Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|1 UNIFAVIP | DEVRY CENTRO UNIVERSITARIO DO VALE DO IPOJUCA CORDENAÇÃO DE ARQUITETURA E URBANISMO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO IALLY KAREN BRITO RICARDO SINTA-SE EM CASA: Anteprojeto arquitetônico de uma maternidade humanizada privada no município de Belo Jardim - PE CARUARU 2014 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|2 Ially Karen Brito Ricardo SINTA-SE EM CASA: Anteprojeto arquitetônico de uma maternidade humanizada privada no município de Belo Jardim - PE Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário do Vale do Ipojuca, como requisito para obtenção do titulo de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Msc. Fernando Medeiros. CARUARU 2014 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|1 Catalogação na fonte Biblioteca do Centro Universitário do Vale do Ipojuca, Caruaru/PE Ricardo, Ially Karen Brito. Sinta-se em casa: anteprojeto arquitetônico de uma maternidade humanizada privada no município de Belo Jardim-PE / Ially Karen Brito Ricardo. – Caruaru: UNIFAVIP | DeVry, 2014. 126 f.: il. R488s Orientador: Fernando Medeiros. Trabalho de Conclusão de Curso (Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário do Vale do Ipojuca. Inclui apêndice. 1. Maternidade. 2. Parto. 3. Humanização. 4. Bem estar. I. Título. CDU 72[14.2] Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário: Jadinilson Afonso CRB-4/1367 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|2 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me proporcionado por tudo que consegui até hoje e por me iluminar em todos os momentos difíceis e por tudo que já consegui até hoje. Também agradeço aos meus pais, Ivo e Carminha, que sempre estão comigo, me apoiando em todos os momentos fáceis e difíceis. Em especial ao meu namorado Igor uma das pessoas mais especiais em minha vida, que acompanhou toda a minha jornada, sempre me motivando, apoiando, torcendo, transmitindo força, amor e paciência, e por sua ajuda com as normas da ABNT e auxilio nas visitas técnicas para o estudo de caso realizado neste trabalho. Ao meu orientador, Fernando Medeiros, por todo o apoio, ensinamentos, confiança, e por se dedicar a este trabalho junto comigo durante esse ano. Aos meus colegas graduandos Aline Vaconcelos, Ed Carlos e Fernanda Pereira pelas experiências trocadas durante esses 5 anos de angustia e ansiedade para o termino desta etapa. A todos os professores da Favip do curso de Arquitetura e Urbanismo, que tive a oportunidade de conhecer, em especial a Gustavo Miranda que me auxiliou bastante no presente trabalho através de seus ensinamentos na cadeira de Projeto V, Vânia Cavalcanti, Pedro Vilarim, Mariana Pontes muito contribuíram para minha formação acadêmica; A toda a equipe do Hospital Mestre Vitalino por terem acolhido de imediato e tão gentilmente a pesquisa, criando um ambiente favorável à realização do estudo de caso. Agradeço a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para este trabalho e principalmente aqueles que torceram por mim. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|3 A arquitetura hospitalar é um instrumento de cura de mesmo estatuto que um regime alimentar, uma sangria ou um gesto médico (FOUCAULT). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|4 RESUMO O presente trabalho tem como proposta realizar um anteprojeto arquitetônico de uma maternidade humanizada no município de Belo Jardim – PE. Isto será feito através de pesquisas que possuem objetivo de utilizar técnicas de humanização para requalificar o ambiente hospitalar retirando a sensação de que o hospital é um lugar que remete a doença, tornando um ambiente convidativo através da utilização de iluminação natural, integração com o exterior, ambientes que ofereçam conforto e bem estar, possibilitando a recuperação mais rápida e a permanência prolongada satisfatória. Outro aspecto que será abordado é psiconeuroimunologia que auxiliará no desenvolvimento desses espaços através de conceitos sobre a influência da cor, iluminação, som, textura e forma que incidem sobre o espaço físico e ajuda no tratamento psicológico necessário em um ambiente hospitalar. A promoção do bem estar é uma das principais sensações que possibilitam a cura. Para melhor entender o funcionamento desses conceitos foram analisados três hospitais que possuem maternidade, que auxiliaram nas questões práticas e funcionais pra iniciar as etapas pré projetuais. Palavras-chave: Maternidade, Parto, Humanização, Bem estar. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|5 ABSTRACT This paper aims perform an architectural blueprint of a humanized maternity in Belo Jardim - PE. This will be done through research that have aim of using humanization techniques to retrain the hospital environment by removing the feeling that the hospital is a place that brings the disease, making an inviting environment through the use of natural lighting, integration with the outside, environments that offer comfort and well-being, enabling faster recovery and satisfactory loitering. Another aspect that will be addressed is psychoneuroimmunology that will assist in the development of these spaces through concepts about the influence of color, lighting, sound, texture and shape that focus on the physical space and help the needed psychological treatment in a hospital setting. The promotion of well-being is one of the main sensations that allow healing. To better understand the functioning of these concepts were analyzed three hospitals with maternity, who assisted in practical and functional issues to start the pre projective steps. Keywords: Parenting Childbirth Humanization, Wellbeing. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|6 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS PE Pernambuco PNI Psiconeuroimunologia SUS Sistema Único de Saúde RDC Resolução da Diretoria Colegiada PPP Pré-parto, parto e pós-parto UTI Unidade de Terapia Intensiva EUA Estados Unidos da Ámerica ZAM Zona de Atividades Múltiplas HMV Hospital Mestre Vitalino RPAC Recuperação Pós-anestésica de cirurgia MPPE Ministério Público de Pernambuco CREMEPE Conselho Regional de Medicina de Pernambuco NBR Norma Brasileira COSCIP Código de segurança contra incêndio e pânico para o estado de Pernambuco ANVISA Agência nacional de Vigilância Sanitária PNE Portadores de Necessidades Especiais APEVISA Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|7 LISTA DE FIGURAS Figura 01: Apoio do companheiro ................................................................... 24 Figura 02: Doula dando assistência a partiriente ............................................ 25 Figura 03: Hospital Órion................................................................................. 26 Figura 04: Hospital Santa Catarina ................................................................. 26 Figura 05: Assistência humanizada................................................................. 27 Figura 06: Hospital RDO Viver ........................................................................ 28 Figura 07: Hospital de St. Elizabeth ................................................................ 29 Figura 08: Hospital de St. Elizabeth ............................................................... 29 Figura 09: Children’s Hospital & Health Center ............................................... 30 Figura 10: Children’s Hospital & Health Center .............................................. 30 Figura 11: Hospital da Unimed – BH ............................................................... 32 Figura 12: Hospital universitário Germans Trias i Pujol ................................... 32 Figura 13: Sala de relaxamento antes do parto do Hospital RDO Viver .......... 33 Figura 14: Utilização da iluminação artificial.................................................... 35 Figura 15: Utilização de iluminação artificial e natural ..................................... 35 Figura 16: UTI Neonatal do Hospital de Moinhos ............................................ 35 Figura 17: UTI Neonatal do Hospital de Moinhos ........................................... 35 Figura 18: Recepção do Phoenix Children’s Hospital ..................................... 36 Figura 19: Phoenix Children’s Hospital ........................................................... 36 Figura 20: Hospital Sarah Kubitschek de Salvador ......................................... 38 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|8 Figura 21: Utilização de plantas em ambientes internos ................................. 38 Figura 22: Área de internação, Hospital Vitória ............................................... 39 Figura 23: Área de internação, Hospital Vitória ............................................... 39 Figura 24: Utilização de diversos materiais ..................................................... 40 Figura 25: Integração entre interior/exterior através de vegetação ................. 40 Figura 26: Suíte privativa ................................................................................ 41 Figura 27: Recepção e ambientes internos do Phoenix Children’s Hospital ... 42 Figura 28: Recepção e ambientes internos do Phoenix Children’s Hospital .. 42 Figura 29: Vista frontal do Hospital ................................................................. 43 Figura 30: Entorno da edificação..................................................................... 44 Figura 31: Entorno da edificação..................................................................... 44 Figura 32: Croqui do arquiteto ......................................................................... 44 Figura 33: Implantação da edificação no terreno ........................................... 44 Figura 34: Processo de transformação do volume e planta baixa ................... 45 Figura 35: Janelas das fachada ...................................................................... 46 Figura 36: Vista da parte interna do ambiente................................................. 46 Figura 37: Harmonização das cores internas com a janela ............................. 46 Figura 38: Harmonização das cores internas com a janela ............................. 46 Figura 39: Planta baixa com Zoneamento – Pavimento Térreo ...................... 48 Figura 40: Recepção do Hospital .................................................................... 48 Figura 41: Recepção do Hospital .................................................................... 48 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma Maternidade Humanizada|9 Figura 42: Fachada sudoeste .......................................................................... 49 Figura 43: Corredor setor de consultas ........................................................... 50 Figura 44: Insolação setor de consultas .......................................................... 50 Figura 45: Planta Baixa com Zoneamento – 3° Pavimento ............................. 51 Figura 46: Planta baixa – circulação que liga os blocos do hospital ............... 51 Figura 47: Circulação que liga os blocos do hospital ...................................... 51 Figura 48: Circulação pavimento térreo .......................................................... 52 Figura 49: Circulação 3° pavimento ................................................................ 52 Figura 50: Escalonamento sem balanço ........................................................ 53 Figura 51: Materiais construtivos..................................................................... 54 Figura 52: Materiais construtivos .................................................................... 54 Figura 53: Implantação do terreno .................................................................. 55 Figura 54: Planta Baixa do térreo .................................................................... 56 Figura 55: Relação com o entorno .................................................................. 56 Figura 56: Rua Corta Vento............................................................................. 56 Figura 57: Rua Antônio Camardo .................................................................... 57 Figura 58: Rua Francisco Marengo ................................................................. 57 Figura 59: Escalonamento vista lateral ........................................................... 57 Figura 60: Escalonamento vista frontal ........................................................... 57 Figura 61: Panos de vidro ............................................................................... 58 Figura 62: Passarela no último pavimento ...................................................... 58 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 10 Figura 63: Vazio central ................................................................................. 59 Figura 64: Passarela central............................................................................ 59 Figura 65: Planta Baixa com Zoneamento – Térreo ........................................ 60 Figura 66: Recepção maternidade .................................................................. 61 Figura 67: Recepção internação ..................................................................... 61 Figura 68: Rampa de acesso principal ............................................................ 61 Figura 69: Planta Baixa com Zoneamento – 3° pavimento ............................ 62 Figura 70: Planta Baixa com Zoneamento – 4° pavimento ........................... 63 Figura 71: Fluxos pavimento tipo – internação ................................................ 63 Figura 72: Fluxos do centro cirurgico e obstétrico ........................................... 64 Figura 73: Circulação centro obstétrico ........................................................... 64 Figura 74: Circulação pavimento tipo – internação ......................................... 64 Figura 75: Corte Longitudinal .......................................................................... 65 Figura 76: Esforços exercidos pelas estruturas............................................... 67 Figura 77: Estrutura com protenção ................................................................ 67 Figura 78: Estar com vista para a praça central .............................................. 68 Figura 79: Fachada frontal .............................................................................. 68 Figura 80: Fachada Hospital Mestre Vitalino ................................................... 69 Figura 81: Fachada Hospital Mestre Vitalino ................................................... 69 Figura 82: Implantação do terreno .................................................................. 70 Figura 83: Rampa de acesso .......................................................................... 70 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 11 Figura 84: Escada de acesso .......................................................................... 70 Figura 85: Atividades comerciais nas proximidades ........................................ 71 Figura 86: Atividades comerciais nas proximidades ........................................ 71 Figura 87: Setor residencial nas proximidades................................................ 71 Figura 88: Setor residencial nas proximidades................................................ 71 Figura 89: Junção de diversas formas geométricas ........................................ 72 Figura 90: Jardim interno ................................................................................ 72 Figura 91: Jardim interno ................................................................................ 72 Figura 92: Planta Baixa com Zoneamento – Térreo ........................................ 73 Figura 93: Suíte dupla ..................................................................................... 74 Figura 94: Banheiro acessível da suíte ........................................................... 74 Figura 95: UTI Adulto ...................................................................................... 74 Figura 96: Posto de enfermagem da UTI ........................................................ 74 Figura 97: Isolamento com Banheiro acessível ............................................... 75 Figura 98: Sala de exame 1 ............................................................................ 75 Figura 99: Sala de exame 2 ............................................................................ 75 Figura 100: Sala de exame 3 .......................................................................... 76 Figura 101: Sala de exame 4 .......................................................................... 76 Figura 102: Sala de cirurgia obstretica ............................................................ 76 Figura 103: Sala de cirurgia obstretica ............................................................ 76 Figura 104: Planta baixa pavimento Térreo – Fluxos ...................................... 77 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 12 Figura 105: Corredor emergência ................................................................... 77 Figura 106: Corredor bloco cirúrgico e obstétrico............................................ 77 Figura 107: Sistema construtivo do HMV ........................................................ 84 Figura 108: Sistema construtivo do HMV ........................................................ 84 Figura 109: Materiais utilizados na fachada .................................................... 84 Figura 110: Pano de vidro ............................................................................... 84 Figura 111: Marquise metálica ........................................................................ 85 Figura 112: Marquise metálica ........................................................................ 85 Figura 113: Brises horizontais ......................................................................... 85 Figura 114: Mapa do agreste pernambucano.................................................. 89 Figura 115: Hospital Júlio Alves de Lira .......................................................... 90 Figura 116: Planta Baixa Hospital Regional Júlio Alves de Lira ..................... 90 Figura 117: Relação com o entorno ............................................................... 91 Figura 118: Relação com o entorno ............................................................... 91 Figura 119: Laboratório de exames e clínica médica ..................................... 92 Figura 120: Centro de especialidades odontólogicas ...................................... 92 Figura 121: Equipamentos hospitalares nos corredores ................................. 92 Figura 122: Infiltração comprometendo a estrutura ......................................... 92 Figura 123: Recepção subdimensionada ........................................................ 93 Figura 124: Sala de espera nos corredores .................................................... 93 Figura 125: Planta de situação do terreno com curvas de nível ...................... 93 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 13 Figura 126: Representação das zonas de ventilação e insolação................... 95 Figura 127: Organofluxograma – Pavimento Térreo ..................................... 107 Figura 128: Organofluxograma – 2° Pavimento ........................................... 107 Figura 129: Organofluxograma – 3° Pavimento ............................................ 107 Figura 130: Zoneamento pavimento térreo ................................................... 109 Figura 131: Zoneamento 2° pavimento ......................................................... 110 Figura 132: Zoneamento 3° pavimento ......................................................... 110 Figura 133: Estudo de implantação ............................................................... 111 Figura 134: Recepção Ambulatorial e Emergencial ..................................... 112 Figura 135: Recepção ................................................................................... 113 Figura 136: Setor ambulatorial ...................................................................... 114 Figura 137: Setor emergencial ...................................................................... 114 Figura 138: Setor de serviço ......................................................................... 115 Figura 139: Café/Restaurante ....................................................................... 116 Figura 140: Área administrativa ..................................................................... 116 Figura 141: Setor de UTI ............................................................................... 117 Figura 142: Sala de relaxamento antes do parto ........................................... 117 Figura 143: Sala de relaxamento antes do parto .......................................... 117 Figura 144: Bloco obstétrico .......................................................................... 118 Figura 145: Suíte individual .......................................................................... 119 Figura 146: Suíte individual .......................................................................... 119 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 14 Figura 147: Berçario Maternidade Fernando de Abreu ................................ 119 Figura 148: Berçario Maternidade Fernando de Abreu ................................ 119 Figura 149: Fachada Norte ........................................................................... 120 Figura 150: Fachada Oeste .......................................................................... 121 Figura 151: Fachada Leste............................................................................ 121 Figura 152: Fachada Sul ............................................................................... 122 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 15 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Programa Hospital Privado de Villeneuve d’ Áscq ........................ 53 Tabela 02: Programa pavimentos analisados .................................................. 66 Tabela 03: Programa e Dimensionamento do Hospital Mestre Vitalino ........... 78 Tabela 04: Exposição geral dos estudos ......................................................... 