EDUCOMUNICAÇÃO E ROCK: TRANSFORMANDO CONCEPÇÕES SOCIAIS
Paulo Henrique dos Santos - Univel1
Anderson Silva - Univel2
Introdução
O processo de globalização se tornou mais intenso nos últimos dez anos, pois crianças,
jovens e adultos passaram a ter mais acesso às informações. Os efeitos da globalização afetam
diretamente a juventude, que absorvem as informações muitas vezes sem fazer uma reflexão
sobre o tema em pauta.
A educomunicação tem como principal objetivo aguçar o senso crítico por meio dos
elementos jornalísticos e buscar uma mudança na realidade em que se vive.
A metodologia adotada na Educomunicação caracteriza-se não pelo
interesse em respostas supostamente definitivas para os problemas que
diuturnamente se nos apresentam, mas pelo aguçamento das contradições...
Se entendermos por fim algo sobre o qual se tem clareza – as ações são
pautadas pela intencionalidade – então, alterar a realidade em que se vive é
o objetivo principal da Educomunicação. (SOARES, 2011, p. 01).
A educomunicação é a nova ferramenta da educação, que tem um viés que se encaixa
na terceira teoria de Saviani (1998), Crítica Social dos Conteúdos, em que a escola não ignora
o contexto do indivíduo, isso não acontece nas escolas de modelos pedagógicos Não Crítico,
que não reproduz os padrões, como no grupo de teoria Crítico-Reprodutivo.
O tema proposto neste artigo é o rock e a educomunicação, e por meio dele foram
abordados as mudanças e movimentos sociais e de contracultura, com um grupo de jovens na
faixa-etária de 12 a 18 anos no Centro da Juventude Professor Jomar Vieira Rocha, no bairro
1
Autor , acadêmico do curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo do terceiro ano de Jornalismo,
discente na Faculdade de Ciencias Sociais e aplicadas de Cascavel – UNIVEL.
2
Co-autor acadêmico do curso de Comunicação Social – habilitação em Jornalismo do terceiro ano de
Jornalismo, discente na Faculdade de Ciencias Sociais e aplicadas de Cascavel – UNIVEL
Leticia Garcia – Professora, Jornalista e Orientadora.
Interlagos, município de Cascavel (PR). Esse novo meio educacional por ser ainda pouco
conhecido atraí adolescentes e crianças despertando neles um novo olhar para o mundo, como
um olhar crítico sobre letras de músicas e contextos sociais, que revelam a estes o rock.
As oficinas desenvolvidas no Centro da Juventude tiveram como foco a história do
rock evidenciada com o estilo rebelde e irreverente de Elvis Presley nos anos de 1950 e
finalizando com a banda de rock nacional Legião Urbana e, ainda, os movimentos sociais e de
contracultura aqui no Brasil. O trabalho foi concluído com um programa de rádio realizado
pelos adolescentes e jovens do Centro da Juventude Professor Jomar Vieira Rocha.
As décadas de 1950, 1960, 1970 e 1980 foram as escolhidas para serem trabalhadas
com os jovens, pois apresentam informações relevantes do rock. A história do rock'n'roll é
rica em detalhes e situações nas quais seria humanamente impossível detalhá-las em um único
artigo, no entanto parte da sua história, no que compreende o início nos anos de 1950 até a
década de 1980, está presente neste artigo.
O rock como movimento de contracultura foi a estrutura utilizada para motivar e
acender nos jovens este mesmo sentimento revolucionário e transformador de gerações como
nos primórdios deste estilo musical.
As letras de protestos de importantes bandas e cantores, nacionais e internacionais, ao
longo das quatro décadas iniciais do rock estarão presentes, como por exemplo, Raul Seixas,
Pink Floyd, Legião Urbana dentre outros.
O trabalho é realizado com objetivo de introduzir a história, seus precedentes, seus
legados transformadores de algumas gerações de jovens embutidos e enraizados nesse
movimento chamado Rock'n'roll, aliado à questão social e educacional proporcionada pela
educomunicação.
A Educomunicação
Este novo campo de trabalho, ainda pouco explorado, é uma ferramenta que procura
unir dois campos que trabalham com a área de Ciências Humanas, a Educação e a
Comunicação Social, conhecido como Educomunicação. Para compreender melhor o trabalho
da educomunicação é necessário saber o que são esses dois temas separadamente.
A palavra Educação está ligada à ideia de Escola, porém, a educação tem seu começo
na família e o contexto social ao qual a criança ou adolescente está inserido. “A educação faz-
se, inicialmente, na família, sem falar desse “meio-termo” que é constituído pela rua, o
desporto, os movimentos de juventude, os media etc...” (REBOUL, 1971, p.01).
