Abordagens para o Gerenciamento de Atividades Coletivas de Entidades Móveis Luiz Felipe Silva Abstract This paper is will show the most common interactions that mobile cell phones granted to the society in communications and management of shared activities. 1 Introdução A telefonia móvel revolucionou a maneira com que as pessoas se relacionam os demais membros da sociedade de forma semelhante à revolução que a telefonia fixa ocasionou no início do século 20 [1]. Como parte dessa revolução, a abordagem mais fundamental para organização de atividades coletivas usando a telefonia móvel é a ligação entre uma pessoa e outra, ou a troca de mensagens de texto. A realização de uma ligação ou o envio de um SMS para outra pessoa com intuito de organizar um encontro ou coordenar uma atividade independente da localização de ambas as pessoas é um exemplo de organização de atividades coletivas usando entidades móveis. A mobilização de esforços também ganhou com a telefonia móvel, por exemplo, durante os ataques de 11/9 as ligações feitas pelos telefones móveis das pessoas presas sob os escombros do World Trade Center e pelas pessoas dos aviões seqüestrados auxiliaram a tarefa de coordenar os esforços de resgate. No caso dos aviões, os passageiros ligavam a medida que os eventos iam ocorrendo. Em um dos aviões os passageiros souberam do ocorrido com os outros aviões e se motivaram a tomar uma atitude para parar a ação dos seqüestradores. A robustez da telefonia móvel foi posta a prova quando as pessoas localizadas na região de Nova Iorque não conseguiam realizar ligações devido ao congestionamento das torres de comunicação, mas a própria tecnologia apresentou a solução, mensagens SMS se comportaram como pequenos emails de até 160 caracteres permitindo com que as pessoas pudessem saber como estavam e como se encontrar. A conectividade a Internet usando a rede 3G significou a integração da rede de dados no aparelho e a habilidade de estar sempre conectado, mudando o perfil do aparelho de um simples terminal para uma entidade móvel sempre conectada. Essa mudança mudou a forma que a indústria enxergava os aparelhos de telefonia móvel. Até recentemente, o foco da indústria era criar hardware e software para os desktops e laptops, assumindo que as pessoas sempre estariam fixas para usar a Internet. Entretanto, com a evolução dos telefones móveis e PDAs em smartphones e pequenos computadores [2], a revolução imposta é similar a revolução que o PC causou a humanidade há 30 anos. Um exemplo cotidiano são os sites de rede sociais, que só funcionavam usando browsers para desktop passaram disponibilizar uma versão funcional para celulares, mesmo que de forma mais simples, e os fabricantes de aparelhos, que agora buscam processadores cada vez mais velozes e embutir cada vez mais recursos em um só aparelho. Com toda a tecnologia existente dentro de um único aparelho, as pessoas buscam cada vez mais estar de posse dos seus aparelhos e conectadas, é a idéia da computação ubíqua se tornando uma realidade. Enquanto estão se deslocando, marcar encontros ou reuniões com amigos conectados nas redes sociais sem ter a necessidade de entrar em contado com cada um já é possível. Interagir com a sociedade fazendo declarações sobre o transito em uma determinada localidade, fazer reclamações no exato momento que ocorreu alguma irregularidade, enviar fotos ou vídeos, ou até mesmo pedir socorro em uma situação de emergência é uma realidade. Além da comunicação com a Internet, os smartphones possuem sensores capazes de alimentar sistemas que permitem ao aparelho se tornar ciente do contexto onde o usuário está inserido. Dentre as possibilidades de utilização de contexto a que chama mais atenção é o CSCW (Computer Supported Cooperative Work), onde o contexto onde ocorre uma determinada interação pode ser útil para apoiar o trabalho colaborativo através do provimento de informações e serviços relevantes para uma dada situação. Um exemplo seria alertar a determinadas pessoas que o usuário do aparelho entrou em determinado local visando alavancar alguma atividade social. Até aqui, três das principais abordagens de gerenciamento de atividades coletivas usando entidades móveis foram mencionadas. A primeira levou em conta a comunicação ponto a ponto, em seguida o uso da Internet como elemento de disseminação de informação e a finalmente a consciência de contexto. É sobre o último tópico que está o foco principal desta monografia onde serão analisados quatro artigos abordando diferentes usos de provedores de contexto. A seguir, a seção 2 irá definir os critérios de comparação que serão utilizados para analise dos artigos resumidos na seção 3, a seção 4 apresenta o resultado e a conclusão desta monografia com idéias para trabalhos futuros. 