Prêmio Jovem Extensionista 2012: Inovação e Tecnologia Belém – PA 1 2013 Editoração eletrônica Bruna dos Santos Araújo – [email protected] Luiz Augusto Monteiro Roso Danin - [email protected] Editor Silvana Nascimento da Silva Estagiários Bruna dos Santos Araújo Luiz Augusto Monteiro Roso Danin Leonardo Santos Formento Catalogação Ana Maria Barbosa Sena Rosíris Lopes Rodrigues Mendes Jane do S. Sampaio Costa Silvana Nascimento da Silva Ferreira Contatos: [email protected] Editora Universitária/UFPA Endereço: Rua Augusto Corrêa, 1 Cidade Universitária Prof. José da Silva Netto – Campus Básico Telefones: Direção: (91) 3201.7965 / Secretaria: (91) 3201.7994 / Livraria: (91) 3201.7911 – email: [email protected] © Direitos de cópia/copyright 2011 Por/by PROEX/UFPA ISSN 2177-4056 2 XV JORNADA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Coordenação Geral Prof. Dr. Fernando Arthur de Freitas Neves Coordenação Executiva Prof. Dr. Durbens Martins Nascimento Prof. Dr. José Maia Bezerra Neto Prof. Msc. Leonardo José Coelho de Souza Secretaria Ana Lídia Keila Nilziele Vale Organização: DPP Ana Sena Itamar Ribeiro Jane Sampaio Rosíris Lopes Silvana Nascimento Salomy Augusto Cleybe Ribon Bruna Araújo Carina Pereira Douglas Coelho Elenirce Cabral Jânio Maciel Juliana Santiago Leonardo Santos Lorena Claudino Luiz Danin Nélio Borges Renata Andrade Valber Reis DAIE Érika Maia Idelza Barata Waldene, Romário Nascimento Rayane Ataíde Tarsila Maquiavél Obede Albery dias Ailton Faro Caroline Sena João Bruno Regine Lourdilene Silva Waldilena Assunção Felipe Ana Clotilde Simone Ed DAC Luciane Bessa João de Castro Maria Vilma Figueiredo Célia Pereira Antonio Candido Liuzeli Caripuna Leonardo Macêdo Wallace Luz Ocione Garçon Tayanne Cid Vania Nogueira Odete Barbosa Yasmine da Mata Caroline 3 Projeto gráfico, diagramação e capa PROEG PROEX - Bruna dos Santos Araújo [email protected] O conteúdo, a redação e a revisão dos resumos deste livro são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores. Editor Prof. Dr. Durbens Martins Nascimento 2012 Todos os direitos reservados para PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DA UFPA Cidade Universitária José da Silveira Netto - Reitoria - 2° Piso Av. Augusto Corrêa, 01 - Guamá - 66075-900 - Belém-PA Tel: (91) 3201-7127/Fax: 3201-7256 www.proex.ufpa.br/[email protected] 4 COMISSÃO DE SELEÇÃO DE RESUMOS EXPANDIDOS Prof. Dr. Fernando Arthur Freitas Neves Presidente Silvana Nascimento da Silva Membro Prof. Msc. Leonardo José Coelho de Souza Membro Prof. Dr. José Maia Bezerra Neto Membro 5 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 1- 9 RECONSTITUIÇÃO E VALORIZAÇÃO DA MEMÓRIA SÓCIO-ESPACIAL E PATRIMONIAL DA CIDADE DE MARABÁ: O USO DOS ROTEIROS GEOTURÍSTICOS COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL 10 AUTOR (A): MILENE CAROLINE GOMES DE SOUZA ORIENTADOR (A): HUGO ROGÉRIO HAGE SERRA 2- AÇÕES PEDAGÓGICAS E TECNOLÓGICAS INOVANDO NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO PARÁ 14 AUTOR (A): FELIPE DE MIRANDA SEIXAS COAUTOR (A) 1: SÂMARA SORAYA ANDRADE MUNIZ COAUTOR (A) 2: THAIS SILVA TRINDADE DAS MERCÊS ORIENTADOR (A): GENYLTON ODILON RÊGO DA ROCHA 3- METODOLOGIAS INOVADORAS DE INCENTIVO À LEITURA E A ESCRITA NO PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL (PETI) EM CAMETÁ 19 AUTOR (A): VERICLÉIA LOBATO VIANA ORIENTADOR (A): DORIEDSON DO SOCORRO RODRIGUES 4- FORMAÇÃO CONTINUADA: A IDENTIDADE PROFISSIONAL PROFESSORES NAS COMUNIDADES DE ATURIAÍ E BACURITEUA DOS 23 AUTOR (A): JULIANE GOMES DE ALENCAR COAUTOR (A): ANTÔNIA SARA REBELO CUNHA ORIENTADOR (A): MARIA NATALINA MENDES FREITAS 5- A ARTE DA FORMAÇAO CONTINUADA 28 AUTOR (A): JACIARA SILVA DA SILVA ORIENTADOR (A): ALEXANDRE SILVA DOS SANTOS FILHO 6- UM DIÁLOGO SOBRE O NOVO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 32 AUTOR (A): CARLA SANTOS CARDOSO ORIENTADOR (A): MARIA DO SOCORRO DA COSTA COELHO 6 7- CIRCUITO DE LEITURA: ESPAÇO DE CONSTITUIÇÃO DE LEITORES 37 AUTOR (A): AURICÉLIA SILVA MONTE COAUTOR (A) 1: BRUNO HENRIQUE MURISSET DE OLIVEIRA COAUTOR (A) 2: CRISLENE MESCOUTO DA SILVA COAUTOR (A) 3: NARA CRISTINA DOS SANTOS FERREIRA ORIENTADOR (A): MARIA JOSÉ AVIZ DO ROSÁRIO 8- EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A FORMAÇÃO DO JOVEM AMBIENTALISTA 41 AUTOR (A): LUIZA MARIA PAIXÃO LEPOS ORIENTADOR (A): JOSÉ PEDRO DE AZEVEDO MARTINS 9- CARTA DE QUALIDADE AMBIENTAL DA MARABÁ PIONEIRA: RETRATOS DO PRESENTE, CENÁRIOS DO FUTURO 45 AUTOR (A): DIANA ONEIDE MONTELO DE OLIVEIRA COAUTOR (A): CLEITON SODRÉ GUEDES ORIENTADOR (A): MARCUS VINICIUS MARIANO DE SOUZA 10 - EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL E ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO BÁSICO NA COMUNIDADE DE FORTALEZINHA (MARACANÃ PA): AÇÃO DE EXTENSÃO DO PROEXT/2011 50 AUTOR (A): SÂMIA CORDOVIL DE ALMEIDA ORIENTADOR (A): LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA 11 - SISCEQ: UMA MANEIRA FÁCIL E PRÁTICA DE FAZER GRÁFICO DE CONTROLE 53 AUTOR (A): JONILTON MARCOS BARROS SEREJO COAUTOR (A): BRUNA JULLY NEVES NUNES, KELLY EVELIN NUNES MATOS ORIENTADOR (A): ADRILAYNE DOS REIS ARAÚJO 12 - INCLUSÃO DIGITAL: UMA QUESTÃO SOCIAL NA ILHA DO MARAJÓ 58 AUTOR (A): KARLYANNE PAOOLA SILVA BRAGA COAUTOR (A) 1: ALUÍZIO RAMOS PEREIRA NETO COAUTOR (A) 2: CARLOS GUILHERME PEREIRA QUEIROZ COAUTOR (A) 3: EDUARDO COSTA DA LUZ, COAUTOR (A) 4: EUDMAR PAIVA DE ALMEIDA. 7 ORIENTADOR (A): ADRILAYNE DOS REIS ARAÚJO 13 - ANÁLISE DA VIABILIDADE BIOECONÔMICA DE UM SISTEMA DE PRODUÇÃO DE LEITE LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE RONDON DO PARÁ PA 63 AUTOR (A): THIAGO DE ALMEIDA CAVALCANTE COAUTOR (A): MOISÉS MOREIRA LIMA ORIENTADOR (A): RICARDO PEDROSO OAIGEN 14 - O PROCESSO DE EMPODERAMENTO DAS MULHERES RIBEIRINHAS MARAJOARAS NUMA CONJUNTURA HISTÓRICO SOCIAL 69 AUTOR (A): MARIA EMILIANA PINTO MEDEIROS ORIENTADOR (A): SOLANGE PEREIRA DA SILVA 15 - HISTORICIZANDO A TRAJETÓRIA DA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS DO SUL E SUDESTE PARAENSE/ITESP/UFPA 74 AUTOR (A): CONCEIÇÃO CARDOSO BRITO COAUTOR (A) 1: FRANCISCO DE ASSIS SOBRINHO COAUTOR (A) 2: IDALINA FRAZÃO CORREIA COAUTOR (A) 3: TALITA SILVA MONTEIRO ORIENTADOR (A): THAISA TEIXEIRA FERREIRA CAMPOS 8 Universidade Federal do Pará Pró-Reitoria de Extensão INOVAÇÃO E TECNOLOGIA Prêmio Jovem Extensionista – 2012 APRESENTAÇÃO A Jornada de Extensão se traduz no encontro da Universidade com a sociedade, que pela via da extensão demonstra o esforço da Instituição para aproximar-se das demandas da população, ofertando serviços e assistência das técnicas desenvolvidas na Universidade, privilegiando o caráter de inovação e tecnologia. Inovação e Tecnologia são partes constitutivas da nossa Universidade. É relevante refletir sobre o impacto das práticas de inovação no cotidiano da população. A utilização de tecnologias no presente é um desafio para rever as práticas de consumo na sociedade. Nossa expectativa é que a população possa instrumentar os saberes e conhecimentos da Universidade nas escolhas para uma sociedade sustentável e solidária. Nesta versão estarão expostos trabalhos dos Editais PIBEX, Navega Saberes, PROEXT, Conexão de Sabres e o Edital Temático PROEX/PROEG Inovação e Tecnologia que orientaram uma série de eventos, oficinas e minicursos passando pela calourada 2013 e pelas feiras do vestibular da UFPA. Uma vez mais optamos por utilizar o corredor cultural da Praça da República até o Mercado de São Braz. Para execução desse evento contamos com a parceria da Casa da Linguagem, Museu Emílio Goeldi, Instituto de Artes do Pará/ IAP e Escola de Música da UFPA. Estas instituições disponibilizaram auditórios e espaços para apresentação de pôsteres, comunicações orais e uma série de atrações culturais serão colocadas para a assistência pública, como mais uma oportunidade de ampliar premiações da PROEX e os espaços para a arte e cultura. Prof. Dr. Fernando Arthur de Freitas Neves Pró-Reitor de Extensão/PROEX 9 RECONSTITUIÇÃO E VALORIZAÇÃO DA MEMÓRIA SÓCIO-ESPACIAL E PATRIMONIAL DA CIDADE DE MARABÁ: O USO DOS ROTEIROS GEOTURÍSTICOS COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL. AUTOR (A): MILENE CAROLINE GOMES DE SOUZA ORIENTADOR (A): HUGO ROGÉRIO HAGE SERRA ABSTRACT: The Project “Geotouristc Itinerary in Marabá: reconnaissance of cultural heritage in a geographical basis” has one of objectives to reconstruct the social-spatial memory and patrimonial of the Maraba’s city urban core entitled pioneer Marabá, where the city begins. The development of knowledge theoretical and practical foundations necessary for elaborate of geotoutistc itinerary are thought in a spatial formation and historical of Maraba’s city, mainly from the history and experiences of social actors who lives there. The research requires the involvement of teachers, technicians and fellows through methodologies based on a collective memory and the city’s history, aiming to contribute in organization autonomous of the pioneer residents of Marabá and expectative to join ventures communities to public policy, realizing jobs and money, creating real alternatives inclusion of residents, promoting, thus, citizenship. With this, it is expected to intervene in the reality of urban core of Pioneer Marabá, increasing and enrich the resident lives of Pioneer’s Marabá urban core, as well as making this project a democratic form of tourism practice. Propose to submit the Geotouristc Itineraries development to society an government as one of the prospect of economic activities faces to the local development, being, thus, a tool of social profile very important an open to use by various social actors in Marabá. Key-words: Itinerary Geotouristc. Urban Space. Cultural Heritage. Collective Memory. Pioneer Marabá. INTRODUÇÃO A proposta de implementação do projeto “Roteiros Geoturísticos em Marabá: o reconhecimento do patrimônio cultural em bases geográficas” surge dos resultados de pesquisa e debates realizados no grupo de pesquisa coordenado pela Prof.ª Dr. Maria Goretti da Costa Tavares, intitulado Turismo e Desenvolvimento Sócio-espacial na Amazônia, cadastrado no CNPQ desde o ano de 2002, onde se tem desenvolvido pesquisas concernentes ao fenômeno espacial do turismo. Os roteiros geoturísticos em Marabá podem ser considerados uma derivação teórico-metodológica dos Roteiros Geoturísticos realizados pelo mesmo grupo em Belém, resguardando as devidas realidades espaciais, uma, tipicamente metropolitana, outra, interiorana, com uma considerável notoriedade sub-regional. 10 A atividade extensionista preserva, pelo menos, dois elementos importantes. O primeiro é a democratização e popularização do turismo na cidade; o segundo é o princípio da apropriação coletiva por diversos segmentos sociais que residem na cidade. Para tanto, como conteúdo importante desse processo, apresenta-se o patrimônio cultural, dado tanto sob a forma material e imaterial no espaço urbano de Marabá. Esta última foi escolhida como a primeira cidade dessa região, não pelas questões relativas ao universo econômico, mas, sim, por reunir um acervo patrimonial que está em sintonia com a atual dinâmica sub-regional do Pará. É, nesse sentido, uma cidade de expressiva significação histórica para a região e para o estado do Pará, uma vez que apresenta lugares que são inseridos no processo de ocupação da região amazônica desde o século XX, destacando-se, principalmente, no que se refere ao período da exploração do caucho e, principalmente, da castanha-do-Pará (EMMI, 1999), sem esquecer das mais recentes mudanças feitas em âmbito regional. A principal atuação do projeto será de tentar mostrar os valores patrimoniais (CHOAY, 2006) presentes na cidade de Marabá, o que atuará como uma ação estimuladora de reconstituição da memória social, histórica e geográfica por meio do seu conjunto de elementos que constituem o acervo patrimonial da cidade, isso é feito, substancialmente com o auxílio das pessoas residentes nos espaços do patrimônio cultural. Para isso, o núcleo urbano da Velha Marabá é eleito por ser o núcleo original da formação socioespacial da cidade. Essa ideia constrói-se com o ensinamento de alunos da UFPA que têm interesse em discutir o turismo, sobretudo, aquele que é praticado em bases alternativas e por meio de um olhar geográfico-chamado, aquele ligado ao turismo de base comunitária. METODOLOGIA A metodologia a ser desenvolvida neste projeto direciona-se por princípios participativos e dialogais, tendo como referencial o turismo inclusivo e sustentável, com ações distribuídas no levantamento e sistematização de dados, preparação e implementação das oficinas, palestras e roteiros geoturísticos. Para facilitar a operacionalização do projeto, os INFOCENTROS servirão como suporte tecnológico, de pesquisa e de execução do projeto. Os INFOCENTROS serão de fundamental importância onde não são considerados apenas como uma extensão das atividades acadêmicas, mas, sobretudo como um espaço integrante da realização dos procedimentos adotados neste trabalho. Logo se objetiva através da proposta metodológica aqui presente, o levantamento e análise de obras, documentos e demais informações a respeito da história da cidade de Marabá, principalmente do seu patrimônio material e imaterial que constitui a cultura dessa cidade. Mais uma vez a utilização dos INFOCENTROS será de fundamental contribuição para a composição inicial do projeto. Junto a isso, as diversas pesquisas in locu à Fundação Casa da Cultura de Marabá será, também, julgada necessária para o acervo documental, bibliográfico e iconográfico condizente à história de Marabá. Outro procedimento importante diz respeito à caracterização periódica do processo de ocupação espacial do núcleo histórico de Marabá (MATTOS, 1996), especificamente, a Marabá Pioneira, delimitando aspectos espaciais, sociais, históricos, políticos, culturais e econômicos, que marcaram os 11 períodos, através de levantamento Bibliográfico, documental e iconográfico para a realização das oficinas. Este procedimento auxilia, em grande medida, na estruturação do diálogo a ser elaborado por meio dos roteiros. Como forma de operacionalizar a sistematização obtida por meio dos dados coletados, a realização de oficinas pedagógicas e palestras voltadas para práticas de turismo histórico, cultural e patrimonial propiciam a valorização da memória socioespacial do núcleo Marabá Pioneira. A participação de moradores da área será fundamental nessa etapa do trabalho, algo que ainda está em processo de consolidação. Com as reuniões e as realizações de oficinas para a apresentação do projeto se objetiva a sensibilização e integração das comunidades localizadas no centro histórico, e discutir o desenvolvimento das atividades para eleger formas de suas participações efetivas nos roteiros geoturísticos. As oficinas levarão em consideração os aspectos socioespaciais, históricos e simbólico– culturais do bairro e serão realizados nos INFOCENTROS selecionados. Para a proposição das oficinas e roteiros haverá sistematização das informações, onde este procedimento deverá utilizar as dependências da Faculdade de Geografia de Marabá- CAMAR. Outra etapa é a elaboração dos roteiros geoturísticos a partir das informações primárias e secundárias sistematizadas e das oficinas realizadas. A construção de roteiros alternativos de turismo deve conter, necessariamente, aspectos que são poucos visualizados e visados pelos turistas convencionais, mas que têm grande valor simbólico-cultural para a história de Marabá. Um dos processos resultantes disso é a elaboração e produção de um mapa base da Marabá Pioneira que nos auxiliará na condução do roteiro. Este mapa, deve-se lembrar, terá a eleição de pontos estratégicos feitos pelos moradores da área. A realização de um roteiro-teste é outra parte integrante do roteiro Geoturístico, pois ele visa alinhar os elementos pesquisados no INFOCENTRO e demais instituições com participação dos moradores locais na condução do processo. A realização de entrevistas semi-estruturadas é outro ponto catalisador da elaboração do roteiro, pois nos permite entender a formação da memória coletiva, ao mesmo tempo em que consolida a ideia de que o patrimônio não é formado apenas pelas edificações, monumentos, ou, ainda, aquilo que está no campo do visível. A avaliação dos roteiros aparece como sendo uma etapa finalizadora do trabalho, mas, ao mesmo tempo servirá como ponto de partir para averiguar quais os avanços e problemas a serem superados para a realização de um próximo roteiro. Neste caso, mostra-se, também que o processo de construção de um roteiro geoturístico é uma ferramenta em constante aprimoramento. A etapa concreta do trabalho será a da efetivação do roteiro que ocorrerá uma vez ao mês, com uma expectativa de 40 participantes, percorrendo-se a pé o núcleo original da cidade de Marabá, principalmente em seus pontos turísticos mais valorizados. 12 RESULTADOS E DISCUSSÃO O projeto Reconstituição e valorização da memória sócio-espacial e patrimonial da cidade de Marabá não está concluído, sendo aprovado em junho do ano 2012. Estamos em fase de construção. A etapa atual do projeto refere-se à fase de levantamentos de dados sobre a formação histórica da cidade de Marabá, junto a Fundação Casa da Cultura de Marabá, onde estamos priorizando obras de autores regionais. Nesta etapa, tem-se verificado que existe um número significativo de obras que tratam da história de Marabá e da região a qual esta cidade pertence. A agilidade pela busca de dados tem acontecido nos INFOCENTROS. Nestes espaços, mais elementos textuais, iconográficos e informações em geral tem servido com êxito para a posterior sistematização dos dados. Logo depois dos levantamentos bibliográficos e iconográficos condizentes à história de Marabá, prosseguiremos para a realização de trabalho de campo para a apresentação do projeto à comunidade e aplicação de entrevistas com agentes sociais presentes no bairro, tais como associação de moradores e de comerciantes. Esta etapa deverá ser feita em breve, pois ela será associada à pesquisa até então efetuada nos acervos bibliográficos das instituições públicas de Marabá e nos INFOCENTROS. Ainda sendo parte integrante dos primeiros levantamentos dos dados coletados, haverá a proposição das oficinas para a realização dos roteiros, levantando-se como principal bandeira as questões relativas ao patrimônio cultural e histórico de Marabá. Entretanto, a participação na 15ª Jornada de Extensão Universitária da UFPA constitui-se como elemento integrante do projeto, pois permite uma breve apresentação do processo de pesquisa, bem como a avaliação inicial deste mesmo trabalho. CONCLUSÃO O trabalho ainda está em curso, entretanto, pode-se constatar, de antemão, que a atividade de construção/ elaboração de roteiros geoturísticos em Marabá-PA constitui-se como uma ferramenta alternativa de turismo que evidencia os elementos ligados ao patrimônio cultural e à memória coletiva integrante da formação da cidade. REFERÊNCIAS CHOAY, F. A alegoria do patrimônio. 4.ed. São Paulo: Estação Liberdade/ UNESP, 2006. EMMI, M. A oligarquia do Tocantins e o domínio dos castanhais. Belém: EDUFPA, 1999. MATTOS, M. História de Marabá. Marabá-PA: Editora Grafil, 1996. 