As tradicionais agências de socialização – escola e família – vêm se
confrontando, nos últimos tempos, com os meios de comunicação, e que se
constituem em outra agência de socialização. Há entre elas um embate
permanente pela hegemonia na formação dos valores dos sujeitos, buscando
destacar-se na configuração dos sentidos sociais. (BACCEGA, 2009, p. 31)
O primeiro contato da criança com uma das agências de socialização é a família.
Quando a família está desestruturada, os alunos são diretamente influenciados negativamente,
o que reflete no desempenho escolar. No modelo pedagógico já citado, a Crítica Social dos
Conteúdos, a família é um importante componente na formação dos adolescentes, por que
fazem parte do contexto em que o indivíduo está inserido. Em nossa sociedade se observa o
surgimento de novas tipologias de família.
Mas, de que família a escola estaria falando? [...] a família a que se refere à
escola é a nuclear, a qual não existe sozinha e tem sofrido profundas
transformações, coexistindo, hoje, com uma diversidade de tipologias
familiares: monoparental, reconstituídas, casais gays, essas, para citar
algumas das muitas existentes em nossa complexa sociedade ocidental.
(CRUZ, 2007, p. 29)
A importância da família é vital no que compreende o processo educomunicativo.
Quando a Escola se aproxima da família, ela passa a conhecer o contexto em que o indivíduo
está inserido.
De acordo com Brandão “Não há uma forma única nem um único modelo de
educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino
escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante.”(
BRANDÃO, 1985, p. 04)
Atualmente, notamos cada vez mais a necessidade de que em todas as instâncias
educacionais se considere também o lado afetivo dos alunos, já que na maioria dos casos,
além da família desestruturada, a falta de afetividade gera a influência negativa no
aprendizado dos mesmos.
No modelo teórico “Crítico-Social dos Conteúdos”, no qual a Educomunicação está
inserida não existe “aluno”, mas um indivíduo que vive uma determinada realidade, onde seu
contexto social não é perfeito e o principal dever da Educomunicação é este: criar um senso
crítico, para que os mesmos passem a filtrar as informações recebidas pela mídia.
Comunicação e suas teorias
Desde os primórdios os seres humanos tem a necessidade de se comunicar, de
transmitir uma mensagem, seja por meio de grunhidos ou arte rupestre, a ideia de emissor,
mensagem e receptor está presente na história da humanidade, ela é o princípio da
comunicação. Os índios, por exemplo, faziam um círculo para escutar o conto do cacique, e
posteriormente esses contos se tornaram folclore e fazem parte da história brasileira. O
folclore é o resultado da comunicação feita há anos e que permanece nos dias atuais, então
como dizer que a Comunicação Social não possui efeitos? Atualmente, não se tem folclore e
nem tribo, mas temos notícias que mobilizam a sociedade.
A primeira fase da comunicação é a Tribalização, de acordo com Marshall Mcluhan, é
uma sociedade oral em que todos se reuniam em torno de uma única pessoa para escutar a
mensagem. A Segunda fase surge com a criação de Gutenberg, a prensa tipográfica que teve
como sua primeira obra a Bíblia de 400 páginas, assim a consagração da mídia impressa é
conhecida por afastar as pessoas que antes andavam em tribos, essa fase é conhecida como a
Destribalização. E por fim, a terceira fase é a Retribalização, com a chegada da internet todos
tem a possibilidade estar conectados mundialmente, desterritorializados e desprendidos do
aqui e agora (LEVY, 1996, p. 160).
Vejamos as seguintes teorias que ainda são aplicáveis neste objeto de estudo.
A primeira é a teoria da Espiral do Silencio, foi apresentada pela primeira vez em
1972, por Noelle-Neumann, refere-se à opinião da minoria não manifestada.
[...] Contudo, pode-se considerar que o núcleo duro desta teoria consiste no
argumento de que as que as pessoas que têm uma opinião, um ponto de vista,
minoritário, tendem a cair no silêncio ou no conformismo, perante a opinião
pública geral [...] (MIDÕES, 2008, p. 02).
Essa primeira teoria, aplica-se aos dias de hoje, porém, com menor frequência, no
processo educomunticativo, os que sentem essa teoria acabam por vez se manifestando e saem
da posição de seres passivos que aceitam a opinião da maioria como a correta e passam a
expor sua própria opinião sobre um determinado tema. A educomunicação também flui no
que diz respeito à tecnologia: uma máquina fotográfica, por exemplo, pode de fato mudar o
comportamento de um adolescente diante daquele instrumento e se tornar um jovem
comunicativo, na medida em que ele faz o recorte social a partir de uma perspectiva
idiossincrática.
A segunda teoria denomina-se Teoria do Cultivo, ela defende que a televisão socializa,
ou cultiva os públicos em uma visão comum do mundo com a implantação de valores
comuns, na configuração de espaços descritos por ambientes homogêneos.
