UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE
IDENTIFICAÇÃO DO TIPO DE MÉTODO UTILIZADO POR
LABORATÓRIOS CLÍNICOS DE GOVERNADOR VALADARES-MG
PARA CLASSIFICAÇÃO SANGUÍNEA SISTEMA ABO-Rh
Marcelo Henrique Silva De Souza
Governador Valadares – MG
Julho 2011
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Marcelo Henrique Silva De Souza
IDENTIFICAÇÃO DO TIPO DE MÉTODO UTILIZADO POR
LABORATÓRIOS CLÍNICOS DE GOVERNADOR VALADARES-MG
PARA CLASSIFICAÇÃO SANGUÍNEA SISTEMA ABO-Rh
Monografia apresentada como requisito
parcial ao curso de pós-graduação lato
sensu em Análises Clínicas e Gestão de
Laboratório da Universidade Vale do Rio
Doce – UNIVALE
Orientadora: Maria José Ferreira Morato
Governador Valadares – MG
Julho 2011
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RESUMO
Antígenos eritrocitários são substâncias presentes nas membranas dos
glóbulos vermelhos, herdados geneticamente. Bioquimicamente, podem ser
protéicos ou carboidratos (ligados a lipídios ou proteínas). A administração de
sangue no intuito de salvar vidas humanas data das antigas civilizações egípcia,
grega e romana. Temos como objetivo identificar qual(is) teste(s) tem sido
empregado na rotina laboratorial na cidade de Governador Valadares. Foram
consultados laboratórios da referida cidade através de questionário elaborado
com questões específicas sobre os testes mencionados neste artigo. O número
total de laboratórios consultados foi igual a quatorze, sendo doze (85,7%)
empresas privadas e duas públicas (14,3%). Em relação ao método utilizado por
estes laboratórios constatamos que apenas quatro (28,6%) utilizam o método de
lâmina e cinco (35,7%) realizam suas classificações pelo método de tubos sendo
que os demais (35,7%) mesclam seus exames utilizando lâminas e tubos para
classificação do sistema ABO-Rh. Através deste estudo pode-se observar que os
laboratórios de Governador Valadares, realizam em sua maioria, as classificações
sanguíneas da forma preconizada pelos órgãos reguladores.
Palavras chaves: classificação sanguínea; métodos tipagem sanguínea; sistema
ABO-Rh
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ABSTRACT
Antigens erythrocyte are substances in red cell membranes of red blood cells,
genetically inherited. Biochemically, protein or carbohydrates can be (linked to lipids
or proteins). The administration of blood in order to save human lives date of the
ancient civilizations of Egypt, Greece and Rome. We aim to identify which one (s)
test (s) has been used in routine laboratory in the city of Governador Valadares.
Laboratories were consulted through a questionnaire that city prepared with specific
questions about the tests mentioned in this article. The total number of laboratories
found was equal to fourteen, twelve (85.7%) public and two private companies
(14.3%). Regarding the method used by these laboratories found that only four
(28.6%) use the slide method and five (35.7%) hold their rankings by the method of
tubes and the others (35.7%) mixed their tests using slides and tubes for the
classification of ABO-Rh. Through this study may be noted that the laboratories of
Governador Valadares, perform mostly the classifications of blood as recommended
by regulators.
Keywords: Classification blood; blood typing methods; ABO-Rh system
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
06
2. PROBLEMA DE PESQUISA
09
3. JUSTIFICATIVA
10
4. OBJETIVO
14
5. METODOLOGIA
15
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
16
7. CONCLUSÃO
18
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1. INTRODUÇÃO
Antígenos eritrocitários são substâncias presentes nas membranas dos
glóbulos vermelhos, herdados geneticamente. Bioquimicamente, podem ser
protéicos ou carboidratos (ligados a lipídios ou proteínas). Já foram reconhecidos e
classificados aproximadamente 285 antígenos eritrocitários de importância clínica,
divididos em sistemas individualizados, bem como alguns antígenos de alta ou baixa
incidência populacional ainda não ligados a sistemas ou coleções.(Vaz, Adelaide J.2007)
A administração de sangue no intuito de salvar vidas humanas data das
antigas civilizações egípcia, grega e romana. O Sistema ABO foi o primeiro dos
grupos sanguíneos descobertos (1900, 1901) no início do século XX em 1900, pelo
cientista austríaco Karl Landsteiner. Fazendo reagir amostras de sangue de diversas
pessoas, ele isolou os glóbulos vermelhos (hemácias) e fez diferentes combinações
entre plasma e hemácias, tendo como resultado a presença de aglutinação dos
glóbulos em alguns casos, e sua ausência em outros. Assim, Landsteiner classificou
os seres humanos em três grupos sanguíneos: A, B e O (cuja denominação proveio
da expressão "Ohne A, Ohne B", ou seja, "Sem A e Sem B"), e explicou por que
algumas pessoas morriam depois de transfusões de sangue e outras não.
