Distribuição interna – Não entregue esta revista em vias públicas # 2 | Janeiro de 2008 | Exemplar gratuito – Venda proibida * ! I I I I H S mis i h s a s se i h s u s s Além do Encarte Especial Anime Dreams 2008 Acompanhe as atrações deste grande evento de animê, mangá, entretenimento eletrônico e cultura pop japonesa! OI s e r o b a s e s e r a o c c i n e ô d p i o n ã s a i o r l á p n i Ex l u c e d n a r g da 2 editorial Capa: 3 Culinária Japonesa (Foto: Banco de Imagens) 4 5 6 8 10 11 12 14 15 16 17 18 23 24 26 28 29 30 31 33 34 editorial agenda e notas j-music mulher encontros automóvel automobilismo cosplay pré-carnaval multimídia entrevista 3 4 5 6 8 10 11 12 14 15 16 17 18 23 24 26 28 29 30 31 33 34 OKids gastronomia cidades espetáculos anime mangá tokusatsu click economia desbravando o Japão variedades 3 o mundo fantástico dos sabores japoneses Q uando se pensa em Japão, quase de imediato imaginamos a gastronomia japonesa. Também, pudera. Somente em São Paulo há mais restaurantes japoneses do que churrascarias – são cerca de 600 contra 500 rodízios de carne. É justamente pela capital paulista, e demais capitais brasileiras, viver intensamente essa explosão de sabores nipônicos que a Revista Mundo OK traz uma matéria especial sobre gastronomia japonesa. Além de mostrar curiosidades, preparamos também um mini-guia com as principais casas localizadas na capital. Além dos sushis e sashimis, nesta segunda edição há ainda mais novidades em relação à anterior. Desta vez, incorporamos um encarte especial sobre um dos principais eventos ligados aos animês e mangás, o Anime Dreams, que acontece entre os dias 24 e 27 de janeiro em São Paulo. Não custa nada lembrar que é imperdível para os amantes da cultura pop japonesa. Nas demais editorias, destaques para a entrevista do “artista do Centenário”, Yutaka Toyota, e as nuances psicodélicas do The 5.6.7.8´s, um dos grupos mais aclamados da música underground japonesa. E como entramos em um ano muito especial para a comunidade, prestes a se comemorar o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, Maringá, no norte do Paraná, e Mogi das Cruzes, no interior paulista, preparam-se para a construção de dois parques temáticos com nuances japoneses. Aliás, pela movimentação das grandes cidades, será uma data que ficará na história do País. Muitas lideranças políticas vêm ressaltando o inegável esforço e a contribuição dos nipo-brasileiros nesses quase cem anos de presença em terras tupiniquins, seja através da culinária, das artes, ou nos comércios e indústrias nacionais. Boa leitura! Revista Mundo OK – Ano 1 – Número 2 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editor: Rodrigo Meikaru • Projeto Gráfico e Edição de Arte: Eurico Kenji Sakamoto • Chefe de Arte: César Gois • Assistente de Arte: Sandro Hojo • Tradução: Clarissa Ribeiro • Redação: Daniel Verna, Daniela Giovanniello, David Denis Lobão, Felipe Marcos, Fernando Ávila de Lima, Júnior Fonseca, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena e Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata e Nicolas Tavares • Gerente de Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate • Comercial: Clóvis Irie, Denis Kim, Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Luciana Kusunoki, Marcelo Ikemori e Yasutaka Arashiro • Digital: Fabrizio Yamai • Assistente Digital: Ulissis Massayuki • Administrativo: Suzana Sadatsune • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK é uma publicação da Yamato Corporation. O Núcleo de Edição da ZN Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos assinados e as imagens publicadas são de responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida e expressa cessão de seus direitos autorais à Revista Mundo OK. Rua da Glória, 279 - 8° andar/ Conj. 84 • CEP 01510-001 • Liberdade • São Paulo - SP | Tel.: (11) 3275-1464 • (11) 3275-0432 agenda e notas 4 Acontece aqui > Acontece no Japão > Acontece aqui Texto: Redação | Fotos: Revista OK e Divulgação PROTESTO FUTEBOL TREM-BALA O governo brasileiro aderiu, no fim de dezembro, ao protesto diplomático formal do governo da Austrália contra a caça de baleias promovida pelo Japão. O relatório foi apresentado pelo embaixador australiano no Japão e conta com o apoio de 31 países – é o maior ato internacional já feito contra o programa de caça às baleias do Japão. Para monitorar as atividades da frota baleeira japonesa, a Austrália enviou à Antártica um navio e um avião de reconhecimento. O Japão pretende caçar quase mil baleias este ano no Oceano Antártico – 935 da espécie minke e 50 da espécie fin. Considerado por muitos como o “jogador polivalente” do São Paulo, o meia Leandro acertou sua transferência para o Verdy Tókio, do Japão. A despedida do jogador aconteceu no meio de janeiro, quando o agora ex-camisa 9 tricolor embarcou para o arquipélago para assinar o contrato, que não teve suas bases reveladas. O acordo do “Guerreiro” com o clube paulista ia até o final do ano, e a diretoria tricolor não manifestou interesse na renovação. Com 26 anos, ele conquistou dois Campeonatos Brasileiro (2006 e 2007) pelo Tricolor, além do vice da Libertadores de 2006. Após o Brasil ter anunciado a criação de um sistema novo de transporte que ligará São Paulo ao Rio de Janeiro através de um trem-bala, o governo do Japão anunciou na última semana de dezembro que negociará a adoção do seu sistema de trem-bala (shinkansen) em um projeto de 500 quilômetros por aqui. Se o acordo for concretizado, o Brasil será o segundo país a adotar o sistema de trem-bala japonês, seguindo o exemplo de Taiwan. O governo japonês pretende oficializar a proposta durante a visita do presidente Luis Inácio Lula da Silva, programada para este ano ao Japão. AQUECIMENTO GLOBAL Preocupado com o avanço constante do aquecimento global, o Japão destinará uma verba de US$ 9,113 bilhões para combater mudanças climáticas, segundo anúncio feito pelo primeiro-ministro japonês Yasuo Fukuda. O investimento será aplicado durante cinco anos para ajudar as nações em desenvolvimento e beneficiará 40 países da Ásia, África e América Latina. O Japão já iniciou conversas para aplicar medidas concretas na Indonésia. Em Davos, o Japão deseja mencionar a necessidade de cortar as emissões de gases do efeito estufa a partir de 2013, quando termina a vigência do Protocolo de Kioto. EXPOSIÇÃO Mil fotografias, 160 desenhos inéditos e 10 vídeos do contemporâneo japonês Tatsumi Orimoto ocupam o 1º e 2º subsolo do Masp entre 11 de janeiro e 06 de abril, em meio às comemorações do Centenário da Imigração Japonesa. A exposição é a primeira retrospectiva fora do Japão nos 40 anos de carreira do artista e terá ainda a performance 50 Grandmamas, refeição preparada e servida por ele para 50 avós especialmente convidadas. Denominada “O convívio social aos olhos de Tatsumi Orimoto”, a exposição já percorreu diversos países antes de desembarcar no Brasil. Mais informações no site: http://masp.uol.com.br/ exposicoes/2008/tatsumiorimoto. CRIME Policiais japoneses prenderam no último dia 7 um homem suspeito de ter violado mais de 50 mulheres no centro do país, ao longo de vários anos, anunciou um porta-voz do governo. O elemento, de 34 anos, foi inicialmente preso após se envolver em um roubo de uma casa em Nagóia. No levantamento feito pelas autoridades, um teste genético apontou uma correspondência perfeita com o DNA encontrado nos locais das violações ocorridas na mesma cidade em 2001. A polícia suspeita que o preso esteja implicado na violação de mais de 50 mulheres ocorridas na região. j-music 5 58º Kouhaku Utagassen A dupla B’z T odo ano, no dia 31 de dezembro, o canal japonês NHK exibe um grande festival com os maiores nomes da música japonesa, celebrando a entrada do novo ano. É o NHK Kouhaku Utagassen, que teve sua 58ª edição realizada na virada para 2008. Um verdadeiro espetáculo de cenografia e efeitos especiais marca essa competição entre homens e mulheres, que se dividem entre a Equipe Branca (Shirogumi), representada pelos homens e Equipe Vermelha (Akagumi), formada pelas mulheres. Os telespectadores votam pelo celular e até por meio da TV Digital para eleger a melhor equipe. Neste ano, a Equipe Branca foi vitoriosa, com mais de 170.000 votos no total, contra pouco mais de 135.000 da Equipe Vermelha. Um dos destaques do 58º Kouhaku foi a apresentação impecável do superastro Gackt, cantando seu sucesso RETURNER – Yami no Shuuen. Na Akagumi, o destaque foi a cantora Ayaka, cantando uma versão especial de Peace Loving People, apenas no piano. As garotas do Hello! Project também deram um show: os grupos Berryz Koubou e °C-ute, além de números individuais, ainda fizeram uma apresentação especial com o Morning Musume, principal grupo do Hello! Project. Outro grande momento da noite foi a belíssima homenagem feita à cantora Izumi Sakai, vocalista do ZARD, que faleceu em maio de 2007. No telão, aparecia a imagem de Izumi Homenagem à Izumi Sakai, vocalista do ZARD Festival de J-Music celebra o ano novo Texto: Leandro Cruz | Fotos: Divulgação cantando alguns dos sucessos do ZARD acompanhada dos seus companheiros de banda, que tocavam ao vivo no NHK Hall. Disputas à parte, todos os participantes fizeram bonito neste Kouhaku, que há quase 60 anos é grande sucesso de audiência da TV japonesa. Equipe Branca • Masafumi Akikawa • Hiroshi Itsuki • w-inds. • EXILE • Gackt • Saburou Kitajima • Takeshi Kitayama • Kobukuro • Kome Kome Club • Masashi Sada • Sukima Switch • Masato Sugimoto • SMAP • Akira Terao • TOKIO • Hideaki Tokanuga • Ichiro Toba • Toshihide Baba • Kiyoshi Hikawa • Ken Hirai • Akira Fuse • Porno Graffiti • Kiyoshi Maekawa • Noriyuki Makihara • Kenichi Mikawa • Shinichi Mori • WaT Equipe Vermelha Ayumi Hamasaki Gackt • Aiko • Amin • Ayaka • Angela Aki • Sayuri Ishikawa • AKB48 • Ai Otsuka • Miyuki Kawanaka • Kaori Kouzai • Koda Kumi • Natsuko Godai • Sachiko Kobayashi • Fuyumi Sakamoto • Yoshimi Tendou • DREAMS COME TRUE • Shoko Nakagawa • Mika Nakashima • Ataru Nakamura • Mitsuko Nakamura • Youko Nagayama • Ayumi Hamasaki • Hello Project! (Morning Musume, Berryz Koubou e ºC-ute ) • Hitoto Yo • Ayaka Hirahara • BoA • Kaori Mizumori • Michi • Leah Dizon • Akiko Wada Errata: Na edição #1 da Revista OK, a foto da cantora Hikaru Utada saiu erroneamente como sendo da cantora Ayumi Hamasaki. Itchiro Toba Hello! Project mulher 6 ORIENTE NAS PASSARELAS Mundo fashion garimpa tendências na terra das gueixas e mangás Q Texto: Wilson Azuma| Fotos: Divulgação ualquer pessoa que comprar um par de Havaianas pode dizer que tem o Japão nos pés. A famosa sandália é uma adaptação do zori, tradicional calçado nipônico em couro, junco ou vinil. Nas últimas décadas, o Oriente tem influenciado designers do Brasil e do mundo. Basta um passeio pela cidade para comprovar. Marcar a cintura com faixas obi, bordar sobre blusas e usar vestidos de gola reta estilo cachê-coeur são algumas dessas inspirações. Mas não são apenas os trajes tradicionais que fazem a cabeça da alta costura. O streetwear das extravagantes garotas do bairro Harajuku, em Tóquio, além de diversos elementos da cultura pop, são costumeiramente