PROGRAMA DE FORMAÇÃO
Formação de Ingresso na Carreira de Oficial Bombeiro e no Quadro de Comando
Designação
FO-02-V - Gestão Operacional de Incêndios Florestais
Objectivo Geral
Dotar os formandos de competências na área da organização do combate aos incêndios
florestais.
Objectivos Específicos
No final da acção, os formandos devem ser capazes de:

Identificar os factores do comportamento dos incêndios florestais que têm influência
na gestão operacional;

Distinguir os métodos, as estratégias e tácticas de combate nos incêndios florestais e
definir a sua aplicação;

Conhecer os meios aéreos a operar em Portugal, a sua tipificação, capacidades,
limitações e operações combinadas;

Aplicar os procedimentos de comunicação com aeronaves no teatro de operações;

Utilizar as folhas da carta militar à escala 1:25.000 para apoio à elaboração de
cartografia operacional;

Utilizar equipamento GPS como instrumento de apoio, para marcação de pontos,
linhas (caminhos) e tirar coordenadas;

Analisar zonas de Intervenção (ZI) utilizando instrumentos de apoio (cartografia,
simbologia gráfica);

Elaborar cartografia operacional na organização de teatro de operações;

Resolver exercícios práticos de organização de teatros de operações em incêndios
Departamento de Formação
florestais.
1
Destinatários
De acordo com o estabelecido pelo Despacho n.º 713/2012, de 18 de Janeiro, da
Autoridade Nacional de Protecção Civil, que altera o Despacho n.º 21722/2008, de 20 de
Agosto, aplicável aos bombeiros dos quadros de comando a activo dos corpos de
bombeiros dependentes de associações humanitárias de bombeiros e, ainda, aos
bombeiros voluntários dos diversos quadros e carreiras dos corpos de bombeiros detidos
por municípios:

Elementos nomeados para o exercício de cargos de comando que não tenham
concluído com aproveitamento o curso de ingresso para oficial bombeiro;

Elementos oriundos, por via da reclassificação, da carreira de Oficial Bombeiro, e ainda
os chefes e subchefes da carreira de bombeiro;

Indivíduos nomeados para o exercício de cargos de comando por reconhecido mérito
no desempenho de funções de liderança ou de comando exteriores ao corpo de
bombeiros que tenham obtido aproveitamento nas provas de avaliação de
conhecimentos gerais realizadas pela Escola Nacional de Bombeiros.
Modalidade de Formação
Formação modular certificada.
Forma de Organização da Formação
Presencial.
Conteúdos Programáticos
Influência do comportamento dos incêndios florestais na gestão operacional:
- Propagação dos incêndios florestais através dos combustíveis;
- Comportamento extremo dos incêndios florestais;
- Consequências do comportamento extremo;
- Evidências de comportamento extremo:
o Efeito chaminé (comportamento eruptivo);
o Incêndios de copas;
o Incêndios de projecção.
- Comportamento em função dos modelos de combustível;
- Efeito do declive e do vento na propagação;
Departamento de Formação

2
- Ferramenta de apoio na gestão operacional:
o Aplicação do CPS – Campbell Prediction System.

Métodos e tácticas de combate aos incêndios florestais:
- Principais formas de extinção do incêndio florestal;
- Fases de combate ao incêndio florestal;
- Pontos de situação;
- Métodos de combate:
o Directo;
o Indirecto;
o Combinado;
- Método de combate indirecto: Fogo de Supressão;
- Estratégias e tácticas de combate.

Meios aéreos: operacionalidade:
- Estrutura de comando operacional;
- Estratégia geral;
- Classificação dos meios aéreos;
- Infra-estruturas aeroportuárias;
- Centro de meios aéreos:
- Empenhamentos dos meios aéreos;
- Accionamento de meios aéreos;
- Fim do empenhamento meios aéreos;
- Emprego táctico:
o Ataque directo;
o Ataque indirecto;
o Eficácia dos meios aéreos;
o Tácticas e técnicas.
- Agentes extintores;
- Escolha dos meios aéreos;
- Comunicações.

Meios aéreos: guiamento:
- Guiamento de aeronaves;
- Técnica dos pontos de referência;
Departamento de Formação
- Opções Tácticas;
3
- Técnica do círculo azimutal;
- Técnica de código horário;
- FLOMA;
- Comunicação com os meios aéreos;
- Designação dos objectivos;
- Selecção dos objectivos.

