Distribuição interna – Não entregue esta revista em vias públicas
# 2 | Janeiro de 2008 | Exemplar gratuito – Venda proibida *
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Além do
Encarte Especial
Anime Dreams 2008
Acompanhe as atrações
deste grande evento de animê,
mangá, entretenimento eletrônico
e cultura pop japonesa!
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editorial
Capa:
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Culinária Japonesa
(Foto: Banco de Imagens)
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editorial
agenda e notas
j-music
mulher
encontros
automóvel
automobilismo
cosplay
pré-carnaval
multimídia
entrevista
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OKids
gastronomia
cidades
espetáculos
anime
mangá
tokusatsu
click
economia
desbravando o Japão
variedades
3
o mundo fantástico dos
sabores japoneses
Q
uando se pensa em Japão, quase de imediato imaginamos a gastronomia japonesa. Também, pudera. Somente em São
Paulo há mais restaurantes japoneses do que
churrascarias – são cerca de 600 contra 500
rodízios de carne. É justamente pela capital
paulista, e demais capitais brasileiras, viver intensamente essa explosão de sabores
nipônicos que a Revista Mundo OK traz uma
matéria especial sobre gastronomia japonesa.
Além de mostrar curiosidades, preparamos
também um mini-guia com as principais casas
localizadas na capital.
Além dos sushis e sashimis, nesta segunda
edição há ainda mais novidades em relação à
anterior. Desta vez, incorporamos um encarte
especial sobre um dos principais eventos ligados aos animês e mangás, o Anime Dreams,
que acontece entre os dias 24 e 27 de janeiro
em São Paulo. Não custa nada lembrar que é
imperdível para os amantes da cultura pop japonesa.
Nas demais editorias, destaques para a entrevista do “artista do Centenário”, Yutaka Toyota,
e as nuances psicodélicas do The 5.6.7.8´s,
um dos grupos mais aclamados da música
underground japonesa. E como entramos em
um ano muito especial para a comunidade, prestes a se comemorar o Centenário da Imigração
Japonesa no Brasil, Maringá, no norte do
Paraná, e Mogi das Cruzes, no interior paulista,
preparam-se para a construção de dois parques
temáticos com nuances japoneses. Aliás, pela
movimentação das grandes cidades, será uma
data que ficará na história do País. Muitas lideranças políticas vêm ressaltando o inegável
esforço e a contribuição dos nipo-brasileiros
nesses quase cem anos de presença em terras
tupiniquins, seja através da culinária, das artes, ou nos comércios e indústrias nacionais.
Boa leitura!
Revista Mundo OK – Ano 1 – Número 2 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editor: Rodrigo Meikaru • Projeto Gráfico e Edição de Arte: Eurico Kenji
Sakamoto • Chefe de Arte: César Gois • Assistente de Arte: Sandro Hojo • Tradução: Clarissa Ribeiro • Redação: Daniel Verna, Daniela Giovanniello, David Denis Lobão,
Felipe Marcos, Fernando Ávila de Lima, Júnior Fonseca, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena e Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti
Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna,
Hideo Iwata e Nicolas Tavares • Gerente de Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate •
Comercial: Clóvis Irie, Denis Kim, Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Luciana Kusunoki,
Marcelo Ikemori e Yasutaka Arashiro • Digital: Fabrizio Yamai • Assistente Digital: Ulissis Massayuki
• Administrativo: Suzana Sadatsune • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato:
[email protected] • A Revista Mundo OK é uma publicação da Yamato Corporation.
O Núcleo de Edição da ZN Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos assinados e as imagens publicadas são de responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida e expressa cessão de seus direitos autorais à Revista Mundo OK. Rua da Glória, 279 - 8° andar/ Conj.
84 • CEP 01510-001 • Liberdade • São Paulo - SP | Tel.: (11) 3275-1464 • (11) 3275-0432
agenda e notas
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Acontece aqui > Acontece no Japão > Acontece aqui
Texto: Redação | Fotos: Revista OK e Divulgação
PROTESTO
FUTEBOL
TREM-BALA
O governo brasileiro aderiu, no fim de dezembro, ao protesto diplomático
formal do governo da Austrália contra a caça de baleias promovida pelo
Japão. O relatório foi apresentado pelo embaixador australiano no Japão e
conta com o apoio de 31 países – é o maior ato internacional já feito contra
o programa de caça às baleias do Japão. Para monitorar as atividades da
frota baleeira japonesa, a Austrália enviou à Antártica um navio e um
avião de reconhecimento. O Japão pretende caçar quase mil baleias este
ano no Oceano Antártico – 935 da espécie minke e 50 da espécie fin.
Considerado por muitos como o “jogador polivalente” do São Paulo, o
meia Leandro acertou sua transferência para o Verdy Tókio, do Japão. A despedida do jogador aconteceu no meio de janeiro, quando o
agora ex-camisa 9 tricolor embarcou para o arquipélago para assinar o contrato, que não teve suas
bases reveladas. O acordo do
“Guerreiro” com o clube paulista ia
até o final do ano, e a diretoria
tricolor não manifestou interesse na
renovação. Com 26 anos, ele conquistou dois Campeonatos Brasileiro (2006 e 2007) pelo Tricolor, além
do vice da Libertadores de 2006.
Após o Brasil ter anunciado a criação de um sistema novo de transporte que ligará São Paulo ao Rio
de Janeiro através de um trem-bala,
o governo do Japão anunciou na última semana de dezembro que negociará a adoção do seu sistema
de trem-bala (shinkansen) em um
projeto de 500 quilômetros por aqui.
Se o acordo for concretizado, o Brasil será o segundo país a adotar o
sistema de trem-bala japonês, seguindo o exemplo de Taiwan. O governo japonês pretende oficializar a
proposta durante a visita do presidente Luis Inácio Lula da Silva, programada para este ano ao Japão.
AQUECIMENTO GLOBAL
Preocupado com o avanço constante do aquecimento global, o Japão
destinará uma verba de US$ 9,113
bilhões para combater mudanças
climáticas, segundo anúncio feito
pelo primeiro-ministro japonês Yasuo
Fukuda. O investimento será aplicado durante cinco anos para ajudar
as nações em desenvolvimento e
beneficiará 40 países da Ásia, África e América Latina. O Japão já iniciou conversas para aplicar medidas
concretas na Indonésia. Em Davos,
o Japão deseja mencionar a necessidade de cortar as emissões de
gases do efeito estufa a partir de
2013, quando termina a vigência do
Protocolo de Kioto.
EXPOSIÇÃO
Mil fotografias, 160 desenhos inéditos e 10 vídeos do contemporâneo
japonês Tatsumi Orimoto ocupam o
1º e 2º subsolo do Masp entre 11 de
janeiro e 06 de abril, em meio às comemorações do Centenário da Imigração Japonesa. A exposição é a
primeira retrospectiva fora do Japão
nos 40 anos de carreira do artista e
terá ainda a performance 50
Grandmamas, refeição preparada e
servida por ele para 50 avós especialmente convidadas. Denominada “O
convívio social aos olhos de Tatsumi
Orimoto”, a exposição já percorreu
diversos países antes de desembarcar no Brasil. Mais informações no
site: http://masp.uol.com.br/
exposicoes/2008/tatsumiorimoto.
CRIME
Policiais japoneses prenderam no último dia 7 um homem suspeito de ter
violado mais de 50 mulheres no centro do país, ao longo de vários anos,
anunciou um porta-voz do governo. O elemento, de 34 anos, foi inicialmente preso após se envolver em um roubo de uma casa em Nagóia. No
levantamento feito pelas autoridades, um teste genético apontou uma correspondência perfeita com o DNA encontrado nos locais das violações
ocorridas na mesma cidade em 2001. A polícia suspeita que o preso esteja implicado na violação de mais de 50 mulheres ocorridas na região.
j-music
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58º Kouhaku Utagassen
A dupla B’z
T
odo ano, no dia 31 de dezembro, o canal
japonês NHK exibe um grande festival
com os maiores nomes da música japonesa, celebrando a entrada do novo ano. É o
NHK Kouhaku Utagassen, que teve sua 58ª
edição realizada na virada para 2008.
Um verdadeiro espetáculo de cenografia e efeitos especiais marca essa competição entre
homens e mulheres, que se dividem entre a
Equipe Branca (Shirogumi), representada pelos homens e Equipe Vermelha (Akagumi), formada pelas mulheres.
Os telespectadores votam pelo celular e até por
meio da TV Digital para eleger a melhor equipe.
Neste ano, a Equipe Branca foi vitoriosa, com
mais de 170.000 votos no total, contra pouco
mais de 135.000 da Equipe Vermelha.
Um dos destaques do 58º Kouhaku foi a apresentação impecável do superastro Gackt, cantando seu sucesso RETURNER – Yami no
Shuuen. Na Akagumi, o destaque foi a cantora
Ayaka, cantando uma versão especial de Peace
Loving People, apenas no piano. As garotas do
Hello! Project também deram um show: os
grupos Berryz Koubou e °C-ute, além de números individuais, ainda fizeram uma apresentação especial com o Morning Musume, principal grupo do Hello! Project.
Outro grande momento da noite foi a belíssima
homenagem feita à cantora Izumi Sakai,
vocalista do ZARD, que faleceu em maio de
2007. No telão, aparecia a imagem de Izumi
Homenagem à Izumi Sakai,
vocalista do ZARD
Festival de J-Music
celebra o ano novo
Texto: Leandro Cruz | Fotos: Divulgação
cantando alguns dos sucessos do ZARD acompanhada dos seus companheiros de banda, que
tocavam ao vivo no NHK Hall.
Disputas à parte, todos os participantes fizeram
bonito neste Kouhaku, que há quase 60 anos é
grande sucesso de audiência da TV japonesa.
Equipe Branca
• Masafumi Akikawa • Hiroshi Itsuki
• w-inds. • EXILE • Gackt
• Saburou Kitajima • Takeshi Kitayama
• Kobukuro • Kome Kome Club
• Masashi Sada • Sukima Switch
• Masato Sugimoto • SMAP
• Akira Terao • TOKIO • Hideaki Tokanuga
• Ichiro Toba • Toshihide Baba
• Kiyoshi Hikawa • Ken Hirai
• Akira Fuse • Porno Graffiti
• Kiyoshi Maekawa • Noriyuki Makihara
• Kenichi Mikawa • Shinichi Mori • WaT
Equipe Vermelha
Ayumi Hamasaki
Gackt
• Aiko • Amin • Ayaka • Angela Aki
• Sayuri Ishikawa • AKB48 • Ai Otsuka
• Miyuki Kawanaka • Kaori Kouzai
• Koda Kumi • Natsuko Godai
• Sachiko Kobayashi • Fuyumi Sakamoto
• Yoshimi Tendou • DREAMS COME TRUE
• Shoko Nakagawa • Mika Nakashima
• Ataru Nakamura • Mitsuko Nakamura
• Youko Nagayama • Ayumi Hamasaki
• Hello Project! (Morning Musume, Berryz
Koubou e ºC-ute ) • Hitoto Yo
• Ayaka Hirahara • BoA • Kaori Mizumori
• Michi • Leah Dizon • Akiko Wada
Errata: Na edição #1 da Revista OK, a foto da
cantora Hikaru Utada saiu erroneamente como sendo da cantora Ayumi Hamasaki.
Itchiro Toba
Hello! Project
mulher
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ORIENTE NAS PASSARELAS
Mundo fashion garimpa
tendências na terra das
gueixas e mangás
Q
Texto: Wilson Azuma| Fotos: Divulgação
ualquer pessoa que comprar um par de
Havaianas pode dizer que tem o Japão
nos pés. A famosa sandália é uma adaptação do zori, tradicional calçado nipônico em
couro, junco ou vinil. Nas últimas décadas, o
Oriente tem influenciado designers do Brasil e
do mundo. Basta um passeio pela cidade para
comprovar. Marcar a cintura com faixas obi,
bordar sobre blusas e usar vestidos de gola reta
estilo cachê-coeur são algumas dessas inspirações. Mas não são apenas os trajes tradicionais que fazem a cabeça da alta costura.
