BENEFÍCIOS RESULTANTES DA CO-GERAÇÃO Seminário: A co-geração no segmento têxtil. COGENRIO James Bolívar Luna de Azevedo EPE – Empresa de Pesquisa Energética DEN - Diretoria de Estudos Econômicos e Energéticos SEE - Superintendência de Economia da Energia Rio de Janeiro, 02 agosto de 2006. Ministério de Minas e Energia marco regulatório • Lei n° 10.847, de 15 de março de 2004 autoriza a criação da Empresa de Pesquisa Energética - EPE • Lei n° 10.848, de 15 de março de 2004 dispõe sobre a comercialização de energia • Decreto n° 5.081, de 14 de maio de 2004 dispõe sobre a governança do ONS • Decreto n° 5.163, de 30 de julho de 2004 regulamenta a Lei n° 10.848 (comercialização) • Decreto n° 5.175, de 09 de agosto de 2004 institui o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE • Decreto n° 5.177, de 12 de agosto de 2004 dispõe sobre a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE • Decreto n° 5.184, de 16 de agosto de 2004 cria a Empresa de Pesquisa Energética - EPE principais agentes e funções no planejamento Conselho Nacional de Política Energética – CNPE • formulação da política energética em articulação com as demais políticas públicas Ministério de Minas e Energia - MME • • • implementação da política energética formulação de políticas para o setor elétrico exercício do Poder Concedente Empresa de Pesquisa Energética – EPE • execução dos estudos de planejamento energético Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE • • monitoramento das condições de atendimento (5 anos) (coordenação do MME, com participação da EPE e de outras instituições) posicionamento institucional da EPE Gabinete do Ministro Estrutura atual do MME Minas e Metalurgia Secretaria Executiva Petróleo & Gás A EPE é uma instituição vinculada ao MME Energia Elétrica EPE Planej. & Desenv. Energético Atribuições da EPE (art. 4o da Lei no 10.847/04) • Realizar estudos Brasileira e projeções • Implantar e manter o Sistema Nacional de Informações Energéticas • Elaborar e publicar o Balanço Energético Nacional • Identificar e energéticos • Realizar os estudos para a determinação aproveitamentos ótimos dos recursos hidrelétricos quantificar os da Matriz potenciais Energética de recursos dos Atribuições da EPE (art. 4o da Lei no 10.847/04) • Promover ações para a obtenção do licenciamento ambiental necessário às licitações envolvendo empreendimentos de geração hidrelétrica e de transmissão de energia elétrica • Elaborar os estudos necessários para o desenvolvimento dos PLANOS de EXPANSÃO da GERAÇÃO e TRANSMISSÃO de ENERGIA ELÉTRICA de CURTO, MÉDIO e LONGO PRAZOS • Promover estudos para dar suporte ao gerenciamento da relação reserva e produção de hidrocarbonetos no Brasil, visando à auto-suficiência sustentável • Promover estudos de mercado visando definir cenários de demanda e oferta de petróleo, seus derivados e produtos petroquímicos Atribuições da EPE (art. 4o da Lei no 10.847/04) • Desenvolver os estudos de viabilidade técnico-econômica e sócio-ambiental para os empreendimentos de energia elétrica e de fontes renováveis • Elaborar os estudos relativos ao Plano Diretor para o desenvolvimento da indústria de gás natural no Brasil • Desenvolver estudos para incrementar a utilização dos combustíveis renováveis • Promover estudos e produzir informações visando subsidiar planos e programas de desenvolvimento energético ambientalmente sustentável, inclusive, de eficiência energética organograma da EPE organograma da EPE SUPERINTENDÊNCIA SUPERINTENDÊNCIA DE ECONOMIA DA DE RECURSOS ENERGIA ENERGÉTICOS Co-geração – Principais características • Produção simultânea de trabalho e calor a partir da queima de um mesmo combustível. • O trabalho mecânico é utilizado, em geral, para acionar um gerador e produzir energia elétrica, podendo ter outras finalidades como acionamento de compressores ou propulsão de navios. • O calor, em geral, é usado como vapor de processo ou água quente para aquecimento. • A