2 Critérios de Comparação Entre os artigos considerados estão estudos, frameworks e aplicações. Por terem abordagens diferentes, os seguintes critérios de comparação foram utilizados: 2.1 Tipo do Artigo Todos os artigos considerados realizaram um estudo, mas chegaram a conclusões diferentes. Um deles resultou em um programa, outro em um framework e outro com uma definição de um novo provedor de contexto. 2.2 Contextos Utilizados Cada um os artigos focam pelo menos um dos seguintes assuntos: gerenciamento do tempo, gerenciamento de movimento e coordenação de grupos. 2.3 Atividades Coletivas Por ser parte do tema principal da monografia, é o ponto principal a ser considerado nos artigos analisados. 3 Resumo dos Artigos 3.1 Calendário Ativo A vida familiar envolve a organização contínua e coordenação de várias atividades no dia a dia, incluindo eventos escolares, atividades extracurriculares e compromissos [3]. O artigo descreve os desafios de se controlar uma família utilizando como base um calendário. Foram realizadas entrevistas com várias famílias americanas a respeito da organização das suas atividades e quais eram as dificuldades de manter os variados tipos de calendários, entre eles, o calendário de papel e palmtops. Ainda no artigo, com base nos lições tiradas pelo uso de diferentes formatos de calendário descreve como seria um calendário ideal para as famílias e cria um protótipo de calendário digital. Que pode ser acessível por um tablet PC, via web ou por um telefone móvel. Tipo do trabalho: Estudo sobre a organização familiar e criação de uma aplicação que funciona em ambiente Web, Tablet PC e Celular. Contextos utilizados: tempo, localização (selecionada manualmente). linguagem que relaciona todos os contextos desejados na ativação de um determinado alarme. A integração do programa com os provedores de contexto utiliza o Context Toolkit e a aplicação foi desenvolvida em Java. Apesar de demonstrada apenas para desktop, o estudo abre precedentes para que seja possível desenvolver um programa capaz de funcionar em dispositivos móveis baseado na meta linguagem proposta. Um exemplo fictício seria um exibir um lembrete para que o usuário leve um guarda-chuva quando estiver saindo de casa caso exista a possibilidade de chover ou avisar quando outra pessoa estiver na mesma localização que o usuário. A seguir segue mais exemplos da utilização da meta linguagem proposta para a exibição de lembretes condicionados aos eventos gerados pelos contextos selecionados: Atividades coletivas abordadas: Familiar e profissional. 3.2 Cyberminder De acordo com os estudos realizados pelo autor, as pessoas costumam anotar lembretes em post-it’s, pedaços de papel, enviar emails com textos contento lembretes e agendas de palmtops. Mas todos esses tipos de lembrete não são ativos como deveriam ser. Para o autor, permitir o uso de contextos mais elaborados em aplicações baseadas em calendários é o aspecto mais importante e é o que mais faz falta nas aplicações baseadas em calendário nos dias de hoje [4]. De modo a criar um lembrete ideal, o autor propõe uma aplicação que se baseia na utilização de contextos para facilitar a vida dos usuários. A utilização dessa aplicação implica em escrever os lembretes com uma determinada meta Tipo do trabalho: Estudo sobre a criação de uma aplicação de lembretes ideal e uma aplicação de exemplo para demonstrar a proposta. Contextos utilizados: Variados, a proposta é utilizar diferentes tipos de contexto. Atividades coletivas abordadas: Tratase de um lembrete genérico, pode ser utilizado para lembrar diferentes tipos de atividades. 3.3 Coordenação de movimento A coordenação de movimento procura identificar qual a direção dos movimentos que estão sendo realizados por uma entidade móvel. Através do mapeamento do ambiente por campos de força, o intuito de estabelecer uma coordenação de todas as entidades móveis. O autor relata que os desafios de identificar as adaptações e as abordagens de atividades baseadas em coordenação de movimento é a existência de agentes “context-aware” [5], assim, para que uma entidade saiba o que fazer, é necessário que a mesma conheça o ambiente onde se situa. Um exemplo apresentado pelo artigo é sobre um grupo de turistas visitando um museu, com cada um deles possuindo um PDA, de posse de certo programa que utiliza o agente de coordenação de movimento, os turistas seriam capazes de traçar o melhor caminho para visitação casando o tempo de encontro com outros turistas para que todos possam aproveitar as explicações dadas pelo museu em determinadas exposições, ou em caso de emergência, qual é o melhor caminho para que os visitantes evacuem o lugar evitando aglomerações e confusões. O artigo compara diferentes tipos de abordagens para a detecção do melhor caminho a ser seguido baseado em diferentes formas de modelagem do ambiente. Ao final, é desenvolvido um framework com os resultados do estudo chamado TOTA. Atividades coletivas abordadas: Agrupamento ou dispersão de entidades de forma coordenada. 