LISTA DE EXERCÍCIOS
Disciplina: História
Professor: Glédio
1
Série: 1ª Ensino Médio
Aulas 1 a 4
Introdução à História / Pré-História
01. (UnB/DF) No limiar do século XX, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, o historiador francês Ernest Lavisse
fornecia as instruções para o ensino de História aos jovens de seu tempo, das quais reproduz-se o trecho seguinte:
Ao ensino histórico incube o dever glorioso de fazer amar e de fazer compreender a pátria, todos os nossos
heróis do passado, mesmo envolto em lendas. Se o estudante não leva consigo a viva lembrança de nossas glórias
nacionais, se não sabe que nossos ancestrais combateram por mil campos de batalhas por nobres causas, se não
aprendeu o que custou o sangue e o esforço para constituir a unidade da pátria e retirar, em seguida, do caos de nossas
instituições envelhecidas, as leis sagradas que nos fizeram livres, se não se torna um cidadão compenetrado de seus
deveres e um soldado que ama a sua bandeira, o professor perdeu seu tempo.
Com o auxílio das ideias defendidas pelo historiador Lavisse, aponte o item verdadeiro.
a) A História é escrita pelos pesquisadores e deve ser ensinada pelos mestres com o compromisso de quem pesquisa e
ensina as grandes questões de seu tempo.
b) A visão excessivamente patriótica do autor expõe concepções que, no alvorecer do século XX, entendiam que o
historiador tinha como função glorificar a nação, o Estado e as instituições.
c) O ensino histórico, no contexto do Brasil contemporâneo, deve ser, sobretudo, um instrumento de combate para fazer
com que as armas intelectuais estejam a favor da unidade da pátria e do amor de cada cidadão pela sua bandeira.
d) A revolução metodológica no ensino de História tornou-a, no fim do século XX, completamente racional e neutra, sem
qualquer possibilidade de interferência da ideologia na teoria.
02. (ENEM) Se compararmos a idade do planeta Terra – avaliada em quatro e meio bilhões de anos – com a de uma
pessoa de 45 anos, então quando começaram a florescer os primeiros vegetais, a Terra já teria 42 anos. Ela só conviveu
com o homem moderno nas últimas quatro horas e, há cerca de uma hora, viu-o começar a plantar e a colher. Há menos
de um minuto percebeu o ruído de máquinas e de indústrias e, como denuncia uma ONG de defesa do meio ambiente,
foi nesses últimos sessenta segundos que se produziu todo o lixo do planeta!
O texto acima, ao estabelecer um paralelo entre a idade da Terra e a de uma pessoa, pretende mostrar que:
a) A agricultura surgiu logo em seguida aos vegetais, perturbando desde então seu desenvolvimento.
b) O ser humano só se tornou moderno ao dominar a agricultura e a indústria, em suma, ao poluir.
c) Desde o surgimento da Terra, são devidas ao ser humano todas as transformações e perturbações.
d) O surgimento do ser humano e da poluição é cerca de dez vezes mais recente que o do nosso planeta.
e) A industrialização tem sido um processo vertiginoso, sem precedentes em termos de dano ambiental.
03. Qual das proposições melhor define a ideia de “documento” para o historiador?
a) Todo e qualquer material que sirva de base para a interpretação dos processos que levam às transformações sociais,
econômicas, políticas e culturais ocorridas nas sociedades ao longo do tempo.
b) Somente o material escrito por representantes das diferentes instituições oficialmente reconhecidas.
c) Toda e qualquer representação gráfica feita pelo homem, independente do tempo e do espaço.
d) Cartas, depoimentos, pinturas e outros materiais que possam fornecer verdadeiras informações sobre uma civilização.
e) Qualquer manifestação humana, desde que retrate, fielmente, os acontecimentos do passado.
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04. (UnB/DF) A 13 de julho de 1914, no momento em que uma Europa conturbada assistia ao início da Primeira Guerra
Mundial, o historiador Marc Bloch começou sua palestra para jovens estudantes franceses com as seguintes palavras:
Como vocês sabem, sou professor de História. O passado forma a matéria que eu ensino. Conto-lhes
batalhas que não vi, descrevo-lhes monumentos desaparecidos muito antes de meu nascimento, falo-lhes de pessoas
que nunca encontrei. E minha situação é a de todos os historiadores. Dos acontecimentos de outrora não temos um
conhecimento imediato e pessoal, comparável, por exemplo, àquele que seu professor de Física tem da eletricidade.