associados aos trabalhos dos maiores nomes das passarelas. Érika Ikezili Conhecida por usar e abusar das referências à sua origem étnica, a consagrada nikkei manteve a tendência para o look deste verão: muito colorido, cintura alta, alusões ao universo pop, bordados delicados e vestidos inspirados em kimonos. Destaque para a linha de acessórios Dona Geisha, da qual é proprietária junto com a estilista Taísa Hirsch. Em uma edição do São Paulo Fashion Week, surpreendeu o público com trajes inspirados nos origamis, a dobradura japonesa. mulher Ronaldo Fraga Criativo e ousado, o estilista passou um período na China, onde buscou referências para a coleção outono-inverno. No SPFW, Fraga causou frisson ao transformar a passarela em um refeitório de fábrica. As modelos desfilavam enquanto figurantes vestidos de funcionários ocupavam as laterais. Ele foi bastante elogiado pelas estampas fortes, proporções largas e alusões aos produtos de consumo baratos das roupas. Dudu Bertholine & Rita Comparato Os proprietários da grife Neon buscaram referências na cultura pop japonesa na última coleção. Mesclando moda urbana e de praia, a marca é famosa pelas estampas criativas. Na foto ao lado, o vestido inspirado nos quimonos ganha estampas que remetem aos pijamas das criancinhas nipônicas. Marcelo Sommer O emblemático proprietário da marca Do Estilista, embora não mostre tão claramente, é outro que garimpa idéias no Japão. Os cortes, a cintura alta, o obi e o uso de tecidos leves em seus vestidos fazem clara referência aos kimonos. Karina já vendeu 300 bijuterias de origami em três dias 7 encontros 8 Sumiê-mangá? A s meninas que perambulam por Harajuku, reduto da moda de rua em Tóquio, são famosas pelos cabelos coloridos, acessórios ousados e por adotarem os visuais mais malucos do planeta. “Ocidentalizadas!”, muitos diriam. Mas, observando de perto, não é bem assim. Ok, elas veneram as grifes européias, sentem de longe o cheiro do dinheiro e abusam do eigo-nihongo, inglês que só os japoneses entendem. Mas, note como são de diferentes tribos – patricinhas, alternativas, superbronzeadas, roqueiras, estudantes. Não costumam se misturar. Cada grupo tem líder e regras próprias. As novatas passam por várias etapas, e um bocado de humilhação, até serem aceitas definitivamente. Alguma semelhança com o bushidô, o código de honra samurai? No Japão do século XXI é assim: o moderno convive com mais de dois milênios de história, experiência que Mix de tradição e modernidade em presente para o Centenário Texto e Fotos: Wilson Azuma tem se mostrado bastante enriquecedora. Do bairro fashion, por exemplo, emergem as tendências que influenciam estilistas de todo o mundo – Alexandre Herchcovith tem uma loja ali perto, em Shibuya. Na primeira edição do ano, a Revista OK passou a dois artistas brasileiros a responsabilidade de transportar para o papel essa dicotomia tão tipicamente japonesa. Convocou Susan Hirata, uma das maiores pintoras de sumiê do País, e Fabrizio Yamai, desenhista e professor da escola de mangá paulistana Areae. A primeira, representante da arte milenar com alta influência zen; o segundo, criador dos desenhos símbolo da cultura pop, que fazem a cabeça de jovens – alguns, nem tanto – de todos os continentes. Missão: unir as duas artes numa única obra em alusão ao aniversário mais importante da história da comunidade nikkei. O encontro aconteceu em dezembro, dois dias após o Natal, no estúdio da porto-alegrense Susan, no bairro Higienópolis, São Paulo. Mãos à obra Artistas, quando se reúnem, mesmo que de escolas diferentes e sem jamais terem se visto, sempre têm algo em comum. Em cima da mesa de trabalho, o livro O espelho mágico, do gravurista holandês M. C. Escher, logo chamou a atenção de Fabrizio. Gelo quebrado, ele e Susan Pinceladas de Susan Hirata “invadem” o mangá Artistas mesclam tradicional e pop Susan e Fabrizio preparam o “sumiê-mangá” encontros Arte final da obra em homenagem ao centenário da imigração japonesa concentraram-se no projeto. O desenhista faria, em destaque, uma gueixa estilizada, com foco no rosto, já que a expressão é a marca registrada do mangá. Os olhos grandes dariam modernidade ao símbolo da mulher do Sol Nascente. Como o sumiê, técnica caracterizada pelo minimalismo, poderia enriquecer uma obra com traços detalhados de mangá? A pintora gaúcha optou por dar harmonia e leveza ao cenário. Para isso, faria de pano de fundo uma paisagem típica: o bambuzal, em dois planos. Como em todo encontro de técnicas e culturas diferentes, alguns tabus precisaram ser quebrados para a obra sair do esboço. O primeiro foi em relação ao papel. O sumiê exige uma variedade especial que absorve a tinta, mas é áspera e irregular para o lápis, ferramenta básica do mangá. Fabrizio teve de ceder. Outra dificuldade foi o espaço. Um dos fundamentos dessa moda- lidade da pintura tradicional é a liberdade de movimentos, que só pode ser expressa em uma folha totalmente em branco. No caso, as pinceladas de Susan estariam limitadas pelo contorno da gueixa. Ela, no entanto, encontrou uma solução criativa, e pintou as folhas de um dos bambus sobre o cabelo, o que, no final, trouxe um resultado ainda mais interessante, pois dá a impressão de que ela está caminhando. Encantada pelos traços de Fabrizio, Susan aprovou a experiência. “Fazer isso em apenas uma tarde é muito difícil, mas a arte é maravilhosa porque permite esse tipo de exercício de liberdade”, destacou. O desenhista, por sua vez, acredita ter voltado para as pranchetas com um arsenal muito mais rico. “Não estamos acostumamos a ter esse tipo de intercâmbio, que, como vimos, é muito produtivo. Participar dessa experiência foi bem legal”, concluiu. 9 10 automóvel Grandões da Toyota prometem surpresas para consumidores Linhas 2008 da Hilux e do Hilux SW4 ganham “turbinada” para atrair clientes Texto: Redação | Fotos: Divulgação D ois veículos “de peso” prometem melhorias para os consumidores interessados em modelos com potência, elegância e conforto. Tratam-se da picape Hilux e do utilitário esportivo SW4, dois campeões de vendas da Toyota no ano passado. Ambos já com as redefinições para a linha 2008, os destaques ficam por conta das mudanças definidas pela montadora para consolidar de vez a liderança em ambos os segmentos. Na picape, a linha 2008 chega ainda mais completa. O modelo, que lidera o mercado de picapes médias a diesel, com 37,5% de participação, está disponível em 10 versões, mesclando trações 4x2 e 4x4. No que diz respeito a especificações técnicas, a Hilux, nas versões com tração 4x4, agora vem com diferencial traseiro com deslizamento limitado (Limited Slip Diferencial LSD) – já disponível nos modelos 4x2 –, que otimiza a performance em superfícies com baixa aderência, distribuindo o torque de maneira uniforme e evitando que as rodas patinem. O novo diferencial traseiro tem como função principal incrementar a performance off-road. Na parte de segurança, a Hilux 2008 agrega novos itens de série que privilegiam o conforto dos passageiros. Todas as versões trazem novo filtro para o ar-condicionado, que impede a entrada de poeira ou algum tipo de mau cheiro na cabine. As versões cabine dupla com tração 4x4, nas opções de acabamento SR e SRV, ganharam ainda dispositivo one touch para levantamento automático do vidro do motorista. E a top de linha SRV recebeu sistema de iluminação interna automático de cortesia, com temporizador, que é acionado ao abrir as portas ou no clique do alarme. Hilux SW4 O utilitário esportivo Hilux SW4, segundo veículo da família IMV (Innovative Multi-purpose Vehicle) produzido no Mercosul, também passou por uma reformulação. Para a linha 2008 há novo filtro para o ar-condicionado, sistema de iluminação interna automático com temporizador e dispositivo one touch para levantamento do vidro do motorista. O SW4, que conta com um sistema de tração 4x4 com funcionamento permanente, já dispunha de diferencial traseiro com deslizamento limitado (LSD). Motorização, tipos de transmis- são, lista de itens de série e configuração de suspensão também são as mesmas disponíveis na Hilux SRV. O consumidor tem como opcional escolher o SW4 equipado com bancos de tecido ou couro. automobilismo 11 TEMPORADA 2008 O que vai acontecer? D epois de uma temporada extremamente disputada tanto dentro como fora das pistas, com 17 provas, tivemos duas surpresas. Uma foi a derrota parcial da McLaren nos tribunais da FIA (Federação Internacional do Automobilismo) perdendo todos os seus pontos no campeonato de construtores de 2007, e nas pistas perdeu o campeonato mesmo tendo dois pilotos com enormes chances de ganhar o título. Porém, devido ao mau entendimento entre os pilotos Lewis Hamilton e Fernando Alonso, quem levou a melhor foi o azarão Kimi Raikkonen que ganhou o caneco por um ponto de diferença sobre os pilotos da McLaren. Dentro das pistas houve muita disputa, grandes corridas e um acidente incrível envolvendo o polonês Robert Kubica no GP do Canadá. Até mesmo a Spyker (antiga Minardi) liderou uma das provas. Dentre os brasileiros somente Felipe Massa obteve um desempenho excelente, tendo a chance de quase disputar o titulo do campeonato, perdendo nos últimos GPs da temporada devido a uma série de acontecimentos. Já Rubens Barrichello não pôde fazer nada devido ao fraco desempenho de sua equipe Honda. O japonês Takuma Sato foi novamente o melhor asiático na temporada marcando 4 pontos pela Super Aguri, e Sakon Yamamoto chegou a liderar uma prova em sua estréia, porém a equipe Spyker era a mais fraca da temporada e não Raikkonen: um ponto faz muita diferença Texto: Fernando Ávila | Fotos: Divulgação Texto: ZZZZZZZZ | Fotos: DIVULGAÇÃO Robert Kubica: momento de perigo no GP do Canadá Ferrari e McLaren: disputa acirrada obteve sucesso no decorrer do ano. Mas o último GP de 2007 teve a estréia de uma das esperanças do país para o próximo campeonato: o filho do lendário Satoro Nakajima, Kazuki Nakajima que fez uma belíssima temporada na GP2 Series (categoria pré-Formula 1). Mas teremos várias surpresas como um GP noturno e a estréia de uma equipe inédita. Sem dúvida, há fortes candidatos, como: Fernando Alonso voltando para a Renault; Lewis Hamilton, que deixou de ser estreante e terá AS EQUIPES JAPONESAS PARA 2008 HONDA TOYOTA SUPER AGURI Depois de uma das piores temporadas de sua vida, a equipe mais tradicional do país do sol nascente vem com a expectativa de que 2008 seja uma temporada de resultados iguais aos de 2006, onde marcou 86 pontos na categoria, sendo o melhor resultado desde sua criação em 1964. Os pilotos Jenson Button e Rubens Barrichello se mantiveram na equipe para 2008. Após varias discussões internas, o chefe da equipe japonesa, Tadashi Yamashina, estipulou que a equipe terá até 2010 para conseguir a sua primeira vitoria na categoria, senão a equipe se retirará da categoria se tal resultado não aparecer. Para 2008 a equipe dispensou Ralf Schumacher e contratou o atual campeão da GP2 Series, o alemão Timo Glock, e manteve como o primeiro piloto o italiano Jarno Trulli. A equipe fundada pelo o antigo piloto Aguri Suzuki e sendo uma espécie de equipe B da Honda, o time vem para a temporada 2008 sem definir os seus pilotos oficiais. Como em 2007 conseguiu marcar seus primeiros pontos com o piloto Japonês Takuma Sato e andou na frente da equipe A por várias vezes na temporada, tem grandes esperanças para 2008. mais experiência nas pistas – e maturidade que faltou em 2007 para levar o título –, e a Ferrari, que vem com o atual campeão Kimi Raikkonen e o brasileiro Felipe Massa. Teremos que esperar o mês de março chegar para conferir esta temporada que promete ser menos problemática nos tribunais e mais excitante nas pistas, tendo uma briga acirrada pelo título de pilotos da categoria. Que o dia 16 de março chegue logo para acelerar os corações dos fãs de velocidade. CURIOSIDADES DO JAPÃO NA F1 • Na Fórmula 1 já correram vários pilotos japoneses, resultando em um total de 19 pilotos, que disputaram a maior competição do automobilismo. • Takuma Sato foi o único piloto japonês até agora a conquistar um pódio fora do país, no GP do Estados Unidos (2004), e também maior parte da sua pontuação (40 de um total de 44). É o piloto japonês com mais pontos na F1, ultrapassando o ídolo japonês Satoru Nakajima. • O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela primeira vez em 1976, e desde então faz parte do campeonato da Fórmula 1. O primeiro vencedor foi o norte americano Mario Andretti correndo com uma Lotus-Ford. O GP teve uma vez um patriota Aguri Suzuki que em 1990 chegou em terceiro lugar com uma Lola – Lamborghini. 