3.4 Interação de grupos O artigo descreve que na maioria dos sistemas atuais que suportam interação de grupos, faltam a eles o conhecimento do contexto dos usuários, assim, não são capazes de se adaptarem as necessidades dos usuários [6]. Tais aplicações devem considerar quatro contextos primários: identidade, localização, horário, atividade atual e atividade em grupo. Como exemplo, é descrito uma aplicação de mensagens instantâneas que é capaz de se conectar a diversas redes e foi modificado para receber plugins. Essa aplicação é capaz de identificar pessoas próximas e reconhecer um grupo de pessoas conhecidas para que elas possam se encontrar. O gerenciamento dos grupos é feito previamente pela aplicação de forma a criar grupos de afinidades. Uma vez que uma pessoa de um determinado grupo se aproxima ou está próximo do usuário, os dois são alertados da presença um do outro. A aplicação utiliza código aberto de uma aplicação de mensagens instantâneas e que funciona em desktops ou laptops, não foi mencionado o uso em telefones móveis. O sensor de proximidade utiliza redes WLAN. Tipo do trabalho: Estudo sobre a coordenação de movimento em função de outras entidades móveis e a criação de um framework. Tipo do trabalho: Estudo sobre utilização de contesto para descobrir pessoas geograficamente próximas usando redes WLAN. Contextos utilizados: Localização. Contextos utilizados: Localização. Atividades coletivas abordadas: alerta de pessoas próximas e auxilia o agrupamento de pessoas de um mesmo grupo de afinidade. 4 Conclusão Desde o início do uso comercial da telefonia móvel, estar fora de casa ou até mesmo em movimento deixou de representar uma restrição a comunicação. Em qualquer lugar onde houver a cobertura de telefonia móvel uma pessoa é capaz de ligar para outra e combinar algum tipo de atividade. Diferente dos telefones fixos, os aparelhos de telefonia móvel não pararam de evoluir. Além da comunicação ponto a ponto, através de voz ou texto, a conexão com a Internet passou a fazer parte do mesmo aparelho. Habilitando seus usuários a conectar a Internet de qualquer lugar, sempre que desejarem. Com o poder a Internet na palma da mão, a possibilidade de interação entre o usuário do aparelho e outras pessoas ganharam nova dimensão por permitir a utilização de sites de redes socias de qualquer lugar. Com uma simples mensagem é possível alcançar quantas pessoas estiverem dispostas a receber tais mensagens. Os aparelhos de telefonia móvel viraram mini computadores e alavancaram o conceito de computação ubíqua. A monografia focou descrever um novo conceito de computação baseado no contexto onde o usuário esta inserido. Os trabalhos analisados ilustram diferentes abordagens que podem ser seguidas com o uso da consciência de contexto por determinadas aplicações, gerando propostas e frameworks ou aplicativos de demonstração. Nenhum dos artigos utilizou a telefonia móvel como deveria. Pelas datas de publicação dos artigos, a época em que foram escritos, a tecnologia dos telefones móveis ainda não permitiam aplicações com grau de complexidade tão alto, porém, hoje em dia é bem possível que existam aparelhos com o mesmo poder de processamento que os desktops ou laptops utilizados para fazer os protótipos descritos. Os aparelhos atuais abrem a possibilidade de reutilizar as idéias resumidas por esta monografia exemplo de computação ubíqua, que realmente pode ser levado para qualquer lugar por serem aparelhos pequenos leves e de grande mobilidade. 5 Referências [1] Palen, L. 2002. Mobile telephony in a connected life. Commun. ACM 45, 3 (Mar. 2002), 78-82. DOI= http://doi.acm.org/10.1145/504729.5047 32 [2] Pascoe, J. and Thomson, K. 2007. On the use of mobile tools in everyday life. In Proceedings of the 19th Australasian Conference on ComputerHuman interaction: Entertaining User interfaces (Adelaide, Australia, November 28 - 30, 2007). OZCHI '07, vol. 251. ACM, New York, NY, 39-47. DOI= http://doi.acm.org/10.1145/1324892.132 4900 [3] Neustaedter, C., Brush, A. J., and Greenberg, S. 2009. The calendar is crucial: Coordination and awareness through the family calendar. ACM Trans. Comput.-Hum. Interact. 16, 1 (Apr. 2009), 1-48. DOI= http://doi.acm.org/10.1145/1502800.150 2806 [4] Dey, A. K. and Abowd, G. D. 2000. CybreMinder: A Context-Aware System for Supporting Reminders. In Proceedings of the 2nd international Symposium on Handheld and Ubiquitous Computing (Bristol, UK, September 25 - 27, 2000). P. J. Thomas and H. Gellersen, Eds. Lecture Notes In Computer Science, vol. 1927. SpringerVerlag, London, 172-186. [5] Mamei, M., Zambonelli F., Fieldbased Approaches to Adaptive Motion Coordination in Pervasive Computing Scenarios, In Handbook of Algorithms for Mobile and Wireless Networking and Computing, 2004, CRC Press. [6] Ferscha, A., Holzmann, C., and Oppl, S. 2004. Context awareness for group interaction support. In Proceedings of the Second international Workshop on Mobility Management &Amp; Wireless Access Protocols (Philadelphia, PA, USA, October 01 01, 2004). MobiWac '04. ACM, New York, NY, 88-97. DOI= http://doi.acm.org/10.1145/1023783.102 3801