[...] a TV cultiva determinados efeitos nos espectadores, o autor está
chamando atenção para o processo dinâmico e contínuo característico de
todas as práticas de enculturação [...] [...] Esse processo de cultivo, no qual
os indivíduos estão inseridos, tem como principal ator a televisão –
responsável pela maior parte dos referenciais partilhados pela sociedade
contemporânea. (FILHO, 2007, p. 04)
Essas teorias são importantes para compreendermos melhor o processo ao qual a
grande massa está sujeita. Em nossa concepção, a juventude está passando pelas duas teorias
aqui apresentadas. Uns preferem se calar, outros aceitam passivamente a opinião de terceiros
e todos recebem informações midiáticas que formam o comportamento de uma juventude.
Acreditamos que a grande questão em torno dos meios de comunicação é que eles
influenciam os adolescentes e crianças, a ponto de mascarar a percepção dos mesmos em
relação aos movimentos sociais e principalmente o rock.
Construindo a Educomunicação
Adolescentes que estão começando a descobrir o poder da autonomia, essa é uma
etapa em que tudo o que acreditam começa a ser questionado, devido ao fato de que precisam
se encontrar. Para eles, a educomunicação está claramente inserida num período de
retribalização, em que a aldeia global atinge a tudo e a todos.
A prática da educomunicação acontece por meio da construção do saber e do senso
crítico, mas como principal objetivo é por em prática e transformar a realidade por uma
perspectiva ainda não assistida. “[...]então, alterar a realidade em que se vive é o objetivo
principal da Educomunicação.” (SOARES, 2006, p. 1)
Diferente da metodologia escolar ou da metodologia de comunicativa, a
educomunicação acontece por meio do diálogo, o locutor e o interlocutor. Ambos crescem e
aprendem, posteriormente aprimoram a técnica do diálogo e passam para uma mídia o
conteúdo discutido, no rádio, por exemplo, gravar um programa sobre o tema? Se for ao
impresso, por que não criar um folheto com as informações? E se for a internet, por que não
criar um blog para colocar as informações em formato de notícia?
É trazer para a realidade de crianças e adolescentes a tecnologia como um instrumento
para desconstruir o conhecimento artificial e de maneira direta ou indireta a educomunicação
possibilita uma nova leitura dos saberes, diferente daquela que é imposta pela mídia.
A prática educomunicativa traz consigo verdades não ditas, não reveladas.
Adolescentes que defendem ideias sem saber o que significam, apenas repetem as palavras e
comportamentos, acreditando que possuem a certeza absoluta, aquele adolescente que
aparentemente é pouco comunicativo se mostra um indivíduo que precisa de atenção, agora
são questionados e desafiados pela educomunicação a se superarem e ir atrás e não se
conformar com a sociedade, mas procurar mudá-la pelos seus atos, considerando que a
transformação é um processo inacabado, que está sempre em transformação. Exemplos como
esses ilustram como se constrói novos comportamentos a partir do diálogo. “Ele não está
pronto e nem foi escrito no gabinete. Não se constrói à moda acadêmica.” (SOARES, 2006, p.
10)
A educomunicação é um processo que visa à politização dos indivíduos por meio dos
processos que além de unir a educação à comunicação, leva tempo. Como já citado, é um
processo inacabado, pois não possui regras e nem uma fórmula.
A prática da educomunicação é importante para a sociedade, por meio dessa prática, é
possível transformar comportamentos e revelar talentos por meio da mídia tecnológica. Sem
esquecer que o trabalho da educomunicação é aguçar o senso crítico e fortalecer o vínculo dos
jovens e adolescentes com a cidadania e assim os tornando sujeitos mais ativos e
participativos nos espaços em que atuam na sociedade.
O que irá despertar nos adolescentes e jovens o interesse pela educomunicação, é a
tecnologia que é essencial na prática educomunicativa. Para que a educomunicação, na prática
aconteça, é necessário a participação de crianças e adolescentes. Por exemplo, um jornal
considerando apenas o envolvimento de professores, pode ser considerado educomunicação?
Não, para que a prática da educomunicação aconteça de maneira efetiva necessita-se da
participação dos adolescentes e jovens.
Agora, um programa de rádio, em que se tem a participação de jovens, apenas de
jovens, pode ser considerado educomunicação? Também não! É necessário que o
educomunicador participe da prática, fazendo a mediação do processo. “A educação é
comunicação, é diálogo, na medida em que não é a transferência de saber, mas um encontro
de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados” (FREIRE, 1975, P 69).
