GERAL
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JORNAL
n Terça-feira, 23 de março de 2004 n
DO
POVO
t DESENVOLVIMENTO
Porto e Centralsul vão funcionar
No mês de abril
poderá ser feita
a primeira viagem
GIULIANO FERNANDES
Importante
A plataforma do Porto de
Cachoeira do Sul, base que
fica submersa nos períodos
de enchente do Rio Jacuí,
não é a obra fundamental no
processo de ativação do complexo portuário. A estrutura
da Centralsul é a que mais
agradou o grupo de produtores da região norte do estado
que esteve ontem visitando
o local. Segundo o diretor da
SPH, Tito Viero, a plataforma existente faz parte de um
projeto mais amplo e que dificilmente será concretizado.
“A proposta original é para
construir uma plataforma
mais alta de um lado e uma
mais baixa do outro lado. O
porto sempre iria usar a plataforma que mais estivesse
próxima do nível do rio”, explica Viero. A plataforma
serve para o recebimento de
cargas que poderão ser
trazidas de Porto Alegre ou
do Porto de Rio Grande.
FOTOS GIULIANO FERNANDES
O complexo portuário de Cachoeira do
Sul poderá entrar em funcionamento no final do próximo mês. O embarque de cargas
utilizando o terminal de grãos da Centralsul
e o uso da plataforma do Porto de Cachoeira
é um projeto que ganhou forças ontem com a
reunião entre todas as partes que podem
colocar o complexo em funcionamento. A
reunião de ontem foi promovida pela comissão do Mercosul da Assembléia Legislativa,
que tem o deputado cachoeirense Marlon
Santos de vice-presidente. “A ativação do
porto depende apenas da organização dos
empresários, produtores de grãos e representantes do Governo do Estado e da
Centralsul, o que deverá acontecer no próximo mês”, observa Marlon.
No próximo dia 19 será feita uma nova
reunião para tratar da operacionalização do
Porto de Cachoeira do Sul. O encontro será em
Porto Alegre, na Superintendência de Portos
e Hidrovias (SPH), a partir das 13h30min, e
servirá para dar início ao processo de organi-
zação de cargas e da forma de carregamento e
embarcações que serão utilizadas. Segundo
Marlon Santos, todos os elementos necessários para colocar o porto em funcionamento
estão disponíveis e prontos para uma parceria. Na reunião de ontem, o deputado
cachoeirense conseguiu abrir o diálogo entre
os proprietários de cargas, empresários do
ramo de navegação, representantes do Governo do Estado e da Centralsul.
VISITA - O grupo que se reuniu ontem
para dar início ao processo de ativação do
complexo portuário também visitou a plataforma do porto e a unidade da Centralsul. O
diretor de portos da SPH, Tito Viero, resumiu
MULTIMÍDIA
Confira em www.jornal
dopovo.com.br o vídeo da reunião sobre o
porto. Participe também da enquete.
REUNIÃO: encontro na Câmara reuniu cerca de 50 interessados no projeto
ATENÇÃO - Na reunião promovida
pela comissão do Mercosul, na Câmara
Municipal, estiveram presentes empresários, lideranças comunitárias e vereadores, para acompanharem as propostas dos representantes do Governo do
Estado, Centralsul e empresários do ramo
de navegação e da produção de grãos
(cargas). Ao todo, cerca de 50 pessoas
participaram da reunião.
PARA SABER MAIS
O que está acontecendo
n O deputado Marlon Santos ganhou a confiança e amizade dos
produtores de grãos da região norte do estado, que lhe procuraram
em busca de uma alternativa mais
barata para o transporte das cargas.
n A iniciativa de Marlon foi organizar o encontro de representantes
do Governo do Estado, Centralsul e
empresários da área de navegação com os produtores. Ontem ocorreu o primeiro encontro, onde estiveram presentes todas as partes
que necessariamente precisam trabalhar juntas para viabilizar o porto.
n No próximo dia 19, às
13h30min, em Porto Alegre, na
Superintendência de Portos e Hidrovias, será feita uma nova reunião para tratar do porto. Neste
próximo encontro, o trabalho será
para operacionalização do complexo, onde todos os envolvidos
irão apresentar suas propostas.
n Para garantir o funcionamento
do porto é preciso cargas. As cargas estão garantidas e agora o
Governo do Estado deverá fazer o
balizamento do rio e, futuramente, a sua dragagem.
n No final do próximo mês poderá
ser feito o primeiro carregamento
de cargas. Para isso será usada a
estrutura da Centralsul, que tem um
sistema completo de recebimento,
armazéns para estocagem e sistema de carregamento de navios.