A partir do texto acima e considerando aspectos teóricos e metodológicos que envolvem o estudo da História, julgue os
itens que se seguem, assinalando certo (C) ou errado (E):
(1) Voltada para a investigação do passado em si mesmo, a História afasta-se do presente justamente para garantir a
necessária objetividade científica, sem a qual o ofício de historiador carecerá de credibilidade.
(2) Ao comparar a Física com a História, Marc Bloch sugere que ambas fazem uso do mesmo método de trabalho
científico, ainda que seus objetos de estudo sejam distintos.
(3) Não tendo testemunhado grande parte dos acontecimentos sobre os quais discorre, ao historiador cumpre encontrar
e examinar as mais diversas fontes documentais relativas a esses fatos para elaborar o conhecimento acerca do
passado.
(4) Infere-se do texto que, em última análise, o ofício de historiador não passa de ficção: impossibilitado de ter “um
conhecimento imediato e pessoal” dos fatos, ele se vê impelido a reconstruir o passado da maneira que melhor lhe
parecer.
05. Aponte, dentre as alternativas abaixo, aquela que mais se aproxima de uma possível ligação da História com o tempo
presente:
a) Por englobar uma temporalidade diferenciada, a História não tem instrumental teórico suficiente para interpretar o
presente com base em acontecimentos passados.
b) Por tratar única e exclusivamente do passado, a História mais se preocupa com o acúmulo do conhecimento do que a
criação de um esquema que permita ligar os tempos presente e passado.
c) Por ser encarada como uma ciência, a História serve de inspiração aos homens para atuarem como agentes
transformadores da realidade estabelecida.
d) Por ser vista como depositária do conhecimento humano, a História é mais uma fonte de informações sobre
acontecimentos do passado do que um meio para se pensar e transformar o presente.
e) Por ser uma ciência atemporal, a História procura ausentar-se de discussões mais imediatistas.
06. (ENEM)
Documento I
O cômputo da Idade da Terra
Da Criação até o Dilúvio
Anos
1 656
Do Dilúvio até Abraão
292
Do nascimento de Abraão até o Êxodo do Egito
503
Do Êxodo até a construção do Templo
481
Do Templo até o Cativeiro
414
Do Cativeiro até o nascimento de Jesus Cristo
614
Do nascimento de Jesus Cristo até hoje
1 560
Idade da Terra
5 520
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Documento II
Avalia-se em cerca de quatro e meio bilhões de anos a idade da Terra, pela comparação entre a abundância relativa de
diferentes isótopos de urânio com suas diferentes meias-vidas radioativas.
Considerando os dois documentos, podemos afirmar que a natureza do pensamento que permite a datação da Terra é
de natureza:
a) Científica no primeiro e mágica no segundo.
b) Social no primeiro e política no segundo.
c) Religiosa no primeiro e científica no segundo.
d) Religiosa no primeiro e econômica no segundo.
e) Matemática no primeiro e algébrica no segundo.
07. Arquivo: conjunto de documentos manuscritos, gráficos, fotográficos, etc., recebidos ou produzidos oficialmente por
uma entidade ou por seus funcionários, e destinados a permanecer sob a custódia dessa entidade ou funcionários. Lugar
onde se recolhem e guardam esses documentos.
FERREIRA, A. B. H. Dicionário básico da língua portuguesa. São Paulo: Nova Fronteira, 1995, p. 60.
Figurando dentre os mais conhecidos e vigiados arquivos do mundo, podemos destacar o da Cidade do Vaticano. De
acesso restrito a um seleto grupo católico, seus documentos vêm despertando a curiosidade de pesquisadores há vários
séculos. E, ao que parece, não será tão já que os interessados poderão vasculhar as mais de duzentas prateleiras
repletas de preciosidades históricas. Por que a Igreja faz questão de manter o sigilo acerca desta vasta documentação?
a) Assuntos religiosos devem ser tratados somente pelas autoridades por eles responsáveis.
b) O acesso a tais registros poderia danificar sua frágil composição.
c) O mundo não estaria suficientemente preparado para vislumbrar todas as revelações conservadas pela Igreja católica.
d) Não existe uma logística adequada que permita o acesso à documentação sem a destruição da mesma.
e) Para evitar possíveis divergências entre as interpretações históricas da comunidade científica e o pensamento clerical.
08. (UFLA/MG) Leia o seguinte comentário:
Ao trabalhar as fontes históricas, o historiador lida também com o tempo. E isso é mais complexo do que
parece à primeira vista. O senso comum tende a considerar o tempo como algo fluído que avança implacavelmente para
o futuro, um ambiente dentro do qual os fatos se sucedem. Em outras palavras, o contínuo passado, presente, futuro.
