UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM CONSERVAÇÃO E
MANEJO DE RECURSOS NATURAIS – NÍVEL MESTRADO
LUCIANE LUVIZON CAMPAGNOLO
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA ICTIOFAUNA EM UMA ÁREA AQUÍCOLA DO
RESERVATÓRIO DE SALTO CAXIAS,
RIO IGUAÇU/PR
CASCAVEL-PR
SETEMBRO/2012
LUCIANE LUVIZON CAMPAGNOLO
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA ICTIOFAUNA EM UMA ÁREA AQUÍCOLA DO
RESERVATÓRIO DE SALTO CAXIAS,
RIO IGUAÇU/PR
Dissertação apresentada ao Programa de Pósgraduação Stricto Sensu em Conservação e Manejo
de Recursos Naturais – Nível Mestrado, do Centro
de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade
estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial
para a obtenção do título de Mestre em Conservação
e Manejo de Recursos Naturais
Área de Concentração: Conservação e Manejo de
Recursos Naturais
CASCAVEL-PR
SETEMBRO/2012
Ficha Catalográfica
Elemento obrigatório* (APÓS CORREÇÕES-CÓPIA FINAL)
*Elaborado somente pela Biblioteca da UNIOESTE
FOLHA DE APROVAÇÃO
LUCIANE LUVIZON CAMPAGNOLO
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA ICTIOFAUNA EM UMA ÁREA AQUÍCOLA DO
RESERVATÓRIO DE SALTO CAXIAS,
RIO IGUAÇU/PR
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Conservação e
Manejo de Recursos Naturais - Nível de Mestrado, do Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, como requisito parcial para a obtenção
do título de Mestre em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, pela comissão
Examinadora composta pelos membros:
Profa. Dra. Maristela Cavicchioli Makrakis
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Presidente)
____________________________________
Profa. Dra. Rosilene Luciana Delariva
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
____________________________________
Profa. Dra. Valéria Flávia Batista da Silva
Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul
Aprovada em 14 de setembro de 2012
Local de Defesa: Unioeste, Prédio de Salas de Aula, Sala 56, Cascavel-PR.
Aos meus pais Ione Teresinha Presotto e Leodir João Luvizon, pelo exemplo de
sabedoria, humanidade e amor!
Dedico
“A imensa satisfação intelectual, o imenso prazer de poder de fato entender por que
as coisas são como são na natureza, nos abrem as portas para um eterno, inesgotável
caso de amor com o mundo natural”.
(Fernando Fernandez em sua obra O Poema Imperfeito: Crônicas de Biologia,
Conservação da Natureza e seus Heróis).
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus! Por ser meu rumo, minha fonte de fé e esperança!
Ao meu esposo, Marlon Robson Campagnolo, pelo apoio, paciência, dedicação, cuidado e
amor! Sem dúvidas, o companheiro da minha vida inteira!
Ao meu amado irmão Jariel Guilherme Luvizon, por todos os dias de ajuda, pela paciência
nos momentos de nervosismo, pelo carinho, por acreditar em mim e por sua serenidade, que
fez meus dias serem menos difíceis!
As minhas amigas do mestrado, Paula, Salete, Marinêz, Renata, Liege e Eliana, pelas
brincadeiras, pelos almoços, por cederem um lugar em suas casas durante as disciplinas, por
segurarem a “barra” durante minha recuperação do acidente, e principalmente, pela amizade
desinteressada!
A minha orientadora Dra. Maristela Cavicchioli Makrakis e Co-orientadora Dra. Elaine
Antoniassi Luiz Kashiwaqui por todos os momentos de compreensão, de ensino, de
conversas, pelos conselhos, lições e pelo carinho. Vocês acrescentaram muito à minha
formação, profissional e pessoal!
Ao programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD)/Coordenação de Aperfeiçoamento
(CAPES) pelo apoio financeiro a pesquisa;
Aos integrantes do grupo de pesquisa GETECH, muito obrigada por todos os ensinamentos e
pela ajuda durante as coletas. Ao grupo de pesquisa GEMAQ, pela disponibilização de
informações.
Aos meus amigos de toda a vida, que de uma forma ou de outra, contribuíram para tornar
possível essa conquista!
E principalmente a toda a minha família, meus pais, meus irmãos e meu marido, pois sempre
virão em primeiro lugar na minha vida, em quaisquer circunstâncias!
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA ICTIOFAUNA EM UMA ÁREA
AQUÍCOLA DO RESERVATÓRIO DE SALTO CAXIAS, RIO IGUAÇU/PR.................8
Resumo .....................................................................................................................8
Abstract ....................................................................................................................9
Introdução............................................................................................................... 10
Material e Métodos ................................................................................................. 13
Resultados .............................................................................................................. 18
Discussão ................................................................................................................ 29
Agradecimentos ...................................................................................................... 33
Referências ............................................................................................................. 33
Anexos ................................................................................................................... 44
8
COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DA ICTIOFAUNA EM UMA ÁREA AQUÍCOLA
DO RESERVATÓRIO DE SALTO CAXIAS, RIO IGUAÇU/PR
Luciane Luvizon Campagnolo1, Maristela Cavicchioli Makrakis2, Elaine Antoniassi Luiz
Kashiwaqui3
1
Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Conservação
e Manejo de Recursos Naturais, Rua Universitária, 2019, Jardim Universitário, 85819110,
Cascavel, Paraná, Brasil. [email protected]
2
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, GETECH. Programa de Pós-
Graduação em Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca. Rua da Faculdade, 645. Jardim
Santa Maria. 85903-000. Toledo, PR, Brazil. [email protected].
3
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - Grupo de Estudos em Ciências
Ambientais e Educação (GEAMBE), BR 163 km 20,2; Mundo Novo, Mato Grosso do Sul.
[email protected]
Resumo
Este trabalho avaliou os padrões espaciais na composição e estrutura da ictiofauna, bem
como a relação desses padrões com as características físicas e químicas de dois pontos de
uma área aquícola no reservatório de Salto Caxias, rio Iguaçu/PR, sendo um com
influência direta do cultivo de peixes em tanques-rede e outro sem cultivo (controle). Para
caracterizar a estrutura da ictiofauna, foram avaliados os atributos ecológicos como
diversidade, equitabilidade, riqueza e dominância, assim como, avaliadas as condições
abióticas dos locais de estudo. As coletas foram trimestrais, no período de julho de 2010 a
9
abril de 2011, utilizando-se redes de espera de diferentes malhagens, nos dois pontos do
reservatório: na área aquícola (denominado tanques-rede), e no local com influência de um
ambiente lótico, o rio Jacutinga (denominado Jacutinga). Durante o período de estudo,
foram capturados 1060 peixes, pertencentes a quatro Ordens, 11 famílias e 31 espécies,
com a maior abundância observada na área aquícola, correspondente a 629 peixes (59,3%).
Os atributos analisados mostraram que o ponto tanques-rede apresentou maior diversidade,
riqueza e dominância de espécies, enquanto que a equitabilidade foi maior no ponto
Jacutinga, embora não houve diferenças significativas entre os dois ambientes, para estes
atributos. Os fatores abióticos que mais influenciaram a posição das amostras evidenciadas
pela Análise de Componentes Principais (ACP) foram a transparência, DBO, ortofosfato,
turbidez, fósforo total, clorofila-α, pH, NO2 e condutividade elétrica. Os fatores abióticos
analisados não apresentaram diferenças significativas entre os pontos de coleta. Nossos
resultados sugerem que a atividade de aquicultura durante o período analisado não
influenciou de forma significativa a abundância, os atributos ecológicos da assembleia de
peixes e os fatores abióticos, da região aquícola, a ponto de interferir na estrutura da
ictiofauna analisada.
Abstract
This study evaluated the spatial patterns in the composition and structure of fish fauna, as
well as investigated the relationship between these patterns with the physical and chemical
characteristics of two environments in an aquaculture area of the Salto Caxias reservoir,
Iguaçu River/PR, one with direct influence of the fish cages and the other without
influence (control). To characterize the structure of the ichthyofauna, we assessed the
ecological attributes such as diversity, evenness, richness and dominance, as well as the
10
abiotic conditions of the study sites. Samples were collected quarterly from July 2010 to
April 2011, using gill nets of different mesh sizes, in both sites of the reservoir: in the
aquaculture area (named Cages), and in local with influence of a lotic environment, the
Jacutinga River (named Jacutinga). We captured 1060 fish belonging to four orders, 11
families and 31 species, with the highest abundance observed in the aquaculture area,
corresponding to 629 fishes (59.3%). The attributes analyzed showed that the Cages site
showed greater diversity, richness and dominance of species, while evenness was higher in
Jacutinga site, although no significant differences was observed between the two
environments. The abiotic variables that influenced the position of the sample (PCA) were
water transparency, DBO, orthophosphate, turbidity, total phosphorus, chlorophyll a, pH,
electrical conductivity and NO2. The abiotic factors analyzed showed no significant
differences between sampling sites, only differences among periods (trials). Our results
suggest that the activity of aquaculture during the study period did not influence
significantly the abundance, the ecological attributes of fish assembly and abiotic factors in
the aquaculture area to interfere in the structure of the fishes examined.
Keywords: Fish cages, water quality, ecological attributes, abundance.
Introdução
A bacia hidrográfica do rio Iguaçu possui uma área de aproximadamente 72.000 km2, da
qual 79% pertencem ao Estado do Paraná, 19% à Santa Catarina e 2% à Argentina
(Agostinho & Gomes 1997), percorrendo 1060 km, desde sua nascente na vertente
ocidental da serra do Mar, proximidades de Curitiba, até a foz, no rio Paraná (Júlio Jr. et
al., 1997).
11
O elevado desnível da bacia do rio Iguaçu no terceiro planalto se constitui em grande
atrativo para o aproveitamento hidrelétrico, resultando na construção de barragens,
formando grandes reservatórios de água. Cerca de cinco reservatórios hidrelétricos foram
formados no leito principal do rio Iguaçu, que é um dos principais tributários do rio Paraná
(Agostinho et al., 2007), sendo estes das Usinas: Foz do Areia, no município de Pinhão;
Segredo, município de Mangueirinha; Salto Caxias, município de Capitão Leônidas
Marques; Salto Santiago, município de Saudade do Iguaçu e Salto Osório, no município de
Quedas do Iguaçu (COPEL, 2002).
