BOLETIM DAS ENERGIAS RENOVÁVEIS Julho 2015 Eletricidade de origem renovável em Portugal Continental em Julho O início do Verão em Portugal Continental tem-se caraterizado por temperaturas médias elevadas e uma pluviosidade reduzida, o que tem contribuído para um baixo aproveitamento do potencial hídrico existente (índice de produtibilidade hidroelétrico de 0,70), bem como eólico. Não obstante, a produção de eletricidade de fontes renováveis em termos acumulados continua a destacar-se com a maior contribuição entre todas as origens com 51,4% em Portugal Continental. A distribuição das fontes na produção de eletricidade em Portugal Continental é apresentada na figura seguinte com especial ênfase nas fontes renováveis. Peso das diferentes fontes na produção eletricidade em Portugal Continental Janeiro a Julho de 2015 Grande Hídrica Térmica Fóssil 4,8% Saldo Importador 10,0% 1,8% 33,8% 31,3% 1,6% 22,8% 5,0% Cogeração Fóssil Eólica PCH 20,1% Solar Biomassa Fonte: REN, Julho 2015 Analisando a figura anterior verifica-se que no final de julho a fonte renovável que surge com maior contribuição é a eólica com 22,8% seguida pela hídrica com 21,9%, dos quais 20,1% corresponde à grande hídrica e 1,8% às PCHs. Por sua vez, a restante contribuição de eletricidade renovável reparte-se pela biomassa com 5,0% e pela solar fotovoltaica com 1,6%. Pelo terceiro mês consecutivo, a tecnologia solar fotovoltaica surge com um novo record de produção, continuando a mostrar uma clara tendência de evolução. 2 No que respeita a térmica convencional, esta surge com uma contribuição de 33,8% ligeiramente superior à registada entre janeiro e junho, principalmente devido à necessidade de compensar a redução da produção hídrica. O saldo importador revela igualmente uma ligeira subida apresentando uma cota de 4,8%. A próxima figura ilustra as contribuições por fonte dos últimos três anos entre janeiro e julho, realçando-se a expressiva quebra da tecnologia hídrica este ano face aos períodos homólogos e consequentemente a repartição desta perda pelas tecnologias fósseis com recurso ao carvão e gás natural. Evolução da produção de eletricidade por fonte entre Janeiro e Julho [GWh] 12 000 10 000 8 000 6 000 4 000 2 000 0 2013 Grande Hídrica 9 201 6 916 Outras renováveis 2 818 2014 2015 10 362 7 377 2 891 5 300 462 3 127 5 979 6 800 2 523 7 706 2 353 2 974 Eólica Carvão Gás Natural 5 829 845 Cogeração fóssil 3 389 Fonte: REN, Julho 2015 Com base na figura anterior salienta-se a necessidade de minimizar as variações naturais das tecnologias dependentes da disponibilidade sazonal dos recursos através da diversificação e complementaridade das tecnologias renováveis, como por exemplo através da tecnologia solar fotovoltaica que tem características que permitem compensar as diminuições de produção da hídrica e eólica nos meses de verão. Por último, a figura seguinte ilustra a evolução das fontes de produção de eletricidade no mês de julho dos últimos três anos, pela qual se verifica que a contribuição renovável no mês de julho é tipicamente baixa. Denota-se contudo que nos anos anteriores esta descida foi 3 colmatada principalmente através da importação e este ano recorreu-se principalmente à produção fóssil nacional, o que indica que o seu preço no mercado de eletricidade está a ser mais favorável do que a importação, mas com o consequente impacto nas emissões de CO 2 e no aumento do preço de mercado, quando comparado com o ano de 2014 em que contributo da eletricidade renovável foi maior. Evolução da produção de eletricidade em Julho 2013 - Julho 2015 [GWh] 3 000 2 500 2 000 1 500 1 000 500 0 Renovável Termica Fóssil jun-13 jun-14 Importação Exportação jun-15 Fonte: REN, Julho 2015 Apesar de se verificar um abrandamento no desenvolvimento de novos projetos de produção de eletricidade com base nas FER, os programas eleitorais dos partidos para as próximas eleições legislativas apresentam linhas orientadoras de aposta no crescimento das renováveis no sector de produção de eletricidade, perspetivando-se cada vez mais a descarbonização do sector. De salientar ainda que a consulta pública da Comissão Europeia relativa à Nova Configuração do Mercado de Energia a decorrer até 8 de outubro fortalece a orientação para o investimento nas tecnologias de produção de eletricidade renovável e sua integração no mercado, salvaguardando a necessidade de interligações que promovam a segurança do abastecimento da comunidade. Informação disponível em www.apren.pt 4