Mas as coisas não são bem assim.
BRAIK & MOTA. História: das cavernas ao terceiro milênio. São Paulo: Moderna, 2002, p. 10.
No texto acima, define-se o conceito de “tempo”. Sabendo que na História são conhecidos os conceitos de Tempo Físico
e Tempo Histórico, numere a coluna II de acordo com a coluna I. A seguir, marque a alternativa correta.
Coluna I
Coluna II
1. Tempo Físico/Cronológico.
2. Tempo Histórico.
Não é regular e linear, nem é definido por fenômenos físicos. [ ]
É formado por diferentes durações, já que está vinculado às ações dos grupos
humanos e aos fenômenos que resultam dessas ações. [ ]
Os astrônomos, na Babilônia, definiam o início do dia quando o Sol estava a pino, no
seu ponto mais alto do céu. [ ]
a) 2 – 2 – 1.
b) 2 – 1 – 2.
c) 1 – 2 – 1.
d) 1 – 1 – 2.
e) 1 – 2 – 2.
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09. (UEL/PR) Leia o texto a seguir.
Desde os tempos de Heródoto e Tucídides, a História tem sido escrita sob variada forma de gêneros: crônica
monástica, memória política, tratados de antiquário, e assim por diante. A forma dominante, porém, tem sido a narrativa
dos acontecimentos políticos e militares, apresentada como a história dos grandes feitos de grandes reis e chefes
militares. Foi durante o Iluminismo que ocorreu, pela primeira vez, uma contestação a esse tipo de narrativa histórica.
BURKE, P. A escola dos Annales. São Paulo: Edunesp, 1991, p. 18.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:
a) A produção historiográfica dos gregos e romanos antigos foi deixada de lado pelos pensadores iluministas, pois a
Revolução Francesa queimou, como na Inquisição, os textos heréticos.
b) A mudança do gênero de narrativa histórica, iniciada com o movimento Iluminista, questionará uma História dos
grandes heróis.
c) Os monges buscavam perpetuar, por meio de suas crônicas monásticas, as realizações consagradas do cotidiano de
Heródoto e Tucídides, produzindo, assim, um gênero de escrita histórica.
d) A narrativa histórica foi revolucionada durante o Iluminismo pelos sábios laicos que buscavam, por meio de seus
estudos, alcançar o sentido histórico-religioso da humanidade.
e) A História, entendida como um dos principais campos do conhecimento humano, esteve, durante o período antigo,
despreocupada com a preservação da memória política dos reis.
10. (UnB/DF) A História, um dos ramos mais nobres das ciências sociais, padece das inseguranças e incertezas que
caracterizam a própria condição humana, objeto por excelência da investigação histórica. Moderam-se os riscos
extremos da parcialidade e da intervenção subjetiva do historiador graças aos métodos de pesquisa, cada vez mais
rigorosos e sustentados na ampliação das fontes. Os documentos exercem um grande fascínio sobre o historiador ao
convidá-lo à reflexão crítica e profissional dos vestígios que permitem reconstruir uma explicação acerca de fenômenos e
processos ocorridos no passado recente ou remoto.
Quanto ao papel das fontes, dos documentos e dos arquivos para a pesquisa histórica, julgue os itens que se seguem:
(1) Os documentos, imprescindíveis ao labor historiográfico, contêm a História em si, tornando desnecessária a tarefa de
construção de perguntas, hipóteses e explicações.
(2) No Brasil, a ausência de cuidado com vários arquivos, muitos deles impossibilitados de oferecer condições de
trabalho para o pesquisador, expõe a falta de ênfase à formação da memória nacional.
(3) As fontes para a pesquisa histórica ampliam-se à medida que as sociedades contemporâneas inventam meios para
registrar suas memórias, criando novas formas de consolidar fatos e processos que serão objeto de investigação para o
historiador do futuro.
(4) Articulado com os métodos e as mais variadas técnicas, e aproveitando-se do avanço tecnológico que permite a
adoção de novas estratégias de acesso à informação, inclusive a eletrônica, o historiador não é mais aquele que apenas
trabalha com documentos e monumentos.
