PARTIDO SOCIALISTA FEDERAÇÃO DISTRITAL DO PORTO CONVENÇÃO AUTÁRQUICA DA ÁREA METROPOLITANA DO PORTO 1. COMPROMISSO COM O CRESCIMENTO ECONÓMICO E COM O EMPREGO, EM SINTONIA COM A ESTRATÉGIA “EUROPA 2020” POR UMA ÁREA METROPOLITANA DO PORTO MOTORA DO CRESCIMENTO DA REGIÃO E DO PAÍS A Área Metropolitana do Porto é, pela sua dimensão demográfica mas também pelas funções que desempenha e pelas suas grandes infraestruturas de acessibilidade e conectividade internacional, uma área metropolitana de dimensão europeia, só tendo paralelo, no país e nessa dimensão, com a Área Metropolitana de Lisboa. Para além disso, a Área Metropolitana do Porto é o centro de toda uma região – a Região Norte – e, em particular, de um arco que integra a conurbação policêntrica urbana do litoral Norte, num raio de cerca de 60 kms em torno da cidade do Porto, ou seja, um arco que vai de Viana do Castelo até ao eixo Aveiro – IP5. Este arco concentra cerca de um terço da população do país para além de se afirmar como espaço de crescente cooperação e interdependência com a vizinha Galiza. A Área Metropolitana do Porto e a região envolvente, “Porto e Norte”, foi sempre o principal espaço de internacionalização da economia portuguesa e um dos motores da competitividade do país. Com uma economia centrada em setores expostos à concorrência internacional, a AMP e o Norte estão inevitavelmente confrontados com um complexo processo de mudança estrutural. Após um prolongado período de perda de competitividade, subsequente ao novo enquadramento gerado pela liberalização do comércio internacional e pela entrada de Portugal na União Monetária, têm surgido, nos últimos anos, alguns sinais positivos quanto ao reposicionamento competitivo da região, embora a crise financeira internacional iniciada em 2008 e as suas repercussões em Portugal tenham interrompido ou obscurecido esses sinais de mudança estrutural. As apostas na ciência e na tecnologia, na cultura e na criatividade, na modernização dos setores exportadores e na qualificação dos portugueses foram prosseguidas com consistência e perseverança pelos Governos do Partido Socialista e são as apostas necessárias para relançar o crescimento e criar emprego (mais emprego e emprego mais qualificado) na Área Metropolitana do Porto. Ao invés, o atual Governo, com uma política focada exclusivamente na austeridade financeira, desprovida de preocupações em matéria de crescimento, está a levar o país para uma espiral recessiva que destrói empresas viáveis e gera níveis impensáveis de desemprego. O atual Governo não tem uma visão para a competitividade do país, oscilando o seu discurso entre a secundarização do crescimento e a desvalorização dos salários dos portugueses. Os autarcas socialistas da Área Metropolitana do Porto elegem o crescimento económico e a criação de emprego como grande prioridade e afirmam que isso se faz com uma competitividade assente no conhecimento e nas qualificações e na valorização dos ativos da região. Aliás, a visão do Partido Socialista nesta matéria identifica-se plenamente com a estratégia “Europa 2020” lançada pela Comissão Europeia. Na “Europa 2020”, são identificadas três dimensões em prol do crescimento e do emprego na União: “crescimento inteligente” (desenvolvendo uma economia baseada no conhecimento e na inovação); “crescimento sustentável” (promovendo uma economia de baixo carbono, em termos de recursos e competitiva) e “crescimento inclusivo” (desenvolvendo uma economia com altas taxas de emprego, que assegure a coesão social e territorial, o aumento das qualificações e a luta contra a pobreza). Estas três dimensões da estratégia “Europa 2020” serão prosseguidas através de um conjunto de “iniciativas emblemáticas” – nos temas da Inovação, Educação e Sociedade Digital; Clima, Energia e Mobilidade e Competitividade; Emprego e Qualificações e Luta contra a Pobreza – visando acelerar a transformação da economia europeia, incrementar os seus índices de sustentabilidade e progredir nos domínios sociais, com ganhos de emprego e coesão territorial. Os autarcas socialistas da Área Metropolitana do Porto querem que o Porto e o Norte participem ativamente nos grandes desafios da Europa 2020 em prol do crescimento e do emprego e assumem esse referencial estratégico para as políticas que devem ser desenvolvidas, incluindo as prioridades a redefinir para o próximo período de programação dos fundos comunitários. Os autarcas socialistas da Área Metropolitana do Porto, na defesa do crescimento e do emprego, em linha com Europa 2020, rejeitam a atual agenda liberal do Governo, que não tem sabido valorizar a inteligência e as competências do país, que revela desprezo pelos avanços em matéria de sustentabilidade ambiental e que, acima de tudo, está a aumentar de forma dramática a exclusão e a pobreza. APOSTAR NA CIÊNCIA, NA TECNOLOGIA E NA INOVAÇÃO Ao nível da economia, a visão que temos para a Área Metropolitana do Porto e para a região envolvente não pode deixar de ser a de uma economia fortemente inserida na concorrência internacional, mas assente em novos fatores de competitividade, isto é, no conhecimento, na tecnologia e na qualificação dos trabalhadores. Só assim será possível recuperar a trajetória de convergência a nível europeu, assegurando, de forma sustentável, acréscimos de rendimento e de emprego e promover, por essa via, a coesão económica, social e territorial. Fruto da forte aposta na ciência e na tecnologia por parte dos últimos Governos do Partido Socialista, a Área Metropolitana do Porto concentra no momento presente instituições muito relevantes da rede de produção e difusão de conhecimento. Desde logo, a Universidade do Porto e o Instituto Politécnico do Porto, instituições públicas de referência no ensino superior e na investigação. Está hoje afirmada e reconhecida internacionalmente a existência na AMP de centros de excelência na investigação e na prestação de serviços