora a Goa e em boas horas nos entrará
em boa hora cá viestes.
em boa hora», «em má hora», «ide com as
em boas horas nos entrará pela barra dentro
em breves dias, porque diziam eles que assaz
em cabeça aos arquitectos del rei que lhe
em carga. Na terra é do mesmo modo; os
em casa de jogo. Por onde toda a pessoa polida
em casa deste maldito caldeireiro donde nos
em casa do chatim e levar o pano às punhadas
em casa do regedor ou do presidente do Paço
em casa do serralheiro?
em certa alagoa de minha aldea. Veo a águia e
em cima, o mesmo é dar um de nós a hora que
em comparação do que lhe sucedia ao coitado do
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mais nem menos que tomar-me a mim
R. C. - Muitas vezes me assombro só
esta demora sendo prontíssimo
Nesta aldea,
R. A. - E tu, amigo, que ganhas
abalam, é só para a ruína; os que se vem
mais importante que há na vida. Pois,
de que, por eu ser de ferro e ele tratar
outras vezes, tornava as serpentes
se lhe praz, que fidalguias de mar
escolher a minha sorte nunca morara
contrário, também quando o mau se acha
muitas vezes me sucedeu que,
alhea eu não sou a mesma pontualidade,
tão frequente como «em boa hora», «
e arriscadas. Em me cheirando às filhós,
falavam, dava de esporas ao passeo e,
liberalmente das felicidades humanas
lhe não valiam suas verdades, deu
do verdadeiro Relógio Palatino que,
Dizeis o que há em vós, mas não o que há
me fazia preguiçoso e, confiados
conceitos como as figuras que se vazam
que a Igreja, não só santa mas sapiente,
mil modos de dizer. Como se a gente
de mestre, outra de amigo. Não perigará
era cousa das telhas para cima, e que
todos os desconsertos do mundo que
próprio sucede entre os homens. Donde,
da traça, por muito mais do que valera
ao costume dos mais que, a cada passo,
que o pobre ferrador, empregado
por aposento, os perigosos cornos da lua
R. A. - Esse juízo não é seguro
R. A. - Merecia tal dia e hora engastoada
em ũa parte, descansam [RF56]
(como a princípio vos disse) de par
ricas e delicadas, tive toda a noite
os aldeãos os mais mofinos, vivendo
inocente mas não ao pecador que, pondo
digna de seu autor, se esmera muito
poltrões ia enxarceando ũa patranha que,
porque haveis de saber que nesta casa
lhe mete, entre outras, a provisão falsa
diziam mal à sua vida, a hora
dormia como carapeta. Eles, confiados
ninguém val pelo que é, senão pelo lugar
os planetas bons e maus segundo o lugar
hão-de trazer a própria forma da matriz
culpas sumárias até que, chegada a hora
hora, vem o ordinário descontentamento
no vestuário do tempo esta farsa
guardei para vo-lo apresentar. Pouco vai
ouvindo-lhe trocar [RF48] os requebros
por se fazerem gente, se metem também
que se acham; e o que de si é bom, posto
dentes de aljôfar, colo de cristal? Pois,
a saúde, sempre foi dele mais guloso,
eis o Relógio do Paço que entrava muito
encontrei cá o Relógio da Sé, muito
se costumava a entrar às sete horas; e,
dos tronos, que não estarão aí menos
bons ou maus propósitos ou apalavrou lá,
em corpo e em alma e chimpar-me na metade da
em cuidar que está o princepe repousando nos
em dar meia noite as noites da quinta para a
em 20 de Setembro de 1654.
em desenganar o mundo, que se não quer
em estado ínfimo procuram avantejar-se, e
em estando a hora determinada lá em cima, o
em ferraduras, logo atalharia meus
em flores, até que, algũa hora, cansado de
em fora são como trigo do mar: sempre vale
em grimpa.
em lugar bom, despede, senão benignos
em lugar de dar ũa e duas, dava vinte e trinta.
em lugar dos pesos, que me não levantava, me
em má hora», «ide com as horas más»
em me dando o vento da empada ou em vendo
em meia hora de conversação, choviam horas
em meio delas, se, ainda depois de gozadas e
em mentiroso por se vestir da libré do tempo; e
em meu lugar, foi levado à Torre das Chagas
em mim que, assim tão mestre como me
em minha palavra, os detinha entre os lançóis
em moldes: sempre hão-de trazer a própria
em muitas partes faz grande estimação das
em nenhũa outra cousa que nas horas
em nenhũa, sendo certo que se tornam defeitos
em nossa mão não está mais que apontar e dar
em nossa mão não está podermos remediar
em nossos tempos, já houve algum tão
em novo.
em o que julgam de seus escritos, se nos
em o que não sabia, deu comigo e deu consigo de
em os de seus exércitos. Alojem os sábios
em os que como nós estão apeados, por aquela
em ouro!
em outra e enfim, enfim, lá sobem também. O
em par a imaginação, não tornei mais a entrar
em pé, como centúrios, sem que acabasse de
em perene desterro das cortes e cidades, se
em pés de verdade suas mentiras sem pés nem
em provar, com discursos e exemplos, esta
em quatro horas, não acabaria de aparelhar e
em que estamos se vem a curar os mais
em que lhe faz mercê da comenda alhea, el-rei
em que naceram e o costume da Corte donde
em que o Relógio do Paço não podia ter dado as
em que o vemos. Até no céu (ouvi já aos
em que se acham; e o que de si é bom, posto em
em que se engendraram. E, quando esta seja
em que sua liberdade fez termo, eis que vem
em que todos andam [RF59] por se verem ser
em que todos andam, se não achem enganados
em que vá errado se há de parar em vossas
em querelas e conceituarem sobre a ligeireza
em reste com os mofinos.
em ruim parte influi nocivamente. Ao contrário
em se descuidando tamalavez, com a idade lhe
em se vendo são.
em secreto por casa do mestre, donde eu
em segredo, que se vinha emprastar e
em sendo tempo de que as desse, eu
em seu lugar do que os homens desenganados
em seu lugar, mestiça, filha de baneane. Juro
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de fora, se tenho os pesos ou o juízo
a inocência do relógio e ficando
por falar verdade e ser pontualíssimo
si afim de as dispenderem, vãmente,
e aqueles (como comediantes), cada qual
notar que aqueles baixos materiais que
da terra andem tão atilados que vós,
andanças são morgado que haja de andar
tenho inveja porque, ao menos, está
mesma hora de sua morte chamou só,
estrelas no seu firmamento e os planetas
poderem fazer as cousas grandes logo
ao revés ao Relógio do Paço que,
de velhas lagrimosas, que vem a ser,
presença me promete grande achado
E então, despois de lhes deixares fazer
Deus me fizera. O tempo é touro bravo e
me via tão benquisto de verdadeiro,
da afeição que vos deve. Porém, vós,
ser) vão devagar, assentam-se
Dizei-me: haveria maior confusão
para igrejas. Estava-o vendo trabalhar
a tempo nem a horas!... Todas as trazia
para o ferro velho, depois de haver
lhe acudissem a falar seus galantes. Logo
em me dando o vento da empada ou
e ouviu aquelas que passaram. Pois
igrejas ao domingo por cumprimento, se
se os não atais a um pesado cepo,
isto considerarem como convém, que,
de ser o culpado na madorra do valhaco e
R. C. - Dizeis o que há
vai em que vá errado se há de parar
de gulodices custosas e arriscadas.
é para deminuírem; murcham-se e caem.
R. C. o ouro se denigre, as esmeraldas
R. C. - Sem
os relógios são de ferro e que, sem
R. C. - Vai-te
que lhes não falece a reposta de seus
por nós outros. Vede como seria bem
[RF34] R. A. - Si é, para
acertos, porque por aí hão-de começar a
às filhós, em me dando o vento da
o meo dia eram de vez, porque todas
da Sé, muito em segredo, que se vinha
De aqui procedeu que o pobre ferrador,
em nenhũa outra cousa que nas horas
da fidalguia, que é a mais sensabor
Seguimo-lo com os olhos, todos por
um. Que me dizeis a outro velho, rico,
dados os votos na cor das favas, para
o tempo, por ver se podíamos reger ou
Ora os vizinhos, vendo-me parado,
A primeira vez que aqui vim curar-me,
que de contínuo os baixos pagam os
R. C. - Pois, amigo,
pedagogo era torto e mandavam que me
que os amantes lhe fazem dar, o coitado
para ele a não haja nem para el-rei tal
dar-lhe com a hora nos focinhos a um
gosto ouvir lamentar a estes licenciados
em seu lugar, sofro que a figura represente sua
em seu ponto a poltronaria do sineiro!
em seus ditos, vindo com as horas muito a suas
em seus passatempos. E, porque tomam e
em seus trajes naturais, se recolham a sua
em si não são outra cousa que tábuas, lenços
em sua comparação, monteis deslustrosa, ou
em sua família para sempre, sem que se possa
em sua mão deixarem de ser desgraciados cada
em sua vida, hora sua. Mas isto basta de
em suas esferas, como se nós os atiçássemos
em suas horas, e que por isso se fazem nas
em subindo a seu campanário, ficou tão aceito
em suma, os quatro elementos de que se
em tão boa companhia.
em ti, a bel-prazer, toda a sua vontade, toma
em tomando nos cornos um pecador, se ele por
em tornando a ser Relógio das Chagas, logo fui
em tudo não só varão da Justiça, mas varão
em ũa parte, descansam [RF56] em outra e
em ũa república, por mais que os tristes de nós
em um eirado que frisava muito com a minha
em um vivo enleo e com o próprio engano
em vão tomado mil suores de fornalha, dois mil
em vendo que falavam, dava de esporas ao
em vendo reluzir o prato de ovos, não havia
em verdade que este estatuto da hora de todos
em vez da missa, que não ouviam, ouviam então
em vez de entreterem com seus jogos, são
em vez do desprezo com que nos tratam
em vir passar esta vergonha que agora está
em vós, mas não o que há em mim que, assim
em vossas mãos, ũa de mestre, outra de amigo
Em me cheirando às filhós, em me dando o
Em os homens passa da mesma maneira: os que
Em vão se cansam e se defendem que isso
embaçam, as pérolas desmaiam, os rubis
embargo, a agradável presença é como
embargo dos matizes e tauxias de que neste
embora, ora, com as tuas horas. E leva crido
embustes: se hão-de casar ou não com fulano
emendado o desconcerto, curando-se a
emendar ou dissimular seus defeitos; não para
emendar-te, que é manha dos mestres de agora
empada ou em vendo reluzir o prato de ovos
empeciam. Pois logo eu a estas as socorria com
emprastar e remedear de mais de mil
empregado em o que não sabia, deu comigo e
empregasse o sentido. Até os matemáticos diz
empreitada que tomam os madraços. E, quanto é
emulação, eu só por curiosidade porque seu voo
encartado, andar muitos anos sem querer dotar
encobrir a dos corações e para dizer sim ou não
encobrir tamanha doudice? Porque não val a
encomendaram-me a um alveitar que vivia
encontrei cá o Relógio da Sé, muito em segredo
encontros dos altos, que é justiça de canhoto ou
encostai o pejo, e descalçai a vergonha, porque
endireitasse; cousa impossível, por quem já
endoudecera, se vira.
enfadamento? Ora deixai-me a mim com minha
enfadonho e chafurdá-lo? Porque, se tal fosse
enfadonhos, quando tal lhe sucedia. Choravam
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RF46
RF58
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RF45
RF30
RF57
RF67
emprastar e remedear de mais de mil
de almas, aguardenteiros e vendedeiras,
ũa parte, descansam [RF56] em outra e
descansam [RF56] em outra e enfim,
Diós acierta a reglar con regla tuerta».
horas, cheos de sono, vazios de dinheiro.
e tanto se esforçam até que se estiram.
valer para tirar o medo de não morrer
o mesmo sucede cada dia. Não se
farsa em que todos andam, se não achem
[RF58] R. C. Relógio, porque dessa maneira nos está
à morte a velhice, ou se seria melhor
R. C. - E o mau ministro que, depois de
algũa. O ofício dos olhos é ver e chorar e
a culpa ao maldito Relógio do Paço que os
R. C. - Eis aí o maior
me desconcerta, cada vez que cuido no
trazia em um vivo enleo e com o próprio
não deixar perseverar a ninguém no seu
permite Deus haja entre os homens estes
R. A. - Merecia tal dia e hora
a própria forma da matriz em que se
como seu marido. A Fortuna, melhor
que se lhe pinta à Fortuna deve de ser de
muito disso. Tem o costume dos abades:
enforque o desprezado nem o prezado se
Arrebeçai, arrebeçai, que vos vejo com
a horas!... Todas as trazia em um vivo
o achavam triste para librés, e ledo os
represente sua valia e sua grandeza,
porque lhe não enxugara o seu mantéu
ao ponto. Como vos fizestes doudo?
tal que a tal hora? E velha conheci já que
tanta dor seu apartamento? Vem [RF60]
dissimulava com o negócio até às nove e,
pés à conversação - alce Deus sua ira! vez da missa, que não ouviam, ouviam
que é manha dos mestres de agora. E
casa na conversação escusada ou ilícita,
amenhã se representa miserável. Mas
que importa? Farão de mim campainhas e
que nunca tão ajustado andara, como
jamais me limpou, temendo sujar-se. E,
ao gosto de seu gosto. Boa ordem! E
ao leite que por tão suave alimento até
é muito para notar que eu, que até
a ser a sepultura, donde cada qual vai
e valiam
horas da nossa terra? Mais horas tivera
nessa parte. Porém, como quereis que
a rezão. Se vós, porque de tudo
como me reputais e tão prático como
de seus propósitos; porque vim a
diabo! Se unhas foram relógios, quem se
foi feito; e, como o mestre relojoeiro tal
R. C. - Não; antes
que, por não tratar outro homem,
do dia, minha boca se não despregava.
dava as sete. E, como também tinha
a procura. Será porque, nela, entre o
bons fins e a termos úteis, lhes deu Deus
R. A. - Não
enfermidades.
enfim, a toda essa chusma dos matutinos, fui
enfim, enfim, lá sobem também. O ano é esta
enfim, lá sobem também. O ano é esta calçada
Enfim, era um tesoureiro que entesourava
Enfim, procurava de os mandar pelas ruas à
Enfim, tudo aquilo que já é, não cuida de ser; e
enforcado, melhor é acabar logo por ũa vez.
enforque o desprezado nem o prezado se
enganados uns nem outros. Pois se os grandes
Enganam-se todos; e a rezão é porque cada qual
enganando todo o mundo; e até o mesmo céu
enganar a gente com a lisonja da mocidade, até
enganar ao rei todo o tempo de sua valia
enganar.
enganara (como se lá fosse estranho!). Eu ria e
engano dos mortais; porque a velhice é ũa
engano dos tolos dos meus fregueses e na
engano [RF51] que elas traziam a outros e
engano.
enganos, ordenando que assim como os
engastoada em ouro!
engendraram. E, quando esta seja ilustre, pouco
engenheira que Cosmander, costuma fazer o que
engenho de nora, donde os homens são
engordam as galinhas muito de seu vagar, e
engrampone, que para todos virá seu S
engulhos de desgraciado. Salvo se sois de uns
enleo e com o próprio engano [RF51] que elas
enojados para capuzes. Pois sucedeu que passou
enquanto lha deixam, e depois olho e vejo-a
enrocado. Esta é ũa relé de malhadeiros
Ensinai-mo pelo que pode ser...
ensinava às moças que as pragas rogadas das
então a velhice, a malencolia e o quebranto, de
então, com grande sumissão, escassamente
então começava o diabo do charlatão a
então dar a ũa ou as duas horas - livre-nos
então, despois de lhes deixares fazer em ti, a
então era o meu repouso; dormia como carapeta
então eu, que estou de fora, se tenho os pesos
então lhes direi por cem bocas o que não
então, o Relógio do Paço; que minhas rodas
então, porque pela culpa alhea eu não sou a
então, que só seja conhecido por fabuloso o
então recebia. Fazei conta que a velhice faz
então sendo Relógio do Paço me via tão
então só com o cabedal que lhe deu a natureza
então tão pouco como dizeis. E hoje, mudaram o
então um dia que agora um ano!
entenda isto que dizem horas minguadas
entendeis algũa cousa, ouvistes já algum
entendeis que sou, de nenhũa outra cousa sirvo
entender por experiência que, na maior parte
entendera com as horas da nossa terra? Mais
entendesse, antes de ser colhido na trapaça, foi
entendia que ao rei e à República fazia grande
entendia que todos tinham péssimo bafo, como
Entendia eu que o silêncio me podia fazer
entendido que o despacho se continuava até as
entendimento e o céu há pequeno intervalo
entendimento que negou às alimárias, a quem
entendo dos usos da Corte nem quisera saber
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só e que como só discurso e que como só
sinos da meia noite. Caçadores, tenho
tuerta». Enfim, era um tesoureiro que
e gosta o sabor amargoso, já toma
por não ter portas, todo o animal tinha
meus sufragâneos se costumava a
em par a imaginação, não tornei mais a
em boa hora a Goa e em boas horas nos
C. - Ouvi-me: eis o Relógio do Paço que
tão pontualmente observado que não há
é ũa piadosa estalagem que Deus pôs
interpôs a Providência a velhice
há pequeno intervalo, larga distância
aos frios e dos frios às calmas? Se
sempre a procura. Será porque, nela,
toda a pessoa polida deve fugir de que
e a gentileza, brio, esforço e saúde. Se
que eram danados? Pois o próprio sucede
grande providência permite Deus haja
cotos, e lá ia tudo! Tende por certo que,
confiados em minha palavra, os detinha
homem só o assaltam seus pensamentos,
o tempo de sua valia, quando lhe mete,
a eleição que fiz de vosso nome, por que,
com a morte, prometendo de se lhe
no cabo escolhê-la por mulher,
a gente com a lisonja da mocidade, até a
boas, honestas e significativas se
do sapateiro. Porventura, porque se não
não atais a um pesado cepo, em vez de
este humilde conceito que ũa vez cá me
imaginação, por achar a porta aberta, e
da vianda, irmãos da Mesa de Santo
que a defenderia do tempo que a não
não se conformam com que lhes falte a
que, do próprio modo que ao homem só o
a confiança da oferta que vos faço,
filho de um ferrolho e neto de ũa
que, quando algum de aqueles poltrões ia
linajudo que, a troco de quatro réis, vos
d'El-Rei que, por correr por canos de
que queria matar o sol porque lhe não
o que lhe está bem! Contra os poltrões
Nas audiências del rei, aí era homem e aí
houve cá um valido muito discreto (como
R. C. - Esse
R. C. - Já vos disse que o fim das cousas
um de nossos discretos que a imaginação
olho e vejo-a ficar em aquilo que dantes
seu relógio, jurava e trejurava que o sol
as matinas baixas pela menhã, tudo
boca pequena. Nas audiências del rei, aí
Despois, convertidos contra mim, tudo
R. A. - Sempre ouvi dizer que
e chafurdá-lo? Porque, se tal fosse,
isto agora é verdade, que o passado
no meu adro a certo velhustro que nele
aceito como sendo Relógio das Chagas
Porém, tudo isto não
donde sempre faltava o tempo para o que
conversação escusada ou ilícita, então
acabasse de dar a ũa, sabendo que este
se visse e mais soasse. Mas o caso
entendo, ficará logo corrente a confiança da
enterrado muitos mais com raivas que lhes hei
entesourava quanto lhe davam, por ter cuidado
entojo ao leite que por tão suave alimento até
entrada. Se isto algũa vez foi verdade, na
entrar às sete horas; e, em sendo tempo de que
entrar naquela da qual parece haver partido
entrará pela barra dentro, dando-me a mim
entrava muito em secreto por casa do mestre
entre a gente mais pesada turbulência que seu
entre a morte e a gentileza, brio, esforço e
entre a vida e a morte para que ali se domasse
entre a vida e o perigo, quando racionalmente
entre o dia e a noite não houvera um e outro
entre o entendimento e o céu há pequeno
entre o grão limpo das palavra boas, honestas e
entre o inverno e verão não houvesse de ũa
entre os homens. Donde, em nossos tempos, já
entre os homens estes enganos, ordenando que
entre os homens, o mesmo sucede cada dia. Não
entre os lançóis, até ser alto dia
entre os quais não há nenhum tão cobarde que
entre outras, a provisão falsa em que lhe faz
entre tanto merecimento, ficasse dessimulada a
entregar cada vez que a chamasse, contanto
entregar-lhe quanto ganhou, chegar a
entregar nas mãos do fim, duro, pesado e
entremeta a ervilhaca e joio desses anexins
entremete algum vizinho, trabalhará bem o
entreterem com seus jogos, são proluxos e
entrou na imaginação, por achar a porta aberta
entrou para não sair até comunicar-vo-lo.
Entrudo, fiz a maior guerra porque
envelhecesse.
envelhecida prosperidade com que se criaram
envestem seus inimigos, ao homem só o
enviando-vos este humilde conceito que ũa vez
enxada, calai-vos e não esbombardeeis, que
enxarceando ũa patranha que, em quatro horas
enxira na árvore dos sinos de S. Pedro in
enxofre, sempre faz mal ao fígado.
enxugara o seu mantéu enrocado. Esta é ũa relé
era a própria diligência. Quatro horas antes do
era a sua total desesperação deles, porque
era bem que todos o fossem). Recebia este
era como o nosso Barraça, que queria matar o
era cousa das telhas para cima, e que em nossa
era curral do concelho donde, por não ter
era, e às vezes menos, e não é nada. Com esta
era errado?
era fazer dormir toda a noite o bom relógio
era homem e aí era a sua total desesperação
era lançar a culpa ao maldito Relógio do Paço
era manha de ministros fazerem-se eles os
era melhor ser relógio que cónego de S. Tomé.
era mentira».
era muito contínuo...
era murmurado. Sendo assim que nós já de
era nada em comparação do que lhe sucedia ao
era necessário. Despois, convertidos contra
era o meu repouso; dormia como carapeta. Eles
era o sinal para que lhe acudissem a falar seus
era que os arquitectos queriam obras para si
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não só a forma mas a sustância do que
R. A. - E como
R. C. - Vou avante. O meu pedagogo
R. C. - ...que lá não sei donde,
excessos. Para beatas do meu bairro
a reglar con regla tuerta». Enfim,
do Oriente já eu escascava o meio dia.
lugar, foi levado à Torre das Chagas.
do regedor e presidente serem idos.
contra o relógio, afirmando que não
que lhe ladravam levantando-lhe que
pragas rogadas das onze para o meo dia
mais inimigos que amigos, sempre
de lebre do Alfeite tão gostosa como
que consultava à candea que horas
estar departindo outras nove horas.
discurso. Certo que não havia sabido que
R. C. - Já sei o que vem:
cantam as moças: «Relógio que andais
relógio, jurava e trejurava que o sol era
vo-lo apresentar. Pouco vai em que vá
mais relógios se não achará um pequeno
(para melhor dizer), porque nunca fiz
[RF68] bom não só que te consertem os
honestas e significativas se entremeta a
com ser cristão velho, sem
e neto de ũa enxada, calai-vos e não
R. C. - Dir-vo-lo-ei: sou tão mal
fora de tempo e desorada, nem a justiça
outra cousa sirvo cá na cidade senão de
não pungiam nos beiços do Oriente já eu
às nove e, então, com grande sumissão,
meses, anos, que são os bancos da
R. C. - Muita graça tinha aquele
sem querer dotar a sobrinha, no cabo
está mais treita ao mau olho. Se pudera
seu lugar do que os homens desenganados
O primeiro fim com que
a cada passo, em o que julgam de seus
R. A. - Não tínheis
Porque já me teve este ponto tão
como as desfaz. Porque ele não é como o
R. A. - Esse é o siso e tudo o mais é ser
como pudesse. Chegada a primeira hora,
anoitecia fora de casa na conversação
e eu não quero de outrem ser lido.
disso, que a relógios do chão ninguém os
no seu firmamento e os planetas em suas
o grande auditório. Mas, finalmente,
procuram avantejar-se, e tanto se
pôs entre a morte e a gentileza, brio,
dois mil banhos de forja e quatro mil
horas antes do [RF49] dia os mandava
com galantaria digna de seu autor, se
a prata se marea, o ouro se denigre, as
testa de prata, cabelos de ouro, olhos de
agora bem um saio de arbim de
R. C. - Disto vos
alturas e que, como pregador sáfaro, me
R. A. - Não; não me
por boa e que não tema de que o ar a
com a reverência... Nem ela
finalmente, se lhe não dará de prazo ou
era.
era?
era torto e mandavam que me endireitasse
era ũa vez ũa peça de pano azul que, por não
era um cutelo de dois gumes. Nunca lhe dei hora
era um tesoureiro que entesourava quanto lhe
Era alta noite quando apenas acudia com as seis
Era ele boníssima pessoa e muito inclinado à
Era um gosto ouvir lamentar a estes licenciados
eram as onze, e que tal relógio merecia
eram danados? Pois o próprio sucede entre os
eram de vez, porque todas empeciam. Pois logo
eram mais os que a criam que os que a
eram para mi as carreiras que eles davam para
eram pelo relógio do sol.
Eram já as doze quando eu despedia as nove
éramos capazes de fiar tão delgado. Eu sou
erguerem-se as tripeças, abaixarem-se as
errado, que não dais as horas certas!».
errado?
errado se há de parar em vossas mãos, ũa de
erro, nem um leve descuido.
erro que se me perdoasse. Parece que só para
erros mas os mesmos acertos, porque por aí
ervilhaca e joio desses anexins próprios de
esbarrar pela ladeira abaixo da fidalguia, que é
esbombardeeis, que, como estejais em alto
escançado que, sendo eu dos mais [RF36]
escarmenta como justiça, nem a mercê obriga
escárnio e jogo da gente, ou alvo da
escascava o meio dia. Era alta noite quando
escassamente dava as sete. E, como também
escola da experiência.
escolar que consultava à candea que horas eram
escolhê-la por mulher, entregar-lhe quanto
escolher a minha sorte nunca morara em
escondidos pelas tocas agrestes.
escrevi este apólogo foi só por divertir-me dos
escritos, se nos convertem de autores a
escrúpulo de ser ladrão do tempo?
escrupuloso que, porque me prezo de liberal, a
escudeiro da minha terra, mordomo de todas as
escudeiro de Fernão d'Acha.
escumei a voz e compus o movimento. Vou e
escusada ou ilícita, então era o meu repouso
Escusai-me a este troco de que me gabe ou me
escuta. Porém, sem dúvida é o serralheiro que
esferas, como se nós os atiçássemos - o que
esforçado e fazendo das tripas coração
esforçam até que se estiram. Enfim, tudo aquilo
esforço e saúde. Se entre o inverno e verão não
esfregações de bigorna, que não sei como sou
esguichar pela porta fora, arrenegando do
esmera muito em provar, com discursos e
esmeraldas embaçam, as pérolas desmaiam, os
esmeraldas, faces de pérolas, boca de rubis
espadas? Ou um sainho de palmilha, como já
espantais?
espantava o grande auditório. Mas, finalmente
espanto de que se venham curar, senão de que
espedace e feneça para nunca mais ser soldada.
espera de vós mais que a aprovação por
espera um só instante além de aquele que lhe
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digo, prossegui este papel com nova
saber a infalibilidade da hora que o está
a Índia à sua hora e se à sua hora a for
obram diversamente do que se podia
rapazias, porque não tem paciência para
da quinta para a sesta, com o que tenho
Logo em vendo que falavam, dava de
às sestas - que vão mudas à romaria
maneira ouve agora estas horas e as
lhes convém, nenhum duvidara, ou se
agora estas horas e as esquece, que
a gente mais pesada turbulência que seu
dos altos, que é justiça de canhoto ou
e vendedeiras, enfim, a toda
que tomam os madraços. E, quanto é por
[RF41] R. C. - Tende mão! se de
tanto por sua própria vontade que a
fazia! Este nosso mundo não tem, certo,
ofício. Mas, sobretudo, admirado me tem
[RF39] R. A. e desfeito, não presta mais para nada.
R. A. R. A. de que procede o aborrecimento de todas
valerá quatro mil, e se detrás de todas
R. A. - Oxalá de
porque parece que ouço gente abrir
as tripeças, abaixarem-se as cadeiras. É
Quem gostareis vós que eu vos saia? Sou
que outro inconveniente não houvera que
R. C. - Contra
que fazer nos repiques dos meus sinos,
que lhe podem dar preço, a vós se deve e
R. A. - Não sei o que aproveitará, porque
vos saia? Sou esse cansado, esse negro,
pela memória e dizei-me a causa de
vós que eu vos saia? Sou esse cansado,
R. A. - Muito tempo há que o tempo é
R. A. R. C. R. A. R. C. Não matou mais a peste grande que
R. A. - Hui! Também lá chegam
feitiços nos dá a solidão que, apesar de
R. A. - A
com que dava com as demandas por
enfim, enfim, lá sobem também. O ano é
filha de baneane. Juro-vos que a toda
como bons parceiros. A que vindes a
dar a Deus a hora de sua morte. Por
sábado para o domingo; mas pagava-lhes
despois, desfeita no vestuário do tempo
de vistas primeiras e segundas, compõe
ele ao pé do pelourinho? Não vale nada
Pois, sobre me haverdes ouvido toda
grande culpa (a meu juízo) porque, por
nem nós podemos com verdade ter dele
e às vezes menos, e não é nada. Com
em que se engendraram. E, quando
em provar, com discursos e exemplos,
na madorra do valhaco e em vir passar
Ora eu não avogo
esperança de interesse - bordão de todas as
esperando, como hora sua.
esperar a armada, [RF66] a nau chegará em boa
esperar de seu crédito e de sua doutrina.
esperarem a ver como as desfaz. Porque ele
esperdiçado tantas ceas no paço e nas casas dos
esporas ao passeo e, em meia hora de
espreitando o que diz a gente que passa, donde
esquece, que esqueceu e ouviu aquelas que
esquecera da hora que para qualquer está
esqueceu e ouviu aquelas que passaram. Pois
esquecimento. Donde procede trocarem os
esquerda justiça. Opõem-se lá no céu dois
essa chusma dos matutinos, fui peçonha. E
essa, eu fico que nenhum bem vos suceda. Sede
essa laia é o vosso pano, em boa hora cá
essa mesma hora de sua morte chamou só, em
essa ruim manha, nem nós podemos com
essa vossa relação. E como saístes da demanda?
Essa cousa é natural: os pequenos são os que
Essa é a lida comum que, por mais que o vaso
Essa foi a rezão porque a outra fermosa fazia
Essa manha sempre ele a teve; e muitas vezes
essas cousas que se prezaram, e faz como os
essas figuras, valerá quatro réis.
essas houvera todas as necessárias!
essas portas.
esse bom governo do mundo? Se terão também
esse cansado, esse negro, esse maldito Relógio
esse de estar sujeito um relógio de bem a o não
esse descuido bradaram os sábios e os santos
esse dia. Do mesmo modo, se o exército for
esse interesse vós o lograi, pois de vós há
esse livro lêm os homens desde o princípio do
esse maldito Relógio das Chagas, de Lisboa.
esse mistério.
esse negro, esse maldito Relógio das Chagas, de
esse! Ũa cousa vos digo:
Esse é o siso e tudo o mais é ser escudeiro de
Esse era como o nosso Barraça, que queria
Esse juízo não é seguro em os que como nós
Esse mesmo.
esses, com suas presunções e profias, tem
esses desmanchos?
esses inconvenientes, quem ũa vez a
esses tenho inveja porque, ao menos, está em
esses trigos.
esta calçada longa e áspera de passar. Os
esta canalha fui falsário e que as trouxe tão
esta casa?
esta causa, quando aos mais distraídos lhes
esta demora sendo prontíssimo em dar meia
esta farsa em que todos andam, se não achem
esta fermosa perspectiva do mundo; donde é
esta hora?
esta pregação dos bens da velhice, sabei de
esta própria razão que a uns lhes dura muito a
esta queixa porque, se bem as faz, melhor as
esta satisfação que o tempo me dá passo a
esta seja ilustre, pouco importa que a matéria
esta verdade.
esta vergonha que agora está passando por nós
esta vez por ela, sendo seguro da afeição que
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R. A. - Certo que, ainda que
um só instante além de aquele que lhe
no mundo que lhe faz mal o que lhe
A esses tenho inveja porque, ao menos,
Relógio, porque dessa maneira nos
de saber a infalibilidade da hora que o
se esquecera da hora que para qualquer
de seu vagar, e matam primeiro a que
para cima, e que em nossa mão não
dizem as velhas, que sabem disso,
e se defendem que isso, depois de Deus,
vezes me assombro só em cuidar que
e em vir passar esta vergonha que agora
do mundo que em nossa mão não
de cousa, figura e cifra de algũa cousa.
lhe não enxugara o seu mantéu enrocado.
como dizeis. E hoje, mudaram o valor, o
que, como estejais em alto
é só para a ruína; os que se vem em
consigo, por ser insígnia do homem de
Coroa e Chancerel do
R. A. - Ao que vós
descoram, o aljôfar se perde, o cristal
mortais; porque a velhice é ũa piadosa
lhe dei mil azos a mil acidentes de mal de
o relógio na algibeira [RF42] mas no
R. A. - Assim é; e bem avisados
haveis de saber que nesta casa em que
mais importante que há na vida. Pois, em
juízo não é seguro em os que como nós
verdade do mundo, valem segundo
o cativo do matrimónio), se deixavam
à hora do soalheiro, se andasse à hora de
R. C. - Olhai ora cá: se o
que, quando por mais não fora que
inconveniente não houvera que esse de
vemos) nas ourelas dos tronos, que não
porque todas empeciam. Pois logo eu a
passadas, da mesma maneira ouve agora
damos horas e mais horas; e sendo
as da malícia, ou sempre aquelas o são e
que eu mais necessito; que, como todas
R. A. - Não se desconsole V. M., que
tão bom humor que me puderam levantar
pouco importa que a matéria o não seja.
que passaram. Pois em verdade que este
faro de que algum bacharel impertinente
nem mortuórios, havia mil anos que
foi e [RF53] apeou-me quando eu
fabricam tarjas de cera para igrejas.
O primeiro fim com que escrevi
R. C. - E outro mais antigo que
que acabasse de dar a ũa, sabendo que
que passaram. Pois em verdade que
da oferta que vos faço, enviando-vos
era bem que todos o fossem). Recebia
que a alimenta. Depois, digo, prossegui
mais cristão!) que, só a fim de levar
horas minguadas? Porque já me teve
recebia. Fazei conta que a velhice faz
quero de outrem ser lido. Escusai-me a
mandar pelas ruas à vergonha que, pois
esta vinda me não importara mais que [RF67]
está assinado no livro da vida, que se guarda na
está bem! Contra os poltrões era a própria
está em sua mão deixarem de ser desgraciados
está enganando todo o mundo; e até o mesmo
está esperando, como hora sua.
está guardada.
está mais gorda. A rês [RF57] mais bem
está mais que apontar e dar sinal a qualquer dos
está mais treita ao mau olho. Se pudera
está nas nossas mãos ou nas das horas, nossas
está o princepe repousando nos seus colchões
está passando por nós outros. Vede como seria
está podermos remediar. Porque, considerai
Esta diferença haveis de saber que vai de
Esta é ũa relé de malhadeiros gloriosos, que
estado
estado, eu vos fico que nem por isso tina peor a
estado ínfimo procuram avantejar-se, e tanto
estado, os quais eles temperam sempre à sua
Estado de
Estai seguro de que não há neste mundo cousa
estais nela.
estala, e tudo muda não só a forma mas a
estalagem que Deus pôs entre a morte e a
estâmago e de ourina e, tal vez, a muito
estâmago. E tal houve que disse tinha sempre
estamos se nos ouviram!
estamos se vem a curar os mais ilustres
estando a hora determinada lá em cima, o
estão apeados, por aquela regra de «mouro, o
estão. Quero dizer que tem o valor conforme o
estar departindo outras nove horas. Eram já as
estar parado e se parasse à hora de ir
estar sempre à dependura me não há-de valer
estar sujeito à censura dos parvos, se não
estar sujeito um relógio de bem a o não
estarão aí menos em seu lugar do que os
estas as socorria com horas a tempo nem a
estas horas e as esquece, que esqueceu e ouviu
estas já mais perto da hora de cada qual que as
estas nunca. A ninguém se pode com rezão pedir
estas rezões se derigiam a vós sòmente, não
estas são as justiças do mundo, donde há dias
estátuas como a Pedro de Malas Artes, Gusmán
Estátuas vemos de barro altamente prezadas ou
estatuto da hora de todos e de tudo deve ser tão
estava marcando as horas para dar assalto em
estava na tenda: porque os noivos o achavam
estava no melhor do meu mundo. Destrocou-nos
Estava-o vendo trabalhar em um eirado que
este apólogo foi só por divertir-me dos penosos
este: «arrenego de meu pai se desta água me
este era o sinal para que lhe acudissem a falar
este estatuto da hora de todos e de tudo deve
este humilde conceito que ũa vez cá me entrou
este notaves cortesias de outro tal pretendente
este papel com nova esperança de interesse
este passo um pouco mais descansado e ligeiro
este ponto tão escrupuloso que, porque me
este próprio ofício e vede agora se foi castigo
este troco de que me gabe ou me desculpe
este vício não tem pena pelas leis (ou se lhe não
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fulano as festas como ele as fazia!
e não esbombardeeis, que, como
de Alfarache e Pablilhos el Buscón. A
aqueles que se lhes mostravam; e assim,
permite Deus haja entre os homens
idos. Era um gosto ouvir lamentar a
prosperidade com que se criaram, e
porque não lembre a ninguém nem saibam
sapiente, em muitas partes faz grande
Quanto ela algũa [RF32] hora montar na
e tanto se esforçam até que se
R. C. - Ainda agora lá
fora caveira de relógio, se na minha mão
como se o relógio da sua sala lhe não
os tristes de nós outros, os relógios,
abre a postema, e mata na hora que dá a
velhice, contra quem não valem todos os
Conforme ao que me dizeis,
R. A. - Melhor
representa miserável. Mas então eu, que
R. C. - Valha-me, ora, Deus! Que vos
as condições deste contrato a que
nós fosse a buscar outra vida, como eu
R. A. R. A. R. C. a porta e vai-se. Confesso-vos que
Paço que os enganara (como se lá fosse
dia na Rua Nova da Palma, que é longa,
os homens, as paixões que passam as
estivéssemos a medir e compassar e
Porque alguns há que não cursam com
ũa vez por ronceiro, outras por
vos guarde Nosso Senhor como desejo,
Mas Cristo, como sacrificou a Seu
vez, porque todas empeciam. Pois logo
melhor dizer, me perseguem. Comparo
R. A. - Chagado e ferrugento vejo
R. A. - Dizia
Os prósperos e os desgraciados comparo
R. A. - Dias há que
R. C. - Mofino homem! Quantos
com que o mesmo Amor não atina? Donde
fazeis aos fidalgos da Beira, ouvi-las-ei
negócios ou os negócios do mundo. Por
importara mais que [RF67] ouvir-vos,
por se vestir da libré do tempo; e
indo sempre ambos correndo à trocada:
nove horas. Eram já as doze quando
e, em sendo tempo de que as desse,
sou tão mal escançado que, sendo
sol não pungiam nos beiços do Oriente já
trapaça, foi e [RF53] apeou-me quando
de nós fosse a buscar outra vida, como
os madraços. E, quanto é por essa,
horas do contentamento, vendendo-lhes
as mentiras e trapaças de aquele tacanho
que me fundam, mas que me confundam,
ao termo e cume desta costa. E porque
leis (ou se lhe não executa), ao menos
Fará, pelo menos, certo aquilo de que
pelo alto sol que nos governa e assim
dos pecadores. E assim ouvimos (como
Este nosso mundo não tem, certo, essa ruim
estejais em alto estado, eu vos fico que nem
estes confrades da vianda, irmãos da Mesa de
estes e aqueles (como comediantes), cada qual
estes enganos, ordenando que assim como os
estes licenciados enfadonhos, quando tal lhe
estes não podem crer que se lhes mude a
estes rapazes (que agora se costumam) donde
estimação das horas, de sua significação e de
estimação de aqueles que lhe podem dar preço
estiram. Enfim, tudo aquilo que já é, não cuida
estivera e fora muito por minha vontade
estivesse a faculdade de poder tomar ofício
estivesse contando e descontando os próprios
estivéssemos a medir e compassar e estremar
estocada. As faltas da impossibilidade são mais
estofos e badulaques que inventou a vaidade e a
estou agora crendo que nos mais relógios se não
estou com a história do pano azul que com a
estou de fora, se tenho os pesos ou o juízo em
estou dizendo senão isso? Se a nau partir para
estou prestes.
estou resoluto a fazer. Cansado ofício temos
Estou satisfeito nessa parte. Porém, como
Estou tanto da vossa parte nessa parte que se
Estou vendo que te não apupariam por dar mais
estranhei vendo-me naquelas alturas e que
estranho!). Eu ria e arrebentava de os ver e de
estreita e sem travessa. Um vinha, o outro ia
estrelas no seu firmamento e os planetas em
estremar o tempo, por ver se podíamos reger
estrondo e são como as serpentes que velam
estugado, sempre lhes dava desgosto nas horas
etc...
Eterno Pai todas as horas da vida, por isso
eu a estas as socorria com horas a tempo nem a
eu a memória aos bugios (perdoai tão baixa
eu a V. M., para ser tão grande e tão antigo
eu agora (já que nós podemos tanto) se lhe
eu com os velhos e os moços por ũa ladeira
eu conheço que muitos se queixam do mundo
eu conheço que por isso mesmo medram: uns
eu cuidei já que, por isso, o pintaram com os
eu de muito boa vontade.
eu deixar com a palavra na boca e a mesura no
eu dera por ditosos os aleives que cá me
eu, desenganado de seus aplausos, vendo-me
eu, desmentido das minhas verdades, ele
eu despedia as nove. Não há carreira de lebre
eu dissimulava com o negócio até às nove e
eu dos mais [RF36] anciãos relógios da Cidade
eu escascava o meio dia. Era alta noite quando
eu estava no melhor do meu mundo. Destrocou
eu estou resoluto a fazer. Cansado ofício temos
eu fico que nenhum bem vos suceda. Sede
eu gato por lebre, cada noite. Porque, assim
eu hei-de ser quem as pague! A fama de
eu hei-de tanger sempre a verdade!
eu isto creo, como o considero, acho cousa
eu lhe queria dar aquela que podia. Já como eu
eu mais necessito; que, como todas estas
eu me veja livre da lima e do martelo deste
eu muitas vezes dou fé que ouvi na minha igreja
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Ora
porque vós nada lereis sem conserto e
que cá me trouxeram, quanto mais que
E, então, porque pela culpa alhea
que me tem tirado gentes a quem
ser alto dia. Desesperavam-se de que
assisti a meu exercício que até
de muito má figura conheço
casa. Porém, é muito para notar que
se representa miserável. Mas então
minha boca se não despregava. Entendia
cedo contra seu costume, aí vos gabo
lhe chamai vós, se não chamar-lho-ei
da minha freguesia. Se todos já como
R. A. - Não quisera
comissão, muito persuadido de que, por
com os olhos, todos por emulação,
lhe queria dar aquela que podia. Já como
em secreto por casa do mestre, donde
de vós há procedido, sabendo-se como
de Monte Argil. Mas não digas que
R. A. - Pois
C. - Assim deve de ser, segundo os que
R. C. - Bem pareceis boçal! Pois, se
que, como estejais em alto estado,
R. C. - Quem gostareis vós que
enganara (como se lá fosse estranho!).
que éramos capazes de fiar tão delgado.
a terra sobre a minha palavra.
chamou hora sua, como por ele disse o
ordinário, os glutões vem a pagar seus
e ligeiro, façam os mortais tantos
para que se cheguem e façam sua
não tem pena pelas leis (ou se lhe não
e dentro da nossa jurisdição o sermos
que apontar e dar sinal a qualquer dos
muito em provar, com discursos e
cuidei, certo, à vista deste e de maiores
molas, quebram-se-nos os dentes com o
espera de vós mais que a aprovação por
cousa! Tão pontualmente assisti a meu
sinos, esse dia. Do mesmo modo, se o
os perigosos cornos da lua em os de seus
com elas. Durava apenas uma hora o
a boa vontade, desarmada da ciência e
propósitos; porque vim a entender por
anos, que são os bancos da escola da
porque, segundo o que ouço e tenho
de esses inconvenientes, quem ũa vez a
com o regalo - que há gente tão
D.
um cerieiro do meu bairro, destes que
E então, que só seja conhecido por
o menor intervalo de que na vida lhe não
R. C. - Não
por meu juiz conservador, para que lhe
que não são, assim os lisonjeiros se
um pouco mais descansado e ligeiro,
ou à Fortuna para que se cheguem e
que o céu tem na terra, para que
cabelos de ouro, olhos de esmeraldas,
a minha torre, e notava de meu vagar a
corrente a confiança da oferta que vos
eu não avogo esta vez por ela, sendo seguro da
eu não quero de outrem ser lido. Escusai-me a
eu não sairei de aqui sòmente advertido mas
eu não sou a mesma pontualidade, em lugar dos
eu o não mereço, que às vezes me recolho e não
eu os castigasse com o regalo - que há gente
eu próprio me desconhecia; pois, como lá dizem
eu que as vi já andar atrás doutras muitas
eu, que até então sendo Relógio do Paço me via
eu, que estou de fora, se tenho os pesos ou o
eu que o silêncio me podia fazer benquisto
eu que tinha as bênçoas certas. Tal havia que ao
eu.
eu se acharam tão bem instruídos no que lhes
eu ser aldemenos o relógio que tal hora lhe
eu ser de ferro e ele tratar em ferraduras
eu só por curiosidade porque seu voo me não
eu soubesse que homem casado com mulher
eu também jazia por travessuras, mas já
eu tenho há dias feito um contrato com o tempo
eu to disse, ouves-me?
eu, vendo-me tão maltratado, fiz-me louco.
eu via aproveitados desde a minha torre
eu vos contara outro segredo, ficáreis frio!
eu vos fico que nem por isso tina peor a vossa
eu vos saia? Sou esse cansado, esse negro
Eu ria e arrebentava de os ver e de os ouvir e
Eu sou relógio cristão e louvo a Deus por tão
Eu, vendo-me donde nunca me havia visto
Evangelista S. João; em a qual hora morreu
excessos. Para beatas do meu bairro era um
excessos que, querendo voar por donde basta ir
execução.
executa), ao menos eu lhe queria dar aquela que
executores da taxa que Deus pôs à ventura ou à
executores que o céu tem na terra, para que
exemplos, esta verdade.
exemplos, que com grande providência permite
exercício, as cordas nos afrouxam com a
exercício. Os fortes capitães tenham (como
exercício que até eu próprio me desconhecia
exército for pago à sua hora, poderá o soldado
exércitos. Alojem os sábios ministros (segundo
expediente dos tribunais. E suposto que as
experiência, não basta para fazer homens
experiência que, na maior parte desta gente e
experiência.
experimentado nesta primeira jornada
experimentou sempre a procura. Será porque
extravagante no mundo que lhe faz mal o que
F. M.
fabricam tarjas de cera para igrejas. Estava-o
fabuloso o pobre Relógio das Chagas, que com
faça desconto; e que lhe não valha o ser rei
façais caso disso, que a relógios do chão
façais observar as condições deste contrato a
façam aqueles que não são aos olhos dos
façam os mortais tantos excessos que
façam sua execução.
façam sua vontade. Mas não há dúvida que
faces de pérolas, boca de rubis, dentes de
facilidade com que o bom do meu vizinho
faço, enviando-vos este humilde conceito que
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de relógio, se na minha mão estivesse a
que das cousas que há no mundo mais
atalhando assim prosas de soldados
Diz que a verdade da língua dos que a não
OS RELÓGIOS
[RF29] OS RELÓGIOS
nédio, luzente e untado, porque isto de
este era o sinal para que lhe acudissem a
vergonhoso, trabalhava sempre por
e com os pés para a cova, comecei a
a falar seus galantes. Logo em vendo que
se queriam mudar de bairro, pelas
que passa, donde afirmam que lhes não
- Senhor Relógio de Belas, crede que vos
lhe mete, entre outras, a provisão
Juro-vos que a toda esta canalha fui
ficará para sempre comigo, e o
que me não levantava, me levantou mil
[RF45] fosse consertado porque, por
horas dais para os outros, só para vós
a vossa campainha - quanto mais que não
e mata na hora que dá a estocada. As
e cada qual se desengane sem se fiar nas
a comparação do cerieiro. Porque que lhe
horas - livre-nos Nosso Senhor! - não
e o costume da Corte donde sempre
fazer dormir toda a noite o bom relógio.
aqueles não se conformam com que lhes
desacomodados de monção e para tudo
tacanho eu hei-de ser quem as pague! A
não havia vingança como a de ũa ruim
grande e tão antigo cortesão, de quem a
são morgado que haja de andar em sua
defendia, deu um pequeno almoço à águia
Mas contudo já se sabe que é demasiada
os amigos uns aos outros dessimulam.
[RF38] R. C. - Pois que importa?
R. C. - Assim como me dava o
desfeita no vestuário do tempo esta
o trabalho e o descanso, a fome e a
que lhe deu a natureza, despindo os
se usa dados os votos na cor das
e a mercê melhor. Mas, se a justiça se
todas essas cousas que se prezaram, e
então recebia. Fazei conta que a velhice
só santa mas sapiente, em muitas partes
A rês [RF57] mais bem medrada é que
correr por canos de enxofre, sempre
gente tão extravagante no mundo que lhe
ter dele esta queixa porque, se bem as
outras, a provisão falsa em que lhe
um pecador, se ele por si mesmo se não
a indústria. Vem e que fez? Pois não
mal tivera deixar de fazer as cousas que
R. A. - Assim determino
feito minha obrigação nomeando-me;
tão suave alimento até então recebia.
fruito do negócio e não da manificência.
árvore dos sinos de S. Pedro in Vaticano.
tão sazonadas e merecidas como as que
que assim como os ministros se
às muitas voltas que os amantes lhe
ou se seca. As grandes param e, se
faculdade de poder tomar ofício. Mas
faladas são as horas. Porque não há cousa na
faladores, queixas de letrados presumidos
falam, é como a água do Chafariz d'El-Rei que
FALANTES
FALANTES
falar à vontade de cada um é mais sadio que
falar seus galantes. Logo em vendo que falavam
falar verdade e ser pontualíssimo em seus ditos
falar verdade. Mas a nenhum de nós pôde ser
falavam, dava de esporas ao passeo e, em meia
falcatruas que lhes fazia o Relógio. A cegos
falece a reposta de seus embustes: se hão-de
falo verdade, que jamais andei de amores com
falsa em que lhe faz mercê da comenda alhea, el
falsário e que as trouxe tão desvairadas com
falsário será satisfeito. Não só as rodas me
falsos testemunhos, tantos que, juntos à ruim
falta de relógio, andava todo o Paço sem conta
falta ũa hora!
faltará aqui algum linajudo que, a troco de
faltas da impossibilidade são mais desculpáveis
faltas do seu relógio. Porque alguns há que não
faltava à gente que fosse de cera? De aí, má
faltava mais que apedrejá-lo!
faltava o tempo para o que era necessário
Faltava o tempo para louvar a Deus e sobejava
falte a envelhecida prosperidade com que se
faltos de horas, me amaldiçoavam pela boca
fama de mentiroso ficará para sempre comigo
fama; porque, tendo cada pessoa mais inimigos
fama publica mil galantarias.
família para sempre, sem que se possa perder
faminta e atreiçoada.
fanforrice que o ditoso não queira algũa hora
Fará, pelo menos, certo aquilo de que eu mais
Farão de mim campainhas e então lhes direi por
faro de que algum bacharel impertinente estava
farsa em que todos andam, se não achem
fartura, tudo tem sua hora; donde procede que
faustos e as tramóias com que, para
favas, para encobrir a dos corações e para
faz ante tempo e fora de horas e a mercê fora
faz como os homens se despeçam da vida não só
faz este próprio ofício e vede agora se foi
faz grande estimação das horas, de sua
faz maiores impulsos ao cutelo do carniceiro; e
faz mal ao fígado.
faz mal o que lhe está bem! Contra os poltrões
faz, melhor as desfaz.
faz mercê da comenda alhea, el-rei lha concede
faz morto, o mesmo touro o mata. Se, cosendo
faz nem mais nem menos que tomar-me a mim
fazê-las fora de suas horas. A sangria é
fazê-lo porque, segundo o que ouço e tenho
fazei vossa cortesia correspondendo-me. Quem
Fazei conta que a velhice faz este próprio ofício
Fazei conta que um rei manda, por seu gosto
Fazei de vos prezar de vossa sorte, que assim
fazeis aos fidalgos da Beira, ouvi-las-ei eu de
fazem aos olhos do mundo aqueles que não são
fazem dar, o coitado endoudecera, se vira.
fazem mudança, é para deminuírem; murcham
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logo em suas horas, e que por isso se
de vos prezar de vossa sorte, que assim
aí tão danados que da água pura e clara
eles não corre o tempo nem as horas
Ele, lá por baixo da capa lhe vai
auditório. Mas, finalmente, esforçado e
se queixam do mundo, quando lhe vem
que muitos dão, de se não poderem
ouro? Por menos mal tivera deixar de
Entendia eu que o silêncio me podia
outra vida, como eu estou resoluto a
a obrigação dos que são obrigados a
as matinas baixas pela menhã, tudo era
agora. E então, despois de lhes deixares
da ciência e experiência, não basta para
as sete horas canónicas; assi, vemos
R. A. - Grande. Primeiro,
me podia fazer benquisto, como se o não
barra dentro, dando-me a mim bem que
do relógio ouvia e calava, a troco de
engenheira que Cosmander, costuma
del rei que lhe pedissem mandasse
que no tempo de hoje mais houvera de
trabalhará bem o batifolha no ofício de
não há nenhum tão cobarde que deixe de
alto da vaidade, brevemente comecei a
a dará boa do que não quis ou não soube
desmanchos do tempo provém de se não
hipócritas de desaventuras que, por se
os ofícios que não são seus, outros por
eles os relógios da república, e
ouvi dizer que era manha de ministros
Essa foi a rezão porque a outra fermosa
dúvida tenho mão para bargantes e ali
a sua total desesperação deles, porque
o bom do meu vizinho derretia os anjos e
o senhor fulano as festas como ele as
ou do presidente do Paço, sabeis que
antes entendia que ao rei e à República
águia com sua presa sobre ũa serra, não
visto, como não fora outra vez gente,
de bairro, pelas falcatruas que lhes
de os ver e de os ouvir e cada vez lhas
o seu próprio ofício. Aos lampeiros me
que ainda não dera ou sim dera, os
que Cosmander, costuma fazer o que
ouvimos (como eu muitas vezes dou
dar de nada. Assim o fiz e amuei-me de
e outras cachopas de S. João, às quartas
sucedem cousas graciosas e que parecem
que são obrigados a fazer cousas bem
ninguém defende. Todavia não sei que
se costuma, ainda que seja de ruim lei e
e do relógio. Mil galanterias tenho
muitos mais com raivas que lhes hei
fossem de misericórdia. Assim foi
vos contarei de travessuras que tenho
R. A. - Tenho
benquisto, como se o não fazer nada mal
mandamento jantar às onze horas, hei
sabendo-se como eu tenho há dias
fazem nas horas próximas, que é quando podem
fazem os honrados.
fazem peçonha.
fazem seu ofício, só porque não ouvem o relógio
Fazem a interlocução um Relógio da Cidade e
Fazem a interlocução
fazendo as culpas sumárias até que, chegada a
fazendo das tripas coração, sabendo que não
fazer algũas rapazias, porque não tem paciência
fazer as cousas grandes logo em suas horas, e
fazer as cousas que fazê-las fora de suas horas
fazer benquisto, como se o não fazer nada mal
fazer. Cansado ofício temos: julgar a aqueles de
fazer cousas bem feitas.
fazer dormir toda a noite o bom relógio. Faltava
fazer em ti, a bel-prazer, toda a sua vontade
fazer homens peritos, como cá cuidamos
fazer lembrança da hora do nascimento e da
fazer minha vontade.
fazer nada mal feito pudesse suprir a obrigação
fazer nos repiques dos meus sinos, esse dia. Do
fazer o que devia. Pois uns felpudos desalmados
fazer o que fazia um cerieiro do meu bairro
fazer outra torre maior e mais alta - que isto é
fazer por ser menos do que por ser mais do que
fazer sapatos, ou o sapateiro na arte de
fazer sorte naquele a quem ninguém defende
fazer tais cousas que o mundo se tornou um
fazer, tendo cargo de saber e de querer obrar
fazerem as cousas a suas horas.
fazerem gente, se metem também em reste
fazerem o que não sabem.
fazerem que os mais dessem horas como
fazerem-se eles os relógios da república, e
fazia concerto com a morte, prometendo de se
fazia das minhas. Achava-me gordo, nédio
fazia de modo que, das dez às onze, não punha
fazia deles carrancas; outras vezes, tornava
fazia! Este nosso mundo não tem, certo, essa
fazia? Furtava-lhe a volta e, sumindo o curso
fazia grande serviço, atalhando assim prosas
fazia mais que levantar o triste do animal e
fazia-me pedaços e cursava todo o dia e noite
fazia o Relógio. A cegos rezadores, homens de
fazia peor. Já namorados! Isso foi ũa só cousa
fazia preguiçoso e, confiados em minha palavra
fazia recolher por chuvas, neves e ventos
fazia um cerieiro do meu bairro, destes que
fé que ouvi na minha igreja) que Cristo Nosso
feição que, nas vinte e quatro horas do dia
feiras, e da Virgem do Monte às sestas - que
feitas acinte, nisto da hora de cada um. Que me
feitas.
feitiços nos dá a solidão que, apesar de esses
feitio, é a que val mais cara. Parecer-vos-á
feito a damas e a freiras, destas que celebram
feito do que tem com madrugadas o seu próprio
feito; e, como o mestre relojoeiro tal
feito. É um conto largo!
feito minha obrigação nomeando-me; fazei
feito pudesse suprir a obrigação dos que são
feito tais trapaças e de tão bom humor que me
feito um contrato com o tempo: quito-lhe a
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do tempo, tais são já nossos tempos e
poderia apartar-se liberalmente das
a troco de fazer o que devia. Pois uns
e que não tema de que o ar a espedace e
R. A. - Deixai-me já
R. A. - Essa foi a rezão porque a outra
com as horas boas», «ũa hora muito
primeiras e segundas, compõe esta
é o siso e tudo o mais é ser escudeiro de
De aqui procedeu que o pobre
que, por eu ser de ferro e ele tratar em
vendo-o já mestre de relógios, não
do dia e logo mortal pela sesta. O mesmo
muito persuadido de que, por eu ser de
homens são de barro, os relógios são de
não por mim, que decendo de mui nobre
vezes, cá pelas minhas mossas de
dizem que já não sairei senão para o
E, sem me dizer a mim cousa algũa,
e, se acaso vos achardes filho de um
todos somos sujeitos ao mugre e à
mas não é isso senão que nos corre a
R. A. - Chagado e
que assi desfizera o senhor fulano as
da minha terra, mordomo de todas as
da violência para a indústria. Vem e que
jamais foi cumprida. Doente que
que, chegada a hora em que sua liberdade
não tinham comigo medra; porque,
dizem; e cada qual se desengane sem se
não havia sabido que éramos capazes de
que ignora o que outro mostra que sabe,
ele o castigo. Leva-o o pecado e o relógio
no cabo do ano, ditosos e mofinos todos
curando-se a inocência do relógio e
árvore vereis que se contente com
lha deixam, e depois olho e vejo-a
que o viam ir subindo, vendo-se eles
como só discurso e que como só entendo,
ser quem as pague! A fama de mentiroso
Pois, se eu vos contara outro segredo,
por que, entre tanto merecimento,
como estejais em alto estado, eu vos
os madraços. E, quanto é por essa, eu
Paço que, em subindo a seu campanário,
mim, que decendo de mui nobre ferro,
e merecidas como as que fazeis aos
sem esbarrar pela ladeira abaixo da
R. C. - Menos roncas, se lhe praz, que
R. A. - Não se
nos tratam, podiam amar-nos pelos mais
por canos de enxofre, sempre faz mal ao
R. C. de muito má
é cousa senão representação de cousa,
ea
que quem lho concedeu lho pode negar e a
ou o juízo em seu lugar, sofro que a
diferença haveis de saber que vai de
Mas o que me conforta é que por isso são
Porque, se vires um quatro com três
sempre representam o que são e as
tem valor próprio, a uns chamamos
feitos, que todos podemos dizer nossos ditos.
felicidades humanas em meio delas, se, ainda
felpudos desalmados, destes que acodem às
feneça para nunca mais ser soldada.
fenecer o meu conto.
fermosa fazia concerto com a morte
fermosa», «nas horas de Deus», «logo nessas
fermosa perspectiva do mundo; donde é para
Fernão d'Acha.
ferrador, empregado em o que não sabia, deu
ferraduras, logo atalharia meus desconcertos
ferravam na sua tenda; e os moradores
ferro agudo dá vida na hora que abre a postema
ferro e ele tratar em ferraduras, logo atalharia
ferro e que, sem embargo dos matizes e
ferro, fidalgo biscaínho, com suas misturas de
ferro, hei notado que de contínuo os baixos
ferro velho, depois de haver em vão tomado mil
ferrolha a porta e vai-se. Confesso-vos que
ferrolho e neto de ũa enxada, calai-vos e não
ferrugem. Gastam-se-nos com o uso as molas
ferrugem pelas rodas, como aos homens o
ferrugento vejo eu a V. M., para ser tão grande
festas como ele as fazia! Este nosso mundo não
festas, que nunca pagava; por onde diziam já
fez? Pois não faz nem mais nem menos que
fez propósito de não comer nunca do manjar por
fez termo, eis que vem sùbitamente sobre ele o
fiados no relógio que ainda não dera ou sim dera
fiar nas faltas do seu relógio. Porque alguns há
fiar tão delgado. Eu sou relógio cristão e louvo
fica-lhes mais perto aprovar a parvoice alhea
fica muito seguro no seu campanário.
ficam iguais. Para todos houve verão e inverno
ficando em seu ponto a poltronaria do sineiro!
ficar baixa e aparada: ou se levanta ou se seca
ficar em aquilo que dantes era, e às vezes
ficar tão inferiores a seu parceiro. Julgavam
ficará logo corrente a confiança da oferta que
ficará para sempre comigo, e o falsário será
ficáreis frio!
ficasse dessimulada a curta valia desta obra
fico que nem por isso tina peor a vossa
fico que nenhum bem vos suceda. Sede relógio
ficou tão aceito como sendo Relógio das Chagas
fidalgo biscaínho, com suas misturas de aço de
fidalgos da Beira, ouvi-las-ei eu de muito boa
fidalguia, que é a mais sensabor empreitada que
fidalguias de mar em fora são como trigo do
fie de aparências, senhor Relógio, porque dessa
fiéis amigos e servidores, dos quais vão
fígado.
Fígados há aí tão danados que da água pura e
figura conheço eu que as vi já andar atrás
figura e cifra de algũa cousa. Esta diferença
figura, porque se vêm diante de muitas figuras
figura que hoje se representa muito magnífica
figura represente sua valia e sua grandeza
figuras a pessoas. As pessoas sempre
figuras. Adverti que, já neste sentido de que
figuras atrás de si, valerá quatro mil, e se
figuras, como não são nada, nunca têm outro
figuras e a outros cifras; donde se nota que
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que as vi já andar atrás doutras muitas
com que, para representarem suas
a figura, porque se vêm diante de muitas
São os conceitos como as
quatro mil, e se detrás de todas essas
R. C. - Si, grande cousa é que as
é que as figuras vão atrás ou adiante.
ou apalavrou lá, em seu lugar, mestiça,
nossas mãos ou nas das horas, nossas
foi ũa só cousa! Fiz deles gato sapato.
antepassados; e, se acaso vos achardes
e arriscadas. Em me cheirando às
O primeiro
R. C. - Já vos disse que o
prudente (quanto mais cristão!) que, só a
[RF44] R. C. - Porque o senhor sineiro, a
R. C. - E o tacanho adulador que, no
mais ou menos cansados, chegam ao
da mocidade, até a entregar nas mãos do
me espantava o grande auditório. Mas,
ouvido de seu bom gosto! Dizem por cá,
o relógio pára, o tempo não descansa; e,
se governava por tal fole de mentiras.
mostram que não são aqueles que se
a maior guerra porque, descompondo e
pena, guardado dos seus paramentos de
que, para se regerem e dirigirem a bons
R. C. - Nem a nota irmã da
paixões que passam as estrelas no seu
dos males e dos bens e cuidam que são
que chamam horas planetárias, até os
irmãos da Mesa de Santo Entrudo,
voto, e seja para aprovar a eleição que
a parar e não se me dar de nada. Assim o
(para melhor dizer), porque nunca
A. - Pois eu, vendo-me tão maltratado,
peor. Já namorados! Isso foi ũa só cousa!
com condição que me não injurie pelo que
ao revés? Pois que direi? Se a justiça se
R. A. - Quem tal
do que por ser mais do que Deus me
R. C. - Vamos ao ponto. Como vos
outras vezes, tornava as serpentes em
de brincos, reduzia anjos, carrancas,
a sua hora) dar-lhe com a hora nos
R. A. - Essa
faz este próprio ofício e vede agora se
das horas lhes dão os sucessos, como já
se prometeu correndo tromenta jamais
por quem perdeu a saúde, sempre
antes de ser colhido na trapaça,
outros fossem de misericórdia. Assim
Relógio Palatino que, em meu lugar,
um seguia. Mas o que melhor me pareceu
fim com que escrevi este apólogo
vez lhas fazia peor. Já namorados! Isso
o animal tinha entrada. Se isto algũa vez
cortesias de outro tal pretendente.
cada um é mais sadio que galinha cozida.
porque a gente se governava por tal
sãos, ágeis e robustos, a sobem de um
que morria, lhe respondeu: «ora
figuras,
figuras, os adornou a ambição ou a soberba.
figuras ou adiantadas a outras. [RF54] Mas o
figuras que se vazam em moldes: sempre hão
figuras, valerá quatro réis.
figuras vão atrás ou adiante. Figuras
Figuras
filha de baneane. Juro-vos que a toda esta
filhas. Que importa a Dona Fulana ser toda uma
Filhas de ourives e mercadores, ricas e
filho de um ferrolho e neto de ũa enxada, calai
filhós, em me dando o vento da empada ou em
fim com que escrevi este apólogo foi só por
fim das cousas era cousa das telhas para cima
fim de levar este passo um pouco mais
fim de lhe caírem as matinas baixas pela menhã
fim de mil tempos de servidão, [RF62] alcançou
fim do ano, ao termo e cume desta costa. E
fim, duro, pesado e incerto.
finalmente, esforçado e fazendo das tripas
finalmente, que V. M. é Relógio de Belas mas
finalmente, se lhe não dará de prazo ou espera
Finalmente, choviam os opróbios, que o triste
fingiam, vejam também que nem os pequenos
fingindo sempre as horas da comida, lhe dei mil
finíssima grã, com um sono tão quieto como se
fins e a termos úteis, lhes deu Deus
firma. Mas deixemos para outra hora o ler por
firmamento e os planetas em suas esferas
firmes, a modo da mulher que, por não tratar
físicos críticas, e até os poetas lhe chamaram
fiz a maior guerra porque, descompondo e
fiz de vosso nome, por que, entre tanto
fiz e amuei-me de feição que, nas vinte e
fiz erro que se me perdoasse. Parece que só
fiz-me louco.
Fiz deles gato sapato. Filhas de ourives e
fizer a seu descontentamento. Tomo-vos por
fizer à sua hora e a mercê à sua hora, a justiça
fizera crer ao senado da minha aldea?
fizera. O tempo é touro bravo e em tomando nos
fizestes doudo? Ensinai-mo pelo que pode ser...
flores, até que, algũa hora, cansado de brincos
flores e serpentes a tochas, que ardiam até os
focinhos a um enfadonho e chafurdá-lo? Porque
foi a rezão porque a outra fermosa fazia
foi castigo ou mercê da natureza anteceder à
foi costume de algũa gente antiga que aos dias
foi cumprida. Doente que fez propósito de não
foi dele mais guloso, em se vendo são.
foi e [RF53] apeou-me quando eu estava no
foi feito; e, como o mestre relojoeiro tal
foi levado à Torre das Chagas. Era ele
foi o que ouvi há muitos anos, bem longe de aqui
foi só por divertir-me dos penosos cuidados que
foi ũa só cousa! Fiz deles gato sapato. Filhas de
foi verdade, na imaginação dos solitários se
Foi despachado como quis e nunca mais viu ao
Foi o diabo meter em cabeça aos arquitectos del
Foi sempre a Fortuna pintora de pausagens
fole de mentiras. Finalmente, choviam os
fôlego. Os velhos, fracos, pesados e doentes
folgo, por me não andar a vestir e despir todos
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nunca pagava; por onde diziam já dele os
rir, o chorar, o trabalho e o descanso, a
a suas horas. Mas que será se tudo isso
para a Índia à sua hora e se à sua hora a
esse dia. Do mesmo modo, se o exército
de sobressaltos e ingratidões, se não
dia os mandava esguichar pela porta
de quem havemos de ser julgados! Antes
com mulher brava e ciosa anoitecia
neves e ventos, mortos, acatarroados e
Mas, se a justiça se faz ante tempo e
«a que horas», «a desoras», «
tem sua hora; donde procede que não é
deixar de fazer as cousas que fazê-las
faz ante tempo e fora de horas e a mercê
e precipitar-se. Digo-vos que, se
R. C. - Ainda agora lá estivera e
donde nunca me havia visto, como não
que, quando por mais não
se lhe praz, que fidalguias de mar em
miserável. Mas então eu, que estou de
ouvem e as de campanários nunca
R. A. - Oh diabo! Se unhas
mão: já sei que vos trouxeram aqui à
quem, havendo passado muitas horas, é
R. A. - Se elas
suores de fornalha, dois mil banhos de
moldes: sempre hão-de trazer a própria
o cristal estala, e tudo muda não só a
de haver em vão tomado mil suores de
por mais alto que ele viva, que, por
mais que a aprovação por exercício. Os
peor da terra, e lá tem de ordinário seu
veja levantada. A roda que se lhe pinta à
R. C. - A
péssimo bafo, como seu marido. A
que dar a contra-senha à morte ou à
Foi sempre a
patifes, bastava para que cada um de nós
ventura que um animal tão para pouco
das obras del Rei que logo [RF45]
Porque que lhe faltava à gente que
sòmente, não pus aqui palavra que não
manhas há tarde ou nunca as perde, ou
enfadonho e chafurdá-lo? Porque, se tal
do Paço que os enganara (como se lá
se lhe seria a um de nós permitido (quer
a sobejidão do amor da vida, e o homem
se continuava até as onze, antes que
obras para si, ainda que para os outros
a troco de que as minhas horas nunca
discreto (como era bem que todos o
a sobem de um fôlego. Os velhos,
de letrados presumidos, orações de
Por DOM
das Chagas, logo fui tido pela mesma
que cuido no engano dos tolos dos meus
muito próximo dos sinos da minha
Mil galanterias tenho feito a damas e a
não há cousa na boca dos homens tão
tal vez rios caudalosos e tal vez
Para todos houve verão e inverno,
eu vos contara outro segredo, ficáreis
Foliões da Arruda que assi desfizera o senhor
fome e a fartura, tudo tem sua hora; donde
for ao revés? Pois que direi? Se a justiça se
for esperar a armada, [RF66] a nau chegará em
for pago à sua hora, poderá o soldado comer e
fora antes ser badalo nas choupanas do Porto de
fora, arrenegando do desenfado e do relógio
fora caveira de relógio, se na minha mão
fora de casa na conversação escusada ou ilícita
fora de horas, cheos de sono, vazios de
fora de horas e a mercê fora de tempo e
fora de horas» e outros mil modos de dizer
fora de rezão que os homens tratem tal vez de
fora de suas horas. A sangria é saudável na
fora de tempo e desorada, nem a justiça
fora homem como sou relógio, que no tempo de
fora muito por minha vontade, porque sem
fora outra vez gente, fazia-me pedaços e
fora que estar sujeito à censura dos parvos, se
fora são como trigo do mar: sempre vale
fora, se tenho os pesos ou o juízo em seu lugar
foram de segredo.
foram relógios, quem se entendera com as
força. É mais que isto?
força que hajam passado muitos dias, semanas
forem tão sazonadas e merecidas como as que
forja e quatro mil esfregações de bigorna, que
forma da matriz em que se engendraram. E
forma mas a sustância do que era.
fornalha, dois mil banhos de forja e quatro mil
forrar de sobressaltos e ingratidões, se não
fortes capitães tenham (como costumam), por
fortum, donde é conhecido por bastardo
Fortuna deve de ser de engenho de nora, donde
Fortuna é muito disso. Tem o costume dos
Fortuna, melhor engenheira que Cosmander
Fortuna para que se cheguem e façam sua
Fortuna pintora de pausagens. Assi, de longes e
fosse a buscar outra vida, como eu estou
fosse assim sublimado à vista de seus iguais e
fosse consertado porque, por falta de relógio
fosse de cera? De aí, má hora, vem o ordinário
fosse de vós ũa lembrança. Do aplauso vos
fosse disto ou do saibo da vasilha ou do ar
fosse, era melhor ser relógio que cónego de S
fosse estranho!). Eu ria e arrebentava de os
fosse ou não chegada a sua hora) dar-lhe com a
fosse perdendo o receo à morte, pela
fossem bem dez já vinha com elas. Durava
fossem de misericórdia. Assim foi feito; e
fossem horas minguadas, muitas vezes me
fossem). Recebia este notaves cortesias de
fracos, pesados e doentes (como costumam ser
frades descontentes, impertinências de velhas
FRANCISCO MANUEL
fraude e mentira; sucedendo-lhe ao revés ao
fregueses e na malícia do malvado sancristão
freguesia. Se todos já como eu se acharam tão
freiras, destas que celebram as meias noites
frequente como «em boa hora», «em má
fresquíssimos arvoredos.
frio e calma e, assim ou assim, jantar e cea. Os
frio!