No que se refere à ictiofauna da bacia do rio Iguaçu, um levantamento realizado por
Garavello et al. (1997), no reservatório de Segredo, totalizou 52 espécies, dentre essas um
gênero e 14 espécies não descritas, provavelmente endêmicas, e outras três introduzidas de
outras bacias, conforme definição dos autores. Baumgartner et. al. (2012) ampliaram esse
número para 106 espécies de peixes para o baixo rio Iguaçu, em seu inventário e
redescrição de espécies, incluindo espécies não indígenas.
A bacia é caracterizada por apresentar um elevado grau de endemismo em razão do
isolamento provocado pelo surgimento das Cataratas do Iguaçu (Garavello et al., 1997).
Na década de 90, o endemismo ictiofaunístico da bacia foi estimado em 75% por Zawadzki
et al. (1999), no entanto, mais recentemente, um estudo realizado por Baumgartner et al.
(2012) diminuiu o percentual para 69,7%.
Os reservatórios artificiais têm sido utilizados para múltiplas finalidades, dentre elas a
produção de alimento por meio da piscicultura (Tundisi, 2005), tornando-os ambientes de
grande importância em termos sociais e econômicos (Mallasen, et al., 2008). As
estatísticas do Ministério da Pesca e Aquicultura revelaram que a produção de pescado no
Brasil teve um crescimento de 25% nos últimos oito anos, sendo 15,7% somente em 2008
e 2009 (MPA, 2010).
12
Nesse sentido, entre as alternativas da piscicultura, destaca-se o cultivo de peixes em
tanques-rede. Essa modalidade de cultivo pode incrementar consideravelmente a produção
aquícola, criar condições para atrair novos investidores e tornar-se uma excelente
alternativa de geração de emprego e renda, além de diminuir a pressão sobre os estoques
pesqueiros naturais (Ayroza et al., 2005). Borghetti & Silva (2008) estimam custos
operacionais entre 30 e 40% daquele para produzir uma tonelada de peixes com sistemas
tradicionais.
As principais vantagens do sistema de produção de peixes em tanques-rede, segundo
Furlaneto et al. (2006), são: menor variação dos parâmetros físicos e químicos da água
durante a criação, maior facilidade de retirada dos peixes para venda, menor investimento
inicial, facilidade de movimentação e realocação dos peixes, intensificação da produção,
facilidade de observação dos peixes, redução do manuseio dos peixes e, diminuição dos
custos com tratamentos de doenças.
Todavia, a disponibilidade de alimento artificial aliado à presença física da estrutura dos
tanques-rede, além de atrair e agregar as assembleias de peixes silvestres nas proximidades
dos tanques-rede atrai piscívoros e outros predadores como mamíferos, aves e répteis, que
podem alterar a estrutura trófica local, danificar os tanques, promovendo escapes e permitir
que ciclos de parasitas sejam fechados, com aumento das chances de troca de patógenos
entre peixes silvestres e cultivados (Beveridge, 2004; Agostinho et al., 2007).
Nesse sentido, Zaniboni-Filho et al. (2005), destacam a origem dos impactos decorrentes
do cultivo intensivo em tanques-rede como sendo a matéria orgânica depositada no
ambiente, tanto como resultado do metabolismo dos peixes como pelo excedente de ração
não ingerida. Essa matéria causa mudanças nas características físicas, químicas e
biológicas do local onde estão instalados os tanques-rede, sendo que a grande dificuldade
no cultivo em tanques-rede, considerando a estrutura utilizada atualmente, é a
13
impossibilidade do tratamento do efluente produzido (Zaniboni-Filho et al., 2005; Araripe
et al., 2006).
Alguns estudos revelaram os diversos impactos causados por essa modalidade de cultivo
(Tundisi & Henry 1986; Damato 2001; Guo & Li, 2003; Agostinho et al., 2007; Demetrio,
2010 e Loureiro et al., 2012). No entanto, ainda são escassos, principalmente no que se
refere ao impacto na ictiofauna, justificando a necessidade da realização de estudos dessa
natureza. Segundo Tundisi et al. (2008), esse conhecimento deve ser incluído entre os
“desafios” a serem superados para possibilitar a racionalização do uso dos reservatórios.
Sendo assim, considerando a presença dos tanques-rede e as premissas de que uma área
aquícola promove o aporte de nutrientes (Araripe et al., 2006), a atração de indivíduos
(Zanatta, 2011) e mudanças nas condições físicas e químicas da água (Bueno et al., 2008),
os objetivos deste estudo foram (I) avaliar os padrões espaciais na composição, estrutura e
distribuição da ictiofauna residente e (II) relacionar esses padrões com as características
físicas e químicas de dois pontos no reservatório de Salto Caxias, rio Iguaçu/PR, sendo um
na área aquícola, com influência direta do cultivo de peixes em tanques-rede e outro sem
cultivo. Desta forma, baseado na hipótese de que ambientes modificados alteram a
estrutura de suas comunidades. Esse estudo busca testar a seguinte predição: de que um
ambiente aquático sob efeito do cultivo em tanques-redes possui a estrutura e distribuição
das assembleias de peixes diferenciadas, em relação a um ambiente sem essa influência.
Material e Métodos
Área de estudo
O reservatório de Salto Caxias localiza-se na região Sudoeste do estado do Paraná (25º
32’S e 53º 30’W; 25º 35’S e 53º 06’W), à aproximadamente 180 km a montante das
14
Cataratas do Iguaçu e a 100 km a jusante da barragem do reservatório de Salto Osório
(Novakowski et al., 2007), sendo o último de uma cascata de cinco reservatórios instalados
a montante do médio rio Iguaçu (Delariva, 2002). O reservatório foi fechado em 1998,
inundando uma área de 124 km2, operado no sistema fio d’água (ONS, 2012) e com tempo
de residência de 31 dias (IAP, 2009).
O Instituto Ambiental do Paraná caracterizou o reservatório de Salto Caxias como pouco
degradado (classe II) e destaca ainda que o padrão de estratificação é de um lago
monomítico quente, com isotermia no inverno e depleção acentuada de oxigênio nos meses
mais quentes, com hipoxia na camada próxima ao fundo (IAP, 2009).
A área aquícola na qual foi desenvolvida a pesquisa é o resultado de um Convênio firmado
em 2005, entre Conselho Pró Desenvolvimento dos municípios Lindeiros ao Lago de Salto
Caxias, Universidade Estadual do Oeste do Paraná e Secretaria do Estado da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior – SETI, com o objetivo de desenvolver economicamente a
região. Cabe ressaltar que este é o único Centro de Difusão de Tecnologia (CDT) existente
no rio Iguaçu. Contém cerca de vinte tanques-rede experimentais instalados em 2007, com
área de 4,05 m3 cada, com matrizes de Rhamdia voulezi e Steindachneridion
melanodermatum (Feiden et al., 2010; Bittencourt et al., 2009), entre outras espécies
endêmicas da bacia.
Os pontos de coleta estão localizados em duas áreas de remanso (tributários alagados do
reservatório) (Fig. 1), assim identificados:
- Ponto 1 (denominado Jacutinga – sem cultivo): braço do reservatório que possui
influência de um afluente, o rio Jacutinga. Considerado como área a montante dos tanquesrede (25º 26’30,42” S e 52º 26’ 28,99” W);
- Ponto 2 (denominado Tanques-rede) : braço no qual está situada a área aquícola, com os
tanques-rede desde 2007 (25º 26’ 55,00” S e 53º 26’ 41,81”W).
15
Durante o período das coletas, entre julho de 2010 e abril de 2011, as espécies endêmicas
da bacia como o jundiá (Rhamdia branneri, Rhamdia voulezi), mandi pintado (Pimelodus
britskii), surubim do Iguaçu (Steindachneridion melanodermatum) e lambaris (Astyanax
spp.), estavam sendo cultivadas nos tanques-rede. A biomassa de matrizes cultivada
correspondia a 507,7 kg, para as respectivas espécies, alimentadas diariamente com 13 a 15
kg de ração comercial contendo 28% de proteína bruta e também algumas rações
experimentais.
Fig. 1 Localização dos pontos de coleta no reservatório de Salto Caxias, rio Iguaçu/PR
(P1= Jacutinga e P2= Tanques-rede).
Coletas de dados
As amostragens da ictiofauna foram trimestrais entre julho/2010 e abril/2011,
compreendendo as estações do ano, totalizando quatro coletas para cada ponto. Para isso,
16
foram utilizadas redes de espera expostas por 24 horas, sendo 12 do tipo simples (malhas
entre 2,5 e 12 cm) e três do tipo tresmalhos (“feiticeira”, malhas de 6,0; 7,0 e 8,0 cm). As
despescas aconteceram a cada oito horas (manhã, tarde, noite).
Os indivíduos capturados foram levados ao Centro de Difusão e Desenvolvimento
Tecnológico para o rio Iguaçu (CDT-Iguaçu), localizado próximo ao local de coleta, onde
foram anestesiados com formaldeído 10% e imolados para posterior identificação, de
acordo com Garavello et al. (1997), Reis et al.(2003) e Baumgartner et al. (2012).
Exemplares testemunhos estão depositados no Laboratório de Ictiologia do Curso de
Engenharia de Pesca-Unioeste-Toledo/PR.
Os fatores abióticos foram obtidos concomitante às coletas de peixes, sendo a temperatura
(oC), oxigênio dissolvido (mg/L-1 e %), pH, turbidez (NTU) e condutividade elétrica
(µS.cm-1) analisados com o multiparâmetro digital YSI, modelo Profissional Plus, e a
transparência da água por meio do Disco de Secchi. As análises de clorofila (µg/L-1) e
ortofosfato (µg/L-1), foram realizadas como sugerido por Tavares & Moreno (1994) e
Mackereth et al. (1978), respectivamente. A determinação da amônia (µg/L-1) foi feita com
base na metodologia proposta por Koroleff et al. (1976) e o nitrito (µg/L-1) por Strickland
et al. (1972). A Demanda bioquímica de Oxigênio DBO (mg/L-1) foi determinada pelo
“Standard Methods for the examination of water and wastewater”, segundo Apha (1998).