O streetwear das extravagantes garotas do bairro Harajuku, em Tóquio, além de diversos elementos da cultura pop, são costumeiramente
associados aos trabalhos dos maiores nomes
das passarelas.
Érika Ikezili
Conhecida por usar e abusar das referências à sua
origem étnica, a consagrada nikkei manteve a tendência para o look deste
verão: muito colorido, cintura alta, alusões ao universo pop, bordados delicados
e vestidos inspirados em
kimonos. Destaque para a
linha de acessórios Dona
Geisha, da qual é proprietária junto com a estilista
Taísa Hirsch.
Em uma edição do São Paulo Fashion Week, surpreendeu o público com trajes
inspirados nos origamis, a
dobradura japonesa.
mulher
Ronaldo Fraga
Criativo e ousado, o
estilista passou um período na China, onde buscou
referências para a coleção
outono-inverno. No SPFW,
Fraga causou frisson ao
transformar a passarela
em um refeitório de fábrica. As modelos desfilavam
enquanto figurantes vestidos de funcionários ocupavam as laterais. Ele foi bastante elogiado pelas estampas fortes, proporções
largas e alusões aos produtos de consumo baratos
das roupas.
Dudu Bertholine & Rita Comparato
Os proprietários da grife
Neon buscaram referências na cultura pop japonesa na última coleção.
Mesclando moda urbana
e de praia, a marca é famosa pelas estampas criativas. Na foto ao lado, o
vestido inspirado nos
quimonos ganha estampas que remetem aos pijamas das criancinhas
nipônicas.
Marcelo Sommer
O emblemático proprietário da marca Do Estilista,
embora não mostre tão
claramente, é outro que
garimpa idéias no Japão.
Os cortes, a cintura alta,
o obi e o uso de tecidos
leves em seus vestidos
fazem clara referência aos
kimonos.
Karina já vendeu 300 bijuterias
de origami em três dias
7
encontros
8
Sumiê-mangá?
A
s meninas que perambulam por
Harajuku, reduto da moda de rua em
Tóquio, são famosas pelos cabelos coloridos, acessórios ousados e por adotarem os
visuais mais malucos do planeta.
“Ocidentalizadas!”, muitos diriam. Mas, observando de perto, não é bem assim. Ok, elas veneram as grifes européias, sentem de longe o
cheiro do dinheiro e abusam do eigo-nihongo,
inglês que só os japoneses entendem. Mas,
note como são de diferentes tribos –
patricinhas, alternativas, superbronzeadas, roqueiras, estudantes. Não costumam se misturar. Cada grupo tem líder e regras próprias. As
novatas passam por várias etapas, e um bocado de humilhação, até serem aceitas definitivamente. Alguma semelhança com o bushidô,
o código de honra samurai? No Japão do século XXI é assim: o moderno convive com mais
de dois milênios de história, experiência que
Mix de tradição
e modernidade em
presente para
o Centenário
Texto e Fotos: Wilson Azuma
tem se mostrado bastante enriquecedora. Do
bairro fashion, por exemplo, emergem as tendências que influenciam estilistas de todo o
mundo – Alexandre Herchcovith tem uma loja
ali perto, em Shibuya.
Na primeira edição do ano, a Revista OK passou a dois artistas brasileiros a responsabilidade de transportar para o papel essa dicotomia
tão tipicamente japonesa. Convocou Susan
Hirata, uma das maiores pintoras de sumiê do
País, e Fabrizio Yamai, desenhista e professor
da escola de mangá paulistana Areae. A primeira, representante da arte milenar com alta
influência zen; o segundo, criador dos desenhos
símbolo da cultura pop, que fazem a cabeça de
jovens – alguns, nem tanto – de todos os continentes. Missão: unir as duas artes numa única obra em alusão ao aniversário mais importante da história da comunidade nikkei. O encontro aconteceu em dezembro, dois dias após
o Natal, no estúdio da porto-alegrense Susan,
no bairro Higienópolis, São Paulo.
Mãos à obra
Artistas, quando se reúnem, mesmo que de escolas diferentes e sem jamais terem se visto,
sempre têm algo em comum. Em cima da mesa
de trabalho, o livro O espelho mágico, do
gravurista holandês M. C. Escher, logo chamou
a atenção de Fabrizio. Gelo quebrado, ele e Susan
Pinceladas de Susan Hirata
“invadem” o mangá
Artistas mesclam
tradicional e pop
Susan e Fabrizio preparam o “sumiê-mangá”
encontros
Arte final da obra em homenagem
ao centenário da imigração japonesa
concentraram-se no projeto. O desenhista faria,
em destaque, uma gueixa estilizada, com foco
no rosto, já que a expressão é a marca registrada do mangá. Os olhos grandes dariam
modernidade ao símbolo da mulher do Sol Nascente. Como o sumiê, técnica caracterizada pelo
minimalismo, poderia enriquecer uma obra com
traços detalhados de mangá? A pintora gaúcha
optou por dar harmonia e leveza ao cenário. Para
isso, faria de pano de fundo uma paisagem típica: o bambuzal, em dois planos.
Como em todo encontro de técnicas e culturas
diferentes, alguns tabus precisaram ser quebrados para a obra sair do esboço. O primeiro foi
em relação ao papel. O sumiê exige uma variedade especial que absorve a tinta, mas é áspera
e irregular para o lápis, ferramenta básica do
mangá. Fabrizio teve de ceder. Outra dificuldade
foi o espaço. Um dos fundamentos dessa moda-
lidade da pintura tradicional é a liberdade de
movimentos, que só pode ser expressa em uma
folha totalmente em branco. No caso, as pinceladas de Susan estariam limitadas pelo contorno da gueixa. Ela, no entanto, encontrou uma
solução criativa, e pintou as folhas de um dos
bambus sobre o cabelo, o que, no final, trouxe
um resultado ainda mais interessante, pois dá a
impressão de que ela está caminhando.
Encantada pelos traços de Fabrizio, Susan aprovou a experiência. “Fazer isso em apenas uma
tarde é muito difícil, mas a arte é maravilhosa
porque permite esse tipo de exercício de liberdade”, destacou. O desenhista, por sua vez,
acredita ter voltado para as pranchetas com um
arsenal muito mais rico. “Não estamos acostumamos a ter esse tipo de intercâmbio, que,
como vimos, é muito produtivo. Participar dessa experiência foi bem legal”, concluiu.
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10
automóvel
Grandões da Toyota prometem
surpresas para consumidores
Linhas 2008 da Hilux e do Hilux SW4 ganham “turbinada” para atrair clientes
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
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ois veículos “de peso” prometem
melhorias para os consumidores interessados em modelos com potência,
elegância e conforto. Tratam-se da picape Hilux
e do utilitário esportivo SW4, dois campeões
de vendas da Toyota no ano passado. Ambos
já com as redefinições para a linha 2008, os
destaques ficam por conta das mudanças definidas pela montadora para consolidar de vez a
liderança em ambos os segmentos.
Na picape, a linha 2008 chega ainda mais completa. O modelo, que lidera o mercado de picapes
médias a diesel, com 37,5% de participação, está
disponível em 10 versões, mesclando trações
4x2 e 4x4. No que diz respeito a especificações
técnicas, a Hilux, nas versões com tração 4x4,
agora vem com diferencial traseiro com
deslizamento limitado (Limited Slip Diferencial LSD) – já disponível nos modelos 4x2 –, que
otimiza a performance em superfícies com baixa aderência, distribuindo o torque de maneira
uniforme e evitando que as rodas patinem. O
novo diferencial traseiro tem como função principal incrementar a performance off-road.
Na parte de segurança, a Hilux 2008 agrega
novos itens de série que privilegiam o conforto
dos passageiros. Todas as versões trazem novo
filtro para o ar-condicionado, que impede a entrada de poeira ou algum tipo de mau cheiro na
cabine. As versões cabine dupla com tração
4x4, nas opções de acabamento SR e SRV, ganharam ainda dispositivo one touch para levantamento automático do vidro do motorista. E a
top de linha SRV recebeu sistema de iluminação interna automático de cortesia, com
temporizador, que é acionado ao abrir as portas ou no clique do alarme.
Hilux SW4
O utilitário esportivo Hilux SW4, segundo veículo da família IMV (Innovative Multi-purpose
Vehicle) produzido no Mercosul, também passou por uma reformulação. Para a linha 2008
há novo filtro para o ar-condicionado, sistema
de iluminação interna automático com
temporizador e dispositivo one touch para levantamento do vidro do motorista.
O SW4, que conta com um sistema de tração
4x4 com funcionamento permanente, já dispunha de diferencial traseiro com deslizamento
limitado (LSD). Motorização, tipos de transmis-
são, lista de itens de série e configuração de
suspensão também são as mesmas disponíveis na Hilux SRV. O consumidor tem como
opcional escolher o SW4 equipado com bancos de tecido ou couro.
automobilismo
11
TEMPORADA 2008
O que vai acontecer?
D
epois de uma temporada extremamente
disputada tanto dentro como fora das
pistas, com 17 provas, tivemos duas
surpresas. Uma foi a derrota parcial da McLaren
nos tribunais da FIA (Federação Internacional
do Automobilismo) perdendo todos os seus
pontos no campeonato de construtores de
2007, e nas pistas perdeu o campeonato mesmo tendo dois pilotos com enormes chances
de ganhar o título. Porém, devido ao mau entendimento entre os pilotos Lewis Hamilton e
Fernando Alonso, quem levou a melhor foi o
azarão Kimi Raikkonen que ganhou o caneco
por um ponto de diferença sobre os pilotos da
McLaren.
Dentro das pistas houve muita disputa, grandes corridas e um acidente incrível envolvendo o polonês Robert Kubica no GP do Canadá.
Até mesmo a Spyker (antiga Minardi) liderou
uma das provas.
Dentre os brasileiros somente Felipe Massa
obteve um desempenho excelente, tendo a
chance de quase disputar o titulo do campeonato, perdendo nos últimos GPs da temporada
devido a uma série de acontecimentos. Já
Rubens Barrichello não pôde fazer nada devido
ao fraco desempenho de sua equipe Honda.
O japonês Takuma Sato foi novamente o melhor asiático na temporada marcando 4 pontos
pela Super Aguri, e Sakon Yamamoto chegou a
liderar uma prova em sua estréia, porém a equipe Spyker era a mais fraca da temporada e não
Raikkonen: um ponto faz muita diferença
Texto: Fernando Ávila | Fotos: Divulgação
Texto: ZZZZZZZZ | Fotos: DIVULGAÇÃO
Robert Kubica: momento de perigo
no GP do Canadá
Ferrari e McLaren:
disputa acirrada
obteve sucesso no decorrer do ano. Mas o último GP de 2007 teve a estréia de uma das esperanças do país para o próximo campeonato:
o filho do lendário Satoro Nakajima, Kazuki
Nakajima que fez uma belíssima temporada na
GP2 Series (categoria pré-Formula 1).
Mas teremos várias surpresas como um GP noturno e a estréia de uma equipe inédita.
Sem dúvida, há fortes candidatos, como:
Fernando Alonso voltando para a Renault; Lewis
Hamilton, que deixou de ser estreante e terá
AS EQUIPES JAPONESAS PARA 2008
HONDA
TOYOTA
SUPER AGURI
Depois de uma das piores temporadas de sua vida, a equipe
mais tradicional do país do sol
nascente vem com a expectativa de que 2008 seja uma temporada de resultados iguais aos
de 2006, onde marcou 86 pontos na categoria, sendo o melhor resultado desde sua criação em 1964.
Os pilotos Jenson Button e
Rubens Barrichello se mantiveram na equipe para 2008.
Após varias discussões internas, o chefe da equipe japonesa, Tadashi Yamashina, estipulou que a equipe terá até 2010
para conseguir a sua primeira
vitoria na categoria, senão a
equipe se retirará da categoria
se tal resultado não aparecer.
Para 2008 a equipe dispensou
Ralf Schumacher e contratou o
atual campeão da GP2 Series,
o alemão Timo Glock, e manteve como o primeiro piloto o italiano Jarno Trulli.