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e sùbitamente das calmas aos frios e dos
e sùbitamente das calmas aos
vendo trabalhar em um eirado que
da paixão e não de zelo, e a segunda,
sabei de certo, companheiro, que a
troco de que me gabe ou me desculpe,
jogo. Por onde toda a pessoa polida deve
portas adentro com a Igreja, sempre lhe
Juro-vos que a toda esta canalha
a toda essa chusma dos matutinos,
tornando a ser Relógio das Chagas, logo
horas, nossas filhas. Que importa a Dona
da Arruda que assi desfizera o senhor
modo, e dizia gritando: «parai senhor
embustes: se hão-de casar ou não com
ouvir de ũa. Par Deus! mas que me
R. A. - Cal-te, que te
uns cheos, outros vazios, uns no
vida e a morte para que ali se domasse a
do presidente do Paço, sabeis que fazia?
lido. Escusai-me a este troco de que me
cedo contra seu costume, aí vos
Mais moços tenho desesperado que o
que chamam «Hora de todos», que, com
cortesão, de quem a fama publica mil
do desenfado e do relógio. Mil
sinal para que lhe acudissem a falar seus
R. A. - E às vezes pelas badaladas como
à vontade de cada um é mais sadio que
Tem o costume dos abades: engordam as
R. A. - E tu, amigo, que
grau da sandice é perder-se um pelo
por mulher, entregar-lhe quanto
vem a pé sessenta léguas à corte,
seus passatempos. E, porque tomam e
somos sujeitos ao mugre e à ferrugem.
do contentamento, vendendo-lhes eu
Isso foi ũa só cousa! Fiz deles
Porque, assim como de noite todos os
aos pesos, porque parece que ouço
sucessos, como já foi costume de algũa
a velhice, ou se seria melhor enganar a
experiência que, na maior parte desta
e outros mil modos de dizer. Como se a
me havia visto, como não fora outra vez
observado que não há entre a
que tudo o seu é melhor que o da outra
cá na cidade senão de escárnio e jogo da
do cerieiro. Porque que lhe faltava à
mudas à romaria espreitando o que diz a
[RF52] andava tão ajustado, porque a
de desaventuras que, por se fazerem
eu os castigasse com o regalo - que há
são as pedradas que me tem tirado
deram por aio um mentecato. Vede que
V. M. me diga como se chama, que sua
que Deus pôs entre a morte e a
a hora da morte, e alguns da
dizem doutores que é certa selada de
R. A. - Despois... que, sendo
um contrato com o tempo: quito-lhe a
enrocado. Esta é ũa relé de malhadeiros
apoplexias, donde, de ordinário, os
frios às calmas? Se entre o dia e a noite não
frios e dos frios às calmas? Se entre o dia e a
frisava muito com a minha torre, e notava de
fruito do negócio e não da manificência. Fazei
fruta das horas é melhor para dar que para ter
fugindo ao costume dos mais que, a cada passo
fugir de que entre o grão limpo das palavra
fui afeiçoado e, por parte dos metais, ainda
fui falsário e que as trouxe tão desvairadas
fui peçonha. E solicitador havia na vizinhança
fui tido pela mesma fraude e mentira
Fulana ser toda uma tabuleta de ourives: testa
fulano as festas como ele as fazia! Este nosso
fulano, e dizei-me se isto é verdade». O
fulano, e se sicrano vem da Índia com bons ou
fundam, mas que me confundam, eu hei-de
fundirão!
fundo, outros no alto.
fúria dos afectos, se deminuisse a sobejidão do
Furtava-lhe a volta e, sumindo o curso, guisava
gabe ou me desculpe, fugindo ao costume dos
gabo eu que tinha as bênçoas certas. Tal havia
gagau e a carteta; ũa vez por ronceiro, outras
galantaria digna de seu autor, se esmera muito
galantarias.
galanterias tenho feito a damas e a freiras
galantes. Logo em vendo que falavam, dava de
galantes; mas não é isso senão que nos corre a
galinha cozida. Foi o diabo meter em cabeça aos
galinhas muito de seu vagar, e matam primeiro
ganhas em desenganar o mundo, que se não quer
ganho do outro.
ganhou, chegar a dispensação de Roma e morrer
gasta o que tem, cansa a el-rei, mata aos
gastam por sua conta todas as horas da vida, só
Gastam-se-nos com o uso as molas, quebram
gato por lebre, cada noite. Porque, assim como
gato sapato. Filhas de ourives e mercadores
gatos são pardos, até de dia todos os amadores
gente abrir essas portas.
gente antiga que aos dias alegres e ditosos
gente com a lisonja da mocidade, até a entregar
gente e seus costumes, mora a superstição e
gente em nenhũa outra cousa que nas horas
gente, fazia-me pedaços e cursava todo o dia e
gente mais pesada turbulência que seu
gente. Não matou mais a peste grande que esses
gente, ou alvo da perseguição e o negro da
gente que fosse de cera? De aí, má hora, vem o
gente que passa, donde afirmam que lhes não
gente se governava por tal fole de mentiras
gente, se metem também em reste com os
gente tão extravagante no mundo que lhe faz
gentes a quem eu o não mereço, que às vezes
gentil censor podiam ter os meus desvarios!
gentil presença me promete grande achado em
gentileza, brio, esforço e saúde. Se entre o
gentilidade bàrbaramente a anteciparam, por se
gentio com seu azeite e vinagre de Mafoma.
geralmente malquisto de meus vezinhos, me
glória que pudera dever-me pelo que bem
gloriosos, que tem por certo que tudo o seu é
glutões vem a pagar seus excessos. Para
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[RF66] a nau chegará em boa hora a
e matam primeiro a que está mais
e ali fazia das minhas. Achava-me
nem cruzes, que se andam metendo de
e logo que lhe toca o beiço da criatura e
R. C. - Quem
e assim vivem sempre ao gosto de seu
por eles, e assim vivem sempre ao
Grandes cousas tenho ouvido de seu bom
regedor e presidente serem idos. Era um
Fazei conta que um rei manda, por seu
R. A. - Par Deus! Tal hora teve bom
Não há carreira de lebre do Alfeite tão
R. A. - Juro pelo alto sol que nos
R A. - Como quem se
vejo. Notai como anda a nossa Corte bem
eles como querem a seus relógios, se
melhores sim; porque todos os que nos
sempre à sua vontade... De maneira que,
mais, mandaram-me ser relógio que
andava tão ajustado, porque a gente se
abaixarem-se as cadeiras. É esse bom
em meio delas, se, ainda depois de
dos seus paramentos de finíssima
R. C. - Muita
Senhor: Já ouviríeis a
Mas não há dúvida que sucedem cousas
ruim satisfação dos moradores e peor
que sua gentil presença me promete
R. A. - Pelo menos,
como pregador sáfaro, me espantava o
neste ponto o bom do relógio dava com
R. C. - Si,
olharmos bem a cousa, nenhum deles tem
ferrugento vejo eu a V. M., para ser tão
mas sapiente, em muitas partes faz
relógio cristão e louvo a Deus por tão
deste e de maiores exemplos, que com
o da outra gente. Não matou mais a peste
entendia que ao rei e à República fazia
com o negócio até às nove e, então, com
inferiores a seu parceiro. Julgavam por
R. A. R. A. nem agravo. Certo vos digo que, se os
dão, de se não poderem fazer as cousas
enganados uns nem outros. Pois se os
e aparada: ou se levanta ou se seca. As
nesta pouquidade nos trapaceam os
tantas ceas no paço e nas casas dos
- Tá, tá, tá! V. M. é o Relógio de Belas?
que a figura represente sua valia e sua
a pessoa polida deve fugir de que entre o
que se não quer desenganar? O sumo
escolher a minha sorte nunca morara em
correu o valido, do mesmo modo, e dizia
lhe está assinado no livro da vida, que se
da hora que para qualquer está
nos seus colchões de brandíssima pena,
Sobretudo vos
que teve jeito de ser algũa coisa, o
da Mesa de Santo Entrudo, fiz a maior
Furtava-lhe a volta e, sumindo o curso,
Goa e em boas horas nos entrará pela barra
gorda. A rês [RF57] mais bem medrada é que
gordo, nédio, luzente e untado, porque isto de
gorra nas conversações com pés de lã, como
gosta o sabor amargoso, já toma entojo ao leite
gostareis vós que eu vos saia? Sou esse
gosto. Boa ordem! E então, que só seja
gosto de seu gosto. Boa ordem! E então, que só
gosto! Dizem por cá, finalmente, que V. M. é
gosto ouvir lamentar a estes licenciados
gosto, que cada oficial deixe a sua tenda, cada
gosto!
gostosa como eram para mi as carreiras que
governa e assim eu me veja livre da lima e do
governa pelo Relógio das Chagas...
governada!
governam por eles, e assim vivem sempre ao
governam trazem seus relógios consigo, por
governando eles como querem a seus relógios
governasse a terra sobre a minha palavra. Eu
governava por tal fole de mentiras. Finalmente
governo do mundo? Se terão também disso a
gozadas e depois de perdidas, custa tanta dor
grã, com um sono tão quieto como se o relógio
graça tinha aquele escolar que consultava à
graciosa indecência com que disse um de nossos
graciosas e que parecem feitas acinte, nisto da
grado dos passageiros, não relojava cousa com
grande achado em tão boa companhia.
grande alívio é para nós o sabermos sem dúvida
grande auditório. Mas, finalmente, esforçado e
grande conciência o seu meio dia, a cujo som os
grande cousa é que as figuras vão atrás ou
grande culpa (a meu juízo) porque, por esta
grande e tão antigo cortesão, de quem a fama
grande estimação das horas, de sua significação
grande mercê, porque, ainda que não vivo
grande providência permite Deus haja entre os
grande que esses, com suas presunções e
grande serviço, atalhando assim prosas de
grande sumissão, escassamente dava as sete. E
grande ventura que um animal tão para pouco
Grande caso! Agora digo que não samos os
Grande. Primeiro, fazer minha vontade.
grandes [RF61] e os pequenos isto
grandes logo em suas horas, e que por isso se
grandes mostram que não são aqueles que se
grandes param e, se fazem mudança, é para
grandes: porque de ordinário, o corte não é do
grandes senhores que as quiseram muitos para
Grandes cousas tenho ouvido de seu bom gosto
grandeza, enquanto lha deixam, e depois olho e
grão limpo das palavra boas, honestas e
grau da sandice é perder-se um pelo ganho do
grimpa.
gritando: «parai senhor fulano, e dizei-me se
guarda na Torre do Tombo do alto céu, do qual
guardada.
guardado dos seus paramentos de finíssima grã
guarde Nosso Senhor como desejo, etc...
guardei para vo-lo apresentar. Pouco vai em
guerra porque, descompondo e fingindo sempre
guisava de tal sorte o movimento que chegava
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e mais barato lhes serviria de relógio a
anos. Tomei por devoção não dar à
as meias noites com procissão de
perdeu a saúde, sempre foi dele mais
do meu bairro era um cutelo de dois
estátuas como a Pedro de Malas Artes,
R. A. - Vilão sou; não
R. C. - Fígados
R. C. - Por isso se diz que não
Torre do Tombo do alto céu, do qual não
com as tuas horas. E leva crido que não
as doze quando eu despedia as nove. Não
mais faladas são as horas. Porque não
todos somos relógios e sabemos que não
Pouco vai em que vá errado se
se o estar sempre à dependura me não
se vê do meu campanário. Porque tal
estas são as justiças do mundo, donde
há procedido, sabendo-se como eu tenho
para que façam sua vontade. Mas não
- Dizeis o que há em vós, mas não o que
R. C. - Dizeis o que
ser tão pontualmente observado que não
que eu os castigasse com o regalo - que
o que melhor me pareceu foi o que ouvi
recebendo o aviso mais importante que
com a continuação e, no cabo, não
seus pensamentos, entre os quais não
Estai seguro de que não
R. A. - Ora de aí vem que das cousas que
nela, entre o entendimento e o céu
da vossa parte nessa parte que se me
esse interesse vós o lograi, pois de vós
R. A. - Dias
lhe chamaram vermelhas, e mulheres
nas faltas do seu relógio. Porque alguns
R. A. - Muito tempo
muito a dita e a outros a desgraça, não
divertir-me dos penosos cuidados que
Mas, como quem más manhas
pesa. Mas ouvi: penduraram-me [RF40]
mais que o vaso mau nunca quebra, não
R. A. - Não
ao meu consertador julgava digno de um
por tal a todos os viventes, para que não
de que as boas andanças são morgado que
com grande providência permite Deus
meia hora, a troco de que para ele a não
passado muitas horas, é força que
falece a reposta de seus embustes: se
mas os mesmos acertos, porque por aí
que se vazam em moldes: sempre
o pejo, e descalçai a vergonha, porque
e cifra de algũa cousa. Esta diferença
ofício temos: julgar a aqueles de quem
sois relógio velho da cidade por quem,
senão para o ferro velho, depois de
o miserável que já nunca mais pode
mais a entrar naquela da qual parece
aquela regra de «mouro, o que não podes
desonrando de caduco. Pois, sobre me
e obre na de seu vizinho. Dizei-me:
vezes me recolho e não dou as horas que
gula do sancristão ou a preguiça do cura.
gula nem à ociosidade nenhum adjutório. A uns
gulodices custosas e arriscadas. Em me
guloso, em se vendo são.
gumes. Nunca lhe dei hora a propósito de seus
Gusmán de Alfarache e Pablilhos el Buscón. A
há aí negá-lo, que é a peor das vilanias.
há aí tão danados que da água pura e clara
há alfaiate bem vestido. Nunca vereis menos
há apelação nem agravo. Certo vos digo que, se
há cá relógio, por mais alto que ele viva, que
há carreira de lebre do Alfeite tão gostosa
há cousa na boca dos homens tão frequente
há cousa que não tenha sua hora no mundo. O rir
há de parar em vossas mãos, ũa de mestre
há-de valer para tirar o medo de não morrer
há destes que, por teima de que seu vizinho não
há dias (como V. M. melhor sabe) que ninguém
há dias feito um contrato com o tempo: quito
há dúvida que sucedem cousas graciosas e que
há em mim que, assim tão mestre como me
há em vós, mas não o que há em mim que
há entre a gente mais pesada turbulência que
há gente tão extravagante no mundo que lhe faz
há muitos anos, bem longe de aqui, e me
há na vida. Pois, em estando a hora
há nenhum de nós que não dê seu par de
há nenhum tão cobarde que deixe de fazer sorte
há neste mundo cousa tão abatida que algũa hora
há no mundo mais faladas são as horas. Porque
há pequeno intervalo, larga distância entre a
há posto nos cascos que os maiores desmanchos
há procedido, sabendo-se como eu tenho há dias
há que eu conheço que muitos se queixam do
há que lhe chamam negras.
há que não cursam com estrondo e são como as
há que o tempo é esse! Ũa cousa vos digo:
há quem os despeça de sua larga companhia
há tantos anos me acompanham ou, por melhor
há tarde ou nunca as perde, ou fosse disto ou do
há trinta anos, não sei se é cheminé ou
há vasilha nenhũa destas que se não tenha por
há vilão que não saiba para seu proveito.
hábito de Cristo. Com os requerentes me não ia
haja algum tão impaciente que desespere de
haja de andar em sua família para sempre, sem
haja entre os homens estes enganos, ordenando
haja nem para el-rei tal enfadamento? Ora
hajam passado muitos dias, semanas, meses
hão-de casar ou não com fulano, e se sicrano
hão-de começar a emendar-te, que é manha dos
hão-de trazer a própria forma da matriz em
haveis de saber que nesta casa em que estamos
haveis de saber que vai de figuras a pessoas
havemos de ser julgados! Antes fora caveira de
havendo passado muitas horas, é força que
haver em vão tomado mil suores de fornalha
haver para ele ũa hora de ditoso.
haver partido! Consenti-me tornar atrás; e
haver...» Romaria que se prometeu correndo
haverdes ouvido toda esta pregação dos bens da
haveria maior confusão em ũa república, por
havia de dar, só porque não lembre a ninguém
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em vendo reluzir o prato de ovos, não
não servir para bodas nem mortuórios,
me desmentiam a cada hora, contudo
dos matutinos, fui peçonha. E solicitador
das tripas coração, sabendo que não
gabo eu que tinha as bênçoas certas. Tal
com tão alto discurso. Certo que não
algum tão desapiedado que disse não
palavra. Eu, vendo-me donde nunca me
a leitores, dizendo-nos de si o que nós
Sendo assim que nós já de arrependidos
mentiras e trapaças de aquele tacanho eu
pois, de hoje por diante, já sei como
me fundam, mas que me confundam, eu
muitos mais com raivas que lhes
mandamento jantar às onze horas,
vezes, cá pelas minhas mossas de ferro,
é melhor para dar que para ter. Muito
e seus costumes, mora a superstição e
de desgraciado. Salvo se sois de uns
R. A. - Melhor estou com a
A. - Que mais claro se pode ver, que nas
o que os homens lhe constituem, que
como sou relógio, que no tempo de
e valiam então tão pouco como dizeis. E
com pedras negras; e como ainda
hora o ler por sentença, e vamo-nos
mas consertado para sempre, pois, de
concedeu lho pode negar e a figura que
Porque, considerai vós agora se um
que podia. Já como eu soubesse que
e precipitar-se. Digo-vos que, se fora
como lá dizem, se quereis conhecer o
relógios consigo, por ser insígnia do
pequena. Nas audiências del rei, aí era
da mulher que, por não tratar outro
a sobejidão do amor da vida, e o
como o considero, acho cousa indigna de
R. C. - Mofino
homem só o envestem seus inimigos, ao
que, do próprio modo que ao
alcaides à porta. Vendo-se, pois, o triste
Donde procede trocarem os
os campos, as sementeiras e tal vez os
R. C. - Parece que se houve Deus com os
lhes fazia o Relógio. A cegos rezadores,
aproveitará, porque esse livro lêm os
estarão aí menos em seu lugar do que os
em carga. Na terra é do mesmo modo; os
danados? Pois o próprio sucede entre os
providência permite Deus haja entre os
de ũa cor própria. A superstição dos
nunca têm outro valor salvo o que os
lá ia tudo! Tende por certo que, entre os
corre a ferrugem pelas rodas, como aos
deminuírem; murcham-se e caem. Em os
e experiência, não basta para fazer
deve de ser de engenho de nora, donde os
por certo que, assim como todos os
cousas que se prezaram, e faz como os
R. C. - Olhai: os
horas. Porque não há cousa na boca dos
procede que não é fora de rezão que os
havia doze horas na minha tabuada do sábado
havia mil anos que estava na tenda: porque os
havia ministros tão meus afeiçoados que
havia na vizinhança tão presumido de bem
havia outro remédio e que o mestre me achava
havia que ao meu consertador julgava digno de
havia sabido que éramos capazes de fiar tão
havia vingança como a de ũa ruim fama; porque
havia visto, como não fora outra vez gente
havíamos de dizer deles. Para ũa só acção vos
havíamos trocado os humores e os propósitos
hei-de ser quem as pague! A fama de mentiroso
hei-de ser relógio, que até agora o não sabia.
hei-de tanger sempre a verdade!
hei feito do que tem com madrugadas o seu
hei feito tais trapaças e de tão bom humor que
hei notado que de contínuo os baixos pagam os
hei visto; e, se vos servem algũas das minhas
hipocresia. Preguntai que mais virtude pode ter
hipócritas de desaventuras que, por se fazerem
história do pano azul que com a comparação do
histórias que me contastes de aqueles dois
hoje lhe dão e amenhã lho tiram. De modo que
hoje mais houvera de fazer por ser menos do
hoje, mudaram o valor, o estado
hoje [RF63] nas confrarias se usa dados os
hoje por carta de nomes. Como é o nome de V
hoje por diante, já sei como hei-de ser relógio
hoje se representa muito magnífica, amenhã se
homem bailasse à hora de comer, e comesse à
homem casado com mulher brava e ciosa
homem como sou relógio, que no tempo de hoje
homem, dai-lhe mando.
homem de estado, os quais eles temperam
homem e aí era a sua total desesperação deles
homem, entendia que todos tinham péssimo bafo
homem fosse perdendo o receo à morte, pela
homem prudente (quanto mais cristão!) que, só
homem! Quantos eu conheço que por isso mesmo
homem só o assaltam seus pensamentos, entre
homem só o envestem seus inimigos, ao homem
homem tão afligido, apelou da violência para a
homens as horas às cousas e, desta troca
homens, as paixões que passam as estrelas no
homens como as mães com as crianças que
homens de almas, aguardenteiros e vendedeiras
homens desde o princípio do mundo sem que
homens desenganados escondidos pelas tocas
homens desmancham o mundo, e os relógios
homens. Donde, em nossos tempos, já houve
homens estes enganos, ordenando que assim
homens lhas pinta como quere porque, não
homens lhe constituem, que hoje lhe dão e
homens, o mesmo sucede cada dia. Não se
homens o sangue pelas veas.
homens passa da mesma maneira: os que são
homens peritos, como cá cuidamos. Depois que
homens são alcatruzes: uns cheos, outros
homens são de barro, os relógios são de ferro e
homens se despeçam da vida não só com
homens, segundo temos discorrido, são
homens tão frequente como «em boa hora»
homens tratem tal vez de seu cómodo e tal de
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que entre o grão limpo das palavra boas,
Mas nada do que digo abate a
o rei dos pássaros, o levasse no colo tão
de vossa sorte, que assim fazem os
partir para a Índia à sua hora e se à sua
a armada, [RF66] a nau chegará em boa
se fizer à sua hora e a mercê à sua
um cutelo de dois gumes. Nunca lhe dei
a um destes na audiência e cercear meia
- Desta maneira: nunca dava hora com
se de essa laia é o vosso pano, em boa
as serpentes em flores, até que, algũa
R. A. - Desta maneira: nunca dava
por nobre e altiva que seja, tem sua
de [RF46] area me desmentiam a cada
se viu que muitos sábios requestaram a
sempre lhes ouvimos oferecer a Deus a
por isso mesmo recebeu do Padre aquela
do descansar, se se pusesse ao sol à
(quer fosse ou não chegada a sua
horas; e sendo estas já mais perto da
e que parecem feitas acinte, nisto da
vós agora se um homem bailasse à
dava de esporas ao passeo e, em meia
que já nunca mais pode haver para ele ũa
sombra à hora do soalheiro, se andasse à
à hora de estar parado e se parasse à
comesse à hora do dormir, e dormisse à
sua própria vontade que a essa mesma
as horas da vida, só querem dar a Deus a
sagrado coronista, chamou hora sua à
Pois em verdade que este estatuto da
tamalavez, com a idade lhe chega sua
que há na vida. Pois, em estando a
à hora de negociar, e negociasse à
bailasse à hora de comer, e comesse à
assi, vemos fazer lembrança da
ao sol à hora da sesta e se à sombra à
a fome e a fartura, tudo tem sua
que direi? Se a justiça se fizer à sua
isso? Se a nau partir para a Índia à sua
ter ũa de suas orações a tal que a tal
dos homens tão frequente como «em boa
Choravam-se, diziam mal à sua vida, a
as culpas sumárias até que, chegada a
R. A. - Merecia tal dia e
como pudesse. Chegada a primeira
como «em boa hora», «em má
eu ser aldemenos o relógio que tal
valia desta obra. Quanto ela algũa [RF32]
disse o Evangelista S. João; em a qual
más», «vinde com as horas boas», «ũa
e o pobre do relógio, quebrando-lhe a
que não há cousa que não tenha sua
ou não chegada a sua hora) dar-lhe com a
S. João que também Cristo teve sua
já vinha com elas. Durava apenas uma
irmã da firma. Mas deixemos para outra
modo, se o exército for pago à sua
sesta. O mesmo ferro agudo dá vida na
na hora que abre a postema, e mata na
lá em cima, o mesmo é dar um de nós a
desespere de saber a infalibilidade da
honestas e significativas se entremeta a
honra da memória e nome de nossas horas
honradamente. Seguimo-lo com os olhos, todos
honrados.
hora a for esperar a armada, [RF66] a nau
hora a Goa e em boas horas nos entrará pela
hora, a justiça parecerá bem e a mercê melhor
hora a propósito de seus propósitos; porque
hora, a troco de que para ele a não haja nem
hora. Ainda os louros raios do sol não pungiam
hora cá viestes.
hora, cansado de brincos, reduzia anjos
hora com hora. Ainda os louros raios do sol não
hora, como vamos averiguando; e que corre por
hora, contudo havia ministros tão meus
hora da morte, e alguns da gentilidade
hora da morte. Mas Cristo, como sacrificou a
hora da morte para Si sòmente e lhe chamou
hora da sesta e se à sombra à hora do soalheiro
hora) dar-lhe com a hora nos focinhos a um
hora de cada qual que as outras passadas, da
hora de cada um. Que me dizeis a outro velho
hora de comer, e comesse à hora do dormir, e
hora de conversação, choviam horas sobre eles
hora de ditoso.
hora de estar parado e se parasse à hora de ir
hora de ir caminhando, vede que tal seria sua
hora de negociar, e negociasse à hora do
hora de sua morte chamou só, em sua vida
hora de sua morte. Por esta causa, quando aos
hora de sua morte.
hora de todos e de tudo deve ser tão
hora de velhice, contra quem não valem todos
hora determinada lá em cima, o mesmo é dar
hora do descansar, se se pusesse ao sol à hora
hora do dormir, e dormisse à hora de negociar
hora do nascimento e da morte dos justos e
hora do soalheiro, se andasse à hora de estar
hora; donde procede que não é fora de rezão que
hora e a mercê à sua hora, a justiça parecerá
hora e se à sua hora a for esperar a armada
hora? E velha conheci já que ensinava às moças
hora», «em má hora», «ide com as horas
hora em que naceram e o costume da Corte
hora em que sua liberdade fez termo, eis que
hora engastoada em ouro!
hora, escumei a voz e compus o movimento
hora», «ide com as horas más», «vinde com
hora lhe desse.
hora montar na estimação de aqueles que lhe
hora morreu tanto por sua própria vontade que
hora muito fermosa», «nas horas de Deus»
hora na boca, houve de ser o culpado na
hora no mundo. O rir, o chorar, o trabalho e o
hora nos focinhos a um enfadonho e chafurdá-lo
hora, notificando-a por tal a todos os viventes
hora o expediente dos tribunais. E suposto que
hora o ler por sentença, e vamo-nos hoje por
hora, poderá o soldado comer e servir a suas
hora que abre a postema, e mata na hora que dá
hora que dá a estocada. As faltas da
hora que dar a contra-senha à morte ou à
hora que o está esperando, como hora sua.
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nenhum duvidara, ou se esquecera da
dais para os outros, só para vós falta ũa
se diz, vulgarmente, que tudo tem sua
que, das dez às onze, não punha meia
ao pé do pelourinho? Não vale nada esta
neste mundo cousa tão abatida que algũa
fanforrice que o ditoso não queira algũa
e por ele seu sagrado coronista, chamou
da morte para Si sòmente e lhe chamou
de sua morte chamou só, em sua vida,
da hora que o está esperando, como
R. A. - Par Deus! Tal
à gente que fosse de cera? De aí, má
me dizem que saíu agora que chamam «
sucessivas», «são horas», «a que
«as horas sucessivas», «são
Pois logo eu a estas as socorria com
as cousas que fazê-las fora de suas
poltrões era a própria diligência. Quatro
«nas horas de Deus», «logo nessas
Donde procede trocarem os homens as
com as horas más», «vinde com as
vemos nela cada dia celebradas as sete
que andais errado, que não dais as
ventos, mortos, acatarroados e fora de
república, e fazerem que os mais dessem
de maior realço ao ofício e nome das
descompondo e fingindo sempre as
relógios, quem se entendera com as
sacrificou a Seu Eterno Pai todas as
temos discorrido, são sôfregos das
tomam e gastam por sua conta todas as
Valha-me Deus! Sendo relógio que tantas
boas», «ũa hora muito fermosa», «nas
estugado, sempre lhes dava desgosto nas
muitas partes faz grande estimação das
sorte o movimento que chegava ele duas
sobre a ligeireza com que passam as
de feição que, nas vinte e quatro
se a justiça se faz ante tempo e fora de
da mesma maneira ouve agora estas
de afectos, o querem também ser das
se costumava a entrar às sete
desde que somos relógios, damos
«a que horas», «a desoras», «fora de
fazer as cousas grandes logo em suas
que somos relógios, damos horas e mais
por quem, havendo passado muitas
de certo, companheiro, que a fruta das
R. C. - Vai-te embora, ora, com as tuas
ditos, vindo com as horas muito a suas
a gente em nenhũa outra cousa que nas
escolar que consultava à candea que
deixavam estar departindo outras nove
que para eles não corre o tempo nem as
por onzeno mandamento jantar às onze
R. C. - As cores das
ouviam então dar a ũa ou as duas
boa hora», «em má hora», «ide com as
sair e recolher-se da campanha a suas
de monção e para tudo faltos de
de que as minhas horas nunca fossem
como quereis que entenda isto que dizem
hora que para qualquer está guardada.
hora!
hora.
hora.
hora?
hora se não veja levantada. A roda que se lhe
hora ser mofino, persuadido de que as boas
hora sua à hora de sua morte.
hora sua, como por ele disse o Evangelista S
hora sua. Mas isto basta de mandato, e sirva de
hora sua.
hora teve bom gosto!
hora, vem o ordinário descontentamento em que
Hora de todos», que, com galantaria digna de
horas», «a desoras», «fora de horas» e
horas», «a que horas», «a desoras», «fora
horas a tempo nem a horas!... Todas as trazia
horas. A sangria é saudável na crecença do dia
horas antes do [RF49] dia os mandava
horas», «as horas peremptórias», «as horas
horas às cousas e, desta troca, todos os
horas boas», «ũa hora muito fermosa», «nas
horas canónicas; assi, vemos fazer lembrança
horas certas!».
horas, cheos de sono, vazios de dinheiro. Enfim
horas como relógio.
horas confessar um tal coronista como S. João
horas da comida, lhe dei mil azos a mil
horas da nossa terra? Mais horas tivera então
horas da vida, por isso mesmo recebeu do
horas da vida. Reservam todas para si afim de
horas da vida, só querem dar a Deus a hora de
horas dais para os outros, só para vós falta ũa
horas de Deus», «logo nessas horas», «as
horas de seus passatempos. Tafuis não tinham
horas, de sua significação e de seu nome. Assim
horas depois do regedor e presidente serem
horas do contentamento, vendendo-lhes eu gato
horas do dia, minha boca se não despregava
horas e a mercê fora de tempo e desorada, nem
horas e as esquece, que esqueceu e ouviu
horas e cada um as tinge à sua vontade; mas
horas; e, em sendo tempo de que as desse, eu
horas e mais horas; e sendo estas já mais perto
horas» e outros mil modos de dizer. Como se a
horas, e que por isso se fazem nas horas
horas; e sendo estas já mais perto da hora de
horas, é força que hajam passado muitos dias
horas é melhor para dar que para ter. Muito hei
horas. E leva crido que não há cá relógio, por
horas. E porque o adro da minha igreja já de ab
horas empregasse o sentido. Até os
horas eram pelo relógio do sol.
horas. Eram já as doze quando eu despedia as
horas fazem seu ofício, só porque não ouvem o
horas, hei feito tais trapaças e de tão bom
horas lhes dão os sucessos, como já foi
horas - livre-nos Nosso Senhor! - não faltava
horas más», «vinde com as horas boas», «ũa
horas. Mas que será se tudo isso for ao revés
horas, me amaldiçoavam pela boca pequena. Nas
horas minguadas, muitas vezes me sucedeu que
horas minguadas? Porque já me teve este ponto
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em seus ditos, vindo com as
reluzir o prato de ovos, não havia doze
E tal houve que disse tinha sempre as
enxarceando ũa patranha que, em quatro
nau chegará em boa hora a Goa e em boas
Deus, está nas nossas mãos ou nas das
de liberal, a troco de que as minhas
impertinente estava marcando as
de Deus», «logo nessas horas», «as
Até os matemáticos diz que chamam
que há no mundo mais faladas são as
suas horas, e que por isso se fazem nas
do Paço não podia ter dado as nove
que às vezes me recolho e não dou as
de se não fazerem as cousas a suas
poderá o soldado comer e servir a suas
em meia hora de conversação, choviam
horas», «as horas peremptórias», «as
com as horas da nossa terra? Mais
as socorria com horas a tempo nem a
a honra da memória e nome de nossas
os homens. Donde, em nossos tempos, já
- No tempo dos últimos reis de Portugal
relógio, quebrando-lhe a hora na boca,
R. C. - Parece que se
algibeira [RF42] mas no estâmago. E tal
e mofinos todos ficam iguais. Para todos
sou relógio, que no tempo de hoje mais
e, posto que outro inconveniente não
R. A. - Oxalá de essas
às calmas? Se entre o dia e a noite não
e saúde. Se entre o inverno e verão não
R. A. apartar-se liberalmente das felicidades
oferta que vos faço, enviando-vos este
hei feito tais trapaças e de tão bom
já de arrependidos havíamos trocado os
R. A. - Mas, como vos
que, quando algum de aqueles poltrões
e sem travessa. Um vinha, o outro
de Cristo. Com os requerentes me não
a tochas, que ardiam até os cotos, e lá
em se descuidando tamalavez, com a
«em boa hora», «em má hora», «
R. C. - Com palavrinhas doces me
R. A. - Lembra-me agora, por isso que
depois do regedor e presidente serem
e, como ninguém quer mostrar que
R. C. - Porque vendem a sua
a suas horas. E porque o adro da minha
já ouvi dizer a um pregador, na minha
eu muitas vezes dou fé que ouvi na minha
e nome de nossas horas, vendo que a
como vós, das portas adentro com a
desalmados, destes que acodem às
destes que fabricam tarjas de cera para
fosse assim sublimado à vista de seus
do ano, ditosos e mofinos todos ficam
fora de casa na conversação escusada ou
se serve, ela os realça, levanta e
que se engendraram. E, quando esta seja
em que estamos se vem a curar os mais
Se isto algũa vez foi verdade, na
horas muito a suas horas. E porque o adro da
horas na minha tabuada do sábado para o
horas na ponta da unha porque, com ela
horas, não acabaria de aparelhar e se neste
horas nos entrará pela barra dentro, dando-me
horas, nossas filhas. Que importa a Dona Fulana
horas nunca fossem horas minguadas, muitas
horas para dar assalto em casa do regedor ou
horas peremptórias», «as horas sucessivas»
horas planetárias, até os físicos críticas, e até
horas. Porque não há cousa na boca dos homens
horas próximas, que é quando podem ser
horas (que é a taxa de todo o cativo do
horas que havia de dar, só porque não lembre a
horas.
horas, sair e recolher-se da campanha a suas
horas sobre eles. Punha-se-me ũa alma nova
horas sucessivas», «são horas», «a que
horas tivera então um dia que agora um ano!
horas!... Todas as trazia em um vivo enleo e
horas, vendo que a Igreja, não só santa mas
houve algum tão desapiedado que disse não
houve cá um valido muito discreto (como era
houve de ser o culpado na madorra do valhaco e
houve Deus com os homens como as mães com
houve que disse tinha sempre as horas na ponta
houve verão e inverno, frio e calma e, assim ou
houvera de fazer por ser menos do que por ser
houvera que esse de estar sujeito um relógio de
houvera todas as necessárias!
houvera um e outro crepúsculo, que vista se
houvesse de ũa banda o outono e da outra a
Hui! Também lá chegam esses desmanchos?
humanas em meio delas, se, ainda depois de
humilde conceito que ũa vez cá me entrou na
humor que me puderam levantar estátuas como
humores e os propósitos. Porque o Relógio do
ia dizendo...
ia enxarceando ũa patranha que, em quatro
ia. Tanto que o requerente (ou despachado) viu
ia tão bem porque os mais, vendo-se
ia tudo! Tende por certo que, entre os homens
idade lhe chega sua hora de velhice, contra
ide com as horas más», «vinde com as horas
ides desonrando de caduco. Pois, sobre me
ides dizendo, o que lhe vi suceder a um cágado
idos. Era um gosto ouvir lamentar a estes
ignora o que outro mostra que sabe, fica-lhes
ignorância por mistério; e, como ninguém quer
igreja já de ab initio não é mais que ũa torreira
igreja, que cada um é obrigado a conhecer-se.
igreja) que Cristo Nosso Senhor, e por ele seu
Igreja, não só santa mas sapiente, em muitas
Igreja, sempre lhe fui afeiçoado e, por parte
igrejas ao domingo por cumprimento, se em vez
igrejas. Estava-o vendo trabalhar em um eirado
iguais e que a mais nobre das aves, o rei dos
iguais. Para todos houve verão e inverno, frio e
ilícita, então era o meu repouso; dormia como
ilustra de tal modo que agora nos parecem altos
ilustre, pouco importa que a matéria o não seja
ilustres relógios da Corte e reino.
imaginação dos solitários se verefica. Persuado
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que disse um de nossos discretos que a
a princípio vos disse) de par em par a
conceito que ũa vez cá me entrou na
os viventes, para que não haja algum tão
e que lhe não valha o ser rei sábio e
orações de frades descontentes,
me dava o faro de que algum bacharel
ou nas das horas, nossas filhas. Que
[RF38] R. C. - Pois que
E, quando esta seja ilustre, pouco
vão sempre recebendo o aviso mais
- Certo que, ainda que esta vinda me não
na hora que dá a estocada. As faltas da
e mandavam que me endireitasse; cousa
mais bem medrada é que faz maiores
enxira na árvore dos sinos de S. Pedro
nas mãos do fim, duro, pesado e
Chagas. Era ele boníssima pessoa e muito
e badulaques que inventou a vaidade e a
pode já ser relógio; e, posto que outro
nos dá a solidão que, apesar de esses
Senhor: Já ouviríeis a graciosa
senão isso? Se a nau partir para a
ou não com fulano, e se sicrano vem da
isto creo, como o considero, acho cousa
R. A. - Si, senhor, ainda que
de nós pôde ser bom seu pensamento,
alcançou o ofício por maus meos, do qual
tão afligido, apelou da violência para a
tão impaciente que desespere de saber a
viam ir subindo, vendo-se eles ficar tão
para a ruína; os que se vem em estado
e o que de si é bom, posto em ruim parte
despede, senão benignos, moderados os
na vizinhança tão presumido de bem
as de ouro valem pouco, quando
viva, que, por forrar de sobressaltos e
modo que ao homem só o envestem seus
minha verdade, não descansaram meus
fama; porque, tendo cada pessoa mais
E porque o adro da minha igreja já de ab
bem obrasse, com condição que me não
emendado o desconcerto, curando-se a
de tal modo que à calúnia cedeu a
sua revolução. Deram-lhe na trilha ao
Mas que proveito conseguistes dessa
trazem seus relógios consigo, por ser
se lhe não dará de prazo ou espera um só
Se todos já como eu se acharam tão bem
as luzes ou com as sombras, passando
este papel com nova esperança de
podem dar preço, a vós se deve e esse
Fazem a
Fazem a
maneira, e ainda muito mais necessária,
respira, sem lhe querer relevar o menor
entre o entendimento e o céu há pequeno
o levantou nas mãos, não com pequena
me dá passo a raiva e a inveja sem
R. A. - A esses tenho
que o tempo me dá passo a raiva e a
valem todos os estofos e badulaques que
e vadios, de verão à sombra e de
imaginação era curral do concelho donde, por
imaginação, não tornei mais a entrar naquela da
imaginação, por achar a porta aberta, e entrou
impaciente que desespere de saber a
imperador potente nem o mandar prender o
impertinências de velhas lagrimosas, que vem a
impertinente estava marcando as horas para
importa a Dona Fulana ser toda uma tabuleta de
importa? Farão de mim campainhas e então lhes
importa que a matéria o não seja. Estátuas
importante que há na vida. Pois, em estando a
importara mais que [RF67] ouvir-vos, eu dera
impossibilidade são mais desculpáveis que as da
impossível, por quem já disse o ditado
impulsos ao cutelo do carniceiro; e ainda da
in Vaticano. Fazei de vos prezar de vossa sorte
incerto.
inclinado à rezão e, como dos passados
incontinência. Porque a prata se marea, o ouro
inconveniente não houvera que esse de estar
inconvenientes, quem ũa vez a experimentou
indecência com que disse um de nossos
Índia à sua hora e se à sua hora a for esperar a
Índia com bons ou maus propósitos ou apalavrou
indigna de homem prudente (quanto mais cristão
indigno.
indo sempre ambos correndo à trocada: eu
indo tomar posse lhe resvala um pé à mula e dá
indústria. Vem e que fez? Pois não faz nem
infalibilidade da hora que o está esperando
inferiores a seu parceiro. Julgavam por grande
ínfimo procuram avantejar-se, e tanto se
influi nocivamente. Ao contrário, também
influxos. Para que é mais? Os mesmos números
informado nas cousas curiais que, ouvindo de
informes.
ingratidões, se não fora antes ser badalo nas
inimigos, ao homem só o assaltam seus
inimigos até não darem comigo em casa deste
inimigos que amigos, sempre eram mais os que
initio não é mais que ũa torreira de mentirosos
injurie pelo que fizer a seu descontentamento
inocência do relógio e ficando em seu ponto a
inocência, e o pobre do relógio, quebrando-lhe a
inocente mas não ao pecador que, pondo em pés
insânia?
insígnia do homem de estado, os quais eles
instante além de aquele que lhe está assinado no
instruídos no que lhes convém, nenhum
intempestivamente da claridade às trévoas e
interesse - bordão de todas as obras -; porque
interesse vós o lograi, pois de vós há procedido
interlocução um Relógio da Cidade e outro da
interlocução
interpôs a Providência a velhice entre a vida e
intervalo de que na vida lhe não faça desconto
intervalo, larga distância entre a vida e o
inveja das rãs e de outros cágados que o viam
inveja nem raiva, muito quietamente.
inveja porque, ao menos, está em sua mão
inveja sem inveja nem raiva, muito
inventou a vaidade e a incontinência. Porque a
inverno ao soalheiro, sucedia que, quando algum
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brio, esforço e saúde. Se entre o
ficam iguais. Para todos houve verão e
que, querendo voar por donde basta
de estar parado e se parasse à hora de
das rãs e de outros cágados que o viam
os pés à conversação - alce Deus sua
R. C. - Nem a nota
el Buscón. A estes confrades da vianda,
remédios senão depois que os danos são
- Em vão se cansam e se defendem que
a suas horas. Mas que será se tudo
homem! Quantos eu conheço que por
Eterno Pai todas as horas da vida, por
e cada um as tinge à sua vontade; mas
a mão que cuidava dele; e que, por
não atina? Donde eu cuidei já que, por
todos nos crem e nenhum nos adora. Por
quisera saber desse. Mas dizei-me: virá
R. A. - Lembra-me agora, por
[RF54] Mas o que me conforta é que por
R. C. - Por
sem que se possa perder nem alhear. Por
grandes logo em suas horas, e que por
ora, Deus! Que vos estou dizendo senão
badaladas como galantes; mas não é
em alto estado, eu vos fico que nem por
R. A. - Por
R. C. - Tendes rezão; e por
cada vez lhas fazia peor. Já namorados!
R. A. [RF55] respondia, correndo: «si senhor,
portas, todo o animal tinha entrada. Se
chamou só, em sua vida, hora sua. Mas
que, se os grandes [RF61] e os pequenos
termo e cume desta costa. E porque eu
gordo, nédio, luzente e untado, porque
outra torre maior e mais alta - que
«parai senhor fulano, e dizei-me se
já vestiram os reis e as princesas? Pois
Porém, tudo
parte. Porém, como quereis que entenda
vos trouxeram aqui à força. É mais que
por quem se me azaram tantos males. A
menos) o crédito do contrário duvidoso.
R. C. do contrário duvidoso. Isto apeteces?
de tudo entendeis algũa cousa, ouvistes
de muito má figura conheço eu que as vi
lugar em que o vemos. Até no céu (ouvi
departindo outras nove horas. Eram
dos sinos da minha freguesia. Se todos
eu também jazia por travessuras, mas
horas. E porque o adro da minha igreja
era murmurado. Sendo assim que nós
que nunca pagava; por onde diziam
cousa impossível, por quem
que se estiram. Enfim, tudo aquilo que
do sol não pungiam nos beiços do Oriente
R. A. - Deixai-me
das horas lhes dão os sucessos, como
os homens. Donde, em nossos tempos,
damos horas e mais horas; e sendo estas
isto que dizem horas minguadas? Porque
inverno e verão não houvesse de ũa banda o
inverno, frio e calma e, assim ou assim, jantar
ir andando, venham a resvalar e precipitar-se
ir caminhando, vede que tal seria sua vida, sua
ir subindo, vendo-se eles ficar tão inferiores a
ira! - então começava o diabo do charlatão a
irmã da firma. Mas deixemos para outra hora o
irmãos da Mesa de Santo Entrudo, fiz a maior
irremediaves. Nada lhe valeu até lhe mandarem
isso, depois de Deus, está nas nossas mãos ou
isso for ao revés? Pois que direi? Se a justiça
isso mesmo medram: uns por tomarem os
isso mesmo recebeu do Padre aquela hora da
isso não lhes val.
isso, o mundo [RF52] andava tão ajustado
isso, o pintaram com os olhos cobertos, como
isso, o pintor, agudamente pintando um relógio
isso, por ventura, de que os mais relógios da
isso que ides dizendo, o que lhe vi suceder a um
isso são figuras. Adverti que, já neste sentido
isso se diz que não há alfaiate bem vestido
isso se diz, vulgarmente, que tudo tem sua hora.
isso se fazem nas horas próximas, que é quando
isso? Se a nau partir para a Índia à sua hora e
isso senão que nos corre a ferrugem pelas
isso tina peor a vossa campainha - quanto mais
isso tu cá vens por mentiroso... Diz que a
isso um pintor astuto, mandando-se-lhe pintar
Isso foi ũa só cousa! Fiz deles gato sapato
Isso não por mim, que decendo de mui nobre
isto agora é verdade, que o passado era
isto algũa vez foi verdade, na imaginação dos
isto basta de mandato, e sirva de maior realço
isto considerarem como convém, que, em vez
isto creo, como o considero, acho cousa indigna
isto de falar à vontade de cada um é mais sadio
isto é o que tem de peor as casas dos príncipes
isto é verdade». O requerente, sem parar, lhe
isto mesmo é agora um sesudo.
isto não era nada em comparação do que lhe
isto que dizem horas minguadas? Porque já me
isto?
isto vim, nesta afronta me vejo. Notai como
Isto apeteces? Isto solicitas?
Isto são termos sem cunhos nem cruzes, que se
Isto solicitas?
já algum prègador que a desse, correi pela
já andar atrás doutras muitas figuras,
já aos astrólogos da minha aldea) são os
já as doze quando eu despedia as nove. Não há
já como eu se acharam tão bem instruídos no
já convalecido, quando começam a vir recados
já de ab initio não é mais que ũa torreira de
já de arrependidos havíamos trocado os
já dele os Foliões da Arruda que assi desfizera
já disse o ditado castelhano, que «solo Diós
já é, não cuida de ser; e tudo aquilo que ainda
já eu escascava o meio dia. Era alta noite
já fenecer o meu conto.
já foi costume de algũa gente antiga que aos
já houve algum tão desapiedado que disse não
já mais perto da hora de cada qual que as
já me teve este ponto tão escrupuloso que
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avesso. Porque os viandantes, vendo-o
donde nos vemos e donde dizem que
é que por isso são figuras. Adverti que,
porque, na comédia do tempo, tais são
desconfiança cuidar o miserável que
R. C. - Antes
a tal que a tal hora? E velha conheci
R. A. - Dizia eu agora (
mesmo Amor não atina? Donde eu cuidei
não queria receber tanto. Mas contudo
para sempre, pois, de hoje por diante,
R. C. - Tente mão:
Amigo, não vos canseis que se não pode
da criatura e gosta o sabor amargoso,
Ou um sainho de palmilha, como
até as onze, antes que fossem bem dez
menos eu lhe queria dar aquela que podia.
e de os ouvir e cada vez lhas fazia peor.
Senhor:
R. C. R. C. Belas, crede que vos falo verdade, que
e cursava todo o dia e noite sem atinar
que se prometeu correndo tromenta
pelas untar ao carro de seu proveito;
por ter cuidado de meus descuidos.
que tem como por onzeno mandamento
senhores que as quiseram muitos para o
inverno, frio e calma e, assim ou assim,
por casa do mestre, donde eu também
todas as obras -; porque, desde que teve
traziam a outros e outras cachopas de S.
sua, como por ele disse o Evangelista S.
confessar um tal coronista como S.
sirvo cá na cidade senão de escárnio e
pés de lã, como sevandilhas em casa de
será bom que nos vejamos os
cepo, em vez de entreterem com seus
significativas se entremeta a ervilhaca e
e tenho experimentado nesta primeira
descontentamento. Tomo-vos por meu
Desembargador dos Agravos,
que estou de fora, se tenho os pesos ou o
R. A. - Esse
nenhum deles tem grande culpa (a meu
julgar a aqueles de quem havemos de ser
dos mais que, a cada passo, em o que
resoluto a fazer. Cansado ofício temos:
Tal havia que ao meu consertador
eles ficar tão inferiores a seu parceiro.
do Paço, tão desordenada que ninguém o
a um alveitar que vivia
podem ser. Também ali vive o batifolha
mil falsos testemunhos, tantos que,
R. C. que, desmentindo o sol o seu relógio,
conta de nosso ofício e dentro da nossa
R. A. em seu lugar, mestiça, filha de baneane.
pagam os encontros dos altos, que é
mercê fora de tempo e desorada, nem a
nem a justiça escarmenta como
já mestre de relógios, não ferravam na sua
já não sairei senão para o ferro velho, depois
já neste sentido de que nenhum dos caracteres
já nossos tempos e feitos, que todos podemos
já nunca mais pode haver para ele ũa hora de
já ouvi dizer a um pregador, na minha igreja
já que ensinava às moças que as pragas rogadas
já que nós podemos tanto) se lhe seria a um de
já que, por isso, o pintaram com os olhos
já se sabe que é demasiada fanforrice que o
já sei como hei-de ser relógio, que até agora o
já sei que vos trouxeram aqui à força. É mais
já ser relógio; e, posto que outro inconveniente
já toma entojo ao leite que por tão suave
já vestiram os reis e as princesas? Pois isto
já vinha com elas. Durava apenas uma hora o
Já como eu soubesse que homem casado com
Já cuidei, certo, à vista deste e de maiores
Já namorados! Isso foi ũa só cousa! Fiz deles
Já ouviríeis a graciosa indecência com que
Já sei o que vem: erguerem-se as tripeças
Já vos disse que o fim das cousas era cousa das
jamais andei de amores com o meu
jamais com minha obrigação. Donde vi que a boa
jamais foi cumprida. Doente que fez propósito
jamais me limpou, temendo sujar-se. E, então
Jamais me untou as rodas, pelas untar ao carro
jantar às onze horas, hei feito tais trapaças e
jantar de muitos anos. Tomei por devoção não
jantar e cea. Os prósperos e os desgraciados
jazia por travessuras, mas já convalecido
jeito de ser algũa coisa, o guardei para vo-lo
João, às quartas feiras, e da Virgem do Monte
João; em a qual hora morreu tanto por sua
João que também Cristo teve sua hora
jogo da gente, ou alvo da perseguição e o negro
jogo. Por onde toda a pessoa polida deve fugir
jogos, como bons parceiros. A que vindes a
jogos, são proluxos e daninhos contra quem os
joio desses anexins próprios de regateiras.
jornada, Marrocos por Marrocos, melhor é o
juiz conservador, para que lhe façais observar
Juiz da
juízo em seu lugar, sofro que a figura
juízo não é seguro em os que como nós estão
juízo) porque, por esta própria razão que a uns
julgados! Antes fora caveira de relógio, se na
julgam de seus escritos, se nos convertem de
julgar a aqueles de quem havemos de ser
julgava digno de um hábito de Cristo. Com os
Julgavam por grande ventura que um animal tão
julgou à vida.
junto de mim, o qual aceitou logo a comissão
junto do sapateiro. Porventura, porque se não
juntos à ruim suspeita que o povo do meu bairro
Jurais vós de manter silêncio?
jurava e trejurava que o sol era errado?
jurisdição o sermos executores da taxa que
Juro pelo alto sol que nos governa e assim eu
Juro-vos que a toda esta canalha fui falsário e
justiça de canhoto ou esquerda justiça. Opõem
justiça escarmenta como justiça, nem a mercê
justiça, nem a mercê obriga como mercê
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que é justiça de canhoto ou esquerda
fizer à sua hora e a mercê à sua hora, a
bem e a mercê melhor. Mas, se a
isso for ao revés? Pois que direi? Se a
Porém, vós, em tudo não só varão da
se desconsole V. M., que estas são as
tudo não só varão da Justiça, mas varão
da hora do nascimento e da morte dos
dotar a sobrinha, no cabo escolhêR. A. - Hui! Também
V. M., porque me vê aldeão. Pois também
eu próprio me desconhecia; pois, como
lhe vi suceder a um cágado com ũa águia,
Pois, em estando a hora determinada
bons ou maus propósitos ou apalavrou
R. C. - Ainda agora
do Paço que os enganara (como se
a tochas, que ardiam até os cotos, e
R. C. - ...que
canhoto ou esquerda justiça. Opõem-se
não ouvem o relógio da vizinhança. Ele,
[RF56] em outra e enfim, enfim,
vale menos que o peor da terra, e
R. C. - Não, por certo; mas porque diz
de gorra nas conversações com pés de
ser cristão velho, sem esbarrar pela
eu com os velhos e os moços por ũa
R. A. - Não tínheis escrúpulo de ser
de um que se vingava dos cães que lhe
descontentes, impertinências de velhas
[RF41] R. C. - Tende mão! se de essa
serem idos. Era um gosto ouvir
madrugadas o seu próprio ofício. Aos
oprime, tudo revolve, tudo acarreta,
convertidos contra mim, tudo era
em minha palavra, os detinha entre os
desgraça, não há quem os despeça de sua
e o céu há pequeno intervalo,
travessuras que tenho feito. É um conto
que fazeis aos fidalgos da Beira, ouvideixar de fazer as cousas que fazêacarreta, lança a perder tudo e, no cabo,
vendendo-lhes eu gato por
eu despedia as nove. Não há carreira de
noivos o achavam triste para librés, e
no couto de Leomil, vem a pé sessenta
a que se costuma, ainda que seja de ruim
que, pois este vício não tem pena pelas
o sabor amargoso, já toma entojo ao
escritos, se nos convertem de autores a
sei o que aproveitará, porque esse livro
R. A. que para todos virá seu S. Martinho.
sete horas canónicas; assi, vemos fazer
pus aqui palavra que não fosse de vós ũa
há muitos anos, bem longe de aqui, e me
as horas que havia de dar, só porque não
em si não são outra cousa que tábuas,
vizinho não seja almotacel no couto de
firma. Mas deixemos para outra hora o
e até da censura; porque vós nada
presença é como sobrescrito de boa
R. C. - Muito me retinis a
justiça. Opõem-se lá no céu dois planetas
justiça parecerá bem e a mercê melhor. Mas
justiça se faz ante tempo e fora de horas e a
justiça se fizer à sua hora e a mercê à sua hora
Justiça, mas varão justo, não podíeis, sem
justiças do mundo, donde há dias (como V. M
justo, não podíeis, sem perjuízo da república
justos e ainda dos pecadores. E assim ouvimos
la por mulher, entregar-lhe quanto ganhou
lá chegam esses desmanchos?
lá dizem que cantam as moças: «Relógio que
lá dizem, se quereis conhecer o homem, dai-lhe
lá em certa alagoa de minha aldea. Veo a águia e
lá em cima, o mesmo é dar um de nós a hora
lá, em seu lugar, mestiça, filha de baneane
lá estivera e fora muito por minha vontade
lá fosse estranho!). Eu ria e arrebentava de os
lá ia tudo! Tende por certo que, entre os
lá não sei donde, era ũa vez ũa peça de pano
lá no céu dois planetas, eclipsa-se o sol ou a lua
lá por baixo da capa lhe vai fazendo as culpas
lá sobem também. O ano é esta calçada longa e
lá tem de ordinário seu fortum, donde é
lá um provérbio que a nós outros os relógios
lã, como sevandilhas em casa de jogo. Por onde
ladeira abaixo da fidalguia, que é a mais
ladeira acima. Os moços, porque são de
ladrão do tempo?
ladravam levantando-lhe que eram danados
lagrimosas, que vem a ser, em suma, os quatro
laia é o vosso pano, em boa hora cá viestes.
lamentar a estes licenciados enfadonhos
lampeiros me fazia preguiçoso e, confiados em
lança a perder tudo e, no cabo, lastima e
lançar a culpa ao maldito Relógio do Paço que os
lançóis, até ser alto dia. Desesperavam-se de
larga companhia; aqueles não se conformam
larga distância entre a vida e o perigo, quando
largo!
las-ei eu de muito boa vontade.
las fora de suas horas. A sangria é saudável na
lastima e maltrata ao próprio que a alimenta
lebre, cada noite. Porque, assim como de noite
lebre do Alfeite tão gostosa como eram para mi
ledo os enojados para capuzes. Pois sucedeu que
léguas à corte, gasta o que tem, cansa a el-rei
lei e feitio, é a que val mais cara. Parecer-vos
leis (ou se lhe não executa), ao menos eu lhe
leite que por tão suave alimento até então
leitores, dizendo-nos de si o que nós havíamos
lêm os homens desde o princípio do mundo sem
Lembra-me agora, por isso que ides dizendo, o
Lembra-me ouvir contar no meu adro a certo
lembrança da hora do nascimento e da morte
lembrança. Do aplauso vos desobrigo e até da
lembrará para sempre.
lembre a ninguém nem saibam estes rapazes
lenços, terras e azeites, de que a pintura se
Leomil, vem a pé sessenta léguas à corte, gasta
ler por sentença, e vamo-nos hoje por carta de
lereis sem conserto e eu não quero de outrem
letra, que mostra será a carta da própria mão.
letrado, relògiozinho de por aí além! Dizei
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prosas de soldados faladores, queixas de
embora, ora, com as tuas horas. E
que vem sùbitamente sobre ele o castigo.
Relógio Palatino que, em meu lugar, foi
de que a pintura se serve, ela os realça,
com ficar baixa e aparada: ou se
tão abatida que algũa hora se não veja
se vingava dos cães que lhe ladravam
e de tão bom humor que me puderam
presa sobre ũa serra, não fazia mais que
em lugar dos pesos, que me não
dos pesos, que me não levantava, me
minha aldea. Veo a águia e, de repente, o
(quanto mais cristão!) que, só a fim de
para amanhecer em casa do chatim e
nobre das aves, o rei dos pássaros, o
se não achará um pequeno erro, nem um
R. C. - Adeus; e ũa só cousa te peço que
lhe faz mercê da comenda alhea, el-rei
sua valia e sua grandeza, enquanto
de os ver e de os ouvir e cada vez
cor própria. A superstição dos homens
feito um contrato com o tempo: quitoe o pobre do relógio, quebrandocrianças que querem desmamar: untamdo Paço, sabeis que fazia? Furtavaũa, sabendo que este era o sinal para que
mesma fraude e mentira; sucedendonas pedras vivas até que, quebrandoR. C. - Porque o senhor sineiro, a fim de
R. A. - Pecadora, e por meus pecados,
chamaram vermelhas, e mulheres há que
até os físicos críticas, e até os poetas
aquela hora da morte para Si sòmente e
se descuidando tamalavez, com a idade
fosse ou não chegada a sua hora) dartêm outro valor salvo o que os homens
o que os homens lhe constituem, que hoje
um tesoureiro que entesourava quanto
era um cutelo de dois gumes. Nunca
e fingindo sempre as horas da comida,
eu ser aldemenos o relógio que tal hora
cada qual vai então só com o cabedal que
R. A. - Que
concerto com a morte, prometendo de se
espera um só instante além de aquele que
no mundo que lhe faz mal o que
por meu juiz conservador, para que
a comparação do cerieiro. Porque que
há gente tão extravagante no mundo que
entre outras, a provisão falsa em que
porque, às muitas voltas que os amantes
das portas adentro com a Igreja, sempre
de um que se vingava dos cães que
são irremediaves. Nada lhe valeu até
se quereis conhecer o homem, daiao rei todo o tempo de sua valia, quando
revolta com sua revolução. Deramo tempo não descansa; e, finalmente, se
Barraça, que queria matar o sol porque
tão quieto como se o relógio da sua sala
este vício não tem pena pelas leis (ou se
relevar o menor intervalo de que na vida
letrados presumidos, orações de frades
leva crido que não há cá relógio, por mais alto
Leva-o o pecado e o relógio fica muito seguro
levado à Torre das Chagas. Era ele boníssima
levanta e ilustra de tal modo que agora nos
levanta ou se seca. As grandes param e, se
levantada. A roda que se lhe pinta à Fortuna
levantando-lhe que eram danados? Pois o
levantar estátuas como a Pedro de Malas Artes
levantar o triste do animal e deixá-lo cair nas
levantava, me levantou mil falsos testemunhos
levantou mil falsos testemunhos, tantos que
levantou nas mãos, não com pequena inveja das
levar este passo um pouco mais descansado e
levar o pano às punhadas, depois de mui bem
levasse no colo tão honradamente. Seguimo-lo
leve descuido.
leves para casa: sofre como [RF68] bom não só
lha concede e dá com ele ao pé do pelourinho
lha deixam, e depois olho e vejo-a ficar em
lhas fazia peor. Já namorados! Isso foi ũa só
lhas pinta como quere porque, não contentes de
lhe a glória que pudera dever-me pelo que bem
lhe a hora na boca, houve de ser o culpado na
lhe a teta com azevre, e logo que lhe toca o
lhe a volta e, sumindo o curso, guisava de tal
lhe acudissem a falar seus galantes. Logo em
lhe ao revés ao Relógio do Paço que, em subindo
lhe as conchas com que se defendia, deu um
lhe caírem as matinas baixas pela menhã, tudo
lhe chamai vós, se não chamar-lho-ei eu.
lhe chamam negras.
lhe chamaram vermelhas, e mulheres há que
lhe chamou hora sua, como por ele disse o
lhe chega sua hora de velhice, contra quem não
lhe com a hora nos focinhos a um enfadonho e
lhe constituem, que hoje lhe dão e amenhã lho
lhe dão e amenhã lho tiram. De modo que quem
lhe davam, por ter cuidado de meus descuidos
lhe dei hora a propósito de seus propósitos
lhe dei mil azos a mil acidentes de mal de
lhe desse.
lhe deu a natureza, despindo os faustos e as
lhe doía ao Relógio Matropolitano?
lhe entregar cada vez que a chamasse, contanto
lhe está assinado no livro da vida, que se
lhe está bem! Contra os poltrões era a própria
lhe façais observar as condições deste contrato
lhe faltava à gente que fosse de cera? De aí, má
lhe faz mal o que lhe está bem! Contra os
lhe faz mercê da comenda alhea, el-rei lha
lhe fazem dar, o coitado endoudecera, se vira.
lhe fui afeiçoado e, por parte dos metais, ainda
lhe ladravam levantando-lhe que eram danados
lhe mandarem alcaides à porta. Vendo-se, pois
lhe mando.
lhe mete, entre outras, a provisão falsa em que
lhe na trilha ao inocente mas não ao pecador que
lhe não dará de prazo ou espera um só instante
lhe não enxugara o seu mantéu enrocado. Esta é
lhe não estivesse contando e descontando os
lhe não executa), ao menos eu lhe queria dar
lhe não faça desconto; e que lhe não valha o ser
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que na vida lhe não faça desconto; e que
o Relógio do Paço, vendo que nas Chagas
de ser um desmanchado que, dizendoquão mal relojoeiro lhes saíra, não
de saber e de querer obrar aquilo de que
em cabeça aos arquitectos del rei que
se não veja levantada. A roda que se
por isso um pintor astuto, mandando-sehora montar na estimação de aqueles que
R. C. - Menos roncas, se
cabo escolhê-la por mulher, entregardos cães que lhe ladravam levantandoR. C. - Pois acrecentaios próprios alentos que respira, sem
leis (ou se lhe não executa), ao menos eu
que, dizendo-lhe os médicos que morria,
é verdade». O requerente, sem parar,
por maus meos, do qual indo tomar posse
eu agora (já que nós podemos tanto) se
isto não era nada em comparação do que
estes licenciados enfadonhos, quando tal
quis e nunca mais viu ao valido nem
untam-lhe a teta com azevre, e logo que
Punha-se-me ũa alma nova ouvindoda vizinhança. Ele, lá por baixo da capa
que os danos são irremediaves. Nada
que muitos se queixam do mundo, quando
agora, por isso que ides dizendo, o que
tu que tape a boca aos namorados, ou
eu se acharam tão bem instruídos no que
R. C. - As cores das horas
ronceiro, outras por estugado, sempre
mestres de agora. E então, despois de
e dirigirem a bons fins e a termos úteis,
Farão de mim campainhas e então
porque, por esta própria razão que a uns
do sábado para o domingo; mas pagavaas horas do contentamento, vendendoaqueles não se conformam com que
mudar de bairro, pelas falcatruas que
enterrado muitos mais com raivas que
o que outro mostra que sabe, ficaesta causa, quando aos mais distraídos
que nem os pequenos são aqueles que se
criaram, e estes não podem crer que se
a gente que passa, donde afirmam que
saudável aranha da consciência, sempre
moradores, sabendo quão mal relojoeiro
eles que assaz melhor e mais barato
um as tinge à sua vontade; mas isso não
e amenhã lho tiram. De modo que quem
pecados, lhe chamai vós, se não chamartiram. De modo que quem lho concedeu
constituem, que hoje lhe dão e amenhã
tão escrupuloso que, porque me prezo de
A
dizei-me: quem poderia apartar-se
até que, chegada a hora em que sua
deu em mentiroso por se vestir da
porque os noivos o achavam triste para
Era um gosto ouvir lamentar a estes
não presta mais para nada. Essa é a
conserto e eu não quero de outrem ser
lhe não valha o ser rei sábio e imperador
lhe não valiam suas verdades, deu em
lhe os médicos que morria, lhe respondeu: «ora
lhe pagavam o selário.
lhe pedem conta.
lhe pedissem mandasse fazer outra torre maior
lhe pinta à Fortuna deve de ser de engenho de
lhe pintar o símbolo de um ministro, pintou um
lhe podem dar preço, a vós se deve e esse
lhe praz, que fidalguias de mar em fora são
lhe quanto ganhou, chegar a dispensação de
lhe que eram danados? Pois o próprio sucede
lhe que morreu ministro do maior tribunal do
lhe querer relevar o menor intervalo de que na
lhe queria dar aquela que podia. Já como eu
lhe respondeu: «ora folgo, por me não andar a
lhe [RF55] respondia, correndo: «si senhor
lhe resvala um pé à mula e dá com o valhaco no
lhe seria a um de nós permitido (quer fosse ou
lhe sucedia ao coitado do verdadeiro Relógio
lhe sucedia. Choravam-se, diziam mal à sua
lhe tirou o chapéu. Toparam-se um dia na Rua
lhe toca o beiço da criatura e gosta o sabor
lhe trocar [RF48] os requebros em querelas e
lhe vai fazendo as culpas sumárias até que
lhe valeu até lhe mandarem alcaides à porta
lhe vem fazer algũas rapazias, porque não tem
lhe vi suceder a um cágado com ũa águia, lá em
lhes acerte [RF35] com a vontade com que o
lhes convém, nenhum duvidara, ou se esquecera
lhes dão os sucessos, como já foi costume de
lhes dava desgosto nas horas de seus
lhes deixares fazer em ti, a bel-prazer, toda a
lhes deu Deus entendimento que negou às
lhes direi por cem bocas o que não querem
lhes dura muito a dita e a outros a desgraça
lhes esta demora sendo prontíssimo em dar
lhes eu gato por lebre, cada noite. Porque
lhes falte a envelhecida prosperidade com que
lhes fazia o Relógio. A cegos rezadores, homens
lhes hei feito do que tem com madrugadas o seu
lhes mais perto aprovar a parvoice alhea que
lhes morde no peito aquela saudável aranha da
lhes mostravam; e assim, estes e aqueles
lhes mude a contínua miséria que os perseguia
lhes não falece a reposta de seus embustes: se
lhes ouvimos oferecer a Deus a hora da morte
lhes saíra, não lhe pagavam o selário.
lhes serviria de relógio a gula do sancristão ou
lhes val.
lho concedeu lho pode negar e a figura que hoje
lho-ei eu.
lho pode negar e a figura que hoje se representa
lho tiram. De modo que quem lho concedeu lho
liberal, a troco de que as minhas horas nunca
liberalidade, até do que não val nada, sempre
liberalmente das felicidades humanas em meio
liberdade fez termo, eis que vem sùbitamente
libré do tempo; e eu, desenganado de seus
librés, e ledo os enojados para capuzes. Pois
licenciados enfadonhos, quando tal lhe sucedia
lida comum que, por mais que o vaso mau nunca
lido. Escusai-me a este troco de que me gabe ou
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em querelas e conceituarem sobre a
este passo um pouco mais descansado e
nos governa e assim eu me veja livre da
polida deve fugir de que entre o grão
- Senhor Relógio da Cidade, badalemos
ao carro de seu proveito; jamais me
- quanto mais que não faltará aqui algum
por mentiroso... Diz que a verdade da
pesos e os pesares da república e que a
esse maldito Relógio das Chagas, de
se seria melhor enganar a gente com a
do mundo aqueles que não são, assim os
sol que nos governa e assim eu me veja
ouviam então dar a ũa ou as duas horas a anteciparam, por se verem
além de aquele que lhe está assinado no
- Não sei o que aproveitará, porque esse
[RF65] R. C. - Até um
de ser algũa coisa, o guardei para voque levantar o triste do animal e deixáno colo tão honradamente. Seguimodaquele ofício, me determinei a serviR. C. - Dir-voR. A. - Assim determino fazênos focinhos a um enfadonho e chafurdáR. A. - Vilão sou; não há aí negáSenhor! - não faltava mais que apedrejáentrou para não sair até comunicar-voque vivia junto de mim, o qual aceitou
ser de ferro e ele tratar em ferraduras,
discurso e que como só entendo, ficará
se não poderem fazer as cousas grandes
de vez, porque todas empeciam. Pois
do provedor das obras del Rei que
em tornando a ser Relógio das Chagas,
sangria é saudável na crecença do dia e
fermosa», «nas horas de Deus», «
R. C. - Tristes de nós, que
R. A. - Pois, se assim é, bem disse
R. C. - Bem afirmou,
não morrer enforcado, melhor é acabar
untam-lhe a teta com azevre, e
que lhe acudissem a falar seus galantes.
R. C. a vós se deve e esse interesse vós o
suas misturas de aço de Milão, cavaleiro
lá sobem também. O ano é esta calçada
um dia na Rua Nova da Palma, que é
foi o que ouvi há muitos anos, bem
a Fortuna pintora de pausagens. Assi, de
bem desonrados ele e seu compitidor, eieu, vendo-me tão maltratado, fiz-me
nunca dava hora com hora. Ainda os
o bom relógio. Faltava o tempo para
fiar tão delgado. Eu sou relógio cristão e
céu dois planetas, eclipsa-se o sol ou a
por aposento, os perigosos cornos da
também quando o mau se acha em
muitas vezes me sucedeu que, em
tronos, que não estarão aí menos em seu
eu não sou a mesma pontualidade, em
que ninguém val pelo que é, senão pelo
são os planetas bons e maus segundo o
ligeireza com que passam as horas do
ligeiro, façam os mortais tantos excessos que
lima e do martelo deste vilão, sub cujo poder
limpo das palavra boas, honestas e
limpo que as paredes ouvem e as de
limpou, temendo sujar-se. E, então, porque pela
linajudo que, a troco de quatro réis, vos enxira
língua dos que a não falam, é como a água do
língua, significada no sino para baixo, é a que
Lisboa.
lisonja da mocidade, até a entregar nas mãos do
lisonjeiros se façam aqueles que não são aos
livre da lima e do martelo deste vilão, sub cujo
livre-nos Nosso Senhor! - não faltava mais que
livres das penalidades da vida.
livro da vida, que se guarda na Torre do Tombo
livro lêm os homens desde o princípio do mundo
livro me dizem que saíu agora que chamam
lo apresentar. Pouco vai em que vá errado se
lo cair nas pedras vivas até que, quebrando-lhe
lo com os olhos, todos por emulação, eu só por
lo como pudesse. Chegada a primeira hora
lo-ei: sou tão mal escançado que, sendo eu dos
lo porque, segundo o que ouço e tenho
lo? Porque, se tal fosse, era melhor ser relógio
lo, que é a peor das vilanias.
lo!
lo.
logo a comissão, muito persuadido de que, por
logo atalharia meus desconcertos. De aqui
logo corrente a confiança da oferta que vos
logo em suas horas, e que por isso se fazem nas
logo eu a estas as socorria com horas a tempo
logo [RF45] fosse consertado porque, por falta
logo fui tido pela mesma fraude e mentira
logo mortal pela sesta. O mesmo ferro agudo dá
logo nessas horas», «as horas peremptórias»
logo nos conhecem pelas mãos como damas!
logo o outro, antigamente, que «na doudice só
logo, o que afirmava não trazia o relógio na
logo por ũa vez.
logo que lhe toca o beiço da criatura e gosta o
Logo em vendo que falavam, dava de esporas ao
Logo, relógio é também V. M.?
lograi, pois de vós há procedido, sabendo-se
lombardo.
longa e áspera de passar. Os poderosos são os
longa, estreita e sem travessa. Um vinha, o
longe de aqui, e me lembrará para sempre.
longes e de pertos, de vistas primeiras e
los amigos. Pois que vos [RF47] parece? Será
louco.
louros raios do sol não pungiam nos beiços do
louvar a Deus e sobejava para o seu sono. A
louvo a Deus por tão grande mercê, porque
lua, e nada de tudo aquilo prejudica ao céu
lua em os de seus exércitos. Alojem os sábios
lugar bom, despede, senão benignos, moderados
lugar de dar ũa e duas, dava vinte e trinta.
lugar do que os homens desenganados
lugar dos pesos, que me não levantava, me
lugar em que o vemos. Até no céu (ouvi já aos
lugar em que se acham; e o que de si é bom
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verdadeiro Relógio Palatino que, em meu
maus propósitos ou apalavrou lá, em seu
cor. Não quiseram mais os vizinhos do
Quero dizer que tem o valor conforme o
fora, se tenho os pesos ou o juízo em seu
das minhas. Achava-me gordo, nédio,
que vista se averiguara com as
R. C. - Tá, tá, tá! V.
gosto! Dizem por cá, finalmente, que V.
R. C. - Contudo, V.
do mundo, donde há dias (como V.
R. C. - Seja V.
D. F.
R. A. - Chagado e ferrugento vejo eu a V.
R. A. - Zomba V.
R. A. - Não se desconsole V.
R. C. - Logo, relógio é também V.
por carta de nomes. Como é o nome de V.
a culpa os relógios da cidade? Mas V.
R. A. - Conserte Deus a V.
R. A. - Vou vendo que V.
de muito
frequente como «em boa hora», «em
faltava à gente que fosse de cera? De aí,
se nelas vai tanto de monte a monte a
hora na boca, houve de ser o culpado na
mais sensabor empreitada que tomam os
raivas que lhes hei feito do que tem com
se houve Deus com os homens como as
de gentio com seu azeite e vinagre de
e a figura que hoje se representa muito
no cabo, volta-se a sua terra, e por dois
R. A. - Vou vendo que V. M. terá
na de seu vizinho. Dizei-me: haveria
lhe pedissem mandasse fazer outra torre
R. C. - Eis aí o
irmãos da Mesa de Santo Entrudo, fiz a
vim a entender por experiência que, na
Mas isto basta de mandato, e sirva de
acrecentai-lhe que morreu ministro do
os que são muito crecidos não podem ser
que se me há posto nos cascos que os
Já cuidei, certo, à vista deste e de
rês [RF57] mais bem medrada é que faz
de par em par a imaginação, não tornei
é melhor que o da outra gente. Não matou
mandasse fazer outra torre maior e
E leva crido que não há cá relógio, por
sou tão mal escançado que, sendo eu dos
R. C. - E outro
porque diziam eles que assaz melhor e
cutelo do carniceiro; e ainda da criança
a que está mais gorda. A rês [RF57]
R. C. - Antes ali são
que seja de ruim lei e feitio, é a que val
R. A. - Que
Caçadores, tenho enterrado muitos
cousa indigna de homem prudente (quanto
que se vinha emprastar e remedear de
vendo que te não apupariam por dar
só a fim de levar este passo um pouco
As faltas da impossibilidade são
relógios da república, e fazerem que os
lugar, foi levado à Torre das Chagas. Era ele
lugar, mestiça, filha de baneane. Juro-vos que
lugar para amanhecer em casa do chatim e
lugar. Porque, se vires um quatro com três
lugar, sofro que a figura represente sua valia e
luzente e untado, porque isto de falar à vontade
luzes ou com as sombras, passando
M. é o Relógio de Belas? Grandes cousas tenho
M. é Relógio de Belas mas não é belo relógio...
M. me diga como se chama, que sua gentil
M. melhor sabe) que ninguém val pelo que é
M. muito bem vindo. Quem diremos?
M.
M., para ser tão grande e tão antigo cortesão
M., porque me vê aldeão. Pois também lá dizem
M., que estas são as justiças do mundo, donde
M.?
M.?
M., senhor Relógio de Belas, com toda sua
M., senhor Relógio.
M. terá maior bem que bom ofício; mas se
má figura conheço eu que as vi já andar atrás
má hora», «ide com as horas más», «vinde
má hora, vem o ordinário descontentamento em
má malícia.
madorra do valhaco e em vir passar esta
madraços. E, quanto é por essa, eu fico que
madrugadas o seu próprio ofício. Aos lampeiros
mães com as crianças que querem desmamar
Mafoma.
magnífica, amenhã se representa miserável
magustos que ambos merendam, depois de mui
maior bem que bom ofício; mas se sabes como
maior confusão em ũa república, por mais que
maior e mais alta - que isto é o que tem de peor
maior engano dos mortais; porque a velhice é
maior guerra porque, descompondo e fingindo
maior parte desta gente e seus costumes, mora
maior realço ao ofício e nome das horas
maior tribunal do seu tempo.
maiores, antes, se se abalam, é só para a ruína
maiores desmanchos do tempo provém de se
maiores exemplos, que com grande providência
maiores impulsos ao cutelo do carniceiro; e
mais a entrar naquela da qual parece haver
mais a peste grande que esses, com suas
mais alta - que isto é o que tem de peor as
mais alto que ele viva, que, por forrar de
mais [RF36] anciãos relógios da Cidade, me
mais antigo que este: «arrenego de meu pai se
mais barato lhes serviria de relógio a gula do
mais bem criada, dizem as velhas, que sabem
mais bem medrada é que faz maiores impulsos
mais cadimos.
mais cara. Parecer-vos-á agora bem um saio
mais claro se pode ver, que nas histórias que
mais com raivas que lhes hei feito do que tem
mais cristão!) que, só a fim de levar este passo
mais de mil enfermidades.
mais de seu direito.
mais descansado e ligeiro, façam os mortais
mais desculpáveis que as da malícia, ou sempre
mais dessem horas como relógio.
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sua morte. Por esta causa, quando aos
de fazer por ser menos do que por ser
de mui bem roído da traça, por muito
R. A. - Esse é o siso e tudo o
aí vem que das cousas que há no mundo
que nos tratam, podiam amar-nos pelos
seu vagar, e matam primeiro a que está
quem perdeu a saúde, sempre foi dele
desde que somos relógios, damos horas e
como sou relógio, que no tempo de hoje
casa em que estamos se vem a curar os
dos quais vão sempre recebendo o aviso
ũa ruim fama; porque, tendo cada pessoa
minha vivenda; e assim, sem mais nem
Agora digo que não samos os aldeãos os
que, quando por
Da mesma maneira, e ainda muito
Fará, pelo menos, certo aquilo de que eu
a casa da minha vivenda; e assim, sem
Vem e que fez? Pois não faz nem
sublimado à vista de seus iguais e que a
mais inimigos que amigos, sempre eram
um tabardo da mesma cor. Não quiseram
moderados os influxos. Para que é
os pobres são os velhos. Mas todos,
C. - Cada ano mo declaravam a mi e aos
que, quebrado e desfeito, não presta
o que outro mostra que sabe, fica-lhes
horas e mais horas; e sendo estas já
observado que não há entre a gente
cuidar o miserável que já nunca
a reverência... Nem ela espera de vós
ou me desculpe, fugindo ao costume dos
- livre-nos Nosso Senhor! - não faltava
para cima, e que em nossa mão não está
os aleives que cá me trouxeram, quanto
já sei que vos trouxeram aqui à força. É
com sua presa sobre ũa serra, não fazia
tina peor a vossa campainha - quanto
para nada. Essa é a lida comum que, por
maior confusão em ũa república, por
ainda que esta vinda me não importara
R. A. - Bom é saber; e, por
adro da minha igreja já de ab initio não é
R. C. - Que
virá isso, por ventura, de que os
me dizeis, estou agora crendo que nos
isto de falar à vontade de cada um é
pela ladeira abaixo da fidalguia, que é a
que o ar a espedace e feneça para nunca
o relógio a parte onde melhor se visse e
dizem as velhas, que sabem disso, está
bradaram os sábios e os santos, e aos
requerentes me não ia tão bem porque os
se defende, passa por ele e o deixa, as
a superstição e hipocresia. Preguntai que
Foi despachado como quis e nunca
a mim com minha conciência, que
entendera com as horas da nossa terra?
até de dia todos os amadores são cegos.
tal lhe sucedia. Choravam-se, diziam
correr por canos de enxofre, sempre faz
lhe dei mil azos a mil acidentes de
mais distraídos lhes morde no peito aquela
mais do que Deus me fizera. O tempo é touro
mais do que valera em novo.
mais é ser escudeiro de Fernão d'Acha.
mais faladas são as horas. Porque não há cousa
mais fiéis amigos e servidores, dos quais vão
mais gorda. A rês [RF57] mais bem medrada é
mais guloso, em se vendo são.
mais horas; e sendo estas já mais perto da hora
mais houvera de fazer por ser menos do que
mais ilustres relógios da Corte e reino.
mais importante que há na vida. Pois, em
mais inimigos que amigos, sempre eram mais
mais, mandaram-me ser relógio que
mais mofinos, vivendo em perene desterro das
mais não fora que estar sujeito à censura dos
mais necessária, interpôs a Providência a
mais necessito; que, como todas estas rezões
mais nem mais, mandaram-me ser relógio que
mais nem menos que tomar-me a mim em corpo
mais nobre das aves, o rei dos pássaros, o
mais os que a criam que os que a duvidavam
mais os vizinhos do lugar para amanhecer em
mais? Os mesmos números da aritmética, que é
mais ou menos cansados, chegam ao fim do ano
mais ouvintes os varões apostólicos, segundo o
mais para nada. Essa é a lida comum que, por
mais perto aprovar a parvoice alhea que
mais perto da hora de cada qual que as outras
mais pesada turbulência que seu esquecimento
mais pode haver para ele ũa hora de ditoso.
mais que a aprovação por exercício. Os fortes
mais que, a cada passo, em o que julgam de
mais que apedrejá-lo!
mais que apontar e dar sinal a qualquer dos
mais que eu não sairei de aqui sòmente
mais que isto?
mais que levantar o triste do animal e deixá-lo
mais que não faltará aqui algum linajudo que, a
mais que o vaso mau nunca quebra, não há
mais que os tristes de nós outros, os relógios
mais que [RF67] ouvir-vos, eu dera por ditosos
mais que se riam de vós (como dizeis), ninguém
mais que ũa torreira de mentirosos, valhacos e
mais quereis que vos diga? A primeira vez que
mais relógios da terra andem tão atilados que
mais relógios se não achará um pequeno erro
mais sadio que galinha cozida. Foi o diabo meter
mais sensabor empreitada que tomam os
mais ser soldada.
mais soasse. Mas o caso era que os arquitectos
mais treita ao mau olho. Se pudera escolher a
mais valeu pouco. Da mesma sorte nos sucede
mais, vendo-se desacomodados de monção e
mais vezes, são e salvo.
mais virtude pode ter ũa de suas orações a tal
mais viu ao valido nem lhe tirou o chapéu
mais vos contarei de travessuras que tenho
Mais horas tivera então um dia que agora um
Mais moços tenho desesperado que o gagau e a
mal à sua vida, a hora em que naceram e o
mal ao fígado.
mal de estâmago e de ourina e, tal vez, a muito
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R. C. - Dir-vo-lo-ei: sou tão
benquisto, como se o não fazer nada
tão extravagante no mundo que lhe faz
sua tenda; e os moradores, sabendo quão
na arte de amassar ouro? Por menos
R. A. levantar estátuas como a Pedro de
até não darem comigo em casa deste
Sou esse cansado, esse negro, esse
contra mim, tudo era lançar a culpa ao
Vem [RF60] então a velhice, a
por quem se me azaram tantos
cada qual não conhece a origem dos
o seu mantéu enrocado. Esta é ũa relé de
[RF43] R. C. - Ora não negareis a
dos tolos dos meus fregueses e na
são mais desculpáveis que as da
se nelas vai tanto de monte a monte a má
R. A. - Despois... que, sendo geralmente
lança a perder tudo e, no cabo, lastima e
R. A. - Pois eu, vendo-me tão
tolos dos meus fregueses e na malícia do
e áspera de passar. Os poderosos são os
da manificência. Fazei conta que um rei
Quem quereis ser? Por qual
acomodados que tem como por onzeno
rezão; e por isso um pintor astuto,
de dinheiro. Enfim, procurava de os
ser rei sábio e imperador potente nem o
vivenda; e assim, sem mais nem mais,
são irremediaves. Nada lhe valeu até lhe
aos arquitectos del rei que lhe pedissem
em sua vida, hora sua. Mas isto basta de
Quatro horas antes do [RF49] dia os
Vou avante. O meu pedagogo era torto e
cada morador sua casa, e se meta,
se quereis conhecer o homem, dai-lhe
e das trévoas à claridade? Da mesma
senhor Relógio, porque dessa
R. A. - Desta
e caem. Em os homens passa da mesma
qual que as outras passadas, da mesma
temperam sempre à sua vontade... De
R. A. - Sempre ouvi dizer que era
aí hão-de começar a emendar-te, que é
nosso mundo não tem, certo, essa ruim
R. A. - Essa
Mas, como quem más
e a segunda, fruito do negócio e não da
que fez propósito de não comer nunca do
R. C. - Jurais vós de
o sol porque lhe não enxugara o seu
Por DOM FRANCISCO
todas ao redor, ou me desandam, mas a
inveja porque, ao menos, está em sua
com ela, acomodava como queria a
fora caveira de relógio, se na minha
R. C. - Tente
das telhas para cima, e que em nossa
os desconsertos do mundo que em nossa
R. C. - Tende ora, tende
minha vontade, porque sem dúvida tenho
relógio merecia queimado e cortada a
mal escançado que, sendo eu dos mais [RF36]
mal feito pudesse suprir a obrigação dos que
mal o que lhe está bem! Contra os poltrões era
mal relojoeiro lhes saíra, não lhe pagavam o
mal tivera deixar de fazer as cousas que fazê
Mal poderei desprezar-me dela, tendo-vos nela
Malas Artes, Gusmán de Alfarache e Pablilhos
maldito caldeireiro donde nos vemos e donde
maldito Relógio das Chagas, de Lisboa.
maldito Relógio do Paço que os enganara (como
malencolia e o quebranto, de que procede o
males. A isto vim, nesta afronta me vejo. Notai
males e dos bens e cuidam que são firmes, a
malhadeiros gloriosos, que tem por certo que
malícia de saloio, de quem dizem doutores que é
malícia do malvado sancristão, por quem se me
malícia, ou sempre aquelas o são e estas nunca
malícia.
malquisto de meus vezinhos, me tiraram o
maltrata ao próprio que a alimenta. Depois, digo
maltratado, fiz-me louco.
malvado sancristão, por quem se me azaram
mancebos, os pobres são os velhos. Mas todos
manda, por seu gosto, que cada oficial deixe a
mandais que vos tenhamos?
mandamento jantar às onze horas, hei feito tais
mandando-se-lhe pintar o símbolo de um
mandar pelas ruas à vergonha que, pois este
mandar prender o curso do relógio, porque, se
mandaram-me ser relógio que governasse a
mandarem alcaides à porta. Vendo-se, pois, o
mandasse fazer outra torre maior e mais alta
mandato, e sirva de maior realço ao ofício e
mandava esguichar pela porta fora
mandavam que me endireitasse; cousa
mande e obre na de seu vizinho. Dizei-me
mando.
maneira, e ainda muito mais necessária
maneira nos está enganando todo o mundo; e até
maneira: nunca dava hora com hora. Ainda os
maneira: os que são muito crecidos não podem
maneira ouve agora estas horas e as esquece
maneira que, governando eles como querem a
manha de ministros fazerem-se eles os relógios
manha dos mestres de agora. E então, despois
manha, nem nós podemos com verdade ter dele
manha sempre ele a teve; e muitas vezes, cá
manhas há tarde ou nunca as perde, ou fosse
manificência. Fazei conta que um rei manda, por
manjar por quem perdeu a saúde, sempre foi
manter silêncio?
mantéu enrocado. Esta é ũa relé de malhadeiros
MANUEL
mão, a cabeça e tudo se me desconcerta, cada
mão deixarem de ser desgraciados cada vez que
mão do seu mostrador.
mão estivesse a faculdade de poder tomar
mão: já sei que vos trouxeram aqui à força. É
mão não está mais que apontar e dar sinal a
mão não está podermos remediar. Porque
mão no martelo e tomai um refego aos pesos
mão para bargantes e ali fazia das minhas
mão que cuidava dele; e que, por isso, o mundo
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que mostra será a carta da própria
[RF41] R. C. - Tende
de nós, que logo nos conhecem pelas
a lisonja da mocidade, até a entregar nas
Veo a águia e, de repente, o levantou nas
isso, depois de Deus, está nas nossas
que vá errado se há de parar em vossas
os desvarios acharam maré de rosas e
roncas, se lhe praz, que fidalguias de
de mar em fora são como trigo do
que algum bacharel impertinente estava
R. A. - Sempre os desvarios acharam
e a incontinência. Porque a prata se
que todos tinham péssimo bafo, como seu
nesta primeira jornada, Marrocos por
experimentado nesta primeira jornada,
e assim eu me veja livre da lima e do
R. C. - Tende ora, tende mão no
engrampone, que para todos virá seu S.
andam todas ao redor, ou me desandam,
estala, e tudo muda não só a forma
da vida não só com conformidade
eu não sairei de aqui sòmente advertido
horas e cada um as tinge à sua vontade;
donde eu também jazia por travessuras,
Deram-lhe na trilha ao inocente
finalmente, que V. M. é Relógio de Belas
às vezes pelas badaladas como galantes;
R. C. - Dizeis o que há em vós,
dizer que aos ministros todos os adoram
não trazia o relógio na algibeira [RF42]
[RF64] R. A. - O mesmo ouvi e creo;
bom não só que te consertem os erros
minha tabuada do sábado para o domingo;
[RF37] R. C. - Por mim, não,
R. C. - Não, por certo;
de ũa. Par Deus! mas que me fundam,
R. A. - Contai,
o que não querem ouvir de ũa. Par Deus!
horas, vendo que a Igreja, não só santa
que V. M. terá maior bem que bom ofício;
vós, em tudo não só varão da Justiça,
Mas, como quem
«em má hora», «ide com as horas
para a cova, comecei a falar verdade.