Os dados pluviométricos do período das coletas foram obtidos junto ao Instituto
Tecnológico SIMEPAR, da estação meteorológica Salto Caxias, localizada no município
de Capitão Leônidas Marques-PR (latitude -25.5166 e longitude -53.4833).
Os fatores abióticos foram utilizados para caracterizar as condições abióticas do local de
estudo e foram comparados com a Resolução CONAMA 357/05, a qual estabelece os
padrões de lançamento de efluentes para os corpos d’água Classe II.
17
Análise dos dados
A comparação da estrutura das assembleias de peixes entre os pontos amostrados foi
realizada utilizando-se como atributos ecológicos: composição, abundância, diversidade,
riqueza, dominância, equitabilidade e constância.
A abundância foi determinada em número de indivíduos e biomassa e expressa em captura
por unidade de esforço (CPUE), dada em número de indivíduos por 1000 m2 de rede em 24
horas.
A diversidade da assembleia foi calculada pelo índice de Shannon – Wiener (H’)
(Magurran, 1988), calculado pela fórmula H’ = - ∑ (n/N) log (n/N), onde n = número de
indivíduos de cada espécie e N = número total de indivíduos.
A riqueza foi definida como o número de espécies encontradas nas comunidades coletadas.
A dominância foi calculada pelo índice de Simpson (Magurran, 1988), baseando-se na
fórmula (y1 + y2)/Y, onde y1= abundância da 1ª espécie mais abundante, y2=abundância
da 2ª espécie mais abundante e Y= abundância total de todas as espécies.
A equitabilidade da comunidade de peixes foi conhecida pelo índice de Pielou (1984). A
base para o cálculo do índice de equitabilidade se deu pela equação J = H’/ln S, onde: S =
número de espécies por coleta e H’= Índice de Shannon.
A partir das coletas, calculou-se também a constância de ocorrência de Dajoz (1983),
estimada pela fórmula C= (ni / N) x 100, em que: C= constância de ocorrência, n= número
de coletas onde a espécie i ocorreu e N = número total de coletas. As espécies foram
classificadas em: constantes (C>50%), acessórias (50≥C≥25%) e acidentais (C<25%). Fezse também a estimativa de proporção de captura (PC) das espécies, calculada pelo número
total de indivíduos de uma dada espécie em relação ao número total de peixes capturados,
expressa em percentagem, para cada local de coleta.
18
Foram utilizadas técnicas multivariadas visando estabelecer a relação entre a composição
das assembleias, atributos ecológicos e fatores abióticos com os locais de coleta.
Para sumarizar a matriz de dados de composição da assembleia, abundância e locais de
coleta foi utilizada a análise de correspondência com remoção do efeito do arco (DCA;
Gauch Jr., 1986; Jongman et al., 1995). Essa análise foi realizada com a CPUE das
espécies coletadas nos diferentes meses. No que se refere às variáveis abióticas, estas
foram resumidas pela análise de componentes principais (ACP; Gauch Jr. 1986), e os eixos
retidos para interpretação foram aqueles que apresentaram autovalores maiores que os
obtidos pelo modelo aleatório de “Broken-stick” (Jackson 1993).
Para verificar as possíveis correlações entre as assembleias de peixes (abundância
numérica - CPUE) com os fatores abióticos, aplicou-se uma análise de correspondência
canônica (ACC). Cabe ressaltar que os dados de CPUE foram previamente transformados
em raiz quadrada.
Para verificar possíveis diferenças nas médias dos atributos e dos escores dos eixos da
ACP, DCA e ACC nos diferentes locais de coletas (P1 e P2) foram empregadas análises de
variância unifatoriais (ANOVA unifatorial), respeitando-se os pressupostos de
normalidade e homocedasticidade dos dados (Zar, 1999), no programa Statistica 7.0
(Statsoft, 2005). A ACC e o cálculo dos atributos foram realizados no programa PAST
(Hammer et al., 2003). Para a realização da ACP e DCA utilizou-se o programa PC-ORD
(McCune & Mefford, 1997).
Resultados
O levantamento ictiofaunístico, independente do ponto amostrado, resultou na captura de
1060 indivíduos, pertencentes a quatro ordens (Characiformes, Siluriformes, Perciformes e
19
Gymnotiformes), 11 famílias e 31 espécies (Tabela 1). Do total de espécies, 18 (58,06%)
são endêmicas da bacia do rio Iguaçu, 10 (32,25%) são nativas e três (9,6%) são
introduzidas de outras bacias. No que se refere à distribuição dessas entre os pontos, 20
foram comuns aos dois pontos amostrados, quatro foram exclusivas do ponto Jacutinga:
Bryconamericus sp. C, Crenicichla lepidota, Crenicichla sp. 2 e Gymnogeophagus
setequedas e sete foram exclusivas do ponto Tanques-rede: Astyanax gymnogenys, Clarias
gariepinus, Hypostomus myersi, Psalidodon gymnodontus, Rhamdia branneri,
Steindachneridion melanodermatum e Tilapia rendalli.
O resultado da constância de ocorrência das espécies mostrou que, para o ponto Jacutinga,
o número de espécies constantes e acessórias correspondeu a 12 espécies (50% cada). Para
as constantes, 9 apareceram em todas as coletas e 3 espécies em três coletas, e as acessórias
com 9 de ocorrência em apenas uma coleta. No ponto Tanques-rede, o número de espécies
constantes correspondeu a 13 espécies (48,1%), sendo 10 em todas as coletas e 3 em três
coletas, e as acessórias representaram 14 espécies, das quais 3 em três coletas e 11 em uma
coleta (Tabela 1).
Tabela 1 Lista de espécies capturadas no reservatório de Salto Caxias – rio Iguaçu –
Paraná, de julho de 2010 a abril de 2011. ♦ Espécie endêmica ◊ Espécie nativa ■ Espécie
Introduzida.
Família
Parodontidae
Curimatidae
Erythrinidae
Characidae
Espécie
Characiformes
Apareiodon vittatus
Cyphocharax cf. santacatarinae
Hoplias aff. malabaricus
Astyanax altiparanae
Astyanax gymnogenys
Astyanax gymnodontus
Astyanax bifasciatus
Astyanax minor
Astyanax dissimilis
Oligosarcus longirostris
Sigla
Distribuição Classificação
J
Avit
Csan
Hama
Aalt
Agyg
Agyd
Astb
Astm
Astd
Olon
♦
◊
◊
◊
♦
♦
♦
♦
♦
♦
Co
Co
Co
Co
Co
Co
Co
Ace
Co
T
Co
Ace
Co
Co
Ace
Co
Co
Co
Co
Co
20
Bryconamericus ikaa
Bryconamericus sp. C
Psalidodon gymnodontus
Bika
BspC
Pgym
♦
♦
♦
Ace
Ace
-
Co
Ace
Cgar
Cpal
Hder
Hmye
Hysp
Pbri
Port
Smel
Rbra
■
◊
◊
◊
◊
♦
♦
♦
♦
Ace
Co
Ace
Co
Ace
-
Ace
Gsyl
■
Ace
Ace
Gbra
Tren
Cigu
Clep
Crsp
Csp1
Csp2
Gset
◊
■
♦
◊
♦
♦
♦
◊
Ace
Co
Ace
Co
Ace
Ace
Ace
Ace
Ace
Co
Co
Ace
-
Siluriformes
Heptapteridae
Clarias gariepinus
Corydoras aff. paleatus
Hypostomus derbyi
Hypostomus myersi
Hypostomus sp.
Pimelodus britskii
Pimelodus ortmanni
Steindachneridion melanodermatum
Rhamdia branneri
Gymnotidae
Gymnotus sylvius
Cichlidae
Geophagus brasiliensis
Tilapia rendalli
Crenicichla iguassuensis
Crenicichla lepidota
Crenicichla sp.
Crenicichla sp. 1
Crenicichla sp. 2
Gymnogeophagus setequedas
Clariidae
Callichthyidae
Loricariidae
Pimelodidae
Ace
Co
Ace
Ace
Co
Ace
Ace
Ace
Gymnotiformes
Perciformes
Abundância
Do total de indivíduos coletados, 431 (40,7%) foram capturados no ponto Jacutinga e 629
(59,3%) no ponto Tanques-rede.
A abundância numérica das capturas totais expressa em CPUE relevou que as espécies
mais abundantes foram A. bifasciatus, A. altiparanae, A. vittatus e A. minor. No que se
refere à abundância, considerando os locais de coleta, a maior abundância foi observada
para as espécies A. bifasciatus e A. altiparanae tanto no ponto Jacutinga como no ponto
Tanques-rede. No entanto, a terceira espécie mais abundante no ponto Jacutinga foi A.
vittatus, enquanto que no ponto Tanques-rede foi O. longirostris.
No que se refere à CPUE expressa em biomassa, os maiores índices foram observados no
ponto Jacutinga para P. britskii, H. aff. malabaricus, O. longirostris, e no ponto Tanques-
21
rede para H. derbyi, H. aff. malabaricus e O. longirostris. No entanto, destaca-se que o
ponto Tanques-rede obteve uma biomassa (kg) em CPUE mais elevada que o ponto
Jacutinga (Figura 2).
Jacutinga
Tanques-rede
Abif
Aalt
Olon
Crsp
Amin
Agyd
Cigu
Cpal
Adis
Pbri
Avit
Bikaa
Hama
Hder
Gbra
Csp1
Agyg
Csan
Port
Pgyd
Cgar
Gsyl
Hmye
Hysp
Rbra
Smel
Tren
Abif
Aalt
Avit
Amin
Olon
Crsp
Pbri
Csan
Cpal
Cigu
Agyd
Adis
Hama
Hder
Gbra
Bika
Csp1
BspC
Clepi
Csp2
Gset
Gsyl
Hysp
Port
400
300
200
100
0
CPUE
(número)
5
10
kg
CPUE
(biomassa)
15
20
600 450 300 150
0
5
10
15
20
kg
CPUE
(número)
CPUE
(biomassa)
Fig. 2. Captura por unidade de esforço (CPUE) expressa em número de indivíduos e
biomassa (kg) para as espécies capturadas nos pontos de coleta na área aquícola do
reservatório de Salto Caxias, rio Iguaçu-PR. As siglas das espécies estão relacionadas na
Tabela 1.