12 cosplay O BANG-BANG CULTURAL Documentário de cosplay nos cinemas brasileiros Texto: David Denis Lobão e Felipe Marcos – editores do Portal OhaYO! Fotos: Arquivo Pessoal / Marcelo Fernandes P ela primeira vez no Brasil está sendo produzido um documentário profissional sobre o universo dos cosplayers (fãs que se fantasiam como seus personagens favoritos). Conheça os bastidores do longa-metragem “DAAN-DAAN! Cultura Pop Japonesa no Brasil” (titulo provisório). O nome “DAAN-DAAN!” pode causar certa “estranheza” com o público, pouco acostumado à expressão. Na verdade é uma onomatopéia japonesa que significa “Bang-Bang”. Com o nome devidamente apresentado vamos falar do conteúdo do filme. O documentário é uma produção da Oficina Produções Cinematográficas, que deverá ser exibido pela TV Cultura e em festivais de cinema. O objetivo da produção é investigar de forma séria o intercâmbio entre a cultura jovem japonesa e a brasileira. O filme começou a ser gravado em julho do ano passado no evento Anime Friends (em São Paulo) e concluiu suas gravações no final de 2007 no Rio de Janeiro, onde filmaram os cosplayers Marcelo “Vingaard” Fernandes e Thaís “Yuki” Jussim. Produzindo no Brasil Produzir um documentário no Brasil não é uma tarefa fácil. “DAAN-DAAN! Cultura Pop Japonesa no Brasil” foi viabilizado com um prêmio entregue pela TV Cultura, em parceria com o SESC e a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, por meio do edital Programa Janela Brasil. A produção é dirigida por Laura Faerman, que trabalha há sete anos como diretora e editora de cinema e vídeo. Laura explica para a Re- cosplay vista OK que realizar um longa como este no Brasil é complicado. “Ainda são raras políticas como a implantada pela TV Cultura para o setor de documentários, que dá espaço para a pluralidade temática e de linguagem. O DOC TV, que premia projetos de documentários em todo o país, é um exemplo muito bem sucedido neste sentido, abrindo espaço para novos realizadores e olhares sobre o Brasil”, conta a diretora. Acompanhando Laura nesta “aventura pelo mundo dos animês”, estão o produtor Luis Ludmer e a roteirista Thaís Teixeira. Ludmer destaca que é complicado transformar uma idéia como esta em um longametragem, mas lembra que a visão de Laura sobre o assunto foi vital para o projeto “Há o mérito da diretora, Laura Faerman, em ter captado no ar essa tendência da Cultura Pop Japonesa no Brasil. E também o mérito do júri do Edital Janela Brasil da TV Cultura de acreditar nessa idéia e torná-la possível”. Thaís completa que realizar um documentário no Brasil também fica complicado pela pluralidade cultural do nosso povo e a dimensão geográfica do país. “Produzir um documentário requer fazer um recorte do tema a ser abordado. Acho que sempre, mas talvez em particular no Brasil devido às suas dimensões e múltiplas influências, temos um número enorme de variáveis a considerar quando tentamos documentar algum fenômeno que se expresse em nível nacional”, explica Thaís. A cosplayer Thaís Jussim Filmagens com Marcelo e Thaís Casal de cosplayers cariocas, Marcelo Fernandes e Thaís Jussim, sempre participam juntos dos principais concursos do país. Em 2006, Thaís venceu o Circuito Cosplay, Mar- A cidade maravilhosa também é o cenário de DAAN-DAAN! Cultura Pop Japonesa no Brasil 13 celo foi o vice. Em 2007 ambos foram para a final do Yamato Cosplay Cup (YCC), Thaís ficou em terceiro lugar. Marcelo em quarto. A união se refletiu também na gravação do documentário. O casal participou da gravação no Anime Friends (São Paulo – Julho de 2007) e no Jardim Botânico e na Baía de Guanabara (Rio de Janeiro – Novembro de 2007). “Foi algo diferente e bastante interessante. Vivenciar este universo de atuação em cinema, com pessoas dizendo ‘corta’ e ‘ação’ foi algo que eu jamais pensei que pudesse fazer. Espero que esta iniciativa de levar cosplayers para um tipo diferente de mídia dê certo e consiga o resultado esperado pela produção. Agradeço muito a eles pelo convite”, fala empolgado o carioca Marcelo Fernandes, mais conhecido pelo ‘nick’ (apelido) de “Vingaard”. Após tantas matérias que tratavam com um certo preconceito o universo dos cosplayers e estereotipavam o comportamento dos fãs de animê e mangá, surgiu como um alivio para os participantes a seriedade do documentário e do trabalho da equipe de Laura. “Eu achei o máximo essa iniciativa de fazer o documentário. Pelo que pude ver, está sendo muito bem produzido. Eu participei de algumas gravações e foi uma experiência ótima. Eu tive até uma dublê pra marcar algumas cenas minhas enquanto eu me preparava pros concursos de cosplay do Anime Friends. Deu pra perceber que é uma produção séria e que está tendo todo o respeito e cuidado que o nosso hobbie merece. Estou ansiosa para ver o produto final disso tudo”, diz a cosplayer e cenógrafa Thaís Jussim, conhecida como “Yuki”. 14 pré-carnaval Bloco carnavalesco com nikkeis é atração do Pholia 2008 Promovido para homenagear o Centenário da Imigração, bloco Wa no Samba reunirá mais de 300 pessoas em SP J untar centenas de nikkeis para uma festa pode parecer moleza. Ainda mais se for algum matsuri ou evento que a comunidade está cansada de ver, ouvir e freqüentar. Mas, e se o evento em questão é uma folia carnavalesca? Será possível reunir os descendentes para uma celebração mais que conhecida entre os não-nikkeis? Para saber a resposta, lideranças resolveram se unir para promover o bloco Wa no Samba, que desfilará no “Pholia no Memorial 2008”. E, para dar uma pista se o bloco será sucesso ou não, todos os participantes deste ano praticamente elegeram que o destaque será mesmo o Salve Simpatia/Wa no Samba, que entra na avenida a partir das 19 horas. Segundo o coordenador do bloco – e amante assumido do bom e velho Carnaval –, Akio Ogawa, a idéia surgiu após se constatar que em quase 100 anos de imigração japonesa, a “aura carnavalesca” entre os nikkeis estava praticamente desaparecida. “Assistimos às apresentações no ano passado e pensamos que poderíamos fazer algo relacionado com os nikkeis em 2008. Coincidentemente, é o ano que comemoramos o Centenário. Nada mais justo do que homenagear toda essa saga com alegria e descontração”, explica ele. A expectativa é de que muitos jovens compare- Texto: Redação | Fotos: Divulgação çam, até mesmo para resgatar e relembrar o que muitos dos pais e até mesmo avós faziam há algumas décadas. Para tanto, a organização espera por foliões de São Paulo e também de outras cidades, caso de Maringá, no Paraná. “A força dos jovens nikkeis é muito grande. Tenho certeza que os nikkeis, tanto os que gostam, quanto os que não são tão assíduos em bailes de Carnaval, terão curiosidade de saber o que é o desfile”, diz o também coordenador do bloco, Cláudio Kurita. “Vejo como uma forma de unir ainda mais as pessoas, além de mostrar toda a integração entre Brasil e Japão. Tanto que nosso lema é: não há o proibido”, acrescenta Ogawa. Aos interessados em participar da festa, o abadá para desfilar pode ser adquirido no dia (26 de janeiro). Vale lembrar que a entrada no evento é gratuita e, além do bloco Salve Simpatia/ Wa no Samba, outros 11 blocos se apresentarão tanto no dia 26 quanto no dia 27 de janeiro. O Memorial da América Latina fica na av. Auro Soares de Moura, s/nº, Barra Funda. Mais informações no site www.pholia.com.br multimídia RAINHAS DO SUBSOLO The 5.6.7.8’s: as mulheres más do underground Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação A personagem de Uma Thurman no filme Kill Bill Vol. 1, entra escondida em um clube noturno nada amigável de Tóquio. Enquanto atravessa os ambientes com cuidado para não ser flagrada, aos fundos uma banda de mulheres toca o boogie-woogie Woo hoo para uma platéia mal encarada, porém, totalmente envolvida pelo som frenético da guitarra Teisco, antiga marca barata e de design bizarro, hoje, cultuada por colecionadores. Quem está no palco é o The 5.6.7.8´s, um dos grupos mais aclamados da música underground japonesa e mundialmente famoso após a participação na película do diretor Quentin Tarantino. Embora vestidas com figurinos inspirados na sexy symbol dos anos 60 Jayne Mansfield, as roqueiras têm pouco em comum com a estrela dos seios fartos. Os bons modos e a sensuali- As bad girls com roupas de Jayne Mansfield dade dão lugar a explosões de guitarra e aos gritos roucos e trejeitos excêntricos da vocalista Ronnie, que, junto com a irmã Sachiko (bateria), Rico e Yoshie (as duas últimas, já fora), fundou o The 5.6.7.8´s, em 1986. “Cresci ouvindo punk dos anos 70. Logo que conheci The Sex Pistols (do lendário Sid Vicious), sabia que queria estar em uma banda de rock”, lembraria, mais tarde, a líder Ronnie, que tem tatuado no braço a frase teenage queen delinquent, algo como “rainha delinqüente juvenil”. A banda, que, nos tempos de vacas magras, chegou a tocar com o White Stripes para “umas 10 pessoas”, mescla canções em japonês e em péssimo inglês de Ronnie. Com mais de 20 anos de estrada, o grupo colecionou admiradores e críticas entusiasmadas em todos os continentes. A formação atual tem, além de Ronnie e Sachiko, a baixista Yoshiko. Vez ou outra, as integrantes trocam os clubes sujos da capital nipônica por palcos da Europa, EUA, Austrália e China. O The 5.6.7.8´s pode não agradar aos fãs do bonachão Itsuki Hiroshi ou do pop bem comportado de Namie Amuro, mas é um verdadeiro achado para quem busca o legítimo rock´n roll, feito para se expressar, se rebelar e não deixar o corpo parado. Em 2007, Ronnie reduziu a quantidade de apresentações para ser a mais nova mamãe roqueira. Em breve, deve retomar, com gás total, o cetro do reino do subsolo japonês. Bate-papo com Pamela Valente Diretora de Rock’n Tokyo revela o mundo alternativo da capital japonesa G ravado em 2006 e lançado no final do ano, o documentário Rock’n Tokyo é, provavelmente, o material audiovisual em português mais completo sobre a música alternativa japonesa. A diretora, Pamela Valente, passou dois anos no Japão, onde ficou amiga das integrantes do The 5.6.7.8´s. De Paris, onde vive, ela concedeu a seguinte entrevista para a Revista OK, na qual fala sobre a banda e o underground de uma das capitais mais prolíferas do mundo. Como você chegou até o The 5.6.7.8´s? Eu estava morando em Tóquio, procurando shows de rock. No começo, quando você não conhece, é difícil encontrar os clubes. Um amigo, cineasta japonês, que nem gosta tanto de rock, mas sabia de meu interesse, leu no jornal que o grupo que aparecia no filme Kill Bill ia tocar. Fomos. Ele até gostou das meninas, mas ficou meio chocado com os outros grupos. Fiz amigos, fui conhecendo cada vez mais gente. Quando decidi fazer o documentário, sabia quais bandas queria filmar, e uma delas era a The 5.6.7.8´s. Então, simplesmente, fui falar com a Ronnie depois de um show. O que mais chamou sua atenção nas andanças pelo underground de Tóquio? O que me impressionou, e impressiona até hoje, é como essas pessoas são sinceras e intensas. O Japão é uma sociedade muito codificada, estruturada, na qual cada um tem de se encaixar num papel pré-definido muito claro. E, quem vive no underground fica mesmo à margem. Veste-se, fala e anda de forma muito diferente, nunca passa desapercebido e poucas vezes é aceito. Você sente no olhar dos japoneses “normais” medo ou desprezo pelos outros. 