R. C. R. A. porque delas não queria receber tanto.
oferecer a Deus a hora da morte.
R. C. - Nem a nota irmã da firma.
usos da Corte nem quisera saber desse.
amenhã se representa miserável.
sáfaro, me espantava o grande auditório.
morte chamou só, em sua vida, hora sua.
de cortiça na charneca de Monte Argil.
na terra, para que façam sua vontade.
onde melhor se visse e mais soasse.
figuras ou adiantadas a outras. [RF54]
místico e devoto que cada um seguia.
[RF31]
R. A. - Das muitas que tenho me pesa.
mão.
mão! se de essa laia é o vosso pano, em boa
mãos como damas!
mãos do fim, duro, pesado e incerto.
mãos, não com pequena inveja das rãs e de
mãos ou nas das horas, nossas filhas. Que
mãos, ũa de mestre, outra de amigo. Não
mar bonança
mar em fora são como trigo do mar: sempre
mar: sempre vale menos que o peor da terra, e
marcando as horas para dar assalto em casa do
maré de rosas e mar bonança
marea, o ouro se denigre, as esmeraldas
marido. A Fortuna, melhor engenheira que
Marrocos, melhor é o campo que a cidade.
Marrocos por Marrocos, melhor é o campo que
martelo deste vilão, sub cujo poder nos vemos.
martelo e tomai um refego aos pesos, porque
Martinho. Lembra-me ouvir contar no meu
mas a mão, a cabeça e tudo se me desconcerta
mas a sustância do que era.
mas, algũa vez, com alvoroço. Donde se viu que
mas consertado para sempre, pois, de hoje por
mas isso não lhes val.
mas já convalecido, quando começam a vir
mas não ao pecador que, pondo em pés de
mas não é belo relógio...
mas não é isso senão que nos corre a ferrugem
mas não o que há em mim que, assim tão
mas ninguém os crê.
mas no estâmago. E tal houve que disse tinha
mas nunca achei quem me declarasse a rezão
mas os mesmos acertos, porque por aí hão-de
mas pagava-lhes esta demora sendo
mas por outros melhores sim; porque todos os
mas porque diz lá um provérbio que a nós
mas que me confundam, eu hei-de tanger
mas que me deixeis congelado.
mas que me fundam, mas que me confundam, eu
mas sapiente, em muitas partes faz grande
mas se sabes como se paga?
mas varão justo, não podíeis, sem perjuízo da
más manhas há tarde ou nunca as perde, ou
más», «vinde com as horas boas», «ũa hora
Mas a nenhum de nós pôde ser bom seu
Mas acrecento que, do mesmo modo, é cativa
Mas, como quem más manhas há tarde ou nunca
Mas, como vos ia dizendo...
Mas contudo já se sabe que é demasiada
Mas Cristo, como sacrificou a Seu Eterno Pai
Mas deixemos para outra hora o ler por
Mas dizei-me: virá isso, por ventura, de que os
Mas então eu, que estou de fora, se tenho os
Mas, finalmente, esforçado e fazendo das
Mas isto basta de mandato, e sirva de maior
Mas nada do que digo abate a honra da memória
Mas não digas que eu to disse, ouves-me?
Mas não há dúvida que sucedem cousas
Mas o caso era que os arquitectos queriam
Mas o que me conforta é que por isso são
Mas o que melhor me pareceu foi o que ouvi há
Mas, ó senhor, adonde vou que, deixando (como
Mas ouvi: penduraram-me [RF40] há trinta
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do que não val nada, sempre valeu muito.
e recolher-se da campanha a suas horas.
justiça parecerá bem e a mercê melhor.
a faculdade de poder tomar ofício.
os mancebos, os pobres são os velhos.
disso a culpa os relógios da cidade?
à corte, gasta o que tem, cansa a el-rei,
dá vida na hora que abre a postema, e
se não faz morto, o mesmo touro o
as galinhas muito de seu vagar, e
era como o nosso Barraça, que queria
nas horas empregasse o sentido. Até os
Pois que vos [RF47] parece? Será
esta seja ilustre, pouco importa que a
donde é para notar que aqueles baixos
o senhor sineiro, a fim de lhe caírem as
são de ferro e que, sem embargo dos
o seu é melhor que o da outra gente. Não
horas (que é a taxa de todo o cativo do
hão-de trazer a própria forma da
R. A. - O da
R. A. - Que lhe doía ao Relógio
enfim, a toda essa chusma dos
R. C. - E o
R. A. - E vós a mim de vilão com bem
é a lida comum que, por mais que o vaso
que sabem disso, está mais treita ao
Ao contrário, também quando o
servidão, [RF62] alcançou o ofício por
e se sicrano vem da Índia com bons ou
da minha aldea) são os planetas bons e
a desse, correi pela memória e dizeinão quero de outrem ser lido. Escusainos entrará pela barra dentro, dandopara el-rei tal enfadamento? Ora deixainão faz nem mais nem menos que tomarnão relojava cousa com cousa, resolvivendo-me parado, encomendaramnão havia outro remédio e que o mestre
dos penosos cuidados que há tantos anos
R. A. - LembraR. A. - Muito
de monção e para tudo faltos de horas,
falsário será satisfeito. Não só as rodas
agora se costumam) donde me tem para
R. C. - Muitas vezes
do malvado sancristão, por quem se
como se nós os atiçássemos - o que
de gulodices custosas e arriscadas. Em
ou adiantadas a outras. [RF54] Mas o que
Par Deus! mas que me fundam, mas que
claro se pode ver, que nas histórias que
é nada. Com esta satisfação que o tempo
Em me cheirando às filhós, em
com cousa, resolvi-me a parar e não se
R. C. - Assim como
se me dar de nada. Assim o fiz e amueiouvi e creo; mas nunca achei quem
R. A. - Contai, mas que
R. A. - Mal poderei desprezarmais [RF36] anciãos relógios da Cidade,
só as rodas me andam todas ao redor, ou
mas a mão, a cabeça e tudo se
Mas que proveito conseguistes dessa insânia?
Mas que será se tudo isso for ao revés? Pois
Mas, se a justiça se faz ante tempo e fora de
Mas, sobretudo, admirado me tem essa vossa
Mas todos, mais ou menos cansados, chegam ao
Mas V. M., senhor Relógio de Belas, com toda
mata aos ministros e, no cabo, volta-se a sua
mata na hora que dá a estocada. As faltas da
mata. Se, cosendo-se com o chão, não bole nem
matam primeiro a que está mais gorda. A rês
matar o sol porque lhe não enxugara o seu
matemáticos diz que chamam horas planetárias
matéria de restituição desaviar a um destes na
matéria o não seja. Estátuas vemos de barro
materiais que em si não são outra cousa que
matinas baixas pela menhã, tudo era fazer
matizes e tauxias de que neste tempo se
matou mais a peste grande que esses, com suas
matrimónio), se deixavam estar departindo
matriz em que se engendraram. E, quando esta
Matriz?!
Matropolitano?
matutinos, fui peçonha. E solicitador havia na
mau ministro que, depois de enganar ao rei todo
mau modo!
mau nunca quebra, não há vasilha nenhũa destas
mau olho. Se pudera escolher a minha sorte
mau se acha em lugar bom, despede, senão
maus meos, do qual indo tomar posse lhe
maus propósitos ou apalavrou lá, em seu lugar
maus segundo o lugar em que se acham; e o que
me a causa de esse mistério.
me a este troco de que me gabe ou me desculpe
me a mim bem que fazer nos repiques dos meus
me a mim com minha conciência, que mais vos
me a mim em corpo e em alma e chimpar-me na
me a parar e não se me dar de nada. Assim o fiz
me a um alveitar que vivia junto de mim, o qual
me achava digno daquele ofício, me determinei
me acompanham ou, por melhor dizer, me
me agora, por isso que ides dizendo, o que lhe
me alegrastes com tão alto discurso. Certo que
me amaldiçoavam pela boca pequena. Nas
me andam todas ao redor, ou me desandam
me apedrejarem.
me assombro só em cuidar que está o princepe
me azaram tantos males. A isto vim, nesta
me cheira a sem rezão de duas em carga. Na
me cheirando às filhós, em me dando o vento da
me conforta é que por isso são figuras. Adverti
me confundam, eu hei-de tanger sempre a
me contastes de aqueles dois relógios tão
me dá passo a raiva e a inveja sem inveja nem
me dando o vento da empada ou em vendo
me dar de nada. Assim o fiz e amuei-me de
me dava o faro de que algum bacharel
me de feição que, nas vinte e quatro horas do
me declarasse a rezão. Se vós, porque de tudo
me deixeis congelado.
me dela, tendo-vos nela por companheiro.
me deram por aio um mentecato. Vede que
me desandam, mas a mão, a cabeça e tudo se
me desconcerta, cada vez que cuido no engano
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a meu exercício que até eu próprio
a este troco de que me gabe ou
ampulhetas ou relógios de [RF46] area
R. C. - Ó saloio, por bom modo
o mestre me achava digno daquele ofício,
do saibo da vasilha ou do ar corruto que
R. A. - ValhaR. C. - ValhaR. C. - Contudo, V. M.
acinte, nisto da hora de cada um. Que
desaproveitadamente? Conforme ao que
R. A. - Que
[RF65] R. C. - Até um livro
do Paço, como quem não diz nada. E, sem
terra sobre a minha palavra. Eu, vendoescrevi este apólogo foi só por divertirR. C. - OuviA primeira vez que aqui vim curarmeu pedagogo era torto e mandavam que
este humilde conceito que ũa vez cá
alturas e que, como pregador sáfaro,
R. A. - Não; não
- Tenho feito minha obrigação nomeandoo seu próprio ofício. Aos lampeiros
menos do que por ser mais do que Deus
querem ouvir de ũa. Par Deus! mas que
ser lido. Escusai-me a este troco de que
e ali fazia das minhas. Achavatanto da vossa parte nessa parte que se
tenho me pesa. Mas ouvi: penduraramides desonrando de caduco. Pois, sobre
mande e obre na de seu vizinho. Dizeipalavra. Eu, vendo-me donde nunca
R. C. - Com palavrinhas doces
R. A. - Deixaihá muitos anos, bem longe de aqui, e
lugar dos pesos, que me não levantava,
untar ao carro de seu proveito; jamais
- Pois eu, vendo-me tão maltratado, fiza mim em corpo e em alma e chimparmorria, lhe respondeu: «ora folgo, por
eu só por curiosidade porque seu voo
ora cá: se o estar sempre à dependura
um hábito de Cristo. Com os requerentes
R. A. - Certo que, ainda que esta vinda
pelo que bem obrasse, com condição que
pontualidade, em lugar dos pesos, que
«arrenego de meu pai se desta água
Confesso-vos que estranhei vendoR. C. - Valhatodos virá seu S. Martinho. LembraOra os vizinhos, vendoR. C. - Vindes tão sabedor que
que cada um seguia. Mas o que melhor
como não fora outra vez gente, faziaquito-lhe a glória que pudera deverdizer), porque nunca fiz erro que se
me acompanham ou, por melhor dizer,
R. A. - Das muitas que tenho
despregava. Entendia eu que o silêncio
este ponto tão escrupuloso que, porque
como se chama, que sua gentil presença
tais trapaças e de tão bom humor que
me desconhecia; pois, como lá dizem, se
me desculpe, fugindo ao costume dos mais que
me desmentiam a cada hora, contudo havia
me desonrais de mentiroso!
me determinei a servi-lo como pudesse
me deu no alto da vaidade, brevemente comecei
me Deus!
me Deus! Sendo relógio que tantas horas dais
me diga como se chama, que sua gentil presença
me dizeis a outro velho, rico, encartado, andar
me dizeis, estou agora crendo que nos mais
me dizeis?
me dizem que saíu agora que chamam «Hora de
me dizer a mim cousa algũa, ferrolha a porta e
me donde nunca me havia visto, como não fora
me dos penosos cuidados que há tantos anos me
me: eis o Relógio do Paço que entrava muito em
me, encontrei cá o Relógio da Sé, muito em
me endireitasse; cousa impossível, por quem já
me entrou na imaginação, por achar a porta
me espantava o grande auditório. Mas
me espanto de que se venham curar, senão de
me; fazei vossa cortesia correspondendo-me
me fazia preguiçoso e, confiados em minha
me fizera. O tempo é touro bravo e em tomando
me fundam, mas que me confundam, eu hei-de
me gabe ou me desculpe, fugindo ao costume
me gordo, nédio, luzente e untado, porque isto
me há posto nos cascos que os maiores
me [RF40] há trinta anos, não sei se é cheminé
me haverdes ouvido toda esta pregação dos
me: haveria maior confusão em ũa república
me havia visto, como não fora outra vez gente
me ides desonrando de caduco. Pois, sobre me
me já fenecer o meu conto.
me lembrará para sempre.
me levantou mil falsos testemunhos, tantos que
me limpou, temendo sujar-se. E, então, porque
me louco.
me na metade da torre do Paço, como quem não
me não andar a vestir e despir todos os dias».
me não competia. Quando nisto, eis que vemos
me não há-de valer para tirar o medo de não
me não ia tão bem porque os mais, vendo-se
me não importara mais que [RF67] ouvir-vos
me não injurie pelo que fizer a seu
me não levantava, me levantou mil falsos
me não molho!».
me naquelas alturas e que, como pregador
me, ora, Deus! Que vos estou dizendo senão
me ouvir contar no meu adro a certo velhustro
me parado, encomendaram-me a um alveitar
me pareceis antes Relógio da Universidade de
me pareceu foi o que ouvi há muitos anos, bem
me pedaços e cursava todo o dia e noite sem
me pelo que bem obrasse, com condição que me
me perdoasse. Parece que só para mim anda o
me perseguem. Comparo eu a memória aos
me pesa. Mas ouvi: penduraram-me [RF40] há
me podia fazer benquisto, como se o não fazer
me prezo de liberal, a troco de que as minhas
me promete grande achado em tão boa
me puderam levantar estátuas como a Pedro de
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colhido na trapaça, foi e [RF53] apeoudos solitários se verefica. Persuadopróprios da velhice. Senão, dizeifazei vossa cortesia correspondendoa quem eu o não mereço, que às vezes
há em mim que, assim tão mestre como
R. C. - Muito
gritando: «parai senhor fulano, e dizeiassim, sem mais nem mais, mandaramfossem horas minguadas, muitas vezes
R. A. - Pois eu, vendotomar ofício. Mas, sobretudo, admirado
rapazes (que agora se costumam) donde
zombaria; e tantas são as pedradas que
ou desenganos, pedi que aqui
que dizem horas minguadas? Porque já
geralmente malquisto de meus vezinhos,
da qual parece haver partido! Consentieu dera por ditosos os aleives que cá
choviam horas sobre eles. Punha-seter cuidado de meus descuidos. Jamais
R. A. - Zomba V. M., porque
pelo alto sol que nos governa e assim eu
tantos males. A isto vim, nesta afronta
desenganado de seus aplausos, vendoeu, que até então sendo Relógio do Paço
nem quisera saber desse. Mas dizeiMas não digas que eu to disse, ouvesser um desmanchado que, dizendo-lhe os
todo o Paço sem conta nem peso nem
nós outros, os relógios, estivéssemos a
me não há-de valer para tirar o
que eles davam para casa, atordoados do
passatempos. Tafuis não tinham comigo
está mais gorda. A rês [RF57] mais bem
Quantos eu conheço que por isso mesmo
a um destes na audiência e cercear
dava de esporas ao passeo e, em
de modo que, das dez às onze, não punha
esta demora sendo prontíssimo em dar
casa, atordoados do medo e dos sinos da
e a freiras, destas que celebram as
liberalmente das felicidades humanas em
relógio dava com grande conciência o seu
nos beiços do Oriente já eu escascava o
dele esta queixa porque, se bem as faz,
há tantos anos me acompanham ou, por
da Vila de Belas; ou sem perdão (para
e [RF53] apeou-me quando eu estava no
dias, porque diziam eles que assaz
tirar o medo de não morrer enforcado,
jornada, Marrocos por Marrocos,
anteceder à morte a velhice, ou se seria
bafo, como seu marido. A Fortuna,
hora, a justiça parecerá bem e a mercê
e devoto que cada um seguia. Mas o que
companheiro, que a fruta das horas é
que tem por certo que tudo o seu é
do mundo, donde há dias (como V. M.
- e que mudasse o relógio a parte onde
e chafurdá-lo? Porque, se tal fosse, era
R. A. R. C. - Por mim, não, mas por outros
me quando eu estava no melhor do meu mundo
me que, do próprio modo que ao homem só o
me: quem poderia apartar-se liberalmente das
me. Quem quereis ser? Por qual mandais que
me recolho e não dou as horas que havia de dar
me reputais e tão prático como entendeis que
me retinis a letrado, relògiozinho de por aí
me se isto é verdade». O requerente, sem
me ser relógio que governasse a terra sobre a
me sucedeu que, em lugar de dar ũa e duas
me tão maltratado, fiz-me louco.
me tem essa vossa relação. E como saístes da
me tem para me apedrejarem.
me tem tirado gentes a quem eu o não mereço
me tendes.
me teve este ponto tão escrupuloso que, porque
me tiraram o ofício em breves dias, porque
me tornar atrás; e, assentando que vivo só e
me trouxeram, quanto mais que eu não sairei de
me ũa alma nova ouvindo-lhe trocar [RF48] os
me untou as rodas, pelas untar ao carro de seu
me vê aldeão. Pois também lá dizem que cantam
me veja livre da lima e do martelo deste vilão
me vejo. Notai como anda a nossa Corte bem
me velho e com os pés para a cova, comecei a
me via tão benquisto de verdadeiro, em
me: virá isso, por ventura, de que os mais
me?
médicos que morria, lhe respondeu: «ora folgo
medida. O pobre serralheiro dizia que tinha
medir e compassar e estremar o tempo, por
medo de não morrer enforcado, melhor é
medo e dos sinos da meia noite. Caçadores
medra; porque, fiados no relógio que ainda não
medrada é que faz maiores impulsos ao cutelo
medram: uns por tomarem os ofícios que não
meia hora, a troco de que para ele a não haja
meia hora de conversação, choviam horas
meia hora.
meia noite as noites da quinta para a sesta, com
meia noite. Caçadores, tenho enterrado muitos
meias noites com procissão de gulodices
meio delas, se, ainda depois de gozadas e depois
meio dia, a cujo som os ouvintes alimpavam os
meio dia. Era alta noite quando apenas acudia
melhor as desfaz.
melhor dizer, me perseguem. Comparo eu a
melhor dizer), porque nunca fiz erro que se me
melhor do meu mundo. Destrocou-nos, tornando
melhor e mais barato lhes serviria de relógio a
melhor é acabar logo por ũa vez.
melhor é o campo que a cidade.
melhor enganar a gente com a lisonja da
melhor engenheira que Cosmander, costuma
melhor. Mas, se a justiça se faz ante tempo e
melhor me pareceu foi o que ouvi há muitos
melhor para dar que para ter. Muito hei visto; e
melhor que o da outra gente. Não matou mais a
melhor sabe) que ninguém val pelo que é, senão
melhor se visse e mais soasse. Mas o caso era
melhor ser relógio que cónego de S. Tomé.
Melhor estou com a história do pano azul que
melhores sim; porque todos os que nos
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dizer, me perseguem. Comparo eu a
algum prègador que a desse, correi pela
Mas nada do que digo abate a honra da
daninhos contra quem os cria. Assim é a
fim de lhe caírem as matinas baixas pela
que respira, sem lhe querer relevar o
são os velhos. Mas todos, mais ou
uns aos outros dessimulam. Fará, pelo
há alfaiate bem vestido. Nunca vereis
de hoje mais houvera de fazer por ser
em aquilo que dantes era, e às vezes
ourelas dos tronos, que não estarão aí
R. A. - A esses tenho inveja porque, ao
pelas leis (ou se lhe não executa), ao
R. A. - Pelo
sapateiro na arte de amassar ouro? Por
Nem seria pequena vingança deixar (pelo
que negou às alimárias, a quem deu
são como trigo do mar: sempre vale
e que fez? Pois não faz nem mais nem
R. C. relógios da Cidade, me deram por aio um
isto agora é verdade, que o passado era
logo fui tido pela mesma fraude e
como sou vivo. De sorte, amigo, que as
a gente se governava por tal fole de
verdades, ele, aplaudido pelas suas
que, pondo em pés de verdade suas
R. A. - Por isso tu cá vens por
eu hei-de ser quem as pague! A fama de
lhe não valiam suas verdades, deu em
Ó saloio, por bom modo me desonrais de
de ab initio não é mais que ũa torreira de
que as pragas rogadas das onze para o
[RF62] alcançou o ofício por maus
Fiz deles gato sapato. Filhas de ourives e
Se a justiça se fizer à sua hora e a
outras, a provisão falsa em que lhe faz
ofício e vede agora se foi castigo ou
se faz ante tempo e fora de horas e a
à sua hora, a justiça parecerá bem e a
justiça escarmenta como justiça, nem a
como justiça, nem a mercê obriga como
cristão e louvo a Deus por tão grande
que não eram as onze, e que tal relógio
R. A. o Relógio do Paço; que minhas rodas
R. A. - Se elas forem tão sazonadas e
fiz de vosso nome, por que, entre tanto
que jamais andei de amores com o meu
me tem tirado gentes a quem eu o não
terra, e por dois magustos que ambos
A estes confrades da vianda, irmãos da
hajam passado muitos dias, semanas,
passou por ali um rei com um tabardo da
ser Relógio das Chagas, logo fui tido pela
tanto por sua própria vontade que a essa
às trévoas e das trévoas à claridade? Da
e caem. Em os homens passa da
de cada qual que as outras passadas, da
porque pela culpa alhea eu não sou a
e os santos, e aos mais valeu pouco. Da
acerte [RF35] com a vontade com que o
memória aos bugios (perdoai tão baixa
memória e dizei-me a causa de esse mistério.
memória e nome de nossas horas, vendo que a
memória vendo-se solta. Quando algũa
menhã, tudo era fazer dormir toda a noite o
menor intervalo de que na vida lhe não faça
menos cansados, chegam ao fim do ano, ao
menos, certo aquilo de que eu mais necessito
menos cortesia que na corte. Anda o mundo
menos do que por ser mais do que Deus me
menos, e não é nada. Com esta satisfação que o
menos em seu lugar do que os homens
menos, está em sua mão deixarem de ser
menos eu lhe queria dar aquela que podia. Já
menos, grande alívio é para nós o sabermos
menos mal tivera deixar de fazer as cousas que
menos) o crédito do contrário duvidoso. Isto
menos, porque delas não queria receber tanto
menos que o peor da terra, e lá tem de
menos que tomar-me a mim em corpo e em
Menos roncas, se lhe praz, que fidalguias de
mentecato. Vede que gentil censor podiam ter
mentira».
mentira; sucedendo-lhe ao revés ao Relógio do
mentiras e trapaças de aquele tacanho eu hei-de
mentiras. Finalmente, choviam os opróbios, que
mentiras.
mentiras sem pés nem cabeça, prevaleceu de
mentiroso... Diz que a verdade da língua dos que
mentiroso ficará para sempre comigo, e o
mentiroso por se vestir da libré do tempo; e eu
mentiroso!
mentirosos, valhacos e vadios, de verão à
meo dia eram de vez, porque todas empeciam
meos, do qual indo tomar posse lhe resvala um
mercadores, ricas e delicadas, tive toda a noite
mercê à sua hora, a justiça parecerá bem e a
mercê da comenda alhea, el-rei lha concede e
mercê da natureza anteceder à morte a velhice
mercê fora de tempo e desorada, nem a justiça
mercê melhor. Mas, se a justiça se faz ante
mercê obriga como mercê, parecendo a
mercê, parecendo a primeira que é efeito da
mercê, porque, ainda que não vivo, como vós
merecia queimado e cortada a mão que cuidava
Merecia tal dia e hora engastoada em ouro!
mereciam ser de ouro, e bálsamo o azeite com
merecidas como as que fazeis aos fidalgos da
merecimento, ficasse dessimulada a curta valia
merecimento. Tende, amigo, por certo que
mereço, que às vezes me recolho e não dou as
merendam, depois de mui bem desonrados ele e
Mesa de Santo Entrudo, fiz a maior guerra
meses, anos, que são os bancos da escola da
mesma cor. Não quiseram mais os vizinhos do
mesma fraude e mentira; sucedendo-lhe ao
mesma hora de sua morte chamou só, em sua
mesma maneira, e ainda muito mais necessária
mesma maneira: os que são muito crecidos não
mesma maneira ouve agora estas horas e as
mesma pontualidade, em lugar dos pesos, que
mesma sorte nos sucede, porque, desde que
mesmo Amor não atina? Donde eu cuidei já que
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nos está enganando todo o mundo; e até o
os reis e as princesas? Pois isto
a hora determinada lá em cima, o
do dia e logo mortal pela sesta. O
homem! Quantos eu conheço que por isso
também; ele correu, correu o valido, do
R. C. - Mas acrecento que, do
rezão de duas em carga. Na terra é do
repiques dos meus sinos, esse dia. Do
[RF64] R. A. - O
porque de ordinário, o corte não é do
R. C. - Esse
Pai todas as horas da vida, por isso
nos cornos um pecador, se ele por si
Tende por certo que, entre os homens, o
se ele por si mesmo se não faz morto, o
não só que te consertem os erros mas os
os influxos. Para que é mais? Os
ou apalavrou lá, em seu lugar,
mas não o que há em mim que, assim tão
Porque os viandantes, vendo-o já
entrava muito em secreto por casa do
que não havia outro remédio e que o
se há de parar em vossas mãos, ũa de
misericórdia. Assim foi feito; e, como o
começar a emendar-te, que é manha dos
Por eu deixar com a palavra na boca e a
a sua tenda, cada morador sua casa, e se
em corpo e em alma e chimpar-me na
lhe fui afeiçoado e, por parte dos
andam [RF59] por se verem ser de um
Relógio das Chagas, que com ninguém se
rei todo o tempo de sua valia, quando lhe
que, por se fazerem gente, se
sem cunhos nem cruzes, que se andam
mais sadio que galinha cozida. Foi o diabo
S. Martinho. Lembra-me ouvir contar no
costuma fazer o que fazia um cerieiro do
a pagar seus excessos. Para beatas do
juntos à ruim suspeita que o povo do
no ar a um ratinho, dera quanto se vê do
tinha as bênçoas certas. Tal havia que ao
R. A. - Deixai-me já fenecer o
outra cousa! Tão pontualmente assisti a
a seu descontentamento. Tomo-vos por
cousa, nenhum deles tem grande culpa (a
do verdadeiro Relógio Palatino que, em
que jamais andei de amores com o
apeou-me quando eu estava no melhor do
mais antigo que este: «arrenego de
R. C. - Vou avante. O
escusada ou ilícita, então era o
muito com a minha torre, e notava de
meu vagar a facilidade com que o bom do
e que as trouxe tão desvairadas com
a cada hora, contudo havia ministros tão
ele tratar em ferraduras, logo atalharia
quanto lhe davam, por ter cuidado de
Vede que gentil censor podiam ter os
vez que cuido no engano dos tolos dos
teve de minha verdade, não descansaram
R. A. - Pecadora, e por
a mim bem que fazer nos repiques dos
mesmo céu, que cada dia nos parece azul, não
mesmo é agora um sesudo.
mesmo é dar um de nós a hora que dar a contra
mesmo ferro agudo dá vida na hora que abre a
mesmo medram: uns por tomarem os ofícios
mesmo modo, e dizia gritando: «parai senhor
mesmo modo, é cativa desconfiança cuidar o
mesmo modo; os homens desmancham o mundo
mesmo modo, se o exército for pago à sua hora
mesmo ouvi e creo; mas nunca achei quem me
mesmo pano que a amostra.
mesmo.
mesmo recebeu do Padre aquela hora da morte
mesmo se não faz morto, o mesmo touro o mata
mesmo sucede cada dia. Não se enforque o
mesmo touro o mata. Se, cosendo-se com o
mesmos acertos, porque por aí hão-de começar
mesmos números da aritmética, que é a própria
mestiça, filha de baneane. Juro-vos que a toda
mestre como me reputais e tão prático como
mestre de relógios, não ferravam na sua tenda
mestre, donde eu também jazia por
mestre me achava digno daquele ofício, me
mestre, outra de amigo. Não perigará em
mestre relojoeiro tal entendesse, antes de ser
mestres de agora. E então, despois de lhes
mesura no ar a um ratinho, dera quanto se vê
meta, mande e obre na de seu vizinho. Dizei-me
metade da torre do Paço, como quem não diz
metais, ainda sou parente muito próximo dos
metal que, quebrado e desfeito, não presta mais
mete! Assi vai tudo direito!
mete, entre outras, a provisão falsa em que lhe
metem também em reste com os mofinos.
metendo de gorra nas conversações com pés de
meter em cabeça aos arquitectos del rei que lhe
meu adro a certo velhustro que nele era muito
meu bairro, destes que fabricam tarjas de cera
meu bairro era um cutelo de dois gumes. Nunca
meu bairro sempre teve de minha verdade, não
meu campanário. Porque tal há destes que, por
meu consertador julgava digno de um hábito de
meu conto.
meu exercício que até eu próprio me
meu juiz conservador, para que lhe façais
meu juízo) porque, por esta própria razão que a
meu lugar, foi levado à Torre das Chagas. Era
meu merecimento. Tende, amigo, por certo que
meu mundo. Destrocou-nos, tornando cada um a
meu pai se desta água me não molho!».
meu pedagogo era torto e mandavam que me
meu repouso; dormia como carapeta. Eles
meu vagar a facilidade com que o bom do meu
meu vizinho derretia os anjos e fazia deles
meus acintes que muitas se queriam mudar de
meus afeiçoados que tomavam sobre sua
meus desconcertos. De aqui procedeu que o
meus descuidos. Jamais me untou as rodas
meus desvarios!
meus fregueses e na malícia do malvado
meus inimigos até não darem comigo em casa
meus pecados, lhe chamai vós, se não chamar
meus sinos, esse dia. Do mesmo modo, se o
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um novelo. Sabia que nos tribunais
que, sendo geralmente malquisto de
do Alfeite tão gostosa como eram para
R. C. - Cada ano mo declaravam a
as horas da comida, lhe dei mil azos a
para bodas nem mortuórios, havia
a peso de ouro; e de aí nace que são
sempre as horas da comida, lhe dei
vão tomado mil suores de fornalha, dois
três figuras atrás de si, valerá quatro
vinha emprastar e remedear de mais de
dois mil banhos de forja e quatro
que me não levantava, me levantou
antigo cortesão, de quem a fama publica
«a desoras», «fora de horas» e outros
velho, depois de haver em vão tomado
C. - E o tacanho adulador que, no fim de
arrenegando do desenfado e do relógio.
biscaínho, com suas misturas de aço de
que se me perdoasse. Parece que só para
entrará pela barra dentro, dando-me a
R. C. - Pois que importa? Farão de
el-rei tal enfadamento? Ora deixai-me a
quem não diz nada. E, sem me dizer a
R. A. - E vós a
nem mais nem menos que tomar-me a
[RF37] R. C. - Por
a um alveitar que vivia junto de
o que há em vós, mas não o que há em
R. A. - Isso não por
necessário. Despois, convertidos contra
que as minhas horas nunca fossem horas
quereis que entenda isto que dizem horas
R. A. - Quem tal fizera crer ao senado da
Até no céu (ouvi já aos astrólogos da
com ũa águia, lá em certa alagoa de
que, nas vinte e quatro horas do dia,
enfadamento? Ora deixai-me a mim com
sou parente muito próximo dos sinos da
muito a suas horas. E porque o adro da
- Antes já ouvi dizer a um pregador, na
eu muitas vezes dou fé que ouvi na
Antes fora caveira de relógio, se na
todo o dia e noite sem atinar jamais com
R. A. - Tenho feito
relógio que governasse a terra sobre a
me fazia preguiçoso e, confiados em
treita ao mau olho. Se pudera escolher a
o prato de ovos, não havia doze horas na
Porque ele não é como o escudeiro da
em um eirado que frisava muito com a
os que eu via aproveitados desde a
que tomavam sobre sua conciência a
que o povo do meu bairro sempre teve de
sei se é cheminé ou campanário a casa da
Ainda agora lá estivera e fora muito por
R. A. - Grande. Primeiro, fazer
tenho mão para bargantes e ali fazia das
me prezo de liberal, a troco de que as
ele a teve; e muitas vezes, cá pelas
hei visto; e, se vos servem algũas das
como então, o Relógio do Paço; que
correndo à trocada: eu, desmentido das
meus sufragâneos se costumava a entrar às
meus vezinhos, me tiraram o ofício em breves
mi as carreiras que eles davam para casa
mi e aos mais ouvintes os varões apostólicos
mil acidentes de mal de estâmago e de ourina e
mil anos que estava na tenda: porque os noivos
mil as castas de nossas teimas. Cada qual se
mil azos a mil acidentes de mal de estâmago e
mil banhos de forja e quatro mil esfregações de
mil, e se detrás de todas essas figuras, valerá
mil enfermidades.
mil esfregações de bigorna, que não sei como
mil falsos testemunhos, tantos que, juntos à
mil galantarias.
mil modos de dizer. Como se a gente em nenhũa
mil suores de fornalha, dois mil banhos de forja
mil tempos de servidão, [RF62] alcançou o
Mil galanterias tenho feito a damas e a freiras
Milão, cavaleiro lombardo.
mim anda o mundo concertado!
mim bem que fazer nos repiques dos meus sinos
mim campainhas e então lhes direi por cem
mim com minha conciência, que mais vos
mim cousa algũa, ferrolha a porta e vai-se
mim de vilão com bem mau modo!
mim em corpo e em alma e chimpar-me na
mim, não, mas por outros melhores sim
mim, o qual aceitou logo a comissão, muito
mim que, assim tão mestre como me reputais e
mim, que decendo de mui nobre ferro, fidalgo
mim, tudo era lançar a culpa ao maldito Relógio
minguadas, muitas vezes me sucedeu que, em
minguadas? Porque já me teve este ponto tão
minha aldea?
minha aldea) são os planetas bons e maus
minha aldea. Veo a águia e, de repente, o
minha boca se não despregava. Entendia eu que
minha conciência, que mais vos contarei de
minha freguesia. Se todos já como eu se
minha igreja já de ab initio não é mais que ũa
minha igreja, que cada um é obrigado a
minha igreja) que Cristo Nosso Senhor, e por
minha mão estivesse a faculdade de poder
minha obrigação. Donde vi que a boa vontade
minha obrigação nomeando-me; fazei vossa
minha palavra. Eu, vendo-me donde nunca me
minha palavra, os detinha entre os lançóis, até
minha sorte nunca morara em grimpa.
minha tabuada do sábado para o domingo; mas
minha terra, mordomo de todas as festas, que
minha torre, e notava de meu vagar a facilidade
minha torre, quando Deus queria...
minha verdade, afirmando que nunca tão
minha verdade, não descansaram meus inimigos
minha vivenda; e assim, sem mais nem mais
minha vontade, porque sem dúvida tenho mão
minha vontade.
minhas. Achava-me gordo, nédio, luzente e
minhas horas nunca fossem horas minguadas
minhas mossas de ferro, hei notado que de
minhas observações ou desenganos, pedi que
minhas rodas mereciam ser de ouro, e bálsamo
minhas verdades, ele, aplaudido pelas suas
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as negras. Porém, nós, todos as
R. C. - Pois acrecentai-lhe que morreu
mandando-se-lhe pintar o símbolo de um
R. C. - E o mau
o que tem, cansa a el-rei, mata aos
A. - Sempre ouvi dizer que era manha de
façam aqueles que não são aos olhos dos
enganos, ordenando que assim como os
os de seus exércitos. Alojem os sábios
desmentiam a cada hora, contudo havia
relógio às avessas, quis dizer que aos
dizer nisso? Diria, por ventura, que os
muito magnífica, amenhã se representa
modo, é cativa desconfiança cuidar o
podem crer que se lhes mude a contínua
si, ainda que para os outros fossem de
domingo por cumprimento, se em vez da
C. - Porque vendem a sua ignorância por
pela memória e dizei-me a causa de esse
apostólicos, segundo o sentido moral,
nobre ferro, fidalgo biscaínho, com suas
R. C. - Cada ano
Como vos fizestes doudo? Ensinaihora? E velha conheci já que ensinava às
Pois também lá dizem que cantam as
melhor enganar a gente com a lisonja da
comparo eu com os velhos e os
e os moços por ũa ladeira acima. Os
dia todos os amadores são cegos. Mais
em lugar bom, despede, senão benignos,
e dos bens e cuidam que são firmes, a
ele correu, correu o valido, do mesmo
R. C. - Mas acrecento que, do mesmo
R. C. - Ó saloio, por bom
de duas em carga. Na terra é do mesmo
sem pés nem cabeça, prevaleceu de tal
ela os realça, levanta e ilustra de tal
verefica. Persuado-me que, do próprio
desesperação deles, porque fazia de
que hoje lhe dão e amenhã lho tiram. De
A. - E vós a mim de vilão com bem mau
dos meus sinos, esse dia. Do mesmo
R. C. - Padecia ũa
desoras», «fora de horas» e outros mil
que o ditoso não queira algũa hora ser
R. C. se metem também em reste com os
R. C. - Olhai, no cabo do ano, ditosos e
digo que não samos os aldeãos os mais
à ferrugem. Gastam-se-nos com o uso as
como as figuras que se vazam em
de meu pai se desta água me não
os mais, vendo-se desacomodados de
desta obra. Quanto ela algũa [RF32] hora
e cidades, se nelas vai tanto de monte a
cortes e cidades, se nelas vai tanto de
Mugem ou sino de cortiça na charneca de
João, às quartas feiras, e da Virgem do
atilados que vós, em sua comparação,
de tal modo que agora nos parecem altos
parte desta gente e seus costumes,
que cada oficial deixe a sua tenda, cada
Depois que, com ruim satisfação dos
ministramos de ũa cor própria. A superstição
ministro do maior tribunal do seu tempo.
ministro, pintou um relógio ao revés: a
ministro que, depois de enganar ao rei todo o
ministros e, no cabo, volta-se a sua terra, e
ministros fazerem-se eles os relógios da
ministros, para que, despois, desfeita no
ministros se fazem aos olhos do mundo aqueles
ministros (segundo vemos) nas ourelas dos
ministros tão meus afeiçoados que tomavam
ministros todos os adoram mas ninguém os crê.
ministros trazem sempre sobre si os pesos e os
miserável. Mas então eu, que estou de fora, se
miserável que já nunca mais pode haver para
miséria que os perseguia sempre.
misericórdia. Assim foi feito; e, como o mestre
missa, que não ouviam, ouviam então dar a ũa
mistério; e, como ninguém quer mostrar que
mistério.
místico e devoto que cada um seguia. Mas o que
misturas de aço de Milão, cavaleiro lombardo.
mo declaravam a mi e aos mais ouvintes os
mo pelo que pode ser...
moças que as pragas rogadas das onze para o
moças: «Relógio que andais errado, que não
mocidade, até a entregar nas mãos do fim, duro
moços por ũa ladeira acima. Os moços, porque
moços, porque são de ordinário sãos, ágeis e
moços tenho desesperado que o gagau e a
moderados os influxos. Para que é mais? Os
modo da mulher que, por não tratar outro
modo, e dizia gritando: «parai senhor fulano, e
modo, é cativa desconfiança cuidar o miserável
modo me desonrais de mentiroso!
modo; os homens desmancham o mundo, e os
modo que à calúnia cedeu a inocência, e o pobre
modo que agora nos parecem altos montes
modo que ao homem só o envestem seus
modo que, das dez às onze, não punha meia hora.
modo que quem lho concedeu lho pode negar e a
modo!
modo, se o exército for pago à sua hora, poderá
modorra mortal.
modos de dizer. Como se a gente em nenhũa
mofino, persuadido de que as boas andanças são
Mofino homem! Quantos eu conheço que por isso
mofinos.
mofinos todos ficam iguais. Para todos houve
mofinos, vivendo em perene desterro das
molas, quebram-se-nos os dentes com o
moldes: sempre hão-de trazer a própria forma
molho!».
monção e para tudo faltos de horas, me
montar na estimação de aqueles que lhe podem
monte a má malícia.
monte a monte a má malícia.
Monte Argil. Mas não digas que eu to disse
Monte às sestas - que vão mudas à romaria
monteis deslustrosa, ou desaproveitadamente
montes, agora soberbos edifícios, tal vez rios
mora a superstição e hipocresia. Preguntai que
morador sua casa, e se meta, mande e obre na
moradores e peor grado dos passageiros, não
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não ferravam na sua tenda; e os
os varões apostólicos, segundo o sentido
Se pudera escolher a minha sorte nunca
causa, quando aos mais distraídos lhes
não é como o escudeiro da minha terra,
persuadido de que as boas andanças são
ganhou, chegar a dispensação de Roma e
não há-de valer para tirar o medo de não
R. C. - Pois acrecentai-lhe que
o Evangelista S. João; em a qual hora
que, dizendo-lhe os médicos que
R. C. - Eis aí o maior engano dos
mais descansado e ligeiro, façam os
é saudável na crecença do dia e logo
R. C. - Padecia ũa modorra
ou mercê da natureza anteceder à
vontade que a essa mesma hora de sua
pôs à ventura ou à desgraça, à vida e à
lembrança da hora do nascimento e da
piadosa estalagem que Deus pôs entre a
muitos sábios requestaram a hora da
lhes ouvimos oferecer a Deus a hora da
de nós a hora que dar a contra-senha à
a Providência a velhice entre a vida e a
mesmo recebeu do Padre aquela hora da
e o homem fosse perdendo o receo à
vida, só querem dar a Deus a hora de sua
a outra fermosa fazia concerto com a
chamou hora sua à hora de sua
com suas presunções e profias, tem
pecador, se ele por si mesmo se não faz
recolher por chuvas, neves e ventos,
azul que, por não servir para bodas nem
a teve; e muitas vezes, cá pelas minhas
quer mostrar que ignora o que outro
é como sobrescrito de boa letra, que
acomodava como queria a mão do seu
uns nem outros. Pois se os grandes
por mistério; e, como ninguém quer
nem os pequenos são aqueles que se lhes
estão apeados, por aquela regra de «
sumindo o curso, guisava de tal sorte o
primeira hora, escumei a voz e compus o
aljôfar se perde, o cristal estala, e tudo
se seca. As grandes param e, se fazem
novidades, alturas, crecenças e
com meus acintes que muitas se queriam
então tão pouco como dizeis. E hoje,
da Virgem do Monte às sestas - que vão
alturas, crecenças e mudanças - e que
e estes não podem crer que se lhes
ser badalo nas choupanas do Porto de
se adornam, todos somos sujeitos ao
que ambos merendam, depois de
e levar o pano às punhadas, depois de
R. A. - Isso não por mim, que decendo de
R. C. eu que as vi já andar atrás doutras
e a figura, porque se vêm diante de
da cidade por quem, havendo passado
a Igreja, não só santa mas sapiente, em
R. A. - Das
tão desvairadas com meus acintes que
moradores, sabendo quão mal relojoeiro lhes
moral, místico e devoto que cada um seguia
morara em grimpa.
morde no peito aquela saudável aranha da
mordomo de todas as festas, que nunca pagava
morgado que haja de andar em sua família para
morrer ele ao outro dia?
morrer enforcado, melhor é acabar logo por ũa
morreu ministro do maior tribunal do seu tempo.
morreu tanto por sua própria vontade que a
morria, lhe respondeu: «ora folgo, por me não
mortais; porque a velhice é ũa piadosa
mortais tantos excessos que, querendo voar
mortal pela sesta. O mesmo ferro agudo dá vida
mortal.
morte a velhice, ou se seria melhor enganar a
morte chamou só, em sua vida, hora sua. Mas
morte de cada um.
morte dos justos e ainda dos pecadores. E
morte e a gentileza, brio, esforço e saúde. Se
morte, e alguns da gentilidade bàrbaramente a
morte. Mas Cristo, como sacrificou a Seu
morte ou à Fortuna para que se cheguem e
morte para que ali se domasse a fúria dos
morte para Si sòmente e lhe chamou hora sua
morte, pela conversação dos achaques e
morte. Por esta causa, quando aos mais
morte, prometendo de se lhe entregar cada vez
morte.
morto de pessoas.
morto, o mesmo touro o mata. Se, cosendo-se
mortos, acatarroados e fora de horas, cheos de
mortuórios, havia mil anos que estava na tenda
mossas de ferro, hei notado que de contínuo os
mostra que sabe, fica-lhes mais perto aprovar
mostra será a carta da própria mão.
mostrador.
mostram que não são aqueles que se fingiam
mostrar que ignora o que outro mostra que sabe
mostravam; e assim, estes e aqueles (como
mouro, o que não podes haver...» Romaria que
movimento que chegava ele duas horas depois
movimento. Vou e desando. Par Deus, que soei
muda não só a forma mas a sustância do que era.
mudança, é para deminuírem; murcham-se e
mudanças - e que mudasse o relógio a parte
mudar de bairro, pelas falcatruas que lhes fazia
mudaram o valor, o estado
mudas à romaria espreitando o que diz a gente
mudasse o relógio a parte onde melhor se visse
mude a contínua miséria que os perseguia
Mugem ou sino de cortiça na charneca de Monte
mugre e à ferrugem. Gastam-se-nos com o uso
mui bem desonrados ele e seu compitidor, ei
mui bem roído da traça, por muito mais do que
mui nobre ferro, fidalgo biscaínho, com suas
Muita graça tinha aquele escolar que consultava
muitas figuras,
muitas figuras ou adiantadas a outras. [RF54]
muitas horas, é força que hajam passado
muitas partes faz grande estimação das horas
muitas que tenho me pesa. Mas ouvi
muitas se queriam mudar de bairro, pelas
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R. A. - Essa manha sempre ele a teve; e
pecadores. E assim ouvimos (como eu
horas nunca fossem horas minguadas,
como mula de atafona, porque, às
R. C. esta própria razão que a uns lhes dura
em seus ditos, vindo com as horas
com toda sua prática vai dessimulando
R. C. - Seja V. M.
aos fidalgos da Beira, ouvi-las-ei eu de
trabalhar em um eirado que frisava
meu adro a certo velhustro que nele era
passa da mesma maneira: os que são
dos abades: engordam as galinhas
reis de Portugal houve cá um valido
R. C. - A Fortuna é
galantaria digna de seu autor, se esmera
eis o Relógio do Paço que entrava
curar-me, encontrei cá o Relógio da Sé,
«vinde com as horas boas», «ũa hora
das Chagas. Era ele boníssima pessoa e
de
negar e a figura que hoje se representa
depois de mui bem roído da traça, por
à claridade? Da mesma maneira, e ainda
até do que não val nada, sempre valeu
cada um a sua antiga casa. Porém, é
de mim, o qual aceitou logo a comissão,
R. C. - Ainda agora lá estivera e fora
por parte dos metais, ainda sou parente
O pobre serralheiro dizia que tinha
a raiva e a inveja sem inveja nem raiva,
mal de estâmago e de ourina e, tal vez, a
castigo. Leva-o o pecado e o relógio fica
horas é melhor para dar que para ter.
R. A. R. C. R. A. que melhor me pareceu foi o que ouvi há
a outro velho, rico, encartado, andar
que as quiseram muitos para o jantar de
doudice? Porque não val a desculpa, que
muitas horas, é força que hajam passado
meia noite. Caçadores, tenho enterrado
dos grandes senhores que as quiseram
vez, com alvoroço. Donde se viu que
R. A. - Dias há que eu conheço que
o pintaram com os olhos cobertos, como
indo tomar posse lhe resvala um pé à
eu soubesse que homem casado com
dotar a sobrinha, no cabo escolhê-la por
bens e cuidam que são firmes, a modo da
azeite com que se temperassem. Pois as
os poetas lhe chamaram vermelhas, e
mão que cuidava dele; e que, por isso, o
como os ministros se fazem aos olhos do
Parece que só para mim anda o
Estai seguro de que não há neste
menos cortesia que na corte. Anda o
quando eu estava no melhor do meu
compõe esta fermosa perspectiva do
V. M., que estas são as justiças do
de que se compõe e descompõe o
muitas vezes, cá pelas minhas mossas de ferro
muitas vezes dou fé que ouvi na minha igreja
muitas vezes me sucedeu que, em lugar de dar
muitas voltas que os amantes lhe fazem dar, o
Muitas vezes me assombro só em cuidar que
muito a dita e a outros a desgraça, não há quem
muito a suas horas. E porque o adro da minha
muito bem a causa de sua santa vinda.
muito bem vindo. Quem diremos?
muito boa vontade.
muito com a minha torre, e notava de meu
muito contínuo...
muito crecidos não podem ser maiores, antes
muito de seu vagar, e matam primeiro a que
muito discreto (como era bem que todos o
muito disso. Tem o costume dos abades
muito em provar, com discursos e exemplos
muito em secreto por casa do mestre, donde eu
muito em segredo, que se vinha emprastar e
muito fermosa», «nas horas de Deus», «logo
muito inclinado à rezão e, como dos passados
muito má figura conheço eu que as vi já andar
muito magnífica, amenhã se representa
muito mais do que valera em novo.
muito mais necessária, interpôs a Providência
muito. Mas que proveito conseguistes dessa
muito para notar que eu, que até então sendo
muito persuadido de que, por eu ser de ferro e
muito por minha vontade, porque sem dúvida
muito próximo dos sinos da minha freguesia. Se
muito que consertar, porque naquela casa, não
muito quietamente.
muito reverendas apoplexias, donde, de
muito seguro no seu campanário.
Muito hei visto; e, se vos servem algũas das
Muito me alegrastes com tão alto discurso
Muito me retinis a letrado, relògiozinho de por
Muito tempo há que o tempo é esse! Ũa cousa
muitos anos, bem longe de aqui, e me lembrará
muitos anos sem querer dotar a sobrinha, no
muitos anos. Tomei por devoção não dar à gula
muitos dão, de se não poderem fazer as cousas
muitos dias, semanas, meses, anos, que são os
muitos mais com raivas que lhes hei feito do
muitos para o jantar de muitos anos. Tomei por
muitos sábios requestaram a hora da morte, e
muitos se queixam do mundo, quando lhe vem
mula de atafona, porque, às muitas voltas que
mula e dá com o valhaco no rio? Não presta?
mulher brava e ciosa anoitecia fora de casa na
mulher, entregar-lhe quanto ganhou, chegar a
mulher que, por não tratar outro homem
mulheres e os criados destes, que os viam
mulheres há que lhe chamam negras.
mundo [RF52] andava tão ajustado, porque a
mundo aqueles que não são, assim os lisonjeiros
mundo concertado!
mundo cousa tão abatida que algũa hora se não
mundo desconcertado e o peor é que nos põem a
mundo. Destrocou-nos, tornando cada um a sua
mundo; donde é para notar que aqueles baixos
mundo, donde há dias (como V. M. melhor sabe
mundo dos negócios ou os negócios do mundo
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dessa maneira nos está enganando todo o
mesmo modo; os homens desmancham o
- Ora de aí vem que das cousas que há no
as festas como ele as fazia! Este nosso
não há cousa que não tenha sua hora no
o mundo dos negócios ou os negócios do
que eu conheço que muitos se queixam do
e, desta troca, todos os desconsertos do
- que há gente tão extravagante no
E tu, amigo, que ganhas em desenganar o
comecei a fazer tais cousas que o
as cadeiras. É esse bom governo do
livro lêm os homens desde o princípio do
aritmética, que é a própria verdade do
se fazem mudança, é para deminuírem;
como sendo Relógio das Chagas era
logo, o que afirmava não trazia o relógio
ofício de fazer sapatos, ou o sapateiro
que, a troco de quatro réis, vos enxira
de restituição desaviar a um destes
são as horas. Porque não há cousa
do mundo. Por eu deixar com a palavra
o pobre do relógio, quebrando-lhe a hora
do Porto de Mugem ou sino de cortiça
que sou, de nenhũa outra cousa sirvo cá
R. A. - Direi; porque,
brava e ciosa anoitecia fora de casa
nas confrarias se usa dados os votos
Nunca vereis menos cortesia que
de suas horas. A sangria é saudável
sua casa, e se meta, mande e obre
disse logo o outro, antigamente, que «
Quanto ela algũa [RF32] hora montar
pela sesta. O mesmo ferro agudo dá vida
vida na hora que abre a postema, e mata
entrada. Se isto algũa vez foi verdade,
conceito que ũa vez cá me entrou
a hora na boca, houve de ser o culpado
vim a entender por experiência que,
engano dos tolos dos meus fregueses e
a mim em corpo e em alma e chimpar-me
C. - Antes já ouvi dizer a um pregador,
(como eu muitas vezes dou fé que ouvi
Antes fora caveira de relógio, se
o prato de ovos, não havia doze horas
houve que disse tinha sempre as horas
lhe tirou o chapéu. Toparam-se um dia
já mestre de relógios, não ferravam
mortuórios, havia mil anos que estava
a qualquer dos executores que o céu tem
assinado no livro da vida, que se guarda
tal entendesse, antes de ser colhido
revolta com sua revolução. Deram-lhe
querer relevar o menor intervalo de que
o aviso mais importante que há
fui peçonha. E solicitador havia
me cheira a sem rezão de duas em carga.
a doudice pesada a peso de ouro; e de aí
diziam mal à sua vida, a hora em que
resolvi-me a parar e não se me dar de
dantes era, e às vezes menos, e não é
dois planetas, eclipsa-se o sol ou a lua, e
Mas
mundo; e até o mesmo céu, que cada dia nos
mundo, e os relógios tem a culpa.
mundo mais faladas são as horas. Porque não há
mundo não tem, certo, essa ruim manha, nem
mundo. O rir, o chorar, o trabalho e o descanso
mundo. Por eu deixar com a palavra na boca e a
mundo, quando lhe vem fazer algũas rapazias
mundo que em nossa mão não está podermos
mundo que lhe faz mal o que lhe está bem
mundo, que se não quer desenganar? O sumo
mundo se tornou um novelo. Sabia que nos
mundo? Se terão também disso a culpa os
mundo sem que acabem de o crer, segundo
mundo, valem segundo estão. Quero dizer que
murcham-se e caem. Em os homens passa da
murmurado. Sendo assim que nós já de
na algibeira [RF42] mas no estâmago. E tal
na arte de amassar ouro? Por menos mal tivera
na árvore dos sinos de S. Pedro in Vaticano
na audiência e cercear meia hora, a troco de
na boca dos homens tão frequente como «em
na boca e a mesura no ar a um ratinho, dera
na boca, houve de ser o culpado na madorra do
na charneca de Monte Argil. Mas não digas que
na cidade senão de escárnio e jogo da gente, ou
na comédia do tempo, tais são já nossos tempos
na conversação escusada ou ilícita, então era o
na cor das favas, para encobrir a dos corações
na corte. Anda o mundo desconcertado e o peor
na crecença do dia e logo mortal pela sesta. O
na de seu vizinho. Dizei-me: haveria maior
na doudice só consiste o siso».
na estimação de aqueles que lhe podem dar
na hora que abre a postema, e mata na hora que
na hora que dá a estocada. As faltas da
na imaginação dos solitários se verefica
na imaginação, por achar a porta aberta, e
na madorra do valhaco e em vir passar esta
na maior parte desta gente e seus costumes
na malícia do malvado sancristão, por quem se
na metade da torre do Paço, como quem não diz
na minha igreja, que cada um é obrigado a
na minha igreja) que Cristo Nosso Senhor, e por
na minha mão estivesse a faculdade de poder
na minha tabuada do sábado para o domingo
na ponta da unha porque, com ela, acomodava
na Rua Nova da Palma, que é longa, estreita e
na sua tenda; e os moradores, sabendo quão mal
na tenda: porque os noivos o achavam triste
na terra, para que façam sua vontade. Mas não
na Torre do Tombo do alto céu, do qual não há
na trapaça, foi e [RF53] apeou-me quando eu
na trilha ao inocente mas não ao pecador que
na vida lhe não faça desconto; e que lhe não
na vida. Pois, em estando a hora determinada lá
na vizinhança tão presumido de bem informado
Na terra é do mesmo modo; os homens
nace que são mil as castas de nossas teimas
naceram e o costume da Corte donde sempre
nada. Assim o fiz e amuei-me de feição que, nas
nada. Com esta satisfação que o tempo me dá
nada de tudo aquilo prejudica ao céu. Pagam os
nada do que digo abate a honra da memória e
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da torre do Paço, como quem não diz
Porém, tudo isto não era
e desfeito, não presta mais para
dá com ele ao pé do pelourinho? Não vale
desobrigo e até da censura; porque vós
fazer benquisto, como se o não fazer
o que são e as figuras, como não são
A liberalidade, até do que não val
depois que os danos são irremediaves.
os ouvir e cada vez lhas fazia peor. Já
C. - Quem queres tu que tape a boca aos
ũa patranha que, em quatro horas,
agora crendo que nos mais relógios se
esta farsa em que todos andam, se
lhe respondeu: «ora folgo, por me
Deram-lhe na trilha ao inocente mas
R. C. - Estou vendo que te
comparação com que seja própria): se os
com a vontade com que o mesmo Amor
Ora eu
desarmada da ciência e experiência,
o mata. Se, cosendo-se com o chão,
e por meus pecados, lhe chamai vós, se
a um de nós permitido (quer fosse ou
de seus embustes: se hão-de casar ou
e, de repente, o levantou nas mãos,
cumprida. Doente que fez propósito de
eu só por curiosidade porque seu voo me
todos; e a rezão é porque cada qual
homens lhas pinta como quere porque,
Cuidam os descuidados que para eles
se estiram. Enfim, tudo aquilo que já é,
do seu relógio. Porque alguns há que
de zelo, e a segunda, fruito do negócio e
moças: «Relógio que andais errado, que
de muitos anos. Tomei por devoção
não descansa; e, finalmente, se lhe
não descansaram meus inimigos até
a primeira que é efeito da paixão e
e, no cabo, não há nenhum de nós que
nobreza de coração e ainda proximidade
porque, fiados no relógio que ainda
porque, se o relógio pára, o tempo
bairro sempre teve de minha verdade,
e quatro horas do dia, minha boca se
cortiça na charneca de Monte Argil. Mas
na metade da torre do Paço, como quem
o não mereço, que às vezes me recolho e
que V. M. é Relógio de Belas mas
a ver como as desfaz. Porque ele
não cuida de ser; e tudo aquilo que ainda
os grandes: porque de ordinário, o corte
tudo tem sua hora; donde procede que
pelas badaladas como galantes; mas
o adro da minha igreja já de ab initio
que dantes era, e às vezes menos, e
R. A. - Esse juízo
do sapateiro. Porventura, porque se
contanto que a defenderia do tempo que a
que queria matar o sol porque lhe
Porém, tudo isto
contra o relógio, afirmando que
ferrolho e neto de ũa enxada, calai-vos e
nada. E, sem me dizer a mim cousa algũa
nada em comparação do que lhe sucedia ao
nada. Essa é a lida comum que, por mais que o
nada esta hora?
nada lereis sem conserto e eu não quero de
nada mal feito pudesse suprir a obrigação dos
nada, nunca têm outro valor salvo o que os
nada, sempre valeu muito. Mas que proveito
Nada lhe valeu até lhe mandarem alcaides à
namorados! Isso foi ũa só cousa! Fiz deles gato
namorados, ou lhes acerte [RF35] com a
não acabaria de aparelhar e se neste ponto o
não achará um pequeno erro, nem um leve
não achem enganados uns nem outros. Pois se
não andar a vestir e despir todos os dias».
não ao pecador que, pondo em pés de verdade
não apupariam por dar mais de seu direito.
não atais a um pesado cepo, em vez de
não atina? Donde eu cuidei já que, por isso, o
não avogo esta vez por ela, sendo seguro da
não basta para fazer homens peritos, como cá
não bole nem se defende, passa por ele e o
não chamar-lho-ei eu.
não chegada a sua hora) dar-lhe com a hora nos
não com fulano, e se sicrano vem da Índia com
não com pequena inveja das rãs e de outros
não comer nunca do manjar por quem perdeu a
não competia. Quando nisto, eis que vemos que
não conhece a origem dos males e dos bens e
não contentes de serem tintureiros de afectos
não corre o tempo nem as horas fazem seu
não cuida de ser; e tudo aquilo que ainda não é
não cursam com estrondo e são como as
não da manificência. Fazei conta que um rei
não dais as horas certas!».
não dar à gula nem à ociosidade nenhum
não dará de prazo ou espera um só instante
não darem comigo em casa deste maldito
não de zelo, e a segunda, fruito do negócio e não
não dê seu par de badeladas.
não deixar perseverar a ninguém no seu engano.
não dera ou sim dera, os fazia recolher por
não descansa; e, finalmente, se lhe não dará de
não descansaram meus inimigos até não darem
não despregava. Entendia eu que o silêncio me
não digas que eu to disse, ouves-me?
não diz nada. E, sem me dizer a mim cousa
não dou as horas que havia de dar, só porque
não é belo relógio...
não é como o escudeiro da minha terra
não é, de nenhũa outra cousa cuida. Donde vem...
não é do mesmo pano que a amostra.
não é fora de rezão que os homens tratem tal
não é isso senão que nos corre a ferrugem pelas
não é mais que ũa torreira de mentirosos
não é nada. Com esta satisfação que o tempo me
não é seguro em os que como nós estão apeados
não entremete algum vizinho, trabalhará bem o
não envelhecesse.
não enxugara o seu mantéu enrocado. Esta é ũa
não era nada em comparação do que lhe sucedia
não eram as onze, e que tal relógio merecia
não esbombardeeis, que, como estejais em alto
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telhas para cima, e que em nossa mão
do mundo que em nossa mão
vemos) nas ourelas dos tronos, que
quieto como se o relógio da sua sala lhe
vício não tem pena pelas leis (ou se lhe
o menor intervalo de que na vida lhe
Diz que a verdade da língua dos que a
gente que passa, donde afirmam que lhes
a vossa campainha - quanto mais que
duas horas - livre-nos Nosso Senhor! um pecador, se ele por si mesmo se
para a indústria. Vem e que fez? Pois
me podia fazer benquisto, como se o
desmanchos do tempo provém de se
a águia com sua presa sobre ũa serra,
vendo-o já mestre de relógios,
forrar de sobressaltos e ingratidões, se
donde nunca me havia visto, como
que, quando por mais
a vós sòmente, não pus aqui palavra que
R. A. - Vilão sou;
R. C. - Por isso se diz que
na Torre do Tombo do alto céu, do qual
ora, com as tuas horas. E leva crido que
mundo mais faladas são as horas. Porque
todos somos relógios e sabemos que
cá: se o estar sempre à dependura me
terra, para que façam sua vontade. Mas
ser tão pontualmente observado que
afrouxam com a continuação e, no cabo,
seus pensamentos, entre os quais
Estai seguro de que
dura muito a dita e a outros a desgraça,
por mais que o vaso mau nunca quebra,
por tal a todos os viventes, para que
meia hora, a troco de que para ele a
ou em vendo reluzir o prato de ovos,
fazendo das tripas coração, sabendo que
com tão alto discurso. Certo que
já houve algum tão desapiedado que disse
relógio; e, posto que outro inconveniente
frios às calmas? Se entre o dia e a noite
e saúde. Se entre o inverno e verão
hábito de Cristo. Com os requerentes me
A. - Certo que, ainda que esta vinda me
que bem obrasse, com condição que me
dou as horas que havia de dar, só porque
em lugar dos pesos, que me
sabendo quão mal relojoeiro lhes saíra,
cada um as tinge à sua vontade; mas isso
[RF37] R. C. - Por mim,
R. A. - Não;
que me tem tirado gentes a quem eu o
«arrenego de meu pai se desta água me
me não há-de valer para tirar o medo de
[RF43] R. C. - Ora
R. C. - Dizeis o que há em vós, mas
Quando algũa ponderosa obrigação a
as horas fazem seu ofício, só porque
cumprimento, se em vez da missa, que
emendar ou dissimular seus defeitos;
R. A. - Amigo, não vos canseis que se
se pode com rezão pedir conta do que
não está mais que apontar e dar sinal a qualquer
não está podermos remediar. Porque
não estarão aí menos em seu lugar do que os
não estivesse contando e descontando os
não executa), ao menos eu lhe queria dar aquela
não faça desconto; e que lhe não valha o ser rei
não falam, é como a água do Chafariz d'El-Rei
não falece a reposta de seus embustes: se hão
não faltará aqui algum linajudo que, a troco de
não faltava mais que apedrejá-lo!
não faz morto, o mesmo touro o mata. Se
não faz nem mais nem menos que tomar-me a
não fazer nada mal feito pudesse suprir a
não fazerem as cousas a suas horas.
não fazia mais que levantar o triste do animal e
não ferravam na sua tenda; e os moradores
não fora antes ser badalo nas choupanas do
não fora outra vez gente, fazia-me pedaços e
não fora que estar sujeito à censura dos parvos
não fosse de vós ũa lembrança. Do aplauso vos
não há aí negá-lo, que é a peor das vilanias.
não há alfaiate bem vestido. Nunca vereis
não há apelação nem agravo. Certo vos digo que
não há cá relógio, por mais alto que ele viva
não há cousa na boca dos homens tão frequente
não há cousa que não tenha sua hora no mundo
não há-de valer para tirar o medo de não
não há dúvida que sucedem cousas graciosas e
não há entre a gente mais pesada turbulência
não há nenhum de nós que não dê seu par de
não há nenhum tão cobarde que deixe de fazer
não há neste mundo cousa tão abatida que algũa
não há quem os despeça de sua larga companhia
não há vasilha nenhũa destas que se não tenha
não haja algum tão impaciente que desespere de
não haja nem para el-rei tal enfadamento? Ora
não havia doze horas na minha tabuada do
não havia outro remédio e que o mestre me
não havia sabido que éramos capazes de fiar tão
não havia vingança como a de ũa ruim fama
não houvera que esse de estar sujeito um
não houvera um e outro crepúsculo, que vista
não houvesse de ũa banda o outono e da outra a
não ia tão bem porque os mais, vendo-se
não importara mais que [RF67] ouvir-vos, eu
não injurie pelo que fizer a seu
não lembre a ninguém nem saibam estes
não levantava, me levantou mil falsos
não lhe pagavam o selário.
não lhes val.
não, mas por outros melhores sim; porque
não me espanto de que se venham curar, senão
não mereço, que às vezes me recolho e não dou
não molho!».
não morrer enforcado, melhor é acabar logo
não negareis a malícia de saloio, de quem dizem
não o que há em mim que, assim tão mestre
não oprime, tudo revolve, tudo acarreta, lança
não ouvem o relógio da vizinhança. Ele, lá por
não ouviam, ouviam então dar a ũa ou as duas
não para se prezar deles.
não pode já ser relógio; e, posto que outro
não pode obrar, e ninguém a dará boa do que não
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com que se criaram, e estes
maneira: os que são muito crecidos
não val a desculpa, que muitos dão, de se
por aquela regra de «mouro, o que
estar sujeito à censura dos parvos, se
Eles, confiados em que o Relógio do Paço
só varão da Justiça, mas varão justo,
R. A. - Isso
de um metal que, quebrado e desfeito,
com hora. Ainda os louros raios do sol
fazia de modo que, das dez às onze,
estas rezões se derigiam a vós sòmente,
que é demasiada fanforrice que o ditoso
ganhas em desenganar o mundo, que se
e então lhes direi por cem bocas o que
de estar sujeito um relógio de bem a o
a quem deu menos, porque delas
vós nada lereis sem conserto e eu
pode obrar, e ninguém a dará boa do que
R. A. - Senhor,
e peor grado dos passageiros,
não são seus, outros por fazerem o que
o pobre ferrador, empregado em o que
como hei-de ser relógio, que até agora o
R. A. - Não há vilão que
por achar a porta aberta, e entrou para
cá me trouxeram, quanto mais que eu
donde nos vemos e donde dizem que já
R. A. - Grande caso! Agora digo que
os lisonjeiros se façam aqueles que
outros. Pois se os grandes mostram que
se fazem aos olhos do mundo aqueles que
o que são e as figuras, como
que aqueles baixos materiais que em si
medram: uns por tomarem os ofícios que
despeça de sua larga companhia; aqueles
que consertar, porque naquela casa,
cousa com cousa, resolvi-me a parar e
ouvindo de sua pousada vinte relógios,
e quatro mil esfregações de bigorna, que
R. C. - ...que lá
naquele a quem ninguém defende. Todavia
penduraram-me [RF40] há trinta anos,
destes que, por teima de que seu vizinho
ilustre, pouco importa que a matéria o
era ũa vez ũa peça de pano azul que, por
se perde, o cristal estala, e tudo muda
faz como os homens se despeçam da vida
leves para casa: sofre como [RF68] bom
de nossas horas, vendo que a Igreja,
que vos deve. Porém, vós, em tudo
E, então, porque pela culpa alhea eu
e ninguém a dará boa do que não quis ou
como ele as fazia! Este nosso mundo
céu, que cada dia nos parece azul,
lhe vem fazer algũas rapazias, porque
ruas à vergonha que, pois este vício
destas que se não tenha por boa e que
a dos corações e para dizer sim ou
não há vasilha nenhũa destas que se
relógios e sabemos que não há cousa que
era curral do concelho donde, por
nas horas de seus passatempos. Tafuis
não podem crer que se lhes mude a contínua
não podem ser maiores, antes, se se abalam, é
não poderem fazer as cousas grandes logo em
não podes haver...» Romaria que se prometeu
não podia ser discreto.
não podia ter dado as nove horas (que é a taxa
não podíeis, sem perjuízo da república, querer
não por mim, que decendo de mui nobre ferro
não presta mais para nada. Essa é a lida comum
não pungiam nos beiços do Oriente já eu
não punha meia hora.
não pus aqui palavra que não fosse de vós ũa
não queira algũa hora ser mofino, persuadido
não quer desenganar? O sumo grau da sandice é
não querem ouvir de ũa. Par Deus! mas que me
não quererem crer patifes, bastava para que
não queria receber tanto. Mas contudo já se
não quero de outrem ser lido. Escusai-me a este
não quis ou não soube fazer, tendo cargo de
não!
não relojava cousa com cousa, resolvi-me a
não sabem.
não sabia, deu comigo e deu consigo de avesso
não sabia.
não saiba para seu proveito.
não sair até comunicar-vo-lo.
não sairei de aqui sòmente advertido mas
não sairei senão para o ferro velho, depois de
não samos os aldeãos os mais mofinos, vivendo
não são aos olhos dos ministros, para que
não são aqueles que se fingiam, vejam também
não são, assim os lisonjeiros se façam aqueles
não são nada, nunca têm outro valor salvo o que
não são outra cousa que tábuas, lenços, terras
não são seus, outros por fazerem o que não
não se conformam com que lhes falte a
não se costuma acudir aos remédios senão
não se me dar de nada. Assim o fiz e amuei-me
não se queria reger senão pelo do Paço, com
não sei como sou vivo. De sorte, amigo, que as
não sei donde, era ũa vez ũa peça de pano azul
não sei que feitiços nos dá a solidão que, apesar
não sei se é cheminé ou campanário a casa da
não seja almotacel no couto de Leomil, vem a pé
não seja. Estátuas vemos de barro altamente
não servir para bodas nem mortuórios, havia
não só a forma mas a sustância do que era.
não só com conformidade mas, algũa vez, com
não só que te consertem os erros mas os
não só santa mas sapiente, em muitas partes
não só varão da Justiça, mas varão justo, não
não sou a mesma pontualidade, em lugar dos
não soube fazer, tendo cargo de saber e de
não tem, certo, essa ruim manha, nem nós
não tem cor algũa. O ofício dos olhos é ver e
não tem paciência para esperarem a ver como
não tem pena pelas leis (ou se lhe não executa
não tema de que o ar a espedace e feneça para
não, tendo as brancas por afirmativa e por
não tenha por boa e que não tema de que o ar a
não tenha sua hora no mundo. O rir, o chorar, o
não ter portas, todo o animal tinha entrada. Se
não tinham comigo medra; porque, fiados no
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vos disse) de par em par a imaginação,
são firmes, a modo da mulher que, por
C. - Bem afirmou, logo, o que afirmava
ou encobrir tamanha doudice? Porque
A liberalidade, até do que
chega sua hora de velhice, contra quem
na vida lhe não faça desconto; e que lhe
do Paço, vendo que nas Chagas lhe
cousa tão abatida que algũa hora se
por tão grande mercê, porque, ainda que
R. A. - Amigo,
R. C. R. A. R. C. já as doze quando eu despedia as nove.
R. A. tudo o seu é melhor que o da outra gente.
R. A. mãos, ũa de mestre, outra de amigo.
R. C. um pé à mula e dá com o valhaco no rio?
R. A. um rei com um tabardo da mesma cor.
R. A. os homens, o mesmo sucede cada dia.
R. A. R. A. comigo, e o falsário será satisfeito.
R. A. e dá com ele ao pé do pelourinho?
que tinha muito que consertar, porque
a imaginação, não tornei mais a entrar
Confesso-vos que estranhei vendo-me
tão cobarde que deixe de fazer sorte
tenho esperdiçado tantas ceas no paço e
Porque o Relógio do Paço, vendo que
ingratidões, se não fora antes ser badalo
pedras negras; e como ainda hoje [RF63]
cruzes, que se andam metendo de gorra
tão presumido de bem informado
depois de Deus, está nas nossas mãos ou
e cada qual se desengane sem se fiar
R. A. - Que mais claro se pode ver, que
boas», «ũa hora muito fermosa», «
por estugado, sempre lhes dava desgosto
se a gente em nenhũa outra cousa que
em suas horas, e que por isso se fazem
a lisonja da mocidade, até a entregar
Veo a águia e, de repente, o levantou
defendem que isso, depois de Deus, está
os sábios ministros (segundo vemos)
o triste do animal e deixá-lo cair
Assim o fiz e amuei-me de feição que,
me amaldiçoavam pela boca pequena.
assi, vemos fazer lembrança da hora do
comediantes), cada qual em seus trajes
[RF39] R. A. - Essa cousa é
e vede agora se foi castigo ou mercê da
vai então só com o cabedal que lhe deu a
hora a for esperar a armada, [RF66] a
Que vos estou dizendo senão isso? Se a
Da mesma maneira, e ainda muito mais
R. A. - Oxalá de essas houvera todas as
não tornei mais a entrar naquela da qual parece
não tratar outro homem, entendia que todos
não trazia o relógio na algibeira [RF42] mas no
não val a desculpa, que muitos dão, de se não
não val nada, sempre valeu muito. Mas que
não valem todos os estofos e badulaques que
não valha o ser rei sábio e imperador potente
não valiam suas verdades, deu em mentiroso
não veja levantada. A roda que se lhe pinta à
não vivo, como vós, das portas adentro com a
não vos canseis que se não pode já ser relógio
Não; antes entendia que ao rei e à República
Não entendo dos usos da Corte nem quisera
Não façais caso disso, que a relógios do chão
Não há carreira de lebre do Alfeite tão gostosa
Não há vilão que não saiba para seu proveito.
Não matou mais a peste grande que esses, com
Não; não me espanto de que se venham curar
Não perigará em nenhũa, sendo certo que se
Não, por certo; mas porque diz lá um provérbio
Não presta?
Não quisera eu ser aldemenos o relógio que tal
Não quiseram mais os vizinhos do lugar para
Não se desconsole V. M., que estas são as
Não se enforque o desprezado nem o prezado se
Não se fie de aparências, senhor Relógio
Não sei o que aproveitará, porque esse livro
Não só as rodas me andam todas ao redor, ou
Não tínheis escrúpulo de ser ladrão do tempo?
Não vale nada esta hora?
naquela casa, não se costuma acudir aos
naquela da qual parece haver partido! Consenti
naquelas alturas e que, como pregador sáfaro
naquele a quem ninguém defende. Todavia não
nas casas dos grandes senhores que as
nas Chagas lhe não valiam suas verdades, deu
nas choupanas do Porto de Mugem ou sino de
nas confrarias se usa dados os votos na cor das
nas conversações com pés de lã, como
nas cousas curiais que, ouvindo de sua pousada
nas das horas, nossas filhas. Que importa a
nas faltas do seu relógio. Porque alguns há que
nas histórias que me contastes de aqueles dois
nas horas de Deus», «logo nessas horas», «as
nas horas de seus passatempos. Tafuis não
nas horas empregasse o sentido. Até os
nas horas próximas, que é quando podem ser
nas mãos do fim, duro, pesado e incerto.
nas mãos, não com pequena inveja das rãs e de
nas nossas mãos ou nas das horas, nossas
nas ourelas dos tronos, que não estarão aí
nas pedras vivas até que, quebrando-lhe as
nas vinte e quatro horas do dia, minha boca se
Nas audiências del rei, aí era homem e aí era a
nascimento e da morte dos justos e ainda dos
naturais, se recolham a sua casa própria, que
natural: os pequenos são os que crecem
natureza anteceder à morte a velhice, ou se
natureza, despindo os faustos e as tramóias
nau chegará em boa hora a Goa e em boas horas
nau partir para a Índia à sua hora e se à sua
necessária, interpôs a Providência a velhice
necessárias!
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RF39
sempre faltava o tempo para o que era
pelo menos, certo aquilo de que eu mais
ali fazia das minhas. Achava-me gordo,
R. A. - Vilão sou; não há aí
De modo que quem lho concedeu lho pode
[RF43] R. C. - Ora não
tendo as brancas por afirmativa e por
à hora do dormir, e dormisse à hora de
dormir, e dormisse à hora de negociar, e
de que as desse, eu dissimulava com o
e não de zelo, e a segunda, fruito do
e descompõe o mundo dos negócios ou os
que se compõe e descompõe o mundo dos
que tal seria sua vida, sua saúde e seus
úteis, lhes deu Deus entendimento que
e aos tristes e desgraciados, com pedras
brancas por afirmativa e por negativa as
e mulheres há que lhe chamam
jogo da gente, ou alvo da perseguição e o
que eu vos saia? Sou esse cansado, esse
e de seu nome. Assim, vemos
sempre a procura. Será porque,
poderei desprezar-me dela, tendo-vos
R. A. - Ao que vós estais
perene desterro das cortes e cidades, se
no meu adro a certo velhustro que
a estas as socorria com horas a tempo
e a mercê fora de tempo e desorada,
nem a justiça escarmenta como justiça,
anos. Tomei por devoção não dar à gula
do alto céu, do qual não há apelação
para sempre, sem que se possa perder
que para eles não corre o tempo
pés de verdade suas mentiras sem pés
R. C. - Isto são termos sem cunhos
como quis e nunca mais viu ao valido
da minha vivenda; e assim, sem mais
a indústria. Vem e que fez? Pois não faz
andava todo o Paço sem conta nem peso
Vem e que fez? Pois não faz nem mais
pano azul que, por não servir para bodas
mundo não tem, certo, essa ruim manha,
o ser rei sábio e imperador potente
cada dia. Não se enforque o desprezado
que se fingiam, vejam também que
andam, se não achem enganados uns
hora, a troco de que para ele a não haja
de relógio, andava todo o Paço sem conta
estejais em alto estado, eu vos fico que
R. A. - Não entendo dos usos da Corte
dá passo a raiva e a inveja sem inveja
de dar, só porque não lembre a ninguém
Se, cosendo-se com o chão, não bole
relógios se não achará um pequeno erro,
R. C. posse; contentai-vos com a reverência...
os que a criam que os que a duvidavam.
o vaso mau nunca quebra, não há vasilha
de ser; e tudo aquilo que ainda não é, de
mil modos de dizer. Como se a gente em
e tão prático como entendeis que sou, de
mestre, outra de amigo. Não perigará em
natural: os pequenos são os que crecem.
necessário. Despois, convertidos contra mim
necessito; que, como todas estas rezões se
nédio, luzente e untado, porque isto de falar à
negá-lo, que é a peor das vilanias.
negar e a figura que hoje se representa muito
negareis a malícia de saloio, de quem dizem
negativa as negras. Porém, nós, todos as
negociar, e negociasse à hora do descansar, se
negociasse à hora do descansar, se se pusesse
negócio até às nove e, então, com grande
negócio e não da manificência. Fazei conta que
negócios do mundo. Por eu deixar com a palavra
negócios ou os negócios do mundo. Por eu
negócios!
negou às alimárias, a quem deu menos, porque
negras; e como ainda hoje [RF63] nas
negras. Porém, nós, todos as ministramos de
negras.
negro da zombaria; e tantas são as pedradas
negro, esse maldito Relógio das Chagas, de
nela cada dia celebradas as sete horas
nela, entre o entendimento e o céu há pequeno
nela por companheiro.
nela.
nelas vai tanto de monte a monte a má malícia.
nele era muito contínuo...
nem a horas!... Todas as trazia em um vivo
nem a justiça escarmenta como justiça, nem a
nem a mercê obriga como mercê, parecendo a
nem à ociosidade nenhum adjutório. A uns
nem agravo. Certo vos digo que, se os grandes
nem alhear. Por isso se diz, vulgarmente, que
nem as horas fazem seu ofício, só porque não
nem cabeça, prevaleceu de tal modo que à
nem cruzes, que se andam metendo de gorra
nem lhe tirou o chapéu. Toparam-se um dia na
nem mais, mandaram-me ser relógio que
nem mais nem menos que tomar-me a mim em
nem medida. O pobre serralheiro dizia que tinha
nem menos que tomar-me a mim em corpo e em
nem mortuórios, havia mil anos que estava na
nem nós podemos com verdade ter dele esta
nem o mandar prender o curso do relógio
nem o prezado se engrampone, que para todos
nem os pequenos são aqueles que se lhes
nem outros. Pois se os grandes mostram que
nem para el-rei tal enfadamento? Ora deixai
nem peso nem medida. O pobre serralheiro dizia
nem por isso tina peor a vossa campainha
nem quisera saber desse. Mas dizei-me: virá
nem raiva, muito quietamente.
nem saibam estes rapazes (que agora se
nem se defende, passa por ele e o deixa, as
nem um leve descuido.