Simbologia/ Utensílios gráficos:
- Utensílios gráficos;
- Definição de linguagem cartográfica:
o A forma: principais formas geométricas;
o Cor;
o Estado;
o Estudo das acções/ meios;
o Preenchimento;
o Combinação das variáveis.
- Aplicação à análise da zona de intervenção;
- Aplicação ao sinistro;
- Aplicação às acções;
- Aplicação aos meios;
- Aplicação à organização operacional da zona de intervenção;
- Dados Contextuais;
- Quadro resumo de meios;
- Cartografia Operacional.
Análise da Zona de Intervenção:
- Dimensão e posicionamento da Zona de Intervenção (ZI);
- Componentes principais para o estudo da ZI:
o Topografia;
o Combustíveis;
o Meteorologia;
o População.
- Representação gráfica:
o Esqueleto;
o Planimetria;
Departamento de Formação

4
o Propagação previsível do incêndio florestal;
o Reacções Imediatas;
o SITAC;
o Sectorização.
- Cartografia operacional.

Cartografia para aplicação à gestão operacional:
- Revisão da Leitura de Cartas Militares à escala 1:25000:
o Margens e legenda;
o Escalas: numérica e gráfica;
o Distâncias e declives;
o Cálculo de declives;
o Cota, altitude, curva de nível;
o Representação do relevo pelo método das curvas de nível;
o Formas de relevo/ orografia;
o Geodesia, orientação e rosa-dos-ventos;
o Direcções de referência;
o Coordenadas geográficas;
o Coordenadas rectangulares.
-
Propagação teórica do incêndio florestal:
o Velocidade teórica de propagação;
o Cone de propagação;
o Realização de exercícios de exemplo.

GPS:
- O que é o sistema GPS;
- Outros sistemas;
- Componentes genéricos do sistema GPS;
- Interferências no sinal/erros;
- Aplicações práticas do GPS;
- Utilização prática de um GPS: GPSmap 60CSx (Garmin).

Exercícios de análise da zona de intervenção aplicada a incêndios florestais e
organização inicial do teatro de operações;

Avaliação (teste de avaliação sumativa).
Departamento de Formação
- Tratamento da informação dada pelo GPS;
5
Carga Horária
25 Horas.
Horários/cronograma
Horas
teóricas
Horas
práticas
2
-
Métodos e Tácticas de Combate aos Incêndios Florestais;
2
-
Meios aéreos: operacionalidade;
1
-
Meios aéreos: guiamento;
1
-
Simbologia operacional: utensílios Gráficos;
1
-
Análise da Zona de Intervenção;
1
-
Cartografia para aplicação à gestão operacional;
-
2
GPS;
1
1
-
12
1
-
Unidades de Formação
Influência do comportamento dos incêndios florestais na gestão
operacional;
Exercícios de análise da zona de intervenção aplicada a incêndios
florestais e organização inicial do teatro de operações;
Avaliação (teste de avaliação sumativa).
Total
25
Metodologias da Formação
Sessões teórico-práticas: método expositivo, demonstrativo e activo.
Critérios e Metodologias de Avaliação

A avaliação dos formandos compreende uma avaliação sumativa constituída por uma
prova de avaliação teórica que vale 40% da nota final e prova de avaliação prática que
vale os outros 60%;
A prova de avaliação teórica contém 30 questões de escolha múltipla sendo atribuída a
cotação de 0,3 a cada questão de escolha múltipla, 4 questões de resposta directa com
a cotação de 1,5 valores e uma questão de desenvolvimento com a cotação de 5
valores.

As provas de avaliação práticas incidem sobre as seguintes técnicas:
a) Análise da Zona de Intervenção;
Departamento de Formação

6
b) Elaboração do SiTac gráfico;
c) Definição de estratégias e organização da função;

Para que o formando seja aprovado é necessário que obtenha:
− Uma classificação igual ou superior a 10 valores, na média das alíneas a), b) e c),
relativas ao desempenho prático avaliado durante a realização de exercícios;
− Uma classificação igual ou superior a 10 valores na prova de avaliação teórica,
numa escala de 0 a 20;
− Todos os valores situados entre os 9,5 e 9,9 serão objeto de arredondamento para
os 10 valores;
− Cada uma das provas teórica e prática tem carácter eliminatório sendo que se o
formando reprovar deverá repetir o módulo.