15 entrevista 16 YUTAKA TOYOTA Japonês de origem e brasileiro por opção, Toyota é um dos maiores nomes da escultura contemporânea Texto e Foto: Wilson Azuma Toyota conviveu com os mestres Fontana, Le Parc e Tomasello E quilíbrio e simplicidade são característi cas bem orientais. Um dos maiores es cultores brasileiros da atualidade, Yutaka Toyota, japonês de origem, não renega os clichês da terra natal, mas vai além. O Japão da segunda metade da década de 50 respira industrialização. Recém-saído da faculdade de belas artes em Tóquio, o jovem Toyota se dedica à pintura de paisagens e retratos. Contratado pelo Instituto de Pesquisa Industrial de Shizuoka, durante três anos, orienta empresas sobre novos materiais, design e tintas. Faz, inclusive, parte da equipe que idealiza o guidão entortado rabbit (coelho, em inglês), marca registrada das motos Suzuki. O serviço corporativo o afasta da arte, mas, por outro, oferece um campo aberto para trabalhar com os mais variados materiais, o que se mostraria bastante útil em futuras esculturas. Em 1957, as perspectivas de Toyota mudam radicalmente. Contratado por uma corporação moveleira, recebe a missão de estudar o mercado brasileiro. Passa um ano viajando por várias cidades. No interior paulista, encanta-se com os contrastes entre os canaviais e as cores fortes do céu. A esta altura, seus quadros, influenciados pelo horizonte tupiniquim, pendem para o abstrato. Cumprido o serviço, volta ao arquipélago com a idéia fixa de ficar raízes no Brasil e realizar o sonho de viver para a arte. Atualmente, Toyota tem mais de 40 monumentos no Japão, 20 no Brasil, sem contar nos outros países. Em 2008 é comemorado o qüinquagésimo aniversário da chegada ao Brasil desse talentoso artista plástico, cujo trabalho se caracteriza por levar equilíbrio a diferentes elementos. As raízes do Sol Nascente, portanto, estão no espírito de suas obras. Mas, como ele mesmo diz: “além do simples, busco os contrastes”, herança de uma vida nos trópicos. O senhor se formou em Belas Artes em Tóquio e, depois, realizou estudos industriais. Como foi esse período? Mas ainda não foi sua mudança definitiva. Após três anos no Instituto, o senhor veio pela primeira vez ao Brasil. Como foi no Velho Continente? Pesquisei muito material novo que começou a surgir no pós-guerra, como plástico e acrílico. Até hoje, essas pesquisas são muito úteis. Naquela época, as indústrias não tinham laboratórios de design, materiais e pintura. Eu orientava várias fábricas. Na região, o forte eram as de automóveis, móveis e bicicletas. Ajudamos a criar muitas coisas. Empresas como Honda, Toyota e Suzuki sempre vinham até nós. Havia uma fábrica que estava produzindo base de madeira para máquinas de costura. A empresa sabia que tinha muita matéria-prima no Brasil, e queria migrar. Como eu já estava trabalhando com essa fábrica, o presidente do Instituto me indicou para que eu pesquisar durante um ano as condições do País. Eu tinha um tio que já morava aqui e era também uma oportunidade de conhecer meus primos. Tinha muita curiosidade e concordei. Isso foi em 1957. Depois de um ano o senhor retornou. Exato. Quando voltei, apresentei a pesquisa, dizendo que o Brasil era um país muito promissor, de muito futuro. Gostei tanto, que decidi migrar. Quando falei isso, o presidente tomou um susto. Vim para cá de vez em 58. O que fez o senhor tomar essa decisão? Viajei bastante pelo interior. Gostei muito do ar, da grandeza. No Japão, para todos os lados que você olha tem montanha. Aqui, não. A imensidão das plantações de cana e soja faz um contraste muito bonito com o céu. Lá, eu pintava paisagens, retratos e flores. Quando cheguei aqui tudo mudou. Comecei a trabalhar com o abstrato e passei a viver da arte, que era o meu grande sonho. Outra coisa que observei foi o nível das escolas de Belas Artes, muito baixo. Queria orientar. Logo que cheguei, conheci pessoas da área de arquitetura da USP e do Mackenzie. Abri uma escola de arte na travessa da avenida Rebouças. Não imaginava que fosse ter tantos alunos. Cheguei a ter noventa, com três assistentes. Isso. Depois de um ano, deixei a escola com os assistentes e viajei para a Argentina. Lá, o nível de arte era muito alto, principalmente arte cinética. Eu gostava muito de mecânica e queria estudar fora para dar aulas avançadas no Brasil. Conheci muitos artistas, como o Julio Le Parc e o Luis Tomasello. Mas eu queria encontrar o Lucio Fontana (outro ícone da arte moderna, também argentino). Soube que ele estava na Itália. E, depois de um ano e meio em Buenos Aires, fui para lá. Encontrei o Fontana em Milão. Fui muito influenciado pela arte, da idéia do espacial, de que a pintura não é chapada como a parede. É preciso furar porque o espaço não tem limites. Ele dizia que o mundo tem os lados positivo e negativo, como o imã. Não era mais como na Renascença. O som também mudou, assim como as cores, o ultra-violeta. Juntos, fizemos várias pesquisas e exposições. Praticamente todas as suas esculturas são caracterizadas pelo equilíbrio, que tem muita relação com a arte cinética, mas também com a cultura japonesa. Sim, é verdade. Dou espírito oriental às minhas obras. Pode ver, sempre tem os lados positivo e negativo, grande e pequeno, homem e mulher. Tem de ter harmonia e paz. Este é o ano do centenário da imigração japonesa e, também, o aniversário de 50 anos de sua carreira no Brasil. Quais são os projetos? Estou fazendo doze monumentos para o centenário. Atualmente, tenho 42 monumentos espalhados pelo Japão e mais de 20 no Brasil. O Mube vai promover uma exposição individual, na qual farei uma retrospectiva da carreira. É muito importante, será algo bem completo. Já estou com 76 anos. Depois, a saúde não agüenta mais (sorri). No Japão, vou participar de uma exposição itinerante em homenagem ao centenário, que vai passar por Kobe, Masuyama, Yokohama e Kumamoto. Duas cidades ainda estão para confirmar. OKids Método japonês ensina matemática de forma lúdica Kumon contraria a lógica brasileira de resultados pífios na matéria S eja por culpa das instituições, dos professores ou mesmo de pais e alunos, o jovem sai da escola praticamente analfabeto em matemática no Brasil. Trocando em miúdos: números, fórmulas e raciocínio lógico são bichos de sete cabeças das carteiras escolares. Isso é fato. Para reverter o cenário desastroso, a alternativa é buscar a paixão pelas exatas fora do colégio. Nesse campo, o método japonês Kumon, que chegou ao País em 1977, tem sido um dos poucos alentos. No último ano, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou os resultados das provas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Os estudantes brasileiros tiveram resultados desastrosos, sobretudo em matemática - 53º lugar numa lista de 57 países. Em uma escala de 0 a 6, 75% dos jovens tirou nota um ou menos, fazendo companhia a colegas de Quirguistão, Qatar e Tunísia no pelotão de trás. Com mais de 100 mil alunos no Brasil (são 4 milhões em todo o mundo), o Kumon tem se mostrado uma ferramenta importante para quem deseja se desenvolver em matemática. O maior segredo desse método criado pelo professor Toru Kumon, em 1958, é o estímulo ao autodidatismo. “Nós vamos desafiando a criança à medida que ela avança. O material didático é auto-instrutivo, o que ajuda a desenvolver autonomia para os estudos. Isso se reflete Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação Carlos Henrique Zigiotti não só na matemática, como também em outras disciplinas. O aluno aprende a gostar de pesquisar, correr atrás e não esperar as aulas expositivas”, destaca o gerente de desenvolvimento de material didático, Carlos Henrique Zigiotti. Em idade pré-escolar, os jovens são iniciados na matemática com jogos lúdicos. Aos poucos, são apresentados às operações básicas, com exercícios de repetição e deveres de casa. A dificuldade aumenta gradativamente até que estejam craques na matéria. O curioso é que não há limite de idade para entrar no curso. O Instituto realizou um estudo baseado no desenvolvimento do cérebro. Mostra que as crianças mais novas têm o desenvolvimento das conexões neuronais maior em relação a quem é iniciado no método mais tarde. Residente no Brasil, a japonesa Ai Hashimoto colocou a filha Nagisa, de cinco anos, há cinco meses em uma unidade da capital paulista. Para ela, os avanços são visíveis. “O interessante é ver que sempre há evolução”, destaca Ai. A mensalidade do Kumon gira em torno de R$ 100 nos grandes centros - um pouco menos nas cidades menores. Em todo o Brasil, a empresa possui 1700 unidades, totalizando mais de 100 mil alunos. Os bons resultados com a matemática levaram o Instituto a oferecer também cursos de japonês, inglês e português. 