Nem a nota irmã da firma. Mas deixemos para
Nem ela espera de vós mais que a aprovação
Nem seria pequena vingança deixar (pelo menos
nenhũa destas que se não tenha por boa e que
nenhũa outra cousa cuida. Donde vem...
nenhũa outra cousa que nas horas empregasse o
nenhũa outra cousa sirvo cá na cidade senão de
nenhũa, sendo certo que se tornam defeitos
Nenhũa árvore vereis que se contente com ficar
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devoção não dar à gula nem à ociosidade
E, quanto é por essa, eu fico que
a cova, comecei a falar verdade. Mas a
com a continuação e, no cabo, não há
e a outros cifras; donde se nota que
vós? Pois, se olharmos bem a cousa,
Adverti que, já neste sentido de que
tão bem instruídos no que lhes convém,
nós outros os relógios todos nos crem e
seus pensamentos, entre os quais não há
R. A. - Estou satisfeito
R. A. - Estou tanto da vossa parte
fermosa», «nas horas de Deus», «logo
se me azaram tantos males. A isto vim,
a vergonha, porque haveis de saber que
R. A. - Também
o que ouço e tenho experimentado
Estai seguro de que não há
horas, não acabaria de aparelhar e se
que por isso são figuras. Adverti que, já
embargo dos matizes e tauxias de que
vos achardes filho de um ferrolho e
sim dera, os fazia recolher por chuvas,
pedir conta do que não pode obrar, e
que deixe de fazer sorte naquele a quem
que havia de dar, só porque não lembre a
proximidade não deixar perseverar a
ao Relógio do Paço, tão desordenada que
que aos ministros todos os adoram mas
façais caso disso, que a relógios do chão
a sua ignorância por mistério; e, como
o pobre Relógio das Chagas, que com
ou sempre aquelas o são e estas nunca. A
há dias (como V. M. melhor sabe) que
mais que se riam de vós (como dizeis),
R. A. - Que queria dizer
graciosas e que parecem feitas acinte,
porque seu voo me não competia. Quando
da vasilha ou do ar corruto que me deu
outros vazios, uns no fundo, outros
deixar com a palavra na boca e a mesura
R. C. - Olhai,
anos sem querer dotar a sobrinha,
tudo acarreta, lança a perder tudo e,
nos afrouxam com a continuação e,
cansa a el-rei, mata aos ministros e,
ou esquerda justiça. Opõem-se lá
é, senão pelo lugar em que o vemos. Até
das aves, o rei dos pássaros, o levasse
de que seu vizinho não seja almotacel
se me desconcerta, cada vez que cuido
trazia o relógio na algibeira [RF42] mas
R. C. - E o tacanho adulador que,
uns cheos, outros vazios, uns
além de aquele que lhe está assinado
R. C. - Tende ora, tende mão
foi e [RF53] apeou-me quando eu estava
S. Martinho. Lembra-me ouvir contar
A. - Ora de aí vem que das cousas que há
que não há cousa que não tenha sua hora
o regalo - que há gente tão extravagante
vizinho, trabalhará bem o batifolha
nenhum adjutório. A uns acomodados que tem
nenhum bem vos suceda. Sede relógio, como
nenhum de nós pôde ser bom seu pensamento
nenhum de nós que não dê seu par de badeladas.
nenhum deles é cousa senão representação de
nenhum deles tem grande culpa (a meu juízo
nenhum dos caracteres de aritmética tem valor
nenhum duvidara, ou se esquecera da hora que
nenhum nos adora. Por isso, o pintor
nenhum tão cobarde que deixe de fazer sorte
nessa parte. Porém, como quereis que entenda
nessa parte que se me há posto nos cascos que
nessas horas», «as horas peremptórias», «as
nesta afronta me vejo. Notai como anda a nossa
nesta casa em que estamos se vem a curar os
nesta pouquidade nos trapaceam os grandes
nesta primeira jornada, Marrocos por
Nesta aldea, em 20 de Setembro de 1654.
neste mundo cousa tão abatida que algũa hora se
neste ponto o bom do relógio dava com grande
neste sentido de que nenhum dos caracteres de
neste tempo se adornam, todos somos sujeitos
neto de ũa enxada, calai-vos e não
neves e ventos, mortos, acatarroados e fora de
ninguém a dará boa do que não quis ou não soube
ninguém defende. Todavia não sei que feitiços
ninguém nem saibam estes rapazes (que agora
ninguém no seu engano.
ninguém o julgou à vida.
ninguém os crê.
ninguém os escuta. Porém, sem dúvida é o
ninguém quer mostrar que ignora o que outro
ninguém se mete! Assi vai tudo direito!
ninguém se pode com rezão pedir conta do que
ninguém val pelo que é, senão pelo lugar em que
ninguém vos tire que sois relógio velho da
nisso? Diria, por ventura, que os ministros
nisto da hora de cada um. Que me dizeis a outro
nisto, eis que vemos que, retirada a águia com
no alto da vaidade, brevemente comecei a fazer
no alto.
no ar a um ratinho, dera quanto se vê do meu
no cabo do ano, ditosos e mofinos todos ficam
no cabo escolhê-la por mulher, entregar-lhe
no cabo, lastima e maltrata ao próprio que a
no cabo, não há nenhum de nós que não dê seu
no cabo, volta-se a sua terra, e por dois
no céu dois planetas, eclipsa-se o sol ou a lua, e
no céu (ouvi já aos astrólogos da minha aldea
no colo tão honradamente. Seguimo-lo com os
no couto de Leomil, vem a pé sessenta léguas à
no engano dos tolos dos meus fregueses e na
no estâmago. E tal houve que disse tinha
no fim de mil tempos de servidão, [RF62]
no fundo, outros no alto.
no livro da vida, que se guarda na Torre do
no martelo e tomai um refego aos pesos, porque
no melhor do meu mundo. Destrocou-nos
no meu adro a certo velhustro que nele era
no mundo mais faladas são as horas. Porque não
no mundo. O rir, o chorar, o trabalho e o
no mundo que lhe faz mal o que lhe está bem
no ofício de fazer sapatos, ou o sapateiro na
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com o que tenho esperdiçado tantas ceas
quando aos mais distraídos lhes morde
como eu se acharam tão bem instruídos
não tinham comigo medra; porque, fiados
resvala um pé à mula e dá com o valhaco
o pecado e o relógio fica muito seguro
não deixar perseverar a ninguém
as paixões que passam as estrelas
da república e que a língua, significada
se fora homem como sou relógio, que
ministros, para que, despois, desfeita
R. C. à vista de seus iguais e que a mais
sem dúvida que cada cousa, por
- Isso não por mim, que decendo de mui
R. C. - É
de si é bom, posto em ruim parte influi
demora sendo prontíssimo em dar meia
atordoados do medo e dos sinos da meia
ricas e delicadas, tive toda a
e dos frios às calmas? Se entre o dia e a
pela menhã, tudo era fazer dormir toda a
vendendo-lhes eu gato por lebre, cada
já eu escascava o meio dia. Era alta
fazia-me pedaços e cursava todo o dia e
lebre, cada noite. Porque, assim como de
a freiras, destas que celebram as meias
sendo prontíssimo em dar meia noite as
mil anos que estava na tenda: porque os
das horas, de sua significação e de seu
e sirva de maior realço ao ofício e
do que digo abate a honra da memória e
hoje por carta de nomes. Como é o
para aprovar a eleição que fiz de vosso
R. A. - Tenho feito minha obrigação
sentença, e vamo-nos hoje por carta de
à Fortuna deve de ser de engenho de
os relógios todos nos crem e nenhum
os dentes com o exercício, as cordas
Ainda os louros raios do sol não pungiam
parte nessa parte que se me há posto
ao mugre e à ferrugem. Gastam-seR. C. - Tristes de nós, que logo
em o que julgam de seus escritos, se
O tempo é touro bravo e em tomando
como galantes; mas não é isso senão que
que a nós outros os relógios todos
R. C. - Porque
defende. Todavia não sei que feitiços
de autores a leitores, dizendoem boa hora a Goa e em boas horas
senhor Relógio, porque dessa maneira
chegada a sua hora) dar-lhe com a hora
R. A. - Juro pelo alto sol que
melhores sim; porque todos os que
outra hora o ler por sentença, e vamoao que me dizeis, estou agora crendo que
então dar a ũa ou as duas horas - livrecom o uso as molas, quebram-se- Assim é; e bem avisados estamos se
mundo; e até o mesmo céu, que cada dia
levanta e ilustra de tal modo que agora
com que nos tratam, podiam amar-
no paço e nas casas dos grandes senhores que
no peito aquela saudável aranha da consciência
no que lhes convém, nenhum duvidara, ou se
no relógio que ainda não dera ou sim dera, os
no rio? Não presta?
no seu campanário.
no seu engano.
no seu firmamento e os planetas em suas
no sino para baixo, é a que deve andar por
no tempo de hoje mais houvera de fazer por ser
no vestuário do tempo esta farsa em que todos
No tempo dos últimos reis de Portugal houve cá
nobre das aves, o rei dos pássaros, o levasse
nobre e altiva que seja, tem sua hora, como
nobre ferro, fidalgo biscaínho, com suas
nobreza de coração e ainda proximidade não
nocivamente. Ao contrário, também quando o
noite as noites da quinta para a sesta, com o
noite. Caçadores, tenho enterrado muitos mais
noite em pé, como centúrios, sem que acabasse
noite não houvera um e outro crepúsculo, que
noite o bom relógio. Faltava o tempo para
noite. Porque, assim como de noite todos os
noite quando apenas acudia com as seis ou sete.
noite sem atinar jamais com minha obrigação
noite todos os gatos são pardos, até de dia
noites com procissão de gulodices custosas e
noites da quinta para a sesta, com o que tenho
noivos o achavam triste para librés, e ledo os
nome. Assim, vemos nela cada dia celebradas
nome das horas confessar um tal coronista
nome de nossas horas, vendo que a Igreja, não
nome de V. M.?
nome, por que, entre tanto merecimento
nomeando-me; fazei vossa cortesia
nomes. Como é o nome de V. M.?
nora, donde os homens são alcatruzes: uns
nos adora. Por isso, o pintor, agudamente
nos afrouxam com a continuação e, no cabo, não
nos beiços do Oriente já eu escascava o meio
nos cascos que os maiores desmanchos do
nos com o uso as molas, quebram-se-nos os
nos conhecem pelas mãos como damas!
nos convertem de autores a leitores, dizendo
nos cornos um pecador, se ele por si mesmo se
nos corre a ferrugem pelas rodas, como aos
nos crem e nenhum nos adora. Por isso, o
nos custam cá os doudos os olhos da cara. Val
nos dá a solidão que, apesar de esses
nos de si o que nós havíamos de dizer deles
nos entrará pela barra dentro, dando-me a mim
nos está enganando todo o mundo; e até o
nos focinhos a um enfadonho e chafurdá-lo
nos governa e assim eu me veja livre da lima e
nos governam trazem seus relógios consigo
nos hoje por carta de nomes. Como é o nome de
nos mais relógios se não achará um pequeno
nos Nosso Senhor! - não faltava mais que
nos os dentes com o exercício, as cordas nos
nos ouviram!
nos parece azul, não tem cor algũa. O ofício dos
nos parecem altos montes, agora soberbos
nos pelos mais fiéis amigos e servidores, dos
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o mundo desconcertado e o peor é que
dentro, dando-me a mim bem que fazer
cuidar que está o princepe repousando
e aos mais valeu pouco. Da mesma sorte
no melhor do meu mundo. DestrocouR. A. - Também nesta pouquidade
que, em vez do desprezo com que
o mundo se tornou um novelo. Sabia que
somos de campanário, será bom que
Porém, sem dúvida é o serralheiro que
em casa deste maldito caldeireiro donde
e do martelo deste vilão, sub cujo poder
desconcertado e o peor é que nos põem a
lá em cima, o mesmo é dar um de
Esse juízo não é seguro em os que como
patifes, bastava para que cada um de
a leitores, dizendo-nos de si o que
Chagas era murmurado. Sendo assim que
R. A. - Pelo menos, grande alívio é para
e os planetas em suas esferas, como se
ũa república, por mais que os tristes de
mas porque diz lá um provérbio que a
vergonha que agora está passando por
nós podemos tanto) se lhe seria a um de
a falar verdade. Mas a nenhum de
não tem, certo, essa ruim manha, nem
R. A. - Dizia eu agora (já que
R. C. - Tristes de
continuação e, no cabo, não há nenhum de
e por negativa as negras. Porém,
afronta me vejo. Notai como anda a
por conta de nosso ofício e dentro da
era cousa das telhas para cima, e que em
todos os desconsertos do mundo que em
quem se entendera com as horas da
está nas nossas mãos ou nas das horas,
digo abate a honra da memória e nome de
que isso, depois de Deus, está nas
e de aí nace que são mil as castas de
R. C. - Esse era como o
fulano as festas como ele as fazia! Este
averiguando; e que corre por conta de
Sobretudo vos guarde
fé que ouvi na minha igreja) que Cristo
dar a ũa ou as duas horas - livre-nos
graciosa indecência com que disse um de
e feitos, que todos podemos dizer
porque, na comédia do tempo, tais são já
sucede entre os homens. Donde, em
R. C. - Nem a
figuras e a outros cifras; donde se
cá pelas minhas mossas de ferro, hei
A isto vim, nesta afronta me vejo.
perspectiva do mundo; donde é para
a sua antiga casa. Porém, é muito para
que frisava muito com a minha torre, e
bem que todos o fossem). Recebia este
João que também Cristo teve sua hora,
Depois, digo, prossegui este papel com
horas sobre eles. Punha-se-me ũa alma
o chapéu. Toparam-se um dia na Rua
eu dissimulava com o negócio até às
se deixavam estar departindo outras
nos põem a nós a culpa.
nos repiques dos meus sinos, esse dia. Do
nos seus colchões de brandíssima pena
nos sucede, porque, desde que somos relógios
nos, tornando cada um a sua antiga casa. Porém
nos trapaceam os grandes: porque de ordinário
nos tratam, podiam amar-nos pelos mais fiéis
nos tribunais meus sufragâneos se costumava a
nos vejamos os jogos, como bons parceiros. A
nos vem a consertar. Sus, calemos!
nos vemos e donde dizem que já não sairei
nos vemos.
nós a culpa.
nós a hora que dar a contra-senha à morte ou à
nós estão apeados, por aquela regra de «mouro
nós fosse a buscar outra vida, como eu estou
nós havíamos de dizer deles. Para ũa só acção
nós já de arrependidos havíamos trocado os
nós o sabermos sem dúvida que cada cousa, por
nós os atiçássemos - o que me cheira a sem
nós outros, os relógios, estivéssemos a medir
nós outros os relógios todos nos crem e nenhum
nós outros. Vede como seria bem emendado o
nós permitido (quer fosse ou não chegada a sua
nós pôde ser bom seu pensamento, indo sempre
nós podemos com verdade ter dele esta queixa
nós podemos tanto) se lhe seria a um de nós
nós, que logo nos conhecem pelas mãos como
nós que não dê seu par de badeladas.
nós, todos as ministramos de ũa cor própria. A
nossa Corte bem governada!
nossa jurisdição o sermos executores da taxa
nossa mão não está mais que apontar e dar sinal
nossa mão não está podermos remediar. Porque
nossa terra? Mais horas tivera então um dia
nossas filhas. Que importa a Dona Fulana ser
nossas horas, vendo que a Igreja, não só santa
nossas mãos ou nas das horas, nossas filhas
nossas teimas. Cada qual se quer trajar de a
nosso Barraça, que queria matar o sol porque
nosso mundo não tem, certo, essa ruim manha
nosso ofício e dentro da nossa jurisdição o
Nosso Senhor como desejo, etc...
Nosso Senhor, e por ele seu sagrado coronista
Nosso Senhor! - não faltava mais que apedrejá
nossos discretos que a imaginação era curral do
nossos ditos.
nossos tempos e feitos, que todos podemos
nossos tempos, já houve algum tão desapiedado
nota irmã da firma. Mas deixemos para outra
nota que nenhum deles é cousa senão
notado que de contínuo os baixos pagam os
Notai como anda a nossa Corte bem governada!
notar que aqueles baixos materiais que em si
notar que eu, que até então sendo Relógio do
notava de meu vagar a facilidade com que o bom
notaves cortesias de outro tal pretendente. Foi
notificando-a por tal a todos os viventes, para
nova esperança de interesse - bordão de todas
nova ouvindo-lhe trocar [RF48] os requebros
Nova da Palma, que é longa, estreita e sem
nove e, então, com grande sumissão
nove horas. Eram já as doze quando eu despedia
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RF38
RF65
RF59
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o Relógio do Paço não podia ter dado as
Eram já as doze quando eu despedia as
tais cousas que o mundo se tornou um
que tem de peor as casas dos príncipes:
traça, por muito mais do que valera em
influxos. Para que é mais? Os mesmos
malícia, ou sempre aquelas o são e estas
R. A. - O mesmo ouvi e creo; mas
Mas, como quem más manhas há tarde ou
R. A. - Desta maneira:
Doente que fez propósito de não comer
sem perdão (para melhor dizer), porque
as paredes ouvem e as de campanários
liberal, a troco de que as minhas horas
desconfiança cuidar o miserável que já
de que o ar a espedace e feneça para
pretendente. Foi despachado como quis e
a minha palavra. Eu, vendo-me donde
olho. Se pudera escolher a minha sorte
terra, mordomo de todas as festas, que
comum que, por mais que o vaso mau
a minha verdade, afirmando que
que são e as figuras, como não são nada,
meu bairro era um cutelo de dois gumes.
R. A. se diz que não há alfaiate bem vestido.
R. A. - Chamavamalencolia e o quebranto, de que procede
que estava na tenda: porque os noivos
as horas muito a suas horas. E porque
pérolas desmaiam, os rubis descoram,
concelho donde, por não ter portas, todo
para
não tenha por boa e que não tema de que
o envestem seus inimigos, ao homem só
dos quais vão sempre recebendo
rodas mereciam ser de ouro, e bálsamo
é quando podem ser. Também ali vive
algum vizinho, trabalhará bem
a teta com azevre, e logo que lhe toca
de meu vagar a facilidade com que
acabaria de aparelhar e se neste ponto
tudo era fazer dormir toda a noite
donde cada qual vai então só com
Marrocos por Marrocos, melhor é
onde melhor se visse e mais soasse. Mas
eis que vem sùbitamente sobre ele
dado as nove horas (que é a taxa de todo
(ou despachado) viu o valido, voltou
porque, nela, entre o entendimento e
dar sinal a qualquer dos executores que
touro o mata. Se, cosendo-se com
e nunca mais viu ao valido nem lhe tirou
que não tenha sua hora no mundo. O rir,
voltas que os amantes lhe fazem dar,
desta costa. E porque eu isto creo, como
os grandes: porque de ordinário,
mal à sua vida, a hora em que naceram e
R. C. - A Fortuna é muito disso. Tem
pequena vingança deixar (pelo menos)
o princípio do mundo sem que acabem de
os rubis descoram, o aljôfar se perde,
a hora na boca, houve de ser
nove horas (que é a taxa de todo o cativo do
nove. Não há carreira de lebre do Alfeite tão
novelo. Sabia que nos tribunais meus
novidades, alturas, crecenças e mudanças - e
novo.
números da aritmética, que é a própria verdade
nunca. A ninguém se pode com rezão pedir conta
nunca achei quem me declarasse a rezão. Se
nunca as perde, ou fosse disto ou do saibo da
nunca dava hora com hora. Ainda os louros
nunca do manjar por quem perdeu a saúde
nunca fiz erro que se me perdoasse. Parece que
nunca foram de segredo.
nunca fossem horas minguadas, muitas vezes
nunca mais pode haver para ele ũa hora de
nunca mais ser soldada.
nunca mais viu ao valido nem lhe tirou o chapéu
nunca me havia visto, como não fora outra vez
nunca morara em grimpa.
nunca pagava; por onde diziam já dele os
nunca quebra, não há vasilha nenhũa destas que
nunca tão ajustado andara, como então, o
nunca têm outro valor salvo o que os homens
Nunca lhe dei hora a propósito de seus
Nunca ouvistes de um que se vingava dos cães
Nunca vereis menos cortesia que na corte. Anda
o a campa.
o aborrecimento de todas essas cousas que se
o achavam triste para librés, e ledo os
o adro da minha igreja já de ab initio não é mais
o aljôfar se perde, o cristal estala, e tudo muda
o animal tinha entrada. Se isto algũa vez foi
o aplauso do vulgo.
o ar a espedace e feneça para nunca mais ser
o assaltam seus pensamentos, entre os quais
o aviso mais importante que há na vida. Pois
o azeite com que se temperassem. Pois as
o batifolha junto do sapateiro. Porventura
o batifolha no ofício de fazer sapatos, ou o
o beiço da criatura e gosta o sabor amargoso
o bom do meu vizinho derretia os anjos e fazia
o bom do relógio dava com grande conciência o
o bom relógio. Faltava o tempo para louvar a
o cabedal que lhe deu a natureza, despindo os
o campo que a cidade.
o caso era que os arquitectos queriam obras
o castigo. Leva-o o pecado e o relógio fica
o cativo do matrimónio), se deixavam estar
o cavalo para donde ele vinha. Apressou o seu o
o céu há pequeno intervalo, larga distância
o céu tem na terra, para que façam sua vontade
o chão, não bole nem se defende, passa por ele
o chapéu. Toparam-se um dia na Rua Nova da
o chorar, o trabalho e o descanso, a fome e a
o coitado endoudecera, se vira.
o considero, acho cousa indigna de homem
o corte não é do mesmo pano que a amostra.
o costume da Corte donde sempre faltava o
o costume dos abades: engordam as galinhas
o crédito do contrário duvidoso. Isto apeteces
o crer, segundo obram diversamente do que se
o cristal estala, e tudo muda não só a forma
o culpado na madorra do valhaco e em vir
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potente nem o mandar prender
fazia? Furtava-lhe a volta e, sumindo
por certo que tudo o seu é melhor que
não bole nem se defende, passa por ele e
no mundo. O rir, o chorar, o trabalho e
outros. Vede como seria bem emendado
E, como também tinha entendido que
mesmo sucede cada dia. Não se enforque
frios e dos frios às calmas? Se entre
gente, fazia-me pedaços e cursava todo
- alce Deus sua ira! - então começava
um é mais sadio que galinha cozida. Foi
de ser desgraciados cada vez que
cousa impossível, por quem já disse
se sabe que é demasiada fanforrice que
horas na minha tabuada do sábado para
a procura. Será porque, nela, entre
que, do próprio modo que ao homem só
como as desfaz. Porque ele não é como
de saber a infalibilidade da hora que
como dizeis. E hoje, mudaram o valor,
R. C. - Olhai ora cá: se
lhe chamou hora sua, como por ele disse
molas, quebram-se-nos os dentes com
sinos, esse dia. Do mesmo modo, se
vinha com elas. Durava apenas uma hora
mentiroso ficará para sempre comigo, e
R. C. - Assim como me dava
donde dizem que já não sairei senão para
R. C. - Já vos disse que
a parar e não se me dar de nada. Assim
muito discreto (como era bem que todos
Mais moços tenho desesperado que
como pregador sáfaro, me espantava
a pessoa polida deve fugir de que entre
desde que teve jeito de ser algũa coisa,
pois, como lá dizem, se quereis conhecer
a sobejidão do amor da vida, e
brio, esforço e saúde. Se entre
de avesso. Porque os viandantes, vendosenhores que as quiseram muitos para
que estou de fora, se tenho os pesos ou
do Paço, tão desordenada que ninguém
da firma. Mas deixemos para outra hora
minha aldea. Veo a águia e, de repente,
mais nobre das aves, o rei dos pássaros,
a vós se deve e esse interesse vós
são os planetas bons e maus segundo
Quero dizer que tem o valor conforme
R. C. - Eis aí
R. A. - Esse é o siso e tudo
o ser rei sábio e imperador potente nem
mesmo se não faz morto, o mesmo touro
R. C. - E
Ao contrário, também quando
dependura me não há-de valer para tirar
nos beiços do Oriente já eu escascava
que respira, sem lhe querer relevar
que as pragas rogadas das onze para
acerte [RF35] com a vontade com que
nos está enganando todo o mundo; e até
estando a hora determinada lá em cima,
Tende por certo que, entre os homens,
o curso do relógio, porque, se o relógio pára, o
o curso, guisava de tal sorte o movimento que
o da outra gente. Não matou mais a peste
o deixa, as mais vezes, são e salvo.
o descanso, a fome e a fartura, tudo tem sua
o desconcerto, curando-se a inocência do
o despacho se continuava até as onze, antes que
o desprezado nem o prezado se engrampone
o dia e a noite não houvera um e outro
o dia e noite sem atinar jamais com minha
o diabo do charlatão a converter sua eloquência
o diabo meter em cabeça aos arquitectos del rei
o diabo os atenta com serem verdadeiros.
o ditado castelhano, que «solo Diós acierta a
o ditoso não queira algũa hora ser mofino
o domingo; mas pagava-lhes esta demora sendo
o entendimento e o céu há pequeno intervalo
o envestem seus inimigos, ao homem só o
o escudeiro da minha terra, mordomo de todas
o está esperando, como hora sua.
o estado
o estar sempre à dependura me não há-de valer
o Evangelista S. João; em a qual hora morreu
o exercício, as cordas nos afrouxam com a
o exército for pago à sua hora, poderá o
o expediente dos tribunais. E suposto que as
o falsário será satisfeito. Não só as rodas me
o faro de que algum bacharel impertinente
o ferro velho, depois de haver em vão tomado
o fim das cousas era cousa das telhas para cima
o fiz e amuei-me de feição que, nas vinte e
o fossem). Recebia este notaves cortesias de
o gagau e a carteta; ũa vez por ronceiro
o grande auditório. Mas, finalmente, esforçado
o grão limpo das palavra boas, honestas e
o guardei para vo-lo apresentar. Pouco vai em
o homem, dai-lhe mando.
o homem fosse perdendo o receo à morte, pela
o inverno e verão não houvesse de ũa banda o
o já mestre de relógios, não ferravam na sua
o jantar de muitos anos. Tomei por devoção não
o juízo em seu lugar, sofro que a figura
o julgou à vida.
o ler por sentença, e vamo-nos hoje por carta
o levantou nas mãos, não com pequena inveja
o levasse no colo tão honradamente. Seguimo-lo
o lograi, pois de vós há procedido, sabendo-se
o lugar em que se acham; e o que de si é bom
o lugar. Porque, se vires um quatro com três
o maior engano dos mortais; porque a velhice é
o mais é ser escudeiro de Fernão d'Acha.
o mandar prender o curso do relógio, porque
o mata. Se, cosendo-se com o chão, não bole
o mau ministro que, depois de enganar ao rei
o mau se acha em lugar bom, despede, senão
o medo de não morrer enforcado, melhor é
o meio dia. Era alta noite quando apenas acudia
o menor intervalo de que na vida lhe não faça
o meo dia eram de vez, porque todas empeciam
o mesmo Amor não atina? Donde eu cuidei já
o mesmo céu, que cada dia nos parece azul, não
o mesmo é dar um de nós a hora que dar a
o mesmo sucede cada dia. Não se enforque o
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se ele por si mesmo se não faz morto,
que não havia outro remédio e que
misericórdia. Assim foi feito; e, como
R. A. - Deixai-me já fenecer
que jamais andei de amores com
escusada ou ilícita, então era
modo, é cativa desconfiança cuidar
e, sumindo o curso, guisava de tal sorte
a primeira hora, escumei a voz e compus
a mão que cuidava dele; e que, por isso,
perdoasse. Parece que só para mim anda
menos cortesia que na corte. Anda
elementos de que se compõe e descompõe
dessa maneira nos está enganando todo
do mesmo modo; os homens desmancham
- E tu, amigo, que ganhas em desenganar
comecei a fazer tais cousas que
me podia fazer benquisto, como se
que me tem tirado gentes a quem eu
de estar sujeito um relógio de bem a
como hei-de ser relógio, que até agora
ilustre, pouco importa que a matéria
de que as desse, eu dissimulava com
e jogo da gente, ou alvo da perseguição e
hoje por carta de nomes. Como é
R. C. - Esse era como
sùbitamente sobre ele o castigo. Levamalquisto de meus vezinhos, me tiraram
mil tempos de servidão, [RF62] alcançou
que fosse de cera? De aí, má hora, vem
incontinência. Porque a prata se marea,
e verão não houvesse de ũa banda
R. A. - Pois, se assim é, bem disse logo
estreita e sem travessa. Um vinha,
porque, por falta de relógio, andava todo
amanhecer em casa do chatim e levar
«si senhor, isto agora é verdade, que
sùbitamente sobre ele o castigo. Leva-o
R. C. - Pois, amigo, encostai
trigo do mar: sempre vale menos que
na corte. Anda o mundo desconcertado e
intervalo, larga distância entre a vida e
atina? Donde eu cuidei já que, por isso,
nos crem e nenhum nos adora. Por isso,
modo que à calúnia cedeu a inocência, e
meus desconcertos. De aqui procedeu que
que só seja conhecido por fabuloso
tantos que, juntos à ruim suspeita que
o vento da empada ou em vendo reluzir
dia. Não se enforque o desprezado nem
me assombro só em cuidar que está
porque esse livro lêm os homens desde
Todas as trazia em um vivo enleo e com
levantando-lhe que eram danados? Pois
a um alveitar que vivia junto de mim,
R. C. - Bem afirmou, logo,
R. A. - Não sei
segundo o lugar em que se acham; e
relógio ouvia e calava, a troco de fazer
- que vão mudas à romaria espreitando
donde sempre faltava o tempo para
que Cosmander, costuma fazer
R. C. - Dizeis o que há em vós, mas não
o mesmo touro o mata. Se, cosendo-se com o
o mestre me achava digno daquele ofício, me
o mestre relojoeiro tal entendesse, antes de
o meu conto.
o meu merecimento. Tende, amigo, por certo
o meu repouso; dormia como carapeta. Eles
o miserável que já nunca mais pode haver para
o movimento que chegava ele duas horas depois
o movimento. Vou e desando. Par Deus, que soei
o mundo [RF52] andava tão ajustado, porque a
o mundo concertado!
o mundo desconcertado e o peor é que nos põem
o mundo dos negócios ou os negócios do mundo
o mundo; e até o mesmo céu, que cada dia nos
o mundo, e os relógios tem a culpa.
o mundo, que se não quer desenganar? O sumo
o mundo se tornou um novelo. Sabia que nos
o não fazer nada mal feito pudesse suprir a
o não mereço, que às vezes me recolho e não
o não quererem crer patifes, bastava para que
o não sabia.
o não seja. Estátuas vemos de barro altamente
o negócio até às nove e, então, com grande
o negro da zombaria; e tantas são as pedradas
o nome de V. M.?
o nosso Barraça, que queria matar o sol porque
o o pecado e o relógio fica muito seguro no seu
o ofício em breves dias, porque diziam eles que
o ofício por maus meos, do qual indo tomar
o ordinário descontentamento em que todos
o ouro se denigre, as esmeraldas embaçam, as
o outono e da outra a primavera, quem pudera
o outro, antigamente, que «na doudice só
o outro ia. Tanto que o requerente (ou
o Paço sem conta nem peso nem medida. O
o pano às punhadas, depois de mui bem roído da
o passado era mentira».
o pecado e o relógio fica muito seguro no seu
o pejo, e descalçai a vergonha, porque haveis
o peor da terra, e lá tem de ordinário seu
o peor é que nos põem a nós a culpa.
o perigo, quando racionalmente se busca e
o pintaram com os olhos cobertos, como mula
o pintor, agudamente pintando um relógio às
o pobre do relógio, quebrando-lhe a hora na
o pobre ferrador, empregado em o que não
o pobre Relógio das Chagas, que com ninguém se
o povo do meu bairro sempre teve de minha
o prato de ovos, não havia doze horas na minha
o prezado se engrampone, que para todos virá
o princepe repousando nos seus colchões de
o princípio do mundo sem que acabem de o crer
o próprio engano [RF51] que elas traziam a
o próprio sucede entre os homens. Donde, em
o qual aceitou logo a comissão, muito
o que afirmava não trazia o relógio na algibeira
o que aproveitará, porque esse livro lêm os
o que de si é bom, posto em ruim parte influi
o que devia. Pois uns felpudos desalmados
o que diz a gente que passa, donde afirmam que
o que era necessário. Despois, convertidos
o que fazia um cerieiro do meu bairro, destes
o que há em mim que, assim tão mestre como
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R. C. - Dizeis
costume dos mais que, a cada passo, em
extravagante no mundo que lhe faz mal
agora, por isso que ides dizendo,
esferas, como se nós os atiçássemos ou adiantadas a outras. [RF54] Mas
e devoto que cada um seguia. Mas
apeados, por aquela regra de «mouro,
e então lhes direi por cem bocas
que não são seus, outros por fazerem
que o pobre ferrador, empregado em
de autores a leitores, dizendo-nos de si
são nada, nunca têm outro valor salvo
determino fazê-lo porque, segundo
como ninguém quer mostrar que ignora
seguia. Mas o que melhor me pareceu foi
As pessoas sempre representam
vem a pé sessenta léguas à corte, gasta
torre maior e mais alta - que isto é
as noites da quinta para a sesta, com
R. C. - Já sei
[RF60] então a velhice, a malencolia e
de serem tintureiros de afectos,
amor da vida, e o homem fosse perdendo
de que eu os castigasse com
seus iguais e que a mais nobre das aves,
crecenças e mudanças - e que mudasse
a converter sua eloquência contra
grã, com um sono tão quieto como se
fazem seu ofício, só porque não ouvem
sobre ele o castigo. Leva-o o pecado e
afirmou, logo, o que afirmava não trazia
prender o curso do relógio, porque, se
R. A. - Não quisera eu ser aldemenos
de bairro, pelas falcatruas que lhes fazia
vez que aqui vim curar-me, encontrei cá
R. A. - Sou, com perdão,
R. C. - Tá, tá, tá! V. M. é
como carapeta. Eles, confiados em que
R. C. - Ouvi-me: eis
nunca tão ajustado andara, como então,
os humores e os propósitos. Porque
Um vinha, o outro ia. Tanto que
para donde ele vinha. Apressou o seu
- Pelo menos, grande alívio é para nós
que lhe toca o beiço da criatura e gosta
ferrugem pelas rodas, como aos homens
que as da malícia, ou sempre aquelas
o batifolha no ofício de fazer sapatos, ou
relojoeiro lhes saíra, não lhe pagavam
os Foliões da Arruda que assi desfizera
[RF44] R. C. - Porque
outra cousa que nas horas empregasse
ouvintes os varões apostólicos, segundo
não faça desconto; e que lhe não valha
nosso ofício e dentro da nossa jurisdição
ninguém os escuta. Porém, sem dúvida é
gloriosos, que tem por certo que tudo
matar o sol porque lhe não enxugara
do relógio dava com grande conciência
o cavalo para donde ele vinha. Apressou
hei feito do que tem com madrugadas
sentis do outro que, desmentindo o sol
o que há em vós, mas não o que há em mim que
o que julgam de seus escritos, se nos
o que lhe está bem! Contra os poltrões era a
o que lhe vi suceder a um cágado com ũa águia
o que me cheira a sem rezão de duas em carga
o que me conforta é que por isso são figuras
o que melhor me pareceu foi o que ouvi há
o que não podes haver...» Romaria que se
o que não querem ouvir de ũa. Par Deus! mas
o que não sabem.
o que não sabia, deu comigo e deu consigo de
o que nós havíamos de dizer deles. Para ũa só
o que os homens lhe constituem, que hoje lhe
o que ouço e tenho experimentado nesta
o que outro mostra que sabe, fica-lhes mais
o que ouvi há muitos anos, bem longe de aqui, e
o que são e as figuras, como não são nada
o que tem, cansa a el-rei, mata aos ministros e
o que tem de peor as casas dos príncipes
o que tenho esperdiçado tantas ceas no paço e
o que vem: erguerem-se as tripeças
o quebranto, de que procede o aborrecimento de
o querem também ser das horas e cada um as
o receo à morte, pela conversação dos
o regalo - que há gente tão extravagante no
o rei dos pássaros, o levasse no colo tão
o relógio a parte onde melhor se visse e mais
o relógio, afirmando que não eram as onze, e
o relógio da sua sala lhe não estivesse contando
o relógio da vizinhança. Ele, lá por baixo da
o relógio fica muito seguro no seu campanário.
o relógio na algibeira [RF42] mas no estâmago
o relógio pára, o tempo não descansa; e
o relógio que tal hora lhe desse.
o Relógio. A cegos rezadores, homens de almas
o Relógio da Sé, muito em segredo, que se vinha
o Relógio da Vila de Belas; ou sem perdão (para
o Relógio de Belas? Grandes cousas tenho
o Relógio do Paço não podia ter dado as nove
o Relógio do Paço que entrava muito em secreto
o Relógio do Paço; que minhas rodas mereciam
o Relógio do Paço, vendo que nas Chagas lhe não
o requerente (ou despachado) viu o valido
o requerente, trotou... trotou o valido também
o sabermos sem dúvida que cada cousa, por
o sabor amargoso, já toma entojo ao leite que
o sangue pelas veas.
o são e estas nunca. A ninguém se pode com
o sapateiro na arte de amassar ouro? Por
o selário.
o senhor fulano as festas como ele as fazia
o senhor sineiro, a fim de lhe caírem as
o sentido. Até os matemáticos diz que chamam
o sentido moral, místico e devoto que cada um
o ser rei sábio e imperador potente nem o
o sermos executores da taxa que Deus pôs à
o serralheiro que nos vem a consertar. Sus
o seu é melhor que o da outra gente. Não matou
o seu mantéu enrocado. Esta é ũa relé de
o seu meio dia, a cujo som os ouvintes
o seu o requerente, trotou... trotou o valido
o seu próprio ofício. Aos lampeiros me fazia
o seu relógio, jurava e trejurava que o sol era
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para louvar a Deus e sobejava para
boca se não despregava. Entendia eu que
pintor astuto, mandando-se-lhe pintar
de dar a ũa, sabendo que este era
R. A. - Esse é
que «na doudice só consiste
sol o seu relógio, jurava e trejurava que
E como sentis do outro que, desmentindo
lá no céu dois planetas, eclipsa-se
como o nosso Barraça, que queria matar
o exército for pago à sua hora, poderá
R. C. - E
que, depois de enganar ao rei todo
R. A. - Muito tempo há que
e não é nada. Com esta satisfação que
do relógio, porque, se o relógio pára,
os descuidados que para eles não corre
toda a noite o bom relógio. Faltava
costume da Corte donde sempre faltava
a medir e compassar e estremar
eu tenho há dias feito um contrato com
sua hora no mundo. O rir, o chorar,
ũa serra, não fazia mais que levantar
Finalmente, choviam os opróbios, que
alcaides à porta. Vendo-se, pois,
mugre e à ferrugem. Gastam-se-nos com
posse lhe resvala um pé à mula e dá com
o valido também; ele correu, correu
o seu o requerente, trotou... trotou
que o requerente (ou despachado) viu
segundo estão. Quero dizer que tem
tão pouco como dizeis. E hoje, mudaram
Essa é a lida comum que, por mais que
val pelo que é, senão pelo lugar em que
tarjas de cera para igrejas. EstavaEm me cheirando às filhós, em me dando
inveja das rãs e de outros cágados que
R. C. - Tende mão! se de essa laia é
[RF31] Mas,
outra e enfim, enfim, lá sobem também.
R. A. crecença do dia e logo mortal pela sesta.
[RF64] R. A. R. C. - Vou avante.
dia nos parece azul, não tem cor algũa.
o Paço sem conta nem peso nem medida.
R. C. R. A. fulano, e dizei-me se isto é verdade».
cousa que não tenha sua hora no mundo.
o mundo, que se não quer desenganar?
que por ser mais do que Deus me fizera.
R. C. ficasse dessimulada a curta valia desta
sem que acabem de o crer, segundo
fazer, tendo cargo de saber e de querer
com rezão pedir conta do que não pode
começam a vir recados do provedor das
o caso era que os arquitectos queriam
de interesse - bordão de todas as
glória que pudera dever-me pelo que bem
morador sua casa, e se meta, mande e
o seu sono. A cidade andava revolta com sua
o silêncio me podia fazer benquisto, como se o
o símbolo de um ministro, pintou um relógio ao
o sinal para que lhe acudissem a falar seus
o siso e tudo o mais é ser escudeiro de Fernão
o siso».
o sol era errado?
o sol o seu relógio, jurava e trejurava que o sol
o sol ou a lua, e nada de tudo aquilo prejudica ao
o sol porque lhe não enxugara o seu mantéu
o soldado comer e servir a suas horas, sair e
o tacanho adulador que, no fim de mil tempos de
o tempo de sua valia, quando lhe mete, entre
o tempo é esse! Ũa cousa vos digo:
o tempo me dá passo a raiva e a inveja sem
o tempo não descansa; e, finalmente, se lhe não
o tempo nem as horas fazem seu ofício, só
o tempo para louvar a Deus e sobejava para o
o tempo para o que era necessário. Despois
o tempo, por ver se podíamos reger ou encobrir
o tempo: quito-lhe a glória que pudera dever
o trabalho e o descanso, a fome e a fartura
o triste do animal e deixá-lo cair nas pedras
o triste do relógio ouvia e calava, a troco de
o triste homem tão afligido, apelou da violência
o uso as molas, quebram-se-nos os dentes com
o valhaco no rio? Não presta?
o valido, do mesmo modo, e dizia gritando
o valido também; ele correu, correu o valido
o valido, voltou o cavalo para donde ele vinha
o valor conforme o lugar. Porque, se vires um
o valor, o estado
o vaso mau nunca quebra, não há vasilha nenhũa
o vemos. Até no céu (ouvi já aos astrólogos da
o vendo trabalhar em um eirado que frisava
o vento da empada ou em vendo reluzir o prato
o viam ir subindo, vendo-se eles ficar tão
o vosso pano, em boa hora cá viestes.
ó senhor, adonde vou que, deixando (como a
O ano é esta calçada longa e áspera de passar
O da Matriz?!
O mesmo ferro agudo dá vida na hora que abre a
O mesmo ouvi e creo; mas nunca achei quem
O meu pedagogo era torto e mandavam que me
O ofício dos olhos é ver e chorar e enganar.
O pobre serralheiro dizia que tinha muito que
O primeiro fim com que escrevi este apólogo foi
O próprio.
O Relógio da Sé em casa do serralheiro?
O requerente, sem parar, lhe [RF55] respondia
O rir, o chorar, o trabalho e o descanso, a fome
O sumo grau da sandice é perder-se um pelo
O tempo é touro bravo e em tomando nos cornos
Ó saloio, por bom modo me desonrais de
obra. Quanto ela algũa [RF32] hora montar na
obram diversamente do que se podia esperar de
obrar aquilo de que lhe pedem conta.
obrar, e ninguém a dará boa do que não quis ou
obras del Rei que logo [RF45] fosse consertado
obras para si, ainda que para os outros fossem
obras -; porque, desde que teve jeito de ser
obrasse, com condição que me não injurie pelo
obre na de seu vizinho. Dizei-me: haveria maior
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escarmenta como justiça, nem a mercê
vendo-se solta. Quando algũa ponderosa
dia e noite sem atinar jamais com minha
fazer nada mal feito pudesse suprir a
R. A. - Tenho feito minha
na minha igreja, que cada um é
pudesse suprir a obrigação dos que são
e, se vos servem algũas das minhas
e de tudo deve ser tão pontualmente
juiz conservador, para que lhe façais
Tomei por devoção não dar à gula nem à
da consciência, sempre lhes ouvimos
ficará logo corrente a confiança da
um rei manda, por seu gosto, que cada
que tem com madrugadas o seu próprio
vizinho, trabalhará bem o batifolha no
dia nos parece azul, não tem cor algũa. O
e que corre por conta de nosso
de mandato, e sirva de maior realço ao
conta que a velhice faz este próprio
de meus vezinhos, me tiraram o
vendo que V. M. terá maior bem que bom
estivesse a faculdade de poder tomar
e que o mestre me achava digno daquele
tempos de servidão, [RF62] alcançou o
corre o tempo nem as horas fazem seu
como eu estou resoluto a fazer. Cansado
mesmo medram: uns por tomarem os
R. A. R. C. R. C. R. C. R. A. - Vedes vós? Pois, se
grandeza, enquanto lha deixam, e depois
sabem disso, está mais treita ao mau
são como as serpentes que velam sem os
já que, por isso, o pintaram com os
C. - Porque nos custam cá os doudos os
ourives: testa de prata, cabelos de ouro,
assim como os ministros se fazem aos
se façam aqueles que não são aos
azul, não tem cor algũa. O ofício dos
tão honradamente. Seguimo-lo com os
todas as festas, que nunca pagava; por
- e que mudasse o relógio a parte
como sevandilhas em casa de jogo. Por
que o despacho se continuava até as
o relógio, afirmando que não eram as
como por onzeno mandamento jantar às
porque fazia de modo que, das dez às
às moças que as pragas rogadas das
A uns acomodados que tem como por
é justiça de canhoto ou esquerda justiça.
Quando algũa ponderosa obrigação a não
fole de mentiras. Finalmente, choviam os
R. C. - Olhai
R. C. - Vai-te embora,
R. C. - Valha-me,
os médicos que morria, lhe respondeu: «
R. C. - Tende
R. A. haja nem para el-rei tal enfadamento?
obriga como mercê, parecendo a primeira que é
obrigação a não oprime, tudo revolve, tudo
obrigação. Donde vi que a boa vontade
obrigação dos que são obrigados a fazer cousas
obrigação nomeando-me; fazei vossa cortesia
obrigado a conhecer-se.
obrigados a fazer cousas bem feitas.
observações ou desenganos, pedi que aqui me
observado que não há entre a gente mais pesada
observar as condições deste contrato a que
ociosidade nenhum adjutório. A uns acomodados
oferecer a Deus a hora da morte. Mas Cristo
oferta que vos faço, enviando-vos este humilde
oficial deixe a sua tenda, cada morador sua
ofício. Aos lampeiros me fazia preguiçoso e
ofício de fazer sapatos, ou o sapateiro na arte
ofício dos olhos é ver e chorar e enganar.
ofício e dentro da nossa jurisdição o sermos
ofício e nome das horas confessar um tal
ofício e vede agora se foi castigo ou mercê da
ofício em breves dias, porque diziam eles que
ofício; mas se sabes como se paga?
ofício. Mas, sobretudo, admirado me tem essa
ofício, me determinei a servi-lo como pudesse
ofício por maus meos, do qual indo tomar posse
ofício, só porque não ouvem o relógio da
ofício temos: julgar a aqueles de quem havemos
ofícios que não são seus, outros por fazerem o
Oh diabo! Se unhas foram relógios, quem se
Olhai, no cabo do ano, ditosos e mofinos todos
Olhai ora cá: se o estar sempre à dependura me
Olhai: os homens, segundo temos discorrido
olharmos bem a cousa, nenhum deles tem
olho e vejo-a ficar em aquilo que dantes era, e
olho. Se pudera escolher a minha sorte nunca
olhos abertos. Cuidam os descuidados que para
olhos cobertos, como mula de atafona, porque
olhos da cara. Val aqui a doudice pesada a peso
olhos de esmeraldas, faces de pérolas, boca de
olhos do mundo aqueles que não são, assim os
olhos dos ministros, para que, despois, desfeita
olhos é ver e chorar e enganar.
olhos, todos por emulação, eu só por
onde diziam já dele os Foliões da Arruda que
onde melhor se visse e mais soasse. Mas o caso
onde toda a pessoa polida deve fugir de que
onze, antes que fossem bem dez já vinha com
onze, e que tal relógio merecia queimado e
onze horas, hei feito tais trapaças e de tão bom
onze, não punha meia hora.
onze para o meo dia eram de vez, porque todas
onzeno mandamento jantar às onze horas, hei
Opõem-se lá no céu dois planetas, eclipsa-se o
oprime, tudo revolve, tudo acarreta, lança a
opróbios, que o triste do relógio ouvia e calava
ora cá: se o estar sempre à dependura me não
ora, com as tuas horas. E leva crido que não há
ora, Deus! Que vos estou dizendo senão isso
ora folgo, por me não andar a vestir e despir
ora, tende mão no martelo e tomai um refego
Ora de aí vem que das cousas que há no mundo
Ora deixai-me a mim com minha conciência, que
Ora eu não avogo esta vez por ela, sendo
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[RF43] R. C. R. C. R. C. que mais virtude pode ter ũa de suas
queixas de letrados presumidos,
vivem sempre ao gosto de seu gosto. Boa
haja entre os homens estes enganos,
fosse de cera? De aí, má hora, vem o
nos trapaceam os grandes: porque de
muito reverendas apoplexias, donde, de
ladeira acima. Os moços, porque são de
menos que o peor da terra, e lá tem de
raios do sol não pungiam nos beiços do
a rezão é porque cada qual não conhece a
quis dizer que aos ministros todos
que, para representarem suas figuras,
- Grande caso! Agora digo que não samos
[RF67] ouvir-vos, eu dera por ditosos
os gatos são pardos, até de dia todos
de atafona, porque, às muitas voltas que
se tornam defeitos próprios aqueles que
com que o bom do meu vizinho derretia
R. C. - Ora sabei que
visse e mais soasse. Mas o caso era que
de ser desgraciados cada vez que o diabo
planetas em suas esferas, como se nós
de ferro, hei notado que de contínuo
dias, semanas, meses, anos, que são
de tudo aquilo prejudica ao céu. Pagam
ser alto dia. Desesperavam-se de que eu
São
e serpentes a tochas, que ardiam até
ministros todos os adoram mas ninguém
são proluxos e daninhos contra quem
que se temperassem. Pois as mulheres e
acudir aos remédios senão depois que
aposento, os perigosos cornos da lua em
com o uso as molas, quebram-se-nos
as horas às cousas e, desta troca, todos
que velam sem os olhos abertos. Cuidam
ou assim, jantar e cea. Os prósperos e
dita e a outros a desgraça, não há quem
R. A. - Sempre
e, confiados em minha palavra,
por me não andar a vestir e despir todos
R. C. - Porque nos custam cá
notado que de contínuo os baixos pagam
a culpa ao maldito Relógio do Paço que
o achavam triste para librés, e ledo
[RF68] bom não só que te consertem
disso, que a relógios do chão ninguém
de velhice, contra quem não valem todos
cabedal que lhe deu a natureza, despindo
relógio que ainda não dera ou sim dera,
diz que chamam horas planetárias, até
nunca pagava; por onde diziam já dele
noite. Porque, assim como de noite todos
apoplexias, donde, de ordinário,
nem agravo. Certo vos digo que, se
enganados uns nem outros. Pois se
Também nesta pouquidade nos trapaceam
esquecimento. Donde procede trocarem
Ora não negareis a malícia de saloio, de quem
Ora os vizinhos, vendo-me parado
Ora, pois todos somos de campanário, será bom
Ora sabei que os anos passados deu ũa
orações a tal que a tal hora? E velha conheci já
orações de frades descontentes, impertinências
ordem! E então, que só seja conhecido por
ordenando que assim como os ministros se
ordinário descontentamento em que todos
ordinário, o corte não é do mesmo pano que a
ordinário, os glutões vem a pagar seus
ordinário sãos, ágeis e robustos, a sobem de
ordinário seu fortum, donde é conhecido por
Oriente já eu escascava o meio dia. Era alta
origem dos males e dos bens e cuidam que são
os adoram mas ninguém os crê.
os adornou a ambição ou a soberba.
os aldeãos os mais mofinos, vivendo em perene
os aleives que cá me trouxeram, quanto mais
os amadores são cegos. Mais moços tenho
os amantes lhe fazem dar, o coitado
os amigos uns aos outros dessimulam. Fará
os anjos e fazia deles carrancas; outras vezes
os anos passados deu ũa desenteria ao Relógio
os arquitectos queriam obras para si, ainda que
os atenta com serem verdadeiros.
os atiçássemos - o que me cheira a sem rezão
os baixos pagam os encontros dos altos, que é
os bancos da escola da experiência.
os campos, as sementeiras e tal vez os homens
os castigasse com o regalo - que há gente tão
os conceitos como as figuras que se vazam em
os cotos, e lá ia tudo! Tende por certo que
os crê.
os cria. Assim é a memória vendo-se solta
os criados destes, que os viam recolher cedo
os danos são irremediaves. Nada lhe valeu até
os de seus exércitos. Alojem os sábios
os dentes com o exercício, as cordas nos
os desconsertos do mundo que em nossa mão
os descuidados que para eles não corre o tempo
os desgraciados comparo eu com os velhos e os
os despeça de sua larga companhia; aqueles não
os desvarios acharam maré de rosas e mar
os detinha entre os lançóis, até ser alto dia
os dias».
os doudos os olhos da cara. Val aqui a doudice
os encontros dos altos, que é justiça de canhoto
os enganara (como se lá fosse estranho!). Eu ria
os enojados para capuzes. Pois sucedeu que
os erros mas os mesmos acertos, porque por aí
os escuta. Porém, sem dúvida é o serralheiro
os estofos e badulaques que inventou a vaidade
os faustos e as tramóias com que, para
os fazia recolher por chuvas, neves e ventos
os físicos críticas, e até os poetas lhe
os Foliões da Arruda que assi desfizera o
os gatos são pardos, até de dia todos os
os glutões vem a pagar seus excessos. Para
os grandes [RF61] e os pequenos isto
os grandes mostram que não são aqueles que se
os grandes: porque de ordinário, o corte não é
os homens as horas às cousas e, desta troca
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os campos, as sementeiras e tal vez
R. C. - Parece que se houve Deus com
o que aproveitará, porque esse livro lêm
estarão aí menos em seu lugar do que
em carga. Na terra é do mesmo modo;
danados? Pois o próprio sucede entre
providência permite Deus haja entre
nada, nunca têm outro valor salvo o que
e lá ia tudo! Tende por certo que, entre
deminuírem; murcham-se e caem. Em
deve de ser de engenho de nora, donde
amigo, por certo que, assim como todos
cousas que se prezaram, e faz como
R. C. - Olhai:
procede que não é fora de rezão que
prezar de vossa sorte, que assim fazem
nós já de arrependidos havíamos trocado
despede, senão benignos, moderados
campanário, será bom que nos vejamos
em minha palavra, os detinha entre
do mundo aqueles que não são, assim
nunca dava hora com hora. Ainda
é a mais sensabor empreitada que tomam
parte que se me há posto nos cascos que
os relógios da república, e fazerem que
casa em que estamos se vem a curar
Agora digo que não samos os aldeãos
dizei-me: virá isso, por ventura, de que
os requerentes me não ia tão bem porque
e áspera de passar. Os poderosos são
vazios de dinheiro. Enfim, procurava de
Quatro horas antes do [RF49] dia
que nas horas empregasse o sentido. Até
de ser um desmanchado que, dizendo-lhe
não só que te consertem os erros mas
Vede que gentil censor podiam ter
enganos, ordenando que assim como
dizer nisso? Diria, por ventura, que
comparo eu com os velhos e
gente, se metem também em reste com
relógios, não ferravam na sua tenda; e
pouco mais descansado e ligeiro, façam
comparação com que seja própria): se
e descompõe o mundo dos negócios ou
mil anos que estava na tenda: porque
isso mesmo medram: uns por tomarem
e são como as serpentes que velam sem
cuidei já que, por isso, o pintaram com
R. C. - Porque nos custam cá os doudos
colo tão honradamente. Seguimo-lo com
fole de mentiras. Finalmente, choviam
queriam obras para si, ainda que para
Sendo relógio que tantas horas dais para
conciência o seu meio dia, a cujo som
Eu ria e arrebentava de os ver e de
vos digo que, se os grandes [RF61] e
que se fingiam, vejam também que nem
[RF39] R. A. - Essa cousa é natural:
tenham (como costumam), por aposento,
que se lhes mude a contínua miséria que
dia, a cujo som os ouvintes alimpavam
de seus aplausos, vendo-me velho e com
trazem sempre sobre si os pesos e
os homens, as paixões que passam as estrelas
os homens como as mães com as crianças que
os homens desde o princípio do mundo sem que
os homens desenganados escondidos pelas tocas
os homens desmancham o mundo, e os relógios
os homens. Donde, em nossos tempos, já houve
os homens estes enganos, ordenando que assim
os homens lhe constituem, que hoje lhe dão e
os homens, o mesmo sucede cada dia. Não se
os homens passa da mesma maneira: os que são
os homens são alcatruzes: uns cheos, outros
os homens são de barro, os relógios são de
os homens se despeçam da vida não só com
os homens, segundo temos discorrido, são
os homens tratem tal vez de seu cómodo e tal
os honrados.
os humores e os propósitos. Porque o Relógio do
os influxos. Para que é mais? Os mesmos
os jogos, como bons parceiros. A que vindes a
os lançóis, até ser alto dia. Desesperavam-se
os lisonjeiros se façam aqueles que não são aos
os louros raios do sol não pungiam nos beiços do
os madraços. E, quanto é por essa, eu fico que
os maiores desmanchos do tempo provém de se
os mais dessem horas como relógio.
os mais ilustres relógios da Corte e reino.
os mais mofinos, vivendo em perene desterro
os mais relógios da terra andem tão atilados
os mais, vendo-se desacomodados de monção e
os mancebos, os pobres são os velhos. Mas
os mandar pelas ruas à vergonha que, pois este
os mandava esguichar pela porta fora
os matemáticos diz que chamam horas
os médicos que morria, lhe respondeu: «ora
os mesmos acertos, porque por aí hão-de
os meus desvarios!
os ministros se fazem aos olhos do mundo
os ministros trazem sempre sobre si os pesos e
os moços por ũa ladeira acima. Os moços
os mofinos.
os moradores, sabendo quão mal relojoeiro lhes
os mortais tantos excessos que, querendo voar
os não atais a um pesado cepo, em vez de
os negócios do mundo. Por eu deixar com a
os noivos o achavam triste para librés, e ledo
os ofícios que não são seus, outros por fazerem
os olhos abertos. Cuidam os descuidados que
os olhos cobertos, como mula de atafona
os olhos da cara. Val aqui a doudice pesada a
os olhos, todos por emulação, eu só por
os opróbios, que o triste do relógio ouvia e
os outros fossem de misericórdia. Assim foi
os outros, só para vós falta ũa hora!
os ouvintes alimpavam os pés à conversação
os ouvir e cada vez lhas fazia peor. Já
os pequenos isto considerarem como convém
os pequenos são aqueles que se lhes mostravam
os pequenos são os que crecem. Nenhũa árvore
os perigosos cornos da lua em os de seus
os perseguia sempre.
os pés à conversação - alce Deus sua ira
os pés para a cova, comecei a falar verdade
os pesares da república e que a língua
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que os ministros trazem sempre sobre si
então eu, que estou de fora, se tenho
ao revés: a campainha para baixo e
já aos astrólogos da minha aldea) são
passam as estrelas no seu firmamento e
passar. Os poderosos são os mancebos,
planetárias, até os físicos críticas, e até
lhe faz mal o que lhe está bem! Contra
havíamos trocado os humores e
lhe não estivesse contando e descontando
por ser insígnia do homem de estado,
só o assaltam seus pensamentos, entre
lagrimosas, que vem a ser, em suma,
inimigos que amigos, sempre eram mais
sempre eram mais os que a criam que
R. A. - Esse juízo não é seguro em
- Essa cousa é natural: os pequenos são
R. C. - Assim deve de ser, segundo
por outros melhores sim; porque todos
Em os homens passa da mesma maneira:
antes, se se abalam, é só para a ruína;
e azeites, de que a pintura se serve, ela
um sainho de palmilha, como já vestiram
mundo? Se terão também disso a culpa
era manha de ministros fazerem-se eles
por mais que os tristes de nós outros,
como todos os homens são de barro,
os homens desmancham o mundo, e
diz lá um provérbio que a nós outros
ũa alma nova ouvindo-lhe trocar [RF48]
digno de um hábito de Cristo. Com
embaçam, as pérolas desmaiam,
R. C. - Contra esse descuido bradaram
da lua em os de seus exércitos. Alojem
esse descuido bradaram os sábios e
R. C. - As cores das horas lhes dão
confusão em ũa república, por mais que
mo declaravam a mi e aos mais ouvintes
e os desgraciados comparo eu com
são os mancebos, os pobres são
fosse estranho!). Eu ria e arrebentava de
as mulheres e os criados destes, que
comigo e deu consigo de avesso. Porque
sua hora, notificando-a por tal a todos
da mesma cor. Não quiseram mais
Ora
hoje [RF63] nas confrarias se usa dados
vós mais que a aprovação por exercício.
moderados os influxos. Para que é mais?
velhos e os moços por ũa ladeira acima.
é esta calçada longa e áspera de passar.
e calma e, assim ou assim, jantar e cea.
ágeis e robustos, a sobem de um fôlego.
[RF29]
lá no céu dois planetas, eclipsa-se o sol
serviria de relógio a gula do sancristão
suas figuras, os adornou a ambição
da taxa que Deus pôs à ventura
a hora que dar a contra-senha à morte
porque se vêm diante de muitas figuras
grande cousa é que as figuras vão atrás
cidade senão de escárnio e jogo da gente,
os pesos e os pesares da república e que a
os pesos ou o juízo em seu lugar, sofro que a
os pesos para cima.
os planetas bons e maus segundo o lugar em que
os planetas em suas esferas, como se nós os
os pobres são os velhos. Mas todos, mais ou
os poetas lhe chamaram vermelhas, e
os poltrões era a própria diligência. Quatro
os propósitos. Porque o Relógio do Paço, vendo
os próprios alentos que respira, sem lhe querer
os quais eles temperam sempre à sua vontade
os quais não há nenhum tão cobarde que deixe
os quatro elementos de que se compõe e
os que a criam que os que a duvidavam. Nem
os que a duvidavam. Nem seria pequena
os que como nós estão apeados, por aquela
os que crecem. Nenhũa árvore vereis que se
os que eu via aproveitados desde a minha torre
os que nos governam trazem seus relógios
os que são muito crecidos não podem ser
os que se vem em estado ínfimo procuram
os realça, levanta e ilustra de tal modo que
os reis e as princesas? Pois isto mesmo é
os relógios da cidade? Mas V. M., senhor
os relógios da república, e fazerem que os mais
os relógios, estivéssemos a medir e compassar
os relógios são de ferro e que, sem embargo
os relógios tem a culpa.
os relógios todos nos crem e nenhum nos adora
os requebros em querelas e conceituarem sobre
os requerentes me não ia tão bem porque os
os rubis descoram, o aljôfar se perde, o cristal
os sábios e os santos, e aos mais valeu pouco
os sábios ministros (segundo vemos) nas
os santos, e aos mais valeu pouco. Da mesma
os sucessos, como já foi costume de algũa
os tristes de nós outros, os relógios
os varões apostólicos, segundo o sentido moral
os velhos e os moços por ũa ladeira acima. Os
os velhos. Mas todos, mais ou menos cansados
os ver e de os ouvir e cada vez lhas fazia peor
os viam recolher cedo contra seu costume, aí
os viandantes, vendo-o já mestre de relógios
os viventes, para que não haja algum tão
os vizinhos do lugar para amanhecer em casa do
os vizinhos, vendo-me parado, encomendaram
os votos na cor das favas, para encobrir a dos
Os fortes capitães tenham (como costumam
Os mesmos números da aritmética, que é a
Os moços, porque são de ordinário sãos, ágeis e
Os poderosos são os mancebos, os pobres são
Os prósperos e os desgraciados comparo eu
Os velhos, fracos, pesados e doentes (como
OS RELÓGIOS FALANTES
OS RELÓGIOS FALANTES
ou a lua, e nada de tudo aquilo prejudica ao céu
ou a preguiça do cura.
ou a soberba.
ou à desgraça, à vida e à morte de cada um.
ou à Fortuna para que se cheguem e façam sua
ou adiantadas a outras. [RF54] Mas o que me
ou adiante. Figuras
ou alvo da perseguição e o negro da zombaria; e
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vemos de barro altamente prezadas
da Índia com bons ou maus propósitos
que não ouviam, ouviam então dar a ũa
verão e inverno, frio e calma e, assim
há trinta anos, não sei se é cheminé
que vista se averiguara com as luzes
sua comparação, monteis deslustrosa,
servem algũas das minhas observações
o outro ia. Tanto que o requerente (
[RF34] R. A. - Si é, para emendar
ou fosse disto ou do saibo da vasilha
para dar assalto em casa do regedor
tarde ou nunca as perde, ou fosse disto
filhós, em me dando o vento da empada
o tempo, por ver se podíamos reger
e, finalmente, se lhe não dará de prazo
dos altos, que é justiça de canhoto
más manhas há tarde ou nunca as perde,
fora de casa na conversação escusada
tu que tape a boca aos namorados,
e se sicrano vem da Índia com bons
só as rodas me andam todas ao redor,
Escusai-me a este troco de que me gabe
pobres são os velhos. Mas todos, mais
próprio ofício e vede agora se foi castigo
seria a um de nós permitido (quer fosse
de seus embustes: se hão-de casar
e ninguém a dará boa do que não quis
encobrir a dos corações e para dizer sim
depois de Deus, está nas nossas mãos
Mas, como quem más manhas há tarde
eu, que estou de fora, se tenho os pesos
o batifolha no ofício de fazer sapatos,
e descompõe o mundo dos negócios
que há tantos anos me acompanham
tribunais. E suposto que as ampulhetas
no que lhes convém, nenhum duvidara,
se contente com ficar baixa e aparada:
pois este vício não tem pena pelas leis (
com ficar baixa e aparada: ou se levanta
da natureza anteceder à morte a velhice,
com perdão, o Relógio da Vila de Belas;
são mais desculpáveis que as da malícia,
noite quando apenas acudia com as seis
fiados no relógio que ainda não dera
badalo nas choupanas do Porto de Mugem
agora bem um saio de arbim de espadas?
determino fazê-lo porque, segundo o que
um refego aos pesos, porque parece que
os sábios ministros (segundo vemos) nas
a mil acidentes de mal de estâmago e de
só cousa! Fiz deles gato sapato. Filhas de
a Dona Fulana ser toda uma tabuleta de
que minhas rodas mereciam ser de
cara. Val aqui a doudice pesada a peso de
de ourives: testa de prata, cabelos de
ou o sapateiro na arte de amassar
- Merecia tal dia e hora engastoada em
Porque a prata se marea, o
prezadas ou, ao contrário, as de
e verão não houvesse de ũa banda o
não houvesse de ũa banda o outono e da
e tudo aquilo que ainda não é, de nenhũa
ou, ao contrário, as de ouro valem pouco
ou apalavrou lá, em seu lugar, mestiça, filha de
ou as duas horas - livre-nos Nosso Senhor
ou assim, jantar e cea. Os prósperos e os
ou campanário a casa da minha vivenda; e
ou com as sombras, passando
ou desaproveitadamente? Conforme ao que me
ou desenganos, pedi que aqui me tendes.
ou despachado) viu o valido, voltou o cavalo
ou dissimular seus defeitos; não para se prezar
ou do ar corruto que me deu no alto da vaidade
ou do presidente do Paço, sabeis que fazia
ou do saibo da vasilha ou do ar corruto que me
ou em vendo reluzir o prato de ovos, não havia
ou encobrir tamanha doudice? Porque não val a
ou espera um só instante além de aquele que lhe
ou esquerda justiça. Opõem-se lá no céu dois
ou fosse disto ou do saibo da vasilha ou do ar
ou ilícita, então era o meu repouso; dormia
ou lhes acerte [RF35] com a vontade com que o
ou maus propósitos ou apalavrou lá, em seu
ou me desandam, mas a mão, a cabeça e tudo se
ou me desculpe, fugindo ao costume dos mais
ou menos cansados, chegam ao fim do ano, ao
ou mercê da natureza anteceder à morte a
ou não chegada a sua hora) dar-lhe com a hora
ou não com fulano, e se sicrano vem da Índia
ou não soube fazer, tendo cargo de saber e de
ou não, tendo as brancas por afirmativa e por
ou nas das horas, nossas filhas. Que importa a
ou nunca as perde, ou fosse disto ou do saibo da
ou o juízo em seu lugar, sofro que a figura
ou o sapateiro na arte de amassar ouro? Por
ou os negócios do mundo. Por eu deixar com a
ou, por melhor dizer, me perseguem. Comparo
ou relógios de [RF46] area me desmentiam a
ou se esquecera da hora que para qualquer está
ou se levanta ou se seca. As grandes param e
ou se lhe não executa), ao menos eu lhe queria
ou se seca. As grandes param e, se fazem
ou se seria melhor enganar a gente com a
ou sem perdão (para melhor dizer), porque
ou sempre aquelas o são e estas nunca. A
ou sete.
ou sim dera, os fazia recolher por chuvas
ou sino de cortiça na charneca de Monte Argil
Ou um sainho de palmilha, como já vestiram os
ouço e tenho experimentado nesta primeira
ouço gente abrir essas portas.
ourelas dos tronos, que não estarão aí menos
ourina e, tal vez, a muito reverendas
ourives e mercadores, ricas e delicadas, tive
ourives: testa de prata, cabelos de ouro, olhos
ouro, e bálsamo o azeite com que se
ouro; e de aí nace que são mil as castas de
ouro, olhos de esmeraldas, faces de pérolas
ouro? Por menos mal tivera deixar de fazer as
ouro!
ouro se denigre, as esmeraldas embaçam, as
ouro valem pouco, quando informes.
outono e da outra a primavera, quem pudera
outra a primavera, quem pudera viver
outra cousa cuida. Donde vem...
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de dizer. Como se a gente em nenhũa
baixos materiais que em si não são
como entendeis que sou, de nenhũa
Vou e desando. Par Deus, que soei como
de parar em vossas mãos, ũa de mestre,
em ũa parte, descansam [RF56] em
R. A. - Essa foi a rezão porque a
certo que tudo o seu é melhor que o da
a nota irmã da firma. Mas deixemos para
del rei que lhe pedissem mandasse fazer
nunca me havia visto, como não fora
para que cada um de nós fosse a buscar
de sua valia, quando lhe mete, entre
[RF51] que elas traziam a outros e
diante de muitas figuras ou adiantadas a
se deixavam estar departindo
já mais perto da hora de cada qual que as
gagau e a carteta; ũa vez por ronceiro,
os anjos e fazia deles carrancas;
lereis sem conserto e eu não quero de
A. - Pois, se assim é, bem disse logo o
Se entre o dia e a noite não houvera um e
a interlocução um Relógio da Cidade e
a dispensação de Roma e morrer ele ao
a modo da mulher que, por não tratar
estreita e sem travessa. Um vinha, o
se não pode já ser relógio; e, posto que
R. C. - E
ninguém quer mostrar que ignora o que
R. A. - E como sentis do
da sandice é perder-se um pelo ganho do
tripas coração, sabendo que não havia
pareceis boçal! Pois, se eu vos contara
Recebia este notaves cortesias de
figuras, como não são nada, nunca têm
da hora de cada um. Que me dizeis a
um Relógio da Cidade e
que a uns lhes dura muito a dita e a
não com pequena inveja das rãs e de
próprio, a uns chamamos figuras e a
próprios aqueles que os amigos uns aos
engano [RF51] que elas traziam a
queriam obras para si, ainda que para os
[RF37] R. C. - Por mim, não, mas por
«a desoras», «fora de horas» e
uns cheos, outros vazios, uns no fundo,
república, por mais que os tristes de nós
porque diz lá um provérbio que a nós
andam, se não achem enganados uns nem
tomarem os ofícios que não são seus,
relógio que tantas horas dais para os
os homens são alcatruzes: uns cheos,
que agora está passando por nós
as outras passadas, da mesma maneira
Cidade, badalemos limpo que as paredes
as horas fazem seu ofício, só porque não
Argil. Mas não digas que eu to disse,
R. C. - Antes já
R. A. - Sempre
[RF64] R. A. - O mesmo
Mas o que melhor me pareceu foi o que
pelo lugar em que o vemos. Até no céu (
como as que fazeis aos fidalgos da Beira,
outra cousa que nas horas empregasse o sentido
outra cousa que tábuas, lenços, terras e
outra cousa sirvo cá na cidade senão de
outra cousa! Tão pontualmente assisti a meu
outra de amigo. Não perigará em nenhũa, sendo
outra e enfim, enfim, lá sobem também. O ano é
outra fermosa fazia concerto com a morte
outra gente. Não matou mais a peste grande que
outra hora o ler por sentença, e vamo-nos hoje
outra torre maior e mais alta - que isto é o que
outra vez gente, fazia-me pedaços e cursava
outra vida, como eu estou resoluto a fazer
outras, a provisão falsa em que lhe faz mercê
outras cachopas de S. João, às quartas feiras
outras. [RF54] Mas o que me conforta é que por
outras nove horas. Eram já as doze quando eu
outras passadas, da mesma maneira ouve agora
outras por estugado, sempre lhes dava
outras vezes, tornava as serpentes em flores
outrem ser lido. Escusai-me a este troco de que
outro, antigamente, que «na doudice só
outro crepúsculo, que vista se averiguara com
outro da Aldea
outro dia?
outro homem, entendia que todos tinham
outro ia. Tanto que o requerente (ou despachado
outro inconveniente não houvera que esse de
outro mais antigo que este: «arrenego de meu
outro mostra que sabe, fica-lhes mais perto
outro que, desmentindo o sol o seu relógio
outro.
outro remédio e que o mestre me achava digno
outro segredo, ficáreis frio!
outro tal pretendente. Foi despachado como quis
outro valor salvo o que os homens lhe
outro velho, rico, encartado, andar muitos anos
Outro da Aldea
outros a desgraça, não há quem os despeça de
outros cágados que o viam ir subindo, vendo-se
outros cifras; donde se nota que nenhum deles é
outros dessimulam. Fará, pelo menos, certo
outros e outras cachopas de S. João, às quartas
outros fossem de misericórdia. Assim foi feito
outros melhores sim; porque todos os que nos
outros mil modos de dizer. Como se a gente em
outros no alto.
outros, os relógios, estivéssemos a medir e
outros os relógios todos nos crem e nenhum nos
outros. Pois se os grandes mostram que não são
outros por fazerem o que não sabem.
outros, só para vós falta ũa hora!
outros vazios, uns no fundo, outros no alto.
outros. Vede como seria bem emendado o
ouve agora estas horas e as esquece, que
ouvem e as de campanários nunca foram de
ouvem o relógio da vizinhança. Ele, lá por baixo
ouves-me?
ouvi dizer a um pregador, na minha igreja, que
ouvi dizer que era manha de ministros fazerem
ouvi e creo; mas nunca achei quem me
ouvi há muitos anos, bem longe de aqui, e me
ouvi já aos astrólogos da minha aldea) são os
ouvi-las-ei eu de muito boa vontade.
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(como eu muitas vezes dou fé que
A. - Das muitas que tenho me pesa. Mas
R. C. os opróbios, que o triste do relógio
se em vez da missa, que não ouviam,
se em vez da missa, que não
Relógio de Belas? Grandes cousas tenho
de caduco. Pois, sobre me haverdes
justos e ainda dos pecadores. E assim
aranha da consciência, sempre lhes
bem informado nas cousas curiais que,
sobre eles. Punha-se-me ũa alma nova
conciência o seu meio dia, a cujo som os
Cada ano mo declaravam a mi e aos mais
todos virá seu S. Martinho. Lembra-me
direi por cem bocas o que não querem
Eu ria e arrebentava de os ver e de os
e presidente serem idos. Era um gosto
vinda me não importara mais que [RF67]
Assim é; e bem avisados estamos se nos
Senhor: Já
R. A. - Nunca
porque de tudo entendeis algũa cousa,
estas horas e as esquece, que esqueceu e
empada ou em vendo reluzir o prato de
R. A. de Malas Artes, Gusmán de Alfarache e
fazer algũas rapazias, porque não tem
o que tenho esperdiçado tantas ceas no
não se queria reger senão pelo do
e chimpar-me na metade da torre do
que eu, que até então sendo Relógio do
Eles, confiados em que o Relógio do
sucedendo-lhe ao revés ao Relógio do
R. C. - Ouvi-me: eis o Relógio do
andara, como então, o Relógio do
era lançar a culpa ao maldito Relógio do
em casa do regedor ou do presidente do
por falta de relógio, andava todo o
passados deu ũa desenteria ao Relógio do
e os propósitos. Porque o Relógio do
R. C. da vida, por isso mesmo recebeu do
que bom ofício; mas se sabes como se
hei notado que de contínuo os baixos
e nada de tudo aquilo prejudica ao céu.
donde, de ordinário, os glutões vem a
tabuada do sábado para o domingo; mas
mordomo de todas as festas, que nunca
quão mal relojoeiro lhes saíra, não lhe
dia. Do mesmo modo, se o exército for
de aquele tacanho eu hei-de ser quem as
mais antigo que este: «arrenego de meu
Cristo, como sacrificou a Seu Eterno
parecendo a primeira que é efeito da
as sementeiras e tal vez os homens, as
sucedia ao coitado do verdadeiro Relógio
deve fugir de que entre o grão limpo das
que governasse a terra sobre a minha
negócios do mundo. Por eu deixar com a
fazia preguiçoso e, confiados em minha
se derigiam a vós sòmente, não pus aqui
R. C. - Com
ouvi na minha igreja) que Cristo Nosso Senhor
ouvi: penduraram-me [RF40] há trinta anos
Ouvi-me: eis o Relógio do Paço que entrava
ouvia e calava, a troco de fazer o que devia
ouviam então dar a ũa ou as duas horas - livre
ouviam, ouviam então dar a ũa ou as duas horas
ouvido de seu bom gosto! Dizem por cá
ouvido toda esta pregação dos bens da velhice
ouvimos (como eu muitas vezes dou fé que ouvi
ouvimos oferecer a Deus a hora da morte. Mas
ouvindo de sua pousada vinte relógios, não se
ouvindo-lhe trocar [RF48] os requebros em
ouvintes alimpavam os pés à conversação
ouvintes os varões apostólicos, segundo o
ouvir contar no meu adro a certo velhustro que
ouvir de ũa. Par Deus! mas que me fundam, mas
ouvir e cada vez lhas fazia peor. Já namorados
ouvir lamentar a estes licenciados enfadonhos
ouvir-vos, eu dera por ditosos os aleives que
ouviram!
ouviríeis a graciosa indecência com que disse
ouvistes de um que se vingava dos cães que lhe
ouvistes já algum prègador que a desse, correi
ouviu aquelas que passaram. Pois em verdade
ovos, não havia doze horas na minha tabuada do
Oxalá de essas houvera todas as necessárias!
Pablilhos el Buscón. A estes confrades da
paciência para esperarem a ver como as desfaz
paço e nas casas dos grandes senhores que as
Paço, com que dava com as demandas por esses
Paço, como quem não diz nada. E, sem me dizer
Paço me via tão benquisto de verdadeiro, em
Paço não podia ter dado as nove horas (que é a
Paço que, em subindo a seu campanário, ficou
Paço que entrava muito em secreto por casa do
Paço; que minhas rodas mereciam ser de ouro
Paço que os enganara (como se lá fosse
Paço, sabeis que fazia? Furtava-lhe a volta e
Paço sem conta nem peso nem medida. O pobre
Paço, tão desordenada que ninguém o julgou à
Paço, vendo que nas Chagas lhe não valiam suas
Padecia ũa modorra mortal.
Padre aquela hora da morte para Si sòmente e
paga?
pagam os encontros dos altos, que é justiça de
Pagam os campos, as sementeiras e tal vez os
pagar seus excessos. Para beatas do meu
pagava-lhes esta demora sendo prontíssimo em
pagava; por onde diziam já dele os Foliões da
pagavam o selário.
pago à sua hora, poderá o soldado comer e
pague! A fama de mentiroso ficará para sempre
pai se desta água me não molho!».