13 AÇÕES PEDAGÓGICAS E TECNOLÓGICAS INOVANDO NO ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DO PARÁ AUTOR (A): FELIPE DE MIRANDA SEIXAS COAUTORES (AS): SÂMARA SORAYA ANDRADE MUNIZ THAIS SILVA TRINDADE DAS MERCÊS ORIENTADOR (A): GENYLTON ODILON RÊGO DA ROCHA RESUMO: As pesquisas feitas no Estado do Pará mostrado pelas ocorrências apontadas por instituições governamentais e não governamentais indicam a fragilidade da sociedade na articulação e no fortalecimento das redes de enfretamento à violência sexual contra crianças e adolescentes no estado. Tendo em vista a prevenção da violência junto a sociedade, foi aprovado pela PROREITORIA DE EXTENSÃO o projeto “Empoderando comunidades escolares para o enfretamento à violência sexual contra crianças e adolescentes”, afim de promover uma sensibilização nas comunidades dos municípios contemplados pelo projeto. Os meios tecnológicos são fortes aliados, tais como a internet, rádio, televisão, etc. Com a internet, por exemplo, é feito cadastro de redes de enfrentamento em um banco de dados, onde este é alimentado frequentemente assim são fáceis de serem mapeados para um melhor controle e uma conexão entre elas para fortalecer a rede de enfrentamento. A inovação tecnológica é uma das maiores armas que a rede de enfrentamento possui contra a violência sexual de crianças e adolescentes. Divulgação de oficinas, palestras e eventos através de sites oficiais, blogger, rádios, redes sociais e e-mails. As formas de utilização de mídias, equipamentos tecnológicos, sites, aparelhos eletrônicos entre outros, para preparar os bolsistas na sua atuação na comunidade e utilização em eventos e afins. Palavras-Chave: Violência sexual. Enfrentamento. Criança. Rede. ABSTRACT: The research done in the state of Pará shown by occurrences pointed by governmental and non-governmental indicate the fragility of society in articulating and strengthening networks of coping with sexual violence against children and adolescents in the state. With a view to preventing violence from society, was approved by the Dean of the SCOPE project "Empowering school communities for coping with sexual violence against children and adolescents", in order to promote awareness in communities of the municipalities covered by the project. Technological means are strong allies, such as the internet, radio, television, etc.. With the internet, for example, is made master of networks for coping in a database, where it is fed often so they are easy to be mapped for better control and a connection between them to strengthen the network of confrontation. Technological 14 innovation is one of the greatest weapons that the network has to confront sexual violence against children and adolescents. Disclosure of workshops, lectures and events through official websites, blogger, radio, social networks and emails. The ways of using media, technology equipment, sites, and other electronic devices, to prepare the fellows in your work and use in the community and related events. Keywords: Sexual Violence. Coping. Child. Network. INTRODUÇÃO A violência sexual contra crianças e adolescentes não tem um conceito de causa em si, mas é fruto ou consequência de uma cultura de exclusão social profunda. Infelizmente a falta de informação, o descaso, a falta de estrutura familiar propiciam o aumento destes casos. E esses casos de violência sexual contra crianças e adolescentes não acontecem somente em famílias de baixa renda, mas também em famílias de classe média/alta, e os violentadores não são exclusivamente homens, há casos (muitos) de mulheres cometendo a violência. Então podemos apontar duas bases fortes para o problema, a primeira, por exclusão social, a segunda, por anomalias psicoafetivo sexuais, que pode afetar qualquer classe econômica. Nesse sentido não há possibilidade de combater a violência sexual sem que tratemos a questão causal do fenômeno social. Ao excluído, que se possibilite a educação integral, ao doente, que possa ser tratado ou acompanhado em suas anomalias. Dessa forma, o empoderamento possibilita a aquisição da emancipação individual e também da consciência coletiva necessária para a superação da dependência social e dominação política. Além disso, devolve poder e dignidade a quem desejar o estar livre, e principalmente decidir e controlar seu próprio destino com responsabilidade e respeito ao outro. “A prevenção primária é a maneira mais econômica, eficaz e abrangente pra se evitar a violência contra crianças e adolescentes. Através da prevenção primária atua-se para modificar condutas e formar novas culturas, sensibilizando e mobilizando a sociedade.” (Guia Escolar, citação Abrapia, 2002, pg. 31) Apresentar e trabalhar com dados sobre violência sexual contra crianças e adolescentes e modifica-los de forma pedagógica em slides, vídeos, reuniões com a comunidade para executar e somar ações que atinjam os municípios do Pará buscando entender o que os pesquisadores possuem de conhecimento sobre a prevenção e o enfretamento da violência sexual. Os psicanalistas Lima e Pollo (2005) ressaltam que muitas crianças continuam sofrendo abusos [...] daí a importância da identificação dos sinais emitidos pelas crianças e seu efetivo encaminhamento. Dentro das reuniões previstas no projeto de enfrentamento da violência, empoderar as comunidades para elas sentirem-se capazes de verificar ou no mínimo desconfiar de um caso de 15 violência sexual próxima de si, encontrar maneiras legais para a defesa da criança abusada levando-a com maior descrição seu caso para os órgãos competentes. METODOLOGIA Para o desenvolvimento das atividades foram utilizados os espaço do Instituto de Ciências da Educação – ICED/UFPA, onde está localizada a sala do programa INCLUDERE e as demais estruturas da Universidade Federal do Pará (auditórios, laboratórios de informática, salas de aula e etc.) para a realização dos nossos eventos. Durante estes primeiros meses de execução foram feitos mapeamentos das redes de enfrentamentos de cada município. Os responsáveis por este mapeamento foram os bolsistas e seus subcoordenadores, nos seus respectivos municípios. Por meio de bancos de dados on line dos órgãos responsáveis pela defesa da criança e do adolescente é possível acompanhar as ocorrências, conhecer o município lócus dos casos e planejar uma ação de sensibilização das comunidades vulneráveis a violência sexual contra crianças e adolescentes. O disque 100 é uma das maneiras para a prevenção dos casos de violência sexual, o levantamento de dados desses casos é uma alternativa de produzir comunicações virtuais como sites, redes sociais etc. Estimular o pioneirismo de enfrentamento nos adolescentes dando-lhes oportunidade de defesa na luta contra a exploração e abuso sexual. Houve reuniões dentro do grupo para fomentar o discurso da temática, trabalhando com textos escolhidos por cada bolsista. Os textos seguem uma sequência de aprendizado sobre o assunto violência sexual. Um dos textos utilizados foi o Guia Escolar, no qual o conteúdo é voltado diretamente para as diversas formas de violências e como preveni-las, com ênfase no abuso e exploração sexual. Outros referenciais teóricos usados foram: O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Plano Nacional de Enfrentamento a Violência Sexual Infanto-juvenil, para um aprofundamento nas sessões de estudos. “A linguagem audiovisual, utilizada na Tv, no cinema e no vídeo, tem muito a contribuir na formação educacional de crianças e jovens, pois seu simbolismo está totalmente atrelado à revolução cultural dos nossos tempos. “Uma imagem diz mais que mil palavras”. Como diz Rosa Maria Bueno Fischer, “torna-se impossível fechar os olhos e negar-se a ver que os espaços da mídia constituem-se também como lugares de formação, ao lado da escola, da família, da instituições religiosas”. (Vídeos educativos, Em defesa da criança e do adolescente. Rádio Margarida, pg 13). Elaboramos oficinas de capacitação para alunos da graduação, nas quais utilizamos métodos áudios visuais, impressos e apresentação oral para melhor informarmos sobre o assunto violência sexual contra crianças e adolescentes. Organizamos também um evento em memória ao dia 18 de maio: “Dia Nacional de combate ao abuso e a exploração sexual contra crianças e adolescentes”, para uma fomentação da comunidade universitária para esta temática, o qual foi divulgado no site da Ufpa, no jornal O Liberal e foi enviado para uma revista também da Ufpa. 16 Nossos eventos, oficinas, palestras são publicados em redes sociais, blogger do grupo, rádios, enviamos e-mails para pessoas que já haviam participado de algum evento do grupo e que ficaram cadastradas em nosso banco de dados. RESULTADO E DISCUSSÃO A articulação das atividades de 2012 nos primeiros meses de execução até hoje estão sendo executada previamente de acordo com o projeto, a participação do desenvolvimento do seminário sobre inclusão realizado pelo grupo INCLUDERE discutindo também sobre o enfrentamento da violência sexual. A primeira oficina intitulada “Em defesa dos direitos de crianças e adolescentes: o papel do educador na identificação e encaminhamento de suspeita de casos de violência sexual”, que foi direcionada aos alunos de graduação da Universidade Federal do Pará, foram tiradas vantagens de datashow, software para construção de slides e uma apresentação de vídeo, tudo para a melhor preparação dos alunos universitários para a denuncia e notificação dos casos de violência sexual. Organizamos o evento “18 de maio: A UFPA no Enfrentamento a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes”, em memória ao dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual de crianças e Adolescentes. Neste dia houve palestras de projetos de outras áreas da UFPA voltados para a violência sexual, apresentações de mídias em vídeo produzido pela rádio margarida, mesa de discussões com entidades competentes sobre o assunto e apresentação cultural. O intuito deste evento foi a fomentação da comunidade universitária para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Neste evento foi muito utilizado o datashow, aparelhos de som, microfones e notebooks. Além de que o evento foi anunciado nas redes sociais, através de e-mails, blogger, site da Ufpa e etc. Para disseminação do projeto “Empoderando Comunidades Escolares para o Enfrentamento da Violência Sexual contra crianças e adolescentes”, construímos um blogger intitulado “Protegendo para o futuro” onde há informações sobre a temática violência sexual infanto-juvenil e sobre o projeto com intuito de sensibilizar a sociedade para o enfrentamento. No blogger fazemos comentários sobre nosso grupo, sobre sites do governos que falam sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes, publicamos vídeos para uma melhor conscientização das pessoas, publicamos artigos que foram aprovados do nosso grupo para que outros possam ter melhor acesso, também, à pesquisa, etc. “A tecnologia social de radionovelas educativas, mesmo com o nome de tecnologia, não é uma parafernália moderna, na qual somente se aperta o botão liga e desliga. Utilizamos aparelhos eletrônicos apenas para facilitar a reprodução e amplificação do som, a fim de realizarmos com arte a mais antiga das transmissões de ensino e conhecimento: a história oral”. (Radionovelas educativas, pag. 11). Os bolsistas são preparados diariamente para melhor ajudar a comunidade no enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Nessa preparação são utilizados computadores, internet, impressos, Datashow nas sessões de estudo em grupo, vídeos educativos, entre outros. 17 CONCLUSOES Do processo de identificação até a resolução da ocorrência, qualificar todos os partícipes das comunidades escolares no enfrentamento da violência sexual. E melhorando a competência dos mesmos para a defesa dos nossos jovens. A tecnologia permite que capacitemos também os jovens para participarem das redes de enfrentamento. REFERÊNCIAS Brasília (Estado). Secretaria Especial dos direitos humanos. Ministério da Educação. Guia Escolar: Métodos para identificação de sinais de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Brasília, 2004, pag. 31. LIMA, Soneide de Sales, Pollo, Vera. “A violências sexual em nosso dias: questões para a psicanálise”. Psicologia, ciência e profissão, dez., 25, n4, p.558-571. ISSN 1414-9893,2005. ARNAUD, José; Mileny Matos e Osmar Pancera. Vídeos educativos: Em defesa da criança e do adolescente, Editora Universitária UFPA 2008, pag. 13. (Coleção vídeos educativos Rádio Margarida). MATOS, Mileny; Osmar Pancera. Radionovelas educativas: Em defesa da criança e do adolescente, Rádio Margarida 2012, pag. 11. (coleção radionovelas educativas). 18 METODOLOGIAS INOVADORAS DE INCENTIVO À LEITURA E A ESCRITA NO PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL (PETI) EM CAMETÁ1 AUTOR (A): VERICLÉIA LOBATO VIANA2 ORIENTADOR (A): DORIEDSON DO SOCORRO RODRIGUES RESUMO: Este trabalho expõe a proposta de um projeto vinculado ao programa Conexões de Saberes, que objetiva oferecer um suporte didático por meio de práticas de leitura e de escrita desenvolvidas no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) no município de Cametá. Tendo em vista as dificuldades apresentadas por esses estudantes, surge o interesse de se pesquisar, analisar e aplicar metodologias diferenciadas através de jogos, música, jornais, dentre outros, que possam estar auxiliando esses estudantes a melhorar o seu desempenho e interesse quanto à leitura e à Escrita, proporcionando, dessa forma, um aprendizado mais envolvente e prazeroso. Espera-se que esses alunos, no final desse projeto, possam sair da decodificação e passar para o processo de letramento socialmente relevante para as práticas sociais de leitura e escrita, produzindo seus próprios textos de maneira criativa e autônoma, ampliando, dessa forma, seus saberes e compreensão do ato de ler o mundo. Sabendo dessa importância do letramento, podemos afirmar que a busca por metodologias que venha auxiliar nesse processo de ensino-aprendizagem é de extrema importância, tendo em vista que na sociedade contemporânea as modificações são frequentes, exigindo leitores proficientes, muito contribuindo para tanto os processos metodológicos voltados para o ensinoaprendizagem do ler e do escrever. Palavras-Chave: Leitura. Escrita. PETI. Metodologias. INTRODUÇÃO Optou- se por se executar o Projeto de Letramento no PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), que tem por objetivo retirar crianças e adolescente do trabalho infantil e da vulnerabilidade social. Buscamos com o projeto por nós realizado também esclarecer o porquê de as crianças ligadas a esse programa terem dificuldades no processo de letramento, como forma de investigar o rendimento dos alunos e contribuir para o seu desenvolvimento. Partimos do pressuposto de que ao se trabalhar de forma dinâmica, lúdica, os alunos podem reconhecer a leitura e escrita e dar continuidade nos estudos, de forma mais proveitosa, considerando o disposto por Teixeira (2008, p. 37). 1 Forma de apresentação: comunicação oral Bolsista do Programa Conexões de Saberes da PROEX/UFPA/Campus Universitário do Tocantins/Cametá. Discente do Curso de Letras do Campus Universitário do Tocantins/Cametá - CUNTINS. Membro do Diretório Acadêmico do CUNTINS. 2 19 Desenvolver um programa de competência de estudo dentro de sala de aula, “dentro daquele que é o contexto regular das aprendizagens escolares permite mexer na dinâmica pedagógica do mesmo e ajustar expectativa de respostas às ajudas educativas que efetivamente se prestam”. Consideramos que o projeto (processo) de letramento é vital para a educação e deve estar voltado para o desenvolvimento do aluno, mesmo diante dos muitos desafios a serem enfrentado, tendo escola um papel fundamental para a introdução desse conhecimento. O projeto de metodologias inovadoras no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, em Cametá, por meio do Conexões de Saberes, é uma extensão universitária que busca fazer das aulas de leitura e escrita momentos de prazer, desenvolvendo a capacidade do aluno não só na leitura e escrita, mas também na visão de mundo, reconhecedor de seus direitos como cidadão e transformador de sua realidade, um processo de fundamental importância, por visar mais amplamente a busca por uma sociedade mais justa e igualitária. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Utilizamos nesse projeto o questionamento sobre por que crianças de escolas cametaenses têm dificuldade de aprender a ler e escrever, o que nos levou a introduzir métodos de alfabetização diversificados com dinâmicas lúdicas. Trata-se de uma ação de extensão universitária articulada por meio de uma pesquisa-ação, com aulas de leitura e escrita que têm como de trabalho revistas, jogos, gibis, jornais, música, brincadeiras, etc., para contribuir com a alfabetização e com o rendimento dos alunos, levando em consideração que os mesmos são de diferentes séries e que as idades variam entre sete e doze anos. As aulas ocorreram no espaço do PETI em Cametá, sendo ministradas semanalmente às quartas-feiras pela manhã e às quintas-feiras pela tarde, com turma de quinze alunos. Os professores que estão inseridos neste espaço trabalham de forma diversificada, dando importância ao conhecimento que o aluno traz do seu cotidiano, o que nos levou, enquanto bolsista do Conexões de Saberes a também considerar essa perspectiva. Em conjunto com outros Conexistas, as atividades de leitura e escrita pautaram-se no aspecto lúdico, primando-se por jogos educativos, recreações e músicas em articulação com textos escritos e visuais. RESULTADOS E DISCUSSÃO O projeto iniciou-se em setembro de 2011 e a cada semestre novos alunos eram selecionados para que outros com as mesmas dificuldades fossem atendidos pelo projeto e os que continuavam com dificuldades na leitura e escrita permaneciam. Neste ano de 2012, o projeto continuou com algumas modificações: houve a participação de mais membros do Programa Conexões de Saberes, dividido em grupos, sendo que cada grupo teve a oportunidade de preparar uma aula durante cada mês; as metodologias utilizadas eram comunicadas a todos, socializando-as. 20 Tanto na turma da manhã quanto da tarde sentiu-se a necessidade de separar as crianças por escolaridade e idade, para que o nível de conhecimento fosse parecido, até mesmo para que pudéssemos desenvolver nosso trabalho de maneira melhor e proveitosa para os alunos. Neste ano, seguimos a orientação que tive na 14°Jornada de Extensão, a de trabalhar em contato com os professores dos alunos, para trabalhar a disciplina que o professor trabalhou como uma forma de reforçar o ensino escolar, mas o que mais ouvimos nas interações com os professores foi que focássemos a leitura e a escrita com os alunos do PETI, de modo que na sala de aula eles obtivessem maior aproveitamento das disciplinas. No início do projeto percebeu-se que os alunos matriculados no PETI possuíam grandes dificuldades na leitura e escrita, principalmente na leitura. Foi constatado que alguns alunos possuíam perfil individualista e, às vezes, agindo agressivamente com seus colegas, o que nos levou também a trabalhar com vídeos educativos como forma de melhorar o relacionamento entre eles. Foi feito também análise do processo ensino-aprendizagem nas salas de aula suprindo as necessidades encontradas pelos alunos, ou seja, dificuldades de adquirir conhecimento, assim sendo proveitosos os trabalhos e métodos dinâmicos, pautados no lúdico. No desenvolvimento de nossas ações, julgamos as estratégias de ensino, verificando se estavam sendo proveitosos os novos métodos introduzidos (jogos, leitura, gibis, cadernos de caligrafia etc.). Constatamos que a melhora dos alunos em termos de leitura e escrita foi boa, em parceria com os professores do PETI. Com o projeto, observamos que os alunos avançaram na leitura e escrita, compreendendo e interpretando textos, alguns produzindo seus próprios textos (conforme o nível de aprendizagem e a faixa etária), assim como fazendo com que estes se expressem oralmente, fomentando assim um modelo de ensino contextualizado à realidade do aluno, à medida que os mesmos articulam o material escrito às suas práticas orais, oriundas do meio em que vivem. CONCLUSÃO Em vista disso, entendemos ter contribuído com a aquisição de conhecimento dos alunos do PETI em Cametá, ajudando-os na aquisição de estratégias de leitura e escrita, por meio do lúdico, além de nos ter fornecido a dimensão de como se realiza um procedimento de ensino em parceria com docentes já no exercício da profissão. REFERÊNCIAS MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da Fala Para a Escrita: Atividades de Retextualização/Luiz Antônio Marcuschi- 4° Ed. – São Paulo: Cortês 2003. 21 TEIXEIRA, Elizabeth, As Três Metodologias: acadêmicas da ciência e da pesquisa/Elizabeth Teixeira. 5° Ed. – Petrópolis, RJ, Vozes, 2008. ZIRBERMAN, Regina, A Leitura e o Ensino da Leitura, 2° Ed. São Paulo Contexto, 1991(Coleção Contexto Jovem). 