XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. RESPONSABILIDADE SOCIAL DECIFRA-ME OU TE CONSUMO: O ESTUDO SOBRE AS FAMILIAS DE ANTAS E PALMITO Andreia Marques Rodrigues (UNEB) [email protected] Joselice Moura Silva Oliveira (UNEB) [email protected] Euclides Santos Bittencourt (UNEB) [email protected] Esse O presente artigo tem como objetivo principal avaliar a práxis dos projetos sociais propostos e/ou em execução pela empresa Bahia Mineração (Bamin) junto as comunidade de Antas e Palmito. Para materialização deste estudo realizamos aproximações com o método dialético com o objetivo de refletir, explicar e interpretar a realidade. Desenvolvendo neste sentido o estudo, interpretação e descrição das ações de responsabilidade social realizada pela Bamin, assim como as condicionantes colocadas pelo Instituto de Meio Ambiente (IMA) para a mesma, com vista a proporcionar reparações às famílias atingidas diretamente; bem como a aplicação de entrevistas semi estruturada as famílias das comunidades com o objetivo de identificar a existência e situação das ações identificadas pela empresa como práticas de responsabilidade social. Tendo como instrumento para análise dos documentos pesquisados a análise de conteúdo, e a análise de discurso das entrevistas realizadas com as famílias. Pode constatar que a empresa desde o primeiro contato com as famílias não apresentou nenhuma atitude correspondente ao que deveria ser responsabilidade social, no sentido de agir com ética junto aos grupos sociais, com os quais as empresa relacionam. Destaca ainda, a insatisfação das famílias com os cursos propostos pela BAMIN os quais caracterizam apenas por ações de capacitação, mas sem uma perspectiva de envolvimento comunitário, assim como ausente de propostas de transformação e melhoria das condições de vida nas comunidades impactadas pelo empreendimento. Neste contexto, ficou evidente que a responsabilidade social pregada pela empresa, trata-se de uma estratégia empresarial, visando à melhoria da imagem pública da empresa; as ações responsabilidade social tem características de movimentações fragmentadas que não proporcionam superação e modificação das atuais condições de fragilidade social enfrentadas pelas famílias. Palavras-chave: Bahia Mineração, Projetos sociais, Responsabilidade social. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 1 . INTRODUÇÃO Nas últimas décadas os problemas socioambientais se intensificaram de modo nunca vivenciado pela humanidade, sendo que este impacto possui maior intensidade para a classe trabalhadora, principalmente nas regiões periféricas e nas comunidades rurais onde são escassas as condições básicas – saúde, educação, alimentação, trabalho, etc. – tão essenciais à vida humana. Neste cenário é que emerge a Responsabilidade Social Empresarial – RSE, como alternativa das empresas afastarem as pressões sociais quanto à prática abusiva e gananciosa na busca pelo lucro em detrimento de seu compromisso com a sociedade e o ambiente que as cercam. Prova disso é que na Constituição Federal, o legislador enfatiza os danos provocados pela referida atividade de forma diversa das demais atividades que degradam. Assim, frente à nova conjuntura, estas empresas são responsáveis pela elaboração e aplicação de projetos sociais e ambientais que atendam a Sustentabilidade e garanta assim a Responsabilidade Social. A existência de grande potencial em riqueza natural, inclusive mineral no Brasil, que tem como consequência a mobilidade do capital financeiro como resposta a uma das principais crises já vivenciadas pela era do capital, faz observar grandes movimentações de empresas do setor extrativista mineral e de energia para o Brasil. Um desses investimentos é feito pela empresa Bahia Mineração que se instala na região da Serra dos Gerais no Estado da Bahia com o objetivo de extrair minério de ferro. A partir dos condicionantes do ponto de vista social e jurídico a empresa é forçada a desenvolver diversos projetos que visem o “desenvolvimento local” (entres aspas). Estas políticas são os projetos de envergadura social, denominados como ações de Responsabilidade Social, que também é