17 18 gastronomia Japonês para todos os gostos Tradicionais, exóticos, regionais ou adaptados ao gosto brasileiro, restaurantes japoneses vão além do sushi e sashimi Texto: Wilson Azuma | Fotos: Divulgação M uitas pessoas torcem o nariz para o restaurante japonês. “Não gosto de peixe cru”, costumam justificar. Pouca gente sabe, mas o famoso sashimi, embora freqüentemente consumido, não faz parte das refeições cotidianas do nipônico médio. Alimentos como repolho, batata-doce, molho curry, tsukemono (conserva), missoshiru (sopa de pasta de soja), tofu (queijo de soja), frutos do mar e peixes grelhados, sem falar do arroz, são bem mais presentes no cardápio. A variedade de iguarias, diferentes em cada província, é impressionante. No Brasil, porém, ainda hoje perdura a idéia de que a gastronomia da terra dos samurais é restrita a dupla sushi-sashimi. Com cerca de 600 estabelecimentos do gênero, segundo levantamento do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, a cidade de São Paulo está aí para provar que essa tese está ultrapassada. A gastronomia japonesa chegou com os imigrantes, a partir de 1908. No início, os novos moradores tiveram grande dificuldade com o excesso de gordura do pesado cardápio brasileiro, sobretudo nas lavouras. Como importar era muito caro, passaram a cultivar por conta própria legumes e verduras como nabo, gobo e broto de bambu. A pasta de soja para o missoshiru, a sopa típica, passou a ser feita artesanalmente. Aos poucos, surgiram os vendedores ambulantes de produtos para a colônia. Como faltavam ingredientes, adaptaram com iguarias brasileiras. O inhame, por exemplo, passou a ser bastante utilizado nos nishime, os cozidos. Os restaurantes típicos começaram a aparecer em maior escala somente a partir dos anos 60, quando milhares de nikkeis decidiram se fixar na capital. O boom, no entanto, aconteceu no final do último século, principalmente pelo grande apelo à culinária saudável, característica símbolo da comida japonesa. Nessa época, os chefs perceberam também que era necessário adaptar os sabores ao gosto do brasileiro para disseminar ainda mais a cultura. Foi quando importaram dos EUA o sushi Califórnia, que, lá, era feito com abacate, mas aqui ganhou mais adeptos com a manga. Desde então, muitos estabelecimentos têm inovado com criações bastante inusitadas. É a chamada culinária contemporânea, ou fusion, categoria da qual a capital paulista pode se orgulhar gastronomia de ter inúmeros representantes. São opções para todos os gostos e bolsos. Nos fast food, self service e rodízios, o cliente encontra variedade e agilidade. Há ainda as casas de teishoku, o PF (Prato Feito) japonês. Para quem exige tradição, a cidade conta com restaurantes que existem há quase meio século. Chamam atenção também as casas especializadas, como as dedicadas exclusivamente a temaki, udon, curry e sukiyaki. Para quem não dispensa a comida regional, há lugares onde são servidos pratos de Okinawa, Akita e Hamamatsu. Sem contar as iguarias exóticas, como mini-polvo, água viva, barbatana de tubarão e caranguejo gigante, para os amantes de novas experiências. “Ao longo dos anos, o ocidental passou a freqüentar mais e a culinária também mudou. Em São Paulo você encontra de tudo, desde casas mais tradicionais até chefs que fazem receitas para atender ao público brasileiro. O interessante é que virou um caso único, pois muitos japoneses vêm aqui e ficam espantados com a variedade”, destaca o sushiman Alan Kumamoto, do Hanadoki. A origem do sushi Bem antes do nascimento de Cristo, no Japão, a cabeça e as vísceras do peixe eram retiradas e, o filé, salgado e conservado em camadas de arroz cozido. Mais tarde, por volta do século XVI, os japoneses aprenderam a consumir o arroz antes que o mesmo fermentasse, o que deu origem ao namanarizushi, bisavô dos sushis atuais. Na Era Edo, nos dois séculos seguintes, o sal foi substituído por vinagre e, mais adiante, ganhou a companhia do shoyu (molho de soja) para dar o sabor característico pelo qual hoje é conhecido. O famoso niguirizushi surgiu nessa época, com a popularização das chamadas yatais, barracas ambulantes de alimentação rápida. Espalhados pelo mundo, os sushi ganharam variações bastante exóticas. No Brasil é possível encontrar opções com caranguejo, camarão e queijo, berinjela e até tomate seco. A Revista Mundo OK dividiu os restaurantes em sete categorias e selecionou algumas boas opções para você. Confira as sugestões nas próximas páginas e bom apetite! 19 20 gastronomia Roteiro Gastronômico > Roteiro Gastronômico > Roteiro Vamos ao japonês? Rodízios, festivais, fast food e self service Levar família, namorada, amigos e colegas de trabalho ao restaurante japonês já não dói tanto no bolso. Não é exagero dizer que em praticamente todas as praças de alimentação dos shoppings há opções fast food do gênero. A rede Gendai é o maior exemplo de sucesso. Além das 11 unidades em São Paulo, a marca atua em Campinas, Guarulhos, Osasco e Belo Horizonte. A popularização da gastronomia, porém, se deu em maior volume a partir do final dos anos 90, quando os restaurantes passaram a oferecer os rodízios e festivais. Foi então que termos como sushi, sashimi, tempura e gyoza começaram a fazer parte do cotidiano da classe média. Essas modalidades são oferecidas em vários preços. São os carros-chefe da maioria dos estabelecimentos paulistanos. Para quem prefere comer de tudo um pouco e experimentar o maior número de iguarias, a melhor pedida é o estilo self-service. O tradicional Nandemoyá, na Liberdade, é insuperável. Nos almoços de sábado a fila chega à calçada. Mas ninguém se arrepende. -------------------------------------------------------------Asashi (rodízio) R. Fernão Dias, 599, Pinheiros |11 3031-2332 Hitô (rodízio) R. Tabapuã, 846, Itaim Bibi |11 3079-4470 Koban (rodízio) Al. dos Arapanés, 397, Moema |11 5051-7404 Nandemoyá (self-service) R. Américo de Campos, 9, Liberdade |11 3208-8604 Yamaai (rodízio) R. Júlio Diniz, 158, Vila Olímpia |11 3845-2263 _______________________________________ Cada prato, uma história Tradicional Muitas casas se recusam a promover rodízios ou festivais. O argumento principal é de que a culinária japonesa exige atenção especial para cada prato. Outra diz que produtos devem ser manipulados na hora. Os chefs mais renomados comandam as cozinhas das melhores casas da cidade, como Shintori, Jun Sakamoto e Gomah. Alguns dos estabelecimentos mais antigos se enquadram nessa categoria, como Hinodê, que funciona há 40 anos na Liberdade. O bairro oriental, aliás, abriga outros bons exemplos, como o Shimpachi (36 anos) e o Sendai (30 anos). O menu é a la carte, geralmente, com opções de combinados, teishoku (pratos executivos) e degustações. Nesses locais, o cliente costuma encontrar ambientes de decoração típica, com quadros de sumiê, shodô e gravuras antigas, um pequeno jardim japonês e música ambiente. Alguns oferecem salas privativas de tatami. As cartas de saquê e shochu (aguardente japonesa) geralmente são bem selecionadas. -------------------------------------------------------------Gomah R. Sumidouro, 187, Pinheiros |11 3819-7906 saram a usar manga, o que atraiu de vez o gosto dos até então reticentes brasileiros. A partir daí, os experimentos deram origem a pratos inovadores. Nessa área, criatividade é o que manda. Na recém-inaugurada Original Shundi, por exemplo, um dos itens mais apreciados é o tempura de salmão com caviar e molho de morango – os tradicionalistas ficam arrepiados. Em outro novo estabelecimento, o Ran, o cliente encontra forte influência londrina e chilena. A especialidade é o peito de pato ao molho tare com risoto de cogumelo. Já, no badalado Shimo, a atração é a gastronomia nipo-peruana. Os ambientes costumam ter decoração caprichada. -------------------------------------------------------------Asia 70 Av. Nova Independência, 865, Brooklin |11 5506-4903 East Alameda Jaú, 1303, Jardins |11 3081-1160 Original Shundi R. Dr. Mário Ferraz, 490, Itaim Bibi |11 3079-0736 Hinodê R. Tomás Gonzaga, 62, Liberdade |11 3208-6633 Ran R. Manuel Guedes, 436, Itaim Bibi |11 3071-3020 Jun Sakamoto R. Lisboa, 55, Jardim América |11 3088-6019 Shimo R. Jerônimo da Veiga, 74, Jardim Europa |11 3167-2222 _______________________________________ Shimpachi R. São Joaquim, 482, Liberdade |11 3207-3994 Variações de um tema Shintori Al. Campinas, 600, Jardim Paulista |11 3283-2455 ______________________________________ Os paulistanos conhecem tão bem a comida japonesa que já formaram mercado para restaurantes especia-lizados em um tipo de refeição. Há casas exclusivas de temaki, katsu (frituras), tempura, yakitori, udon, sukiyaki, sushi e sashimi e por aí vai. Na agitada avenida Galvão Bueno, por exemplo, fica o Aska. Quem entra no estabelecimento tem a impressão de estar numa legítima casa de lamen nipônica. Os temaki também estão na crista da onda. Localizado no Itaim Bibi, o restaurante Ícone Temakeria é referência do gênero. Cones especiais, como o Samurai, vêm com salmão, cream Gastronomia contemporânea Fusion A culinária fusion nipo-brasileira começou com a chegada dos imigrantes, que tiveram de adaptar a cultura gastronômica aos produtos existentes na nova pátria. Em meados dos anos 80, os chefs importaram o sushi Califórnia. Mas, em vez do abacate, como faziam os norte-americanos, pas- Especialidades gastronomia Gastronômico > Roteiro Gastronômico cheese, suco de laranja e pepino. Oferece também combinações menos exóticas, com ingredientes básicos como kani, gengibre ralado e omelete. -------------------------------------------------------------Aska R. Galvão Bueno, 466, Liberdade |11 3277-9682 Curry House Av. Paulista, 854, loja 9 – Top Center, Bela Vista | Tel.: 11 3145-1745 Ícone Temakeria R. Leopoldo Couto de Magalhães Jr., 633, Itaim Bibi |11 3167-1166 Katsuzen R. Barão de Iguape, 55, Liberdade |11 3209-1286 pazes de fazer, principalmente, com os seres vivos do mar. Ostras, mexilhões, mini-polvos, moluscos, lulas do Pacífico, barbatanas de tubarão, tudo é ingrediente para receitas, na maioria dos casos, apreciadas em estado natural. O Hanadoki é um dos mais ousados nesse sentido. O restaurante da zona sul mantém um grande aquário de água salgada no qual os clientes podem escolher a lagosta que será sacrificada em prol do apetite. De entrada, pode degustar ainda um ika uni, o ouriço vivo com lula”. O Hideki Sushi Bar, com unidades em Moema e Pinheiros, também se encaixa no perfil. Inclui no cardápio pratos com filhote de enguia, água viva ou ovas de peixe voador. Mas o carro-chefe é o kani nabe, cozido de caranguejo gigante, que vem com queijo de soja, legumes e cogumelo. Yakitori Av. dos Carinás, 93, Indianópolis |11 5044-7809 ______________________________________ -------------------------------------------------------------Hanadoki R. Prof. Artur Ramos, 395, Itaim Bibi |11 3815-2144 Altas horas Hideki Sushi Bar Av. dos Imarés, 542, Moema |11 5049-3324 Balada culinária Pedir uma porção de hot roll enquanto curte a apresentação ao vivo de MPB ou dançar ao som do DJ segurando um sushi são cenas nada impossíveis de acontecer em São Paulo. Se estiver afim de encontrar famosos, vá ao Butoh, que tem entre os sócios o ator Paulo Vilhena. O Barracuda Sushi Bar é a casa que leva o conceito “gastronomia-diversão” ao extremo. Abre somente após às 19h (exceção às sextas) e fecha quando sai o último cliente. Diariamente, acontecem shows de forró, reggae, pagode e música eletrônica. Há ainda áreas para a prática de sinuca, xadrez e pebolim. No Katanga Bar, na Vila Mariana, a vez é dos marmajos, que têm à disposição um telão gigante para assistir aos jogos de futebol. Depois de se aventurar na night, os notívagos podem ainda fazer uma pausa no Kayomix. Localizado na rua Consolação, é um dos únicos estabelecimentos japoneses a varar a madrugada. Huto Av Jandira, 677, Moema | 11 5052-6804 Sushi Hiroshi R. Capitão