UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
SCIH
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MÜLLER
SERVIÇO DE CONTROLE INFECÇAO HOSPITALAR
Recomendações para o uso de Germicidas em Hospitais
Introdução
Para que a limpeza atinja seus objetivos, torna-se imprescindível a utilização de
produtos saneantes, como sabões e detergentes na diluição recomendada.
Em locais onde há presença de matéria orgânica, torna-se necessária a utilização de
outra categoria de produtos saneantes, que são os chamados desinfetantes.
Para que a desinfecção atinja seus objetivos, torna-se imprescindível a utilização das
técnicas de limpeza e posteriormente, utilização de desinfetante especificado pelo SCIH.
A responsabilidade na seleção, escolha e aquisição dos produtos saneantes deve ser do
SCIH, conjuntamente com o Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em
Serviços de Saúde ou Hotelaria Hospitalar, assim como do representante do Setor de
Compras da instituição.
Na aquisição de saneantes, deverá existir um sistema de garantia de qualidade que
atenda aos requisitos básicos exigidos pela legislação em vigor. Atenção deve ser dada à
avaliação da real necessidade do produto saneante, evitando o uso indiscriminado desse
produto em serviços de saúde. Quando necessária a utilização do produto saneante,
deve-se levar em consideração a área em que será utilizado o determinado princípio
ativo, infraestrutura e recursos humanos e materiais disponíveis, além do custo do
produto no mercado.
5.1 Legislações e critérios de compra
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 1994), devem ser considerados para a
aquisição de produtos saneantes os seguintes itens:
 A natureza da superfície a ser limpa ou desinfetada e o seu comportamento
perante o produto.
 A possibilidade de corrosão da superfície a ser limpa.
 Tipo e grau de sujidade e a sua forma de eliminação.
 Tipo e contaminação e a sua forma de eliminação (microrganismos envolvidos
com ou sem matéria orgânica presente).
 Recursos disponíveis e métodos de limpeza adotados.
 Grau de toxicidade do produto.
 Método de limpeza e desinfecção, tipos de máquinas e acessórios existentes.
 Concentração de uso preconizado pelo fabricante.
 Segurança na manipulação e uso dos produtos.
 Princípio ou componente ativo.
 Tempo de contato para a ação.
 Concentração necessária para a ação.
 Possibilidade de inativação perante matéria orgânica.
 Estabilidade frente às alterações de luz, umidade, temperatura de
armazenamento e matéria orgânica.
 Temperatura de uso.
 pH.
 Incompatibilidade com agentes que podem afetar a eficácia ou a estabilidade do
produto como: dureza da água, sabões, detergentes ou outros produtos
saneantes.
 Prazo de validade para uso do produto.
Ainda, deve ser exigido do fornecedor a comprovação de que o produto está notificado
ou registrado na Anvisa com as características básicas de aprovação e, se necessário, no
caso de produtos com ação antimicrobiana, laudo de testes no Instituto Nacional de
Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) ou demais laboratórios acreditados para essa
análise, e finalmente, o laudo técnico do produto. A Lei nº. 6.360, de 23 de setembro de
1976 (BRASIL, 1976) dispõe sobre a vigilância sanitária que ficam sujeitos os
medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes
e outros produtos. Só poderão produzir, fabricar, importar e distribuir produtos
saneantes as empresas com autorização de funcionamento concedida pela Anvisa e
cujos estabelecimentos tenham sido licenciados pelo órgão sanitário das Unidades
Federadas em que se localizam. De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada
– RDC da Anvisa nº. 184, de 22 de Outubro de 2001 (BRASIL, 2001), entende-se por
produtos saneantes e afins mencionados no art. 1º da Lei nº. 6.360, de 23 de setembro
de 1976 (BRASIL, 1976), as substâncias ou preparações destinadas a limpeza,
desinfecção, desinfestação, desodorização/odorização de ambientes domiciliar,
coletivos e/ou públicos, para utilização por qualquer pessoa, para fins domésticos,
para aplicação ou manipulação por pessoas ou entidades especializadas, para fins
profissionais.