eficiência global pode chegar a 85%. Co-geração – Principais características • Melhor uso da energia do combustível. • Redução do impacto ambiental, principalmente no que se refere às emissões gasosas. • Energia “limpa” que dá direito à venda de créditos de carbono, no âmbito do Protocolo de Kyoto. • Como o vapor e a água quente não podem ser levados a longas distâncias, deverão existir demandas locais para suas produções. • Estas características criam condições em favor do avanço de sistemas de geração distribuída, nos quais os consumidores finais produzem e consomem a energia que necessitam. Co-geração - Tecnologias De acordo com a aplicação específica a que se destina a cogeração, haverá uma tecnologia mais apropriada ou, eventualmente, uma combinação delas, quais sejam: - caldeiras/turbinas a vapor; - turbinas a gás; - motores a diesel; - células a combustível (gás natural/biomassa). Co-geração - Tecnologias Motores a diesel: para potências menores que 20 MW (navios e hospitais, por exemplo); • utilizados em conjunto com sistemas de recuperação de calor para suprimento das necessidades de aquecimento e ar condicionado; • apresentam boa eficiência térmica (38-42%), mas geram calor a baixa temperatura, limitando-se na prática ao aquecimento de água e de ambientes. • produzidos em série a custo competitivo; • compactos, exigem pouca infra-estrutura e podem ser montados rapidamente. Co-geração - Tecnologias Turbinas a vapor: • utilizadas em instalações de maior porte (> 20 MW), onde há queima de carvão, óleo pesado ou rejeitos industriais, como o bagaço de cana; • eficiência térmica relativamente baixa (o que torna o uso de combustíveis “caros” desaconselhável), mas geram calor à temperatura necessária ao processo; • envolvem custos elevados e tempo de instalação longo; • exigem áreas grandes e quantidades significativas de água de refrigeração; • relação potência/calor variável ao longo de uma ampla faixa, dando flexibilidade à operação. Co-geração - Tecnologias Turbinas a gás: • adequadas em faixas de potência que variam de 5 MW a 1.725 MW; • utilização de gás natural ou derivados leves do refino (como querosene ou nafta); • tempo de instalação curto; • baixa eficiência térmica quando em ciclo aberto (30 a 35%), podendo chegar a 50-55% em ciclo combinado. • relação potência/calor flexível; •custo relativamente baixo. Co-geração - Tecnologias Células a combustível: • tecnologia desenvolvida para aplicações de diversos portes, desde pequenas unidades para cogeração residencial de 1kW a grandes unidades de porte industrial, de dezenas de kW; • estima-se que há hoje no mundo mais de 700 células combustíveis estacionárias para aplicações de grande porte instaladas no mundo; • combustíveis mais utilizados: gás natural, biogás e hidrogênio. Co-geração – Viabilidade econômica A opção pela co-geração, de modo geral, é definida por condicionantes estritamente econômicas, adotada somente quando se observam reduções substanciais nos custos de energia. Numa análise econômica, deve-se, portanto, considerar os seguintes pontos: • custos de instalação, operação e manutenção; • tarifas de energia elétrica (atuais e futuros); • preço e disponibilidade do combustível; • incentivos fiscais; • retorno financeiro. PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA NA CO-GERAÇÃO SUCROALCOOLEIRO: BAGAÇO DE CANA PAPEL E CELULOSE: LIXÍVIA, LENHA, RESÍDUOS DE MADEIRA METALURGIA: GÁS DE ALTO-FORNO, GÁS DE COQUERIA, GÁS DE ACIARIA PETRÓLEO: GÁS DE REFINARIA, GÁS NATURAL, O. COMBUSTÍVEL QUÍMICA: GÁS DE PIRÓLISE, GÁS RESIDUAL, GÁS NATURAL OUTROS: GÁS NATURAL, GÁS RESIDUAL CO-GERAÇÃO NO BRASIL – 2004 SETORES TWh % % S/SETOR SUCROALCOOLEIRO 7,0 27,1 114,0 PAPEL E CELULOSE 6,2 24,0 48,3 METALURGIA 4,6 17,8 7,8 PETRÓLEO 4,3 16,7 64,1 QUÍMICA 2,4 9,3 11,0 OUTROS 1,2 4,7 0,8 25,8 100,0 7,2 TOTAL MATRIZ DE ENERGIA ELÉTRICA – 2005 Fontes renováveis: Brasil 2005 – 89% Mundo 2003 – 18% Carvão e Gás