22 FORMAÇÃO CONTINUADA: A IDENTIDADE PROFISSIONAL DOS PROFESSORES NAS COMUNIDADES DE ATURIAÍ E BACURITEUA. AUTOR (A): JULIANE GOMES DE ALENCAR COAUTOR (A): ANTÔNIA SARA RABELO CUNHA ORIENTADOR (A): MARIA NATALINA MENDES FREITAS ABSTRACT: This study aims through continuing education with to articulate universitary research, a group of kindergarten teaching and extension teachersin the field of rural communities of Aturiai and Bacuriteua, both located in the northeastern Para, in the municipalities of Augusto Correa and Braganca. It aims to work the theory, practice and reflection of these teachers concerning to anew professional the characterization of and a new teaching profession, with the organizational culture in preschools. It is necessary emergence the of connection between training and school projects to make that the formationhas as a guidance center the professional development of teachers, in the dual expectation of individual and collective teaching. The methodology used in the educational process consists of lectures, workshops, short coursesand movies related to the subject the teaching profession and their professionalism. In these formations the debate has guided reflection aboutteaching practice coupled with the policy parameters of teacher education at the undergraduate, in view of the Pedagogy students formation too. With this work we are investigating the teaching practice in the sense that this will help us to be future professionals commited to a more integrated and shared teaching aiming to live more flexible practices and which meets the challenges that are posed by the reality of children living in rural areas. The early results point to improving the quality of teaching in schools that is practiced in the field schools as well as the effective participation of teachers, managers, coordinators and families in times of formation. Keywords: Continuing Education, Early Childhood Education in the Field, Professional Identity. INTRODUÇÃO Ao tratar da formação continuada na educação infantil no campo, colocamos em evidência o que expressa o Projeto de Extensão Formação Docente: a construção de identidade profissional na formação para a docência nas escolas de Educação Infantil do Campo. O mesmo trata de refletir o âmbito pessoal e profissional do docente em formação e também daqueles que já se encontram em atividades de sala de aula. 23 Garantindo articular pesquisa, ensino e extensão, este projeto de formação continuada que ora desenvolvemos com um grupo de professoras da educação infantil do campo nas comunidades rurais de Aturiaí e Bacuriteua, ambas localizadas no nordeste paraense, municípios de Augusto Correa e Bragança, objetivou-se trabalhar a dimensão teórico-prática-reflexiva desses professores no que diz respeito a caracterização de uma nova profissionalidade docente, com a finalidade de que surja uma nova cultura profissional e organizacional nas escolas infantis. É necessário o envolvimento entre formação e projetos de escolas para viabilizar que a formação tenha como centro de orientação o desenvolvimento profissional de professores, na dupla expectativa do professor individual e do coletivo docente. A metodologia adotada no processo formativo, consiste em palestras, oficinas, mini cursos e filmes relacionados com a temática profissão docente e sua profissionalidade. Nestes encontros formativos investigamos a tríade sujeito, profissão e instituição como maneiras de articuladas de compreender as identidades profissionais das professoras que atuam nas escolas de educação infantil do meio rural, ao destacar a produção do sujeito e revelar os sentidos e as significações implicados nessa produção. A vivência formativa vem permitindo ao grupo de professores, aspectos fundamentais para se pensar a profissionalidade, autoria e protagonismo, pois estes indicam caminhos e férteis possibilidades para que as vozes desses sujeitos ressoem nesses momentos, especialmente, porque há um “chamamento à ideia de apresentarem-se como educadoras em um ciclo de vida contínuo, dinâmico, em desenvolvimento”, conforme o que Gomes (2009) indica. A intenção nesses momentos formativos, foi justamente o de promover um espaço para o diálogo e a reflexão, e sobretudo de pertencimento, pois estes são necessários para a emergência de uma cultura colaborativa (estagiárias, professores, para que haja uma aproximação entre iguais e entre os diferentes gestores, coordenadores pedagógicos e uma professora universitária/pesquisadora). Neste sentido, a pesquisa aponta-nos que essas professoras ao olhar para si e para o trabalho que desenvolvem, estarão emancipando-se profissionalmente. Num diálogo permanente, as professoras vão contando/dizendo sua palavra de como sentem dificuldades para enxergar que bases teóricas sustentam sua prática educativa, alegam que sua formação inicial fora eivada de lacunas que não o permitem compreenderem a intencionalidade dessas práticas. Concordamos com Gomes (2009) o quanto “a teoria é importante para a análise dos fatores que levam à compreensão dos contextos históricos, sociais, culturais e à compreensão de si mesmas como profissionais, para neles intervir, transformando-os, mas sobretudo como fundamento da necessidade prática”. Observa-se que essas formações que ocorrem nessas escolas rurais, são momentos de profunda reflexão acerca da prática pedagógica na construção da identidade profissional e exige sempre reflexão-ação-reflexão percebendo-se sujeitos dessa construção e autores de sua história. 24 METODOLOGIA O que vamos relatar conta de um percurso vivido por nós alunas bolsista e um coletivo de professoras, gestoras e coordenadoras pedagógicas das comunidades de Aturiaí e Bacuriteua, dos municípios de Augusto Correa e de Bragança, nordeste paraense, região bragantina. Compartilhamos com Pimentel quando esta nos convida a refletir que: É ali, na concretude do real, no cotidiano de muitas facetas que o homem encarnado, não o substrato homem da especulação, está inteiro – emoção, afeto, pensamento, comportamentos... Ali, na realidade pré-reflexiva da cotidianidade, estão seu passado e seu presente, articulados na sua pessoa. Mais do que isso, o cotidiano é o lócus da intersecção dos processos sociais e da subjetividade individual. (2003, p. 23) Contar deste processo possibilita-nos expressar o pensamento dos professores e a autoformação por meio da reflexão de um movimento vivido por nós e uma professora orientadora na assertiva de um diálogo especialmente por aqueles que vivem o chão concreto das escolas do meio rural. Focar os estudos na construção da identidade profissional de professores da educação infantil do meio rural nos remete procurar dialogar, discutir e refletir pontos que aliem a teoria/prática/teoria na perspectiva de evidenciar as possibilidades da construção da identidade docente a partir de seus saberes e experiências como objeto e fundamento de reflexão na consolidação de um desenvolvimento profissional. Estamos trabalhando com alguns autores que subsidiam estas reflexões: Kilusz (2006), Gomes (2009), Lopes (2009), Pimentel (2003) entre outros. Nos momentos formativos destes professores, os diálogos e reflexões evidenciam o dia-dia de uma escola infantil encharcadas de uma riqueza de vivências, nas quais passam despercebidas em meio aos problemas pessoais e também profissionais, que querendo ou não afetam o seu fazer pedagógico. Como expõem Kulisz (2006, p.45) [...] o professor não pode basear a sua formação apenas na bagagem de conhecimentos, mas também na ação reflexiva e crítica sobre as práticas educativas e de construção permanente de uma identidade pessoal. Essa formação reflexiva se dá numa relação muito próxima com a criação de sentidos sobre as vivências e sobre as experiências de vida do docente, como pessoa e profissional. A reflexão nos instiga a pensar que o professor constrói sua identidade equilibrando particularidades pessoais e profissionais e é a partir de uma análise de sua prática que este revela a totalidade da pessoa do professor. Desta forma a importância deste trabalho proposto pelo projeto foi trazer alunos graduandos do curso de Pedagogia e os professores de educação infantil das escolas de Aturiaí e Bacuriteua, na perspectiva de refletir como vem sendo forjada a construção de sua identidade profissional e pessoal por entender que a formação docente e pedagógica, andam lado a lado, e associá-las, torna a aprendizagem significativa. Assim, adotamos a seguinte configuração metodológica: Encontros formativos mediados pelas Rodas de Conversa que tratam da dinâmica de organização do trabalho pedagógico (tempo, espaço, ambientes, projeto pedagógico, dentre 25 outros); Aprofundamento e estudo acerca do registro da prática pedagógica e o profissional da educação infantil frente a construção da profissão docente; Seleção de temáticas geradoras e elaboração do projeto didático a ser desenvolvido com as crianças; Encontros para socialização das experiências desenvolvidas nas escolas durante o semestre; Avaliação dos professores sobre a vivência nestas formações e como esta vem refletindo na prática educativa de sua sala de aula. Este percurso metodológico vem sendo registrado por um conjunto de instrumentos, tais como a observações, fotografias e a escrita de diários de campo. Estes instrumentos favorecem a reflexão e possibilita a construção de memória e da história, enfatizando o papel do diálogo e da experiência grupal na formação. Nesse sentido, consideramos o registro um ato de estudar por pressupor a observação atenta e a leitura da realidade, que consequentemente irá ajudar naquilo que nos é apresentado, compartilhando com Freire, quando diz: Precisamos exercitar a capacidade de observar, registrando o que observamos. Mas registrar não se esgota no puro ato de fixar com pormenores o observado tal qual para nós se deu. Significa também arriscar-nos a fazer observações críticas e avaliativas a que não devemos, contudo, emprestar ares de certezas (Freire, 1993, p. 68). Os saberes da ação pedagógica que ora registramos são ainda o tipo de saber menos desenvolvido no reservatório de saberes do professor onde precisamos avançar. RESULTADOS E DISCUSSÕES O processo formativo, vivenciado com as professoras, gestoras, bolsistas e as famílias das escolas que participam deste projeto de extensão, tem demonstrando um avanço expressivo no âmbito da prática educativa das professoras de educação infantil do campo, nas Comunidades de Bacuriteua e Aturiaí. Os momentos formativos desenvolvidos nestas escolas, lócus deste projeto de extensão, foram bastante enriquecedores, possibilitou a participação dos pais que a partir deste momento passaram compreender a importância do brincar como parte integrante do planejamento nas aulas de educação infantil. E para as professoras serviram para promover o protagonismo profissional. CONCLUSÕES As formações que vem ocorrendo com os docentes das escolas de educação infantil do campo, permite-nos perceber pequenas mudanças na prática educativa das professoras. Bem como, a presença dos pais nessas formações, consideramos um dos pontos mais positivo desses momentos formativos. E nós alunas bolsistas, um momento de profundas aprendizagens. 26 REFERÊNCIAS KULISZ. Beatriz. Professoras em cena: o que faz a diferença?. 2ª Ed., Porto Alegre: Mediação, 2006. LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação infantil: registro de práticas. São Paulo: Cortez, 2009. PIMENTEL, Maria da Glória. O professor em construção. 9ª Ed., São Paulo: Papirus, 2003. 27 A ARTE DA FORMAÇAO CONTINUADA AUTOR (A): JACIARA SILVA DA SILVA3 ORIENTADOR (A): ALEXANDRE SILVA DOS SANTOS FILHO RESUMO: Aborda-se nesse texto algumas experiências do Curso de Formação em Arte Educação FAE, curso de nível elementar, ofertado aos professores de artes das escolas públicas e privadas de Marabá e cidades vizinhas. Objetiva-se refletir sobre as oportunidades oferecidas para que o professor se alfabetize visualmente através de imagens fixas e em movimento, ligando-o ao contexto social e histórico da arte, do fazer artístico e o julgamento estético da produção cultural em diversos níveis de elaboração e apreciação. Preocupando-se com o processo de sensibilização musical com o intento de promover a musicalização, utilizando materiais didáticos no processo de experimentação e vivencias com as linguagens artísticas. Resultando na produção de um conhecimento artístico e estético, reflexão critica com base na arte local, regional, nacional e internacional. Palavras-Chave: Arte-educação, Formação em Arte, Musicalização e Educação INTRODUÇÃO O ensino de Arte na escola se torna obrigatório a partir da Lei de Diretrizes e Bases LDB, lei nº 9.394/96, art.26, § 2º, e, por conseguinte se estabelece a demanda de professores com formação especifica para o ensino de Arte. Todavia, o que se tem visto na prática é uma contradição em relação à formação dos professores atuantes nessa área, pois o nível superior para os professores em arte é uma realidade distante das escolas no município de Marabá. Ocorre que apesar de haver uma grande demanda de escolas que precisam de professores para o ensino de Arte, há um número reduzido de profissionais que se ocupam com a disciplina, pois a maioria deles exerce a função sem ter formação específica. Daí porque, acabam improvisando aulas ou esforçando-se para fazer arte com seus alunos. Por conseguinte, resulta em conteúdos repetidos e atividades sem interesse pelos alunos, causando antipatia e desestimulo aos discentes, que não aguentam tantas avalanches de estereótipos, modelos prontos e repetições de conteúdos (BARBOSA, 1991). Nesse sentido, o Núcleo de Arte-Educação do Sul e Sudeste do Pará – NAESSP por meio do Programa Arte na Escola, com atividades na UFPA - Campus de Marabá, desde 2003, sente-se na responsabilidade de promover formação de professores, através do curso de aperfeiçoamento em arte, na qualidade de curso de extensão. O Programa Arte na escola está ligado a esse curso de formação devido sua natureza e interesse, que estão direcionadas às experiências e ensino da arte, realizando o processo de ascensão em arte-educação. 3 Graduanda do 6º período do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal do Pará campus de Marabá. 28 Sabemos que os conhecimentos específicos de arte, metodologias, técnicas, processos de avaliação e pesquisas, dentre outros, são essenciais para a realização de uma boa prática do professor em sala de aula. Pois, tais conhecimentos vêm possibilitar ao professor uma prática mais atrativa e agradável. Tornando as aulas de arte mais proveitosas em relação à produção de conhecimentos. Porém, para que isso ocorra, deve existir um freqüente envolvimento do professor com a arte, seu processo de criação e pelo menos alguns conhecimentos teóricos sobre arte, como: Historia da Arte, Produção Artística, Critica e Estética. Unindo o conhecimento teórico e a prática do professor, para possibilitar a formação de uma nova práxis em sua sala de aula, é que a parti da união desses dois elementos “inseparáveis” se terá uma prática mais critica e reflexiva em sala de aula ou em qualquer outro ambiente. Certo dessas convicções se estabelece trocas de saberes sistematizados, acadêmicos e populares, resultante da confrontação da realidade regional e local, e a participação efetiva da comunidade na atuação da Universidade, através da extensão. METODOLOGIA O curso FAE partiu da elaboração do projeto que permitisse o acesso de professores que estão ministrando aula na escola sem conhecimento específico de artes. Conta com as parcerias entre o Campus da UFPA de Marabá, GAM - Galpão de Artes de Marabá, Fundação Casa da Cultura de Marabá, Galeria Vitoria Barros, Secretaria de Municipal de Cultura e Secretaria Municipal de Educação. Possibilitando promover um curso de extensão com a característica de poder, atender a carência de profissional que lecione arte no município de Marabá e região. Este curso é desenvolvido em nível elementar, com uma carga horária de 200 horas, que são distribuídas nos módulos, sendo 160 horas de tempo universidade, 40 horas de grupo de estudos. Nortea-se sob quatro (4) eixos nucleares que se desdobram a partir da concepção das Disciplinas Básicas da Arte-Educação – DBAE: História da Arte, Teoria Estética, Critica de Arte e Produção Artística, considerando ainda os eixos conteudísticos da proposta: a) Pressuposto – fundamentos da Arte-Educação e estudos sobre a metodologia do ensino da Arte; b) Historia da Arte – locada em quatro níveis de conhecimento a respeito da arte no contexto temporal; c) Poética Visual – caracterizado com o momento de experimentos e da produção artística individualizada e/ou coletiva; d) Leitura e Crítica – para possibilitar a alfabetização visual e julgamento crítico; e) Musicalização – uma sensibilização musical, norteado pela Metodologia Triangular do Ensino de Arte. 29 No que diz respeito ao espaço-tempo universidade, este deve ser realizado por meio do desdobramento da abordagem dos recursos metodológicos empregados no curso FAE, articulados aos eixos que conduzem a teoria e prática para que se estabeleça a relação, entre eles de tal modo que: Ao se realizar os estudos sobre os fundamentos da arte-educação e o aspecto metodológico sobre o ensino da arte contribuímos para com o trabalho pedagógico do professor; alem de empreendermos pelo entendimento da arte no tempo, possibilitamos ao professor que estabeleça sua relação com o contexto temporal da arte e seu processo de alfabetização estético-visual com a produção da arte regional, nacional e internacional; assim possibilitamos o exercício de experiências com materiais para a produção dos artefatos, produção de aulas com base em materiais didáticos disponíveis pela UFPA por meio do Programa arte na escola e a produção musical a partir dos objetos encontrados na universidade e o próprio corpo, para a produção sonora, fomentando a produção artística no âmbito coletivo e individual e seu desdobramento na sociedade. Espaço-tempo localidade refere-se a um momento coletivo e separado do universitário. Propõe-se a formação de grupos temáticos em variados espaços, totalizando 40 horas aula, o qual será realizado de acordo com os integrantes dos grupos. O curso FAE é organizado em Módulos d estudos assim constituídos: Modulo I: Fundamentos da arte-educação; noções de historia da arte I; atelier de arte I; Modulo II: Metodologia do ensino na arte, noções de historia da arte II, Linguagem musical e metodologia de ensino de musica; Modulo III: Noções de historia da arte III; imagem em movimento e atelier de arte II; Modulo VI: Noções de história da arte VI; imagem no ensino da arte; leitura e releitura de imagem em movimento; RESULTADOS E DISCUSSÃO A primeira turma do curso FAE teve início em outubro de 2009, com 74 participantes entre discentes da UFPA, docente do ensino da arte na rede pública e privada e artistas plásticos e de musica do município. Com término em Junho de 2010 com 50 formandos. Foram criados no primeiro FAE sete grupos de estudos, cujos temas se remetem a realidade de cada grupo: Subvercine, Animação, Teatro Infantil, Musicalização na escola, Arte e Ciência na Escola, Cinema e Documentário. Destacamos o grupo Subvercine, o qual estudou cinema e cine documentários, caracterizado pelo fato de envolver questões regionais e polêmicas sobre os diversos confrontos de terra, direitos humanos e apropriações simbólicas do capitalismo em expansão na região do sudeste paraense. Esse grupo passou posteriormente a ser um projeto de extensão com atividades regulares no Campus de universitário da UFPA em Marabá, no sentido de continuar as discussões e se consolidar como um importante projeto de audiovisual do Campus e do Núcleo de Arte Educação. O 2º curso FAE foi realizado, por ocasião à grande demanda da procura pelo curso, no período de Abril a junho de 2011. Neste tivemos 56 participantes inscritos, e finalizamos o curso com 32 30 concluintes, dentre eles haviam docentes do ensino de arte, discentes da UFPA e outras Universidades, dentre outros. E foi realizado o 3° curso FAE, ano de 2011, onde a turma no primeiro encontro optou por uma programação de horários diferentes dos dois primeiros cursos, com aulas presencias intensivas, e aos finais de semana, onde os mesmos poderia concluir a formação em menos tempo, concluímos o curso com 36 formandos. Concluímos a formação de três turmas do curso FAE, pelo fato de ser uma formação de grande importância para Marabá e região, onde há grande carência de professores com formação em Arte. CONCLUSÃO Assim compreendemos que curso FAE assume um papel importante no ensino de artes em Marabá e região, desenvolvendo habilidades técnicas de conhecimentos para o professor, de modo a motivá-lo a ser participante nas ações que se relacionam com a produção em arte, conhecimentos artísticos, estético e crítico sobre a arte em suas mais variadas linguagens de expressão. REFERÊNCIAS BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva. 5ªed., 200. ______. A imagem no Ensino da Arte. São Paulo:Perspectiva, Porto Alegre: Fundação Iochpe, 1991. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação: Lei N. 9.394/96 apresentação Esther Grossi – 2. Ed. – Rio de Janeiro: DP&A, 1999. PLANO NACIONAL DE EXTENSÂO – PNEXT. Sensu/MEC,2001 REZENDE E FUSARI, Maria F. de & FERRAZ, Maria Heloisa C. de T. Arte na Educação Escolar. São Paulo: Cortez, 1992. 31 UM DIÁLOGO SOBRE O NOVO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO AUTOR (A): CARLA SANTOS CARDOSO4 ORIENTADOR (A): MARIA DO SOCORRO DA COSTA COELHO RESUMO: O Projeto de Extensão intitulado Diálogos em Educação, vinculado a Pro – Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Pará (PROEX – UFPA) e pertencente ao Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Estado e Educação na Amazônia (GESTAMAZON/ICED/UFPA) objetivou em sua segunda vigência iniciada em março de 2012, consolidar a relação iniciada em 2011 entre a academia e a rede pública de ensino, por intermédio de sessões referentes a grandes temas do cenário educacional nacional. A metodologia desenvolvida estabeleceu a realização de debates sobre os mais variados temas da área educacional levando em consideração as necessidades expressas pelos professores da educação básica. No primeiro semestre, o Projeto centrou suas atividades no acompanhamento da tramitação na Câmara Federal da proposta do novo Plano Nacional de Educação PNE (PL 8035/2010). Neste sentido, foi promovida uma oficina sobre o referido tema que contou com a participação de profissionais das redes públicas de ensino de 41 municípios do Estado do Pará. Palavras – chave: Diálogo – Educação - Rede púbica de ensino – Novo PNE INTRODUÇÃO O projeto de extensão Diálogos em Educação, coordenado pela Prof.