BOLETIM DAS
ENERGIAS
RENOVÁVEIS
MAIO 2015
Eletricidade de origem renovável em Portugal
Continental em Maio
Com a continuação do cenário de baixa pluviosidade que se tem verificado este ano, o mês de
maio caracterizou-se mais uma vez por um índice de produtibilidade abaixo da média - 0,93.
Por outro lado a eolicidade contradiz este cenário surgindo com uma produtibilidade acima da
média de 1,31. Em termos cumulativos desde o início do ano a produção de eletricidade
renovável encontra-se aquém das suas potencialidades, consequência do ano hidrológico seco
que se tem verificado, não obstante as fontes renováveis continuam a destacar-se como a
principal origem de abastecimento com 57,9% considerando a globalidade das tecnologias.
A figura seguinte ilustra a distribuição das fontes renováveis no abastecimento do consumo de
eletricidade em Portugal Continental.
Fonte: REN, Maio 2015
Analisando a distribuição das fontes renováveis, verifica-se que as variações face ao acumulado
dos meses anteriores são irrelevantes. A energia eólica apresenta o mesmo peso de 25,9% e
mais uma vez continua a ser a fonte com maior peso na produção de eletricidade em Portugal
Continental. De realçar que desde do início do ano que a energia eólica se mantem nesta
posição de destaque. Em segundo lugar surge da hídrica com uma contribuição de 25,6% (grande
hídrica de 23,3% e PCHs de 2,3%), a que se seguem as restantes tecnologias com uma quota de
5,0% para a biomassa e 1,4% para solar fotovoltaica. Salienta-se ainda a energia solar
fotovoltaica, que atinge a contribuição mais alta que há registo.
No que respeita a componente fóssil, a térmica convencional apresenta uma contribuição de
28,9% e a cogeração fóssil de 10,1%. Por outro lado, o saldo importador teve um papel
igualmente importante na compensação da diminuição da produção hídrica, surgindo com 3,1%.
Comparando com os períodos homólogos dos últimos anos, constata-se que o presente ano tem
sido bastante seco, o que se traduz num aumento da componente térmica do sector da produção
de eletricidade com particular enfase da produção a carvão.
Evolução da produção de eletricidade por fonte entre
Janeiro e Maio de 2015
[GWh]
10 000
9 000
8 000
7 000
6 000
5 000
4 000
3 000
2 000
1 000
0
Grande
Hídrica
Eólica
Outras
renováveis
Carvão
Gás Natural
Cogeração
fóssil
2013
7 769
5 650
2 213
3 703
459
2 459
2014
9 082
5 974
1 426
2 914
134
3 048
2015
4 978
5 537
1 863
5 215
965
2 147
Fonte: REN, Maio 2015
A figura anterior demonstra a ténue variação de ano para ano da energia eólica, quando
comparada com a grande hídrica. Desta análise destaca-se o potencial de desenvolvimento da
tecnologia solar, uma vez que dado o seu perfil de carga adequa-se aos consumos de ponta,
podendo ter um papel fundamental nos anos mais secos, uma vez que tipicamente a ponta é
suprimida pela hídrica. Também de salientar que a produção de eletricidade solar é maior no
verão quando a produção de origem hídrica e eólica diminuem, sendo assim um bom
complemento no sistema elétrico para colmatar as variações sazonais. Adicionalmente, iria
igualmente contribuir para a redução da dependência energética externa, bem como para as
metas europeias para 2020.
Por último, o gráfico a seguir ilustra a evolução das fontes de produção de eletricidade no mês
de maio dos últimos três anos. Verifica-se que a contribuição renovável é bastante similar de
ano para ano e que apesar do facto de 2015 ser um ano hidrológico fraco até à data, a produção
renovável foi ligeiramente superior à de 2014, que registou uma produção hidroelétrica baixa
no mês de maio.
Realça-se que a redução da produção renovável em 2014 foi suprimida essencialmente por
importações enquanto que, em 2015, se recorreu à produção térmica fóssil. Relativamente à
exportação, as variações de ano para ano são claramente idênticas às variações da produção
renovável, realçando-se o potencial de exportação da energia renovável com a expansão do
mercado ibérico aos mercados europeus.
Fonte: REN, Maio 2015
Informação disponível em www.apren.pt
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