Estrutura da ictiofauna
Por meio da análise dos atributos ecológicos, identificou-se que houve pouca variação dos
mesmos entre locais analisados (Tabela 2). A análise de variância unifatorial (ANOVA)
realizada mostrou que as diferenças não foram significativas para nenhum dos atributos
analisados (Figuras 3 e 4).
22
Tabela 2 Riqueza de espécies de peixes (S), equitabilidade (E), índice de diversidade de
Shannon-Wiener (H`) e dominância (D`) obtidos para os pontos de coleta e períodos
amostrados na área aquícola do reservatório de Salto Caxias, rio Iguaçu/PR.
Local
Mês
Jacutinga
Jacutinga
Jacutinga
Jacutinga
Tanques-rede
Tanques-rede
Tanques-rede
Tanques-rede
Julho
Outubro
Janeiro
Abril
Julho
Outubro
Janeiro
Abril
S
16
20
14
10
16
21
15
14
E
0,768
0,793
0,855
0,869
0,79
0,79
0,836
0,837
H`
2,131
2,375
2,257
2,002
2,191
2,404
2,265
2,21
D`
0,8342
0,8599
0,8718
0,8399
0,8326
0,8752
0,8526
0,8555
0,85
19
Média
18
Média
0,84
Equitabilidade (E)
Riqueza (S)
17
16
15
14
0,83
0,82
0,81
0,80
13
S:
12
Média±EP
Média±EP
Jacutinga
F(1;6) = 0,3333; p = 0,5847
Tanques rede
E: F(1;6) = 0,0833; p = 0,7825
0,79
Jacutinga
Tanques rede
Fig. 3 Valores médios (± erro padrão) dos atributos ecológicos riqueza e equitabilidade,
das espécies de peixes coletadas nos pontos Jacutinga e tanques-rede na área aquícola de
Salto Caxias, rio Iguaçu/PR.
23
0,864
0,862
Mean
Mean±EP
0,860
0,858
Média
Média±EP
Dominância (D')
Índice de Diversidade (H')
2,32
2,28
2,24
2,20
0,856
0,854
0,852
0,850
0,848
0,846
2,16
0,844
2,12
0,842
H:
2,08
D`: F(1;6) = 0,0419; p = 0,8447
F(1;6) = 0,6624; p = 0,4468
0,840
Jacutinga
Tanques rede
Jacutinga
Tanques-rede
Fig. 4 Valores médios (± erro padrão) dos atributos ecológicos diversidade e dominância
das espécies de peixes coletadas nos pontos Jacutinga e tanques-rede na área aquícola de
Salto Caxias, rio Iguaçu/PR.
Os padrões espaciais de variações na composição e abundância foram analisados pela
DCA, sendo que o eixo 1 apresentou autovalor de 0,24, enquanto o eixo 2 apresentou
autovalor de 0,047, desta forma, somente os escores do eixo 1 foram retidos para
interpretação (Matthews, 1998). Mesmo assim, os eixos 1 e 2 foram separados para a
apresentação gráfica.
As espécies mais correlacionadas com o primeiro eixo da DCA (Figura 5a), ou seja, as que
mais influenciaram na ordenação, foram, positivamente, C. gariepinus, H. myersi, R.
branneri e S. melanodermatum; e negativamente, Bryconamericus sp. C, T. rendalli, P.
gymnodontus e C. lepidota.
24
120
80
abr11
out10
jan11
60
DCA2
Jacutinga
Tanques rede
jan11
100
jul10
abr11
out10
40
20
jul10
0
-20
-20
b
0
20
40
60
80
100
120
140
160
DCA1
Fig. 5 Ordenação resultante da Análise de Correspondência Destendênciada (DCA) com
remoção do efeito do arco (a e b), com os dados da CPUE (ind/1000m2 de rede por 24 h)
das espécies de peixes da área aquícola do reservatório de Salto Caxias, rio Iguaçu/PR.
Com relação à ordenação dos meses e pontos de coleta, verificou-se que, outubro para os
dois pontos de coleta permaneceu no espaço positivo e separado dos demais meses, assim
como, julho para o ponto tanques-rede e janeiro para o ponto Jacutinga (Figura 5b).
A aplicação da ANOVA unifatorial não revelou diferenças significativas nas médias desses
escores entre os locais de coleta.
25
Fatores abióticos
Com base na análise da Tabela 3, verifica-se que a temperatura da água (oC) obteve os
mesmos valores para os dois pontos de coleta; a temperatura do ar (oC) foi mais elevada
para o ponto tanques-rede nos meses de julho e janeiro; para a variável oxigênio dissolvido
(mg/L e %) os menores valores foram obtidos em abril para os dois pontos.
Já a turbidez se mostrou bastante elevada no mês de outubro para ambos os pontos de
coleta, no entanto, ainda maior para o ponto Jacutinga; o mês com menor transparência da
água foi o de outubro, no ponto tanques-rede, e a maior transparência foi identificada no
mês de janeiro para ambos os pontos de coleta.
O pH não apresentou grande variação entre os períodos analisados; o parâmetro
condutividade elétrica (µS/Cm) foi maior no mês de janeiro e obteve os menores valores
no mês de abril tanto para o ponto Jacutinga como no ponto tanques-rede.
Com relação à DBO, essa se mostrou maior nos dois pontos no mês de outubro, e no mês
de abril essa variável apresentou os menores valores no ponto tanques-rede.
O fósforo total teve o menor valor no ponto Jacutinga no mês de outubro, já no ponto
tanques-rede no mês de abril se obteve as maiores concentrações. Para o ortofosfato,
registraram-se valores bem acima dos outros meses no mês de outubro, para os dois pontos
de coleta.
A concentração de nitrito (NO2) apresentou alta variação nos dois pontos no mês de
janeiro, mantendo-se estável nos outros meses. Para a amônia (NH3), o ponto Jacutinga
apresentou valores superiores ao ponto tanques-rede em todos os meses, porém, ambos
tiveram valores mais elevados no mês de outubro. Já a clorofila-ɑ apresentou um valor
bem elevado no mês de abril no ponto tanques-rede.
26
Tabela 3 Resultado dos fatores abióticos obtidos nos pontos de coleta na área aquícola do
reservatório de Salto Caxias, rio Iguaçu/PR, de julho de 2010 a abril de 2011. Legenda:
Jacu = Jacutinga; Tan = Tanques; jul = Julho; out = Outubro; jan = Janeiro e abr = Abril.
Local
T. ar
T.
OD
Cond.
T
Secchi DBO PT ORTO NO2 NH3 Clor. a
pH OD%
o
C águaoC (mg/L)
Elet. (NTU) (m) mg/L µg/L µg/L µg/L µg/L µg/L
Jacujul10
11,7
18,5
9,0
7,0
94,2
56,3
3,04
1,85
20,9
23,7
5,41
0,2
21,3
4,8
Jacuout10
18,3
21,6
8,2
7,2 95,6
42,8
14,1
1,7
27,0
13,1
23,7
1,1
70,2
2,4
Jacujan11
23,5
29,3
7,5
8,0 99,7
67,8
1,7
2,3
8,3
18,4
4,6
5,7
46,0
1,7
Jacuabr11
20,6
25
5,3
7,2 63,7
30,8
2,8
2,2
7,9
21,5
0,5
0,5
33,1
1,7
Tanqjul10
12,7
18,5
8,8
7,1 94,2
47,6
3,6
1,7
4,3
19,3
3,4
0,0
11,1
2,5
Tanqout10 18,3
21,6
8,4
7,2 95,7
40,0
10,2
1,1
22,0
19,3
24,6
0,4
38,0
1,2
Tanqjan11 24,2
28,9
7,5
8,0 95,5
66,7
2,5
2,4
9,4
19,5
4,2
6,4
23,5
3,9
Tanqabr11 20,6
24,9
5,3
7,1 65,0
31,5
2,9
2,2
4,8
33,7
0,9
0,67
14,0
21,9
Com a realização da análise de componentes principais (ACP), que sumarizou os dados
abióticos, somente os CP1 e CP2 apresentaram autovalores (5,76 e 4,53) maiores que
aqueles obtidos pelo modelo “broken stick” (3,25 e 2,25) e, portanto, foram retidos para
interpretação. Estes dois eixos explicaram juntos, 73,5% da variabilidade no gradiente
apresentado para os dados abióticos (41,1% e 32,4%, para o eixo um e dois,
respectivamente).
As variáveis que mais influenciaram a posição das amostras na ordenação foram para o
eixo um, positivamente, a transparência e, negativamente, a DBO, o ortofosfato e a
turbidez. Já para o eixo dois, fósforo total e clorofila influenciaram positivamente,
enquanto que o pH, NO2 e condutividade elétrica negativamente (Figura 6).
27
PC1
PC2
0.4
0.2
0
-0.2
-0.4
-0.6
i
a
cch gu
Se T. a
PT T. ar Clor. NO2 pH d. El NH3 D% g/L TU) BO RTO
D O
O (m (N
n
T
Co
OD
Fig. 6 Autovetores (correlações) das variáveis utilizadas na análise de componentes
principais (ACP) dos eixos retidos para interpretação.
Com a ordenação dos pontos e meses, em relação às variáveis abióticas podemos afirmar
que não houve diferenças significativas nas condições abióticas entre o ponto Jacutinga
(Ponto 1) e tanques-rede (Ponto 2), (Eixo 1 F= 8,82; P = 0,59 e Eixo 2 F = 4,84; P = 0,11)
nos dois eixos retidos da ACP.
Os resultados demonstram que o primeiro eixo ordenou os dados de acordo com gradiente
de radiação subaquática, disponibilidade de oxigênio no meio e nutrientes, enquanto o
segundo ordenou as variáveis de acordo com gradiente de trofia, disponibilidade de
carbono inorgânico e variabilidade de íons H+ e OH-. Para a variável turbidez, essa separou
outubro dos demais meses, a qual se mostrou bastante elevada naquela coleta. Isso pode ser
explicado pela elevada precipitação que ocorreu naquele período (Figura 7), ocasionando o
carreamento de partículas sólidas suspensas da área de entorno para o reservatório, em
consequência, aumentando sua turbidez.