Manuel Novaes, 189, Santana |11 6979-6677 Tanuki R. Jericó, 287, Vila Madalena |11 3814-3760 ____________________________________ Saudades da província Regionais Cervejaria Santo Antonio R. Doutor Mário Ferraz, 32, Itaim Bibi |11 3031-5527 Embora territorialmente pequeno, o arquipélago japonês preserva como poucos países o regionalismo. O que se come na tradicional Osaka é bem diferente em relação a Hokkaido, no norte gelado. Os descendentes de okina-wanos, ou utinachu, formam uma comunidade vasta e forte no Brasil. A sorte é que podem degustar as especialidades dos antepassados em locais como o Deigo e o Okuyama. O ashikibiti, joelho de porco cozido com tofu, óleo de gergilim e saquê, é o mais pedido. Outra região que merece destaque é Hamamatsu, a cidade mais brasileira do Japão. Uma das especialidades do Sushi Kiyo, na região do Paraíso, são as enguias da cidade onde vivem mais de 15 mil dekasseguis. Muitos retornam e querem matar a saudade. Katanga Bar R. Tangará, 137, Vila Mariana |11 5573-7803 Deigo (Culinária de Okinawa) Pça. Almeida Júnior, 25, Liberdade |11 3207-0317 Kayomix R. da Consolação, 3.215, Jardim Paulista |11 3082-2769 ______________________________________ Kabura (Culinária de Akita) R. Galvão Bueno, 346, Liberdade |11 3277-2918 -------------------------------------------------------------Barracuda Sushi Bar R. Amorim Diniz, 190, Penha |11 6641-3243 Butoh R. Peixoto Gomide, 1.797, Jardim Paulista |11 3082-1750 -------------------------------------------------------------- Novas experiências Okuyama (Culinária de Okinawa) Rua da Glória, 553, Liberdade |11 3341-0780 Quem acha que comer peixe cru é coisa de gente excêntrica precisa ver o que os japoneses são ca- Sushi Kiyo (Culinária de Aichi /Hamamatsu) R. Tutóia, 223, Paraíso |11 3887-9148 Exóticos 21 22 vitrine cidades 23 Parques japoneses invadem o Brasil no ano do centenário da imigração Prefeituras de Maringá e Mogi das Cruzes investem em parques temáticos para homenagear imigrantes em 2008 gear todos os imigrantes que se estabeleceram em Maringá. Localizado em uma área verde preservada de 50 mil m², o terreno contará com ginásio de esportes, teatro para 500 lugares e sala de eventos, entre outras edificações. Na busca de ser auto-sustentável e duradouro, estão nos planos também a construção de um jardim japonês que mantenha sua originalidade e perfeição, fazendo com que pareça se fundir à vegetação nativa brasileira através da mistura entre as variedades de plantas. Outra atração é o Centro Cultural, espaço destinado à arte e cultura no parque que será um teatro para 500 lugares e sala de eventos com a finalidade de expor atividades culturais regionais, como apresentações de dança, música, aulas de artesanato, a tradicional arte do ikebana, origami e ensino da língua japonesa. Foto: Prefeitura Municipal de Maringá N o ano do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, a época é de festa. E, como não poderia deixar de ser, prefeituras de diversos municípios brasileiros começam a finalizar projetos para a homenagem, seja ela através de eventos inseridos nos calendários municipais ou em grandes projetos de construção – considerado por muitos como a simbolização máxima entre Brasil e Japão. Maringá, cidade localizada no norte do Paraná, promete ser uma das cidades que mais se engajarão nos festejos. Além de eventos específicos durante todo o ano de 2008, a região que hoje concentra um grande número de famílias nipo-brasileiras promete entregar ainda neste ano uma parte do Parque do Japão – Memorial Imin 100, projeto que tem como finalidade homena- Texto: Redação (com informações das prefeituras de Maringá e Mogi das Cruzes) J á na cidade de Mogi das Cruzes, no interior paulista, o prefeito Junji Abe está empenhando esforço máximo para a construção do Parque Centenário, obra com a qual a região homenageará os 100 anos da imigração japonesa no Brasil. O parque será construído na região de Cezar de Souza, ocupará uma área de 215 mil m2 e tem o objetivo de se tornar um local de passeios e contemplação da natureza. O anúncio foi feito no primeiro semestre de 2007 e conta com apoio de diversas entidades e empresas regionais. Para o prefeito, um importante desafio foi o fio condutor do processo: era preciso elaborar uma proposta à altura de uma ocasião tão importante e que, ao mesmo tempo, fosse executável até a data oficial do centenário – dia 18 de junho de 2008. Os debates com os secretários permitiram que se chegasse ao modelo do Parque Centenário. “Em nossas discussões sobre o assunto, tivemos a idéia inicial de encontrar um lugar de certa amplitude onde pudéssemos plantar centenas de espécies nativas dos dois países como símbolo desta homenagem. Mas, ao mesmo tempo, precisávamos de ousadia, de algo maior. Os diálogos avançaram e chegamos a este projeto, que sintetiza um sentimento de entrelaçamento entre as culturas e que será um espaço permanente de reflexão e lazer para a população”, afirmou Junji. Foto: Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes Em Mogi das Cruzes, Parque do Centenário ganha contornos 24 espetáculos História de amor e devoção em homenagem ao Centenário Turnê brasileira do Grupo Teatral 1980 (Guekidan Hatimaru) passará por 10 cidades brasileiras, com o espetáculo “Êe-Janaika” (Deixa Pra Lá) Texto: Redação | Fotos: Divulgação C om a proximidade do Centenário, atrações do Japão se preparam para mostrar as concepções e a complexidade artística do arquipélago. Nesse sentido, o Grupo Teatral 1980 (Guekidan Hatimaru) promete, a partir de fevereiro, trazer uma história de amor e devoção durante a transição para o período Meiji, refletindo a essência da alma japonesa. E, de quebra, homenagear a data tão especial para os nipo-brasileiros. Alegre, inspirado, crítico e essencial, o espetáculo “Êe-Janaika” (Deixa Pra Lá) a ser encenado pelo grupo é baseado no filme de Shohei Imamura, e foi adaptado pelo diretor Den Fujita, recriando o final da era dos samurais e o início de um Japão moderno, através dos encontros e desencontros entre o agricultor Genji e sua amada Ine. A energia e a revolta de um povo humilde, que ousou sonhar com uma nova era, livre da opressão é a grande temática da peça. Em 1867, um movimento social repentino e explosivo alastrou-se por todo Japão. No último ano da era dos samurais, o povo decidiu interromper suas atividades produtivas normais, para cantar e dançar sem parar. Nesse clima de anarquia e confusão social, a peça retrata a trajetória de Genji, um lavrador pobre, sem terras e sem dinheiro, que acaba sendo levado para os Estados Unidos, mas sente muita saudade de sua esposa, Ine, que ficou no Japão. Após muitas dificuldades, consegue retornar à terra natal, mas não encontra a mulher. O público também conhece os subúrbios de Ryogoku, na cidade de Iedo (atual Tóquio). Casas de espetáculos proliferam pelo bairro paupérrimo, freqüentado por desocupados, pedintes, artistas e mulheres que foram vendidas pela própria família à prostituição. Em Ryogoku, Genji encontra sua esposa, Ine, que foi vendida para uma casa de espetáculos, após sofrer muitas privações. Neste local de má fama, reúnem-se os revolucionários, e o casal acaba envolvido nas lutas e nos conflitos sociais vigentes, compartilhando as alegrias e as tristezas dos miseráveis. espetáculos A turnê comemorativa do Centenário passará pelas cidades de Brasília, Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Mirandópolis, Londrina, Maringá, Curitiba, Florianópolis, Santos e São Paulo. A peça tem duração aproximada de 2 horas, com legendas em português. “Buscamos o intercâmbio cultural entre o Brasil e o Japão com essa turnê, pois os eventos são abertos ao público em geral, não apenas para a comunidade. Essa é a nossa forma de mostrar a gratidão dos japoneses ao povo brasileiro, com uma peça de apelo universal, aprofundando os laços de amizade entre o Brasil e o Japão”, explica Yuji Kusuno, idealizador e realizador da turnê. Direção e cenografia A energia frenética contagia o público durante a apresentação, com seqüências dinâmicas e emocionantes. Os cenários refletem a época, com inspiração no teatro tradicional Kabuki e no Ukiyo-ê (xilogravura), destacando a beleza plástica e visual. Os músicos percussionistas do grupo Baramgot (Península de Vento) trazem um clima especial ao espetáculo, com a música ao vivo que procura recriar a música tradicional, resumindo a sensibilidade lírica dos artistas e dando mais profundidade às cenas. A direção foi entregue ao carismático Sujin Kim, coreano radicado no Japão, discípulo do diretor Yukio Ninagawa, que desenvolve práticas de palco experimentais e desafiadoras. Kim começou no teatro underground e lidera a trupe “Shinjuku Ryozanpaku”, herdeira da vanguarda. programação fevereiro/2008 13/02 Brasília Teatro Nacional 20h00 16/02 Belo Horizonte Teatro Sesiminas 20h00 20/02 Ribeirão Preto Teatro Pedro II 20h30 21/02 Recepção na colônia Guatapará 23/02 Comunidade Yuba Teatro Yuba 20h00 27/02 Londrina Teatro Ouro Verde 20h30 29/02 Maringá Teatro Kalil Hadad 20h30 março/2008 01/03 Recepção em Curitiba 20h00 02/03 Curitiba Teatro Guaira 20h00 05/03 Florianópolis Teatro Ademir Rosa 21h00 09/03 Santos Teatro Coliseu 20h00 12/03 São Paulo Teatro Paulo Autran - SESC Pinheiros 20h00 13/03 São Paulo Teatro Paulo Autran - SESC Pinheiros 21h00 25 animê 26 A nova invasão da animação As animações exibidas todas as manhãs na TV Globinho, da Rede Globo por Túlipe Helena – redatora do Portal OhaYO! Zatch Bell Yu-Gi-Oh! A saga Yu-Gi-Oh! começou como um mangá no Japão em 1996 que deu origem a duas séries de mangá, três séries de animê e dois filmes. O mangá foi criado por Kazuki Takahashi e mostra as aventuras de Yugi e seus amigos Joey Wheeler, Téa Gardner e Tristan Taylor. Yugi é dublado por Marcelo Campos no Brasil, Téa tem a voz de Samira Fernandes. Produzido pela Toei Animation, “Yu-Gi-Oh! Duel Monsters”, que é exibido atualmente no Brasil pela Rede Globo e pelo canal Nickelodeon. Ela é produzida pela Nihon Ad Systems e foi traduzida para mais de 20 idiomas e exibida em mais de 60 países. A série terminou com 224 episódios. Inspirado no mangá criado por Makoto Raiku em 2001, Zatch Bell é dirigido por Tetsuji Nakamura e atualmente está no ar no Brasil pelo Cartoon Network e pela Rede Globo. São cerca de 150 episódios do animê, além de dois longasmetragens. No Brasil a dublagem de Kiyo fica por conta de Vagner Fagundes, e Zath é feito por Fernanda Bullara. Kiyo Takamine é um jovem japonês de 14 anos, e seu parceiro Zatch Bell é um ‘mamodo’ de seis anos e sem memórias de seu mundo real. Kiyo é o atual dono do livro de Zath. Juntos eles vivem grandes aventuras e criam um grande laço. Eles se tornam parceiros de luta e amigos. A missão de Kiyo é ajudar Zatch a ter suas memórias de volta e vencer a luta. Sonic X A série de animê é baseada nos games e desenhos do “Sonic”. O desenho foi produzido pela Sega Sonic Team, Tokyo Movie Shinsha e Toho Co. Ltd., a mesma de “Godzilla”. A animação Sonic X é dirigido por Hajime Kamegaki no estúdio Tokyo Movie Shinsha. Ele foi ao ar pela primeira vez em agosto de 2003. São cerca de 78 episódios. A