A equipe fundada pelo o antigo
piloto Aguri Suzuki e sendo uma
espécie de equipe B da Honda,
o time vem para a temporada
2008 sem definir os seus pilotos oficiais. Como em 2007
conseguiu marcar seus primeiros pontos com o piloto Japonês Takuma Sato e andou na
frente da equipe A por várias
vezes na temporada, tem grandes esperanças para 2008.
mais experiência nas pistas – e maturidade que
faltou em 2007 para levar o título –, e a Ferrari,
que vem com o atual campeão Kimi Raikkonen
e o brasileiro Felipe Massa.
Teremos que esperar o mês de março chegar
para conferir esta temporada que promete ser
menos problemática nos tribunais e mais excitante nas pistas, tendo uma briga acirrada pelo
título de pilotos da categoria.
Que o dia 16 de março chegue logo para acelerar os corações dos fãs de velocidade.
CURIOSIDADES DO JAPÃO NA F1
• Na Fórmula 1 já correram vários pilotos japoneses, resultando em um total de 19 pilotos,
que disputaram a maior competição do automobilismo.
• Takuma Sato foi o único piloto japonês até
agora a conquistar um pódio fora do país, no
GP do Estados Unidos (2004), e também maior
parte da sua pontuação (40 de um total de 44).
É o piloto japonês com mais pontos na F1, ultrapassando o ídolo japonês Satoru Nakajima.
• O Grande Prêmio do Japão foi disputado pela
primeira vez em 1976, e desde então faz parte
do campeonato da Fórmula 1. O primeiro vencedor foi o norte americano Mario Andretti correndo com uma Lotus-Ford. O GP teve uma vez
um patriota Aguri Suzuki que em 1990 chegou
em terceiro lugar com uma Lola – Lamborghini.
12
cosplay
O BANG-BANG CULTURAL
Documentário de cosplay nos cinemas brasileiros
Texto: David Denis Lobão e Felipe Marcos – editores do Portal OhaYO!
Fotos: Arquivo Pessoal / Marcelo Fernandes
P
ela primeira vez no Brasil está sendo produzido um documentário profissional sobre o universo dos cosplayers (fãs que
se fantasiam como seus personagens favoritos). Conheça os bastidores do longa-metragem
“DAAN-DAAN! Cultura Pop Japonesa no Brasil” (titulo provisório).
O nome “DAAN-DAAN!” pode causar certa “estranheza” com o público, pouco acostumado à
expressão. Na verdade é uma onomatopéia japonesa que significa “Bang-Bang”. Com o nome
devidamente apresentado vamos falar do conteúdo do filme. O documentário é uma produção da Oficina Produções Cinematográficas, que
deverá ser exibido pela TV Cultura e em festivais de cinema.
O objetivo da produção é investigar de forma
séria o intercâmbio entre a cultura jovem japonesa e a brasileira. O filme começou a ser gravado em julho do ano passado no evento Anime Friends (em São Paulo) e concluiu suas gravações no final de 2007 no Rio de Janeiro, onde
filmaram os cosplayers Marcelo “Vingaard”
Fernandes e Thaís “Yuki” Jussim.
Produzindo no Brasil
Produzir um documentário no Brasil não é uma
tarefa fácil. “DAAN-DAAN! Cultura Pop Japonesa no Brasil” foi viabilizado com um prêmio
entregue pela TV Cultura, em parceria com o
SESC e a Secretaria da Cultura do Estado de
São Paulo, por meio do edital Programa Janela
Brasil. A produção é dirigida por Laura Faerman,
que trabalha há sete anos como diretora e editora de cinema e vídeo. Laura explica para a Re-
cosplay
vista OK que realizar um longa
como este no Brasil é complicado.
“Ainda são raras políticas como a implantada pela TV Cultura para o setor de documentários, que dá espaço para a pluralidade temática e de
linguagem. O DOC TV, que premia
projetos de documentários em todo
o país, é um exemplo muito bem sucedido neste sentido, abrindo espaço para novos realizadores e olhares sobre o Brasil”, conta a diretora.
Acompanhando Laura nesta “aventura pelo mundo dos animês”, estão o produtor Luis Ludmer e a
roteirista Thaís Teixeira. Ludmer destaca que é complicado transformar
uma idéia como esta em um longametragem, mas lembra que a visão
de Laura sobre o assunto foi vital
para o projeto “Há o mérito da diretora, Laura Faerman, em ter captado no ar essa tendência da Cultura
Pop Japonesa no Brasil. E também
o mérito do júri do Edital Janela Brasil da TV Cultura de acreditar nessa
idéia e torná-la possível”.
Thaís completa que realizar um
documentário no Brasil também
fica complicado pela pluralidade
cultural do nosso povo e a dimensão geográfica do país. “Produzir
um documentário requer fazer um recorte do
tema a ser abordado. Acho que sempre, mas
talvez em particular no Brasil devido às suas
dimensões e múltiplas influências, temos um
número enorme de variáveis a considerar quando tentamos documentar algum fenômeno que
se expresse em nível nacional”, explica Thaís.
A cosplayer Thaís Jussim
Filmagens com Marcelo e Thaís
Casal de cosplayers cariocas, Marcelo
Fernandes e Thaís Jussim, sempre participam
juntos dos principais concursos do país. Em
2006, Thaís venceu o Circuito Cosplay, Mar-
A cidade maravilhosa também é o cenário de
DAAN-DAAN! Cultura Pop Japonesa no Brasil
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celo foi o vice. Em 2007 ambos
foram para a final do Yamato
Cosplay Cup (YCC), Thaís ficou
em terceiro lugar. Marcelo em
quarto.
A união se refletiu também na gravação do documentário. O casal
participou da gravação no Anime
Friends (São Paulo – Julho de
2007) e no Jardim Botânico e na
Baía de Guanabara (Rio de Janeiro – Novembro de 2007). “Foi algo
diferente e bastante interessante.
Vivenciar este universo de atuação em cinema, com pessoas dizendo ‘corta’ e ‘ação’ foi algo que
eu jamais pensei que pudesse fazer. Espero que esta iniciativa de
levar cosplayers para um tipo diferente de mídia dê certo e consiga o resultado esperado pela produção. Agradeço muito a eles pelo
convite”, fala empolgado o carioca Marcelo Fernandes, mais conhecido pelo ‘nick’ (apelido) de
“Vingaard”.
Após tantas matérias que tratavam com um certo preconceito o
universo dos cosplayers e estereotipavam o comportamento dos
fãs de animê e mangá, surgiu
como um alivio para os participantes a seriedade do documentário e do trabalho
da equipe de Laura. “Eu achei o máximo essa
iniciativa de fazer o documentário. Pelo que pude
ver, está sendo muito bem produzido. Eu participei de algumas gravações e foi uma experiência ótima. Eu tive até uma dublê pra marcar
algumas cenas minhas enquanto eu me preparava pros concursos de cosplay do Anime
Friends. Deu pra perceber que é uma produção
séria e que está tendo todo o respeito e cuidado que o nosso hobbie merece. Estou ansiosa
para ver o produto final disso tudo”, diz a
cosplayer e cenógrafa Thaís Jussim, conhecida como “Yuki”.
14
pré-carnaval
Bloco carnavalesco com nikkeis é atração do Pholia 2008
Promovido para homenagear o Centenário da Imigração,
bloco Wa no Samba reunirá mais de 300 pessoas em SP
J
untar centenas de nikkeis para uma festa
pode parecer moleza. Ainda mais se for
algum matsuri ou evento que a comunidade está cansada de ver, ouvir e freqüentar.
Mas, e se o evento em questão é uma folia carnavalesca? Será possível reunir os descendentes para uma celebração mais que conhecida
entre os não-nikkeis? Para saber a resposta, lideranças resolveram se unir para promover o bloco Wa no Samba, que desfilará no “Pholia no
Memorial 2008”. E, para dar uma pista se o bloco será sucesso ou não, todos os participantes
deste ano praticamente elegeram que o destaque será mesmo o Salve Simpatia/Wa no Samba, que entra na avenida a partir das 19 horas.
Segundo o coordenador do bloco – e amante
assumido do bom e velho Carnaval –, Akio
Ogawa, a idéia surgiu após se constatar que
em quase 100 anos de imigração japonesa, a
“aura carnavalesca” entre os nikkeis estava
praticamente desaparecida. “Assistimos às
apresentações no ano passado e pensamos que
poderíamos fazer algo relacionado com os
nikkeis em 2008. Coincidentemente, é o ano
que comemoramos o Centenário. Nada mais
justo do que homenagear toda essa saga com
alegria e descontração”, explica ele.
A expectativa é de que muitos jovens compare-
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
çam, até mesmo para resgatar e relembrar o que
muitos dos pais e até mesmo avós faziam há
algumas décadas. Para tanto, a organização espera por foliões de São Paulo e também de outras cidades, caso de Maringá, no Paraná. “A
força dos jovens nikkeis é muito grande. Tenho
certeza que os nikkeis, tanto os que gostam,
quanto os que não são tão assíduos em bailes
de Carnaval, terão curiosidade de saber o que é
o desfile”, diz o também coordenador do bloco,
Cláudio Kurita. “Vejo como uma forma de unir
ainda mais as pessoas, além de mostrar toda a
integração entre Brasil e Japão. Tanto que nosso lema é: não há o proibido”, acrescenta Ogawa.
Aos interessados em participar da festa, o abadá
para desfilar pode ser adquirido no dia (26 de
janeiro). Vale lembrar que a entrada no evento é
gratuita e, além do bloco Salve Simpatia/ Wa
no Samba, outros 11 blocos se apresentarão
tanto no dia 26 quanto no dia 27 de janeiro. O
Memorial da América Latina fica na av. Auro
Soares de Moura, s/nº, Barra Funda. Mais informações no site www.pholia.com.br
multimídia
RAINHAS
DO
SUBSOLO
The 5.6.7.8’s: as mulheres más do underground
Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação
A
personagem de Uma Thurman no filme
Kill Bill Vol. 1, entra escondida em um
clube noturno nada amigável de Tóquio.
Enquanto atravessa os ambientes com cuidado para não ser flagrada, aos fundos uma banda de mulheres toca o boogie-woogie Woo hoo
para uma platéia mal encarada, porém, totalmente envolvida pelo som frenético da guitarra
Teisco, antiga marca barata e de design bizarro, hoje, cultuada por colecionadores. Quem
está no palco é o The 5.6.7.8´s, um dos grupos mais aclamados da música underground
japonesa e mundialmente famoso após a participação na película do diretor Quentin Tarantino.
Embora vestidas com figurinos inspirados na
sexy symbol dos anos 60 Jayne Mansfield, as
roqueiras têm pouco em comum com a estrela
dos seios fartos. Os bons modos e a sensuali-
As bad girls com roupas
de Jayne Mansfield
dade dão lugar a explosões de guitarra e aos
gritos roucos e trejeitos excêntricos da vocalista
Ronnie, que, junto com a irmã Sachiko (bateria), Rico e Yoshie (as duas últimas, já fora),
fundou o The 5.6.7.8´s, em 1986. “Cresci ouvindo punk dos anos 70. Logo que conheci The
Sex Pistols (do lendário Sid Vicious), sabia que
queria estar em uma banda de rock”, lembraria, mais tarde, a líder Ronnie, que tem tatuado
no braço a frase teenage queen delinquent, algo
como “rainha delinqüente juvenil”.
A banda, que, nos tempos de vacas magras, chegou a tocar com o White Stripes para “umas 10
pessoas”, mescla canções em japonês e em péssimo inglês de Ronnie. Com mais de 20 anos de
estrada, o grupo colecionou admiradores e críticas entusiasmadas em todos os continentes. A
formação atual tem, além de Ronnie e Sachiko, a
baixista Yoshiko. Vez ou outra, as integrantes trocam os clubes sujos da capital nipônica por palcos da Europa, EUA, Austrália e China.
O The 5.6.7.8´s pode não agradar aos fãs do
bonachão Itsuki Hiroshi ou do pop bem comportado de Namie Amuro, mas é um verdadeiro
achado para quem busca o legítimo rock´n roll,
feito para se expressar, se rebelar e não deixar o
corpo parado. Em 2007, Ronnie reduziu a quantidade de apresentações para ser a mais nova
mamãe roqueira. Em breve, deve retomar, com
gás total, o cetro do reino do subsolo japonês.