uma forma de articular ganhos tangíveis das organizações capitalistas. O efeito de desse “boom” no cenário local, são as transformações exponenciais, diante a instalação de grandes empreendimentos, como a Bahia Mineração (BAMIN), empresa do ramo de extrativismo mineral, que tem o objetivo de explorar uma das principais jazidas de minério de ferro do mundo. A mina do município de Caetité! XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. O objetivo desse artigo, nesse sentido contextualizado, é de avaliar a práxis dos projetos sociais propostos e/ou em execução pela empresa Bahia Mineração junto as comunidade de Antas e Palmito. As comunidades ao mesmo tempo em que são beneficiadas pelo fluxo de renda, sofrem também os impactos dos empreendimentos. Para avaliar a práxis, foram realizados levantamentos, escutas e análise qualitativa das informações. As razões para discutir essa temática no âmbito acadêmico se referem à legitimidade dos projetos sociais, sobretudo, ao modelo econômico neodesenvolvimentista econômico. Em outra perspectiva tem a importância de fazer escutas do público alvo, que de certo modo vem perdendo seu empoderamento local, para entrar na lógica do capital. Na região da Serra dos Gerais onde os interesses econômicos públicos e privados se multiplicam chocando com as aspirações e necessidades do povo da região, o impacto ambiental é visível. Na região da Serra dos gerais, apresenta grande potencial na disponibilidade de minério de ferro, além de manganês, ouro, esmeralda, etc., riqueza esta que suscitou a realização da compra do território pertencente às comunidades tradicionais e desapropriação das famílias historicamente participativa daquele cotidiano natural. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O estudo de espaço requer respeito à memória e as tradições locais. O chamado desenvolvimento econômico sobrepõe seus interesses particulares e privados, em detrimento ao status quo das vidas que trocam necessidades e utopias das comunidades tradicionais. Desse modo é necessária uma análise histórica que contemple com uma análise das condições concreta da realidade. Diante disto, não seria coerente analisar apenas o fenômeno em si com o objetivo de esgotá-lo, sem compreender os seus pressupostos e consequências, pois, assim sendo, destacam-se apenas aparências das coisas sem compreender a essência do fenômeno. A categoria trabalho, pressuposto as ciências econômicas, fundamenta-se na construção do ser social. Assim explicitava, Marx e Engels. Podemos distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião – por tudo o que quiser. Mas eles começam a se distinguir-se dos animais assim que começam a produzir os seus meios de subsistência (lebensmittil), passo esse que é requerido pela sua organização corpórea. Ao produzirem os seus meios de subsistência, os homens produzem indiretamente a sua própria vida material XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. (MARX e ENGELS 2009, p. 24) Para Marx e Engels (2009), a categoria trabalho foi responsável pela construção das relações sociais e, consequentemente, pelos modos de produção, reprodução e organização da vida humana. Os autores destacam que na história da humanidade apresentaram-se como modos de produção anteriores a sociedade capitalista: as sociedades asiáticas, a sociedade escravista e a sociedade feudal. Mas o modo de produção capitalista é preponderante para o aprofundamento das contradições, provocando uma insustentabilidade da vida humana. Pois assim como aponta Foladori (S/D, p. 16)... Enquanto a produção pré-capitalista de valores de uso tem seu limite na satisfação das necessidades, a produção capitalista de mercadorias para aumentar o lucro não tem nenhum limite esta diferença, tão simples e geral, está na base do esgotamento dos recursos naturais a um ritmo nunca suspeitado na história da humanidade; porém também está na base da utilização irracional de qualquer forma de energia e/ou matéria e seres vivos (FOLADORI, S/D, p. 16). As novas classes que surgem, ou emergem, aparecem com ela à necessidade de mudanças sociais. Quando tivera de lutar pela derrubada do sistema feudal de