ª Dra Maria do Socorro da Costa Coelho, constitui-se em uma iniciativa de aproximação entre Academia e a Rede Pública de Ensino no Pará, por intermédio de ações referente a grandes temas que norteiam os processos educativos no País. Desde 2011, ano de primeira vigência do Projeto, a equipe vem desenvolvendo seminários, palestras e oficinas envolvendo docentes e técnicos em educação lotados nas unidades educativas das redes públicas de ensino paraense. O intuito é valorizar e consolidar as experiências acumuladas pela rede pública na construção de dinâmicas, metodologias e concepções curriculares que contribuem no avanço da melhoria do ensino e das práticas pedagógicas positivas das unidades educativas. Com a efetiva e bem sucedida atuação e repercussão do Projeto Diálogos junto aos Educadores e Educadores no ano de 2011, se concorreu a novo edital em 2012, que justificado junto a PROEX, obteve aprovação e renovação, com o enfoque deste estudo. Para a continuidade das ações do Projeto, a equipe planejou a realização de palestras e oficinas periódicas (mensais) a partir de temas oriundos das necessidades dos profissionais da educação e frutos das pesquisas e estudos dos professores do Instituto de Ciências da Educação – ICED. 4 Bolsista de Extensão do Projeto Diálogos em Educação – [email protected] 32 Somada ao cronograma das atividades previstas, a Coordenação do Projeto continuou com as discussões e acompanhamento da tramitação do novo Plano Nacional de Educação- PNE que tramita no Congresso (atualmente no Senado Federal) por intermédio do PL 8035/2010. Desta forma, a tramitação e votação do referido Projeto de Lei, em Brasília, foi seguida por todo o ano de 2011. No decorrer de 2012, a Equipe promoveu uma oficina sobre o PNE na I Feira da Inovação Pedagógica – FIPE, realizada no ICED/ UFPA, no mês de maio. Nessa perspectiva, este trabalho objetiva apresentar as atividades realizadas pelo Projeto, no decorrer do primeiro semestre de 2012. É bom ressaltar a atipificidade do período na UFPA em virtude dos movimentos de greve de docentes e técnicos administrativos. METODOLOGIA No primeiro semestre de 2012, em consequência da greve nas Universidades Federais foi realizada apenas uma oficina sobre o Plano Nacional de Educação, estando o projeto prejudicado em seu cronograma de trabalho. A referida oficina contou com ampla participação de docentes, em sua maioria do interior do Estado do Pará. A Sessão teve como principal objetivo apresentar de maneira sistemática o atual quadro de tramitação do PNE aos profissionais da educação, além de discutir e esclarecer as ementas e alterações feitas pelo Relator da Comissão Especial de Educação Deputado Angelo Vanhoni, assim como destacar o papel da sociedade civil e dos movimentos sociais que proporcionaram a mobilização pelos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. A sessão foi coordenada pelo Prof. Dr. Orlando Nobre B. de Souza e o tema foi debatido pelo Prof. Dr. Alberto Damasceno(ICED/UFPA) e pela Coordenadora do Projeto Profa. Dra. Socorro Coelho (ICED/UFPA). Para o desenvolvimento da oficina alguns procedimentos fora adotados conforme descritos abaixo: - Contato com o palestrante Prof. Dr. Alberto Damasceno(ICED/UFPA), docente atuante na área de Educação para os Direitos Humanos com publicação referente ao Plano Nacional de Educação. - Contato da Equipe com as escolas públicas, universidades e entidades como Associações dos Municípios e Sindicato dos Profissionais da Educação, objetivando o envolvimento efetivo dos Trabalhadores(as) em Educação, estudantes e demais setores da sociedade. - Mobilização por intermédio dos meios de comunicação como internet, mídia impressa como cartazes e folders. A oficina abordou os seguintes pontos: Inicialmente foi informado que o PNE apresentado pelo MEC ao Congresso Nacional recebeu 2.906 emendas, o que confirmou a participação dos movimentos sociais da área educacional, sinalizando o compromisso das entidades em defesa de propostas oriundas da CONAE. Tais emendas foram sistematizadas pelo Fórum Nacional de Educação- FNE levando em consideração os eixos temáticos da CONAE-2010. Ao serem analisadas pelos mesmos Coordenadores 33 de Eixo estes selecionaram as 666 emendas mais significativas que foram submetidas à apreciação do FNE que recomendou (417) emendas. No que diz respeito ao relatório do Deputado Angelo Venhoni, apresentado em 27.04.2012, foi destacado na oficina alguns pontos de avanços ou fragilidades conforme segue: 1- Incorporação Do Custo Aluno Qualidade Inicial (Caqi) Com Transição Para O Custo Aluno Qualidade. O CAQi aponta quanto deve ser investido por aluno a cada etapa da educação básica, com o objetivo de universalizar um padrão mínimo de qualidade para todas e todos os estudantes brasileiros. 2 - O controle social do PNE : Foram incorporadas informações oriundas de pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que serão utilizadas para monitorar o futuro PNE e em ação complementar o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) ficará obrigado a produzir análises bienais para subsidiar a avaliação do novo PNE, tal medida ajudará no controle, segurança e atualidade aos dados ao Plano, como medida de Estado, pela sociedade civil. 3-Fragilidades: a) O Relatório não determina responsabilidades financeiras Federativas entre a União, Estados, Distrito Federal e os Municípios. b) Educação infantil: estimula a expansão de matrículas em creches conveniadas e comunitárias; c) Educação especial: cria tensão com a perspectiva da educação inclusiva, alçada à condição de Emenda à Constituição. d)- Gestão Democrática - Meta 19: Ainda estabelece a nomeação comissionada de diretores de escolas vinculada a critérios técnicos de mérito e desempenho, apesar de incluir a participação da comunidade escolar. Os resultados e o alcance do Projeto Diálogos em Educação até o presente momento são positivos e em plena sintonia com as finalidades e os resultados delineados. RESULTADOS E DISCUSSÃO A oficina realizada no dia 15 de Maio de 2012 contou com a participação de 151 pessoas. A oficina foi ministrada pelo Profa Drª Socorro Coelho (Coordenadora do Projeto) e pelo Profº Drº Alberto Damasceno, como já assinalado. A oficina, enquanto atividade integrante da FIPE, contou com ampla participação dos professores atuantes nas Secretarias Municipais de Educação dos Municípios localizados no interior do Estado e com os alunos dos cursos de graduação da UFPA, evidenciando a visibilidade do debate estabelecido no Estado. O evento por meio da colaboração de sua Equipe (Coordenação, bolsista e voluntários) conseguiu mobilizar mais uma vez, assim como em 2011, os professores urbanos e do campo no Pará, que em muitas vezes ficam à margem das discussões de grande importância para sua prática educativa 34 e da sua própria formação enquanto profissional reflexivo, capaz de contribuir significativamente para o caminhar de novos rumos. Vale destacar que os docentes presentes no evento são em sua maioria atuantes das Secretarias Municipais de Educação - SEMED’S, das redes públicas das escolas do campo conforme quadro abaixo. O contato destes professores com os alunos da graduação dos cursos de licenciatura, incluindo em sua maioria aqueles do Curso do Pedagogia, atua na interação, na troca de experiências e na construção de conhecimento sobre um tema de notável importância para a área educacional. QUADRO Nº 01 MUNICIPIOS PRESENTES – DIÁLOGOS EM EDUCAÇÃO 2012 ALMERIM BARCARENA BREJO GRANDE ARAGUAIA BUJARU CAPITÃO POÇO DO CHAVES MELGAÇO NOVA ESPERANÇA DO PIRIÁ PALESTINA DO PARÁ PORTEL SANTA IZABEL DO PA SÃO DOMINGOS DO CAPIM SÃO MIGUEL DO GUAMÁ AGUA AZUL DO NO TAILANDIA ANAPU CAMETÁ MOJU OERIRAS DO PA SENADOR JOSÉ PORFIRIO MARABÁ NOVA ESPERANÇA DO PIRIÁ SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA SANTARÉM COLARES MAGALHÃES BARATA JURUTI AURORA DO PARÁ GARRAFÃO DO NORTE ABAETETUBA IGARAPE MIRI PRAINHA MONTE ALEGRE TOTAL = 151 CAPANEMA CONCÓRDIA DO PARÁ PEIXE BOI GURUPÁ VISEU Belém ANAJÁS VIGIA LIMOEIRO DO AJURU FONTE: Ficha de inscrição no evento CONCLUSÕES O trabalho promovido pelo Projeto Diálogos em Educação, acerca do debate do PNE, envolveu a Universidade e a sociedade, sendo que suas ações adquiriram visibilidade, inclusive no interior do Estado, exercitando e fortalecendo a extensão universitária. O Projeto tem atividades agendadas nos Municipios de Barcarena – Pa e Belém, no segundo semestre de 2012. REFERÊNCIAS BRASIL. PL 8035/2010 de 20 de dezembro de 2010. Dispõe sobre o Plano Nacional de Educação para o Decenio 2011 -2020. Câmara dos Deputados Comissão Especial de Educação, Brasilia. 2011. 35 BRASIL, Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de lei n.º 8.035, de 2010 – Plano Nacional de Educação - Parecer Reformulado Câmara dos Deputados Comissão Especial de Educação, Brasilia. 2012. AGRADECIMENTO Ao Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Estado e Educação na Amazônia- GESTAMAZON e GERUGrupo de Estudos em Educação Rural pela oportunidade de atuar no projeto. A Pró- Reitoria de Extensão pelo apoio institucional. 36 CIRCUITO DE LEITURA: ESPAÇO DE CONSTITUIÇÃO DE LEITORES AUTOR (A): AURICÉLIA SILVA MONTE* COAUTOR (A): BRUNO HENRIQUE MURISSET DE OLIVEIRA** CRISLENE MESCOUTO DA SILVA*** NARA CRISTINA FERREIRA DOS SANTOS**** ORIENTADOR (A): MARIA JOSÉ AVIZ DO ROSÁRIO RESUMO: Este trabalho relata a experiência com o Projeto Circuito de Leitura na Escola Estadual Consuelo Coelho e Souza, comunidade do 40 Horas, em Ananindeua-pa, realizado por bolsistas do Programa Conexões de Saberes, oriundos da rede pública de Ensino, residentes de comunidades populares. Objetiva desenvolver o gosto e o prazer pela leitura dos alunos do 7º, 8º e 9º ano, do Ensino Fundamental, como forma de compreensão da leitura, da escrita e da expressão da criatividade. A ênfase no ensino de leitura e o contexto que encontramos proporcionou o desenvolvimento de um trabalho com gêneros distintos relacionando suas múltiplas linguagens dentro da concepção interacional da língua, em que o ato da leitura se efetiva entre autor, leitor, texto e contexto, construindo um sujeito leitor ativo que ao mesmo tempo recebe, transforma e age sobre a leitura, a língua, o contexto, a vida. Neste sentido, ensinar leitura é preparar o aluno para o mundo letrado, de modo a exercer a leitura e a escrita exigida pela sociedade contemporânea em suas práticas sociais de interação e compreensão de significados. É deste diálogo - entre a universidade e as comunidades populares - que se dá a prática de produção de conhecimento para a transformação social. Palavras-Chave: Circuito de leitura. Interacionismo. Leitura. Escrita. INTRODUÇÃO O Circuito de Leitura possui um longo percurso no ensino da leitura, escrita e expressão da criatividade. Brotou como reforço escolar na instituição familiar e germinou na rede pública de Ensino como projeto de pesquisa e extensão na escola Consuelo Coelho e Souza, no bairro do 40 Horas, em Ananindeua, e na Escola Celso Malcher, no bairro da Terra Firme, em Belém, às quais os bolsistas do Programa Conexões de Saberes, oriundos da rede *Graduanda do Curso de Letras – Língua Portuguesa **Graduando do Curso de Licenciatura em Ciências Naturais ***Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia ****Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia 37 pública de Ensino e também residentes de comunidades populares se distribuem e se dirigem em suas ações de incentivo ao gosto e ao prazer pela leitura e a produção de conhecimento recíproco. O projeto Circuito de leitura: lendo para ser feliz estabeleceu parceria com o Programa Conexões de Saberes: diálogo entre a universidade e as comunidades populare populares-SECADMEC-UFPA-PROEX (2009). Em 2010 ocorreu sua institucionalização no Instituto de Ciências da Educação e no PIBEX, e em 2011 no PET/Conexões de Saberes. Há um contexto, que é público e por isso sabido por todos, de deficiência da prática de leitura escolar que no âmbito do ensino público, de norte ao sul, se torna bem evidente por motivos diversos que no mais das vezes se inicia no âmbito familiar, no qual a criança vem de uma família de não leitores também por motivos distintos e na instituição escolar em que os professores precisam dar conta de um programa extenso de ensino ficando a prática, o ato da leitura relegado a segundo plano. Neste contexto social é quase impossível compreender a língua enquanto prática social de interação para a construção de sentidos, e mais que isso, é impossível adquirir o gosto e o prazer pela leitura para expressá-la de modo criativo, crítico, estético e nas diversas manifestações artísticas culturais. Sem a interação entre autor, texto e leitor o livro nunca será visto como “ato de fala impresso, que constitui igualmente um elemento da comunicação verbal. Ele é objeto de discussões ativas sob a forma de diálogo” (BAKHTIN, 1990, p. 123). É nesse contexto que o projeto Circuito de leitura: lendo para ser feliz está inserido, com o objetivo de incentivar o gosto e o prazer pela leitura como forma de compreensão da palavra, da escrita, expressão da criatividade e compreensão do mundo. Compreende-se que, para a concretização de tal objetivo - no ensino de leitura e escrita - é necessário partir de uma “concepção interacional (dialógica) da língua, onde os sujeitos são vistos como autores/construtores sociais, sujeitos ativos que - dialogicamente - se constroem e são construídos no texto” (KOCH & ELIAS, 2011, p. 10). METODOLOGIA A priori, ocorre a dinâmica da formação de quatro grupos de bolsistas para se deslocarem às duas escolas atendidas pelo projeto. Em cada escola há dois grupos de bolsistas para desenvolver os trabalhos em dois turnos, manhã e tarde. Sendo que cada grupo possui autonomia para propor e enriquecer as atividades de ensino de leitura e escrita, por meio de planejamento que se dar com o acompanhamento da coordenadora. Essa autonomia se deve aos contextos distintos encontrados entre as duas escolas, séries e de criança para criança. Depois desse direcionamento, os bolsistas vão à escola ter o primeiro contato com os alunos com o intuito de fazer uma abordagem sobre a preferência dos gêneros textuais, falar sobre a importância da leitura e realizar a dinâmica do reconhecimento da estrutura de um livro (nome do autor, título, ilustração, editora, página, ano etc.,). Em seguida, os alunos são convidados a fazer um livro fictício contando uma história criada por eles ou não e 38 apresentar aos colegas, mencionando a estrutura da sua “obra”. É deste primeiro contato e primeira produção textual que se desenvolverá o trabalho com a escrita por meio da leitura dos livros. A proposta metodológica consiste que cada uma das crianças tenha contato com os livros apresentados (previamente selecionados pelos bolsistas) e façam suas escolhas. Para tanto, o procedimento metodológico recai na: a) distribuição de livros de literatura universal, respeitando a faixa etária e a seriação das crianças e adolescentes envolvidos com o projeto; b) orientação da leitura do livro e rodas de conversa entre os alunos e seu tutor sobre a história lida; c) cada criança produz resumo da história que leu; d) é feita a socialização da leitura do livro com os alunos que leram outros livros; e) faz-se a troca dos livros e repete-se a dinâmica de ler, dialogar, produzir um texto, socializar e trocar o livro até que todos os alunos leiam três livros; e por fim, f) as crianças e os bolsistas apresentam a história lida a partir das diversas expressões artístico-cultural no Circuito de Leitura realizado no auditório do ICED/UFPA e na escola Consuelo Coelho e Souza, em datas distintas. RESULTADO E DISCUSSÃO Os resultados do avanço do ato da leitura é bem evidente para os acadêmicos envolvidos no projeto. As crianças que no primeiro momento são tímidas e inseguras para oralizar a leitura, justamente porque não estão inseridas nessa prática, quando chegam na leitura do segundo livro estão com uma leitura mais dinâmica, tanto no que diz respeito aos aspectos fonéticos e fonológicos da língua, no pausamento, posicionamento da voz, quanto na maneira de socializar a leitura que se torna mais espontânea, na qual elas relacionam a história lida com as experiências vividas. Tornou-se evidente que o ensino de leitura já é, em si, ensino de escrita, uma vez que na produção textual das crianças há aquisição de vocábulos novos e melhor encadeamento das ideias, mostrando que a prática da leitura proporciona ao individuo reflexão da estrutura e do encadeamento do texto, ainda que de forma inconsciente. Nas primeiras produções textuais a translineação e a paragrafação que eram feitas de forma inadequada passaram a ser levado em consideração pelos alunos. A eficácia da produção textual e o domínio do ato da leitura, certamente, não se dá de forma igual para todos, pois cada aluno é singular. Deste modo, o trabalho com a leitura em momentos distintos, envolveu, além do texto impresso, a leitura de filmes, de vídeos sobre leitura, passeios nos arredores da escola para identificar textos persuasivos e informativos, leitura de imagens retiradas de revistas e contação de história pelos bolsistas, como forma de relacionar linguagens, sentidos e obter a adesão de alguns alunos que não queriam participar do projeto e/ou da leitura do texto impresso. Isto implica em compreender que embora os alunos, em sua maioria, sejam de comunidades populares, não venham de um convívio de leitura efetiva, e, na sua maioria, possuem dificuldades leitoras, de compreensão e de escrita não significa que elas sejam menos competentes na prática letrada, nem menos capazes de aprender. Marginalizá-las e/ou negligenciar tais competências e a 39 aquisição de muitas outras é, sem dúvida, a única incapacidade e incompetência que ainda é muito frequente na educação de norte a sul do país, por motivos diversos. Certamente, que tal proposta não é simples. Segundo KOCH & ELIAS (2011, p. 11) afirmam que a aquisição dos recursos da língua “é uma atividade interativa altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza evidentemente com base nos elementos linguísticos”. É necessário comprometimento com o ensino de leitura e escrita, por meio de uma prática que leve em consideração o contexto do aluno para, a partir daí, desenvolver competências e habilidades que irão carrear toda sua vida. Neste trabalho de construção de conhecimento recíproco que ocorre no ensino, pesquisa e extensão há um espaço muito singular que corrobora um estreito vinculo entre ensino e construção de identidade, visto que adentrar um contexto de origem ou não e agir com e sobre ele em busca de uma transformação social, no qual o sujeito possa ser autor de sua história evidencia um espaço onde o sujeito se constitui com e pelos outros, significando e (re) significando a própria vida. CONCLUSÃO Acreditamos que o ato da leitura precisa ser prazeroso para as crianças. Da leitura obrigatória à leitura escolhida pela criança há uma grande diferença que, decerto, influenciará a interação com o texto, a descoberta, o encantamento, a relação com a experiência vivida, a compreensão das múltiplas linguagens, o deleite criativo. REFERÊNCIAS BAKHTIN, M. M. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. 5. ed. São Paulo: HUCITEC, 1990. KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2011. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Compreensão de texto: algumas reflexões. In: Dionísio, A. P. O livro didático de português: múltiplos olhares. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. 40 EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A FORMAÇÃO DO JOVEM AMBIENTALISTA AUTOR (A): LUIZA MARIA PAIXÃO LEPOS¹ ORIENTADOR: JOSÉ PEDRO DE AZEVEDO MARTINS² RESUMO: O Jovem Ambientalista (PJA) é um projeto desenvolvido pelo Núcleo de Educação Ambiental da UFPA, Campus de Marabá, e tem como objetivo trabalhar educação ambiental com jovens do ensino médio da rede pública de Marabá, de forma ampla e sistemática, tendo como referencia o estudo de questões socioambientais locais e globais. Dentro do PJA, criou-se um subprojeto desenvolvido pelos alunos, denominado “Lixo em Marabá: de onde vem e pra onde vai parar?”, o trabalho foi realizado com o objetivo de desenvolver nos alunos, uma formação acadêmica e critica, buscando estudar o sistema de saneamento básico da cidade, principalmente o lixo e o esgoto urbano, tendo em vista as questões sociais e ambientais envolvidas. Palavras- Chaves: Educação Socioambiental, Jovem Ambientalista, Lixo, Extensão. INTRODUÇÃO O Projeto Jovem Ambientalista surgiu em 2006, na cidade de Parauapebas, como parte do Programa Educação Ambiental na Floresta Nacional de Carajás: o Centro de Educação Ambiental de Parauapebas (CEAP). Este Programa foi criado para desenvolver ensino, pesquisa e extensão em educação ambiental, na região de Carajás, coordenado pelo Núcleo de Educação Ambiental do Campus de Marabá/UFPA (NEAm). Em Marabá o PJA teve o seu inicio em 2009, tendo como finalidade formar jovens de ensino médio da rede pública das escolas de Marabá em educação socioambiental promovendo estudos teóricos e práticos, assim como, possibilitar a participação destes em projetos de educação ambiental. Está previsto, na metodologia do projeto, a realização de um trabalho de pesquisa a ser desenvolvido pelos jovens ambientalistas. Através de estudos e observações da realidade marabaense, foi proposto pelos próprios alunos que o tema da pesquisa do PJA 2012 fosse sobre o lixo na cidade, visto que é um problema social e ambiental crônico em Marabá, assim como em muitas cidades brasileiras. Definido como sujeira, imundice, coisas velhas e sem valor, é sinônimo de resíduos sólidos, o lixo é representado por materiais descartados pelas atividades humanas. Desde os tempos mais remotos até meados do século XVIII, quando surgiram as primeiras indústrias na Europa, o lixo era produzido em pequena quantidade e constituído essencialmente de sobras de alimentos. 