Bate-papo com Pamela Valente
Diretora de Rock’n Tokyo revela o mundo alternativo da capital japonesa
G
ravado em 2006 e lançado no final do ano,
o documentário Rock’n Tokyo é, provavelmente, o material audiovisual em português
mais completo sobre a música alternativa japonesa. A diretora, Pamela Valente, passou dois
anos no Japão, onde ficou amiga das integrantes do The 5.6.7.8´s. De Paris, onde vive, ela
concedeu a seguinte entrevista para a Revista
OK, na qual fala sobre a banda e o underground
de uma das capitais mais prolíferas do mundo.
Como você chegou até o The 5.6.7.8´s?
Eu estava morando em Tóquio, procurando
shows de rock. No começo, quando você não
conhece, é difícil encontrar os clubes. Um amigo, cineasta japonês, que nem gosta tanto de
rock, mas sabia de meu interesse, leu no jornal
que o grupo que aparecia no filme Kill Bill ia
tocar. Fomos. Ele até gostou das meninas, mas
ficou meio chocado com os outros grupos. Fiz
amigos, fui conhecendo cada vez mais gente.
Quando decidi fazer o documentário, sabia quais
bandas queria filmar, e uma delas era a The
5.6.7.8´s. Então, simplesmente, fui falar com
a Ronnie depois de um show.
O que mais chamou sua atenção nas
andanças pelo underground de Tóquio?
O que me impressionou, e impressiona até hoje,
é como essas pessoas são sinceras e intensas.
O Japão é uma sociedade muito codificada,
estruturada, na qual cada um tem de se encaixar num papel pré-definido muito claro. E, quem
vive no underground fica mesmo à margem. Veste-se, fala e anda de forma muito diferente, nunca passa desapercebido e poucas vezes é aceito. Você sente no olhar dos japoneses “normais”
medo ou desprezo pelos outros.
15
entrevista
16
YUTAKA TOYOTA
Japonês de origem e brasileiro por opção, Toyota é
um dos maiores nomes da escultura contemporânea
Texto e Foto: Wilson Azuma
Toyota conviveu com os mestres
Fontana, Le Parc e Tomasello
E
quilíbrio e simplicidade são característi
cas bem orientais. Um dos maiores es
cultores brasileiros da atualidade, Yutaka
Toyota, japonês de origem, não renega os
clichês da terra natal, mas vai além.
O Japão da segunda metade da década de 50
respira industrialização. Recém-saído da faculdade de belas artes em Tóquio, o jovem Toyota
se dedica à pintura de paisagens e retratos.
Contratado pelo Instituto de Pesquisa Industrial de Shizuoka, durante três anos, orienta empresas sobre novos materiais, design e tintas.
Faz, inclusive, parte da equipe que idealiza o
guidão entortado rabbit (coelho, em inglês),
marca registrada das motos Suzuki. O serviço
corporativo o afasta da arte, mas, por outro,
oferece um campo aberto para trabalhar com
os mais variados materiais, o que se mostraria
bastante útil em futuras esculturas.
Em 1957, as perspectivas de Toyota mudam
radicalmente. Contratado por uma corporação
moveleira, recebe a missão de estudar o mercado brasileiro. Passa um ano viajando por várias cidades. No interior paulista, encanta-se
com os contrastes entre os canaviais e as cores fortes do céu. A esta altura, seus quadros,
influenciados pelo horizonte tupiniquim, pendem
para o abstrato. Cumprido o serviço, volta ao
arquipélago com a idéia fixa de ficar raízes no
Brasil e realizar o sonho de viver para a arte.
Atualmente, Toyota tem mais de 40 monumentos no Japão, 20 no Brasil, sem contar nos outros países. Em 2008 é comemorado o qüinquagésimo aniversário da chegada ao Brasil
desse talentoso artista plástico, cujo trabalho
se caracteriza por levar equilíbrio a diferentes
elementos. As raízes do Sol Nascente, portanto, estão no espírito de suas obras. Mas, como
ele mesmo diz: “além do simples, busco os contrastes”, herança de uma vida nos trópicos.
O senhor se formou em Belas Artes em
Tóquio e, depois, realizou estudos industriais. Como foi esse período?
Mas ainda não foi sua mudança definitiva.
Após três anos no Instituto, o senhor veio
pela primeira vez ao Brasil.
Como foi no Velho Continente?
Pesquisei muito material novo que começou a
surgir no pós-guerra, como plástico e acrílico.
Até hoje, essas pesquisas são muito úteis.
Naquela época, as indústrias não tinham laboratórios de design, materiais e pintura. Eu orientava várias fábricas. Na região, o forte eram
as de automóveis, móveis e bicicletas. Ajudamos a criar muitas coisas. Empresas como
Honda, Toyota e Suzuki sempre vinham até nós.
Havia uma fábrica que estava produzindo base
de madeira para máquinas de costura. A empresa sabia que tinha muita matéria-prima no
Brasil, e queria migrar. Como eu já estava trabalhando com essa fábrica, o presidente do Instituto me indicou para que eu pesquisar durante um ano as condições do País. Eu tinha um
tio que já morava aqui e era também uma oportunidade de conhecer meus primos. Tinha muita curiosidade e concordei.
Isso foi em 1957. Depois de um ano o senhor retornou.
Exato. Quando voltei, apresentei a pesquisa, dizendo que o Brasil era um país muito promissor, de muito futuro. Gostei tanto, que decidi
migrar. Quando falei isso, o presidente tomou
um susto. Vim para cá de vez em 58.
O que fez o senhor tomar essa decisão?
Viajei bastante pelo interior. Gostei muito do ar,
da grandeza. No Japão, para todos os lados que
você olha tem montanha. Aqui, não. A imensidão
das plantações de cana e soja faz um contraste
muito bonito com o céu. Lá, eu pintava paisagens, retratos e flores. Quando cheguei aqui tudo
mudou. Comecei a trabalhar com o abstrato e
passei a viver da arte, que era o meu grande
sonho. Outra coisa que observei foi o nível das
escolas de Belas Artes, muito baixo. Queria orientar. Logo que cheguei, conheci pessoas da área
de arquitetura da USP e do Mackenzie. Abri uma
escola de arte na travessa da avenida Rebouças.
Não imaginava que fosse ter tantos alunos. Cheguei a ter noventa, com três assistentes.
Isso. Depois de um ano, deixei a escola com os
assistentes e viajei para a Argentina. Lá, o nível de arte era muito alto, principalmente arte
cinética. Eu gostava muito de mecânica e queria estudar fora para dar aulas avançadas no
Brasil. Conheci muitos artistas, como o Julio
Le Parc e o Luis Tomasello. Mas eu queria encontrar o Lucio Fontana (outro ícone da arte
moderna, também argentino). Soube que ele estava na Itália. E, depois de um ano e meio em
Buenos Aires, fui para lá.
Encontrei o Fontana em Milão. Fui muito influenciado pela arte, da idéia do espacial, de que
a pintura não é chapada como a parede. É preciso furar porque o espaço não tem limites. Ele
dizia que o mundo tem os lados positivo e negativo, como o imã. Não era mais como na Renascença. O som também mudou, assim como
as cores, o ultra-violeta. Juntos, fizemos várias
pesquisas e exposições.
Praticamente todas as suas esculturas são
caracterizadas pelo equilíbrio, que tem
muita relação com a arte cinética, mas
também com a cultura japonesa.
Sim, é verdade. Dou espírito oriental às minhas
obras. Pode ver, sempre tem os lados positivo
e negativo, grande e pequeno, homem e mulher. Tem de ter harmonia e paz.
Este é o ano do centenário da imigração
japonesa e, também, o aniversário de 50
anos de sua carreira no Brasil. Quais são
os projetos?
Estou fazendo doze monumentos para o centenário. Atualmente, tenho 42 monumentos espalhados pelo Japão e mais de 20 no Brasil. O
Mube vai promover uma exposição individual,
na qual farei uma retrospectiva da carreira. É
muito importante, será algo bem completo. Já
estou com 76 anos. Depois, a saúde não agüenta mais (sorri). No Japão, vou participar de uma
exposição itinerante em homenagem ao centenário, que vai passar por Kobe, Masuyama,
Yokohama e Kumamoto. Duas cidades ainda
estão para confirmar.
OKids
Método japonês ensina
matemática de forma lúdica
Kumon contraria a lógica brasileira
de resultados pífios na matéria
S
eja por culpa das instituições, dos professores ou mesmo de pais e alunos, o
jovem sai da escola praticamente analfabeto em matemática no Brasil. Trocando em
miúdos: números, fórmulas e raciocínio lógico
são bichos de sete cabeças das carteiras escolares. Isso é fato. Para reverter o cenário desastroso, a alternativa é buscar a paixão pelas
exatas fora do colégio. Nesse campo, o método japonês Kumon, que chegou ao País em
1977, tem sido um dos poucos alentos.
No último ano, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE)
divulgou os resultados das provas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).
Os estudantes brasileiros tiveram resultados
desastrosos, sobretudo em matemática - 53º
lugar numa lista de 57 países. Em uma escala
de 0 a 6, 75% dos jovens tirou nota um ou menos, fazendo companhia a colegas de
Quirguistão, Qatar e Tunísia no pelotão de trás.
Com mais de 100 mil alunos no Brasil (são 4
milhões em todo o mundo), o Kumon tem se
mostrado uma ferramenta importante para
quem deseja se desenvolver em matemática.
O maior segredo desse método criado pelo professor Toru Kumon, em 1958, é o estímulo ao
autodidatismo. “Nós vamos desafiando a criança à medida que ela avança. O material didático é auto-instrutivo, o que ajuda a desenvolver autonomia para os estudos. Isso se reflete
Texto: Wilson Azuma | Foto: Divulgação
Carlos Henrique Zigiotti
não só na matemática, como também em outras disciplinas. O aluno aprende a gostar de
pesquisar, correr atrás e não esperar as aulas
expositivas”, destaca o gerente de desenvolvimento de material didático, Carlos Henrique
Zigiotti.
Em idade pré-escolar, os jovens são iniciados
na matemática com jogos lúdicos. Aos poucos,
são apresentados às operações básicas, com
exercícios de repetição e deveres de casa. A
dificuldade aumenta gradativamente até que
estejam craques na matéria. O curioso é que
não há limite de idade para entrar no curso. O
Instituto realizou um estudo baseado no desenvolvimento do cérebro. Mostra que as crianças
mais novas têm o desenvolvimento das conexões neuronais maior em relação a quem é iniciado no método mais tarde. Residente no Brasil, a japonesa Ai Hashimoto colocou a filha
Nagisa, de cinco anos, há cinco meses em uma
unidade da capital paulista. Para ela, os avanços são visíveis. “O interessante é ver que sempre há evolução”, destaca Ai.
A mensalidade do Kumon gira em torno de R$
100 nos grandes centros - um pouco menos
nas cidades menores. Em todo o Brasil, a empresa possui 1700 unidades, totalizando mais
de 100 mil alunos. Os bons resultados com a
matemática levaram o Instituto a oferecer também cursos de japonês, inglês e português.
17
18
gastronomia
Japonês para todos os gostos
Tradicionais, exóticos, regionais ou adaptados ao gosto brasileiro,
restaurantes japoneses vão além do sushi e sashimi
Texto: Wilson Azuma | Fotos: Divulgação
M
uitas pessoas torcem o nariz para o
restaurante japonês. “Não gosto de
peixe cru”, costumam justificar. Pouca gente sabe, mas o famoso sashimi, embora
freqüentemente consumido, não faz parte das
refeições cotidianas do nipônico médio. Alimentos como repolho, batata-doce, molho curry,
tsukemono (conserva), missoshiru (sopa de
pasta de soja), tofu (queijo de soja), frutos do
mar e peixes grelhados, sem falar do arroz, são
bem mais presentes no cardápio. A variedade
de iguarias, diferentes em cada província, é
impressionante. No Brasil, porém, ainda hoje
perdura a idéia de que a gastronomia da terra
dos samurais é restrita a dupla sushi-sashimi.