produção, baseado na vinculação do servo à Gleba e na subordinação pessoal do trabalhador ao dono da terra, a burguesia reclamara liberdades e exigiria franquias com vistas à desvinculação jurídica dos trabalhadores em relação ao feudo, de maneira a tornar possível um fluxo de mão de obra no mercado de trabalho, em atendimento à exigência colocada pela criação de grandes empresas (KONDER, 2009, p. 125). Neste sentido, as relações de desigualdades que se estabeleceram dentro das primeiras sociedades, se expressam de forma exorbitante no modo de produção capitalista. Assim, como afirmam Marx e Engels (2008, p. 16) ao tratar da burguesia, “Ela aglomerou as populações centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos.” Para Lessa e Tonet (2008, p. 89), “O que torna o estado burguês diferente do estado escravista, ou mesmo do feudal, é que ele mantém e reproduz a desigualdade social afirmando igualdade política e XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. jurídica entre os indivíduos”. Destarte ao exposto, a transformação do trabalho em uma mercadoria como outra qualquer no sentido filosófico, no momento em que houve a separação entre trabalhadores e meios de produção – estes se viram sob uma única alternativa: vender a força de trabalho aos detentores dos meios de produção. Como o que vendiam era sua força de trabalho, o resultado desta produção não lhe pertencia, e sim, a outra pessoa (MARX, 2004). Deste modo, se esclarece a profunda alienação vivenciada pela humanidade, pois, o que era para ser a razão da essência humana, o trabalho, não se apresenta como algo que lhe pertence. É a partir desta relação que se produz e conduz a vida de forma alienada. O caráter misterioso da mercadoria consiste [...] simplesmente em que ela sonega aos homens as características do próprio trabalho deles, apresentando-as como características objetivas dos produtos do trabalho, apresentando-as como propriedades sociais naturais das coisas e, por conseguinte, do mesmo modo apresentando a relação social exterior a eles, como uma relação entre objetos’ (MARX apud KONDER, 2009, p. 144). As relações de produção e organização da vida humana atuais têm como característica uma produção mais do que suficiente as necessidades humanas, assim como a construção de carências, pela característica de apropriação e distribuição das riquezas sócio-histórica produzida. 2. 1 Brasil: um desenvolvimento de um/para poucos Aportado nas idéias iniciais deste ensaio, a compreensão sobre a atual situação sócioeconômica brasileira envolvem inúmeras particularidades. Elas estão situadas nos ciclos econômicos e no projeto de desenvolvimento sob os interesses das grandes potencias econômica, de acordo com cada momento histórico, em detrimento da afirmação e ampliação das desigualdades e impactos sociais. As políticas adotadas buscam responder os anseios genuinamente do capital privado, evidenciado pelo apoio e proteção do Estado e das empresas estrangeiras. São ofertados pelo Estado os incentivos fiscais e políticas públicas de infraestrutura, que favorecem aos grandes grupos, permitindo que as mesmas se instalem no interior da Bahia. Como exemplos, estão às empresas de energia eólica e a BAMIN, na região da Serra dos Gerais, com o objetivo de explorar as riquezas naturais e se manter distante das fiscalizações mais rígidas, no que tange XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. aos aspectos legais referentes ao meio ambiente, e dos direitos das comunidades tradicionais, as coisas acontecem de modo leviano.