Landsteiner não previu o grupo AB, mais raro, o qual foi descoberto quando, em
1902, seus colaboradores von Decastello e Sturli o encontraram e descreveram. Em
1930 Landsteiner ganhou o Prêmio Nobel por seu trabalho. (BEIGUELMAN, B.2003)
O fator Rh é um dos dois grupos de antígenos eritrocitários de maior
importância clínica, estando envolvido nas reações transfusionais hemolíticas e na
Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN ou Eritroblastose fetal). Sua
determinação, juntamente com a dos antígenos pertencentes ao sistema ABO, no
procedimento laboratorial denominado Tipagem sanguínea (ABO e Rh) --- ou
simplesmente tipagem sanguínea -- é obrigatória antes de qualquer transfusão
sanguínea.
Levin e Stone (1939) relataram o caso de um feto natimorto gerado por
uma mulher que posteriormente manifestou reação hemolítica transfusional ao
receber sangue de seu marido (compatível quanto ao sistema ABO, o único então
conhecido). Landsteiner e Wiener (1940) descreveram um anticorpo produzido no
soro de coelhos e cobaias, pela imunização com hemácias de Macacus rhesus, que
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era capaz de aglutinar as hemácias de 85% das amostras obtidas de um grupo de
caucasóides
americanos.
Wiener
e
Peters
(1940)
aproximaram
as
duas
observações, determinando tratar-se do mesmo antígeno. O anticorpo produzido no
sangue da cobaia foi denominado de anti-Rh. Os indivíduos que apresentavam o
fator Rh passaram a ser designados Rh+, o que geneticamente acreditavam
corresponder aos genótipos RR ou Rr. Os indivíduos que não apresentam o fator Rh
foram designados Rh- e apresentavam o genótipo rr, sendo considerados
geneticamente recessivos. (BEIGUELMAN, B.-2003; HENRY, 1999)
Define-se um sistema de grupos sanguíneos o conjunto de antígenos
formados a partir da expressão de genes alelos de mesmo locus gênico, ou mesmo
por um complexo de dois ou mais genes homólogos intimamente ligados. Cada
sistema apresenta potencialidade imunogênica característica, variando desde os
antígenos que raramente causam problemas clínicos até os que, em caso de
transfusão incompatível, podem resultar na morte do paciente. Cada sistema
antigênico é também específico, os anticorpos correspondentes se fixam
especificamente
aos
sítios
antigênicos
determinados
por
cada
grupo
correspondente. Dentre estes, há os antígenos denominados públicos (comuns à
maioria dos seres humanos) e familiares ou privados (extremamente raros, de
ocorrência limitada a grupamentos humanos restritos ou familiares). (Calich, Vera
Lúcia-1988)
Para alguns destes grupos, os anticorpos são ditos naturais (quando existem
no soro da maioria dos seres humanos, sem que estes tenham sido expostos a
inoculação dos antígenos correspondentes por via parenteral --- como é o caso do
Sistema ABO. Em sua maioria, contudo, os anticorpos só surgem no soro de um
determinado indivíduo após inoculação (anticorpos ditos imunes). Considera-se que
os anticorpos naturais sejam formados através da imunização por antígenos iguais
ou semelhantes presentes em alimentos e microorganismos.
Existem importantes diferenças entre os anticorpos naturais e imunes: os
anticorpos naturais são geralmente do tipo IgM (de grande tamanho e alto peso
molecular), opondo-se aos imunes, que são geralmente do tipo IgG (de baixo peso
molecular). Os anticorpos naturais são mais reativos a temperaturas inferiores a
37°C, sendo, portanto designados como anticorpos frios; já os anticorpos imunes
têm melhor reatividade a 37°C, sendo ditos anticorpos quentes.
