Baixa Idade Média: as Monarquias
Nacionais na Baixa Idade Média
1 Leia o texto a seguir.
A partir do século XIII, foram-se definindo por uma série de batalhas algumas fronteiras
da Europa que, no caso da França, da Inglaterra e da Espanha, permanecem
aproximadamente as mesmas até hoje. Dentro das fronteiras foi nascendo o Estado
como uma organização política centralizada, cuja figura dominante – o príncipe – e a
burocracia em que se apoiava tomaram contornos próprios que não se confundiam
com os grupos sociais mesmo os mais privilegiados, como a nobreza. Esse processo
durou séculos e alcançou seu ponto decisivo entre 1450 e 1550. Também ocorreu uma
expansão geográfica da Europa cristã, antecessora em outras condições da expansão
marítima iniciada no século XV, pela reconquista de territórios ou a ocupação de novos
espaços. A Península Ibérica foi sendo retomada dos mouros; o Mediterrâneo deixou de
ser um “lago árabe”, onde os europeus não conseguiam sequer colocar um barquinho;
os cruzados ocuparam Chipre, a Palestina, a Síria, Creta e as ilhas do Mar Egeu; no
noroeste da Europa, houve expansão inglesa na direção do País de Gales, da Escócia e
da Irlanda; no leste europeu, alemães e escandinavos conquistaram as terras do Báltico
e as habitadas pelos eslavos.
Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: USP – Fundação para o
Desenvolvimento da Educação, 1996, p. 20.
Com base no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. A Península Ibérica, que vivenciou a ocupação de parte de seus territórios pelos
muçulmanos – denominados mouros – deu início ao processo de formação de seu
Estado com a luta dos cristãos para a retomada dos espaços ocupados por estes
habitantes de origem árabe, e que ficou conhecida como Reconquista.
II. Um dos aspectos da colonização do continente recém-descoberto – denominado
América – deveu-se à preocupação das nações espanhola e portuguesa em relação à
prática religiosa dos habitantes nativos. Estas nações, católicas, empreenderam um
processo de evangelização cristã para as diferentes culturas indígenas que habitavam o
Novo Mundo.
III. Espanhóis e portugueses, que iniciaram conjuntamente o processo de expansão
marítima, acordaram que as terras do Novo Mundo deveriam ser repartidas de
maneira igualitária. A Espanha, com sua superioridade científica e militar, tentou
romper o acordo, levando tais nações à arbitragem do Vaticano, que, com a bula
papal, João XXIII deu origem à formulação do Tratado de Tordesilhas.
IV. A Espanha finalizou seu processo de centralização do poder monárquico por volta
do ano de 1492, quando foram expulsos os últimos habitantes árabes de seu território
– ainda presentes na região de Granada. A partir de então, entrou para o ciclo das
grandes navegações marítimas pelo Atlântico, que já vinha sendo desenvolvido por
Portugal.
Assinale a alternativa correta.
(a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
(b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
(c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
(d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
(e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
2 [...] O rei fora um aliado forte das cidades na luta contra os senhores. Tudo o que
reduzisse a força dos barões fortalecia o poder real. Em recompensa pela sua ajuda, os
cidadãos estavam prontos a auxiliá-lo com empréstimos em dinheiro. Isso era
importante, porque com o dinheiro o rei podia dispensar a ajuda militar de seus
vassalos. Podia contratar e pagar um exército pronto, sempre a seu serviço, sem
depender da lealdade de um senhor. Seria também um exército melhor, porque tinha
uma única ocupação: lutar. Os soldados feudais não tinham preparo, nem organização
regular que lhes permitisse atuar em conjunto, com harmonia. Por isso, um exército
pago para combater, bem treinado e disciplinado, e sempre pronto quando dele se
necessitava, constituía um grande avanço.
L. Huberman. História da riqueza do homem.
Rio de Janeiro: Zahar, 1977, p. 80-1.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:
I. A organização de exércitos sob o comando do rei contribui para o processo de
formação dos Estados nacionais.
II. A decadência da burguesia possibilitou o fortalecimento do poder real e a
constituição dos Estados nacionais europeus.
III. A teoria política do período sacralizou a figura do monarca, já que afirmava serem
os reis escolhidos por Deus para exercer o governo.
IV. Com os Estados nacionais constituídos, a Igreja continuou a ocupar um espaço
importante dentro dos reinados, baseada na autoridade suprema do papa.
Assinale a alternativa correta.
(a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
(b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
(c) Somente as afirmativas II e IV são corretas.
(d) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
(e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
3 Durante muitos séculos, a Idade Média foi considerada um período de trevas,
“Noite de mil anos”, no qual o mundo teria vivenciado uma longa fase de decadência
científica, social e cultural. Porém, um número significativo de estudos históricos e
publicações do século XX revelam que a Idade Média, como outros períodos da
história da humanidade, representa uma etapa na qual houve crise, mas também
desenvolvimento científico, social e cultural. Em relação à cultura medieval europeia,
assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
01 A partir do século XII, predominou no ensino da Europa Ocidental o trivium, em que
se ensinava gramática, retórica e lógica, e o quadrivium, voltado para preparar o aluno
em aritmética, geometria, astronomia e música.
02 Santo Agostinho, autor de Confissões e Cidade de Deus, dedicou-se à elaboração de
uma síntese da filosofia platônica e da doutrina cristã. A natureza humana seria, por
essência, corrompida. Na fé em Deus, Agostinho localizava a possibilidade de remissão
e salvação eterna.
04 Entre as obras literárias mais conhecidas da Idade Média, destacaram-se a Canção
de Rolando, Poema de Cid e a Divina Comédia, um poema no qual Dante Alighieri
relata sua viagem ao inferno, purgatório e ao paraíso.
08 As fortificações militares constituem as mais eloquentes e originais manifestações
da arquitetura medieval. Nelas predominam os estilos barroco, românico e gótico. Os
cuidados estéticos revelam a preocupação dos senhores feudais e do clero em tornar
as defesas militares espaços simbólicos, representando “as fortalezas de Deus”.
16 Durante a Idade Média, as ciências e a tecnologia conheceram um desenvolvimento
que pode ser considerado insignificante, pois o clero reagia com violência a qualquer
manifestação científica, tida como ameaçadora das verdades reveladas na Bíblia.
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