“Onde houver liberdade para o movimento de capitais, estes serão alocados, obviamente, naqueles locais que oferecessem os maiores lucros ou os maiores juros, dependendo da natureza do investimento [...]”,Segundo Arruda (2012, p. 106), Para Brum (1985, p. 09), “A sociedade brasileira tem como uma de suas características básicas a marca histórica da dependência externa. Esta característica influenciou profundamente a vida brasileira. E continua a influenciá-la”. Já Arruda (2012), embora os investimentos estrangeiros possibilitassem a saída dos países periféricos das condições précapitalista, esta relação se construiu como uma nova forma de dependência. Boito Jr. (2012) destaca o caráter de crescimento capitalista brasileiro, e de transferências de recursos para as famílias de baixa renda por intermédio de projetos sociais, como: a (o) bolsa família, fome zero. Isso é desenvolvimento no sentido amplo? Enfim, a relação de desenvolvido construída no Brasil sempre representou os projetos externos em detrimento das necessidades da população brasileira. Este cenário está relacionado também, a exploração mineral, destacando-se a extração de ouro e de diamante no período colonial. Especificamente no século XX, a exploração de minério de ferro e manganês (GALEANO, 2002). Essa condição histórica nos permite compreender o sentido da responsabilidade social como modelo de reparação ou como uma ameaça... Decifra-me! 2.2 O paradigma da responsabilidade social A Responsabilidade Social é um tema que vem sendo amplamente discutido na academia como também no meio empresarial. O termo Responsabilidade Social foi difundido por toda Europa, sendo a França o primeiro lugar a oficializar os primeiros documentos que estimulavam as empresas a prestarem contas referentes ao desempenho social envolvendo a mão de obra e as condições de trabalho (SCHROFER e LOURENÇO, S/D). Segundo Martins (2008), a preocupação com a Responsabilidade Social ganha notoriedade diante a globalização econômica. Tendo em vista que a modernidade, influenciada pelo desenvolvimento da tecnologia e da informação, transforma o mundo em um mercado comum, termina acentuando a competição empresarial, exigindo das empresas a construção de valores como forma de obter lucro e alimentar os acionistas. Esta necessidade de inovar como forma de garantir valor, exige que “[...] a empresa se torne cada vez mais responsável em termos ambientais e sociais” (p. 11). A Responsabilidade Social se apresenta como uma nova ferramenta de XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. competitividade, embora, esta seja uma consequência de uma exigência legal, podendo gerar custos para empresa, caso não cumpra com os acordos legais. No entanto, a nova consciência social se torna um novo fator a ser explorado pelo mercado, tendo em vista que as organizações podem produzir bens e serviços, assim como construir relações de acordo a exigência social com o intuito de garantir a competitividade no mercado. E a Responsabilidade Social se torna uma nova forma de renovar a ordem vigente. Responsabilidade Social Corporativa (CSR) é o comprometimento permanente das empresas em agir eticamente e contribuir para o desenvolvimento econômico ao mesmo tempo em que melhora a qualidade de vida da força de trabalho e de suas famílias bem como da comunidade local e da sociedade em geral. Para Martins (2008), a Responsabilidade Social envolve a relação de organização com os seus diversos públicos; trata da necessidade da empresa ter uma atitude responsável e ética com os seus fornecedores, motivando os mesmos na manutenção da política sustentável; e a necessidade de valorização do publico interno. É ingenuidade acreditar na possibilidade de uma Responsabilidade Social empresarial de forma efetiva no contexto do modo de produção capitalista brasileiro, pois o que caracteriza o Capitalismo é a “[...] livre concorrência, com sua organização social e política correspondente, sob a dominação econômica e política correspondente, sob a dominação econômica da classe burguesa” (MARX, 2008, p. 17). Segundo Silva (2010), a região do alto sertão teve seu processo de ocupação no século XVIII pelos Europeus. Dentro deste processo, o Semi-Árido – região macro da qual o AltoSertão Baiano faz parte – teve como característica a exploração ambiental e social. A análise do processo de ocupação e da exploração socioambiental do Semi-Árido indica a presença de traços desse paradigma da modernidade. A primeira visão econômica – a do colonizador – é de um território não rentável, um espaço não-apropriado para atividades econômicas lucrativas à metrópole. Esse desinteresse econômico alimenta um pensamento sobre uma terra estéril, com pouca capacidade de geração de riquezas (SILVA, 2010, p. 160). Este fato, historicamente, na perspectiva da cultura, da riqueza, a capacidade dos povos da região do Semi-Árido, incluindo o Alto-Sertão Baiano, além de ser negada, foi XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. subjugada violentamente pelos dominadores, aspecto que se aprofunda com a dinâmica das relações capitalistas, diante disso, foram desenvolvidos diversos projetos para a região, sob a análise de que a região era ausente de progresso, de desenvolvimento. Tais projetos foram realizados sempre com a presença do menosprezo ao povo e à sua identidade (SILVA, 2010; FAVERO e SANTOS, 2008). 