28
Precipitação (mm)
Precipitação Estação Meteorológica Salto Caxias/PR
16
14
12
10
8
6
4
2
0
jul/10
out/10
jan/11
abr/11
Fig. 7 Precipitação (mm) registrada nos períodos de coleta na estação meteorológica Salto
Caxias, rio Iguaçu/PR. Fonte: Dados do Instituto Tecnológico SIMEPAR
Quanto ao atendimento à Resolução CONAMA 357/05, todos os parâmetros atenderam os
padrões de lançamento de efluentes nos corpos d’água para a Classe II, com exceção do
parâmetro DBO (mg/L), que no ponto Jacutinga em todas as coletas se apresentou superior
aos limites tolerados e no ponto tanques-rede nas coleta do mês de outubro.
A análise de correspondência canônica (ACC), na Figura 7, apresenta a relação das
variáveis abióticas com a abundância dos peixes amostrados. Na análise, as duas primeiras
variáveis canônicas explicaram 53,19% da variabilidade dos dados, sendo 34,66% e
18,53% para o 1º e 2º eixo, respectivamente. Na primeira variável, Bryconamericus sp. C,
C. lepidota e C. santacatarinae se associaram positivamente com a condutividade elétrica,
nitrito e transparência da água e negativamente, A. gymnogenys, A. vittatus, A. minor, H.
derbyi, O. longirostris, C. iguassuensis e A. bifasciatus, se associaram aos parâmetros
clorofila-ɑ, fósforo total e temperatura da água e do ar. Para a segunda variável,
positivamente, as espécies Crenicichla sp. 2, Hypostomus sp, G. setequedas, G.
brasiliensis, G. sylvius e Crenicichla sp. 1, se associaram à amônia, DBO, OD (mg/L e %),
ortofosfato e à turbidez.
29
Fig. 8 Triplot gerado com os resultados da Análise Correspondência Canônica (ACC) entre
a abundância numérica (raiz quadrada da CPUE) e as variáveis abióticas nos pontos de
coleta na área aquícola de Salto Caxias, rio Iguaçu/PR.
Discussão
Com base na análise da composição específica e riqueza da ictiofauna coletada na área de
estudo, o menor número de espécies amostradas, comparada com os outros levantamentos
realizados na bacia, (Garavello et al., 1997; Baumgartner et al., 2006; Novakowski et al.,
2007), pode ser explicado pelas características de distribuição da ictiofauna e também pela
menor área de amostragem, considerando a bacia do rio Iguaçu. Garavello et al. (1997),
ressaltam que a distribuição longitudinal da ictiofauna do rio Iguaçu acima das Cataratas,
ao longo de seu curso, não é uniforme. Algumas espécies são encontradas em regiões de
maior altitude e outras em regiões mais baixas. A substituição de espécies e a variação no
grau de dominância entre elas podem ser notadas ao longo da bacia do rio Iguaçu.
30
No que se refere à abundância numérica, A. bifasciatus foi a espécie mais capturada nas
coletas realizadas. Essa espécie foi a mais abundante em um estudo realizado em 13
reservatórios do rio Iguaçu (Luiz, et al., 2005) e é uma das espécies mais abundantes no
baixo rio Iguaçu, segundo evidenciado por Bailly et al. (2003). A maior intensidade
reprodutiva dessa espécie ocorre na primavera e início do verão (Suzuki, 1999), sendo que
as maiores capturas foram identificadas para o ponto Jacutinga em outubro (primavera) e
no ponto tanques-rede em abril (outono).
A segunda espécie com maior abundância nas capturas realizadas, A. altiparanae, pode ser
atribuída à grande flexibilidade de hábitos alimentares e capacidade de reprodução em
diversos habitats (Bennemann et al., 1995). Conforme relatado por Hoffmann et al. (2005)
em seu estudo no reservatório de Capivara, rio Paranapanema, na Bacia do Alto rio Paraná,
estes fatores devem ter permitido a expressiva abundância dessa espécie. A captura
expressiva da espécie também foi evidenciada por Bailly et al. (2003) no reservatório de
Salto Caxias.
Entre os characiformes há um predomínio de espécies de pequeno porte e/ou capazes de
concluir seu ciclo de vida em ambientes lênticos (Hoffmann et al., 2005), o que justifica a
elevada abundância de espécies dessa ordem. O elevado número de espécies do gênero
Astyanax nesse estudo, estando entre as mais abundantes, pode ser explicado pelo fato de
apresentarem ovócitos pequenos, elevada fecundidade relativa, rápido desenvolvimento,
fertilização externa e ausência de cuidado parental, fatos que possibilitam a essas espécies
um amplo predomínio sobre as demais (Agostinho et al. 1999).
Muitos estudos sugerem que na maioria das comunidades animais há poucas espécies
abundantes e muitas espécies representadas por poucos indivíduos (Matthews, 1998). Esta
afirmação foi confirmada, visto que foram 14 espécies (45,16%) com menos de quatro
indivíduos capturados em todas as coletas.
31
A participação das espécies H. aff. malabaricus, P. britskii e H. derbyi se deu em função
do maior porte dos indivíduos. Esse aspecto também foi verificado por Oliveira et al.
(2008), na caracterização da assembleia de peixes no reservatório do Iraí, região do alto rio
Iguaçu/PR.
A despeito da captura de um indivíduo da espécie S. melanodermatum, salienta-se que a
mesma ocorreu no ponto tanques-rede, onde ocorre o cultivo de matrizes dessa espécie, e
muito possivelmente, este indivíduo tenha origem do escape de algum dos tanques-rede.
A medida de constância de uma dada espécie em um ambiente indica o estabelecimento ou
a temporariedade na utilização daquele biótopo pela espécie (Delariva et al., 2009). Nesse
sentido, os resultados mostraram que as espécies constantes foram também as mais
abundantes nos dois locais de coleta. Obtiveram resultados similares os estudos realizados
por Dufech & Fialho (2009) no Parque Estadual de Itapuã, Sul do Brasil, e Lucena et al.
(1994) na praia de Itapuã, no lago Guaíba, RS.
Analisando os dados de abundância e riqueza, Zanatta (2011) em um estudo no
reservatório de Chavantes (médio rio Paranapanema SP/PR) em um sistema particular de
tanques-rede e uma área controle observou que essas foram maiores na área controle,
porém, corroboram com os resultados obtidos neste estudo o que diz respeito à
dominância, a qual também foi maior na área dos tanques-rede.
No que se refere à abundância na área dos tanques-rede, diversos são os estudos que
mostram os sistemas de piscicultura em tanques-rede como mecanismos de agregação de
peixes (Valle et al., 2007; Dempster et al., 2002). Esses estudos demonstram grandes
diferenças na abundância e biomassa de peixes quando se comparam trechos controle e
regiões com áreas de cultivo em tanques-rede. Os autores atribuem às diferenças ao fato de
que: i) essas estruturas podem servir de abrigo a peixes de pequeno porte que assim atraem
os predadores de maior porte, ii) que o aporte de nutrientes derivado da sobra da ração e do
32
metabolismo dos peixes confinados servem de alimento para os peixes atraídos ou
incrementa a produção primária, via ciclagem de nutrientes, e ainda, iii) ao fato de que a
ocupação de áreas para a produção estaria reduzindo a pressão pesqueira nessas regiões
(Zaniboni et al., 2005). Entretanto, este estudo apresentou resultados distintos dos
mencionados acima, pois quando comparado a abundância numérica (CPUE) por meio
Anova, essa não apresentou diferença significativa entre os pontos analisados.
Apesar dos fatores abióticos analisados não apresentarem diferenças significativas entre os
pontos analisados, a DBO não atendeu aos padrões estabelecidos pela Resolução
CONAMA 357/05. Cabe ressaltar que no ponto Jacutinga o mês com maior concentração
de DBO foi o mês de outubro, mês de maior precipitação registrada durante as coletas.
Com base nas outras variáveis que também sofreram alterações nesse mês de coleta,
indicam que as alterações físicas e químicas da água não são somente oriundas da área do
cultivo em tanques-rede, visto que os maiores índices foram observados em períodos de
entrada de material alóctone no reservatório.
A região do entorno do reservatório de Salto Caxias possui uma extensa área de pastagens
(54,4%) e agricultura (27,8%) (COPEL, 2002), assim como estradas não adequadas, e está
entre os reservatórios da Copel que precisam de maior quantidade de vegetação a ser
recomposta (67%) (Andrade et al., 2005), o que deixa suas margens vulneráveis à
degradação. Outro fato que demonstra isso são os índices de DBO obtidos no ponto
Jacutinga (controle), maiores que os do ponto tanques-rede, reforçando à entrada de
material orgânico das áreas a montante que podem ter sido carreadas pelo próprio rio
Jacutinga.
Cabe destacar que, o efeito do cultivo em tanques-rede sobre o ambiente depende,
primariamente, da produção anual de peixes (Zaniboni et al., 2005) e que o cultivo
instalado na área aquícola de Salto Caxias correspondeu, no período das coletas, à uma
33
biomassa de 507,7 kg, para os quais não foi verificado diferença significativa na
composição e estrutura da comunidade entre os dois ambientes, com a biomassa (kg) e
número de tanques-rede instalados no local.
No que concerne à análise dos atributos ecológicos, a predição de que áreas com a
presença de cultivo em tanques-rede possuem a estrutura e distribuição das assembleias de
peixes diferenciadas, em relação a um ambiente sem essa influência, não foi comprovada.
Com esses resultados, percebeu-se que, o ponto Tanques-rede apresentou uma maior
abundância (atração de indivíduos), diversidade, riqueza e dominância de espécies, e essas
alterações, embora não significativas, permitem concluir que este sistema apresenta fontes
de impactos pontuais do ponto de vista ecológico e ambiental, efeito este que poderá ser
agravado caso a biomassa (kg) e área aquícola seja ampliada, sendo necessário um
acompanhando periódico desse sistema.
Agradecimentos
Os autores são gratos a CAPES pelo auxílio financeiro a pesquisa (Projeto PNPD/2009), à
Elaine Bartozek Rodrigues pelo fornecimento de dados de alguns fatores abióticos, aos
grupos de pesquisa GETECH e GEMAQ da Unioeste – Campus Toledo, pelo apoio
logístico na realização das coletas e ao Mestrado em Conservação e Manejo de Recursos
Naturais – Unioeste – Cascavel/PR.
Referências
Agostinho, A. A., L. C. Gomes & F. M. Pelicice, 2007. Ecologia e Manejo de recursos
pesqueiros em reservatórios do Brasil. Maringá, EDUEM, 501p.