Rock : a revolução
No início dos anos de 1950 o mundo estava saindo de um período de guerras e o préconceito, esteve presente na sociedade a mistura de três estilos musicais: O blues, jazz e o
country, resultaram no tão aclamado “rock’n’roll”. O Blues é um ritmo musical advindo do
continente africano, trazido aos Estados Unidos da América pelos negros, como forma de
cultura musical de seu povo. Na América o ritmo africano se desenvolveu atrelado a cultura
norte-americana e isso sucedeu em uma consolidação dos negros na américa, transformando
assim, o blues em uma tradição folclórica afro-americana . O ritmo melódico e suas letras
tristes retratavam bem as condições dos negros na sociedade da época. "As tradições
folclóricas afro-americanas tiveram um papel decisivo na afirmação do negro na sociedade,
estabelecendo sua identidade afro-americana em meio às turbulências e opressões vividas pelo
negro durante décadas de segregação racial e preconceitos" (SILVA, 2012, p 34).
O jazz se caracteriza por ser um ritmo dançante, embora tenha suas origens atreladas
ao blues, para John Postgate “O blues, uma música vocal, está nas raízes do jazz, apesar de
que isso possa parecer uma declaração fantasiosa, todo o jazz é um tipo de extensão do
blues” (POSTGATE 1973, p.124 apud. OLIVER 1991, p.11)
O rock era uma música de negros e normalmente era tocado nas periferias, aos poucos
esse estilo musical foi invadindo as cidades do Estados Unidos, e logo, todos os americanos
só sabiam escutar rock’n’roll.
O rock’n’roll mudou os parâmetros de padrões impostos pela sociedade e movimentou
de tal maneira o cenário musical, que desestruturou o modelo de música convencional e
trouxe para toda a sociedade um ritmo mais agitado e não fazia diferença entre as pessoas.
“O rock, caracteriza-se por ser um gênero de periferia e tem, sobretudo, nos
movimentos sociais de protesto seu principal veículo de difusão. [...]
Movimentos sociais de protesto são manifestações ocorridas fora desse
centro de criação e buscam como instrumento de ruptura dos padrões
convencionais, os gêneros musicais de periferia.” (CORRÊA, 1989, p. 39).
A sociedade não estava pronta para receber toda a irreverência de Elvis Presley que se
aflorava como um fenômeno musical a ponto de mudar o padrão imposto pela sociedade.
“Moças comportadas, destinadas à maternidade e à cozinha, se tornaram criaturas atrevidas e
sensuais capazes de por abaixo qualquer casa.” (HEWITT, 2013, p9).
Rapazes que se preparavam para serem homens de família, agora se tornavam seres
livres e sem um futuro definido, por meio do rock’n’roll eles expressavam sua revolta contra
a sociedade. Havia cantores melhores que Elvis Presley, como Little Richard e Chuck Berry,
porém a questão racial era algo que fervilhava na sociedade e por meio da musica as barreiras
racistas se rompiam causando a união das pessoas.
Minha musica quebrou as barreiras sociais. Eu tocava nos lugares e a
plateia branca, os brancos ficavam sentados lá em cima. Os negros embaixo
por que a minha banda era de negros. E os brancos pulavam dos camarotes
e desciam até nós. A plateia começava a se misturar por que a musica não
tem fronteiras raciais. (Little Richard- musico estadunidense de rock).
Entrevista contida em DVD The History Rock’n’roll. Direção David R.
Axerold: EUA. Warner Bros Filmes, 1995. Volume I (121 min)
Chuck Berry ganhou o titulo de pai do rock, o seu sucesso inicial foi a musica
“Maybellene”. “A canção misturava o rock and roll, com blues e música country. Dicção
perfeita e solos de guitarra verdadeiramente incríveis são outros traços marcantes da obra
daquele que é considerado o Pai do Rock” (CESAR, 2009, p.1).
Na década de 1950 nos Estados Unidos, tem origem um grupo de contracultura o Beat
Generation (Geração Beat). Que era um grupo de jovens que buscavam uma renovação de
valores na sociedade, que acabava de sair de um período de guerras, tal grupo protestava
contra o consumismo.
O primeiro grande grupo de contracultura o Beat Generation (Geração
Beat). Os Beatniks, como ficaram conhecidos, eram jovens intelectuais que
protestavam contra o consumismo e o otimismo do pós-guerra americano, o
anticomunismo e a falta de pensamento crítico da juventude. (SILVA, 2007,
p. 9)
Na década de 1960 chegou à terra da Rainha transformando a consciência da
juventude britânica. E no meio dessa juventude intelectual, surge um grupo que tem o mesmo
prefixo de tal movimento, os Beatles que se tornou um dos maiores grupos de rock.
[...] A geração Beat foi uma das mais influentes vanguardas culturas na
segunda metade do século XX, e pelo visto continua importante. Seus
conceitos influenciaram músicos importantes como Bob Dylan, e os Beatles
(que aproveitaram no seu nome o conceito beat) [...] (ALMEIDA, 2006,
p.5)
Nessa mesma década surgem outras bandas que também se tornam conhecidas a nível
internacional, como The Who e Pink Floyd. Essa década também tem a ascensão de outro
grande grupo de contracultura, os Hippies que tinham como slogan, “não faça guerra, faça
amor” ou também, “paz e amor”. Os Hippies criticam o modelo de sociedade capitalista,
aprovam o uso de entorpecentes.