11. (FUVEST/SP) Sobre o surgimento da agricultura – e seu uso intensivo pelo homem – pode-se afirmar que:
a) Foi posterior, no tempo, ao aparecimento do Estado e da escrita.
b) Ocorreu no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia) e daí se difundiu para a Ásia (Índia e China), Europa e, a partir
dessa, para a América.
c) Como tantas outras invenções, teve origem na China, donde se difundiu até atingir a Europa e, por último, a América.
d) Ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia), na Ásia (Índia e China) e na América
(México e Peru).
e) De todas as invenções fundamentais, como a criação de animais, a metalurgia e o comércio, foi a que menos
contribuiu para o ulterior progresso material do homem.
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12. (UFPE/PE) Já se afirmou ser a Pré-História uma continuação da História Natural, havendo uma analogia entre a
evolução orgânica e o progresso da cultura. Sobre a Pré-História, qual das alternativas a seguir é incorreta?
a) As várias cenas auxiliam o estudo, como a Antropologia, a Arqueologia e a Química.
b) A Pré-História pode ser dividida em Paleolítico e Neolítico, no que se refere ao processo técnico de trabalhar a pedra.
c) Sobre o Paleolítico, podemos afirmar que foi o período de grande desenvolvimento artístico, cujo exemplo são as
pinturas antropomorfas e zoomorfas realizadas nas cavernas.
d) Os primeiro seres semelhantes ao homem foram os Australopithecus e o Homem de Java, que eram bem mais
adaptados que o homem de Neanderthal.
e) O Neolítico apresentou um desenvolvimento artístico diferente do Paleolítico, através dos traços geométricos da
pintura.
13. (UFS/SE) Na Pré-História encontramos fases do desenvolvimento humano. Qual a alternativa que apresenta
características das atividades do homem na fase Neolítica?
a) Os homens praticavam uma economia coletora de alimentos.
b) Os homens cultivavam plantas e domesticavam animais, tornando-se produtores de alimentos.
c) Os homens aprenderam a controlar o fogo.
d) Os homens conheciam uma economia comercial e já praticavam os juros.
e) Os homens fabricavam uma economia coletora de alimentos.
14. (UFRGS/RS) Recentemente, no Estado americano de Arkansas, a teoria da Evolução elaborada por Charles Darwin
foi retirada dos currículos e teve proibida sua utilização. Não obstante, os estudos paleontológicos, antropológicos e
arqueológicos vêm possibilitando avanços na compreensão do período da Pré-História, confirmando a existência de um
longo período em que ocorreu o processo de hominização.
Sobre esse processo, analise as afirmações abaixo:
I – As mais antigas formas de vida humana registradas pela Paleontologia denominam-se hominídeos, como comprovam
os achados dos fósseis identificados como Australopithecus e Pithecantropus.
II – Os fósseis demonstram que, no curso evolutivo da humanidade, mais de um milhão de anos antes de surgir o Homo
sapiens, existiram várias espécies a caminho da humanização, e as mudanças físicas ocorridas ao longo de centenas de
milhares de anos propiciaram sua adaptação a qualquer ambiente.
III – As evidências arqueológicas indicam que a espécie humana não nasceu pronta nem física, nem culturalmente.
Necessitou de um enorme período de tempo para desenvolver um conjunto de habilidades técnicas e de conhecimentos
que lhe permitisse elaborar instrumentos de trabalho e utensílios.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
15. (ENEM) Um jornal de circulação nacional publicou a seguinte notícia:
Choveu torrencialmente na madrugada de ontem em Roraima, horas depois de os pajés caiapós Mantii e
Kucrit, levados de Mato Grosso pela Funai, terem participado do ritual da dança da chuva, em Boa Vista. A chuva durou
três horas em todo o Estado e as previsões indicam que continuará pelo menos até amanhã. Com isso, será possível
acabar de vez com o incêndio que ontem completou 63 dias e devastou parte das florestas do Estado.
Jornal do Brasil, abril de 1998 (adaptado).
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Considerando a situação descrita, avalie as afirmativas seguintes.
I – No ritual indígena, a dança da chuva, mais que constituir uma manifestação artística, tem a função de intervir no ciclo
da água.
II – A existência da dança da chuva em algumas culturas está relacionada à importância do ciclo da água para a vida.
III – Uma das informações do texto pode ser expressa em linguagem científica da seguinte forma: a dança da chuva seria
efetiva se provocasse a precipitação das gotículas de água das nuvens.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
16. (UFSCar/SP) Entre as transformações havidas na passagem da Pré-História para o período propriamente histórico,
destaca-se a formação de cidades em regiões de:
a) Solo fértil, atingido periodicamente pelas cheias dos rios, permitindo grande produção de alimentos e crescimento
populacional.
b) Difícil acesso, cuja disposição do relevo levantava barreiras naturais às invasões de povos que viviam do saque de
riquezas.
c) Entroncamento de rotas comerciais oriundas de países e continentes distintos, local de confluência de produtos
exóticos.
d) Riquezas minerais e de abundância de madeira, condições necessárias para a edificação dos primeiros núcleos
urbanos.
e) Terra firme, distanciada de rios e de cursos d’água, com grau de salubridade compatível com a concentração
populacional.