Essa mesma legislação classifica esses produtos como de risco 1 e risco 2. Os produtos
de risco 1 apresentam pH na forma pura maior que 2 e menor que 11,5 sendo necessária
sua notificação junto à Anvisa. Nesse grupo estão incluídos os produtos de limpeza em
geral e afins. Já os produtos de risco 2 compreendem os saneantes que apresentam
pH na forma pura menor ou igual a 2 ou maior ou igual a 11,5, possuam características
de corrosidade, atividade antimicidiana, ação desinfestante, sejam à base de
microrganimos viáveis ou contenham em sua fórmula os ácidos inorgânicos: fluorídrico
(HF), nítrico (HNO3), sulfúrico; ou (H2SO4) seus sais que as liberem nas condições de
uso dos produtos. Esse grupo de produtos necessita ser registrado junto à Anvisa.
O registro e a notificação dos produtos saneantes têm validade por cinco anos podendo
ser renovado.Todos os produtos saneantes deverão ser formulados com substâncias que
não apresentem efeitos comprovadamente mutagênicos, teratogênicos ou carcinogênicos
em mamíferos e devem atender às legislações específicas. Ressaltamos que a legislação
sanitária se aplica a produtos nacionais e importados. As legislações RDC 40, de 05 de
junho de 2008 (BRASIL, 2008), e a RDC nº. 14, de 28 de fevereirode 2007 (BRASIL,
2007), ambas harmonizadas no Mercosul, tratam da notificação e do registro de
produtos saneantes respectivamente. A primeira aprova o regulamento técnico para
produtos de limpeza e afins e a segunda, os produtos com ação antimicrobiana. Quanto
ao registro, os desinfetantes para artigos semicríticos e os esterilizantes continuam
seguindo as orientações contidas na Portaria 15, de 23 de agosto de 1988
(BRASIL,1988), ou suas atualizações como a Resolução GMC no 19/10, do Mercosul,
que se encontra em fase de internalização, na Anvisa.
No rótulo dos produtos saneantes deverá constar: o nome do produto; modo de
utilização, destacando o tempo de contato do produto; precauções de uso quanto à
toxicidade e necessidades de uso de EPIs; restrições de uso; composição do produto;
teor de princípio ativo descrito em percentagem (%); frases relacionadas ao risco do
produto; prazo de validade; data de fabricação; lote e volume; informações referentes à
empresa fabricante, como nome da empresa, endereço e Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica (CNPJ); nome do responsável técnico e número do seu registro no Conselho de
Classe e número do registro do produto na Anvisa.
No caso de produtos de risco 1, que são notificados,haverá a expressão “Produto
Saneante Notificado na Anvisa”, seguido do número do processo que originou a
notificação. Deve ser solicitado ao fornecedor, fabricante ou distribuidor, o número da
autorização de funcionamento da empresa titular do produto (empresa que
registrou/notificou o produto na Anvisa) e a Ficha de Informação de Segurança de
Produtos Químicos (FISPQ), que deve ser analisada em conjunto com o Serviço de
Medicina e Segurança do Trabalho (SESMT).
Principais produtos utilizados na limpeza de superfícies
 Sabões e detergentes
O sabão é um produto para lavagem e limpeza doméstica, formulado à base de sais
alcalinos de ácidos graxos associados ou não a outros tensoativos. É o produto da reação
natural por saponificação de um álcali (hidróxido de sódio ou potássio) e uma gordura
vegetal ou animal.
O detergente é um produto destinado à limpeza de superfícies e tecidos através da
diminuição da tensão superficial (BRASIL, 2007). Os detergentes possuem efetivo
poder de limpeza, principalmente pela presença do surfactante na sua composição. O
surfactante modifica as propriedades da água, diminuindo a tensão superficial acilitando
a sua penetração nas superfícies, dispersando e emulsificando a sujidade.
O detergente tem a função de remover tanto sujeiras hidrossolúveis quanto aquelas não
solúveis em água.
Principais produtos utilizados na desinfecção de superfícies
 Álcool
 Desinfecção de médio nível. Técnica de fricção com 3 aplicações, tempo total
de 10 minutos. A validade da solução é de 1 semana após aberto o frasco.
Dispensa o uso de EPI.
Os alcoóis etílico e o isopropílico são os principais desinfetantes utilizados em serviços
de saúde, podendo ser aplicado em superfícies ou artigos por meio de fricção.
 Características: bactericida, virucida, fungicida
e tuberculocida. Não é esporicida. Fácil aplicação e ação imediata.
 Indicação: mobiliário em geral.
 Mecanismo de ação: desnaturação das proteínas que compõem a parede celular
dos microrganismos.