tecnológicos, tais como o IPATIMUP, o IBMC, o INEB, o INEGI, o INESC Porto, o CIIMAR, para citar alguns dos mais relevantes. Existem assim na AMP condições para apostar na emergência de novas atividades económicas ligadas à Economia do Conhecimento mas também apostar na intensificação tecnológica de atividades já existentes e com tradição na Região. Os autarcas socialistas da AMP defendem o reforço da rede de entidades de apoio à competitividade e à inovação (Universidades e Politécnicos, Parques de Ciência e Tecnologia, Centros Tecnológicos sectoriais e outras Agências Tecnológicas) e, dentro da sua esfera de atuação, contribuirão para facilitar os investimentos complementares ainda necessários. Os autarcas socialistas da AMP defendem o reforço das ações de apoio à criação de empresas de base tecnológica, contribuindo para o apoio a infraestruturas vocacionadas para a incubação deste tipo de empresas e colaborando na organização de programas estruturados de promoção do empreendedorismo. Os autarcas socialistas da AMP querem combater a desindustrialização desta importante unidade territorial, considerando fundamental uma política de apoio à inovação e requalificação das micro, pequenas e médias empresas e uma muito maior proximidade e presença no terreno dos organismos vocacionados para o apoio às empresas, defendendo por isso uma maior descentralização dos serviços do IAPMEI, da AICEP e da ADI e o reforço destes na AMP. Os autarcas socialistas da AMP querem manter e atrair empresas de serviços avançados que, em combinação com a base industrial e exportadora existente, permitam reforçar o controle sobre a cadeia de valor (produção mas também conceção, design, logística, marketing e distribuição), criando mais emprego qualificado na AMP. APOSTAR NA CULTURA, NA CRIATIVIDADE E NA ATRAÇÃO DE TALENTOS A produção cultural e artística e o acesso dos cidadãos aos bens culturais são uma fonte de fruição intelectual e de qualificação das pessoas mas, ao mesmo tempo, geram novas oportunidades económicas no âmbito das chamadas indústrias criativas. Mais genericamente, uma área metropolitana com uma boa oferta cultural e com um ambiente criativo e cosmopolita torna-se atrativa e capaz de captar novos talentos e novas atividades. Muito por iniciativa dos seus empresários, agentes culturais e autarcas, a Área Metropolitana do Porto dispõe hoje de um conjunto relevante de infraestruturas, organizações e iniciativas no domínio da cultura e da criatividade, com notável reconhecimento internacional. Podemos citar, entre outras iniciativas de menor dimensão, a Fundação de Serralves, a Casa da Música e o TNSJ, ou ainda, no domínio do ensino, a Faculdade de Arquitetura da UP e a ESMAE (artes performativas). Os autarcas socialistas da AMP reconhecem na cultura e na criatividade uma dimensão crucial para o bem-estar dos cidadãos mas também para a competitividade e atratividade da área metropolitana. Por esse motivo: - Exigem que o Governo honre os compromissos que o Estado assumiu com as instituições culturais da AMP, nomeadamente em matéria de financiamento anual da Casa da Música, da Fundação de Serralves e do TNSJ; - Propõem-se, na sua esfera de atividade, manter o apoio às atividades culturais e criativas dos concelhos que integram a AMP e dinamizar programas de apoio ao empreendedorismo cultural, em articulação com as instituições de ensino superior com formação relevante na área; - Propõem-se pugnar pela definição, ao nível metropolitano, de um programa anual de eventos com visibilidade internacional e, em coordenação com as entidades competentes, pela promoção internacional dos mesmos, por forma a aumentar a visibilidade externa da AMP e das suas instituições culturais, com reflexos positivos no turismo, na competitividade e na atratividade de talentos e de investimento em toda a área metropolitana. APOSTAR NO TURISMO E NA AMP COMO CATALISADOR DO “TURISMO NO PORTO E NORTE” O Turismo na AMP e no Norte tem registado, nos últimos anos, uma expansão considerável, com um aumento sustentado da oferta hoteleira, das dormidas em estabelecimentos hoteleiros e das receitas. O Turismo é, para além do mais, uma atividade que rapidamente gera emprego para jovens qualificados, dispondo igualmente a AMP de um bom sistema de formação nesta área. Este panorama positivo deve muito, no caso da AMP e do Norte, à qualidade e à capacidade operacional do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com uma excelente imagem internacional e com um aumento sustentado do número de rotas: eis um bom exemplo de como o investimento público planeado com visão de futuro pode ser altamente gerador de valor para a sociedade como um todo! O rico património histórico-cultural da AMP e do Norte, com quatro sítios inscritos na lista do Património Mundial da UNESCO (centros históricos do Porto e Guimarães, Alto Douro Vinhateiro, sítios de arte rupestre do Vale do Côa), é também um fator de atração, que importa continuar a salvaguardar e a requalificar. O anterior Governo do PS teve uma política muito ativa ao nível do Turismo, contando também com o papel das CCDRs, das Entidades Regionais de Turismo e dos Municípios. Foi aliás neste contexto que se executaram projetos tão importantes como os do novo terminal de cruzeiros do Porto de Leixões e as novas instalações da Escola de Hotelaria e Turismo do Porto e se apoiaram muitos outros projetos públicos ao nível do património e, sobretudo, muitos projetos privados de hotelaria. Esta dinâmica contrasta com a preocupante apatia do atual Governo em matéria de dinamização do Turismo. Os autarcas socialistas da AMP apostam no desenvolvimento turístico como forma de criar mais valor e mais emprego e defendem que ao nível da AMP, com a colaboração de outras entidades relevantes, se deve definir um programa de promoção turística visando alargar e captar novos fluxos e novos mercados emissores. Os autarcas socialistas da AMP