Departamento de Engenharia Industrial MAPEAMENTO DE PROCESSOS: TEORIA E CASO ILUSTRATIVO Aluna: Ana Luisa Alves Teixeira Orientador: Luiz Felipe Roris Rodriguez Scavarda do Carmo Introdução O processo de negócio é um conjunto de atividades estruturadas e relacionadas, projetadas para produzir um específico “output” para um cliente ou mercado particular (Davenport, 1990). O mapeamento de processos, tema de grande importância para a Engenharia de Produção, é uma ferramenta gerencial e de comunicação que tem por finalidade identificar informações relevantes, partes interessadas, capacidades e recursos que são necessários para um melhor entendimento dos processos de negócio. Esse entendimento é essencial para a implementação de melhorias nos processos existentes e de uma nova estrutura voltada para processos. Existem diversos tipos de mapas com diferentes características e finalidades. Esse relatório de iniciação científica contempla três deles: o relationship map, o cross-functional process map e o flowchart. Além disso, trata também de uma ferramenta que auxilia na construção destes mapas intitulada SIPOC (Suppliers,Inputs,Process, Outputs, Customers) em português, fornecedores, entradas, processo, cliente. O objetivo da pesquisa de iniciação cientifica foi, inicialmente, o de descrever e analisar o SIPOC e estes três tipos de mapa, para, em seguida, conduzir um caso real em uma empresa de telecomunicações, ilustrando o uso combinado da metodologia do flowchart com a do cross-functional map. SIPOC, Mapeamento de Processos. O SIPOC é utilizado como uma ferramenta para identificar os elementos relevantes de um projeto de melhoria de processo. O diagrama SIPOC é feito antes do início do mapeamento de processos para ajudar na realização do mesmo. Esta ferramenta busca evidenciar as interfaces de um processo e o impacto destas interfaces na qualidade do Output, contribuindo assim, para a identificação das variáveis que afetam os resultados do processo e para desenvolver uma visão da organização voltada para o mesmo. O primeiro mapa analisado é o relationship map, em português, mapa de relacionamento. Nele são mostradas as entradas e saídas para cada parte de uma organização, evidenciando o que acontece no espaço interno da empresa e no relacionamento da empresa com o meio externo. Este mapa tem como principais finalidades tornar visíveis algumas relações fornecedor- cliente, providenciar um contexto para o projeto ressaltando o que cada parte de organização contribui para o mesmo e ilustrar os limites que o projeto deve ultrapassar para agregar valor, alem de mostrar as partes e conexões que são afetadas por uma estratégia específica, iniciativa ou mudança de proposta. Ele é construído dividindo-se uma área de trabalho em duas partes, na primeira é colocado um diagrama com todos os fornecedores e consumidores e na outra um relationship map de fato, com todas as partes da organização e as devidas conexões entre elas. O segundo mapa analisado é o cross-functional map, em português mapa funcional de processos. Este mapa retrata o fluxo de trabalho de uma organização e tem como principais Departamento de Engenharia Industrial finalidades mostrar os limites e o fluxo de trabalho como um todo, identificar padrões no fluxo de trabalho, destacar os handoffs da empresa e tonar visível a relação fornecedorconsumidor. Ele é construído desenhando-se faixas horizontais que representam cada entidade envolvida no processo e posicionando cada atividade do processo na posição adequada. Por último são colocados todos os inputs e outputs e feitas todas as conexões necessárias. O último mapa analisado é o flowchart, em português fluxograma. Este mapa é uma representação gráfica de uma sequência de trabalho. Ele é usado para compreender o trabalho de forma mais detalhada. Nele são usados diversos símbolos dependendo do tipo de tarefa. Quanto maior a quantidade de símbolos utilizados no flowchart, maior será a sua utilidade. Este mapa mostra o que de fato ocorre nos subprocessos, distingue as atividades que agregam e não agregam valor e torna visíveis as perdas que acontecem no processo. Além disso, o relatório também contempla sete princípios para melhorar o fluxo de trabalho, sugeridos em Damélio (2011). São eles: melhorar o fluxo de fora para dentro, mensurar o que importa para o cliente, tornar o fluxo visível de ponta a ponta, identificar e remover as barreiras do fluxo, conectar e alinhar as atividades que agregam valor, organizar o fluxo como um todo e gerenciar o fluxo. Para finalizar, o relatório apresenta um caso real de uma empresa de telecomunicações que utilizou a metodologia do mapeamento de processos e os mapas citados acima. Essa empresa passou por uma reestruturação da área de logística a fim de melhorar a eficiente e qualidade desse departamento. Uma das etapas dessa reestruturação foi a instalação de um novo software e para isso foi preciso fazer um mapeamento de todos os processos da área de logística. O primeiro passo foi fazer uma matriz SIPOC, onde foram definidos todos os fornecedores, entradas, subprocessos, saídas e clientes da empresa. Após a elaboração do SIPOC, foram desenhados os mapas de cada subprocesso. A empresa usou em seus mapas uma mescla da metodologia do flowchart e do cross-functional map, uma vez que detalhou mais as atividades da área de logística, porém ainda apareceram no fluxograma tarefas realizadas por outras áreas. Considerações Finais Concluindo, com as crescentes mudanças no cenário de negócios houve a necessidade de novas ferramentas para a melhoria dos processos e tornou-se evidente a importância do mapeamento de processos nesse sentido, uma vez que este, quando bem realizado, este oferece diversas vantagens para as organizações. Diversas técnicas de mapeamento de processos foram apresentadas e uma combinação delas foi adotada em um caso real, servindo assim como uma ilustração para o uso. Verifica-se assim a importância deste tema para a Engenharia de Produção. Referências 1 - Damélio, R. (2011) The Basics of Process Mapping, 2nd Edition, ISBN-10:1363273764, CRC Press. 2 - Davenport, T.H. (1990) The New Industrial Engineering, Sloan Management Review, Vol. 31, N. 4, p. 11-27.