34
Agostinho, A. A, L. E Miranda, L. M. Bini, L. C. Gomes, S. M. Thomaz. & H. I. Susuki.
1999. Patterns of colonization in neotropical reservoirs, and prognosis on aging. In: Bailly,
D., A. A. Agostinho, H. I. Suzuki & E. A. Luiz. 2003. Características reprodutivas
relacionadas ao sucesso na colonização de espécies do gênero Astyanax em reservatórios
da bacia do rio Iguaçu – PR. Bio Ecologia de Peixes, Maringá, p. 259-265.
Agostinho, AA. & LC Gomes. 1997. Reservatório de Segredo: bases ecológicas para o
manejo. Maringá, EDUEM, 387p.
Andrade, J de, CR. Sanquetta. & C. Ugaya. 2005. Identificação de áreas prioritárias para
recuperação da mata ciliar na UHE Salto Caxias. Espaço Energia, 3ª Edição.
APHA, AWWA, WEF. 1998. Standard Methods for the Examination of Water and
Wastewater. Washington, American Puclic Health Association, 1157p.
Araripe, MNBA, Segungo, LFF. Lopes, JB. Araripe, HGA. 2006. Efeito do Cultivo de
Peixes em Tanques Rede sobre o Aporte de Fósforo para o Ambiente. Revista Científica de
Produção Animal, 8 (2).
Ayroza, LMS, FPB. Furlaneto, DMMR. Ayroza & FR. Sussel. 2005. Piscicultura no Médio
Paranapanema: situação e perspectivas. Aqüicultura e Pesca, São Paulo, 12: 27-32.
35
Bailly, D, AA. Agostinho, HI. Suzuki & EA. Luiz. 2003. Características reprodutivas
relacionadas ao sucesso na colonização de espécies do gênero Astyanax em reservatórios
da bacia do rio Iguaçu – PR. Bio Ecologia de Peixes, Maringá, p. 259-265.
Baumgartner, G, CS Pavanelli, D Baumgartner, AG Bifi, T Debona & VA Frana. 2012.
Peixes do baixo rio Iguaçu. Maringá, Eduem, 203p.
Baumgartner, D, G. Baumgartner, CS. Pavanelli, PRL. da Silva, VA. Frana, LC. de
Oliveira & MR. Michelon. 2006. Fish, Salto Osório Reservoir, Iguaçu River basin, Paraná
State, Brazil. Check List (UNESP), São Paulo, 2 (1): 1-4.
Bennemann, ST, ATE. Silva-Souza & GRA. Rocha. 1995. Composicion ictiofaunistica en
cinco localidades de la cuenca del Rio Tibagi, PR – Brasil. Interciencia 20 (1): 7-13.
Beveridge, M. 2004. Cage Aquaculture. Brackwell publishing. Scotlan. In: Demetrio, JA.
Atração de peixes silvestres em áreas de cultivo de tilápias em tanques-rede no rio do
Corvo – Reservatório de Rosana – Brasil. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de
Maringá, Maringá, 28p.
Bittencourt, F, A. Feiden, AA. Signor, WR. Boscolo, A. Coldebella & C. Manske. 2009.
Densidade de estocagem do Surubim do Iguaçu (Steindachneridion melanodermatum)
cultivado em tanque-rede no reservatório José Richa. Congresso Brasileiro de Zootecnia,
Águas de Lindóia, São Paulo.
36
Borghetti, JR. & UAT. Silva. 2008. Sistemas de cultivo empregados na aqüicultura
continental. Pp. 73-95. In: Ostrensky, A, JR. Borghetti & D. Soto (Eds.). Aquicultura no
Brasil: o desafio é crescer. Brasília, FAO, 276p.
Bueno, G. W. Marengoni, NG. Gonçalves Júnior, AC. Boscolo, WR. Teixeira, RA. 2008.
Estado trófico e bioacumulação do fósforo total no cultivo de peixes em tanques-rede na
área aquícola do reservatório de Itaipu. Acta Scientiarum. Biological Sciences. Maringá,
30 (3): 237-243.
Companhia Paranaense de Energia - COPEL. 2002. Plano Ambiental de Conservação e uso
do reservatório e entorno da usina hidrelétrica Salto Caxias. Curitiba. In: RIBEIRO, LHL,
AL. BRANDIMARTE, & RT. KISHI. 2005. Formation of the Salto Caxias Reservoir (PR)
– an approach on the eutrophication process. Acta Limnológica Brasiliensia. 17 (2): 155165.
Dajoz, R. 1983. Ecologia Geral. Petrópolis, Vozes, 472p.
Damato, M. 2001. O emprego de indicadores biológicos na determinação de poluentes
orgânicos perigosos. Pp. 229-236. In: Bollmann, HA, NB. Maia, W. Barrela (Eds.).
Indicadores ambientais: conceitos e aplicações. São Paulo, EDUC/COMPED/INEP, 285p.
Delariva, RL, FC. Canteri, PV. Sanches & G. Baumgartner. 2009. Composição e estrutura
da ictiofauna de área marginal da lagoa Xambrê, Parque Nacional de Ilha Grande, PR,
Brasil. Revista em Agronegócios e Meio Ambiente, 2 (1): 141-153.
37
Delariva, RL. 2002. Ecologia trófica do rio Iguaçu – PR sob efeitos do represamento de
Salto Caxias. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Maringá, Maringá. 65p.
Demetrio, JA. 2010. Atração de peixes silvestres em áreas de cultivo de tilápias em
tanques-rede no rio do Corvo – Reservatório de Rosana – Brasil. Tese de Doutorado.
Universidade Estadual de Maringá, Maringá. 29p.
Dempster, T, P. Sanchez-Jerez, JT. Bayle-Sempere, F. Giménez-Casalduero & C. Valle.
2002. Attraction of wild fish to sea-cage fish farms in the south-western Mediterranean
Sea: spatial and short-term temporal variability. Marina Ecology Progress Series. (242):
237-257. In: Zanatta, AS. 2011. As interferências das pisciculturas em tanques-rede sobre
as assembleias de peixes em grandes reservatórios do rio Paranapanema (bacia do Alto
Paraná). Tese de Doutorado, Universidade Estadual Paulista, Botucatu. 73p.
Dufech, APS & CB. Fialho. 2009. Estudo comparado da taxocenose de peixes em dois
ambientes aquáticos do Parque Estadual de Itapuã, sul do Brasil. Iheringia Série Zoologia,
Porto Alegre, 99 (2): 177-188.
Feiden, A, AA. Signor, O. Diemer, C. Sary, WR. Boscolo & DH. Neu. 2010. Desempenho
de juvenis de jundiás (Rhamdia voulezi) submetidos à alimentação com ração orgânica
certificada e comercial. Revista Acadêmica Ciências Agrárias e Ambientais, Curitiba, 8
(4): 381-387.
38
Furlaneto, FPB, DMMR. Ayroza, LMS. Ayroza. 2006. Custo e Rentabilidade da Produção
de Tilápia (Oreochromis spp.) em Tanque-rede no Médio Paranapanema, Estado de São
Paulo, Safra 2004/05. Informações Econômicas, São Paulo, 36 (3): 63-69.
Garavello, JC, CS. Pavanelli & HI. Suzuki. 1997. Caracterização da ictiofauna do rio
Iguaçu. Pp. 61-84. In: AGOSTINHO, AA. & LC. GOMES. 1997. Reservatório de
Segredo: bases ecológicas para o manejo. Maringá, EDUEM, 387p.
Gauch Jr, HG. 1986. Multivariate analysis in community ecology. Cambridge University
Press, 1982 (reprinted 1986), Cambridge.
Guo, L & Z. Li. 2003. Effects of nitrogen and phosphorus from fish cage-culture on the
communities of a shallow lake in middle Yangtze river basin of China. Aquaculture, 226:
201-212.
Hammer, Ø, DAT. Harper & PD. Ryan. 2001. PAST: Paleontological Statistics Software
Package for Education and Data Analysis. Palaeontologia Electronica 4 (1): 9p.
Hoffmann, AC, ML. Orsi & AO. Shibatta. 2005. Diversidade de peixes do reservatório da
UHE Escola Engenharia Mackenzie (Capivara), Rio Paranapanema, bacia do alto rio
Paraná, Brasil, e a importância dos grandes tributários na sua manutenção. Iheringia Série
Zoologia, Porto Alegre, 95 (3): 319-325.
Instituto Ambiental do Paraná – IAP, 2009. Monitoramento da Qualidade da Água dos
Reservatórios do Paraná no período de 2005 a 2008. 120p + anexos.
39
Jackson, DA. 1993. Stopping rules in principal component analyses: a comparison of
heuristical and statistical approaches. Ecology, Washington, DC, 74: 2204-2214.
Jongman, RHG, CJF. TER Braak & OFR. Van Tongeren. 1995. Data analysis in
community and landscape ecology. Cambridge University Press, Cambridge.
Júlio-Júnior, HF, CC. Bonecker & AA. Agostinho. 1997. Reservatório de Segredo e sua
inserção na bacia do rio Iguaçu. Pp. 1-17. In: Agostinho, AA, & LC Gomes, (Eds.).
Reservatório de Segredo: bases ecológicas para o manejo. Maringá, EDUEM, 387p.
Koroleff, F & K. Grasshoff. 1976. Methods of Seawater analysis – verlos chemie,
Wheinheinv, New York, p. 117-181.
Loureiro, BR, CWC. Branco & E. Zaniboni Filho. 2012. Influence of net-cage fish farming
on zooplankton biomass in the Itá reservoir, SC, Brazil. Acta Limnologica Brasiliensia.
Lucena, CAS, AS. Jardim & ES. Vidal. 1994. Ocorrência, distribuição e abundância da
fauna de peixes da praia de Itapuã, Viamão, Rio Grande do Sul, Brasil. Comunicações do
Museu de Ciências e Tecnologia - PUCRS, Série Zoologia, 7: 3-27.
Luiz, EA, AC. Petry, CS. Pavanelli, HF. Júlio-Júnior, JD. Latini & VM. Domingues. 2005.