Pai todas as horas da vida, por isso mesmo
paixão e não de zelo, e a segunda, fruito do
paixões que passam as estrelas no seu
Palatino que, em meu lugar, foi levado à Torre
palavra boas, honestas e significativas se
palavra. Eu, vendo-me donde nunca me havia
palavra na boca e a mesura no ar a um ratinho
palavra, os detinha entre os lançóis, até ser
palavra que não fosse de vós ũa lembrança. Do
palavrinhas doces me ides desonrando de
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Toparam-se um dia na Rua Nova da
de arbim de espadas? Ou um sainho de
amanhecer em casa do chatim e levar o
R. A. - Melhor estou com a história do
lá não sei donde, era ũa vez ũa peça de
C. - Tende mão! se de essa laia é o vosso
de ordinário, o corte não é do mesmo
a alimenta. Depois, digo, prossegui este
(como a princípio vos disse) de par em
não há nenhum de nós que não dê seu
deixando (como a princípio vos disse) de
cem bocas o que não querem ouvir de ũa.
e compus o movimento. Vou e desando.
R. A. aplausos, vendo-me velho e com os pés
dizendo senão isso? Se a nau partir
homem tão afligido, apelou da violência
ser maiores, antes, se se abalam, é só
em dar meia noite as noites da quinta
a sua vontade, toma as de Vila Diogo
Não quiseram mais os vizinhos do lugar
Para ũa só acção vos peço voto, e seja
pintou um relógio ao revés: a campainha
e que a língua, significada no sino
vontade, porque sem dúvida tenho mão
ũa peça de pano azul que, por não servir
triste para librés, e ledo os enojados
para mi as carreiras que eles davam
- Adeus; e ũa só cousa te peço que leves
o fim das cousas era cousa das telhas
a campainha para baixo e os pesos
impertinente estava marcando as horas
que a fruta das horas é melhor
grandes param e, se fazem mudança, é
favas, para encobrir a dos corações e
despachado) viu o valido, voltou o cavalo
a troco de que para ele a não haja nem
e cercear meia hora, a troco de que
miserável que já nunca mais pode haver
abertos. Cuidam os descuidados que
[RF34] R. A. - Si é,
se usa dados os votos na cor das favas,
rapazias, porque não tem paciência
da ciência e experiência, não basta
destes que fabricam tarjas de cera
porque os noivos o achavam triste
a noite o bom relógio. Faltava o tempo
(que agora se costumam) donde me tem
Relógio da Vila de Belas; ou sem perdão (
lebre do Alfeite tão gostosa como eram
erro que se me perdoasse. Parece que só
quebrado e desfeito, não presta mais
por achar a porta aberta, e entrou
R. A. - Pelo menos, grande alívio é
fermosa perspectiva do mundo; donde é
um a sua antiga casa. Porém, é muito
não tema de que o ar a espedace e feneça
doze horas na minha tabuada do sábado
e donde dizem que já não sairei senão
senhores que as quiseram muitos
às moças que as pragas rogadas das onze
da Corte donde sempre faltava o tempo
Palma, que é longa, estreita e sem travessa
palmilha, como já vestiram os reis e as
pano às punhadas, depois de mui bem roído da
pano azul que com a comparação do cerieiro
pano azul que, por não servir para bodas nem
pano, em boa hora cá viestes.
pano que a amostra.
papel com nova esperança de interesse - bordão
par a imaginação, não tornei mais a entrar
par de badeladas.
par em par a imaginação, não tornei mais a
Par Deus! mas que me fundam, mas que me
Par Deus, que soei como outra cousa! Tão
Par Deus! Tal hora teve bom gosto!
para a cova, comecei a falar verdade. Mas a
para a Índia à sua hora e se à sua hora a for
para a indústria. Vem e que fez? Pois não faz
para a ruína; os que se vem em estado ínfimo
para a sesta, com o que tenho esperdiçado
para a tua vila.
para amanhecer em casa do chatim e levar o
para aprovar a eleição que fiz de vosso nome
para baixo e os pesos para cima.
para baixo, é a que deve andar por baixo de
para bargantes e ali fazia das minhas. Achava
para bodas nem mortuórios, havia mil anos que
para capuzes. Pois sucedeu que passou por ali
para casa, atordoados do medo e dos sinos da
para casa: sofre como [RF68] bom não só que
para cima, e que em nossa mão não está mais
para cima.
para dar assalto em casa do regedor ou do
para dar que para ter. Muito hei visto; e, se
para deminuírem; murcham-se e caem. Em os
para dizer sim ou não, tendo as brancas por
para donde ele vinha. Apressou o seu o
para el-rei tal enfadamento? Ora deixai-me a
para ele a não haja nem para el-rei tal
para ele ũa hora de ditoso.
para eles não corre o tempo nem as horas
para emendar ou dissimular seus defeitos; não
para encobrir a dos corações e para dizer sim
para esperarem a ver como as desfaz. Porque
para fazer homens peritos, como cá cuidamos
para igrejas. Estava-o vendo trabalhar em um
para librés, e ledo os enojados para capuzes
para louvar a Deus e sobejava para o seu sono
para me apedrejarem.
para melhor dizer), porque nunca fiz erro que
para mi as carreiras que eles davam para casa
para mim anda o mundo concertado!
para nada. Essa é a lida comum que, por mais
para não sair até comunicar-vo-lo.
para nós o sabermos sem dúvida que cada cousa
para notar que aqueles baixos materiais que em
para notar que eu, que até então sendo Relógio
para nunca mais ser soldada.
para o aplauso do vulgo.
para o domingo; mas pagava-lhes esta demora
para o ferro velho, depois de haver em vão
para o jantar de muitos anos. Tomei por
para o meo dia eram de vez, porque todas
para o que era necessário. Despois, convertidos
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o tempo para louvar a Deus e sobejava
queriam obras para si, ainda que
Sendo relógio que tantas horas dais
Nem a nota irmã da firma. Mas deixemos
por grande ventura que um animal tão
duvidara, ou se esquecera da hora que
a velhice entre a vida e a morte
a o não quererem crer patifes, bastava
que não são aos olhos dos ministros,
dos executores que o céu tem na terra,
de dar a ũa, sabendo que este era o sinal
Tomo-vos por meu juiz conservador,
por tal a todos os viventes,
dar a contra-senha à morte ou à Fortuna
os faustos e as tramóias com que,
ou dissimular seus defeitos; não
de seu adiantamento, pois é certo que,
as pague! A fama de mentiroso ficará
aqui sòmente advertido mas consertado
anos, bem longe de aqui, e me lembrará
que haja de andar em sua família
- Chagado e ferrugento vejo eu a V. M.,
R. A. - Não há vilão que não saiba
das horas da vida. Reservam todas
era que os arquitectos queriam obras
recebeu do Padre aquela hora da morte
a fruta das horas é melhor para dar que
sempre à dependura me não há-de valer
nem o prezado se engrampone, que
vendo-se desacomodados de monção e
teve jeito de ser algũa coisa, o guardei
que tantas horas dais para os outros, só
o curso do relógio, porque, se o relógio
os glutões vem a pagar seus excessos.
senão benignos, moderados os influxos.
ditosos e mofinos todos ficam iguais.
de si o que nós havíamos de dizer deles.
do soalheiro, se andasse à hora de estar
Ora os vizinhos, vendo-me
do mesmo modo, e dizia gritando: «
ou se levanta ou se seca. As grandes
de brandíssima pena, guardado dos seus
relojava cousa com cousa, resolvi-me a
Pouco vai em que vá errado se há de
se isto é verdade». O requerente, sem
se andasse à hora de estar parado e se
vendo-se eles ficar tão inferiores a seu
que nos vejamos os jogos, como bons
assim como de noite todos os gatos são
e até o mesmo céu, que cada dia nos
não tornei mais a entrar naquela da qual
e tomai um refego aos pesos, porque
ei-los amigos. Pois que vos [RF47]
R. C. nunca fiz erro que se me perdoasse.
R. C. - Vindes tão sabedor que me
R. C. - Bem
e ilustra de tal modo que agora nos
que sucedem cousas graciosas e que
nem a mercê obriga como mercê,
ruim lei e feitio, é a que val mais cara.
sua hora e a mercê à sua hora, a justiça
cada um seguia. Mas o que melhor me
para o seu sono. A cidade andava revolta com
para os outros fossem de misericórdia. Assim
para os outros, só para vós falta ũa hora!
para outra hora o ler por sentença, e vamo-nos
para pouco fosse assim sublimado à vista de
para qualquer está guardada.
para que ali se domasse a fúria dos afectos, se
para que cada um de nós fosse a buscar outra
para que, despois, desfeita no vestuário do
para que façam sua vontade. Mas não há dúvida
para que lhe acudissem a falar seus galantes
para que lhe façais observar as condições deste
para que não haja algum tão impaciente que
para que se cheguem e façam sua execução.
para representarem suas figuras, os adornou a
para se prezar deles.
para se regerem e dirigirem a bons fins e a
para sempre comigo, e o falsário será
para sempre, pois, de hoje por diante, já sei
para sempre.
para sempre, sem que se possa perder nem
para ser tão grande e tão antigo cortesão, de
para seu proveito.
para si afim de as dispenderem, vãmente, em
para si, ainda que para os outros fossem de
para Si sòmente e lhe chamou hora sua, como
para ter. Muito hei visto; e, se vos servem
para tirar o medo de não morrer enforcado
para todos virá seu S. Martinho. Lembra-me
para tudo faltos de horas, me amaldiçoavam
para vo-lo apresentar. Pouco vai em que vá
para vós falta ũa hora!
pára, o tempo não descansa; e, finalmente, se
Para beatas do meu bairro era um cutelo de
Para que é mais? Os mesmos números da
Para todos houve verão e inverno, frio e calma
Para ũa só acção vos peço voto, e seja para
parado e se parasse à hora de ir caminhando
parado, encomendaram-me a um alveitar que
parai senhor fulano, e dizei-me se isto é
param e, se fazem mudança, é para deminuírem
paramentos de finíssima grã, com um sono tão
parar e não se me dar de nada. Assim o fiz e
parar em vossas mãos, ũa de mestre, outra de
parar, lhe [RF55] respondia, correndo: «si
parasse à hora de ir caminhando, vede que tal
parceiro. Julgavam por grande ventura que um
parceiros. A que vindes a esta casa?
pardos, até de dia todos os amadores são cegos
parece azul, não tem cor algũa. O ofício dos
parece haver partido! Consenti-me tornar atrás
parece que ouço gente abrir essas portas.
parece? Será matéria de restituição desaviar a
Parece que se houve Deus com os homens como
Parece que só para mim anda o mundo
pareceis antes Relógio da Universidade de
pareceis boçal! Pois, se eu vos contara outro
parecem altos montes, agora soberbos edifícios
parecem feitas acinte, nisto da hora de cada um
parecendo a primeira que é efeito da paixão e
Parecer-vos-á agora bem um saio de arbim de
parecerá bem e a mercê melhor. Mas, se a
pareceu foi o que ouvi há muitos anos, bem
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da Cidade, badalemos limpo que as
e, por parte dos metais, ainda sou
ser) vão devagar, assentam-se em ũa
a entender por experiência que, na maior
a Igreja, sempre lhe fui afeiçoado e, por
e o que de si é bom, posto em ruim
R. A. - Estou tanto da vossa
e mudanças - e que mudasse o relógio a
R. A. - Estou satisfeito nessa
R. A. - Estou tanto da vossa parte nessa
não só santa mas sapiente, em muitas
a entrar naquela da qual parece haver
vos estou dizendo senão isso? Se a nau
que sabe, fica-lhes mais perto aprovar a
não fora que estar sujeito à censura dos
murcham-se e caem. Em os homens
espreitando o que diz a gente que
com o chão, não bole nem se defende,
perto da hora de cada qual que as outras
«si senhor, isto agora é verdade, que o
velho da cidade por quem, havendo
passado muitas horas, é força que hajam
e muito inclinado à rezão e, como dos
R. C. - Ora sabei que os anos
dos moradores e peor grado dos
e tal vez os homens, as paixões que
conceituarem sobre a ligeireza com que
outra a primavera, quem pudera viver,
com as luzes ou com as sombras,
vir passar esta vergonha que agora está
culpado na madorra do valhaco e em vir
O ano é esta calçada longa e áspera de
que esqueceu e ouviu aquelas que
e que a mais nobre das aves, o rei dos
de as dispenderem, vãmente, em seus
lhes dava desgosto nas horas de seus
vendo que falavam, dava de esporas ao
Com esta satisfação que o tempo me dá
fugindo ao costume dos mais que, a cada
cristão!) que, só a fim de levar este
enojados para capuzes. Pois sucedeu que
um relógio de bem a o não quererem crer
de aqueles poltrões ia enxarceando ũa
Foi sempre a Fortuna pintora de
do qual indo tomar posse lhe resvala um
ricas e delicadas, tive toda a noite em
alhea, el-rei lha concede e dá com ele ao
seja almotacel no couto de Leomil, vem a
C. - ...que lá não sei donde, era ũa vez ũa
sobre ele o castigo. Leva-o o
na trilha ao inocente mas não ao
touro bravo e em tomando nos cornos um
R. A. e da morte dos justos e ainda dos
R. A. - Pecadora, e por meus
R. C. - Adeus; e ũa só cousa te
de dizer deles. Para ũa só acção vos
a toda essa chusma dos matutinos, fui
danados que da água pura e clara fazem
como não fora outra vez gente, fazia-me
R. C. - Vou avante. O meu
saber e de querer obrar aquilo de que lhe
das minhas observações ou desenganos,
paredes ouvem e as de campanários nunca
parente muito próximo dos sinos da minha
parte, descansam [RF56] em outra e enfim
parte desta gente e seus costumes, mora a
parte dos metais, ainda sou parente muito
parte influi nocivamente. Ao contrário, também
parte nessa parte que se me há posto nos
parte onde melhor se visse e mais soasse. Mas
parte. Porém, como quereis que entenda isto
parte que se me há posto nos cascos que os
partes faz grande estimação das horas, de sua
partido! Consenti-me tornar atrás; e
partir para a Índia à sua hora e se à sua hora a
parvoice alhea que descobrir a própria.
parvos, se não podia ser discreto.
passa da mesma maneira: os que são muito
passa, donde afirmam que lhes não falece a
passa por ele e o deixa, as mais vezes, são e
passadas, da mesma maneira ouve agora estas
passado era mentira».
passado muitas horas, é força que hajam
passado muitos dias, semanas, meses, anos
passados desconsertos se achava vergonhoso
passados deu ũa desenteria ao Relógio do Paço
passageiros, não relojava cousa com cousa
passam as estrelas no seu firmamento e os
passam as horas do contentamento, vendendo
passando desordenada e sùbitamente das calmas
passando intempestivamente da claridade às
passando por nós outros. Vede como seria bem
passar esta vergonha que agora está passando
passar. Os poderosos são os mancebos, os
passaram. Pois em verdade que este estatuto
pássaros, o levasse no colo tão honradamente
passatempos. E, porque tomam e gastam por
passatempos. Tafuis não tinham comigo medra
passeo e, em meia hora de conversação
passo a raiva e a inveja sem inveja nem raiva
passo, em o que julgam de seus escritos, se nos
passo um pouco mais descansado e ligeiro
passou por ali um rei com um tabardo da mesma
patifes, bastava para que cada um de nós fosse
patranha que, em quatro horas, não acabaria de
pausagens. Assi, de longes e de pertos, de
pé à mula e dá com o valhaco no rio? Não presta?
pé, como centúrios, sem que acabasse de dar a
pé do pelourinho? Não vale nada esta hora?
pé sessenta léguas à corte, gasta o que tem
peça de pano azul que, por não servir para
pecado e o relógio fica muito seguro no seu
pecador que, pondo em pés de verdade suas
pecador, se ele por si mesmo se não faz morto
Pecadora, e por meus pecados, lhe chamai vós
pecadores. E assim ouvimos (como eu muitas
pecados, lhe chamai vós, se não chamar-lho-ei
peço que leves para casa: sofre como [RF68]
peço voto, e seja para aprovar a eleição que fiz
peçonha. E solicitador havia na vizinhança tão
peçonha.
pedaços e cursava todo o dia e noite sem atinar
pedagogo era torto e mandavam que me
pedem conta.
pedi que aqui me tendes.
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nunca. A ninguém se pode com rezão
em cabeça aos arquitectos del rei que lhe
e o negro da zombaria; e tantas são as
aos dias alegres e ditosos contavam com
e aos tristes e desgraciados, com
o triste do animal e deixá-lo cair nas
me puderam levantar estátuas como a
vos enxira na árvore dos sinos de S.
aos mais distraídos lhes morde no
R. C. - Pois, amigo, encostai o
hora a Goa e em boas horas nos entrará
tudo faltos de horas, me amaldiçoavam
homem fosse perdendo o receo à morte,
temendo sujar-se. E, então, porque
com ser cristão velho, sem esbarrar
já algum prègador que a desse, correi
a fim de lhe caírem as matinas baixas
a ser Relógio das Chagas, logo fui tido
do [RF49] dia os mandava esguichar
na crecença do dia e logo mortal
R. A. - E às vezes
que muitas se queriam mudar de bairro,
que, pois este vício não tem pena
- Tristes de nós, que logo nos conhecem
sempre ele a teve; e muitas vezes, cá
é isso senão que nos corre a ferrugem
dinheiro. Enfim, procurava de os mandar
das minhas verdades, ele, aplaudido
que os homens desenganados escondidos
descuidos. Jamais me untou as rodas,
pelas rodas, como aos homens o sangue
R. A. - Juro
vinte relógios, não se queria reger senão
O sumo grau da sandice é perder-se um
sabe) que ninguém val pelo que é, senão
amigos uns aos outros dessimulam. Fará,
Nem seria pequena vingança deixar (
quito-lhe a glória que pudera dever-me
V. M. melhor sabe) que ninguém val
com condição que me não injurie
Como vos fizestes doudo? Ensinai-mo
que consultava à candea que horas eram
R A. - Como quem se governa
R. A. com que nos tratam, podiam amar-nos
el-rei lha concede e dá com ele ao pé do
nos seus colchões de brandíssima
à vergonha que, pois este vício não tem
a anteciparam, por se verem livres das
Das muitas que tenho me pesa. Mas ouvi:
este apólogo foi só por divertir-me dos
Mas a nenhum de nós pôde ser bom seu
inimigos, ao homem só o assaltam seus
estado, eu vos fico que nem por isso tina
e mais alta - que isto é o que tem de
trigo do mar: sempre vale menos que o
A. - Vilão sou; não há aí negá-lo, que é a
corte. Anda o mundo desconcertado e o
com ruim satisfação dos moradores e
ver e de os ouvir e cada vez lhas fazia
repente, o levantou nas mãos, não com
de horas, me amaldiçoavam pela boca
que os que a duvidavam. Nem seria
pedir conta do que não pode obrar, e ninguém a
pedissem mandasse fazer outra torre maior e
pedradas que me tem tirado gentes a quem eu o
pedras brancas e aos tristes e desgraciados
pedras negras; e como ainda hoje [RF63] nas
pedras vivas até que, quebrando-lhe as conchas
Pedro de Malas Artes, Gusmán de Alfarache e
Pedro in Vaticano. Fazei de vos prezar de vossa
peito aquela saudável aranha da consciência
pejo, e descalçai a vergonha, porque haveis de
pela barra dentro, dando-me a mim bem que
pela boca pequena. Nas audiências del rei, aí era
pela conversação dos achaques e companhia dos
pela culpa alhea eu não sou a mesma
pela ladeira abaixo da fidalguia, que é a mais
pela memória e dizei-me a causa de esse
pela menhã, tudo era fazer dormir toda a noite
pela mesma fraude e mentira; sucedendo-lhe ao
pela porta fora, arrenegando do desenfado e do
pela sesta. O mesmo ferro agudo dá vida na
pelas badaladas como galantes; mas não é isso
pelas falcatruas que lhes fazia o Relógio. A
pelas leis (ou se lhe não executa), ao menos eu
pelas mãos como damas!
pelas minhas mossas de ferro, hei notado que
pelas rodas, como aos homens o sangue pelas
pelas ruas à vergonha que, pois este vício não
pelas suas mentiras.
pelas tocas agrestes.
pelas untar ao carro de seu proveito; jamais
pelas veas.
pelo alto sol que nos governa e assim eu me
pelo do Paço, com que dava com as demandas
pelo ganho do outro.
pelo lugar em que o vemos. Até no céu (ouvi já
pelo menos, certo aquilo de que eu mais
pelo menos) o crédito do contrário duvidoso
pelo que bem obrasse, com condição que me não
pelo que é, senão pelo lugar em que o vemos
pelo que fizer a seu descontentamento. Tomo
pelo que pode ser...
pelo relógio do sol.
pelo Relógio das Chagas...
Pelo menos, grande alívio é para nós o
pelos mais fiéis amigos e servidores, dos quais
pelourinho? Não vale nada esta hora?
pena, guardado dos seus paramentos de
pena pelas leis (ou se lhe não executa), ao
penalidades da vida.
penduraram-me [RF40] há trinta anos, não sei
penosos cuidados que há tantos anos me
pensamento, indo sempre ambos correndo à
pensamentos, entre os quais não há nenhum tão
peor a vossa campainha - quanto mais que não
peor as casas dos príncipes: novidades, alturas
peor da terra, e lá tem de ordinário seu fortum
peor das vilanias.
peor é que nos põem a nós a culpa.
peor grado dos passageiros, não relojava cousa
peor. Já namorados! Isso foi ũa só cousa! Fiz
pequena inveja das rãs e de outros cágados que
pequena. Nas audiências del rei, aí era homem e
pequena vingança deixar (pelo menos) o crédito
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as conchas com que se defendia, deu um
que nos mais relógios se não achará um
nela, entre o entendimento e o céu há
vos digo que, se os grandes [RF61] e os
se fingiam, vejam também que nem os
[RF39] R. A. - Essa cousa é natural: os
R. A. - Sou, com
o Relógio da Vila de Belas; ou sem
os rubis descoram, o aljôfar se
quem más manhas há tarde ou nunca as
do amor da vida, e o homem fosse
família para sempre, sem que se possa
desenganar? O sumo grau da sandice é
tudo revolve, tudo acarreta, lança a
de não comer nunca do manjar por quem
se, ainda depois de gozadas e depois de
Comparo eu a memória aos bugios (
dizer), porque nunca fiz erro que se me
Deus», «logo nessas horas», «as horas
os aldeãos os mais mofinos, vivendo em
mãos, ũa de mestre, outra de amigo. Não
larga distância entre a vida e o
(como costumam), por aposento, os
não basta para fazer homens
mas varão justo, não podíeis, sem
exemplos, que com grande providência
podemos tanto) se lhe seria a um de nós
de ouro, olhos de esmeraldas, faces de
se denigre, as esmeraldas embaçam, as
acompanham ou, por melhor dizer, me
se lhes mude a contínua miséria que os
de escárnio e jogo da gente, ou alvo da
coração e ainda proximidade não deixar
e segundas, compõe esta fermosa
ditoso não queira algũa hora ser mofino,
o qual aceitou logo a comissão, muito
na imaginação dos solitários se verefica.
outro mostra que sabe, fica-lhes mais
e mais horas; e sendo estas já mais
de pausagens. Assi, de longes e de
a cujo som os ouvintes alimpavam os
metendo de gorra nas conversações com
mas não ao pecador que, pondo em
em pés de verdade suas mentiras sem
seus aplausos, vendo-me velho e com os
R. A. - Das muitas que tenho me
os olhos da cara. Val aqui a doudice
observado que não há entre a gente mais
que seja própria): se os não atais a um
até a entregar nas mãos do fim, duro,
a sobem de um fôlego. Os velhos, fracos,
trazem sempre sobre si os pesos e os
da cara. Val aqui a doudice pesada a
andava todo o Paço sem conta nem
os ministros trazem sempre sobre si os
então eu, que estou de fora, se tenho os
ao revés: a campainha para baixo e os
mão no martelo e tomai um refego aos
sou a mesma pontualidade, em lugar dos
outro homem, entendia que todos tinham
à Torre das Chagas. Era ele boníssima
a de ũa ruim fama; porque, tendo cada
em casa de jogo. Por onde toda a
pequeno almoço à águia faminta e atreiçoada.
pequeno erro, nem um leve descuido.
pequeno intervalo, larga distância entre a vida
pequenos isto considerarem como convém, que
pequenos são aqueles que se lhes mostravam; e
pequenos são os que crecem. Nenhũa árvore
perdão, o Relógio da Vila de Belas; ou sem
perdão (para melhor dizer), porque nunca fiz
perde, o cristal estala, e tudo muda não só a
perde, ou fosse disto ou do saibo da vasilha ou
perdendo o receo à morte, pela conversação
perder nem alhear. Por isso se diz
perder-se um pelo ganho do outro.
perder tudo e, no cabo, lastima e maltrata ao
perdeu a saúde, sempre foi dele mais guloso
perdidas, custa tanta dor seu apartamento
perdoai tão baixa comparação com que seja
perdoasse. Parece que só para mim anda o
peremptórias», «as horas sucessivas», «são
perene desterro das cortes e cidades, se nelas
perigará em nenhũa, sendo certo que se tornam
perigo, quando racionalmente se busca e
perigosos cornos da lua em os de seus
peritos, como cá cuidamos. Depois que, com
perjuízo da república, querer da solidão a posse
permite Deus haja entre os homens estes
permitido (quer fosse ou não chegada a sua hora
pérolas, boca de rubis, dentes de aljôfar, colo
pérolas desmaiam, os rubis descoram, o aljôfar
perseguem. Comparo eu a memória aos bugios
perseguia sempre.
perseguição e o negro da zombaria; e tantas são
perseverar a ninguém no seu engano.
perspectiva do mundo; donde é para notar que
persuadido de que as boas andanças são
persuadido de que, por eu ser de ferro e ele
Persuado-me que, do próprio modo que ao
perto aprovar a parvoice alhea que descobrir a
perto da hora de cada qual que as outras
pertos, de vistas primeiras e segundas, compõe
pés à conversação - alce Deus sua ira! - então
pés de lã, como sevandilhas em casa de jogo
pés de verdade suas mentiras sem pés nem
pés nem cabeça, prevaleceu de tal modo que à
pés para a cova, comecei a falar verdade. Mas
pesa. Mas ouvi: penduraram-me [RF40] há
pesada a peso de ouro; e de aí nace que são mil
pesada turbulência que seu esquecimento. Donde
pesado cepo, em vez de entreterem com seus
pesado e incerto.
pesados e doentes (como costumam ser) vão
pesares da república e que a língua, significada
peso de ouro; e de aí nace que são mil as castas
peso nem medida. O pobre serralheiro dizia que
pesos e os pesares da república e que a língua
pesos ou o juízo em seu lugar, sofro que a
pesos para cima.
pesos, porque parece que ouço gente abrir
pesos, que me não levantava, me levantou mil
péssimo bafo, como seu marido. A Fortuna
pessoa e muito inclinado à rezão e, como dos
pessoa mais inimigos que amigos, sempre eram
pessoa polida deve fugir de que entre o grão
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haveis de saber que vai de figuras a
suas presunções e profias, tem morto de
saber que vai de figuras a pessoas. As
que o da outra gente. Não matou mais a
dos mortais; porque a velhice é ũa
se não veja levantada. A roda que se lhe
própria. A superstição dos homens lhas
adora. Por isso, o pintor, agudamente
isso um pintor astuto, mandando-se-lhe
atina? Donde eu cuidei já que, por isso, o
crem e nenhum nos adora. Por isso, o
R. C. - Tendes rezão; e por isso um
Foi sempre a Fortuna
pintar o símbolo de um ministro,
lenços, terras e azeites, de que a
os matemáticos diz que chamam horas
já aos astrólogos da minha aldea) são os
justiça. Opõem-se lá no céu dois
as estrelas no seu firmamento e os
modo que à calúnia cedeu a inocência, e o
desconcertos. De aqui procedeu que o
que só seja conhecido por fabuloso o
Paço sem conta nem peso nem medida. O
Os poderosos são os mancebos, os
o são e estas nunca. A ninguém se
R. C. - E donde, se se
cuidar o miserável que já nunca mais
A. - Amigo, não vos canseis que se não
De modo que quem lho concedeu lho
se pode com rezão pedir conta do que não
vos fizestes doudo? Ensinai-mo pelo que
e hipocresia. Preguntai que mais virtude
R. A. - Que mais claro se
a falar verdade. Mas a nenhum de nós
com que se criaram, e estes não
montar na estimação de aqueles que lhe
maneira: os que são muito crecidos não
fazem nas horas próximas, que é quando
tem, certo, essa ruim manha, nem nós
são já nossos tempos e feitos, que todos
R. A. - Dizia eu agora (já que nós
lima e do martelo deste vilão, sub cujo
na minha mão estivesse a faculdade de
modo, se o exército for pago à sua hora,
R. A. - Mal
val a desculpa, que muitos dão, de se não
da velhice. Senão, dizei-me: quem
do mundo que em nossa mão não está
calçada longa e áspera de passar. Os
por aquela regra de «mouro, o que não
segundo obram diversamente do que se
Entendia eu que o silêncio me
ao menos eu lhe queria dar aquela que
sujeito à censura dos parvos, se não
confiados em que o Relógio do Paço não
em vez do desprezo com que nos tratam,
aio um mentecato. Vede que gentil censor
e estremar o tempo, por ver se
varão da Justiça, mas varão justo, não
mundo desconcertado e o peor é que nos
até os físicos críticas, e até os
que até eu próprio me desconhecia;
advertido mas consertado para sempre,
pessoas. As pessoas sempre representam o que
pessoas.
pessoas sempre representam o que são e as
peste grande que esses, com suas presunções e
piadosa estalagem que Deus pôs entre a morte e
pinta à Fortuna deve de ser de engenho de nora
pinta como quere porque, não contentes de
pintando um relógio às avessas, quis dizer que
pintar o símbolo de um ministro, pintou um
pintaram com os olhos cobertos, como mula de
pintor, agudamente pintando um relógio às
pintor astuto, mandando-se-lhe pintar o
pintora de pausagens. Assi, de longes e de
pintou um relógio ao revés: a campainha para
pintura se serve, ela os realça, levanta e
planetárias, até os físicos críticas, e até os
planetas bons e maus segundo o lugar em que se
planetas, eclipsa-se o sol ou a lua, e nada de
planetas em suas esferas, como se nós os
pobre do relógio, quebrando-lhe a hora na boca
pobre ferrador, empregado em o que não sabia
pobre Relógio das Chagas, que com ninguém se
pobre serralheiro dizia que tinha muito que
pobres são os velhos. Mas todos, mais ou
pode com rezão pedir conta do que não pode
pode dizer?
pode haver para ele ũa hora de ditoso.
pode já ser relógio; e, posto que outro
pode negar e a figura que hoje se representa
pode obrar, e ninguém a dará boa do que não
pode ser...
pode ter ũa de suas orações a tal que a tal hora
pode ver, que nas histórias que me contastes de
pôde ser bom seu pensamento, indo sempre
podem crer que se lhes mude a contínua miséria
podem dar preço, a vós se deve e esse
podem ser maiores, antes, se se abalam, é só
podem ser. Também ali vive o batifolha junto do
podemos com verdade ter dele esta queixa
podemos dizer nossos ditos.
podemos tanto) se lhe seria a um de nós
poder nos vemos.
poder tomar ofício. Mas, sobretudo, admirado
poderá o soldado comer e servir a suas horas
poderei desprezar-me dela, tendo-vos nela por
poderem fazer as cousas grandes logo em suas
poderia apartar-se liberalmente das felicidades
podermos remediar. Porque, considerai vós
poderosos são os mancebos, os pobres são os
podes haver...» Romaria que se prometeu
podia esperar de seu crédito e de sua doutrina.
podia fazer benquisto, como se o não fazer nada
podia. Já como eu soubesse que homem casado
podia ser discreto.
podia ter dado as nove horas (que é a taxa de
podiam amar-nos pelos mais fiéis amigos e
podiam ter os meus desvarios!
podíamos reger ou encobrir tamanha doudice
podíeis, sem perjuízo da república, querer da
põem a nós a culpa.
poetas lhe chamaram vermelhas, e mulheres
pois, como lá dizem, se quereis conhecer o
pois, de hoje por diante, já sei como hei-de ser
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se deve e esse interesse vós o lograi,
de seu cómodo e tal de seu adiantamento,
de os mandar pelas ruas à vergonha que,
mandarem alcaides à porta. Vendo-se,
R. C. - Ora,
R. C. R. A. R. C. o azeite com que se temperassem.
R. C. o aviso mais importante que há na vida.
rubis, dentes de aljôfar, colo de cristal?
esqueceu e ouviu aquelas que passaram.
R. A. já vestiram os reis e as princesas?
eram de vez, porque todas empeciam.
para a indústria. Vem e que fez?
levantando-lhe que eram danados?
Mas que será se tudo isso for ao revés?
[RF38] R. C. ele e seu compitidor, ei-los amigos.
R. A. R. C. - Bem pareceis boçal!
R. A. - Vedes vós?
se não achem enganados uns nem outros.
doces me ides desonrando de caduco.
librés, e ledo os enojados para capuzes.
A. - Zomba V. M., porque me vê aldeão.
e calava, a troco de fazer o que devia.
em casa de jogo. Por onde toda a pessoa
lhe faz mal o que lhe está bem! Contra os
sucedia que, quando algum de aqueles
do relógio e ficando em seu ponto a
a memória vendo-se solta. Quando algũa
ao inocente mas não ao pecador que,
que disse tinha sempre as horas na
a inocência do relógio e ficando em seu
R. C. - Vamos ao
não acabaria de aparelhar e se neste
minguadas? Porque já me teve este
pela culpa alhea eu não sou a mesma
sempre por falar verdade e ser
Deus, que soei como outra cousa! Tão
da hora de todos e de tudo deve ser tão
que ũa vez cá me entrou na imaginação,
para dizer sim ou não, tendo as brancas
me retinis a letrado, relògiozinho de
erros mas os mesmos acertos, porque
anciãos relógios da Cidade, me deram
para capuzes. Pois sucedeu que passou
capitães tenham (como costumam),
em os que como nós estão apeados,
ouvem o relógio da vizinhança. Ele, lá
no sino para baixo, é a que deve andar
ordinário seu fortum, donde é conhecido
vasilha nenhũa destas que se não tenha
R. C. - Ó saloio,
tenho ouvido de seu bom gosto! Dizem
do Chafariz d'El-Rei que, por correr
o ler por sentença, e vamo-nos hoje
do Paço que entrava muito em secreto
de mim campainhas e então lhes direi
R. C. - Não,
pois de vós há procedido, sabendo-se como eu
pois é certo que, para se regerem e dirigirem a
pois este vício não tem pena pelas leis (ou se
pois, o triste homem tão afligido, apelou da
pois todos somos de campanário, será bom que
Pois acrecentai-lhe que morreu ministro do
Pois adeus, amigo.
Pois, amigo, encostai o pejo, e descalçai a
Pois as mulheres e os criados destes, que os
Pois donde as dão as tomam, como dizem; e
Pois, em estando a hora determinada lá em
Pois, em se descuidando tamalavez, com a
Pois em verdade que este estatuto da hora de
Pois eu, vendo-me tão maltratado, fiz-me louco.
Pois isto mesmo é agora um sesudo.
Pois logo eu a estas as socorria com horas a
Pois não faz nem mais nem menos que tomar
Pois o próprio sucede entre os homens. Donde
Pois que direi? Se a justiça se fizer à sua hora
Pois que importa? Farão de mim campainhas e
Pois que vos [RF47] parece? Será matéria de
Pois, se assim é, bem disse logo o outro
Pois, se eu vos contara outro segredo, ficáreis
Pois, se olharmos bem a cousa, nenhum deles
Pois se os grandes mostram que não são
Pois, sobre me haverdes ouvido toda esta
Pois sucedeu que passou por ali um rei com um
Pois também lá dizem que cantam as moças
Pois uns felpudos desalmados, destes que
polida deve fugir de que entre o grão limpo das
poltrões era a própria diligência. Quatro horas
poltrões ia enxarceando ũa patranha que, em
poltronaria do sineiro!
ponderosa obrigação a não oprime, tudo revolve
pondo em pés de verdade suas mentiras sem
ponta da unha porque, com ela, acomodava
ponto a poltronaria do sineiro!
ponto. Como vos fizestes doudo? Ensinai-mo
ponto o bom do relógio dava com grande
ponto tão escrupuloso que, porque me prezo de
pontualidade, em lugar dos pesos, que me não
pontualíssimo em seus ditos, vindo com as
pontualmente assisti a meu exercício que até eu
pontualmente observado que não há entre a
por achar a porta aberta, e entrou para não
por afirmativa e por negativa as negras. Porém
por aí além! Dizei vosso dito.
por aí hão-de começar a emendar-te, que é
por aio um mentecato. Vede que gentil censor
por ali um rei com um tabardo da mesma cor
por aposento, os perigosos cornos da lua em os
por aquela regra de «mouro, o que não podes
por baixo da capa lhe vai fazendo as culpas
por baixo de tudo sem aparecer?
por bastardo. Contentai-vos com ser cristão
por boa e que não tema de que o ar a espedace e
por bom modo me desonrais de mentiroso!
por cá, finalmente, que V. M. é Relógio de Belas
por canos de enxofre, sempre faz mal ao fígado.
por carta de nomes. Como é o nome de V. M.?
por casa do mestre, donde eu também jazia por
por cem bocas o que não querem ouvir de ũa
por certo; mas porque diz lá um provérbio que
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com o meu merecimento. Tende, amigo,
ardiam até os cotos, e lá ia tudo! Tende
relé de malhadeiros gloriosos, que tem
não dera ou sim dera, os fazia recolher
desprezar-me dela, tendo-vos nela
como vamos averiguando; e que corre
é como a água do Chafariz d'El-Rei que,
destes que acodem às igrejas ao domingo
com os olhos, todos por emulação, eu só
R. C. - Estou vendo que te não apupariam
para o jantar de muitos anos. Tomei
consertado para sempre, pois, de hoje
mais que [RF67] ouvir-vos, eu dera
fim com que escrevi este apólogo foi só
e, no cabo, volta-se a sua terra, e
tantos excessos que, querendo voar
Ora eu não avogo esta vez
Si sòmente e lhe chamou hora sua, como
o chão, não bole nem se defende, passa
minha igreja) que Cristo Nosso Senhor, e
querem a seus relógios, se governam
Seguimo-lo com os olhos, todos
que tomam os madraços. E, quanto é
do Paço, com que dava com as demandas
tem grande culpa (a meu juízo) porque,
e a carteta; ũa vez por ronceiro, outras
a comissão, muito persuadido de que,
ela espera de vós mais que a aprovação
seus propósitos; porque vim a entender
ordem! E então, que só seja conhecido
achava vergonhoso, trabalhava sempre
logo [RF45] fosse consertado porque,
os ofícios que não são seus, outros
relógio, por mais alto que ele viva, que,
tão inferiores a seu parceiro. Julgavam
- Mofino homem! Quantos eu conheço que
a Seu Eterno Pai todas as horas da vida,
e cortada a mão que cuidava dele; e que,
Amor não atina? Donde eu cuidei já que,
R. A. - Lembra-me agora,
[RF54] Mas o que me conforta é que
grandes logo em suas horas, e que
em alto estado, eu vos fico que nem
R. C. - Tendes rezão; e
do contentamento, vendendo-lhes eu gato
horas. E leva crido que não há cá relógio,
que, quando
mais para nada. Essa é a lida comum que,
haveria maior confusão em ũa república,
R. A. - Bom é saber; e,
nesta primeira jornada, Marrocos
de servidão, [RF62] alcançou o ofício
que morria, lhe respondeu: «ora folgo,
que há tantos anos me acompanham ou,
R. A. - Por isso tu cá vens
fizer a seu descontentamento. Tomo-vos
R. A. - Pecadora, e
R. A. - Isso não
C. - Ainda agora lá estivera e fora muito
R. C. - Porque vendem a sua ignorância
depois de mui bem roído da traça,
dotar a sobrinha, no cabo escolhê-la
era ũa vez ũa peça de pano azul que,
por certo que, assim como todos os homens são
por certo que, entre os homens, o mesmo
por certo que tudo o seu é melhor que o da
por chuvas, neves e ventos, mortos
por companheiro.
por conta de nosso ofício e dentro da nossa
por correr por canos de enxofre, sempre faz
por cumprimento, se em vez da missa, que não
por curiosidade porque seu voo me não
por dar mais de seu direito.
por devoção não dar à gula nem à ociosidade
por diante, já sei como hei-de ser relógio, que
por ditosos os aleives que cá me trouxeram
por divertir-me dos penosos cuidados que há
por dois magustos que ambos merendam, depois
por donde basta ir andando, venham a resvalar
por ela, sendo seguro da afeição que vos deve
por ele disse o Evangelista S. João; em a qual
por ele e o deixa, as mais vezes, são e salvo.
por ele seu sagrado coronista, chamou hora sua
por eles, e assim vivem sempre ao gosto de seu
por emulação, eu só por curiosidade porque seu
por essa, eu fico que nenhum bem vos suceda
por esses trigos.
por esta própria razão que a uns lhes dura
por estugado, sempre lhes dava desgosto nas
por eu ser de ferro e ele tratar em ferraduras
por exercício. Os fortes capitães tenham (como
por experiência que, na maior parte desta gente
por fabuloso o pobre Relógio das Chagas, que
por falar verdade e ser pontualíssimo em seus
por falta de relógio, andava todo o Paço sem
por fazerem o que não sabem.
por forrar de sobressaltos e ingratidões, se
por grande ventura que um animal tão para
por isso mesmo medram: uns por tomarem os
por isso mesmo recebeu do Padre aquela hora
por isso, o mundo [RF52] andava tão ajustado
por isso, o pintaram com os olhos cobertos
por isso que ides dizendo, o que lhe vi suceder a
por isso são figuras. Adverti que, já neste
por isso se fazem nas horas próximas, que é
por isso tina peor a vossa campainha - quanto
por isso um pintor astuto, mandando-se-lhe
por lebre, cada noite. Porque, assim como de
por mais alto que ele viva, que, por forrar de
por mais não fora que estar sujeito à censura
por mais que o vaso mau nunca quebra, não há
por mais que os tristes de nós outros, os
por mais que se riam de vós (como dizeis
por Marrocos, melhor é o campo que a cidade.
por maus meos, do qual indo tomar posse lhe
por me não andar a vestir e despir todos os
por melhor dizer, me perseguem. Comparo eu a
por mentiroso... Diz que a verdade da língua dos
por meu juiz conservador, para que lhe façais
por meus pecados, lhe chamai vós, se não
por mim, que decendo de mui nobre ferro
por minha vontade, porque sem dúvida tenho
por mistério; e, como ninguém quer mostrar
por muito mais do que valera em novo.
por mulher, entregar-lhe quanto ganhou, chegar
por não servir para bodas nem mortuórios
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imaginação era curral do concelho donde,
que são firmes, a modo da mulher que,
não, tendo as brancas por afirmativa e
o sabermos sem dúvida que cada cousa,
esta vergonha que agora está passando
de todas as festas, que nunca pagava;
A uns acomodados que tem como
[RF37] R. C. - Por mim, não, mas
com a Igreja, sempre lhe fui afeiçoado e,
aprovar a eleição que fiz de vosso nome,
vos tire que sois relógio velho da cidade
que me endireitasse; cousa impossível,
propósito de não comer nunca do manjar
e na malícia do malvado sancristão,
que o gagau e a carteta; ũa vez
de uns hipócritas de desaventuras que,
gentilidade bàrbaramente a anteciparam,
em que todos andam [RF59]
valiam suas verdades, deu em mentiroso
Mas deixemos para outra hora o ler
governam trazem seus relógios consigo,
houvera de fazer por ser menos do que
no tempo de hoje mais houvera de fazer
Fazei conta que um rei manda,
tomando nos cornos um pecador, se ele
passatempos. E, porque tomam e gastam
S. João; em a qual hora morreu tanto
Cristo teve sua hora, notificando-a
ajustado, porque a gente se governava
Eu sou relógio cristão e louvo a Deus
amargoso, já toma entojo ao leite que
campanário. Porque tal há destes que,
que entesourava quanto lhe davam,
que por isso mesmo medram: uns
casa do mestre, donde eu também jazia
comparo eu com os velhos e os moços
morrer enforcado, melhor é acabar logo
saber desse. Mas dizei-me: virá isso,
R. A. - Que queria dizer nisso? Diria,
medir e compassar e estremar o tempo,
querem dar a Deus a hora de sua morte.
dos negócios ou os negócios do mundo.
todos nos crem e nenhum nos adora.
R. C. sem que se possa perder nem alhear.
R. A. ou o sapateiro na arte de amassar ouro?
[RF37] R. C. de lã, como sevandilhas em casa de jogo.
correspondendo-me. Quem quereis ser?
R. A. R. A. - Estou satisfeito nessa parte.
tornando cada um a sua antiga casa.
por afirmativa e por negativa as negras.
a relógios do chão ninguém os escuta.
sendo seguro da afeição que vos deve.
o mundo [RF52] andava tão ajustado,
R. A. - Essa foi a rezão
C. - Eis aí o maior engano dos mortais;
e louvo a Deus por tão grande mercê,
R. A. - A esses tenho inveja
por não ter portas, todo o animal tinha entrada
por não tratar outro homem, entendia que todos
por negativa as negras. Porém, nós, todos as
por nobre e altiva que seja, tem sua hora, como
por nós outros. Vede como seria bem emendado
por onde diziam já dele os Foliões da Arruda
por onzeno mandamento jantar às onze horas
por outros melhores sim; porque todos os que
por parte dos metais, ainda sou parente muito
por que, entre tanto merecimento, ficasse
por quem, havendo passado muitas horas, é
por quem já disse o ditado castelhano, que
por quem perdeu a saúde, sempre foi dele mais
por quem se me azaram tantos males. A isto
por ronceiro, outras por estugado, sempre lhes
por se fazerem gente, se metem também em
por se verem livres das penalidades da vida.
por se verem ser de um metal que, quebrado e
por se vestir da libré do tempo; e eu
por sentença, e vamo-nos hoje por carta de
por ser insígnia do homem de estado, os quais
por ser mais do que Deus me fizera. O tempo é
por ser menos do que por ser mais do que Deus
por seu gosto, que cada oficial deixe a sua
por si mesmo se não faz morto, o mesmo touro
por sua conta todas as horas da vida, só
por sua própria vontade que a essa mesma hora
por tal a todos os viventes, para que não haja
por tal fole de mentiras. Finalmente, choviam
por tão grande mercê, porque, ainda que não
por tão suave alimento até então recebia. Fazei
por teima de que seu vizinho não seja almotacel
por ter cuidado de meus descuidos. Jamais me
por tomarem os ofícios que não são seus
por travessuras, mas já convalecido, quando
por ũa ladeira acima. Os moços, porque são de
por ũa vez.
por ventura, de que os mais relógios da terra
por ventura, que os ministros trazem sempre
por ver se podíamos reger ou encobrir tamanha
Por DOM FRANCISCO MANUEL
Por esta causa, quando aos mais distraídos lhes
Por eu deixar com a palavra na boca e a mesura
Por isso, o pintor, agudamente pintando um
Por isso se diz que não há alfaiate bem vestido
Por isso se diz, vulgarmente, que tudo tem sua
Por isso tu cá vens por mentiroso... Diz que a
Por menos mal tivera deixar de fazer as cousas
Por mim, não, mas por outros melhores sim
Por onde toda a pessoa polida deve fugir de que
Por qual mandais que vos tenhamos?
Por que causa?
Porém, como quereis que entenda isto que
Porém, é muito para notar que eu, que até
Porém, nós, todos as ministramos de ũa cor
Porém, sem dúvida é o serralheiro que nos vem
Porém, tudo isto não era nada em comparação
Porém, vós, em tudo não só varão da Justiça
porque a gente se governava por tal fole de
porque a outra fermosa fazia concerto com a
porque a velhice é ũa piadosa estalagem que
porque, ainda que não vivo, como vós, das
porque, ao menos, está em sua mão deixarem
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olhos cobertos, como mula de atafona,
R. C. - Enganam-se todos; e a rezão é
tinha sempre as horas na ponta da unha
pouquidade nos trapaceam os grandes:
quem me declarasse a rezão. Se vós,
negou às alimárias, a quem deu menos,
de Santo Entrudo, fiz a maior guerra
pouco. Da mesma sorte nos sucede,
interesse - bordão de todas as obras -;
Não se fie de aparências, senhor Relógio,
R. C. - Não, por certo; mas
me tiraram o ofício em breves dias,
R. A. - Não sei o que aproveitará,
do ano, ao termo e cume desta costa. E
e aí era a sua total desesperação deles,
Tafuis não tinham comigo medra;
encostai o pejo, e descalçai a vergonha,
gordo, nédio, luzente e untado,
o nosso Barraça, que queria matar o sol
me teve este ponto tão escrupuloso que,
R. A. - Zomba V. M.,
R. A. - Direi;
dos homens lhas pinta como quere
e não dou as horas que havia de dar, só
tempo nem as horas fazem seu ofício, só
quando lhe vem fazer algũas rapazias,
dizia que tinha muito que consertar,
a experimentou sempre a procura. Será
ou sem perdão (para melhor dizer),
vindo com as horas muito a suas horas. E
Com os requerentes me não ia tão bem
havia mil anos que estava na tenda:
no martelo e tomai um refego aos pesos,
me limpou, temendo sujar-se. E, então,
os erros mas os mesmos acertos,
deles tem grande culpa (a meu juízo)
del Rei que logo [RF45] fosse consertado
moços por ũa ladeira acima. Os moços,
com verdade ter dele esta queixa
batifolha junto do sapateiro. Porventura,
o mandar prender o curso do relógio,
e a figura,
R. A. - Assim determino fazê-lo
e fora muito por minha vontade,
por emulação, eu só por curiosidade
havia vingança como a de ũa ruim fama;
das onze para o meo dia eram de vez,
mim, não, mas por outros melhores sim;
vãmente, em seus passatempos. E,
dei hora a propósito de seus propósitos;
aplauso vos desobrigo e até da censura;
que inventou a vaidade e a incontinência.
sem se fiar nas faltas do seu relógio.
eu gato por lebre, cada noite.
nossa mão não está podermos remediar.
para esperarem a ver como as desfaz.
entenda isto que dizem horas minguadas?
há no mundo mais faladas são as horas.
reger ou encobrir tamanha doudice?
R. C. trocado os humores e os propósitos.
[RF44] R. C. deu comigo e deu consigo de avesso.
porque, às muitas voltas que os amantes lhe
porque cada qual não conhece a origem dos
porque, com ela, acomodava como queria a mão
porque de ordinário, o corte não é do mesmo
porque de tudo entendeis algũa cousa, ouvistes
porque delas não queria receber tanto. Mas
porque, descompondo e fingindo sempre as
porque, desde que somos relógios, damos horas
porque, desde que teve jeito de ser algũa coisa
porque dessa maneira nos está enganando todo o
porque diz lá um provérbio que a nós outros os
porque diziam eles que assaz melhor e mais
porque esse livro lêm os homens desde o
porque eu isto creo, como o considero, acho
porque fazia de modo que, das dez às onze, não
porque, fiados no relógio que ainda não dera ou
porque haveis de saber que nesta casa em que
porque isto de falar à vontade de cada um é
porque lhe não enxugara o seu mantéu enrocado
porque me prezo de liberal, a troco de que as
porque me vê aldeão. Pois também lá dizem que
porque, na comédia do tempo, tais são já
porque, não contentes de serem tintureiros de
porque não lembre a ninguém nem saibam estes
porque não ouvem o relógio da vizinhança. Ele
porque não tem paciência para esperarem a ver
porque naquela casa, não se costuma acudir aos
porque, nela, entre o entendimento e o céu há
porque nunca fiz erro que se me perdoasse
porque o adro da minha igreja já de ab initio não
porque os mais, vendo-se desacomodados de
porque os noivos o achavam triste para librés
porque parece que ouço gente abrir essas
porque pela culpa alhea eu não sou a mesma
porque por aí hão-de começar a emendar-te
porque, por esta própria razão que a uns lhes
porque, por falta de relógio, andava todo o Paço
porque são de ordinário sãos, ágeis e robustos
porque, se bem as faz, melhor as desfaz.
porque se não entremete algum vizinho
porque, se o relógio pára, o tempo não descansa
porque se vêm diante de muitas figuras ou
porque, segundo o que ouço e tenho
porque sem dúvida tenho mão para bargantes e
porque seu voo me não competia. Quando nisto
porque, tendo cada pessoa mais inimigos que
porque todas empeciam. Pois logo eu a estas as
porque todos os que nos governam trazem seus
porque tomam e gastam por sua conta todas as
porque vim a entender por experiência que, na
porque vós nada lereis sem conserto e eu não
Porque a prata se marea, o ouro se denigre, as
Porque alguns há que não cursam com estrondo
Porque, assim como de noite todos os gatos são
Porque, considerai vós agora se um homem
Porque ele não é como o escudeiro da minha
Porque já me teve este ponto tão escrupuloso
Porque não há cousa na boca dos homens tão
Porque não val a desculpa, que muitos dão, de
Porque nos custam cá os doudos os olhos da
Porque o Relógio do Paço, vendo que nas Chagas
Porque o senhor sineiro, a fim de lhe caírem as
Porque os viandantes, vendo-o já mestre de
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azul que com a comparação do cerieiro.
focinhos a um enfadonho e chafurdá-lo?
dizer que tem o valor conforme o lugar.
dera quanto se vê do meu campanário.
R. C. R. A. cá me entrou na imaginação, por achar a
me dizer a mim cousa algũa, ferrolha a
do [RF49] dia os mandava esguichar pela
lhe valeu até lhe mandarem alcaides à
ainda que não vivo, como vós, das
parece que ouço gente abrir essas
curral do concelho donde, por não ter
fora antes ser badalo nas choupanas do
R. C. - No tempo dos últimos reis de
ali vive o batifolha junto do sapateiro.
o sermos executores da taxa que Deus
velhice é ũa piadosa estalagem que Deus
em sua família para sempre, sem que se
da república, querer da solidão a
ofício por maus meos, do qual indo tomar
ferro agudo dá vida na hora que abre a
em que se acham; e o que de si é bom,
da vossa parte nessa parte que se me há
que se não pode já ser relógio; e,
lhe não valha o ser rei sábio e imperador
e valiam então tão
os sábios e os santos, e aos mais valeu
grande ventura que um animal tão para
E, quando esta seja ilustre,
que, só a fim de levar este passo um
ou, ao contrário, as de ouro valem
coisa, o guardei para vo-lo apresentar.
R. A. - Também nesta
nas cousas curiais que, ouvindo de sua
tantos que, juntos à ruim suspeita que o
conheci já que ensinava às moças que as
toda uma tabuleta de ourives: testa de
a vaidade e a incontinência. Porque a
senhor Relógio de Belas, com toda sua
tão mestre como me reputais e tão
vento da empada ou em vendo reluzir o
R. C. - Menos roncas, se lhe
de lhes deixares fazer em ti, a bele, finalmente, se lhe não dará de
basta ir andando, venham a resvalar e
estimação de aqueles que lhe podem dar
sobre me haverdes ouvido toda esta
R. C. - Antes já ouvi dizer a um
vendo-me naquelas alturas e que, como
entendeis algũa cousa, ouvistes já algum
de relógio a gula do sancristão ou a
próprio ofício. Aos lampeiros me fazia
mora a superstição e hipocresia.
o sol ou a lua, e nada de tudo aquilo
sábio e imperador potente nem o mandar
que vemos que, retirada a águia com sua
R. C. - Sem embargo, a agradável
me diga como se chama, que sua gentil
dar assalto em casa do regedor ou do
ele duas horas depois do regedor e
um metal que, quebrado e desfeito, não
pé à mula e dá com o valhaco no rio? Não
Porque que lhe faltava à gente que fosse de
Porque, se tal fosse, era melhor ser relógio
Porque, se vires um quatro com três figuras
Porque tal há destes que, por teima de que seu
Porque vendem a sua ignorância por mistério; e
Porquê?
porta aberta, e entrou para não sair até
porta e vai-se. Confesso-vos que estranhei
porta fora, arrenegando do desenfado e do
porta. Vendo-se, pois, o triste homem tão
portas adentro com a Igreja, sempre lhe fui
portas.
portas, todo o animal tinha entrada. Se isto
Porto de Mugem ou sino de cortiça na charneca
Portugal houve cá um valido muito discreto
Porventura, porque se não entremete algum
pôs à ventura ou à desgraça, à vida e à morte
pôs entre a morte e a gentileza, brio, esforço e
possa perder nem alhear. Por isso se diz
posse; contentai-vos com a reverência... Nem
posse lhe resvala um pé à mula e dá com o
postema, e mata na hora que dá a estocada. As
posto em ruim parte influi nocivamente. Ao
posto nos cascos que os maiores desmanchos do
posto que outro inconveniente não houvera que
potente nem o mandar prender o curso do
pouco como dizeis. E hoje, mudaram o valor, o
pouco. Da mesma sorte nos sucede, porque
pouco fosse assim sublimado à vista de seus
pouco importa que a matéria o não seja
pouco mais descansado e ligeiro, façam os
pouco, quando informes.
Pouco vai em que vá errado se há de parar em
pouquidade nos trapaceam os grandes: porque
pousada vinte relógios, não se queria reger
povo do meu bairro sempre teve de minha
pragas rogadas das onze para o meo dia eram
prata, cabelos de ouro, olhos de esmeraldas
prata se marea, o ouro se denigre, as
prática vai dessimulando muito bem a causa de
prático como entendeis que sou, de nenhũa
prato de ovos, não havia doze horas na minha
praz, que fidalguias de mar em fora são como
prazer, toda a sua vontade, toma as de Vila
prazo ou espera um só instante além de aquele
precipitar-se. Digo-vos que, se fora homem
preço, a vós se deve e esse interesse vós o
pregação dos bens da velhice, sabei de certo
pregador, na minha igreja, que cada um é
pregador sáfaro, me espantava o grande
prègador que a desse, correi pela memória e
preguiça do cura.
preguiçoso e, confiados em minha palavra, os
Preguntai que mais virtude pode ter ũa de suas
prejudica ao céu. Pagam os campos, as
prender o curso do relógio, porque, se o relógio
presa sobre ũa serra, não fazia mais que
presença é como sobrescrito de boa letra, que
presença me promete grande achado em tão boa
presidente do Paço, sabeis que fazia? Furtava
presidente serem idos. Era um gosto ouvir
presta mais para nada. Essa é a lida comum que
presta?
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as condições deste contrato a que estou
E solicitador havia na vizinhança tão
soldados faladores, queixas de letrados
mais a peste grande que esses, com suas
este notaves cortesias de outro tal
suas mentiras sem pés nem cabeça,
seja. Estátuas vemos de barro altamente
dia. Não se enforque o desprezado nem o
de S. Pedro in Vaticano. Fazei de vos
ou dissimular seus defeitos; não para se
de todas essas cousas que se
ponto tão escrupuloso que, porque me
de ũa banda o outono e da outra a
a servi-lo como pudesse. Chegada a
o que ouço e tenho experimentado nesta
a mercê obriga como mercê, parecendo a
R. C. - Que mais quereis que vos diga? A
Assi, de longes e de pertos, de vistas
as galinhas muito de seu vagar, e matam
O
R. A. - Grande.
APÓLOGO DIALOGAL
APÓLOGO DIALOGAL
me assombro só em cuidar que está o
palmilha, como já vestiram os reis e as
contastes de aqueles dois relógios tão
que isto é o que tem de peor as casas dos
porque esse livro lêm os homens desde o
adonde vou que, deixando (como a
a malencolia e o quebranto, de que
e a fartura, tudo tem sua hora; donde
turbulência que seu esquecimento. Donde
atalharia meus desconcertos. De aqui
interesse vós o lograi, pois de vós há
destas que celebram as meias noites com
quem ũa vez a experimentou sempre a
a ruína; os que se vem em estado ínfimo
cheos de sono, vazios de dinheiro. Enfim,
que esses, com suas presunções e
[RF30]
vez de entreterem com seus jogos, são
se chama, que sua gentil presença me
fermosa fazia concerto com a morte,
que não podes haver...» Romaria que se
mas pagava-lhes esta demora sendo
jamais foi cumprida. Doente que fez
de dois gumes. Nunca lhe dei hora a
sicrano vem da Índia com bons ou maus
Nunca lhe dei hora a propósito de seus
havíamos trocado os humores e os
nós, todos as ministramos de ũa cor
lhe está bem! Contra os poltrões era a
em moldes: sempre hão-de trazer a
de boa letra, que mostra será a carta da
trajes naturais, se recolham a sua casa
aprovar a parvoice alhea que descobrir a
culpa (a meu juízo) porque, por esta
tão baixa comparação com que seja
mesmos números da aritmética, que é a
em a qual hora morreu tanto por sua
dos caracteres de aritmética tem valor
as trazia em um vivo enleo e com o
assisti a meu exercício que até eu
prestes.
presumido de bem informado nas cousas curiais
presumidos, orações de frades descontentes
presunções e profias, tem morto de pessoas.
pretendente. Foi despachado como quis e nunca
prevaleceu de tal modo que à calúnia cedeu a
prezadas ou, ao contrário, as de ouro valem
prezado se engrampone, que para todos virá
prezar de vossa sorte, que assim fazem os
prezar deles.
prezaram, e faz como os homens se despeçam
prezo de liberal, a troco de que as minhas horas
primavera, quem pudera viver, passando
primeira hora, escumei a voz e compus o
primeira jornada, Marrocos por Marrocos
primeira que é efeito da paixão e não de zelo, e
primeira vez que aqui vim curar-me, encontrei
primeiras e segundas, compõe esta fermosa
primeiro a que está mais gorda. A rês [RF57]
primeiro fim com que escrevi este apólogo foi
Primeiro, fazer minha vontade.
PRIMEIRO
PRIMEIRO
princepe repousando nos seus colchões de
princesas? Pois isto mesmo é agora um sesudo.
principais do Cabido e del-Rei?
príncipes: novidades, alturas, crecenças e
princípio do mundo sem que acabem de o crer
princípio vos disse) de par em par a imaginação
procede o aborrecimento de todas essas cousas
procede que não é fora de rezão que os homens
procede trocarem os homens as horas às
procedeu que o pobre ferrador, empregado em o
procedido, sabendo-se como eu tenho há dias
procissão de gulodices custosas e arriscadas
procura. Será porque, nela, entre o
procuram avantejar-se, e tanto se esforçam
procurava de os mandar pelas ruas à vergonha
profias, tem morto de pessoas.
PRÓLOGO
proluxos e daninhos contra quem os cria. Assim
promete grande achado em tão boa companhia.
prometendo de se lhe entregar cada vez que a
prometeu correndo tromenta jamais foi
prontíssimo em dar meia noite as noites da
propósito de não comer nunca do manjar por
propósito de seus propósitos; porque vim a
propósitos ou apalavrou lá, em seu lugar
propósitos; porque vim a entender por
propósitos. Porque o Relógio do Paço, vendo que
própria. A superstição dos homens lhas pinta
própria diligência. Quatro horas antes do
própria forma da matriz em que se
própria mão.
própria, que vem a ser a sepultura, donde cada
própria.
própria razão que a uns lhes dura muito a dita e
própria): se os não atais a um pesado cepo, em
própria verdade do mundo, valem segundo estão
própria vontade que a essa mesma hora de sua
próprio, a uns chamamos figuras e a outros
próprio engano [RF51] que elas traziam a
próprio me desconhecia; pois, como lá dizem
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se verefica. Persuado-me que, do
feito do que tem com madrugadas o seu
Fazei conta que a velhice faz este
tudo e, no cabo, lastima e maltrata ao
R. C. - O
levantando-lhe que eram danados? Pois o
não estivesse contando e descontando os
sendo certo que se tornam defeitos
dos achaques e companhia dos acidentes
a ervilhaca e joio desses anexins
fazia grande serviço, atalhando assim
com que lhes falte a envelhecida
e, assim ou assim, jantar e cea. Os
ao próprio que a alimenta. Depois, digo,
digna de seu autor, se esmera muito em
quando começam a vir recados do
val nada, sempre valeu muito. Mas que
as rodas, pelas untar ao carro de seu
A. - Não há vilão que não saiba para seu
que os maiores desmanchos do tempo
- Não, por certo; mas porque diz lá um
e de maiores exemplos, que com grande
ainda muito mais necessária, interpôs a
valia, quando lhe mete, entre outras, a
horas, e que por isso se fazem nas horas
R. C. - É nobreza de coração e ainda
dos metais, ainda sou parente muito
considero, acho cousa indigna de homem
e tão antigo cortesão, de quem a fama
com o tempo: quito-lhe a glória que
disso, está mais treita ao mau olho. Se
o outono e da outra a primavera, quem
tais trapaças e de tão bom humor que me
ofício, me determinei a servi-lo como
como se o não fazer nada mal feito
hora. Ainda os louros raios do sol não
fazia de modo que, das dez às onze, não
conversação, choviam horas sobre eles.
em casa do chatim e levar o pano às
- Fígados há aí tão danados que da água
rezões se derigiam a vós sòmente, não
e negociasse à hora do descansar, se se
por ser insígnia do homem de estado, os
o assaltam seus pensamentos, entre os
mais fiéis amigos e servidores, dos
a um alveitar que vivia junto de mim, o
e aqueles (como comediantes), cada
por ele disse o Evangelista S. João; em a
alcançou o ofício por maus meos, do
Quem quereis ser? Por
todos; e a rezão é porque cada
na Torre do Tombo do alto céu, do
não tornei mais a entrar naquela da
estas já mais perto da hora de cada
as dão as tomam, como dizem; e cada
são mil as castas de nossas teimas. Cada
que vem a ser a sepultura, donde cada
não está mais que apontar e dar sinal a
ou se esquecera da hora que para
e de inverno ao soalheiro, sucedia que,
a hora de sua morte. Por esta causa,
eu escascava o meio dia. Era alta noite
por travessuras, mas já convalecido,
próprio modo que ao homem só o envestem seus
próprio ofício. Aos lampeiros me fazia
próprio ofício e vede agora se foi castigo ou
próprio que a alimenta. Depois, digo, prossegui
próprio.
próprio sucede entre os homens. Donde, em
próprios alentos que respira, sem lhe querer
próprios aqueles que os amigos uns aos outros
próprios da velhice. Senão, dizei-me: quem
próprios de regateiras.
prosas de soldados faladores, queixas de
prosperidade com que se criaram, e estes não
prósperos e os desgraciados comparo eu com os
prossegui este papel com nova esperança de
provar, com discursos e exemplos, esta
provedor das obras del Rei que logo [RF45]
proveito conseguistes dessa insânia?
proveito; jamais me limpou, temendo sujar-se
proveito.
provém de se não fazerem as cousas a suas
provérbio que a nós outros os relógios todos
providência permite Deus haja entre os homens
Providência a velhice entre a vida e a morte
provisão falsa em que lhe faz mercê da
próximas, que é quando podem ser. Também ali
proximidade não deixar perseverar a ninguém
próximo dos sinos da minha freguesia. Se todos
prudente (quanto mais cristão!) que, só a fim de
publica mil galantarias.
pudera dever-me pelo que bem obrasse, com
pudera escolher a minha sorte nunca morara em
pudera viver, passando desordenada e
puderam levantar estátuas como a Pedro de
pudesse. Chegada a primeira hora, escumei a
pudesse suprir a obrigação dos que são
pungiam nos beiços do Oriente já eu escascava
punha meia hora.
Punha-se-me ũa alma nova ouvindo-lhe trocar
punhadas, depois de mui bem roído da traça
pura e clara fazem peçonha.
pus aqui palavra que não fosse de vós ũa
pusesse ao sol à hora da sesta e se à sombra à
quais eles temperam sempre à sua vontade... De
quais não há nenhum tão cobarde que deixe de
quais vão sempre recebendo o aviso mais
qual aceitou logo a comissão, muito persuadido
qual em seus trajes naturais, se recolham a sua
qual hora morreu tanto por sua própria vontade
qual indo tomar posse lhe resvala um pé à mula
qual mandais que vos tenhamos?
qual não conhece a origem dos males e dos bens
qual não há apelação nem agravo. Certo vos
qual parece haver partido! Consenti-me tornar
qual que as outras passadas, da mesma maneira
qual se desengane sem se fiar nas faltas do seu
qual se quer trajar de a seda do costume e a
qual vai então só com o cabedal que lhe deu a
qualquer dos executores que o céu tem na terra
qualquer está guardada.
quando algum de aqueles poltrões ia
quando aos mais distraídos lhes morde no peito
quando apenas acudia com as seis ou sete.
quando começam a vir recados do provedor das
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eu via aproveitados desde a minha torre,
da matriz em que se engendraram. E,
outras nove horas. Eram já as doze
na trapaça, foi e [RF53] apeou-me
ao contrário, as de ouro valem pouco,
enganar ao rei todo o tempo de sua valia,
que muitos se queixam do mundo,
nocivamente. Ao contrário, também
isso se fazem nas horas próximas, que é
que,
larga distância entre a vida e o perigo,
lamentar a estes licenciados enfadonhos,
cria. Assim é a memória vendo-se solta.
porque seu voo me não competia.
empreitada que tomam os madraços. E,
escolhê-la por mulher, entregar-lhe
era um tesoureiro que entesourava
acho cousa indigna de homem prudente (
ditosos os aleives que cá me trouxeram,
por isso tina peor a vossa campainha boca e a mesura no ar a um ratinho, dera
dessimulada a curta valia desta obra.
R. C. - Mofino homem!
na sua tenda; e os moradores, sabendo
outros e outras cachopas de S. João, às
conforme o lugar. Porque, se vires um
lagrimosas, que vem a ser, em suma, os
fiz e amuei-me de feição que, nas vinte e
ia enxarceando ũa patranha que, em
com três figuras atrás de si, valerá
de fornalha, dois mil banhos de forja e
se detrás de todas essas figuras, valerá
aqui algum linajudo que, a troco de
os poltrões era a própria diligência.
e, no cabo, lastima e maltrata ao próprio
ordinário, o corte não é do mesmo pano
Nem ela espera de vós mais
jamais com minha obrigação. Donde vi
desculpe, fugindo ao costume dos mais
prometendo de se lhe entregar cada vez
por Marrocos, melhor é o campo
que amigos, sempre eram mais os
cada vez que a chamasse, contanto
algũa cousa, ouvistes já algum prègador
sempre eram mais os que a criam que os
morreu tanto por sua própria vontade
os pesos ou o juízo em seu lugar, sofro
da velhice, sabei de certo, companheiro,
memória e nome de nossas horas, vendo
com que disse um de nossos discretos
si os pesos e os pesares da república e
assim sublimado à vista de seus iguais e
quando esta seja ilustre, pouco importa
contanto que a defenderia do tempo
Diz que a verdade da língua dos
certo; mas porque diz lá um provérbio
que tábuas, lenços, terras e azeites, de
R. C. - Não façais caso disso,
virtude pode ter ũa de suas orações a tal
mestiça, filha de baneane. Juro-vos
mais que não faltará aqui algum linajudo
juízo) porque, por esta própria razão
quando Deus queria...
quando esta seja ilustre, pouco importa que a
quando eu despedia as nove. Não há carreira de
quando eu estava no melhor do meu mundo
quando informes.
quando lhe mete, entre outras, a provisão falsa
quando lhe vem fazer algũas rapazias, porque
quando o mau se acha em lugar bom, despede
quando podem ser. Também ali vive o batifolha
quando por mais não fora que estar sujeito à
quando racionalmente se busca e sàbiamente se
quando tal lhe sucedia. Choravam-se, diziam
Quando algũa ponderosa obrigação a não oprime
Quando nisto, eis que vemos que, retirada a
quanto é por essa, eu fico que nenhum bem vos
quanto ganhou, chegar a dispensação de Roma e
quanto lhe davam, por ter cuidado de meus
quanto mais cristão!) que, só a fim de levar
quanto mais que eu não sairei de aqui sòmente
quanto mais que não faltará aqui algum linajudo
quanto se vê do meu campanário. Porque tal há
Quanto ela algũa [RF32] hora montar na
Quantos eu conheço que por isso mesmo
quão mal relojoeiro lhes saíra, não lhe pagavam
QUARE?
quartas feiras, e da Virgem do Monte às sestas
quatro com três figuras atrás de si, valerá
quatro elementos de que se compõe e
quatro horas do dia, minha boca se não
quatro horas, não acabaria de aparelhar e se
quatro mil, e se detrás de todas essas figuras
quatro mil esfregações de bigorna, que não sei
quatro réis.
quatro réis, vos enxira na árvore dos sinos de
Quatro horas antes do [RF49] dia os mandava
que a alimenta. Depois, digo, prossegui este
que a amostra.
que a aprovação por exercício. Os fortes
que a boa vontade, desarmada da ciência e
que, a cada passo, em o que julgam de seus
que a chamasse, contanto que a defenderia do
que a cidade.
que a criam que os que a duvidavam. Nem seria
que a defenderia do tempo que a não
que a desse, correi pela memória e dizei-me a
que a duvidavam. Nem seria pequena vingança
que a essa mesma hora de sua morte chamou só
que a figura represente sua valia e sua
que a fruta das horas é melhor para dar que
que a Igreja, não só santa mas sapiente, em
que a imaginação era curral do concelho donde
que a língua, significada no sino para baixo, é a
que a mais nobre das aves, o rei dos pássaros
que a matéria o não seja. Estátuas vemos de
que a não envelhecesse.
que a não falam, é como a água do Chafariz d'El
que a nós outros os relógios todos nos crem e
que a pintura se serve, ela os realça, levanta e
que a relógios do chão ninguém os escuta
que a tal hora? E velha conheci já que ensinava
que a toda esta canalha fui falsário e que as
que, a troco de quatro réis, vos enxira na
que a uns lhes dura muito a dita e a outros a
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alimento até então recebia. Fazei conta
Por isso tu cá vens por mentiroso... Diz
pés nem cabeça, prevaleceu de tal modo
O mesmo ferro agudo dá vida na hora
toda a noite em pé, como centúrios, sem
homens desde o princípio do mundo sem
Pois uns felpudos desalmados, destes
R. C. - Bem afirmou, logo, o
valhaco e em vir passar esta vergonha
os realça, levanta e ilustra de tal modo
a ninguém nem saibam estes rapazes (
terra? Mais horas tivera então um dia
comigo medra; porque, fiados no relógio
que já é, não cuida de ser; e tudo aquilo
R. A. - Certo
se venham curar, senão de que cuidem
tornava as serpentes em flores, até
que não há neste mundo cousa tão abatida
R. C. - Assim como me dava o faro de
a velhice entre a vida e a morte para
a sua terra, e por dois magustos
porque, tendo cada pessoa mais inimigos
lá dizem que cantam as moças: «Relógio
Persuado-me que, do próprio modo
eu que tinha as bênçoas certas. Tal havia
R. C. - Não; antes entendia
já foi costume de algũa gente antiga
um relógio às avessas, quis dizer
Nosso Senhor! - não faltava mais
não sei que feitiços nos dá a solidão
cima, e que em nossa mão não está mais
R. A. - Não sei o
do mundo; donde é para notar
minhas observações ou desenganos, pedi
quereis que vos diga? A primeira vez
carrancas, flores e serpentes a tochas,
o expediente dos tribunais. E suposto
algũa hora ser mofino, persuadido de
da impossibilidade são mais desculpáveis
às sete horas; e, em sendo tempo de
R. C. - Si, grande cousa é
não sei como sou vivo. De sorte, amigo,
porque me prezo de liberal, a troco de
estas já mais perto da hora de cada qual
Relógio da Cidade, badalemos limpo
E velha conheci já que ensinava às moças
paço e nas casas dos grandes senhores
que a toda esta canalha fui falsário e
de muito má figura conheço eu
tirado gentes a quem eu o não mereço,
em breves dias, porque diziam eles
onde diziam já dele os Foliões da Arruda
os homens estes enganos, ordenando
merecimento. Tende, amigo, por certo
Fazei de vos prezar de vossa sorte,
que há em vós, mas não o que há em mim
diante, já sei como hei-de ser relógio,
casa. Porém, é muito para notar que eu,
pontualmente assisti a meu exercício
a glória que pudera dever-me pelo
A. - Vou vendo que V. M. terá maior bem
eu dera por ditosos os aleives
alívio é para nós o sabermos sem dúvida
que a velhice faz este próprio ofício e vede
que a verdade da língua dos que a não falam, é
que à calúnia cedeu a inocência, e o pobre do
que abre a postema, e mata na hora que dá a
que acabasse de dar a ũa, sabendo que este era
que acabem de o crer, segundo obram
que acodem às igrejas ao domingo por
que afirmava não trazia o relógio na algibeira
que agora está passando por nós outros. Vede
que agora nos parecem altos montes, agora
que agora se costumam) donde me tem para me
que agora um ano!
que ainda não dera ou sim dera, os fazia
que ainda não é, de nenhũa outra cousa cuida
que, ainda que esta vinda me não importara
que ainda tem cura...
que, algũa hora, cansado de brincos, reduzia
que algũa hora se não veja levantada. A roda
que algum bacharel impertinente estava
que ali se domasse a fúria dos afectos, se
que ambos merendam, depois de mui bem
que amigos, sempre eram mais os que a criam
que andais errado, que não dais as horas certas
que ao homem só o envestem seus inimigos, ao
que ao meu consertador julgava digno de um
que ao rei e à República fazia grande serviço
que aos dias alegres e ditosos contavam com
que aos ministros todos os adoram mas ninguém
que apedrejá-lo!
que, apesar de esses inconvenientes, quem ũa
que apontar e dar sinal a qualquer dos
que aproveitará, porque esse livro lêm os
que aqueles baixos materiais que em si não são
que aqui me tendes.
que aqui vim curar-me, encontrei cá o Relógio
que ardiam até os cotos, e lá ia tudo! Tende por
que as ampulhetas ou relógios de [RF46] area
que as boas andanças são morgado que haja de
que as da malícia, ou sempre aquelas o são e
que as desse, eu dissimulava com o negócio até
que as figuras vão atrás ou adiante. Figuras
que as mentiras e trapaças de aquele tacanho eu
que as minhas horas nunca fossem horas
que as outras passadas, da mesma maneira
que as paredes ouvem e as de campanários
que as pragas rogadas das onze para o meo dia
que as quiseram muitos para o jantar de muitos
que as trouxe tão desvairadas com meus
que as vi já andar atrás doutras muitas figuras,
que às vezes me recolho e não dou as horas que
que assaz melhor e mais barato lhes serviria de
que assi desfizera o senhor fulano as festas
que assim como os ministros se fazem aos
que, assim como todos os homens são de barro
que assim fazem os honrados.
que, assim tão mestre como me reputais e tão
que até agora o não sabia.
que até então sendo Relógio do Paço me via tão
que até eu próprio me desconhecia; pois, como
que bem obrasse, com condição que me não
que bom ofício; mas se sabes como se paga?
que cá me trouxeram, quanto mais que eu não
que cada cousa, por nobre e altiva que seja
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todo o mundo; e até o mesmo céu,
conta que um rei manda, por seu gosto,
não quererem crer patifes, bastava para
dizer a um pregador, na minha igreja,
o sentido moral, místico e devoto
me vê aldeão. Pois também lá dizem
R. A. - Por
tenho feito a damas e a freiras, destas
- Até um livro me dizem que saíu agora
o sentido. Até os matemáticos diz
lhe vai fazendo as culpas sumárias até
curso, guisava de tal sorte o movimento
Melhor estou com a história do pano azul
agora que chamam «Hora de todos»,
à vista deste e de maiores exemplos,
por fabuloso o pobre Relógio das Chagas,
peritos, como cá cuidamos. Depois
enxada, calai-vos e não esbombardeeis,
R. A. - Esse juízo não é seguro em os
estranhei vendo-me naquelas alturas e
atrás; e, assentando que vivo só e
que vivo só e que como só discurso e
certo aquilo de que eu mais necessito;
se tal fosse, era melhor ser relógio
O pobre serralheiro dizia que tinha muito
R. C. - Muita graça tinha aquele escolar
sua hora, como vamos averiguando; e
marido. A Fortuna, melhor engenheira
cousa é natural: os pequenos são os
vezes dou fé que ouvi na minha igreja)
merecia queimado e cortada a mão
de que se venham curar, senão de
e tudo se me desconcerta, cada vez
R. C. - Fígados há aí tão danados
Relógio da Universidade de Coimbra
hora que abre a postema, e mata na hora
e depois olho e vejo-a ficar em aquilo
cima, o mesmo é dar um de nós a hora
R. A. - Ora de aí vem
deles, porque fazia de modo
se queria reger senão pelo do Paço, com
minhas mossas de ferro, hei notado
segundo o lugar em que se acham; e o
R. A. - Isso não por mim,
[RF31] Mas, ó senhor, adonde vou
os quais não há nenhum tão cobarde
R. C. - E o mau ministro
mais perto aprovar a parvoice alhea
para que não haja algum tão impaciente
R. A. - E como sentis do outro
não são aos olhos dos ministros, para
por ser menos do que por ser mais do
jurisdição o sermos executores da taxa
porque a velhice é ũa piadosa estalagem
significada no sino para baixo, é a
ouvia e calava, a troco de fazer o
Mas nada do
que será se tudo isso for ao revés? Pois
tempos, já houve algum tão desapiedado
[RF42] mas no estâmago. E tal houve
Já ouviríeis a graciosa indecência com
- que vão mudas à romaria espreitando o
Porém, como quereis que entenda isto
que cada dia nos parece azul, não tem cor algũa
que cada oficial deixe a sua tenda, cada
que cada um de nós fosse a buscar outra vida
que cada um é obrigado a conhecer-se.
que cada um seguia. Mas o que melhor me
que cantam as moças: «Relógio que andais
que causa?
que celebram as meias noites com procissão de
que chamam «Hora de todos», que, com
que chamam horas planetárias, até os físicos
que, chegada a hora em que sua liberdade fez
que chegava ele duas horas depois do regedor e
que com a comparação do cerieiro. Porque que
que, com galantaria digna de seu autor, se
que com grande providência permite Deus haja
que com ninguém se mete! Assi vai tudo direito!