Com cerca de 600 estabelecimentos do gênero, segundo levantamento do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, a cidade
de São Paulo está aí para provar que essa tese
está ultrapassada.
A gastronomia japonesa chegou com os imigrantes, a partir de 1908. No início, os novos moradores tiveram grande dificuldade com o excesso de gordura do pesado cardápio brasileiro,
sobretudo nas lavouras. Como importar era muito
caro, passaram a cultivar por conta própria legumes e verduras como nabo, gobo e broto de bambu. A pasta de soja para o missoshiru, a sopa
típica, passou a ser feita artesanalmente. Aos
poucos, surgiram os vendedores ambulantes de
produtos para a colônia. Como faltavam ingredientes, adaptaram com iguarias brasileiras. O
inhame, por exemplo, passou a ser bastante utilizado nos nishime, os cozidos.
Os restaurantes típicos começaram a aparecer em
maior escala somente a partir dos anos 60, quando milhares de nikkeis decidiram se fixar na capital. O boom, no entanto, aconteceu no final do
último século, principalmente pelo grande apelo à
culinária saudável, característica símbolo da comida japonesa. Nessa época, os chefs perceberam também que era necessário adaptar os sabores ao gosto do brasileiro para disseminar ainda mais a cultura. Foi quando importaram dos EUA
o sushi Califórnia, que, lá, era feito com abacate,
mas aqui ganhou mais adeptos com a manga.
Desde então, muitos estabelecimentos têm inovado com criações bastante inusitadas. É a chamada culinária contemporânea, ou fusion, categoria da qual a capital paulista pode se orgulhar
gastronomia
de ter inúmeros representantes.
São opções para todos os gostos e bolsos. Nos
fast food, self service e rodízios, o cliente encontra variedade e agilidade. Há ainda as casas de
teishoku, o PF (Prato Feito) japonês. Para quem
exige tradição, a cidade conta com restaurantes
que existem há quase meio século. Chamam
atenção também as casas especializadas, como
as dedicadas exclusivamente a temaki, udon,
curry e sukiyaki. Para quem não dispensa a comida regional, há lugares onde são servidos pratos de Okinawa, Akita e Hamamatsu. Sem contar as iguarias exóticas, como mini-polvo, água
viva, barbatana de tubarão e caranguejo gigante, para os amantes de novas experiências. “Ao
longo dos anos, o ocidental passou a freqüentar
mais e a culinária também mudou. Em São Paulo você encontra de tudo, desde casas mais tradicionais até chefs que fazem receitas para atender ao público brasileiro. O interessante é que
virou um caso único, pois muitos japoneses vêm
aqui e ficam espantados com a variedade”, destaca o sushiman Alan Kumamoto, do Hanadoki.
A origem do sushi
Bem antes do nascimento de Cristo, no Japão, a
cabeça e as vísceras do peixe eram retiradas e,
o filé, salgado e conservado em camadas de arroz cozido. Mais tarde, por volta do século XVI,
os japoneses aprenderam a consumir o arroz
antes que o mesmo fermentasse, o que deu origem ao namanarizushi, bisavô dos sushis atuais. Na Era Edo, nos dois séculos seguintes, o
sal foi substituído por vinagre e, mais adiante,
ganhou a companhia do shoyu (molho de soja)
para dar o sabor característico pelo qual hoje é
conhecido. O famoso niguirizushi surgiu nessa
época, com a popularização das chamadas
yatais, barracas ambulantes de alimentação rápida. Espalhados pelo mundo, os sushi ganharam variações bastante exóticas. No Brasil é
possível encontrar opções com caranguejo, camarão e queijo, berinjela e até tomate seco.
A Revista Mundo OK dividiu os restaurantes
em sete categorias e selecionou algumas boas
opções para você. Confira as sugestões nas próximas páginas e bom apetite!
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gastronomia
Roteiro Gastronômico > Roteiro Gastronômico > Roteiro
Vamos ao japonês?
Rodízios, festivais, fast food e self service
Levar família, namorada, amigos e colegas de
trabalho ao restaurante japonês já não dói tanto
no bolso. Não é exagero dizer que em praticamente todas as praças de alimentação dos
shoppings há opções fast food do gênero. A rede
Gendai é o maior exemplo de sucesso. Além das
11 unidades em São Paulo, a marca atua em Campinas, Guarulhos, Osasco e Belo Horizonte. A
popularização da gastronomia, porém, se deu em
maior volume a partir do final dos anos 90, quando os restaurantes passaram a oferecer os rodízios e festivais. Foi então que termos como sushi,
sashimi, tempura e gyoza começaram a fazer parte do cotidiano da classe média. Essas modalidades são oferecidas em vários preços. São os
carros-chefe da maioria dos estabelecimentos
paulistanos. Para quem prefere comer de tudo
um pouco e experimentar o maior número de
iguarias, a melhor pedida é o estilo self-service.
O tradicional Nandemoyá, na Liberdade, é insuperável. Nos almoços de sábado a fila chega à
calçada. Mas ninguém se arrepende.
-------------------------------------------------------------Asashi (rodízio) R. Fernão Dias, 599, Pinheiros
|11 3031-2332
Hitô (rodízio) R. Tabapuã, 846, Itaim Bibi
|11 3079-4470
Koban (rodízio) Al. dos Arapanés, 397, Moema
|11 5051-7404
Nandemoyá (self-service) R. Américo de Campos, 9, Liberdade |11 3208-8604
Yamaai (rodízio) R. Júlio Diniz, 158, Vila Olímpia
|11 3845-2263
_______________________________________
Cada prato, uma história
Tradicional
Muitas casas se recusam a promover rodízios ou
festivais. O argumento principal é de que a culinária japonesa exige atenção especial para cada prato. Outra diz que produtos devem ser manipulados na hora. Os chefs mais renomados comandam as cozinhas das melhores casas da cidade,
como Shintori, Jun Sakamoto e Gomah. Alguns
dos estabelecimentos mais antigos se enquadram
nessa categoria, como Hinodê, que funciona há
40 anos na Liberdade. O bairro oriental, aliás, abriga outros bons exemplos, como o Shimpachi (36
anos) e o Sendai (30 anos). O menu é a la carte,
geralmente, com opções de combinados, teishoku
(pratos executivos) e degustações. Nesses locais,
o cliente costuma encontrar ambientes de decoração típica, com quadros de sumiê, shodô e gravuras antigas, um pequeno jardim japonês e música ambiente. Alguns oferecem salas privativas
de tatami. As cartas de saquê e shochu (aguardente japonesa) geralmente são bem
selecionadas.
-------------------------------------------------------------Gomah R. Sumidouro, 187, Pinheiros
|11 3819-7906
saram a usar manga, o que atraiu de vez o gosto
dos até então reticentes brasileiros. A partir daí,
os experimentos deram origem a pratos inovadores. Nessa área, criatividade é o que manda. Na
recém-inaugurada Original Shundi, por exemplo,
um dos itens mais apreciados é o tempura de salmão com caviar e molho de morango – os tradicionalistas ficam arrepiados. Em outro novo estabelecimento, o Ran, o cliente encontra forte influência londrina e chilena. A especialidade é o peito
de pato ao molho tare com risoto de cogumelo.
Já, no badalado Shimo, a atração é a gastronomia
nipo-peruana. Os ambientes costumam ter decoração caprichada.
-------------------------------------------------------------Asia 70 Av. Nova Independência, 865, Brooklin
|11 5506-4903
East Alameda Jaú, 1303, Jardins
|11 3081-1160
Original Shundi R. Dr. Mário Ferraz, 490, Itaim
Bibi |11 3079-0736
Hinodê R. Tomás Gonzaga, 62, Liberdade
|11 3208-6633
Ran R. Manuel Guedes, 436, Itaim Bibi
|11 3071-3020
Jun Sakamoto R. Lisboa, 55, Jardim América
|11 3088-6019
Shimo R. Jerônimo da Veiga, 74, Jardim Europa |11 3167-2222
_______________________________________
Shimpachi R. São Joaquim, 482, Liberdade
|11 3207-3994
Variações de um tema
Shintori Al. Campinas, 600, Jardim Paulista
|11 3283-2455
______________________________________
Os paulistanos conhecem tão bem a comida japonesa que já formaram mercado para restaurantes
especia-lizados em um tipo de refeição. Há casas
exclusivas de temaki, katsu (frituras), tempura,
yakitori, udon, sukiyaki, sushi e sashimi e por aí vai.
Na agitada avenida Galvão Bueno, por exemplo, fica
o Aska. Quem entra no estabelecimento tem a impressão de estar numa legítima casa de lamen
nipônica. Os temaki também estão na crista da
onda. Localizado no Itaim Bibi, o restaurante Ícone
Temakeria é referência do gênero. Cones especiais, como o Samurai, vêm com salmão, cream
Gastronomia contemporânea
Fusion
A culinária fusion nipo-brasileira começou com a
chegada dos imigrantes, que tiveram de adaptar
a cultura gastronômica aos produtos existentes
na nova pátria. Em meados dos anos 80, os chefs
importaram o sushi Califórnia. Mas, em vez do
abacate, como faziam os norte-americanos, pas-
Especialidades
gastronomia
Gastronômico > Roteiro Gastronômico
cheese, suco de laranja e pepino. Oferece também
combinações menos exóticas, com ingredientes básicos como kani, gengibre ralado e omelete.
-------------------------------------------------------------Aska R. Galvão Bueno, 466, Liberdade
|11 3277-9682
Curry House Av. Paulista, 854, loja 9 – Top
Center, Bela Vista | Tel.: 11 3145-1745
Ícone Temakeria R. Leopoldo Couto de Magalhães Jr., 633, Itaim Bibi |11 3167-1166
Katsuzen R. Barão de Iguape, 55, Liberdade
|11 3209-1286
pazes de fazer, principalmente, com os seres vivos
do mar. Ostras, mexilhões, mini-polvos, moluscos,
lulas do Pacífico, barbatanas de tubarão, tudo é ingrediente para receitas, na maioria dos casos, apreciadas em estado natural. O Hanadoki é um dos
mais ousados nesse sentido. O restaurante da zona
sul mantém um grande aquário de água salgada no
qual os clientes podem escolher a lagosta que será
sacrificada em prol do apetite. De entrada, pode
degustar ainda um ika uni, o ouriço vivo com lula”.
O Hideki Sushi Bar, com unidades em Moema e
Pinheiros, também se encaixa no perfil. Inclui no
cardápio pratos com filhote de enguia, água viva
ou ovas de peixe voador. Mas o carro-chefe é o
kani nabe, cozido de caranguejo gigante, que vem
com queijo de soja, legumes e cogumelo.
Yakitori Av. dos Carinás, 93, Indianópolis
|11 5044-7809
______________________________________
-------------------------------------------------------------Hanadoki R. Prof. Artur Ramos, 395, Itaim Bibi
|11 3815-2144
Altas horas
Hideki Sushi Bar Av. dos Imarés, 542, Moema
|11 5049-3324
Balada culinária
Pedir uma porção de hot roll enquanto curte a apresentação ao vivo de MPB ou dançar ao som do
DJ segurando um sushi são cenas nada impossíveis de acontecer em São Paulo. Se estiver afim
de encontrar famosos, vá ao Butoh, que tem entre os sócios o ator Paulo Vilhena. O Barracuda
Sushi Bar é a casa que leva o conceito
“gastronomia-diversão” ao extremo. Abre somente
após às 19h (exceção às sextas) e fecha quando
sai o último cliente. Diariamente, acontecem
shows de forró, reggae, pagode e música eletrônica. Há ainda áreas para a prática de sinuca, xadrez e pebolim. No Katanga Bar, na Vila Mariana,
a vez é dos marmajos, que têm à disposição um
telão gigante para assistir aos jogos de futebol.
Depois de se aventurar na night, os notívagos
podem ainda fazer uma pausa no Kayomix. Localizado na rua Consolação, é um dos únicos estabelecimentos japoneses a varar a madrugada.