história começa com Sonic tentando salvar Cream e Cheese das garras do Dr. Eggman, que ativou o poder do Chaos Control. Então, ele e seus amigos Amy Rose, Knuckles, Tails e Cream foram teleportados para um mundo paralelo ao seu, onde eles conhecem os humanos Christopher “Chris” Thorndyke, seu avô e seus amigos. Oban Star Racers O animê Oban Star Racers (coprodução entre a França e Japão) já foi exibido no Brasil pelo canal Jetix e agora é exibido nos sábados da “TV Globinho”, diferenciando-se dos demais animês que vão ao ar de segunda a sexta. A animação possui 26 episódios e conta a história de Molly, uma adolescente que mora no ano de 2082 e foge do orfanato onde morava para encontrar o pai em uma base de aviões. Quando chega ao local, uma nave espacial ataca na Terra para levar alguns escolhidos (entre eles Molly) para participar da Grande Corrida de Oban, realizada a cada 10 mil anos. animê 27 japonesa na telinha brasileira! As animações exibidas todas as noites no programa Otacraze, da PlayTV por Daniela Giovanniello – redatora do Portal OhaYO! Ranma ½ Ranma Saotome é estudante e foi treinado para dominar artes marciais junto ao pai, Genma Saotome. Eles fizeram uma jornada de treinamento nas Montanhas Bayankala, na Província de Qinghai, China, onde há o campo de treinamento chamado Jusenkyo, local de fontes amaldiçoadas. No meio do treinamento, Ranma e seu pai caem e acabam amaldiçoados. Depois desse incidente, toda vez que Ranma se molha com água fria, transforma-se numa bela garota, enquanto seu pai num enorme Panda. Somente o banho com água quente pode reverter os personagens à sua forma original, ainda que temporariamente. A partir daí é que começa toda a trama vivida por Ranma. O animê é baseado no mangá de Rumiko Takahashi. No Brasil, Ranma é dublado por Marcio Araujo em sua forma masculina e Fatima Noya quando se torna uma menina. Trigun Love Hina Samurai Champloo Fuu, uma jovem de 15 anos, quer reencontrar uma pessoa que habita na outra extremidade do Japão e, no seu caminho, cruza com Mugen, um vagabundo de 20 anos, e Jin, um rônin igualmente idoso de 20 anos, que deverão segui-la devido a uma aposta perdida. Os três heróis passam por uma época de mudanças radicais no Japão e seguem, assim, suas histórias. É uma série animê baseada no mangá de Ken Akamatsu, e voltada para jovens adultos do sexo masculino. Esse animê conta a história de Keitarô Urashima, um rapaz de 20 anos de idade que já foi reprovado três vezes na Universidade de Tóquio, mas continua tentando ser admitido na faculdade por ter feito uma promessa a uma menina há 15 anos. Keitarô é dublado por Ulisses Bezerra na versão brasileira. Completam o elenco: Samira Fernandes, Flávia Narciso, Melissa Garcia e Raquel Marinho. Conta a história de Vash the Stamped, o pistoleiro mais temido de uma terra desértica, considerado o responsável pela destruição da Cidade de Julho. Ele é perseguido pela justiça, por caça-prêmios e por companhias de seguros. Entretanto, Vash é um pacifista ferrenho que evita agressão ao máximo e não admite matar em hipótese alguma. Em 2007, o “Otacraze” também exibiu as animações “Gungrave” e “Heat Guy J”, que atualmente estão fora do ar. O animê “Os Cavaleiros do Zodíaco” também exibido pela PlayTV, mas fora do programa. Atualmente apenas as fases Hilda e Poseidon do famoso desenho são transmitidas pelo canal. 28 mangá Clássicos dos Irmãos Grimm em versão mangá A editora brasileira NewPOP acaba de lan çar mais um titulo inédito no país, tratase do mangá baseado nas obras dos irmãos Grimm. Os contos dos escritores alemães Jacob e Wilhelm ganham uma nova roupagem em Grimms Mangá, um quadrinho para jovens de todas as idades. Cinco contos dos Irmãos Grimm, ganharam uma releitura com os traços da mangaká (autora de mangás) Kei Ishiyama. Nesta versão, personagens há muito conhecidos escapam, de maneira divertida, de seus papéis convencionais. São no total seis capítulos: “Chapéuzinho Vermelho”, “Rapunzel”, “João e Maria”, “Os Dois Irmãos” (em duas partes) e “Os Doze Caçadores”. No mangá, Chapeuzinho Vermelho e o Lobo têm grandes chances de se tornarem um par amoroso, Rapunzel é um homem e João é um pequeno narcisista que sabe enfrentar a vida e é idolatrado pela irmã, que o adora. Existe ainda espaço para “Os Doze Caçadores” e “Os Dois Irmãos”, contos menos conhecidos dos irmãos Grimm. O sobrenome Grimm, que dá o título ao mangá, faz referência aos dois irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm, que no início do século XIX coletaram mais de uma centena de histórias populares do seu país, antes passadas pela tradição oral. Os textos reunidos por eles, hoje, são conhecidos como “Os Contos dos irmãos Grimm”. Alguns são bem conhecidos por nós e fazem parte da nossa cultura, como “Cinderela” e “Branca de Neve”. Os irmãos Grimm, que sempre viveram e trabalharam juntos, não só são importantes para os alemães – pela sua contribuição para a preservação e difusão da tradição alemã e de sua gramática trabalhada especialmente pelo incansável Jacob –, como também para a literatura universal. Afinal, quem de nós pode dizer que nunca leu ou conheceu um de seus contos? Grimms Mangá Edições Volume Único Editora no Brasil NewPOP Editora original TokyoPOP Autora Kei Ishiyama Formato 172 páginas |12,7 cm x 18,9 cm |papel offset e capa cartonada Preço R$ 11,90 Texto: David Denis Lobão e Junior Fonseca NewPOP A mais nova editora de mangás do mercado, já começou apostando alto. Em seu primeiro título, 1945, da mangaká Keiko Ichiguchi, a NewPOP investiu na qualidade editorial com um título histórico, provando que um dos grandes problemas do mercado é a falta de vontade. Numa edição impecável feita a partir dos materiais mais nobres com que se fazem quadrinhos (os que compõem as chamadas edições definitivas), 1945 foi lançado por um preço bem abaixo do praticado no país com este tipo de material. Não demoraria muito, a NewPOP ampliaria seus horizontes com um novo título, desta vez um autêntico manhwa coreano, Tarot Café. Numa parceria inédita junto à Lumus Editora, a NewPOP trouxe ao Brasil uma história que mistura fantasia e suspense, com toques de misticismo e ocultismo. E mais novidades devem pintar ainda neste ano. tokusatsu O que é KAMEN RIDER? 29 Conheça a História do Primeiro Motoqueiro Mascarado Texto: Daniel Verna – do portal www.tokusatsu.com.br | Fotos: Divulgação/ Reprodução | Fonte de consultas: Wikipedia K amen Rider (Motoqueiro Mascarado) é uma série de televisão japonesa criada em 1971 pelo já falecido mangaká Shotaro Ishinomori. Na história, Takeshi Hongo é um estudante universitário de ciências e motociclista, seqüestrado pela organização terrorista Shocker, com o intuito de tranformá-lo num soldado cibernético. Antes da operação ser concluída e de sua memória ser apagada, Hongo consegue escapar e passa a combater a Shocker, adotando o nome Kamen Rider. Posteriormente, o fotógrafo free-lancer Hayato Ichimonji também é capturado e transformado num ciborgue idêntico a Hongo, para eliminar o traidor. Hongo, no entanto, salva Ichimonji antes de ele ser submetido à uma lavagem cerebral e Ichimonji passa a ocupar o lugar de Hongo como Kamen Rider, já que Hongo deixa o Japão pra combater os agentes da Shocker em outras partes do mundo. Com a volta de Hongo ao Japão, ele passa a Kamen Rider encara o bicho-papão (acima), e Kamen Rider Black RX em pose heróica (ao lado) ser conhecido como Kamen Rider número 1, e Ichimonji, Kamen Rider número 2. É a vez de Ichimonji deixar o Japão para combater uma outra organização, a Geldan. Quando Shocker e Geldan se fundem num único grupo, GelShocker, Rider 2 retorna para ajudar Rider 1 a desmantelar a nova organização. Com o sucesso da série original Kamen Rider, que durou 98 episódios, os produtores da Toei Company lançaram outra série nos mesmos moldes. Trata-se de Kamen Rider V3, que foi ainda mais bem sucedida. A ótima aceitação gerou uma franquia e um gênero de sucesso no Japão. E tal como aconteceu com Ultraman, Kamen Rider acabou por ter várias continuações. As histórias das primeiras séries sempre mostravam um jovem capaz de se transformar em um herói ciborgue mutante, com visual geralmente baseado em um gafanhoto, que enfrenta uma organização maligna que pretende dominar a Terra. Nas séries mais recentes (Kamen Rider Agito em diante), vários Riders surgem ao mesmo tempo, e lutas entre eles se tornaram comuns. Os novos Riders deixaram de ser ciborgues e alguns deles não são exatamente heróis, além da caracterização dos vilões ser mais elaborada, fugindo do estereótipo do “Império do Mal” e ganhando ares de mistério. No Brasil, apenas duas séries do gênero foram exibidas, Black Kamen Rider e sua continuação Kamen Rider Black RX, ambas pela extinta Rede Manchete, durante a década de 90. Remakes dos três primeiros Riders foram lançados recentemente em filme: Kamen Rider The First (Contando a história dos Kamen Riders 1 e 2) e Kamen Rider The Next (Contando a história do Kamen Rider V3). Kamen Rider Kiva estréia no Japão “Uma historia entre pai e filho cercada por um violino...”, assim define o site oficial de Kamen Rider Kiva, a nova aventura da franquia dos Riders que estreará dia 27 de janeiro, no Japão. Vamos conhecer Wataru Kurenai, que, assim como seu pai Otoya, é dono de uma loja de violinos. Otoya enfrenta os “FanGires”, seres do clã vampiresco que se alimentam da energia vital dos huma- nos, mas falha ao tentar destruir um desses seres. 22 anos depois, Wataru se vê diante do mesmo FanGire, então, sem saber como, se transforma em Kamen Rider Kiva, que ao lutar pela sobrevivência, destrói o ser, e acaba conectando o passado com o futuro. Contudo, isso apenas aparenta ser uma conexão, cada personagem vive em sua época, na medida em que a história se desenvolve. Existem apenas dois homens que sabem o que acontece nesses dois tempos: Shima, que criou uma organização de caçadores de FanGires, e Kido, que trabalha há mais de 22 anos como dono de uma loja de café. As únicas chaves para entender o destino desses dois guerreiros estão com esses dois homens, e com o violino que o pai de Wataru deixou para ele. Diferentes faces dos Riders, com algumas coisas em comum: a cara de inseto e muita ação! 30 click Miss Centenário Minas Gerais E m Minas Gerais ocorreu mais uma etapa do concurso que escolherá a Miss Centenário. Dessa vez, as vencedoras foram: Kathlinne Nakandakari Sugimoto, de 16 anos e natural de Poços de Caldas; Carolina Kei Miyazaki (Primeira Princesa), de 22 anos e residente em Belo Texto: Redação | Fotos: Divulgação Horizonte; e Tatiana Tiemi Serikawa Baba (Segunda Princesa), de 22 anos, também da capital. Como Miss Simpatia, a vencedora foi Ciléia Saori Hamada, de 18 anos e natural de Betim. Nossas congratulações às participantes deste belo evento! Miss Centenário Pernambuco A lém de Minas Gerais, o Estado de Pernambuco realizou a seletiva para escolher a mais bela representante da região. Com a presença de dezenas de convidados, entre lideranças da região e personalidades nikkeis, o concurso premiou a jovem Juliana Naomi Kimura, que conquistou o público com seu carisma e simpatia. A