VISITA PUERPERAL: UMA PROPOSTA DE HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL Sasaki, M. L. V. S1; Grande, D. P. R2 Introdução: Muito tem se falado sobre humanização e assistência à saúde de forma individualizada e segura. Este contexto abrange todos os níveis de atenção, mas requer aprimoramento contínuo quando nos referimos à assistência de enfermagem destinada ao cuidado do recém nascido e sua família diante de uma internação crítica, onde o bebê ou a mãe (ou ambos) são admitidos em Unidade de Terapia Intensiva. Diante deste fato, julgamos necessário formar um Grupo de Humanização da área Materno Infantil no Hospital Santa Catarina. Objetivo: Estruturado com o objetivo de aprimorar a assistência prestada ao binômio mãe-filho, o grupo atua com foco no acolhimento e orientação dos pais de recém nascidos internados na UTI Neonatal e Berçário, elaboração de protocolos assistenciais que envolvam a equipe multiprofissional e viabilizem intervenções mais humanizadas, dentre elas, a visita puerperal. Método: Na UTI Neonatal do Hospital Santa Catarina, o processo de trabalho em enfermagem baseia-se no modelo primary nursing, onde segundo Magalhães (2004), a enfermeira assume a coordenação dos cuidados de enfermagem destinados ao cliente e sua família, tornando-se referência para eles durante a permanência do paciente na unidade, da admissão à alta ou transferência. Para viabilizar este modelo, desenvolvemos através do Grupo de Humanização, a estratégia de visita puerperal. Esta visita foi adaptada para a realidade do Hospital Santa Catarina, inspirada por uma das etapas do projeto Rede de apoio à família do prematuro desenvolvido no Hospital Universitário de Londrina citado por Bengozi (2010), onde estabelece-se o primeiro contato com a mãe do RN prematuro ou enfermo ainda internada. Em nossa prática, a visita puerperal é realizada pela enfermeira de referência do RN internado na UTI Neonatal à mãe, nas primeiras 24 horas após o parto e idealmente antes de sua primeira visita ao próprio filho na UTI Neonatal. Quando o RN está estável e não necessita de UTI Neonatal logo após o nascimento, mas a mãe precisa de cuidados intensivos, o bebê permanece sob cuidados no berçário onde sua enfermeira de referência é a responsável por visitar a mãe. A visita puerperal precisa ser breve, esclarecedora e as informações fornecidas devem sanar as principais dúvidas que a mãe apresente nesta fase, além de enfatizar a importância da ordenha precoce. Optamos ainda por levar uma foto do RN, com o cuidado de deixar evidente sua pulseira de identificação, transmitindo maior segurança à puérpera ainda impossibilitada de visitar seu filho. Schimdt (2010) aplicou o instrumento “Suporte de Enfermagem oferecido aos Pais” em uma unidade neonatal e evidenciou falhas relacionadas à inclusão dos pais nas decisões acerca de seu filho e nas orientações de como ¹Coordenadora de Enfermagem da Educação Continuada e Pratica Assistencial do Hospital Santa Catarina. E-mail: [email protected] eles poderiam acolhe-lo, mostrando-nos que apenas informações clínicas sobre o bebê já não são mais suficientes para uma efetiva interação entre equipe assistencial e família. Conclusão: Acreditamos que com a visita puerperal, seja possível amenizar a ansiedade materna com relação ao distanciamento do seu bebê e estabelecer vínculo da equipe de enfermagem com a família, o que facilitará intervenções terapêuticas no binômio mãe-filho e o fortalecimento da metodologia primary nursing na assistência neonatal. Descritores: Humanização da assistência hospitalar; neonatologia. Referências Bibliográficas: 1. Bengozi TM, Souza SNDH, Rossetto EG, Radigonda B, Hayakawa LM, Ramalho DP. Uma rede de apoio à família do prematuro. Ciênc Cuid e Saúde. 2010 jan-mar; 9(1); 155-160. 2. Schimdt KT, Mello FT, Rossetto EG, Souza SNDH. Avaliação da assistência de enfermagem em unidade neonatal na perspectiva dos pais. Cogitare Enferm. 2010 jul-set; 15(3):460-6. 3. Gomes ILV et al. Humanização na produção do cuidado à criança hospitalizada: concepção da equipe de enfermagem. Trab. Educ. Saúde. 2011 mar-jun; 9(1); 125-135. 4. Magalhães AM, Macedo M, Nascimento M, Torres O. Implantação do modelo de primary nursing – relato de experiência. Acta Paul. Enf. 2004; 17(2); 235-239. 5. Max LC. Sistema primary nursing. In: Harada MJCS. (Org.). Gestão em enfermagem: ferramenta para prática segura. São Caetano do Sul: Yendis, 2011; 185-198. [Digite texto]