17. (FGV/SP) Sobre a Revolução Urbana da Antiguidade pode-se afirmar que:
a) Ocorreu no final do Paleolítico graças à utilização de pedra polida pelo homem.
b) Representou a intensificação do nomadismo.
c) Começou quando os homens derrotaram o poder dos sacerdotes e inauguraram as cidades-estados.
d) Ocorreu no final do Neolítico, quando se ampliou a agricultura irrigada.
e) Está ligada ao aparecimento da magia.
18. (UFRGS/RS) Foi fator decisivo para a sobrevivência dos povos do período Neolítico:
a) A revolução paleolítica.
b) O nomadismo, típico dos povos caçadores e coletores.
c) A utilização de metais, como cobre e bronze.
d) A revolução urbana e a formação dos impérios teocráticos.
e) A formação de religiões monoteístas.
19. (UFPE/PE – adaptada) Das afirmativas seguintes, indique aquelas que você considera correta:
I – A América estava completamente despovoada quando Colombo chegou pela primeira vez, descobrindo o chamado
Novo Mundo.
II – A América, antes dos descobrimentos dos espanhóis e portugueses, já estava povoada por numerosos grupos
humanos de diferentes culturas, embora todos pertencessem à mesma espécie humana (a do Homo sapiens moderno).
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III – Há uma hipótese de que os primeiros homens que povoaram a América chegaram da Ásia, através do estreito de
Bering.
IV – Os primeiros habitantes da América pertenciam a uma espécie humana hoje extinta.
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) II e IV.
e) I e IV.
20. (FUVEST/SP) Considere duas hipóteses sobre a origem do homem americano, que teria ocorrido há mais de 10.000
anos.
I – Migrações oriundas da Ásia, passando pelo estreito de Bering.
II – Migrações oriundas da Polinésia, via oceano Pacífico.
Quanto a fatos geográficos que as sustentam, é correto afirmar que a hipótese:
a) I apoia-se em uma grande elevação do nível do mar, fato que também teria aumentado a navegabilidade nessa região.
b) I explica-se pela ocorrência de glaciações que, diminuindo o nível do mar, teriam unido o Alasca à Sibéria.
c) II associa-se à ocorrência de inúmeras glaciações que teriam melhorado a navegabilidade, justificando a vinda pelas
ilhas do Pacífico.
d) II relaciona-se à existência de diversas ilhas no Pacífico, que teriam se ligado muitas vezes por terra, durante as
glaciações.
e) II refere-se à ocorrência de correntes marinhas equatoriais e de glaciações, que teriam facilitado a navegação no
Pacífico.
21. Leia o trecho abaixo:
Numa das cruzes (do cemitério) havia um nome e uma pequena inscrição:
ANA TERRA
Descansa em Paz
Não havia datas. Essa era um característico das gentes daquele lugar: ninguém sabia muito bem do tempo.
Os únicos calendários que existiam no povoado eram o da casa dos Amarais e o do vigário, o padre Lara. Os outros
moradores de Santa Fé continuavam a marcar a passagem do ano pelas fases da Lua e pelas estações. E, quando
queriam lembrar-se de um fato, raros mencionavam o ano ou o mês em que ele tinha se passado, mas ligavam-no a um
acontecimento marcante na vida da comunidade. Diziam, por exemplo, que tal coisa tinha acontecido antes ou depois da
praga de gafanhotos, dum inverno especialmente rigoroso que fizera gelar a água das lagoas, ou então de uma peste
qualquer que atacara o trigo, o gado ou as pessoas.
VERÍSSIMO, E. Um certo capitão Rodrigo. São Paulo: Globo, 1987.
Por que o vigário, padre Lara, usava um calendário impresso?
22. (UNICAMP/SP) O historiador Jacques Le Goff assim descreve um Atlas de 1574:
Em posição proeminente vemos a Europa. Está retratada com vestes de soberana, coroa e cetro, e segura
um globo imperial. À esquerda, uma princesa oriental ornada de joias personifica a Ásia das especiarias; em frente, do
outro lado, a África tem aspecto de uma negra pobremente vestida. A América reconhece-se na mulher impudicamente
nua, com a cabeça de um homem na mão, a indicar que se alimenta da carne humana, na ignorância de qualquer forma
de organização civil e política. Ao lado está uma cabeça feminina que se ergue sobre um pedestal, a Oceania,
justamente privada de corpo porque o continente austral era, então, quase completamente “terra incógnita”.