Eles criticam e desafiam o modelo de sociedade capitalista, tecnocrata e
individualista norte- americana através de uma vida comunitária, propostas
pacifistas, amor livre de compromissos, uso de alucinógenos, indumentária
enfeitada, cabelos longos e desarrumados. (ALBURQUERQUE, 2009, p.1)
Teve como ápice dos movimentos de contracultura no ano de 1969, o Festival
Woodstock, o qual reuniu jovens que eram adeptos a estes movimentos. “O famoso Festival de
Woodstock ocorrido em 1969 nos EUA agregou milhões de jovens que viviam sob o signo da
contracultura. O rock passou a ser o símbolo da rebeldia dessa juventude, o seu meio de
expressão.” (SANTOS, 2009, p. 8).
Na Década de 1970, surge um movimento um tanto inovador e que viria a se apropriar
do rock, chamando para si a revolta contra a sociedade que existia na época, os punks, jovens
anarquistas e a principal banda que representa esse movimento. “Movimento Punk que tinha
como expressão máxima a banda Sex Pistols.” (SANTOS, 2009, p.13).
Na realidade, o punk surgiu numa época de dificuldade e desemprego,
atestando o primeiro ciclo de crise do capitalismo mundial, após a 2ª
Guerra Mundial, espalhando-se pelos principais centros urbanos mundiais e
externando um sentimento de descontentamento de grupos das classes
menos privilegiadas. (BRANDÃO; DUARTE, 1990 p. 83).
Neste cenário, Deep Purple, Led Zepplin, Black Sabbath, Queen, AC/DC e Aerosmith
são alguns nomes que começa a surgir no cenário internacional do rock, na década de 70. “Na
segunda metade da década de 70 as bandas de rock no Brasil geralmente tendiam para o rock
progressivo (movimento europeu com influências da música clássica e do jazz).” (SILVA ,
2007, p.10).
O inicio da década de 1980 não foi um bom começo para o rock. Paul McCartney
havia sido preso no Japão pelo porte de drogas em sua bagagem e o assassinato de John
Lennon são alguns fatos que movimentam a década de 1980. Embora esta década tenha sido
complicado para o rock, o estilo musical não havia deixado de fazer sucesso, assim, com o
surgimento dos movimentos de contracultura, o rock foi segmentado em varias vertente e ai as
bandas de rock como U2, Jon Bon Jovi e Guns’n’roses são algumas das bandas que ficam em
destaque em nível internacional.
Rock no Brasil: início mudanças e transformações culturais no século xx
Para entender a chegada rock'n'roll nos anos de 1960, é importante conhecermos um
pouco da história do Brasil, raízes sertanejas e muita música internacional no início do século
XX.
Nas primeiras quatro décadas do século XX, o Brasil, ainda fortemente rural no
quesito econômico, sem muitos apontamentos em uma futura mudança na produção
industrial, tem em sua estrutura política, um sistema bastante conhecido, o "coronelismo”,
denominado assim, pelo fato dos grandes proprietários de terra ser chamados de coronéis. Em
uma sociedade em que o dinheiro resultava em poder, logo, quem detinha o poder econômicopolítico do estado eram os chamados, coronéis.
O coronelismo e a Guarda Nacional são geralmente apresentados
como faces da mesma moeda, em razão da intensidade de suas
relações. O fato de pertencer a essa instituição era assim uma forma
de legitimação formal do prestígio do coronel, mas não se constituía
na origem de seu poder. Nesse sentido, sua extinção em 1918 foi de
pouca relevância para o coronelismo como fenômeno sociopolítico, já
que, a partir de então, os coronéis tornaram-se chefes de fato e não
somente de direito, auto proclamados ou aclamados pela comunidade.
(RÊGO 2008, p. 70)
Neste período, a sociedade pode ser dividida em duas partes, em termos de preferência
musical. A parte envolvendo os coronéis, estes simpatizantes da musica europeia, como por
exemplo, as óperas italianas.
O segmento rural, os “coronéis” (como eram chamados os senhores
das grandes propriedades rurais, os latifúndios), elegem a música
europeia como de sua preferência. Tanto a música de concerto, como
e principalmente as óperas italianas, influenciam até a arquitetura
dos teatros construídos no Brasil. Já os camponeses fazem música
sertaneja, cantando suas tragédias, sonhos, pesadelos e amores.(
SILVIA,2007, p.4)
A outra parte pode ser compreendida, como a dos camponeses, que apreciavam as
cantigas sertanejas, resultantes de suas angústias e insatisfações em relação ao sistema social
em que viviam. As letras eram em forma de lamento, seja ele pela perda da mulher amada, do
trabalho exaustivo dos sertões, das lamúrias da vida sertaneja em questão.