As assembleias de peixes de reservatórios hidrelétricos do Estado do Paraná e bacias
limítrofes. Pp. 169-184. In: Rodrigues, L, SM. Thomaz, AA. Agostinho & LC. Gomes
40
(Eds.). Biocenoses em reservatórios: padrões espaciais e temporais. São Carlos RiMa,
333p.
Mackereth, FJH, J Heron & JF Talling. 1978. Water analysis: some revised methods for
limnologist. Kendal: Titus Wilson and Sons LTDA. Freshwater Biological Association
Scientific Publication, 121p.
Magurran, AE. 1988. Ecological diversity and its measurement. Princeton University
Press, New Jersey.
Mallasen, M, HP. de Barros & EY. Yamashita. 2008. Produção de peixes em tanques-rede
e a qualidade da água. Revista Tecnologia e Inovação Agropecuária, Apta, p.47-51.
Matthews, WJ. 1998. Patterns in Freshwater Fish Ecology. Chapman and Hall, Kluwer
Academic Press, New York, NY, 757p.
McCune, B & MJ Mefford. 1997. PC-ORD: Multivariate analysis of ecological data.
Version 3.0. Oregon, USA: MjM Software Design.
Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA. 2010. Produção Pesqueira e Aquícola:
Estatística 2008 e 2009. Disponível em http://www.mpa.gov.br/info-estatistica/estatisticada-pesca-e-aquicultura. Acesso dia 06 de fevereiro de 2012.
41
Navakowski, GC, NS. Hahn & R. Fugi. 2007. Alimentação de peixes piscívoros antes e
após a formação do reservatório de Salto Caxias, Paraná, Brasil. Biota Neotrop. 7(2):149154.
Oliveira, EC. de, LE. de Santos, LF. Fávaro & V. Abilhoa. 2008. Caracterização da
assembleia de peixes em um reservatório recém-formado no Sul do Brasil. Revista Estudos
de Biologia, 30: 125-32.
ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico. Disponível em: <http://www.ons.gov.br>,
Acesso em 31 de junho de 2012.
Pielou, EC. 1984. The interpretation of ecological data: a primer on classification and
ordination. New York, Wiley.
Reis, RE, SO Kullander & Jr Ferraris. 2003. Check list of the freshwater fishes of South
and Central America. Porto Alegre, EDIPUCRS, 279p.
Strickland, JDH. & TR Parsons. 1972. A pratical handbook of sea water analysis. Fish Res.
Board of Canada, Ottawa, 310p.
Suzuki, HI. 1999. Estratégias reprodutivas de peixes relacionadas ao sucesso na
colonização em dois reservatórios do rio Iguaçu, Brasil. Tese de Doutorado. Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos, 97p.
42
Tundisi, JG. 2005. Gerenciamento integrado de bacias hidrográficas e reservatórios:
estudos de caso e perspectivas. In: Mallasen, M, HP. de Barros & EY. Yamashita. 2008.
Produção de Peixes em tanques-rede e a qualidade da água. Revista Tecnologia e Inovação
Agropecuária, Apta. 47-51.
Tavares, LHS. & SQ. Moreno. 1994. Variação dos parâmetros limnológicos em um viveiro
de piscicultura nos períodos de seca e chuva. Revista Unimar, 16: 229-242.
Tundisi, JG, T. Matsumura-Tundisi & JEM. Tundisi. 2008. Reservoirs and human well
being: new challenges for evaluating impacts and benefits in the neotropics. Brazilian
Journal of Biology. 68 (4): 1133-1135.
Tundisi, JG & R. Henry. 1986. Effects of enrichment on the summer surface
phytoplanktonic community in a stratified tropical lake. Revista Brasileira de Biologia, 46
(1): 231-237.
Valle, C, JT. Bayle-Sempere, T. Dempster, P. Sanchez-Jerez & F. Giménez-Casalduero.
2007. Temporal variability of wild fish assemblages associated with a sea-cage fish farm in
the south-western Mediterranean Sea. Estuarine, Coastal and Shelf Science, 72: 299-307.
Zanatta, AS. 2011. As interferências das pisciculturas em tanques-rede sobre as
assembleias de peixes em grandes reservatórios do rio Paranapanema (bacia do Alto
Paraná). Tese de Doutorado, Universidade Estadual Paulista, Botucatu. 73p.
43
Zaniboni Filho, E, AP. de Oliveira Nuñer, RM. Guereschi, S. Hermes-Silva. 2005. Cultivo
de peixes em tanques-rede e impactos ambientais. Pp. 57-78. In: Cultivo de peixes em
tanques-rede: desafios e oportunidades para um desenvolvimento sustentável. Belo
Horizonte, EPMIG, 104p.
Zar, JH. 1999. Biostatistical analysis. New Jersey, Prentice Hall, 662p.
Zawadzki, CH, E. Renesto & LM. Bini. 1999. Genetic and morphometric analysis of three
species of the genus Hypostomus Lacépède, 1803 (Osteichthyes: Loricariidae) from the rio
Iguaçu (Brazil). Revue Suisse de Zoologie, 106: 91-105.
44
Anexos (Normas da Revista Neotropical Ichthyology)
INSTRUCTIONS TO AUTHORS
ISSN 1679-6225 printed version
ISSN 1982-0224 online version






Scope and policy
Form and preparation of manuscripts
Neotropical Ichthyology taxonomic contribution
style sheet
Submission of manuscripts
Steps followed during manuscript submission
Further information
Scope and policy
Scope and policy
The manuscript must contain results of original research on
marine and freshwater Neotropical fishes, in the areas of
Biology, Ecology, Etology, Physiology, Genetics and
Molecular Biology, and Systematics.
Scientific notes on morphological or chromatic aberrations,
or new records of geographical distribution are not
accepted. The Editor and Area Editors will perform a
previous analysis of the submitted manuscript to analyze if
its contents are appropriate to publish inNeotropical
Ichthyology.
The Journal is open for submissions to all researchers on
Neotropical fish fauna. Payment of publishing costs may
apply if none of the author is a member of the Brazilian
Society of Ichthyology.
Manuscripts that are not formatted according to instructions
will not be accepted.
Form and preparation of manuscripts
Manuscripts



Manuscripts must be submitted as digital files.
Text must be in Word for Windows or rtf files.
Photos and figures must be sent as separate and
individual tif or jpg files.
Format



In taxonomic papers check also: Neotropical
Ichthyology taxonomic contribution style sheet
Text must be submitted in English.
Manuscript must contain the following, in the cited
45
order:
- Title
- authors names (*)
- addresses (do not use a footnote)
- Abstract
- Resumo
- key words (up to five, not repeating title
information)
- Introduction
- Material and Methods
- Results
- Discussion
- Acknowledgments
- Literature Cited
- Tables
- Figure Legend.


Manuscripts should not exceed 60 pages, including
Figures and Tables. The Editorial Board will decide
on possible exceptions.
Scientific Notes must contain the following, in the
cited order:
- Title
- authors names (*)
- addresses (do not use a footnote)
- Abstract
- Resumo
- key words (up to five, not repeating title
information)
- text without subtitles, including Introduction,
Material and Methods, Results and Discussion
- Acknowledgments
- Literature Cited
- Tables
- Figure Legend

Scientific Notes will be accepted only if they contain
information that justifies immediate publication.
Text



Text pages cannot include headers, footers, or
footnotes (except page number), or any paragraph
format. Never use "Tab" or "space" to format
references. Text must be aligned to the left, not fully
justified.
Species, genera and Latin terms (et al., cf., aff., in
vitro, in vivo) must be in italics. Do not underline
words.
Only the following titles should de bold
formatted: Abstract, Introduction, Material and
Methods, Results, Discussion,
Acknowledgements, Literature Cited.
46










List abbreviations used in the text under Material
and Methods, except for those in common use (e.g.,
min, km, mm, kg, m, sec, h, ml, L, g).
Measurements must use the metric system.
Manuscripts must contain the institutional acronyms
and catalog numbers for voucher specimens.
Acknowledgments must be concise and include both
first and last names.
Figures and Tables must be sequentially numbered
according to their citation in the text, using the
following formats: Fig. 1, Figs. 1-2, Fig. 1a, Figs. 1ab, Table 1, Tables 1-2.
The words Table and Fig. must be bold in legends.
A list of figure legends must be included at the end
of the manuscript.
Tables must be constructed using lines and columns,
but not "Tab" or "space". Tables can not contain
vertical lines or footnotes. Digital files of tables must
be formatted in cells. Digital files of tables with
columns separated by "Tab" or "space" will not be
accepted.
Tables and legends must be included at the end of
the manuscript, in the following format: Table 1.
Monthly variation of the gonadosomatic index
in Diapoma speculiferum....
Approximate locations where tables and figures
should be inserted must be indicated along the
margin of the text.
Nomenclature


Scientific names should be cited according to the
ICZN (1999).
Authorship is required only in taxonomic papers and
at the first reference of a species or genus. Do not
include authorship in the abstract or resumo.
Figures





Figures must be of high quality and definition.
Text included in graphs and pictures must be of a
font size compatible with reductions to page width
(175 mm) or column width (85 mm). Graphs will be
preferably printed as one column (85 mm).
Color photos will be accepted only if necessary for
the paper and authors will be charged for the cost of
printing the color photo.
Composed figures must be identified with lower case
letters (a, b, ..) in the left lower of each illustration.
Composed figures must be prepared so as to fit
either the page (175 mm) or column width (85 mm).
Illustrations must include either a scale or reference
to the size of the item in the figure legend.
47
Literature Cited




Use the following formats in the text : Eigenmann
(1915, 1921) or (Eigenmann, 1915, 1921; Fowler,
1945, 1948) or Eigenmann & Norris (1918) or
Eigenmann et al. (1910a, 1910b).
Do not include abstracts or technical reports in
Literature Cited.
Avoid unnecessary references to thesis or
dissertations.
Literature Cited must be in alphabetical order, using
the following formats:
Books:
Campos-da-Paz, R. & J. S. Albert. 1998. The gymnotiform
"eels" of Tropical America: a history of classification and
phylogeny of the South American electric knifefishes
(Teleostei: Ostariophysi: Siluriphysi). Pp. 419-446. In:
Malabarba, L. R., R. E. Reis, R. P. Vari, Z. M. S. Lucena & C.