que, com ruim satisfação dos moradores e peor
que, como estejais em alto estado, eu vos fico
que como nós estão apeados, por aquela regra
que, como pregador sáfaro, me espantava o
que como só discurso e que como só entendo
que como só entendo, ficará logo corrente a
que, como todas estas rezões se derigiam a vós
que cónego de S. Tomé.
que consertar, porque naquela casa, não se
que consultava à candea que horas eram pelo
que corre por conta de nosso ofício e dentro da
que Cosmander, costuma fazer o que fazia um
que crecem. Nenhũa árvore vereis que se
que Cristo Nosso Senhor, e por ele seu sagrado
que cuidava dele; e que, por isso, o mundo
que cuidem que ainda tem cura...
que cuido no engano dos tolos dos meus
que da água pura e clara fazem peçonha.
que da aldea de Belas.
que dá a estocada. As faltas da impossibilidade
que dantes era, e às vezes menos, e não é nada
que dar a contra-senha à morte ou à Fortuna
que das cousas que há no mundo mais faladas
que, das dez às onze, não punha meia hora.
que dava com as demandas por esses trigos.
que de contínuo os baixos pagam os encontros
que de si é bom, posto em ruim parte influi
que decendo de mui nobre ferro, fidalgo
que, deixando (como a princípio vos disse) de
que deixe de fazer sorte naquele a quem
que, depois de enganar ao rei todo o tempo de
que descobrir a própria.
que desespere de saber a infalibilidade da hora
que, desmentindo o sol o seu relógio, jurava e
que, despois, desfeita no vestuário do tempo
que Deus me fizera. O tempo é touro bravo e em
que Deus pôs à ventura ou à desgraça, à vida e
que Deus pôs entre a morte e a gentileza, brio
que deve andar por baixo de tudo sem aparecer?
que devia. Pois uns felpudos desalmados, destes
que digo abate a honra da memória e nome de
que direi? Se a justiça se fizer à sua hora e a
que disse não havia vingança como a de ũa ruim
que disse tinha sempre as horas na ponta da
que disse um de nossos discretos que a
que diz a gente que passa, donde afirmam que
que dizem horas minguadas? Porque já me teve
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- Desses devia de ser um desmanchado
R. C. - Mas acrecento
dos solitários se verefica. Persuado-me
pela ladeira abaixo da fidalguia,
R. A. - Vilão sou; não há aí negá-lo,
Os mesmos números da aritmética,
Paço não podia ter dado as nove horas (
de saloio, de quem dizem doutores
receber tanto. Mas contudo já se sabe
como mercê, parecendo a primeira
os baixos pagam os encontros dos altos,
um dia na Rua Nova da Palma,
benignos, moderados os influxos. Para
por aí hão-de começar a emendar-te,
por isso se fazem nas horas próximas,
V. M. melhor sabe) que ninguém val pelo
enleo e com o próprio engano [RF51]
que não há cá relógio, por mais alto
gostosa como eram para mi as carreiras
minguadas, muitas vezes me sucedeu
ao coitado do verdadeiro Relógio Palatino
cousas era cousa das telhas para cima, e
troca, todos os desconsertos do mundo
poltrões ia enxarceando ũa patranha
para notar que aqueles baixos materiais
ao revés ao Relógio do Paço
isto considerarem como convém,
a tal que a tal hora? E velha conheci já
nessa parte. Porém, como quereis
regla tuerta». Enfim, era um tesoureiro
R. C. - Ouvi-me: eis o Relógio do Paço
onde toda a pessoa polida deve fugir de
os cotos, e lá ia tudo! Tende por certo
a eleição que fiz de vosso nome, por
R. A. - Sempre ouvi dizer
donde sempre faltava o tempo para o
muda não só a forma mas a sustância do
cães que lhe ladravam levantando-lhe
alto discurso. Certo que não havia sabido
O primeiro fim com
ouve agora estas horas e as esquece,
que outro inconveniente não houvera
gente. Não matou mais a peste grande
R. A. - Certo que, ainda
muito de seu vagar, e matam primeiro a
Muitas vezes me assombro só em cuidar
haveis de saber que nesta casa em
que, quando por mais não fora
R. A. - Não se desconsole V. M.,
bodas nem mortuórios, havia mil anos
R. C. - E outro mais antigo
sem que acabasse de dar a ũa, sabendo
aquelas que passaram. Pois em verdade
se representa miserável. Mas então eu,
observar as condições deste contrato a
ferrolha a porta e vai-se. Confesso-vos
R. A. - Dias há
Fará, pelo menos, certo aquilo de
que cá me trouxeram, quanto mais
até ser alto dia. Desesperavam-se de
antiga casa. Porém, é muito para notar
charneca de Monte Argil. Mas não digas
R. C. - Assim deve de ser, segundo os
que, dizendo-lhe os médicos que morria, lhe
que, do mesmo modo, é cativa desconfiança
que, do próprio modo que ao homem só o
que é a mais sensabor empreitada que tomam os
que é a peor das vilanias.
que é a própria verdade do mundo, valem
que é a taxa de todo o cativo do matrimónio
que é certa selada de gentio com seu azeite e
que é demasiada fanforrice que o ditoso não
que é efeito da paixão e não de zelo, e a segunda
que é justiça de canhoto ou esquerda justiça
que é longa, estreita e sem travessa. Um vinha
que é mais? Os mesmos números da aritmética
que é manha dos mestres de agora. E então
que é quando podem ser. Também ali vive o
que é, senão pelo lugar em que o vemos. Até no
que elas traziam a outros e outras cachopas de
que ele viva, que, por forrar de sobressaltos e
que eles davam para casa, atordoados do medo
que, em lugar de dar ũa e duas, dava vinte e
que, em meu lugar, foi levado à Torre das
que em nossa mão não está mais que apontar e
que em nossa mão não está podermos remediar
que, em quatro horas, não acabaria de
que em si não são outra cousa que tábuas
que, em subindo a seu campanário, ficou tão
que, em vez do desprezo com que nos tratam
que ensinava às moças que as pragas rogadas
que entenda isto que dizem horas minguadas
que entesourava quanto lhe davam, por ter
que entrava muito em secreto por casa do
que entre o grão limpo das palavra boas
que, entre os homens, o mesmo sucede cada dia
que, entre tanto merecimento, ficasse
que era manha de ministros fazerem-se eles os
que era necessário. Despois, convertidos
que era.
que eram danados? Pois o próprio sucede entre
que éramos capazes de fiar tão delgado. Eu sou
que escrevi este apólogo foi só por divertir-me
que esqueceu e ouviu aquelas que passaram
que esse de estar sujeito um relógio de bem a o
que esses, com suas presunções e profias, tem
que esta vinda me não importara mais que
que está mais gorda. A rês [RF57] mais bem
que está o princepe repousando nos seus
que estamos se vem a curar os mais ilustres
que estar sujeito à censura dos parvos, se não
que estas são as justiças do mundo, donde há
que estava na tenda: porque os noivos o
que este: «arrenego de meu pai se desta água
que este era o sinal para que lhe acudissem a
que este estatuto da hora de todos e de tudo
que estou de fora, se tenho os pesos ou o juízo
que estou prestes.
que estranhei vendo-me naquelas alturas e que
que eu conheço que muitos se queixam do mundo
que eu mais necessito; que, como todas estas
que eu não sairei de aqui sòmente advertido
que eu os castigasse com o regalo - que há
que eu, que até então sendo Relógio do Paço me
que eu to disse, ouves-me?
que eu via aproveitados desde a minha torre
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R. C. - Quem gostareis vós
fazia um cerieiro do meu bairro, destes
executores que o céu tem na terra, para
a falar seus galantes. Logo em vendo
gorda. A rês [RF57] mais bem medrada é
mal tivera deixar de fazer as cousas
tão sazonadas e merecidas como as
pela barra dentro, dando-me a mim bem
regedor ou do presidente do Paço, sabeis
que Cosmander, costuma fazer o
a quem ninguém defende. Todavia não sei
da violência para a indústria. Vem e
tromenta jamais foi cumprida. Doente
R. C. - Menos roncas, se lhe praz,
peço voto, e seja para aprovar a eleição
com condição que me não injurie pelo
cerieiro. Porque que lhe faltava à gente
se continuava até as onze, antes
Estava-o vendo trabalhar em um eirado
falar à vontade de cada um é mais sadio
R. A. - E tu, amigo,
me deram por aio um mentecato. Vede
sempre à sua vontade... De maneira
nem mais, mandaram-me ser relógio
R. C. - Dizeis o que há em vós, mas não o
R. C. - Dizeis o
de que eu os castigasse com o regalo recebendo o aviso mais importante
R. A. - Ora de aí vem que das cousas
só por divertir-me dos penosos cuidados
de que as boas andanças são morgado
havendo passado muitas horas, é força
às vezes me recolho e não dou as horas
salvo o que os homens lhe constituem,
lho concedeu lho pode negar e a figura
aquela que podia. Já como eu soubesse
horas sucessivas», «são horas», «a
aquele escolar que consultava à candea
R. A. - Lembra-me agora, por isso
mistério; e, como ninguém quer mostrar
[RF38] R. C. - Pois
R. A. - Si, senhor, ainda
não valem todos os estofos e badulaques
R. C. - Em vão se cansam e se defendem
fazer outra torre maior e mais alta que vos trouxeram aqui à força. É mais
até que se estiram. Enfim, tudo aquilo
donde nos vemos e donde dizem
é que por isso são figuras. Adverti
é cativa desconfiança cuidar o miserável
de Belas, crede que vos falo verdade,
dos mais que, a cada passo, em o
levantou mil falsos testemunhos, tantos
R. C. - ...
sua presa sobre ũa serra, não fazia mais
R. C. - Adeus; e ũa só cousa te peço
a ũa, sabendo que este era o sinal para
lhe chamaram vermelhas, e mulheres há
cada qual vai então só com o cabedal
ou espera um só instante além de aquele
extravagante no mundo que lhe faz mal o
por meu juiz conservador, para
com a comparação do cerieiro. Porque
que eu vos saia? Sou esse cansado, esse negro
que fabricam tarjas de cera para igrejas
que façam sua vontade. Mas não há dúvida que
que falavam, dava de esporas ao passeo e, em
que faz maiores impulsos ao cutelo do
que fazê-las fora de suas horas. A sangria é
que fazeis aos fidalgos da Beira, ouvi-las-ei eu
que fazer nos repiques dos meus sinos, esse dia
que fazia? Furtava-lhe a volta e, sumindo o
que fazia um cerieiro do meu bairro, destes que
que feitiços nos dá a solidão que, apesar de
que fez? Pois não faz nem mais nem menos que
que fez propósito de não comer nunca do manjar
que fidalguias de mar em fora são como trigo
que fiz de vosso nome, por que, entre tanto
que fizer a seu descontentamento. Tomo-vos
que fosse de cera? De aí, má hora, vem o
que fossem bem dez já vinha com elas. Durava
que frisava muito com a minha torre, e notava
que galinha cozida. Foi o diabo meter em cabeça
que ganhas em desenganar o mundo, que se não
que gentil censor podiam ter os meus desvarios!
que, governando eles como querem a seus
que governasse a terra sobre a minha palavra
que há em mim que, assim tão mestre como me
que há em vós, mas não o que há em mim que
que há gente tão extravagante no mundo que lhe
que há na vida. Pois, em estando a hora
que há no mundo mais faladas são as horas
que há tantos anos me acompanham ou, por
que haja de andar em sua família para sempre
que hajam passado muitos dias, semanas
que havia de dar, só porque não lembre a
que hoje lhe dão e amenhã lho tiram. De modo
que hoje se representa muito magnífica
que homem casado com mulher brava e ciosa
que horas», «a desoras», «fora de horas» e
que horas eram pelo relógio do sol.
que ides dizendo, o que lhe vi suceder a um
que ignora o que outro mostra que sabe, fica
que importa? Farão de mim campainhas e então
que indigno.
que inventou a vaidade e a incontinência. Porque
que isso, depois de Deus, está nas nossas mãos
que isto é o que tem de peor as casas dos
que isto?
que já é, não cuida de ser; e tudo aquilo que
que já não sairei senão para o ferro velho
que, já neste sentido de que nenhum dos
que já nunca mais pode haver para ele ũa hora
que jamais andei de amores com o meu
que julgam de seus escritos, se nos convertem
que, juntos à ruim suspeita que o povo do meu
que lá não sei donde, era ũa vez ũa peça de pano
que levantar o triste do animal e deixá-lo cair
que leves para casa: sofre como [RF68] bom
que lhe acudissem a falar seus galantes. Logo
que lhe chamam negras.
que lhe deu a natureza, despindo os faustos e as
que lhe está assinado no livro da vida, que se
que lhe está bem! Contra os poltrões era a
que lhe façais observar as condições deste
que lhe faltava à gente que fosse de cera? De aí
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que há gente tão extravagante no mundo
mete, entre outras, a provisão falsa em
ouvistes de um que se vingava dos cães
de que na vida lhe não faça desconto; e
de saber e de querer obrar aquilo de
meter em cabeça aos arquitectos del rei
hora montar na estimação de aqueles
tudo isto não era nada em comparação do
untam-lhe a teta com azevre, e logo
agora, por isso que ides dizendo, o
eu se acharam tão bem instruídos no
aqueles não se conformam com
mudar de bairro, pelas falcatruas
tenho enterrado muitos mais com raivas
diz a gente que passa, donde afirmam
recados do provedor das obras del Rei
R. C. - Tristes de nós,
a superstição e hipocresia. Preguntai
deixai-me a mim com minha conciência,
esferas, como se nós os atiçássemos - o
ou adiantadas a outras. [RF54] Mas o
ũa. Par Deus! mas que me fundam, mas
claro se pode ver, que nas histórias
R. A. - Contai, mas
ou do saibo da vasilha ou do ar corruto
ou desaproveitadamente? Conforme ao
O meu pedagogo era torto e mandavam
não querem ouvir de ũa. Par Deus! mas
ser lido. Escusai-me a este troco de
pelo que bem obrasse, com condição
pontualidade, em lugar dos pesos,
R. C. - Vindes tão sabedor
feito tais trapaças e de tão bom humor
da zombaria; e tantas são as pedradas
e devoto que cada um seguia. Mas o
andara, como então, o Relógio do Paço;
R. C. - Pois acrecentai-lhe
que, dizendo-lhe os médicos
é como sobrescrito de boa letra,
alturas, crecenças e mudanças - e
tão desvairadas com meus acintes
doudice? Porque não val a desculpa,
algũa vez, com alvoroço. Donde se viu
R. A. - Dias há que eu conheço
vestido. Nunca vereis menos cortesia
é, bem disse logo o outro, antigamente,
porque vim a entender por experiência
lhe querer relevar o menor intervalo de
diziam mal à sua vida, a hora em
faltas do seu relógio. Porque alguns há
as moças: «Relógio que andais errado,
e, no cabo, não há nenhum de nós
tudo tem sua hora; donde procede
eloquência contra o relógio, afirmando
(segundo vemos) nas ourelas dos tronos,
peor a vossa campainha - quanto mais
a vós sòmente, não pus aqui palavra
R. C. - Por isso se diz
ora, com as tuas horas. E leva crido
todos somos relógios e sabemos
deve ser tão pontualmente observado
Estai seguro de
por tal a todos os viventes, para
que lhe faz mal o que lhe está bem! Contra os
que lhe faz mercê da comenda alhea, el-rei lha
que lhe ladravam levantando-lhe que eram
que lhe não valha o ser rei sábio e imperador
que lhe pedem conta.
que lhe pedissem mandasse fazer outra torre
que lhe podem dar preço, a vós se deve e esse
que lhe sucedia ao coitado do verdadeiro Relógio
que lhe toca o beiço da criatura e gosta o sabor
que lhe vi suceder a um cágado com ũa águia, lá
que lhes convém, nenhum duvidara, ou se
que lhes falte a envelhecida prosperidade com
que lhes fazia o Relógio. A cegos rezadores
que lhes hei feito do que tem com madrugadas o
que lhes não falece a reposta de seus embustes
que logo [RF45] fosse consertado porque, por
que logo nos conhecem pelas mãos como damas!
que mais virtude pode ter ũa de suas orações a
que mais vos contarei de travessuras que
que me cheira a sem rezão de duas em carga
que me conforta é que por isso são figuras
que me confundam, eu hei-de tanger sempre a
que me contastes de aqueles dois relógios tão
que me deixeis congelado.
que me deu no alto da vaidade, brevemente
que me dizeis, estou agora crendo que nos mais
que me endireitasse; cousa impossível, por
que me fundam, mas que me confundam, eu hei
que me gabe ou me desculpe, fugindo ao
que me não injurie pelo que fizer a seu
que me não levantava, me levantou mil falsos
que me pareceis antes Relógio da Universidade
que me puderam levantar estátuas como a
que me tem tirado gentes a quem eu o não
que melhor me pareceu foi o que ouvi há muitos
que minhas rodas mereciam ser de ouro, e
que morreu ministro do maior tribunal do seu
que morria, lhe respondeu: «ora folgo, por me
que mostra será a carta da própria mão.
que mudasse o relógio a parte onde melhor se
que muitas se queriam mudar de bairro, pelas
que muitos dão, de se não poderem fazer as
que muitos sábios requestaram a hora da
que muitos se queixam do mundo, quando lhe
que na corte. Anda o mundo desconcertado e o
que «na doudice só consiste o siso».
que, na maior parte desta gente e seus
que na vida lhe não faça desconto; e que lhe não
que naceram e o costume da Corte donde
que não cursam com estrondo e são como as
que não dais as horas certas!».
que não dê seu par de badeladas.
que não é fora de rezão que os homens tratem
que não eram as onze, e que tal relógio
que não estarão aí menos em seu lugar do que
que não faltará aqui algum linajudo que, a troco
que não fosse de vós ũa lembrança. Do aplauso
que não há alfaiate bem vestido. Nunca vereis
que não há cá relógio, por mais alto que ele
que não há cousa que não tenha sua hora no
que não há entre a gente mais pesada
que não há neste mundo cousa tão abatida que
que não haja algum tão impaciente que
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e fazendo das tripas coração, sabendo
alegrastes com tão alto discurso. Certo
por cumprimento, se em vez da missa,
se pode com rezão pedir conta do
apeados, por aquela regra de «mouro, o
e então lhes direi por cem bocas o
não pode obrar, e ninguém a dará boa do
que não são seus, outros por fazerem o
que o pobre ferrador, empregado em o
R. A. - Não há vilão
R. A. - Grande caso! Agora digo
assim os lisonjeiros se façam aqueles
nem outros. Pois se os grandes mostram
se fazem aos olhos do mundo aqueles
medram: uns por tomarem os ofícios
e quatro mil esfregações de bigorna,
nenhũa destas que se não tenha por boa e
relógios e sabemos que não há cousa
A liberalidade, até do
por tão grande mercê, porque, ainda
Porque o Relógio do Paço, vendo
R. A. - Que mais claro se pode ver,
Como se a gente em nenhũa outra cousa
nada. Assim o fiz e amuei-me de feição
úteis, lhes deu Deus entendimento
contar no meu adro a certo velhustro
aqueles que se fingiam, vejam também
estejais em alto estado, eu vos fico
madraços. E, quanto é por essa, eu fico
figuras e a outros cifras; donde se nota
figuras. Adverti que, já neste sentido de
a vergonha, porque haveis de saber
sem embargo dos matizes e tauxias de
ao Relógio do Paço, tão desordenada
donde há dias (como V. M. melhor sabe)
R. C. - E o tacanho adulador
que, se fora homem como sou relógio,
como galantes; mas não é isso senão
R. A. - Juro pelo alto sol
outros melhores sim; porque todos os
ao que me dizeis, estou agora crendo
Anda o mundo desconcertado e o peor é
convém, que, em vez do desprezo com
que o mundo se tornou um novelo. Sabia
todos somos de campanário, será bom
Porém, sem dúvida é o serralheiro
autores a leitores, dizendo-nos de si o
das Chagas era murmurado. Sendo assim
R. A. - Dizia eu agora (já
terra, mordomo de todas as festas,
conciência a minha verdade, afirmando
se não tenha por boa e que não tema de
e notava de meu vagar a facilidade com
e dar sinal a qualquer dos executores
tem por certo que tudo o seu é melhor
as sete. E, como também tinha entendido
deixarem de ser desgraciados cada vez
já se sabe que é demasiada fanforrice
de saber a infalibilidade da hora
R. C. - Já vos disse
cegos. Mais moços tenho desesperado
lhes acerte [RF35] com a vontade com
sabendo que não havia outro remédio e
que não havia outro remédio e que o mestre me
que não havia sabido que éramos capazes de
que não ouviam, ouviam então dar a ũa ou as
que não pode obrar, e ninguém a dará boa do que
que não podes haver...» Romaria que se
que não querem ouvir de ũa. Par Deus! mas que
que não quis ou não soube fazer, tendo cargo de
que não sabem.
que não sabia, deu comigo e deu consigo de
que não saiba para seu proveito.
que não samos os aldeãos os mais mofinos
que não são aos olhos dos ministros, para que
que não são aqueles que se fingiam, vejam
que não são, assim os lisonjeiros se façam
que não são seus, outros por fazerem o que não
que não sei como sou vivo. De sorte, amigo, que
que não tema de que o ar a espedace e feneça
que não tenha sua hora no mundo. O rir, o
que não val nada, sempre valeu muito. Mas que
que não vivo, como vós, das portas adentro
que nas Chagas lhe não valiam suas verdades
que nas histórias que me contastes de aqueles
que nas horas empregasse o sentido. Até os
que, nas vinte e quatro horas do dia, minha
que negou às alimárias, a quem deu menos
que nele era muito contínuo...
que nem os pequenos são aqueles que se lhes
que nem por isso tina peor a vossa campainha
que nenhum bem vos suceda. Sede relógio, como
que nenhum deles é cousa senão representação
que nenhum dos caracteres de aritmética tem
que nesta casa em que estamos se vem a curar
que neste tempo se adornam, todos somos
que ninguém o julgou à vida.
que ninguém val pelo que é, senão pelo lugar em
que, no fim de mil tempos de servidão, [RF62]
que no tempo de hoje mais houvera de fazer por
que nos corre a ferrugem pelas rodas, como
que nos governa e assim eu me veja livre da
que nos governam trazem seus relógios consigo
que nos mais relógios se não achará um pequeno
que nos põem a nós a culpa.
que nos tratam, podiam amar-nos pelos mais
que nos tribunais meus sufragâneos se
que nos vejamos os jogos, como bons parceiros
que nos vem a consertar. Sus, calemos!
que nós havíamos de dizer deles. Para ũa só
que nós já de arrependidos havíamos trocado os
que nós podemos tanto) se lhe seria a um de nós
que nunca pagava; por onde diziam já dele os
que nunca tão ajustado andara, como então, o
que o ar a espedace e feneça para nunca mais
que o bom do meu vizinho derretia os anjos e
que o céu tem na terra, para que façam sua
que o da outra gente. Não matou mais a peste
que o despacho se continuava até as onze, antes
que o diabo os atenta com serem verdadeiros.
que o ditoso não queira algũa hora ser mofino
que o está esperando, como hora sua.
que o fim das cousas era cousa das telhas para
que o gagau e a carteta; ũa vez por ronceiro
que o mesmo Amor não atina? Donde eu cuidei
que o mestre me achava digno daquele ofício
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brevemente comecei a fazer tais cousas
«si senhor, isto agora é verdade,
como trigo do mar: sempre vale menos
meus desconcertos. De aqui procedeu
tantos que, juntos à ruim suspeita
como carapeta. Eles, confiados em
travessa. Um vinha, o outro ia. Tanto
boca se não despregava. Entendia eu
o sol o seu relógio, jurava e trejurava
R. A. - Muito tempo há
e não é nada. Com esta satisfação
Finalmente, choviam os opróbios,
nada. Essa é a lida comum que, por mais
val pelo que é, senão pelo lugar em
inveja das rãs e de outros cágados
de atafona, porque, às muitas voltas
que se tornam defeitos próprios aqueles
R. C. - Ora sabei
se visse e mais soasse. Mas o caso era
acudir aos remédios senão depois
lançar a culpa ao maldito Relógio do Paço
não estarão aí menos em seu lugar do
são nada, nunca têm outro valor salvo o
donde procede que não é fora de rezão
parte que se me há posto nos cascos
eles os relógios da república, e fazerem
Mas dizei-me: virá isso, por ventura, de
queria dizer nisso? Diria, por ventura,
crer que se lhes mude a contínua miséria
sempre eram mais os que a criam
confusão em ũa república, por mais
Pois as mulheres e os criados destes,
determino fazê-lo porque, segundo o
um refego aos pesos, porque parece
que se não pode já ser relógio; e, posto
como ninguém quer mostrar que ignora o
Mas o que melhor me pareceu foi o
ouvimos (como eu muitas vezes dou fé
de bem informado nas cousas curiais
que esta vinda me não importara mais
e cercear meia hora, a troco de
os olhos abertos. Cuidam os descuidados
arquitectos queriam obras para si, ainda
duvidara, ou se esquecera da hora
despindo os faustos e as tramóias com
e tal de seu adiantamento, pois é certo
que a fruta das horas é melhor para dar
nem o prezado se engrampone,
dúvida que sucedem cousas graciosas e
à romaria espreitando o que diz a gente
e tal vez os homens, as paixões
e conceituarem sobre a ligeireza com
as esquece, que esqueceu e ouviu aquelas
os enojados para capuzes. Pois sucedeu
vos fizestes doudo? Ensinai-mo pelo
ao menos eu lhe queria dar aquela
de os mandar pelas ruas à vergonha
na trilha ao inocente mas não ao pecador
é como a água do Chafariz d'El-Rei
logo a comissão, muito persuadido de
há cá relógio, por mais alto que ele viva,
C. - Mofino homem! Quantos eu conheço
e cortada a mão que cuidava dele; e
que o mundo se tornou um novelo. Sabia que nos
que o passado era mentira».
que o peor da terra, e lá tem de ordinário seu
que o pobre ferrador, empregado em o que não
que o povo do meu bairro sempre teve de minha
que o Relógio do Paço não podia ter dado as
que o requerente (ou despachado) viu o valido
que o silêncio me podia fazer benquisto, como
que o sol era errado?
que o tempo é esse! Ũa cousa vos digo:
que o tempo me dá passo a raiva e a inveja sem
que o triste do relógio ouvia e calava, a troco
que o vaso mau nunca quebra, não há vasilha
que o vemos. Até no céu (ouvi já aos astrólogos
que o viam ir subindo, vendo-se eles ficar tão
que os amantes lhe fazem dar, o coitado
que os amigos uns aos outros dessimulam. Fará
que os anos passados deu ũa desenteria ao
que os arquitectos queriam obras para si, ainda
que os danos são irremediaves. Nada lhe valeu
que os enganara (como se lá fosse estranho
que os homens desenganados escondidos pelas
que os homens lhe constituem, que hoje lhe dão
que os homens tratem tal vez de seu cómodo e
que os maiores desmanchos do tempo provém
que os mais dessem horas como relógio.
que os mais relógios da terra andem tão
que os ministros trazem sempre sobre si os
que os perseguia sempre.
que os que a duvidavam. Nem seria pequena
que os tristes de nós outros, os relógios
que os viam recolher cedo contra seu costume
que ouço e tenho experimentado nesta primeira
que ouço gente abrir essas portas.
que outro inconveniente não houvera que esse
que outro mostra que sabe, fica-lhes mais
que ouvi há muitos anos, bem longe de aqui, e
que ouvi na minha igreja) que Cristo Nosso
que, ouvindo de sua pousada vinte relógios, não
que [RF67] ouvir-vos, eu dera por ditosos os
que para ele a não haja nem para el-rei tal
que para eles não corre o tempo nem as horas
que para os outros fossem de misericórdia
que para qualquer está guardada.
que, para representarem suas figuras, os
que, para se regerem e dirigirem a bons fins e
que para ter. Muito hei visto; e, se vos servem
que para todos virá seu S. Martinho. Lembra
que parecem feitas acinte, nisto da hora de
que passa, donde afirmam que lhes não falece a
que passam as estrelas no seu firmamento e os
que passam as horas do contentamento
que passaram. Pois em verdade que este
que passou por ali um rei com um tabardo da
que pode ser...
que podia. Já como eu soubesse que homem
que, pois este vício não tem pena pelas leis (ou
que, pondo em pés de verdade suas mentiras
que, por correr por canos de enxofre, sempre
que, por eu ser de ferro e ele tratar em
que, por forrar de sobressaltos e ingratidões
que por isso mesmo medram: uns por tomarem
que, por isso, o mundo [RF52] andava tão
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Amor não atina? Donde eu cuidei já
outras. [RF54] Mas o que me conforta é
as cousas grandes logo em suas horas, e
mais para nada. Essa é a lida comum
donde, era ũa vez ũa peça de pano azul
que são firmes, a modo da mulher
sois de uns hipócritas de desaventuras
mais houvera de fazer por ser menos do
sabor amargoso, já toma entojo ao leite
do meu campanário. Porque tal há destes
já me teve este ponto tão escrupuloso
a velhice, a malencolia e o quebranto, de
não val nada, sempre valeu muito. Mas
contrato com o tempo: quito-lhe a glória
e de inverno ao soalheiro, sucedia
[RF59] por se verem ser de um metal
e deixá-lo cair nas pedras vivas até
hoje lhe dão e amenhã lho tiram. De modo
homens como as mães com as crianças
façam os mortais tantos excessos
R. C. - Esse era como o nosso Barraça,
e descontando os próprios alentos
competia. Quando nisto, eis que vemos
mostrar que ignora o que outro mostra
mais bem criada, dizem as velhas,
[RF65] R. C. - Até um livro me dizem
As pessoas sempre representam o
a origem dos males e dos bens e cuidam
pesada a peso de ouro; e de aí nace
os homens passa da mesma maneira: os
mal feito pudesse suprir a obrigação dos
muitos dias, semanas, meses, anos,
planetas bons e maus segundo o lugar em
Isto são termos sem cunhos nem cruzes,
contra-senha à morte ou à Fortuna para
a ser, em suma, os quatro elementos de
os que crecem. Nenhũa árvore vereis
se quer trajar de a seda do costume e a
falte a envelhecida prosperidade com
até que, quebrando-lhe as conchas com
trazer a própria forma da matriz em
avantejar-se, e tanto se esforçam até
os grandes mostram que não são aqueles
a resvalar e precipitar-se. Digo-vos
que lhe está assinado no livro da vida,
R. C. - Parece
algũa hora se não veja levantada. A roda
também que nem os pequenos são aqueles
que se criaram, e estes não podem crer
- Estou tanto da vossa parte nessa parte
melhor dizer), porque nunca fiz erro
R. A. - Amigo, não vos canseis
que ganhas em desenganar o mundo,
quebra, não há vasilha nenhũa destas
há apelação nem agravo. Certo vos digo
o crer, segundo obram diversamente do
andar em sua família para sempre, sem
o aborrecimento de todas essas cousas
o que não podes haver...» Romaria
R. A. - Bom é saber; e, por mais
ser de ouro, e bálsamo o azeite com
Não perigará em nenhũa, sendo certo
que, por isso, o pintaram com os olhos cobertos
que por isso são figuras. Adverti que, já neste
que por isso se fazem nas horas próximas, que
que, por mais que o vaso mau nunca quebra, não
que, por não servir para bodas nem mortuórios
que, por não tratar outro homem, entendia que
que, por se fazerem gente, se metem também
que por ser mais do que Deus me fizera. O
que por tão suave alimento até então recebia
que, por teima de que seu vizinho não seja
que, porque me prezo de liberal, a troco de que
que procede o aborrecimento de todas essas
que proveito conseguistes dessa insânia?
que pudera dever-me pelo que bem obrasse
que, quando algum de aqueles poltrões ia
que, quando por mais não fora que estar sujeito
que, quebrado e desfeito, não presta mais para
que, quebrando-lhe as conchas com que se
que quem lho concedeu lho pode negar e a figura
que querem desmamar: untam-lhe a teta com
que, querendo voar por donde basta ir andando
que queria matar o sol porque lhe não enxugara
que respira, sem lhe querer relevar o menor
que, retirada a águia com sua presa sobre ũa
que sabe, fica-lhes mais perto aprovar a
que sabem disso, está mais treita ao mau olho
que saíu agora que chamam «Hora de todos»
que são e as figuras, como não são nada, nunca
que são firmes, a modo da mulher que, por não
que são mil as castas de nossas teimas. Cada
que são muito crecidos não podem ser maiores
que são obrigados a fazer cousas bem feitas.
que são os bancos da escola da experiência.
que se acham; e o que de si é bom, posto em
que se andam metendo de gorra nas
que se cheguem e façam sua execução.
que se compõe e descompõe o mundo dos
que se contente com ficar baixa e aparada: ou
que se costuma, ainda que seja de ruim lei e
que se criaram, e estes não podem crer que se
que se defendia, deu um pequeno almoço à águia
que se engendraram. E, quando esta seja ilustre
que se estiram. Enfim, tudo aquilo que já é, não
que se fingiam, vejam também que nem os
que, se fora homem como sou relógio, que no
que se guarda na Torre do Tombo do alto céu
que se houve Deus com os homens como as
que se lhe pinta à Fortuna deve de ser de
que se lhes mostravam; e assim, estes e
que se lhes mude a contínua miséria que os
que se me há posto nos cascos que os maiores
que se me perdoasse. Parece que só para mim
que se não pode já ser relógio; e, posto que
que se não quer desenganar? O sumo grau da
que se não tenha por boa e que não tema de que
que, se os grandes [RF61] e os pequenos isto
que se podia esperar de seu crédito e de sua
que se possa perder nem alhear. Por isso se diz
que se prezaram, e faz como os homens se
que se prometeu correndo tromenta jamais foi
que se riam de vós (como dizeis), ninguém vos
que se temperassem. Pois as mulheres e os
que se tornam defeitos próprios aqueles que os
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São os conceitos como as figuras
se se abalam, é só para a ruína; os
R. A. - Não; não me espanto de
R. A. - Nunca ouvistes de um
cá o Relógio da Sé, muito em segredo,
do costume e a que se costuma, ainda
(perdoai tão baixa comparação com
que cada cousa, por nobre e altiva
são de barro, os relógios são de ferro e
C. - Dir-vo-lo-ei: sou tão mal escançado
R. A. - Despois...
da campanha a suas horas. Mas
há entre a gente mais pesada turbulência
Porque tal há destes que, por teima de
homem prudente (quanto mais cristão!)
fiz erro que se me perdoasse. Parece
gosto de seu gosto. Boa ordem! E então,
o movimento. Vou e desando. Par Deus,
de vós (como dizeis), ninguém vos tire
por quem já disse o ditado castelhano,
mesma sorte nos sucede, porque, desde
R. A. - De
me reputais e tão prático como entendeis
- Contudo, V. M. me diga como se chama,
sumárias até que, chegada a hora em
façam sua vontade. Mas não há dúvida
materiais que em si não são outra cousa
- Não quisera eu ser aldemenos o relógio
afirmando que não eram as onze, e
parasse à hora de ir caminhando, vede
confessar um tal coronista como S. João
R. C. - Valha-me Deus! Sendo relógio
R. C. - Quem queres tu
casa: sofre como [RF68] bom não só
R. A. - Cal-te,
R. C. - Estou vendo
a pé sessenta léguas à corte, gasta o
mais com raivas que lhes hei feito do
nenhum adjutório. A uns acomodados
torre maior e mais alta - que isto é o
valem segundo estão. Quero dizer
Esta é ũa relé de malhadeiros gloriosos,
as noites da quinta para a sesta, com o
que mais vos contarei de travessuras
R. A. - Das muitas
de todas as obras -; porque, desde
cedo contra seu costume, aí vos gabo eu
nem medida. O pobre serralheiro dizia
vem o ordinário descontentamento em
no vestuário do tempo esta farsa em
um valido muito discreto (como era bem
tais são já nossos tempos e feitos,
por não tratar outro homem, entendia
que é a mais sensabor empreitada
fez? Pois não faz nem mais nem menos
havia ministros tão meus afeiçoados
gloriosos, que tem por certo
alhear. Por isso se diz, vulgarmente,
da minha igreja já de ab initio não é mais
enviando-vos este humilde conceito
parceiro. Julgavam por grande ventura
e não da manificência. Fazei conta
bom gosto! Dizem por cá, finalmente,
que se vazam em moldes: sempre hão-de trazer
que se vem em estado ínfimo procuram
que se venham curar, senão de que cuidem que
que se vingava dos cães que lhe ladravam
que se vinha emprastar e remedear de mais de
que seja de ruim lei e feitio, é a que val mais
que seja própria): se os não atais a um pesado
que seja, tem sua hora, como vamos
que, sem embargo dos matizes e tauxias de que
que, sendo eu dos mais [RF36] anciãos relógios
que, sendo geralmente malquisto de meus
que será se tudo isso for ao revés? Pois que
que seu esquecimento. Donde procede trocarem
que seu vizinho não seja almotacel no couto de
que, só a fim de levar este passo um pouco
que só para mim anda o mundo concertado!
que só seja conhecido por fabuloso o pobre
que soei como outra cousa! Tão pontualmente
que sois relógio velho da cidade por quem
que «solo Diós acierta a reglar con regla
que somos relógios, damos horas e mais horas
que sorte?
que sou, de nenhũa outra cousa sirvo cá na
que sua gentil presença me promete grande
que sua liberdade fez termo, eis que vem
que sucedem cousas graciosas e que parecem
que tábuas, lenços, terras e azeites, de que a
que tal hora lhe desse.
que tal relógio merecia queimado e cortada a
que tal seria sua vida, sua saúde e seus
que também Cristo teve sua hora, notificando-a
que tantas horas dais para os outros, só para
que tape a boca aos namorados, ou lhes acerte
que te consertem os erros mas os mesmos
que te fundirão!
que te não apupariam por dar mais de seu
que tem, cansa a el-rei, mata aos ministros e
que tem com madrugadas o seu próprio ofício
que tem como por onzeno mandamento jantar às
que tem de peor as casas dos príncipes
que tem o valor conforme o lugar. Porque, se
que tem por certo que tudo o seu é melhor que o
que tenho esperdiçado tantas ceas no paço e nas
que tenho feito. É um conto largo!
que tenho me pesa. Mas ouvi: penduraram-me
que teve jeito de ser algũa coisa, o guardei
que tinha as bênçoas certas. Tal havia que ao
que tinha muito que consertar, porque naquela
que todos andam [RF59] por se verem ser de
que todos andam, se não achem enganados uns
que todos o fossem). Recebia este notaves
que todos podemos dizer nossos ditos.
que todos tinham péssimo bafo, como seu
que tomam os madraços. E, quanto é por essa
que tomar-me a mim em corpo e em alma e
que tomavam sobre sua conciência a minha
que tudo o seu é melhor que o da outra gente
que tudo tem sua hora.
que ũa torreira de mentirosos, valhacos e
que ũa vez cá me entrou na imaginação, por
que um animal tão para pouco fosse assim
que um rei manda, por seu gosto, que cada
que V. M. é Relógio de Belas mas não é belo
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R. A. - Vou vendo
para vo-lo apresentar. Pouco vai em
cousa. Esta diferença haveis de saber
ainda que seja de ruim lei e feitio, é a
bem roído da traça, por muito mais do
feiras, e da Virgem do Monte às sestas com estrondo e são como as serpentes
se recolham a sua casa própria,
impertinências de velhas lagrimosas,
R. C. - Já sei o
hora em que sua liberdade fez termo, eis
voo me não competia. Quando nisto, eis
os jogos, como bons parceiros. A
não houvera um e outro crepúsculo,
parado, encomendaram-me a um alveitar
Consenti-me tornar atrás; e, assentando
vez por ela, sendo seguro da afeição
R. C. - Que mais quereis
logo corrente a confiança da oferta
R. C. - Senhor Relógio de Belas, crede
ele e seu compitidor, ei-los amigos. Pois
Quem quereis ser? Por qual mandais
R. C. - Tente mão: já sei
R. C. - Arrebeçai, arrebeçai,
relógios da terra andem tão atilados
R. A. - Ao
mãos ou nas das horas, nossas filhas.
R. A. R. A. R. C. feitas acinte, nisto da hora de cada um.
R. A. R. A. R. C. - Valha-me, ora, Deus!
que, por mais que o vaso mau nunca
por se verem ser de um metal que,
Gastam-se-nos com o uso as molas,
cedeu a inocência, e o pobre do relógio,
e deixá-lo cair nas pedras vivas até que,
[RF60] então a velhice, a malencolia e o
eram as onze, e que tal relógio merecia
é demasiada fanforrice que o ditoso não
nós podemos com verdade ter dele esta
- Dias há que eu conheço que muitos se
assim prosas de soldados faladores,
ser tão grande e tão antigo cortesão, de
trapaças de aquele tacanho eu hei-de ser
entendimento que negou às alimárias, a
Ora não negareis a malícia de saloio, de
as pedradas que me tem tirado gentes a
ofício temos: julgar a aqueles de
tire que sois relógio velho da cidade por
me endireitasse; cousa impossível, por
lhe dão e amenhã lho tiram. De modo que
Mas, como
- O mesmo ouvi e creo; mas nunca achei
na metade da torre do Paço, como
lhe chega sua hora de velhice, contra
que deixe de fazer sorte naquele a
jogos, são proluxos e daninhos contra
a dita e a outros a desgraça, não há
de não comer nunca do manjar por
próprios da velhice. Senão, dizei-me:
que V. M. terá maior bem que bom ofício; mas
que vá errado se há de parar em vossas mãos
que vai de figuras a pessoas. As pessoas
que val mais cara. Parecer-vos-á agora bem
que valera em novo.
que vão mudas à romaria espreitando o que diz
que velam sem os olhos abertos. Cuidam os
que vem a ser a sepultura, donde cada qual vai
que vem a ser, em suma, os quatro elementos
que vem: erguerem-se as tripeças, abaixarem
que vem sùbitamente sobre ele o castigo. Leva
que vemos que, retirada a águia com sua presa
que vindes a esta casa?
que vista se averiguara com as luzes ou com as
que vivia junto de mim, o qual aceitou logo a
que vivo só e que como só discurso e que como
que vos deve. Porém, vós, em tudo não só
que vos diga? A primeira vez que aqui vim
que vos faço, enviando-vos este humilde
que vos falo verdade, que jamais andei de
que vos [RF47] parece? Será matéria de
que vos tenhamos?
que vos trouxeram aqui à força. É mais que isto?
que vos vejo com engulhos de desgraciado
que vós, em sua comparação, monteis
que vós estais nela.
Que importa a Dona Fulana ser toda uma
Que lhe doía ao Relógio Matropolitano?
Que mais claro se pode ver, que nas histórias
Que mais quereis que vos diga? A primeira vez
Que me dizeis a outro velho, rico, encartado
Que me dizeis?
Que queria dizer nisso? Diria, por ventura, que
Que vos estou dizendo senão isso? Se a nau
quebra, não há vasilha nenhũa destas que se não
quebrado e desfeito, não presta mais para nada
quebram-se-nos os dentes com o exercício, as
quebrando-lhe a hora na boca, houve de ser o
quebrando-lhe as conchas com que se defendia
quebranto, de que procede o aborrecimento de
queimado e cortada a mão que cuidava dele; e
queira algũa hora ser mofino, persuadido de
queixa porque, se bem as faz, melhor as desfaz.
queixam do mundo, quando lhe vem fazer algũas
queixas de letrados presumidos, orações de
quem a fama publica mil galantarias.
quem as pague! A fama de mentiroso ficará
quem deu menos, porque delas não queria
quem dizem doutores que é certa selada de
quem eu o não mereço, que às vezes me recolho
quem havemos de ser julgados! Antes fora
quem, havendo passado muitas horas, é força
quem já disse o ditado castelhano, que «solo
quem lho concedeu lho pode negar e a figura que
quem más manhas há tarde ou nunca as perde
quem me declarasse a rezão. Se vós, porque de
quem não diz nada. E, sem me dizer a mim
quem não valem todos os estofos e badulaques
quem ninguém defende. Todavia não sei que
quem os cria. Assim é a memória vendo-se
quem os despeça de sua larga companhia
quem perdeu a saúde, sempre foi dele mais
quem poderia apartar-se liberalmente das
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banda o outono e da outra a primavera,
A. - Oh diabo! Se unhas foram relógios,
R A. - Como
e na malícia do malvado sancristão, por
que, apesar de esses inconvenientes,
R. C. - Seja V. M. muito bem vindo.
R. C. vossa cortesia correspondendo-me.
R. C. R. A. em desenganar o mundo, que se não
se lhe seria a um de nós permitido (
por mistério; e, como ninguém
as castas de nossas teimas. Cada qual se
superstição dos homens lhas pinta como
me desconhecia; pois, como lá dizem, se
satisfeito nessa parte. Porém, como
R. C. - Que mais
cortesia correspondendo-me. Quem
trocar [RF48] os requebros em
De maneira que, governando eles como
por sua conta todas as horas da vida, só
como as mães com as crianças que
então lhes direi por cem bocas o que não
de serem tintureiros de afectos, o
façam os mortais tantos excessos que,
não podíeis, sem perjuízo da república,
rico, encartado, andar muitos anos sem
soube fazer, tendo cargo de saber e de
os próprios alentos que respira, sem lhe
estar sujeito um relógio de bem a o não
R. C. - Quem
unha porque, com ela, acomodava como
(ou se lhe não executa), ao menos eu lhe
R. A. - Que
C. - Esse era como o nosso Barraça, que
desde a minha torre, quando Deus
a quem deu menos, porque delas não
de sua pousada vinte relógios, não se
com meus acintes que muitas se
Mas o caso era que os arquitectos
vós nada lereis sem conserto e eu não
verdade do mundo, valem segundo estão.
e a inveja sem inveja nem raiva, muito
de finíssima grã, com um sono tão
em dar meia noite as noites da
pintando um relógio às avessas,
tal pretendente. Foi despachado como
obrar, e ninguém a dará boa do que não
R. A. - Não
A. - Não entendo dos usos da Corte nem
rei com um tabardo da mesma cor. Não
e nas casas dos grandes senhores que as
R. C. - Até a vós, se
há dias feito um contrato com o tempo:
quem pudera viver, passando desordenada e
quem se entendera com as horas da nossa terra
quem se governa pelo Relógio das Chagas...
quem se me azaram tantos males. A isto vim
quem ũa vez a experimentou sempre a procura
Quem diremos?
Quem gostareis vós que eu vos saia? Sou esse
Quem quereis ser? Por qual mandais que vos
Quem queres tu que tape a boca aos namorados
Quem tal fizera crer ao senado da minha aldea?
quer desenganar? O sumo grau da sandice é
quer fosse ou não chegada a sua hora) dar-lhe
quer mostrar que ignora o que outro mostra que
quer trajar de a seda do costume e a que se
quere porque, não contentes de serem
quereis conhecer o homem, dai-lhe mando.
quereis que entenda isto que dizem horas
quereis que vos diga? A primeira vez que aqui
quereis ser? Por qual mandais que vos
querelas e conceituarem sobre a ligeireza com
querem a seus relógios, se governam por eles
querem dar a Deus a hora de sua morte. Por
querem desmamar: untam-lhe a teta com
querem ouvir de ũa. Par Deus! mas que me
querem também ser das horas e cada um as
querendo voar por donde basta ir andando
querer da solidão a posse; contentai-vos com a
querer dotar a sobrinha, no cabo escolhê-la
querer obrar aquilo de que lhe pedem conta.
querer relevar o menor intervalo de que na
quererem crer patifes, bastava para que cada
queres tu que tape a boca aos namorados, ou
queria a mão do seu mostrador.
queria dar aquela que podia. Já como eu
queria dizer nisso? Diria, por ventura, que os
queria matar o sol porque lhe não enxugara o
queria...
queria receber tanto. Mas contudo já se sabe
queria reger senão pelo do Paço, com que dava
queriam mudar de bairro, pelas falcatruas que
queriam obras para si, ainda que para os outros
quero de outrem ser lido. Escusai-me a este
Quero dizer que tem o valor conforme o lugar
quietamente.
quieto como se o relógio da sua sala lhe não
quinta para a sesta, com o que tenho
quis dizer que aos ministros todos os adoram
quis e nunca mais viu ao valido nem lhe tirou o
quis ou não soube fazer, tendo cargo de saber e
quisera eu ser aldemenos o relógio que tal hora
quisera saber desse. Mas dizei-me: virá isso
quiseram mais os vizinhos do lugar para
quiseram muitos para o jantar de muitos anos
quiserdes.
quito-lhe a glória que pudera dever-me pelo que
R. A. - A esses tenho inveja porque, ao menos
R. A. - Amigo, não vos canseis que se não pode
R. A. - Ao que vós estais nela.
R. A. - Assim determino fazê-lo porque
R. A. - Assim é; e bem avisados estamos se nos
R. A. - Bom é saber; e, por mais que se riam de
R. A. - Cal-te, que te fundirão!
R. A. - Certo que, ainda que esta vinda me não
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R. A. - Chagado e ferrugento vejo eu a V. M
R. A. - Chamava-o a campa.
R A. - Como quem se governa pelo Relógio das
R. A. - Conserte Deus a V. M., senhor Relógio.
R. A. - Contai, mas que me deixeis congelado.
R. A. - Das muitas que tenho me pesa. Mas ouvi
R. A. - De que sorte?
R. A. - Deixai-me já fenecer o meu conto.
R. A. - Despois... que, sendo geralmente
R. A. - Desses devia de ser um desmanchado
R. A. - Desta maneira: nunca dava hora com
R. A. - Dias há que eu conheço que muitos se
R. A. - Direi; porque, na comédia do tempo, tais
R. A. - Dizia eu agora (já que nós podemos tanto
R. A. - E às vezes pelas badaladas como
R. A. - E como era?
R. A. - E como sentis do outro que, desmentindo
R. A. - E tu, amigo, que ganhas em desenganar o
R. A. - E vós a mim de vilão com bem mau modo!
R. A. - Essa cousa é natural: os pequenos são
R. A. - Essa foi a rezão porque a outra fermosa
R. A. - Essa manha sempre ele a teve; e muitas
R. A. - Esse é o siso e tudo o mais é ser
R. A. - Esse juízo não é seguro em os que como
R. A. - Estou satisfeito nessa parte. Porém
R. A. - Estou tanto da vossa parte nessa parte
R. A. - Grande caso! Agora digo que não samos
R. A. - Grande. Primeiro, fazer minha vontade.
R. A. - Hui! Também lá chegam esses
R. A. - Isso não por mim, que decendo de mui
R. A. - Juro pelo alto sol que nos governa e
R. A. - Lembra-me agora, por isso que ides
R. A. - Mal poderei desprezar-me dela, tendo
R. A. - Mas, como vos ia dizendo...
R. A. - Melhor estou com a história do pano azul
R. A. - Merecia tal dia e hora engastoada em
R. A. - Muito me alegrastes com tão alto
R. A. - Muito tempo há que o tempo é esse! Ũa
R. A. - Não entendo dos usos da Corte nem
R. A. - Não há vilão que não saiba para seu
R. A. - Não; não me espanto de que se venham
R. A. - Não quisera eu ser aldemenos o relógio
R. A. - Não se desconsole V. M., que estas são
R. A. - Não se fie de aparências, senhor Relógio
R. A. - Não sei o que aproveitará, porque esse
R. A. - Não tínheis escrúpulo de ser ladrão do
R. A. - Nunca ouvistes de um que se vingava
R. A. - O da Matriz?!
R. A. - O mesmo ouvi e creo; mas nunca achei
R. A. - O Relógio da Sé em casa do serralheiro?
R. A. - Oh diabo! Se unhas foram relógios, quem
R. A. - Ora de aí vem que das cousas que há no
R. A. - Oxalá de essas houvera todas as
R. A. - Par Deus! Tal hora teve bom gosto!
R. A. - Pecadora, e por meus pecados, lhe
R. A. - Pelo menos, grande alívio é para nós o
R. A. - Pois adeus, amigo.
R. A. - Pois eu, vendo-me tão maltratado, fiz
R. A. - Pois, se assim é, bem disse logo o outro
R. A. - Por isso tu cá vens por mentiroso... Diz
R. A. - Por que causa?
R. A. - Porquê?
R. A. - Que lhe doía ao Relógio Matropolitano?
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R. A. - Que mais claro se pode ver, que nas
R. A. - Que me dizeis?
R. A. - Que queria dizer nisso? Diria, por
R. A. - Quem tal fizera crer ao senado da minha
R. A. - Se elas forem tão sazonadas e
R. A. - Sempre os desvarios acharam maré de
R. A. - Sempre ouvi dizer que era manha de
R. A. - Senhor, não!
R. A. - Senhor Relógio da Cidade, badalemos
R. A. - Si é, para emendar ou dissimular seus
R. A. - Si, senhor, ainda que indigno.
R. A. - Sou, com perdão, o Relógio da Vila de
R. A. - Também nesta pouquidade nos
R. A. - Tenho feito minha obrigação nomeando
R. A. - Valha-me Deus!
R. A. - Vedes vós? Pois, se olharmos bem a
R. A. - Vilão sou; não há aí negá-lo, que é a
R. A. - Vou vendo que V. M. terá maior bem que
R. A. - Zomba V. M., porque me vê aldeão. Pois
R. C. - A Fortuna é muito disso. Tem o costume
R. C. - Adeus; e ũa só cousa te peço que leves
R. C. - Ainda agora lá estivera e fora muito por
R. C. - Antes ali são mais cadimos.
R. C. - Antes já ouvi dizer a um pregador, na
R. C. - Arrebeçai, arrebeçai, que vos vejo com
R. C. - As cores das horas lhes dão os sucessos
R. C. - Assim como me dava o faro de que
R. C. - Assim deve de ser, segundo os que eu
R. C. - Até a vós, se quiserdes.
R. C. - Até um livro me dizem que saíu agora
R. C. - Bem afirmou, logo, o que afirmava não
R. C. - Bem pareceis boçal! Pois, se eu vos
R. C. - Cada ano mo declaravam a mi e aos mais
R. C. - Com palavrinhas doces me ides
R. C. - Como?
R. C. - Contra esse descuido bradaram os
R. C. - Contudo, V. M. me diga como se chama
R. C. - Dir-vo-lo-ei: sou tão mal escançado que
R. C. - Dir-vos-ei: todos somos relógios e
R. C. - Disto vos espantais?
R. C. - Dizeis o que há em vós, mas não o que há
R. C. - E donde, se se pode dizer?
R. C. - E o mau ministro que, depois de enganar
R. C. - E o tacanho adulador que, no fim de mil
R. C. - E outro mais antigo que este: «arrenego
R. C. - É nobreza de coração e ainda
R. C. - Eis aí o maior engano dos mortais
R. C. - Em vão se cansam e se defendem que
R. C. - Enganam-se todos; e a rezão é porque
R. C. - Esse era como o nosso Barraça, que
R. C. - Esse mesmo.
R. C. - Estou vendo que te não apupariam por
R. C. - Fígados há aí tão danados que da água
R. C. - Isto são termos sem cunhos nem cruzes
R. C. - Já sei o que vem: erguerem-se as
R. C. - Já vos disse que o fim das cousas era
R. C. - Jurais vós de manter silêncio?
R. C. - Logo, relógio é também V. M.?
R. C. - Mas acrecento que, do mesmo modo, é
R. C. - Menos roncas, se lhe praz, que
R. C. - Mofino homem! Quantos eu conheço que
R. C. - Muita graça tinha aquele escolar que
R. C. - Muitas vezes me assombro só em cuidar
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distância entre a vida e o perigo, quando
dava hora com hora. Ainda os louros
satisfação que o tempo me dá passo a
passo a raiva e a inveja sem inveja nem
tenho enterrado muitos mais com
não lembre a ninguém nem saibam estes
do mundo, quando lhe vem fazer algũas
nas mãos, não com pequena inveja das
a palavra na boca e a mesura no ar a um
(a meu juízo) porque, por esta própria
de que a pintura se serve, ela os
isto basta de mandato, e sirva de maior
já convalecido, quando começam a vir
e servidores, dos quais vão sempre
quem deu menos, porque delas não queria
todas as horas da vida, por isso mesmo
R. C. - Muito me retinis a letrado, relògiozinho
R. C. - Não; antes entendia que ao rei e à
R. C. - Não façais caso disso, que a relógios do
R. C. - Não, por certo; mas porque diz lá um
R. C. - Nem a nota irmã da firma. Mas deixemos
R. C. - No tempo dos últimos reis de Portugal
R. C. - O próprio.
R. C. - Ó saloio, por bom modo me desonrais de
R. C. - Olhai, no cabo do ano, ditosos e mofinos
R. C. - Olhai ora cá: se o estar sempre à
R. C. - Olhai: os homens, segundo temos
R. C. - Ora não negareis a malícia de saloio, de
R. C. - Ora, pois todos somos de campanário
R. C. - Ora sabei que os anos passados deu ũa
R. C. - Ouvi-me: eis o Relógio do Paço que
R. C. - Padecia ũa modorra mortal.
R. C. - Parece que se houve Deus com os
R. C. - Pois acrecentai-lhe que morreu ministro
R. C. - Pois, amigo, encostai o pejo, e descalçai
R. C. - Pois donde as dão as tomam, como dizem
R. C. - Pois que importa? Farão de mim
R. C. - Por isso se diz que não há alfaiate bem
R. C. - Por mim, não, mas por outros melhores
R. C. - Porque nos custam cá os doudos os olhos
R. C. - Porque o senhor sineiro, a fim de lhe
R. C. - Porque vendem a sua ignorância por
R. C. - ...que lá não sei donde, era ũa vez ũa
R. C. - Que mais quereis que vos diga? A
R. C. - Quem gostareis vós que eu vos saia
R. C. - Quem queres tu que tape a boca aos
R. C. - Sanha de vilão. E depois?
R. C. - Seja V. M. muito bem vindo. Quem
R. C. - Sem embargo, a agradável presença é
R. C. - Senhor Relógio de Belas, crede que vos
R. C. - Si, grande cousa é que as figuras vão
R. C. - Tá, tá, tá! V. M. é o Relógio de Belas
R. C. - Tende mão! se de essa laia é o vosso
R. C. - Tende ora, tende mão no martelo e tomai
R. C. - Tendes rezão; e por isso um pintor
R. C. - Tente mão: já sei que vos trouxeram
R. C. - Tristes de nós, que logo nos conhecem
R. C. - Vai-te embora, ora, com as tuas horas
R. C. - Valha-me Deus! Sendo relógio que tantas
R. C. - Valha-me, ora, Deus! Que vos estou
R. C. - Vamos ao ponto. Como vos fizestes
R. C. - Vindes tão sabedor que me pareceis
R. C. - Vou avante. O meu pedagogo era torto e
racionalmente se busca e sàbiamente se
raios do sol não pungiam nos beiços do Oriente
raiva e a inveja sem inveja nem raiva, muito
raiva, muito quietamente.
raivas que lhes hei feito do que tem com
rapazes (que agora se costumam) donde me tem
rapazias, porque não tem paciência para
rãs e de outros cágados que o viam ir subindo
ratinho, dera quanto se vê do meu campanário
razão que a uns lhes dura muito a dita e a
realça, levanta e ilustra de tal modo que agora
realço ao ofício e nome das horas confessar um
recados do provedor das obras del Rei que logo
recebendo o aviso mais importante que há na
receber tanto. Mas contudo já se sabe que é
recebeu do Padre aquela hora da morte para Si
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que por tão suave alimento até então
(como era bem que todos o fossem).
da vida, e o homem fosse perdendo o
cada qual em seus trajes naturais, se
e os criados destes, que os viam
que ainda não dera ou sim dera, os fazia
comer e servir a suas horas, sair e
quem eu o não mereço, que às vezes me
Não só as rodas me andam todas ao
até que, algũa hora, cansado de brincos,
ora, tende mão no martelo e tomai um
de que eu os castigasse com o
e joio desses anexins próprios de
que chegava ele duas horas depois do
as horas para dar assalto em casa do
estremar o tempo, por ver se podíamos
sua pousada vinte relógios, não se queria
adiantamento, pois é certo que, para se
que «solo Diós acierta a reglar con
castelhano, que «solo Diós acierta a
que como nós estão apeados, por aquela
pela boca pequena. Nas audiências del
Pois sucedeu que passou por ali um
iguais e que a mais nobre das aves, o
R. C. - Não; antes entendia que ao
que lhe faz mercê da comenda alhea, elnão da manificência. Fazei conta que um
à corte, gasta o que tem, cansa a elmeter em cabeça aos arquitectos del
faça desconto; e que lhe não valha o ser
de que para ele a não haja nem para elo mau ministro que, depois de enganar ao
a vir recados do provedor das obras del
falam, é como a água do Chafariz d'Elrelógios tão principais do Cabido e delos mais ilustres relógios da Corte e
R. C. - No tempo dos últimos
sainho de palmilha, como já vestiram os
de todas essas figuras, valerá quatro
algum linajudo que, a troco de quatro
sobretudo, admirado me tem essa vossa
o seu mantéu enrocado. Esta é ũa
alentos que respira, sem lhe querer
melhor e mais barato lhes serviria de
crecenças e mudanças - e que mudasse o
a converter sua eloquência contra o
fosse consertado porque, por falta de
o símbolo de um ministro, pintou um
isso, o pintor, agudamente pintando um
eu fico que nenhum bem vos suceda. Sede
capazes de fiar tão delgado. Eu sou
grã, com um sono tão quieto como se o
fazem seu ofício, só porque não ouvem o
de aparelhar e se neste ponto o bom do
houvera que esse de estar sujeito um
consultava à candea que horas eram pelo
o desconcerto, curando-se a inocência do
não vos canseis que se não pode já ser
R. C. - Logo,
tudo era fazer dormir toda a noite o bom
sobre ele o castigo. Leva-o o pecado e o
do outro que, desmentindo o sol o seu
que não eram as onze, e que tal
recebia. Fazei conta que a velhice faz este
Recebia este notaves cortesias de outro tal
receo à morte, pela conversação dos achaques
recolham a sua casa própria, que vem a ser a
recolher cedo contra seu costume, aí vos gabo
recolher por chuvas, neves e ventos, mortos
recolher-se da campanha a suas horas. Mas que
recolho e não dou as horas que havia de dar, só
redor, ou me desandam, mas a mão, a cabeça e
reduzia anjos, carrancas, flores e serpentes a
refego aos pesos, porque parece que ouço gente
regalo - que há gente tão extravagante no
regateiras.
regedor e presidente serem idos. Era um gosto
regedor ou do presidente do Paço, sabeis que
reger ou encobrir tamanha doudice? Porque não
reger senão pelo do Paço, com que dava com as
regerem e dirigirem a bons fins e a termos
regla tuerta». Enfim, era um tesoureiro que
reglar con regla tuerta». Enfim, era um
regra de «mouro, o que não podes haver...»
rei, aí era homem e aí era a sua total
rei com um tabardo da mesma cor. Não
rei dos pássaros, o levasse no colo tão
rei e à República fazia grande serviço
rei lha concede e dá com ele ao pé do pelourinho
rei manda, por seu gosto, que cada oficial deixe
rei, mata aos ministros e, no cabo, volta-se a
rei que lhe pedissem mandasse fazer outra
rei sábio e imperador potente nem o mandar
rei tal enfadamento? Ora deixai-me a mim com
rei todo o tempo de sua valia, quando lhe mete
Rei que logo [RF45] fosse consertado porque
Rei que, por correr por canos de enxofre
Rei?
reino.
reis de Portugal houve cá um valido muito
reis e as princesas? Pois isto mesmo é agora
réis.
réis, vos enxira na árvore dos sinos de S
relação. E como saístes da demanda?
relé de malhadeiros gloriosos, que tem por
relevar o menor intervalo de que na vida lhe
relógio a gula do sancristão ou a preguiça do
relógio a parte onde melhor se visse e mais
relógio, afirmando que não eram as onze, e que
relógio, andava todo o Paço sem conta nem peso
relógio ao revés: a campainha para baixo e os
relógio às avessas, quis dizer que aos
relógio, como vossos antepassados; e, se acaso
relógio cristão e louvo a Deus por tão grande
relógio da sua sala lhe não estivesse contando e
relógio da vizinhança. Ele, lá por baixo da capa
relógio dava com grande conciência o seu meio
relógio de bem a o não quererem crer patifes
relógio do sol.
relógio e ficando em seu ponto a poltronaria do
relógio; e, posto que outro inconveniente não
relógio é também V. M.?
relógio. Faltava o tempo para louvar a Deus e
relógio fica muito seguro no seu campanário.
relógio, jurava e trejurava que o sol era
relógio merecia queimado e cortada a mão que
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fora, arrenegando do desenfado e do
logo, o que afirmava não trazia o
choviam os opróbios, que o triste do
prender o curso do relógio, porque, se o
as tuas horas. E leva crido que não há cá
nem o mandar prender o curso do
desengane sem se fiar nas faltas do seu
tinham comigo medra; porque, fiados no
hoje por diante, já sei como hei-de ser
Porque, se tal fosse, era melhor ser
sem mais nem mais, mandaram-me ser
Digo-vos que, se fora homem como sou
R. A. - Não quisera eu ser aldemenos o
R. C. - Valha-me Deus! Sendo
à calúnia cedeu a inocência, e o pobre do
V. M. é Relógio de Belas mas não é belo
fazerem que os mais dessem horas como
de ser julgados! Antes fora caveira de
(como dizeis), ninguém vos tire que sois
bairro, pelas falcatruas que lhes fazia o
R. A. - Senhor
Fazem a interlocução um
um
R. A. - O
que aqui vim curar-me, encontrei cá o
tão sabedor que me pareceis antes
R. A. - Sou, com perdão, o
esse cansado, esse negro, esse maldito
campanário, ficou tão aceito como sendo
de verdadeiro, em tornando a ser
só seja conhecido por fabuloso o pobre
R A. - Como quem se governa pelo
os relógios da cidade? Mas V. M., senhor
R. C. - Senhor
R. C. - Tá, tá, tá! V. M. é o
Dizem por cá, finalmente, que V. M. é
para notar que eu, que até então sendo
como carapeta. Eles, confiados em que o
e mentira; sucedendo-lhe ao revés ao
R. C. - Ouvi-me: eis o
tão ajustado andara, como então, o
mim, tudo era lançar a culpa ao maldito
os anos passados deu ũa desenteria ao
os humores e os propósitos. Porque o
R. A. - Que lhe doía ao
que lhe sucedia ao coitado do verdadeiro
R. A. - Não se fie de aparências, senhor
lá dizem que cantam as moças: «
R. A. - Conserte Deus a V. M., senhor
todos os que nos governam trazem seus
Se terão também disso a culpa os
que, sendo eu dos mais [RF36] anciãos
estamos se vem a curar os mais ilustres
manha de ministros fazerem-se eles os
virá isso, por ventura, de que os mais
nos sucede, porque, desde que somos
E suposto que as ampulhetas ou
R. C. - Não façais caso disso, que a
R. C. - Dir-vos-ei: todos somos
por mais que os tristes de nós outros, os
os viandantes, vendo-o já mestre de
que, ouvindo de sua pousada vinte
R. A. - Oh diabo! Se unhas foram
relógio. Mil galanterias tenho feito a damas e a
relógio na algibeira [RF42] mas no estâmago. E
relógio ouvia e calava, a troco de fazer o que
relógio pára, o tempo não descansa; e
relógio, por mais alto que ele viva, que, por
relógio, porque, se o relógio pára, o tempo não
relógio. Porque alguns há que não cursam com
relógio que ainda não dera ou sim dera, os fazia
relógio, que até agora o não sabia.
relógio que cónego de S. Tomé.
relógio que governasse a terra sobre a minha
relógio, que no tempo de hoje mais houvera de
relógio que tal hora lhe desse.
relógio que tantas horas dais para os outros, só
relógio, quebrando-lhe a hora na boca, houve de
relógio...
relógio.
relógio, se na minha mão estivesse a faculdade
relógio velho da cidade por quem, havendo
Relógio. A cegos rezadores, homens de almas
Relógio da Cidade, badalemos limpo que as
Relógio da Cidade e outro da Aldea
Relógio da Cidade e Outro da Aldea
Relógio da Sé em casa do serralheiro?
Relógio da Sé, muito em segredo, que se vinha
Relógio da Universidade de Coimbra que da
Relógio da Vila de Belas; ou sem perdão (para
Relógio das Chagas, de Lisboa.
Relógio das Chagas era murmurado. Sendo
Relógio das Chagas, logo fui tido pela mesma
Relógio das Chagas, que com ninguém se mete
Relógio das Chagas...
Relógio de Belas, com toda sua prática vai
Relógio de Belas, crede que vos falo verdade
Relógio de Belas? Grandes cousas tenho ouvido
Relógio de Belas mas não é belo relógio...
Relógio do Paço me via tão benquisto de
Relógio do Paço não podia ter dado as nove
Relógio do Paço que, em subindo a seu
Relógio do Paço que entrava muito em secreto
Relógio do Paço; que minhas rodas mereciam
Relógio do Paço que os enganara (como se lá
Relógio do Paço, tão desordenada que ninguém o
Relógio do Paço, vendo que nas Chagas lhe não
Relógio Matropolitano?
Relógio Palatino que, em meu lugar, foi levado à
Relógio, porque dessa maneira nos está
Relógio que andais errado, que não dais as
Relógio.
relógios consigo, por ser insígnia do homem de
relógios da cidade? Mas V. M., senhor Relógio
relógios da Cidade, me deram por aio um
relógios da Corte e reino.
relógios da república, e fazerem que os mais
relógios da terra andem tão atilados que vós
relógios, damos horas e mais horas; e sendo
relógios de [RF46] area me desmentiam a cada
relógios do chão ninguém os escuta. Porém
relógios e sabemos que não há cousa que não
relógios, estivéssemos a medir e compassar e
relógios, não ferravam na sua tenda; e os
relógios, não se queria reger senão pelo do
relógios, quem se entendera com as horas da
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como todos os homens são de barro, os
governando eles como querem a seus
dizeis, estou agora crendo que nos mais
que me contastes de aqueles dois
os homens desmancham o mundo, e os
diz lá um provérbio que a nós outros os
OS
[RF29] OS
R. C. - Muito me retinis a letrado,
e peor grado dos passageiros, não
tenda; e os moradores, sabendo quão mal
Assim foi feito; e, como o mestre
dando o vento da empada ou em vendo
em segredo, que se vinha emprastar e
que em nossa mão não está podermos
coração, sabendo que não havia outro
naquela casa, não se costuma acudir aos
alagoa de minha aldea. Veo a águia e, de
dando-me a mim bem que fazer nos
donde afirmam que lhes não falece a
só em cuidar que está o princepe
escusada ou ilícita, então era o meu
representa muito magnífica, amenhã se
lho pode negar e a figura que hoje se
se nota que nenhum deles é cousa senão
de figuras a pessoas. As pessoas sempre
os faustos e as tramóias com que, para
o juízo em seu lugar, sofro que a figura
ministros fazerem-se eles os relógios da
sobre si os pesos e os pesares da
Dizei-me: haveria maior confusão em ũa
justo, não podíeis, sem perjuízo da
R. C. - Não; antes entendia que ao rei e à
em mim que, assim tão mestre como me
alma nova ouvindo-lhe trocar [RF48] os
Um vinha, o outro ia. Tanto que o
fulano, e dizei-me se isto é verdade». O
para donde ele vinha. Apressou o seu o
digno de um hábito de Cristo. Com os
alvoroço. Donde se viu que muitos sábios
primeiro a que está mais gorda. A
são sôfregos das horas da vida.
fosse a buscar outra vida, como eu estou
não relojava cousa com cousa,
e descontando os próprios alentos que
dizendo-lhe os médicos que morria, lhe
O requerente, sem parar, lhe [RF55]
se fazerem gente, se metem também em
que vos [RF47] parece? Será matéria de
maus meos, do qual indo tomar posse lhe
por donde basta ir andando, venham a
R. C. - Muito me
Quando nisto, eis que vemos que,
da solidão a posse; contentai-vos com a
estâmago e de ourina e, tal vez, a muito
de um ministro, pintou um relógio ao
fraude e mentira; sucedendo-lhe ao
horas. Mas que será se tudo isso for ao
para o seu sono. A cidade andava
sono. A cidade andava revolta com sua
ponderosa obrigação a não oprime, tudo
que lhes fazia o Relógio. A cegos
os atiçássemos - o que me cheira a sem
relógios são de ferro e que, sem embargo dos
relógios, se governam por eles, e assim vivem
relógios se não achará um pequeno erro, nem
relógios tão principais do Cabido e del-Rei?
relógios tem a culpa.
relógios todos nos crem e nenhum nos adora
RELÓGIOS FALANTES
RELÓGIOS FALANTES
relògiozinho de por aí além! Dizei vosso dito.
relojava cousa com cousa, resolvi-me a parar
relojoeiro lhes saíra, não lhe pagavam o selário.
relojoeiro tal entendesse, antes de ser colhido
reluzir o prato de ovos, não havia doze horas
remedear de mais de mil enfermidades.
remediar. Porque, considerai vós agora se um
remédio e que o mestre me achava digno
remédios senão depois que os danos são
repente, o levantou nas mãos, não com pequena
repiques dos meus sinos, esse dia. Do mesmo
reposta de seus embustes: se hão-de casar ou
repousando nos seus colchões de brandíssima
repouso; dormia como carapeta. Eles, confiados
representa miserável. Mas então eu, que estou
representa muito magnífica, amenhã se
representação de cousa, figura e cifra de algũa
representam o que são e as figuras, como não
representarem suas figuras, os adornou a
represente sua valia e sua grandeza, enquanto
república, e fazerem que os mais dessem horas
república e que a língua, significada no sino
república, por mais que os tristes de nós outros
república, querer da solidão a posse; contentai
República fazia grande serviço, atalhando assim
reputais e tão prático como entendeis que sou
requebros em querelas e conceituarem sobre a
requerente (ou despachado) viu o valido, voltou
requerente, sem parar, lhe [RF55] respondia
requerente, trotou... trotou o valido também
requerentes me não ia tão bem porque os mais
requestaram a hora da morte, e alguns da
rês [RF57] mais bem medrada é que faz
Reservam todas para si afim de as dispenderem
resoluto a fazer. Cansado ofício temos: julgar a
resolvi-me a parar e não se me dar de nada
respira, sem lhe querer relevar o menor
respondeu: «ora folgo, por me não andar a
respondia, correndo: «si senhor, isto agora é
reste com os mofinos.
restituição desaviar a um destes na audiência e
resvala um pé à mula e dá com o valhaco no rio
resvalar e precipitar-se. Digo-vos que, se fora
retinis a letrado, relògiozinho de por aí além
retirada a águia com sua presa sobre ũa serra
reverência... Nem ela espera de vós mais que a
reverendas apoplexias, donde, de ordinário, os
revés: a campainha para baixo e os pesos para
revés ao Relógio do Paço que, em subindo a seu
revés? Pois que direi? Se a justiça se fizer à
revolta com sua revolução. Deram-lhe na trilha
revolução. Deram-lhe na trilha ao inocente mas
revolve, tudo acarreta, lança a perder tudo e
rezadores, homens de almas, aguardenteiros e
rezão de duas em carga. Na terra é do mesmo
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ele boníssima pessoa e muito inclinado à
R. C. - Tendes
[RF58] R. C. - Enganam-se todos; e a
e estas nunca. A ninguém se pode com
R. A. - Essa foi a
hora; donde procede que não é fora de
mas nunca achei quem me declarasse a
mais necessito; que, como todas estas
(como se lá fosse estranho!). Eu
R. A. - Bom é saber; e, por mais que se
sapato. Filhas de ourives e mercadores,
de cada um. Que me dizeis a outro velho,
um pé à mula e dá com o valhaco no
agora soberbos edifícios, tal vez
que não tenha sua hora no mundo. O
porque são de ordinário sãos, ágeis e
que algũa hora se não veja levantada. A
senão que nos corre a ferrugem pelas
e o falsário será satisfeito. Não só as
então, o Relógio do Paço; que minhas
de meus descuidos. Jamais me untou as
já que ensinava às moças que as pragas
o pano às punhadas, depois de mui bem
quanto ganhou, chegar a dispensação de
do Monte às sestas - que vão mudas à
de «mouro, o que não podes haver...»
R. C. - Menos
que o gagau e a carteta; ũa vez por
- Sempre os desvarios acharam maré de
lhe tirou o chapéu. Toparam-se um dia na
Enfim, procurava de os mandar pelas
de esmeraldas, faces de pérolas, boca de
embaçam, as pérolas desmaiam, os
disse não havia vingança como a de ũa
e a que se costuma, ainda que seja de
Este nosso mundo não tem, certo, essa
se acham; e o que de si é bom, posto em
como cá cuidamos. Depois que, com
falsos testemunhos, tantos que, juntos à
antes, se se abalam, é só para a
traziam a outros e outras cachopas de
sua, como por ele disse o Evangelista
horas confessar um tal coronista como
se engrampone, que para todos virá seu
réis, vos enxira na árvore dos sinos de
era melhor ser relógio que cónego de
havia doze horas na minha tabuada do
que ignora o que outro mostra que
queria receber tanto. Mas contudo já se
mundo, donde há dias (como V. M. melhor
R. C. - Vindes tão
toda esta pregação dos bens da velhice,
R. C. - Ora
do regedor ou do presidente do Paço,
mais bem criada, dizem as velhas, que
são seus, outros por fazerem o que não
C. - Dir-vos-ei: todos somos relógios e
ferravam na sua tenda; e os moradores,
centúrios, sem que acabasse de dar a ũa,
esforçado e fazendo das tripas coração,
vós o lograi, pois de vós há procedido,
algum tão impaciente que desespere de
entendo dos usos da Corte nem quisera
rezão e, como dos passados desconsertos se
rezão; e por isso um pintor astuto, mandando
rezão é porque cada qual não conhece a origem
rezão pedir conta do que não pode obrar, e
rezão porque a outra fermosa fazia concerto
rezão que os homens tratem tal vez de seu
rezão. Se vós, porque de tudo entendeis algũa
rezões se derigiam a vós sòmente, não pus aqui
ria e arrebentava de os ver e de os ouvir e
riam de vós (como dizeis), ninguém vos tire
ricas e delicadas, tive toda a noite em pé, como
rico, encartado, andar muitos anos sem querer
rio? Não presta?
rios caudalosos e tal vez fresquíssimos
rir, o chorar, o trabalho e o descanso, a fome e
robustos, a sobem de um fôlego. Os velhos
roda que se lhe pinta à Fortuna deve de ser de
rodas, como aos homens o sangue pelas veas.
rodas me andam todas ao redor, ou me
rodas mereciam ser de ouro, e bálsamo o azeite
rodas, pelas untar ao carro de seu proveito
rogadas das onze para o meo dia eram de vez
roído da traça, por muito mais do que valera
Roma e morrer ele ao outro dia?
romaria espreitando o que diz a gente que passa
Romaria que se prometeu correndo tromenta
roncas, se lhe praz, que fidalguias de mar em
ronceiro, outras por estugado, sempre lhes
rosas e mar bonança
Rua Nova da Palma, que é longa, estreita e sem
ruas à vergonha que, pois este vício não tem
rubis, dentes de aljôfar, colo de cristal? Pois
rubis descoram, o aljôfar se perde, o cristal
ruim fama; porque, tendo cada pessoa mais
ruim lei e feitio, é a que val mais cara. Parecer
ruim manha, nem nós podemos com verdade ter
ruim parte influi nocivamente. Ao contrário
ruim satisfação dos moradores e peor grado
ruim suspeita que o povo do meu bairro sempre
ruína; os que se vem em estado ínfimo
S. João, às quartas feiras, e da Virgem do
S. João; em a qual hora morreu tanto por sua
S. João que também Cristo teve sua hora
S. Martinho. Lembra-me ouvir contar no meu
S. Pedro in Vaticano. Fazei de vos prezar de
S. Tomé.
sábado para o domingo; mas pagava-lhes esta
sabe, fica-lhes mais perto aprovar a parvoice
sabe que é demasiada fanforrice que o ditoso
sabe) que ninguém val pelo que é, senão pelo
sabedor que me pareceis antes Relógio da
sabei de certo, companheiro, que a fruta das
sabei que os anos passados deu ũa desenteria ao
sabeis que fazia? Furtava-lhe a volta e
sabem disso, está mais treita ao mau olho. Se
sabem.
sabemos que não há cousa que não tenha sua
sabendo quão mal relojoeiro lhes saíra, não lhe
sabendo que este era o sinal para que lhe
sabendo que não havia outro remédio e que o
sabendo-se como eu tenho há dias feito um
saber a infalibilidade da hora que o está
saber desse. Mas dizei-me: virá isso, por
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quis ou não soube fazer, tendo cargo de
R. A. - Bom é
e descalçai a vergonha, porque haveis de
de algũa cousa. Esta diferença haveis de
- Pelo menos, grande alívio é para nós o
terá maior bem que bom ofício; mas se
pobre ferrador, empregado em o que não
hei-de ser relógio, que até agora o não
cousas que o mundo se tornou um novelo.
perigo, quando racionalmente se busca e
tão alto discurso. Certo que não havia
desconto; e que lhe não valha o ser rei
C. - Contra esse descuido bradaram os
lua em os de seus exércitos. Alojem os
com alvoroço. Donde se viu que muitos
que lhe toca o beiço da criatura e gosta o
Deus a hora da morte. Mas Cristo, como
de falar à vontade de cada um é mais
naquelas alturas e que, como pregador
que Cristo Nosso Senhor, e por ele seu
R. C. - Quem gostareis vós que eu vos
R. A. - Não há vilão que não
só porque não lembre a ninguém nem
ou nunca as perde, ou fosse disto ou do
bem um saio de arbim de espadas? Ou um
mais cara. Parecer-vos-á agora bem um
achar a porta aberta, e entrou para não
o soldado comer e servir a suas horas,
sabendo quão mal relojoeiro lhes
me trouxeram, quanto mais que eu não
nos vemos e donde dizem que já não
me tem essa vossa relação. E como
R. C. - Até um livro me dizem que
sono tão quieto como se o relógio da sua
R. C. - Ora não negareis a malícia de
R. C. - Ó
não são nada, nunca têm outro valor
por ele e o deixa, as mais vezes, são e
vos vejo com engulhos de desgraciado.