A originalidade da música brasileira começa aparecer a partir da década de 1950, até
então o que se tinha eram músicas compostas por artistas brasileiros, porém com resquícios de
musicas estrangeiras em suas letras.
A música popular brasileira, a chamada MPB, originada nos anos de 1950, passa a ser
o primeiro estilo de música propriamente brasileira, com ela se tem a chegada da Bossa nova,
em 1958, que trazendo cantores como, Caetano Veloso, Elis Regina, Tom Jobim, Vinícius de
Morais entre outros. As letras refletiam as belezas culturais da classe média, ou seja, eram
letras voltadas para o entretenimento, passando bem longe das questões político-social
enfrentadas pelo país na época.
A partir de 1965 o Brasil entra na fase dos festivais de música. Entre um festival e
outro surge o movimento da Jovem Guarda. Um pouco antes, no início da década a cantora
Celly Campelo, estourava nas rádios brasileiras com sucessos como “estúpido cupido”, e
“banho de lua”. Celly Campello pode ser considerada a primeira manifestação de rock no
Brasil. “Muitas pessoas insistem em ver no rock aquela maldita música americana que ocupa
espaços da MPB nas rádios ou que se distorce de tal maneira que os ouvidos estourar”
(CHACON, 1985, p. 9).
Nos anos de 1970 o rock brasileiro tendia para o rock progressivo, movimento de
origem inglesa (influencia de música clássica e do jazz). Apesar de muita turbulência
envolvendo a política e a economia do país nos anos de 1970, tivemos diversas bandas
representando o rock nacional. A banda gaúcha “Bicho da Seda”, formada em 1967, porém,
com uma maior visibilidade a partir dos anos 1970, foi quando vieram se instalar na cidade do
Rio de Janeiro.
Outra banda dos anos 1970 foi a “Aero Blues”, de boa repercussão, juntamente com a
banda “Secos e Molhados”, com o vocal de Ney Matogrosso, sucessos como “sangue latino”,
“assim assado” e “Rosa de Hiroshima”, fazendo críticas a vários problemas sociais. A banda
"Secos e Molhados" caracterizou-se por fazer críticas ao regime militar instalado no Brasil,
em 1968.
O surgimento do Secos & Molhados se deu num contexto histórico-cultural
marcado por dois processo que de forma combinada suscitaram mudanças
culturais importantes no país. O primeiro deles, de cunho político,
associava-se à vigência do regime ditatorial militar na sua fase mais
repressiva; e o segundo, de natureza técnica, decorria do novo arranjo
sistêmico das indústrias da cultura que ocorreu a partir do final dos anos
60.(ZAN, 2006, p. 04)
A década de 1980 para o Brasil pode ser considerada um divisor de águas, por várias
questões, como o fim da “ditadura militar", o inícios do movimento das "Diretas já”, as
eleições presidenciais, ou seja, uma quebra de paradigmas existentes na sociedade da época.
Nessa mesma década, bandas como Legião Urbana e Paralamas do Sucesso ascendiam na
cabeça dos jovens, e mais uma vez o rock quebrava os padrões sociais e políticos. Uma
canção especial embalou as campanhas políticas ao voto direto para as eleições presidenciais,
na qual Fernando Collor de Melo se sagraria presidente do Brasil mais tarde. A canção de
Milton Nascimento e Vagner Tiso “Coração de Estudante” embalou multidões em prol do
voto direto e consecutivamente o final de um regime ditatorial que se sustentou desde 1964 á
1985.
A canção tornou-se ainda o hino da campanha pelas eleições diretas, em
1984, e em seguida hino da chamada Nova República, com a eleição de
Tancredo Neves pelo Congresso. Quando Tancredo morreu, em abril de 85
“Coração de Estudante” seria a música executada durante a transmissão do
funeral pelas televisões. (SEVERINO, 1998, p. 305)
Educomunicação e Rock
O processo educomunticativo, teve início no dia 16 de julho de 2013 no Centro da
Juventude Professor Jomar Vieira Rocha, localizado no bairro Interlagos. As oficinas tinham
um propósito: unir o Rock e a Educomunicação.
O Centro da Juventude nos cedeu às três últimas terças-feiras do mês de julho e a
primeira terça do mês de agosto. Tivemos quatro encontros e cada encontro teve a duração de
6 horas. As oficinas aconteceram no período da manhã e da tarde. No primeiro encontro, foi
contextualizado o início do rock. Segue o planejamento da primeira oficina:
O primeiro encontro é para estabelecer e introduzir o rock, não apenas
como um estilo musical, mas ir mais além trazendo os movimentos sociais
juntamente com o estilo rebelde do rock. De maneira cronológica, serão
abordadas as décadas de 1950 e 1960, quando ocorreu o surgimento do
estilo musical e dos movimentos sociais que acompanharam ambas as
décadas.