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Interprete, do ponto de vista da cultura europeia, as imagens dos continentes que compõem esse Atlas.
23. É preciso advertir desde já que esse sistema quadripartite de organização da história universal [Antiga, Medieval,
Moderna e Contemporânea] é um fato francês. Em outros países, o passado está organizado de modo diferente, em
função de pontos de referência diferentes. Na Grécia, a Antiguidade chega até o século XV, e a ocupação turca
corresponde a uma espécie de Idade Média. Na China, a história “moderna” (jindai) vai das guerras do ópio ao
movimento patriótico de maio de 1919. Começa com este último a história “contemporânea” (jiandai). Nos Estados
Unidos, a história nacional se organiza em três blocos, em função dos eixos fundamentais que são a Guerra de
Independência, em fins do século XVIII, e a Guerra de Secessão, em 1860-1864.
CHESNEAUX, J. Devemos fazer tabula rasa do passado? São Paulo: Ática, 1995, p. 93.
Privilegiando uma visão estritamente eurocêntrica, a mesma divisão histórico-temporal que sustenta a elaboração do
conteúdo programático adotado pelas escolas francesas serve de inspiração para a montagem do quadro curricular das
escolas brasileiras. Para além do didatismo, quais outros significados podem ser apreendidos a partir da leitura do
“sistema quadripartite de organização da história”?
24. Nesse gênero [épico] há a presença de um narrador que fundamentalmente conta a história passada de terceiros.
Isso implica certo distanciamento entre o narrador e o assunto tratado, coisa que não ocorre no gênero lírico. Os verbos
e os pronomes quase sempre estão na 3ª pessoa, porque se trata “dele” ou “deles”. Além disso, os textos pressupõem a
presença de um ouvinte ou de uma plateia, que estariam escutando o narrador. Os textos épicos são geralmente longos
e narram histórias de um povo ou uma na- ção, envolvendo aventuras, guerras, viagens, gestos heroicos. Normalmente
apresentam um tom de exaltação, isto é, de valorização de seus heróis e feitos.
CEREJA, W. & MAGALHÃES, T. Português: linguagens. São Paulo: Atual, 1994, 2ª edição, p. 31.
Tanto os poemas como as narrativas épicas, tomadas como referência documental, apresentam-se como problemas a
serem levados em conta pelos investigadores, já que os mesmos lançam visões parciais e pouco críticas em relação aos
fatos. Como a pesquisa histórica consegue contornar este problema e melhor tratar estas importantes fontes?
25. Não espere encontrar em seus estudos algo como “a história como realmente aconteceu”. Isso não existe. Embora o
passado não mude, mudamos constantemente a nossa maneira de ver o passado. Por isso alguns assuntos são sempre
retomados e reestudados. Fatos como a vinda da família real portuguesa ao Brasil em 1808 ou a tomada da Bastilha em
14 de julho de 1789 ainda não são história; eles ganham essa característica quando colocados dentro de algumas
molduras, tais como a “Independência do Brasil” ou a “Revolução Burguesa na França”. História não são os fatos, mas
teorias sobre os fatos.
KOSHIBA, L. & PEREIRA, D. História geral e do Brasil: trabalho, cultura, poder. São Paulo: Atual, 2004, p. 11.
Para que os estudos sobre a História se tornem mais completos e atraentes, algumas definições são necessárias. Tendo
por base o excerto acima, conceitue as ideias de “fato” e “teoria”.
26. A Pré-História torna-se, mais e mais, ciência fundamental da harmonização. Esta traz em si o nó górdio
animalidade/humanidade. Efetivamente, o processo de harmonização de 6 milhões de anos permite-nos imaginar a
emergência da humanidade a partir da animalidade. A hominização é uma aventura ao mesmo tempo descontínua –
aparecimento de novas espécies: habilis, erectus, neandertalensis, sapiens, e o desaparecimento das precedentes;
surgimento da linguagem e da cultura – e contínua, no sentido em que prossegue em um processo de bipedização, de
manualização, de empertigamento do corpo, de cerebralização (...) de complexidade social, processo ao longo do qual
surge a linguagem propriamente humana, ao mesmo tempo em que se constitui a cultura: patrimônio dos saberes, knowhow, crenças, mitos adquiridos e transmissíveis de geração a geração. Assim, podemos introduzir em nossa reflexão o
problema, em parte ainda enigmático, da hominização, mas, ao menos, sabemos hoje que teve início há muitos milhões
de anos e adquiriu um caráter não apenas anatômico e genético, mas também psicológico e sociológico, para tornar-se
cultura, a partir de um certo período. A hominização resulta em um novo ponto de partida: o humano. Tudo isso deve
contribuir para a formação de uma consciência humanística e ética de pertencer à espécie humana, que só pode ser
completa com a consciência do caráter matriarcal da Terra para a vida, e da vida para a humanidade.