 Desvantagens: inflamável, volátil, opacifica acrílico, resseca plásticos e
borrachas; ressecamento da pele.
 Concentração de uso: 60% a 90% em solução de água volume/volume.
 Compostos fenólicos
Os compostos fenólicos sintéticos compreendem o hidroxidifenileter, triclorodifenileter,
cresóis, fenilfenol e outros. Estão em desuso, devido à toxicidade.
 Características: bactericida, virucida, micobactericida e fungicida. Não é
esporicida.Apresenta ação residual. Pode ser associado a detergentes.
 Indicação: superfícies fixas e mobiliários em geral.
 Mecanismo de ação: agem rompendo a parede das células e precipitando as
proteínas celulares. Em baixas concentrações inativam as enzimas, interferindo
no metabolismo da parede celular.
 Desvantagens: Com o uso repetido, pode causar despigmentação da pele e
hiperbilirrubinemia neonatal, não sendo recomendado seu uso em berçários. É
poluente ambiental. Proibido sua utilização em áreas de contato com alimentos
devido à toxicidade oral.
 Concentração de uso: usar conforme recomendação do fabricante.
 Compostos liberadores de cloro ativo
 Inorgânicos
Os compostos mais utilizados são hipocloritosde sódio, cálcio e de lítio.
 Características: bactericida, virucida, fungicida, tuberculicida e esporicida,
dependendo da concentração de uso. Apresentação líquida ou pó; amplo
espectro; ação rápida e baixo custo.
 Indicação: desinfecção de superfícies fixas.
 Mecanismo de ação: o exato mecanismo de ação ainda não está completamente
elucidado.
 Desvantagens: instável (afetado pela luz solar, temperatura >25ºC e pH ácido).
Inativo em presença de matéria orgânica; corrosivo para metais; odor
desagradável, e pode causar irritabilidade nos olhos e mucosas.
 Concentração de uso: desinfecção 0,02% a 1,0%.
 Orgânicos
Os ácidos dicloroisocianúrico (DCCA) e tricloroisocianúrico (TCCA) são exemplos de
compostos desse grupo.
 Características: bactericida, virucida, fungicida, tuberculicida e esporicida,
dependendo da concentração de uso. Apresentação em pó. Mais estável que o
cloro inorgânico.
 Indicação: descontaminação de superfícies.
 Mecanismo de ação: o exato mecanismo de ação ainda não está completamente
elucidado.
 Concentração de uso: 1,9% a 6,0%, com tempo de ação conforme comprovado
pelo fabricante.
 Compostos quaternários de amônio
Alguns dos compostos mais utilizados são os cloretos de alquildimetilbenzilamônio e
cloretos de dialquildimetiamônio.
 Características: bactericida, virucida (somente contra vírus lipofílicos ou
envelopados) e fungicida. Não apresenta ação tuberculicida e virucida. É pouco
corrosivo e tem baixa toxicidade.
 Indicação: superfícies fixas, incluindo ambiente de nutrição e neonatologia
(sem a presença dos neonatos).
 Mecanismo de ação: inativação de enzimas produtoras de energia,
desnaturação de proteínas e quebra da membrana celular.
 Desvantagens: pode ser inativado em presença de matéria orgânica.
 Concentração: há várias formulações, de acordo com o fabricante.
 Monopersulfato de potássio
 Características: amplo espectro. É ativo na presença de matéria orgânica; não
corrosivo para metais.
 Indicação: desinfetante de superfícies.
 Desvantagens: reduz a contagem micobacteriana em 2 a 3 log10, somente após
50 minutos de exposição em concentração de 3%.
 Concentração: 1%. A cor do produto diminui à medida que diminui a
concentração (BASSO, 2004).
 Oxidantes
 Ácido peracético
Germicida classificado como esterilizante. Tem descrito entre as suas vantagens:
a menor agressão ao meio ambiente por conta da sua decomposição em água,
ácido acético, oxigênio e peróxido de hidrogênio; sua ação em presença de
matéria orgânica mesmo em baixas temperaturas Apresenta como desvantagem
a possibilidade de corrosão de alguns metais (cobre, bronze, aço carbono e ferro
galvanizado) que pode ser reduzida com a utilização de anti-corrosivos que
alterem o seu pH. Os produtos disponíveis no mercado realizam desinfecção de
alto nível em aproximadamente 15 minutos e esterilização em 30 minutos
(RUTALA, 2004).