R. A. - Grande caso! Agora digo que não
barato lhes serviria de relógio a gula do
meus fregueses e na malícia do malvado
se não quer desenganar? O sumo grau da
que fazê-las fora de suas horas. A
pelas rodas, como aos homens o
R. C. nossas horas, vendo que a Igreja, não só
dessimulando muito bem a causa de sua
confrades da vianda, irmãos da Mesa de
esse descuido bradaram os sábios e os
ser de engenho de nora, donde os homens
os lisonjeiros se façam aqueles que não
Pois se os grandes mostram que não
vejam também que nem os pequenos
das cousas que há no mundo mais faladas
A. - Não se desconsole V. M., que estas
e o negro da zombaria; e tantas
aos olhos do mundo aqueles que não
são pardos, até de dia todos os amadores
alguns há que não cursam com estrondo e
lhe praz, que fidalguias de mar em fora
certo que, assim como todos os homens
os homens são de barro, os relógios
saber e de querer obrar aquilo de que lhe pedem
saber; e, por mais que se riam de vós (como
saber que nesta casa em que estamos se vem a
saber que vai de figuras a pessoas. As pessoas
sabermos sem dúvida que cada cousa, por nobre
sabes como se paga?
sabia, deu comigo e deu consigo de avesso
sabia.
Sabia que nos tribunais meus sufragâneos se
sàbiamente se dispende...
sabido que éramos capazes de fiar tão delgado
sábio e imperador potente nem o mandar
sábios e os santos, e aos mais valeu pouco. Da
sábios ministros (segundo vemos) nas ourelas
sábios requestaram a hora da morte, e alguns
sabor amargoso, já toma entojo ao leite que por
sacrificou a Seu Eterno Pai todas as horas da
sadio que galinha cozida. Foi o diabo meter em
sáfaro, me espantava o grande auditório. Mas
sagrado coronista, chamou hora sua à hora de
saia? Sou esse cansado, esse negro, esse
saiba para seu proveito.
saibam estes rapazes (que agora se costumam
saibo da vasilha ou do ar corruto que me deu no
sainho de palmilha, como já vestiram os reis e
saio de arbim de espadas? Ou um sainho de
sair até comunicar-vo-lo.
sair e recolher-se da campanha a suas horas
saíra, não lhe pagavam o selário.
sairei de aqui sòmente advertido mas
sairei senão para o ferro velho, depois de
saístes da demanda?
saíu agora que chamam «Hora de todos», que
sala lhe não estivesse contando e descontando
saloio, de quem dizem doutores que é certa
saloio, por bom modo me desonrais de
salvo o que os homens lhe constituem, que hoje
salvo.
Salvo se sois de uns hipócritas de desaventuras
samos os aldeãos os mais mofinos, vivendo em
sancristão ou a preguiça do cura.
sancristão, por quem se me azaram tantos
sandice é perder-se um pelo ganho do outro.
sangria é saudável na crecença do dia e logo
sangue pelas veas.
Sanha de vilão. E depois?
santa mas sapiente, em muitas partes faz
santa vinda.
Santo Entrudo, fiz a maior guerra porque
santos, e aos mais valeu pouco. Da mesma
são alcatruzes: uns cheos, outros vazios, uns
são aos olhos dos ministros, para que, despois
são aqueles que se fingiam, vejam também que
são aqueles que se lhes mostravam; e assim
são as horas. Porque não há cousa na boca dos
são as justiças do mundo, donde há dias (como
são as pedradas que me tem tirado gentes a
são, assim os lisonjeiros se façam aqueles que
são cegos. Mais moços tenho desesperado que o
são como as serpentes que velam sem os olhos
são como trigo do mar: sempre vale menos que
são de barro, os relógios são de ferro e que
são de ferro e que, sem embargo dos matizes e
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por ũa ladeira acima. Os moços, porque
As pessoas sempre representam o que
que as da malícia, ou sempre aquelas o
passa por ele e o deixa, as mais vezes,
Mas o que me conforta é que por isso
dos males e dos bens e cuidam que
«as horas sucessivas», «
aos remédios senão depois que os danos
Direi; porque, na comédia do tempo, tais
R. C. - Antes ali
a estocada. As faltas da impossibilidade
pesada a peso de ouro; e de aí nace que
persuadido de que as boas andanças
homens passa da mesma maneira: os que
o que são e as figuras, como não
feito pudesse suprir a obrigação dos que
muitos dias, semanas, meses, anos, que
longa e áspera de passar. Os poderosos
(ouvi já aos astrólogos da minha aldea)
R. A. - Essa cousa é natural: os pequenos
poderosos são os mancebos, os pobres
aqueles baixos materiais que em si não
assim como de noite todos os gatos
em vez de entreterem com seus jogos,
foi dele mais guloso, em se vendo
uns por tomarem os ofícios que não
os homens, segundo temos discorrido,
R. C. - Isto
Os moços, porque são de ordinário
batifolha no ofício de fazer sapatos, ou o
ser. Também ali vive o batifolha junto do
Isso foi ũa só cousa! Fiz deles gato
bem o batifolha no ofício de fazer
vendo que a Igreja, não só santa mas
como cá cuidamos. Depois que, com ruim
às vezes menos, e não é nada. Com esta
para sempre comigo, e o falsário será
R. A. - Estou
distraídos lhes morde no peito aquela
fazê-las fora de suas horas. A sangria é
vede que tal seria sua vida, sua
a morte e a gentileza, brio, esforço e
nunca do manjar por quem perdeu a
R. A. - Se elas forem tão
e outros mil modos de dizer. Como
bem emendado o desconcerto, curandoparecerá bem e a mercê melhor. Mas,
mata aos ministros e, no cabo, voltase se pusesse ao sol à hora da sesta e
Se a nau partir para a Índia à sua hora e
não podem ser maiores, antes, se
relógio, como vossos antepassados; e,
Ao contrário, também quando o mau
bons e maus segundo o lugar em que
da minha freguesia. Se todos já como eu
e, como dos passados desconsertos
matizes e tauxias de que neste tempo
das felicidades humanas em meio delas,
são termos sem cunhos nem cruzes, que
sesta e se à sombra à hora do soalheiro,
erguerem-se as tripeças, abaixaremR. C. - Já sei o que vem: erguerem-
são de ordinário sãos, ágeis e robustos, a
são e as figuras, como não são nada, nunca têm
são e estas nunca. A ninguém se pode com rezão
são e salvo.
são figuras. Adverti que, já neste sentido de
são firmes, a modo da mulher que, por não
são horas», «a que horas», «a desoras»
são irremediaves. Nada lhe valeu até lhe
são já nossos tempos e feitos, que todos
são mais cadimos.
são mais desculpáveis que as da malícia, ou
são mil as castas de nossas teimas. Cada qual
são morgado que haja de andar em sua família
são muito crecidos não podem ser maiores
são nada, nunca têm outro valor salvo o que os
são obrigados a fazer cousas bem feitas.
são os bancos da escola da experiência.
são os mancebos, os pobres são os velhos. Mas
são os planetas bons e maus segundo o lugar em
são os que crecem. Nenhũa árvore vereis que
são os velhos. Mas todos, mais ou menos
são outra cousa que tábuas, lenços, terras e
são pardos, até de dia todos os amadores são
são proluxos e daninhos contra quem os cria
são.
são seus, outros por fazerem o que não sabem.
são sôfregos das horas da vida. Reservam
são termos sem cunhos nem cruzes, que se
São os conceitos como as figuras que se vazam
sãos, ágeis e robustos, a sobem de um fôlego
sapateiro na arte de amassar ouro? Por menos
sapateiro. Porventura, porque se não
sapato. Filhas de ourives e mercadores, ricas e
sapatos, ou o sapateiro na arte de amassar
sapiente, em muitas partes faz grande
satisfação dos moradores e peor grado dos
satisfação que o tempo me dá passo a raiva e a
satisfeito. Não só as rodas me andam todas ao
satisfeito nessa parte. Porém, como quereis
saudável aranha da consciência, sempre lhes
saudável na crecença do dia e logo mortal pela
saúde e seus negócios!
saúde. Se entre o inverno e verão não houvesse
saúde, sempre foi dele mais guloso, em se
sazonadas e merecidas como as que fazeis aos
se a gente em nenhũa outra cousa que nas horas
se a inocência do relógio e ficando em seu ponto
se a justiça se faz ante tempo e fora de horas e
se a sua terra, e por dois magustos que ambos
se à sombra à hora do soalheiro, se andasse à
se à sua hora a for esperar a armada, [RF66] a
se abalam, é só para a ruína; os que se vem em
se acaso vos achardes filho de um ferrolho e
se acha em lugar bom, despede, senão benignos
se acham; e o que de si é bom, posto em ruim
se acharam tão bem instruídos no que lhes
se achava vergonhoso, trabalhava sempre por
se adornam, todos somos sujeitos ao mugre e à
se, ainda depois de gozadas e depois de perdidas
se andam metendo de gorra nas conversações
se andasse à hora de estar parado e se parasse
se as cadeiras. É esse bom governo do mundo
se as tripeças, abaixarem-se as cadeiras. É
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R. A. - Pois,
um e outro crepúsculo, que vista
verdade ter dele esta queixa porque,
a vida e o perigo, quando racionalmente
R. C. - Em vão
R. C. - Contudo, V. M. me diga como
à morte ou à Fortuna para que
o mesmo touro o mata. Se, cosendopois de vós há procedido, sabendoem suma, os quatro elementos de que
mim cousa algũa, ferrolha a porta e vaide sua larga companhia; aqueles não
que crecem. Nenhũa árvore vereis que
também tinha entendido que o despacho
que consertar, porque naquela casa, não
quer trajar de a seda do costume e a que
nem saibam estes rapazes (que agora
que nos tribunais meus sufragâneos
falte a envelhecida prosperidade com que
e servir a suas horas, sair e recolher[RF41] R. C. - Tende mão!
lançóis, até ser alto dia. DesesperavamSe, cosendo-se com o chão, não bole nem
R. C. - Em vão se cansam e
que, quebrando-lhe as conchas com que
a taxa de todo o cativo do matrimónio),
que ali se domasse a fúria dos afectos,
Porque a prata se marea, o ouro
necessito; que, como todas estas rezões
não ia tão bem porque os mais, vendoR. A. - Não
de aljôfar, colo de cristal? Pois, em
dão as tomam, como dizem; e cada qual
que se prezaram, e faz como os homens
antigo que este: «arrenego de meu pai
figuras atrás de si, valerá quatro mil, e
aqueles que lhe podem dar preço, a vós
venham a resvalar e precipitarracionalmente se busca e sàbiamente
R. C. - Por isso
que se possa perder nem alhear. Por isso
quando tal lhe sucedia. Choravamentre a vida e a morte para que ali
mudança, é para deminuírem; murchamem estado ínfimo procuram avantejar[RF40] há trinta anos, não sei
jamais me limpou, temendo sujare em tomando nos cornos um pecador,
cágados que o viam ir subindo, vendoque era manha de ministros fazeremcostumam ser) vão devagar, assentamàs igrejas ao domingo por cumprimento,
homens, o mesmo sucede cada dia. Não
trazer a própria forma da matriz em que
se enforque o desprezado nem o prezado
Oh diabo! Se unhas foram relógios, quem
palavra boas, honestas e significativas
ínfimo procuram avantejar-se, e tanto
que, com galantaria digna de seu autor,
que lhes convém, nenhum duvidara, ou
e tanto se esforçam até que
R. C. - Bem pareceis boçal! Pois,
aqueles que não são, assim os lisonjeiros
se assim é, bem disse logo o outro, antigamente
se averiguara com as luzes ou com as sombras
se bem as faz, melhor as desfaz.
se busca e sàbiamente se dispende...
se cansam e se defendem que isso, depois de
se chama, que sua gentil presença me promete
se cheguem e façam sua execução.
se com o chão, não bole nem se defende, passa
se como eu tenho há dias feito um contrato com
se compõe e descompõe o mundo dos negócios
se. Confesso-vos que estranhei vendo-me
se conformam com que lhes falte a envelhecida
se contente com ficar baixa e aparada: ou se
se continuava até as onze, antes que fossem
se costuma acudir aos remédios senão depois
se costuma, ainda que seja de ruim lei e feitio
se costumam) donde me tem para me
se costumava a entrar às sete horas; e, em
se criaram, e estes não podem crer que se lhes
se da campanha a suas horas. Mas que será se
se de essa laia é o vosso pano, em boa hora cá
se de que eu os castigasse com o regalo - que
se defende, passa por ele e o deixa, as mais
se defendem que isso, depois de Deus, está nas
se defendia, deu um pequeno almoço à águia
se deixavam estar departindo outras nove
se deminuisse a sobejidão do amor da vida, e o
se denigre, as esmeraldas embaçam, as pérolas
se derigiam a vós sòmente, não pus aqui
se desacomodados de monção e para tudo faltos
se desconsole V. M., que estas são as justiças
se descuidando tamalavez, com a idade lhe
se desengane sem se fiar nas faltas do seu
se despeçam da vida não só com conformidade
se desta água me não molho!».
se detrás de todas essas figuras, valerá quatro
se deve e esse interesse vós o lograi, pois de
se. Digo-vos que, se fora homem como sou
se dispende...
se diz que não há alfaiate bem vestido. Nunca
se diz, vulgarmente, que tudo tem sua hora.
se, diziam mal à sua vida, a hora em que
se domasse a fúria dos afectos, se deminuisse a
se e caem. Em os homens passa da mesma
se, e tanto se esforçam até que se estiram
se é cheminé ou campanário a casa da minha
se. E, então, porque pela culpa alhea eu não sou
se ele por si mesmo se não faz morto, o mesmo
se eles ficar tão inferiores a seu parceiro
se eles os relógios da república, e fazerem que
se em ũa parte, descansam [RF56] em outra e
se em vez da missa, que não ouviam, ouviam
se enforque o desprezado nem o prezado se
se engendraram. E, quando esta seja ilustre
se engrampone, que para todos virá seu S
se entendera com as horas da nossa terra
se entremeta a ervilhaca e joio desses anexins
se esforçam até que se estiram. Enfim, tudo
se esmera muito em provar, com discursos e
se esquecera da hora que para qualquer está
se estiram. Enfim, tudo aquilo que já é, não
se eu vos contara outro segredo, ficáreis frio!
se façam aqueles que não são aos olhos dos
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bem e a mercê melhor. Mas, se a justiça
ordenando que assim como os ministros
levanta ou se seca. As grandes param e,
logo em suas horas, e que por isso
uns hipócritas de desaventuras que, por
dizem; e cada qual se desengane sem
R. A. - Não
mostram que não são aqueles que
ao revés? Pois que direi? Se a justiça
faz este próprio ofício e vede agora
resvalar e precipitar-se. Digo-vos que,
R A. - Como quem
eles como querem a seus relógios,
andava tão ajustado, porque a gente
lhe está assinado no livro da vida, que
apresentar. Pouco vai em que vá errado
não falece a reposta de seus embustes:
R. C. - Parece que
«parai senhor fulano, e dizei-me
Relógio do Paço que os enganara (como
de canhoto ou esquerda justiça. Opõemcontente com ficar baixa e aparada: ou
concerto com a morte, prometendo de
o tempo não descansa; e, finalmente,
este vício não tem pena pelas leis (ou
hora se não veja levantada. A roda que
e por isso um pintor astuto, mandandoR. C. - Menos roncas,
eu agora (já que nós podemos tanto)
que nem os pequenos são aqueles que
se criaram, e estes não podem crer que
Senão, dizei-me: quem poderia apartarvaidade e a incontinência. Porque a prata
malícia do malvado sancristão, por quem
com cousa, resolvi-me a parar e não
desandam, mas a mão, a cabeça e tudo
tanto da vossa parte nessa parte que
melhor dizer), porque nunca fiz erro que
choviam horas sobre eles. Punhaa sua tenda, cada morador sua casa, e
Relógio das Chagas, que com ninguém
desaventuras que, por se fazerem gente,
julgados! Antes fora caveira de relógio,
estou agora crendo que nos mais relógios
tempo esta farsa em que todos andam,
e por meus pecados, lhe chamai vós,
vinte e quatro horas do dia, minha boca
junto do sapateiro. Porventura, porque
cornos um pecador, se ele por si mesmo
desmanchos do tempo provém de
forrar de sobressaltos e ingratidões,
R. A. - Amigo, não vos canseis que
não val a desculpa, que muitos dão, de
que estar sujeito à censura dos parvos,
que ganhas em desenganar o mundo, que
quebra, não há vasilha nenhũa destas que
mundo cousa tão abatida que algũa hora
perene desterro das cortes e cidades,
horas, não acabaria de aparelhar e
ao mugre e à ferrugem. Gastampasso, em o que julgam de seus escritos,
com o uso as molas, quebramR. A. - Assim é; e bem avisados estamos
se faz ante tempo e fora de horas e a mercê
se fazem aos olhos do mundo aqueles que não
se fazem mudança, é para deminuírem
se fazem nas horas próximas, que é quando
se fazerem gente, se metem também em reste
se fiar nas faltas do seu relógio. Porque alguns
se fie de aparências, senhor Relógio, porque
se fingiam, vejam também que nem os pequenos
se fizer à sua hora e a mercê à sua hora, a
se foi castigo ou mercê da natureza anteceder à
se fora homem como sou relógio, que no tempo
se governa pelo Relógio das Chagas...
se governam por eles, e assim vivem sempre
se governava por tal fole de mentiras
se guarda na Torre do Tombo do alto céu, do
se há de parar em vossas mãos, ũa de mestre
se hão-de casar ou não com fulano, e se sicrano
se houve Deus com os homens como as mães
se isto é verdade». O requerente, sem parar
se lá fosse estranho!). Eu ria e arrebentava de
se lá no céu dois planetas, eclipsa-se o sol ou a
se levanta ou se seca. As grandes param e, se
se lhe entregar cada vez que a chamasse
se lhe não dará de prazo ou espera um só
se lhe não executa), ao menos eu lhe queria dar
se lhe pinta à Fortuna deve de ser de engenho de
se-lhe pintar o símbolo de um ministro, pintou
se lhe praz, que fidalguias de mar em fora são
se lhe seria a um de nós permitido (quer fosse
se lhes mostravam; e assim, estes e aqueles
se lhes mude a contínua miséria que os
se liberalmente das felicidades humanas em
se marea, o ouro se denigre, as esmeraldas
se me azaram tantos males. A isto vim, nesta
se me dar de nada. Assim o fiz e amuei-me de
se me desconcerta, cada vez que cuido no
se me há posto nos cascos que os maiores
se me perdoasse. Parece que só para mim anda
se-me ũa alma nova ouvindo-lhe trocar [RF48]
se meta, mande e obre na de seu vizinho. Dizei
se mete! Assi vai tudo direito!
se metem também em reste com os mofinos.
se na minha mão estivesse a faculdade de poder
se não achará um pequeno erro, nem um leve
se não achem enganados uns nem outros. Pois
se não chamar-lho-ei eu.
se não despregava. Entendia eu que o silêncio
se não entremete algum vizinho, trabalhará
se não faz morto, o mesmo touro o mata. Se
se não fazerem as cousas a suas horas.
se não fora antes ser badalo nas choupanas do
se não pode já ser relógio; e, posto que outro
se não poderem fazer as cousas grandes logo
se não podia ser discreto.
se não quer desenganar? O sumo grau da
se não tenha por boa e que não tema de que o ar
se não veja levantada. A roda que se lhe pinta à
se nelas vai tanto de monte a monte a má
se neste ponto o bom do relógio dava com
se-nos com o uso as molas, quebram-se-nos os
se nos convertem de autores a leitores, dizendo
se-nos os dentes com o exercício, as cordas
se nos ouviram!
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e os planetas em suas esferas, como
figuras e a outros cifras; donde
R. C. - Olhai ora cá:
meus sinos, esse dia. Do mesmo modo,
silêncio me podia fazer benquisto, como
grã, com um sono tão quieto como
prender o curso do relógio, porque,
lá no céu dois planetas, eclipsaR. A. - Vedes vós? Pois,
nem agravo. Certo vos digo que,
achem enganados uns nem outros. Pois
comparação com que seja própria):
bem que bom ofício; mas se sabes como
se andasse à hora de estar parado e
desmaiam, os rubis descoram, o aljôfar
aquelas o são e estas nunca. A ninguém
R. C. - E donde, se
R. A. - Que mais claro
segundo obram diversamente do que
compassar e estremar o tempo, por ver
lhe mandarem alcaides à porta. Vendoem sua família para sempre, sem que
ou dissimular seus defeitos; não para
aborrecimento de todas essas cousas que
o que não podes haver...» Romaria que
e negociasse à hora do descansar, se
A. - Dias há que eu conheço que muitos
as castas de nossas teimas. Cada qual
me desconhecia; pois, como lá dizem,
de sua pousada vinte relógios, não
com meus acintes que muitas
R. C. - Até a vós,
que cada um é obrigado a conhecercada qual em seus trajes naturais,
seu adiantamento, pois é certo que, para
se representa muito magnífica, amenhã
lho pode negar e a figura que hoje
R. A. - Bom é saber; e, por mais que
não queria receber tanto. Mas contudo já
M. terá maior bem que bom ofício; mas
crecidos não podem ser maiores, antes,
R. C. - E donde,
e negociasse à hora do descansar,
ficar baixa e aparada: ou se levanta ou
natureza anteceder à morte a velhice, ou
terras e azeites, de que a pintura
se hão-de casar ou não com fulano, e
vejo com engulhos de desgraciado. Salvo
quem os cria. Assim é a memória vendoa um enfadonho e chafurdá-lo? Porque,
ser de ouro, e bálsamo o azeite com que
Mas então eu, que estou de fora,
[RF58] R. C. - EnganamNão perigará em nenhũa, sendo certo que
comecei a fazer tais cousas que o mundo
da campanha a suas horas. Mas que será
valido nem lhe tirou o chapéu. Toparamremediar. Porque, considerai vós agora
O sumo grau da sandice é perdere como ainda hoje [RF63] nas confrarias
São os conceitos como as figuras que
mesura no ar a um ratinho, dera quanto
de saber que nesta casa em que estamos
se nós os atiçássemos - o que me cheira a sem
se nota que nenhum deles é cousa senão
se o estar sempre à dependura me não há-de
se o exército for pago à sua hora, poderá o
se o não fazer nada mal feito pudesse suprir a
se o relógio da sua sala lhe não estivesse
se o relógio pára, o tempo não descansa; e
se o sol ou a lua, e nada de tudo aquilo prejudica
se olharmos bem a cousa, nenhum deles tem
se os grandes [RF61] e os pequenos isto
se os grandes mostram que não são aqueles que
se os não atais a um pesado cepo, em vez de
se paga?
se parasse à hora de ir caminhando, vede que
se perde, o cristal estala, e tudo muda não só a
se pode com rezão pedir conta do que não pode
se pode dizer?
se pode ver, que nas histórias que me contastes
se podia esperar de seu crédito e de sua
se podíamos reger ou encobrir tamanha doudice
se, pois, o triste homem tão afligido, apelou da
se possa perder nem alhear. Por isso se diz
se prezar deles.
se prezaram, e faz como os homens se
se prometeu correndo tromenta jamais foi
se pusesse ao sol à hora da sesta e se à sombra
se queixam do mundo, quando lhe vem fazer
se quer trajar de a seda do costume e a que se
se quereis conhecer o homem, dai-lhe mando.
se queria reger senão pelo do Paço, com que
se queriam mudar de bairro, pelas falcatruas
se quiserdes.
se.
se recolham a sua casa própria, que vem a ser
se regerem e dirigirem a bons fins e a termos
se representa miserável. Mas então eu, que
se representa muito magnífica, amenhã se
se riam de vós (como dizeis), ninguém vos tire
se sabe que é demasiada fanforrice que o ditoso
se sabes como se paga?
se se abalam, é só para a ruína; os que se vem
se se pode dizer?
se se pusesse ao sol à hora da sesta e se à
se seca. As grandes param e, se fazem
se seria melhor enganar a gente com a lisonja
se serve, ela os realça, levanta e ilustra de tal
se sicrano vem da Índia com bons ou maus
se sois de uns hipócritas de desaventuras que
se solta. Quando algũa ponderosa obrigação a
se tal fosse, era melhor ser relógio que cónego
se temperassem. Pois as mulheres e os criados
se tenho os pesos ou o juízo em seu lugar, sofro
se todos; e a rezão é porque cada qual não
se tornam defeitos próprios aqueles que os
se tornou um novelo. Sabia que nos tribunais
se tudo isso for ao revés? Pois que direi? Se a
se um dia na Rua Nova da Palma, que é longa
se um homem bailasse à hora de comer, e
se um pelo ganho do outro.
se usa dados os votos na cor das favas, para
se vazam em moldes: sempre hão-de trazer a
se vê do meu campanário. Porque tal há destes
se vem a curar os mais ilustres relógios da
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se se abalam, é só para a ruína; os que
e a figura, porque
a saúde, sempre foi dele mais guloso, em
R. A. - Não; não me espanto de que
foi verdade, na imaginação dos solitários
bàrbaramente a anteciparam, por
em que todos andam [RF59] por
suas verdades, deu em mentiroso por
R. A. - Nunca ouvistes de um que
o Relógio da Sé, muito em segredo, que
lhe fazem dar, o coitado endoudecera,
tem o valor conforme o lugar. Porque,
mudasse o relógio a parte onde melhor
mas, algũa vez, com alvoroço. Donde
dar que para ter. Muito hei visto; e,
tudo isso for ao revés? Pois que direi?
Deus! Que vos estou dizendo senão isso?
se não faz morto, o mesmo touro o mata.
R. A. calmas aos frios e dos frios às calmas?
e a gentileza, brio, esforço e saúde.
ter portas, todo o animal tinha entrada.
disso, está mais treita ao mau olho.
cadeiras. É esse bom governo do mundo?
próximo dos sinos da minha freguesia.
R. A. - Oh diabo!
nunca achei quem me declarasse a rezão.
R. A. - O Relógio da
vim curar-me, encontrei cá o Relógio da
baixa e aparada: ou se levanta ou se
o Relógio do Paço que entrava muito em
teimas. Cada qual se quer trajar de a
eu fico que nenhum bem vos suceda.
boçal! Pois, se eu vos contara outro
encontrei cá o Relógio da Sé, muito em
e as de campanários nunca foram de
moral, místico e devoto que cada um
o levasse no colo tão honradamente.
que é efeito da paixão e não de zelo, e a
longes e de pertos, de vistas primeiras e
que é a própria verdade do mundo, valem
minha aldea) são os planetas bons e maus
R. A. - Assim determino fazê-lo porque,
aos mais ouvintes os varões apostólicos,
do mundo sem que acabem de o crer,
R. C. - Assim deve de ser,
R. C. - Olhai: os homens,
exércitos. Alojem os sábios ministros (
Ora eu não avogo esta vez por ela, sendo
Estai
R. A. - Esse juízo não é
Leva-o o pecado e o relógio fica muito
para sempre, pois, de hoje por diante, já
mil esfregações de bigorna, que não
R. C. - ...que lá não
R. A. - Não
R. C. - Já
a quem ninguém defende. Todavia não
R. C. - Tente mão: já
[RF40] há trinta anos, não
alta noite quando apenas acudia com as
que, por teima de que seu vizinho não
de seu gosto. Boa ordem! E então, que só
se vem em estado ínfimo procuram avantejar
se vêm diante de muitas figuras ou adiantadas a
se vendo são.
se venham curar, senão de que cuidem que
se verefica. Persuado-me que, do próprio modo
se verem livres das penalidades da vida.
se verem ser de um metal que, quebrado e
se vestir da libré do tempo; e eu, desenganado
se vingava dos cães que lhe ladravam
se vinha emprastar e remedear de mais de mil
se vira.
se vires um quatro com três figuras atrás de si
se visse e mais soasse. Mas o caso era que os
se viu que muitos sábios requestaram a hora
se vos servem algũas das minhas observações
Se a justiça se fizer à sua hora e a mercê à sua
Se a nau partir para a Índia à sua hora e se à
Se, cosendo-se com o chão, não bole nem se
Se elas forem tão sazonadas e merecidas como
Se entre o dia e a noite não houvera um e outro
Se entre o inverno e verão não houvesse de ũa
Se isto algũa vez foi verdade, na imaginação
Se pudera escolher a minha sorte nunca morara
Se terão também disso a culpa os relógios da
Se todos já como eu se acharam tão bem
Se unhas foram relógios, quem se entendera
Se vós, porque de tudo entendeis algũa cousa
Sé em casa do serralheiro?
Sé, muito em segredo, que se vinha emprastar
seca. As grandes param e, se fazem mudança, é
secreto por casa do mestre, donde eu também
seda do costume e a que se costuma, ainda que
Sede relógio, como vossos antepassados; e, se
segredo, ficáreis frio!
segredo, que se vinha emprastar e remedear de
segredo.
seguia. Mas o que melhor me pareceu foi o que
Seguimo-lo com os olhos, todos por emulação
segunda, fruito do negócio e não da manificência
segundas, compõe esta fermosa perspectiva do
segundo estão. Quero dizer que tem o valor
segundo o lugar em que se acham; e o que de si
segundo o que ouço e tenho experimentado nesta
segundo o sentido moral, místico e devoto que
segundo obram diversamente do que se podia
segundo os que eu via aproveitados desde a
segundo temos discorrido, são sôfregos das
segundo vemos) nas ourelas dos tronos, que não
seguro da afeição que vos deve. Porém, vós
seguro de que não há neste mundo cousa tão
seguro em os que como nós estão apeados, por
seguro no seu campanário.
sei como hei-de ser relógio, que até agora o não
sei como sou vivo. De sorte, amigo, que as
sei donde, era ũa vez ũa peça de pano azul que
sei o que aproveitará, porque esse livro lêm os
sei o que vem: erguerem-se as tripeças
sei que feitiços nos dá a solidão que, apesar de
sei que vos trouxeram aqui à força. É mais que
sei se é cheminé ou campanário a casa da minha
seis ou sete.
seja almotacel no couto de Leomil, vem a pé
seja conhecido por fabuloso o pobre Relógio das
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costume e a que se costuma, ainda que
pouco importa que a matéria o não
em que se engendraram. E, quando esta
deles. Para ũa só acção vos peço voto, e
(perdoai tão baixa comparação com que
que cada cousa, por nobre e altiva que
R. C. de quem dizem doutores que é certa
relojoeiro lhes saíra, não lhe pagavam o
é a que deve andar por baixo de tudo
pedaços e cursava todo o dia e noite
e até da censura; porque vós nada lereis
por falta de relógio, andava todo o Paço
R. C. - Isto são termos
do chão ninguém os escuta. Porém,
grande alívio é para nós o sabermos
e fora muito por minha vontade, porque
de barro, os relógios são de ferro e que,
Contentai-vos com ser cristão velho,
o tempo me dá passo a raiva e a inveja
os próprios alentos que respira,
a casa da minha vivenda; e assim,
do Paço, como quem não diz nada. E,
e são como as serpentes que velam
se isto é verdade». O requerente,
perdão, o Relógio da Vila de Belas; ou
Justiça, mas varão justo, não podíeis,
pondo em pés de verdade suas mentiras
tive toda a noite em pé, como centúrios,
os homens desde o princípio do mundo
de andar em sua família para sempre,
rico, encartado, andar muitos anos
nós os atiçássemos - o que me cheira a
como dizem; e cada qual se desengane
Nova da Palma, que é longa, estreita e
R. C. é força que hajam passado muitos dias,
prejudica ao céu. Pagam os campos, as
Foi
quem ũa vez a experimentou
mas que me confundam, eu hei-de tanger
R. C. - Olhai ora cá: se o estar
de estado, os quais eles temperam
nós pôde ser bom seu pensamento, indo
se governam por eles, e assim vivem
mais desculpáveis que as da malícia, ou
guerra porque, descompondo e fingindo
no estâmago. E tal houve que disse tinha
pague! A fama de mentiroso ficará para
R. A. - Essa manha
cada pessoa mais inimigos que amigos,
que naceram e o costume da Corte donde
que, por correr por canos de enxofre,
do manjar por quem perdeu a saúde,
as figuras que se vazam em moldes:
vós, das portas adentro com a Igreja,
vez por ronceiro, outras por estugado,
aquela saudável aranha da consciência,
sòmente advertido mas consertado para
se achava vergonhoso, trabalhava
bem longe de aqui, e me lembrará para
a contínua miséria que os perseguia
fiéis amigos e servidores, dos quais vão
seja de ruim lei e feitio, é a que val mais cara
seja. Estátuas vemos de barro altamente
seja ilustre, pouco importa que a matéria o não
seja para aprovar a eleição que fiz de vosso
seja própria): se os não atais a um pesado cepo
seja, tem sua hora, como vamos averiguando; e
Seja V. M. muito bem vindo. Quem diremos?
selada de gentio com seu azeite e vinagre de
selário.
sem aparecer?
sem atinar jamais com minha obrigação. Donde
sem conserto e eu não quero de outrem ser lido
sem conta nem peso nem medida. O pobre
sem cunhos nem cruzes, que se andam metendo
sem dúvida é o serralheiro que nos vem a
sem dúvida que cada cousa, por nobre e altiva
sem dúvida tenho mão para bargantes e ali fazia
sem embargo dos matizes e tauxias de que
sem esbarrar pela ladeira abaixo da fidalguia
sem inveja nem raiva, muito quietamente.
sem lhe querer relevar o menor intervalo de
sem mais nem mais, mandaram-me ser relógio
sem me dizer a mim cousa algũa, ferrolha a
sem os olhos abertos. Cuidam os descuidados
sem parar, lhe [RF55] respondia, correndo
sem perdão (para melhor dizer), porque nunca
sem perjuízo da república, querer da solidão a
sem pés nem cabeça, prevaleceu de tal modo
sem que acabasse de dar a ũa, sabendo que este
sem que acabem de o crer, segundo obram
sem que se possa perder nem alhear. Por isso
sem querer dotar a sobrinha, no cabo escolhê
sem rezão de duas em carga. Na terra é do
sem se fiar nas faltas do seu relógio. Porque
sem travessa. Um vinha, o outro ia. Tanto que o
Sem embargo, a agradável presença é como
semanas, meses, anos, que são os bancos da
sementeiras e tal vez os homens, as paixões
sempre a Fortuna pintora de pausagens. Assi
sempre a procura. Será porque, nela, entre o
sempre a verdade!
sempre à dependura me não há-de valer para
sempre à sua vontade... De maneira que
sempre ambos correndo à trocada: eu
sempre ao gosto de seu gosto. Boa ordem! E
sempre aquelas o são e estas nunca. A ninguém
sempre as horas da comida, lhe dei mil azos a
sempre as horas na ponta da unha porque, com
sempre comigo, e o falsário será satisfeito
sempre ele a teve; e muitas vezes, cá pelas
sempre eram mais os que a criam que os que a
sempre faltava o tempo para o que era
sempre faz mal ao fígado.
sempre foi dele mais guloso, em se vendo são.
sempre hão-de trazer a própria forma da
sempre lhe fui afeiçoado e, por parte dos
sempre lhes dava desgosto nas horas de seus
sempre lhes ouvimos oferecer a Deus a hora da
sempre, pois, de hoje por diante, já sei como
sempre por falar verdade e ser pontualíssimo
sempre.
sempre.
sempre recebendo o aviso mais importante que
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que vai de figuras a pessoas. As pessoas
que haja de andar em sua família para
por ventura, que os ministros trazem
à ruim suspeita que o povo do meu bairro
de mar em fora são como trigo do mar:
A liberalidade, até do que não val nada,
R. A. R. A. R. A. - Quem tal fizera crer ao
o mau se acha em lugar bom, despede,
de nenhũa outra cousa sirvo cá na cidade
não me espanto de que se venham curar,
não se costuma acudir aos remédios
ora, Deus! Que vos estou dizendo
vemos e donde dizem que já não sairei
vinte relógios, não se queria reger
melhor sabe) que ninguém val pelo que é,
badaladas como galantes; mas não é isso
donde se nota que nenhum deles é cousa
dos acidentes próprios da velhice.
outra de amigo. Não perigará em nenhũa,
relógios, damos horas e mais horas; e
Dir-vo-lo-ei: sou tão mal escançado que,
R. A. - Despois... que,
o domingo; mas pagava-lhes esta demora
a seu campanário, ficou tão aceito como
é muito para notar que eu, que até então
Ora eu não avogo esta vez por ela,
costumava a entrar às sete horas; e, em
Relógio das Chagas era murmurado.
R. C. - Valha-me Deus!
é dar um de nós a hora que dar a contra[RF31] Mas, ó
R. A. - Si,
os Foliões da Arruda que assi desfizera o
do mesmo modo, e dizia gritando: «parai
lhe [RF55] respondia, correndo: «si
a culpa os relógios da cidade? Mas V. M.,
R. A. - Não se fie de aparências,
R. A. - Conserte Deus a V. M.,
[RF44] R. C. - Porque o
Sobretudo vos guarde Nosso
ouvi na minha igreja) que Cristo Nosso
a ũa ou as duas horas - livre-nos Nosso
R. A. R. A. R. C. ceas no paço e nas casas dos grandes
ladeira abaixo da fidalguia, que é a mais
Mas deixemos para outra hora o ler por
outra cousa que nas horas empregasse o
isso são figuras. Adverti que, já neste
os varões apostólicos, segundo o
R. A. - E como
a sua casa própria, que vem a ser a
recolham a sua casa própria, que vem a
R. A. - Não quisera eu
obras -; porque, desde que teve jeito de
palavra, os detinha entre os lançóis, até
e ingratidões, se não fora antes
falar verdade. Mas a nenhum de nós pôde
relojoeiro tal entendesse, antes de
sempre representam o que são e as figuras
sempre, sem que se possa perder nem alhear
sempre sobre si os pesos e os pesares da
sempre teve de minha verdade, não
sempre vale menos que o peor da terra, e lá
sempre valeu muito. Mas que proveito
Sempre os desvarios acharam maré de rosas e
Sempre ouvi dizer que era manha de ministros
senado da minha aldea?
senão benignos, moderados os influxos. Para
senão de escárnio e jogo da gente, ou alvo da
senão de que cuidem que ainda tem cura...
senão depois que os danos são irremediaves
senão isso? Se a nau partir para a Índia à sua
senão para o ferro velho, depois de haver em
senão pelo do Paço, com que dava com as
senão pelo lugar em que o vemos. Até no céu
senão que nos corre a ferrugem pelas rodas
senão representação de cousa, figura e cifra de
Senão, dizei-me: quem poderia apartar-se
sendo certo que se tornam defeitos próprios
sendo estas já mais perto da hora de cada qual
sendo eu dos mais [RF36] anciãos relógios da
sendo geralmente malquisto de meus vezinhos
sendo prontíssimo em dar meia noite as noites
sendo Relógio das Chagas era murmurado
sendo Relógio do Paço me via tão benquisto de
sendo seguro da afeição que vos deve. Porém
sendo tempo de que as desse, eu dissimulava
Sendo assim que nós já de arrependidos
Sendo relógio que tantas horas dais para os
senha à morte ou à Fortuna para que se
senhor, adonde vou que, deixando (como a
senhor, ainda que indigno.
senhor fulano as festas como ele as fazia! Este
senhor fulano, e dizei-me se isto é verdade». O
senhor, isto agora é verdade, que o passado era
senhor Relógio de Belas, com toda sua prática
senhor Relógio, porque dessa maneira nos está
senhor Relógio.
senhor sineiro, a fim de lhe caírem as matinas
Senhor como desejo, etc...
Senhor, e por ele seu sagrado coronista
Senhor: Já ouviríeis a graciosa indecência com
Senhor! - não faltava mais que apedrejá-lo!
Senhor, não!
Senhor Relógio da Cidade, badalemos limpo que
Senhor Relógio de Belas, crede que vos falo
senhores que as quiseram muitos para o jantar
sensabor empreitada que tomam os madraços. E
sentença, e vamo-nos hoje por carta de nomes
sentido. Até os matemáticos diz que chamam
sentido de que nenhum dos caracteres de
sentido moral, místico e devoto que cada um
sentis do outro que, desmentindo o sol o seu
sepultura, donde cada qual vai então só com o
ser a sepultura, donde cada qual vai então só
ser aldemenos o relógio que tal hora lhe desse.
ser algũa coisa, o guardei para vo-lo
ser alto dia. Desesperavam-se de que eu os
ser badalo nas choupanas do Porto de Mugem ou
ser bom seu pensamento, indo sempre ambos
ser colhido na trapaça, foi e [RF53] apeou-me
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por bastardo. Contentai-vos com
tintureiros de afectos, o querem também
A roda que se lhe pinta à Fortuna deve de
muito persuadido de que, por eu
do Paço; que minhas rodas mereciam
que todos andam [RF59] por se verem
ao menos, está em sua mão deixarem de
à censura dos parvos, se não podia
Enfim, tudo aquilo que já é, não cuida de
de velhas lagrimosas, que vem a
R. A. - Esse é o siso e tudo o mais é
trazem seus relógios consigo, por
julgar a aqueles de quem havemos de
R. A. - Não tínheis escrúpulo de
sem conserto e eu não quero de outrem
os que são muito crecidos não podem
de fazer por ser menos do que por
tempo de hoje mais houvera de fazer por
que o ditoso não queira algũa hora
quebrando-lhe a hora na boca, houve de
trabalhava sempre por falar verdade e
correspondendo-me. Quem quereis
e trapaças de aquele tacanho eu hei-de
fizestes doudo? Ensinai-mo pelo que pode
não faça desconto; e que lhe não valha o
não vos canseis que se não pode já
de hoje por diante, já sei como hei-de
Porque, se tal fosse, era melhor
sem mais nem mais, mandaram-me
benquisto de verdadeiro, em tornando a
R. C. - Assim deve de
o ar a espedace e feneça para nunca mais
nas horas próximas, que é quando podem
e ferrugento vejo eu a V. M., para
estatuto da hora de todos e de tudo deve
nossas filhas. Que importa a Dona Fulana
R. A. - Desses devia de
pesados e doentes (como costumam
sobrescrito de boa letra, que mostra
- Ora, pois todos somos de campanário,
ficará para sempre comigo, e o falsário
da campanha a suas horas. Mas que
amigos. Pois que vos [RF47] parece?
vez a experimentou sempre a procura.
horas depois do regedor e presidente
como quere porque, não contentes de
cada vez que o diabo os atenta com
agora (já que nós podemos tanto) se lhe
está passando por nós outros. Vede como
anteceder à morte a velhice, ou se
a criam que os que a duvidavam. Nem
à hora de ir caminhando, vede que tal
ofício e dentro da nossa jurisdição o
reduzia anjos, carrancas, flores e
carrancas; outras vezes, tornava as
não cursam com estrondo e são como as
retirada a águia com sua presa sobre ũa
sem conta nem peso nem medida. O pobre
os escuta. Porém, sem dúvida é o
R. A. - O Relógio da Sé em casa do
terras e azeites, de que a pintura se
que para ter. Muito hei visto; e, se vos
digno daquele ofício, me determinei a
ser cristão velho, sem esbarrar pela ladeira
ser das horas e cada um as tinge à sua vontade
ser de engenho de nora, donde os homens são
ser de ferro e ele tratar em ferraduras, logo
ser de ouro, e bálsamo o azeite com que se
ser de um metal que, quebrado e desfeito, não
ser desgraciados cada vez que o diabo os atenta
ser discreto.
ser; e tudo aquilo que ainda não é, de nenhũa
ser, em suma, os quatro elementos de que se
ser escudeiro de Fernão d'Acha.
ser insígnia do homem de estado, os quais eles
ser julgados! Antes fora caveira de relógio, se
ser ladrão do tempo?
ser lido. Escusai-me a este troco de que me
ser maiores, antes, se se abalam, é só para a
ser mais do que Deus me fizera. O tempo é
ser menos do que por ser mais do que Deus me
ser mofino, persuadido de que as boas andanças
ser o culpado na madorra do valhaco e em vir
ser pontualíssimo em seus ditos, vindo com as
ser? Por qual mandais que vos tenhamos?
ser quem as pague! A fama de mentiroso ficará
ser...
ser rei sábio e imperador potente nem o mandar
ser relógio; e, posto que outro inconveniente
ser relógio, que até agora o não sabia.
ser relógio que cónego de S. Tomé.
ser relógio que governasse a terra sobre a
ser Relógio das Chagas, logo fui tido pela
ser, segundo os que eu via aproveitados desde a
ser soldada.
ser. Também ali vive o batifolha junto do
ser tão grande e tão antigo cortesão, de quem a
ser tão pontualmente observado que não há
ser toda uma tabuleta de ourives: testa de
ser um desmanchado que, dizendo-lhe os
ser) vão devagar, assentam-se em ũa parte
será a carta da própria mão.
será bom que nos vejamos os jogos, como bons
será satisfeito. Não só as rodas me andam
será se tudo isso for ao revés? Pois que direi
Será matéria de restituição desaviar a um
Será porque, nela, entre o entendimento e o céu
serem idos. Era um gosto ouvir lamentar a
serem tintureiros de afectos, o querem também
serem verdadeiros.
seria a um de nós permitido (quer fosse ou não
seria bem emendado o desconcerto, curando-se
seria melhor enganar a gente com a lisonja da
seria pequena vingança deixar (pelo menos) o
seria sua vida, sua saúde e seus negócios!
sermos executores da taxa que Deus pôs à
serpentes a tochas, que ardiam até os cotos, e
serpentes em flores, até que, algũa hora
serpentes que velam sem os olhos abertos
serra, não fazia mais que levantar o triste do
serralheiro dizia que tinha muito que consertar
serralheiro que nos vem a consertar. Sus
serralheiro?
serve, ela os realça, levanta e ilustra de tal
servem algũas das minhas observações ou
servi-lo como pudesse. Chegada a primeira
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que ao rei e à República fazia grande
adulador que, no fim de mil tempos de
amar-nos pelos mais fiéis amigos e
à sua hora, poderá o soldado comer e
ũa vez ũa peça de pano azul que, por não
eles que assaz melhor e mais barato lhes
almotacel no couto de Leomil, vem a pé
dar meia noite as noites da quinta para a
se se pusesse ao sol à hora da
na crecença do dia e logo mortal pela
quartas feiras, e da Virgem do Monte às
princesas? Pois isto mesmo é agora um
grande sumissão, escassamente dava as
vemos nela cada dia celebradas as
sufragâneos se costumava a entrar às
quando apenas acudia com as seis ou
Nesta aldea, em 20 de
tratem tal vez de seu cómodo e tal de
e depois de perdidas, custa tanta dor
de todos», que, com galantaria digna de
que é certa selada de gentio com
Belas? Grandes cousas tenho ouvido de
ao Relógio do Paço que, em subindo a
o pecado e o relógio fica muito seguro no
rezão que os homens tratem tal vez de
depois de mui bem desonrados ele e
que os viam recolher cedo contra
diversamente do que se podia esperar de
que me não injurie pelo que fizer a
que te não apupariam por dar mais de
gloriosos, que tem por certo que tudo o
não deixar perseverar a ninguém no
a gente mais pesada turbulência que
as paixões que passam as estrelas no
o peor da terra, e lá tem de ordinário
eles, e assim vivem sempre ao gosto de
Fazei conta que um rei manda, por
dos tronos, que não estarão aí menos em
ou maus propósitos ou apalavrou lá, em
de fora, se tenho os pesos ou o juízo em
matar o sol porque lhe não enxugara o
que todos tinham péssimo bafo, como
do relógio dava com grande conciência o
ela, acomodava como queria a mão do
das horas, de sua significação e de
cavalo para donde ele vinha. Apressou o
não corre o tempo nem as horas fazem
no cabo, não há nenhum de nós que não dê
vendo-se eles ficar tão inferiores a
Mas a nenhum de nós pôde ser bom
a inocência do relógio e ficando em
hei feito do que tem com madrugadas o
untou as rodas, pelas untar ao carro de
R. A. - Não há vilão que não saiba para
sentis do outro que, desmentindo o sol o
se desengane sem se fiar nas faltas do
se engrampone, que para todos virá
que Cristo Nosso Senhor, e por ele
para louvar a Deus e sobejava para o
morreu ministro do maior tribunal do
abades: engordam as galinhas muito de
sua casa, e se meta, mande e obre na de
tal há destes que, por teima de que
serviço, atalhando assim prosas de soldados
servidão, [RF62] alcançou o ofício por maus
servidores, dos quais vão sempre recebendo o
servir a suas horas, sair e recolher-se da
servir para bodas nem mortuórios, havia mil
serviria de relógio a gula do sancristão ou a
sessenta léguas à corte, gasta o que tem, cansa
sesta, com o que tenho esperdiçado tantas ceas
sesta e se à sombra à hora do soalheiro, se
sesta. O mesmo ferro agudo dá vida na hora que
sestas - que vão mudas à romaria espreitando o
sesudo.
sete. E, como também tinha entendido que o
sete horas canónicas; assi, vemos fazer
sete horas; e, em sendo tempo de que as desse
sete.
Setembro de 1654.
seu adiantamento, pois é certo que, para se
seu apartamento? Vem [RF60] então a velhice
seu autor, se esmera muito em provar, com
seu azeite e vinagre de Mafoma.
seu bom gosto! Dizem por cá, finalmente, que V
seu campanário, ficou tão aceito como sendo
seu campanário.
seu cómodo e tal de seu adiantamento, pois é
seu compitidor, ei-los amigos. Pois que vos
seu costume, aí vos gabo eu que tinha as
seu crédito e de sua doutrina.
seu descontentamento. Tomo-vos por meu juiz
seu direito.
seu é melhor que o da outra gente. Não matou
seu engano.
seu esquecimento. Donde procede trocarem os
seu firmamento e os planetas em suas esferas
seu fortum, donde é conhecido por bastardo
seu gosto. Boa ordem! E então, que só seja
seu gosto, que cada oficial deixe a sua tenda
seu lugar do que os homens desenganados
seu lugar, mestiça, filha de baneane. Juro-vos
seu lugar, sofro que a figura represente sua
seu mantéu enrocado. Esta é ũa relé de
seu marido. A Fortuna, melhor engenheira que
seu meio dia, a cujo som os ouvintes alimpavam
seu mostrador.
seu nome. Assim, vemos nela cada dia
seu o requerente, trotou... trotou o valido
seu ofício, só porque não ouvem o relógio da
seu par de badeladas.
seu parceiro. Julgavam por grande ventura que
seu pensamento, indo sempre ambos correndo à
seu ponto a poltronaria do sineiro!
seu próprio ofício. Aos lampeiros me fazia
seu proveito; jamais me limpou, temendo sujar
seu proveito.
seu relógio, jurava e trejurava que o sol era
seu relógio. Porque alguns há que não cursam
seu S. Martinho. Lembra-me ouvir contar no
seu sagrado coronista, chamou hora sua à hora
seu sono. A cidade andava revolta com sua
seu tempo.
seu vagar, e matam primeiro a que está mais
seu vizinho. Dizei-me: haveria maior confusão
seu vizinho não seja almotacel no couto de
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emulação, eu só por curiosidade porque
da morte. Mas Cristo, como sacrificou a
da libré do tempo; e eu, desenganado de
que está o princepe repousando nos
que, na maior parte desta gente e
R. A. - Si é, para emendar ou dissimular
falar verdade e ser pontualíssimo em
afirmam que lhes não falece a reposta de
que, a cada passo, em o que julgam de
de ordinário, os glutões vem a pagar
os perigosos cornos da lua em os de
o sinal para que lhe acudissem a falar
pouco fosse assim sublimado à vista de
modo que ao homem só o envestem
pesado cepo, em vez de entreterem com
vede que tal seria sua vida, sua saúde e
uns por tomarem os ofícios que não são
de brandíssima pena, guardado dos
si afim de as dispenderem, vãmente, em
sempre lhes dava desgosto nas horas de
seus inimigos, ao homem só o assaltam
gumes. Nunca lhe dei hora a propósito de
todos os que nos governam trazem
que, governando eles como querem a
(como comediantes), cada qual em
nas conversações com pés de lã, como
das horas da vida. Reservam todas para
que os arquitectos queriam obras para
o lugar em que se acham; e o que de
nos cornos um pecador, se ele por
que aqueles baixos materiais que em
de autores a leitores, dizendo-nos de
que os ministros trazem sempre sobre
lhe [RF55] respondia, correndo: «
um quatro com três figuras atrás de
[RF34] R. A. R. C. R. A. do Padre aquela hora da morte para
se hão-de casar ou não com fulano, e se
faz grande estimação das horas, de sua
e os pesares da república e que a língua,
grão limpo das palavra boas, honestas e
se não despregava. Entendia eu que o
R. C. - Jurais vós de manter
fiados no relógio que ainda não dera ou
encobrir a dos corações e para dizer
Por mim, não, mas por outros melhores
pintor astuto, mandando-se-lhe pintar o
mão não está mais que apontar e dar
de dar a ũa, sabendo que este era o
[RF44] R. C. - Porque o senhor
e ficando em seu ponto a poltronaria do
nas choupanas do Porto de Mugem ou
república e que a língua, significada no
para casa, atordoados do medo e dos
ainda sou parente muito próximo dos
de quatro réis, vos enxira na árvore dos
bem que fazer nos repiques dos meus
hora sua. Mas isto basta de mandato, e
entendeis que sou, de nenhũa outra cousa
R. A. - Esse é o
que «na doudice só consiste o
seu voo me não competia. Quando nisto, eis que
Seu Eterno Pai todas as horas da vida, por isso
seus aplausos, vendo-me velho e com os pés
seus colchões de brandíssima pena, guardado
seus costumes, mora a superstição e hipocresia
seus defeitos; não para se prezar deles.
seus ditos, vindo com as horas muito a suas
seus embustes: se hão-de casar ou não com
seus escritos, se nos convertem de autores a
seus excessos. Para beatas do meu bairro era
seus exércitos. Alojem os sábios ministros
seus galantes. Logo em vendo que falavam
seus iguais e que a mais nobre das aves, o rei
seus inimigos, ao homem só o assaltam seus
seus jogos, são proluxos e daninhos contra
seus negócios!
seus, outros por fazerem o que não sabem.
seus paramentos de finíssima grã, com um sono
seus passatempos. E, porque tomam e gastam
seus passatempos. Tafuis não tinham comigo
seus pensamentos, entre os quais não há
seus propósitos; porque vim a entender por
seus relógios consigo, por ser insígnia do
seus relógios, se governam por eles, e assim
seus trajes naturais, se recolham a sua casa
sevandilhas em casa de jogo. Por onde toda a
si afim de as dispenderem, vãmente, em seus
si, ainda que para os outros fossem de
si é bom, posto em ruim parte influi
si mesmo se não faz morto, o mesmo touro o
si não são outra cousa que tábuas, lenços
si o que nós havíamos de dizer deles. Para ũa só
si os pesos e os pesares da república e que a
si senhor, isto agora é verdade, que o passado
si, valerá quatro mil, e se detrás de todas
Si é, para emendar ou dissimular seus defeitos
Si, grande cousa é que as figuras vão atrás ou
Si, senhor, ainda que indigno.
Si sòmente e lhe chamou hora sua, como por ele
sicrano vem da Índia com bons ou maus
significação e de seu nome. Assim, vemos nela
significada no sino para baixo, é a que deve
significativas se entremeta a ervilhaca e joio
silêncio me podia fazer benquisto, como se o
silêncio?
sim dera, os fazia recolher por chuvas, neves e
sim ou não, tendo as brancas por afirmativa e
sim; porque todos os que nos governam trazem
símbolo de um ministro, pintou um relógio ao
sinal a qualquer dos executores que o céu tem
sinal para que lhe acudissem a falar seus
sineiro, a fim de lhe caírem as matinas baixas
sineiro!
sino de cortiça na charneca de Monte Argil. Mas
sino para baixo, é a que deve andar por baixo
sinos da meia noite. Caçadores, tenho enterrado
sinos da minha freguesia. Se todos já como eu
sinos de S. Pedro in Vaticano. Fazei de vos
sinos, esse dia. Do mesmo modo, se o exército
sirva de maior realço ao ofício e nome das
sirvo cá na cidade senão de escárnio e jogo da
siso e tudo o mais é ser escudeiro de Fernão
siso».
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prudente (quanto mais cristão!) que,
perde, o cristal estala, e tudo muda não
que nós havíamos de dizer deles. Para ũa
comigo, e o falsário será satisfeito. Não
como os homens se despeçam da vida não
a sepultura, donde cada qual vai então
o outro, antigamente, que «na doudice
fazia peor. Já namorados! Isso foi ũa
R. C. - Adeus; e ũa
e, assentando que vivo só e que como
tornar atrás; e, assentando que vivo
R. C. - Muitas vezes me assombro
a essa mesma hora de sua morte chamou
só e que como só discurso e que como
se lhe não dará de prazo ou espera um
só o envestem seus inimigos, ao homem
que, do próprio modo que ao homem
ser maiores, antes, se se abalam, é
erro que se me perdoasse. Parece que
que tantas horas dais para os outros,
com os olhos, todos por emulação, eu
fim com que escrevi este apólogo foi
e não dou as horas que havia de dar,
o tempo nem as horas fazem seu ofício,
para casa: sofre como [RF68] bom não
por sua conta todas as horas da vida,
de nossas horas, vendo que a Igreja, não
de seu gosto. Boa ordem! E então, que
que vos deve. Porém, vós, em tudo não
à hora da sesta e se à sombra à hora do
de verão à sombra e de inverno ao
a parte onde melhor se visse e mais
Faltava o tempo para louvar a Deus e
a fúria dos afectos, se deminuisse a
de ordinário sãos, ágeis e robustos, a
[RF56] em outra e enfim, enfim, lá
suas figuras, os adornou a ambição ou a
agora nos parecem altos montes, agora
requebros em querelas e conceituarem
ser relógio que governasse a terra
fez termo, eis que vem sùbitamente
hora de conversação, choviam horas
me ides desonrando de caduco. Pois,
que os ministros trazem sempre
tão meus afeiçoados que tomavam
que, retirada a águia com sua presa
embargo, a agradável presença é como
alto que ele viva, que, por forrar de
a faculdade de poder tomar ofício. Mas,
andar muitos anos sem querer dotar a
todas empeciam. Pois logo eu a estas as
Vou e desando. Par Deus, que
ũa só cousa te peço que leves para casa:
homens, segundo temos discorrido, são
tenho os pesos ou o juízo em seu lugar,
com engulhos de desgraciado. Salvo se
vós (como dizeis), ninguém vos tire que
à hora do descansar, se se pusesse ao
o seu relógio, jurava e trejurava que o
hora com hora. Ainda os louros raios do
como sentis do outro que, desmentindo o
lá no céu dois planetas, eclipsa-se o
só a fim de levar este passo um pouco mais
só a forma mas a sustância do que era.
só acção vos peço voto, e seja para aprovar a
só as rodas me andam todas ao redor, ou me
só com conformidade mas, algũa vez, com
só com o cabedal que lhe deu a natureza
só consiste o siso».
só cousa! Fiz deles gato sapato. Filhas de
só cousa te peço que leves para casa: sofre
só discurso e que como só entendo, ficará logo
só e que como só discurso e que como só
só em cuidar que está o princepe repousando
só, em sua vida, hora sua. Mas isto basta de
só entendo, ficará logo corrente a confiança da
só instante além de aquele que lhe está assinado
só o assaltam seus pensamentos, entre os quais
só o envestem seus inimigos, ao homem só o
só para a ruína; os que se vem em estado
só para mim anda o mundo concertado!
só para vós falta ũa hora!
só por curiosidade porque seu voo me não
só por divertir-me dos penosos cuidados que há
só porque não lembre a ninguém nem saibam
só porque não ouvem o relógio da vizinhança
só que te consertem os erros mas os mesmos
só querem dar a Deus a hora de sua morte. Por
só santa mas sapiente, em muitas partes faz
só seja conhecido por fabuloso o pobre Relógio
só varão da Justiça, mas varão justo, não
soalheiro, se andasse à hora de estar parado e
soalheiro, sucedia que, quando algum de aqueles
soasse. Mas o caso era que os arquitectos
sobejava para o seu sono. A cidade andava
sobejidão do amor da vida, e o homem fosse
sobem de um fôlego. Os velhos, fracos, pesados
sobem também. O ano é esta calçada longa e
soberba.
soberbos edifícios, tal vez rios caudalosos e tal
sobre a ligeireza com que passam as horas do
sobre a minha palavra. Eu, vendo-me donde
sobre ele o castigo. Leva-o o pecado e o relógio
sobre eles. Punha-se-me ũa alma nova ouvindo
sobre me haverdes ouvido toda esta pregação
sobre si os pesos e os pesares da república e
sobre sua conciência a minha verdade
sobre ũa serra, não fazia mais que levantar o
sobrescrito de boa letra, que mostra será a
sobressaltos e ingratidões, se não fora antes
sobretudo, admirado me tem essa vossa
Sobretudo vos guarde Nosso Senhor como
sobrinha, no cabo escolhê-la por mulher
socorria com horas a tempo nem a horas
soei como outra cousa! Tão pontualmente
sofre como [RF68] bom não só que te
sôfregos das horas da vida. Reservam todas
sofro que a figura represente sua valia e sua
sois de uns hipócritas de desaventuras que, por
sois relógio velho da cidade por quem, havendo
sol à hora da sesta e se à sombra à hora do
sol era errado?
sol não pungiam nos beiços do Oriente já eu
sol o seu relógio, jurava e trejurava que o sol
sol ou a lua, e nada de tudo aquilo prejudica ao
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o nosso Barraça, que queria matar o
R. A. - Juro pelo alto
à candea que horas eram pelo relógio do
a espedace e feneça para nunca mais ser
o exército for pago à sua hora, poderá o
serviço, atalhando assim prosas de
chusma dos matutinos, fui peçonha. E
contrário duvidoso. Isto apeteces? Isto
sem perjuízo da república, querer da
Todavia não sei que feitiços nos dá a
algũa vez foi verdade, na imaginação dos
quem já disse o ditado castelhano, que «
os cria. Assim é a memória vendo-se
grande conciência o seu meio dia, a cujo
se pusesse ao sol à hora da sesta e se à
valhacos e vadios, de verão à
se averiguara com as luzes ou com as
quanto mais que eu não sairei de aqui
do Padre aquela hora da morte para Si
todas estas rezões se derigiam a vós
R. C. - Ora, pois todos
sorte nos sucede, porque, desde que
R. C. - Dir-vos-ei: todos
de que neste tempo se adornam, todos
para louvar a Deus e sobejava para o seu
paramentos de finíssima grã, com um
acatarroados e fora de horas, cheos de
bigorna, que não sei como sou vivo. De
nenhum tão cobarde que deixe de fazer
e aos mais valeu pouco. Da mesma
ao mau olho. Se pudera escolher a minha
volta e, sumindo o curso, guisava de tal
Vaticano. Fazei de vos prezar de vossa
R. A. - De que
E, então, porque pela culpa alhea eu não
e tão prático como entendeis que
R. A. - Vilão
afeiçoado e, por parte dos metais, ainda
éramos capazes de fiar tão delgado. Eu
Digo-vos que, se fora homem como
R. C. - Dir-vo-lo-ei:
de bigorna, que não sei como
R. A. - Quem gostareis vós que eu vos saia?
a dará boa do que não quis ou não
queria dar aquela que podia. Já como eu
Ao Doutor António de
ele seu sagrado coronista, chamou hora
Destrocou-nos, tornando cada um a
oficial deixe a sua tenda, cada morador
em seus trajes naturais, se recolham a
para Si sòmente e lhe chamou hora
da terra andem tão atilados que vós, em
tão meus afeiçoados que tomavam sobre
E, porque tomam e gastam por
que se podia esperar de seu crédito e de
o diabo do charlatão a converter
à Fortuna para que se cheguem e façam
são morgado que haja de andar em
V. M. me diga como se chama, que
sofro que a figura represente sua valia e
nau partir para a Índia à sua hora e se à
a justiça se fizer à sua hora e a mercê à
sol porque lhe não enxugara o seu mantéu
sol que nos governa e assim eu me veja livre da
sol.
soldada.
soldado comer e servir a suas horas, sair e
soldados faladores, queixas de letrados
solicitador havia na vizinhança tão presumido
solicitas?
solidão a posse; contentai-vos com a
solidão que, apesar de esses inconvenientes
solitários se verefica. Persuado-me que, do
solo Diós acierta a reglar con regla tuerta»
solta. Quando algũa ponderosa obrigação a não
som os ouvintes alimpavam os pés à
sombra à hora do soalheiro, se andasse à hora
sombra e de inverno ao soalheiro, sucedia que
sombras, passando intempestivamente da
sòmente advertido mas consertado para sempre
sòmente e lhe chamou hora sua, como por ele
sòmente, não pus aqui palavra que não fosse de
somos de campanário, será bom que nos
somos relógios, damos horas e mais horas; e
somos relógios e sabemos que não há cousa que
somos sujeitos ao mugre e à ferrugem. Gastam
sono. A cidade andava revolta com sua
sono tão quieto como se o relógio da sua sala
sono, vazios de dinheiro. Enfim, procurava de
sorte, amigo, que as mentiras e trapaças de
sorte naquele a quem ninguém defende. Todavia
sorte nos sucede, porque, desde que somos
sorte nunca morara em grimpa.
sorte o movimento que chegava ele duas horas
sorte, que assim fazem os honrados.
sorte?
sou a mesma pontualidade, em lugar dos pesos
sou, de nenhũa outra cousa sirvo cá na cidade
sou; não há aí negá-lo, que é a peor das vilanias.
sou parente muito próximo dos sinos da minha
sou relógio cristão e louvo a Deus por tão
sou relógio, que no tempo de hoje mais houvera
sou tão mal escançado que, sendo eu dos mais
sou vivo. De sorte, amigo, que as mentiras e
Sou, com perdão, o Relógio da Vila de Belas; ou
Sou esse cansado, esse negro, esse maldito
soube fazer, tendo cargo de saber e de querer
soubesse que homem casado com mulher brava
Sousa Tavares,
sua à hora de sua morte.
sua antiga casa. Porém, é muito para notar que
sua casa, e se meta, mande e obre na de seu
sua casa própria, que vem a ser a sepultura
sua, como por ele disse o Evangelista S. João
sua comparação, monteis deslustrosa, ou
sua conciência a minha verdade, afirmando que
sua conta todas as horas da vida, só querem
sua doutrina.
sua eloquência contra o relógio, afirmando que
sua execução.
sua família para sempre, sem que se possa
sua gentil presença me promete grande achado
sua grandeza, enquanto lha deixam, e depois
sua hora a for esperar a armada, [RF66] a nau
sua hora, a justiça parecerá bem e a mercê
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RF59
RF62
RF56
cousa, por nobre e altiva que seja, tem
permitido (quer fosse ou não chegada a
tamalavez, com a idade lhe chega
o descanso, a fome e a fartura, tudo tem
Pois que direi? Se a justiça se fizer à
isso? Se a nau partir para a Índia à
sabemos que não há cousa que não tenha
como S. João que também Cristo teve
mesmo modo, se o exército for pago à
isso se diz, vulgarmente, que tudo tem
R. C. - Porque vendem a
os pés à conversação - alce Deus
a desgraça, não há quem os despeça de
sumárias até que, chegada a hora em que
tenho inveja porque, ao menos, está em
sua morte chamou só, em sua vida, hora
vontade que a essa mesma hora de
da vida, só querem dar a Deus a hora de
coronista, chamou hora sua à hora de
nas cousas curiais que, ouvindo de
V. M., senhor Relógio de Belas, com toda
eis que vemos que, retirada a águia com
João; em a qual hora morreu tanto por
da hora que o está esperando, como hora
o seu sono. A cidade andava revolta com
um sono tão quieto como se o relógio da
vai dessimulando muito bem a causa de
caminhando, vede que tal seria sua vida,
faz grande estimação das horas, de
por seu gosto, que cada oficial deixe a
já mestre de relógios, não ferravam na
aos ministros e, no cabo, volta-se a
del rei, aí era homem e aí era a
seu lugar, sofro que a figura represente
depois de enganar ao rei todo o tempo de
lhe sucedia. Choravam-se, diziam mal à
mesma hora de sua morte chamou só, em
de ir caminhando, vede que tal seria
os quais eles temperam sempre à
ser das horas e cada um as tinge à
que o céu tem na terra, para que façam
fazer em ti, a bel-prazer, toda a
no seu firmamento e os planetas em
tramóias com que, para representarem
de fazer as cousas que fazê-las fora de
fazer as cousas grandes logo em
seus ditos, vindo com as horas muito a
horas, sair e recolher-se da campanha a
provém de se não fazerem as cousas a
hora, poderá o soldado comer e servir a
minhas verdades, ele, aplaudido pelas
ao pecador que, pondo em pés de verdade
mui nobre ferro, fidalgo biscaínho, com
que mais virtude pode ter ũa de
mais a peste grande que esses, com
vendo que nas Chagas lhe não valiam
já toma entojo ao leite que por tão
livre da lima e do martelo deste vilão,
ao revés ao Relógio do Paço que, em
rãs e de outros cágados que o viam ir
pudera viver, passando desordenada e
que sua liberdade fez termo, eis que vem
um animal tão para pouco fosse assim
sua hora, como vamos averiguando; e que corre
sua hora) dar-lhe com a hora nos focinhos a um
sua hora de velhice, contra quem não valem
sua hora; donde procede que não é fora de rezão
sua hora e a mercê à sua hora, a justiça
sua hora e se à sua hora a for esperar a armada
sua hora no mundo. O rir, o chorar, o trabalho e
sua hora, notificando-a por tal a todos os
sua hora, poderá o soldado comer e servir a
sua hora.
sua ignorância por mistério; e, como ninguém
sua ira! - então começava o diabo do charlatão
sua larga companhia; aqueles não se conformam
sua liberdade fez termo, eis que vem
sua mão deixarem de ser desgraciados cada vez
sua. Mas isto basta de mandato, e sirva de
sua morte chamou só, em sua vida, hora sua
sua morte. Por esta causa, quando aos mais
sua morte.
sua pousada vinte relógios, não se queria reger
sua prática vai dessimulando muito bem a causa
sua presa sobre ũa serra, não fazia mais que
sua própria vontade que a essa mesma hora de
sua.
sua revolução. Deram-lhe na trilha ao inocente
sua sala lhe não estivesse contando e
sua santa vinda.
sua saúde e seus negócios!
sua significação e de seu nome. Assim, vemos
sua tenda, cada morador sua casa, e se meta
sua tenda; e os moradores, sabendo quão mal
sua terra, e por dois magustos que ambos
sua total desesperação deles, porque fazia de
sua valia e sua grandeza, enquanto lha deixam
sua valia, quando lhe mete, entre outras, a
sua vida, a hora em que naceram e o costume
sua vida, hora sua. Mas isto basta de mandato
sua vida, sua saúde e seus negócios!
sua vontade... De maneira que, governando eles
sua vontade; mas isso não lhes val.
sua vontade. Mas não há dúvida que sucedem
sua vontade, toma as de Vila Diogo para a tua
suas esferas, como se nós os atiçássemos - o
suas figuras, os adornou a ambição ou a
suas horas. A sangria é saudável na crecença
suas horas, e que por isso se fazem nas horas
suas horas. E porque o adro da minha igreja já
suas horas. Mas que será se tudo isso for ao
suas horas.
suas horas, sair e recolher-se da campanha a
suas mentiras.
suas mentiras sem pés nem cabeça, prevaleceu
suas misturas de aço de Milão, cavaleiro
suas orações a tal que a tal hora? E velha
suas presunções e profias, tem morto de
suas verdades, deu em mentiroso por se vestir
suave alimento até então recebia. Fazei conta
sub cujo poder nos vemos.
subindo a seu campanário, ficou tão aceito como
subindo, vendo-se eles ficar tão inferiores a
sùbitamente das calmas aos frios e dos frios às
sùbitamente sobre ele o castigo. Leva-o o
sublimado à vista de seus iguais e que a mais
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é por essa, eu fico que nenhum bem vos
certo que, entre os homens, o mesmo
que eram danados? Pois o próprio
mais valeu pouco. Da mesma sorte nos
sua vontade. Mas não há dúvida que
fui tido pela mesma fraude e mentira;
por isso que ides dizendo, o que lhe vi
horas minguadas, muitas vezes me
e ledo os enojados para capuzes. Pois
não era nada em comparação do que lhe
licenciados enfadonhos, quando tal lhe
à sombra e de inverno ao soalheiro,
«as horas peremptórias», «as horas
R. C. - As cores das horas lhes dão os
um novelo. Sabia que nos tribunais meus
proveito; jamais me limpou, temendo
que, quando por mais não fora que estar
não houvera que esse de estar
neste tempo se adornam, todos somos
de velhas lagrimosas, que vem a ser, em
baixo da capa lhe vai fazendo as culpas
sabeis que fazia? Furtava-lhe a volta e,
negócio até às nove e, então, com grande
o mundo, que se não quer desenganar? O
depois de haver em vão tomado mil
as ministramos de ũa cor própria. A
desta gente e seus costumes, mora a
uma hora o expediente dos tribunais. E
se o não fazer nada mal feito pudesse
é o serralheiro que nos vem a consertar.
testemunhos, tantos que, juntos à ruim
e tudo muda não só a forma mas a
R. C. - Tá,
R. C. - Tá, tá,
R. C. que passou por ali um rei com um
de ovos, não havia doze horas na minha
que em si não são outra cousa que
Que importa a Dona Fulana ser toda uma
R. C. - E o
que as mentiras e trapaças de aquele
desgosto nas horas de seus passatempos.
da vaidade, brevemente comecei a fazer
A. - Direi; porque, na comédia do tempo,
jantar às onze horas, hei feito
Cristo teve sua hora, notificando-a por
ao ofício e nome das horas confessar um
homens tratem tal vez de seu cómodo e
R. A. - Merecia
que para ele a não haja nem para el-rei
foi feito; e, como o mestre relojoeiro
R. A. - Quem
porque a gente se governava por
um enfadonho e chafurdá-lo? Porque, se
quanto se vê do meu campanário. Porque
pode ter ũa de suas orações a tal que a
quisera eu ser aldemenos o relógio que
na algibeira [RF42] mas no estâmago. E
a estes licenciados enfadonhos, quando
sem pés nem cabeça, prevaleceu de
serve, ela os realça, levanta e ilustra de
Recebia este notaves cortesias de outro
virtude pode ter ũa de suas orações a
suceda. Sede relógio, como vossos
sucede cada dia. Não se enforque o desprezado
sucede entre os homens. Donde, em nossos
sucede, porque, desde que somos relógios
sucedem cousas graciosas e que parecem feitas
sucedendo-lhe ao revés ao Relógio do Paço que
suceder a um cágado com ũa águia, lá em certa
sucedeu que, em lugar de dar ũa e duas, dava
sucedeu que passou por ali um rei com um
sucedia ao coitado do verdadeiro Relógio
sucedia. Choravam-se, diziam mal à sua vida, a
sucedia que, quando algum de aqueles poltrões
sucessivas», «são horas», «a que horas»
sucessos, como já foi costume de algũa gente
sufragâneos se costumava a entrar às sete
sujar-se. E, então, porque pela culpa alhea eu
sujeito à censura dos parvos, se não podia ser
sujeito um relógio de bem a o não quererem
sujeitos ao mugre e à ferrugem. Gastam-se-nos
suma, os quatro elementos de que se compõe e
sumárias até que, chegada a hora em que sua
sumindo o curso, guisava de tal sorte o
sumissão, escassamente dava as sete. E, como
sumo grau da sandice é perder-se um pelo
suores de fornalha, dois mil banhos de forja e
superstição dos homens lhas pinta como quere
superstição e hipocresia. Preguntai que mais
suposto que as ampulhetas ou relógios de
suprir a obrigação dos que são obrigados a
Sus, calemos!
suspeita que o povo do meu bairro sempre teve
sustância do que era.
tá, tá! V. M. é o Relógio de Belas? Grandes
tá! V. M. é o Relógio de Belas? Grandes cousas
Tá, tá, tá! V. M. é o Relógio de Belas? Grandes
tabardo da mesma cor. Não quiseram mais os
tabuada do sábado para o domingo; mas pagava
tábuas, lenços, terras e azeites, de que a
tabuleta de ourives: testa de prata, cabelos de
tacanho adulador que, no fim de mil tempos de
tacanho eu hei-de ser quem as pague! A fama de
Tafuis não tinham comigo medra; porque, fiados
tais cousas que o mundo se tornou um novelo
tais são já nossos tempos e feitos, que todos
tais trapaças e de tão bom humor que me
tal a todos os viventes, para que não haja
tal coronista como S. João que também Cristo
tal de seu adiantamento, pois é certo que, para
tal dia e hora engastoada em ouro!
tal enfadamento? Ora deixai-me a mim com
tal entendesse, antes de ser colhido na trapaça
tal fizera crer ao senado da minha aldea?
tal fole de mentiras. Finalmente, choviam os
tal fosse, era melhor ser relógio que cónego de
tal há destes que, por teima de que seu vizinho
tal hora? E velha conheci já que ensinava às
tal hora lhe desse.
tal houve que disse tinha sempre as horas na
tal lhe sucedia. Choravam-se, diziam mal à sua
tal modo que à calúnia cedeu a inocência, e o
tal modo que agora nos parecem altos montes
tal pretendente. Foi despachado como quis e
tal que a tal hora? E velha conheci já que
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afirmando que não eram as onze, e que
à hora de ir caminhando, vede que
a volta e, sumindo o curso, guisava de
de mal de estâmago e de ourina e,
é fora de rezão que os homens tratem
edifícios, tal vez rios caudalosos e
céu. Pagam os campos, as sementeiras e
altos montes, agora soberbos edifícios,
vos gabo eu que tinha as bênçoas certas.
R. A. - Par Deus!
colo de cristal? Pois, em se descuidando
por ver se podíamos reger ou encobrir
um tal coronista como S. João que
É esse bom governo do mundo? Se terão
o requerente, trotou... trotou o valido
que, por se fazerem gente, se metem
em secreto por casa do mestre, donde eu
Zomba V. M., porque me vê aldeão. Pois
em outra e enfim, enfim, lá sobem
parte influi nocivamente. Ao contrário,
não são aqueles que se fingiam, vejam
serem tintureiros de afectos, o querem
escassamente dava as sete. E, como
R. C. - Logo, relógio é
próximas, que é quando podem ser.
R. A. - Hui!
R. A. mas que me confundam, eu hei-de
de gozadas e depois de perdidas, custa
a sesta, com o que tenho esperdiçado
R. C. - Valha-me Deus! Sendo relógio que
da perseguição e o negro da zombaria; e
R. A. - Estou
das cortes e cidades, se nelas vai
menos, porque delas não queria receber
que fiz de vosso nome, por que, entre
S. João; em a qual hora morreu
estado ínfimo procuram avantejar-se, e
A. - Dizia eu agora (já que nós podemos
e sem travessa. Um vinha, o outro ia.
divertir-me dos penosos cuidados que há
descansado e ligeiro, façam os mortais
sancristão, por quem se me azaram
me levantou mil falsos testemunhos,
seguro de que não há neste mundo cousa
que, em subindo a seu campanário, ficou
à porta. Vendo-se, pois, o triste homem
a minha verdade, afirmando que nunca
e que, por isso, o mundo [RF52] andava
R. A. - Muito me alegrastes com
vejo eu a V. M., para ser tão grande e
de que os mais relógios da terra andem
eu a memória aos bugios (perdoai
Se todos já como eu se acharam
de Cristo. Com os requerentes me não ia
até então sendo Relógio do Paço me via
presença me promete grande achado em
onze horas, hei feito tais trapaças e de
entre os quais não há nenhum
R. C. - Fígados há aí
havia sabido que éramos capazes de fiar
em nossos tempos, já houve algum
deu ũa desenteria ao Relógio do Paço,
tal relógio merecia queimado e cortada a mão
tal seria sua vida, sua saúde e seus negócios!
tal sorte o movimento que chegava ele duas
tal vez, a muito reverendas apoplexias, donde
tal vez de seu cómodo e tal de seu adiantamento
tal vez fresquíssimos arvoredos.
tal vez os homens, as paixões que passam as
tal vez rios caudalosos e tal vez fresquíssimos
Tal havia que ao meu consertador julgava digno
Tal hora teve bom gosto!
tamalavez, com a idade lhe chega sua hora de
tamanha doudice? Porque não val a desculpa
também Cristo teve sua hora, notificando-a por
também disso a culpa os relógios da cidade
também; ele correu, correu o valido, do mesmo
também em reste com os mofinos.
também jazia por travessuras, mas já
também lá dizem que cantam as moças
também. O ano é esta calçada longa e áspera de
também quando o mau se acha em lugar bom
também que nem os pequenos são aqueles que se
também ser das horas e cada um as tinge à sua
também tinha entendido que o despacho se
também V. M.?
Também ali vive o batifolha junto do sapateiro
Também lá chegam esses desmanchos?
Também nesta pouquidade nos trapaceam os
tanger sempre a verdade!
tanta dor seu apartamento? Vem [RF60] então a
tantas ceas no paço e nas casas dos grandes
tantas horas dais para os outros, só para vós
tantas são as pedradas que me tem tirado
tanto da vossa parte nessa parte que se me há
tanto de monte a monte a má malícia.
tanto. Mas contudo já se sabe que é demasiada
tanto merecimento, ficasse dessimulada a curta
tanto por sua própria vontade que a essa
tanto se esforçam até que se estiram. Enfim
tanto) se lhe seria a um de nós permitido (quer
Tanto que o requerente (ou despachado) viu o
tantos anos me acompanham ou, por melhor
tantos excessos que, querendo voar por donde
tantos males. A isto vim, nesta afronta me
tantos que, juntos à ruim suspeita que o povo
tão abatida que algũa hora se não veja
tão aceito como sendo Relógio das Chagas era
tão afligido, apelou da violência para a
tão ajustado andara, como então, o Relógio do
tão ajustado, porque a gente se governava por
tão alto discurso. Certo que não havia sabido
tão antigo cortesão, de quem a fama publica mil
tão atilados que vós, em sua comparação
tão baixa comparação com que seja própria): se
tão bem instruídos no que lhes convém, nenhum
tão bem porque os mais, vendo-se
tão benquisto de verdadeiro, em tornando a ser
tão boa companhia.
tão bom humor que me puderam levantar
tão cobarde que deixe de fazer sorte naquele a
tão danados que da água pura e clara fazem
tão delgado. Eu sou relógio cristão e louvo a
tão desapiedado que disse não havia vingança
tão desordenada que ninguém o julgou à vida.