41 A partir da Revolução Industrial, quando começou a produção de objetos de consumo em larga escala, introduzindo novas embalagens no mercado, aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver a era dos descartáveis onde a maior parte dos produtos são inutilizados e jogados fora com enorme rapidez, e muitas vezes sem o devido cuidado, o que aumentou a poluição do solo e das águas, prejudicando todo ecossistema da região. No Brasil, cerca de 50% do lixo não é tratado, sendo despejado em qualquer local, sem levar em consideração a degradação social e ambiental que irá provocar, são os chamados lixões, que tanto prejudicam o meio ambiente. Outro dano provocado, devido às ocupações urbanas é o esgoto, proveniente de residências, comércios, indústrias, entre outros. Assim como ocorre com o lixo no país, também ocorre com o esgoto, cerca de 45% das cidades brasileiras não possuem rede de coleta e tratamento de esgoto, sendo deficiente o saneamento básico. Segundo a Lei nº 11.445 de 2008, o art. 3ª item 1: o saneamento básico compreende o conjunto de serviços, infra-estrutura e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais. Mas nesse trabalho nos deteremos na limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos e esgotamento sanitário. A proposta do trabalho feito pelo PJA foi a analise dos problemas causados pelo lixo e pela falta de esgoto sanitário, como visto acima, e sua aplicação ao caso da cidade de Marabá. METODOLOGIA Em março de 2012, o PJA iniciou com a pré-inscrição de 35 alunos, dos quais 20 foram selecionados. A seleção foi feita através de uma prova escrita e uma redação. A partir daí, foi iniciado as aulas de educação ambiental. O projeto está dividido em dois módulos de atividades formativas: I Modulo: é desenvolvida a parte teórica do projeto, proporcionando o amadurecimento de temas e categorias centrais da pesquisa, com conteúdos de ecologia, geografia, história, sociologia, exibição de vídeos com temas socioambientais e etc. Faz ainda, parte desse primeiro módulo, aulas de campo desenvolvidas com o objetivo de dar mais dinâmica ao projeto e para que os estudantes possam ver na pratica os assuntos abordados em sala. II Modulo: tem o objetivo de desenvolver uma pesquisa socioambiental, sobre um assunto local a ser escolhido. Nesse modulo é trabalhado método de pesquisa cientifica, e são intensificadas as aulas de campo. Como um dos objetivos do PJA é o desenvolvimento de uma pesquisa socioambiental, começamos a pensar em um trabalho a ser realizado pela turma. Inicialmente tínhamos a intenção de desenvolver uma cartilha sobre educação ambiental de forma ampla e critica, a ser futuramente 42 trabalhada em algumas escolas de Marabá, apresentando o que é educação ambiental, como e quando surgiu, alguns conceitos importantes e etc., procurando relacionar esses conceitos com nossa realidade cotidiana, buscando fazer a critica ao grande capital como agente explorador do meio ambiente, mas sem isentar o papel de cada individuo diante dos problemas ambientais que temos. Tendo assim, a necessidade de ações sistemáticas de educação socioambiental. Mas depois de uma conversa com os alunos e levantamento de idéias, surgiu uma nova linha de pesquisa, partindo de algo mais concreto como o problema do lixo, dessa forma, o trabalho passou a ser sobre o lixo em Marabá. Para contribuir na pesquisa assistimos os documentários “História das Coisas” e “Ilha das Flores” que retratam o consumismo, as formas de descarte do lixo e os problemas sociais e ambientais causados. O trabalho ficou subdividido em dois grupos, sendo que o primeiro pesquisaria temas mais gerais com o que é lixo, os 3 R’s, de onde vem os materiais e pra onde eles vão parar, e noções de como deve ser o saneamento básico e o correto descarte do lixo. O segundo grupo procurou pesquisar temas práticos como os exemplos de impacto do lixo em Marabá, a forma em que é coletado o lixo, o problema da falta de lixeiras, entre outros, para isso foi realizado observações de campo, entrevistas com representantes da Secretaria de Limpeza Urbana, Secretaria de Obras e SEMMA, além de um questionário social, ambiental e econômico, com a população marabaense, com o objetivo de verificarmos a visão da população em relação ao saneamento, o lixo e a infra-estrutura do município. Para o embasamento teórico, utilizamos o relatório GEO Marabá e a cartilha Manual do Consumo Consciente. Para a realização dos questionários, realizamos um calculo estatístico, onde pegamos o total de habitantes de cada um dos núcleos de Marabá (Velha Marabá, Cidade Nova, Nova Marabá, São Feliz e Morada Nova), e tiramos uma amostra de 0,1% em cada núcleo, e com esses foi aplicado o questionário elaborado pelos jovens ambientalistas. Outra atividade prevista foi uma visita ao aterro sanitário de Marabá, o que não foi possível pelo fato dos alunos serem menores de idade, ficando, assim, suspensa essa atividade. Após essa etapa de coleta de dados, partimos para as análises dos referenciais teóricos, das entrevistas e das observações de campos. Culminando com a construção do artigo “Lixo em Marabá: de onde vem e onde vai parar?”, o qual foi apresentado no segundo Encontro Juvenil de Educação Ambiental - II EJEA, realizado em setembro de 2012, na Serra dos Carajás, juntamente com os jovens ambientalistas de Parauapebas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante a realização do trabalho “Lixo em Marabá: de onde vem e onde vai parar?”, os jovens ambientalistas puderam amadurecer seus conhecimentos e perceber a falta de políticas publicas que atendam de fato a população marabaense, no que se refere ao saneamento básico. 43 Dessa forma, verificaram que em Marabá não há um sistema de coleta e tratamento de esgoto, sendo lançado nas galerias a céu aberto e tendo como destino final, principalmente, os rios Itacaiunas e Tocantins. Nas ruas e vias publicas verificamos o acumulo de lixo, apesar da limpeza diária das principais ruas de Marabá, isso ocorre devido ao tráfego de pessoas durante todo o dia, que jogam restos de comida, embalagens e etc. O aterro sanitário de Marabá, tão aclamado pelo poder publico da cidade, na verdade apresenta problemas estruturais e de funcionamento. Como podemos verificar no relatório Geo Marabá: “O material coletado é levado para o aterro sanitário, que aparentemente não tem funcionado de modo adequado. Há uma cooperativa trabalhando com reciclagem dos resíduos sólidos, porém ela enfrenta dificuldades em decorrência do funcionamento precário da coleta seletiva, devido a um gerenciamento falho e instalações insatisfatórias.” Pag.73 O relatório mostra ainda que existe o perigo de problemas ambientais causados pelo aterro de Marabá: “Há perigo de contaminação do lençol freático pelo chorume do aterro sanitário, em função da deficiência de gestão para garantir a sustentabilidade ambiental do equipamento.” Pag. 69 CONCLUSÕES O projeto proporcionou o amadurecimento acadêmico do grupo dos jovens ambientalistas, que tiveram a oportunidades de desenvolver habilidades e conhecimentos com uma consciência critica em relação à educação ambiental como um todo e, de maneira especifica, sobre os problemas causados pelo precário saneamento básico em Marabá. REFERÊNCIAS Brasil. Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, e dá outras providências. GEO Marabá: Perspectivas para o Meio Ambiente Urbano. Belém, Pará, 2010. IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008. Disponível em <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1691&id>, acesso em 13 de julho de 2012. UNIMED. Manual do Consumo Consciente. São Paulo, 2007, p. 38-45. Disponível em <http://www1.unimed.com.br/portal/download/rs/CConsicenteManual_versao2.pdf> acesso em: 04 de julho de 2012. 44 CARTA DE QUALIDADE AMBIENTAL DA MARABÁ PIONEIRA: RETRATOS DO PRESENTE, CENÁRIOS DO FUTURO AUTOR (A): DIANA ONEIDE MONTELO DE OLIVEIRA COAUTOR (A): CLEITON SODRÉ GUEDES ORIENTADOR (A): MARCUS VINICIUS MARIANO DE SOUZA ABSTRACT: The present study aimed to establish a Chart of Environmental Quality (CEQ) for the Maraba Pioneira district, in the city of Maraba-PA. This chart was drafted by methodological proposal of Nucci (200) and also the participation of the population residing in the area. We conducted field mapping, GIS techniques and workshops with the community to get to the final product. With the CEQ, it was noticed that the Maraba Pioneira has some environmental problems, such as low levels of green areas, vegetation cover, public open space, which cause a decrease in environmental quality of the area. Public policies such as urban forestry, selective collection of garbage, expansion of leisure spaces are proposals to the government promotes an improved quality of life in this area. Palavras-chaves: Carta de Qualidade Ambiental; qualidade de vida; Marabá Pioneira; Políticas Públicas. INTRODUÇÃO O constante crescimento da população mundial e sua concentração em áreas urbanas tem tornado cada vez mais desequilibrada a relação entre sociedade e natureza. O desenvolvimento das tecnologias da informação permite-nos ter conhecimento de várias catástrofes ambientais pelo mundo, que em sua maioria, tem origens naturais, mas são agravadas por atitudes da sociedade, como por exemplo, a urbanização de áreas de encostas e a ocupação de áreas sujeitas a inundações. É preciso, dessa maneira, repensar as práticas sociais e suas relações com o meio ambiente. A cidade de Marabá apresenta uma situação peculiar com relação à sua infraestrutura urbana, já que está espacialmente dividida em cinco núcleos urbanos. Entre outros fatores, a própria natureza do sítio urbano é que provoca tal situação, já que a cidade é cortada por dois rios, Tocantins e Itacaiúnas. O núcleo urbano original de Marabá, hoje conhecido como Marabá Pioneira, está no encontro destes rios e todos os anos é atingido pelo fenômeno natural das cheias destes cursos d´água. Tal fato, aliado ao crescimento populacional de Marabá durante a segunda metade do século XX, fez com que se implantasse um novo núcleo urbano (Nova Marabá), a fim de abrigar a população do núcleo pioneiro e também migrantes recém-chegados. Mas o núcleo pioneiro e sua população ainda persistem, mesmo convivendo anualmente com as cheias dos rios. Assim, em uma cidade que cresceu e ainda tem crescido para muito além de seu núcleo original, é necessário pensar na qualidade ambiental urbana e, 45 consequentemente, na qualidade de vida da população da Marabá Pioneira. Pensar a qualidade ambiental urbana da Marabá Pioneira é pensar em Planejamento, na avaliação das condições atuais e na perspectiva de propor ações futuras que venham a trazer melhorias para a qualidade de vida da população. Quando se pensa em planejamento, deve-se pensar no todo, nos aspectos sociais, econômicos e naturais. De maneira geral, os aspectos econômicos prevalecem na hora de se definir o uso do solo. Para Nucci (2001), não se pode negar que o ambiente urbano também necessite de uma ação planejada, pois a sua utilização de forma desordenada conduz a uma queda da qualidade de vida. Desta feita, o presente trabalho teve como objetivo elaborar uma Carta de Qualidade Ambiental (CQA), a partir de uma metodologia proposta por Nucci (2001) e também dos conhecimentos dos sujeitos que vivem o ambiente, com o intuito de que a CQA se torne um instrumento para a transformação desta população em sujeitos ativos na construção de uma cidade ecologicamente equilibrada, podendo cobrar das autoridades públicas a formulação e a implementação de políticas públicas que tragam melhorias para a qualidade de vida. METODOLOGIA A Carta de Qualidade Ambiental da Marabá Pioneira foi construída baseada na metodologia de Nucci (2001), mas com adaptações à realidade local e também com a participação da população residente na Marabá Pioneira. A primeira etapa de realização do trabalho foi uma revisão bibliográfica do tema qualidade ambiental e também da matriz metodológica que foi adotada para, em seguida, realizar as atividades de campo. Em campo, foi efetuado um levantamento do uso do solo da área pesquisada, que serviu de base para a elaboração das diferentes cartas que compõem a CQA. Após a pesquisa de campo, partiu-se para as análises em laboratório, em que se utilizaram procedimentos de fotointerpretação em fotografias aéreas, na escala de detalhes. Em seguida, os dados foram sistematizados em ambientes de SIG (Sistema de Informações Geográficas). Com os dados coletados em campo e as informações obtidas pelo processo de fotointerpretação, procedeu-se à elaboração das Cartas Temáticas, que compõem a CQA. Foram elaboradas as cartas de Uso do Solo, de Cobertura Vegetal, de Áreas Verdes, de Espaços Livres Públicos, de Enchentes e de Poluição. Também foi elaborada uma Carta de Densidade Populacional, mas na construção da CQA esta foi descartada, pois os índices de densidade demográfica encontrados estavam bastante abaixo do que a literatura avalia como prejudicial à qualidade ambiental. Além destas, não foi elaborada a Carta de Verticalidade das Edificações, como está na metodologia de Nucci (2001), pois na Marabá Pioneira esta variável é insignificante. Após a elaboração destas cartas, foi feita a sobreposição de layers, para que se chegasse à Carta de Qualidade Ambiental, ainda de forma parcial. Diz-se parcial porque outra etapa do trabalho foi realizada para se chegar à CQA definitiva: a participação da população. Para tal, foram realizadas oficinas na Associação de Moradores do Bairro Francisco Coelho, na Marabá Pioneira, em que os moradores tiveram contato com a CQA previamente elaborada e, a partir da vivência destes, com opiniões, sugestões, chegou-se à CQA final, 46 representativa tanto da construção metodológica adotada quanto da vivência dos moradores da Marabá Pioneira. Ao final da elaboração da CQA, realizou-se um Seminário com a participação da equipe executora do projeto, Associação de Moradores, comunidade acadêmica e representantes do poder público municipal, para que os resultados obtidos através da CQA fossem apresentados, afim de que possam se transformar em políticas públicas que garantam uma melhoria na qualidade ambiental da área estudada. RESULTADOS E DISCUSSÃO As cartas temáticas elaboradas, que deram origem à CQA, foram feitas baseadas em variáveis ambientais que interferem na qualidade ambiental urbana. A primeira das cartas é a Carta de Uso do Solo. Esta carta avalia o uso do solo de acordo com duas variáveis, o uso residencial e o uso misto, sendo que a concentração do uso misto é um fator negativo, pois este uso é mais poluidor do que o residencial. A partir desta carta, identificou-se que há uma concentração de estabelecimentos de comércio e serviços na parte mais central da Marabá Pioneira, sobretudo na Avenida Antônio Maia, o que diminui a qualidade ambiental nesta parte da área de estudo. No tocante à Carta de Poluição, o levantamento de dados de pesquisa sobre as fontes de poluição destacou os usos causadores de poluição visual, sonoro, hídrico e atmosférico. Os fatores destacados neste trabalho que proporcionam a poluição no bairro são os estacionamentos náuticos e de veículos privados, as boates, os postos de gasolina e as construções de residências e/ou comércios. Esses pontos poluidores encontrados no perímetro pioneiro mostra a poluição sonora e visual na área, havendo uma maior concentração de pontos na parte central do núcleo urbano, sobretudo na área de maior concentração de atividades terciárias. A cobertura vegetal é um aspecto muito importante para a população na cidade. Porém o que foi observado no mapeamento é que a vegetação está meramente associada às ocupações residenciais, ou seja, estão localizadas principalmente nos quintais das casas. Neste sentido percebe-se que não existe um planejamento adequado para a visualização paisagística considerando como elemento principal a vegetação do perímetro urbano. No entanto a cobertura vegetal é um fator natural a ser visto nas áreas urbanas, pois desempenha um papel de beneficio na qualidade ambiental em todo o espaço urbano. Com o mapeamento e utilizando técnicas de SIG, verificou-se que a área de cobertura vegetal de toda a Marabá Pioneira é de apenas 3,9%. Este dado é preocupante, já que a literatura científica diz que índices de cobertura vegetal menores que 5% fazem com que a área tenha características semelhantes a de um deserto. Fazendo referência à Carta de Espaços Livres Públicos, durante o levantamento de dados na Marabá Pioneira, foram consideradas onze áreas aqui denominadas de espaços públicos, sendo estes direcionados ao lazer da população. São as praças, os estacionamentos (Z30) e os locais públicos vistos em dois bairros do núcleo. Tanto no mapeamento quanto nas oficinas com a população foi possível perceber que a quantidade destes espaços de lazer está aquém das necessidades dos 47 moradores. Foi encontrado um índice de 8,13m²/habitante no que diz respeito aos Espaços Livres Públicos, sendo que o recomendado pela ONU é de 12m²/habitante. Além da quantidade, outra preocupação é com a qualidade destes espaços, muitas vezes deteriorados, oferecendo riscos ao invés de lazer aos seus usuários. A Carta de Áreas Verdes é outro produto deste trabalho e evidencia no núcleo Marabá Pioneira a insuficiência no que diz respeito à quantidade de arborização existente nos espaços públicos. Entre onze espaços públicos somente três mostraram cobertura vegetal significativa. Neste sentido a falta de planejamento no perímetro urbano do núcleo pioneiro propagou uma preocupação relativa ao fato de não existir uma demanda maior de arborização no sistema recreativo, ou seja, os espaços de lazer não apresentam condições saudáveis em capacidade ambiental para a população em pauta. O Índice de Áreas Verdes (IAV) encontrado foi de 1,03m²/habitante, sendo que o recomendado pela SBAU (Sociedade Brasileira de Arborização Urbana) é de 15,0m²/habitante. A Carta de Inundação possibilita uma maior visualização da área considerada edificável segundo índices de estudos técnicos realizados no núcleo urbano da Marabá Pioneira, pois se considerou os níveis de maior elevação já ocorridos em épocas de cheias. A questão da inundação é bastante complexa na Marabá Pioneira, pois uma grande parte do espaço urbano é inundada durante o período chuvoso. De acordo com a carta temática pode-se perceber a cota de segurança que é na curva de nível acima 82 m este aspecto visa área que não inunda e a cota de inundação, este, área que fica emersa. Por fim, a Carta de Qualidade Ambiental sobrepôs as cartas temáticas, além das sugestões da população, para que se chegasse a um documento que expressa efetivamente a realidade local. Na CQA, adotou-se o Setor Censitário do IBGE com unidade de análise. Figura 01: Carta de Qualidade Ambiental da Marabá Pioneira 48 CONCLUSÃO Finalmente, percebeu-se que existem diversos problemas ambientais na área que devem receber atenção do poder público. Incentivar a arborização urbana, projetos de coleta seletiva do lixo, adequar os espaços de lazer são ações simples e que podem ter resultados eficazes na melhoria da qualidade ambiental e de vida desta população. REFERÊNCIAS COSTA, R. G.S.; FERREIRA, C. C. M. Análise do Índice de Áreas Verdes (IAV) na área central da cidade de Juiz de Fora (MG). In: Revista da SBAU, Piracicaba, v.4, n.1, 2009, p.39-57. Disponível em: <www.revsbau.esalq.usp.br>. Acesso em 21 mar. 2011. NUCCI, João Carlos. Qualidade ambiental e adensamento urbano: um estudo de ecologia e planejamento da paisagem aplicado ao distrito de Santa Cecília (MSP). São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP, 2001. 236p. SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao planejamento e à gestão urbanos. 3ªed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. 