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In vitro, os anticorpos naturais (Anti-A e Anti-B) geralmente são capazes tanto
de sensibilizar as hemácias (produzir combinação dos antígenos eritrocitários com
os respectivos anticorpos) --- o chamado primeiro estágio da reação --- como de
produzir aglutinação (formação de grumos de hemácias sensibilizadas, com
hemólise (destruição de hemácias sensibilizadas) --- o chamado segundo estágio ---,
em meio salino. (BEIGUELMAN, B.-2003; HENRY, 1999)
Já os anticorpos imunes (anti-Rh) são incapazes de produzir o segundo
estágio. Desta forma, os anticorpos naturais são também denominados anticorpos
completos ou salinos, ao passo que os imunes se designam como anticorpos
incompletos. (BEIGUELMAN, B.-2003; HENRY, 1999)
Essa incapacidade desaparece mediante estímulos como a execução da
reação com as hemácias suspensas em meio protéico (o mais utilizado é a albumina
bovina a 22%). Este fenômeno confere a estes anticorpos a designação de
anticorpos albumínicos ou aglutininas albumínicas. Outros métodos de se obter a
mesma reação incluem o tratamento prévio das hemácias com enzimas como a
papaína, a tripsina, a bromelina ou a ficina, e o tratamento das hemácias com
gamaglobulina anti-humana ou prova de Coombs. (Calich, Vera Lúcia-1988)
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2. PROBLEMA DE PESQUISA
Os laboratórios de análises clínicas vêm sofrendo nos últimos anos com a
falta de reajustes nas tabelas dos planos de saúde e com isso cada dia mais tentam
equacionar seus exames, mantendo a qualidade, para não ficarem no prejuízo.
Dentro deste contexto encontra-se o exame de classificação sanguínea (ABO-Rh),
teste esse importante pois muitas pessoas o realizam apenas uma vez ao longo da
sua vida.
Em virtude desta importância os órgãos regulamentadores determinam que o
teste deva ser realizado pelo método utilizando tubos de ensaio (gel e microplaca
também são aceitos) com diluição prévia da amostra em concentração conhecida.
Este método aumenta o custo do exame quando se comparado ao tradicional e
muito utilizado "teste na lâmina".
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3. JUSTIFICATIVA
A determinação do grupo sanguíneo ABO era originalmente realizada
fazendo-se reagir as hemácias do paciente com soros Anti-A e Anti-B produzidos em
laboratório, em lâminas limpas de microscopia. Entretanto, no Brasil, determinou-se
pela legislação que as provas de aglutinação não sejam feitas em lâminas, mas sim
por métodos mais precisos. Podem ser utilizados os métodos em microplacas
escavadas e/ou em tubos de ensaio, ou o método do gel-centrifugação, mais
recente. (Ministério da Saúde, RDC n° 153/2004; HENRY, 1999)
Para realizar o exame o sangue deve ser coletado por procedimento
asséptico aprovado, com ou sem adição de anticoagulante. As amostras coletadas
em EDTA ou Heparina devem ser tipadas em até 48 horas. Se a demora para a
execução do teste for inevitável, hemácias de sangue coagulado e as colhidas em
EDTA ou Heparina devem ser separadas do soro/plasma, lavadas e ressuspendidas
em solução preservativa de glóbulos. Estocar a 2° a 8 °C, por no máximo, 20 dias. O
sangue coletado em anticoagulante ACD, CPD e CPDA-1 pode ser tipado até a data
de expiração, se armazenado entre 2° e 8 °C. O armazenamento prolongado de
hemácias antes da execução do teste pode causar deterioração de antígenos e
resultar em reações mais fracas. (Ministério da Saúde, RDC n° 153/2004)
Na técnica em lâmina deve-se preparar a suspensão de eritrócitos a 10% em
solução fisiológica 0,9%. Coloca-se uma gota do reagente (comercial) na lâmina à
temperatura ambiente (20º a 25ºC) adicionando uma gota da suspensão de
eritrócitos. Deve-se misturar o reagente com a suspensão em uma área de 2 x 2 cm
movimentando gentilmente a lâmina para promover a mistura e examinar a presença
ou não de aglutinação. Os testes que não apresentarem aglutinação deverão ser
observados por 2 minutos e não mais. Não interpretar secagem periférica como
aglutinação.