86 Tabela 05: Potencialidades e problemáticas dos estudos de caso .................. 87 Tabela 06: Análise comparativa dos estudos de caso ..................................... 88 Tabela 07: Potencialidades do terreno proposto ............................................. 94 Tabela 08: Síntese das legislações pertinentes............................................... 95 Tabela 09: Programa de necessidades e dimensionamento da Maternidade Fernando de Abreu ....................................................................................... 100 Tabela 10: Apresentação gráfica Anteprojeto Arquitetônico .......................... 123 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 16 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................ 19 1. FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA ...................................................................... 22 1.1 PARTO HUMANIZADO ................................................................................ 22 1.2 HUMANIZAÇÃO DO ESPAÇO E ASSISTÊNCIA AO PARTO E NASCIMENTO ............................................................................................. 24 1.2.1 SALA DE PRÉ-PARTO, PARTO E PÓS-PARTO (PPP) .................... 30 1.2.2 SALA DE RELAXAMENTO ANTES DO PARTO ................................... 31 1.3 PSICONEUROIMUNOLOGIA (PNI) ............................................................ 32 1.3.1 LUZ ........................................................................................................ 33 1.3.2 COR ....................................................................................................... 35 1.3.3 SOM ....................................................................................................... 36 1.3.4 AROMA .................................................................................................. 37 1.3.5 TEXTURA .............................................................................................. 38 1.3.6 FORMA .................................................................................................. 39 2. ESTUDOS DE CASOS................................................................................... 41 2.1 ESTUDO DE CASO 1 - HOSPITAL PRIVADO DE VILLENEUVE D’ ÁSCQ (FRANÇA)................................................................................................... 42 2.1.1 IMPLANTAÇÃO ..................................................................................... 42 2.1.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO ................................................................ 44 2.1.3 ZONEAMENTO/FLUXOS....................................................................... 46 2.1.4 PROGRAMA .......................................................................................... 51 2.1.5 ASPECTOS CONSTRUTIVOS .............................................................. 52 2.2 ESTUDO DE CASO 2 - MATERNIDADE PRIVADA SÃO LUIZ – UNIDADE ANALIA FRANCO (SÃO PAULO) ................................................................ 53 2.2.1 IMPLANTAÇÃO ..................................................................................... 54 2.2.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO ................................................................ 56 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 17 2.2.3 ZONEAMENTO/FLUXOS....................................................................... 58 2.2.4 PROGRAMA .......................................................................................... 64 2.2.5 ASPECTOS CONSTRUTIVOS .............................................................. 66 2.3 ESTUDO DE CASO 3 - HOSPITAL PÚBLICO MESTRE VITALINO (CARUARU)................................................................................................. 68 2.3.1 IMPLANTAÇÃO ..................................................................................... 68 2.3.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO ................................................................ 70 2.3.3 ZONEAMENTO/FLUXOS....................................................................... 71 2.3.4 PROGRAMA .......................................................................................... 77 2.3.5 ASPECTOS CONSTRUTIVOS .............................................................. 82 3. ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESTUDOS DE CASOS .............................. 84 4. ETAPAS PROJETUAIS .................................................................................. 87 4.1 ANÁLISE DO CONTEXTO URBANO........................................................... 88 4.2 ESTUDO DO TERRENO ............................................................................. 90 4.3 ANÁLISE DOS CONDICIONANTES FISÍCOS E AMBIENTAIS ................... 93 4.4 ANÁLISE DOS CONDICIONANTES LEGAIS .............................................. 94 4.5 CÁLCULOS .................................................................................................. 98 5. PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO............................................................ 99 6. ORGANOFLUXOGRAMA ............................................................................. 106 7. ZONEAMENTO ............................................................................................. 108 8. ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO ............................................................. 110 8.1 MEMORIAL JUSTIFICATIVO ..................................................................... 110 8.2 APRESENTAÇÃO GRÁFICA ..................................................................... 122 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 18 8.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 123 8.4 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 124 APÊNDICES ............................................................................................................126 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 19 INTRODUÇÃO O ambiente hospitalar passou por diversas transformações desde seu surgimento quando esses espaços eram locais sem condições adequadas para o tratamento e cura dos pacientes, até os dias atuais em que esses ambientes estão em processo de transformação em função da preocupação constante com o bem estar dos pacientes, com isso aconteceram inúmeras mudanças nas instalações nos locais destinados aos tratamentos de saúde. Essas mudanças definem uma nova lógica nos espaços hospitalares, e é através deste viés que a concepção projetual de uma maternidade irá se desenvolver buscando qualidade no ambiente hospitalar. Neste sentido a humanização é um dos principais mecanismos para a excelência nos aspectos da qualidade espacial, atendimento e bem estar do usuário. O conceito de humanização hospitalar é recente e ainda pouco utilizado, ao constatar que esta prática não é aproveitada por estes equipamentos, sentiu-se a necessidade de implantar técnicas de humanização no projeto para a concepção de espaços físicos que proporcionem aos pacientes, familiares e funcionários em geral, locais que possibilitem o bem estar e conforto tanto corporal quanto psicológico. Alguns aspectos teóricos serão abordados para melhor entender o surgimento da necessidade de um equipamento voltado para os ambientes de nascer através de um breve histórico da origem do mesmo, além de analisar temas que agregaram conhecimento na concepção de uma maternidade humanizada. O presente trabalho apresentará a proposta de uma maternidade humanizada no município de Belo Jardim – PE, que atenderá a necessidade populacional e das cidades circunvizinhas, que também são carentes na questão de equipamentos voltados para obstetrícia. Serão abordados alguns conceitos projetuais que provocam estímulos favoráveis aos seres humanos, como: a iluminação, as cores, as texturas aplicadas, a forma e aroma nos ambientes. Eles serão utilizados para descaracterizar o conceito de hospital, ambiente desconfortável e doentio, por uma proposta arquitetônica que torna possível fornecer essas mudanças. O município possui apenas um edifício hospitalar, o Hospital Regional Júlio Alves de Lira, que não dispõe de um espaço apropriado e equipamentos adequados para Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 20 atender as parturientes1, além de ficar sobrecarregado devido a possuir uma demanda de no mínimo 250 gestantes por mês (Revista, Prestação de contas 2013, p.20). Assim fica claro que o sistema de saúde da cidade e consequentemente da região necessita deste equipamento, pois após uma breve analise foi constatado que em um raio de 50 km não existe nenhum equipamento que atenda às necessidades obstétricas. Com isso percebeu-se a necessidade de instalação deste equipamento no município que fica no centro geográfico entre as maternidades existentes, podendo assim facilitar o atendimento das pacientes que veem de outras cidades. A maternidade terá como objetivos principais: criar ambientes que busquem privacidade aos ambientes e familiares, proporcionar espaços de convivência, com a valorização do conforto ambiental, possibilitar a personalização de espaços que promovam o bem estar físico e psicológico das pacientes, além de oferecer espaços para técnicas de relaxamento antes do parto. Portanto, através deste estudo, será analisado, sobretudo, as necessidades de uma maternidade, percebendo suas potencialidades e problemáticas para solucioná-las da maneira mais eficiente possível proporcionando bem estar aos pacientes e usuários. Para alcançar este objetivo foi realizado um levantamento bibliográfico que se relaciona com o tema trabalhado, maternidade humanizada. Através do referencial teórico, serão absorvidos todos os aspectos pertinentes ao surgimento da maternidade, como funciona e quais técnicas serão utilizadas para aproxima-la com o tema proposto. Também serão estudados três projetos relacionados à temática do trabalho, analisando aspectos que contribuíram para o desenvolvimento das etapas iniciais do projeto arquitetônico, como também suas problemáticas. Após a finalização dos estudos de casos, serão realizadas tabelas comparativas que auxiliarão no entendimento de quais os pontos positivos e negativos de cada projeto estudado, assim como partido, programa, zoneamento, fluxos e aspectos construtivos de cada um. 1 Parturientes: Diz-se da mulher que se encontra em trabalho de parto ou acabou de dar à luz, http://www.dicio.com.br/parturiente/, acessado em 12 de maio de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 21 O terreno em que a maternidade foi projetada encontra-se em uma área urbana, está localizado na Zona Centro II, setor de atividades múltiplas, com residências comércios e indústrias em seu entorno. Ele é onde funcionava a antiga maternidade da cidade em uma área já consolidada, com isso facilita-se a adequação da população com a nova maternidade dando o mesmo uso que o antigo só que com melhorias adequadas, devido ao projeto arquitetônico aliar-se com o conceito de humanização que cria ambientes em que os pacientes e demais usuários possam desfrutar de locais o mais familiar possível. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 22 1. FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA Nesses capítulos serão feitos pela autora estudos sobre o parto humanizado, para que o leitor se familiarize com o tema, também será estudado, humanizando o espaço e a assistência ao parto e nascimento, com subtemas da utilização desta temática, e por fim a influência da psicologia em ambientes hospitalares através do conceito de psiconeuroimunologia (PNI), com isso se obterá um embasamento teórico para a concepção de espaços arquitetônicos que promovam o bem estar através da utilização do conceito de humanização. Sendo assim após esses estudos podem ser identificados às particularidades e a relação direta com o que se compõe um ambiente humanizado. 1.1 PARTO HUMANIZADO Segundo Reis e Patrício (2005), para a promoção do parto humanizado é necessário vencer alguns desafios, tal como criar no ambiente hospitalar um ritual mais próximo do “familiar”, integrando no processo do parto os recursos tecnológicos e de competência humano-cientifica, aos quais são necessários para melhor assistência à mulher e seu recém-nascido. A humanização do atendimento ao parto e nascimento privilegia a utilização de toda a tecnologia e técnicas obstetrícias disponíveis, tornando os benefícios a serem obtidos maiores que os riscos a serem corridos (BASILE, 2004). Através destes pensamentos percebe-se que as gestantes necessitam de apoio emocional, físico e profissional para que elas possam se sentir seguras durante o processo até chegar ao parto, pois às vezes ele pode durar dias, o que debilita o estado físico da parturiente sendo de extrema importância a presença de pessoas que propiciem laços afetivos (figura 01). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 23 Figura 01: Apoio do companheiro Fonte: http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2014/09/maes-em-uberlandiaprocuram-o-mp-apos-suspensao-de-parto-humanizado.html, acessado em 19 de agosto de 2014. Segundo Basile (2004), existem diversas ações humanizadas que dão assistência à parturiente, são elas: O banho, que traz benefícios porque favorece uma boa circulação, diminui o desconforto, regula as contrações, promove relaxamento e diminui o tempo de trabalho de parto. A dieta livre é justificada pela necessidade de reposição de energia e hidratação, garantindo bem-estar materno-fetal. A deambulação, que abrevia o tempo de trabalho de parto, favorecendo a descida da apresentação. A massagem, que alivia pontos de tensão e promove relaxamento. O estimulo à micção espontânea que no trabalho de parto diminui a retenção urinaria e o desconforto nas contrações. Respiração, que promove e restitui autocontrole e oxigenação materno- fetal, deverá ser espontânea durante as contrações. Se a mulher encontrar dificuldade de respirar durante as contrações, deverá ser estimulada a soprar lentamente para restabelecer a respiração normal. Uma respiração profunda após a contração deve ser estimulada para promover o relaxamento e a re-oxigenação da placenta. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 24 Figura 02: Doula dando assistência a parturiente. Fonte: http://guiadobebe.uol.com.br/parto-humanizado-devolve-a-mae-o-controle-no-parto/, acessado em 20 de agosto de 2014. Outro artificio que apoia a mulher na gestação, no parto e pós-parto, é a Doula (figura 02), com o auxilio de profissionais da saúde como obstetras e pediatras, ela oferece um trabalho de suporte para que a gestante vivencie um parto de forma mais ativa, pois quanto mais ela se envolve no processo, mais ela vai estar engajada na própria maternidade. É importante ressaltar que no parto humanizado não é necessário medidas não farmacológicas e não evasivas que devem ser utilizadas para minimizar o estresse e aliviar a dor que podem ser realizadas por familiares e/ou profissionais. O Ministério da Saúde (2001), também pontua é necessário para o momento do parto que a mulher e seu acompanhante sejam preparados com o objetivo principal de favorecer que o trabalho de parto e o parto sejam vivenciados com maior tranquilidade e participação, para resgatar o nascimento como um momento familiar. Com isso o acompanhante não proporciona somente auxiliar a mulher a relaxar, mas também contribuir para que o serviço prestado seja mais humanizado. 1.2 HUMANIZAÇÃO DO ESPAÇO E ASSISTÊNCIA AO PARTO E NASCIMENTO Conforme Toledo (2002), a humanização dos edifícios hospitalares é um assunto debatido há muito tempo, por exemplo, na Europa desde o século XVIII são desenvolvidas pesquisas nos hospitais locais por alguns estudiosos Os quais concluíram que os hospitais passariam por uma grande transformação pelo fato de Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 25 representarem para a sociedade um sinônimo de instituição de assistência para os pobres e de exclusão social e, a partir desta mudança, os locais teriam a missão de curar, através da utilização do próprio ambiente como fator benéfico aos pacientes e usuários. A humanização hospitalar proporciona um aperfeiçoamento na qualificação dos ambientes, promovendo um atendimento mais eficiente através de uma infraestrutura qualificada. Nas figuras 03 e 04, é perceptível que através dos elementos utilizados a sensação de estar em um hospital foi retirada. Figura 03: Hospital Órion Figura 04: Hospital Santa Catarina Fonte: http://grandearquitetura.com.br/destaqueorion-business-health-complex/, acessado em 1 de abril de 2014. Fonte: http://www.brplanosdesaude.com.br/hospitais/hospit al18.html, acessado em 1 de abril de 2014. Nas últimas décadas os hospitais veem melhorando gradativamente as condições de saúde para estes ambientes. Pois questões como ventilação e iluminação vêm sendo priorizadas devido à preocupação com a necessidade de higiene em unidades hospitalares. Com isso os hospitais passam a serem lugares onde que não apenas salvam os pacientes, mas também dão melhores condições quanto às questões de qualidade em sua estadia nessas unidades de saúde (MIQUELIN, 1992). Com isso é importante ressaltar que atualmente, devido às diversas soluções existentes para a utilização de iluminação e ventilação natural, os sistemas mecanizados estão perdendo seu lugar no mercado econômico, pois eles tem como principal consequência o aumento no consumo de energia e a despreocupação com a necessidade desses fatores naturais para a humanização. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 26 Miquelin (1992) afirma que o hospital é considerado uma instituição complexa e dinâmica, na qual, é necessária a concepção de espaços que sejam voltados ao conforto, à acessibilidade e a funcionalidade para seus usuários, unindo-se com práticas profissionais que controlem a infecção hospitalar. Nesse contexto, o arquiteto deve ter em mente que é necessário conhecer toda a complexidade do funcionamento de um hospital, para que seja possível a concepção de locais que influenciem nos processos de cura do paciente, através da utilização de métodos que contenham a infecção hospitalar. Humanização no atual momento de transformação do sistema de saúde brasileiro significa a melhoria da qualidade do atendimento aos usuários dos hospitais ou simplesmente tratar o semelhante de maneira humana permitindo reatar a experiência da hospitalização ao ciclo da vida e transformá-la em uma oportunidade de desenvolvimento humano para ambos (AMBRANELLI, 2003). Ao refletir a citação acima, percebe-se que o processo de humanização não é apenas para o ambiente, mas também para transformar a relação entre o paciente e funcionário já que a cura não deve ser apenas física, mas também psicológica. A figura 05 apresenta o papel dos profissionais de saúde ao cuidar dos pacientes mantendo uma relação solidária, tanto para que o desempenho técnico seja feito com excelência, quanto para que ele que contribua para a saída do enfermo do hospital. Figura 05: Assistência Humanizada Fonte: http://www.materdei.com.br/423/comodidades_e_hotelaria/assistencia_humanizada, acessado em 2 de abril de 2014 O Ministério da Saúde vem implantando no Sistema Único de Saúde (SUS), o programa Humaniza SUS, o qual trabalha pela consolidação de quatro objetivos básicos: Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 27 Reduzir as filas e o tempo de espera, ampliando o acesso e um atendimento acolhedor e resolutivo, baseado em critérios de risco; Informar a todos os usuários sobre quem são os profissionais que cuidam de sua saúde e quais são os serviços de saúde responsáveis por sua referência territorial; Garantir aos usuários, por meio das unidades de saúde, acesso a informações gerais sobre saúde, entre elas os direitos do código dos usuários do SUS e, ainda, que sejam acompanhados, durante seus tratamentos, por pessoas de suas redes sociais (de livre escolha); Garantir, nas unidades de Saúde, educação permanente aos trabalhadores e gestão participativa incluindo trabalhadores e usuários. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). É importante ressaltar que recentemente os projetos hospitalares estão saturados de conceitos de funcionalidade, com a concepção de ambientes que atendam essencialmente a atividade desenvolvida neste espaço para obter um desempenho ideal para a assistência e cuidados aos pacientes. Com isso a arquitetura hospitalar se depara com um novo desafio que é o de incorporar aos projetos elementos que proporcionem agregar a dimensão humana aos hospitais buscando estabelecer a junção de aspectos que aliem o exercício da medicina com a qualificação dos espaços. Diversos elementos podem ser utilizados nos projetos que possibilitem a concepção de ambientes adequados assistência à saúde, com conforto visual e acústico, tais como: iluminação suave, carpetes para absorção de ruídos, cores suaves, objetos decorativos que torne o ambiente mais próximo do espaço familiar (figura 06). Figura 06: Hospital RDOViver Fonte: http://hospitalrdoviver.com.br/fotos/, acessado em 5 de abril de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 28 Outra possibilidade que é possibilidade de delegar aos pacientes o controle do espaço tais como o controle de luzes, temperatura e facilidades, como televisão, facilmente alcançadas a partir do leito. Os pacientes são encorajados a trazerem, para seus espaços, suas músicas, objetos favoritos e pertences pessoais além de disporem de áreas comunitárias para que seus familiares preparem seus pratos prediletos e disponham de itens do conforto que usufruem em suas casas. Nos Estados Unidos existe um modelo de humanização que dissemina a teoria de que o design tem grande influencia na recuperação dos pacientes, é o The Pebble Project, que foi aplicado em algumas unidades de saúde pelo The Center for Health Design2 e se obteve um resultado favorável, com a qualificação nos tratamentos e no desempenho financeiro das instituições (VOELKER, 2001). Figura 07: Hospital de St. Elizabeth Figura 08: Hospital de St. Elizabeth Fonte: https://www.healthdesign.org/pebble/facilities, acessado em 20 de agosto de 2014. Fonte: https://www.healthdesign.org/pebble/facilities, acessado em 20 de agosto de 2014. Nas figuras 07 e 08, demonstram como o The Pebble Project é aplicado nas unidades hospitalares que são parceiras deste projeto, os maiores benefícios que eles recebem é o acesso à informação e ao conhecimento tecnológico dos profissionais envolvidos. Reuniões entre o quadro de associados do The Center for Health Design, os parceiros do Pebble Project e outras empresas e profissionais ligados ao assunto, proporcionam a difusão do conhecimento e a oportunidade de 2 The Center for Health Design é uma organização americana, localizada em Lafayette na Califórnia, sem fins lucrativos, que reúne uma equipe de trabalho composta por aproximadamente 25.000 pessoas incluindo profissionais de design e arquitetura, administradores hospitalares e médicos. Tem por objetivo tornar melhor a vida de pacientes, familiares, visitantes e trabalhadores que utilizam os ambientes de saúde através da aplicação de projetos humanizados em hospitais e clínicas. Seus primeiros resultados têm se tornado ótimos exemplos que lideram outras organizações de saúde. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 29 bons negócios para ambos. Um alto nível de consultoria e de assistência técnica também é proporcionado, assim como uma metodologia de projeto específica para cada situação. Outro benefício é o reconhecimento e visibilidade. Todos os parceiros do Pebble Project são co-autores dos resultados das pesquisas e são promovidos através do website do The Center for Health Design, de programas educacionais e de relações públicas internacionais. Entre os parceiros do Pebble Project estão diversas instituições hospitalares, localizadas em vários estados norte-americanos, cada uma com sua especialidade e seu público alvo. Dentre estas instituições, quatro completaram recentemente três anos de comprometimento com o projeto na medição, documentação e avaliação das evidências baseadas no design dos seus ambientes, e agora já podem apresentar resultados satisfatórios. (MARBERREY, 2002) Desde a década passada, o Children’s Hospital & Health Center, localizado em San Diego, na Califórnia, passou a medir e a compreender todos os aspectos do tratamento, incluindo o impacto da arquitetura e do design no processo de cura dos pacientes. Este hospital vem desenvolvendo um programa, para auxiliar a recuperação dos pacientes através das artes, que está inteiramente integrado ao ambiente da clínica pediátrica, tendo seu foco centrado na missão do hospital de restaurar, sustentar e evidenciar a saúde e o desenvolvimento potencial das crianças. Figura 09: Children’s Hospital & Health Center Figura 10: Children’s Hospital & Health Center Fonte: http://www.hdrinc.com/portfolio/marybridge-childrens-hospital-and-health-centerexpansion, acessado em 30 de agosto de 2014. Fonte: http://www.urmc.rochester.edu/childrenshospital/giving/Make-a-Gift/support-building.aspx, acessado em 30 de agosto de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 30 Para isto, foram implantados ambientes temático desde a entrada até o restante dos ambientes utilizados pelas crianças, (figura 09 e 10), com a intenção de convidar a criança a brincar, estimular sua criatividade e promover seu desenvolvimento físico, emocional, mental e espiritual. Outros hospitais participantes do projeto já apresentam resultados avaliados e concluídos. O Barbara Ann Karmanos Cancer Institute de Detroit, por exemplo, teve aumento de 18% na satisfação do paciente, menor variação dos custos diários, redução do uso de medicação para a dor, 30% de redução dos erros médicos – devido principalmente ao aumento de área dos ambientes médicos, sua melhor localização e organização, padronização da sinalização visual e tratamento acústico para diminuir o nível de ruído – e 6% de redução nas quedas dos pacientes que é resultado da melhor visualização do paciente devido ao ângulo de abertura das portas, melhoria da iluminação e do layout do quarto. Alguns ambientes específicos para atividades do pré-parto, parto e pós-parto e de relaxamento antes do parto podem ser inseridas na maternidade para auxiliar nestes processos, além de qualificar as condições físicas dos espaços com a utilização de equipamentos indicados para cada procedimento. 1.2.1 SALA DE PRÉ-PARTO, PARTO E PÓS-PARTO (PPP) O Ministério da Saúde criou a normatização RDC 36, que regulamenta alguns ambientes destinados especificamente para o setor de obstetrícia e neonatal. A sala PPP, é um dos ambientes estabelecidos obrigatoriamente na norma, nela podem ser realizados três procedimentos: pré-parto, parto e pós-parto. Este ambiente destinase a humanizar o atendimento ao parto resgatando o vinculo mãe-filho com a presença de acompanhante, para reduzir o risco à saúde e melhorar o bem estar de quem utiliza a atenção obstétrica e neonatal (RDC 36, 2008). Este local deve seguir padrões diferenciados das salas comuns de parto, elas possuem sanitários próprios com banheira ou não, cama e espaço suficiente para a parturiente movimentar-se o quanto quiser (figura 11 e 12). Tudo para criar um espaço próximo ao de um quarto de uma casa, tornando o ambiente familiar e aconchegante, e mais humanizado. Após o parto a parturiente pode permanecer na sala para receber familiares ficando no máximo de 12h às 24h na sala PPP, a Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 31 depender da maternidade. Graças a estas mudanças, grande parte dos projetos de novas maternidades incorporou o PPP em seus programas, aumentando assim o grau de discussão sobre o assunto. Figura 11: Hospital da Unimed – BH http://www.portal.unimedbh.com.br/wps/portal/in icio/home/conheca_a_unimed/sala_de_imprens a/noticias/interna/CTI_e_quartos_PPP, acessado em 12 de agosto de 2014. 1.2.2 Figura 12: Hospital universitário Germans Trias i Pujol http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noti cias/2013/10/28/noticia_saudeplena,146152/reco mendado-pela-oms-ha-decadas-plano-de-partoainda-e-desconhecido.shtml, acessado em 12 de agosto de 2014. SALA DE RELAXAMENTO ANTES DO PARTO A sala de relaxamento é um ambiente de cuidado de enfermagem obstétrica que promove a humanização da assistência ao trabalho de parto, favorece o parto normal por meio de métodos não invasivos que diminuem a necessidade de medicamentos e melhoram o procedimento, além de promover conforto e relaxamento para que as parturientes vivenciem o trabalho de parto com liberdade de posição e de movimentos (Organização Mundial da Saúde, 1996). Neste espaço são realizadas atividades terapêuticas para melhorar as condições do parto, trabalhando tanto com a parturiente quanto com seu bebê, tal como exercício com bola, que ajuda a colocar o bebê na posição correta para a hora do parto. Algumas salas de relaxamento possuem banheira, onde são feitos exercícios de relaxamento dentro da água com ajuda de enfermeiros, diminuindo as dores das contrações da parturiente (figura 13). Este ambiente deve estar localizado próximo ao pré-parto ou até mesmo dentro do centro obstétrico, fica a critério de cada maternidade, para que em caso de Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 32 complicações nos procedimentos realizados o atendimento obstétrico seja imediato, para não haver danos nem para as parturientes nem para o bebê. Figura 13: Sala de relaxamento antes do parto do Hospital R do viver Fonte: http://hospitalrdoviver.com.br/, acessado em 26 de setembro de 2014. 1.3 PSICONEUIMUNOLOGIA Para criação de ambientes que evitem doenças, e promovam o bem-estar não apenas dos pacientes, mas também das outras pessoas que desfrutam do local pode-se utilizar a Psiconeuroimunologia que é a arte e ciência de criar ambientes que possuam estímulos sensoriais, que vá do desconforto à cura. Através de diversos estudos sobre este assunto há comprovações que a variação na quantidade de estímulos sensoriais é necessária. (GAPPELL, 1991). A mudança em relação ao ambiente hospitalar ainda é recente, mais a psiconeuroimunologia vem aliada com o conceito de humanização evidenciar a aplicação de elementos que proporcionem sensações favoráveis no ambiente tornando-o confortável e agradável para a permanência humana. Segundo Gappell existem alguns fatores que possuem grande impacto psicológico e físico na unidade hospitalar, são eles: luz, cor, som, aroma, textura e forma. Assim ao projetar uma edificação com esses fatores, ela passa a ser uma importante ferramenta de cura. Pois ao estimular estas sensações percebe-se uma diminuição de seu sofrimento, assim melhorando o restabelecimento do paciente. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 33 1.3.1 LUZ Segundo Bitencourt (2007), ao preparar um projeto de iluminação para ambientes hospitalares é indispensável aliar as necessidades físicas e funcionais de cada ambiente especificamente, pois ao tentar solucionar adequadamente a iluminação deve-se atender as condições necessárias para o conforto humano, de acordo com o espaço que a iluminação incidirá. A partir deste pensamento percebe-se que os hospitais brasileiros são desprovidos de projetos adequados de iluminação, os ambientes da edificação possuem projetos luminotécnicos semelhantes, com isso todos os locais acabam dando a impressão de que possui a mesma função, o que na realidade não deveria acontecer, pois cada ambiente precisa de uma iluminação adequada para o desempenho específico que aquele espaço irá desenvolver. A luz artificial deve ser utilizada para complementar e não substituir a iluminação natural, devido ela trazer benefícios à saúde, pois a combinação de ambas satisfaz tanto nos aspectos normativos, que utilizam a iluminação mínima, quanto aos aspectos qualitativos, que visam o bem estar do usuário. O Brasil possui um clima próprio para o aproveitamento da incidência solar, a luz do sol é fonte de cálcio e fosforo, para o desenvolvimento e fortalecimento dos ossos, no controle de infecções e também é de grande importância para aumentar a quantidade de oxigênio. Já os ambientes iluminados artificialmente não trazem nenhum benefício a saúde, entretanto podem proporcionar um bem estar de acordo com a intensidade e o local que esta inserida, pois se for utilizada adequadamente tem uma função favorável. Mas o paciente pode ser o manipulador desse bem estar já que a iluminação pode ser controlada do seu próprio leito, com mecanismos que acendam e apaguem as lâmpadas, ou até mesmo movimentar os dispositivos de sombra que bloqueiam a incidência solar, como brises, cortinas, persianas. Nas ilustrações abaixo podemos identificar que o paciente pode desfrutar tanto da iluminação natural, quanto artificial, em um ambiente aconchegante e de qualidade para o usuário proporcionando bem estar (figura 14 e 15). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 34 Figura 14: Utilização da iluminação artificial Figura 15: Utilização de iluminação artificial e natural Fonte: http://jdarquiteturahospitalar.blogspot.com.br/20 13/04/imagem-de-quartos-humanizados-dealguns.html, acessado em 2 de abril de 2014. Fonte: http://angelaabdalla.blogspot.com.br/2010/05/ilum inacao-hospitalar.html, acessado em 2 de abril de 2014. Nas figuras 16 e 17 nota-se que o Hospital de Moinhos preocupou-se com um projeto de iluminação que fosse adequado ao local, nele foram utilizados a iluminação indireta através de sancas e fibra óptica. Durante o dia a iluminação indireta é utilizada para ter um melhor aproveitamento da iluminação natural, e a noite a fibra óptica proporciona um bem estar e torna o ambiente aconchegante devido à iluminação ser utilizada com a função adequada ao local inserido. Figura 16: UTI Neonatal do Hospital de Moinhos Figura 17: UTI Neonatal do Hospital de Moinhos Fonte: http://www.hospitalmoinhos.org.br/content/unida des_internacao/neo_natal.aspx, acessado em 25 de março de 2014. Fonte: http://www.hospitalmoinhos.org.br/content/unidade s_internacao/neo_natal.aspx, acessado em 25 de março de 2014. A iluminação é um dos principais fatores de contribuição para a humanização dos ambientes hospitalares, tornando-se essencial para projetos de arquitetura principalmente em ambientes hospitalares. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 35 1.3.2 COR A iluminação é visivelmente uma importante aliada da cor, já que com a incidência da iluminação sobre a superfície colorida pode alterar sua aparência. A utilização das cores pode transformar um ambiente que seja hostil e sem vida, em um lugar completamente agradável e acolhedor, com a sensação estética favorável. A percepção visual interfere bastante no estado emocional do paciente, pois é a partir da sensação de estar em um ambiente confortável e eficiente que resulta em saúde e bem estar. Pois o objetivo deste projeto é minimizar a carga emocional com um ambiente através da utilização de cores adequadas, harmonizando todos os materiais inseridos no ambiente que proporcionem bem estar e conforto aos pacientes e familiares que utilizarão deste espaço constantemente, como apresenta a figura 18 e 19. Figura 18: Recepção do Phoenix Children's Hospital Figura 19: Phoenix Children's Hospital Fonte: http://www.gopixpic.com/900/phoenixchildrens-hospital/ , 5 de abril de 2014. Fonte: https://segd.org/content/phoenix-childrenshospital, acessado em 5 de abril de 2014. Em ambientes hospitalares deve-se levar em consideração a utilização de tons claros para locais fechados, onde proporcionam sensações ruins aos pacientes, esta situação pode ser resolvida também com o auxílio da iluminação artificial. Já na composição dos ambientes mais amplos devem-se combinar as cores quentes e frias, pois aliadas elas estimulam os funcionários a terem uma boa condição de trabalho, tornando o ambiente com vida. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 36 1.3.3 SOM Segundo Macedo (2009), os ruídos são considerados sons desordenados e com uma frequência que incomoda o nosso sistema auditivo, e tem como consequência alterações nas questões psicológicas, pois causam estresse, agitações psíquicas e comportamentais. O ruído causa irritação e agrava o mau humor nos adultos, já para os bebês a reação é diferente a exposição em ambientes barulhentos, deixa-os mais lentos e com dificuldade para desenvolver atividades, além de o barulho constante ser um perigo à saúde. Entretanto, também existem sons agradáveis que tentam reduzir a sensação de estresse causada pelo ambiente hospitalar. A implantação da música como terapia é algo positivo na recuperação dos pacientes, pois proporciona um relaxamento, equilíbrio emocional, e principalmente torna o local favorável à recuperação do paciente. Os ambientes acusticamente tratados podem ser aperfeiçoados através da escolha dos revestimentos e móveis que irão compor os ambientes, pois alguns materiais não refletem ou amplificam as ondas sonoras. Alguns dispositivos como: tecidos, tapetes e madeiras podem proporcionar ambientes com boa qualidade acústica, também podem ter artifícios como o sistema de parede e tetos com planos aleatórios que dispersam o som. Podem ser aproveitados espaços com a presença de elementos naturais, que causem efeitos visuais e sonoros com consequência relaxante, além de ajudar a minimizar a intensidade de outros sons que causam desconforto (figura 20). A utilização de jardins e fontes de água nas áreas internas são bons auxiliadores em unidades hospitalares, quanto à questão de conforto acústico. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 37 Figura 20: Hospital Sarah Kubitschek de Salvador Fonte: http://archtendencias.com.br/arquitetura/hospital-sarah-kubitschek-salvador-joaofilgueiras-lima-lele#.VHYKnfnyVJc, acessado em 6 de abril de 2014. 1.3.4 AROMA Segundo Gappel (1991), o aroma é um dos principais meios de ligação com o cérebro instigando-o a resgatar memorias perdidas, além de ser um dos sentidos mais aguçados, pois possui uma grande relação com o lado emocional do ser humano. De acordo com este pensamento, o aroma tem grande influência para o desconforto em ambientes hospitalares, pois odores desagradáveis aceleram o batimento cardíaco e a respiração, enquanto os cheios agradáveis proporcionam a diminuição do estresse. Existem algumas soluções para que os espaços consigam utilizar aromas através de saches, flores com aromas neutros que proporcionam fragrâncias agradáveis, além de promoverem o contato com a natureza mesmo estando em um ambiente fechado. Através desses aspectos pode-se amenizar a impureza do ambiente, pois as plantas absorvem as toxinas presentes em ambientes hospitalares (figura 21). Figura 21: Utilização de plantas em ambientes internos Fonte: http://socialspirit.com.br/, acessado em 31 de março de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 38 Os aromas não beneficiam apenas os pacientes, mas também as demais pessoas que utilizam este espaço, pois através da junção da edificação com um ambiente natural cria-se um ambiente agradável e propicio a maior permanência no ambiente hospitalar como mostra as figuras 22 e 23, já que existem pessoas que ficam constantemente em contato com estes espaços e necessitam de um maior conforto. Figura 22: Área de internação, Hospital Vitória Figura 23: Área de internação, Hospital Vitória Fonte: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/proj eto-saude/, acessado em 31 de março de 2014. Fonte: http://www.onehealthmag.com.br/index.php/projeto -saude/, acessado em 31 de março de 2014. A ambientação humanizada com o auxílio de artifícios que harmonizem os locais com aromas agradáveis transmitem sensações de conforto, aconchego e consequentemente acelera a recuperação dos pacientes. 1.3.5 TEXTURA A textura também pode proporcionar conforto e bem-estar para quem utiliza ambientes hospitalares. Ela pode ser sentida através da pele que é o maior órgão dos sentidos do ser humano. “Aprendizado, atenção e vitalidade estão relacionados com sensações táteis” (GAPPEL, 1995, p. 118). Através deste pensamento percebe-se que a sensibilidade humana é bastante aguçada, com isso é necessário estimular essas sensações através do toque com a utilização de materiais texturizados como: madeiras, pedras, tecidos, tapetes entre outros. Entretanto, a utilização desses materiais deve ser adequada para a utilização de produtos químicos que são utilizados na dedetização dos ambientes hospitalares. Na figura 24 pode-se perceber a utilização de diversos materiais com superfícies texturizadas aplicadas ao ambiente. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 39 Figura 24: Utilização de diversos materiais Fonte: http://hospitalalianca.com.br/servicos/maternidade/nossas-instalacoes, acessado em 2 de abril de 2014. Também se utiliza a integração do interior/exterior através do uso de vegetações dentro do ambiente hospitalar como mostra a figura 25, que possibilitam estimular distrações necessárias para quem está nestes ambientes como acompanhante de quem está internado. Também se podem aproveitar as esquadrias de vidro para a integração da vegetação externa principalmente para quem está internado e não tem acesso ao exterior. Figura 25: Integração entre interior/exterior através de vegetação Fonte: http://saudeweb.com.br/27571/entenda-como-funciona-o-rio-imagem/, acessado em 2 de abril de 2014. 1.3.6 FORMA A forma em que a edificação e seus espaços internos são concebidos influenciam bastante na questão que diz respeito ao processo de tratamento dos pacientes, pois este processo de hospitalização as vezes é influenciado pelo psicológico do ser humano que pode gerar emoções preocupantes devido ao estado de internação Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 40 para a cura de doenças. Portanto a preocupação quanto a forma com que estes espaços são projetados torna-se um grande desafio, devido a necessidade dos pacientes terem locais privativos, como quartos individuais (figura 26). Figura 26: Suíte privativa Fonte: http://fotos.noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2013/04/29/confira-servicos-de-luxooferecidos-por-maternidades-brasileiras.htm#fotoNav=2, acessado em 4 de abril de 2014. Entretanto é importante ressaltar que a planta do hospital tem influência na disposição do ambiente para que os pacientes se sintam seguros, ao ter próximas equipes médicas que possam dar assistência imediata quando necessário, proporcionando a sensação de bem estar. A decoração interna dos ambientes influencia no tratamento, pois remete a impressão ao usuário de que ele está em casa ou em um hotel e não em um ambiente hospitalar, com a utilização de locais que diminuam a sensação de enclausurado, facilitando a recuperação mais rápida do paciente. O Phoenix Children’s Hospital é um dos maiores centros pediátricos dos EUA, e nas figuras 26 e 27 podemos observar que os elementos arquitetônicos transmitem diversas sensações agradáveis para as crianças e demais usuários deste local através da forma em que as cores, materiais, texturas foram utilizadas de maneira harmônica e satisfatória. Este é um exemplo favorável da descaracterização do ambiente hospitalar sem vida, para um ambiente dinâmico e aconchegante. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 41 Figura 27: Recepção e ambientes internos do Phoenix Children’s Hospital. Figura 28: Recepção e ambientes internos do Phoenix Children’s Hospital. Fonte: http://itdesignblog.com/2012/10/05/umhospital-colorido/, acessado em 4 de abril de 2014. Fonte: http://itdesignblog.com/2012/10/05/umhospital-colorido/, acessado em 4 de abril de 2014. Ao agregar os conceitos da Psiconeuroimunologia (PNI) no espaço físico dos ambientes hospitalares eles proporcionam recuperação mais rápida para os pacientes diminuindo os custos e possibilitando o atendimento de outros pacientes que necessitem daquele espaço que diversas vezes fica lotado influenciado pelas questões psicológicas. 2. ESTUDOS DE CASOS O estudo de caso é umas das etapas essenciais para a concepção de qualquer projeto arquitetônico, pois através dele obtêm-se os pontos negativos e positivos de todas as análises, levando em consideração os principais aspectos funcionais, organizacionais e estruturais, que são de extrema importância para a arquitetura hospitalar. Serão analisados três hospitais com foco nos setores que serão favoráveis à maternidade e obstetrícia, para possibilitar um melhor entendimento sobre o funcionamento de uma edificação hospitalar, além de obter informações que aperfeiçoem soluções que contribuam para o projeto que este estudo está sendo feito. O primeiro estudo de caso é sobre O Hospital Privado de Villeneuve d’ Áscq França, o segundo do Hospital e Maternidade São Luiz – Unidade Anália Franco e o ultimo do Hospital Mestre Vitalino – Município de Caruaru. Serão abordados para esta análise os seguintes assuntos: Breve histórico da edificação, implantação, partido arquitetônico, zoneamento e fluxos, programa e aspectos construtivos. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 42 2.1 ESTUDO DE CASO 1 - HOSPITAL PRIVADO DE VILLENEUVE D’ ÁSCQ O Hospital privado de Villeneuve D’ Ascq (figura 29), teve seu projeto realizado pelo arquiteto Jean-Philippe Pargade, localizado na cidade de Villeneuve-d'Ascq, no norte da França, a obra é bem recente teve seu funcionamento iniciado em 26 de junho de 2012. É importante ressaltar que o arquiteto utilizou artifícios modernos e o conceito de humanização hospitalar para melhor atender os pacientes e usuários do mesmo. A edificação foi feita com intuito de qualificar os ambientes voltados para a saúde na região, contendo diversas especialidades médicas principalmente na área de obstetrícia.3 Figura 29: Vista frontal do Hospital. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-85385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014. 2.1.1 IMPLANTAÇÃO O terreno escolhido para ser implantado o projeto, possui uma área de 22.681,00 m² e está situado entre duas vias, está inserido em uma região que já possui alguns equipamentos voltados para área de saúde como clinicas existentes nas proximidades, além de estar em um bairro residencial com algumas atividades comerciais como mostra na figura 30 e 314. Também se visualiza essa relação com o entorno ao analisar o croqui do arquiteto que harmoniza a edificação respeitando os gabaritos existentes criando uma conexão com o local em que está inserido (figura 32). 3 Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-85385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippepargade/, acessado em 30 de abril de 2014. 4 Idem Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 43 Figura 30: Entorno da edificação Figura 31: Entorno da edificação Fonte: https://www.google.com/maps/, acessado em 30 de abril de 2014 Fonte: https://www.google.com/maps/, acessado em 30 de abril de 2014 Figura 32: Croqui do arquiteto Fonte:http://www.pargade.com/index.php/en/the-projects/private-hospital/21, acessado em 30 de abril de 2014. O terreno possui uma declividade pequena que não influencia na concepção do projeto, mas facilitou quanto à questão da execução da obra. A edificação está centralizada no terreno, através desta implantação foram inseridos três acessos beneficiando a circulação interna, além de possibilitar a distribuição da área verde e estacionamento na parte frontal e lateral do hospital (figura 33). Figura 33: Implantação da edificação no terreno LEGENDA: Edificação Terreno não edificado Fonte: http://www.pargade.com/index.php/en/the-projects/private-hospital/21, acessado em 30 de abril de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 44 O arquiteto utilizou soluções simples para a implantação do paisagismo, que possuem apenas algumas árvores com predominância de vegetação rasteira para não contrastar com a edificação, e seu fluxo externo é direto devido o terreno possuir uma pequena declividade e não necessitar de rampas longas que exijam grandes dimensões, além de se harmonizar com a predominância linear do hospital. 2.1.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO O arquiteto tomou como partido a concepção a partir de um elemento puro retangular com algumas reentrâncias e saliências na fachada frontal, esta forma geométrica foi utilizada para favorecer a funcionalidade exigida para um hospital. Além de possibilitar fácil ampliação vertical devido à modulação estrutural existente, flexibilidade organizacional que facilita modificações futuras necessárias, devido ao extenso programa existente para atender as várias especialidades médicas que este espaço terá que comportar. A figura 34 demonstra a relação existente entre o processo da concepção do projeto e a transformação da planta baixa que altera o elemento puro. Figura 34: Processo de transformação do volume e planta baixa. Fonte:http://www.v2com.net/index.php?option=com_content&view=article&id=1486:hopital-prive-devilleneuve-dascq-par--by-jean-philippe-pargade-&catid=35:projetsarchitecture&Itemid=142, acessado em 30 de abril de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 45 Apesar da edificação possuir uma grande forma geométrica simples, ela é suavizada por pátios e jardins na parte interna que integram o interior/exterior possibilitando maior contato do paciente com o ambiente externo. Também foi utilizada nas janelas uma pintura com tema floral (figuras 35 e 36), que proporciona dinamicidade à edificação contrastando com a predominância de cores básicas e neutras nos ambientes internos. Figura 35: Janelas da fachada Figura 36: Vista da parte interna do ambiente Fonte:http://www.v2com.net, acessado em 30 de abril de 2014. Fonte:http://www.v2com.net, acessado em 30 de abril de 2014. Este foi um dos diferenciais do projeto, que harmonizou as cores inseridas nas janelas com a pintura interna do edifício. Entretanto os quartos possuem uma monotonia devido à ausência de cores, pois ao utilizar o branco que remete imediatamente ao ambiente hospitalar, esse tom causa um desconforto visual devido às superfícies solicitarem maiores esforços da visão, como apresenta as figuras 37 e 38. Figura 37: Harmonização das cores internas com a janela Figura 38: Harmonização das cores internas com a janela Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/0185385/hospital-em-villeneuve-dascq-jeanphilippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/0185385/hospital-em-villeneuve-dascq-jeanphilippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 46 Com isso, percebe-se a necessidade de harmonizar todos os ambientes, sejam eles internos ou externos, com cores e elementos que possibilitem um conforto adequado para um ambiente hospitalar, mas levando em consideração os aspectos necessários para retirar a sensação de mal estar que um local não humanizado promove. 2.1.3 ZONEAMENTO/FLUXOS A análise inicial realizada neste estudo de caso foram os condicionantes ambientais que são essenciais para um bom funcionamento da edificação. A edificação possui uma organização espacial bem definida por setores, que facilitam o funcionamento das atividades existentes devido à praticidade na expansão vertical, sem alterar a funcionalidade e fluxos essenciais. No térreo estão inseridos setores no coração do edifício que existem paisagens com vegetações ao ar livre que proporcionam vários espaços internos como pátios jardins que trazem iluminação natural para os pavimentos e adaptar-se restrições existentes devido ao programa. O edifício é dividido em quatro pavimentos, e possui uma estrutura adotada a partir da assimetria das plantas, no entanto, a divisão dos ambientes é dada de acordo com a modulação estrutural. Ao analisar a planta do pavimento térreo percebeu-se que o arquiteto optou por utilizar uma planta mais extensa que contivesse maior número de setores, que os pavimentos superiores. Nele estão inseridos os seguintes setores: recepção, logística, restaurante, consultas, quimioterapia, radioterapia e o de exames (figura 39). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 47 Figura 39: Planta Baixa com Zoneamento – Pavimento Térreo. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-85385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014. A análise será aprofundada nos setores que auxiliarão na concepção do presente trabalho. É de grande importância à concepção de espaços que proporcionem aos pacientes sensações que possibilitem retirar a impressão de estar em um hospital, pensando nisso, o arquiteto concebeu no setor de recepção um pé-direito duplo que se assemelha ao lobby de um hotel proporcionando um volume imponente, que propicia um espaço acolhedor e agradável, além de integrar os espaços internos com a paisagem externa através da utilização de pano de vidro que facilita a incidência natural solar, já que ela está localizada para o norte (figuras 40 e 41). Figura 40: Recepção do Hospital Figura 41: Recepção do Hospital Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/0185385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippepargade/, acessado em 30 de abril de 2014, legenda editado pela autora, 2014. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/0185385/hospital-em-villeneuve-dascq-jeanphilippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014, legenda editado pela autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 48 O setor logístico está posicionado no fundo do edifício, próximo ao restaurante e demais áreas de serviço o que facilita a integração entre eles, pois essas áreas precisam ficar próximas para ter um melhor funcionamento dos serviços oferecidos pelo hospital. Entretanto, esse setor poderia estar localizado para o poente, pois é uma área de serviços e possui áreas molhadas que amenizam a incidência solar, e podem proteger áreas sociais que não devem receber os raios solares vindo do poente, pois causam desconforto ao usuário. O restaurante é de uso social e está em um local favorável, pois ele está na posição sudoeste que recebe ventilação e insolação adequadas para que a utilização de panos de vidros possibilitem a conexão interior/exterior além de proporcionar sofisticação e retirada da monotonia da fachada devido a utilização do revestimento em tom claro, e ainda possibilita que quem desfrute deste espaço saia para ter contato direto com a natureza através de uma porta de acesso existente na lateral do restaurante, como demonstra a figura 42. Figura 42: Fachada sudoeste Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-85385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippe-pargade/, acessado em 01 de maio 2014. O setor de consultas e exames possui uma sala de espera em um corredor com pano de vidro que proporciona conforto visual ao espaço devido contraste existente do branco interno e da paisagem exterior (figura 43). O local para exames está posicionado para o poente, isto não é um problema, pois esses ambientes necessitam de ventilação mecânica constante para gerar conforto ao ambiente, pois ele precisa manter níveis rigorosos de temperatura, umidade relativa e pressão do ar, possuem janelas altas apenas para entrada de iluminação. Entretanto os consultórios frontais as salas de exames são beneficiados pela ventilação zenital e Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 49 iluminação criada pelo jardim interno com função de gerar conforto térmico ao ambiente (figura 44). Figura 43: Corredor setor consultas Figura 44: Insolação setor de consultas Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/0185385/hospital-em-villeneuve-dascq-jeanphilippe-pargade/, acessado em 01 de maio 2014. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/0185385/hospital-em-villeneuve-dascq-jeanphilippe-pargade/, acessado em 01 de maio 2014, editado pela autora, 2014. A maternidade está localizada no 3° pavimento, juntamente com os apartamentos de uso geral do hospital, apartamentos destinados à maternidade estão bem posicionados para receberem os ventos que veem do nordeste e sudeste, e os quartos que ficam no centro do edifício recebem a ventilação através de uma ventilação zenital proporcionada por vazios com vegetação natural, entretanto os apartamentos gerais estão localizados no poente, diminuindo o conforto térmico necessário para qualificação do espaço de recuperação do paciente. Cada bloco de apartamentos possui um posto de enfermagem para auxílio no atendimento dos pacientes, e está centralizado entre os quartos. O berçário está inserido dentro do setor de apartamentos da maternidade para facilitar o contato de familiares com o bebê. Ao analisar espacialmente a planta baixa percebe-se que este pavimento foi construído em função dos vazios existentes criando circulações centrais e os quartos construídos ao redor delas seguem uma modulação, outro aspecto importante é que alguns vazios só existem a partir do 2° pavimento criando-se tetos jardins (figura 45). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 50 Figura 45: Planta Baixa com Zoneamento – 3° Pavimento. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-85385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014, legenda editado pela autora, 2014. As figuras 46 e 47 demonstra a circulação criada entre dois blocos para que houvesse uma ligação entre eles, o arquiteto concebeu essas circulações abertas envidraçadas devido a sua planta possuir uma identidade própria em cada pavimento assim possibilitando espaços compartilhados entre eles, e dando dinamicidade a edificação. Figura 46: Planta baixa - circulação que liga os blocos do hospital Fonte: http://www.archdaily.com.br/, acessado em 30 de abril de 2014, editado pela autora. Figura 47: Circulação que liga os blocos do hospital Fonte: http://www.archdaily.com.br/, acessado em 30 de abril de 2014. Outro aspecto importante é a utilização constante da vegetação tanto no exterior como no interior da edificação que favorece o contato necessário de quem está dentro do ambiente e não pode desfrutar dos locais externos, com isso a ligação direta do paciente com natureza propicia um favorecimento a cura e bem estar. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 51 Ao analisar o fluxo do térreo percebe-se a presença de algumas irregularidades que poderiam ser mais bem executadas para maximizar o funcionamento do hospital. Como podemos observar na figura abaixo as circulações apresentam barreiras em suas extremidades sendo que o ideal seria uma circulação direta que proporcionaria uma melhor solução espacial entre os setores (figura 48). Figura 48: Circulação pavimento térreo Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-85385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014, editado pela autora, 2014. Já no 3° pavimento a circulação é direta sem interrupções o que facilita a ligação entre os setores e a modulação quanto à questão construtiva, não possuem barreiras que dificultem a relação necessária entre os setores (figura 49). Figura 49: Circulação 3° pavimento Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-85385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014, editado pela autora, 2014. 2.1.4 PROGRAMA O hospital atende diversas especialidades tanto para ambulatoriais quanto para internação e cirurgias. Com isso o programa torna-se bastante extenso, entretanto o programa analisado foram os dos setores que agregaram conhecimento para o presente trabalho, e serão expostos na tabela abaixo: Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 52 Tabela 01: Programa Hospital Privado de Villeneuve d’ Áscq Térreo Demais pavimentos Recepção 42 Leitos para a maternidade Consultórios 225 Leitos e unidades médicas Salas para exames 10 Salas de cirurgia obstétrica Restaurante e cozinha Centro médico Setor de Apoio Logístico Berçário - Enfermaria Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-85385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014, editado pela autora, 2014. 2.1.5 ASPECTOS CONSTRUTIVOS O hospital privado de Villeneuve-d’ascq possui uma arquitetura simples e minimalista quanto aos materiais de sua fachada, foram utilizados tijojo colorido de ardósia que remete a uma arquitetura vernacular que contrasta com as grandes esquadrias brancas com vidros pintados que se relacionam com a vegetação local tendo modelos diferenciados entre eles. Esta composição arquitetonica é predominada por uma galeria de vidros no pavimento térreo que se estende pelo corredor até chegar ao jardim. Quanto à estrutura física do edifício é responsável por padronizar a arquitetura, mas ele não exige grandes soluções estruturais por não possuir balanço, a modulação estrutural permite facíl ampliação, reduz os custos e maximiza os espaços internos (figura 50). Figura 50: Escalonamento sem balanço. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-85385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 53 Figura 51 Materiais construtivos Figura 52: Materiais construtivos Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/0185385/hospital-em-villeneuve-dascq-jeanphilippe-pargade/, acessado em 30 de abril de 2014. Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/0185385/hospital-em-villeneuve-dascq-jean-philippepargade/, acessado em 30 de abril de 2014. Os materiais construtivos foram o concreto armado ou protendido, aliado com estruturas metálicas (figura 51). Devido à existência de diferentes níveis de piso nas janelas foram utilizadas esquadrias de vidro posicionadas aleatoriamente seguindo a planta e dando maior dinamicidade a fachada (figura 52). 2.2 ESTUDO DE CASO 2 - HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO LUIZ PRIVADO – UNIDADE ANÁLIA FRANCO O Hospital e Maternidade São Luiz - Unidade Anália Franco, tem seu projeto arquitetônico com autoria do escritório de Zanettini arquitetura, e a Realização e Construção foi feita pela empresa Porte Construtora Ltda. A obra foi iniciada em 2003 e foi concluída em 2007, esta edificação foi vencedora do Prêmio Destaque Saúde Projeto Predial no V Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa. Está localizado na zona leste da cidade, uma das localidades com maior agrupamento populacional de São Paulo, além de estar em constante crescimento. Para atender essa demanda o São Luiz oferece uma edificação com atendimento médico particular de alta qualidade, e também com uma infraestrutura que proporciona maior conforto aos pacientes e visitantes. Além de ser apontado como referência em atendimento médico, a presença do hospital modificou a dinâmica do entorno, proporcionou o aparecimento de unidades comerciais de apoio Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 54 possibilitando maior comodidade ao usuário por ter farmácias, clínicas e outros equipamentos de suprimentos médicos por perto5. 2.2.1 IMPLANTAÇÃO O projeto foi implantado em um lote com área do terreno de 7.950,00m², com área total construída de 43.816,55m². Na sua implantação (figura 53), foram levados em consideração todos os aspectos do terreno e de seu entorno, através de um estudo dos desníveis topográficos existentes, posicionou-se a edificação no terreno aproveitando a parte mais plana existente6. Figura 53: Implantação no terreno LEGENDA: Local de implantação Fonte:https://www.google.com/maps/@-23.54908,46.560621,3a,75y,90t/data=!3m5!1e2!3m3!1s873899 06!2e1!3e10, acessado dia 29 de abril de 2014, editado pela autora. O terreno é praticamente plano, com inclinação perceptível apenas na extremidade frontal, onde está localizado o acesso principal da edificação, que é suavizada com uma rampa central e duas laterais. O terreno é um retângulo exceto por suas pontas arredondadas, com isso o arquiteto optou por centralizar a edificação para obter o máximo de aproveitamento do terreno para estacionamento e áreas verdes (figura 54), e através dessa utilização criou-se um agenciamento que valoriza todos os acessos separadamente. 5 Disponível em: http://www.zanettini.com.br/ajax_atuacao.php?tipo_atuacao=5&id=1, acessado em 16 de abril de 2014. 6 Idem. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 55 Figura 54: Planta Baixa do térreo Fonte: Acervo do Arquiteto Zanettini, editado pela autora, 2014. A edificação está implantada em um lote que facilita os acessos por ocupar um quarteirão inteiro, possibilitando uma setorização entre os usos variados como acessos de pedestres e veículos, proporcionados pelas diversas entradas nas seguintes ruas: Corta Vento, Manoel de Atougua, Francisco Marengo, Antônio Camardo (figuras 55, 56, 57 e 58). Com isso o edifício fica com maior visibilidade por estar centralizado entre vias de grande fluxo. Outro ponto importante é a relação que a edificação tem com o entorno, pois segue um padrão em relação a escala de altura entre as demais edificações existentes, que são edifícios unifamiliares e comerciais com gabaritos alternados entre verticalidade e horizontalidade como mostram as figuras abaixo. Figura 55: Relação com o entorno Figura 56: Rua Corta Vento Fonte: https://www.google.com/maps/@23.54908,46.560621,3a,75y,90t/data=!3m5!1e2!3m3!1s873 89906!2e1!3e10, acessado 17 de abril de 2014. Fonte: https://www.google.com/maps/@23.54908,46.560621,3a,75y,90t/data=!3m5!1e2!3m3!1s873 89906!2e1!3e10, acessado 17 de abril de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 56 Figura 57: Rua Antônio Camardo Figura 58: Rua Francisco Marengo Fonte: https://www.google.com/maps/@23.548937,46.557487,3a,75y,149.15h,77.01t/data=!3m4!1e1 !3m2!1sRsnEPzFVD4WOyePsAQOauQ!2e0, acessado em 17 de abril de 2014. Fonte: https://www.google.com/maps/@23.548937,46.557487,3a,75y,149.15h,77.01t/data=!3m4!1e1 !3m2!1sRsnEPzFVD4WOyePsAQOauQ!2e0, acessado em 17 de abril de 2014. 2.2.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO O arquiteto teve como partido a concepção de um projeto que focasse na construção de uma edificação que optasse por utilizar uma arquitetura contemporânea sustentável, desde sua implantação que contemplou todos os aspectos do terreno e seu entorno, até anexar em seu interior o conceito de humanização hospitalar. Além disso, pelo edifício ser um volume retangular, é capaz de expressar um movimento devido à utilização de escalonamento entre os 1°, 2° e 3° pavimentos dando maior dinamicidade à edificação, entretanto este método arquitetônico foi um dos principais desafios do arquiteto pela complexidade estrutural exigida devido ao grande balanço existente (figuras 59 e 50). Figura 59: Escalonamento vista lateral Figura 60: Escalonamento vista frontal Fonte: http://www.zanettini.com.br, acessado em 16 de abril de 2014. Fonte: http://www.zanettini.com.br, acessado em 16 de abril de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 57 Entretanto, esses não são os únicos aspectos consideráveis da edificação, pode-se perceber que ao utilizar estes artifícios proporcionam a entrada de iluminação e ventilação natural no hall que funciona como uma praça central que une a maternidade e o hospital (figuras 61 e 62). Isso ajudou na setorização interna, pois através desta segregação de espaços os ambientes foram implantados por especialidades médicas e os serviços dos hospitais foram separados para atender cada bloco independentemente. Figura 61 Panos de vidro Figura 62: Passarela no ultimo pavimento Fonte: http://www.zanettini.com.br/ajax_atuacao.php?tip o_atuacao=5&id=1, acessado em 16 de abril de 2014. Fonte: http://www.zanettini.com.br/ajax_atuacao.php?tip o_atuacao=5&id=1, acessado em 16 de abril de 2014. A utilização de um grande vazio que separa a maternidade do hospital, se unem por uma passarela. Acima dela no ultimo pavimento, a estrutura metálica do heliponto faz um coroamento do edifício. Na área central existe uma praça que faz ligação com os espaços de convivência de cada andar onde se implantou um jardim com espelho d’água, que proporciona uma maior eficiência na utilização da iluminação natural e conforto térmico através da constante ventilação obtida por esse espaço, e é importante ressaltar que com a utilização desses artifícios projetuais resultam em uma grande economia de energia (figura 63 e 64). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 58 Figura 63: Vazio Central Figura 64: Passarela central Fonte: http://www.zanettini.com.br/ajax_atuacao.php?ti po_atuacao=5&id=1, acessado em 16 de abril de 2014. Fonte: http://www.zanettini.com.br/ajax_atuacao.php?tipo _atuacao=5&id=1, acessado em 16 de abril de 2014. 2.2.3 ZONEAMENTO/FLUXOS Através do zoneamento dos pavimentos possibilita-se identificar os setores existentes em cada um deles facilitando a identificação da utilidade de cada espaço. No pavimento térreo a integração interior/exterior é visivelmente aproveitada, pelo fato da existência de pano de vidro, ambientes amplos e integrados. Além de a edificação possuir vários acessos facilitando e diminuindo o fluxo causado quando existe apenas um acesso. Para fazer esta análise serão citados apenas os setores que estão ligados ao setor da maternidade, que auxiliarão no presente trabalho. A figura 65 mostra a existência de setorização do pavimento térreo através de áreas sociais, privativas e de serviços. As áreas sociais são compostas por uma recepção, uma capela no setor da maternidade que se integra ao estar do hospital, logo ao lado está localizado um consultório e sala de admissão para atendimento rápido que faz a triagem das pacientes para os locais corretos de acordo com sua necessidade. No acesso principal estão instalados os atendimentos de internação tanto do hospital quanto para a maternidade, e possui uma pequena administração próxima para auxiliar quando necessário, mas também há um acesso individual para este local por fora da edificação facilitando o acesso de funcionários para a área administrativa e de serviços, há também neste pavimento, um local para entrega de exames no térreo para maior comodidade ao paciente já que o hospital possui um centro de diagnósticos no pavimento semienterrado. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 59 Figura 65: Planta Baixa com Zoneamento – Térreo LEGENDA: Capela Auditório Estar acompanhante Área ambulatorial Internação maternidade e hospital Entrega de exames Área administrativa Circulação vertical Bwcs feminino e masculino Acesso hospital Cozinha Acesso maternidade Restaurante e lanchonete Espaço para equipamento de ar-condicionado Fonte: Acervo do Arquiteto Zanettini, editado pela autora, 2014. Para facilitar a estadia de familiares que estão de passagem ou permanência há uma preocupação do hospital com a implantação de um restaurante que atenda não apenas os pacientes e sim todos que necessitem deste espaço, ele é valorizado pela utilização de um extenso pano de vidro com pé-direito duplo que integra a área interna com a vegetação exterior e com alguns ambientes do hospital. Ainda há a presença de um pequeno auditório para auxiliar o hospital quando necessário realizar reuniões, apresentação de palestras, conferências entre outras utilidades, ele é acessível e possui as características de acústica e isolamento térmico necessários para este tipo de equipamento. No pavimento térreo optou-se pela utilização de um pé-direito duplo em alguns locais para melhor aproveitamento da iluminação e ventilação natural e em outros ambientes foram utilizados um forro mais baixo para tornar o local mais aconchegante para os usuários e funcionários (figura 66 e 67). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 60 Figura 66: Recepção maternidade Figura 67: Recepção internação Fonte: http://www.zanettini.com.br/ajax_atuacao.php?tip o_atuacao=5&id=1, acessado em 16 de abril de 2014. Fonte: http://www.zanettini.com.br/ajax_atuacao.php?tip o_atuacao=5&id=1, acessado em 16 de abril de 2014. Quanto à acessibilidade para portadores de necessidades especiais, a edificação possui todos os requisitos exigidos pela NBR 9050. Foram utilizadas rampas para os acessos, banheiros acessíveis, elevadores, ambientes amplos e circulações adequadas. Um bom exemplo são as recepções que possuem ambientes amplos como podemos observar na figura 59 dando maior comodidade aos PNE. Figura 68: Rampa de acesso principal Fonte: http://www.zanettini.com.br/ajax_atuacao.php?tipo_atuacao=5&id=1, acessado em 16 de abril de 2014. No 3° pavimento está localizado o centro cirúrgico que possui 18 salas de cirurgia que estão isoladas em um setor diferente das de obstetrícia totalizando em nove, apesar desta divisão elas possuem uma assistência igualmente eficiente com a presença de farmácia, posto de enfermagem e serviços, além de todos os andares possuírem uma pequena área administrativa que auxilia cada andar preferencialmente. Ao analisar este setor percebe-se que a ventilação e iluminação não é predominante devido ao bloco cirúrgico e obstétrico necessitam de uma climatização proporcionada por ar-condicionado, pois o contato com o ambiente externo pode Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 61 transmitir infecções através do ar. As salas são amplas e todas estão inseridas em local adequado, livres de contaminações externas, pois atendem as necessidades adequadas. Este setor possui uma pequena administração para que se for necessário alguma informação não seja necessário ir até o setor administrativo (figura 69). Figura 69: Planta Baixa com Zoneamento – 3° Pavimento LEGENDA: Salas de cirurgia geral Sala pós-anestesia Secretária Salas de cirurgia obstétrica Área de serviço Apartamento delivery Farmácia Sala de reanimação Posto de enfermagem Pós-anestesia Circulação vertical Pré-parto Estar acompanhante Fonte: Acervo do Arquiteto Zanettini, editado pela autora, 2014. A figura 70 mostra que o 4° pavimento é o modelo do setor de internação que dispõe de blocos independentes, possuindo suítes destinadas aos pacientes de atendimentos gerais e o outro destinado a pacientes da maternidade. Esses ambientes são todos acessíveis e com predominância do aproveitamento da iluminação e ventilação natural, através da presença de um vazio central que liga os dois blocos e possui jardim e espelho d’água que são dispositivos que amenizam a incidência solar. Todas as suítes possuem um terraço na parte frontal do ambiente que diferencia a fachada dos demais pavimentos criando cheios e vazios que proporcionam dinamicidade a edificação. É importante destacar que o vazio existente na edificação, inicia-se a partir deste pavimento, ele fica na parte central entre os blocos criando uma área de convivência e bem estar para pacientes e acompanhantes para proporcionar a sensação de estar em um espaço externo. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 62 Figura 70: Planta Baixa com Zoneamento – 4° Pavimento LEGENDA: Área social Berçário Suíte maternidade Posto de enfermagem Suíte hospital geral Circulação vertical Área de serviços Área para ar-condicionado Fonte: Acervo do Arquiteto Zanettini, editado pela autora, 2014. A solução espacial da planta foi concebida de maneira simples, optou-se por posicionar as suítes nas extremidades e na parte central a predominância das áreas de serviço, isto facilitou o funcionamento do setor, pois todos estão interligados entre si, como apresenta a figura 71. Figura 71: Fluxos pavimento tipo - internação Fonte: Acervo do Arquiteto Zanettini, editado pela autora, 2014. Ao analisar os fluxos existentes entre os dois blocos percebe-se que eles foram revolvidos de maneira simples e funcional devido à organização espacial dos ambientes, possuem fluxos centrais que percorrem toda a edificação, sendo auxiliadas pelas circulações intermediárias que ao se unirem formam um ciclo ativo de fluxos bem resolvidos com uma lógica que integra os dois blocos se necessário (figura 72), além dos corredores serem amplos e funcionais. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 63 Figura 72: Fluxos do centro cirúrgico e obstétrico Fonte: Acervo do Arquiteto Zanettini, editado pela autora, 2014. Nas imagens 73 e 74 demonstra as circulações são amplas seguindo as exigências necessárias para corredores hospitalares e facilitando o fluxo para atender a diversas necessidades ao mesmo tempo. Figura 73: Circulação Centro cirúrgico obstétrico Figura 74: Circulação pavimento tipo, internação Fonte: http://www.girotto404.com.br/ conteudo/5/ egbert_zanettini/siegbert_zanettini.html, acessado acervo-tecnico, acessado em 23 de abril de 2014. Fonte: http://www.girotto404.com.br/ conteudo/5/ egbert_zanettini/siegbert_zanettini.html, acessado acervo-tecnico, acessado em 23 de abril de 2014. Quanto ao corte longitudinal mostrado na figura 75, percebe-se a setorização vertical separando as especialidades medicadas por pavimentos, isso melhora a dinâmica do hospital, na questão que envolve os fluxos , e ao extenso programa, além de necessitar aliar-se a estética com a funcionalidade. Para que a edificação seja adequada tanto para os pacientes quanto para os funcionários que também desfrutam deste espaço. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 64 Figura 75: Corte Longitudinal Fonte: Acervo do Arquiteto Zanettini, 2014. Ao projetar o arquiteto optou por criar um estacionamento subsolo para atender a necessidade de várias vagas que o terreno não comportaria em seu piso térreo, além de instalar as áreas técnicas que são de uso apenas de funcionários e não aberta ao público, com isso pode estar instalado no subsolo. No piso térreo estão inseridos os ambientes que contem os equipamentos acessíveis para todos os pacientes e funcionários. No 3° andar o centro cirúrgico foi inserido por estar próximo ao pronto socorro caso seja necessária alguma urgência médica, está de fácil acesso. Nos pavimentos acima estão inseridos os apartamentos e berçários que estão divididos em blocos separados sendo setorizados entre pacientes do hospital e maternidade e o vão central que dividem eles é vencido pela utilização de uma passarela metálica que faz a ligação dos mesmos. 2.2.4 PROGRAMA A tabela abaixo demonstra o programa utilizado pelo Hospital e Maternidade São luiz Privada – Unidade Anália Franco, nos pavimentos estudados para o presente trabalho. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 65 Tabela 02: Programa pavimentos analisados PROGRAMA TÉRREO – SOCIAL E SERVIÇO 3° PAVIMENTO-BLOCO CIRURGICO 4° PAVIMENTO - INTERNAÇÃO Sala de espera Posto de enfermagem Posto de enfermagem Capela Sala de reanimação Berçário com 24 leitos Recepção da maternidade Expurgo Roupa suja Sala de espera DML Telemática Estar pacientes e acompanhantes Lixo 24 Suítes com terraço – obstetrícia Circulação vertical Lavabo DML Entrega de exames Roupa suja Lixo Bwc social masculino Farmácia Sala de equipamentos Bwc social feminino Sala de anestesia Sala de utilidades Restaurante Sala de equipamentos Rouparia Sala de admissão com bwc Chefe de enfermagem Praça para fumantes Sala de repouso 4 Salas de pré-parto Jardim Consultório Secretária Espelho d’água Cozinha Local para macas Estar medico Despensa 9 Salas de cirurgia obstétrica Expurgo Lavagem 2 Apartamentos delivery Bwc para deficientes masc. Administração Estar acompanhante Bwc para deficientes fem. Tesouraria RPA – 15 leitos 24 Suítes com terraço – hospital geral Coordenação Posto de enfermagem RPA - Apoio 18 Salas de cirurgias gerais - Arquivo Local para troca de maca - Supervisão Circulação vertical - Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 66 Secretária - - Guarita - - Auditório - - Local para ar-condicionado - - Fonte: Autora, 2014. 2.2.5 ASPECTOS CONSTRUTIVOS O sistema construtivo da obra teve que vencer algumas dificuldades devido ao escalonamento que gerou um balanço que necessitaria de uma boa solução estrutural. O concreto armado foi utilizado como material principal auxiliado com a utilização do aço, lajes planas com armaduras com protensão para possibilitar fácil ampliação que é um acontecimento constante em unidades hospitalares. As paredes nos três primeiros pavimentos são estruturais, que recebem todos os esforços dos demais andares. E para apoiar os pavimentos superiores o arquiteto desloca a caixa de escada para as pontas dando maior sustentabilidade aos balanços, e criando um volume externo valorizando as extremidades da edificação (figuras 76 e 77). Figura 76: Esforços exercidos pelas estruturas Figura 77: Estrutura com proteção Fonte: http://techne.pini.com.br/engenhariacivil/131/artigo286474-1.aspx, acessado em 23 de abril de 2014. Fonte: http://techne.pini.com.br/engenhariacivil/131/artigo286474-1.aspx, acessado em 23 de abril de 2014. Quanto aos demais materiais utilizados pelo arquiteto na construção, percebe-se a constante preocupação com o bem estar de quem irá desfrutar do edifício, que proporcionou o aproveitamento de elementos com vidros nas varandas e no centro dos dois blocos, além de privilegiar a fachada com elementos simples, entretanto contemporâneos com a utilização de cores suaves como o branco para demarcar a estrutura e marrom claro e bege para compor os detalhes, uma edificação simétrica Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 67 através de dois volumes unidos por uma praça central e passarelas vedadas com panos de vidro e estruturas metálicas que foram um dos diferenciais do projeto. No interior foram utilizados elementos humanizadores como, cores, iluminação, mobiliários (Figura 78), entre outros que tornaram a edificação com uma harmonia entre o interior/exterior, pois adentrar nos espaços esquece que ali é um hospital tornando-se um lugar onde proporciona conforto e bem estar a quem o utiliza. Através deste vazio podem-se observar todos os pavimentos do hospital, além de proporcionar a integração entre os setores existentes. Figura 78: Estar com vista para a praça central Fonte: http://www.casaemercado.com.br/materia.php?hIdMateria=2680, acessado em 25 de abril de 2014. Figura 79: Fachada Frontal Fonte: Acervo do Arquiteto Zanettini, 2014. Na figura 79, na fachada frontal foram utilizados materiais simples como estrutura metálica emassada e pintada na cor branca que se difunde com a cerâmica branca 10 x 10 cm e contrastam com placas em tom amadeirado, tendo uma sofisticada fachada devido à união destes materiais com o vidro fumê espelhado, proporcionando uma concordância entre eles. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 68 2.3 ESTUDO DE CASO 3 – HOSPITAL PÚBLICO MESTRE VITALINO (HMV) O Hospital Mestre Vitalino (HMV) está localizado no município de Caruaru que possui um polo médico em expansão, sua obra foi iniciada em 18 de novembro de 2011 e finalizada no início de maio de 2014, ele está inserido na zona de atividades múltiplas – ZAM que é uma área de grande expansão. Por possuir este grande espaço, o equipamento será o maior hospital do interior, e significara um melhor atendimento à população do município de Caruaru e cidades circunvizinhas. Nele o atendimento será de 24 horas para urgências, em diversas especialidades, inclusive no setor obstétrico7 (figura 80 e 81). Com o crescimento populacional do município, o Hospital vem com intuito em ‘’desafogar’’ as unidades hospitalares e clÍnicas da cidade e região. A unidade atenderá as seguintes especialidades: cirurgia geral, urologia, clínica médica, pediatria (clínica e cirúrgica), oncologia, cardiologia, maternidade e centro obstétrico. Figura 80: Fachada Hospital Mestre Vitalino Figura 81: Fachada Hospital Mestre Vitalino Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. 2.3.1 IMPLANTAÇÃO O lote está localizado às margens da BR-104, possui uma área total de 47.659,15 m², e uma área construída de 18.523, 07 m², nas proximidades do Polo Comercial de Caruaru8. Ele seguiu a exigência da Portaria Nº 400, 06 de dezembro 1977 do Ministério da Saúde/GM, que exige que 50% do terreno não seja construído para futura ampliação da edificação hospitalar. O terreno é um retângulo que tem sua 7 Disponível: http://caruaru2014.blogspot.com.br/2011/01/semana-passada-o-secretario-estadualde.html, acessado 05 de abril de 2014. 8 Disponível: http://caruaru2014.blogspot.com.br/2011/01/semana-passada-o-secretario-estadualde.html, acessado 05 de abril de 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 69 simetria quebrada pela edificação concebida com formas geométricas, como apresenta a figura 82. Figura 82: Implantação do terreno Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=783922&page=377, acessado dia 05 de abril de 2014. O terreno possui uma declividade de mais de cinco metros nas suas extremidades que são suavizadas por escadas e rampas acessíveis (figuras 83 e 84). Quanto à implantação da edificação ele foi locado na parte mais plana do terreno. Figura 83: Rampa de acesso Figura 84: Escada de acesso Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. O projeto foi realizado com a intensão de manter a harmonia com seu entorno, já que é uma edificação que segue linhas contemporâneas apesar de sua forma ser a junção de vários elementos geométricos organizados para melhor resolução do extenso programa existente neste hospital por atender diversas especialidades. O local onde a edificação foi inserida ainda esta em expansão, existem apenas algumas atividades comerciais e residências nas proximidades, mas as existentes se harmonizam com a arquitetura escolhida para o HMV (figuras 85, 86, 87 e 88). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 70 Figura 85: Atividades comerciais nas proximidades Figura 86: Atividades comerciais nas proximidades Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. Figura 87: Setor residencial nas proximidades Figura 88: Setor residencial nas proximidades Fonte: http://www.remax.com.br/Terreno-pConstrucao-Venda-CaruaruPernambuco_680021010-41, acessado dia 15 de maio de 2014. Fonte: Autora, 2014. 2.3.2 PARTIDO ARQUITETONICO Segundo a arquiteta Rose Brandão, sempre preocupada em manter o conforto através da iluminação e ventilação natural, teve como partido arquitetônico aliar os condicionantes físicos ambientais na implantação da edificação no terreno. Foi feita a disposição de diversas formas geométricas na posição horizontal que resultou na concepção de uma tipologia que proporciona dinamicidade e funcionalidade, sendo conseguida devido à setorização definida por função (figura 89). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 71 Figura 89: Junção de diversas formas geométricas Fonte: Acervo do Arquiteto Gustavo Miranda, editado pela Autora, 2014. O resultado da junção dessas configurações foi satisfatório, pois conseguiu atingir o principal objetivo que era melhorar o conforto no interior da edificação com a utilização de jardins em diversas áreas minimizando a característica fria e doentia dos hospitais, proporcionando bem estar aos pacientes, familiares e funcionários que desfrutam do ambiente hospitalar (figuras 90 e 91). Figura 90: Jardim interno Figura 91: Jardim interno Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. 2.3.3 ZONEAMENTO/FLUXOS Ao analisar todo o Hospital Mestre Vitalino após visitação presencial, optou-se por utilizar os setores que auxiliaram no desenvolvimento do presente trabalho. No pavimento térreo estão localizados diversos setores distribuídos espacialmente de maneira adequada, seguindo o conceito de privilegiar a iluminação e ventilação natural em ambientes que necessitem. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 72 Os setores de serviços foram posicionados para o oeste protegendo as áreas que não devem receber incidência solar direta, pois causam desconforto aos usuários, na direção nordeste e sudeste de ondem vem as maiores incidências foram privilegiadas os setores de UTI e internação proporcionando conforto térmico e iluminação natural favorável. Outro aspecto positivo é a presença de jardins internos distribuídos em toda a edificação que possibilita maior integração interior/exterior com a natureza (figura 92). Figura 92: Planta Baixa com Zoneamento – Térreo LEGENDA: Conforto e higiene Atendimento imediato (emergência) UTI Coronária Internação pediatrica I e II Bloco cirúrgico e obstétrico UTI Adulto I E II Internação adulto I Setor de diagnostico UTI Pediátrica Semi-intesiva Necrotério Ambulatório Apoio tecnico (nutrição e dietica) Central de material esterelizado Serviço Processamento de roupa Fonte: Acervo do Arquiteto Gustavo Miranda, editado pela autora, 2014. O setor de ambulatório atende todas as especialidades disponíveis, nele encontramse consultórios, sala de curativos, sala de gesso, nebulização, centro social, recepção e pronto-atendimento. A organização espacial é bem definida facilitando o funcionamento deste setor, além de possuir um grande jardim que proporciona melhorias para o ambiente. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 73 O HMV disponibiliza 140 leitos para uso geral do hospital sendo 25 deles destinados ao uso para parturientes. As suítes são duplas ou triplas que disponibilizam de banheiro acessível e local para acompanhante. O ambiente não disponibiliza uma harmonização adequada que proporcione melhora para o paciente através do espaço e materiais existentes no quarto, pois ele possui cores monocromáticas e não dispõe de equipamentos que auxiliem na humanização hospitalar (figuras 93 e 94). Figura 93: Suíte dupla Figura 94: Banheiro acessível da suíte Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. A UTI no projeto inicial seria no 1° pavimento, mas devido ao setor pediátrico estar localizado no térreo, optou-se pela alteração dela para o pavimento térreo para que ficassem mais próximos, nela está inclusa um posto de enfermagem para dar assistência aos pacientes e dispõe de um isolamento de um leito com banheiro individual (figuras 95, 96 e 97). Figura 95: UTI Adulto Figura 96: Posto de enfermagem da UTI Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 74 Figura 97: Isolamento com Banheiro acessível. Fonte: Autora, 2014. O setor de diagnóstico disponibiliza diversos exames, são eles: ultrassonografia, tomografia, endoscopia, colonoscopia e raio-x (figuras 98, 99, 100 e 101). As salas são amplas e possui equipamento de alta tecnologia, este setor possui uma recepção e sala de espera individual que “desafoga” as demais existentes no hospital. Neste setor diversos exames são feitos, incluindo os de ultrassonografia que beneficia as gestantes, pois este exame é essencial para o desenvolvimento de uma gravidez saudável, além de ser o primeiro contato que a mãe tem com o seu bebê, com isso este setor facilita o atendimento dos pacientes, pois não precisam esperar exames vindos de outros locais, o próprio hospital disponibiliza este atendimento. Figura 98: Sala de exame 1 Figura 99: Sala de exame 2 Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 75 Figura 100: Sala de exame 3 Figura 101: Sala de exame 4 Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. O bloco cirúrgico funciona tanto para cirurgias obstétricas quanto para as demais especialidades. O setor possui seis salas destinadas à cirurgia, elas são amplas e disponibilizam de um espaço adequado para sua finalidade (figuras 102 e 103). Este setor foi projetado adequadamente, pois possui espaços de esterilização de acordo com as exigências da RDC-50, possui espaço para troca de macas, escovação entre outras salas de esterilização. Também possui uma sala destinada a R.P.A.C (Recuperação Pós-anestésica de cirurgia), necessária para verificação das condições de saúde do paciente após o procedimento cirúrgico. Figura 102: Sala de cirurgia obstetrica Figura 103: Sala de cirurgia obstetrica Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. Todos os pavimentos possuem salas administrativas que são necessárias para facilitar o auxilio no funcionamento do hospital, devido à complexidade de gerenciar com apenas um setor destinado à administração. O setor de apoio técnico e logístico esta posicionado no térreo, local ideal para este funcionamento devido ao peso existente dos equipamentos e constante necessidade Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 76 de abastecimento de produtos alimentícios e utilidades, além de facilitar o transporte e o grande fluxo de entrada e saída de alimentos e equipamentos para o funcionamento do hospital. No projeto do hospital o fluxo foi essencial para as soluções espaciais, pois ele funciona separando os setores, cria blocos para cada função exercida e possibilita uma setorização adequada a presença do extenso programa. As circulações se cruzam formando uma grelha conectando todos os blocos (figura 104). Figura 104: Planta baixa pavimento Térreo – Fluxos LEGENDA: Circulações Fonte: Acervo do Arquiteto Gustavo Miranda, editado pela Autora, 2014. Os corredores são amplos, isso facilita a circulação de funcionários e pacientes além de possibilitar uma melhor circulação da ventilação. Outro ponto positivo é retirar a impressão ruim que é causada por corredores estreitos e extensos (figuras 105 e 106). Figura 105: Corredor emergência Figura 106: Corredor bloco cirúrgico e obstétrico Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 77 2.3.4 PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO Tabela 03: Programa e Dimensionamento do Hospital Mestre Vitalino PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO SETOR AMBULATORIAL AMBIENTE AREAS OBSERVAÇÕES Recepção/espera e registro 67,61 m² Wc infantil 3,71 m² Um para cada sexo Wc adulto 3,71 m² Um para cada sexo Administração 11,81 m² Serviço social 11,81 m² Utilidades 7,59 m² Rouparia 2,36 m² Aplicação de 10,46 m² medicamentos Sala de curativos 10,46 m² 2 consultórios ginecologia 12,09 m² 1 consultório de urologia 12,09 m² 5 consultórios demais 10,49 m² especialidades DML 2,53 m² SETOR DE DIAGNOSTICO AMBIENTE AREAS OBSERVAÇÕES Recepção 58,28 m² Sala de laudos 11,48 m² Administração 11,70 m² Utilidades 6,35 m² Wc funcionários 2,41 m² Um para cada sexo DML 2,15 m² Espaço para macas 4,32 m² Estar funcionários 8,19 m² 3 vestiários para realizar 1,60 m² Cada um deles exames Sala de lavagem 9,12 m² Sala de exame endoscopia 17,25 m² Sala de exames 17,25 m² colonoscopia Sala de exame 20,56 m² ultrassonografia I Sala de exame 20,56 m² ultrassonografia II Sala de exame tomografia 49,38 m² Sala de exame raio-x 34,45 m² Preparo e recuperação 16,80 m² Posto de enfermagem 10,10 m² Muno fluorescência 17,87 m² virologia Bactericida 5,62 m² Parasitologia 10,37 m² Laboratório 48,83 m² Secretaria 11,62 m² Diluição 10,00 m² Recepção/espera 17,82 m² Coleta 25,68 m² Estar funcionários 9,83 m² Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 78 DML Distribuição Laboratório compat. Armazenamento Recepção AT. DML ECG Teste ergométrico Consultório cardiologia Sala médicos 4,31 m² 4,83 m² 7,56 m² 16,04 m² 7,76 m² 2,63 m² 5,39 m² 5,93 m² 8,27 m² 13,28 m² SEMI-INTENSIVA AREAS 15,10 m² 20,87 m² 15,19 m² 8,00 m² 19,70 m² AMBIENTE DIMENSÕES 18 Leitos 2 isolamentos Cada um Posto de enfermagem Vestiário feminino Vestiário masculino Sala de utilidades Deposito/higienização de equipamentos DML 2,14 m² Copa 9,31 m² Administração 14,68 m² Estar equipe 28,36 m² Sala de espera 21,38 m² ATENDIMENTO IMEDIATO (URGÊNCIA E EMERGÊNCIA) AMBIENTE AREAS DIMENSÕES Recepção adulta e 70,55 m² pediatrica Wc social 15,53 m² Cada sexo Acolhimento 9,38 m² Classificação de risco 8,21 m² Consultório 11,19 m² Posto policial 6,41 m² Nebulização 17,89 m² DML 2,91 m² Utilidades 6,07 m² Pronto atendimento 83,13 m² Observação feminina 83,49 m² Observação masculina 83,49 m² Recepção ambulância 28,49 m² Higienização 10,81 m² Reanimação 24,36 m² Estabilização 52,31 m² Copa 6,41 m² Rouparia 5,38 m² Posto de enfermagem 11,21 m² Estar para funcionários 25,08 m² Farmácia 7,76 m² Deposito de equipamentos 10,81 m² Sala de pequenos 16,04 m² procedimentos Lanchonete 23,43 m² Despensa 3,86 m² Triagem 8,85 m² INTERNAÇÃO ADULTO I Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 79 AMBIENTE 10 enfermarias com 30 leitos Posto de enfermagem Rouparia Deposito de equipamentos Utilidades DML Prescrição Isolamento Sala tecnica AMBIENTE Estar Brinquedoteca Lactentes Posto de enfermagem 2 isolamentos 16 enfermarias com leitos Higienização Sala de curativos DML Sala de utilidades Rouparia Wc social 64 AMBIENTE 3 salas de cirurgia 3 salas de cirurgia Posto de enfermagem Sala de utilidades Deposito de equipamentos e materiais Material anestésico Vestiário funcionarios RPAA Estar medico troca de macas Sala de laudos Troca de macas DML Sala de exames e comando AMBIENTE Estar funcionários UTI – 9 leitos Acesso Higienização e deposito de equipamentos Wc funcionários Isolamento Posto de enfermagem AMBIENTE AREAS 240,32 DIMENSÕES Somatória de todos as enfermarias 10,80 m² 3,71 m² 3,71 m² 7,76 m² 2,52 m² 4,73 m² 25,52 m² 9,89 m² INTERNAÇÃO INFANTIL I E II AREAS DIMENSÕES 11,90 m² 23,05 m² 40,18 m² 10,12 m² 14,49 m² 193,72 m² Somatória de todos as enfermarias 6,07 m² 13,00 m² 2,20 m² 7,70 m² 3,71 m² 2,52 m² CENTRO OBSTETRICO AREAS 24,39 m² 30,20 m² 17,28 m² 6,48 m² 14,73 m² 8,10 m² 19,53 m² 97,29 m² 15,35 m² Um para cada sexo DIMENSÕES Um para cada sexo 9,57 m² 16,15 m² 3,70 m² 52,32 m² UTI ADULTO I AREAS 18,03 m² 144,93 m² 15,12 m² 8,89 m² 2,72 m² 20,22 m² 12,60 m² UTI ADULTO II AREAS DIMENSÕES Para cada sexo DIMENSÕES Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 80 UTI – 9 leitos Posto de enfermagem Hemogasômetro Isolamento Higienização e preparo de equipamentos Acesso Entrevista Sala administrativa Wc masculino Wc feminino Deposito de equipamentos Estar funcionários DML Sala de utilidades Vestiário feminino Vestiário masculino Copa AMBIENTE Estar funcionários UTI – 9 leitos Acesso Higienização e deposito de equipamentos Wc funcionários Isolamento Posto de enfermagem AMBIENTE UTI – 9 leitos Posto de enfermagem Hemogasômetro Isolamento Higienização e preparo de equipamentos Acesso Entrevista Sala administrativa Wc masculino Wc feminino Deposito de equipamentos Estar funcionários DML Sala de utilidades Vestiário feminino Vestiário masculino Copa 142,31 m² 12,60 m² 4,58 m² 20,39 m² 8,39 m² 15,12 m² 7,04 m² 7,04 m² 2,60 m² 2,60 m² 17,97 m² 20,18 m² 3,59 m² 6,56 m² 20,87 m² 11,39 m² 4,73 m² UTI CORONARIA AREAS 18,03 m² 144,93 m² 15,12 m² 8,89 m² 2,72 m² 20,22 m² 12,60 m² UTI PEDIATRICA AREAS 142,31 m² 12,60 m² 4,58 m² 20,39 m² 8,39 m² DIMENSÕES Para cada sexo DIMENSÕES 15,12 m² 7,04 m² 7,04 m² 2,60 m² 2,60 m² 17,97 m² 20,18 m² 3,59 m² 6,56 m² 20,87 m² 11,39 m² 4,73 m² APOIO TECNICO (NUTRIÇÃO E DIETICA) AMBIENTE AREAS DIMENSÕES 120,12 m² Cozinha (Sala de coquição de dieta normal, sala de coquição de dieta especial) 9,49 m² Preparo e guarda de carrinhos Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 81 7,88 m² Lavagem de carros 14,06 m² Lavagem e guarda de louças do hospital 8,80 m² Pré-lavagem 13,97 m² Distribuição para o refeitório 9,83 m² Lavagem e guarda de loucas refeitório 11,54 m² Lavagem e guarda de panelas 16,40 m² Sala da nutricionista 48,78 m² Despensa gêneros e descartáveis 2,61 m² DML 28,70 m² Recepção/pesagem e prélavagem 4,33 m² Um para cada sexo Wc funcionários 5,95 m² Deposito de resíduos não orgânicos 7,76 m² Preparo de carnes 9,27 m² Câmara de carnes/degelo 5,55 m² Câmara de hortifrúti 4,35 m² Câmara resfriada 9,27 m² Câmara laticínios e prépreparados APOIO TECNICO (CENTRAL DE MATERIAL ESTERELIZADO) AMBIENTE AREAS DIMENSÕES 21,26 m² Esterilização física 45,63 m² Preparo 8,74 m² Recepção 9,78 m² Um para cada sexo Vestiário funcionarios 41,31 m² Guarda e distribuição 9,11 m² Administração 9,11 m² Esterilização quimica 18,83 m² Lavagem 4,70 m² Um para cada sexo Wc funcionarios 7,48 m² Sala da nutricionista 2,36 m² DML 16,93 m² Esterilização e lavagem 15,67 m² Sala técnica 22,02 m² Preparo lactário 8,24 m² Distribuição 4,20 m² paramentos APOIO LOGISTICO (PROCESSAMENTO DE ROUPAS) AMBIENTE AREAS DIMENSÕES Armazenagem 111,52 m² Roupa limpa 76,72 m² armazenagem/distribuição Chefia lavanderia 7,32 m² Armazenagem roupa suja 20,92 m² Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 82 Distribuição DML 9,31 m² 2,29 m² AMBIENTE Chefe Recepção Guarda volume Sala técnica Hall Sala dos motoristas AMBIENTE Sala de preparo Velório Wc Área externa desembarque de SERVIÇO AREAS DIMENSÕES 14,36 m² 11,05 m² 7,86 m² 5,48 m² 36,94 m² 20,86 m² APOIO LOGISTICO (MANUTENÇÃO) AREAS DIMENSÕES 33,68 m² 21,58 m² 7,76 m² Um para cada sexo 18,56 m² APOIO LOGISTICO (CONFORTO E HIGIENE) AREAS DIMENSÕES Pintura 24,06 m² Marcenaria 30,27 m² Informática 17,85 m² Deposito central 95,05 m² Telefonia elétrica 30,53 m² Recepção 12,18 m² Chefia 1 11,64 m² Chefia 2 11,90 m² Almoxarifado 215,48 m² Inflamáveis 15,22 m² Soro ampolagem 25,36 m² Descartáveis 9,94 m² Correlatos 6,67 m² Termolabeis 10,08 m² Controlados 6,70 m² Quarentena 36,40 m² Diluição de germicidas 12,88 m² Recepção 15,71 m² Wc funcionários 2,47 m² Um para cada sexo Chefia 10,51 m² Dispensação 18,38 m² Distribuição 15,51 m² Fonte: Acervo do Arquiteto Gustavo Miranda, editado pela Autora, 2014. AMBIENTE 2.3.5 ASPECTOS CONSTRUTIVOS Para a construção do HMV foi optada o sistema de alvenaria estrutural com concreto armado, que diminui os custos da obra e é de fácil execução devido à falta de mão de obra especializada em outras especialidades construtivas (figura 107 e 108). Foram utilizados pilares e vigas em concreto armado que proporcionam maior resistência a esforços de compressão. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 83 Figura 107: Sistema construtivo do HMV Figura 108: Sistema construtivo do HMV Fonte: Acervo de Allan Porto, 2012. Fonte: Acervo de Allan Porto, 2012. O seu volume apesar de possuir uma dinamicidade devido à organização espacial da sua planta, nas fachadas foram utilizados materiais simples, como revestimento cerâmico 10 x 10 cm nas cores brancas e cinza e utilizam placas cimentícias nas extremidades da edificação criando uma moldura que é utilizada para inserção das placas indicativas de acessos, entretanto a simplicidade é amenizada pela utilização de panos de vidros na cor azul que contrasta harmonicamente com as demais cores utilizadas (figuras 109 e 110). Figura 109: Materiais utilizados na fachada Figura 110: Pano de vidro Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. Também houve a utilização de estrutura metálica como dispositivo de sombra na concepção de brises para amenizar a incidência solar nas janelas, além da utilização em marquises que amenizam a incidência solar e demarcam os diversos acessos existentes na edificação, apresentadas nas figuras (111,112 e 114). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 84 Figura 111: Marquise metálica Figura 112: Marquise metálica Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. Figura 113 Brises horizontais Fonte: Autora, 2014. Os brises utilizados nas fachadas tem função decorativa e de proteção da incidência solar. Um ponto negativo na utilização destes dispositivos de sombra metálicos em áreas externas é a manutenção constante devido ao intenso contato com intempéries, com isso a deterioração do material é rápida devido ao processo de oxidação da estrutura. 3. ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESTUDOS DE CASO Após a análise dos três estudos de caso, foi necessário conceber tabelas comparativas que confrontem as informações obtidas de cada um deles. Inicialmente foi feita a primeira tabela para relacionar a localidade, especialidades que o hospital atende e se a edificação é acessível, que é fundamental em qualquer equipamento arquitetônico principalmente em unidades hospitalares. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 85 Tabela 04: Exposição geral dos estudos LOCALIZAÇÃO ESPECIALIDADES ACESSIBILIDADE ÁREA CONSTRUÍDA Estudo de caso 1 Hospital privado de villeneuve d’ áscq França Hospital geral, com setor destinado à obstetrícia Consta 22.681,00 m² Estudo de caso 2 – Hospital e Maternidad e São Luiz São Paulo Hospital geral e Maternidade Consta 43.816,55 m² Estudo de caso 3 – Hospital Mestre Vitalino Caruaru Hospital geral, com setor destinado a obstetrícia Consta 18.523,07 m² ESTUDOS DE CASO Fonte: Autora, 2014. No intuito de relacionar os estudos de caso, percebe-se a predominância da utilização de tons neutros como: bege, marrom, cinza e branco. Também há a presença de panos de vidro com pé-direito duplo, em todos os estudos, além do uso do conceito de integração do interior/exterior. Quanto à organização espacial os projetos são setorizados de acordo a atender as necessidades especificas de cada hospital. Nos estudos de caso as edificações são simples e funcionais com alguns conceitos de humanização hospitalar integrando sempre o interior com o exterior, e também se percebeu que não é necessário ousar para proporcionar sensações agradáveis aos usuários da edificação. Cada estudo se destacou em um ponto especifico beneficiando o presente trabalho. No Hospital Privado de Villeneuve d’ áscq o arquiteto utilizou através da inserção de vários modelos de plantas dispostos verticalmente que possibilitam que o edifício funcione com eficiência para que seus fluxos ficassem interligados entre si, além de possibilitar a criação de vazios centrais dispostos por toda a edificação que contribuem para a ventilação e iluminação natural. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 86 No Hospital e Maternidade São Luiz há a presença do conceito de humanização através de diversos aspectos, um deles foi a criação de um vazio central que liga o hospital e a maternidade gerando um espaço a partir do 4° pavimento que possibilita a integração entre diversos setores além de por possuir um jardim e espelho d’água que proporciona conforto e bem estar aos pacientes, acompanhantes e funcionários. Outro aspecto importante ao analisar o fluxo do projeto percebeu-se que ele foi resolvido de forma simples e funcional, optou-se por centralizar os setores de serviço e nas extremidades ficaram as áreas sociais e de utilização dos pacientes. No Hospital Mestre Vitalino a contribuição maior para o estudo foi o programa de necessidades e dimensionamento dos ambientes necessário para concepção de uma maternidade, além das soluções espaciais adotadas que uniram funcionalidade com eficiência espacial. Através destes aspectos a autora produziu uma tabela que analisara as potencialidades e problemáticas e uma analise comparativa de cada estudo de caso (tabela 05 e 06). Tabela 05: Potencialidades e problemáticas dos estudos de caso. Estudo de caso 1 Hospital privado de villeneuve d’ áscq Potencialidades Organização espacial bem definida; Ótima solução para inserção de vários modelos de plantas verticalmente; Aproveitamento da iluminação e ventilação natural; Integração com a natureza; Presença do conceito de humanização em alguns setores; Estudo de caso 2 – Hospital e Maternidade São Luiz Presença do conceito de humanização; hospitalar Setorização bem solucionada; Integração com a natureza; Aproveitamento da iluminação e ventilação natural; Acessibilidade; Organização espacial bem definida; Estudo de caso 3 – Hospital Mestre Vitalino Possui espaço para possível expansão; Setorização bem solucionada; Integração com a natureza; Aproveitamento da iluminação e ventilação natural; Acessibilidade; Organização espacial bem definida; Problemáticas Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 87 Cores dos quartos Não possui monótonas; espaço no Alguns fluxos terreno para internos com futura expansão; interrupções; Fonte: Autora, 2014. Utilização de cores monocromáticas; Tabela 06: Analise comparativa dos estudos de caso Estudo de caso 1 Hospital privado de villeneuve d’ áscq Estudo de caso 2 – Hospital e Maternidade São Luiz Estudo de caso 3 – Hospital Mestre Vitalino Transformação de um elemento puro através de reentrância e saliência, inserindo a natureza para o interior da edificação. Arquitetura contemporânea sustentável, e em seu interior utilização do conceito de humanização hospitalar Aproveitamento dos condicionantes físicos através da implantação da edificação no terreno, com a junção de diversas formas geométricas resultando no volume final Aspectos construtivos Tijolo aparente, pano de vidro e vidros pintados Estrutura metálica emassada e pintada na cor, cerâmica branca 10 x 10 cm, placas em tom amadeirado e panos de vidro fumê espelhado Como revestimento cerâmico 10 x 10 cm nas cores brancas e cinza, placas cimentícias e pano de vidro na cor azul Questões espaciais gerais Setores bem definidos, fluxos interligados com algumas interrupções Fluxo simples e funcional, que interliga os setores. Ambientes espacialmente bem definidos Fluxos em forma de grelha que se cruzam entre si. Setorização em função das circulações Partido arquitetônico adotado Fonte: Autora, 2014. 4. ETAPAS PROJETUAIS As etapas pré-projetuais é a fase que antecede o projeto arquitetônico. Nesta etapa será analisado o terreno e a relação que ele possui com o entorno e aplica-lo nas etapas pré-projetuais, além de estudar os condicionantes ambientais que influenciaram na implantação da edificação no terreno, e no zoneamento inicial que possibilitará a criação de fluxos arteriais que ligaram os setores criando espaços funcionais que são de grande importância na arquitetura hospitalar, também é importante ressaltar a análise do contexto urbano que a edificação estará inserida e o seguimento das legislações pertinentes. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 88 4.1 ANÁLISE DO CONTEXTO URBANO O município de Belo Jardim está localizado no agreste pernambucano com acesso principal pela BR-232, e possui predominância no setor do comercial, entretanto possui grandes empresas que dinamizam a economia da cidade como: Baterias Moura, Natto, Palmeiron, Ferraz Avícola entre outras. Devido a essas empresas proporcionam inúmeras vagas de emprego e atraírem imigrantes, assim aumentando a densidade populacional da cidade, torna-se necessário à cidade dispor de equipamentos voltados ao setor de saúde. As cidades que possuem locais destinados a atender esta demanda estão localizados a 50 km (figura 114). Figura 114: Mapa do agreste pernambucano. Legenda: Municípios que possuem maternidade em um raio maior que 50km. . Municipio proposto para a instalação da maternidade. Fonte: http://www.gosur.com/pt/brasil/pernambuco-mapa/?gclid=CNqipr_hnb4CFenm7AodHEIAQg, acessado em 08 de maio de 2014. A cidade possui apenas um equipamento que atende a procedimentos obstétricos, um deles é o Hospital Regional Júlio Alves de Lira (figura 115), que é um equipamento público municipal que não possui infraestrutura adequada, além de atender todas as especialidades médicas, não tem local e equipamentos adequados para realização de partos com qualidade e segurança médica. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 89 Figura 115: Hospital Júlio Alves de Lira Fonte: Autora, 2014. Ao analisar a planta existente percebesse que há um setor destinado a obstetrícia, entretanto ele não possui espaço físico para conseguir atender a população de forma adequada. As salas de parto estão posicionadas para rua, local improprio devido aos ruídos existentes nas proximidades. Outro ponto importante a ser ressaltado é o isolamento necessário para um bloco cirúrgico e obstétrico que não acontece nesta disposição espacial, ao sair do setor de atendimento imediato apenas uma porta separa ele do setor de bloco cirúrgico, não há uma esterilização antes de adentrar no local (figura 116). Figura 116: Planta Baixa Hospital Regional Júlio Alves de Lira Fonte: Arquiteta Aline Araújo, editado pela autora, 2014 Essas problemáticas são concretas, pois segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) o hospital deve passar por uma reforma, pois após uma análise do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e Apevisa, foi verificada a existência de problemas que comprometem o controle de infecção hospitalar, com isso há uma interferência na segurança dos pacientes e profissionais que por finalidade influencia na qualidade do serviço prestado pelo equipamento público. (BJ1 - RÁDIO FM, 2013). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 90 Atualmente devido à denúncia o setor ambulatorial do hospital está funcionando no antigo prédio do Hospital Dr. Fernando de Abreu, que não possui infraestrutura adequada para este funcionamento provisório. No seu entorno não existem lotes vazios com isso a possível ampliação será feita através de verticalização, as edificações possuem um gabarito entre pavimento térreo e de até três pavimentos (figuras 117 e 118). É importante ressaltar que a maternidade será inserida em um contexto que possui equipamentos que auxiliaram em seu funcionamento. Figura 117: Relação com o entorno Figura 118: Relação com o entorno Fonte: autora, 2014. Fonte: autora, 2014. 4.2 ESTUDO DO TERRENO Diversos fatores levaram a escolha deste terreno, uma delas foi à presença de equipamentos hospitalares nas proximidades, quando precisam da realização de exames e procura de outras especialidades médicas (figuras 119 e 120). O lote possui uma área de 6.588,70 m², que possibitará incluir o extenso programa de necessidades, é de fácil acesso devido estar localizado próximo ao centro da cidade. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 91 Figura 119: Laboratório de exames e clinica médica Figura 120: Centro de especialidades odontológicas Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. Outro aspecto importante foi dar uso ao local que atualmente está com uma edificação inutilizada há vários anos, entretanto durante o último mês está sendo utilizado pela prefeitura para atendimento ambulatorial e consultas devido ao setor que atendia essas necessidades estava em reforma no Hospital Regional Júlio Alves de Lira. No terreno existia a Casa de Saúde Dr. Fernando de Abreu entidade privada, que nunca sofreu nenhuma reforma deste sua construção inicial, nele funcionava um setor destinado à maternidade e obstetrícia, que não possui uma infraestrutura adequada seus equipamentos estão danificados e expostos nos corredores (figura 121), sua estrutura está comprometida por infiltrações (figura 122). Figura 121: Equipamentos hospitalares noscorredores Figura 122: Infiltração comprometendo a estrutura Fonte: autora, 2014 Fonte: autora, 2014 Os espaços físicos não proporcionam conforto ao usuário, a recepção é subdimensionada (figura 123), e a sala de espera está nos corredores (figura 124). Com isso, percebe-se que esta unidade hospitalar não possui aspectos que favoreçam sua permanência como mostram as figuras abaixo: Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 92 Figura 123: Recepção subdimensionada Figura 124: Sala de espera nos corredores Fonte: autora, 2014 Fonte: autora, 2014 Através destas considerações constatou-se a necessidade de demolir a edificação existente, pois a estrutura física para ser restaurada teria um alto custo além de poder não se adequar a necessidade da nova unidade hospitalar. Com isso este local voltaria a ter utilidade beneficiando principalmente a população e gerando espaços de qualidade para os profissionais atuarem. O terreno é de esquina e está localizado entre as ruas: Valdemar Lima e Coronel Germiniano Maciel. Possui uma área total de 6.588,70 m², é um retângulo irregular e por possibilitá dois acessos facilitará a separação dos setores de serviço e social, em quase sua totalidade apresenta topografia plana, exceto na face sul, que fica no final do terreno apresenta uma declividade, como mostra a figura 125. Figura 125: Planta de situação do terreno com curvas de nível Fonte: Prefeitura de Belo Jardim, editado pela autora, 2014 Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 93 A implantação da Maternidade torna-se viável devido as características anteriormente descritas, acrescidas as necessidades populacionais devido à deficiência de equipamentos hospitalares na cidade. Para melhor entendimento a tabela 07, abaixo aponta as potencialidades do terreno e seu contexto. Tabela 07: Potencialidades do terreno proposto. TERRENO ESCOLHIDO POTENCIALIDADES Proximidade com principais equipamentos hospitalares das cidades FRAGILIDADES Localizado em área de fácil acesso e visualização Ruídos causados pela via de maior fluxo Não possui declividade Dimensão do terreno possibilita expansão Terreno com dois acessos principais Fonte: Autora, 2014. Em qualquer escolha de terreno, existem as fragilidades e as potencialidades apresentadas pelo mesmo ou devido seu entorno. Quanto ao fator determinante para preferência, cabe considerar quais dessas características são mais dominantes. As problemáticas apresentadas, não vêm a comprometer a viabilidade de implantação da edificação no terreno proposto, onde se observa que a potencialidades sobressaem-se em relação às fragilidades apontadas. 4.3 ÁNALISE DOS CONDICIONANTES FÍSICOS E AMBIENTAIS Os condicionantes físico-ambientais são de extrema importância na concepção de qualquer projeto arquitetônico e influenciam diretamente no funcionamento e conforto térmico. Está análise possibilitará o estudo da melhor implantação dos setores através de um zoneamento no terreno que identificará a incidência solar e dos ventos, pois a face nordeste do terreno recebe incidência de 30% dos ventos da região, enquanto que a face sudeste é responsável pela incidência de 70% da ventilação (figura 126). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 94 Figura 126: Representação das zonas de ventilação e insolação. Ventos nordeste Nascente Poente Ventos sudeste Fonte: Prefeitura de Belo Jardim, editado pela autora, 2014 4.4 ANÁLISE DOS CONDICIONANTES LEGAIS É a forma de por a edificação em condição desejada, conforme determinação fixada por legislações específicas de escala federal, nacional e municipal. Para a concepção do projeto será necessária à utilização das recomendações referidas no Plano Diretor e Código de Obras Municipal de Belo Jardim, Ministério da Saúde RDC 50, Ministério da Saúde - RDC 36, Portaria Nº 400, 06 de dez. 1977 do Ministério da Saúde/GM, a normatização NBR 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos e por fim, o Código de Segurança contra Incêndio e Pânico para o Estado de Pernambuco – COSCIP. Tabela 08: Síntese das legislações pertinentes SÍNTESE DO PLANO DIRETOR DO MUNICIPIO DE BELO JARDIM TÍTULO III – Capitulo V ARTIGO PARAGRAFADO DESCRIÇÃO A ocupação do solo far-se-à de acordo com a capacidade de adensamento de cada zona e suas características naturais, observados os seguintes parâmetros. 22 I. II. III. Afastamento das divisas do terreno – recuos AF; Gabarito máximo – GM Taxa de ocupação - TO Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 95 Terreno localizado na Zona de Centro II Afastamentos: Frontal – alinhamento predominante Anexo 02 Lateral – alinhamento predominante - Fundos – 3,00 metros Taxa de solo natural – 35% Gabarito máximo igual à 22,50 metros. SÍNTESE DO CODIGO DE OBRAS DO MUNICIPIO DE BELO JARDIM SEÇÃO ARTIGO PARAGRAFAD O DESCRIÇÃO Nesta norma podemos encontrar diretrizes especificas para a elaboração de projetos arquitetônicos de maternidades, além de normas padrão para qualquer tipo de estabelecimento. SUBSEÇÃO III 233 – PARAGRAFO ÚNICO As edificações principais para fins hospitalares não poderão distar menos de 2,50m; 2,30m e pavimentação de material impermeável e lavável quando destinados à circulação de doentes; 1,20m, quando destinados exclusivamente à circulação do pessoal de serviço e dos visitantes; A declividade máxima admitida nas rampas será de 10% (dez por cento), sendo exigido piso antiderrapante; As portas dos compartimentos utilizados por pacientes com no mínimo de 1,00m de largura; Quando com mais de um pavimento, possuir, uma escada principal e uma escada de serviço, rampa ou elevador para macas; Sistema próprio de tratamento de esgotos; Ter instalações de lavanderia com aparelhamento de lavagem e desinfecção, pavimentados, e revestidos até a altura mínima de 2,10m, com material lavável e impermeável; SINTESE REGULAMENTAÇÃO RDC – 50 DESCRIÇÃO Esta norma é a mais específica para planejamento e elaboração de projetos arquitetônicos para edificações hospitalares, além de nos mostrar as etapas projetuais, ela classifica os tipos de unidades funcionais tais como: atendimento ambulatorial, apoio logístico, internação, entre outros. Nessas unidades funcionais, podemos encontrar ambientes e os dimensionamentos necessários para compor o setor. Além disto, nos instruem com instalações hidráulicas, elétricas, climatização, setores de riscos etc. SÍNTESE REGULAMENTAÇÃO RDC – 36 ANEXO I DESCRIÇÃO Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 96 3.2 Ambiência: ambientes físico, social, profissional e de relações interpessoais que devem estar relacionados a um projeto de saúde voltado para a atenção acolhedora, resolutiva e humana. 3.3 Higienização das mãos: medida individual mais simples e menos dispendiosa para prevenir a propagação das infecções relacionadas à assistência. O termo engloba a higienização simples, a higienização anti-séptica, a fricção antiséptica e a anti-sepsia cirúrgica das mãos. Humanização da atenção e gestão da saúde: valorização da dimensão subjetiva e social, em todas as práticas de atenção e de gestão da saúde, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o respeito às questões de 3.4 3.5 gênero, etnia, raça, orientação sexual e às populações específicas, garantindo o acesso dos usuários às informações sobre saúde, inclusive sobre os profissionais que cuidam de sua saúde, respeitando o direito a acompanhamento de pessoas de sua rede social (de livre escolha), e a valorização do trabalho e dos trabalhadores. Método Canguru: modelo de assistência perinatal voltado para o cuidado humanizado que reúne estratégias de intervenção bio-psico-social. Inclui o contato pele-a-pele precoce e crescente, pelo tempo que a mãe e o bebê entenderem ser prazeroso e suficiente, permitindo uma maior participação dos pais e da família nos cuidados neonatais. 3.6 Quarto PPP: ambiente com capacidade para 01 (hum) leito e banheiro anexo, destinado à assistência à mulher durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato (primeira hora após a dequitação). ABNT - NBR – 9050 LOCAIS ACESSOS CIRCULAÇÕES PORTAS DESCRIÇÃO Todas as entradas deverão ser acessíveis Largura mínima de 0,90m e pisos com superfície regular e antiderrapante Deverão ter vão livre de 0,80m As vagas destinadas a portadores de deficiência deverão possuir circulação de 1,20m, podendo ser compartilhada por duas vagas. VAGAS DE ESTACIONA MENTO Quantificação: Até 10 vagas, não necessita prever nenhuma vaga acessível. De 11 a 100 vagas é necessário prever 01 (uma) vaga acessível. Acima de 100 5% (cinco por cento) do total de cada peça sanitária deverão ser acessíveis, com quantidade mínima de pelo menos 01 (uma) unidade de cada. SANITÁRIOS Os boxes acessíveis deverão ter no mínimo 1,70 x 1,50m para rotação de 180º. As barras de apoio devem ter comprimento mínimo de 0,65m e diâmetro de 0,03m. COSCIPE Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 97 ARTIGO DESCRIÇÃO 16 As Edificações Hospitalares são aquelas que se destinam ao tratamento de pessoas portadoras de distúrbios de qualquer natureza, deficiências físicas ou psíquicas e de patologias clínicas diversas, ou cuidados especiais, desde que impliquem internamentos ou permanência temporária. SECÇÃO 1° As Edificações Hospitalares apresentam como característica básica a existência de pessoas com saúde debilitada, em regime de internamento ou repouso, e de leitos distribuídos em enfermarias, quartos ou apartamentos, e, ainda, a existência de pessoas que requeiram cuidados especiais. Estão incluídas nas edificações definidas no presente artigo as seguintes: I - hospitais, centros médicos e similares; II - centros de saúde e similares; III - clínicas médicas especializadas ou policlínicas, desde que possuam internamentos ou áreas de repouso; IV - hospitais de pronto-socorro e similares; SECÇÃO 2° V - hospitais ou clínicas psiquiátricas, desde que possuam internamentos; VI - clínicas ou casas de repouso e similares; VII - casas geriátricas; VIII - asilos e/ou abrigos para idosos; IX - orfanatos e/ou reformatórios; X - hospitais veterinários e similares; XI - outras, com denominação diversa, enquadradas neste artigo. Será exigida a instalação do sistema de detecção e alarme de incêndio nas edificações classificadas no artigo 7º deste Código, salvo aquelas previstas no inciso I do citado artigo, em conformidade com os critérios estabelecidos: 140 Para edificações de tipo I: Acima de 1.500,0 m² de área construída; Acima de 8,0 metros de altura; Em toda área privativa. Para efeito deste Código, as escadas de emergência que para concepção deste projeto se classificam em dois tipos: 152 II - Escada tipo II - escada protegida; III - Escada tipo III - escada enclausurada; Fonte: Plano diretor e código de obras do município de Belo Jardim, editado pela autora, 2014; legislações adotadas, editado pela autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 98 4.5 CÁLCULOS Os cálculos necessários para concepção desta edificação foram os seguintes: o consumo diário de água, produção de lixos e vagas de estacionamento. Por falta de leis que atendessem esses requisitos, foram consultados o código de obras do município de Recife e a RDC 50. Em relação ao consumo de água e produção de lixo foram embasados no código de obras do município de Caruaru, em que os mesmos citam que são necessários 160 litros por pessoa para água e 4,6 litros para lixo, para edificações hospitalares. Cálculo consumo de água 2,5 pessoas x 56 leitos = 140 (pessoas) 140 pessoa x 160L = 22.400 L 22.400 + 7.200 (reserva contra incêndio) = 29.600 Litros ⅓ do total = 9.867 litros (reservatório superior) ⅔ do total = 19.733 litros (reservatório inferior) Cálculo lixo 140 x 4,6 litros = 644 litros Para o dimensionamento das vagas de estacionamento foi utilizado a RDC – 50, já que o código de obras municipal não menciona este caso. Nela conta que os estacionamentos necessitam de uma vaga a cada leito. Com isso na Maternidade Fernando de Abreu há um total de 56 leitos gerando uma quantidade mínima de 14 vagas. Porem visando futuras expansões a edificação disponibilizará 44 vagas, sendo 10 delas para funcionários. Cálculo 56 leitos ÷ 4 = 14 vagas Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 99 5. PROGRAMA E DIMENSIONAMENTO A etapa constitui na formulação do programa de necessidades a partir da análise dos estudos de caso referentes aos setores que compõem uma maternidade e na elaboração do dimensionamento dos ambientes de acordo com as normas específicas à para uma unidade hospitalar. O programa foi elaborado a partir das análises dos estudos de caso, entretanto não foi possível ter acesso às dimensões dos ambientes por medidas especificas, apenas por escala gráfica, portanto outras fontes foram consultadas para que o dimensionamento atendesse a legislação vigente, foi elaborado a partir de recomendações das normas da RDC - 50 das regulamentações do Ministério da Saúde, através de recomendações de Góes, 2004 e código de obras municipal. A Maternidade Fernando de Abreu é formada por dezesseis setores, são eles: ambulatorial, diagnóstico, emergência, apoio técnico (nutrição e dietica), apoio logístico (processamento de roupas), serviço, necrotério, UTI e UI Neonatal, UTI adulto, relaxamento, centro obstétrico, apoio logístico (central de administração de materiais e equipamentos), social, administrativo, e banco de leite, internação. A tabela abaixo apresenta o programa de necessidades dos quize setores, juntamente com o dimensionamento dos ambientes. AMBULATORIAL Tabela 09: Programa de necessidades e dimensionamento da Maternidade Fernando de Abreu PROGRAMA TÉRREO DIMENSIONAMENTO M² Recepção ambulatorial/espera 160,67 m² Sala de macas e cadeiras 13,38 m² Wc feminino acessível 6,6 m² Wc masculino acessível 4,00 m² Consultório 01 11,68 m² Consultório 02 13,65 m² Consultório 03 12,41 m² Consultório 04 10,50 m² Sala de aplicação de medicamentos 13,41 m² DML 2,51 m² (NUTRIÇÃO E DIETICA) APOIO TECNICO EMERGÊNCIA DIAGNÓSTICO Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 100 Sala de ultrassonografia I 21,77 m² Sala de comando I 5,25 m² Sala de ultrassonografia II 20,90 m² Sala de comando II 5,18 m² Sala de coleta de material 8,87 m² Laboratório 44,18 m² Wc laboratório 3,30 m² Expurgo 5,25 m² Posto de enfermagem 18,47 m² Sala de medicamentos 6,79 m² Recepção emergência/espera 158,16 m² Consultório de plantão 9,86 m² Wc consultório de plantão 2,55 m² Triagem 17,35 m² Expurgo 3,93 m² Posto de enfermagem 11,17 m² Sala de medicamentos 6,25 m² DML 6,25 m² Sala de observação 27,25 m² Sala de higienização 13,90 m² Sala de emergência 22,51 m² Sala de reanimação 13,80 m² Refeitório funcionários 76,30 m² Área de lavagem e secagem 19,83 m² Distribuição 6,01 m² Área de preparo 1 7,75 m² Área de preparo 2 7,75 m² Área de diluição de gemicidas 6,66 m² SERVIÇO (PROCESSAMENTO DE ROUPAS) O NECROTÉRI APOIO LOGISTICO Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 101 Área de cocção 27,15 m² Câmara fria 11,25 m² Câmara frigorifica 25,42 m² Despensa mensal 13,17 m² Despensa diária 10,95 m² Área de armazenamento e controle 10,16 m² Sala de manipulação 8,47 m² Área de recepção e inspeção 8,47 m² Sala de nutricionista 7,96 m² Sala para guarda de carrinhos 12,05 m² Chefia lavanderia 10,63 m² Sala de recebimento, pesagem e lavagem 11,93 m² Sala de armazenamento de roupa suja 17,45 m² Sala de processamento composto e centrifugação 21,90 m² Área de secagem 17,72 m² Área de separação, pesagem e dobragem 15,52 m² Área de armazenamento e distribuição de roupa limpa 13,51 m² Área de espera para reconhecimento de cadáver 7,45 m² Área de preparo de cadáver/necrotério 43,29 m² Estacionamento necrotério 20,61 m² Vestiário funcionários feminino 19,63 m² Vestiário funcionários masculino 15,73 m² Sala de monitoramento 9,20 m² Recepção / guarda-volumes 14,63 m² Wc funcionários feminino 21,00 m² Wc funcionários masculino 21,00 m² Estar funcionários 15,12 m² Gás 8,21 m² Gerador 7,04 m² Escada enclausurada de serviço 26,38 m² Elevador de macas de serviço (1 unidade) 5,00 m² Escada social 17,13 m² Elevador de macas social (2 unidades) 10,00 m² PROGRAMA 2° PAVIMENTO DIMENSIONAMENTO M² Recepção / espera 2 51,98 m² Wc feminino 4,00 m² Wc masculino 4,00 m² Café / lanchonete 106,68 m² UTI e UI Neonatal com acesso 93,74 m² Posto de enfermagem 19,10 m² Sala de medicamentos 4,05 m² Expurgo 3,78 m² Sala de estar e de prescrição de medicamentos 17,35 m² Wc médico 3,75 m² Higienização de materiais e equipamentos 5,78 m² Hemogasômetro 3,75 m² Sala de atendimento psicológico/serviço 8,04 m² Sala de atendimento canguru 19,14 m² Esterilização equipe 4,61 m² Estar equipe 13,90 m² Wc equipe 6,26 m² UTI Adulto com acesso 56,70 m² Isolamento / paramentação 20,13 m² Wc isolamento 5,76 m² UTI E UI NEONATAL SOCIAL VERTICAL 10,00 m² SERVIÇO CIRCULAÇÃO Lixo UTI ADULTO Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 102 17,11 m² Expurgo 2,75 m² Sala de medicamentos 5,09 m² Sala de prescrição de medicamentos 8,62 m² Sala de relaxamento antes do parto 01 com bwc 31,54 m² Sala de relaxamento antes do parto 02 com bwc 27,27 m² Sala PPP (pré-parto, parto e pós-parto) com bwc 31,79 m² Hall de espera 36,93 m² Vestiário e esterilização de funcionários 11,91 m² Conforto médico 17,45 m² Roupa suja 4,86 m² Estacionamento de macas 5,18 m² Posto de enfermagem 15,84 m² Sala de medicamentos 4,12 m² Expurgo 4,12 m² Sala de pós-anestesia - CRO 25,96 m² Sala de parto normal 01 23,70 m² Sala de parto normal 02 25,88 m² Sala de parto normal 03 26,35 m² Sala de cirurgia 01 23,04 m ² Sala de cirurgia 02 20,88 m² DML 4,36 m² Rouparia 11,63 m² Sala de material esterilizado e equipamentos 18,43 m² Área para escovação 5,75 m² ADO) MATERIAL Sala de recepção e distribuição DE (CENTRAL TECNICO APOIO ESTERELIZ Posto de enfermagem CENTRO OBSTÉTRICO RELAXAMENTO Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 103 13,58 m² Wc feminino 2,55 m² Wc masculino 2,55 m² INTERNAÇÃO SOCIAL ADMINISTRATIVO Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 104 Sala de armazenagem e distribuição de materiais e roupas limpas 26,48 m² Sala de lavagem e descontaminação 26,48 m² Área para esterilização física e química liquida 24,57 m² Sala de esterilização 7,52 m² DML 4,73 m² Sala de recepção separação e descontaminação de material 12,93 m² Atendimento ao público / tesouraria 19,66 m² Sala de reuniões 21,47 m² Cartório e registro 8,85 m² Arquivo cartório 5,25 m² Arquivo médico 11,21 m² Diretoria 12,41 m² Administração 10,50 m² PROGRAMA 3° PAVIMENTO DIMENSIONAMENTO M² Recepção / espera 51,98 m² Wc feminino 4,00 m² Wc masculino 4,00 m² Sala de macas e cadeiras 5,15 m² Suíte 01 com bwc 19,49 m² Suíte 02 com bwc 28,36 m² Suíte 03 com bwc 26,83 m² Suíte 04 com bwc 26,22 m² Suíte 05 com bwc 26,13 m² Suíte 06 com bwc 28,66 m² Suíte 07 com bwc 23,41 m² Suíte 08 com bwc 28,85 m² Suíte 09 com bwc 23,93 m² ES CIRCULAÇÕ BANCO DE LEITE Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 105 Suíte 10 com bwc 30,02 m² Suíte 11 com bwc 26,77 m² Suíte 12 com bwc 30,84 m² Suíte 13 com bwc 23,86 m² Suíte 14 com bwc 22,77 m² Farmácia 18,33 m² Expurgo 3,43 m² Posto de enfermagem 15,17 m² Sala de medicamentos 6,00 m² Berçário 69,35 m² Roupa limpa 3,82 m² Roupa suja 3,82 m² DML 5,01 m² Sala de equipamentos 5,01 m² Recepção e registro de doadoras 7,94 m² Distribuição 9,94 m² Sala de coleta 8,18 m² Seleção de leite 8,14 m² Pasteurização 6,70 m² Classificação 8,95 m² Arquivo doador 4,62 m² Liofilização 12,00 m² Controle de qualidade 8,51 m² Estocagem 10,66 m² Circulações térreas 603,22 m² Circulações 2° pavimento 888,09 m² Circulações 3° pavimento 542,77 m² ÁREA TOTAL EDIFICADA (TÉRREO) 1.924,40 m² Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 106 ÁREA TOTAL EDIFICADA (2° PAVIMENTO) 1.962,79 m² ÁREA TORAL EDIFICADA (3° PAVIMENTO) 1.189,62 m² ÁREA TOTAL EDIFICADA GERAL 5.076,81 m² ÁREA VERDE (38,15%) 2.513,76 m² GUARITA 8,77 m² ESTACIONAMENTO GERAL (34 VAGAS) 690,25 m² ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS (10 VAGAS) 126,50 m² Fonte: Autora, 2014. 