FICHA 2 (CORREÇÃO) MÓDULO 4 2. A Europa dos estados absolutos e a Europa dos parlamentos 2.1 Estratificação social e poder político nas sociedades de Antigo Regime Grupo I 1. Fazer corresponder os conceitos apresentados na coluna A às definições que constam da coluna B. a) – 5; b) – 1; c) – 3: esta resposta, apesar de deixar de fora o clero, é a que está mais correta. d) – 6: a mobilidade tanto pode ser ascendente (a que é desejada por todos) como descendente (cair em desgraça). 2. Apresentar a característica da divisão social em ordens patente no Doc. 1 A atribuição de diferentes funções sociais a cada uma das ordens. Neste caso: à nobreza compete a “defesa do Estado”; ao Terceiro Estado, “pagar tributos, a indústria e trabalho corporal”. 3. Identificar o grupo social que recebia o dízimo. O dízimo era pago ao clero. 4. Identificar as vias de ascensão social documentadas nos Docs. 3 e 4. O desempenho de cargos públicos; neste caso, magistraturas locais (Paris - Doc. 3). A riqueza (Doc.4). 5. Desenvolver o tema: A sociedade de Antigo Regime Introdução: Breve referência à persistência da estrutura social da Idade Média, baseada no nascimento e na desigualdade entre os grupos sociais. Estrutura social e seus fundamentos Estrutura social tripartida em ordens ou estados: clero ou primeiro estado; nobreza ou segundo estado; povo ou Terceiro Estado (nos séculos do Antigo Regime fixa-se a designação “Terceiro Estado” em detrimento de “povo”). A divisão social tem como fundamento a desigualdade entre as criaturas humanas, à semelhança da que existe entre os restantes seres vivos. Esta desigualdade, que se considera ser vontade de Deus, é considerada fundamental para que reine a ordem na sociedade (Doc.1), já que a cada estado corresponde uma determinada função social que, sendo cumprida, viabiliza o bom funcionamento do corpo social: ao clero cabe a vida espiritual e a salvação das almas; à nobreza a defesa de todo o corpo social; ao Terceiro Estado, a produção da riqueza material através do trabalho (Doc.1). A condição de cada um decorre do nascimento. No nascimento espelha-se a condição que Deus quis dar a cada indivíduo. Estatuto das diferentes ordens sociais Um novo Tempo da História ─ Ficha 2 (correção), Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Monterroso Rosas Clero: goza de alta consideração social por se considerar o estado mais próximo de Deus; os seus membros estão isentos do pagamento de impostos, da prestação de serviço militar e beneficiam de um sistema jurídico próprio (foro canónico); vive dos rendimentos das suas vastas propriedades e das contribuições dos crentes, com destaque para o dízimo (Doc.2). Tem direito a tratamento de deferência. Nobreza: muito próxima do rei, é, de facto, a ordem social mais influente e dela saem os elementos mais destacados do clero. Para além dos velhos direitos senhoriais de que continua a usufruir nas suas propriedades, está também isenta de impostos ao Estado (exceto em caso de guerra). Cabe-lhe o desempenho dos principais cargos político-administrativos e goza de tratamento diferenciado (Doc.1). Terceiro Estado: encontra-se no último lugar da estrutura social, embora os seus membros ocupem posições muito diferenciadas, consoante a sua função específica, grau de instrução e riqueza. Compete-lhe a dedicação ao trabalho, bem como o pagamento de todo o tipo de contribuições e impostos (Doc.3). Em caso de castigo, está sujeito às penas mais vis, reflexo da sua condição inferior. Mobilidade social Mobilidade social reduzida, já que as distinções sociais se baseiam no nascimento, perpetuando-se, por isso, de pais para filhos. Os casos mais significativos de mobilidade social dizem respeito à nobilitação de elementos do Terceiro Estado. Industriosos, eficientes e cheios de iniciativa, muitos elementos do Terceiro Estado distinguem-se pelo mérito, adquirindo instrução e riqueza. Desempenham, por isso, cargos administrativos cuja dignidade nobilita – nobreza de funções ou de toga (Doc. 4). O seu dinheiro e serviços financeiros fazem-nos imprescindíveis aos monarcas, que os agraciam com títulos de nobreza pelos serviços prestados (Doc. 5). Tornam-se relativamente frequentes os casamentos entre os filhos da nobreza empobrecida e elementos ricos dos Terceiro Estado, o que se salda na ascensão social destes últimos. Grupo II 1. Explicar, tendo em conta o funcionamento da sociedade de ordens, a distribuição da propriedade fundiária, em Portugal. Como é característico do Antigo Regime, a propriedade fundiária encontra-se maioritariamente nas mãos das ordens privilegiadas, clero e nobreza. Embora minoritárias, estas ordens distinguem-se por serem grandes proprietárias. Os camponeses, membros do Terceiro Estado, que constituem a maior parte da população, não passam, geralmente, de rendeiros ou assalariados agrícolas. Uma parte significativa dos 15% de terras associadas ao Terceiro Estado encontra-se nas mãos da burguesia (lavradores). 