ESTRABISMO, SUP. OCULAR EXTERNA, OCULOPLÁSTICA, RETINA CIRÚRGICA 09:00 | 11:00 - Sala Vega Mesa: João Cabral, Teresa Gomes, Bernardete Pessoa VD47- 08:50/09:00 SÍNDROME DE DUANE TIPO 1 – ABORDAGEM CIRÚRGICA COM TÉCNICA DE KNAPP 1 1 2 1 Marta Guerra , Marco Rego , Sara Marques , Rui Castela (1-Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, 2-Departamento de Oftalmologia do Centro Hospitalar Tondela-Viseu) Introdução: O síndrome de Duane constitui uma anomalia inervacional – ausência do núcleo do nervo abducente e inervação do músculo reto lateral (RL) por ramo aberrante do nervo oculomotor - caracterizada pela contração conjunta do músculo reto medial (RM) e RL, associada a retração do globo ocular na tentativa de adução. Geralmente é esporádica e afeta sobretudo o género feminino e o olho esquerdo. A abordagem cirúrgica está indicada se desvio em posição primária do olhar (PPO), posição anómala da cabeça, retração grave do globo ocular e grandes upshoots ou downshoots. Devem preferir-se os procedimentos de enfraquecimento muscular do olho afetado ou bilateral associados a técnicas de transposição vertical para melhorar a abdução. O objetivo deste vídeo é apresentar a técnica de Knapp associada à sutura de Foster no tratamento do Síndrome de Duane tipo I. Material e métodos: Menina de 8 anos de idade, seguida no Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra desde os 4 anos de idade por Síndrome de Duane tipo I do olho esquerdo (OE), submetida a cirurgia de transposição muscular vertical - Técnica de Knapp – associada a sutura de Foster. Resultados: Criança de 8 anos com limitação total da abdução do olho esquerdo, endotropia em PPO, já submetida a cirurgia de retroinserção do músculo RM do OE de 7mm, que mantinha limitação total da abdução. Por este motivo procedeuse a retroinserção do RM associada a transposição total dos músculos RV para o RL do OE – Técnica de Knapp – com fixação escleral posterior a 16mm do limbo com sutura não reabsorvível – Técnica de Foster. Na última avaliação clínica, verificou-se uma melhoria significativa da abdução, sem registo de complicações pós-operatórias. Conclusão: As técnicas de transposição vertical com sutura de Foster têm a grande vantagem de melhorar a abdução, como sucedeu no caso apresentado. Contudo, não devem ser descuradas as complicações inerentes a esta técnica, nomeadamente a isquemia do segmento anterior, hipocorreções e hipercorreções e a limitação da adução contrária à direção da transposição.