Na descrição da técnica em tubo deve-se preparar uma suspensão a 5% das
hemácias a serem testadas, em solução fisiológica 0,9%, em seu próprio soro ou
plasma. Colocar uma gota de reagente comercial em um tubo devidamente
identificado. Acrescentar uma gota da suspensão ao tubo misturando bem o
conteúdo. Após este processo, centrifugar por 15 segundos a 3400 rpm ( 900 .
1000g) ou 1 minuto a 1000 rpm (100 . 125g). A calibração adequada das centrífugas
é imprescindível para a garantia da qualidade dos resultados.
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Examinar a ausência de hemólise e ressuspender o botão de hemácias,
agitando delicadamente o tubo, observando a presença ou não de aglutinação
através de algutinoscópio. Neste método pode-se caracterizar e classificar o tipo de
aglutinação em 4+, 3+, 2+, 1+. A pesquisa do RhD deve ser processada das
mesmas formas acima explanadas. (Walker Rh, 1993)
É preconizada a realização da Prova direta e da Prova reversa, após a
centrifugação do sangue a ser testado, separando-se o soro (ou plasma) das
hemácias. É recomendada, em todos os métodos, a determinação dos subgrupos de
A: A1 e A2.
Na prova direta, faz-se reagir uma porção das hemácias (de tipagem
desconhecida) com soros anti-A, anti-B e anti-AB. Hemácias que reagem com o soro
anti-A são ditas do grupo A, e hemácias que reagem com o soro anti-B são do grupo
B. Hemácias do grupo AB reagem com ambos os anti-soros, e hemácias do grupo O
não reagem com nenhum dos anti-soros. O soro divalente anti-AB é usado como
confirmatório, e somente não reagirá com hemácias do grupo O.
O procedimento oposto é feito na prova reversa, em que se faz reagir o soro
(de tipagem desconhecida) com hemácias conhecidas dos grupos A e B. Assim, o
soro de indivíduos do grupo O reagirá com ambas as hemácias (pois possui ambos
os anticorpos); se do grupo A, reagirá apenas com as hemácias B, e se do grupo B,
apenas com as hemácias A. O soro do grupo AB não reagirá com nenhuma das
hemácias. Esta prova pode ser complementada pelo uso de hemácias conhecidas
A1 e A2, o que auxilia na diferenciação destes dois subgrupos e na solução das
principais discrepâncias ABO. (American Association of Blood banks, 14th edition,
2002)
Caso as provas direta e reversa apresentem resultados de alguma maneira
contraditórios (discrepância ABO), deverão ser feitas investigações adicionais para
determinação de sua causa, antes da liberação definitiva do resultado do exame.
Os antígenos do sistema Rh são de natureza glicoproteica, de grande
variabilidade. Com o avançar das pesquisas, o sistema se revelou na prática bem
mais complexo do que a tipificação simplesmente em Rh Positivo e Rh negativo.
Hoje, conhecem-se mais de 40 antígenos diferentes pertencentes a este sistema.
(BEIGUELMAN, B.-2003)
12
A presença de vários fenômenos de expressão incompleta, fraca e/ou parcial
dos antígenos, além da síndrome do Rh Null (caracterizada pela ausência total de
antígenos do sistema Rh, associada a uma anemia hemolítica compensada e à
presença de estomatócitos no sangue periférico) dificulta o estabelecimento de uma
teoria única, capaz de explicar todos os fenômenos observados. Duas teorias são
atualmente aceitas para explicar a fenomenologia do sistema Rh. A teoria de
Fischer-Race (Race, 1944; Race et al, 1944) estabeleceu sua determinação pelos
pares de alelos autossômicos D,_, C,c e E,e , resultando em um conjunto de
variações genotípicas desde o CCDDEE até o cc _ _ ee , correspondendo cada
variação genética a uma expressão antigênica diferente. (o antígeno correspondente
ao alelo d do gene D, nunca foi encontrado é considerado inexistente). Esta teoria
nunca foi aceita unanimemente. Uma outra teoria, de Wiener, também aceita por
alguns autores, propõe que cada um dos alelos determinaria a produção de um
aglutinógeno, o qual seria um antígeno de efeitos múltiplos --- capaz de produzir
diferentes anticorpos distintos, correspondentes a fatores de antígenos. Existiriam
portanto os fatores Rh0, rh´, rh´´, hr´ e hr´´, correspondendo, respectivamente, aos
antígenos D, C, E, c e e da teoria de Fisher-Rice. A teoria de Fisher-Race é a mais
utilizada na prática, embora tenha-se revelado que nenhuma das duas explica
completamente todos os fenômenos observados no sistema Rh. Assim, foi realizada
uma correspondência entre as duas teorias, na tentativa de se chegar a uma teoria
consensual.
