ID: 61496777 21-10-2015 Tiragem: 13063 Pág: 23 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 10,12 x 29,80 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 1 Accord Healthcare cresce 25% desde a compra da Combino Pharma Farmacêutica Empresa indiana de genéricos responde por 30% do mercado europeu de oncologia. Hermínia Saraiva [email protected] António Lucas teve por missão levar à prática o velho adágio que diz que das crises nascem as melhores oportunidades. E um ano depois da entrada da Accord Healthcare em Portugal acredita que está em condições para ultrapassar os três milhões de euros de facturação, com um crescimento de 25% face ao negócio que herdou da Combino Pharma, comprada em Janeiro. E se a oportunidade surgiu com a decisão da empresa espanhola de vender o negócio hospitalar, os resultados da Accord Healthcare, que produz genéricos e começa a dar os primeiros passos nos biossimilares no mercado português, têm-se solidificado, explica o responsável pelo negócio em Portugal, com as difíceis condições que se vivem no mercado. Apesar da diminuição da despesa imposta pelo Ministério da Saúde, António Lucas defende que existem oportunidades “principalmente para as empresas que tenham vantagem competitiva em termos de preço”. Uma vantagem que a Accord Healthcare consegue com a produção em escala na Índia, “que está para a indústria farmacêutica como a China está para as tecnologias”. Ainda assim, António Lucas, que ainda ontem entregou 14,3% da sua facturação ao Infarmed, como pagamento da taxa da contribuição sobre a indústria farmacêutica, classifica de ‘sui generis’ o facto de contribuir para o esforço de consolidação da mesma forma que as empresas de medicamentos originais. As medidas de austeridade impostas por Paulo Macedo, e em particular a taxa sobre a indústria farmacêutica, levaram algumas empresas a abandonar o mercado nacional, ou pelo menos a reavaliar os seus portefólios, o que acaba por abrir mercado à Accord Healthcare, cuja “estratégia é estar em tudo”. “O plano é ter tudo o que seja possível, mesmo que sejam produtos muito pequenos, mesmo que sejam produtos menos vantajosos”, admite António Lucas, que ontem anunciou o lançamento em Portugal do primeiro medicamento biossimilar desenvolvido pela Accord, destinado a doentes em tratamento por quimioterapia. Com a atenção totalmente focada no mercado hospitalar, e em áreas terapêuticas como a oncologia e HIV, mas também alguns antibióticos e analgésicos, o responsável pelo negócio português da Accord diz que a entrada no mercado das farmácias ambulatórias – segmento em que está presente na maioria dos 30 países europeus em que opera – não é hoje tema. Além de “exigir uma outra estrutura de custos”, a empresa está hoje focada em consolidar a presença no mercado hospitalar. Quando a questão se colocar, António Lucas põe a hipótese de a expansão passar por parcerias com outras empresas. ■ “ O plano é ter tudo o que seja possível, mesmo que sejam produtos muito pequenos, mesmo que sejam produtos menos vantajosos. António Lucas Director comercial da Accord Healthcare