556p. 49 EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL E ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO BÁSICO NA COMUNIDADE DE FORTALEZINHA (MARACANÃ – PA): AÇÃO DE EXTENSÃO DO PROEXT/2011 AUTOR (A): SÂMIA CORDOVIL DE ALMEIDA ORIENTADOR (A): LUIZ CARLOS SANTANA DA SILVA RESUMO: A Ilha de Maiandeua pertence ao município de Maracanã (PA). Fortalezinha faz parte dessa ilha e é uma vila de pescadores. O Levantamento Nacional de Saúde Bucal feito em 2008 e revelou a ausência de políticas públicas para o acesso à população de baixa renda ao serviço odontológico. O objetivo foi oferecer oficinas sobre o cuidado da boca e dentes e atendimento odontológico básico aos moradores desta localidade. A metodologia empregada foi promoção da saúde por meio de palestras junto à comunidade e, posteriormente, atendimento odontológico na Faculdade de Odontologia (UFPA). Uma parcela da população local compareceu às oficinas realizadas. É de suma importância informar sobre a Saúde Odontológica em uma área de pouco acesso pelos profissionais, com o intuito de instruir acerca das principais causas das doenças bucais incluindo, de acordo com os hábitos locais, formas de prevenção para tais doenças, contribuindo para a melhoria da saúde da população. Palavras-chaves: Saúde bucal. Comunidade. Odontologia. Oficinas. INTRODUÇÃO O Levantamento Nacional de Saúde Bucal feito em 2008 revelou, em dados estatísticos, a gravidade da ausência de políticas públicas que viabilizasse o acesso à população de baixa renda ao serviço odontológico. Após esses resultados, deu-se uma mobilização do governo federal ao resgate da ‘dignidade’ do sorriso, através da implantação de programas e incentivos públicos para a assistência odontológica integral e gratuita, devidamente inserido no SUS. De acordo com o Levantamento Nacional de Saúde Bucal de março de 2004 pelo Ministério da Saúde, 13 % dos adolescentes nunca foram ao dentista, 20% da população brasileira já perdeu todos os dentes, 45% dos brasileiros não tem acesso regular a escova de dente (BRASIL, 2006). Apesar dos investimentos de todas as esferas de governo em programas de saúde bucal, o número de brasileiros que nunca foi ao dentista é de 27,9 milhões de pessoas, o equivalente a 15,9% da população (BRASIL, 2006). A situação de Saúde Bucal no Brasil é crítica. E isso engloba não só a carência no atendimento odontológico à população de baixa renda, mas também à falta de estratégias adequadas na educação em saúde e higiene bucal. 50 METODOLOGIA Realizamos Educação em Saúde bucal em duas visitas à Comunidade de Fortalezinha. A primeira palestra foi sobre “Importância dos dentes”, na qual os recursos utilizados foram: o quadronegro da escola da comunidade, macromodelos de bocas com dentições permanentes e decíduas. Ao final desta palestra, foram distribuídas escovas dentais infantis e para adultos. Na segunda visita à comunidade, realizamos também uma palestra sobre “Técnicas de escovação” e fizemos inscrições dos moradores para o atendimento odontológico básico em Belém, na Faculdade de Odontologia (UFPA). No atendimento, foram utilizados materiais odontológicos que corresponderam às necessidades de cada paciente. RESULTADOS E DISCUSSÃO As atividades iniciaram pela manhã, com uma conversa com os moradores de Fortalezinha sobre seus hábitos alimentares, o tipo de horta que cultivam e seus hábitos de higiene. Focando para a área odontológica, foram feitas as seguintes perguntas: “Qual a importância dos dentes para vocês?”; “Por que vocês acham que o dente adoece/estraga?”; “Quais os alimentos vocês acreditam que causam a cárie?”; “Quantas vezes vocês escovam seus dentes por dia?”; “Por que é bom termos os dentes em nossa boca?”; As respostas dessas perguntas foram escritas em um quadro-negro presente na sala que estava ocorrendo a educação em saúde. Quando foi feita a pergunta “Quais os dentes que você considera mais importante para a mastigação?”, foi passado de mão em mão um macromodelo com toda a dentição permanente no qual os dentes são removíveis, e cada participante foi tirando o dente que achava ser mais importante para a boca. Ao final do diálogo, foram distribuídas escovas dentais para adultos e para crianças. A professora e cirurgiã dentista Rosely Cavaleiro (Faculdade de Odontologia – ICS/UFPA) foi analisando a necessidade e a queixa de cada paciente para encaminhar à Belém e ter acesso ao atendimento odontológico tanto no SUS quanto na Faculdade de Odontologia da UFPA. Foram 12 encaminhamentos, com as necessidades de tratamento: restauradores (3), periodontais (3), endodônticos (2), cirúrgico (1), odontologia especial (1), odontopediatria (1) e para a confecção de prótese (1). No total, foram 42 participantes, sendo 23 mulheres (3 com surdez), 11 homens e 8 crianças (1 com paralisia cerebral). Na segunda visita à Comunidade de Fortalezinha (Ilha de Maiandeua, Maracanã, PA), fomos com o objetivo de promover Educação em Saúde com palestra “Técnicas de escovação”, entrega de folders educativos, além de realizar agendamentos para atendimento odontológico gratuito na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Pará. Para a palestra, compareceram 6 meninos, com os quais tivemos um “bate-papo” sobre a escovação dentária, perguntamos “Quem gostaria de demonstrar nesse modelo como escova os dentes?” e tivemos a participação de um garoto. Depois distribuímos os folders sobre técnicas de escovação, alimentos e recomendações sobre a higiene do corpo em geral. Tivemos 12 pessoas inscritas para o atendimento odontológico, mas compareceram 4 no dia do mesmo. A Faculdade de Odontologia da UFPA cedeu a Clínica 01 e tivemos a participação da Dra. 51 Rosely Cavaleiro como cirurgiã dentista responsável pelo atendimento e 6 voluntárias para a realização dos atendimentos. Os exames realizados foram a verificação da pressão arterial e glicemia antes dos seguintes procedimentos odontológicos: profilaxia (limpeza), raspagem periodontal, restaurações (remoção de cáries) e cirurgia. CONCLUSÃO É muito importante informar sobre a Saúde Odontológica em uma área de pouco acesso pelos profissionais. Assim, tentamos instruir aquela comunidade acerca das principais causas das doenças bucais incluindo, de acordo com os hábitos locais, formas de prevenção para tais doenças, contribuindo para a melhoria da saúde da população. REFERÊNCIAS AMARANTE, L.M.; JITOMIRSKI, F.; AMARANTE, C.L.F. Flúor: benefícios e controvérsias dos programas de fluoretação. Rev Bras Odontol, v.50, n.4, p.22-30, 1993. BARATIERI, L.N. et al.Odontologia Restauradora: Fundamentos e Possibilidades. São Paulo: Editora Santos, 2004. BASTOS, J.R.M.; LOPES, E.S.; FREITAS, S.F.T. Panorama mundial após 50 anos de uso do flúor. Rev Gauch Odontol, v. 41, n.5, p. 309-11, 1993. BRASIL. Ministério da Saúde. Lei Federal nº 6050 de 24 de maio de 1974. Brasília, DF, D.O.U., 1974. BUZALAF, M.A.R. Bioquímica do flúor: manual didático. Bauru, FOB/USP, 1996. 119p. DAWSON, P. E. Avaliação, diagnóstico e tratamento dos problemas oclusais. 2. ed., Traduzido por Silas Cunha Ribeiro. São Paulo: Artes Médicas, 1993.686 p. OKESON, J.P. Fundamentos de oclusão e desordens temporomandibulares. 2. ed. traduzido por Milton Edson Miranda. São Paulo: Artes Médicas, 1992. 449 p. 52 SISCEQ: UMA MANEIRA FÁCIL E PRÁTICA DE FAZER GRÁFICO DE CONTROLE AUTOR (A): JONILTON MARCOS BARROS SEREJO COAUTORES (AS): BRUNA JULLY NEVES NUNES KELLY EVELIN NUNES MATOS ORIENTADOR (A): ADRILAYNE DOS REIS ARAÚJO , RESUMO: Este artigo apresenta um software desenvolvido para auxiliar estudantes, professores e indivíduos relacionados à área de estatística e de engenharia de produção na geração de gráficos de controle. Esse software apresenta uma forma rápida e prática para criação de gráficos de controle devido o usuário poder construí-los sem a necessidade de saber suas fórmulas, já que o sistema faz o cálculo delas automaticamente. Na ferramenta também constam gráficos novos e difíceis de encontrar implementados em outras ferramentas do mesmo gênero como: CUSUM, EWMA e Regressão. Palavras-chave: Estatística, JFreeChart, Gráficos. INTRODUÇÃO A estatística é uma ciência que se propõe em coletar e organizar os dados para tomadas de decisões. Didaticamente ela está dividida em duas partes: estatística descritiva, que tem por objetivo descrever características importantes sobre população, por meio de tabelas e gráficos e a estatística indutiva ou inferencial, que se utiliza de dados amostrais para fazer inferências (ou generalizações) sobre uma população. Os gráficos de controle são ferramentas estatísticas para avaliar, acompanhar e manter a estabilidade do processo e seu principal objetivo é monitorar e avaliar uma determinada atividade ou processo a fim de descobrir algum desvio ou variação desta atividade ou processo. Devido isso é de grande importância ter um sistema que ajude na confecção destes tipos de gráfico com intuito de acelerar o processo de monitoramento podendo assim prevenir defeitos, evitar desperdícios e eliminar o que comprometa a eficiência do processo e reduzir custos. METODOLOGIA No controle estatístico da qualidade alguns gráficos são utilizados, dentre eles tem-se os gráficos de controle para variáveis utilizados na monitoração da dispersão do processo que são: o gráfico da amplitude (gráfico R); o gráfico do desvio padrão (gráfico S) e o gráfico da variância (gráfico S²) juntamente com eles estão os gráficos utilizados na monitoração do nível do processo: gráfico da média (gráfico de ) e o gráfico da mediana (gráfico ) utilizados no monitoramento de 53 variáveis; gráfico da amplitude móvel (gráfico MR); gráfico de observações individuais (gráfico I); gráfico da fração não conforme (gráfico p) utilizado no monitoramento de atributos; gráfico para o número de itens não conformes (gráfico np) que é utilizado no monitoramento de atributos onde a estatística de teste acumula as não conformidades por unidades produzidas e o gráfico para o número médio de defeitos por unidade (gráfico u) que é utilizado no monitoramento onde a estatística de teste é o acúmulo de não conformidades por unidade física. O JFreeChart é um framework de código aberto para a linguagem de programação Java, que permite a criação de uma grande variedade de gráficos tanto interativos quanto não interativos. O sistema proposto é baseado em JFreeChart devido ele possibilitar a criação de gráficos em aplicações desktop ou web de forma rápida, fácil, flexível e profissional. Com ele é possível gerar gráficos para diversas saídas, como por exemplo, para uma tela Desktop (Swing), arquivos de imagens (PNG, GIF e JPG) e formatos vetorizados (PDF, EPS e SVG). O JFreeChart pode ser usado para gerar gráficos de área, linha, setores, bolha, gantt, etc. Todos os tipos de gráficos possibilitam customização de quase tudo, como legendas, bordas, cores, fontes, etc. RESULTADOS O software desenvolvido foi nomeado como SISCEQ e seu foco está na geração de gráficos de controle sem a necessidade de conhecimento do usuário por parte do ferramental teórico, já que os cálculos são realizados sem a necessidade de intervenção do mesmo. Outro motivo encontrado para criação do programa foi o fato de não existirem softwares disponíveis para geração de novos gráficos de controle (Mediana, CUSUM, EWMA e Regressão). Existem ferramentas proprietárias que auxiliam na coleta, na aplicação das ferramentas do Controle Estatístico da Qualidade (CEQ), na análise dos dados coletados e na geração de relatórios para os usuários como, por exemplo, o Excel (2007). Essa é uma das várias ferramentas que auxiliam na geração de gráficos de controle, porém para realizar essa tarefa o usuário precisa ter um conhecimento sobre as fórmulas relacionadas ao gráfico além do conhecimento de como manipulá-las dentro do programa. O software foi testado por alunos do Curso de Graduação em Estatística, com a finalidade de facilitar a construção dos gráficos de controle. Os alunos consideraram o desempenho do software adequado e de fácil utilização. O foco do software desenvolvido é apoiar a geração de gráficos de controle independente dos dados que serão analisadas. Esses dados podem ser tanto de processos industriais quanto de processos de software ou serviços. O software foi criado com o intuito de possibilitar que novos gráficos possam ser implementados. Assim, caso seja necessário, um desenvolvedor pode acrescentar ao software funcionalidades que possibilitem sua evolução. A interface do programa foi feita com intuito de facilitar a visualização dos tipos de gráficos e funções que ele dispõe, facilitando assim o manuseio dele pelo usuário. Os gráficos de controle foram 54 categorizados de acordo com os dados (Variáveis e Atributos), gráficos para medidas individuais e outros tipos de gráficos de controle. Para cada tipo foram dispostos os gráficos dele que se submetem como visto na Figura1. Figura 1 – Interface do SISCEQ. O diagrama de caso de uso da Figura 2 apresenta as funcionalidades presentes no software desenvolvido. O software criado permite a geração de gráficos de controles que envolvem os cálculos dos limites, sendo que alguns destes cálculos de limites de controle incluem valores tabulados ( , , etc). Para a representação dos gráficos de controle também é necessário o cálculo da linha central e o cálculo da estatística que irá depender do tipo de gráfico selecionado. Figura 2 – Caso de Uso do SISCEQ. <<include>> calcularLimites <<extend>> consultarValoresTabulados <<include>> gerarGrafico calcularLinhaCentral <<include>> calcularEstatistica usuario calcularIndiceDeCapacidade <<extend>> Os gráficos obtidos pelo SISCEQ foram comparados com os gráficos gerados pela ferramenta de geração de gráficos do Excel 2007 do pacote Office, sendo uma das ferramentas mais utilizadas no meio acadêmico. O sistema provou ser tão bom quanto, ou melhor, que a ferramenta do Excel 2007 no desempenho. O sistema é mais prático, de fácil entendimento e manuseio, pois o software mascara todas as fórmulas e cálculos que o usuário precisaria ter conhecimento para realizar a mesma tarefa no Excel. As figuras a seguir mostram alguns gráficos plotados pela ferramenta do Excel e pelo SISCEQ usando os mesmos dados de teste. Figura 3 – Exemplo de Gráfico p Gerado pelo Excel 2007. 55 Figura 4 – Exemplo de Gráfico p Gerado pelo SISCEQ. CONCLUSÃO A ferramenta SISCEQ mostrou-se uma poderosa ferramenta aliada na construção de gráficos de controle, já que o usuário não precisaria ser um especialista para construir estes tipos de gráficos, uma vez que o sistema ficaria responsável por calcular e realizar todos os requisitos necessários para confecção dos mesmos. REFERÊNCIAS RAMOS, Edson Marcos Leal Soares; ALMEIDA, Silvia dos Santos de; ARAÚJO, Adrilayne dos Reis. Controle Estatístico da Qualidade. São Paulo: Editora Bookman, 2012. 56 TOLEDO, José Carlos; ALLIPRANDINI, Dário Henrique. Controle Estatístico da Qualidade. Universidade Federal de São Carlos, departamento de engenharia de produção GEPEQ- grupo de estudos e pesquisa em qualidade. São Paulo, 2004 Bibliotecas e Documentação do JFreeChart. Disponível em: http://www.jfree.org/jfreechart/. Acesso: 02/05/2012. 57 INCLUSÃO DIGITAL: UMA QUESTÃO SOCIAL NA ILHA DO MARAJÓ AUTOR (A): KARLYANNE PAOOLA SILVA BRAGA COAUTORES (AS): ALUÍZIO RAMOS PEREIRA NETO CARLOS GUILHERME PEREIRA QUEIROZ EDUARDO COSTA DA LUZ EUDMAR PAIVA DE ALMEIDA ORIENTADOR (A): ADRILAYNE DOS REIS ARAÚJO RESUMO: Em um mundo em que a tecnologia evolui a cada segundo, e que o uso do computador faz parte do cotidiano de várias pessoas, ainda existir pessoas que não tem acesso a essa tecnologia informacional é algo incoerente na realidade do mundo atual. A escolha de comunidades quilombolas para que esse programa fosse criado, foi para que essas pessoas que devido a uma questão história acabaram sendo distanciados das novas tecnologias. Para que assim como essas tecnologias mudaram e virou parte da vida de tantas pessoas, possa mudar e fazer parte da vida dessas pessoas também. Usando a ferramenta BrOffice, foi ensinado para pessoas das comunidades quilombolas a informática básica, usando três programas dessa ferramenta (Writer, Impress e Calc), recursos básicos para o uso do computador, também foi ministrado um curso básico de internet e conhecimento do computador. O projeto não foi feito apenas para ensinar, mas também para aprender com os quilombolas, um pouco de sua cultura e costumes. Palavras-chave: Tecnologia informacional, BrOffice, Informática básica, Comunidades quilombolas. INTRODUÇÃO O programa de inclusão digital para algumas comunidades quilombolas da Ilha do Marajó (PA) foi criado com o objetivo de incluir as pessoas das comunidades que, de certa forma, foram excluídas do acesso a novas tecnologias devido à distância geograficamente, o seu desenvolvimento desacelerado e por uma questão cultural e histórica (Figura 1a). A ideia de ofertar os cursos aos quilombolas não era para que eles apenas aprendessem a usar o computador e suas ferramentas, mas para que esse conhecimento possa de alguma forma trazer melhorias para sua vida e para comunidade. METODOLOGIA O PROGRAMA DE EXTENSÃO O desenvolvimento deste programa de extensão universitária teve como objetivo oferecer um suporte técnico-científico às mulheres adolescentes, educadoras e lideranças locais de comunidades 58 quilombolas da Ilha do Marajó (PA) incluindo-as no mundo digital, tendo, também, como foco por em prática os conhecimentos adquiridos de professores e alunos dos cursos de Estatística e Ciências da Computação. Este projeto fundamenta-se devido à necessidade contínua de melhorar as condições de vida dos moradores das comunidades quilombolas da Ilha do Marajó, por meio de suporte técnico-científico e a maior dificuldade é contextualizar a tecnologia ao cotidiano dos habitantes quilombolas. A informática, hoje, é uma forte ferramenta de desenvolvimento social. Percebe-se que, atualmente, nos deparamos com situações nas quais se envolvem diversas áreas do saber, portanto, a presença de interdisciplinaridade é indispensável, pois, consistem na junção das mais variadas áreas do conhecimento. Ressaltando que este programa de extensão envolveu estudantes dos cursos de Ciências da Computação e Estatística, visando, não somente a interdisciplinaridade das ações, mas consolidar o grupo com a pesquisa e extensão. Portanto, o programa preconizou ações que não somente apliquem o conhecimento adquirido em sala de aula com a prática extensionista, contudo, que amplie o horizonte dos envolvidos para a pesquisa científica e ensino. INCLUSÃO DIGITAL A inclusão digital é uma forma de popularizar a tecnologia de informação, com o objetivo não apenas de alfabetizar em informática, mas sim fazer com que conhecimento adquirido seja útil para a melhoria de suas condições de vida. Focando nisso, este programa foi criado com o intuito de suprir as necessidades de inclusão digital em algumas das comunidades quilombolas da Ilha do Marajó (PA), que, devido a sua localização e condições sociais, tornam-se isoladas desta tecnologia (Figura 1b). O programa utiliza para o ensino o BrOffice, que é um programa semelhante ao Microsoft Office, com o diferencial de ser gratuito, portanto, viabiliza a sua utilização de forma mais acessível a todos. CURSOS MINISTRADOS A COMUNIDADES QUILOMBOLAS DA ILHA DO MARAJÓ Cursos básicos de conhecimento de computadores e acesso a internet Funções básicas: Como ligar/desligar o computador, conceitos de hardware e software; Acessar programas pelo menu iniciar e pela área de trabalho, entre outros (Imagem 1c). Noções de internet: Como utilizar Navegadores para pesquisas na internet; criação e uso de um E-mail; Conhecer as principais redes sociais e Ferramentas de mensagens instantâneas, etc. Os Cursos de informática O BrOffice.org foi a ferramenta escolhida para ser utilizada no projeto, seu uso simples, destinado a diversas tarefas, possui editor de textos, planilha eletrônica para cálculos, gerenciador de apresentações, e etc. É derivado do StarOffice, da empresa Sun, com a vantagem de ser gratuito, e de 59 fácil acesso, sendo ainda de código aberto e versões diferentes para rodar em vários sistemas operacionais, inclusive no Linux. a) Introdução a Writer: Abordou-se uma breve introdução sobre Writer e suas funções básicas, como; editar, navegar com teclado e mouse, selecionar textos, recortar, copiar, colar, Colar imagens, formatar caracteres como fonte, alinhamento, entre outras funções (Figura 1c). b) Introdução ao Calc:Abordou-se uma breve introdução sobre o Calc e suas funções básicas, como; movimentos dentro de planilhas, seleções de intervalos de células, criar, salvar, abrir e fechar planilhas, e outras funções matemáticas. c) Introdução ao Impress:Abordou-se uma breve introdução do Impress e suas funções básicas, como; plano de fundo, criar slide, nota, folhetos, classificador de slide, apresentação de slide, como utilizar a barra de menu, barra de desenho, barra de formatação, inserir figuras e tabelas, efeitos e animações, abrir apresentações existentes e aplicações de exercícios. As aulas contaram com o auxílio pedagógico de slides, e aos alunos ofereceu-se material impresso, como apostilas. Os alunos tiveram a sua disposição durante as aulas computadores, onde puderam pôr em prática as lições ensinadas presencialmente. RESULTADOS A Interdisciplinaridade nos cursos Ciência da Computação e Estatística gerou resultado satisfatório ao Programa Inclusão Digital para os moradores das comunidades quilombolas da Ilha do Marajó. A inclusão digital configurou-se como um processo desafiador, pois para aqueles indivíduos que não tinham acesso às tecnologias de informação e comunicação, serem incluídos no mundo digital não é apenas ser “alfabetizado” em informática, mas sim fazer com que o conhecimento adquirido por ele sobre a informática seja útil para melhorar seu quadro social (Figura 1d). O Projeto ofereceu aos alunos participantes e aos instrutores a emissão de certificados. Aos alunos inscritos exigia-se a partir de 75% de frequência durante o curso para ter direito ao certificado (Figura 1e). Aos instrutores também foram oferecidos certificados de participação como ministrantes dos cursos. No total, 240 moradores das comunidades quilombolas tiveram acesso aos cursos oferecidos pelo projeto. Além de mostrar um novo mundo e dar a oportunidade para que essas pessoas façam parte dele, visualizar a mudança que esse conhecimento fez na vida dessas pessoas é além de uma satisfação profissional, uma satisfação pessoal para cada um que participou das atividades deste programa. É importante ratificar que nem todas as pessoas interessadas tiveram oportunidade de participar dos cursos por falta de computadores para suprir a grande demanda de procura, pois, embora a falta de tecnologia nos locais for clara, seus moradores são ávidos por novos conhecimentos e experiências (Figura 1f). Isto ficou muito evidente na receptividade que a equipe recebeu em todas as comunidades quilombolas visitadas. 