n A colheita da safra de soja, que
deverá começar nos próximos dias,
garantirá as cargas que são
comercializadas e precisam chegar
até o Porto de Rio Grande. A época
favorece o Governo do Estado, que
somente fazendo a batimetria (identificação da profundidade do rio em
seu curso) poderá identificar que o
calado tem o mínimo de 2,5 metros,
pois o Rio Jacuí tem normalmente
nesta época do ano um bom volume
de água.
n Segundo o diretor de hidrovias
da Superintendência de Portos e
Hidrovias, José Carlos Martins, em
70% do ano o Rio Jacuí apresenta
calado suficiente para o trânsito de
embarcações. “Não são muitas as
áreas que precisam ser dragadas e
certamente na época que o rio está
mais cheio o calado chega a ter mais
de três metros.
n A negociação promovida pelo
deputado Marlon Santos agradou os
diretores da Centralsul, que estão
negociando com a Justiça o adiamento do leilão do patrimônio da
cooperativa, venda que estava marcada para os dias 14 e 28 do próximo mês.
Estado assina hoje o
PET com cidades do sul
MEMÓRIA
Em 1986, Cachoeira do
Sul manteve o carregamento de carvão em navios que levavam o mineral
para a usina termelétrica
na cidade de São Jerônimo. A desativação das minas forçou o fim do transporte de navios. Na época
não havia a plataforma do
porto e os navios eram carregados na área junto à
Ponte do Fandango, onde
funciona a eclusa. Durante o tempo de funcionamento, cerca de 150 mil
toneladas e carvão foram
levadas de barco pelo Rio
Jacuí. As primeiras embarcações que circularam
pelo Rio Grande do Sul tinham capacidade para carregar cerca de 300 toneladas. Nos dias de hoje, as
mais modernas têm capacidade para transportar
até cinco mil toneladas de
uma única vez.
em poucas palavras o que é preciso para colocar o complexo portuário de Cachoeira do Sul
em funcionamento. “É preciso conjugar quem
tem cargas e quem tem embarcações. O Governo do Estado dará condições de
navegabilidade pelo Rio Jacuí”, afirmou Viero.
O gerente operacional da empresa Navegação
Aliança, Ático Scherer, disse que se houver
cargas e se o calado do Rio Jacuí estiver com
2,5 metros o porto certamente poderá entrar
em operação. O presidente do Clube Amigos
da Terra, da cidade de Tupanciretã, Almir
Rebello, afirmou que as cargas estão garantidas e os produtores buscando uma alternativa
mais barata para transportar a produção.
MESA: na mesa, Almir
Rebello, do Clube
Amigos da Terra,
Vilmar Pedroso, da
Centralsul, Ático
Scherer, da empresa
Navegação Aliança,
Cláudio Petrucci, da
Prefeitura de Cachoeira
do Sul, Marlon Santos,
vice-presidente da
comissão do Mercosul,
Tito Viero, da Superintendência de Portos e
Hidrovias, José Carlos
Martins, diretor de
hidrovias da SPH, e
João Arenda, da Navegação Caism Muratta
VISITA: produtores de grãos foram
conhecer a plataforma do porto
O secretário estadual dos
Transportes, Jair Foscarini,
assinará hoje, às 9h, o termo
de cooperação do Plano Estratégico dos Transportes
(PET) no setor de hidrovias.
A proposta é firmar parcerias com as prefeituras para
desenvolver propostas de
desenvolvimento das rotas
de navegação. Segundo o coordenador dos trabalhos,
engenheiro
Wilson
Ghignatti, o documento visa
viabilizar o transporte
hidroviário gaúcho e a
interligação com os modais
viários do Mercosul.
O Rio Jacuí, no trecho
entre Cachoeira do Sul, Rio
Parto e Porto Alegre, está
sendo analisado por representantes da Holanda que
trabalham para identificar
as rotas de navegação e as
cargas disponíveis para utilizar estes portos. A prioridade dos holandeses é o Por-
to de Rio Pardo, já que eles
encontraram oportunidades
de negócio com os
fumicultores. A mesma
tecnologia que os holandeses estão trabalhando é oferecida pela Superintendência de Portos e Hidrovias,
que esteve representada ontem em Cachoeira do Sul
para tratar do complexo portuário cachoeirense.
Na reunião de hoje será
discutida a reativação da
navegabilidade da Lagoa
Mirim, rota que beneficia as
cidades de Jaguarão, Santa
Vitória do Palmar, Pelotas,
Rio Grande, Porto Alegre e
Estrela. O levantamento dos
holandeses para o Porto de
Cachoeira do Sul deverá ficar pronto ainda no primeiro
semestre deste ano. O interesse da Holanda no Rio
Grande do Sul é vender sua
tecnologia na área de navegação.
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Porto e Centralsul vão funcionar