2. A peculiaridade da sociedade portuguesa patente no Doc. 3 é: c) A mercantilização da nobreza, que participava ativamente no comércio ultramarino: apesar de preponderante, não possuía o exclusivo do comércio, daí que não possa ser a hipótese a). 3. Indicar, com base no Doc. 4, três razões justificativas da debilidade da burguesia, em Portugal. (Escolher três) Os ataques das novas potências marítimas, quer aos territórios portugueses quer às rotas mercantis, dificultam o comércio ultramarino. A monarquia portuguesa, em dificuldades financeiras, chama a si boa parte do tráfico. A exemplo dos nossos monarcas, a nobreza concorre também com os mercadores, nas rotas de comércio. Um novo Tempo da História ─ Ficha 2 (correção), Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Monterroso Rosas 4. Os judeus e cristãos-novos, grupo a que pertenciam alguns dos mais importantes comerciantes, são perseguidos pela Inquisição. A burguesia inglesa consegue estabelecer-se no nosso país, fazendo concorrência aos mercadores locais. Partindo dos Documentos apresentados, referir: Dois aspetos em que a sociedade portuguesa se enquadra no paradigma social do Antigo Regime (Escolher dois) Divisão social em ordens; Clero e nobreza proprietários de grandes latifúndios OU Terceiro Estado, ordem maioritária mas detentora apenas de uma pequena parte do solo. Estatuto jurídico e social específico de cada ordem. Nobreza ligada aos cargos administrativos mais importantes. Duas peculiaridades da organização social do nosso país (Escolher duas) Nobreza fortemente arreigada aos seus privilégios de nascimento e às convenções sociais. Influência política da nobreza. Nobreza ligada ao tráfico ultramarino (cavaleiro mercador). Debilidade da burguesia, que não se afirma enquanto grupo social ascendente. Grupo III 1. São caraterísticas do absolutismo: a) a afirmação da origem divina do poder real e a preservação da ordem social estabelecida. 2. Selecionar a opção que melhor corresponde ao sentido da frase “Nunca mais se falou do Estado nem de regras”. b) A atuação do rei identificava-se com o interesse do Estado. 3. Explicitar o mecanismo de encenação do poder referido no texto. No 3º parágrafo é referido “o luxo monstruoso” que Luís XIV introduziu na corte. A este luxo desmesurado, que arruinava os nobres fazendo-os depender da generosidade do rei, ligava-se um cerimonial rígido e complexo que endeusava o rei, colocando-o no centro da vida dos cortesãos. Assim se afirmava a superioridade e o poder do rei. Um novo Tempo da História ─ Ficha 2 (correção), Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Monterroso Rosas FICHA 3 (CORREÇÃO) MÓDULO 4 2. A Europa dos estados absolutos e a Europa dos parlamentos 2.1 Estratificação social e poder político nas sociedades de Antigo Regime 2.2 A Europa dos parlamentos: sociedade e poder político Grupo I 1. Fundamentar as seguintes afirmações: “Melhor do que os seus antecessores conheceu as prerrogativas do trono.” D João V exerceu um poder pessoal, procurando centralizar as decisões na sua pessoa. Para isso, procedeu à reforma da administração central e fez sentir aos nobres a sua autoridade suprema. Esta afirmação de poder levou-o a nunca reunir cortes. “Foi mais generoso que todos os reis que o precederam.” Conhecido pelo cognome de “o Magnânimo”, o monarca tornou-se célebre no país e no estrangeiro pelas suas prodigalidades, recompensando principescamente os que o rodeavam, como os sábios que “enriqueceu com mão larga” ou ostentando uma riqueza desmesurada. Os embaixadores que o representaram, nas suas entradas solenes, chegavam a distribuir dinheiro às mãos cheias pela população que observava o cortejo. “Ele foi em Portugal […] o verdadeiro Restaurador, Protetor e Conservador das letras e dos Sábios.” O rei, que teve uma educação esmerada, acarinhou as letras enriquecendo, “com mão larga”, os que a elas se dedicavam (Doc. 1), e “concedendo benefícios perduráveis” a instituições do saber, como as universidades de Évora e Coimbra ( Doc.1). Foi também pródigo na criação de bibliotecas e fundou a Academia Real da História. 2. 3. Destacar, reportando-se à fonte apresentada, a política de construções de D. João V. No documento, o rei é louvado pelas obras que empreendeu: “enobreceu Lisboa” com edifícios que conferiram “grandeza” à capital; mandou erguer numerosas igrejas, com destaque para a Patriarcal, considerada mais nobre que Santa Sofia de Constantinopla, edificada por Justiniano; mandou construir a Basílica e o Convento de Mafra, ímpares no nosso país. Selecionar a afirmação que melhor caracteriza o governo de D. João V. a) O rei afirmou o seu poder face aos privilegiados e dispensou o auxílio das instituições tradicionais, como as cortes Um novo Tempo da História ─ Ficha 2 (correção), Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Monterroso Rosas