3. METODOLOGIA A pesquisa caracteriza-se como exploratória, pois tem a finalidade de desenvolver, esclarecer alguns conceitos (GIL, 2006). Para Andrade (1999), este tipo de pesquisa é o primeiro passo de todo trabalho cientifico, a qual pode constituir trabalho preparatório ou preliminar para outro tipo de pesquisa. Segundo Triviños (1987), nesse estudo apresenta-se a relação em que o “[...] pesquisador planeja um estudo exploratório para encontrar os elementos necessários que lhe permitam, em contato com determinada população, obter os resultados que deseja” (p. 109).Como forma de enriquecer a pesquisa e ampliá-la, realizou-se uma pesquisa de campo. 3.1 Caracterização do perfil do lócus da pesquisa A empresa Bahia Mineração, surge em 2005 quando um grupo de geólogos divulga a existência de uma grande jazida de minério de ferro na região. Realizando um pedido de alvará de pesquisa junto ao Departamento Nacional de Pesquisa Mineral – DNPM – e formando a Bahia Mineração, a empresa possui matrizes em Salvador e filiais em Caetité-Ba e Belo Horizonte-MG, sendo dirigida atualmente, após passar por algumas negociações quanto ao seu controle acionário, pela empresa estrangeira Eurasian Natural Resources Corporation – ENRC. A referida empresa está sediada no Cazaquistão, sendo a 6ª maior exportadora de minério de ferro no mundo, além de possuir uma lista de ações na bolsa de valores de Londres. A Mina Pedra de Ferro, que consiste na produção estimada de 15 milhões de toneladas de minério concentrado por ano, se encontra na região do sudoeste da Bahia, tendo como área específica de instalação a Fazenda Pedra de Ferro, em Brejinho das Ametistas, englobando parte dos municípios de Caetité e Pindaí. Além disso, possui como área de influência indireta os municípios de Guanambi, Ibiassucê e Caculé (IMA, 2010). 3.2 Unidade de análise e observação / População e amostra Após a desapropriação das 14 famílias de Antas e Palmito, as mesmas se concentraram em três municípios: Licínio de Almeida, zona rural – 2 famílias –, sede de Guanambi – 1familia – e as demais no distrito de Guirapá – município de Pindaí.Diante disto, teremos como unidade de análise e observação, o estudo com as famílias de Antas e Palmitos residentes no distrito XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. de Guirapá – Pindaí – por ser este o local onde está aglomerada a maior quantidade de famílias, além de ser este o grupo social receptor dos projetos da empresa Bahia Mineração. Para a coleta de dados, realizaram-se dois procedimentos. O primeiro baseou-se na pesquisa documental, em que se analisou o projeto social referente aos aspectos da política de Responsabilidade Social da empresa para com as famílias das ex-comunidades Antas e Palmitos. No segundo momento, realizou-se uma entrevista semi-estruturada que, segundo Gil (2006), corresponde à entrevista em que o entrevistador dá ao entrevistado ou entrevistada a liberdade para expor à vontade sobre o assunto. 