defendem a requalificação e valorização do património como grande ativo para o desenvolvimento turístico, exigindo a continuidade das políticas públicas de salvaguarda e requalificação do património coletivo. Defendem igualmente que o Governo defina os instrumentos adequados à reabilitação do património residencial privado nos centros históricos das cidades. Os autarcas socialistas da AMP acreditam que o turismo é uma atividade que pode ter grandes ganhos com uma política concertada entre municípios, o que favorecerá o reforço da notoriedade dos lugares, a diversificação dos percursos e o aumento da duração da permanência de visitantes, com ganhos na economia regional. A AMP TEM AGRICULTURA: CONTRA O ESQUECIMENTO, QUEREMOS DINAMIZÁ-LA! O distrito do Porto integra-se na Região Norte, espalhando-se os seus municípios pelas subregiões do Grande Porto e Tâmega. Este enquadramento geográfico do distrito proporciona um território agro-florestal com elevada diversificação nas suas estruturas de ocupação de solo, derivado da grande variabilidade e da irregularidade das condições climáticas, onde para além da floresta, dominam as especializações “arvenses (milho) dominando policultura”, “leite”, “hortícolas” e “batata”, bem como, a partir de uma certa distância do litoral, a especialização “vinha”, apresentando todas elas uma importância expressiva, quer em termos económicos, quer sociais e ambientais. Mesmo na AMP, o sector agrícola mantém ainda algum peso na criação de emprego e detém uma grande importância na ocupação do espaço e na preservação da paisagem, constituindo mesmo a base económica essencial de algumas áreas rurais. Um outro grande desafio que se coloca à agricultura europeia em geral, e naturalmente à portuguesa, é ser capaz de conciliar o crescimento da produção agrícola com a conservação da biodiversidade, uma gestão sustentável dos recursos naturais, a mitigação e adaptação às alterações climáticas, a valorização das paisagens rurais e a contribuição para a vitalidade e coesão económica e social dos territórios rurais. Contudo muitos dos concelhos do distrito onde se desenvolvem as atividades agropecuárias e florestais, padecem do problema da competitividade que, se não se inverter a política pública de desenvolvimento nos próximos anos, agravar-se-á, a médio prazo, com a ainda maior liberalização dos mercados globais e o crescimento de novas economias. A sua sustentabilidade passa, pois, pelo desenvolvimento de políticas coerentes e integradas, com a identificação e valorização do potencial dos recursos de cada território, pois cada espaço constitui-se como uma realidade própria e única, num mix social, cultural, económico, político e ambiental, procurando o equilíbrio entre territórios/concelhos. Não podemos deixar de referir as fileiras não alimentares espalhados neste território baseadas na diversificação (turismo rural, caça, restauração local) de agentes ainda ligados à agricultura, em que recursos previamente agrícolas (terra, construções, saberes) se reconvertem para novos usos. Na AMP estão presentes importantes agentes económicos ligados ao setor agrícola. Contamse, nomeadamente, os diversos intervenientes das fileiras produtivas: os agricultores e suas famílias, as unidades de transformação e comercialização de alimentos (produtores/engarrafadores, adegas, cooperativas agrícolas), bem como empresas industriais (LACTOGAL e ANIL no sector dos lacticínios, a SOGRAPE nos vinhos) e de serviços que nele se cruzam, bem como autarquias, agentes institucionais (Universidades, MAMAOT) e organismos interprofissionais (FENALAC – Federação Nacional de Cooperativas de Produtores de Leite, CVRVV -Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, HORPOZIM – Associação de Horticultores da Póvoa de Varzim). Queremos assumir os desafios económicos, ambientais e territoriais da agricultura da AMP, os quais passam pelos seguintes objectivos: - aumentar a produção agrícola viável – que passa por reforçar a competitividade através do apoio ao tecido empresarial jovem; valorização da qualidade e certificação dos produtos e processos produtivos; apoiar o desenvolvimento de “novos produtos” (alimentos funcionais); apoiar o desenvolvimento de estrutura básicas; - gestão sustentável dos recursos – que passará pelo reordenamento dos espaços florestais numa ótica de gestão integrada dos territórios (controlo dos fogos florestais); promoção e valorização de serviços ambientais e práticas agrícolas sustentáveis; - promoção de um desenvolvimento territorial equilibrado – valorizar o património rural existente na região; apoio à criação e diversificação de micro-empresas; apoio à criação de entrepostos de comercialização. 2. COMPROMISSO COM UMA POLÍTICA DE CIDADE ORIENTADA PARA A QUALIDADE DE VIDA POR UMA CIDADE QUE SEJA UM LUGAR DE ESPERANÇA E UM ESPAÇO DE PROMOÇÃO DA CIDADANIA As cidades hoje são indefiníveis nas suas fronteiras e há muito que a maioria da população portuguesa reside em espaços urbanos, sendo eles de diverso tipo (mais “centrais” ou “periféricos”, mais “históricos”, “suburbanos” ou “periurbanos”) e nem sempre parte de um território que possui o título honorífico de cidade. Uma política de cidades implica ver a cidade como um espaço que as pessoas habitam muitas vezes entre municípios (como no caso do Grande Porto, dormindo num lado, trabalhando noutro, adquirindo bens e serviços em vários) e compreender a vantagem duma política que se preocupe com a convergência de ações de vários domínios. Nestas cidades alargadas, desejavelmente com maior autonomia e mais integração e participação, as orientações da União Europeia e das que foram traçadas pelos governos socialistas no quadro da POLIS XXI, apontam para três grandes prioridades: inovação e competitividade; sustentabilidade e bem-estar; coesão e cidadania. O contexto de crise económica (e distanciamento dos cidadão face à política), se obriga a repensar