6. ORGANOFLUXOGRAMA O organofluxograma é a conexão entre organograma e fluxograma, cuja união resulta em um esquema com a disposição dos ambientes setorizados, a intensidade e comunicação entre eles, ou ambientes de uma edificação iniciado pelo seu acesso. Para a formulação do diagrama da maternidade, o gráfico veio a ser organizados por meio de setores diferenciando uns dos outros através de cores, e separados por pavimentos (ver apêndices 01, 02, e 03). O esquema apresenta a intensidade do fluxo e conexão entre os ambientes da edificação, podendo ser compreendido no esquema abaixo. Figura 127: Organofluxograma - Pavimento Térreo Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 107 Figura 128: Organofluxograma – 2° Pavimento Fonte: Autora, 2014. Figura 129: Organofluxograma – 3° Pavimento Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 108 7. ZONEAMENTO A proposta arquitetônica para a Maternidade foi organizada de uma maneira que facilitasse os acessos e fluxos da edificação, e principalmente tornar o hospital mais humanizado. O zoneamento está dividido em 3 partes, o pavimento térreo, 2° e 3° pavimentos. No térreo estão localizados os setores de ambulatório, emergência, diagnóstico, apoio logístico, apoio técnico de nutrição dietica, necrotério e serviço (figura 130). Já no 2° pavimento estão posicionados os seguintes ambientes: social, UTI neonatal e adulto, administrativo, esterilização, centro obstétrico, relaxamento (figura 131). Por fim o 3° e último pavimento, estão os setores social, internação, berçário e banco de leite (figura 132). Figura 130: Zoneamento pavimento térreo Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 109 Figura 131: Zoneamento 2° pavimento Fonte: Autora, 2014. Figura 132: Zoneamento 3° pavimento Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 110 8. ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO A implantação da maternidade no município de Belo Jardim foi escolhida devido à ausência de um espaço destinado a obstetrícia na localidade e cidades circunvizinhas e ainda ser o ponto de partida do surgimento de unidades hospitalares com instalações e atendimento de qualidade. O empreendimento é privado e possui como publico alvo pacientes de diversas classes sociais, terá convênio com planos de saúde e atendimento particular, sua infraestrutura tem como objetivo comportar a demanda existente, com ambientes que proporcionem aos usuários se sentirem ‘’ em casa’’. 8.1 MEMORIAL JUSTIFICATIVO Foi a partir das necessidades funcionais e espaciais observadas nas visitas de campo em unidades existentes no município de Belo Jardim que se sentiu a necessidade de propor um projeto de uma Maternidade Humanizada. Como ponto inicial para a proposta do anteprojeto, foi levado em consideração que a RDC estabelece um percentual de ocupação de área construída inferior ou igual a 50% da área do terreno. Este parâmetro foi fundamental para a escolha do partido em relação ao estudo de implantação da edificação e consequentemente a definição dos setores. Como partido foi adotado a utilização de um bloco central, que acoplasse todos os setores em uma única edificação facilitando os fluxos e acessos entre todos os ambientes, além do terreno ser de esquina proporcionando um aproveitamento de duas faces testadas voltadas para as vias principais (figura 133). Figura 133: Estudo de implantação Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 111 O partido arquitetônico é a composição de formas puras que foram trabalhadas em toda a edificação mantendo a relação com o entorno ao qual se insere aliado com a humanização. A utilização de tais formas incide na composição da paisagem construída, que encontrou no partido a forma de buscar e expressar uma arquitetura com volumetria pura com inspiração no movimento modernista, aliado ao conforto térmico das edificações com brises, marquises, vazios que maximizam a ventilação natural e utilização de panos de vidro, que tem a finalidade de propiciar leveza aos blocos. Aliado a esses aspectos, o projeto de humanização visa tornar a edificação mais próximo do ambiente familiar para que possa proporcionar a parturiente maior conforto no pré-parto, parto e pós-parto, pois para a paciente este é um período que ela necessita de um espaço físico que auxiliem neste processo. A edificação possui três pavimentos, no pavimento térreo o acesso principal esta situado na Rua Coronel Germiniano Marciel, por possuir uma via de pouco fluxo, assim facilitando a entrada e saída de veículos. Ela possui dois acessos sendo um destinado ao setor ambulatorial e o outro ao setor emergencial, ao chegar a seu interior há um primeiro contato visual com a identidade da edificação. As recepções se unem formando assim um único ambiente, tendo integração com o exterior através da utilização de panos de vidro na fachada e de jardins internos que permite que quem esteja esperando tenha uma visão de um espaço agradável com bastante vegetação, além de aproximar quem esta no interior da edificação com a natureza (figura 134). Figura 134: Recepção Ambulatorial e Emergencial Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 112 Outro aspecto importante, é que este espaço proporciona conforto térmico através da utilização de brises horizontais vazados e do jardim central que possibilitam a ventilação cruzada, neste ambiente também está inserida uma sala de macas e cadeiras que facilita o imediato auxilio as pacientes e banheiros acessíveis para que os usuários não necessitem adentrar em outro setor para utiliza-los (figura 135). As circulações verticais sociais que dão acesso aos demais pavimentos estão posicionadas na recepção para maior comodidade dos usuários. Figura 135: Recepção Fonte: Autora, 2014. O setor ambulatorial possui alguns ambientes voltados para o poente, que foram protegidos pela utilização de brises horizontais e paredes cegas, entretanto isso não afeta o funcionamento dos mesmos, pois eles não necessitam de aberturas e utilizam ventilação mecânica devido à necessidade de climatização eficácia do ambiente. Já os consultórios estão posicionados com aberturas voltadas para o jardim central que facilita a ventilação natural (figura 136). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 113 Figura 136: Setor ambulatorial Ventilação natural Poente Fonte: Autora, 2014. O setor emergencial é composto inicialmente pela triagem que auxilia a distribuição das pacientes de acordo com suas necessidades, o consultório de plantão que possui um médico para atendimentos imediatos que são realizados nas salas de emergência e reanimação, além de possuir um apoio através do posto de enfermagem localizado no centro do setor para auxiliar o funcionamento do mesmo, logo a frente dele possui a sala de observação que é de utilização de pacientes que acabaram de ser atendidas e não necessitam de internação (figura 137). Figura 137: Setor emergencial Fonte: Autora, 2014. Na face dos fundos da edificação ficaram posicionadas alguns setores de serviço com acesso de funcionários pela Rua Valdemar Lima, e de veículos pela lateral do terreno. Esta área impõe racionalidade, dessa maneira a forma que o compõe é o retângulo, pois se adequa a qualquer função, esse bloco possui ligação direta com os demais pavimentos pela afinidade das funções. No pavimento térreo estão localizados os seguintes setores: apoio logístico (lavanderia), que possui uma Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 114 restrição em seu acesso, com isso necessita de uma circulação própria para evitar a contato com os demais setores durante o processo de limpeza e desinfecção das roupas, apoio técnico (nutrição e dietica), este ambiente necessita de extremo cuidado, pois é nele onde se prepara os alimentos que serão distribuídos para toda a edificação, desta forma há uma setorização em seu interior para melhor funcionamento, nesta área é necessário um espaço para o profissional habilitado que supervisionará todo o processo, desde o armazenamento até a distribuição. Logo ao lado há um refeitório para funcionários que possui uma vista agradável para o exterior devido à utilização de pano de vidro e aberturas. Neste setor também está localizado o necrotério que possui acesso pelo interior e exterior da edificação para maior mobilidade do cadáver sem prejuízos para o mesmo e familiares. Para controle desses setores e dos funcionários foi posicionado próximo a um dos acessos, uma recepção e sala de monitoramento que auxilia o funcionamento desses ambientes, além de possui vestiários e banheiros para funcionários (figura 138). Figura 138: Setor de serviço – Térreo Fonte: Autora, 2014. No 1° pavimento estão localizados os seguintes setores: na área social, há uma pequena recepção para acomodar os acompanhantes dos pacientes que utilizaram os recursos deste andar, ela esta voltada para o jardim central onde possibilita a visualização dos demais pavimentos, criando uma conexão visual entre eles, além de possui uma ventilação natural, logo após este espaço há um café/restaurante que surgiu principalmente para atender aos usuários que necessitam aguardar um tempo, pois o parto não possui tempo determinado e as visitas a UTI Neonatal e Adulto, são com horários fixos e os acompanhantes não podem ficar no seu interior, Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 115 com isso o espaço foi elaborado para que as pessoas sintam-se à vontade para permanecerem no estabelecimento, sem a necessidade de passar o tempo longe dali (figura 139). Figura 139: Café/Restaurante Fonte: Autora, 2014. Logo ao lado existe esta localizada a área administrativa (figura 140), ela não deixa de ser uma área de serviço, mas que tem uma relação com o público, dessa maneira, tal setor está relativamente ligado por uma passarela a recepção 2. Figura 140: Área Administrativa Fonte: Autora, 2014. O acesso para o a UTI Neonatal e Adulto é através de uma circulação que se liga com a recepção 2, este setor é bastante restritivo com isso faz-se necessário a criação de uma visualização de todo o funcionamento através das esquadrias existentes nos corredores (figura 141). Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 116 Figura 141: Setor UTI Fonte: Autora, 2014. Neste setor também esta inserido um espaço destinado ao atendimento canguru, que consiste na conexão da mãe com o bebê através do contato corporal, para melhor desempenho na recuperação dos mesmos. Neste pavimento também existem duas salas de relaxamento antes do parto que ficam próxima ao bloco obstétrico, este espaço possui a finalidade de auxiliar a parturiente, através de exercícios ou equipamentos, a diminuir a tensão e estimular o trabalho de parto. Nela são realizadas atividades terapêuticas para melhorar as condições do parto, trabalhando tanto com a parturiente quanto com seu bebê, tal como exercício com bola, que ajuda a colocar o bebê na posição correta para a hora do parto. Esta sala de relaxamento possui banheira, onde são feitos exercícios de relaxamento dentro da água com ajuda de enfermeiros e parceiros, diminuindo as dores das contrações da parturiente (figura 142 e 143). Figura 142: Sala de relaxamento antes do parto Figura 143: Sala de relaxamento antes do parto Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 117 Logo ao lado existe uma sala PPP, que consiste unir esse três procedimentos para que o ato de transferência da parturiente de uma sala para outra não seja necessário dependendo de sua condição física e do bebê. Nessas salas é permitida a presença de familiares durante todo o processo, devido a essas necessidades tornou-se necessário uma organização espacial que atendesse as necessidades da parturiente e dos familiares. Além de tornar o ambiente o mais próximo possível do familiar para auxiliar este processo. O bloco obstétrico possui cinco salas de parto, sendo três destinadas ao parto normal e duas ao parto cesariano, é uma área restrita para evitar contaminação, por isso os funcionários passam por um processo de esterilização antes de adentrar no bloco. Neste setor também está inserido um posto de enfermagem para auxiliar o funcionamento dos processos, além de monitorar a Sala de pós-anestesia – CRO, que é um momento critico após o procedimento obstétrico, além de possuir um DML, rouparia e sala de material esterilizado para que não seja necessário um grande fluxo dentro deste setor (figura 144). Figura 144: Bloco obstétrico Fonte: Autora, 2014. O acesso para o setor de esterilização pode ser pelo bloco cirúrgico ou pela circulação administrativa, nesta área é feita toda a esterilização de materiais e equipamentos para evitar a infecção que é uma das principais causas de contaminação dentro de uma unidade hospitalar. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 118 O último pavimento também possui uma recepção para controlar o fluxo de pessoas ela dá acesso aos seguintes setores: o de internação possui treze suítes sendo nove individuais e quatro duplas. Elas possuem diversos layouts sendo que todos com o mesmo intuito de passar a sensação de acolhimento e conforto como se estivessem em suas residências, este resultado se obteve através da composição de um ambiente com texturas, iluminações e mobiliário que remetessem ao ambiente familiar (figura 145 e 146). Figura 145: Suíte individual Figura 146: Suíte individual Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. O berçário possui 16 leitos, foi estrategicamente posicionado no centro do setor de internação para que as mães possam ter um contato visual com os bebês quando quiser através da presença de esquadrias que possibilitam a visualização de todo o ambiente. Este ambiente foi humanizado através da utilização de tons suaves em papeis de parede com formas circulares tanto nas paredes como no teto proporcionando maior dinamicidade ao espaço. Além de possuir um espaço para higienização do recém-nascido que pode ser visualizado pelos familiares (figura 147 e 148). Figura 147: Berçário Maternidade Figura 148: Berçário Maternidade Fonte: Autora, 2014. Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 119 O setor de banco de leite também esta localizado no ultimo pavimento, os ambientes são distribuídos por funções especificas, que são necessárias para o funcionamento deste a coleta do leite até seu armazenamento e distribuição. Para o estudo da volumetria, foram considerados os condicionantes físicos, o entorno e aspectos funcionais. Pela existência de duas fachadas principais, a Rua Coronel Germiniano Maciel foi escolhida para ter os acessos principais, pois foi considerada devido a ser uma vida de menor fluxo facilitando a entrada e saída de veículos e pedestres, além de possuir os melhores ventos, tornando o ambiente confortável termicamente. A fachada Norte voltada para a Rua Coronel Germiniano Marciel foi pensada em um elemento de destaque, que seria a fachada com vidros espelhados verdes com pé direito duplo contrastando com um volume puro em balanço, onde está localizado o setor de internação, dando a impressão de ser suportado apenas por brises horizontais para dar um efeito visual de leveza ao observador, tivesse uma função, sendo assim, uma coberta complementando a marquise como podemos observar na figura 149. Figura 149: Fachada Norte Fonte: Autora, 2014. A fachada oeste foi pensada para proteger os ambientes nelas inseridas já que está posicionada para receber a incidência solar direta, com isso ela foi concebida sem aberturas sendo dinamizada pela utilização de brises horizontais, para possibilitar a entrada apenas de ventilação de iluminação natural, através das aberturas entres eles, outra opção escolhida foi o uso de placas cimentícias com reentrâncias e Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 120 saliências que dinamizam a fachada, além da utilização do revestimento puro para a inserção do nome da maternidade, além de possibilitar a sua composição com vegetação e iluminação de efeito (figura 150). Figura 150: Fachada Oeste Fonte: Autora, 2014. A fachada Leste teve como elemento de identidade a janela em fita para, que foi uma opção estética devido ao imenso numero de aberturas necessárias nesta fachada, o volume em balanço se estende para esta fachada compondo este elemento com os demais devido também possuir janelas em fita, os brises também por serem lineares compõem favoravelmente a fachada (figura 151). Figura 151: Fachada Leste Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 121 A fachada sul que fica nos fundos do terreno é a face que dá acessos aos setores de serviço, nela também foi inserido o conceito de janela em fita, que foi quebrada com uma marquise que possui função de proteção. As esquadrias que ficam no último pavimento necessitavam de janelas altas e baixa, com isso elas foram unificadas em janela baixa com algumas possuindo esquadrias falsas na fachada, sendo que em seu interior elas permanecem com a altura necessária de acordo com sua função. Ao lado foi posicionado um pano de vidro, com isso o refeitório e hall de espera podem ter uma integração com o exterior. O volume ao lado está à circulação vertical com uma abertura central para iluminação, e após brises que foram utilizados com função de posicionar os ar-condicionados para que fiquem camuflados e não poluam visualmente a fachada, no início dos brises há uma marquise para proteção da área de estacionamento funerário, nas demais faces, utilizou janelas em fita no pavimento térreo e a parede cega nos demais andares (figura 152). Figura 152: Fachada Sul Fonte: Autora, 2014. A tipologia construtiva de toda a edificação segue o partido predominantemente horizontal obedecendo a escala urbana local. O produto final resulta na unidade plástica de toda a edificação, que compõem a identidade visual da construção. Na perspectiva pode-se apreciar a integração com a natureza, através do planejamento paisagístico que garantiram a composição visual do projeto como um todo. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 122 8.2 APRESENTAÇÃO GRÁFICA Tabela 10: Apresentação gráfica Anteprojeto Arquitetônico TIPO DESCRIÇÃO PRANCHA Apêndice A Organofluxograma – Pavimento Térreo - Apêndice B Organofluxograma – 2° Pavimento - Apêndice C Organofluxograma – 3° Pavimento - Apêndice D Implantação e Locação e coberta 01 Apêndice E Planta baixa de layout humanizada – Pavimento Térreo 02 Apêndice F Planta baixa com cotas – Pavimento Térreo 03 Apêndice G Planta baixa de layout humanizada – 2° Pavimento 04 Apêndice H Planta baixa com cotas – 2° Pavimento 05 Apêndice I Planta baixa de layout humanizada – 3° Pavimento 06 Apêndice J Planta baixa com cotas – 3° Pavimento 07 Apêndice L Cortes AB, CD e EF 08 Apêndice M Cortes GH, IJ e LM 09 Apêndice N Fachadas 10 Apêndice O Perspectivas - Fonte: Autora, 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 123 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como foi descrito ao longo deste trabalho, é evidente a necessidade da implantação da Maternidade no município de Belo Jardim. Todas as etapas apresentadas acima contribuíram para a elaboração do anteprojeto arquitetônico de uma maternidade humanizada, em local adequado e de fácil visualização e acesso ao público, além de proporcionar uso ao espaço da antiga casa de saúde da cidade, que se encontra em situações critica. Desta forma através de todos os aspectos estudados que embasaram e auxiliaram no desenvolvimento deste anteprojeto, e atendendo as leis vigentes para uma unidade hospitalar seguindo os parâmetros urbanísticos do município de Belo Jardim – PE, foi desenvolvido e alcançado seu objetivo principal, de forma a suprir a carência de espaços destinados a procedimentos obstétricos. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 124 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA RDC-50:. Regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília, 2002. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA RDC-36:. Regulamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal. Brasília, 2008. AMBRANELLI, F. Apresenta textos sobre Humanização, Disponível em: <www.humaniza.org.br> acessado em 1 de abril de 2014. BASILE, A. L. O & PINHEIRO, M. S. B. Centro de Parto Normal: O Futuro no Presente. São Paulo, 2004. BITENCOURT, Fábio. A cor como promotor de conforto nos ambientes de saúde. Disponível em: <http://www.mundocor.com.br/cores/cor_ambsaude.asp>. Acessado em 25 de Fevereiro de 2014. BITENCOURT, Fábio. Arquitetura do Ambiente de Nascer: investigação, reflexões e recomendações sobre adequação de conforto para centros obstétricos em maternidades públicas no Rio de Janeiro. 2007. 308 p. Tese (Doutorado em Arquitetura) – Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasilia, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Pediatria: prevenção e controle de infecção hospitalar. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 116 p. GAPPELL, Millicent. Psychoneuroimmunology. In: Symposium on Healthcare Design, 4, 1991, Boston. Innovations in Healthcare Design: selected presentations from the first five Symposia on Healthcare Design. New York: Sara O. Marberry, 1995. p. 115 – 120. GÓES, Ronald. Manual Prático da Arquitetura Hospitalar, 1° edição, 2004. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 125 MACEDO, I.S.C. Avaliação do ruído em unidades de terapia intensiva Braz. J. otorhinolaryngol.v.75 no.6 São Paulo, 2009. MARBERRY, Sara O. Health Design. ISdesigNET. North Palm Beach, Oct 2000. Disponível em: <www.isdesignet.com/magazine/Oct’00/health.html>. Acessado em: 15 março 2014. MIQUELIN, L. C. Anatomia de Edifícios Hospitalares. São Paulo: CEDAS, 1992. REIS, A. E., PATRICIO, A.M. Aplicação das ações preconizadas pelo Ministério da Saúde para o parto humanizado em um hospital de Santa Catarina. Ciência da Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 10, Set/Dez. 2005. TOLEDO, Luiz Carlos. Feitos para curar: Arquitetura hospitalar & processo projetual no Brasil. Rio de Janeiro, 2002. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://projedata.grupoprojetar.ufrn.br/dspace/bitstream/123456789/1306/1/100%20T OLEDO_L.pdf>, acessado dia 16 de março de 2014. VOELKER, Rebecca. “Pebbles” Cast ripples in health care design. Medical News & Perspectives. Jama, October 10, 2001, v. 286, n. 14, p. 1701-1702. Disponível em: <www.healthdesign.org/pdf_files/JAMA%20article.pdf>, acessado em 10 fevereiro 2014. Sinta-se em casa- Anteprojeto Arquitetônico de uma M a t e r n i d a d e H u m a n i z a d a | 126 APÊNDICES APÊNDICE A – Organofluxograma pavimento térreo APÊNDICE B – Organofluxograma 2° Pavimento APÊNDICE C – Organofluxograma 3° Pavimento APÊNDICE D – Planta de Implantação e Locação e coberta APÊNDICE E – Planta baixa de layout humanizada – Pavimento Térreo APÊNDICE F – Planta baixa com cotas – Pavimento Térreo APÊNDICE G – Planta baixa de layout humanizada – 2° Pavimento APÊNDICE H – Planta baixa com cotas – 2° Pavimento APÊNDICE I – Planta baixa de layout humanizada – 3° Pavimento APÊNDICE J – Planta baixa com cotas – 3° Pavimento APÊNDICE L – Cortes AB, CD e EF APÊNDICE M – Cortes GH, IJ e LM APÊNDICE N – Fachadas Norte, Sul, Leste e Oeste APÊNDICE O – Perspectivas