Coqueria Biomassa 1,8% Outros Derivados 1,2% Gás Natural 4,0% Petróleo 4,1% 3,2% Nuclear 2,2% Participação Co-geração 5,8% 100% 441.6 TWh Matriz referente a geração de energia elétrica. Inclui importação de Itaipu. Hidráulica 85,4% Fonte: MME - 2006 50 40 30 20 10 Participação dos sistemas de cogeração na oferta de eletricidade (WADE World Alliance of Decentralized Energy, 2003) India Brazil Japan UK World USA China Canada Germany Russia Finland Netherlands 0 Denmark Cogen/DE as % share of power generation CO-GERAÇÃO NO MUNDO CO-GERAÇÃO: MERCADO POTENCIAL-PDEE PERSPECTIVAS DA EVOLUÇÃO DA AUTOPRODUÇÃO (TWh) 2004 2005 2010 2015 AUTOPRODUÇÃO CLÁSSICA (COGERAÇÃO) 25,8 27,4 40,0 50,8 AUTOPRODUÇÃO HÍDRICA 12,1 9,9 16,9 24,0 AUTOPRODUÇÃO TOTAL 37,9 37,3 56,9 74,8 AUTOPRODUÇÃO / MERCADO (%) 10,6 10,0 11,8 12,1 CO-GERAÇÃO: MERCADO POTENCIAL-PDEE DECRETO 5.163 DE 30/04/2004 ESTABELECE: AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO: • COMPRA DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA: ≤ 10% CARGA • GERAÇÃO TERMELÉTRICA: COM EFICIÊNCIA ≥ 75% • GERAÇÃO TERMELÉTRICA QUE UTILIZA BIOMASSA OU RESÍDUOS: QUALQUER EFICIÊNCIA CO-GERAÇÃO: MERCADO POTENCIAL-PDEE MERCADO E CARGA DOS AGENTES DE DISTRIBUIÇÃO 2005 MERCADO MERCADO LIVRE CATIVO CONSUMO (GWh) 70.018 265.515 CARGA (Mwmed) 9.924 37.635 10% DA CARGA: 3.763 MWmed CO-GERAÇÃO: MERCADO POTENCIAL-PDEE Expansão Geração: 9.000 PCH, PROINFA, outros Térmica Hidráulica Acréscimo anual (MW) 8.000 7.000 6.000 8.268 5.967 5.907 5.369 - 4.688 5.000 3.654 4.000 2.796 - 3.000 1.908 2.000 1.362 573 1.000 0 2006 2007 2008 2009 2010 Térmica 21,1% Média Investimento Anual (2006-2015): R$ 10.461,5 milhões 2011 2012 2013 2014 PCH, PROINFA, outros 5,1% Hidráulica 73,8% 2015 DUAS ERAS DA CO-GERAÇÃO Cogeração tradicional Cogeração moderna Motivação básica Autosuficiência de energia elétrica Venda de excedentes e redução de emissões Equipamento de geração predominante Turbinas a vapor Turbinas a gás e ciclos combinados Combustíveis empregados Residuais (bagaço, cascas) Todos Relação com a concessionária Operação independente Operação interligada Casa de Força do Sistema de Cogeração de uma Usina de Açúcar Unidade de Cogeração com Microturbina a Gás Co-geração – Investimentos Iqara Energy Services - São Paulo: • oito projetos instalados em SP (8 MW - US$ 5 milhões). Supermercados, hotéis Sofitel e Caesar Park, shopping Taubaté, química Cloroetil e fabricante de embalagens Inapel. • em estudo de viabilidade estão 13 contratos, somando 23 MW (US$ 14,2 iniciais), dos quais 30% são do setor terciário, a maioria na cidade de São Paulo, e o restante em indústrias do interior paulista. Planeja-se atingir 350 MW até 2013. Co-geração – Investimentos CEG – Rio de Janeiro: • controlada pela Gás Natural, opera no mercado de cogeração através da Gás Natural Serviços; • dez plantas instaladas em fábricas como as da Coca-Cola e Ambev e em shoppings centers, totalizando 50 MW; • 58 clientes potenciais (200-250 MW de potência instalada): região metropolitana, Resende (indústrias), Macaé (hotelaria) e Campos (cerâmica); • todos já contam com rede de distribuição de gás; Co-geração – Investimentos BR Distribuidora: • investimentos centrados no setor aeroportuário; • plantas para os aeroportos de Congonhas – SP (4,1 MW) e Maceió-AL (780 kW), gerando energia elétrica e térmica (água fria para climatização); • representam o resultado de um termo de cooperação com a Infraero para o desenvolvimento de projetos de eficiência energética e geração distribuída em todos os aeroportos nacionais, de acordo com o perfil de cada um; • a lista dos aeroportos prioritários para implantação dos projetos foi definida pela Infraero e considera a disponibilidade local de gás natural. Os próximos serão o Santos Dumont (RJ) e o de Vitória (ES). Muito obrigado! EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA - EPE MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA - MME