as formas de relançar o crescimento económico, não pode de forma alguma fazer esquecer as necessidades de ordem ambiental, nem o facto, essencial, de a cidade ser, antes de mais – e sempre ao longo da História –, o espaço de cidadania, o lugar privilegiado do encontro entre pessoas (e de troca e bens e serviços), onde se afirmou a capacidade de tolerância pelas diferenças e as políticas de atenuação das desigualdades. Por isso, a coesão social será preocupação fundamental do PS Porto. Até porque, como se demonstrou há mais de meio século, o “mercado” tenderá sempre a aumentar as diferenças, designadamente do ponto de vista geográfico, com os terrenos e casas mais caros a promover ao longo do tempo uma filtragem crescente que permite o acesso a esses lugares a cada mais menos pessoas (e empresas) e cada vez apenas aos mais ricos, enquanto outros lugares se transformam em espaços escondidos e esquecidos, quando não em “ilhas” onde se acumulam os problemas e o desespero. Ao contrário do que sucede na maioria dos países europeus, tem sido comum em Portugal Estado e os Municípios contribuírem para acentuar as diferenças socio-espaciais, seja pela concentração de pessoas com menor poder de compra e mais baixas habilitações académicas em formas de “habitação social” que por vezes toma a forma de contentores para onde são “despejadas”, seja pela orientação do investimento no espaço público, sempre a melhorar os lugares que já eram os mais atrativos. Numa confusão entre a causa e a coisa, tem-se verificado migração forçada de pessoas e demolições de prédios (como no Aleixo), processos de elitização em centro histórico ou privatização-concessão do espaço de uso coletivo (com shoppings, esplanadas nos passeios e praças, construção de restaurantes junto ao rio, colocação de contentores de vidro nas praças, …), com evidente subalternização da coesão social e do acesso de todos ao espaço público. Aumenta assim a injustiça espacial e promove-se a segregação, a desesperança e, em consequência, também o crime e a toxicodependência, atentatória da segurança dos mais ricos, o que promove shoppings e condomínios fechados, num ciclo vicioso que o Brasil conhece bem. O PS Porto e os seus autarcas comprometem-se a combater este vício e a alterar o estado de coisas, procurando ativamente promover a inclusão, a tolerância e o reforço da cidadania, com medidas que dificultem a proliferação de situações de encerramento e homogeneização social, em todas as formas potenciadoras de criação de situações do tipo “gueto” (de ricos e pobres, novos e velhos, residentes e turistas) e impeçam a formação de uma desigualdade de base espacial, favorecendo a interação e integração de todos na cidade. POR MAIS ACESSIBILIDADE E MELHOR MOBILIDADE PARA TODOS A consolidação das grandes infraestruturas de conexão internacional e a sua gestão articulada com os interesses da região e da sua economia bem como o primado da mobilidade sustentável ao nível das redes internas de transporte devem ser uma das grandes apostas da AMP. As acessibilidades internas e de conexão internacional são fundamentais para a competitividade de uma região com forte orientação exportadora como é a região do Norte. Por outro lado, as redes e sistemas de transportes à escala regional e metropolitana têm um impacto decisivo na qualidade de vida da população e na sustentabilidade ambiental. No que respeita às grandes infraestruturas de conexão com o exterior, destacam-se os elevados níveis de eficiência, expansão e sucesso comercial atingidos pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro e pelo Porto de Leixões ao longo da gestão tutelada por governos do Partido Socialista. Por outro lado, ficará completada a rede viária principal de conexão com as redes europeias, assim prossiga a reconversão do IP4 em autoestrada transmontana. Quanto à mobilidade interna, o PS defende para a AMP a revalorização da deslocação a pé e de bicicleta, meios mais urbanos e mais capazes de promover uma vida mais saudável e mais adequada à vida em sociedade, valorizando o uso do espaço público e o encontro entre as pessoas. Nesta perspetiva, entende-se que o contexto de crise obriga a repensar e revalorizar estes modos de transporte, da mesma forma que leva a equacionar – e privilegiar – a acessibilidade das pessoas a casa, ao trabalho, aos serviços públicos, ao lazer, às compras e serviços variados e a colocar em segundo plano a preocupação com esta ou aquela esta rodovia ou ferrovia. O Distrito do Porto tem hoje um padrão de mobilidade indefinido e construído ao sabor dos desígnios fragmentados das políticas municipais ou da sucessão de vários governos. As autarquias do PSD, em maioria na Área Metropolitana do Porto, foram incapazes de implementar uma estratégia integrada de mobilidade e transportes, sendo de destacar, pela negativa, a incapacidade de articulação entre Porto e Gaia. O Distrito tem uma rede viária de hierarquia distorcida; um sistema de transportes com grande e inaproveitada margem de evolução; uma clara insuficiência de políticas públicas de transportes urbanos e uma falta de organização de acessibilidades e de transportes à escala intermunicipal. Ao nível metropolitano, além da circulação a pé e de bicicleta, o PS Porto considera que a rede do metro é a grande infraestrutura diretora da mobilidade ambientalmente sustentável e da própria organização do espaço metropolitano, em desejada articulação com o autocarro e o elétrico. Os autarcas socialistas da AMP defendem um modelo de gestão maioritariamente público do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, com representação dos atores metropolitanos e regionais nos órgãos responsáveis pela tomada de decisões estratégicas. Num eventual contexto da privatização da ANA os autarcas socialistas defendem a autonomia do AFSC, encontrando parcerias empresariais para o seu desenvolvimento e envolvendo também os poderes metropolitanos. O