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A partir da leitura do texto de Edgar Morin, responda:
a) Qual o significado da expressão “animalidade/humanidade”?
b) Aponte as características mais evidentes dos hominídeos do grupo Sapiens sapiens.
27. (UNESP/SP) Recusando a Humanidade àqueles que parecem ser os mais “selvagens” ou “bárbaros”, emprestamos
uma [das] atitudes típicas [da barbárie]. O bárbaro é, antes de tudo, o homem que acredita na barbárie.
LÉVI-STRAUSS, C. Raça e história – 1952.
O texto apresenta um ponto de vista etnológico geralmente definido como “relativismo cultural”. A partir desta definição,
explique a ação dos europeus sobre os povos americanos no período de colonização do Novo Mundo.
28. (UNICAMP/SP – adaptada) Aponte a caracterização do índio em cada um dos trechos citados.
Texto I
Peri tinha vencido; era o primeiro de sua tribo e o mais forte de todos os guerreiros (...). Os guerreiros chegaram e
disseram: Peri, chefe dos Goitacás, filho de Ararê, tu és o mais valente da tribo e o mais temido do inimigo; os guerreiros
te obedecem.
ALENCAR, J. O Guarani.
Texto II
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio.
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
ANDRADE, O. Erro de português.
29. (UFRJ/RJ) Leia o texto:
Os nossos tupinambás muito se admiram dos franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir
buscar o seu arabutam (pau-brasil). Uma vez um velho perguntou-me:
- Por que vindes vós outros, mairs (franceses) e perós (portugueses) buscar lenha de tão longe para vos
aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?
Respondi que tínhamos muita, mas não daquela qualidade, e que não queimávamos, como ele o supunha,
mas dela extraímos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e algumas plumas.
Retrucou o velho imediatamente:
- E porventura precisais de muito?
- Sim, respondi-lhe, pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos (...) e outras
mercadorias do que podeis imaginar...
- Ah! – retrucou o selvagem (...). Mas esse homem tão rico de que me falas não morre?
- Sim, disse eu, morre como os outros.
... perguntou-me de novo:
- E quando morrem, para quem fica o que deixam?
- Para seus filhos, se os tem, respondi...
- Na verdade, continuou o velho (...) agora vejo que vós outros mairs sois grandes loucos, pois atravessais o
mar e sofreis grandes incômodos, (...) para amontoar riquezas para vossos filhos, (...). Não será a terra que vos nutriu
suficiente para alimentá-los também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados.
LERY, J. Viagem à terra do Brasil. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1960, p. 153-154.
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A certeza que tinha o tupinambá, no diálogo descrito, de que a terra que o havia alimentado também alimentaria seus
descendentes, desapareceu a partir da ocupação efetiva do solo brasileiro pelo colonizador europeu, com a introdução
da “plantation” como atividade econômica fundamental na colônia. Nesse mesmo período, em outras áreas da América,
organizava-se a ocupação espanhola em meio à resistência indígena.
Explique duas situações enfrentadas, no Brasil, pelas comunidades indígenas que viviam nas áreas de “plantation”.
30. Leia o trecho retirado do livro A cidade na história, de Lewis Mumford:
Ao retroceder a Era tão distante, em busca das origens da cidade, não se deve, evidentemente, esquecer as
necessidades práticas que, em determinadas épocas, faziam com que se ajuntassem os grupos de família e as tribos em
habitats comuns, numa série de acampamentos, mesmo numa economia de apanha ou de caça. Também essas
necessidades tinham um papel a desempenhar; e muito antes que as aldeias rurais e as pequenas cidades se tornassem
uma característica da cultura neolítica, já provavelmente se haviam sondado seus sítios favoráveis: a fonte cristalina com
seu suprimento de água para o ano inteiro, o sólido monte de terra, acessível embora protegido por um rio ou represa, o
estuário próximo muito farto em peixes e crustáceos – tudo isso já servia, em muitas regiões, para a economia mesolítica
intermediária, em sítios cuja ocupação permanente é atestada por montes enormes de conchas abertas (...).