3.3 Contexto social da comunidade As famílias das comunidades de Antas e Palmito vivem atualmente distribuídas no distrito de Guirapá em Pindaí é um local de geograficamente pequeno. Antes de destacar os projetos sociais propostos ou anunciados pela empresa, também objeto de pesquisa se faz necessário identificar a condição social da comunidade através das entrevistas semiestruturada realizadas, objetivando compreender o ambiente social das famílias. Tabela – 1 Eixo trabalho PERGUNTAS Entrevistada I Entrevistada II Entrevistada Entrevistada IV III LOCAL SEXO IDADE NÍVEL DE ESCOLARIDADE RENDA Nº DE DEPENDENTES TRABALHO Entrevistado V Antas Palmito Palmito Antas Antas Feminino Feminino Feminino Feminino Masculino 68 39 65 64 45 Analfabeta Analfabeta Analfabeta Analfabeta Analfabeto 1S/M 1S/M 1S/M 1S/M 4 4 1 2 4 [...] eles [empresa] forneceu, garantiu serviço pro povo de Anta e Palmito...Até agora não teve nada [...] Duzim [sobrinho] vai “tabaiar” no trevo também [local onde realiza corte de cana], na [...] algumas [...] Sou “veiz” a gente aposentada. acha trabalho algum dia de serviço para “trabaiar”, mas não tem serviço nenhum, eu “tou” quase 4 anos aqui parado, sem fazer nada, sem lavar ao “meno” uma trouxa de Eu “tou” sustentando aqui é da aposentadoria, por que eu mais Du (esposo) aposentou [...] Aroldo [filho]... “coitadim”ta cana [...] eles não deu serviço pra ele não! “Nóis” num tem emprego nenhum não, eles forneceu a terra comprou a terra pra “nóis”, ta Dando “sistência”, 1 S/M 10 mantimento se for preciso [...] mas sobre assim, ajudar assim não. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. cana, “outa” roupa hora no café lavar. [...] pra Fonte: pesquisa de campo, (2012) Nesta tabela-1, Eixo trabalho, fica explicito a existência de pessoas migrando para o corte de Cana e colheita de café, assim como, a existência de pessoas com longo período de tempo sem trabalho tendo em vista, a ausência de oportunidades de geração de emprego e renda por parte da empresa. Tabela – 2 Eixo benefícios do governo PERGUNTAS Entrevistado I Entrevistado II BENEFICIOS DO GOVERNO O ganho meu É aposentadoria. Eu tenho aposentadoria [...] [se não fosse o recurso da aposentadoria estava] pedindo esmola, só se fosse pedir esmola para Eu comer... Com a aposentadoria, já aperta [...] Fonte: pesquisa de campo, (2012) Entrevistado III Ué a Gente [...] sou sustenta Aqui aposentada por causa da Aposentadoria de mãe, se não fosse Aposentadoria “nóis” Tava com a cuia na rua “pedino” esmola Que nem Disse Maria “Dala” [...] Entrevistado IV Entrevistado V Eu e Durvalino somos aposentado... Possuímos o Bolsa família Considerando a Tabela-2, eixo benefícios sociais, identifica que a maioria das famílias depende de programas do governo, como o Bolsa Família, assim como dos recursos referente à aposentadoria. Este quadro social, assim como descrito na Tabela-1, referente a o eixo trabalho ratifica a vulnerabilidade vivenciada pelas famílias. Situação que os (as) entrevistados (as) evidenciam com elementos significativos, quando expressam a possibilidade de “pedir esmola”, caso, a inexistência dos benefícios sociais. Tabela – 3 Projeto sociais PERGUNTAS Entrevistado I Entrevistado II Entrevistado III Entrevistado IV Entrevistado V PROJETO SOCIAIS Tem, teve curso, um lote de curso aí [...] curso de fazer Tem doce que nós já fizeram o tempero que “nóis” já A empresa lá... passou um... terreno lá, passou “né”! É E tá dando lá na Lapa, tá lá pra fazer tempero, pra “nóis” fazer Teve curso de pintura, curso de “croch” [crochê], curso XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. doce, curso de Faze bolo...tudo oferecido pela empresa [...] “feiz”...De bordado que eles pagou de um ano “promove” nos ensinar... 4“hactárie” pra tempero cada, mas eu “nóis” não participei [...] não! pra De vender tempero,curso de doce... Reassentamento já “tamo” tendo acesso,agora mesmo “nóis” vem de lá. Fonte: pesquisa de campo, (2012) De acordo os dados obtidos através da entrevista junto às comunidades de Antas e Palmito disposto na tabela-3, as famílias vem tendo como compreensão de projetos sociais o desenvolvimento de cursos que tem por finalidade apenas a capacitação. Entretanto em momento algum são apontadas pelos (as) entrevistados (as) as oportunidades que estes cursos gerarão enquanto disponibilidade de trabalho e renda. Ainda é importante mencionar que embora haja alguns cursos capacitação, estes não estão envolvendo a comunidade na totalidade, sendo este aspecto manifestado em uma das entrevistas: “Eu só participei do curso de doce só...e dos temperos.” Neste aspecto, a ação não responde aos anseios das famílias, as aspirações da coletividade, mas está sendo colocada de forma aleatória