desenvolvimento de um monopólio privado aeroportuário será a pior das soluções, que não garante a defesa do interesse público e, menos ainda, da satisfação das necessidades regionais e locais. Defendem ainda que, no quadro do novo ciclo de programação dos fundos estruturais se considere prioritário o investimento necessário ao aumento da capacidade operacional do AFSC (nomeadamente da pista), a fim de se responder ao contínuo crescimento do tráfego que se tem verificado. Os autarcas socialistas da AMP defendem a gestão autónoma do Porto de Leixões, permitindo prosseguir os investimentos relevantes para a sua operacionalidade e, consequentemente, para a competitividade de toda uma região e, através do novo terminal de cruzeiros, expandindo uma nova porta de entrada de turistas no distrito e na região. Os autarcas socialistas da AMP defendem que se retome o projeto de ligação ferroviária entre o Porto e Vigo, em condições de duração e de conforto adequadas, devendo o essencial do investimento ser considerado uma prioridade no quadro do novo ciclo de programação dos fundos estruturais. Os autarcas socialistas da AMP defendem o prosseguimento da infraestruturação de áreas logísticas regionais e a sua articulação com a rodovia, ferrovia e portos de mar. Os autarcas socialistas da AMP defendem a expansão da rede de metropolitano, enquanto modo primário de mobilidade urbana, devendo ser uma prioridade no quadro do novo ciclo de programação dos fundos estruturais. Os autarcas socialistas da AMP defendem a eficiência e a qualidade dos transportes públicos, com benefícios visíveis para os utentes em termos de tempos de espera, conforto e custo. Defendem ainda o aprofundamento das políticas multimodais de transportes públicos, a adequação da rede aos novos padrões de mobilidade e a articulação, sob o primado do interesse público, entre a oferta pública e a oferta privada de transportes coletivos. Os autarcas socialistas da AMP comprometem-se com a definição de uma política metropolitana de circulação, orientada apenas pelos interesses dos residentes e visitantes, a qual será objetivada pelo aumento da acessibilidade e da qualidade da deslocação, assim como pela promoção da justiça social, seja face a espaços excluídos de transporte, seja face a cidadãos com mobilidade reduzida. Os autarcas socialistas da AMP defendem o funcionamento efetivo da Autoridade Metropolitana de Transportes, com a criação de condições de governabilidade e de legitimidade e força política das suas decisões, enquanto instrumento fundamental da articulação das políticas de transportes ao nível da AMP. MELHORAR O AMBIENTE E ASSEGURAR A SUSTENTABILIDADE O ambiente e o bem-estar têm de estar na agenda política do século XXI, já que a saúde e felicidade têm com estes uma relação direta e tal é verdadeiramente essencial na vida humana. Por isso, o combate à poluição de todos os tipos (do ar, do solo, da água, ou sonora e visual) constituirá preocupação do PS Porto, no quadro de uma política mais orientada para as pessoas que para as obras. É certo que o ambiente e bem-estar são preocupação transversal, presente em vários domínios e em especial na política de circulação (levando ao favorecimento das deslocações a pé, de bicicleta e por modo ferroviário), mas será igualmente uma preocupação setorial, orientada para a valorização da integração da natureza na urbanidade e a potenciação da qualidade do ar, água e solo. Na política de ambiente com que o PS Porto e os seus autarcas se comprometem, o verde (mais ou menos natural) será visto como parte essencial da cidade (e não um acessório ou complemento), entendendo-se que o contexto de “encolhimento urbanístico” associado à crise urbana constitui uma excelente oportunidade de se promover a valorização dos espaços não construídos ou betonados e o seu usufruto por parte dos cidadãos, como forma de acrescentar qualidade ao tempo de cada um e melhorar os nossos níveis de saúde e capacidades de prevenção da doença. Neste domínio, o que se tem assistido na AMP está muito aquém das melhores práticas, malgrado alguns ganhos significativos na qualidade de espaços de frente de água e outros para o exercício e, sobretudo, uma crescente popularização da marcha, corrida e uso da bicicleta pelos habitantes da AMP e de outros espaços urbanos, seja em tempos de descanso, seja como modo de circulação. No domínio do ambiente, é ainda necessário dar conta de graves deficiências no tratamento de águas, com ETARs em funcionamento muito deficiente e a constituir fonte de mau cheiro; de poluição de águas a níveis muito graves, como se verifica nos rios Tinto, Torto, Leça, Ferreira e Sousa; ou de focos de poluição do ar (veja-se caso da Sovinor na Trofa) ou dos solos (como em S. Pedro da Cova), visivelmente prejudiciais à saúde e à possibilidade de usufruir níveis mínimos de qualidade de vida. Em consequência, o PS Porto assume a prioridade de combater a poluição. O PS Porto e os seus autarcas assumem igualmente a sua preocupação na valorização dos espaços verdes, no quadro de uma política ambiental menos orientada para a criação de jardins e relvados ou outros espaços de gestão dispendiosa, antes preocupada com todo o tipo de espaços naturais (mais ou menos humanizados, arborizados ou não), ao serviço das pessoas e sobretudo – numa perspetiva de sustentabilidade - das gerações futuras. 