URUAÇU
Audiência pública discute próximos passos para início da construção de unidade de
saúde que vai atender todo Norte
Hospital regional
tem apoio de Cairo
Euclides Oliveira
Uruaçu
Fazendo coro à proposta da prefeita de Uruaçu, Marisa Araújo, o secretário estadual de
Saúde, Cairo Alberto de Freitas, defendeu que as multinacionais do ramo de mineração
instaladas no Norte Goiano ampliem suas parcelas de responsabilidade social e sejam
parceiras do Governo do Goiás na administração e no gerenciamento do hospital regional a
ser construído em Uruaçu.
Ele fez essa afirmação por ocasião da audiência pública que foi realizada na cidade para
discutir o assunto, na manhã de sexta-feira (23), diante de deputados, prefeitos, vereadores,
e autoridades de várias cidades da região.
“Vamos chamar essas empresas para mostrar a nossa vontade política para fazer uma
instituição hospitalar de qualidade. Com recursos do Estado, dos municípios e das
empresas, esse vai ser o melhor hospital público que teremos no Estado, com certeza. Se
não for por esse modelo, é melhor nem começar”, afirmou Cairo.
O secretário citou que no Estado de São Paulo vários hospitais são gerenciados por
organizações sociais de caráter privado. Em Goiás, detalhou o secretário, o Hospital de
Doenças Tropicais (HDT) e o Hospital Geral de Goiânia (HGG) deverão ser transformados
em Fundações Estatais de Direito Privado, no contexto da reforma administrativa
recentemente anunciada pelo governo, sob o comando do secretário da Fazenda, Jorcelino
Braga.
Apesar do caráter eminentemente político do encontro, o secretário sinalizou que o Norte
receberá um complexo hospitalar de grande porte, diferente dos padrões das unidades que o
Estado tem hoje; e com uma planta específica para as demandas de atendimento da região,
que ainda serão discutidas em reuniões técnicas com os secretários de Saúde dos
municípios. O primeiro desses encontros deve ocorrer ainda esta semana, em Goiânia.
Outra reunião será no Norte Goiano, em local a ser definido. Tudo deverá ser decidido até
janeiro, para que a obra possa iniciada ainda em 2008.
“Não quisemos trazer para cá um pacote pronto, com um hospital que sabemos já o custo e
o número de leitos que possui. Vamos amadurecer as idéias e definir se será somente um
hospital de trauma-ortopedia; ou um hospital que também terá um pronto socorro; ou
também se teremos um hospital de especialidades, uma vez que várias cidades da região
precisam pactuar esse atendimento com Goiânia e Anápolis, por não terem algumas delas
por aqui. Depois da reunião técnica com os secretários municipais, poderemos definir o
perfil e o tamanho do hospital, decidindo se o mesmo terá 150, 200 ou 300 leitos,
adaptando-o a um valor que resulte em custo-benefício”, explicou o secretário estadual de
Saúde.
Segundo o secretário, o governo está terminando a construção de um hospital de urgências
em Santa Helena de Goiás; e colocando para funcionar, “com uma série de dificuldades”,
nas palavras dele, os hospitais de urgências de Aparecida de Goiânia e da região Noroeste
de Goiânia. Todos, segundo ele, foram edificados a partir de plantas padronizadas, assim
como ocorreu no Hospital de Urgências de Anápolis. Cairo Freitas disse que o hospital
regional no Norte “é uma aspiração de todos, inclusive do governo”, citando que o
governador Alcides Rodrigues (PP) assumiu esse compromisso com a Associação dos
Municípios do Norte (Amunorte) quando era ainda candidato a reeleição, ainda em 2006.
O secretário citou, ainda, que o primeiro grande obstáculo vencido pela entidade
representativa dos prefeitos do Norte Goiano foi a definição de que Uruaçu seria a sede do
hospital, em função da sua localização estratégica para as demais cidades, em que pese o
fato do município ser administrado pela prefeita Marisa dos Santos Araújo, que é do
PMDB.
Apoio a principal obra do Norte
“Esse hospital é uma necessidade e também um sonho do nosso povo, de sairmos das
ambulâncias em que carregamos brancos, pretos e pessoas de qualquer partido, pela
rodovia, até Goiânia. A Saúde vive em dificuldades, em Goiás e no Brasil. Mas precisamos
fazer esse trabalho e esse enfrentamento”, afirmou a prefeita-anfitriã Marisa Araújo
(PMDB), de Uruaçu, em seu pronunciamento na audiência pública com a presença do
secretário estadual da Saúde, Cairo Freitas. Responsável pela realização da audiência
pública, o deputado estadual Júlio da Retifica lembrou que o governador Alcides Rodrigues
fez todos os esforços possíveis para garantir a construção do hospital no Norte Goiano,
juntamente com o secretário Cairo Freitas. “É um homem realmente comprometido com a
nossa causa e que, acima de tudo, conhece a realidade da Saúde no Estado de Goiás; e os
canais em Brasília para que possamos realizar essa obra tão importante”, afirmou o
deputado. Júlio também elogiou a postura da deputada Vanuza Valadares, sua adversária
em Porangatu, que se mostrou sensível às várias questões de interesse do Norte. “Foi o
primeiro requerimento que apresentei (na Assembléia), como deputada. Toda a região
sentia a necessidade desse hospital, sofrendo risco de morte nas rodovias da região, mesmo
estando doentes, em ambulâncias que não oferecem o mínimo de conforto”, afirmou a
parlamentar do PSC, também presente ao encontro. Segundo o deputado federal Pedro
Chaves, diante da necessidade do Orçamento da União ser votado até o próximo dia 21 de
dezembro, ele e os demais deputados goianos estão empenhados em conseguir definir um
valor a ser destinado para a obra, pelo governo federal. Todos esses procedimentos, hoje,
são realizados em Goiânia. Em rápidas entrevistas ao DN, os prefeitos de Montividiu do
Norte, Misael Oliveira; de Mutunópolis, Luiz Martins de Oliveira, o Luizinho; de
Amaralina, Dásio Marques; de Alto Horizonte, Luiz Borges da Cruz, o Cabo Borges; além
do vice-prefeito de Porangatu, Jerson José do Nascimento (que representou o prefeito e
presidente da Amunorte, José Osvaldo da Silva); declararam-se satisfeitos com os planos
iniciais do secretário Cairo Freitas. “Nós tínhamos a esperança de que houvesse uma
resolução definitiva sobre a construção do hospital, mas percebemos que as coisas estão
ainda no plano das idéias. Precisamos de projeto no papel, e executado, para esse hospital.
Precisa ser mais ágil, até porque já fizemos cinco ou seis reuniões iguais a esta”, esbravejou
o prefeito de Campinaçu, Lindomar Gomes. Ele encabeçou, sozinho, o coro dos
descontentes com o tom político da audiência pública. Para o secretário de Saúde de
Uruaçu, Ademir Sandoval, o Hospital Regional precisará contemplar especialidades como
oncologia, cardiologia, ortopedia e ginecologia. Também marcaram presença os secretários
de Saúde de Minaçu, Norberto Camargo; e de Porangatu, Inácio Alberto Pereira. A Câmara
Municipal de Porangatu esteve representada por seu presidente, vereador Júnior Borges.
Por fim, o Legislativo de Minaçu enviou para Uruaçu os vereadores José Divino da Silva,
Ivoneide Freire Bueno, Ari Lira, Alberto de Oliveira, Dairão do Ônibus e Edmilson da
Rodoviária.
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