Huto Av Jandira, 677, Moema | 11 5052-6804
Sushi Hiroshi R. Capitão Manuel Novaes, 189,
Santana |11 6979-6677
Tanuki R. Jericó, 287, Vila Madalena
|11 3814-3760
____________________________________
Saudades da província
Regionais
Cervejaria Santo Antonio R. Doutor Mário
Ferraz, 32, Itaim Bibi |11 3031-5527
Embora territorialmente pequeno, o arquipélago
japonês preserva como poucos países o regionalismo. O que se come na tradicional Osaka é bem
diferente em relação a Hokkaido, no norte gelado.
Os descendentes de okina-wanos, ou utinachu,
formam uma comunidade vasta e forte no Brasil.
A sorte é que podem degustar as especialidades
dos antepassados em locais como o Deigo e o
Okuyama. O ashikibiti, joelho de porco cozido com
tofu, óleo de gergilim e saquê, é o mais pedido.
Outra região que merece destaque é Hamamatsu,
a cidade mais brasileira do Japão.
Uma das especialidades do Sushi Kiyo, na região
do Paraíso, são as enguias da cidade onde vivem
mais de 15 mil dekasseguis. Muitos retornam e
querem matar a saudade.
Katanga Bar R. Tangará, 137, Vila Mariana
|11 5573-7803
Deigo (Culinária de Okinawa) Pça. Almeida Júnior,
25, Liberdade |11 3207-0317
Kayomix R. da Consolação, 3.215, Jardim
Paulista |11 3082-2769
______________________________________
Kabura (Culinária de Akita) R. Galvão Bueno, 346,
Liberdade |11 3277-2918
-------------------------------------------------------------Barracuda Sushi Bar R. Amorim Diniz, 190,
Penha |11 6641-3243
Butoh R. Peixoto Gomide, 1.797, Jardim
Paulista |11 3082-1750
--------------------------------------------------------------
Novas experiências
Okuyama (Culinária de Okinawa) Rua da Glória,
553, Liberdade |11 3341-0780
Quem acha que comer peixe cru é coisa de gente
excêntrica precisa ver o que os japoneses são ca-
Sushi Kiyo (Culinária de Aichi /Hamamatsu) R.
Tutóia, 223, Paraíso |11 3887-9148
Exóticos
21
22
vitrine
cidades
23
Parques japoneses invadem o Brasil
no ano do centenário da imigração
Prefeituras de Maringá e Mogi das Cruzes investem
em parques temáticos para homenagear imigrantes em 2008
gear todos os imigrantes que se estabeleceram
em Maringá. Localizado em uma área verde preservada de 50 mil m², o terreno contará com ginásio de esportes, teatro para 500 lugares e sala
de eventos, entre outras edificações.
Na busca de ser auto-sustentável e duradouro, estão nos planos também a construção de um jardim japonês que mantenha sua originalidade e perfeição, fazendo com que pareça se fundir à vegetação nativa brasileira através da mistura entre as
variedades de plantas. Outra atração é o Centro
Cultural, espaço destinado à arte e cultura no parque que será um teatro para 500 lugares e sala de
eventos com a finalidade de expor atividades culturais regionais, como apresentações de dança,
música, aulas de artesanato, a tradicional arte do
ikebana, origami e ensino da língua japonesa.
Foto: Prefeitura Municipal de Maringá
N
o ano do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, a época é de festa. E,
como não poderia deixar de ser, prefeituras de diversos municípios brasileiros começam
a finalizar projetos para a homenagem, seja ela
através de eventos inseridos nos calendários municipais ou em grandes projetos de construção –
considerado por muitos como a simbolização máxima entre Brasil e Japão.
Maringá, cidade localizada no norte do Paraná,
promete ser uma das cidades que mais se
engajarão nos festejos. Além de eventos específicos durante todo o ano de 2008, a região que
hoje concentra um grande número de famílias
nipo-brasileiras promete entregar ainda neste ano
uma parte do Parque do Japão – Memorial Imin
100, projeto que tem como finalidade homena-
Texto: Redação (com informações das prefeituras de Maringá e Mogi das Cruzes)
J
á na cidade de Mogi das Cruzes, no interior
paulista, o prefeito Junji Abe está empenhando esforço máximo para a construção
do Parque Centenário, obra com a qual a região
homenageará os 100 anos da imigração japonesa
no Brasil. O parque será construído na região de
Cezar de Souza, ocupará uma área de 215 mil m2 e
tem o objetivo de se tornar um local de passeios
e contemplação da natureza. O anúncio foi feito
no primeiro semestre de 2007 e conta com apoio
de diversas entidades e empresas regionais.
Para o prefeito, um importante desafio foi o fio condutor do processo: era preciso elaborar uma proposta à altura de uma ocasião tão importante e
que, ao mesmo tempo, fosse executável até a data
oficial do centenário – dia 18 de junho de 2008. Os
debates com os secretários permitiram que se
chegasse ao modelo do Parque Centenário.
“Em nossas discussões sobre o assunto, tivemos
a idéia inicial de encontrar um lugar de certa amplitude onde pudéssemos plantar centenas de espécies nativas dos dois países como símbolo desta homenagem. Mas, ao mesmo tempo, precisávamos de ousadia, de algo maior. Os diálogos avançaram e chegamos a este projeto, que sintetiza
um sentimento de entrelaçamento entre as culturas e que será um espaço permanente de reflexão
e lazer para a população”, afirmou Junji.
Foto: Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes
Em Mogi das Cruzes, Parque do Centenário ganha contornos
24
espetáculos
História de amor e devoção
em homenagem ao Centenário
Turnê brasileira do Grupo Teatral 1980 (Guekidan Hatimaru) passará
por 10 cidades brasileiras, com o espetáculo “Êe-Janaika” (Deixa Pra Lá)
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
C
om a proximidade do Centenário, atrações do Japão se preparam para mostrar as concepções e a complexidade
artística do arquipélago. Nesse sentido, o Grupo Teatral 1980 (Guekidan Hatimaru) promete,
a partir de fevereiro, trazer uma história de amor
e devoção durante a transição para o período
Meiji, refletindo a essência da alma japonesa.
E, de quebra, homenagear a data tão especial
para os nipo-brasileiros.
Alegre, inspirado, crítico e essencial, o espetáculo “Êe-Janaika” (Deixa Pra Lá) a ser encenado pelo
grupo é baseado no filme de Shohei Imamura, e
foi adaptado pelo diretor Den Fujita, recriando o
final da era dos samurais e o início de um Japão
moderno, através dos encontros e desencontros
entre o agricultor Genji e sua amada Ine.
A energia e a revolta de um povo humilde, que
ousou sonhar com uma nova era, livre da opressão é a grande temática da peça. Em 1867, um
movimento social repentino e explosivo alastrou-se por todo Japão. No último ano da era
dos samurais, o povo decidiu interromper suas
atividades produtivas normais, para cantar e
dançar sem parar.
Nesse clima de anarquia e confusão social, a
peça retrata a trajetória de Genji, um lavrador
pobre, sem terras e sem dinheiro, que acaba
sendo levado para os Estados Unidos, mas
sente muita saudade de sua esposa, Ine, que
ficou no Japão. Após muitas dificuldades, consegue retornar à terra natal, mas não encontra a mulher.
O público também conhece os subúrbios de
Ryogoku, na cidade de Iedo (atual Tóquio). Casas de espetáculos proliferam pelo bairro paupérrimo, freqüentado por desocupados, pedintes, artistas e mulheres que foram vendidas pela
própria família à prostituição.
Em Ryogoku, Genji encontra sua esposa, Ine,
que foi vendida para uma casa de espetáculos,
após sofrer muitas privações. Neste local de
má fama, reúnem-se os revolucionários, e o
casal acaba envolvido nas lutas e nos conflitos
sociais vigentes, compartilhando as alegrias e
as tristezas dos miseráveis.
espetáculos
A turnê comemorativa do Centenário passará
pelas cidades de Brasília, Belo Horizonte, Ribeirão Preto, Mirandópolis, Londrina, Maringá,
Curitiba, Florianópolis, Santos e São Paulo. A
peça tem duração aproximada de 2 horas, com
legendas em português. “Buscamos o intercâmbio cultural entre o Brasil e o Japão com essa
turnê, pois os eventos são abertos ao público
em geral, não apenas para a comunidade. Essa
é a nossa forma de mostrar a gratidão dos japoneses ao povo brasileiro, com uma peça de
apelo universal, aprofundando os laços de amizade entre o Brasil e o Japão”, explica Yuji
Kusuno, idealizador e realizador da turnê.
Direção e cenografia
A energia frenética contagia o público durante a apresentação, com seqüências dinâmicas e emocionantes. Os cenários refletem a época, com inspiração no teatro tradicional Kabuki e no Ukiyo-ê
(xilogravura), destacando a beleza plástica e visual.
Os músicos percussionistas do grupo Baramgot (Península de Vento) trazem um clima especial ao
espetáculo, com a música ao vivo que procura recriar a música tradicional, resumindo a sensibilidade lírica dos artistas e dando mais profundidade às cenas.
A direção foi entregue ao carismático Sujin Kim, coreano radicado no Japão, discípulo do diretor
Yukio Ninagawa, que desenvolve práticas de palco experimentais e desafiadoras. Kim começou no
teatro underground e lidera a trupe “Shinjuku Ryozanpaku”, herdeira da vanguarda.
programação
fevereiro/2008
13/02 Brasília Teatro Nacional 20h00
16/02 Belo Horizonte Teatro Sesiminas 20h00
20/02 Ribeirão Preto Teatro Pedro II 20h30
21/02 Recepção na colônia Guatapará
23/02 Comunidade Yuba Teatro Yuba 20h00
27/02 Londrina Teatro Ouro Verde 20h30
29/02 Maringá Teatro Kalil Hadad 20h30
março/2008
01/03 Recepção em Curitiba 20h00
02/03 Curitiba Teatro Guaira 20h00
05/03 Florianópolis Teatro Ademir Rosa 21h00
09/03 Santos Teatro Coliseu 20h00
12/03 São Paulo Teatro Paulo Autran - SESC
Pinheiros 20h00
13/03 São Paulo Teatro Paulo Autran - SESC
Pinheiros 21h00
25
animê
26
A nova invasão da animação
As animações exibidas todas as manhãs na TV Globinho, da Rede Globo
por Túlipe Helena – redatora do Portal OhaYO!
Zatch Bell
Yu-Gi-Oh!
A saga Yu-Gi-Oh! começou como
um mangá no Japão em 1996 que
deu origem a duas séries de mangá, três séries de animê e dois filmes. O mangá foi criado por Kazuki
Takahashi e mostra as aventuras
de Yugi e seus amigos Joey
Wheeler, Téa Gardner e Tristan
Taylor. Yugi é dublado por Marcelo
Campos no Brasil, Téa tem a voz
de Samira Fernandes.
Produzido pela Toei Animation,
“Yu-Gi-Oh! Duel Monsters”, que é
exibido atualmente no Brasil pela
Rede Globo e pelo canal
Nickelodeon. Ela é produzida pela
Nihon Ad Systems e foi traduzida
para mais de 20 idiomas e exibida
em mais de 60 países. A série terminou com 224 episódios.
Inspirado no mangá criado por
Makoto Raiku em 2001, Zatch Bell
é dirigido por Tetsuji Nakamura e
atualmente está no ar no Brasil
pelo Cartoon Network e pela Rede
Globo. São cerca de 150 episódios do animê, além de dois longasmetragens. No Brasil a dublagem
de Kiyo fica por conta de Vagner
Fagundes, e Zath é feito por
Fernanda Bullara.
Kiyo Takamine é um jovem japonês
de 14 anos, e seu parceiro Zatch
Bell é um ‘mamodo’ de seis anos e
sem memórias de seu mundo real.
Kiyo é o atual dono do livro de Zath.
Juntos eles vivem grandes aventuras e criam um grande laço. Eles
se tornam parceiros de luta e amigos. A missão de Kiyo é ajudar
Zatch a ter suas memórias de volta e vencer a luta.
Sonic X
A série de animê é baseada nos
games e desenhos do “Sonic”. O
desenho foi produzido pela Sega
Sonic Team, Tokyo Movie Shinsha
e Toho Co. Ltd., a mesma de
“Godzilla”. A animação Sonic X é
dirigido por Hajime Kamegaki no
estúdio Tokyo Movie Shinsha.