3. COMPROMISSO COM UM MODELO DE DESENVOLVIMENTO SOCIALMENTE RESPONSÁVEL GARANTIR EDUCAÇÃO DE QUALIDADE PARA TODOS A Educação de qualidade e para todos é estruturante para a construção de uma sociedade democrática, na qual as oportunidades de cada cidadão não dependam da sua origem social, cultural ou étnica. Este objetivo só pode ser alcançado através da Escola Pública ou com serviço público. A Escola Pública é a garantia de que todos podem aceder ao conhecimento, à cultura, à ciência. Por outro lado, a Educação é também condição essencial para o desenvolvimento económico. É cada vez mais claro que a Educação é uma área que diz respeito a todos e na qual o contributo de todos não é dispensável. Professores e restantes profissionais, pais e encarregados de educação, estudantes e formandos são atores imprescindíveis e que merecem apoio e respeito. As autarquias locais (câmaras municipais e juntas de freguesia) são parceiros que cada vez mais têm sido chamados a desempenharem um papel de primeira grandeza na Educação e na Formação e não o são por favor ou por generosidade do Ministério da Educação, são-no de direito e de dever. De direito, pois enquanto representantes das comunidades tudo o que as afeta lhes diz respeito; de dever, já que nas suas atribuições consta, naturalmente, a organização dos serviços nos seus territórios. Foi com este entendimento que se tornou possível a generalização do ensino do Inglês e o programa da Escola a Tempo Inteiro, o programa das refeições escolares em todas as escolas e para todos os alunos, o programa da fruta escolar, a transferência de competências, a reestruturação da rede do 1º ciclo e em alguns casos também do 2º ciclo e a expansão de ofertas de formação para adultos através da Iniciativa Novas Oportunidades. No distrito do Porto as câmaras lideradas pelo Partido Socialista responderam de forma exemplar a estes desafios que, de resto, algumas já anteriormente tinham tomado em mãos. É um trabalho de que nos orgulhámos e do qual as populações locais, a região e o País já beneficiam. Hoje, é necessário reforçar, consolidar e aprofundar o que já conseguimos e abrir caminho a novas medidas que garantam mais participação e mais meios para resolver os problemas que a Educação enfrenta. Assim, os autarcas socialistas da AMP defendem a promoção da escola pública e da educação com qualidade e para todos, destacando os seguintes objetivos: - Garantir a continuação da requalificação das escolas com ensino secundário, retomando as obras entretanto suspensas e iniciando as obras nas escolas que ainda as não tiveram; - Exigir a continuação da requalificação das escolas com 2º e 3º ciclo e a transferência para as autarquias das verbas em falta, relativas às requalificações já efetuadas no distrito; - Garantir o financiamento para a conclusão da revolução operada na rede de escolas do 1º ciclo e que ainda não está completada, colocando em causa o princípio da igualdade no acesso à Educação; - Promover, em cooperação com os responsáveis educativos, programas que combatam o abandono escolar e favoreçam a permanência de adolescentes e jovens no ensino secundário obrigatório. - Consolidar a rede metropolitana de educação e formação de adultos, atuante nos domínios da alfabetização, da escolarização compensatória, da formação profissional e da promoção cultural e cívica; - Combater a infoexclusão da população adulta, promovendo a formação no âmbito das TIC, proporcionado uma distribuição social mais equitativa do conhecimento e evitando segregações sociais no acesso ao mundo digital. - Lançar um guia público metropolitano de oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, disponível on line, contendo informação organizada e sempre atualizada sobre instituições e formações disponíveis em toda a AMP. - Garantir o apoio à Escola a Tempo Inteiro, ideia e medida promotora de mais aprendizagem para os alunos e de mais apoio para as famílias e que todas as câmaras municipais do PS neste distrito implementaram e desenvolveram; - Alargar a transferência de competências com o ajustado envelope financeiro, aprofundando, uma prática de grande valia para as comunidades e para as escolas. DEFENDER, REFORMAR E PROMOVER O SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE A saúde deve ser encarada, no contexto da Área Metropolitana do Porto, em diferentes perspetivas, que assumem natureza complementar. De acordo com a visão humanista que defendemos, a primeira preocupação está relacionada com o acesso equitativo de todos os cidadãos, a cuidados de saúde de qualidade. Esse objetivo só pode ser assegurado investindo no Serviço Nacional de Saúde. Conferimos total prioridade à consolidação dos cuidados de saúde primários, assegurando a todos os cidadãos cobertura com médico de família, encorajando a criação de novas Unidades de Saúde Familiar e completando a modernização da rede de Centros de Saúde e outras infraestruturas. Valorizamos a requalificação da rede hospitalar que tem vindo a ser empreendida. Neste domínio não desistiremos da construção dos novos hospitais de Vila Nova de Gaia e da Póvoa de Varzim / Vila do Conde, substituindo estruturas que estão reconhecidamente obsoletas. Lutaremos pela conclusão do Centro Materno-Infantil do Norte, cuja obra está em curso graças à governação socialista, após duas décadas de adiamentos. Exigimos a imediata entrada em funcionamento do Centro de Reabilitação do Norte, em Vila Nova de Gaia. Trata-se de um equipamento essencial para promover a recuperação e a melhoria da qualidade de vida de pessoas atingidas por doenças ou acidentes graves, com risco de grave dependência. Essas pessoas são hoje tratadas de forma insuficiente com grande perda humana e mesmo económica. Numa outra perspetiva daremos especial relevo à circunstância de que se localiza no nosso território uma parte significativa do cluster da saúde: unidades de investigação, estruturas qualificadas de prestação de cuidados (públicas, sociais e privadas), instituições de ensino especializado, empresas que inovam e produzem fármacos, dispositivos médicos e outros bens. Trata-se de uma área com enorme potencial, designadamente na exportação de bens e serviços, que deve ser criteriosamente apoiada. Os autarcas socialistas da AMP comprometem-se a tudo fazer, dentro da sua esfera de atuação e em articulação com as empresas e o sistema científico e tecnológico nacional, para ancorar o cluster da saúde na AMP e apoiar a consolidação das