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esta canalha fui falsário e que as trouxe
Porque já me teve este ponto
castigasse com o regalo - que há gente
Porque não há cousa na boca dos homens
nove. Não há carreira de lebre do Alfeite
e ferrugento vejo eu a V. M., para ser
Eu sou relógio cristão e louvo a Deus por
o rei dos pássaros, o levasse no colo
os viventes, para que não haja algum
o viam ir subindo, vendo-se eles ficar
R. C. - Dir-vo-lo-ei: sou
R. A. - Pois eu, vendo-me
mas não o que há em mim que, assim
a cada hora, contudo havia ministros
por grande ventura que um animal
da hora de todos e de tudo deve ser
e valiam então
assim tão mestre como me reputais e
E solicitador havia na vizinhança
me contastes de aqueles dois relógios
de finíssima grã, com um sono
R. C. - Vindes
R. A. - Se elas forem
já toma entojo ao leite que por
Par Deus, que soei como outra cousa!
R. C. - Quem queres tu que
Mas, como quem más manhas há
do meu bairro, destes que fabricam
ferro e que, sem embargo dos matizes e
Ao Doutor António de Sousa
não podia ter dado as nove horas (que é a
nossa jurisdição o sermos executores da
casa: sofre como [RF68] bom não só que
R. C. - VaiR. A. - Cal-te, que
R. C. - Estou vendo que
R. C. - Adeus; e ũa só cousa
por aí hão-de começar a emendarR. A. - CalPorque tal há destes que, por
aí nace que são mil as castas de nossas
disse que o fim das cousas era cousa das
desmancham o mundo, e os relógios
a pé sessenta léguas à corte, gasta o que
como ele as fazia! Este nosso mundo não
mais com raivas que lhes hei feito do que
nenhum adjutório. A uns acomodados que
céu, que cada dia nos parece azul, não
curar, senão de que cuidem que ainda
vale menos que o peor da terra, e lá
maior e mais alta - que isto é o que
ofício. Mas, sobretudo, admirado me
se olharmos bem a cousa, nenhum deles
esses, com suas presunções e profias,
a qualquer dos executores que o céu
valem segundo estão. Quero dizer que
vem fazer algũas rapazias, porque não
(que agora se costumam) donde me
ruas à vergonha que, pois este vício não
é ũa relé de malhadeiros gloriosos, que
cada cousa, por nobre e altiva que seja,
e o descanso, a fome e a fartura, tudo
Por isso se diz, vulgarmente, que tudo
tão desvairadas com meus acintes que muitas
tão escrupuloso que, porque me prezo de liberal
tão extravagante no mundo que lhe faz mal o
tão frequente como «em boa hora», «em má
tão gostosa como eram para mi as carreiras
tão grande e tão antigo cortesão, de quem a
tão grande mercê, porque, ainda que não vivo
tão honradamente. Seguimo-lo com os olhos
tão impaciente que desespere de saber a
tão inferiores a seu parceiro. Julgavam por
tão mal escançado que, sendo eu dos mais
tão maltratado, fiz-me louco.
tão mestre como me reputais e tão prático
tão meus afeiçoados que tomavam sobre sua
tão para pouco fosse assim sublimado à vista
tão pontualmente observado que não há entre a
tão pouco como dizeis. E hoje, mudaram o valor
tão prático como entendeis que sou, de nenhũa
tão presumido de bem informado nas cousas
tão principais do Cabido e del-Rei?
tão quieto como se o relógio da sua sala lhe não
tão sabedor que me pareceis antes Relógio da
tão sazonadas e merecidas como as que fazeis
tão suave alimento até então recebia. Fazei
Tão pontualmente assisti a meu exercício que
tape a boca aos namorados, ou lhes acerte
tarde ou nunca as perde, ou fosse disto ou do
tarjas de cera para igrejas. Estava-o vendo
tauxias de que neste tempo se adornam, todos
Tavares,
taxa de todo o cativo do matrimónio), se
taxa que Deus pôs à ventura ou à desgraça, à
te consertem os erros mas os mesmos acertos
te embora, ora, com as tuas horas. E leva crido
te fundirão!
te não apupariam por dar mais de seu direito.
te peço que leves para casa: sofre como [RF68]
te, que é manha dos mestres de agora. E então
te, que te fundirão!
teima de que seu vizinho não seja almotacel no
teimas. Cada qual se quer trajar de a seda do
telhas para cima, e que em nossa mão não está
tem a culpa.
tem, cansa a el-rei, mata aos ministros e, no
tem, certo, essa ruim manha, nem nós podemos
tem com madrugadas o seu próprio ofício. Aos
tem como por onzeno mandamento jantar às
tem cor algũa. O ofício dos olhos é ver e chorar
tem cura...
tem de ordinário seu fortum, donde é conhecido
tem de peor as casas dos príncipes: novidades
tem essa vossa relação. E como saístes da
tem grande culpa (a meu juízo) porque, por esta
tem morto de pessoas.
tem na terra, para que façam sua vontade. Mas
tem o valor conforme o lugar. Porque, se vires
tem paciência para esperarem a ver como as
tem para me apedrejarem.
tem pena pelas leis (ou se lhe não executa), ao
tem por certo que tudo o seu é melhor que o da
tem sua hora, como vamos averiguando; e que
tem sua hora; donde procede que não é fora de
tem sua hora.
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e tantas são as pedradas que me
que nenhum dos caracteres de aritmética
e as figuras, como não são nada, nunca
R. C. - A Fortuna é muito disso.
que se não tenha por boa e que não
de seu proveito; jamais me limpou,
R. C. - Olhai: os homens, segundo
eu estou resoluto a fazer. Cansado ofício
do homem de estado, os quais eles
de ouro, e bálsamo o azeite com que se
se fora homem como sou relógio, que no
a entrar às sete horas; e, em sendo
que, depois de enganar ao rei todo o
R. C. - No
tempo e fora de horas e a mercê fora de
em mentiroso por se vestir da libré do
melhor. Mas, se a justiça se faz ante
R. A. - Muito tempo há que o
por ser mais do que Deus me fizera. O
que, despois, desfeita no vestuário do
R. A. - Muito
e não é nada. Com esta satisfação que o
do relógio, porque, se o relógio pára, o
logo eu a estas as socorria com horas a
os descuidados que para eles não corre o
toda a noite o bom relógio. Faltava o
da Corte donde sempre faltava o
a medir e compassar e estremar o
cascos que os maiores desmanchos do
chamasse, contanto que a defenderia do
eu tenho há dias feito um contrato com o
ministro do maior tribunal do seu
- Não tínheis escrúpulo de ser ladrão do
dos matizes e tauxias de que neste
R. A. - Direi; porque, na comédia do
- E o tacanho adulador que, no fim de mil
na comédia do tempo, tais são já nossos
entre os homens. Donde, em nossos
seu gosto, que cada oficial deixe a sua
mestre de relógios, não ferravam na sua
havia mil anos que estava na
R. C. - Tende ora,
de amores com o meu merecimento.
[RF41] R. C. R. C. que ardiam até os cotos, e lá ia tudo!
ou desenganos, pedi que aqui me
R. C. a dos corações e para dizer sim ou não,
como a de ũa ruim fama; porque,
boa do que não quis ou não soube fazer,
R. A. - Mal poderei desprezar-me dela,
não há vasilha nenhũa destas que se não
e sabemos que não há cousa que não
por exercício. Os fortes capitães
quereis ser? Por qual mandais que vos
os amadores são cegos. Mais moços
e dos sinos da meia noite. Caçadores,
noites da quinta para a sesta, com o que
fazê-lo porque, segundo o que ouço e
desenfado e do relógio. Mil galanterias
mais vos contarei de travessuras que
de vós há procedido, sabendo-se como eu
tem tirado gentes a quem eu o não mereço, que
tem valor próprio, a uns chamamos figuras e a
têm outro valor salvo o que os homens lhe
Tem o costume dos abades: engordam as
tema de que o ar a espedace e feneça para
temendo sujar-se. E, então, porque pela culpa
temos discorrido, são sôfregos das horas da
temos: julgar a aqueles de quem havemos de
temperam sempre à sua vontade... De maneira
temperassem. Pois as mulheres e os criados
tempo de hoje mais houvera de fazer por ser
tempo de que as desse, eu dissimulava com o
tempo de sua valia, quando lhe mete, entre
tempo dos últimos reis de Portugal houve cá um
tempo e desorada, nem a justiça escarmenta
tempo; e eu, desenganado de seus aplausos
tempo e fora de horas e a mercê fora de tempo
tempo é esse! Ũa cousa vos digo:
tempo é touro bravo e em tomando nos cornos
tempo esta farsa em que todos andam, se não
tempo há que o tempo é esse! Ũa cousa vos digo:
tempo me dá passo a raiva e a inveja sem
tempo não descansa; e, finalmente, se lhe não
tempo nem a horas!... Todas as trazia em um
tempo nem as horas fazem seu ofício, só porque
tempo para louvar a Deus e sobejava para o seu
tempo para o que era necessário. Despois
tempo, por ver se podíamos reger ou encobrir
tempo provém de se não fazerem as cousas a
tempo que a não envelhecesse.
tempo: quito-lhe a glória que pudera dever-me
tempo.
tempo?
tempo se adornam, todos somos sujeitos ao
tempo, tais são já nossos tempos e feitos, que
tempos de servidão, [RF62] alcançou o ofício
tempos e feitos, que todos podemos dizer
tempos, já houve algum tão desapiedado que
tenda, cada morador sua casa, e se meta
tenda; e os moradores, sabendo quão mal
tenda: porque os noivos o achavam triste para
tende mão no martelo e tomai um refego aos
Tende, amigo, por certo que, assim como todos
Tende mão! se de essa laia é o vosso pano, em
Tende ora, tende mão no martelo e tomai um
Tende por certo que, entre os homens, o mesmo
tendes.
Tendes rezão; e por isso um pintor astuto
tendo as brancas por afirmativa e por negativa
tendo cada pessoa mais inimigos que amigos
tendo cargo de saber e de querer obrar aquilo
tendo-vos nela por companheiro.
tenha por boa e que não tema de que o ar a
tenha sua hora no mundo. O rir, o chorar, o
tenham (como costumam), por aposento, os
tenhamos?
tenho desesperado que o gagau e a carteta; ũa
tenho enterrado muitos mais com raivas que
tenho esperdiçado tantas ceas no paço e nas
tenho experimentado nesta primeira jornada
tenho feito a damas e a freiras, destas que
tenho feito. É um conto largo!
tenho há dias feito um contrato com o tempo
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R. A. - A esses
por minha vontade, porque sem dúvida
R. A. - Das muitas que
Mas então eu, que estou de fora, se
M. é o Relógio de Belas? Grandes cousas
R. A. R. C. que entesourava quanto lhe davam, por
em que o Relógio do Paço não podia
manha, nem nós podemos com verdade
das horas é melhor para dar que para
Vede que gentil censor podiam
era curral do concelho donde, por não
Preguntai que mais virtude pode
R. A. - Vou vendo que V. M.
É esse bom governo do mundo? Se
cansados, chegam ao fim do ano, ao
chegada a hora em que sua liberdade fez
R. C. - Isto são
se regerem e dirigirem a bons fins e a
por ventura, de que os mais relógios da
mar: sempre vale menos que o peor da
aos ministros e, no cabo, volta-se a sua
cheira a sem rezão de duas em carga. Na
se entendera com as horas da nossa
ele não é como o escudeiro da minha
dos executores que o céu tem na
ser relógio que governasse a
não são outra cousa que tábuas, lenços,
reglar con regla tuerta». Enfim, era um
Fulana ser toda uma tabuleta de ourives:
não levantava, me levantou mil falsos
que querem desmamar: untam-lhe a
R. A. - Par Deus! Tal hora
que o povo do meu bairro sempre
R. A. - Essa manha sempre ele a
dizem horas minguadas? Porque já me
de todas as obras -; porque, desde que
como S. João que também Cristo
então, despois de lhes deixares fazer em
a ser Relógio das Chagas, logo fui
alto estado, eu vos fico que nem por isso
também ser das horas e cada um as
R. C. - Muita graça
contra seu costume, aí vos gabo eu que
dava as sete. E, como também
donde, por não ter portas, todo o animal
medida. O pobre serralheiro dizia que
mas no estâmago. E tal houve que disse
horas de seus passatempos. Tafuis não
tratar outro homem, entendia que todos
R. A. - Não
quere porque, não contentes de serem
e tantas são as pedradas que me tem
que hoje lhe dão e amenhã lho
à dependura me não há-de valer para
malquisto de meus vezinhos, me
riam de vós (como dizeis), ninguém vos
quis e nunca mais viu ao valido nem lhe
ourives e mercadores, ricas e delicadas,
na arte de amassar ouro? Por menos mal
as horas da nossa terra? Mais horas
de Monte Argil. Mas não digas que eu
tenho inveja porque, ao menos, está em sua
tenho mão para bargantes e ali fazia das minhas
tenho me pesa. Mas ouvi: penduraram-me
tenho os pesos ou o juízo em seu lugar, sofro
tenho ouvido de seu bom gosto! Dizem por cá
Tenho feito minha obrigação nomeando-me
Tente mão: já sei que vos trouxeram aqui à
ter cuidado de meus descuidos. Jamais me
ter dado as nove horas (que é a taxa de todo o
ter dele esta queixa porque, se bem as faz
ter. Muito hei visto; e, se vos servem algũas
ter os meus desvarios!
ter portas, todo o animal tinha entrada. Se isto
ter ũa de suas orações a tal que a tal hora? E
terá maior bem que bom ofício; mas se sabes
terão também disso a culpa os relógios da
termo e cume desta costa. E porque eu isto creo
termo, eis que vem sùbitamente sobre ele o
termos sem cunhos nem cruzes, que se andam
termos úteis, lhes deu Deus entendimento que
terra andem tão atilados que vós, em sua
terra, e lá tem de ordinário seu fortum, donde
terra, e por dois magustos que ambos
terra é do mesmo modo; os homens
terra? Mais horas tivera então um dia que
terra, mordomo de todas as festas, que nunca
terra, para que façam sua vontade. Mas não há
terra sobre a minha palavra. Eu, vendo-me
terras e azeites, de que a pintura se serve, ela
tesoureiro que entesourava quanto lhe davam
testa de prata, cabelos de ouro, olhos de
testemunhos, tantos que, juntos à ruim
teta com azevre, e logo que lhe toca o beiço da
teve bom gosto!
teve de minha verdade, não descansaram meus
teve; e muitas vezes, cá pelas minhas mossas
teve este ponto tão escrupuloso que, porque me
teve jeito de ser algũa coisa, o guardei para vo
teve sua hora, notificando-a por tal a todos os
ti, a bel-prazer, toda a sua vontade, toma as de
tido pela mesma fraude e mentira; sucedendo
tina peor a vossa campainha - quanto mais que
tinge à sua vontade; mas isso não lhes val.
tinha aquele escolar que consultava à candea
tinha as bênçoas certas. Tal havia que ao meu
tinha entendido que o despacho se continuava
tinha entrada. Se isto algũa vez foi verdade, na
tinha muito que consertar, porque naquela casa
tinha sempre as horas na ponta da unha porque
tinham comigo medra; porque, fiados no relógio
tinham péssimo bafo, como seu marido. A
tínheis escrúpulo de ser ladrão do tempo?
tintureiros de afectos, o querem também ser
tirado gentes a quem eu o não mereço, que às
tiram. De modo que quem lho concedeu lho pode
tirar o medo de não morrer enforcado, melhor
tiraram o ofício em breves dias, porque diziam
tire que sois relógio velho da cidade por quem
tirou o chapéu. Toparam-se um dia na Rua Nova
tive toda a noite em pé, como centúrios, sem
tivera deixar de fazer as cousas que fazê-las
tivera então um dia que agora um ano!
to disse, ouves-me?
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a teta com azevre, e logo que lhe
homens desenganados escondidos pelas
anjos, carrancas, flores e serpentes a
e mercadores, ricas e delicadas, tive
pela menhã, tudo era fazer dormir
sevandilhas em casa de jogo. Por onde
lhes deixares fazer em ti, a bel-prazer,
aguardenteiros e vendedeiras, enfim, a
filha de baneane. Juro-vos que a
caduco. Pois, sobre me haverdes ouvido
Mas V. M., senhor Relógio de Belas, com
filhas. Que importa a Dona Fulana ser
satisfeito. Não só as rodas me andam
o escudeiro da minha terra, mordomo de
Cristo, como sacrificou a Seu Eterno Pai
E, porque tomam e gastam por sua conta
R. A. - Oxalá de essas houvera
nova esperança de interesse - bordão de
onze para o meo dia eram de vez, porque
de que procede o aborrecimento de
de si, valerá quatro mil, e se detrás de
de que eu mais necessito; que, como
sôfregos das horas da vida. Reservam
com horas a tempo nem a horas!...
sorte naquele a quem ninguém defende.
do concelho donde, por não ter portas,
ter dado as nove horas (que é a taxa de
vez gente, fazia-me pedaços e cursava
dessa maneira nos está enganando
porque, por falta de relógio, andava
ministro que, depois de enganar ao rei
o ordinário descontentamento em que
no vestuário do tempo esta farsa em que
e por negativa as negras. Porém, nós,
[RF58] R. C. - Enganam-se
em verdade que este estatuto da hora de
Olhai, no cabo do ano, ditosos e mofinos
e mofinos todos ficam iguais. Para
dos sinos da minha freguesia. Se
mancebos, os pobres são os velhos. Mas
provérbio que a nós outros os relógios
valido muito discreto (como era bem que
às avessas, quis dizer que aos ministros
todos os gatos são pardos, até de dia
as horas às cousas e, desta troca,
folgo, por me não andar a vestir e despir
hora de velhice, contra quem não valem
cada noite. Porque, assim como de noite
amigo, por certo que, assim como
mas por outros melhores sim; porque
teve sua hora, notificando-a por tal a
tais são já nossos tempos e feitos, que
honradamente. Seguimo-lo com os olhos,
que saíu agora que chamam «Hora de
R. C. - Ora, pois
R. C. - Dir-vos-ei:
tauxias de que neste tempo se adornam,
não tratar outro homem, entendia que
nem o prezado se engrampone, que para
cada vez que cuido no engano dos
em ti, a bel-prazer, toda a sua vontade,
da criatura e gosta o sabor amargoso, já
o ferro velho, depois de haver em vão
toca o beiço da criatura e gosta o sabor
tocas agrestes.
tochas, que ardiam até os cotos, e lá ia tudo
toda a noite em pé, como centúrios, sem que
toda a noite o bom relógio. Faltava o tempo para
toda a pessoa polida deve fugir de que entre o
toda a sua vontade, toma as de Vila Diogo para
toda essa chusma dos matutinos, fui peçonha. E
toda esta canalha fui falsário e que as trouxe
toda esta pregação dos bens da velhice, sabei
toda sua prática vai dessimulando muito bem a
toda uma tabuleta de ourives: testa de prata
todas ao redor, ou me desandam, mas a mão, a
todas as festas, que nunca pagava; por onde
todas as horas da vida, por isso mesmo recebeu
todas as horas da vida, só querem dar a Deus a
todas as necessárias!
todas as obras -; porque, desde que teve jeito
todas empeciam. Pois logo eu a estas as
todas essas cousas que se prezaram, e faz
todas essas figuras, valerá quatro réis.
todas estas rezões se derigiam a vós sòmente
todas para si afim de as dispenderem, vãmente
Todas as trazia em um vivo enleo e com o
Todavia não sei que feitiços nos dá a solidão que
todo o animal tinha entrada. Se isto algũa vez
todo o cativo do matrimónio), se deixavam
todo o dia e noite sem atinar jamais com minha
todo o mundo; e até o mesmo céu, que cada dia
todo o Paço sem conta nem peso nem medida. O
todo o tempo de sua valia, quando lhe mete
todos andam [RF59] por se verem ser de um
todos andam, se não achem enganados uns nem
todos as ministramos de ũa cor própria. A
todos; e a rezão é porque cada qual não conhece
todos e de tudo deve ser tão pontualmente
todos ficam iguais. Para todos houve verão e
todos houve verão e inverno, frio e calma e
todos já como eu se acharam tão bem instruídos
todos, mais ou menos cansados, chegam ao fim
todos nos crem e nenhum nos adora. Por isso, o
todos o fossem). Recebia este notaves
todos os adoram mas ninguém os crê.
todos os amadores são cegos. Mais moços tenho
todos os desconsertos do mundo que em nossa
todos os dias».
todos os estofos e badulaques que inventou a
todos os gatos são pardos, até de dia todos os
todos os homens são de barro, os relógios são
todos os que nos governam trazem seus
todos os viventes, para que não haja algum tão
todos podemos dizer nossos ditos.
todos por emulação, eu só por curiosidade
todos», que, com galantaria digna de seu autor
todos somos de campanário, será bom que nos
todos somos relógios e sabemos que não há
todos somos sujeitos ao mugre e à ferrugem
todos tinham péssimo bafo, como seu marido. A
todos virá seu S. Martinho. Lembra-me ouvir
tolos dos meus fregueses e na malícia do
toma as de Vila Diogo para a tua vila.
toma entojo ao leite que por tão suave alimento
tomado mil suores de fornalha, dois mil banhos
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C. - Tende ora, tende mão no martelo e
R. C. - Pois donde as dão as
em seus passatempos. E, porque
que é a mais sensabor empreitada que
me fizera. O tempo é touro bravo e em
Pois não faz nem mais nem menos que
mão estivesse a faculdade de poder
o ofício por maus meos, do qual indo
que por isso mesmo medram: uns por
havia ministros tão meus afeiçoados que
livro da vida, que se guarda na Torre do
era melhor ser relógio que cónego de S.
muitos para o jantar de muitos anos.
pelo que fizer a seu descontentamento.
viu ao valido nem lhe tirou o chapéu.
perigará em nenhũa, sendo certo que se
me via tão benquisto de verdadeiro, em
no melhor do meu mundo. Destrocou-nos,
qual parece haver partido! Consenti-me
e fazia deles carrancas; outras vezes,
disse) de par em par a imaginação, não
a fazer tais cousas que o mundo se
e em alma e chimpar-me na metade da
um eirado que frisava muito com a minha
que lhe pedissem mandasse fazer outra
os que eu via aproveitados desde a minha
Palatino que, em meu lugar, foi levado à
no livro da vida, que se guarda na
igreja já de ab initio não é mais que ũa
R. C. - Vou avante. O meu pedagogo era
del rei, aí era homem e aí era a sua
mais do que Deus me fizera. O tempo é
por si mesmo se não faz morto, o mesmo
de cera para igrejas. Estava-o vendo
porque se não entremete algum vizinho,
desconsertos se achava vergonhoso,
sua hora no mundo. O rir, o chorar, o
às punhadas, depois de mui bem roído da
de nossas teimas. Cada qual se quer
(como comediantes), cada qual em seus
deu a natureza, despindo os faustos e as
tal entendesse, antes de ser colhido na
vivo. De sorte, amigo, que as mentiras e
jantar às onze horas, hei feito tais
R. A. - Também nesta pouquidade nos
que, em vez do desprezo com que nos
de que, por eu ser de ferro e ele
firmes, a modo da mulher que, por não
que não é fora de rezão que os homens
da Palma, que é longa, estreita e sem
do mestre, donde eu também jazia por
conciência, que mais vos contarei de
Diria, por ventura, que os ministros
sim; porque todos os que nos governam
que se vazam em moldes: sempre hão-de
horas a tempo nem a horas!... Todas as
- Bem afirmou, logo, o que afirmava não
e com o próprio engano [RF51] que elas
as velhas, que sabem disso, está mais
desmentindo o sol o seu relógio, jurava e
o lugar. Porque, se vires um quatro com
da claridade às trévoas e das
intempestivamente da claridade às
tomai um refego aos pesos, porque parece que
tomam, como dizem; e cada qual se desengane
tomam e gastam por sua conta todas as horas
tomam os madraços. E, quanto é por essa, eu
tomando nos cornos um pecador, se ele por si
tomar-me a mim em corpo e em alma e chimpar
tomar ofício. Mas, sobretudo, admirado me tem
tomar posse lhe resvala um pé à mula e dá com
tomarem os ofícios que não são seus, outros
tomavam sobre sua conciência a minha verdade
Tombo do alto céu, do qual não há apelação nem
Tomé.
Tomei por devoção não dar à gula nem à
Tomo-vos por meu juiz conservador, para que
Toparam-se um dia na Rua Nova da Palma, que
tornam defeitos próprios aqueles que os amigos
tornando a ser Relógio das Chagas, logo fui tido
tornando cada um a sua antiga casa. Porém, é
tornar atrás; e, assentando que vivo só e que
tornava as serpentes em flores, até que, algũa
tornei mais a entrar naquela da qual parece
tornou um novelo. Sabia que nos tribunais meus
torre do Paço, como quem não diz nada. E, sem
torre, e notava de meu vagar a facilidade com
torre maior e mais alta - que isto é o que tem
torre, quando Deus queria...
Torre das Chagas. Era ele boníssima pessoa e
Torre do Tombo do alto céu, do qual não há
torreira de mentirosos, valhacos e vadios, de
torto e mandavam que me endireitasse; cousa
total desesperação deles, porque fazia de modo
touro bravo e em tomando nos cornos um
touro o mata. Se, cosendo-se com o chão, não
trabalhar em um eirado que frisava muito com
trabalhará bem o batifolha no ofício de fazer
trabalhava sempre por falar verdade e ser
trabalho e o descanso, a fome e a fartura, tudo
traça, por muito mais do que valera em novo.
trajar de a seda do costume e a que se costuma
trajes naturais, se recolham a sua casa própria
tramóias com que, para representarem suas
trapaça, foi e [RF53] apeou-me quando eu
trapaças de aquele tacanho eu hei-de ser quem
trapaças e de tão bom humor que me puderam
trapaceam os grandes: porque de ordinário, o
tratam, podiam amar-nos pelos mais fiéis
tratar em ferraduras, logo atalharia meus
tratar outro homem, entendia que todos tinham
tratem tal vez de seu cómodo e tal de seu
travessa. Um vinha, o outro ia. Tanto que o
travessuras, mas já convalecido, quando
travessuras que tenho feito. É um conto largo!
trazem sempre sobre si os pesos e os pesares
trazem seus relógios consigo, por ser insígnia
trazer a própria forma da matriz em que se
trazia em um vivo enleo e com o próprio engano
trazia o relógio na algibeira [RF42] mas no
traziam a outros e outras cachopas de S. João
treita ao mau olho. Se pudera escolher a minha
trejurava que o sol era errado?
três figuras atrás de si, valerá quatro mil, e se
trévoas à claridade? Da mesma maneira, e
trévoas e das trévoas à claridade? Da mesma
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apenas uma hora o expediente dos
se tornou um novelo. Sabia que nos
que morreu ministro do maior
que fidalguias de mar em fora são como
que dava com as demandas por esses
com sua revolução. Deram-lhe na
Mas ouvi: penduraram-me [RF40] há
em lugar de dar ũa e duas, dava vinte e
finalmente, esforçado e fazendo das
C. - Já sei o que vem: erguerem-se as
ũa serra, não fazia mais que levantar o
Finalmente, choviam os opróbios, que o
alcaides à porta. Vendo-se, pois, o
na tenda: porque os noivos o achavam
em ũa república, por mais que os
contavam com pedras brancas e aos
R. C. os homens as horas às cousas e, desta
indo sempre ambos correndo à
que nós já de arrependidos havíamos
Punha-se-me ũa alma nova ouvindo-lhe
que seu esquecimento. Donde procede
que o triste do relógio ouvia e calava, a
não faltará aqui algum linajudo que, a
que, porque me prezo de liberal, a
de outrem ser lido. Escusai-me a este
na audiência e cercear meia hora, a
Romaria que se prometeu correndo
(segundo vemos) nas ourelas dos
Apressou o seu o requerente, trotou...
ele vinha. Apressou o seu o requerente,
a toda esta canalha fui falsário e que as
R. C. - Tente mão: já sei que vos
eu dera por ditosos os aleives que cá me
R. A. - E
R. A. - Por isso
R. C. - Quem queres
vontade, toma as de Vila Diogo para a
R. C. - Vai-te embora, ora, com as
obrigação a não oprime, tudo revolve,
eclipsa-se o sol ou a lua, e nada de
tudo aquilo que já é, não cuida de ser; e
se esforçam até que se estiram. Enfim,
que este estatuto da hora de todos e de
que com ninguém se mete! Assi vai
revolve, tudo acarreta, lança a perder
declarasse a rezão. Se vós, porque de
caírem as matinas baixas pela menhã,
Despois, convertidos contra mim,
desacomodados de monção e para
campanha a suas horas. Mas que será se
Porém,
o aljôfar se perde, o cristal estala, e
da afeição que vos deve. Porém, vós, em
R. A. - Esse é o siso e
gloriosos, que tem por certo que
algũa ponderosa obrigação a não oprime,
ou me desandam, mas a mão, a cabeça e
baixo, é a que deve andar por baixo de
e o descanso, a fome e a fartura,
Por isso se diz, vulgarmente, que
a tochas, que ardiam até os cotos, e lá ia
que «solo Diós acierta a reglar con regla
tribunais. E suposto que as ampulhetas ou
tribunais meus sufragâneos se costumava a
tribunal do seu tempo.
trigo do mar: sempre vale menos que o peor da
trigos.
trilha ao inocente mas não ao pecador que
trinta anos, não sei se é cheminé ou campanário
trinta.
tripas coração, sabendo que não havia outro
tripeças, abaixarem-se as cadeiras. É esse bom
triste do animal e deixá-lo cair nas pedras
triste do relógio ouvia e calava, a troco de
triste homem tão afligido, apelou da violência
triste para librés, e ledo os enojados para
tristes de nós outros, os relógios
tristes e desgraciados, com pedras negras; e
Tristes de nós, que logo nos conhecem pelas
troca, todos os desconsertos do mundo que em
trocada: eu, desmentido das minhas verdades
trocado os humores e os propósitos. Porque o
trocar [RF48] os requebros em querelas e
trocarem os homens as horas às cousas e
troco de fazer o que devia. Pois uns felpudos
troco de quatro réis, vos enxira na árvore dos
troco de que as minhas horas nunca fossem
troco de que me gabe ou me desculpe, fugindo
troco de que para ele a não haja nem para el-rei
tromenta jamais foi cumprida. Doente que fez
tronos, que não estarão aí menos em seu lugar
trotou o valido também; ele correu, correu o
trotou... trotou o valido também; ele correu
trouxe tão desvairadas com meus acintes que
trouxeram aqui à força. É mais que isto?
trouxeram, quanto mais que eu não sairei de
tu, amigo, que ganhas em desenganar o mundo
tu cá vens por mentiroso... Diz que a verdade
tu que tape a boca aos namorados, ou lhes
tua vila.
tuas horas. E leva crido que não há cá relógio
tudo acarreta, lança a perder tudo e, no cabo
tudo aquilo prejudica ao céu. Pagam os campos
tudo aquilo que ainda não é, de nenhũa outra
tudo aquilo que já é, não cuida de ser; e tudo
tudo deve ser tão pontualmente observado que
tudo direito!
tudo e, no cabo, lastima e maltrata ao próprio
tudo entendeis algũa cousa, ouvistes já algum
tudo era fazer dormir toda a noite o bom
tudo era lançar a culpa ao maldito Relógio do
tudo faltos de horas, me amaldiçoavam pela
tudo isso for ao revés? Pois que direi? Se a
tudo isto não era nada em comparação do que
tudo muda não só a forma mas a sustância do
tudo não só varão da Justiça, mas varão justo
tudo o mais é ser escudeiro de Fernão d'Acha.
tudo o seu é melhor que o da outra gente. Não
tudo revolve, tudo acarreta, lança a perder
tudo se me desconcerta, cada vez que cuido no
tudo sem aparecer?
tudo tem sua hora; donde procede que não é
tudo tem sua hora.
tudo! Tende por certo que, entre os homens, o
tuerta». Enfim, era um tesoureiro que
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que não há entre a gente mais pesada
o que lhe vi suceder a um cágado com
choviam horas sobre eles. Punha-se-me
entre o inverno e verão não houvesse de
Porém, nós, todos as ministramos de
errado se há de parar em vossas mãos,
Preguntai que mais virtude pode ter
C. - Ora sabei que os anos passados deu
vezes me sucedeu que, em lugar de dar
achardes filho de um ferrolho e neto de
que já nunca mais pode haver para ele
más», «vinde com as horas boas», «
dais para os outros, só para vós falta
eu com os velhos e os moços por
pus aqui palavra que não fosse de vós
R. C. - Padecia
que não ouviam, ouviam então dar a
por cem bocas o que não querem ouvir de
ser) vão devagar, assentam-se em
de aqueles poltrões ia enxarceando
R. C. - ...que lá não sei donde, era ũa vez
engano dos mortais; porque a velhice é
enxugara o seu mantéu enrocado. Esta é
Dizei-me: haveria maior confusão em
que disse não havia vingança como a de
centúrios, sem que acabasse de dar a
retirada a águia com sua presa sobre
o que nós havíamos de dizer deles. Para
lhas fazia peor. Já namorados! Isso foi
R. C. - Adeus; e
igreja já de ab initio não é mais que
apesar de esses inconvenientes, quem
enviando-vos este humilde conceito que
desesperado que o gagau e a carteta;
enforcado, melhor é acabar logo por
R. C. - ...que lá não sei donde, era
A. - Muito tempo há que o tempo é esse!
R. C. - No tempo dos
mundo. Destrocou-nos, tornando cada
vendo-me parado, encomendaram-me a
Julgavam por grande ventura que
horas tivera então um dia que agora
o querem também ser das horas e cada
que ides dizendo, o que lhe vi suceder a
Cosmander, costuma fazer o que fazia
de travessuras que tenho feito. É
sabendo-se como eu tenho há dias feito
excessos. Para beatas do meu bairro era
determinada lá em cima, o mesmo é dar
crer patifes, bastava para que cada
(já que nós podemos tanto) se lhe seria a
a graciosa indecência com que disse
R. A. - Desses devia de ser
Será matéria de restituição desaviar a
nem lhe tirou o chapéu. Toparam-se
da nossa terra? Mais horas tivera então
Se entre o dia e a noite não houvera
porque isto de falar à vontade de cada
um pregador, na minha igreja, que cada
igrejas. Estava-o vendo trabalhar em
hora) dar-lhe com a hora nos focinhos a
e, se acaso vos achardes filho de
sãos, ágeis e robustos, a sobem de
turbulência que seu esquecimento. Donde
ũa águia, lá em certa alagoa de minha aldea. Veo
ũa alma nova ouvindo-lhe trocar [RF48] os
ũa banda o outono e da outra a primavera, quem
ũa cor própria. A superstição dos homens lhas
ũa de mestre, outra de amigo. Não perigará em
ũa de suas orações a tal que a tal hora? E velha
ũa desenteria ao Relógio do Paço, tão
ũa e duas, dava vinte e trinta.
ũa enxada, calai-vos e não esbombardeeis, que
ũa hora de ditoso.
ũa hora muito fermosa», «nas horas de Deus»
ũa hora!
ũa ladeira acima. Os moços, porque são de
ũa lembrança. Do aplauso vos desobrigo e até da
ũa modorra mortal.
ũa ou as duas horas - livre-nos Nosso Senhor
ũa. Par Deus! mas que me fundam, mas que me
ũa parte, descansam [RF56] em outra e enfim
ũa patranha que, em quatro horas, não acabaria
ũa peça de pano azul que, por não servir para
ũa piadosa estalagem que Deus pôs entre a
ũa relé de malhadeiros gloriosos, que tem por
ũa república, por mais que os tristes de nós
ũa ruim fama; porque, tendo cada pessoa mais
ũa, sabendo que este era o sinal para que lhe
ũa serra, não fazia mais que levantar o triste
ũa só acção vos peço voto, e seja para aprovar
ũa só cousa! Fiz deles gato sapato. Filhas de
ũa só cousa te peço que leves para casa: sofre
ũa torreira de mentirosos, valhacos e vadios
ũa vez a experimentou sempre a procura. Será
ũa vez cá me entrou na imaginação, por achar a
ũa vez por ronceiro, outras por estugado
ũa vez.
ũa vez ũa peça de pano azul que, por não servir
Ũa cousa vos digo:
últimos reis de Portugal houve cá um valido
um a sua antiga casa. Porém, é muito para
um alveitar que vivia junto de mim, o qual
um animal tão para pouco fosse assim
um ano!
um as tinge à sua vontade; mas isso não lhes
um cágado com ũa águia, lá em certa alagoa de
um cerieiro do meu bairro, destes que fabricam
um conto largo!
um contrato com o tempo: quito-lhe a glória que
um cutelo de dois gumes. Nunca lhe dei hora a
um de nós a hora que dar a contra-senha à
um de nós fosse a buscar outra vida, como eu
um de nós permitido (quer fosse ou não chegada
um de nossos discretos que a imaginação era
um desmanchado que, dizendo-lhe os médicos
um destes na audiência e cercear meia hora, a
um dia na Rua Nova da Palma, que é longa
um dia que agora um ano!
um e outro crepúsculo, que vista se averiguara
um é mais sadio que galinha cozida. Foi o diabo
um é obrigado a conhecer-se.
um eirado que frisava muito com a minha torre
um enfadonho e chafurdá-lo? Porque, se tal
um ferrolho e neto de ũa enxada, calai-vos e
um fôlego. Os velhos, fracos, pesados e doentes
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do regedor e presidente serem idos. Era
que ao meu consertador julgava digno de
Porque, considerai vós agora se
se não achará um pequeno erro, nem
[RF65] R. C. - Até
relógios da Cidade, me deram por aio
todos andam [RF59] por se verem ser de
mandando-se-lhe pintar o símbolo de
fazer tais cousas que o mundo se tornou
do qual indo tomar posse lhe resvala
é touro bravo e em tomando nos cornos
O sumo grau da sandice é perder-se
as conchas com que se defendia, deu
que nos mais relógios se não achará
com que seja própria): se os não atais a
R. C. - Tendes rezão; e por isso
que, só a fim de levar este passo
R. C. - Antes já ouvi dizer a
R. C. - Não, por certo; mas porque diz lá
conforme o lugar. Porque, se vires
R. A. - Nunca ouvistes de
feitas acinte, nisto da hora de cada
ou à desgraça, à vida e à morte de cada
a palavra na boca e a mesura no ar a
Tende ora, tende mão no martelo e tomai
capuzes. Pois sucedeu que passou por ali
e não da manificência. Fazei conta que
pintar o símbolo de um ministro, pintou
Por isso, o pintor, agudamente pintando
não houvera que esse de estar sujeito
Fazem a interlocução
bem um saio de arbim de espadas? Ou
val mais cara. Parecer-vos-á agora bem
sentido moral, místico e devoto que cada
e as princesas? Pois isto mesmo é agora
se lhe não dará de prazo ou espera
seus paramentos de finíssima grã, com
sucedeu que passou por ali um rei com
ao ofício e nome das horas confessar
a reglar con regla tuerta». Enfim, era
dos últimos reis de Portugal houve cá
tempo nem a horas!... Todas as trazia em
que é longa, estreita e sem travessa.
dez já vinha com elas. Durava apenas
Que importa a Dona Fulana ser toda
disse tinha sempre as horas na ponta da
R. A. - Oh diabo! Se
que me pareceis antes Relógio da
nem à ociosidade nenhum adjutório. A
defeitos próprios aqueles que os amigos
de aritmética tem valor próprio, a
nora, donde os homens são alcatruzes:
a troco de fazer o que devia. Pois
de desgraciado. Salvo se sois de
porque, por esta própria razão que a
todos andam, se não achem enganados
alcatruzes: uns cheos, outros vazios,
eu conheço que por isso mesmo medram:
Achava-me gordo, nédio, luzente e
com as crianças que querem desmamar:
Jamais me untou as rodas, pelas
cuidado de meus descuidos. Jamais me
um gosto ouvir lamentar a estes licenciados
um hábito de Cristo. Com os requerentes me
um homem bailasse à hora de comer, e comesse
um leve descuido.
um livro me dizem que saíu agora que chamam
um mentecato. Vede que gentil censor podiam
um metal que, quebrado e desfeito, não presta
um ministro, pintou um relógio ao revés: a
um novelo. Sabia que nos tribunais meus
um pé à mula e dá com o valhaco no rio? Não
um pecador, se ele por si mesmo se não faz
um pelo ganho do outro.
um pequeno almoço à águia faminta e atreiçoada.
um pequeno erro, nem um leve descuido.
um pesado cepo, em vez de entreterem com
um pintor astuto, mandando-se-lhe pintar o
um pouco mais descansado e ligeiro, façam os
um pregador, na minha igreja, que cada um é
um provérbio que a nós outros os relógios todos
um quatro com três figuras atrás de si, valerá
um que se vingava dos cães que lhe ladravam
um. Que me dizeis a outro velho, rico
um.
um ratinho, dera quanto se vê do meu
um refego aos pesos, porque parece que ouço
um rei com um tabardo da mesma cor. Não
um rei manda, por seu gosto, que cada oficial
um relógio ao revés: a campainha para baixo e
um relógio às avessas, quis dizer que aos
um relógio de bem a o não quererem crer
um Relógio da Cidade e outro da Aldea
um Relógio da Cidade e Outro da Aldea
um sainho de palmilha, como já vestiram os
um saio de arbim de espadas? Ou um sainho de
um seguia. Mas o que melhor me pareceu foi o
um sesudo.
um só instante além de aquele que lhe está
um sono tão quieto como se o relógio da sua
um tabardo da mesma cor. Não quiseram mais
um tal coronista como S. João que também
um tesoureiro que entesourava quanto lhe
um valido muito discreto (como era bem que
um vivo enleo e com o próprio engano [RF51]
Um vinha, o outro ia. Tanto que o requerente
uma hora o expediente dos tribunais. E suposto
uma tabuleta de ourives: testa de prata
unha porque, com ela, acomodava como queria a
unhas foram relógios, quem se entendera com
Universidade de Coimbra que da aldea de Belas.
uns acomodados que tem como por onzeno
uns aos outros dessimulam. Fará, pelo menos
uns chamamos figuras e a outros cifras; donde
uns cheos, outros vazios, uns no fundo, outros
uns felpudos desalmados, destes que acodem às
uns hipócritas de desaventuras que, por se
uns lhes dura muito a dita e a outros a desgraça
uns nem outros. Pois se os grandes mostram
uns no fundo, outros no alto.
uns por tomarem os ofícios que não são seus
untado, porque isto de falar à vontade de cada
untam-lhe a teta com azevre, e logo que lhe
untar ao carro de seu proveito; jamais me
untou as rodas, pelas untar ao carro de seu
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ainda hoje [RF63] nas confrarias se
e à ferrugem. Gastam-se-nos com o
R. A. - Não entendo dos
e dirigirem a bons fins e a termos
R. C. - Tá, tá, tá!
gosto! Dizem por cá, finalmente, que
R. C. - Contudo,
justiças do mundo, donde há dias (como
R. C. - Seja
R. A. - Chagado e ferrugento vejo eu a
R. A. - Zomba
R. A. - Não se desconsole
R. C. - Logo, relógio é também
por carta de nomes. Como é o nome de
disso a culpa os relógios da cidade? Mas
R. A. - Conserte Deus a
R. A. - Vou vendo que
para vo-lo apresentar. Pouco vai em que
ũa torreira de mentirosos, valhacos e
com a minha torre, e notava de meu
engordam as galinhas muito de seu
Esta diferença haveis de saber que
Relógio de Belas, com toda sua prática
o guardei para vo-lo apresentar. Pouco
vem a ser a sepultura, donde cada qual
vizinhança. Ele, lá por baixo da capa lhe
a mim cousa algũa, ferrolha a porta e
desterro das cortes e cidades, se nelas
Chagas, que com ninguém se mete! Assi
R. C. ou do ar corruto que me deu no alto da
os estofos e badulaques que inventou a
encobrir tamanha doudice? Porque não
que seja de ruim lei e feitio, é a que
A liberalidade, até do que não
(como V. M. melhor sabe) que ninguém
as tinge à sua vontade; mas isso não lhes
custam cá os doudos os olhos da cara.
em fora são como trigo do mar: sempre
e dá com ele ao pé do pelourinho? Não
prezadas ou, ao contrário, as de ouro
que é a própria verdade do mundo,
sua hora de velhice, contra quem não
estar sempre à dependura me não há-de
roído da traça, por muito mais do que
um quatro com três figuras atrás de si,
mil, e se detrás de todas essas figuras,
que os danos são irremediaves. Nada lhe
até do que não val nada, sempre
os sábios e os santos, e aos mais
vida lhe não faça desconto; e que lhe não
R. A. R. C. R. C. houve de ser o culpado na madorra do
lhe resvala um pé à mula e dá com o
é mais que ũa torreira de mentirosos,
ficasse dessimulada a curta
lugar, sofro que a figura represente sua
de enganar ao rei todo o tempo de sua
e
do Paço, vendo que nas Chagas lhe não
usa dados os votos na cor das favas, para
uso as molas, quebram-se-nos os dentes com o
usos da Corte nem quisera saber desse. Mas
úteis, lhes deu Deus entendimento que negou às
V.A. e D.
V. M. é o Relógio de Belas? Grandes cousas
V. M. é Relógio de Belas mas não é belo relógio...
V. M. me diga como se chama, que sua gentil
V. M. melhor sabe) que ninguém val pelo que é
V. M. muito bem vindo. Quem diremos?
V. M., para ser tão grande e tão antigo cortesão
V. M., porque me vê aldeão. Pois também lá
V. M., que estas são as justiças do mundo
V. M.?
V. M.?
V. M., senhor Relógio de Belas, com toda sua
V. M., senhor Relógio.
V. M. terá maior bem que bom ofício; mas se
vá errado se há de parar em vossas mãos, ũa
vadios, de verão à sombra e de inverno ao
vagar a facilidade com que o bom do meu
vagar, e matam primeiro a que está mais gorda
vai de figuras a pessoas. As pessoas sempre
vai dessimulando muito bem a causa de sua
vai em que vá errado se há de parar em vossas
vai então só com o cabedal que lhe deu a
vai fazendo as culpas sumárias até que
vai-se. Confesso-vos que estranhei vendo-me
vai tanto de monte a monte a má malícia.
vai tudo direito!
Vai-te embora, ora, com as tuas horas. E leva
vaidade, brevemente comecei a fazer tais
vaidade e a incontinência. Porque a prata se
val a desculpa, que muitos dão, de se não
val mais cara. Parecer-vos-á agora bem um
val nada, sempre valeu muito. Mas que proveito
val pelo que é, senão pelo lugar em que o vemos
val.
Val aqui a doudice pesada a peso de ouro; e de aí
vale menos que o peor da terra, e lá tem de
vale nada esta hora?
valem pouco, quando informes.
valem segundo estão. Quero dizer que tem o
valem todos os estofos e badulaques que
valer para tirar o medo de não morrer
valera em novo.
valerá quatro mil, e se detrás de todas essas
valerá quatro réis.
valeu até lhe mandarem alcaides à porta. Vendo
valeu muito. Mas que proveito conseguistes
valeu pouco. Da mesma sorte nos sucede
valha o ser rei sábio e imperador potente nem o
Valha-me Deus!
Valha-me Deus! Sendo relógio que tantas horas
Valha-me, ora, Deus! Que vos estou dizendo
valhaco e em vir passar esta vergonha que
valhaco no rio? Não presta?
valhacos e vadios, de verão à sombra e de
valia desta obra. Quanto ela algũa [RF32] hora
valia e sua grandeza, enquanto lha deixam, e
valia, quando lhe mete, entre outras, a
valiam então tão pouco como dizeis. E hoje
valiam suas verdades, deu em mentiroso por se
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o valido também; ele correu, correu o
dos últimos reis de Portugal houve cá um
como quis e nunca mais viu ao
o seu o requerente, trotou... trotou o
que o requerente (ou despachado) viu o
segundo estão. Quero dizer que tem o
pouco como dizeis. E hoje, mudaram o
dos caracteres de aritmética tem
como não são nada, nunca têm outro
todas para si afim de as dispenderem,
para outra hora o ler por sentença, e
e altiva que seja, tem sua hora, como
R. C. R. C. - Si, grande cousa é que as figuras
pesados e doentes (como costumam ser)
e da Virgem do Monte às sestas - que
R. C. - Em
fiéis amigos e servidores, dos quais
para o ferro velho, depois de haver em
vos deve. Porém, vós, em tudo não só
em tudo não só varão da Justiça, mas
declaravam a mi e aos mais ouvintes os
que o vaso mau nunca quebra, não há
as perde, ou fosse disto ou do saibo da
Essa é a lida comum que, por mais que o
na árvore dos sinos de S. Pedro in
São os conceitos como as figuras que se
e fora de horas, cheos de sono,
são alcatruzes: uns cheos, outros
R. A. - Zomba V. M., porque me
no ar a um ratinho, dera quanto se
rodas, como aos homens o sangue pelas
que a velhice faz este próprio ofício e
e se parasse à hora de ir caminhando,
que agora está passando por nós outros.
Cidade, me deram por aio um mentecato.
R. A. cousa tão abatida que algũa hora se não
alto sol que nos governa e assim eu me
que não são aqueles que se fingiam,
somos de campanário, será bom que nos
enquanto lha deixam, e depois olho e
R. C. - Arrebeçai, arrebeçai, que vos
R. A. - Chagado e ferrugento
males. A isto vim, nesta afronta me
estrondo e são como as serpentes que
de suas orações a tal que a tal hora? E
frades descontentes, impertinências de
da criança mais bem criada, dizem as
seu apartamento? Vem [RF60] então a
com a idade lhe chega sua hora de
aí o maior engano dos mortais; porque a
necessária, interpôs a Providência a
até então recebia. Fazei conta que a
mercê da natureza anteceder à morte a
ouvido toda esta pregação dos bens da
e companhia dos acidentes próprios da
ninguém vos tire que sois relógio
que já não sairei senão para o ferro
desenganado de seus aplausos, vendo-me
hora de cada um. Que me dizeis a outro
bastardo. Contentai-vos com ser cristão
e os desgraciados comparo eu com os
valido, do mesmo modo, e dizia gritando
valido muito discreto (como era bem que todos
valido nem lhe tirou o chapéu. Toparam-se um
valido também; ele correu, correu o valido, do
valido, voltou o cavalo para donde ele vinha
valor conforme o lugar. Porque, se vires um
valor, o estado
valor próprio, a uns chamamos figuras e a
valor salvo o que os homens lhe constituem
vãmente, em seus passatempos. E, porque
vamo-nos hoje por carta de nomes. Como é o
vamos averiguando; e que corre por conta de
Vamos ao ponto. Como vos fizestes doudo
vão atrás ou adiante. Figuras
vão devagar, assentam-se em ũa parte
vão mudas à romaria espreitando o que diz a
vão se cansam e se defendem que isso, depois
vão sempre recebendo o aviso mais importante
vão tomado mil suores de fornalha, dois mil
varão da Justiça, mas varão justo, não podíeis
varão justo, não podíeis, sem perjuízo da
varões apostólicos, segundo o sentido moral
vasilha nenhũa destas que se não tenha por boa
vasilha ou do ar corruto que me deu no alto da
vaso mau nunca quebra, não há vasilha nenhũa
Vaticano. Fazei de vos prezar de vossa sorte
vazam em moldes: sempre hão-de trazer a
vazios de dinheiro. Enfim, procurava de os
vazios, uns no fundo, outros no alto.
vê aldeão. Pois também lá dizem que cantam as
vê do meu campanário. Porque tal há destes que
veas.
vede agora se foi castigo ou mercê da natureza
vede que tal seria sua vida, sua saúde e seus
Vede como seria bem emendado o desconcerto
Vede que gentil censor podiam ter os meus
Vedes vós? Pois, se olharmos bem a cousa
veja levantada. A roda que se lhe pinta à
veja livre da lima e do martelo deste vilão, sub
vejam também que nem os pequenos são aqueles
vejamos os jogos, como bons parceiros. A que
vejo-a ficar em aquilo que dantes era, e às
vejo com engulhos de desgraciado. Salvo se
vejo eu a V. M., para ser tão grande e tão
vejo. Notai como anda a nossa Corte bem
velam sem os olhos abertos. Cuidam os
velha conheci já que ensinava às moças que as
velhas lagrimosas, que vem a ser, em suma, os
velhas, que sabem disso, está mais treita ao
velhice, a malencolia e o quebranto, de que
velhice, contra quem não valem todos os
velhice é ũa piadosa estalagem que Deus pôs
velhice entre a vida e a morte para que ali se
velhice faz este próprio ofício e vede agora se
velhice, ou se seria melhor enganar a gente
velhice, sabei de certo, companheiro, que a
velhice. Senão, dizei-me: quem poderia apartar
velho da cidade por quem, havendo passado
velho, depois de haver em vão tomado mil
velho e com os pés para a cova, comecei a falar
velho, rico, encartado, andar muitos anos sem
velho, sem esbarrar pela ladeira abaixo da
velhos e os moços por ũa ladeira acima. Os
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e robustos, a sobem de um fôlego. Os
são os mancebos, os pobres são os
ouvir contar no meu adro a certo
sem dúvida é o serralheiro que nos
saber que nesta casa em que estamos se
donde, de ordinário, os glutões
não seja almotacel no couto de Leomil,
se recolham a sua casa própria, que
de velhas lagrimosas, que
casar ou não com fulano, e se sicrano
se abalam, é só para a ruína; os que se
R. C. - Já sei o que
muitos se queixam do mundo, quando lhe
gente que fosse de cera? De aí, má hora,
R. A. - Ora de aí
é, de nenhũa outra cousa cuida. Donde
em que sua liberdade fez termo, eis que
e a figura, porque se
apelou da violência para a indústria.
custa tanta dor seu apartamento?
val pelo que é, senão pelo lugar em que o
que a matéria o não seja. Estátuas
casa deste maldito caldeireiro donde nos
as sete horas canónicas; assi,
Alojem os sábios ministros (segundo
sua significação e de seu nome. Assim,
me não competia. Quando nisto, eis que
martelo deste vilão, sub cujo poder nos
homens de almas, aguardenteiros e
R. C. - Porque
que passam as horas do contentamento,
a terra sobre a minha palavra. Eu,
e vai-se. Confesso-vos que estranhei
Ora os vizinhos,
R. A. - Pois eu,
e eu, desenganado de seus aplausos,
de avesso. Porque os viandantes,
da memória e nome de nossas horas,
acudissem a falar seus galantes. Logo em
os propósitos. Porque o Relógio do Paço,
R. C. - Estou
R. A. - Vou
em me dando o vento da empada ou em
sempre foi dele mais guloso, em se
me não ia tão bem porque os mais,
de outros cágados que o viam ir subindo,
contra quem os cria. Assim é a memória
tarjas de cera para igrejas. Estava-o
valeu até lhe mandarem alcaides à porta.
voar por donde basta ir andando,
R. A. - Não; não me espanto de que se
R. A. - Por isso tu cá
me cheirando às filhós, em me dando o
os fazia recolher por chuvas, neves e
desse. Mas dizei-me: virá isso, por
executores da taxa que Deus pôs à
A. - Que queria dizer nisso? Diria, por
a seu parceiro. Julgavam por grande
águia, lá em certa alagoa de minha aldea.
não tem paciência para esperarem a
não tem cor algũa. O ofício dos olhos é
estranho!). Eu ria e arrebentava de os
R. A. - Que mais claro se pode
velhos, fracos, pesados e doentes (como
velhos. Mas todos, mais ou menos cansados
velhustro que nele era muito contínuo...
vem a consertar. Sus, calemos!
vem a curar os mais ilustres relógios da Corte
vem a pagar seus excessos. Para beatas do meu
vem a pé sessenta léguas à corte, gasta o que
vem a ser a sepultura, donde cada qual vai
vem a ser, em suma, os quatro elementos de
vem da Índia com bons ou maus propósitos ou
vem em estado ínfimo procuram avantejar-se
vem: erguerem-se as tripeças, abaixarem-se
vem fazer algũas rapazias, porque não tem
vem o ordinário descontentamento em que todos
vem que das cousas que há no mundo mais
vem...
vem sùbitamente sobre ele o castigo. Leva-o o
vêm diante de muitas figuras ou adiantadas a
Vem e que fez? Pois não faz nem mais nem
Vem [RF60] então a velhice, a malencolia e o
vemos. Até no céu (ouvi já aos astrólogos da
vemos de barro altamente prezadas ou, ao
vemos e donde dizem que já não sairei senão
vemos fazer lembrança da hora do nascimento e
vemos) nas ourelas dos tronos, que não estarão
vemos nela cada dia celebradas as sete horas
vemos que, retirada a águia com sua presa
vemos.
vendedeiras, enfim, a toda essa chusma dos
vendem a sua ignorância por mistério; e, como
vendendo-lhes eu gato por lebre, cada noite
vendo-me donde nunca me havia visto, como
vendo-me naquelas alturas e que, como
vendo-me parado, encomendaram-me a um
vendo-me tão maltratado, fiz-me louco.
vendo-me velho e com os pés para a cova
vendo-o já mestre de relógios, não ferravam
vendo que a Igreja, não só santa mas sapiente
vendo que falavam, dava de esporas ao passeo
vendo que nas Chagas lhe não valiam suas
vendo que te não apupariam por dar mais de seu
vendo que V. M. terá maior bem que bom ofício
vendo reluzir o prato de ovos, não havia doze
vendo são.
vendo-se desacomodados de monção e para tudo
vendo-se eles ficar tão inferiores a seu
vendo-se solta. Quando algũa ponderosa
vendo trabalhar em um eirado que frisava
Vendo-se, pois, o triste homem tão afligido
venham a resvalar e precipitar-se. Digo-vos
venham curar, senão de que cuidem que ainda
vens por mentiroso... Diz que a verdade da
vento da empada ou em vendo reluzir o prato
ventos, mortos, acatarroados e fora de horas
ventura, de que os mais relógios da terra
ventura ou à desgraça, à vida e à morte de cada
ventura, que os ministros trazem sempre sobre
ventura que um animal tão para pouco fosse
Veo a águia e, de repente, o levantou nas mãos
ver como as desfaz. Porque ele não é como o
ver e chorar e enganar.
ver e de os ouvir e cada vez lhas fazia peor. Já
ver, que nas histórias que me contastes de
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e compassar e estremar o tempo, por
de mentirosos, valhacos e vadios, de
todos ficam iguais. Para todos houve
esforço e saúde. Se entre o inverno e
tomavam sobre sua conciência a minha
tu cá vens por mentiroso... Diz que a
números da aritmética, que é a própria
trabalhava sempre por falar
com os pés para a cova, comecei a falar
tinha entrada. Se isto algũa vez foi
do meu bairro sempre teve de minha
senhor fulano, e dizei-me se isto é
e ouviu aquelas que passaram. Pois em
Relógio de Belas, crede que vos falo
correndo: «si senhor, isto agora é
provar, com discursos e exemplos, esta
confundam, eu hei-de tanger sempre a
mas não ao pecador que, pondo em pés de
essa ruim manha, nem nós podemos com
Relógio do Paço me via tão benquisto de
do que lhe sucedia ao coitado do
vez que o diabo os atenta com serem
que nas Chagas lhe não valiam suas
à trocada: eu, desmentido das minhas
verdade, na imaginação dos solitários se
que não há alfaiate bem vestido. Nunca
são os que crecem. Nenhũa árvore
bàrbaramente a anteciparam, por se
em que todos andam [RF59] por se
amigo, encostai o pejo, e descalçai a
madorra do valhaco e em vir passar esta
procurava de os mandar pelas ruas à
dos passados desconsertos se achava
críticas, e até os poetas lhe chamaram
- Por isso se diz que não há alfaiate bem
suas verdades, deu em mentiroso por se
«ora folgo, por me não andar a
Ou um sainho de palmilha, como já
ministros, para que, despois, desfeita no
apesar de esses inconvenientes, quem ũa
de mal de estâmago e de ourina e, tal
este humilde conceito que ũa
não só com conformidade mas, algũa
ao domingo por cumprimento, se em
se os não atais a um pesado cepo, em
é fora de rezão que os homens tratem tal
considerarem como convém, que, em
todo o animal tinha entrada. Se isto algũa
edifícios, tal vez rios caudalosos e tal
me havia visto, como não fora outra
de os ver e de os ouvir e cada
Pagam os campos, as sementeiras e tal
Ora eu não avogo esta
desesperado que o gagau e a carteta; ũa
rogadas das onze para o meo dia eram de
prometendo de se lhe entregar cada
mais quereis que vos diga? A primeira
a cabeça e tudo se me desconcerta, cada
mão deixarem de ser desgraciados cada
enforcado, melhor é acabar logo por ũa
montes, agora soberbos edifícios, tal
R. C. - ...que lá não sei donde, era ũa
Essa manha sempre ele a teve; e muitas
ver se podíamos reger ou encobrir tamanha
verão à sombra e de inverno ao soalheiro
verão e inverno, frio e calma e, assim ou assim
verão não houvesse de ũa banda o outono e da
verdade, afirmando que nunca tão ajustado
verdade da língua dos que a não falam, é como a
verdade do mundo, valem segundo estão. Quero
verdade e ser pontualíssimo em seus ditos
verdade. Mas a nenhum de nós pôde ser bom seu
verdade, na imaginação dos solitários se
verdade, não descansaram meus inimigos até
verdade». O requerente, sem parar, lhe [RF55]
verdade que este estatuto da hora de todos e de
verdade, que jamais andei de amores com o
verdade, que o passado era mentira».
verdade.
verdade!
verdade suas mentiras sem pés nem cabeça
verdade ter dele esta queixa porque, se bem as
verdadeiro, em tornando a ser Relógio das
verdadeiro Relógio Palatino que, em meu lugar
verdadeiros.
verdades, deu em mentiroso por se vestir da
verdades, ele, aplaudido pelas suas mentiras.
verefica. Persuado-me que, do próprio modo
vereis menos cortesia que na corte. Anda o
vereis que se contente com ficar baixa e
verem livres das penalidades da vida.
verem ser de um metal que, quebrado e
vergonha, porque haveis de saber que nesta
vergonha que agora está passando por nós
vergonha que, pois este vício não tem pena
vergonhoso, trabalhava sempre por falar
vermelhas, e mulheres há que lhe chamam
vestido. Nunca vereis menos cortesia que na
vestir da libré do tempo; e eu, desenganado de
vestir e despir todos os dias».
vestiram os reis e as princesas? Pois isto
vestuário do tempo esta farsa em que todos
vez a experimentou sempre a procura. Será
vez, a muito reverendas apoplexias, donde, de
vez cá me entrou na imaginação, por achar a
vez, com alvoroço. Donde se viu que muitos
vez da missa, que não ouviam, ouviam então
vez de entreterem com seus jogos, são
vez de seu cómodo e tal de seu adiantamento
vez do desprezo com que nos tratam, podiam
vez foi verdade, na imaginação dos solitários
vez fresquíssimos arvoredos.
vez gente, fazia-me pedaços e cursava todo o
vez lhas fazia peor. Já namorados! Isso foi ũa
vez os homens, as paixões que passam as
vez por ela, sendo seguro da afeição que vos
vez por ronceiro, outras por estugado, sempre
vez, porque todas empeciam. Pois logo eu a
vez que a chamasse, contanto que a defenderia
vez que aqui vim curar-me, encontrei cá o
vez que cuido no engano dos tolos dos meus
vez que o diabo os atenta com serem
vez.
vez rios caudalosos e tal vez fresquíssimos
vez ũa peça de pano azul que, por não servir
vezes, cá pelas minhas mossas de ferro, hei
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E assim ouvimos (como eu muitas
R. C. - Muitas
gentes a quem eu o não mereço, que às
nunca fossem horas minguadas, muitas
ficar em aquilo que dantes era, e às
R. A. - E às
defende, passa por ele e o deixa, as mais
os anjos e fazia deles carrancas; outras
sendo geralmente malquisto de meus
de muito má figura conheço eu que as
jamais com minha obrigação. Donde
por isso que ides dizendo, o que lhe
- Assim deve de ser, segundo os que eu
que até então sendo Relógio do Paço me
inveja das rãs e de outros cágados que o
as mulheres e os criados destes, que os
el Buscón. A estes confrades da
e deu consigo de avesso. Porque os
pelas ruas à vergonha que, pois este
sucedia. Choravam-se, diziam mal à sua
que cada um de nós fosse a buscar outra
interpôs a Providência a velhice entre a
que Deus pôs à ventura ou à desgraça, à
se deminuisse a sobejidão do amor da
intervalo, larga distância entre a
hora de sua morte chamou só, em sua
relevar o menor intervalo de que na
pela sesta. O mesmo ferro agudo dá
e faz como os homens se despeçam da
o aviso mais importante que há na
a Seu Eterno Pai todas as horas da
aquele que lhe está assinado no livro da
por se verem livres das penalidades da
tão desordenada que ninguém o julgou à
discorrido, são sôfregos das horas da
e gastam por sua conta todas as horas da
de ir caminhando, vede que tal seria sua
essa laia é o vosso pano, em boa hora cá
toma as de Vila Diogo para a tua
R. A. - Sou, com perdão, o Relógio da
toda a sua vontade, toma as de
sou; não há aí negá-lo, que é a peor das
R. A. - E vós a mim de
R. C. - Sanha de
R. A. - Não há
me veja livre da lima e do martelo deste
R. A. a propósito de seus propósitos; porque
que vos diga? A primeira vez que aqui
quem se me azaram tantos males. A isto
é certa selada de gentio com seu azeite e
R. A. - Certo que, ainda que esta
muito bem a causa de sua santa
má hora», «ide com as horas más», «
os jogos, como bons parceiros. A que
R. C. e ser pontualíssimo em seus ditos,
R. C. - Seja V. M. muito bem
tão desapiedado que disse não havia
os que a duvidavam. Nem seria pequena
R. A. - Nunca ouvistes de um que se
o valido, voltou o cavalo para donde ele
as onze, antes que fossem bem dez já
vezes dou fé que ouvi na minha igreja) que
vezes me assombro só em cuidar que está o
vezes me recolho e não dou as horas que havia
vezes me sucedeu que, em lugar de dar ũa e
vezes menos, e não é nada. Com esta satisfação
vezes pelas badaladas como galantes; mas não é
vezes, são e salvo.
vezes, tornava as serpentes em flores, até que
vezinhos, me tiraram o ofício em breves dias
vi já andar atrás doutras muitas figuras,
vi que a boa vontade, desarmada da ciência e
vi suceder a um cágado com ũa águia, lá em
via aproveitados desde a minha torre, quando
via tão benquisto de verdadeiro, em tornando a
viam ir subindo, vendo-se eles ficar tão
viam recolher cedo contra seu costume, aí vos
vianda, irmãos da Mesa de Santo Entrudo, fiz a
viandantes, vendo-o já mestre de relógios, não
vício não tem pena pelas leis (ou se lhe não
vida, a hora em que naceram e o costume da
vida, como eu estou resoluto a fazer. Cansado
vida e a morte para que ali se domasse a fúria
vida e à morte de cada um.
vida, e o homem fosse perdendo o receo à
vida e o perigo, quando racionalmente se busca
vida, hora sua. Mas isto basta de mandato, e
vida lhe não faça desconto; e que lhe não valha
vida na hora que abre a postema, e mata na
vida não só com conformidade mas, algũa vez
vida. Pois, em estando a hora determinada lá
vida, por isso mesmo recebeu do Padre aquela
vida, que se guarda na Torre do Tombo do alto
vida.
vida.
vida. Reservam todas para si afim de as
vida, só querem dar a Deus a hora de sua morte
vida, sua saúde e seus negócios!
viestes.
vila.
Vila de Belas; ou sem perdão (para melhor dizer
Vila Diogo para a tua vila.
vilanias.
vilão com bem mau modo!
vilão. E depois?
vilão que não saiba para seu proveito.
vilão, sub cujo poder nos vemos.
Vilão sou; não há aí negá-lo, que é a peor das
vim a entender por experiência que, na maior
vim curar-me, encontrei cá o Relógio da Sé
vim, nesta afronta me vejo. Notai como anda a
vinagre de Mafoma.
vinda me não importara mais que [RF67] ouvir
vinda.
vinde com as horas boas», «ũa hora muito
vindes a esta casa?
Vindes tão sabedor que me pareceis antes
vindo com as horas muito a suas horas. E
vindo. Quem diremos?
vingança como a de ũa ruim fama; porque
vingança deixar (pelo menos) o crédito do
vingava dos cães que lhe ladravam levantando
vinha. Apressou o seu o requerente, trotou
vinha com elas. Durava apenas uma hora o
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Relógio da Sé, muito em segredo, que se
que é longa, estreita e sem travessa. Um
o fiz e amuei-me de feição que, nas
que, em lugar de dar ũa e duas, dava
curiais que, ouvindo de sua pousada
o triste homem tão afligido, apelou da
o culpado na madorra do valhaco e em
mas já convalecido, quando começam a
lhe fazem dar, o coitado endoudecera, se
nem quisera saber desse. Mas dizei-me:
o prezado se engrampone, que para todos
o valor conforme o lugar. Porque, se
de S. João, às quartas feiras, e da
e hipocresia. Preguntai que mais
o relógio a parte onde melhor se
tão para pouco fosse assim sublimado à
Já cuidei, certo, à
não houvera um e outro crepúsculo, que
Assi, de longes e de pertos, de
Eu, vendo-me donde nunca me havia
melhor para dar que para ter. Muito hei
Foi despachado como quis e nunca mais
Tanto que o requerente (ou despachado)
mas, algũa vez, com alvoroço. Donde se
não há cá relógio, por mais alto que ele
do animal e deixá-lo cair nas pedras
que é quando podem ser. Também ali
relógios, se governam por eles, e assim
é cheminé ou campanário a casa da minha
não samos os aldeãos os mais mofinos,
hora, notificando-a por tal a todos os
e da outra a primavera, quem pudera
encomendaram-me a um alveitar que
tão grande mercê, porque, ainda que não
de bigorna, que não sei como sou
nem a horas!... Todas as trazia em um
tornar atrás; e, assentando que
ofício, só porque não ouvem o relógio da
fui peçonha. E solicitador havia na
vagar a facilidade com que o bom do meu
casa, e se meta, mande e obre na de seu
tal há destes que, por teima de que seu
porque se não entremete algum
da mesma cor. Não quiseram mais os
Ora os
jeito de ser algũa coisa, o guardei para
R. C. - Dire entrou para não sair até comunicarmortais tantos excessos que, querendo
do Paço, sabeis que fazia? Furtava-lhe a
a el-rei, mata aos ministros e, no cabo,
como mula de atafona, porque, às muitas
requerente (ou despachado) viu o valido,
namorados, ou lhes acerte [RF35] com a
luzente e untado, porque isto de falar à
os quais eles temperam sempre à sua
com minha obrigação. Donde vi que a boa
ser das horas e cada um as tinge à sua
o céu tem na terra, para que façam sua
agora lá estivera e fora muito por minha
a qual hora morreu tanto por sua própria
da Beira, ouvi-las-ei eu de muito boa
R. A. - Grande. Primeiro, fazer minha
vinha emprastar e remedear de mais de mil
vinha, o outro ia. Tanto que o requerente (ou
vinte e quatro horas do dia, minha boca se não
vinte e trinta.
vinte relógios, não se queria reger senão pelo
violência para a indústria. Vem e que fez? Pois
vir passar esta vergonha que agora está
vir recados do provedor das obras del Rei que
vira.
virá isso, por ventura, de que os mais relógios
virá seu S. Martinho. Lembra-me ouvir contar
vires um quatro com três figuras atrás de si
Virgem do Monte às sestas - que vão mudas à
virtude pode ter ũa de suas orações a tal que a
visse e mais soasse. Mas o caso era que os
vista de seus iguais e que a mais nobre das
vista deste e de maiores exemplos, que com
vista se averiguara com as luzes ou com as
vistas primeiras e segundas, compõe esta
visto, como não fora outra vez gente, fazia-me
visto; e, se vos servem algũas das minhas
viu ao valido nem lhe tirou o chapéu. Toparam
viu o valido, voltou o cavalo para donde ele
viu que muitos sábios requestaram a hora da
viva, que, por forrar de sobressaltos e
vivas até que, quebrando-lhe as conchas com
vive o batifolha junto do sapateiro. Porventura
vivem sempre ao gosto de seu gosto. Boa ordem
vivenda; e assim, sem mais nem mais
vivendo em perene desterro das cortes e
viventes, para que não haja algum tão
viver, passando desordenada e sùbitamente das
vivia junto de mim, o qual aceitou logo a
vivo, como vós, das portas adentro com a
vivo. De sorte, amigo, que as mentiras e
vivo enleo e com o próprio engano [RF51] que
vivo só e que como só discurso e que como só
vizinhança. Ele, lá por baixo da capa lhe vai
vizinhança tão presumido de bem informado nas
vizinho derretia os anjos e fazia deles
vizinho. Dizei-me: haveria maior confusão em
vizinho não seja almotacel no couto de Leomil
vizinho, trabalhará bem o batifolha no ofício de
vizinhos do lugar para amanhecer em casa do
vizinhos, vendo-me parado, encomendaram-me
vo-lo apresentar. Pouco vai em que vá errado
vo-lo-ei: sou tão mal escançado que, sendo eu
vo-lo.
voar por donde basta ir andando, venham a
volta e, sumindo o curso, guisava de tal sorte o
volta-se a sua terra, e por dois magustos que
voltas que os amantes lhe fazem dar, o coitado
voltou o cavalo para donde ele vinha. Apressou
vontade com que o mesmo Amor não atina
vontade de cada um é mais sadio que galinha
vontade... De maneira que, governando eles
vontade, desarmada da ciência e experiência
vontade; mas isso não lhes val.
vontade. Mas não há dúvida que sucedem cousas
vontade, porque sem dúvida tenho mão para
vontade que a essa mesma hora de sua morte
vontade.
vontade.
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fazer em ti, a bel-prazer, toda a sua
eu só por curiosidade porque seu
e feitio, é a que val mais cara. Parecercomo vossos antepassados; e, se acaso
R. A. - Amigo, não
querer da solidão a posse; contentaié conhecido por bastardo. ContentaiR. C. - Bem pareceis boçal! Pois, se eu
a mim com minha conciência, que mais
fosse de vós ũa lembrança. Do aplauso
vez por ela, sendo seguro da afeição que
R. C. - Que mais quereis que
tempo há que o tempo é esse! Ũa cousa
qual não há apelação nem agravo. Certo
vou que, deixando (como a princípio
R. C. - Já
um ferrolho e neto de ũa enxada, calaiR. C. - Dirlinajudo que, a troco de quatro réis,
R. C. - Disto
da oferta que vos faço, enviandoR. C. - Valha-me, ora, Deus! Que
não importara mais que [RF67] ouvirlogo corrente a confiança da oferta que
C. - Senhor Relógio de Belas, crede que
que, como estejais em alto estado, eu
R. C. - Vamos ao ponto. Como
recolher cedo contra seu costume, aí
Sobretudo
R. A. - Mas, como
- Mal poderei desprezar-me dela, tendoe seu compitidor, ei-los amigos. Pois que
de dizer deles. Para ũa só acção
que fizer a seu descontentamento. Tomosinos de S. Pedro in Vaticano. Fazei de
lugar, mestiça, filha de baneane. Juroferrolha a porta e vai-se. Confessoa resvalar e precipitar-se. DigoR. C. - Quem gostareis vós que eu
dar que para ter. Muito hei visto; e, se
é por essa, eu fico que nenhum bem
Quem quereis ser? Por qual mandais que
se riam de vós (como dizeis), ninguém
R. C. - Tente mão: já sei que
R. C. - Arrebeçai, arrebeçai, que
R. A. - E
podermos remediar. Porque, considerai
Bom é saber; e, por mais que se riam de
mercê, porque, ainda que não vivo, como
R. C. - Jurais
relógios da terra andem tão atilados que
seguro da afeição que vos deve. Porém,
R. A. - Ao que
horas dais para os outros, só para
e esse interesse vós o lograi, pois de
com a reverência... Nem ela espera de
R. C. - Dizeis o que há em
vos desobrigo e até da censura; porque
preço, a vós se deve e esse interesse
R. A. - Vedes
achei quem me declarasse a rezão. Se
R. C. - Quem gostareis
de aqueles que lhe podem dar preço, a
vontade, toma as de Vila Diogo para a tua vila.
voo me não competia. Quando nisto, eis que
vos-á agora bem um saio de arbim de espadas
vos achardes filho de um ferrolho e neto de ũa
vos canseis que se não pode já ser relógio; e
vos com a reverência... Nem ela espera de vós
vos com ser cristão velho, sem esbarrar pela
vos contara outro segredo, ficáreis frio!
vos contarei de travessuras que tenho feito. É
vos desobrigo e até da censura; porque vós
vos deve. Porém, vós, em tudo não só varão da
vos diga? A primeira vez que aqui vim curar
vos digo:
vos digo que, se os grandes [RF61] e os
vos disse) de par em par a imaginação, não
vos disse que o fim das cousas era cousa das
vos e não esbombardeeis, que, como estejais
vos-ei: todos somos relógios e sabemos que não
vos enxira na árvore dos sinos de S. Pedro in
vos espantais?
vos este humilde conceito que ũa vez cá me
vos estou dizendo senão isso? Se a nau partir
vos, eu dera por ditosos os aleives que cá me
vos faço, enviando-vos este humilde conceito
vos falo verdade, que jamais andei de amores
vos fico que nem por isso tina peor a vossa
vos fizestes doudo? Ensinai-mo pelo que pode
vos gabo eu que tinha as bênçoas certas. Tal
vos guarde Nosso Senhor como desejo, etc...
vos ia dizendo...
vos nela por companheiro.
vos [RF47] parece? Será matéria de
vos peço voto, e seja para aprovar a eleição
vos por meu juiz conservador, para que lhe
vos prezar de vossa sorte, que assim fazem os
vos que a toda esta canalha fui falsário e que as
vos que estranhei vendo-me naquelas alturas e
vos que, se fora homem como sou relógio, que
vos saia? Sou esse cansado, esse negro, esse
vos servem algũas das minhas observações ou
vos suceda. Sede relógio, como vossos
vos tenhamos?
vos tire que sois relógio velho da cidade por
vos trouxeram aqui à força. É mais que isto?
vos vejo com engulhos de desgraciado. Salvo se
vós a mim de vilão com bem mau modo!
vós agora se um homem bailasse à hora de
vós (como dizeis), ninguém vos tire que sois
vós, das portas adentro com a Igreja, sempre
vós de manter silêncio?
vós, em sua comparação, monteis deslustrosa
vós, em tudo não só varão da Justiça, mas
vós estais nela.
vós falta ũa hora!
vós há procedido, sabendo-se como eu tenho há
vós mais que a aprovação por exercício. Os
vós, mas não o que há em mim que, assim tão
vós nada lereis sem conserto e eu não quero de
vós o lograi, pois de vós há procedido, sabendo
vós? Pois, se olharmos bem a cousa, nenhum
vós, porque de tudo entendeis algũa cousa
vós que eu vos saia? Sou esse cansado, esse
vós se deve e esse interesse vós o lograi, pois
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e por meus pecados, lhe chamai
R. C. - Até a
como todas estas rezões se derigiam a
não pus aqui palavra que não fosse de
eu vos fico que nem por isso tina peor a
minha obrigação nomeando-me; fazei
R. A. - Estou tanto da
Mas, sobretudo, admirado me tem essa
in Vaticano. Fazei de vos prezar de
vai em que vá errado se há de parar em
relògiozinho de por aí além! Dizei
e seja para aprovar a eleição que fiz de
R. C. - Tende mão! se de essa laia é o
bem vos suceda. Sede relógio, como
dizer deles. Para ũa só acção vos peço
[RF63] nas confrarias se usa dados os
[RF31] Mas, ó senhor, adonde
R. C. escumei a voz e compus o movimento.
R. A. Chegada a primeira hora, escumei a
perder nem alhear. Por isso se diz,
para o aplauso do
primeira que é efeito da paixão e não de
R. A. ou alvo da perseguição e o negro da
vós, se não chamar-lho-ei eu.
vós, se quiserdes.
vós sòmente, não pus aqui palavra que não
vós ũa lembrança. Do aplauso vos desobrigo e
vossa campainha - quanto mais que não faltará
vossa cortesia correspondendo-me. Quem
vossa parte nessa parte que se me há posto nos
vossa relação. E como saístes da demanda?
vossa sorte, que assim fazem os honrados.
vossas mãos, ũa de mestre, outra de amigo
vosso dito.
vosso nome, por que, entre tanto merecimento
vosso pano, em boa hora cá viestes.
vossos antepassados; e, se acaso vos achardes
voto, e seja para aprovar a eleição que fiz de
votos na cor das favas, para encobrir a dos
vou que, deixando (como a princípio vos disse
Vou avante. O meu pedagogo era torto e
Vou e desando. Par Deus, que soei como outra
Vou vendo que V. M. terá maior bem que bom
voz e compus o movimento. Vou e desando. Par
vulgarmente, que tudo tem sua hora.
vulgo.
zelo, e a segunda, fruito do negócio e não da
Zomba V. M., porque me vê aldeão. Pois também
zombaria; e tantas são as pedradas que me tem
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Os relógios falantes - Universidade de Coimbra