Tem menor toxicidade para o profissional que o manipula não dispensando, contudo, a
necessidade do uso de EPI (máscara cirúrgica, óculos de proteção ou protetor facial,
avental impermeável, luvas de borracha de cano longo, sapato fechado impermeável).
Risco de lesão grave em região ocular em caso de exposição ocupacional ao produto.
Deve ser utilizada fita teste para monitorar a Concentração Mínima Eficaz (MEC) do
produto.
 Características: é um desinfetante para superfícies fixas e age por desnaturação
das proteínas, alterando a permeabilidade da parede celular, oxidando as
ligações sulfidril e sulfúricas em proteínas e enzimas. Tem uma ação bastante
rápida sobre os microrganismos, inclusive sobre os esporos bacterianos em
baixas concentrações de 0,001 a 0,2%. É efetivo em presença de matéria
orgânica. Apresenta baixa toxicidade.
 Indicação: desinfetante para superfícies.
 Desvantagens: é instável principalmente quando diluído, corrosivo para metais
(cobre, latão, bronze, ferro galvanizado) e sua atividade é reduzida pela
modificação do pH. Causa irritação para os olhos e para o trato respiratório.
 Concentração: como desinfetante para superfícies é utilizado em uma
concentração de 0,5%. O tempo de contato será aquele indicado no rótulo.
Nota: Pode ser utilizado em associação com o peróxido de hidrogênio
Esterilização
“é o processo capaz de destruir todas as formas de microrganismos, até
mesmo as esporuladas” (SCHAPANSKI, 1996). Pode-se utilizar o método químico
(gasoso ou líquido) ou o físico (calor úmido, calor seco, radiação), sendo indicados para
artigos críticos. Critérios para definir o processo de esterilização:
 Tempo necessário para destruir todos os esporos a uma temperatura específica.
 Tempo necessário para reduzir a carga microbiana em 90% ou eliminar ³ 106
UFC de esporos.
 Tempo em minutos necessário para destruir todos os esporos em suspensão,
quando uma temperatura de 121°C.
Desinfecção
“é o processo físico ou químico capaz de destruir todos os microrganismos em sua
forma vegetativa” (SCHAPANSHI, 1996).
 Desinfecção de alto nível – refere-se àquela na qual é utilizado um germicida
desinfetante com poder de destruir bacilos da tuberculose, bactérias vegetativas,
fungos e todos os vírus, com exceção de esporos. Imersão completa do artigo em
Glutaraldeído 2%, usando um recipiente de vidro ou plástico opaco, tampado.
Tempo de permanência entre 30 a 60 minutos. Não esquecer do enxágüe
abundante, capaz de remover toda substância desinfetante. Indicado para itens
semicríticos como lâmina de laringoscópio, equipamento de terapia respiratória,
anestesia e endoscópio de fibra ótica flexível. O ácido peracético a 0,2% como o
peróxido de hidrogênio a 7,3% tem sido utilizado com este fim(ver abaixo
comparabilidade entre este produto e o glutaraldeído).
 Desinfecção de nível médio – refere-se àquela capaz de destruir vírus, ser
bactericida para as formas vegetativas, inclusive contra o bacilo da tuberculose.
Entretanto, não tem poder de destruição de esporos. Fricção de Álcool 70%,
fazendo-se 3 aplicações, com tempo total de aplicação de 10 minutos, secagem por
evaporação. Pode-se utilizar ainda o Hipoclorito a 1% por 30 minutos para desinfecção
de artigos. Indicada para artigos não críticos (contato com pele íntegra) e para a
desinfecção de superfícies.
 Desinfecção de baixo nível – é capaz de eliminar somente as bactérias na
forma vegetativa, alguns fungos e alguns vírus. Compostos com quaternário de
amónia são exemplos de desinfetantes de baixo nível, indicado para a
desinfecção de superfícies. Para desinfecção, além do processo químico líquido,
pode-se utilizar o método físico (pasteurização, máquinas termodesinfetadoras).
Algumas Orientações para o uso dos desifetantes:
 Hipoclorito
 Hipoclorito 1% - desinfecção de médio nível, usando recipiente de vidro ou
plástico opaco tampado para imersão dos artigos. Tempo mínimo necessário de
exposição do artigo é de 30 minutos. Validade máxima da solução em uso é de
24 horas,entretanto orientamos obedecer a troca a cada 12 horas. Requer
enxágüe abundante.Para manipulação desta solução o EPI necessário é luva de
procedimento.