Desta
maneira,
às
oito
combinações
gênicas
de
Fischer
-
respectivamente cDe, CDe, cDE, CDE, cde, Cde, cdE e CdE - corresponderiam os
alelos de Wiener: R0, R1, R2, Rz, r, r´,r´´, e ry. As combinações dos oito haplótipos de
Fischer (ou dos alelos de Wiener) resultariam na formação dos diversos antígenos
associados ao sistema Rh. Do ponto de vista prático as duas teorias são
equivalentes, sendo a teoria de Fischer-Race de mais fácil memorização(1).
Entretanto nenhuma das duas teorias explica todas as mutações existentes, e outras
variáveis antigênicas originalmente não previstas, como as variantes Cx, Cw e Ew (e
os anticorpos correspondentes) já foram descobertas. Numerosos outros fenômenos
muito raros, mas também bastante complexos, resultam em antígenos e
aglutinógenos que ainda hoje desafiam a imuno-hematologia.
Não existem anticorpos naturais no sistema Rh, sendo os anticorpos
presentes apenas nos indivíduos sensibilizados por inoculação prévia. A inoculação
pode ocorrer por episódios de transfusão incompatível ou, na mulher, devido à
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introdução, no sangue materno da mãe Rh negativo, de hemácias provenientes de
uma gravidez ou aborto de filho Rh Positivo. Este fato tem duas implicações
importantes: Toda mulher Rh negativa grávida de um pai Rh Positivo deve tomar
medidas especiais para evitar ser sensibilizada. (BEIGUELMAN, B.-2003; HENRY,
1999)
Inexiste, na determinação laboratorial dos antígenos do sistema Rh, prova
reversa análoga à praticada no caso do sistema ABO.
A presença de antígenos fracos torna desaconselhável a determinação dos
antígenos do sistema Rh em lâmina, pois nesta metodologia alguns dos antígenos
mais fracos (que deveriam ser classificados como Rh positivos) podem ser
incorretamente classificados como Rh negativos. No Brasil, a legislação estabelece
como necessária a determinação do fator Rh em microplacas escavadas e/ou
através da centrifugação em tubos de ensaio. Nessas metodologias, é obrigatória a
investigação dos antígenos Rh fracos (antigamente designados como Du) por meio
de incubação a 37°C e com acréscimo de Albumina bovina a 22%, e pela prova de
Coombs. É também possível a determinação direta do D fraco pelo método de gelcentrifugação --- também admitido na legislação brasileira. Neste método, o Rh fraco
é determinado diretamente através da intensidade de aglutinação, classificada em
ausente ou --- se positiva --- em intensidades de (+) até (++++). (BEIGUELMAN, B.2003; HENRY, 1999)
Em todos os métodos, é recomendada para os pacientes Rh negativos a
determinação dos antígenos C,c e E,e, a qual pode ser executada através do uso de
soro poliespecífico "CDE". Isto classifica estes pacientes em Rh Negativo e Rh
negativo, CDE Positivo.
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4. OBJETIVO GERAL
Identificar qual(is) teste(s) tem sido empregado na rotina laboratorial na
cidade de Governador Valadares, Minas Gerais e se os mesmos estão em acordo
com as recomendações sanitárias vigentes.
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5. METODOLOGIA
Foram consultados laboratórios da cidade de Governador Valadares, Minas
Gerais, através de questionário (Anexo 1) elaborado com questões específicas sobre
os testes mencionados neste artigo. Visitamos os laboratórios para aplicação do
referido questionário.
Realizou-se uma revisão bibliográfica e as consultas foram feitas através de
sites eletrônicos (medline, lilacs, pubmed, scielo, Google acadêmico), informes
técnicos e livros.
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6. RESULTADOS
O número total de laboratórios consultados foi igual a quatorze, sendo doze
(85,7%) empresas privadas e duas públicas (14,3%) (Gráfico 1). Deste total, nenhum
laboratório mantinha vínculo com banco de sangue ou agência transfusional, que
requer maior acurácia na classificação sanguínea.