A. S. Lucena (Eds.). Phylogeny and Classification of
Neotropical Fishes. Porto Alegre, Edipucrs, 603p.
Thesis/Dissertations:
Langeani, F. 1996. Estudo filogenético e revisão taxonômica
da família Hemiodontidae Boulenger, 1904 (sensu Roberts,
1974) (Ostariophysi, Characiformes). Unpublished Ph.D.
Dissertation, Universidade de São Paulo, São Paulo. 171p.
Articles (list full periodic names):
Lundberg, J. G., F. Mago-Leccia & P. Nass. 1991.
Exallodontus aguanai, a new genus and species of
Pimelodidae (Teleostei: Siluriformes) from deep river
channels of South America and delimitation of the subfamily
Pimelodinae. Proceedings of the Biological Society of
Washington, 104(4): 840-869.
Articles in press:
Burns, J. R., A. D. Meisner, S. H. Weitzman & L. R.
Malabarba. (in press). Sperm and spermatozeugma
ultrastructure in the inseminating catfish, Trachelyopterus
lucenai (Ostariophysi: Siluriformes: Auchenipteridae).
Copeia, 2002: 173-179.
Internet resources
Author. 2002. Title of website, database or other resources,
Publisher name and location (if indicated), number of pages
(if known). Available from: http://xxx.xxx.xxx/ (Date of
access).
Neotropical Ichthyology taxonomic contribution style sheet
This summary is intended to provide specific information for
taxonomic manuscripts only.
48
Generic accounts
Order of presentation:
Name Author, Year (or new genus [Do not abbreviate.])
[Synonymy]
Type species.
Diagnosis. (see below the CONSIDERATIONS ON HOW TO
PREPARE DIAGNOSES)
Etymology. (for new species only)
[Remarks.]
Key to species.
Comments on above:
Type species: For newly proposed genera, the original
Name of the proposed type species, followed by Author and
Year of publication (or new species) is sufficient. For
previously proposed generic names, the following additional
information is required (in this order): Nature of type
designation (e. g., original designation, monotypy, absolute
tautonymy. etc). If the type species was not designated in
the original publication, the author, year and page of the
designation should be cited (e. g., Type by subsequent
designation by Jordan, 1919: 45).
Diagnosis: diagnoses should NOT be written in telegraphic
style (for clarity purposes). Generic diagnoses preferably
should list the unique synapomorphies of the genus,
followed by homoplastic derived characters and/or other
useful distinguishing characteristics.
Etymology: For new names, state the gender, even though
it may be obvious from the construction. Do not give an
etymology for preexisting names. If it is necessary to
discuss the etymology of an old name (for example, to
justify an interpretation of its gender), put that in the
Remarks section.
Species accounts
Order of presentation:
Name, Author, Year (or "new species" [Do not abbreviate.])
[Synonymy]
Holotype. [for new species only - include full collection
data (see details, below)]
[Paratype(s).] [for new species only - include full
collection data (see details, below)]
[Non-types .] [for new species only - include reduced
collection data (see details, below) (Justification for
separating non types should be provided in Remarks)]
49
Diagnosis. (see below the CONSIDERATIONS ON HOW TO
PREPARE SPECIES DIAGNOSES)
Description.
Coloration.
Size.
[Sexual dimorphism.]
Distribution.
[Ecological notes.]
Etymology. [for new species only]
[Remarks.]
[Material examined.] (for accounts of previously named
species)
Some comments on the above listed categories:
Types: Should be listed separately from other material
examined only for new species. Should include full collection
data, in the following order:
Catalog number, # specimens (except for holotype), size
range, number and size range of measured specimens, if
different - in parentheses, locality, date of collection [in
Day, Month (3 letter abbreviation only) and Year format],
and collector(s) (e.g., LIRP 5640, 25, 38.5-90.3 mm SL
(12, 75.0-90.3 mm SL), Brazil, São Paulo, Município de
Marapoama, rio Tietê basin, ribeirão Cubatão at road
between Marapoama and Elisiário, 21º11'35"S 49º07'22"W,
10 Feb 2003, A. L. A. Melo).
Diagnosis: diagnoses should NOT be written in telegraphic
style (for clarity purposes).
Description: In telegraphic style (i. e., no verbs or articles)
Coloration: In telegraphic style (i. e., no verbs or articles),
may be divided in Color in alcohol and Color in life.
Etymology: For new names, state the usage (adjective,
noun, patronym, etc.), even though it may be obvious from
the construction. Do not provide an etymology for
preexisting names, unless the etymology is necessary to
justify the spelling. In such cases, this information belongs
in the Remarks and not as a separate heading.
Material examined: Provide only locality, catalog number,
number of specimens and size range. In addition, indicate
any types by: (Holo- Syn-, etc.) type of Xus yus Author,
date. For Lectotype or Neotype, also provide citation for
source of designation (e.g., USNM 123456, 75 mm SL,
Amazon River near Manaus, lectotype of Xus yus, Author,
date, designated by Isbrücker (1971: 85) [or designated
herein]). Specimen lots should be arranged by Country,
then by State or Territory, then by river basin, if relevant.
Country should be written in Bold font and should not be
50
repeated after the first usage in a species account.
Specific issues:
Scientific names must always include the generic name, or
at least an abbreviation for the generic name. This applies
to tables and figure captions, as well as the text of the
manuscript. Typically, the whole generic name should be
spelled out in full at the first usage in each paragraph.
Thereafter, an abbreviation can be used provided that there
is no possibility of confusion with another generic name.
Bilaterally paired structures must be treated in the singular
(e. g., pelvic fin short, not pelvic fins short)
Compound adjectives that include a noun should be
connected by a hyphen (e. g., pectoral-fin spine, NOT
pectoral fin spine).
Fin-ray formulae should be reported with unbranched rays
in lower case Roman numerals, spines in upper case
Roman, and branched rays in Arabic numerals. Transitions
between different types of rays should be indicated by a
comma (,) and not a plus sign (+), or dash (-) (e. g, iii,7 or
II,9. Not iii-7 or iii+7; no spaces should be inserted after
the comma). We treat the catfish spinelet as a spine, so
dorsal fin counts that include a spinelet should be reported
as II,6 (or whatever the branched ray count is).
Latitude and Longitude: No spaces between numerals and
symbols. For degree sign, use Control +@, space (in MS
Word) and not superscript O; for seconds, do not use the
single quote mark twice, use the double quote mark (Shift
quote).
Percents: no space between numeral and % (e. g. 25%).
Revisions and reviews
Species accounts should be in alphabetical order.
CONSIDERATIONS ON HOW TO PREPARE SPECIES
DIAGNOSES
A species diagnosis is typically a paragraph constructed of
full sentences which list the most important traits that allow
the reader to unequivocally identify the species. Ideally, the
diagnosis includes one or more features that are unique to
the species, preferably autapomorphic characters. If unique
features were not discovered, the next best option is a
differential diagnosis, within which a series of direct
comparisons are made among species and the alternative
character states specified by contrasts are stated explicitly
(using "vs." followed by the condition found in the species,
51
or group of species, being compared, for each diagnostic
feature). Diagnoses that consist only of a combination of
characters (i.e., traits listed sequentially which, when
considered together, distinguish the species from
congeners) in many cases fail to make a convincing case
that the species warrants recognition, mostly because too
little information is offered in the way of direct comparisons
with congeners. For that reason, this form of diagnosis
should be avoided.
Submission of manuscripts





Send manuscripts electronically to the Editor through
the journal website
(http://www6.ufrgs.br/seerni/ojs/index.php) or
through e-mail at [email protected].
Send a statement that it constitutes original
research and is not being submitted to other
journals.
In multi-authored papers, indicate the name and
address of the author responsible by all contacts and
the e-mail addresses of co-authors.
Indicate the area of Ichthyology (Biochemistry and
Physiology, Biology, Ecology, Etology, Genetics and
Molecular Biology, Systematics) to which the
manuscript is referable.
List three possible referees (name, institution,
country and e-mail).
Steps followed during manuscript submission
1 - Manuscripts and additional documents are sent to
the Scientific Editor.
2 - The Scientific Editor analyses the contents, format and
enclosed documents.
3 - If the manuscript fills all requirements, the Scientific
Editor forward all documents to the Editor of the area
related to the manuscript.
4 - The Area Editor analyses the contents of the submitted
manuscript.
5 - If its contents are considered appropriate to the journal,
the Area Editor send the manuscript, along with an
evaluation form, to two independent reviewers (Referees).
6 - The Referees make a critical analysis of the contents of
the manuscript, making the necessary suggestions for their
improvement, and giving their expert opinion regarding its
acceptance or refuse for publication.
52
7 - The Area Editor receives referees review and
evaluation of the manuscript.
- If recommended without corrections the Area
Editor forwards the manuscript to the Scientific Editor;
- If recommended with corrections the Area Editor returns
the manuscript to Author, with the suggestions of
the Referees;
- If not recommended, the manuscript is returned
to Author.
8 - When receiving the manuscript with referees comments
and editorial notes, author must make corrections
immediately (maximum four weeks) and return to the area
editor. If Author does not agree with referees suggestions,
must justify its no adoption.
9 - The Area Editor receives the final version of the
manuscript, check if necessary changes/improvements were
made accordingly, and forward all documents (final version
of the manuscript and illustrations) to the Scientific Editor.
10 - The Scientific Editor receives the documents, makes
a final review of format and forward to printer.
11 - Proofs are reviewed by the Scientific Editor and
forward to Author for review.
Further information

Luiz R. Malabarba
Editor
Laboratório de Ictiologia
Departamento de Zoologia
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Av. Bento Gonçalves, 9500 - bloco IV - Prédio 43435
91501-970 - Porto Alegre, RS - Brazil
Fone: 55 51 33087719 Fax: 55 51 33087696
e-mail: [email protected]; [email protected]
www.ufrgs.br/ni
[Home] [About the journal] [Editorial board] [Subscriptions]
All the content of the journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative
Commons License
Departamento de Zoologia - IB
Universidade federal do Rio Grande do Sul
Av. Bento Gon�alves, 9500 - bloco IV - Pr�dio 43435
91501-970 - Porto Alegre, RS - Brasil
53
Tel.: 55-21-2568-8262
[email protected]
Download

universidade estadual do oeste do paraná centro de ciências