PERIODIZAÇÃO HISTÓRICA Periodizar significa indicar períodos, demarcar o tempo histórico com marcos significativos, apontar os elementos que caracterizam o tempo demarcado. Assim, um período histórico deve apresentar uma unidade própria, revelando aspectos singulares que o diferenciem de outras épocas. Entretanto, é claro que cada período histórico sempre terá fatos em comum com épocas anteriores ou posteriores a ele como, por exemplo, o meio geográfico, certas necessidades básicas da natureza humana e algumas estruturas sociais. Mas o que importa na identificação dos períodos históricos é que suas diferenças características sejam mais relevantes e significativas do que os elementos de semelhança com outras épocas. Essas diferenças não devem ser buscadas ao nível dos acontecimentos episódicos (que estão em permanente mudança), mas ao nível das estruturas, dos processos de longa duração. Nas civilizações cristãs, convencionou-se que o marco inicial para a contagem do tempo histórico é o nascimento de Cristo. Assim, elaborou-se um calendário cristão, em que o ano 1 é aquele que começa com o nascimento de Cristo. Por isso, as datas anteriores a esse nascimento levam a abreviatura a.C. (antes de Cristo). Entretanto, nem todos os povos adotam o calendário cristão, como, por exemplo, os muçulmanos e os judeus. Entre os povos cristãos ocidentais, há uma periodização histórica bastante utilizada. Conforme essa periodização, chamamos de Pré-história o período que vai desde o aparecimento do homem primitivo (hominídeos) até o surgimento da escrita. A partir daí, inicia-se a História propriamente dita, que no caso ocidental divide-se em quatro partes: Idade Antiga: vai do fim da Pré-história (aparecimento da escrita) até o século V d.C. (queda do Império Romano do Ocidente, em 476); Idade Média: vai do final da Antigüidade até o século XV (queda de Constantinopla, em 1453); Idade Moderna: vai do final da Idade Média até o fim do século XVIII (Revolução Francesa, em 1789); Idade Contemporânea: vai do fim da Idade Moderna até os dias atuais. É preciso dizer que nem todos os historiadores concordam com essa periodização, e propõem outros tantos critérios para se efetuar novas divisões do tempo. Em que pesem esses esforços, acreditamos que, a rigor, nenhuma periodização é plenamente adequada para satisfazer tema tão amplo como este de que nos ocupamos. A periodização de uma “História geral” será sempre pouco rigorosa, imprecisa e discutível. Optamos pela periodização tradicional mais por questões didáticas do que por filosofia. Até porque não devemos nos ater em periodizações absolutas, mas sim no acompanhamento coerente do processo histórico. Leitura Complementar 2001: Odisséia no Espaço O filme 2001: Odisséia no Espaço, lançado em 1968 pelo polêmico diretor Stanley Kubrick traça a trajetória do homem desde, aproximadamente, quatro milhões de anos antes de Cristo, até o ano de 2001, sempre abordando a evolução da espécie, a influência da tecnologia nesse crescimento e os perigos da inteligência artificial. O filme é baseado em um conto de Arthur C. Clarke de 1948 chamado A Sentinela. Comentário sobre o filme encontrado no site: www.orbita.starmedia.com Grandes organizações mundialmente famosas, como a NASA, GE, PAN-AM, IBM e outras cooperam com a produção de um filme que seria um esboço realístico de um mundo a 30 anos do futuro. No entanto, a primeira seqüência do filme foi uma surpresa. Esperava-se ver, em miniaturas, uma cidade do século 21, e em lugar disso o que se viu foram macacos! Esses macacos encontram um monólito fincado na terra. Cheios de curiosidade eles o tocam, mas não sabem do que se trata. Mais tarde, porém, um dos macacos aprende a usar os ossos de quadrúpede para matar inimigos e caçar. Esta “invenção” de uma arma ou instrumento parece fortuita, mas a platéia pôde ver que o monólito tinha alguma coisa a ver com o ocorrido. O monólito seria um sinal de Deus ou teria sido feito por alguém do espaço infinito? Parece conter uma mensagem, parece ser um observador, uma sentinela. O macaco aprendeu a usar o osso e, em comemoração, atira-o ao ar. A câmera mostra o osso solto graciosamente no ar, em movimento lento. Repentinamente isso se dissolve em um veículo espacial em direção a uma estação orbital. Essa mudança de cena é maravilhosa! Homos sapiens, que evoluiu do macaco. Que aprendeu a usar um osso como uma arma, viaja agora pelo espaço. E agora o instrumento feito pelo homem não é seu servo, mas seu senhor. A nave espacial Discovery com destino a Júpiter, é controlada por uma AI (Inteligência Artificial) chamada HAL 9000 que é responsável pela vida de seus tripulantes. Este computador é um símbolo da mais avançada tecnologia humana e é uma paródia do próprio homem se tornando instrumento. PRÉ-HISTÓRIA HISTÓRIA IDADE DOS METAIS PALEOLÍTICO NEOLÍTICO IDADE ANTIGA 476 ESCRITA Francesa IDADE MÉDIA Queda do IDADE MODERNA 1453 IDADE CONTEMPORÂNEA 1789 Queda de Revolução Império Constantinopla Romano do Ocidente Obras Megalíticas Dolmens Grandes blocos de pedras em forma de monumentos, dispostas de forma horizontal, sobre algum tipo de suporte. Essas obras eram monumentos funerários, ou ao ar livre, ou abaixo da terra (galerias – antas). Menires São monumentos compostos de grandes blocos de pedras verticais; Eram erguidos para demarcar locais, cultos a fecundidade e santuários religiosos, normalmente era construídos em círculos. Stonehenge (ING) Anta São Geraldo (PORT) Desenvolvimento da Civilização Estágios que servem como marcos para o desenvolvimento sócio-cultural: - aparecimento da escrita; - formação do Estado; - produção de excedentes para troca; - divisão social do trabalho, como contraste entre cidade e campo; - diferenciação das classes sociais, com o aparecimento de classes dominantes e de classes dominadas. Civilização – é a concretização histórica de um determinado nível de desenvolvimento sóciocultural atingido por uma sociedade.