Nesse encontro, utilizamos slides e músicas como instrumentos didáticos, levando-os
ao inicio da década de 1950, de forma que eles pudessem absorvem o conteúdo. Tivemos tal
êxito ao ver os comentários dos alunos relacionados ao contexto. Um dos alunos faz uma
comparação ao início do rock a realidade em que vive . “É como a gente, que mora no
Interlagos sofrer de preconceito nas lojas de roupas, só por que moramos aqui e resolvemos
então criar um novo estilo musical”
Também, na década de 50 apresentamos a eles os Beatniks e finalizamos com uma
gincana de três perguntas e cada pergunta tendo três alternativas e karaokê, todos os
adolescentes presentes cantaram musicas de rock’n’roll nacional como “Estupido Cupido” na
voz de Celly Campello e “Ronda das Horas” com Nora Ney.
Quando iniciamos a década de 1960, os alunos ficaram impressionados como o rock
havia mudado neste período. Contextualizamos por meio de slides e fotos, eles passaram a ter
conhecimento sobre as bandas de rock internacional como: Rolling Stones, Beatles e Pink
Floyd, começam a despontar no cenário do rock internacional, e também eles conheceram um
grande movimento de contracultura, os hippies, que tiveram o ápice do movimento com o
festival Woodstock.
O diferencial, é que neste momento começamos a dar mais foco no rock e na história
brasileira , e também falamos com eles sobre a ditatura, que teve início nesse período. Pois
unimos o tema ditadura com bandas que se iniciavam nesta década: Os Mutantes e Raul
Seixas. Essa década foi finalizada novamente com gincana e karaokê, nesta década, eles
optaram por escolher a musica “Mosca na Sopa” de Raul Seixas. Tivemos como principal
resultado desse primeiro encontra a empolgação dos alunos. Durante os dois intervalos – de
quinze minutos do período da manhã e tarde - desse primeiro encontro, foi tocado na Rádio
Juventude duas músicas de rock referente às décadas de 1950 e 1960, sendo elas: “Viva Las
Vegas” de Elvis Presley e “Brincadeira” do Raul Seixas.
O segundo encontro foi abordado ás décadas de 1970 e 1980. Continuamos
contextualizando a historia do rock, e novamente, contamos com slides , fotos e musicas.
Segue o planejamento da segunda oficina.
O segundo encontro tem como objetivo dar continuidade a historia do
rock e dos movimentos de contracultura. Cronologicamente,
continuaremos a partir da década de 1970 e finalizando a historia do
rock com a década de 80. E junto com a historia do rock, trazer a eles
os movimentos sociais e de contracultura que correspondem às
décadas
Nós procuramos manter o equilíbrio do conteúdo de rock internacional, a historia
brasileira e o rock nacional e o movimento de contracultura apresentado, foi o punk.
Acreditamos que este movimento foi o que mais chamou atenção dos adolescentes, devido a
banda Sex Pistols, um aluno comentou “Eu gostei dos Sex Pistols, eles realmente sabem
criticar a rainha”. Finalizamos essa década com gincana de três perguntas com três
alternativas cada e karaokê, a musica que foi escolhida por eles foram : “Eu nasci há dez mil
anos atrás” e “O diabo pai do Rock” de Raul Seixas
O ápice das oficinas teóricas acontece no período da década de 1980, quando eles
começam a conhecer as bandas como Legião Urbana e Paralamas do Sucesso e o fim da
ditadura no Brasil. Buscamos manter o equilíbrio dos conteúdos a nível internacional e
nacional, buscando dessa forma finalizar a historia do rock até a década de 1980. Finalizamos
com a Gincana de três perguntas e cada uma delas, tinha três alternativas e o Karaokê, onde os
adolescentes escolheram musicas como “Que país é Esse?”, “Tempo Perdido” da banda
Legião Urbana e “Alagados” dos Paralamas do Sucesso. O intervalo no período da manhã e
da tarde foi dominado por Legião Urbana, nesta ultima oficina. O terceiro encontro deu inicio
a produção do material de radio.
Nas oficinas “teóricas” nos aprofundamos com os adolescentes em letras de musicas,
analisando-as com o propósito da educomunicação é aguçar o senso crítico, portanto,
analisamos com os adolescente letras de músicas que correspondiam a um determinado
contexto social, e por meio da própria música explicávamos o que havia dito na entrelinha.
Todo o material radiofônico foi produzido pelos adolescentes, incluindo os comerciais. Segue
o planejamento da terceira oficina.
Este terceiro encontro , nós vamos definir com o grupo alvo do
programa, nome do programa, vinheta de abertura, vinheta de
intervalo e o tempo que terá cada bloco do programa. E então terão
inicio as gravações. Esse é o momento em que o grupo irá trabalhar
para compor conteúdo das oficinas históricas que irá ao programa de
rádio.