competências científicas e tecnológicas na área da saúde bem como dinamizar iniciativas empresariais emergentes nesta mesma área. REFORÇAR A INCLUSÃO SOCIAL E PROMOVER A ECONOMIA SOCIAL O debate sobre o futuro dos modelos sociais europeus tem-se reforçado, à luz dos argumentos da sua insustentabilidade e do seu caráter improdutivo. A leitura neoliberal aponta para a regressão do Estado-Providência, e em Portugal, como na Europa, ataca-se o Estado e as suas funções sociais, o sistema de pensões, o Serviço Nacional de Saúde, a Educação pública e a Administração Pública. Paralelamente, são lançados reforçados estigmas nos beneficiários de políticas públicas. É certo que muita desta retração está assente em pressupostos ideológicos, mas é também certo que os novos desafios e os novos riscos sociais são evidentes: o envelhecimento, o desemprego e o desemprego de longa duração, a precarização e a consequente diminuição da ideia de “carreira”, as novas formas de pobreza, entre outras. A progressiva diminuição das zonas de intervenção do Estado central não pode deixar de constituir um desafio aos poderes regionais e locais, ao mesmo tempo que devem ancorar um debate fundamental sobre as novas competências e modelos de intervenção dos poderes locais, com a valorização de novos eixos de inclusão social, atenta às novas características do processo excludente (mais qualificações, pessoas mais jovens, perspetivas de um futuro incerto, novos riscos sociais, etc.). Em Portugal, as cerca de 9 mil instituições diretamente ligadas ao sector da Economia Social estão na origem mais de 250 mil postos de trabalho diretos, a que podemos acrescentar as 18 mil coletividades locais que envolvem 260 mil pessoas. Os autarcas socialistas da AMP defendem a Economia Social, local e participativa, que se traduz no fortalecimento do papel do terceiro sector, assumindo-se hoje como um modelo de atividade económica que combina a integração social, política e cidadã, com objetivos económicos. Dessa forma, assumem a defesa do Estado-Providência, não o procurando substituir, mas também configurando uma estratégia de complementaridade com as instituições do terceiro setor, prosseguindo as seguintes linhas de ação: - a necessidade de desenhar um novo modelo institucional, com novas competências para as instâncias locais e regionais, como resposta necessária aos dramas dos poderes públicos nacionais e globais; - o reforço do papel da Rede Social, que existe institucionalmente há uma década e meia, sem ter ainda conseguido afirmar-se como patamar de diagnóstico, negociação e articulação institucional, no seio das comunidades, fragilizando o seu próprio potencial de empowerment institucional; - o novo papel do empreendedorismo social na mobilização da inovação e no envolvimento de parceiros locais outrora alheados destas dimensões; - a necessidade de inovação política em sectores tradicionalmente organizados numa base mercantilista, como a habitação, onde se impõe uma renovada participação dos poderes locais, quer nas suas tradicionais dimensões (habitação para grupos vulneráveis), quer em renovados caminhos (arrendamento social, aquisição de habitação por renda resolúvel ou investimento público nos processos de reabilitação habitacional e urbana), mas também a educação (com a emergência de instituições da Economia Social nas ocupações pedagógicas e nos ATL) ou a saúde (cuidados primários, educação para a saúde, etc.); - o renovado e reforçado papel da Economia Social, constituída por cooperativas, sociedades mútuas, associações e fundações, em múltiplos domínios da vida social local e regional; - a valorização do Cooperativismo, nas suas diversas dimensões, como estratégia económica, mas também como estratégia participativa e identitária. - a assunção das virtualidades participativas e cidadãs de estratégias de gestão democrática, como o orçamento participativo ou a valorização ambiental; - o reforço do estatuto do dirigente do Terceiro Sector (na dimensão profissional, formativa, social, etc.); - a mobilização de formação nos domínios do empreendedorismo, do empreendedorismo social, do cooperativismo e da sustentabilidade a estes atores, mas também a parceiros locais preferenciais, como Paróquias, IPSS e autarquias; - a integração progressiva dos Planos Diretores Municipais e dos Planos de Desenvolvimento Social, permitindo a concretização efetiva e numa estratégia de longa duração das questões ligadas ao terceiro sector e aos equipamentos com valências sociais; - o reforço do microcrédito, gerido localmente, associado a iniciativa locais e geradoras de emprego para jovens. PROMOVER A IGUALDADE DE GÉNERO Num projeto politico que se quer democrático, abrangente, mobilizador e inclusivo, a participação das mulheres é fundamental, pois só assim será possível representar todos os interesses, ideias e valores de uma sociedade. A determinação, o conhecimento e a sensibilidade das mulheres são fatores cruciais na definição de políticas de intervenção estratégica e em todo o processo de divulgação e contacto com os cidadãos. Esta participação contribui decisivamente para a credibilização das políticas e da estratégia e constitui fator motivador à participação e envolvimento de todos os cidadãos e ao consequente sucesso do projeto. As mulheres socialistas querem participar ativamente na vida politica e pública e querem contribuir de uma forma decisiva para a aplicação dos ideais socialistas e para as vitórias do Partido Socialista! Os autarcas socialistas da AMP comprometem-se a promover a igualdade entre homens e mulheres e a reforçar a participação das mulheres nas autarquias locais. No âmbito de uma política de gestão de proximidade ao nível local, será dada uma particular relevância à auscultação dos cidadãos quanto à igualdade entre géneros e às situações de discriminação que venham a ser reportadas. 