60 Figura 1: Imagens da Realização do Projeto nas Comunidades Quilombolas. (a) (b) (c) (d) (e) (f) Nota: a - travessia dos pesquisadores para chegar a Comunidade Mangueiras; b – alunos assitindo o curso Writer em Mangueiras; c – pesquisadora da UFPA ensinando a utilização do teclado no curso de Connhecimentos Básicos de Computadores e Acesso a Internet em Salvaterra; d – pesquisador da UFPA auxiliando aluno da comunidade de Caldeirão no curso de Calc; e – alunos da comunidade de Caldeirão recebendo os certificados do curso de Calc; f – resultado apresentado pelo aluno na aula do Impress em Mangueiras. CONCLUSÃO Este programa resultou como ganho de experiência de alunos dos cursos de Ciências da Computação e Estatística, por meio de ações de extensão, de caráter multidisciplinar, pela realização de cursos às comunidades quilombolas. Sendo assim, produzindo conhecimento acadêmico de qualidade e responsável, este programa pode colocar os alunos em situações realistas, tornando possível o entendimento de o quanto é gratificante o diligenciamento para com a sociedade e cooperar, nem que seja um pouco, para sua melhoria. REFERÊNCIAS BrOffice.org. Disponível em http://www.cultura.ufpa.br/dicas/open/oo-defi.htm. Acessado em 09/09/2010. BrOffice.org. Disponível em: http://www.broffice.org/. Acessado em 05/09/2010. 61 AGRADECIMENTOS A realização das ações de extensão deste programa não seriam possíveis sem a colaboração dos profissionais e membros do Grupo de Estudos e Pesquisas Estatísticas e Computacionais e do Laboratório de Sistema de Informações e Georreferenciamento ambos da Universidade Federal do Pará e teve apoio do PROEXT- MEC/SESu. 62 ANÁLISE DA VIABILIDADE BIOECONÔMICA DE UM SISTEMA DE PRODUÇÃO DE LEITE LOCALIZADO NO MUNICÍPIO DE RONDON DO PARÁ - PA AUTOR (A) THIAGO DE ALMEIDA CAVALCANTE COAUTOR (A) MOISÉS MOREIA LIMA ORIENTADOR (A): RICARDO PEDROSO OAIGEN RESUMO: Avaliou-se no ano de 2011 uma propriedade leiteira localizada na Região Sudeste do Estado do Pará com o objetivo de analisar sua viabilidade bioeconômica no curto prazo e seus indicadores de produção e produtividade. O processamento dos dados e análise dos indicadores foi realizado por um software comercial de gestão de sistemas pecuários e em planilhas de MS Excel®. O sistema apresentou em relação ao fluxo de caixa margem positiva quando utilizada a receita total, incluída a venda de animais. No entanto a margem foi negativa ao utilizar apenas a receita de venda de lácteos. A propriedade mostrou-se viável no curto prazo, porém são necessários incrementos que promovam aumentos em sua produção e produtividade. Palavras-chaves: Bovinocultura leiteira, gestão, indicadores, sustentabilidade econômica. ABSTRACT: It was evaluated in 2011 a property dairy located in the Southeast of Pará State in order to analyze its bioeconomic viability in the short term and their production indicators and productivity. The data processing and analysis of the indicators was carried out by a commercial software of management in livestock systems and MS Excel ®. The system presented in relation to cash flow positive margin when using the total revenues, including the sale of animals. However the margin was negative by using only the revenue from sale of milk. The property was feasible in the short term, but increments are needed to promote increases in production and productivity. Key Words: Dairy cattle production, management, indicators, economic sustainability. INTRODUÇÃO Rondon do Pará é um dos 39 municípios que compõem a mesorregião do Sudeste do Pará e possui uma produção em torno de 22 milhões de litros/leite/ano, ocupando o quinto lugar entre os municípios com maior produção no estado, sendo a maior parte dessa produção proveniente de pequenos produtores (IBGE, 2009). No entanto os índices zootécnicos e os controles gerenciais dos sistemas leiteiros estão muito aquém do desejado. 63 Ações de extensão rural são importantes no sentido de melhorar a produtividade de sistemas de produção de base familiar, através da implementação de alternativas sustentáveis que promovam a inclusão social e geração de renda para estes produtores e assim melhorar seu nível de vida. Neste sentido a análise bioeconômica da atividade leiteira é extremamente importante, pois, por meio dela, os produtores passam a conhecer e a utilizar, de maneira racional, eficiente e econômica, os fatores de produção, tais como o capital, a terra e o trabalho, e então, por meio de estratégias gerenciais buscar obter sucesso na sua atividade e atingir os seus objetivos de maximização de lucros e minimização de custos. O trabalho objetivou realizar uma análise da viabilidade bieconômica de um sistema de produção familiar, através da mensuração de indicadores econômicos e zootécnicos no ano de 2011. Assim como analisar os fatores que apresentam maior influência nos custos de produção e receitas do mesmo, visando propiciar ao pecuarista, no médio prazo, a viabilidade técnico-financeira da sua propriedade rural e propor, a longo prazo, um “modelo” de sistema de produção sustentável e que gere renda para os pecuaristas familiares do município de Rondon do Pará. METODOLOGIA A análise foi realizada em uma propriedade com produção de leite a pasto localizada no município de Rondon do Pará, Sudeste Paraense, com aérea de 200 ha de pastagem cultivando espécies do gênero Brachiaria spp e Panicum spp, em pastejo rotacionado. No período de Junho a Outubro ocorre uma seca marcante na região, época em que o produtor fornece aos animais cana-deaçúcar com ureia e/ou silagem de milho. Também são fornecidos alimentos concentrados, basicamente milho e soja, o ano todo para as vacas de maior produção e para as bezerras na seca e pós-desmama. Os dados zootécnicos e econômicos foram coletados no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2011, por meio de planilhas de controle formuladas pelo projeto de extensão que o produtor participa, coordenado pela Universidade Federal do Pará/Faculdade de Medicina Veterinária. O processamento dos dados econômicos e zootécnicos foi realizado por um software comercial de gestão de sistemas pecuários e através de planilhas MS Excel®. A partir destes foram calculados o custo de oportunidade da terra, com base em arrendamento (R$ 15,00/UA/mês) e o custo de oportunidade do capital, aplicando a taxa de juros real da caderneta de poupança (6%/ano) (Flores, 2006). Os valores do custo desembolso (custos fixos + custos variáveis), custo operacional (custos fixos com depreciação + custos variáveis) e custo total (custo operacional + custos de oportunidade da terra e do capital) estão de acordo com a metodologia aplicada por Oaigen et al. (2009) e Nogueira (2007). Os indicadores margem bruta, margem operacional e margem líquida, também denominados lucro operacional e lucro líquido, respectivamente, seguem a metodologia apresentada por Gottschall et al. (2002). 64 A depreciação foi calculada pelo método linear, de acordo com a recomendação padrão para o valor residual de cada bem, sendo este 10% do valor inicial para veículos e máquinas e 5% para benfeitorias e implementos (Nogueira, 2007). Os indicadores de produção e produtividade foram calculados de acordo com a metodologia aplicada por Oliveira et al. (2007). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os valores dos itens que compõem os custos de produção e as receitas estão dispostos na Tabela 1. Um dos itens que tiveram destaque sobre custos de produção foi à amortização de um financiamento (13,58%), este capital financiado trouxe melhorias significativas para o sistema, como a implantação de ordenha mecânica, entre outras melhorias. Também foram significativos os custos com manutenção de pastagens (6.17%), tendo em vista que o capim é a principal fonte nutricional dos animais, assim como custos com mão-de-obra fixa (5,99%), pois trabalham diariamente na produção de leite dois funcionários fixos responsáveis por todo o manejo produtivo, estes recebem uma bonificação salarial de acordo com a produção dos animais. Tabela 1 – Fluxo de caixa de uma propriedade leiteira na Região Sudeste do Pará. Custos Fixos Administração (Energia, telefone, contabilidade e outros) Mão-de-obra Fixa Valor R$ 2.081,88 5.787,30 % CT 2,15 5,99 Subtotal (1) s/ depreciação Depreciação 7.869,19 22.218,00 8,14 22,99 Subtotal (2) c/ depreciação 30.087,19 31,13 Custos Variáveis Amortização Financiamento Despesas com Aramados Despesas com Benfeitorias Despesas com Máquinas Despesas com Pastagens Despesas com Veículos Impostos, taxas, juros Mão-de-obra Eventual Reprodução Sanidade Suplementação Alimentar Outros 13.122,93 224 1.525,00 3.983,28 5.967,60 804,41 1.474,62 4.033,64 623,48 1.829,13 3.283,60 1.537,40 13,58 0,23 1,58 4,12 6,17 0,83 1,53 4,17 0,65 1,89 3,40 1,59 Subtotal (3) 38.409,08 39,74 Custo de Oportunidade Remuneração da terra Remuneração do capital Subtotal (4) Valor R$ 25.380,00 2776,70 % CT 26,26 2,87 28.156,70 29,13 Custo Desembolsado (1+3) 46.278,27 47,88 Custo Operacional (2+3) 68.496,27 70,87 65 Custo Total (2+3+4) 96.652,97 100,00 Receitas Valor R$ % Total 36.626,15 24.007,40 60.633,55 60,41 39,59 100,00 Venda de Lácteos Venda de Animais Margem Bruta (Receita - C. Desembolsado) 14.355,28 Margem Operacional (Receita - C.Operacional) -7.862,72 Margem Líquida (Receita - C. Total) -36.019,42 Em relação às receitas, a venda de lácteos participou com 60,41% e a venda de animais com 39,59% do capital que entra na propriedade. Ao calcular o indicador financeiro margem bruta, a propriedade obteve uma margem positiva de R$ 14.355,28 se mostrando viável economicamente no curto prazo, representando o reembolso dos custos de produção. Quando levado em consideração apenas a receita proveniente da venda de lácteos obtemos uma margem negativa de R$ - 9.652,12, demonstrando à importância da venda de animais somada a venda de lácteos. Porém, quando calculado os indicadores margem operacional e margem líquida o sistema obteve margens negativas de R$ - 7.862,72 e R$ - 36.019,42 respectivamente, isso significa que não a o reembolso dos custos finais da atividade e a renovação dos bens de produção, sinalizando que o sistema é inviável no médio e longo prazo. Ou seja, a receita da atividade não cobre a depreciação, assim como, o rendimento da aplicação de oportunidade do capital (rendimento da poupança) e da aplicação de oportunidade da terra (arrendamento). Na tabela 2 estão contidos os indicadores zootécnicos calculados em 2011. A produção diária da propriedade (147,68 L/dia) está abaixo do valor encontrado por Hostiou et al. (2006) (601 L/dia) em sistemas de produção na mesorregião Oeste do Pará e por Soares (2011) que revela média de 313 L/dia, em estudo no município de Rondon do Pará e proximidades, no entanto, a produtividade (4,0 L/vaca/dia) é superior à encontrada por Soares (2011) 3,4 L/vaca/dia. O estudo demonstrou uma baixa produção por hectare, com uma média de 265,82 L/ha/ano, porém supera a encontra por Hostiou et al. (2006) em propriedade semelhante na região Oeste Paraense (200 L/ha/ano). Em um trabalho realizado por Carvalho et al. (2009) em uma propriedade com base nutricional e genética similar ao presente trabalho, localizada no Estado de Minas Gerais, fica evidente o quanto pode-se utilizar melhor as pastagens na propriedade, mostrando produção por hectare de 2.612,32 L/ha/ano e produtividade de 17,85 L/vaca/dia. 66 Tabela 2- Indicadores de produção e produtividade de uma propriedade leiteira. Parâmetros Produção média mensal Produção média diária Total de vacas Média de vacas em lactação Porcentagem de vacas em lactação Produtividade por vaca em lactação Área de pastagem Produção por hectare Unidade Valor L/mês L/dia Cabeça Cabeça % L/vaca/dia ha L/ha/ano 4.430,4 147,68 141 37 26,2 4,0 200 265,82 Portanto é importante frisar a necessidade do aumento tanto da produção quanto da produtividade deste sistema de produção, para que assim haja elevação na escala de produção e consequente diluição dos custos; evitando a descapitalização devido o saldo negativo em suas margens operacional e liquida e passando a reembolsar os custos de produção e a pagar a depreciação. Trabalhos desta natureza são de fundamental importância tanto para os discentes envolvidos, quanto para os pecuaristas familiares, pois além de contribuir para a formação acadêmica e profissional dos bolsistas e voluntários envolvidos, capacita os produtores na condução de um sistema rentável economicamente e sustentável socialmente e ambientalmente. CONSIDERAÇÕES FINAIS A propriedade apresentou margem bruta positiva comprovando ser viável no curto prazo, todavia mostrou-se inviável no médio e longo prazo, apresentando margens operacional e líquida negativas; isso está relacionado à sua baixa produção e produtividade. O potencial deste sistema deve ser melhor explorado, visando maximizar sua produção e a produtividade. REFERÊNCIAS CARVALHO, F.M. et al. Análise comparativa dos custos de produção de duas propriedades leiteiras, no município de Unaí-MG, no período de 2003 e 2004. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 33, Edição Especial, p. 1705-1711, 2009. FLORES, A.W.; RIES, L.R.; ANTUNES, L.M. Gestão rural. Porto Alegre: Editora dos autores, 2006. 328p. GOTTSCHALL, C.S. et al. Gestão e manejo para bovinocultura leiteira. 6. ed. Guaíba: Agropecuária, 2002. Cap.2, p.48-49. 67 HOSTIOU, N.; VEIGA, J.B.; TOURRAND, J.F. Dinâmica e evolução de sistemas familiares de produção leiteira em Uruará, frente de colonização da Amazônia brasileira. Revista de economia rural, Rio de Janeiro, v. 44, n 02, p. 295-311, jun. 2006. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, Produção de leite Brasil e Estados. Disponível em: <www.ibge.gov.br/cidadesat>. 2009. NOGUEIRA, M.P. Gestão de custos e avaliação de resultados; Cálculos dos custos de produção. 2. ed. Bebedouro: Scot consultoria. 2007. 244p. OAIGEN, R.P. et al. Análise da sensibilidade da metodologia dos centros de custos mediante a introdução de tecnologias em um sistema de produção de cria. Revista brasileira de zootecnia, Brasília, v.38, n.6, p.1155-1162, 2009. OLIVEIRA, A.S. et al. Identificação e quantificação de indicadores-referência de sistemas de produção de leite. Revista brasileira de zootecnia, Brasília, v.36, n.2, p.507-516, 2007. SOARES, S.O. Perfil dos produtores de leite e caracterização técnica das propriedades leiteiras dos municípios de Rondon do Pará e Abel Figueiredo, estado do Pará. 2011. 59f. Dissertação (Mestrado em ciência Animal) - Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, Universidade Federal do Pará, Belém, 2011. 68 O PROCESSO DE EMPODERAMENTO5 DAS MULHERES RIBEIRINHAS MARAJOARAS NUMA CONJUNTURA HISTÓRICO SOCIAL AUTOR (A) MARIA EMILIANA PINTO MEDEIROS6 ORIENTADOR (A): SOLANGE PEREIRA DA SILVA RESUMO: Este trabalho visa discutir parcialmente as ações socioeducativas promovidas pelo projeto de extensão intitulado “Mulheres vivas das matas do Marajó: rompendo com as desigualdades, gerando autonomia e igualdade no campo, na floresta e nos rios”. No decorrer da execução das atividades do projeto observou-se que são mulheres vulneráveis ao acesso de seus direitos e dos órgãos de proteção, devido, principalmente, à distância, a falta de informação, a baixa escolaridade e a dependência emocional e financeira de seus maridos/companheiros. Mas que, no entanto, já possuem estratégias de empoderamento e de busca pela autonomia, através dentre outros fatores do trabalho coletivo, como confecção de artesanato e da organização em grupo. Palavras-chaves: Mulheres; direitos e deveres; empoderamento; desenvolvimento. INTRODUÇÃO (...) Somos Marias bonitas, carinhosas, sofridas, projetistas de um tempo novo, seguindo as curvas de batalhas infinitas, andando sobre os próprios pés, conjugando nosso próprio verbo e erguendo com as próprias mãos um cotidiano antes programado para bordar, casar e cozinhar (...). 7 O Projeto de extensão “Mulheres vivas das matas do Marajó: rompendo com as desigualdades, gerando autonomia e igualdade no campo, na floresta e nos rios” no ano de 2011 trabalhou com o grupo de mulheres da Comunidade Santa Izabel do Rio Jupatituba tendo como eixos fundamentais a violação dos seus direitos, e, o conhecimento e acesso as leis e políticas de proteção à mulher. Nesse sentido, entende-se como principais limites de empoderamento dessas mulheres à falta de informação, à baixa escolaridade e à dependência financeira, o que contribui para tornarem-se submissas. 5 A definição de empoderamento é próxima da definição de autonomia, pois se refere à capacidade de os indivíduos e grupos poderem decidir sobre as questões que lhes dizem respeito [...]. Numa perspectiva emancipatória, empoderar é o processo pelo qual os indivíduos, organizações e comunidades angariam recursos que lhes permitam ter voz, visibilidade, influência e capacidade de ação e decisão (...) (HOROCHOVSKI e MEIRELLES, 2007). 6 Discente regularmente matriculada na Universidade Federal do Pará – Campus Universitário do Marajó/Breves, cursando o 7º Período na Faculdade de Serviço Social. Bolsista do Projeto de Extensão Mulheres vivas das matas do Marajó: rompendo com as desigualdades, gerando autonomia e igualdade no campo, na floresta e nos rios, tendo como Coordenadora a Prof.ª Solange Pereira da Silva. 7 MARIA, Leda. A mulher no mercado de trabalho. Observatório Social, Revista EM, ano 2, n 5, março de 2004, p. 65. Disponível em: http://www.observatoriosocial.org.br/download/emrevista5.pdf. 69 Na continuidade deste Projeto, neste ano de 2012, aprofundaram-se essas discussões e metas foram traçadas entendendo que para igualdade e autonomia das mulheres além do conhecimento de seus direitos, deve-se haver meios para que as tornem independentes financeiramente, de maneira que possam ter sua própria renda. Observou-se, que os primeiros passos já foram dados, quando elas procuraram por qualificação profissional e meios de realização de atividades lucrativas, como a confecção de artesanato. De fato, as mulheres da Comunidade Santa Izabel do rio Jupatituba possuem conhecimento para a confecção de artesanato, entre os quais: peneiras, cestas, paneiros, tipiti, matapi, e outros, produzidos a partir da utilização de cipós, talas de palmeiras, madeira e palha, além do conhecimento para a confecção de artesanato a partir de materiais recicláveis, como garrafas petis etc., o que está faltando para o desenvolvimento e expansção dessas atividades é investimento, aprimoramento e qualificação destas mulheres. Vale ressaltar que este tema a priori não fazia parte do Projeto, mas foi algo que surgiu quando as mulheres demandaram ao referido Projeto uma oficina de pintura de artesanato, que por falta de recursos e parcerias ainda não foi possível desenvolver. Assim, nesse processo de empoderamento pode-se constatar como fator agravante para não concretização à falta de oportunidades, recursos e qualificação profissional. Nesta perspectiva, este trabalho pretende apresentar parcialmente quais os mecanismos e técnicas utilizadas para trabalhar com as mulheres, os resultados das atividades e suas discussões, fazendo algumas considerações acerca das atividades trabalhadas, suas decorrências e implicações. METODOLOGIA Metodologicamente, procurou-se estabelecer mecanismos que estimulassem a compreensão das mulheres sobre o tema abordado de forma agradável e cautelosa. Nessa relação, buscou-se atender a política de extensão, a fim de proporcionar maior interação e envolvimento da comunidade acadêmica com a realidade social (Estatuto da UFPa, 2006) oportunizando, assim o envolvimento dos acadêmicos com tema de extrema importância sociocultural, proporcionando ampliação do conhecimento nessa área e a possibilidade de relacionar teoria e prática. Discutir a questão da violência doméstica e familiar contra a mulher é algo que requer tempo, compreensão e precaução, uma vez que esta problemática está atrelada “[...] aos papéis sociais impostos a homens e mulheres, reforçados por culturas patriarcas que estabelecem relações de violência entre os sexos” (PRESTES E OLIVEIRA, 2005, p. 03). Nesse sentido “[...] o conceito de gênero, é usado para explicar as diferenças construídas entre homens e mulheres, refutando a justificativa de que essas diferenças são sempre biológicas e, portanto naturais” (CAMPAGNOLI, 2003, p. 147 apud PRESTES E OLIVEIRA, 2005, p. 03). Por isso o trabalho interdisciplinar e sensato foi extremamente relevante para o desenvolvimento de ações de sensibilização e empoderamento das mulheres. 