Neste terceiro encontro, os adolescentes escolheram o nome do programa, que é “Esse
Tal de Rock’n’roll”, fazendo referencia a musica de Rita-Lee que atende pelo mesmo nome.
Eles se organizaram em cinco grupos neste encontro para iniciar a produção textual que no
encontro seguinte seria a gravação. O primeiro e segundo grupo se encarregaram de contar a
historia do rock, compreendendo as décadas de 1950,1960,1970 e 1980. O terceiro e quarto
grupo se encarregaram de fazer analises de letra de musicas, e por fim o ultimo grupo se
encarregou dos comerciais. Todos os grupos tiveram o auxilio dos acadêmicos. E o quarto
encontro se deu apenas para produção radiofônica. Segue o planejamento da ultima oficina.
Neste ultimo encontro inicia-se as gravações do programa “Esse tal
de rock’n’roll” nome escolhido pelos adolescentes do Centro da
Juventude, divididos em cinco grupos, irão ao laboratório de rádio
gravar seus textos assim concluído o programa e as oficinas.
Nesta última oficina foi observada a grande dificuldade dos adolescentes, no que diz
respeito à interpretação e produção textual, no entanto apenas cinco foram escolhidos no
grupo para gravar conseguiram gravar no microfone e deixar de lado o sentimento de repulsa
e vergonha.
Notou-se que esses jovens passaram a conhecer o rock, a opinião deles mudou sobre o
gênero musical. Adolescentes que estavam apenas recebendo o conhecimento artificial
passado pela mídia, tal concepção negativa mudaram à medida que recebiam tal
conhecimento e formavam suas opiniões próprias sobre o assunto.
Durante o andamento das oficinas teóricas – que se referem a historia do rock e os
movimentos de contracultura – foi satisfatório. Conseguimos mudar a concepção deles sobre
o rock’n’roll , por meio da teoria do Cultivo, durante estas terças-feiras no período de
intervalo, a Rádio Juventude – rádio interna – tocava músicas de rock e a cada encontro era
uma musica diferente no intervalo que correspondia a uma década analisada.
O formato das oficinas, como já citado, era de ser dinâmico, algo que para os
adolescentes não fosse desanimador e que aguçasse o interesse mesmos com o tema e para
atingirmos nossos objetivos por meio do terceiro modelo Pedagógico citado por Saviani, a
teoria Crítica Social dos Conteúdos, em que buscamos aproximar ao máximo o tema rock,
com a realidade e a reflexão dos adolescentes. O dinamismo citado foi obtido de diversas
formas, por meio do karaokê e das gincanas montadas especialmente para as oficinas. Outro
meio instrumento utilizado para dinamizar a oficina foi a liberdade de opinião dada aos
alunos: que eles podem opinar dessa forma o conhecimento que eles recebem cresceu e deu
um feedback melhor que o esperado.
O interesse deles aumentou quando falávamos sobre movimentos de contracultura e
sociais, em nosso entendimento chegamos a essa conclusão, pelo fato de que eles sentiam
empatia pelos rebeldes envolvidos nesses grupos citados no artigo.
O programa de rádio foi realizado em quatro encontros de seis horas cada. O programa
de rádio teve a duração de 10 minutos, com quatro intervalos de 30 segundos. Todo o material
radiofônico foi produzido pelos adolescentes. O nome do programa é “Esse Tal de
rock’n’roll”, fazendo referencia a música de Rita Lee. Os dois primeiros blocos é a historia do
rock, e os dois últimos apenas analises de trechos de músicas selecionados pelos adolescentes.
A produção textual e a interpretação foram os maiores desafios que encontramos. O
esforço que eles fizeram em se superar é somente dos próprios adolescentes que vencerão
seus medos de microfone e passaram a se conhecer melhor. Adolescentes que jamais ouviram
suas vozes no radio, estavam tendo seu primeiro contato com um meio de comunicação.
Considerações finais
A experiência realizada com os jovens do Centro da Juventude Professor Jomar Vieira
Rocha, é um dos exemplos em que o rock transforma a percepção social. A educomunicação
utilizada como procedimento metodológico e teórico proporcionou uma estratégia para se
estudar o rock, até então, muitos jovens tinham conhecimento artificial sobre o tema, por meio
do programa de rádio elaborado pelos mesmos, expressaram o conhecimento e interesse pelo
assunto.
Após várias observações desse material, foi uma conclusão conjunta entre:
educomunicadores e os adolescentes que o rock'n'roll é mais que propriamente um estilo e
sim uma forma de viver, de protestar, de gritar e dizer: sim, nós podemos fazer algo para
mudar o mundo.
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educomunicação e rock: transformando concepções sociais