Em relação ao método utilizado por estes laboratórios constatamos que
apenas quatro (28,6%) utilizam o método de lâmina e cinco (35,7%) realizam suas
classificações pelo método de tubos. Demais laboratórios (35,7%) mesclam seus
exames utilizando lâminas e tubos para classificação do sistema ABO-Rh, no
entanto, nesta pesquisa não foram abordados os critérios de escolha para emprego
de cada um dos testes (Gráfico 2).
Um dado relevante é o fato de 75% (3 em 4) dos laboratórios que atendem a
hospitais já utilizarem método em tubos, promovendo maior garantia para os
resultados dos atendimentos neonatais e obstétricos (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária).
Também foi observado que 100% do serviço público consultado (dois
laboratórios) utilizavam na sua rotina o método de tubos, independente do
atendimento hospitalar promovido por um dos laboratórios.
Gráfico 1: Percentual de laboratórios públicos e privados consultados
17
Gráfico 2: Distribuição dos tipos de testes empregados nos laboratórios
de Gov. Valadares
18
7. CONCLUSÃO
Através deste estudo pode-se observar que os laboratórios de Governador
Valadares, mesmo com as dificuldades em se agregar valores aos exames,
realizam em sua maioria (71,4%) as classificações sanguíneas da forma
preconizada pelos órgãos reguladores.
Não foram abordados nesta pesquisa os critérios utilizados pelos laboratórios
que utilizam ambos os testes.
19
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. American Association of Blood banks.Technical Manual. Bethesda, Maryland,
14th edition, 2002.
2. BALGIR, R.S, Detection of a Rare Blood Group "Bombay (Oh) Phenotype"
Among the Kutia Kondh Primitive Tribe of Orissa, India. Int J Hum Genet, 5(3):
(2005)
3. BEIGUELMAN B. Os Sistemas Sanguíneos Eritrocitários. Ribeirão Preto, SP:
FUNPEC Editora, 3a Edição, 2003.
4. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Sangue e
hemoderivados. Legislação.
5. Brasil. Ministério da Saúde. Resolução RDC n° 153/2004, de 14 de junho de
2004. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004.
6. Calich, Vera Lúcia Garcia, Imunologia básica, Artes médicas, 1988
7. Guidelines for the Blood Transfusion Service H.M.S.O.
8. HENRY, John B, (ed). Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos
Laboratoriais.: Editora Manole LTDA; 19º edição, 1999.
9. Mollison PL. Blood Transfusion in Clinical Medicine. 7th Edition.
Oxford Blackwell Scientific, 1983.
10. Race R.R and Sanger R. Blood Groups in Man, 6th Edition Oxford
Blackwell Scientific Publishers,1975.
11. Vaz, Adelaide J. Imunoensaios, Fundamentos e Aplicações, Guanabara
Koogan, Rio de Janeiro, 2007.
12. Walker Rh, ed. Technical Manual. 11th Edition. Bethesda: AABB,
1993.
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Curso de Pós-graduação em Análises Clínicas e Gestão de Laboratórios – UNIVALE
Farmacêutico e pesquisador Marcelo Henrique Silva de Souza CRF-MG: 12.811
A – Identificação:
•
Município: _____________________________________
•
Laboratório: ____________________________________
•
Responsável: ____________________________________
B – Questionário:
1. Tipo de empresa:
( ) Privado
( ) Público
2. O laboratório pertence a algum hospital:
( ) SIM
( ) NÃO
3. O laboratório atende algum hospital:
( ) SIM
( ) NÃO
4. O laboratório possui vínculo com banco de sangue ou agência transfusional:
( ) SIM
( ) NÃO
5. Em relação ao exame de Classificação do Sistema ABO qual método utilizado:
( ) Lâmina
( ) Tubos
( ) Outro:___________
Informamos que os resultados desta pesquisa serão publicados em
monografia de pós-graduação ou em outro meio de divulgação científica.
No entanto, asseguramos a confidencialidade dos nomes dos
laboratórios e de seus responsáveis técnicos.
SIM, declaro estar de acordo com a divulgação científica dos
resultados deste laboratório.
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Monografia Marcelo Henrique Pós-graduação Análise