Revista OK deseja os parabéns a todas as belas candidatas, de ambos os Estados. Evento dos jovens do Centenário primeira edição do 3xJAPÃO (lê-se “Três Vezes Japão”) aconteceu no dia 16 de dezembro, com entrada gratuita e programação variada para todos os públicos, em três parques municipais de São Paulo. O evento foi todo organizado por jovens, com o objetivo de divulgar as ações do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Para o público, um programa cultural diferente e gratuito, voltado para toda a família, com destaque para a cultura japonesa nos parques da Aclimação (Centro), Piqueri (Zona Leste) e Juventude (Zona Norte). Fotos: Tiago Queiroz A economia 31 O crescente investimento das empresas japonesas no Brasil Texto: Eduardo Guerra | Foto: Divulgação À s vésperas das festas que comemoram o Centenário da Imigração Japonesa, não podíamos deixar de falar da importante contribuição que as empresas japonesas trouxeram à economia brasileira, desde a década de 50. Nos últimos anos, estas empresas têm sido responsáveis por grandes aportes de investimentos no país. Neste período vem se verificando uma interessante diversificação nos setores que continuam acreditando no mercado brasileiro. Diferentemente das relações econômicas mantidas entre o Brasil e o Japão nos anos 70, onde os principais campos de cooperação eram a siderurgia, celulose, automóveis e agroindústria, atualmente constata-se uma diversificação enriquecedora para ambos os países, principalmente no que diz respeito aos produtos manufaturados, biocombustível e tecnologia. É inegável que a aproximação histórica das relações comerciais entre esses países tem trazidos frutos significativos para ambos. Neste sentido, deve-se ressaltar os dados apresentados pela Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) que mostram que em 2006 o Brasil exportou US$ 3,84 bilhões ao Japão, dos quais apenas 15% eram produtos industrializados e 54,7%, produtos básicos. No sentido contrário, foram importados US$ 3,88 bilhões, dos quais 94,2% eram manufaturados. A expectativa das empresas japonesas para 2008 é de manutenção e uma ligeira expansão dos investimentos realizados em 2007, que já havia superado em torno de 13%, os aportes realizados em 2006. Estes dados foram divul- gados pelo Banco de Desenvolvimento do Japão (BOJ), com base no levantamento anual da instituição, que cobre cerca de 3,5 mil companhias em todo o país. Ao mesmo tempo, uma grande quantidade de empresas apresentam projeções de lucro, e estão confiantes em um crescimento no próximo ano fiscal a partir de abril de 2008, ou pelo menos manter os níveis do ano fiscal anterior. Outro dado de grande relevância para avaliar o interesse das empresas japonesas no Brasil é aquele que apresenta a participação destas no Pólo Industrial de Manaus (PIM). O Japão continua sendo o país que mais investiu nas indústrias com operações no PIM alocando recursos cuja soma atual alcança o valor de US$ 1.636 bilhão. O crescimento é de 22,08% sobre o montante aplicado até o ano passado que era de US$ 1.340 bilhão. O otimismo demonstrado pelas empresas também é compartilhado pelos órgãos governamentais e não governamentais do Japão. Segundo o Presidente no Brasil da Japan External Trade Organization (Jetro), organismo paraestatal do Japão incumbido de estimular as exportações e os investimentos externos, “Estamos na terceira onda de investimentos japoneses no Brasil”, sentimento também expressado pelo Embaixador japonês no Brasil, Ken Shimanouchi, que, vê um amplo horizonte para o estreitamento das relações econômicas, especialmente nas áreas de tecnologia e etanol. Em nossa recente viagem no Japão, quando do encontro com importantes executivos japoneses, pudemos sentir de perto o otimismo e a expectativa que estão depositando na economia brasileira para os próximos anos. Na qualidade de consultores empresariais atendendo empresas japonesas há mais de 10 anos, podemos perceber que o espírito empreendedor japonês ainda nos brindará com aportes significativos de investimentos em prol desta saudável e duradoura relação que transcende o âmbito empresarial. Eduardo Guerra é sócio do Guerra, Batista Associados 32 vitrine desbravando o Japão AVENTURA NA NEVE M innasan Akemashite Omedetou! E aqui estamos nós novamente, prestes a relatar o segundo episódio das aventuras de um brasileiro perdido (e quase congelado) na terra do sol nascente. Nesse capítulo, contarei como foi meu primeiro feriadão aqui no Japão. Para quem não sabe, os japoneses apesar de parecerem workaholics (viciados em trabalho) pela própria natureza, têm três grandes feriados durante o ano, os “yasumis”, que acontecem respectivamente em janeiro (oshogatsu – ano novo), maio (golden week – uma série de feriados nacionais em seqüência) e agosto (obon - finados). Meu tão esperado descanso começou exatamente às oito horas da manhã do dia 29 de dezembro, que foi quando saí do meu último yakin de 2007. Para não perder muito tempo, já havia levado minhas malas e da fábrica fui direto para a estação de trem, rumo a Nagano Ken, onde passaria o ano novo com meus tios. Três baldeações, quatro horas e duas garrafinhas de chá depois, desci na estação de Ueda, um lugar cujos termômetros marcavam nada mais nada menos que seis graus negativos! No entanto, nem tive tempo de sentir o frio, pois só entrei num depato para dar uma volta e logo já parti para meu destino final, Tatsuno. Daí sim eu vi, ou melhor, senti o verdadeiro inverno japonês. O frio era tão intenso que nem mesmo os três aquecedores de querosene da casa da minha tia foram capazes de esquentar o ambiente; para conseguir dormir tive que usar algumas camadas de cobertores e futons. Na manhã do dia 01 de janeiro, fui a uma estação de esqui, afinal, para alguma coisa divertida esse frio teria de servir. A experiência foi pra lá de desastrosa, o desafio maior não era descer a montanha coberta de neve, mas sim, 33 Um nikkei perdido – porém feliz – no fim de ano bem gelado Texto: Fabio Seiti Tikazawa | Foto: Arquivo pessoal Hematomas e um resfriado... tudo bem, é feriado! conseguir me manter de pé sobre o gelo escorregadio. Nem preciso dizer que caí mais que sparring de medalhista olímpico de judô nem que não cheguei a subir ao menos na altura onde as criancinhas brincavam, não é mesmo? Mas a aventura valeu a pena, apesar de ter me rendido alguns hematomas e um resfriado. Para voltar para casa peguei pela primeira vez o famoso shinkansen (trem bala) e gostei muito, tanto pelo conforto quanto pela rapidez, o único problema é o preço meio salgado compara- do ao trem convencional. E assim foi meu primeiro yasumi, com muito frio, muita neve, muitos tombos e muita história pra contar! Nos vemos em uma próxima aventura. Jya mata. Fábio Seiti Tikazawa é publicitário, aspirante a redator, aprendiz de dekassegui e está perdido no Japão há dois meses. Contato: [email protected] variedades 34 Mascote com grife A Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil fechou com o desenhista Mauricio de Sousa a criação do personagem que será a mascote do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Durante uma reunião realizada no dia 4 de janeiro pelo comitê organizador do Concurso de Mascote, em conjunto com a coordenação das comissões, a Associação avaliou os 25 trabalhos selecionados, dentre os cerca de 200 inscritos no concurso aberto ao E mais: Beat Takeshi Famoso no Brasil por dirigir filmes como Dolls, Brothers e Hanabi, Takeshi Kitano é mais conhecido no Japão como o comediante Beat Takeshi. Após ser expulso do colégio, quando se preparava para estudar engenharia, aprendeu a atuar, dançar e cantar com o famoso comediante Senzaburo Fukami. Suas primeiras aparições aconteceram em um clube de striptease. Mas começou a ganhar fama quando se juntou ao amigo Kiyoshi Kaneko para formar o duo cômico The Two Beat, daí o público. A decisão final da comissão julgadora foi que o concurso infelizmente não alcançou os resultados esperados, sendo considerado encerrado, sem escolha de vencedores. “Essa contribuição do Mauricio de Sousa dará um grande incentivo ao Centenário, uma força vital para o sucesso das comemorações nesse momento único, e nos sentimos muito agradecidos pela colaboração”, afirma o presidente do Colegiado Administrativo da entidade, Kokei Uehara. Fotos: Divulgação Associação do Centenário define Maurício de Sousa como criador da mascote comemorativa “É um honra e um desafio que eu já considerava aceito, e estou pensando numa mascote que as pessoas entendam e se identifiquem, e que simbolize a magia do Centenário. Esse trabalho é gratificante e gostoso, e requer muito cuidado e carinho, porque o personagem está nascendo aos poucos, do coração”, explica Mauricio de Sousa. apelido. A dupla fez sucesso no final dos anos 70 e começo dos 80, mas logo se dissolveu para Kitano seguir carreira solo. Com 25 anos de estrada, hoje ele participa de cinco programas de televisão semanalmente, além de manter a média de fazer um filme por ano. corte produzia diferentes sons. O pessoal do instituto, então, aperfeiçoou o sistema, incluindo ranhuras em locais estratégicos. Detalhe: os motoristas precisam guiar a, no máximo, 45 km/h e com os vidros fechados para ouvir com maior precisão. Um estímulo para a redução da velocidade. taram a vida na capital paulista. Alguns foram recrutados para trabalhar nas obras desse que é um dos maiores patrimônios culturais da cidade. Vale lembrar que o Kasato Maru havia chegado apenas três anos antes da inauguração. Estrada musical Construindo história Cientistas do instituto de pesquisa Hokkaido Industrial Research desenvolveram uma estrada que emite notas musicais quando percorrida pelos automóveis. A idéia surgiu de Shizuo Shinoda, que arranhou uma superfície asfáltica com uma escavadeira e, quando passou por cima, notou que o Um dos mais belos cartões postais de São Paulo, o Teatro Municipal soprou 96 velinhas recentemente. Poucos sabem, mas, se não fossem os imigrantes japoneses, alguns tijolos não estariam até hoje tão perfeitamente colocados. Insatisfeitos com os trabalhos nas fazendas, vários nihonjins ten- Nada menos que 35 das 45 pessoas presas em operação da polícia das províncias de Aichi, Gifu e Mie, no início de janeiro, eram brasileiros. Eles são acusados de participar da quadrilha que roubou cerca de 650 veículos nos últimos anos. Os carros, a maioria de luxo, eram desmontados e enviados para três países do Oriente Médio. Japoneses, russos, alemães Queima filme e afegãos também foram detidos. Mais companheiros brazucas para ajudar a lotar os presídios de cidades como Hamamatsu e Nagóia. BBB8 e os temakis O big brother Fernando já sabe o que fazer caso conquiste o prêmio de R$ 1 milhão do programa. “Quero abrir uma temakeria”, revelou o carioca no programa de 15 de janeiro. Ele não deixa dúvidas em relação à preferência gastronômica. Em seu perfil no site da Globo, ele inclui entre suas comidas preferidas também sushi e sashimi. Será que o reality show vai render ao jovem mais do que uma loiraça, já que está de affair com a gaúcha Natália? 35 [email protected] 11 3275 1464 / 11 3275 0432