HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I 2ª Aula As primeiras reações a exploração dos indígenas As primeiras vozes contra a exploração dos Indígenas – frei Antonio de Montesinos – dominicano – em 1511 pregou famoso sermão condenando os encomenderos em Santo Domingo ... todos estáis en pecado mortal y en él vivís y morís, por la crueldad y tiranía que usáis con estas inocentes gentes. Decid ¿con qué derecho y con qué justicia tenéis en tan cruel y horrible servidumbre aquestos indios?... Estos, ¿no son hombres? ¿No tienen ánimas racionales? ¿No sois obligados amallos como a vosotros mismos? ¿Esto no entendéis, esto no sentís? ¿Cómo estáis en tan profundidad, de sueño tan letárgico, dormidos? Tened por cierto, que en el estado en que estáis, no os podéis más salvar, que los moros o turcos que carecen y no quieren la fe de Jesucristo. HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I Bartolomeu de Las Casas (1474-1566) Participou da segunda viagem de Colombo as Américas – era um encomendero Em 1515 renuncia a sua encomienda e liberta os índios escravizados por influência dos monges dominicanos e começa a defender os direitos dos Indígenas Em 1500 os reis católicos aprovaram formalmente a proibição a escravidão indígena A política oficial de Espanha era a conversão dos indígenas HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I Em 1512, a Espanha promulga as leis de Burgos – primeiros regulamentos a respeito da administração em relações entre espanhóis e índios – Juan de Zamarraga (1468-1548) – fundador da escola de meninos de Tlatelolco – 1536 – Papa Paulo III - bula “Sublimis Deus”, onde afirma que os índios não devem ser tratados como “bestas selvagens criadas para nosso serviço” mas, “como verdadeiros homens [...] capazes de entender a fé católica”. E o papa ordenou: “Os ditos índios e todos os outros povos que posteriormente possam ser descobertos pelos cristãos, não podem, de modo algum, ser privados de sua liberdade ou da posse de propriedade, mesmo que possam estar fora da fé de Jesus Cristo [...] nem devem ser de forma alguma escravizados”. HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I O argumento aristotélico a respeito da escravidão natural – aplicação aos Indígenas. As discussões dos teólogos da Universidade de Salamanca. Os direitos humanos se tornaram o foco dos escritos da Escola de Salamanca por causa das questões práticas enviadas por missionários do Novo Mundo. Uma vez que a humanidade dos nativos americanos foi pleiteada, se tornou predominante a questão de possuírem o direito de eleger ou rejeitar a oferta de cristianismo dos missionários. HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I 1. 2. 3. Problemas práticos que foram considerados: Casamento com os Indígenas – O primeiro foi de Cristóbal Rodriguez com uma índia – foi desaprovado pelo governador Ovando. Rodriguez retorna a Espanha e reclama junto ao rei. A tese de servo natural foi defendida pelo bispo franciscano Juan de Quevedo e recebeu a crítica de Bartolomeu de las Casas Em 1532 – o Conselho das Índias reconheceu que os índios eram seres racionais e que eram capazes de governar a si mesmos. HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I 1. A questão educativa – devem ser os índios educados? Dominicanos e agostinianos eram favoráveis a educação dos Indígenas. O concílio eclesiástico de 1555 proibiu a criação de um sacerdócio indígena. Os índios começaram a ser recebidos para o sacerdócio somente a partir do século XVII. Os argumentos utilizados para a proibição da educação aos indígenas: Vivem de forma obscena;2 são semelhantes aos animais; 3 – são inconstantes na fé cristã; 4 – os textos sagrados não devem ser mostrados a eles. HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I O etnocentrismo europeu: a imposição de verdades universais e a intolerância diante dos valores do outro. A defesa intransigente, por parte de Las Casas, da autodeterminação dos povos e do respeito à diversidade. Las Casas –influenciou movimentos libertários na América Latina HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I 1. 2. 3. 4. 5. Cinco generalizações sobre a expansão do cristianismo na América Espanhola A igreja e a expansão do cristianismo se deu sob a tutela da coroa; A maioria das missões entre os índios receberam seu pessoal dos brancos do Velho Mundo e não do Novo Mundo O cristianismo da América Espanhola foi dependente e passivo. O papado tinha pouca influência na América Espanhola Nos principais centros populacionais na América ocorreu uma conversão em massa (México e Peru) HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I Ciclos da evangelização católica na América Latina e Caribe Ciclo caribenho – A Espanha alcança o caribe em 1492. Período inicial - Dominicanos até 1522 Centro eclesiástico em São Domingos Em 1623 diversas dioceses no Caribe (Cuba, Honduras, Coro, Porto Rico). Escravidão para trabalhar nas plantações de cana-de-açucar HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I Ciclo Mexicano – 1519 Cortez toma Tenochtitlán Cerca de 30 milhões de habitantes no império Azteca cai para 1,5 em 1650. Os franciscanos chegam em 1524 – Em 1559 já possuem 80 conventos e são 380 religiosos. Dominicanos chegam em 1526 – em 1559 tem 40 comunidades com 210 religiosos Agostinianos em 1533 – 1559 – 40 comunidades Mercedários – 1530 Jesuítas – 1572 A igreja mexicana tornou-se extremamente rica por causa do ouro Missões nas Filipinas e na América Central HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I Ciclo Andino Tomada do Império Inca (Equador, Peru, Bolívia e Chile) Política sistemática de destruição da cultura inca – combate a idolatria Jesuíta José de Acosta no concílio de Lima (1581) defende o uso da força e de certa violência para a evangelização dos incas. HISTÓRIA DO CRISTIANISMO I O padroado – o estado controla a Igreja Os bispados e os bispos Bispado de São Domingos - 1512 Bispado do México - 1536 Bispado de Lima – 1541 Bispado da Bahia – 1561 41 bispados na fase de implantação Característica dos bispos – ligação com o poder por causa do padroado. Século XIX reorganização das dioceses.