sem um planejamento, uma avaliação ex-ante, que assim como identifica Raposo (2001) representa o momento de conhecimento situacional, da realidade, das potencialidades econômicas e cultural. Ou mesmo um planejamento que possa observar as possibilidades concretas de envolver todo o grupo social, como forma de garantir melhoria e desenvolvimento social. Identificamos neste momento os aspectos teóricos trabalhados pela empresa BAMIN, assim como as condicionantes imposta a ela e o movimento real considerando a percepção/assimilação das famílias envolvidas. Subjacente a este contexto tratamos por Práxis a relação em que “a realidade humano-social se desvenda como o oposto de ser dado, isto é, como formadora e ao mesmo tempo forma específica do ser humano” (KOSIK; 1976 citado por LUDUVICCE, 2010, p.41). XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Tabela – 4 Negociação da propriedade da terra PERGUNTAS Entrevistado I Entrevistado II Entrevistado III Entrevistado IV Entrevistado V NEGOCIAÇÃO DA PROPRIEDAD E DA TERRA [...] todo dia que ia conversar tinha reunião... Vinha uns 4 ou 6 de lá e juntava “nóis” de Antas e Palmito e fazia a reunião. Negociação não, teve invasão, “qual é “associação... “Foi invadido lá! Tirou “nóis” de lá a força [...] E não “vei” conversar com os morador [...] Eles reuniu com “nóis” na casa de Maro só que eles fecharam o negócio depois que “nóis” saiu... [...] “Feiz” uma reunião com os “outos” mas eu não tava lá não. Eu “mermo” pelo “meno” não “tivi” filho; que chegaram lá em casa, igual eu to falando pra você era só barca batendo, retrato tirando do povo, dizendo que nós não tinha como ficar... Foi individual! , Não “reunio” todo Mundo não. Foi Cada casa passava e fazia Suas proposta, “reunio” Todo Mundo Da “familía”, Mas não da comunidade! Fonte: pesquisa de campo, (2012). Considerando os dados obtidos na tabela-8, observa-se que a empresa não respeitou tais comunidades, pois assim como exposto por uma das entrevistadas, a atitude da empresa representou “uma invasão”, na qual a negociação não configurou em nenhum momento a busca por um acordo coletivo, ao contrário constituiu-se de uma relação de dominação da empresa para com as comunidades. Neste aspecto, não está ocorrendo, nem o que Demo (2009) caracteriza como “miséria participada”. Pelo contrário, o projeto da empresa tem como característica o conjunto de procedimentos e intervenção característica da heterogestão condicionada às necessidades capitalistas, movimentar e garantir condições de obtenção de lucro. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Tabela – 5 Qualidade X Benefícios dos projetos PERGUNTAS Entrevistado I Entrevistado II Entrevistado III QUALIDADE X BENEFICIOS Felizmente só “ta” é... Tomando o curso... “pa” quando a gente aprender fazer “mermo” e “trabaiar”...En sina e dá o diploma também. Não “tou” Sei lá meu achando “fi”...Eu não beneficio participo direito... nenhum pra trazer nisso ai não...sei não...isso ai ta muito devagar. Para “nóis” “trabaiar” ta com dificuldade. Entrevistado IV Entrevistado V Até agora que não por que não vendeu ainda, agora que começou... Pra mim não é por que eu já “tô” de idade sessenta e quatro anos. Mais pra frente uma melhora; as “vez” a pessoa faz um curso, você sabe que é bom “né”! Muita gente interessa,é no final é bom ,eles segue da força da “sistência” [assistência] muita gente... Fonte: pesquisa de campo, (2012). Considerando os dados da entrevista, dispostos na tabela-5, verifica que as ações realizadas pela empresa não correspondem aos interesses das comunidades, em virtude da argumentação dos (as) entrevistados (as) sobre a ausência de benefícios e credibilidades das ações realizadas pela empresa. Ressaltam ainda que embora proposto pelo IMA (2010), ações que visam ao combate a serviços marginais, drogas, violência, prostituição, educação sexual, programas na melhorias de educação, infraestrutura, inserção de jovens e adolescentes na capacitação e controle de prevenção ao trabalho infantil, não são mencionadas pela famílias. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com breve recorte dos principais eixos da análise qualitativa, este artigo teve como principal objetivo Avaliar a práxis dos projetos sociais propostos e/ou em execução pela empresa Bahia Mineração junto às comunidades de Antas e Palmito. De acordo a pesquisa pode identificar que as ações de responsabilidade social proposta pela empresa Bahia Mineração (Bamin) está se resumindo aos cursos de capacitação, os quais não vêm correspondendo as necessidades das famílias envolvidas diretamente pelo empreendimento. Nesta perspectiva, verificou que as famílias estão vivendo em condições de extrema vulnerabilidade social, principalmente pela ausência de trabalho e renda, relação que impõe dependência por parte das comunidades em estudo quanto às políticas de Estado referente à assistência social, as quais são ainda insuficientes para atender as necessidades sociais. Pela XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. pesquisa ficou evidente que esta desigualdade econômica entre empresa e famílias proporcionou à obtenção de resultados favoráveis a Bamin no processo de negociação das propriedades, principalmente pela ausência de informações compreensíveis aos sujeitos pesquisados, e de uma organização social e política capaz de garantir resultados satisfatórios a comunidade. Ainda assim, a empresa vem se apresentando nos relatórios ou através dos veículos de comunicação como uma empresa sustentável e inovadora quanto às ações envolvendo a responsabilidade social. Contudo, não se pode caracterizar uma empresa como responsável e sustentável, quando age com total descaso as necessidades e anseios do povo, se posicionando de forma dominadora e colonizadora, sem nenhuma ética e que diferente do que preconiza, refuta o dialogo com a coletividade e prima pelo contato e negociação individual visando obter vantagens comerciais. Em virtudes dos fatos mencionados observa que os resultados encontrados contemplaram os nossos objetivos, tendo em vista responder a problemática de pesquisa. Entretanto os limites de tempo e as dificuldades enfrentadas nessa tarefa de pesquisadores constituíram-se alguns limites da pesquisa. Ressaltando neste aspecto, a necessidade de desenvolvimento de pesquisas futuras que contemplem outros aspectos relacionados. A ausência de pesquisas por parte da engenharia de produção no campo social é um paradigma, principalmente no campo dos movimentos sociais. Recomendam-se estudos nessa área de conhecimento com o objetivo de dialogar os interesses antagônicos. Na manufatura, os recursos de produção são apropriados na linha de produção, quase sempre com mão de obra das comunidades (povoados) onde estão instalados empreendimentos. Notadamente, essa mão de obra de baixo valor agregado, ou de baixa especialização. A mão de obra não gera conhecimento, quase sempre. Cabe o empreendimento potencializar a mão de obra estéril, em fator de produção. Os programas sociais voltados à baixa qualificação não empodera os envolvidos das comunidades no entorno do empreendimento. Pois são programas que atendem aos condicionantes das instalações. Falta um envolvimento maior da área de comunicação e dos recursos humanos, de modo a descobrir talentos e os preparem para participação dos ganhos econômicos. Também faltam programas sociais que atinjam positivamente o local, as adjacências, ou comunidades próximas. Faltam propostas de articulação dos conhecimentos históricos das comunidades tradicionais que vá de encontro ao desenvolvimento local e social. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho cientifico: Elaboração de trabalhos na graduação. – 4ª ed. – São Paulo:Atlas, 1999. ARRUDA, Pedro Fassoni. Capitalismo Dependente e Relações de Poder no Brasil: 1889-1930 – 1ª ed.- São Paulo: Expressão Popular, 2012. _________. Desenvolvimento e Meio Ambiente: As Estratégias de Mudança da Agenda 21. - 3ª – Petropólis, Rj: Vozes, 1997. BOITO JR, Armando. As bases políticas do neodesenvolvimentismo. - 2012 – Disponível em:<http://www.eesp.fgv.br/sites/eesp.fgv.br/files/file/Painel%203%20-%20Novo%20Desenv%20BR%20%20Boito%20-%20Bases%20Pol%20Neodesenv%20-%20PAPER.pdf> acessado em:23/10/2012 CASTRO, Leonardo. 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