 Desinfecção de superfícies – 10.000 ppm ou 1% de cloro ativo – 10 minutos de
contato. No uso do hipoclorito a 1% para desinfecção de superfícies é
necessária a fricção.
 Desinfecção de lactários – 200 ppm ou 0,02% de cloro ativo – 60 minutos. Em
caso de uso do hipoclorito a 0,02% deve-se aumentar o tempo de imersão para
60 minutos, dispensando o enxágüe.
 Desinfecção de artigos de inaloterapia e oxigenoterapia não metálicos –
200ppm ou 0,02% de cloro ativo – 60 minutos dispensando o enxágüe.
 Glutaraldeídeo
 No que diz respeito ao uso do Glutaraldeído o manual ressalta que o mesmo é
indicado para a esterilização de artigos termossensíveis com tempo de
exposição entre 8 e 10 horas. Alerta, entretanto, para que seja observada a
qualidade do processo, tendo em vista a eficácia do germicida já que o mesmo
possui tempo de validade pós-diluição determinado pelo fabricante; pode sofrer
alterações quando em temperaturas superiores a 250 C e, ainda, quando
utilizado de maneira inadequada pode mostrar alteração da cor e presença de
depósitos, caracterizando uma inatividade do mesmo. Há no mercado produto
com fornecimento de fita teste para avaliar o poder de ação do germicida em
uso. É toxico ao profissional, que para manipulá-lo deve utilizar EPI (respirador
com filtro químico, luvas de borracha de cano longo, avental plástico, óculos ou
protetor de face de acrílico e sapato fechado impermeável) e estar em um local
ventilado.
 O glutaraldeído pode ser inativado pela adição de Bissulfito de Na a 2%, antes
do descarte em esgoto.
SENDO PROIBIDO A UTILIZAÇÃO DESSE GERMICIDA.
 Ortophtaldeído (0,55%)
Germicida registrado como desinfetante de alto nível para artigos semi-críticos. Tem
odor suave, não requer ativação, seu pH gira em torno de 7,2 – 7,8. Pronto uso
dispensando ativação. Tem a capacidade de evidenciar a presença de matéria orgânica
nos materiais a ele submetidos. Exige o uso de EPI (máscara cirúrgica, óculos de
proteção ou protetor facial, avental impermeável + avental de manga longa, luvas de
borracha de cano longo, sapato fechado impermeável). Deve-se ter atenção ao se
manipular o produto, pois o mesmo em contato com a pele e tecidos ocasiona manchas.
O contato direto com a solução pode causar irritação da pele e dos olhos. Não é
recomendado o seu uso em materiais urológicos a serem utilizados em pacientes com
histórico de câncer de bexiga devido ao risco de choque anafilático.
O produto possui fita de testagem para conferência da Concentração Mínima Eficaz
(MEC) de 0,3%. Após ser colocado em uso pode ser utilizado por até 14 dias, desde que
seja mentido o MEC satisfatório e a solução esteja limpa.
Ao descartar a solução, deveremos neutralizar com Glicina (base livre), 25 gramas para
cada galão, aguardar 1 hora e descartar posteriormente em ralo com a torneira aberta
para irrigar a tubulação.
ATENÇÃO:
 A RDC nº 8/ 2009 da ANVISA que dispõe sobre as medidas para redução da
ocorrência de infecções por Micobactérias de Crescimento Rápido - MCR em
serviços de saúde proibiu a esterilização química.
Literatura recomendada:
 WENZEL RP. Prevention and Control of Nosocomial Infections, 4º
ed,Philadelphia. Linppincott Willians e Wilkins, 2003, p. 542- 574
 RUTALA WA, WEBER DJ. Selection and use of disinfectants in healthcare.
In: Mayhall CG. Hospital Epidemiology and Infection Control, 3rd ed.
Philadelphia, Lippincott Williams and Wilkins, 2004 p. 1473.
 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 8 de 27 de
Fevereiro de 2009. Dispõe sobre as medidas para redução da ocorrência de
infecções por Micobactérias de Crescimento Rápido – MCR. Brasília: ANVISA,
2009.
 Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria ANVISA – Segurança do Paciente em
Serviço de Saúde: Limpeza e Desinfecção de Superfícies, Brasília 2010.
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1. Recomendações para o uso de Germicidas em Hospitais