Ele foi ao ar pela primeira vez em
agosto de 2003. São cerca de 78
episódios. A história começa com
Sonic tentando salvar Cream e
Cheese das garras do Dr. Eggman,
que ativou o poder do Chaos
Control. Então, ele e seus amigos
Amy Rose, Knuckles, Tails e
Cream foram teleportados para
um mundo paralelo ao seu, onde
eles conhecem os humanos
Christopher “Chris” Thorndyke,
seu avô e seus amigos.
Oban Star Racers
O animê Oban Star Racers (coprodução entre a França e Japão)
já foi exibido no Brasil pelo canal
Jetix e agora é exibido nos sábados da “TV Globinho”, diferenciando-se dos demais animês que vão
ao ar de segunda a sexta.
A animação possui 26 episódios e
conta a história de Molly, uma adolescente que mora no ano de 2082
e foge do orfanato onde morava
para encontrar o pai em uma base
de aviões. Quando chega ao local,
uma nave espacial ataca na Terra
para levar alguns escolhidos (entre eles Molly) para participar da
Grande Corrida de Oban, realizada
a cada 10 mil anos.
animê
27
japonesa na telinha brasileira!
As animações exibidas todas as noites no programa Otacraze, da PlayTV
por Daniela Giovanniello – redatora do Portal OhaYO!
Ranma ½
Ranma Saotome é estudante e foi
treinado para dominar artes marciais junto ao pai, Genma Saotome.
Eles fizeram uma jornada de treinamento nas Montanhas Bayankala, na Província de Qinghai, China, onde há o campo de treinamento chamado Jusenkyo, local de fontes amaldiçoadas. No meio do treinamento, Ranma e seu pai caem e
acabam amaldiçoados. Depois
desse incidente, toda vez que
Ranma se molha com água fria,
transforma-se numa bela garota,
enquanto seu pai num enorme
Panda. Somente o banho com água
quente pode reverter os personagens à sua forma original, ainda
que temporariamente. A partir daí
é que começa toda a trama vivida
por Ranma. O animê é baseado no
mangá de Rumiko Takahashi.
No Brasil, Ranma é dublado por
Marcio Araujo em sua forma masculina e Fatima Noya quando se
torna uma menina.
Trigun
Love Hina
Samurai Champloo
Fuu, uma jovem de 15 anos, quer
reencontrar uma pessoa que habita na outra extremidade do Japão
e, no seu caminho, cruza com
Mugen, um vagabundo de 20 anos,
e Jin, um rônin igualmente idoso de
20 anos, que deverão segui-la devido a uma aposta perdida. Os três
heróis passam por uma época de
mudanças radicais no Japão e seguem, assim, suas histórias.
É uma série animê baseada no
mangá de Ken Akamatsu, e voltada para jovens adultos do sexo
masculino. Esse animê conta a história de Keitarô Urashima, um rapaz de 20 anos de idade que já foi
reprovado três vezes na Universidade de Tóquio, mas continua tentando ser admitido na faculdade
por ter feito uma promessa a uma
menina há 15 anos.
Keitarô é dublado por Ulisses Bezerra na versão brasileira. Completam o elenco: Samira Fernandes,
Flávia Narciso, Melissa Garcia e
Raquel Marinho.
Conta a história de Vash the
Stamped, o pistoleiro mais temido de uma terra desértica, considerado o responsável pela destruição da Cidade de Julho. Ele é perseguido pela justiça, por caça-prêmios e por companhias de seguros. Entretanto, Vash é um pacifista ferrenho que evita agressão
ao máximo e não admite matar em
hipótese alguma.
Em 2007, o “Otacraze” também
exibiu as animações “Gungrave” e
“Heat Guy J”, que atualmente estão fora do ar. O animê “Os Cavaleiros do Zodíaco” também exibido
pela PlayTV, mas fora do programa.
Atualmente apenas as fases Hilda
e Poseidon do famoso desenho são
transmitidas pelo canal.
28
mangá
Clássicos dos Irmãos Grimm em versão mangá
A
editora brasileira NewPOP acaba de lan
çar mais um titulo inédito no país, tratase do mangá baseado nas obras dos irmãos Grimm. Os contos dos escritores alemães
Jacob e Wilhelm ganham uma nova roupagem
em Grimms Mangá, um quadrinho para jovens
de todas as idades.
Cinco contos dos Irmãos Grimm, ganharam uma
releitura com os traços da mangaká (autora de
mangás) Kei Ishiyama. Nesta versão, personagens há muito conhecidos escapam, de maneira divertida, de seus papéis convencionais. São
no total seis capítulos: “Chapéuzinho Vermelho”,
“Rapunzel”, “João e Maria”, “Os Dois Irmãos” (em
duas partes) e “Os Doze Caçadores”.
No mangá, Chapeuzinho Vermelho e o Lobo têm
grandes chances de se tornarem um par amoroso, Rapunzel é um homem e João é um pequeno
narcisista que sabe enfrentar a vida e é idolatrado pela irmã, que o adora. Existe ainda espaço
para “Os Doze Caçadores” e “Os Dois Irmãos”,
contos menos conhecidos dos irmãos Grimm.
O sobrenome Grimm, que dá o título ao mangá,
faz referência aos dois irmãos alemães Jacob
e Wilhelm Grimm, que no início do século XIX
coletaram mais de uma centena de histórias
populares do seu país, antes passadas pela tradição oral. Os textos reunidos por eles, hoje,
são conhecidos como “Os Contos dos irmãos
Grimm”. Alguns são bem conhecidos por nós e
fazem parte da nossa cultura, como “Cinderela”
e “Branca de Neve”.
Os irmãos Grimm, que sempre viveram e trabalharam juntos, não só são importantes para
os alemães – pela sua contribuição para a preservação e difusão da tradição alemã e de sua
gramática trabalhada especialmente pelo incansável Jacob –, como também para a literatura
universal. Afinal, quem de nós pode dizer que
nunca leu ou conheceu um de seus contos?
Grimms Mangá
Edições Volume Único
Editora no Brasil NewPOP
Editora original TokyoPOP
Autora Kei Ishiyama
Formato 172 páginas |12,7
cm x 18,9 cm |papel offset e
capa cartonada
Preço R$ 11,90
Texto: David Denis Lobão e Junior Fonseca
NewPOP
A mais nova editora de mangás do mercado, já
começou apostando alto. Em seu primeiro título, 1945, da mangaká Keiko Ichiguchi, a
NewPOP investiu na qualidade editorial com um
título histórico, provando que um dos grandes
problemas do mercado é a falta de vontade.
Numa edição impecável feita a partir dos materiais mais nobres com que se fazem quadrinhos (os que compõem as
chamadas edições definitivas), 1945 foi lançado por um
preço bem abaixo do praticado no país com este tipo de
material. Não demoraria muito, a NewPOP ampliaria seus
horizontes com um novo título, desta vez um autêntico
manhwa coreano, Tarot
Café. Numa parceria inédita
junto à Lumus Editora, a
NewPOP trouxe ao Brasil uma
história que mistura fantasia
e suspense, com toques de
misticismo e ocultismo. E
mais novidades devem pintar
ainda neste ano.
tokusatsu
O que é KAMEN RIDER?
29
Conheça a História do
Primeiro Motoqueiro
Mascarado
Texto: Daniel Verna – do portal www.tokusatsu.com.br | Fotos: Divulgação/ Reprodução | Fonte de consultas: Wikipedia
K
amen Rider (Motoqueiro Mascarado) é
uma série de televisão japonesa criada
em 1971 pelo já falecido mangaká Shotaro
Ishinomori. Na história, Takeshi Hongo é um
estudante universitário de ciências e motociclista, seqüestrado pela organização terrorista
Shocker, com o intuito de tranformá-lo num soldado cibernético.
Antes da operação ser concluída e de sua memória ser apagada, Hongo consegue escapar e
passa a combater a Shocker, adotando o nome
Kamen Rider.
Posteriormente, o fotógrafo free-lancer Hayato
Ichimonji também é capturado e transformado
num ciborgue idêntico a Hongo, para eliminar o
traidor. Hongo, no entanto, salva Ichimonji antes de ele ser submetido à uma lavagem cerebral e Ichimonji passa a ocupar o lugar de Hongo
como Kamen Rider, já que Hongo deixa o Japão pra combater os agentes da Shocker em
outras partes do mundo.
Com a volta de Hongo ao Japão, ele passa a
Kamen Rider encara o
bicho-papão (acima),
e Kamen Rider Black
RX em pose heróica
(ao lado)
ser conhecido como Kamen Rider número 1, e
Ichimonji, Kamen Rider número 2. É a vez de
Ichimonji deixar o Japão para combater uma
outra organização, a Geldan. Quando Shocker e
Geldan se fundem num único grupo, GelShocker, Rider 2 retorna para ajudar Rider 1 a
desmantelar a nova organização.
Com o sucesso da série original Kamen Rider,
que durou 98 episódios, os produtores da Toei
Company lançaram outra série nos mesmos
moldes. Trata-se de Kamen Rider V3, que foi
ainda mais bem sucedida. A ótima aceitação
gerou uma franquia e um gênero de sucesso
no Japão. E tal como aconteceu com Ultraman,
Kamen Rider acabou por ter várias continuações. As histórias das primeiras séries sempre
mostravam um jovem capaz de se transformar
em um herói ciborgue mutante, com visual geralmente baseado em um gafanhoto, que enfrenta uma organização maligna que pretende
dominar a Terra.
Nas séries mais recentes (Kamen Rider Agito
em diante), vários Riders surgem ao mesmo
tempo, e lutas entre eles se tornaram comuns.
Os novos Riders deixaram de ser ciborgues e
alguns deles não são exatamente heróis, além
da caracterização dos vilões ser mais elaborada, fugindo do estereótipo do “Império do Mal”
e ganhando ares de mistério. No Brasil, apenas
duas séries do gênero foram exibidas, Black
Kamen Rider e sua continuação Kamen Rider
Black RX, ambas pela extinta Rede Manchete,
durante a década de 90.
Remakes dos três primeiros Riders foram lançados recentemente em filme: Kamen Rider
The First (Contando a história dos Kamen
Riders 1 e 2) e Kamen Rider The Next (Contando a história do Kamen Rider V3).
Kamen Rider Kiva estréia no Japão
“Uma historia entre pai e filho
cercada por um violino...”, assim define o site oficial de
Kamen Rider Kiva, a nova
aventura da franquia dos Riders
que estreará dia 27 de janeiro,
no Japão. Vamos conhecer
Wataru Kurenai, que, assim
como seu pai Otoya, é dono de
uma loja de violinos. Otoya enfrenta os “FanGires”, seres do
clã vampiresco que se alimentam da energia vital dos huma-
nos, mas falha ao tentar destruir um desses seres. 22 anos
depois, Wataru se vê diante do
mesmo FanGire, então, sem saber como, se transforma em
Kamen Rider Kiva, que ao lutar
pela sobrevivência, destrói o
ser, e acaba conectando o passado com o futuro.
Contudo, isso apenas aparenta ser uma conexão, cada personagem vive em sua época,
na medida em que a história se
desenvolve. Existem apenas
dois homens que sabem o que
acontece nesses dois tempos:
Shima, que criou uma organização de caçadores de
FanGires, e Kido, que trabalha
há mais de 22 anos como dono
de uma loja de café. As únicas
chaves para entender o destino desses dois guerreiros estão com esses dois homens, e
com o violino que o pai de
Wataru deixou para ele.
Diferentes faces dos Riders, com algumas coisas
em comum: a cara de inseto e muita ação!
30
click
Miss Centenário Minas Gerais
E
m Minas Gerais ocorreu mais uma etapa do concurso que escolherá
a Miss Centenário. Dessa vez, as vencedoras foram: Kathlinne
Nakandakari Sugimoto, de 16 anos e natural de Poços de Caldas; Carolina Kei Miyazaki (Primeira Princesa), de 22 anos e residente em Belo
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
Horizonte; e Tatiana Tiemi Serikawa Baba (Segunda Princesa), de 22
anos, também da capital. Como Miss Simpatia, a vencedora foi Ciléia
Saori Hamada, de 18 anos e natural de Betim.