4. AVANÇAR NA DESCENTRALIZAÇÃO, AFIRMAR O NÍVEL METROPOLITANO E RETOMAR O TEMA DA REGIONALIZAÇÃO COMBATER O CENTRALISMO, AVANÇAR NA DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA Portugal é o único país da União Europeia sem regiões administrativas ou modelo semelhante de repartição do poder político. Desde o 25 de Abril que vários governos prometeram reformas profundas na organização administrativa e política do território, cumprindo o princípio há muito consignado na Carta Europeia do Poder Local - o princípio da subsidiariedade. Todos constatamos não ser possível gerir com eficiência e eficácia os recursos públicos apenas através do Governo Central e dos Municípios. A necessidade de um ou mais poderes políticos intermédios, supramunicipais é uma evidência. Por outro lado a atual divisão administrativa com a persistência dos distritos eleitorais, municípios e freguesias impede uma racionalização e otimização dos recursos públicos, como tem sido amplamente demonstrado. A atual legislação que regula as AMP é insuficiente e ineficaz. No plano da desconcentração e da descentralização, os autarcas socialistas da AMP rejeitam um modelo de governação no país caracterizado pelo centralismo e macrocefalia da sua administração pública e querem que a regionalização regresse ao centro das prioridades políticas do país e da sua reforma administrativa. Defendemos que a racionalização da administração pública portuguesa deve levar a um Estado mais eficiente e mais eficaz e, também, com uma ação mais próxima dos cidadãos. Em muitos domínios setoriais, as atuais cinco regiões-plano do Continente são o nível adequado para a reorganização dos serviços da administração central, devendo ser reafirmado, mesmo antes da Regionalização, o papel das CCDR enquanto organismos desconcentrados com vocação para a coordenação de políticas setoriais. REFORÇAR A AFIRMAÇÃO DO NÍVEL METROPLITANO E MELHORAR A ORGANIZAÇÃO AUTÁRQUICA LOCAL Defendemos a criação na AMP de uma estrutura supramunicipal de Governo e que esta incorpore nas suas competências os serviços do Estado Central ou Municipal de acordo com o princípio da subsidiariedade. No quadro da preparação do novo ciclo de programação dos fundos estruturais, tema sobre o qual o atual Governo nada diz – e provavelmente nada fez ainda – a Área Metropolitana do Porto, através da Junta Metropolitana, deve ter uma participação mais ativa do que aquela que se verifica no QREN, definindo prioridades, integrando diferentes instrumentos e atuando a uma escala verdadeiramente metropolitana para as dimensões que serão inequivocamente mais bem conduzidas a nível supramunicipal. Os autarcas socialistas da AMP defendem que se inicie desde já a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Integrado para a Área Metropolitana do Porto, tendo em vista enquadrar a execução, na AMP, dos fundos estruturais europeus para o período 2014-2020, devendo esse plano considerar o reforço das áreas de intervenção da Junta Metropolitana. No plano da administração autárquica, defendemos: - a reformulação rigorosa das atribuições e competências municipais, contratualizáveis com o Estado Central e de forma exclusiva; - a reformulação da Lei de Financiamento das Autarquias, adaptando as suas receitas atuais e a obter, no processo de descentralização do Estado; - o reforço dos poderes de fiscalização das Assembleias Municipais no âmbito da existência de executivos homogéneos ou não, com autonomização face às Câmaras Municipais do orçamento das Assembleias Municipais; - definir e legislar sobre as competências Municipais de acordo com critérios objetivos tais como, população, área , orografia, idade média da população, litoral, médio litoral, interior e fronteira; - tornar obrigatória para a assunção de novas responsabilidades municipais e de freguesia, o agrupamento de vários municípios e freguesias através de critérios objetivos mensuráveis. GESTÃO RESPONSÁVEL, TRANSPARENTE, COM OS CIDADÃOS Na democracia portuguesa, o poder local tem sido o principal fator de proximidade da administração pública face aos cidadãos. Todavia, não tem existido de uma forma geral um processo alargado de participação. Com respeito pela relação entre eleitor e eleito, o PS considera no entanto que a política é dever de todos, muito especialmente em tempos de incerteza e de crise, quando os cidadãos devem não só ter acesso a toda a informação, clara e útil, como ser chamados a se envolverem na decisão. Neste contexto, da maior exigência política, o PS defende uma política que não é apenas para os cidadãos, mas antes uma política com os cidadãos. Além de honrar os seus compromissos, publicitando-os, assim como, depois da eleição, fazendo o ponto de situação relativamente a cada um deles, o PS Porto compromete-se a garantir que todos os eleitos nas suas listas: - disponibilizarão toda a informação passível de ser pública, em meios de fácil acessibilidade; - garantirão formas de contacto por correio eletrónico e presença física em dia e hora de receção de cidadãos, assegurando pronta resposta a todos os pedidos, críticas e sugestões; O PS compromete-se ainda a: - privilegiar a adoção dos princípios expressos em programa e o mérito das pessoas (e a sua capacidade de reflexão, discussão e realização), na escolha dos membros das suas listas, desvalorizando os critérios de proximidade pessoal e de popularidade; - constituir fóruns de freguesia e de concelho em que os agentes locais mais ativos e preocupados, bem como os presidentes de instituições de maior relevância, possam ser auscultados e participar de facto, na avaliação das políticas e na construção de propostas; - fomentar as práticas de orçamento participativo e de planeamento colaborativo e todas as formas consideradas como as mais adequadas em cada caso, tendo em vista a participação útil de todos a favor do coletivo, combatendo abertamente a corrupção e todas as formas em que o Estado (central e local) é usado a favor de interesses individuais.