O formando é considerado reprovado se tiver faltado a um número de horas superior
a 10% do total de horas do curso, não podendo ultrapassar o máximo de
7Horas/módulo.
Local de Realização
Escola Nacional de Bombeiros – Centro de Formação Especializado em Incêndios
Florestais – Lousã.
Recursos Técnico-Pedagógicos (a disponibilizar pela ENB)

Quadro branco;

Computador;

Projector multimédia;

Tela para projecção;

Apresentações em formato digital;
Espaços e Equipamentos (a disponibilizar pela ENB)
Sala de formação com um lugar sentado por cada formando, com secretárias (ou
formador). As secretárias/ cadeiras dispostas em forma de U ou mediante organização
pelo formador, sendo que a secretária para o formador está junto ao quadro branco e
computador.
Departamento de Formação
cadeiras com apoio), com mínimo de 17 cadeiras (1 para cada formando e 1 para
7

Espaços formativos com quadros brancos de parede, marcadores para quadro branco,
apagador, cartas militares, equipamentos de rádio E/R, para realizar exercícios caso as
condições meteorológicas não permitam a deslocação para as áreas florestais/terreno;

Áreas rurais, florestais e/ou de interface urbano florestal para a realização de
exercícios simulados de gestão operacional de incêndios florestais previamente
seleccionadas e estudadas pelos formadores;

Mínimo de quatro Veículos 4X4 para as provas práticas no terreno;

Pasta, por formando, contendo:
-
1 bússola;
-
1 régua;
-
1 transferidor ENB;
-
Quadrículas ENB, para a escala 1:25000 (abrangendo 1 quilómetro);
-
1 quadrícula modelo IGeoE;
-
1 conjunto de canetas de acetato (vermelha, azul, preta e verde);
-
1 prancheta;
-
1 folha com simbologia/utensílios gráficos (plastificada);
-
5 acetatos A4;

Cartas militares IGeoE 1:25000 nº 242 plastificadas (1 para cada 2 formandos);

Cartas militares IGeoE 1:25000 nº 252 plastificadas (1 para cada 2 formandos);

Álcool e panos para limpeza das cartas militares plastificadas;

Equipamentos receptores de GPS, por formando ou 1 p/a cada 2 formandos,
dependendo do número total de formandos;

Rádios portáteis E/R SIRESP;

Água potável: garrafas de água para o terreno;

1 Saco de primeiros socorros.

1 Equipamento rádio (E/R) SIRESP, por formando;

Uniforme n.º3.
Número de Formandos
Dezasseis (16)
Departamento de Formação
Recursos Físicos e Materiais (a disponibilizar pelo CB do formando):
8
Pré-requisitos
Os constantes da legislação em vigor.
Robustez física necessária ao desempenho de funções, assinando termo de
responsabilidade.
Critérios de Selecção
Não se aplica.
Critérios de Exclusão
Os previstos no Regulamento Interno do Corpo de Bombeiros do formando.
Certificação
Concluído o módulo com aproveitamento é emitido um certificado pela ENB.
Observações
Os formandos devem apresentar-se na formação com:

Uniforme n.º 3 (inclui boné, botas para combate a incêndios florestais e casaco de
abafo no Inverno);

1 (um) equipamento rádio (E/R) SIRESP;

Documento de identificação (cartão do cidadão ou bilhete de identidade e
contribuinte) e cópia do(s) documento(s) para entregar ao formador para dossier
técnico-pedagógico.

Na primeira hora de formação do curso os formandos deverão preencher a ficha de
identificação do formando com todos os dados solicitados, assinar o termo de
responsabilidade para a frequência do curso.
Bibliografia

Instituto Geográfico do Exército. Manual de Leitura de Cartas, Lisboa, 7.ª ed. Julho

Instrumentos e textos de apoio ao módulo (http://www.enb.pt/).
Departamento de Formação
2008 (http://www.igeoe.pt/);
9
Download

Formação de Ingresso na Carreira de Oficial Bombeiro e