Nossas congratulações às participantes deste belo evento!
Miss Centenário Pernambuco
A
lém de Minas Gerais, o Estado de Pernambuco realizou a
seletiva para escolher a mais bela
representante da região.
Com a presença de dezenas de
convidados, entre lideranças da
região e personalidades nikkeis, o
concurso premiou a jovem Juliana
Naomi Kimura, que conquistou o
público com seu carisma e simpatia. A Revista OK deseja os parabéns a todas as belas candidatas,
de ambos os Estados.
Evento dos jovens do Centenário
primeira edição do 3xJAPÃO (lê-se “Três Vezes Japão”) aconteceu
no dia 16 de dezembro, com entrada gratuita e programação variada para todos os públicos, em três parques municipais de São Paulo. O evento foi todo organizado por jovens, com o objetivo de divulgar as
ações do Centenário da Imigração Japonesa no
Brasil. Para o público, um programa cultural diferente e gratuito, voltado para toda a família,
com destaque para a cultura japonesa nos parques da Aclimação (Centro), Piqueri (Zona Leste) e Juventude (Zona Norte).
Fotos: Tiago Queiroz
A
economia
31
O crescente investimento
das empresas japonesas no Brasil
Texto: Eduardo Guerra | Foto: Divulgação
À
s vésperas das festas que comemoram
o Centenário da Imigração Japonesa,
não podíamos deixar de falar da importante contribuição que as empresas japonesas
trouxeram à economia brasileira, desde a década de 50. Nos últimos anos, estas empresas
têm sido responsáveis por grandes aportes de
investimentos no país.
Neste período vem se verificando uma interessante diversificação nos setores que continuam acreditando no mercado brasileiro. Diferentemente das relações econômicas mantidas
entre o Brasil e o Japão nos anos 70, onde os
principais campos de cooperação eram a siderurgia, celulose, automóveis e agroindústria,
atualmente constata-se uma diversificação
enriquecedora para ambos os países, principalmente no que diz respeito aos produtos manufaturados, biocombustível e tecnologia.
É inegável que a aproximação histórica das relações comerciais entre esses países tem trazidos frutos significativos para ambos. Neste
sentido, deve-se ressaltar os dados apresentados pela Agência de Promoção de Exportações
e Investimentos (Apex) que mostram que em
2006 o Brasil exportou US$ 3,84 bilhões ao
Japão, dos quais apenas 15% eram produtos
industrializados e 54,7%, produtos básicos. No
sentido contrário, foram importados US$ 3,88
bilhões, dos quais 94,2% eram manufaturados.
A expectativa das empresas japonesas para
2008 é de manutenção e uma ligeira expansão
dos investimentos realizados em 2007, que já
havia superado em torno de 13%, os aportes
realizados em 2006. Estes dados foram divul-
gados pelo Banco de Desenvolvimento do Japão (BOJ), com base no levantamento anual
da instituição, que cobre cerca de 3,5 mil companhias em todo o país. Ao mesmo tempo, uma
grande quantidade de empresas apresentam
projeções de lucro, e estão confiantes em um
crescimento no próximo ano fiscal a partir de
abril de 2008, ou pelo menos manter os níveis
do ano fiscal anterior.
Outro dado de grande relevância para avaliar o
interesse das empresas japonesas no Brasil é
aquele que apresenta a participação destas no
Pólo Industrial de Manaus (PIM). O Japão continua sendo o país que mais investiu nas indústrias com operações no PIM alocando recursos cuja soma atual alcança o valor de US$
1.636 bilhão. O crescimento é de 22,08% sobre
o montante aplicado até o ano passado que era
de US$ 1.340 bilhão.
O otimismo demonstrado pelas empresas também é compartilhado pelos órgãos governamentais e não governamentais do Japão. Segundo
o Presidente no Brasil da Japan External Trade
Organization (Jetro), organismo paraestatal do
Japão incumbido de estimular as exportações
e os investimentos externos, “Estamos na terceira onda de investimentos japoneses no Brasil”, sentimento também expressado pelo Embaixador japonês no Brasil, Ken Shimanouchi,
que, vê um amplo horizonte para o
estreitamento das relações econômicas, especialmente nas áreas de tecnologia e etanol.
Em nossa recente viagem no Japão, quando
do encontro com importantes executivos japoneses, pudemos sentir de perto o otimismo e a
expectativa que estão depositando na economia brasileira para os próximos anos. Na qualidade de consultores empresariais atendendo
empresas japonesas há mais de 10 anos, podemos perceber que o espírito empreendedor
japonês ainda nos brindará com aportes significativos de investimentos em prol desta saudável e duradoura relação que transcende o
âmbito empresarial.
Eduardo Guerra é sócio do
Guerra, Batista Associados
32
vitrine
desbravando o Japão
AVENTURA NA NEVE
M
innasan Akemashite Omedetou! E
aqui estamos nós novamente, prestes a relatar o segundo episódio das
aventuras de um brasileiro perdido (e quase
congelado) na terra do sol nascente.
Nesse capítulo, contarei como foi meu primeiro feriadão aqui no Japão. Para quem não sabe,
os japoneses apesar de parecerem workaholics
(viciados em trabalho) pela própria natureza,
têm três grandes feriados durante o ano, os
“yasumis”, que acontecem respectivamente em
janeiro (oshogatsu – ano novo), maio (golden
week – uma série de feriados nacionais em
seqüência) e agosto (obon - finados).
Meu tão esperado descanso começou exatamente às oito horas da manhã do dia 29 de
dezembro, que foi quando saí do meu último
yakin de 2007. Para não perder muito tempo, já
havia levado minhas malas e da fábrica fui direto para a estação de trem, rumo a Nagano
Ken, onde passaria o ano novo com meus tios.
Três baldeações, quatro horas e duas garrafinhas de chá depois, desci na estação de Ueda,
um lugar cujos termômetros marcavam nada
mais nada menos que seis graus negativos! No
entanto, nem tive tempo de sentir o frio, pois
só entrei num depato para dar uma volta e logo
já parti para meu destino final, Tatsuno.
Daí sim eu vi, ou melhor, senti o verdadeiro inverno japonês. O frio era tão intenso que nem
mesmo os três aquecedores de querosene da
casa da minha tia foram capazes de esquentar
o ambiente; para conseguir dormir tive que usar
algumas camadas de cobertores e futons.
Na manhã do dia 01 de janeiro, fui a uma estação de esqui, afinal, para alguma coisa divertida esse frio teria de servir. A experiência foi
pra lá de desastrosa, o desafio maior não era
descer a montanha coberta de neve, mas sim,
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Um nikkei perdido –
porém feliz – no fim de
ano bem gelado
Texto: Fabio Seiti Tikazawa | Foto: Arquivo pessoal
Hematomas e um resfriado...
tudo bem, é feriado!
conseguir me manter de pé sobre o gelo escorregadio. Nem preciso dizer que caí mais que
sparring de medalhista olímpico de judô nem
que não cheguei a subir ao menos na altura onde
as criancinhas brincavam, não é mesmo?
Mas a aventura valeu a pena, apesar de ter me
rendido alguns hematomas e um resfriado. Para
voltar para casa peguei pela primeira vez o famoso shinkansen (trem bala) e gostei muito,
tanto pelo conforto quanto pela rapidez, o único problema é o preço meio salgado compara-
do ao trem convencional.
E assim foi meu primeiro yasumi, com muito
frio, muita neve, muitos tombos e muita história pra contar!
Nos vemos em uma próxima aventura.
Jya mata.
Fábio Seiti Tikazawa é publicitário, aspirante
a redator, aprendiz de dekassegui e está perdido
no Japão há dois meses.
Contato: [email protected]
variedades
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Mascote com grife
A
Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil fechou com o desenhista Mauricio de
Sousa a criação do personagem que será a
mascote do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Durante uma reunião realizada no
dia 4 de janeiro pelo comitê organizador do
Concurso de Mascote, em conjunto com a coordenação das comissões, a Associação avaliou os 25 trabalhos selecionados, dentre os
cerca de 200 inscritos no concurso aberto ao
E mais:
Beat Takeshi
Famoso no Brasil por dirigir
filmes como Dolls, Brothers
e Hanabi, Takeshi Kitano é
mais conhecido no Japão
como o comediante Beat
Takeshi. Após ser expulso do
colégio, quando se preparava para estudar engenharia,
aprendeu a atuar, dançar e
cantar com o famoso comediante Senzaburo Fukami.
Suas primeiras aparições
aconteceram em um clube
de striptease. Mas começou
a ganhar fama quando se
juntou ao amigo Kiyoshi
Kaneko para formar o duo
cômico The Two Beat, daí o
público. A decisão final da comissão julgadora
foi que o concurso infelizmente não alcançou
os resultados esperados, sendo considerado
encerrado, sem escolha de vencedores.
“Essa contribuição do Mauricio de Sousa dará
um grande incentivo ao Centenário, uma força vital para o sucesso das comemorações
nesse momento único, e nos sentimos muito
agradecidos pela colaboração”, afirma o presidente do Colegiado Administrativo da entidade, Kokei Uehara.
Fotos: Divulgação
Associação do Centenário define Maurício de Sousa
como criador da mascote comemorativa
“É um honra e um desafio que eu já considerava aceito, e estou pensando numa mascote que
as pessoas entendam e se identifiquem, e que
simbolize a magia do Centenário. Esse trabalho
é gratificante e gostoso, e requer muito cuidado e carinho, porque o personagem está nascendo aos poucos, do coração”, explica Mauricio de Sousa.
apelido. A dupla fez sucesso no final dos anos 70 e começo dos 80, mas logo se
dissolveu para Kitano seguir
carreira solo.
Com 25 anos de estrada,
hoje ele participa de cinco
programas de televisão semanalmente, além de manter a média de fazer um filme por ano.
corte produzia diferentes
sons. O pessoal do instituto, então, aperfeiçoou o sistema, incluindo ranhuras em
locais estratégicos. Detalhe:
os motoristas precisam guiar a, no máximo, 45 km/h e
com os vidros fechados para
ouvir com maior precisão.
Um estímulo para a redução
da velocidade.
taram a vida na capital
paulista. Alguns foram recrutados para trabalhar nas
obras desse que é um dos
maiores patrimônios culturais da cidade. Vale lembrar
que o Kasato Maru havia
chegado apenas três anos
antes da inauguração.
Estrada musical
Construindo história
Cientistas do instituto de
pesquisa Hokkaido Industrial Research desenvolveram
uma estrada que emite notas musicais quando percorrida pelos automóveis. A
idéia surgiu de Shizuo
Shinoda, que arranhou uma
superfície asfáltica com uma
escavadeira e, quando passou por cima, notou que o
Um dos mais belos cartões
postais de São Paulo, o Teatro Municipal soprou 96 velinhas recentemente. Poucos sabem, mas, se não fossem os imigrantes japoneses, alguns tijolos não estariam até hoje tão perfeitamente colocados. Insatisfeitos com os trabalhos nas fazendas, vários nihonjins ten-
Nada menos que 35 das 45
pessoas presas em operação
da polícia das províncias de
Aichi, Gifu e Mie, no início de
janeiro, eram brasileiros. Eles
são acusados de participar
da quadrilha que roubou cerca de 650 veículos nos últimos anos. Os carros, a maioria de luxo, eram desmontados e enviados para três
países do Oriente Médio.
Japoneses, russos, alemães
Queima filme
e afegãos também foram detidos. Mais companheiros
brazucas para ajudar a lotar
os presídios de cidades como
Hamamatsu e Nagóia.
BBB8 e os temakis
O big brother Fernando já
sabe o que fazer caso conquiste o prêmio de R$ 1 milhão do programa. “Quero
abrir uma temakeria”, revelou o carioca no programa de
15 de janeiro. Ele não deixa
dúvidas em relação à preferência gastronômica.
Em seu perfil no site da Globo, ele inclui entre suas comidas preferidas também
sushi e sashimi. Será que o
reality show vai render ao
jovem mais do que uma
loiraça, já que está de affair
com a gaúcha Natália?
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Explosão de cores e sabores da grande culinária nipônica