70 Nesse processo, realizou-se seminários, oficinas e rodas de conversas sempre numa relação de proximidade e confiança junto às mulheres para que elas pudessem perceber quais são seus direitos e daí traçarem ideais que possibilite igualdade, autonomia e empoderamento. As oficinas, as rodas de conversas e os debates realizados mensalmente foram mediados pelos coordenadores do projeto, bolsistas e os parceiros do mesmo como: Centro de Referência de Atendimento a Mulher (CRAM), Secretaria Municipal de Educação (SEMED), e Secretaria Municipal da Mulher (SEMU), parcerias que buscou-se para o fortalecimento do projeto. Durante a realização das atividades, como oficinas, roda de conversa, debates, seminários, distribui-se folders, cartazes, cartilhas, assim como utilizou-se de vídeos, poesias e músicas para dinamizar e estimular a participação das mulheres nas atividades. E ainda, houve registro fotográfico e de áudio para a produção de um documentário em vídeo sobre o direito das mulheres, esta última atividade está prevista para conclusão no mês de dezembro, através da realização de um Workshop com a participação dos órgãos que executam políticas ou trabalham em defesa das mulheres para exposição à comunidade de como elas podem estar acessando tais políticas, assim como estaremos realizando avaliação final do projeto com os envolvidos para a produção do relatório final. RESULTADOS E DISCUSSÃO Sabe-se que discutir igualdade de gênero e violência doméstica e familiar contra a mulher é algo que requer tempo e precaução, entendo que muitas ações devem ser feitas para que possam surgir alguns resultados, já que a cultura patriarcal encontra-se arraigada em nossa sociedade, principalmente em Comunidades rurais ribeirinhas. Assim, as primeiras ações realizadas neste ano na Comunidade Santa Izabel do rio Jupatituba serviram como meio de reflexão e de fortalecimento sobre os temas discutidos no ano de 2011. Vale destacar que neste ano de 2012, antes da confirmação de aprovação do Projeto as mulheres da Comunidade Santa Izabel solicitaram a volta das atividades do mesmo, soando como uma resposta positiva ao trabalho desenvolvido no decorrer do ano antecedente, sendo muito gratificante e impulsionador para a equipe, que começou as atividades com grandes expectativas e maiores anseios. Ao realizar-se a primeira palestra juntamente com o Centro de Referência de Atendimento a Mulher (CRAM) que tinha como tema Lei Maria da Penha e os direitos da mulher, observou-se a participação das mulheres na busca por esclarecimentos sobre o tema e no final da atividade já havia mulheres empoderando-se do aprendizado, quando diziam que pretendiam torna-se independente financeiramente do marido/companheiro e até mesmo do pai ou familiares, porque quando precisavam de dinheiro e iam pedir para os mesmos deviam explicações detalhadas sobre para que elas queriam e só recebiam a quantia certa para comprar o que pretendiam, sentindo-se constrangidas. Sendo esta palestra muito proveitosa tanto para as mulheres expandirem seus conhecimentos quanto para que pudéssemos conhecer melhor suas vidas, tornando um ambiente de aprendizado recíproco. 71 Outro fato relevante incidiu ao discutir-se emancipação feminina e igualdade de gênero, sendo possível perceber após a exposição do tema feito pela Assistente Social do CRAM que as mulheres passaram a reconhecer sua importância no desenvolvimento econômico e também a ver sua desvalorização ao desenvolver trabalhos no meio rural vistos como insignificantes na geração de renda. Como fica claro no gráfico organizado a partir da aplicação do Questionário Socioeconômico no final no ano de 2011: o que você produz (Plantação ou Criação) que é consumido pela sua família: 34% 6% verduras frutas legumes carne suina carne bovina carne de frango açai outos não espondeu Gráfico 1 Após esse debate sobre a valorização da mulher tanto no âmbito social, cultural e econômico pela busca da igualdade de gênero possibilitou a sensibilização e o reconhecimento das mesmas como contribuinte para o desenvolvimento econômico e social. Assim, foi possível a desmistificação de muitas atitudes, ações e gestos de desigualdade de gênero, de inferioridade do trabalho da mulher em relação ao trabalho do homem. Igualmente, no decorrer das atividades e dinâmicas realizadas com o grupo de mulheres da Comunidade Santa Izabel percebeu-se ações e atitudes de sensibilização e busca pela igualdade, autonomia e empoderamento da mulher ribeirinha marajoara. Entretanto, muito ainda deve ser feito para a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres das matas do Marajó, através da sensibilização, reconhecimento, inovação e qualificação profissional, para que essa realidade de submissão, dependência e de inferioridade da mulher em relação ao homem mude, a fim do fortalecimento do processo de organização em defesa dos seus diretos. CONCLUSÕES Assim, espera-se a desmistificação da mulher como o “sexo frágil”, buscando uma sociedade que não estabeleça a “divisão sexual do trabalho” (SIMONIAN, 2001), mas que venha proporcionar igualdade entre homens e mulheres. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREIRE, Nilcéa. Segurança pública: conversa de mulher. Jornal do Brasil. Sociedade aberta. Dia 17 de maio de 2009. 72 HOROCHOVSKI, Rodrigo Rossi; MEIRELLES, Giselle. Problematizando o conceito de empoderamento. Anais do II Seminário Nacional: Movimentos Sociais, Participação e Democracia. 25 a 27 de abril de 2007, UFSC, Florianópolis, Brasil. MARTINS, ANGELA MARIA. Autonomia e Educação: a Trajetória de um conceito. Fundação Carlos Chagas; Cadernos de Pesquisa, n. 115, p. 207 – 232, março/2002. PRESTES, Cristina; OLIVEIRA, Taciane de. Mulher, Violência e Gênero: Uma questão históricacultural de opressão feminina e masculina. II Jornal Internacional de Políticas Públicas – Mundialização e Estados nacionais: a questão da emancipação e da soberania. São Luís – MA, 23 a 26 de agosto 2005. SIMONIAN, Ligia T. L. Mulheres da Floresta Amazônica entre o Trabalho e a Cultura. NAEA/UFPA, 2001. SOARES, Ana Cristina Nassif. TÁBOAS, Ísis Dantas Menezes Zornoff. Violência de Gênero contra a mulher: conceitos preliminares. 2011. (Apresentação de Trabalho/Seminário). Referências adicionais: Brasil/Português; Evento: I Seminário Internacional de Tutela Penal dos Direitos Humanos. STUDART, Heloneida. Mulher Objeto de Cama e Mesa. 19ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1989. UFPA. Estatuto Da Universidade Federal Do Pará. Publicado no D.O.U de 12/07/2006. 73 HISTORICIZANDO A TRAJETÓRIA DA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS DO SUL E SUDESTE PARAENSE/ITESP/UFPA AUTOR (A): CONCEIÇÃO CARDOSO BRITO8 COAUTORES (AS): FRANCISCO DE ASSIS SOBRINHO9 IDALINA FRAZÃO CORREIA10 TALITA SILVA MONTEIRO11 ORIENTADOR (A): THAISA TEIXEIRA FERREIRA CAMPOS RESUMO: Este trabalho objetiva descrever as experiências desenvolvidas ao longo dos anos (2008 a 2012) na Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Solidários do Sul e Sudeste do Pará (ITESP), de modo a evidenciar as práticas de caráter extensionistas e suas contribuições a realidade do sul e sudeste paraense. Resulta de uma análise documental dos projetos ITESP, das ações realizadas e literatura da área de economia solidária. Em Marabá, as atividades de incubação de empreendimentos solidários, iniciam-se em 2008 com um convênio firmado entre a UFPA, Instituto de Ciências Sociais Aplicadas/ICSA e o governo do Estado do Pará. Com institucionalização do Programa de Extensão, em 2009, organizou-se uma equipe local composta por técnicos, discentes e docentes para trabalhar com grupos populares com o intuito de conhecer e de organizarem com base nos princípios da economia solidária. Os fundamentos metodológicos do ITESP se estruturam a partir dos princípios da economia solidária e da educação popular. Diante da diversidade de demandas atua-se, principalmente, na realização de oficinas, cursos e palestras que visam o desenvolvimento dos empreendimentos solidários, a discussão sobre economia solidária, apoio a comercialização e divulgação de produtos na perspectiva do comércio justo. Na trajetória de quatro anos de trabalho muitos desafios se evidenciam, especialmente apoio direto de colaboradores nas ações previstas e liberação de recursos no tempo hábil. Referente às conquistas, tem-se aprovação de projetos a editais de financiamento, estreitamento do diálogo com a sociedade, desenvolvimento de formações em áreas específicas e divulgação científica da experiência, contribuindo com o fortalecimento da economia solidária. Palavras-chave: Trajetória, Incubadora, Economia Solidária, Extensão Universitária. 8 Discente do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais, UFPA/Campus de Marabá e bolsista do Projeto ITESP/PIBEX. 9 Discente do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação. Colaborador do Projeto ITESP. 10 Discente do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais, UFPA/Campus de Marabá. Bolsista do Projeto ITESP/PROEXT. 11 Discente do Curso de Licenciatura em Pedagogia, UFPA/Campus de Marabá e bolsista do Projeto ITESP/PROEXT. 74 INTRODUÇÃO A proposta de incubação de empreendimentos solidários em Marabá teve início em 2008, através da realização do Projeto Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e Empreendimentos Solidários (PITCPES), financiado pelo Governo do Estado do Pará, para a criação de cooperativas solidárias com grupos de mulheres. Já no ano de 2009, esse convênio foi interrompido, contudo ocorreu a institucionalização da incubadora em Marabá, via cadastro e aprovação no edital PIBEX/UFPA/2009, do Programa de Extensão Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Solidários do Sul e Sudeste do Pará (ITESP), fundamentado nos princípios da economia solidária, com bolsas de extensão para alunos da graduação, participação de técnicos e docentes do Campus de Marabá, possibilitando a integração das ações de ensino, pesquisa e extensão. Compreende-se como economia solidária uma diversidade de empreendimentos coletivos que se organizam com base nos princípios da valorização do saber local, centralidade no ser humano, valorização da diversidade, autogestão, cooperação, democracia, justiça social na produção, solidariedade, respeito a natureza, valorização e promoção da dignidade do trabalho humano. Configura-se como outra forma de produzir, comercializar e se relacionar com o meio ambiente, no qual os sujeitos têm suas práticas voltadas à emancipação e melhoria da qualidade de vida, em reposta a um processo de exclusão e exploração do trabalho. (SENAES, FBES, 2007) A Incubadora está inserida numa região de graves problemas sociais e apresenta uma proposta que visa a inclusão social, a criação e fortalecimento de grupos populares, que trabalham ou desejam se organizar com base nos princípios da economia solidária. De 2008 a 2012, o programa ITESP, tem identificado grupos populares que atuam na geração de trabalho renda; prestando assessoria e formação a esses grupos, com orientações sobre os princípios da economia solidária, organização coletiva e comércio justo. Atualmente, conta com uma equipe de seis bolsistas dos cursos de graduação (Ciências Sociais e Pedagogia), docentes e técnicos administrativos do Campus de Marabá e com a colaboração de profissionais de várias áreas. Neste sentido, concordamos com Culti (2007, p. 5) ao refletir que as Incubadoras surgem a partir da demanda crescente de trabalhadores de todo país que buscam formar empreendimentos econômicos solidários e passam a desenvolver um papel essencial à medida que se constituem como locais de troca de experiências, articulação de ações de ensino, pesquisa e extensão, por integrarem discentes, docentes e técnicos administrativos de diversas áreas. A partir de 2011 são realizadas ações financiadas pelo Programa de Extensão Universitária (PROEXT). Ao longo desses anos foram intensificadas ações destinadas à formação da equipe em áreas como economia solidária e metodologia de incubação, a participação dos grupos em diversas atividades, fortalecendo o diálogo com a sociedade e contribuindo com a política de extensão universitária da UFPA. 75 METODOLOGIA Para as análises desenvolvidas neste artigo foi realizado um estudo documental de registro, construído a partir da experiência da incubadora nos anos 2009 a 2012, tais como: projeto, artigos, resumos, relatórios de atividades e literaturas relacionadas à economia solidária, usada para a formação da equipe. A metodologia adotada pela Incubadora é baseada nos princípios de educação popular, compreendendo que o conhecimento é tanto popular quanto científico e que é um instrumento de transformação social, o que possibilita desenvolver a emancipação do sujeito como uma tentativa de romper com o atual sistema econômico, propondo a expansão de uma economia homogênea e autogestionária. Assim, o diálogo e a valorização do ser humano são essenciais para nortear as ações formativas. Ao longo de quatro anos de existência, a Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Solidários do Sul e Sudeste do Pará, vem apresentando seu trabalho à comunidade acadêmica, movimentos sociais e grupos populares interessados em Economia Solidária, como forma de ampliar o debate sobre economia solidária em Marabá e região. As atividades desenvolvidas são iniciadas no processo de mobilização dos grupos, fazendo um mapeamento das suas demandas. Um dos instrumentos utilizados nesta etapa é o diagnóstico, que ao traçar o perfil do grupo viabiliza a elaboração de um plano de incubação dialógico para melhor desenvolver as ações previstas. A partir dessa demanda inicial, são elaboradas atividades com intuito de promover a discussão, vivências e autogestão dos empreendimentos ao se discutir temáticas como: Trabalho e Cidadania, Economia Solidária, Planejamento e Gestão, Comercialização, Elaboração de projetos, entre outros. Durante esse processo, também são realizadas atividades em áreas especificas que contribuam para o aperfeiçoamento do empreendimento. Todas essas atividades são planejadas e realizadas em parceria com discentes/bolsistas de extensão dos diversos cursos de graduação, principalmente, de Ciências Sociais, Sistemas de Informação, Pedagogia, docentes, técnicos e grupos populares, articulando ensino, pesquisa e extensão. Ademais, para realizar o processo formativo, a equipe da Incubadora investe na formação continuada de seus integrantes, realizando estudos em grupo, oficinas para reelaboração de material e participação em eventos. Outra ação é assessoria a elaboração de projetos, como forma de apoio a grupos populares, buscando assim, garantir recursos para implementação das ações. Para que todo processo seja realizado de modo satisfatório, adota-se a avaliação dos trabalhos desenvolvidos o registro das dificuldades, e a identificação de equívocos cometidos para o redimensionamento das ações futuras. RESULTADOS E DISCUSSÕES As ações extensionistas do programa estão associadas a atividades de ensino e pesquisa, que desde 2008 desenvolveu a experiência de oferecer formações por meio de oficinas, cursos, palestras e 76 diversas atividades sobre economia solidária. Apesar das descontinuidades das políticas públicas de governos, houve conquistas no processo de empoderamento e qualificação para o trabalho na perspectiva solidária. Em 2009, com a constituição de uma equipe local intensificou-se o processo de formação em metodologia da incubação, ciclos de palestras e cursos. Houve fortalecimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão que trouxeram contribuições aos cursos de graduação, também foram publicados e apresentados trabalhos acadêmicos. Durante o ano de 2010, foi aprovado o projeto intitulado: “Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares e Empreendimentos do Sul e sudeste do Pará”, no edital PROEXT/MEC o que permitiu o desenvolvimento de atividades que demandavam financiamento, com isso realizou-se importantes eventos de divulgação dos princípios da economia solidária em Marabá e região, como a “Feira de Empreendimentos Populares: Diálogos sobre Economia Solidaria”, teve duração de três dias, com a participação de 14 grupos, com espaço para troca de experiências, palestras e comercialização de produtos (artesanatos, produtos de agricultura familiar). Ao mesmo tempo, foi possível planejar e desenvolver oficinas. Em termos científicos, foi concluído e defendido um trabalho de conclusão de curso, sob o título: Mulheres e Economia Solidária: experiência de incubação de empreendimentos no Sudeste Paraense. Ainda com dificuldades financeiras, em 2011 foi aprovado o segundo projeto da incubadora no edital PROEXT/MEC, além de ser contemplado com uma bolsa de extensão PIBEX. Houve a participação da equipe em importantes eventos, tais como: I Seminário de Economia Solidária realizado pela Prefeitura de Marabá; mobilização de grupos produtivos, formação contínua da equipe (cursos de economia solidária e metodologia da incubação, Planejamento e Gestão de Empreendimentos), Seminário: Experiência das Incubadoras Universitárias de Economia Solidária o que viabilizou a interação e permitiu a reflexão sobre novas ações a serem executadas pela Incubadora. Já em 2012, com recursos do projeto PROEXT houve a contratação de mais quatro bolsistas de extensão, ampliando assim o quadro para seis, e as atividades tem se concentrado da auto formação da equipe, diálogos com grupos produtivos para levantamento de demandas, identificação de perfis, organização da II Feira de empreendimentos solidários (outubro de 2012), propostas de um ciclo de palestras sobre os princípios da economia solidária, assessoria a grupos produtivos e desenvolvimento de propostas de formação com grupos populares no processo de incubação de empreendimentos solidários. Diante do papel da incubadora na região, os objetivos e metas pensadas para o programa, percebe-se a necessidade de se ter uma equipe maior de colaboradores, atuando ativamente, e a complexidade para utilização dos recursos conquistados via edital, tem prejudicado atingir todos os objetivos propostos. Contudo dentro da limitação de condições existentes, a ITESP tem fortalecido suas ações. 77 CONCLUSÃO Apesar das dificuldades e limitações enfrentadas pela incubadora no decorrer desses anos, foi possível obter várias conquistas e principalmente contribuições a sociedade, como no processo de inclusão social e econômica e apropriação dos princípios de economia solidária. REFERÊNCIAS CAMPOS. Thaisa Teixeira Ferreira; Rabelo, Lucélia Cardoso Cavalcante. Programa de Extensão: Incubadora Tecnológica de Empreendimentos solidários do Sul e Sudeste do Pará. Campus Marabá/UFPA/PROEX/PIBEX, Marabá, 2012. CAMPOS. Thaisa Teixeira Ferreira; Rabelo, Lucélia Cardoso Cavalcante. Programa de Extensão: Incubadora Tecnológica de Empreendimentos solidários do Sul e Sudeste do Pará. Campus Marabá/UFPA/PROEX/PIBEX, Marabá, 2011. CAMPOS. Thaisa Teixeira Ferreira; Rabelo, Lucélia Cardoso Cavalcante. Programa de Extensão: Incubadora Tecnológica de Empreendimentos solidários do Sul e Sudeste do Pará. Campus Marabá/UFPA/PROEX/PIBEX, Marabá, 2010. CULTI, Maria Nezilda. Reflexões sobre o processo de Incubação de Empreendimentos Econômicos Solidários e seus limites. São Paulo, 2007 RABELO, Lucélia Cardoso Cavalcante. Programa de Extensão: Incubadora Tecnológica de Empreendimentos solidários do Sul e Sudeste do Pará. Campus Marabá/UFPA/PROEX/PIBEX, Marabá, 2009. REIS. Sidnéia. Relatório de Programa/projeto: Incubadora Tecnológica de empreendimentos Solidários do Sul e Sudeste Paraense. Campus universitário de Marabá/ITESP-UFPA, 2009. 78