Não menos, talvez, a caverna deu ao homem antigo sua primeira concepção de espaço arquitetônico, seu
primeiro vislumbre da faculdade que tem um espaço emparedado de intensificar a receptividade espiritual e a exaltação
emocional. A câmara pintada dentro de uma montanha prefigura o túmulo da pirâmide egípcia, também esta uma
montanha feita pelo homem e propositadamente imitativa. As variações desse tema são incontáveis; todavia, a despeito
de suas diferenças, a pirâmide, o zigurate, a gruta mitraica, a cripta cristã, todos têm seu protótipo na caverna da
montanha. Tanto a forma quanto a finalidade desempenham papel no desenvolvimento final da cidade.
a) Destaque trechos do texto que identificam os períodos da Pré-História.
b) Quais os fatores materiais que explicariam o estabelecimento de grupos humanos vivendo juntos?
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Gabarito
Múltipla escolha
01
C
11
D
02
E
12
E
03
A
13
B
04
E-E-C-C
14
D
05
C
15
E
06
C
16
A
07
E
17
D
08
A
18
C
09
B
19
B
10
E-C-C-C
20
B
Gabarito
Dissertativas
21.
Por ser um homem letrado, membro do clero católico, o padre orientava-se segundo os pressupostos válidos para a
cultura ocidental, entrelaçada com fatos e acontecimentos pertinentes ao mundo cristão e que são retratados pelo
calendário.
22.
Orientando-se através das concepções eurocêntricas, temos a seguinte configuração: no continente asiático, o lugar da
riqueza; no africano, o da pobreza. A América, depositária do selvagem; a Oceania, retrato do desconhecido. E a Europa,
triunfante sobre os demais, vista como senhora do mundo.
23.
O quadripartismo tem como resultado privilegiar o papel do Ocidente na História mundial, reduzindo o lugar dos povos
não-europeus na construção dos preceitos civilizacionais. Além disso, tal fenômeno relega, a segundo plano, fatos e
acontecimentos geradores de profundas mudanças, levando a uma verdadeira doutrinação por parte daquele que deseja
pensar a História.
24.
Adotando posturas metodológicas de investigação e de crítica das fontes históricas, valendo-se, para tanto, do uso de
outras disciplinas – como a Sociologia, a Economia e a Antropologia. Com isso, a História se torna uma ativa contribuinte
para a compreensão acerca das transformações do futuro.
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25.
O “fato” pode ser entendido como uma rápida mudança ocorrida no tempo, deixando sua marca na História. Por sua vez,
a “teoria” compreende um conjunto de interpretações, documentalmente justificadas, que procuram explicar
determinados fatos históricos.
26.
a) Evolução do homem a partir do animal (macaco, hominídeo e humano).
b) Surgimento: ± 40 mil anos / Desenvolvimento da linguagem falada / Consciência moral e reflexiva.
27.
Ao rotular os habitantes do Novo Mundo de “selvagens”, os europeus abriam caminho para seu extermínio, uma vez que
lhes era negada a humanidade. Além disso, justificava-se a imposição de uma nova cultura, sob a desculpa de salvá-los
da barbárie. Dentro do ponto de vista do relativismo cultural, é a atuação genocida dos conquistadores que podem ser
vistas como “bárbaras”.
28.
No primeiro fragmento, Peri aparece como modelo de heroicidade: guerreiro respeitado até pelos inimigos devido à
bravura com que se põe em combate. Exemplo claro do nacionalismo ufanista que percorreu o momento históricoliterário brasileiro no século XIX. Já no segundo fragmento temos uma visão mais crítica quando da abordagem do
português em relação ao índio: o processo de aculturação.
29.
O contato com o europeu acabou contribuindo para a proliferação de doenças contagiosas até então desconhecidas,
para as quais os indígenas não possuíam defesas. Além disso, a inserção do Novo Mundo à realidade mercantilista –
enquanto local privilegiado a exploração de riquezas – fez com que populações inteiras fossem dizimadas em nome do
escravismo e do expansionismo territorial.
30.
a) “Ao retroceder a Era tão distante, em busca das origens da cidade”; “Economia de apanha ou de caça”; “Aldeias rurais
e as pequenas cidades se tornassem uma característica da cultura neolítica”; “A câmara pintada dentro de uma
montanha”.
b) A necessidade de proteção contra intempéries climáticas e animais predadores, além da partilha de suprimentos
naturais.
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